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eTec | Brasil EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Soniamar Zschornack Rodrigues C U R S O T É C N I C O E M P E S C A 01 C U R S O T É C N I C O E M P E S C A Falando de Empreendedorismo EmprEEndEdorismo no AgronEgócio Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva coordenadora da produção dos materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky coordenadora de revisão Giovana Paiva de Oliveira design gráfico Ivana Lima diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin revisão Tipográfica Adriana Rodrigues Gomes design instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade revisão das normas da ABnT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o módulo matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva equipe sedis | universidade do rio grande do norte – ufrn projeto gráfico Secretaria de Educação a Distância – SEDIS governo Federal ministério da Educação Você ve rá por aqu i... � Empreendedorismo no Agronegócio A01 objetivo Você já deve ter prestado atenção no comportamento de algumas pessoas, sejam elas pessoas públicas ou outras de sua relação (amigos, parentes, etc.). São pessoas que se destacam por superar dificuldades, perseguir sonhos, construir. São pessoas que não desistem facilmente, que se planejam e acabam alcançando objetivos considerados difíceis, improváveis ou impossíveis. Esse é o famoso comportamento empreendedor. A disciplina de “Empreendedorismo no Agronegócio” foi incluída neste curso exatamente para que você possa pensar a sua futura profissão e as dificuldades que certamente surgirão nessa caminhada – da primeira aula até o “sonhado diploma”, e do “sonhado diploma” até o seu exercício efetivo, com possíveis oportunidades, além dos concursos públicos e das vagas ofertadas pela iniciativa privada. Você, como profissional, deve estar preparado para optar pelos muitos caminhos que uma jornada de formação profissional pode oferecer. Também deve estar preparado para orientar outros empreendedores no exercício da sua profissão. Na aula de hoje, vamos iniciar conversando um pouco sobre os vários conceitos de empreendedorismo adotados ao longo da história, para que você possa optar por algum deles, ou simplesmente criar o seu. Construir o seu próprio conceito de “empreendedorismo”. Identificar, com base nesse conceito, características empreendedoras “presentes” e “ausentes” no seu próprio perfil. Identificar oportunidades reais nas quais o comportamento empreendedor pode ajudá-lo (a) a atingir seus objetivos. � Empreendedorismo no Agronegócio A01 para começo de conversa... A Pedra “O distraído nela tropeçou... O bruto a usou como projétil. O empreendedor, usando-a, construiu. O camponês, cansado da lida, dela fez assento. Para meninos, foi brinquedo. Drummond a poetizou. Já Davi matou Golias e Michelângelo extraiu-lhe a mais bela escultura... E em todos esses casos, a diferença não esteve na pedra, mas no homem!...” (Autor desconhecido) Seja bem-vindo (a)! Hoje estamos iniciando a disciplina de “Empreendedorismo no agronegócio”, e pode parecer estranho que logo no primeiro texto você tenha sido recebido (a) com uma pedra. Mas, fique tranqüilo (a), você não está sendo recebido com “quatro pedras na mão”. Ao contrário, a idéia é recebê-lo (a) com muitas pedras (conhecimento) para que você possa construir um excelente aprendizado. Como está destacado no próprio texto, o empreendedor constrói. E já que estamos falando em empreendedorismo, vamos aprender um pouquinho mais com a pedra do poeta. O “empreendedor” é, acima de tudo, aquele que vê oportunidades no lugar das dificuldades e sabe aproveitá-las. Eu, por exemplo, estou tentando aproveitar uma pedra para me fazer entender. E você, o que realmente quer? Você tem um sonho, uma meta, um desejo? O que você precisa fazer para alcançá- lo? Onde estão as oportunidades, disfarçadas no caminho ou claramente expostas à sua frente? Pense um pouco nisso e, depois, preencha os espaços abaixo. 1praticando... 2 responda aqui praticando... � Empreendedorismo no Agronegócio A01 Eu tenho um sonho, uma meta, um desejo? ____________________ Como eu me planejei para alcançá-lo (a)?_______________________ O que eu já fiz para alcançá-lo (a)?_____________________________ O que eu estou fazendo para alcançá-lo (a)?____________________ Eu realmente acredito que vou conseguir?______________________ a) b) c) d) e) Eu não sei qual foi o “sonho” que você escolheu para responder as questões acima, mas sei que essa escolha varia de pessoa para pessoa. Também não sei se você se planejou, se já fez ou está fazendo alguma coisa para atingir seu objetivo, mas, tenha certeza, seja ele qual for, o planejamento, a iniciativa e a motivação são fatores fundamentais para o seu sucesso. Bom, para início de conversa, você leu um poema, ouviu falar numa pedra, mas... se alguém perguntasse, agora, o que é empreendedorismo, o que você responderia? Coloque a sua reposta no quadro abaixo, mesmo que seja um “eu não sei”. Ao final desta aula, vou fazer essa pergunta novamente, para que você possa comparar as respostas. E nada de desânimo: como diz o provérbio chinês, “Longa viagem começa por um passo”. O que é empreendedorismo? � Empreendedorismo no Agronegócio A01 Voltando no tempo.... Falando de Empreendedorismo A história do empreendedorismo se confunde com a história do próprio homem, pois se acredita que o “comportamento empreendedor” sempre existiu e que foi esse comportamento que nos impulsionou a criar, construir e evoluir. Entretanto, a utilização do termo “empreendedorismo” é mais recente, sendo Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, considerado por muitos como um dos criadores do termo, tendo sido um dos primeiros a fazer a diferença entre o empreendedor (aquele que assume riscos) e o capitalista (aquele que fornecia o capital). Já para o economista austríaco Joseph Schumpeter, em �9��, o empreendedor era quase como um ser iluminado, não só dotado de faro especial para detectar e aproveitar as chances criadas por mudanças tecnológicas – introduzindo processos inovadores de produção, abrindo mercados, agregando fontes de matérias-primas e estruturando organizações – como capaz de criar um novo ciclo econômico. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (�00�), “empreender” é: decidir, realizar (tarefa difícil e trabalhosa); tentar (empreender uma travessia arriscada); pôr em execução; realizar (empreender pesquisas, ou longas viagens). Etimologicamente, ‘empreender’ vem do latim imprehendo ou impraehendo, que significa ‘tentar executar uma tarefa’. � Empreendedorismo no Agronegócio A01 Do século XVII ao século XXI, muitos autores se dedicaram a estudar e acrescentar contribuições científicas para o avanço do empreendedorismo. Embora seja um tema amplamente discutido nos dias atuais, seu conteúdo, ou seja, o que ele representa, varia muito de um lugar para outro, de país para país, de autor para autor. Uma das tendências observadas nas definições acrescentadas ao longo do tempo é que “empreendedorismo” deixou de ser um termo exclusivamente ligado aos negócios e às empresas, passando a ser visto como um comportamento. Isso ocorreu, principalmente, porque embora o termo tenha surgido a partir de pesquisas na área da economia, ele passa a receber contribuições da Psicologia e da Sociologia, o queacabou gerando diferentes definições para o termo. O Empreendedorismo, como “comportamento”, pode estar associado a um negócio, uma empresa, mas também pode estar associado a um projeto, a uma realização pessoal. É a partir dessa visão que surgem novas “formas” de empreendedorismo. E o que era só “empreendedorismo”, agora pode ser subdividido em “empreendedorismo de negócios”; “empreendedorismo social” e “intra-empreendedorismo”. O “empreendedorismo de negócios” pode ser definido como o comportamento empreendedor vinculado a um negócio, uma empresa, um empreendimento. É quando você tem uma boa idéia e a transforma em um negócio lucrativo. Esse comportamento envolve planejamento, criatividade e inovação. Mas lembre-se: uma inovação nem sempre quer dizer a criação de um novo produto ou um novo serviço. Você pode oferecer ao mercado um mesmo produto ou serviço, só que de forma mais barata, mais rápida ou de melhor qualidade em relação aos seus concorrentes. isso é empreendedorismo. Empreendedorismo social O “empreendedorismo social” tem características semelhantes ao “empreendedorismo de negócios”. A diferença está na missão social, cujo objetivo final não é a geração de lucro, mas o impacto social. Empreendedores sociais são como empresários, utilizam as mesmas técnicas de planejamento, mas são motivados por objetivos sociais, ao invés de benefícios materiais. Ou seja: se para o empreendedor de negócios o sucesso significa o crescimento da sua empresa (e dos seus lucros), para o empreendedor social o sucesso significa a transformação de uma realidade social, a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem naquele local. Mas, fique atento. Isso não significa que o empreendedor de negócios pensa somente nos lucros, a qualquer custo. Um empreendedor gera riquezas para si mesmo e para a sociedade. � Empreendedorismo no Agronegócio A01 intra-empreendedorismo Você entendeu o que o autor quis dizer? E o que significa “intra-empreendedorismo”? O intra-empreendedorismo surgiu quando grandes empresas começaram a identificar a necessidade de incentivar o empreendedorismo dentro dos seus departamentos. Pode ser definido simplesmente como “empreender dentro das empresas”. Apresentar idéias, soluções, projetos e colocar essas idéias em ação. O intra-empreendedorismo se aplica tanto ao funcionário da iniciativa privada quanto ao servidor público, por exemplo. É a pessoa empregada que apresenta um comportamento empreendedor, independente da função que ocupa na organização onde trabalha, e é esse comportamento que a leva a merecer destaque e crescer profissionalmente. A verdade é que nunca se falou tanto em empreendedor e empreendedorismo. A figura do empreendedor vem sendo elogiada por sua coragem de se arriscar, de se libertar do tradicional modelo do “emprego com carteira assinada”. Para a maioria das pessoas, o empreendedor é o indivíduo que se fez sozinho, apesar das adversidades e que conquistou um sucesso individual. Mas é preciso conceber o empreendedor para além dessa perspectiva do sucesso apenas individual. Fernando Dolabela, criador de um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo na educação básica e universitária no Brasil, a metodologia Oficina do Empreendedor (utilizada em projetos do Instituto Euvaldo Lodi – IEL, Confederação Nacional da Indústria – CNI, Sebrae, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e outros órgãos), lembra que o empreendedorismo não pode ser um instrumento de concentração de renda, de aumento de diferenças sociais ou uma estratégia pessoal de enriquecimento. No Brasil o tema central do empreendedorismo deve ser o desenvolvimento social, tendo como prioridade o combate à miséria, oferecendo-se como um meio de geração e distribuição de renda. Mais do que uma preocupação com o indivíduo, o empreendedorismo deve ser relacionado à capacidade de se gerar riquezas acessíveis a todos. Como geralmente a renda concentrada teima em não se distribuir, é importante que ela seja gerada já de forma distribuída. É disto que cuida o empreendedorismo. (DOLABELA, �008, extraído da Internet). Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ÉTICA é “o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Ou seja: o que eu vou fazer ou falar vai prejudicar alguém? Eu gostaria que fizessem isso comigo? Ética � Empreendedorismo no Agronegócio A01 Dolabela está falando do empreendedorismo de forma geral, mas o foco da sua discussão é o empreendedorismo de negócios. Ele fala que o empreendedorismo não pode ser uma “estratégia pessoal de enriquecimento”, mas deve “gerar riquezas acessíveis a todos”. Isso significa que, ao optar pelo seu próprio negócio, o empreendedor deve agir de forma ética. Uma empresa que gera novos postos de trabalho também contribui para melhorar a qualidade de vida das pessoas que estavam desempregadas. Mais pessoas trabalhando também significa mais clientes para o comércio local do município e assim por diante. Mas, e se essa nova empresa causar poluição ambiental? E se os salários pagos aos trabalhadores incluírem descontos abusivos? E se a empresa sonegar impostos? Isso, com certeza, não é empreendedorismo. A partir de agora, vamos acompanhar o exemplo de três vizinhos: “Seu Tomás, Seu José” e “Seu Francisco”. Nosso objetivo é compreender um pouco melhor o comportamento empreendedor e como uma boa idéia pode se transformar num excelente empreendimento. o caso do “seu José” Seu José é um pequeno agricultor de um município do Norte do Brasil. Na localidade onde mora, a pesca extrativa está em decadência, devido a problemas como a poluição dos rios e a pesca predatória. Quando as famílias da comunidade querem comer peixe fresco, precisam comprar no município vizinho, que fica a mais de �00 km de distância. Assistindo a um programa de televisão, “Seu José” viu a experiência de produtores do Sul do País que estão criando peixe em suas propriedades. Como na propriedade do seu José passa um pequeno riacho, ele tem a idéia de criar peixes para aumentar a renda da família. Seu José fala da sua idéia com “Seu Francisco” e “Seu Tomás”, vizinhos que possuem propriedades nas mesmas condições. A partir dessa conversa, eles viajam para o município vizinho, conhecem um produtor que já está investindo na criação de peixes e falam de suas idéias. Com ele conseguem algumas informações, mas também descobrem que estão com alguns problemas. o primeiro problema: Os vizinhos descobrem que “criar peixe” não é uma coisa tão simples assim. Precisam ter conhecimento técnico; não é só colocar o peixe na água e dar comida, como eles haviam pensado. segundo problema: Eles descobrem que “criar peixe” não é uma coisa assim tão barata, tem que comprar os alevinos de outro município, comprar ração, construir viveiros. Terceiro problema: Eles descobrem que “criar peixe” não é uma coisa assim tão fácil. Precisam de licença ambiental e quase todos os produtores do seu Estado trabalham de forma ilegal, porque a legislação é muito rígida e o processo muito demorado. 3praticando... SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas, é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que tem como missão promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno porte. A instituição foi criada em �9��, como resultado de iniciativas pioneiras que tinham como foco estimular o empreendedorismo no país. Fonte: <http://www. sebrae.com.br/ customizado/sebrae/ institucional/quem-somos/sebrae-um-agente- de-desenvolvimento>. Acesso em: �9 maio �008. sEBrAE 8 Empreendedorismo no Agronegócio A01 A partir dessa conversa, os três vizinhos tomam atitudes diferentes: “Seu Tomás” desiste logo da idéia: __ Esse negócio de criar peixe dá muito problema! “Seu José” fica pensativo: __ Precisa calcular direitinho, e tem que ter um técnico da Prefeitura; sem assistência, não dá. “Seu Francisco” está cada vez mais animado: __ Isso não é difícil assim como eles falam, eles é que gostam de meter medo na gente. Tem banco aí financiando de tudo, a gente pega um empréstimo e pronto. Também não precisa de tanto cuidado, se a ração de peixe é cara, dá ração de frango, que é barata. E o peixe lá vai saber do que é feita a ração? E você? Acompanha “Seu Tomás”, “Seu José” ou “Seu Francisco”?a) Daqui a pouco voltamos a contar a história dos nossos vizinhos. Para ajudar você a encontrar a resposta, vamos conhecer, agora, as principais “características do empreendedor”, elencadas pelo sEBrAE. Qual deles é mais “empreendedor”?b) 4praticando... 9 Empreendedorismo no Agronegócio A01 características do Empreendedor 1) Busca oportunidades e tem iniciativa Faz as coisas antes de ser solicitado, ou antes de ser forçado pelas circunstâncias. Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços. Aproveita opor tunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência. E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem?b) 2) corre riscos calculados Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente. Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados. Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados. 5praticando... 6praticando... �0 Empreendedorismo no Agronegócio A01 E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem? b) 3) Exige qualidade e eficiência Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápidas, ou mais baratas. Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência. Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados. E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem? b) 7praticando... �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 4) persistência Age diante de um obstáculo significativo. Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo. Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir metas e objetivos. E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem? b) 5) comprometimento Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa. Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho. Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo. 8praticando... 9praticando... �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem? b) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem? b) conjunto de planejamento 6) Busca de informações Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes. Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço. Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial. 10praticando... 11praticando... �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 7) Estabelecimento de metas Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal. Define metas de longo prazo, claras e específicas. Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis. E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem?b) 8) planejamento e monitoramento sistemático Planeja dividindo tarefas de grande porte em sub-tarefas com prazos definidos. Constantemente revisa seus planos, levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais. Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem?b) 12praticando... 13praticando... �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 conjunto de poder 9) persuasão e rede de contatos Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros. Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos. Age para desenvolver e manter relações comerciais. E você? Possui alguma dessas características? Qual (is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem?b) E você? Possui alguma dessas características? Qual(is)?a) E os nossos vizinhos? Algum deles se encaixa nessas características? Quem? b) 10) independência e autoconfiança Busca autonomia em relação a normas e controles de terceiros. Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores. Expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio. 14 responda aqui praticando... �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 Agora, volte para as suas respostas e veja quantas foram positivas. Mas não se preocupe, mesmo que tenham sido poucas (ou nenhuma) fique tranqüilo (a), sendo o empreendedorismo um comportamento, você pode criar e aperfeiçoar cada vez mais o seu “perfil empreendedor”. E os nossos vizinhos? O que será que aconteceu com eles? Você percebeu que eles têm características diferentes, mas para sabermos de fato se existe um grande empreendedor nesse grupo, precisamos saber um pouquinho mais dessa história. Ao voltar para suas propriedades, “Seu Tomás” voltou para a rotina, esqueceu os peixes e só voltou a pensar no assunto quando encontrou seus vizinhos novamente, algumas semanas depois. “Seu Francisco”, ao contrário, não pensava em outra coisa, até descuidou um pouco da lavoura nas muitas idas ao Banco, tentando conseguir um empréstimo. Só que, para isso, ele precisava de um projeto. Ele conseguiu o projeto com um técnico da Prefeitura, mas, como estava com muita pressa, o técnico só foi até à propriedade dele uma única vez, e fez algumas anotações rápidas. Enquanto o financiamento não saía, “Seu Francisco” tratou de vender alguns bois da sua criação para conseguir o dinheiro de forma mais rápida. Já o “Seu José” continuava animado com a idéia, mas seguiu cuidando da sua lavoura e comprou alguns livros que falavam sobre o assunto, para compreender melhor. Também conversou com o técnico da Prefeitura (aquele que fez o projeto do “Seu Francisco”) e solicitou uma visita “sem compromisso” para avaliar a viabilidade técnica da criação em sua propriedade. Depois, procurou o SEBRAE no Município vizinho e expôs a sua idéia. No SEBRAE, “Seu José” foi aconselhado a realizar uma pesquisa de mercado. Pesquisa de Mercado – Uma importante ferramenta de planejamentoutilizada pelo empreendedor. Nossas aulas de número �, � e 8 serão especificamente sobre esse tema. E agora? Você já conhece as principais características de um empreendedor, qual dos três vizinhos está agindo mais acertadamente, de acordo com essas características? �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 Um ano depois... “Seu José”, “Seu Tomás” e “Seu Francisco”estão conversando novamente, durante um churrasco oferecido por “Seu José” para comemorar o casamento da filha. O assunto de sempre é a piscicultura: “Seu Tomás” pergunta: __ Agora me digam vocês dois, que já ganharam experiência: esse negócio dá certo mesmo? nos bastidores: “Seu Tomás” está vendo os vizinhos comercializando peixe na feira do Município, também está sabendo que “Seu José”está reformando a casa, colocando cerca nova na propriedade, e com essa “churrascada” toda ele deve estar ficando rico... Mas quem responde primeiro é o “Seu Francisco”: __ Se está dando certo? Eu até que tive umas perdas no início, não conhecia direito a técnica de criar peixe, mas eu te digo com certeza: se eu colocar mais �0 viveiros na minha propriedade, eu tenho comprador: já me falaram que lá na capital tem um frigorífico que compra toda a produção, só que tem que ter volume, e eles pagam é muito bem, e vêm buscar aqui na propriedade. Eu só não estou ganhando mais dinheiro porque minha produção é pequena... nos bastidores: “Seu Francisco” continua empolgado com a idéia, principalmente porque não quer “dar o braço a torcer”. Na verdade, ele já teve muitos prejuízos com a criação e acumula algumas dívidas no banco. “Seu Francisco” começou a sua produção sem planejamento, não aceita a orientação do técnico da prefeitura e coloca mais peixes do que a quantidade recomendada nos viveiros, por isso eles crescem pouco , além do que ele “economiza” na ração, substituindo-a por outros produtos sem nenhum tipo de orientação, o que provoca a morte de uma grande quantidade de peixes. “Seu Francisco” também não está investindo mais na lavoura, e o pouco gado 15 responda aqui praticando... �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 que sobrou na sua propriedade está quase sem pastagem. Todas as atenções estão voltadas para a piscicultura. O último a falar é “Seu José”. __ Olha Tomás, eu discordo um pouco do Chico. Que a produção dá certo, dá, mas é preciso muito trabalho e planejamento. Na pesquisa de mercado que eu fiz, aqui na Região, eu descobri que tem comprador para uma quantidade de peixe, como você está vendo acontecer. É que hoje, só temos eu e o Chico produzindo. Mas, e se todo mundo resolver criar peixe aqui “nesse fim de mundo”, vamos vender pra quem? Que tem um frigorífico na capital eu sei que tem, mas é preciso conversar com eles primeiro, fazer contrato, tudo direitinho. Se você quer mesmo entrar para o negócio, eu lhe aconselho a procurar o SEBRAE e se planejar primeiro. nos bastidores: “Seu José”, ao contrário do vizinho, planejou a sua atividade. Aceita as orientações do técnico da prefeitura, mas também pesquisa tudo o que pode sobre o assunto e discute primeiro com ele, antes de testar uma ração alternativa. Por enquanto, o peixe está vendendo bem, também não tem tido muitas perdas na sua produção. Mas ele sabe da intenção do vizinho de aumentar sua produção, e isso pode causar uma queda nos preços. Por isso está reformando sua propriedade para abrir um “Pesque- pague”, idéia que o pessoal lá do SEBRAE analisou e achou que era viável. “Seu José” tem trabalhado muito, continua cuidando da lavoura e da criação de gado e também está estudando a possibilidade da criação de abelhas. Assim, com o movimento do pesque- pague, ele teria mais um produto para oferecer aos visitantes. Como “Seu Tomás” não procurou saber o que estava acontecendo nos bastidores, iniciou sua produção depois de alguns meses, tendo “Seu Francisco” como principal orientador. O que será que aconteceu? Tente continuar essa história, descrevendo o resu l tado do investimento do “Seu Tomás”. �8 Empreendedorismo no Agronegócio A01 O exemplo dos nossos “três vizinhos” é fictício, mas com certeza se parece com muitas histórias reais. Uma boa oportunidade por si só não se transforma num bom negócio, é preciso de viabilidade técnica e econômica, conforme vamos estudar nas próximas aulas: “Seu Tomás” vai investir numa nova atividade por impulso, levado pelos argumentos de outro produtor, sem pesquisa e sem nenhum tipo de planejamento. Já “Seu Francisco” é entusiasmado, arrojado e corajoso. Mas isso não faz dele um empreendedor, porque ele age também por impulso, sem planejamento e não calcula os riscos a que vai se expor. Esse tipo de atitude pode custar ao “Seu Francisco” até a própria propriedade, uma vez que ele fez empréstimos no banco, colocando-a como garantia. Observe também que “Seu Francisco” está investindo tudo numa única atividade; se der errado, ele fica praticamente sem outra alternativa de renda. Já o “Seu José” identificou na piscicultura uma oportunidade, mas se planejou primeiro. Ele segue orientações técnicas e, ao mesmo tempo, estuda sobre o assunto para conquistar autonomia. “Seu José” calculou os riscos que iria correr e está diversificando a sua produção, investe na piscicultura, mas mantém na lavoura e na criação de gado. Ele está 16 responda aqui praticando... �9 Empreendedorismo no Agronegócio A01 se antecipando a uma possível crise no comércio do pescado, com a criação do pesque-pague, e a apicultura não é uma idéia isolada, ela faz parte da estratégia do “Seu José” para oferecer vários produtos, já que muitas pessoas passarão a freqüentar sua propriedade. Conforme você pode observar, através desse exemplo, a base do comportamento empreendedor está mesmo no planejamento. É claro que, na vida real, essa história poderia ter vários desfechos diferentes. O planejamento por si só não garante o sucesso de um empreendimento, mas devemos admitir que ele diminui, e muito, as chances de um possível fracasso. Como diz aquele outro provérbio chinês, “Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado”. Agora que você já sabe um pouco mais sobre empreendedorismo, procure identificar essas características refletindo sobre o comportamento de “empreendedores” que estão mais próximos de você. O dono do “mercadinho” na rua da sua casa, o feirante, a vendedora de refeições. Se você estivesse no lugar deles, o que você mudaria nesses empreendimentos? Por que você acha que eles deram certo (ou errado)? Comece a olhar a sua volta com olhos de empreendedor” e identifique uma oportunidade de negócio. Nós vamos passar a trabalhar com ela a partir das próximas aulas. �0 Empreendedorismo no Agronegócio A01 Leituras complementares: DOLABELA, Fernando. o segredo de Luzia. São Paulo: Cultura – Editores Associados, �999. O livro mostra, de forma bastante didática, o surgimento de um empreendedor baseado no exemplo da personagem Luiza, além de conter vários conceitos ligados ao tema. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br>. Acesso em: �� jul. �008. Digite a palavra “empreendedor” na ferramenta de busca do site e você encontrará várias informações sobre o mesmo. Auto-avaliação �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 Na aula de hoje, conversamos sobre o surgimento do termo empreendedorismo e de como esse conceito foi se modificando ao longo do tempo, principalmente porque deixou de ser utilizado apenas pelos economistas, recebendo contribuições de outras áreas do conhecimento, como a psicologia e a sociologia. Aprendemos que o empreendedorismo é um comportamento e que, além do empreendedorismo de negócios, existe ainda o empreendedorismo social e o intra-empreendedorismo.Acompanhando a história dos três vizinhos, “Seu José”, “Seu Tomás” e “Seu Francisco”, percebemos que o surgimento de uma idéia empreendedora, por si só, não garante o sucesso de um empreendimento, pois o sucesso ou o fracasso dependem muito do comportamento do empreendedor, ou seja, de como ele vai colocar essa boa idéia em prática. Um empreendedor aproveita oportunidades, corre riscos calculados, se empenha pessoalmente em seus projetos e não abre mão de um bom planejamento. Essas são algumas das características do empreendedor elencadas pelo SEBRAE e, quanto a você, não esqueça de planejar seu tempo para a nossa próxima aula. Você optou por uma profissão e, portanto, precisa estar preparado para exercê-la. Não desperdice essa oportunidade de prender. Para finalizar, mais um provérbio chinês para você refletir: “Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida .” Nós já conversamos um pouquinho desde o início da aula, por isso vou arriscar e fazer novamente uma pergunta: o que é empreendedorismo? Responda com suas próprias palavras, depois compare com a resposta que você escreveu no início da aula. E aí? Você já conseguiu responder com mais facilidade? Eu espero que sim. Caso ainda sinta dificuldade, procure ter acesso à leitura complementar indicada, e fique tranqüilo (a): nas próximas aulas, ainda conversaremos muito obre o assunto. E quanto ao seu perfil? Já pensou em abrir o próprio negócio? Caso você optasse por esse caminho, em que tipo de negócio você investiria? Por quê? 1. 2. 3. Anotações �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 referências DOLABELA, F. A oficina do empreendedor. São Paulo: Cultura, �999a. ______. o segredo de Luiza. São Paulo: Cultura - Editores Associados, �999b. ______. A minha relação com o empreendedorismo. Disponível em: <http://www. dolabela.com.br>. Acesso em: �� maio �008. DRUCKER, P. inovação e espírito empreendedor: entrepreneurship. Prática e princípios. �. ed. São Paulo: Pioneira, �000. FILLION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. revista de Administração – FEA/USP, São Paulo, v. ��, n. �, �999. HOUAISS, A. dicionário Houaiss da Língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, �00�. (verbete: empreender). SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. salto para o futuro: construindo a escola cidadã, projeto político pedagógico. Brasília: MEC/SEED, �998. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. por uma cultura de cooperação: capital social e mobilização empresarial de base. Brasília, �00�. Anotações �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 Anotações �� Empreendedorismo no Agronegócio A01 02 Soniamar Zschornack Rodrigues C U R S O T É C N I C O E M P E S C A Todo empreendedor é um “empresário”? EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfico Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfica Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva equipe sedis | universidade do rio grande do norte – ufrn Projeto Gráfico Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 1 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Você ve rá por aqu i... Um aprofundamento do que iniciamos na primeira aula: conceitos de empreende-dorismo e suas especifi cidades: social, de negócios e intra-empreendedorismo. Também irá conhecer a história de três grandes empreendedores, exemplos que demonstram, na prática, do que o empreendedorismo é capaz. Conceituar “empreendedorismo de negócios”, “empreendedo- rismo social” e “intra-empreendedorismo”. Saber Identifi car as principais características que diferenciam essas três formas de empreendedorismo. Saber Identifi car exemplos concretos dessas três formas de empreendedorismo no seu dia-a-dia. Objetivo Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 2 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Para começo de conversa... Estamos de volta! E a nossa aula de hoje já começa com uma pergunta: Todo empreendedor é um “empresário”? Essa é uma pergunta muito fácil e que você, certamente, já é capaz de responder. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Responda aqui 1Praticando... 3 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Na aula passada, enquanto construíamos nossos conceitos, nós também ouvimos falar sobre “três formas de empreendedorismo”. Você lembra quais são elas? Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 4 Empreendedorismo no Agronegócio A02 No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra (Carlos Drummond de Andrade). Isso mesmo! “Empreendedorismo de Negócios”, “Empreendedorismo Social” e “Intra- empreendedorismo”. Na aula de hoje, vamos aprender um pouco mais sobre essas três diferentes formas de empreender. Antes de entrarmos no assunto, convido você a fazer uma pequena pausa para refl exão. É que acabei de perceber... uma pedra no meio do caminho. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Responda aqui 2Praticando... 5 Empreendedorismo no Agronegócio A02 É, lá vem a pedra de novo... O poema de Drummond fala de “uma pedra no meio do caminho”. E aí vem mais uma pergunta.... Você acha que o nosso sucesso ou o nosso fracasso dependem das “pedras” que encontramos no meio dos nossos caminhos? Por quê? Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 6 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Mas também pode ser uma pedra “preciosa”... Pode ser o “caminhodas pedras”... Você se lembra do poema apresentado na aula passada, chamado “A Pedra”? Pois é, ele falava das várias utilidades de uma pedra. E é bem verdade que existem vários tipos, formas e tamanhos de pedras. Pode ser uma pedra muito grande... VERSÃO DO PROFESSOR Você se lembra do poema apresentado na aula passada, chamado “A Pedra”? Pois é, PROFESSOR Você se lembra do poema apresentado na aula passada, chamado “A Pedra”? Pois é, Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 7 Empreendedorismo no Agronegócio A02 ... ou se transformar num bonito espetáculo da natureza. Várias “pedras” podem servir de abrigo... Ou seja, “uma pedra no meio do caminho” não é, por si só, uma coisa ruim, ou um motivo para desistir. Ela pode ser, também, uma grande oportunidade de aprendizado e crescimento no caminho para o sucesso. Nós aprendemos, na aula passada, que “empreendedorismo” é um comportamento e, por isso, mais importante do que as “pedras” que encontramos em nosso caminho, é a utilidade que damos a elas. O comportamento “empreendedor” é aquele que busca as soluções, ao invés dos problemas; as oportunidades, ao invés de dificuldades. Como disse o poeta, o empreendedor constrói. Agora que relembramos nosso conceito, vamos conversar um pouco mais sobre aquelas três diferentes formas de empreender. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Empreendedor X Empresário 8 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Empreendedor ou Empresário? em.pre.en.de.dor adj (empreender+dor) 1 Que empreende. 2 Que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora do comum; ativo, arrojado. sm 1 Aquele que empreende. 2 Aquele que toma a seu cargo uma empresa. em.pre.sá.rio adj (empresa+ário) V empresarial. sm 1 Pessoa que se estabelece com uma empresa ou indústria, to- mando a seu cargo a execução de um trabalho. 2 Pessoa que, objetivando lucro, investe capital na realização de espetáculos artísticos, esportivos etc. (MICHAELIS, 2007, extraído da Internet) Para início de conversa, vamos responder à pergunta feita no início da aula. Todo “empreendedor” é um “empresário”? Deixando um pouco de lado os conceitos dos economistas, vamos ver o que diz o dicionário: VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Praticando... Responda aqui 3 9 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Com base no que já estudamos na aula passada e com as defi nições encontradas no dicionário, você seria capaz de responder a esta pergunta? Qual a característica presente na defi nição de empresário que pode OU NÃO estar presente no perfi l de um empreendedor? O que, de fato, diferencia um “empreendedor de negócios” de um “empreendedor social”? Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 01Experiência 10 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Na aula passada, quando iniciamos o assunto, acompanhamos o exemplo fi ctício dos três vizinhos que decidiram investir numa nova atividade. Na de hoje, vamos conhecer as experiências reais de três conhecidos empreendedores de sucesso e estabelecer a principal diferença entre eles: Eliana Souza e Silva Quando sua família saiu da Paraíba para o Sudeste, Eliana Souza Silva tinha sete anos. Instalaram-se na favela Nova Holanda, no atual complexo da Maré, no Rio de Janeiro. O pai de Eliana era rigoroso e insistia que os fi lhos estudassem muito. Eliana, uma aluna aplicada, se envolveu no trabalho social na comunidade e, aos quinze anos, ela foi escolhida para participar de um grupo que pesquisava os problemas sociais dos moradores. Para Eliana, o grande problema foi a falta de educação de qualidade. Crianças que freqüentavam a escola durante sete anos [continuavam] analfabetas. Ela negociou com os professores de escolas públicas e organizou aulas de reforço, aplicando o método de alfabetização popular de Paulo Freire. Eliana e seus pares ensinaram as crianças a ler com instrumentos musicais emprestados, ajudando os alunos a associar palavras escritas com letras de música e ritmos. Eliana freqüentou a universidade pública e ao mesmo tempo dava aulas de alfabetização para adultos. Sendo uma liderança na comunidade, ela iniciou as primeiras eleições em Nova Holanda e foi eleita presidente da Associação de Moradores com apenas 22 anos. Após um bem-sucedido mandato como presidente no qual ela negociava com os setores do governo e empresas privadas para levar melhorias para as áreas de saneamento e eletrifi cação para os moradores, ela voltou a estudar e se tornou professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Na universidade, ela percebeu que havia poucos alunos moradores de favelas, porque a maioria não conseguia passar no vestibular. Pesquisou e descobriu que apenas 1% dos 150.000 moradores do complexo da Maré conseguia acesso ao ensino superior. Em 1995, ela reuniu um grupo de colegas ligados ao bairro e fundou o Centro de Estudos e Ação Solidária da Maré (CEASM) e implementou um modelo para revolucionar a educação no bairro. Primeiro atraía os estudantes para um programa rigoroso de preparação para o vestibular que ao mesmo tempo ensinava cidadania e responsabilidade social. Em poucos anos, CEASM colocou mais que 200 alunos em universidades públicas. Mas a entrada na faculdade é só o início. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 11 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Ao se matricularem na faculdade, os estudantes continuam nas atividades do CEASM e realizam pesquisas na comunidade sobre os problemas sociais e desenham projetos para solucioná-los. Aumentaram as atividades para envolver crianças das escolas públicas, cursos de informática, línguas, a Biblioteca Comunitária e o Projeto de Memória da Maré que recupera e registra a história da região, promovendo a identidade cultural dos moradores. Por meio da liderança de Eliana, CEASM desenvolveu mais de 14 projetos que benefi ciam mais de 3.000 pessoas nas 16 favelas que compõem o complexo da Maré, tornando CEASM uma referência nacional não somente por promover acesso ao ensino superior, mas também pelo uso da mobilização social e empoderamento de moradores de favelas como uma estratégia de revitalização intelectual e econômica da comunidade. CEASM emprega mais que 70 pessoas, 90% sendo residentes da Maré. A experiência do CEASM foi espalhada por outras comunidades do Rio e região de Cariri do estado de Paraíba. (NEURÔNIO..., 2008, extraído da Internet). David Portes Porto Alegre - Uma história de superação e sucesso foi apresentada nesta quinta-feira (15), em Porto Alegre, por David Portes – o vendedor de doces que começou seu negócio com R$ 12,00 e, 19 anos depois, mora em uma casa luxuosa na Barra (RJ), possui duas BMW, lojas e um restaurante que exigiu R$ 2 milhões em investimentos, entre outrosnegócios. Ele contou sua trajetória para empreendedores que circulam na área central da Capital gaúcha e que possuem uma realidade muito próxima ao seu começo empresarial... Com uma apresentação descontraída, Portes destacou para o público sua vida como cortador de cana-de-açúcar em Campos dos Goytacazes (no Norte Fluminense), a moradia nas ruas do Rio de Janeiro, a compra dos primeiros doces, a instalação da sua banca de guloseimas, o sucesso das vendas e as entrevistas em programas televisivos nos Estados Unidos. Performance que atribui ao seu senso de observação. “Devemos fazer as coisas acontecerem, criar valor do nada”, enfatiza. Hoje, Portes se destaca como consultor de marketing e vendas do Brasil e até no exterior. Para os próximos meses, por exemplo, tem agendas na África. Lá, 02Experiência Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 03Experiência 12 Empreendedorismo no Agronegócio A02 irá ensinar, assim como fez em Porto Alegre, as regras básicas para o sucesso de um empreendimento: “A dica é conhecer, encantar e surpreender sempre o cliente. Assim as vendas fi cam mais fáceis”, garante ele. Portes complementa que atitude e ousadia são as palavras que não podem sair do dicionário de um empreendedor. “Morei na rua e passei por muitas situações de difi culdade na vida, até construir uma carreira de sucesso, mas nunca desisti. Saber que você construiu, com luta e força, um negócio rentável e dentro da legalidade, é fundamental para a dignidade de um trabalhador. Além disso, ao arriscar no empreendedorismo e na inovação consegui conhe- cer diversas partes do mundo. Todos nós, trabalhadores, temos a oportuni- dade de crescer, basta arregaçar as mangas e ir à luta”, afi rma... (AGÊNCIA..., 2008, extraído da Internet). Figura 1 – Orgulho do passado: Márcio Cypriano, presidente do Bradesco, com os offi ce- boys do banco – as privações serviram de estímulo De offi ce-boy a presidente As histórias de superação que marcaram a vida de alguns dos executivos mais infl uentes do país Amauri Segalla, Denize Bacoccina e Lana Pinheiro VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 13 Empreendedorismo no Agronegócio A02 “Aos 12 anos, eu morava no bairro da Liberdade, no centro de São Paulo, e queria trabalhar de qualquer jeito. A molecada passava o dia jogando bola na rua, mas eu não via futuro naquilo. Meu pai era inspetor de polícia e minha mãe costurava para ajudar no orçamento de casa. Era uma vida dura, de muita difi culdade fi nanceira. Felizmente, consegui um emprego de offi ce-boy em um escritório de advocacia. Eu atendia o telefone, ia ao fórum entregar petições, buscava café para as visitas. Nunca tive vergonha disso. Pelo contrário, levava o trabalho muito a sério e tentava fazer o melhor possível. Se me pediam algo, eu tentava surpreender, procurava fazer mais do que o esperado. Nas horas vagas, aproveitava para estudar. Meu pai sempre bateu nessa tecla. Ele não teve muita oportunidade e sabia que o estudo era algo muito importante. Mais do que isso. Era uma questão de honra ter um fi lho estudado. Aos 14 anos, consegui um emprego numa seguradora. Eu dava expediente no setor de emissão de apólices. Passava o dia na máquina de escrever, datilografando. Com o dinheirinho que ganhava, dava para ajudar em casa. Eu queria subir na vida e, com 16 anos, arranjei um emprego melhor. Foi numa gravadora de discos. Comecei como divulgador. Eu ia às rádios levar os discos e tentava convencer o pessoal a tocá-los. Depois, passei a vender os discos diretamente nas lojas. Foi bom, aprendi a fazer negócio, desenvolvi um certo tino comercial. Mais tarde, fui ser vendedor de caminhão. Cheguei a vender 20 de uma vez só, um dos maiores negócios do setor na época. E olha que eu tinha só 21 anos! Investi o dinheiro em uma lanchonete chamada ‘Pops’, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Eu fazia de tudo. Comprava pães e frios, fazia depósitos no banco e até cheguei a atender o balcão. Mas eu não via futuro naquilo. Um colega de faculdade me indicou para um emprego no Banco da Bahia. Comecei como escriturário, em 1967. Seis anos depois, tomei um susto. O Banco da Bahia foi comprado pelo Bradesco. Recém-casado e com dívida para pagar de um apartamento que comprei, fi quei com medo de perder o emprego. Mas pensei comigo: ou ia para o olho da rua ou virava diretor do Bradesco. Felizmente, deu a segunda opção. Fui promovido pelo Bradesco a gerente da agência onde trabalhava, na Rua Maria Antônia. Depois, passei por várias agências e em todas elas os resultados sempre fi cavam acima da média. Em 1983, fui para a matriz do Bradesco. Fui gerente departamental, diretor-executivo-adjunto e vice-presidente. Em 1999, virei presidente. Como consegui chegar lá? Acho que tenho talento para trabalhar em equipe, para motivar pessoas. Consigo atrair todos para junto de mim, faço muito bem esse ombro a ombro. Sempre fui um cumpridor de metas. Também acho fundamental a pessoa ter força de vontade, determinação e muita, muita humildade. Quem tenta passar por cima dos outros, uma hora ou outra vai fi car pelo caminho. E um conselho fi nal: tenha objetivos positivos. Quem pensa só em coisas negativas, não chega a lugar nenhum.” (SEGALLA; BACOCCINA; PINHEIRO, 2008, extraído da Internet). Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Praticando... 4 14 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Características: Agora que conhece as três histórias, procure identifi car pelo menos três características empreendedoras em cada um dos personagens. Escreva sua reposta nos espaços em branco: 1. Eliana Souza e Silva, fundadora do CEASM Resposta comentada: Essa tarefa não foi nada difícil, não é? Com base apenas nas informações disponíveis no texto, já é possível identifi car uma série de características empreendedoras em cada um deles e algumas presentes, ao mesmo tempo, no três personagens. 2. David Portes, empresário: 3. Márcio Cypriano, presidente do Bradesco VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Praticando... 5 15 Empreendedorismo no Agronegócio A02 a) Eliana Silva teve iniciativa ao propor um trabalho de reforço escolar junto às crianças da favela onde morava, foi persistente ao dar continuidade aos próprios estudos, até se tornar professora universitária, mesmo diante de todas as difi culdades, e demonstrou comprometimento ao dar continuidade ao trabalho na comunidade, mesmo depois de ter atingido seu objetivo pessoal. b) David Portes também teve iniciativa ao aproveitar a oportunidade de iniciar um negócio com apenas R$ 12,00, possui uma boa rede de contatos, utilizando estratégias deliberadas para infl uenciar ou persuadir os outros, o que faz ao freqüentar programas de televisão e proferir palestras, além de demonstrar Independência e autoconfi ança, contando sua história de sucesso e tentando convencer outras pessoas. c) Márcio Cypriano, presidente do Bradesco, é outro exemplo de iniciativa, ao procurar o primeiro emprego,ainda muito jovem, com a intenção de mudar de vida.Qualidade e efi ciência são características que se mostram presentes no seu perfi l, ao tentar executar as tarefas sempre da melhor forma possível, mesmo quando ainda era um offi ce-boy, e o estabelecimento de metas, que ele sempre procura cumprir, defi nem mais uma importante característica empreendedora: o planejamento. Ainda analisando os três exemplos, é possível identifi car, que, apesar de algumas características comuns, os nossos personagens escolheram caminhos diferentes. Ou, em outras palavras, o que nós acompanhamos foram exemplos de três diferentes formas de empreendedorismo. Empreendedorismo de Negócios, Empreendedorismo Social e Intra-empreendedorismo. Identifi que, nos espaços em branco, qual dos personagens se encaixa em cada uma delas: Empreendedorismo de Negócios ____________________________________ Empreendedorismo Social _________________________________________ Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 16 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Intra-empreendedorismo _____________________________________ Na vida real... Os exemplos estudados até agora se referem a pessoas conhecidas nacionalmente, por suas iniciativas empreendedoras, e que nos surpreendem com suas histórias de sucesso. Mas nem todos os empreendedores são famosos e possuem histórias publicadas em revistas ou em páginas na Internet. Você pode identifi car, na prática, empreendedores “escondidos” na sua rua ou em seu bairro, pequenos comerciantes, líderes comunitários, trabalhadores autônomos, etc. Pense nas pessoas que você conhece e tente identifi car alguém que você considera ter esse perfi l. Depois, procure essa pessoa e faça uma breve entrevista, perguntando sobre o início da atividade, seus projetos para o futuro, sua principal motivação. Não esqueça de contar essa história (de forma resumida), no espaço abaixo, e identifi car no seu exemplo o tipo de empreendedorismo que caracteriza o seu entrevistado. Isso vai servir para você internalizar o aprendizado. Fique atento: Embora estejamos falando de “três diferentes formas de empreender”, isso não quer dizer que elas só existam separadamente. Alguns empreen- dedores de negócios, por exemplo, podem contribuir de forma signifi cativa com a sociedade na qual estão inseridos. E um intra-empreendedor tam- bém pode utilizar as experiências de sucesso no trabalho e partir para o próprio negócio. O importante, em qualquer situação, é o comportamento empreendedor. Leituras complementares SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/paginaInicial>. Acesso em: 22 jul. 2008. Existem muitas instituições que desenvolvem trabalhos e/ou que fornecem informações sobre empreendedorismo. Uma instituição de referência, quando o assunto é “empreendedorismo de negócios”, é o SEBRAE, apresentado na aula passada. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 17 Empreendedorismo no Agronegócio A02 ASHOKA: empreendedores sociais. Disponível em: <http://ashoka.org.br/>. Acesso em: 22 jul. 2008. Outra importante referência, agora sobre “empreendedorismo social”, é a ASHOKA. Para saber mais sobre a ASHOKA e sobre “empreendedorismo social”, siga o link anteriormente mencionado. Para saber mais... “A Ashoka é uma organização mundial, sem fi ns lucrativos, pioneira no tra- balho e apoio aos empreendedores sociais - pessoas com idéias criativas e inovadoras capazes de provocar transformações com amplo impacto social. Criada há 25 anos pelo norte-americano Bill Drayton, a Ashoka teve seu primeiro foco de atuação na Índia. Presente em 60 países e no Brasil desde 1986, a Ashoka é pioneira na criação do conceito e na caracterização do empreendedorismo social como campo de trabalho”. Fonte: <http://www.ashoka.org.br/main.php?var1=left&var2=srb>. Acesso em: 09 jun. 2008. Na aula de hoje, procuramos fazer com que você se sentisse um pouco mais familiarizado com o tema e também que aprendesse um pouco mais sobre as diferentes formas de empreender. Agora você já sabe que o “empreendedorismo de negócios” pode ser defi nido como o comportamento empreendedor vinculado a um negócio, uma empresa, um empreendimento. É quando você tem uma boa idéia e a transforma num negócio lucrativo. E que o “empreendedorismo social” possui características muito parecidas com “empreendedorismo de negócios”; a diferença está na missão social, cujo objetivo fi nal não é a geração de lucro, mas o impacto social. A diferença está na sua motivação, que é a transformação de uma realidade social, ao invés da obtenção de lucros. Já o intra-empreendedorismo pode ser defi nido simplesmente como “empreender dentro das empresas”. É o empregado que apresenta idéias, soluções, projetos e coloca essas idéias em ação. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Auto-avaliação 18 Empreendedorismo no Agronegócio A02 Estamos chegando ao fi nal da nossa 2ª aula. E você, já consegue explicar com suas palavras qual a diferença entre “empreendedorismo de negócios”, “empreendedorismo social” e intra-empreendedorismo”? “Empreendedorismo de negócios” é___________________________________ ________________________________________________________________ “Empreendedorismo social” é_________________________________________ ________________________________________________________________ “Intra-empreendedorismo” é__________________________________________ ________________________________________________________________ Na próxima aula, vamos conhecer um pouco da história e da situação atual do empreendedorismo no Brasil. Em sua opinião, o povo brasileiro é empreendedor? Conversaremos sobre isso na próxima aula. Até lá. Referências AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS. História de superação encanta empreendedores de Porto Alegre, 15 maio 2008. Empreendedorismo. Disponível em: <http://asn.interjornal. com.br/noticia.kmf?noticia=7249218&canal=289&total=510&indice=0>. Acesso em: 22 jul. 2008. ASHOKA: empreendedores sociais. Disponível em: <http://ashoka.org.br/>. Acesso em: 22 jul. 2008. BANCA DO DAVID. Disponível em: <http://www.davidportes.com.br/>. Acesso em: 22 jul. 2008. DOLABELA, F. A ofi cina do empreendedor. São Paulo: Cultura, 1999 VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Anotações 19 Empreendedorismo no Agronegócio A02 ISTOÉ DINHEIRO. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoedinheiro/>. Acesso em: 22 jul. 2008. MICHAELIS. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. [S. l.]: Editora Melhoramentos, 2007. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/michaelis/>. Acesso em: 22 jul. 2008. NEURÔNIO CONSULTORIA. Disponível em: <http://www.neuronioconsultoria.com.br>. Acesso em: 22 jul. 2008. ______. Empreendedorismo social. Adaptado do The Meaning of Social Entrepreneurship. Fonte: <http://www.neuronioconsultoria.com.br/consultoria/arquivos/O_que_e_ Empreendedorismo_Social.doc>. Acesso em: 5 hun. 2008.SEGALLA, Amauri; BACOCCINA, Denize; PINHEIRO, Lana. O boy chegou lá: as histórias de superação que marcaram a vida de alguns dos executivos mais infl uentes do país. Istoé Dinheiro, 30 maio 2008. Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoedinheiro/ edicoes/557/artigo91037-1.htm>. Acesso em: 22 jul. 2008. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/paginaInicial>. Acesso em: 22 jul. 2008. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Anotações 20 Empreendedorismo no Agronegócio A02 VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 03 Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva C U R S O T É C N I C O E M P E S C A Empreendedorismo no Brasil e no Mundo EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 1 Empreendorismo do Agronegócio A03 Você ve rá por aqu i... Objetivo Na aula passada, conhecemos a experiência de três empreendedores brasileiros que se destacaram por suas idéias e conquistas. Mas essas histórias tiveram seu início já faz algum tempo (ou algumas décadas). E se fosse nos dias de hoje? Ainda há espaço para o empreendedorismo nos dias atuais? E quanto ao povo brasileiro? Afi nal, o povo brasileiro é mesmo empreendedor? Continuando nossa “jornada empreendedora”, nesta aula trataremos de responder a essas e a outras perguntas, conhecendo aspectos importantes que marcaram a história do empreendedorismo no Brasil e no mundo. Conhecer fatos importantes que marcaram a história do empreendedorismo no Brasil e no mundo. Identifi car a situação atual do Brasil em relação a outros países, quando o assunto é empreendedorismo. Perceber a diferença entre “empreendedorismo por necessidade” e “empreendedorismo por oportunidade”. Entender por que o empreendedorismo tem se transformado numa opção no atual mercado de trabalho do mundo globalizado. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 1Praticando... 2 Empreendorismo do Agronegócio A03 Relembrando... Nós já aprendemos, na aula 1, que o empreendedorismo, como comporta- mento, existe desde que o homem surgiu e passou a viver em sociedade. Também ouvimos falar que a utilização do termo “empreendedorismo” é mais recente, sendo Richard Cantillon, importante escritor e economista do século XVII, considerado por muitos como um dos criadores do termo, tendo sido um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assume ris- cos), do capitalista (aquele que fornecia o capital). Com o passar do tempo, porém, o empreendedorismo deixou de ser objeto de estudo exclusivo dos economistas e passou a receber contribuições de outras ciências, como a psicologia e a sociologia, que agregaram outras defi nições ao termo. Desde que o termo foi utilizado pela primeira vez, no século XVII, até os dias de hoje, o que se pensava e o que se escrevia sobre empreende- dorismo já mudou muito. Mas, o mundo do século XVII, comparado ao mundo de hoje, também sofreu grandes mudanças, você concorda? Você consegue identifi car algumas dessas mudanças? Quais? Empreendedorismo mundo afora... Nosso objetivo agora não é discutir quem é empreendedor ou o que é empreendedorismo, porque já sabemos que não existe consenso quando se trata desse assunto, e também porque, a essas alturas do campeonato, já elaboramos nosso próprio conceito. Nossa atenção, na aula de hoje, estará voltada para alguns acontecimentos históricos que têm contribuído para fazer do empreendedorismo, cada vez mais, um assunto atual e de grande importância para a vida das pessoas, em especial para os jovens que em breve estarão entrando no mercado de trabalho. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Responda aqui 3 Empreendorismo do Agronegócio A03 Você pode ter identifi cado inúmeras mudanças que certamente ocorreram no desenvolvimento da humanidade nesse espaço de tempo. Algumas, porém, são mais facilmente identifi cáveis, pois modifi caram de forma substancial o modo de vida das pessoas. Estamos falando de... Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Tecnologia Inovação Tecnológica 4 Empreendorismo do Agronegócio A03 ... isso mesmo, estamos falando de tecnologia. Mais precisamente, de inovações tecnológicas. Como você pôde observar nas ilustrações, bastante sugestivas, ou nos conceitos em destaque ao longo do texto, estamos falando em fazer as coisas melhor, de forma mais rápida ou mais barata, de modo que esse novo produto ou esse novo “modo de fazer” possa gerar benefícios, seja no aumento da produtividade, na redução de custos de produção, na agregação de valor a produtos já existentes, ou, simplesmente, na melhoria da qualidade de vida das pessoas. A inovação é o instrumento específi co dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente [...]” (DRUKER, 1991). Inovação tecnológica – “Considera-se inovação tecnológica a concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado”. (BRASIL, 2003, extraído da Internet). “[...]aplicação de conhecimentos com fi ns práticos; ciência aplicada, principalmente para aumentar a produtividade. Processo, invenção ou método tecnológico” (SACCONI, 1996). VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 2Praticando... 5 Empreendorismo do Agronegócio A03 Seguindo adiante... Sabemos que as inovações tecnológicas exercem papel fundamental nas mudanças que ocorrem nos campos da economia e da política, impulsionando o progresso, transformando a vida das pessoas e, muitas vezes, gerando confl itos. Isso ocorre cada vez mais em função da complexidade e da velocidade com que novos produtos vêm sendo colocados e substituídos no mercado. No início do século 20, por exemplo, estima-se que um novo produto chegava a ter um ciclo de vida de até 50 anos no mercado, até que fosse substituído por outro, melhor ou mais moderno. Nos dias de hoje, um novo produto pode ter um ciclo de vida de alguns meses apenas, até que seja substituído. Logo, o empreendedor do século XXI precisa ser ainda mais rápido e criativo para acompanhar as mudanças e “sobreviver” a elas. Agora que você já sabe o que são inovações tecnológicas, procure lembrar, e escreva nos espaços abaixo, pelo menos 05 (cinco) produtos que você conhece e que já foram substituídos no mercado. Exemplo: Vídeo-cassete substituído por aparelho de DVD _______________________ substituído por ________________________ _______________________ substituído por ________________________ _______________________ substituído por_______________________ _______________________ substituído por ________________________ _______________________ substituído por ________________________ Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 6 Empreendorismo do Agronegócio A03 E não é só isso... Os Avanços tecnológicos, por sua vez, acabaram desencadeando outro importante processo, conhecido como globalização. Globalização Não existe uma defi nição que seja aceita por todos, mas é basicamente um processo ainda em curso de integração de economias e mercados nacionais. No entanto, ela compreende mais do que o fl uxo monetário e de mercadoria; implica a interdependência dos países e das pessoas, além da uniformização de padrões e está ocorrendo em todo o mundo, também no espaço social e cultural. É chamada de “terceira revolução tecnológica” (processamento, difusão e transmissão de informações) e acredita-se que a globalização defi ne uma nova era da história humana (BRASIL ESCOLA, 2008, extraído da Internet). A globalização é um tema bastante polêmico, objeto de estudo de vários autores, das mais diferentes áreas do conhecimento. Na prática, esse fenômeno está presente diariamente em nossas vidas, quando compramos um produto, por mais simples que seja, mas que foi produzido do outro lado do planeta, ou quando pagamos mais caro ou mais barato por determinado alimento, em função da “crise” ou da superprodução na safra desse mesmo alimento, em algum país distante; quando ligamos o aparelho de televisão, fabricado por uma empresa transnacional, ou assistimos a um seriado de sucesso, produzido em outro país, em outro idioma e traduzido para o português. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 7 Empreendorismo do Agronegócio A03 O fato é que o avanço tecnológico, a globalização, a velocidade com que as transformações vêm ocorrendo, de forma cada vez mais complexa, têm afetado, sobretudo, as relações de trabalho e de produção. Na imagem acima, do fi lme Tempos Modernos de Charles Chaplin, é questionada a relação do homem com a máquina. E a verdade é que essa relação está se tornando cada vez mais complexa. Com o avanço da tecnologia, muitos postos de trabalho, funções antes exercidas por pessoas, agora estão automatizadas, e um processo que antes precisava de uma equipe de 5 pessoas para ser completado, agora é de responsabilidade de uma única pessoa, que tem a função de apertar um botão. Figura 1 - Tempos modernos (Charles Chaplin) Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .fl ic kr .c om /p ho to s/ de sc on he ci - do /3 7 6 3 2 7 0 3 5 /> . Ac es so e m : 4 ju l. 2 0 0 8 . Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 3Praticando... 8 Empreendorismo do Agronegócio A03 E os empreendedores? Bem, para os empreendedores de negócios, essas transformações podem signifi car, ao mesmo tempo, difi culdades ou oportunidades. Se um produto ou serviço produzido ou ofertado do outro lado do planeta pode vir a concorrer com o seu, por outro lado, um bom produto ou serviço pode disputar mercados também em outros países. Se o ciclo de vida dos produtos no mercado está cada vez mais curto, com empenho e criatividade um pequeno empreendedor pode descobrir como produzir um mesmo produto de forma mais rápida ou mais barata, criando, assim, um diferencial. Isso mesmo, a palavra de ordem, para o pequeno empreendedor, é diferencial. O seu produto ou serviço precisa de algo que o diferencie dos outros, tornando-o mais atrativo e vantajoso. Esse diferencial pode estar na qualidade do produto, na embalagem, no conforto do usuário, nas condições de pagamento, no prazo de entrega, no design inovador ou na forma de atendimento aos clientes, entre muitas outras opções. Você já reparou que os produtos utilizados no seu dia-a-dia, anunciados na televisão ou expostos nos supermercados tentam chamar a sua atenção para o diferencial em relação à concorrência? Abaixo estão relacionados três produtos que certamente você tem em casa. Observe-os e descreva qual o seu diferencial, ou seja, qual o apelo do fabricante, as qualidades que ele tenta ressaltar nesse produto em relação à concorrência: Escova de dentes diferencial: _____________________________________________________________ Desodorante diferencial: _____________________________________________________________ Margarina/manteiga diferencial: _____________________________________________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Empreendedorismo por necessidade Empreendedorismo por oportunidade 9 Empreendorismo do Agronegócio A03 De volta aos empreendedores... Agora que já exercitamos nossa percepção sobre o diferencial de alguns produtos (que devem ter um bom diferencial, pois você os comprou, ao invés das marcas concorrentes), vamos conversar sobre a situação do empreendedor de negócios frente à redução provocada nos postos de trabalho, entre outros fatores, pelos avanços na tecnologia. É justamente a redução no número de postos de trabalho que gera o desemprego, fator que impulsiona muitos empreendedores e não-empreendedores a abrir seu próprio negócio. Estamos falando do empreendedorismo pornecessidade. Por outro lado, um empreendedor também pode ser impulsionado a abrir seu próprio negócio em função da identifi cação de uma boa oportunidade. Como o próprio nome já diz, estamos falando do empreendedorismo por oportunidade. O empreendedorismo por necessidade ocorre quando o empreendedor é motivado pela falta de alternativas satisfatórias de ocupação e renda. Nesse caso, a palavra de ordem é a necessidade. O empreendedorismo por oportunidade ocorre quando o empreendedor é motivado pela percepção de que uma boa idéia pode se transformar numa oportunidade de negócio e passa a investir nesse negócio. A palavra de ordem, nesse caso, é a motivação. Fique atento: Há uma grande diferença entre uma idéia e uma oportunidade... Não saber distinguir entre uma idéia e uma oportunidade é uma das grandes causas de insucesso. A confusão entre idéia e oportunidade é muito comum entre os empreendedores iniciantes. Identifi car e agarrar uma oportunidade são, por excelência, a grande virtude do empreendedor de sucesso. É necessário que o pré-empreendedor desenvolva essa capacidade, praticando-a sempre. Atrás de uma oportunidade sempre existe uma idéia, mas somente um estudo de viabilidade, que pode ser feito através de um Plano de Negócios, indicará seu potencial de se transformar em um bom negócio (DOLABELA, 1999). Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 4 Responda aqui Praticando... 10 Empreendorismo do Agronegócio A03 Na aula passada, você identifi cou alguns empreendedores na sua rua ou no seu bairro. Também identifi cou as formas de empreendedorismo a que se referiam (empreendedorismo de negócios; empreendedorismo social ou intra-empreendedorismo). No espaço abaixo, identifi que os empreendedores de negócios entrevistados e qual a sua principal motivação ao abrir o próprio negócio. São empreendedores por oportunidade ou por necessidade? Não esqueça de justifi car suas respostas. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 11 Empreendorismo do Agronegócio A03 E o empreendedorismo no Brasil? Ao falarmos em empreendedorismo no Brasil, não podemos deixar de falar de um famoso personagem, conhecido como o “primeiro grande empreendedor brasileiro”. Trata-se de Irineu Evangelista de Souza, o “Barão de Mauá”, cuja biografi a vale a pena conhecer: Barão de Mauá (1813 - 1889) Irineu Evangelista de Souza - Notável empresário, industrial, banqueiro, político e diplomata brasileiro, nascido em Arroio Grande, município de Jaguarão, RS, um símbolo dos capitalistas empreendedores brasileiros do século XIX. Órfão de pai, viajou para o Rio de Janeiro, RJ, em companhia de um tio, capitão da marinha mercante e, aos 11 anos, empregou-se como balconista de uma loja de tecidos. Passando a trabalhar na fi rma importadora de Ricardo Carruthers (1830), este lhe ensinou inglês, contabilidade e a arte de comerciar. Aos 23 anos tornou-se gerente e, logo depois, sócio da fi rma. A viagem que fez à Inglaterra em busca de recursos (1840), convenceu-lhe de que o Brasil deveria caminhar para a industrialização. Iniciando, sozinho, à frente do ousado empreendimento de construir os estaleiros da Companhia Ponta da Areia, fundou a indústria naval brasileira (1846), em Niterói, RJ, e, em um ano, já tinha a maior indústria do país, empregando mais de mil operários e produzindo navios, caldeiras para máquinas a vapor, engenhos de açúcar, guindastes, prensas, armas e tubos para encanamentos de água. Da Ponta da Areia saíram os navios e canhões para as lutas contra Oribe, Rosas e López. A partir de então, dividiu-se entre as atividades de industrial e banqueiro. Foi pioneiro no campo dos serviços públicos: fundou uma companhia de gás para a iluminação pública do Rio de Janeiro (1851), organizou as companhias de navegação a vapor no Rio Grande do Sul e no Amazonas (1852), implantou a primeira estrada de ferro, da Raiz da Serra à cidade de Petrópolis RJ (1854), inaugurou o trecho inicial da União e Indústria, primeira rodovia pavimentada do país, entre Petrópolis e Juiz de Fora (1854), realizou o assentamento do cabo submarino (1874) e muitas outras iniciativas. Em sociedade com capitalistas ingleses e cafeicultores paulistas, participou da construção da Recife and São Francisco Railway Company, da ferrovia dom Pedro II (atual Central do Brasil) e da São Paulo Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 12 Empreendorismo do Agronegócio A03 Railway (hoje Santos-Jundiaí). Iniciou a construção do canal do mangue no Rio de Janeiro e foi o responsável pela instalação dos primeiros cabos telegráfi cos submarinos, ligando o Brasil à Europa. No fi nal da década de 1850, o visconde fundou o Banco Mauá, MacGregor & Cia, com fi liais em várias capitais brasileiras e em Londres, Nova Iorque, Buenos Aires e Montevidéu. Liberal, abolicionista e contrário à Guerra do Paraguai, forneceu os recursos fi nanceiros necessários à defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões do Prata (1850) e, assim, tornou-se persona non grata no Império. Suas fábricas passaram a ser alvo de sabotagens criminosas e seus negócios foram abalados pela legislação que sobretaxava as importações. Foi deputado pelo Rio Grande do Sul em diversas legislaturas, mas renunciou ao mandato (1873) para cuidar de seus negócios, ameaçados desde a crise bancária (1864). Com a falência do Banco Mauá (1875), o visconde viu-se obrigado a vender a maioria de suas empresas a capitalistas estrangeiros. Doente, minado pelo diabetes, só descansou depois de pagar todas as dívidas, encerrando, com nobreza, embora sem patrimônio, a Biografi a desse grande empreendedor. Ao longo da vida recebeu os títulos de barão (1854) e visconde com grandeza (1874) de Mauá. Fonte: <http://www.dec.ufcg.edu.br/biografi as/IrineuEv.html>. Acesso em: 30 jun. 2008. Apesar de emblemático, o “Barão de Mauá” não é o único personagem a se destacar no cenário dos grandes empreendedores brasileiros. Nas sugestões de leituras, você encontrará a referência de publicações que tratam da história de vida dos principais personagens que se destacaram e vêm se destacando na história do empreendedorismo no Brasil. Vale a pena conferir. Mas, como já conversamos anteriormente, nem todos os empreendedores são famosos. E o povo brasileiro, de modo geral, é mesmo um povo empreendedor? Em se tratando do empreendedorismo de negócios, o que você acha que ocorre mais no Brasil: empreendedorismo por necessidade ou empreendedorismo por oportunidade? Leia o artigo abaixo e tente responder a essas perguntas: VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 13 Empreendorismo do Agronegócio A03 Pesquisa GEM constata 15 milhões de empreendimentos em estágio inicial no Brasil SÃO PAULO - A taxa de empresas em estágio inicial cresceu de 11,6% em 2006 para 12,72% em 2007, o que equivale a 15 milhões de empreendimentosem estágio inicial em todo o País. O resultado faz parte da pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que mede as taxas de empreendedorismo no mundo e foi divulgada nesta quarta-feira (19) pelo Sebrae. Graças aos números positivos, no ano passado o Brasil se aproximou mais dos principais países empreendedores, passando do 10º lugar para 9º no ranking global. O último valor da Taxa de Empresas Iniciais (TEA) brasileira é semelhante à média dos últimos seis anos da participação do Brasil na pesquisa, que é de 12,8%. Ao se comparar esse valor à média da TEA dos países que participaram de todas as coletas entre 2001 e 2007, pode-se observar que a taxa média brasileira permanece sistematicamente acima da média mundial, que é de 9,07%, que corresponde a cerca de 222 milhões de empreendedores iniciais em todo o mundo. Países Os 15 milhões de empreendedores iniciais equivalem a 12,72% da população adulta de 118 milhões de brasileiros com 18 a 64 anos de idade. Nesta edição, a pesquisa GEM permaneceu trabalhando com duas categorias de ranking. Uma delas é a taxa de empreendedores em estágio inicial, medida a partir da pesquisa com a população adulta que está ativamente envolvida na criação de novos negócios ou à frente de empresas com no máximo três anos e meio de existência. A outra categoria se refere ao universo de empresas estabelecidas há, pelo menos, três anos e meio. Na categoria de empreendedores iniciais, os países mais empreendedores são Tailândia (26,87%), Peru (25,89%), Colômbia (22,72%), Venezuela (20,16%), República Dominicana (16,75%), China (16,43%), Argentina (14,43%) e Chile (13,43%). Já os oito países menos empreendedores são Japão (4,34%), Suécia (4,15%), Romênia (4,02%), França (3,17%), Bélgica (3,15%), Porto Rico (3,06%), Rússia (2,67%) e Áustria (2,44%). Já na categoria de empresas estabelecidas, o Brasil fi cou em 6º lugar (9,94%). A Tailândia (21,35%) e o Peru (15,25%) também lideram esta categoria, seguido da Grécia (13,31%), Colômbia (11,56%) e Argentina (9,96%). Entre os países com menos empresas estabelecidas estão Porto Rico (2,40%), Israel (2,36%), França (1,74%), Rússia (1,68%) e Bélgica Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 14 Empreendorismo do Agronegócio A03 (1,40%). A pesquisa permitiu concluir que Brasil, China e Peru, com taxas de empreendedorismo superiores a 10, têm garantido lugar entre as economias mais dinâmicas do mundo quanto ao empreendedorismo. Empreendedores por oportunidade, e não necessidade O GEM também diferencia empreendedores em função de sua motivação para ter um negócio próprio, separando-os entre empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. No Brasil, o empreendedorismo por oportunidade vem crescendo desde 2003, atingindo 57% população de empreendedores iniciais, percentual que equivale a cerca de 8 milhões de iniciativas. Conseqüentemente, houve, no mesmo período, redução no número de empreendedores por necessidade, representando 43% (aproximadamente 7 milhões de iniciativas) do total de empreendedores iniciais. Proporcionalmente, para cada indivíduo que empreende por oportunidade, existe outro que o faz por necessidade. Segundo o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Luiz Carlos Barboza, o aumento no nível de empreendedorismo tem a ver com a saúde da economia brasileira, além do elevado espírito empreendedor dos brasileiros. “Depois de algumas décadas, o Brasil está experimentando um período de crescimento continuado”. Ele acredita que os pequenos negócios, notadamente os nascentes, são mais susceptíveis às variações da economia. São os primeiros a sentir os efeitos de queda de consumo ou difi culdades de crédito, portanto. No entanto, quando a economia vai bem, os negócios sobrevivem mais, estimulando outras pessoas a empreenderem. Fonte: <http://web.infomoney.com.br/templates/news/view.asp?codigo=989161&path=/seunegocio/>. Acesso em: 4 jul. 2008. O que é: GEM BRASIL Considerado como a mais abrangente pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, o Global Entrepreneurship Monitor - GEM é executado no Brasil desde o ano 2000 pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP). Os resultados da pesquisa e seus estudos derivados vêm propiciando que, de forma comparativa, os diversos países envolvidos nas pesquisas – até hoje mais de 50 (o que representa aproximadamente 90% do PIB mundial e dois terços da população mundial) – possam formular e avaliar suas políticas VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 5 Responda aqui Praticando... 15 Empreendorismo do Agronegócio A03 e programas baseados em dados concretos. Na esfera Internacional, o GEM, atualmente administrado por uma holding - Global Entrepreneurship Research Association (GERA), fortemente ligada às suas duas instituições fundadoras, London Business School (Londres) e Babson College (Boston), vem se aprimorando continuamente. Uma estrutura mais profi ssional e completa de governança foi constituída, bem como a equipe de gestão da pesquisa propriamente dita, foi reforçada tecnicamente. Relações Internacionais com outros órgãos de pesquisa e organismos internacionais foram fi rmados, posicionando o GEM em um importante espaço de infl uência no cenário mundial no que diz respeito à produção e divulgação de informações sobre os processos de criação e gestão de novos negócios no mundo. O GEM amplia sua proposta e ascende do patamar de simples pesquisa para se tornar o fórum global do pensamento, pesquisa e ação no ambiente do empreendedorismo. Esse movimento internacional refl ete-se não apenas nos procedimentos, ferramentas e análises da pesquisa, proporcionando maior robustez e confi abilidade aos conteúdos gerados, mas também nas iniciativas e dinâmicas das organizações que coordenam o GEM nos países. No Brasil, o GEM tem constituído uma rica base de dados e análises cuja capacidade de descrição e avaliação das tendências do comportamento deste fenômeno no País tem subsidiado os mais variados agentes atuantes na área, na avaliação e formulação de políticas e programas. Fonte: <http://www.gembrasil.org.br/home/pag=detalheProjeto&id=1&PHPSESSID=de795a62608199c7664b016 7fe18f3e5>. Acesso em: 24 jun. 2008. Utilizando exemplos reais do seu Município, escreva, no espaço abaixo, porque, na sua opinião, o povo brasileiro é (ou não é) um povo “empreendedor”: Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 16 Empreendorismo do Agronegócio A03 Leituras complementares Para saber mais sobre os assuntos abordados nesta aula, você pode consultar as referências a seguir. MARCOVITCH, Jacques . Pioneiros e empreendedores: a saga do desenvolvimento no Brasil. São Paulo: EDUSP, 2003. ______ . Pioneiros e empreendedores 2: a saga do desenvolvimento no Brasil. São Paulo: EDUSP, 2005. Sobre Globalização e Empreendedorismo no Brasil, você também pode acessar alguns sites da Internet: TERRA. Educação. História. Século XX. Globalização, ontem e hoje. Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/voltaire/seculo/2002/10/10/002.htm>. Acesso em: 4 ago. 2008. PROGRAMA EMPREENDEDORISMO. Disponível em: <www.gembrasil.org.br>.Acesso em: 4 ago. 2008. Na aula de hoje, nós aprendemos que o empreendedorismo é um tema bastante atual, mundialmente conhecido e debatido, principalmente porque fenômenos como a globalização e os crescentes avanços da tecnologia têm causado mudanças nas relações de produção e de trabalho, o que ocasiona o surgimento de novas iniciativas empreendedoras, diariamente, em todo o mundo. Seja por necessidade, quando a abertura de um negócio próprio passa a ser uma necessidade para a própria sobrevivência; ou por oportunidade, quando o empreendedor identifi ca uma boa oportunidade de negócios e se sente motivado a entrar no mercado com essa perspectiva. Também conhecemos a história de um dos pioneiros do empreendedorismo no Brasil, o “Barão de Mauá”, e acompanhamos alguns dos resultados da pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada em 2007, que fala de números e tendências do empreendedorismo no Brasil. Conhecer essas realidades e manter-se atualizado sobre o assunto é muito importante para quem estará, em breve, no mercado de trabalho como Técnico em Pesca/Aqüicultura. E por falar em pesca ou aqüicultura, na próxima aula vamos entrar na Unidade de Conteúdo 2, que fala de empreendedorismo e agronegócio, fechando, assim, o ciclo teórico dessa nossa disciplina, que é “Empreendedorismo no Agronegócio”. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Auto-avaliação 17 Empreendorismo do Agronegócio A03 1) Agora que você já sabe um pouco mais sobre as mudanças que vêm ocorrendo nesse nosso mundo “globalizado”, procure pesquisar, na Internet, ou ainda através dos materiais disponíveis nas outras disciplinas do Curso, qual a situação atual do setor Pesqueiro (aqüícola) nos cenários mundial, nacional e também na sua Região? Esse setor está estagnado? Está em crescimento? 2) Você, como empreendedor, conseguiria identifi car alguma oportunidade de negócio nesse segmento? O que pode ser feito melhor, de forma mais rápida ou mais barata, comparado às técnicas atualmente utilizadas nos processos de produção, armazenamento, transporte, embalagem e comercialização desses produtos? Visite o mercado de peixe do seu Município e procure encontrar o “seu” produto. Boa sorte, empreendedor! Referências BRASIL. Ministério da Fazenda. Decreto nº 4.928, de 23 de dezembro de 2003. Regulamenta os incentivos fi scais relativos aos dispêndios realizados com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica de produtos de que tratam os arts. 39, 40, 42 e 43 da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e dá outras providências. Brasília, 2003. BRASIL ESCOLA. Globalização. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/ geografi a/globalizacao.htm>. Acesso em: 1 ago. 2008. DOLABELA, F. A ofi cina do empreendedor. São Paulo: Cultura, 1999. DRUKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor. 3. ed. São Paulo: Editora Cengage, 1991. MICHAELIS. Moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2007. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/>. Acesso em: 4 ago. 2008. PROGRAMA EMPREENDEDORISMO. GEM Brasil. Disponível em: <http://www. gembrasil.org.br/home/pag=detalheProjeto&id=1&PHPSESSID=de795a6260819 9c7664b0167fe18f3e5>. Acesso em: 24 jun. 2008. SACCONI, Luiz Antonio. Minidicionário Sacconi da língua portuguesa. São Paulo: Atual, 1996. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Anotações 18 Empreendorismo do Agronegócio A03 VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Anotações 19 Empreendorismo do Agronegócio A03 Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Anotações 20 Empreendorismo do Agronegócio A03 VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 04 Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva C U R S O T É C N I C O E M P E S C A O que é Agronegócio? Empreendorismo no Agronegócio VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfico Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfica Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva equipe sedis | universidade do rio grande do norte – ufrn Projeto Gráfico Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 1 Empreendorismo no Agronegócio A04 Você ve rá por aqu i... Objetivo Na aula de hoje, temos uma novidade: depois de muita conversa sobre empreendedorismo e empreendedores, vamos nos deter a um tema cujo entendimento é vital para o bom desempenho do profi ssional técnico em aqüicultura ou pesca – o Agronegócio. Embora exista muita polêmica acerca desse tema, em função de diferentes interpretações e do modelo de desenvolvimento que ele representa, vamos nos deter ao seu signifi cado como “o conjunto de todas as ações comerciais que envolvem as atividades relacionadas à pesca/aqüicultura” e à importância de uma visão empreendedora por parte de todos aqueles que atuam nessa atividade. Vamos começar? Conhecer o conceito de “agronegócio”. Perceber os diferentes signifi cados desse conceito, dependendo do contexto em que é utilizado ou das diferentes correntes de pensamento que a ele se referem. Identifi car possibilidades reais de atuação no agronegócio da pesca/ aqüicultura, de acordo com a realidade da sua Região. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 2 Empreendorismo no Agronegócio A04 Afi nal, o que é agronegócio? O termo agronegócio , assim como ocorre com o empreendedorismo, não possui unanimidade na sua defi nição. Para entendermos um pouco mais sobre ele, vamos conceituar duas palavras básicas, a partir da qual ele se originou: Agrícola – adj. m. e f. Relativo à agricultura ou ao agricultor. Negócio – s.m. [...] 2. Relações comerciais, negociação [...] (MICHAELIS, 2001, extraído da Internet).O conceito de Agronegócio surge em 1957, quando John Davis e Ray Goldberg, pesquisadores norte-americanos, defi nem o conceito de Agribusiness como: “a soma das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles” (CRUVINE; MARTIN NETO, 1999). VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 1Praticando... 3 Empreendorismo no Agronegócio A04 Para entender melhor, procure identifi car, na prática, como o pescado consumido na sua casa é capturado e quantas pessoas/processos estão envolvidos nessa atividade, até que ele chegue à sua mesa. Será que são mais ou menos de 5? 1) _____________________________________________________________ 2) _____________________________________________________________ 3) _____________________________________________________________ 4) _____________________________________________________________ 5) _____________________________________________________________ Resumindo: quando falamos no “agronegócio da pesca”, por exemplo, estamos falando de todas as operações, ou seja, tudo o que envolve essa atividade, desde a captura do pescado até o mesmo chegar ao seu destino fi nal, que é o consumidor. Mas será que tudo começa mesmo com a captura? Bem, se você mora numa comunidade pesqueira onde o pescado é comercializado diretamente pelos pescadores, sem a presença de atravessadores ou outros canais de comercialização, certamente, o número de atores envolvidos nesse processo será menor. Ainda assim, você deve levar em consideração quais os apetrechos de pesca utilizados na captura e se o pescador utilizou algum tipo de embarcação. Nesse caso, os atores envolvidos na fabricação e comercialização desses apetrechos e/ou da embarcação também fazem parte do processo. E se o pescador obteve algum tipo de fi nanciamento para adquirir a sua embarcação, por exemplo, temos uma Agência de Financiamento (provavelmente uma instituição bancária), além do Órgão Governamental responsável pela política pública que permitiu ao pescador o acesso ao referido fi nanciamento. E se ele utiliza um congelador, gelo ou sal para conservar o seu pescado, temos mais alguns atores envolvidos. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 4 Empreendorismo no Agronegócio A04 Percebeu como o número de atores envolvidos numa atividade pode ser muito maior do que se imagina? E quanto mais complexos os processos de captura e/ou de comercialização, maior será esse número. Se o pescado, ao invés de ser comercializado diretamente pelo pescador, for comercializado através de um supermercado de uma grande cidade, por exemplo, temos envolvidos, ainda, os responsáveis pelo transporte, pela embalagem, pelo armazenamento, etc... Além do que, esse pescado pode ainda ser submetido a diferentes tipos de benefi ciamento, gerando novos produtos. Todos esses atores estão envolvidos, de forma direta ou indireta, com o “agronegócio da pesca”, que nada mais é do que o conjunto de todas essas operações. Traduzindo “ao pé da letra”, poderíamos então dizer que o agronegócio nada mais é do que o conjunto das relações comerciais que envolvem, de alguma forma, produtos agrícolas ou agrope- cuários. Sendo assim, o que haveria de tão polêmico com esse conceito? Vamos ver: Pato ou coelho? Observando atentamente as fi guras acima, você consegue ver um pato e um coelho, respectivamente? Ou seria um coelho e um pato? Ou dois patos? Ou dois coelhos? Você certamente vai responder que depende do ângulo com que você observa cada uma dessas fi guras. De acordo com o seu “olhar”, podemos afi rmar uma ou outra coisa. Estamos brincando com as fi guras para facilitar nosso entendimento sobre a polêmica que cerca o conceito de agronegócio. Se utilizarmos esse conceito em sua conotação técnica, conforme exposto acima, ele tem um signifi cado. Já se dermos a ele uma conotação política, ele passará a representar um outro signifi cado. Isso está ligado ao seu contexto histórico. Para entender melhor, vamos conhecer um pouquinho dessa história. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 5 Empreendorismo no Agronegócio A04 ... E tudo começou com a revolução verde... Revolução verde refere-se à invenção e disseminação de novas sementes e práticas agrícolas que permitiram um vasto aumento na produção agrícola em países menos desenvolvidos durante as décadas de 60 e 70. O modelo se baseia na intensiva utilização de sementes melhoradas (particularmente sementes híbridas), insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos), mecanização e diminuição do custo de manejo. Também são creditados à revolução verde os usos extensivos de tecnologia no plantio, na irrigação e na colheita, assim como no gerenciamento de produção. De uma forma crítica, a “Revolução Verde” proporcionou, através desses ‘pacotes’ agroquímicos, a degradação ambiental e cultural dos agricultores tradicionais. Esse ciclo de inovações se iniciou com os avanços tecnológicos do pós-guerra, embora o termo revolução verde só tenha surgido na década de 70. Desde essa época, pesquisadores de países industrializados prometiam, através de um conjunto de técnicas, aumentar estrondosamente as produtividades agrícolas e resolver o problema da fome nos países em desenvolvimento. Mas, contraditoriamente, além de não resolver o problema da fome, aumentou a concentração fundiária, a dependência de sementes modifi cadas e alterou signifi camente a cultura dos pequenos proprietários. A introdução destas técnicas em países menos desenvolvidos provocou um aumento brutal na produção agrícola de países não-industrializados. Países como o Brasil e a Índia foram alguns dos principais benefi ciados na produção, mas também mais prejudicados ambiental e culturalmente, pois muitas técnicas agrícolas que harmonizavam com a produção de alimentos foram tratadas como “atraso” e, em busca da modernidade, efetuou-se um caso clássico de modernização conservadora que, em benefício de poucos, destruiu o patrimônio de todos. No Brasil, passaram a desenvolver tecnologia própria, tanto em instituições privadas quanto em agências governamentais (como a Embrapa) e universidades. A partir da década de 1990, a disseminação dessas tecnologias, em todo o território nacional, permitiu que o Brasil vivesse um surto de desenvolvimento agrícola, com o aumento da fronteira agrícola, a disseminação de culturas em que o país é recordista de produtividade (como a soja, o milho e o algodão, entre outros), atingindo recordes de exportação. (WIKIPÉDIA, 2008, extraído da Internet) O texto acima foi retirado da Internet e mostra, de forma resumida, os principais acontecimentos que desencadearam a chamada “revolução verde”. Por se tratar de um assunto polêmico, é interessante que você faça a sua própria pesquisa na internet, ou que consulte os materiais indicados na seção “para saber mais”, no fi nal desta aula. Assim, você terá acesso a diferentes argumentos e poderá formar a sua própria opinião acerca do tema. Além do que, como futuro técnico em pesca ou em aqüicultura, você deve estar sempre bem informado. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data:______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 6 Empreendorismo no Agronegócio A04 Seguindo adiante... ...percebemos que não é o conceito do agronegócio em si que está sendo criticado por alguns grupos da sociedade, mas a sua utilização. Nesse sentido, quando falarmos em “agronegócio da pesca” não estaremos falando de grandes empresas praticando a pesca predatória para obter mais lucros, expulsando os pequenos pescadores de suas comunidades. Estaremos falando de todo o conjunto de operações que envolvem a comercialização do pescado, podendo esta ser realizada pelos próprios pescadores artesanais. E um pequeno pescador pode utilizar técnicas de captura mais efi cientes, pode aumentar a efi ciência nos processos de conservação e transporte do seu pescado, pode agregar valor ao seu produto e descobrir novas formas de comercialização. Como conseqüência, ele iria aumentar sua renda e melhorar sua qualidade de vida. É essa a nossa visão de “agronegócio”. E para que isso se torne realidade, o papel do técnico em pesca é fundamental. O mesmo ocorre com a aqüicultura, que pode ser praticada de forma responsável e ecologicamente correta, servindo de fonte alternativa de renda para pequenos produtores familiares. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 7 Empreendorismo no Agronegócio A04 Cadeias Produtivas, Agroecologia e Econegócios: Para entender melhor o signifi cado do agronegócio, vamos estudar alguns conceitos bastante utilizados e que têm relação direta com o mesmo. Estamos falando de “cadeias produtivas”, “agroecologia” e “econegócios”. Cadeia Produtiva: A cadeia de produção como conjunto de operações técnicas constitui a defi nição mais imediata e mais conhecida do conceito. Este enfoque consiste em descrever as operações de produção responsáveis pela transformação da matéria-prima em produto acabado ou semi-acabado. Segundo esta lógica, uma cadeia de produção apresenta-se como uma sucessão linear de operações técnicas de produção (BATALHA, 2001, p. 40). Você já ouviu falar em “cadeia produtiva”? Se pesquisar sobre o tema, vai encontrar defi nições muito parecidas com o conceito de agronegócio, exposto nos parágrafos anteriores. Ou seja, uma cadeia produtiva pode ser considerada como o conjunto de todos os atores e processos que envolvem um determinado produto desde a sua concepção até chegar ao consumidor. Cada uma das operações que a compõem é chamada “elo”, formando uma longa cadeia (nesse caso, o termo “cadeia” lembra “encadeamento”). Então, podemos dizer que agronegócio do pescado e cadeia produtiva do pescado são a mesma coisa? Não, agronegócio e cadeia produtiva não são a mesma coisa. Primeiramente, precisamos contextualizar esses dois conceitos. O conceito de agronegócio você já sabe quando surgiu, já o conceito de “cadeia produtiva” passou a ser utilizado, com essa mesma conotação, a partir da década de 80, pois os processos produtivos estavam tornando-se cada vez mais complexos e, segundo essa visão sistêmica, temos vários sub-sistemas dentro de um sistema maior. Ou seja, temos várias cadeias produtivas dentro de um mesmo agronegócio. Outra forma de entender esse conceito é pensar que uma cadeia produtiva é avaliada a partir de um produto fi nal. Por exemplo: o fi lé de pescado empanado e congelado é um produto a partir do qual podem ser analisadas todas as operações de produção envolvidas até o seu consumo. Nesse mesmo exemplo, o “agronegócio da pesca” representa todas as operações que envolvem a atividade da pesca como um todo, incluindo, entre outros produtos, o fi lé de pescado empanado e congelado. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Responda aqui 2Praticando... 8 Empreendorismo no Agronegócio A04 Para fi xar o aprendizado, escolha três diferentes produtos (peixes, crustáceos, produtos à base de pescado, etc.) comercializados no seu município e tente acompanhar o esquema da cadeia produtiva de cada um deles, depois compare: qual deles envolve um maior número de operações até chegar ao consumidor fi nal? Qual deles apresenta uma maior variação de preços desde a captura até o consumidor fi nal? Qual desses produtos necessita de um maior investimento em tecnologia? Exemplifi cando: Você se lembra do exemplo acima, quando foram colocadas algumas alternativas de como o pescado que você consome em casa pode percorrer caminhos diferentes, envolvendo mais ou menos atores, até chegar à sua mesa? Pois é, estamos falando de vários exemplos de “cadeias produtivas do pescado”, algumas mais, outras menos complexas. O conjunto de todas elas vai compor o “agronegócio do pescado” no seu município ou na sua região. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 9 Empreendorismo no Agronegócio A04 Agroecologia [...] é a ciência ou a disciplina científi ca que apresenta uma série de princípios, conceitos e metodologias para estudar, analisar, dirigir, desenhar e avaliar agroecossistemas, com o propósito de permitir a implantação e o desenvolvimento de estilos de agricultura com maiores níveis de sustentabilidade. A Agroecologia proporciona então as bases científi cas para apoiar o processo de transição para uma agricultura “sustentável” nas suas diversas manifestações e/ou denominações. (ALTIERI apud ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGROECOLOGIA, 2008, extraído da Internet). O conceito de agroecologia passa a ser discutido no Brasil a partir da década de 80, sendo apresentado como um projeto alternativo, envolvendo o conhecimento tecnológico com a sabedoria popular sobre os ecossistemas, considerado um modelo de agricultura socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente sustentável, contrapondo- se à agricultura convencional, que utilizava uma grande quantidade de herbicidas e outros insumos. Embora alguns autores utilizem o termo “agroecologia” como o oposto do “agronegócio”, devemos considerar que é possível a existência do agronegócio em micro e pequena escala, ou seja, micros e pequenos produtores que adotam práticas ecologicamente corretas em suas propriedades e, ao mesmo tempo, estão inseridos no mercado, comercializando seus produtos, utilizando-se de técnicas de planejamento e marketing e tendo acesso a novas tecnologias. Econegócios [...] é o segmento de mercado que reúne produtos e serviços que se propõem solucionar problemas ambientais ou que utilizam métodos mais racionais de exploração dos recursos naturais para a produção de bens e serviços. (INSTITUTO INOVAÇÃO, 2008, extraído da Internet). Reparem que quando falamos em “agroecologia” estávamos falando em uma ciência ou disciplina científi ca. Já o econegócio é considerado um segmento de mercado, ou seja, um nicho, ou um mercado específi co, voltado para a produção e comercialização de produtos com apelo ecológico. O conceito de econegócios é mais recente e vem sendo discutido no Brasil há pouco mais de uma década. Como exemplos, podemos citar a fabricação de produtos com materiais recicláveis, a utilização de energias vindas de fontes renováveis e aprodução de alimentos orgânicos. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 3Praticando... 10 Empreendorismo no Agronegócio A04 No caso específi co da pesca, o aproveitamento de resíduos e a adoção de práticas de captura consideradas menos predatórias podem ser utilizadas como exemplo de produtos com “apelo ecológico”, entre muitos outros. Voltando a falar em empreendedorismo... Agora que já conversamos sobre agronegócio, cadeias produtivas, agroecologia e econegócios, você ainda se lembra do tema da aula passada? E da primeira aula? Você recorda quais são as principais características de um empreendedor? Vamos tentar? Considerando que os 4 têm o mesmo objetivo, observe as fi guras abaixo e tente descobrir, através do número de características encontradas, qual desses gatinhos está apresentando mais características “empreendedoras” no seu comportamento: E então? Conseguiu descobrir qual das imagens representa melhor a fi gura de um empreendedor? VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 11 Empreendorismo no Agronegócio A04 Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 12 Empreendorismo no Agronegócio A04 Empreendedorismo e Agronegócio: Agora que você já conhece o signifi cado dos termos “empreendedorismo” e “agronegócio”, observe, no seu município, o comportamento de um dos profi ssionais que representa um dos elos da cadeia produtiva no agronegócio da pesca e/ou da aqüicultura. Pode ser um pescador que você conhece, um pequeno aqüicultor, um feirante que comercializa pescados, etc. VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 4Praticando... Responda aqui 13 Empreendorismo no Agronegócio A04 Procure analisar o comportamento do profissional observado, faça uma entrevista, se achar necessário, e tente responder às seguintes perguntas: Você acha que essa pessoa representa o comportamento dos demais profi ssionais que atuam na área, ou seja, é um comportamento padrão, ou ela seria uma exceção? 1 Você consegue identifi car características empreendedoras no perfi l desse profi s- sional? Quais? 2 Se você tivesse a oportunidade de assessorar esse profi ssional, utilizando uma visão empreendedora, que mudanças você consideraria necessárias para melhorar essa atividade? Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 14 Empreendorismo no Agronegócio A04 Fique atento... Para internalizar e expandir seus conhecimentos, tornando-se um bom profi ssional na área que escolheu, você não deve se deter apenas aos conceitos teóricos apresentados a cada aula, e isso se aplica a todas as disciplinas do Curso. Freqüentemente você será chamado a observar, entrevistar, interagir com pessoas, profi ssionais inseridos no mundo real do trabalho. Cumprir essas etapas é de fundamental importância para o seu sucesso como futuro profi ssional, acredite nisso. E não espere apenas pelos exercícios, procure aproveitar, no seu cotidiano, as muitas oportunidades de aprendizado a que você tem acesso, diariamente. No texto a seguir, Marcos Hashimoto, professor e consultor na área de empreendedorismo, chama a atenção para um detalhe importante, que já foi discutido em aulas anteriores e cujo aprendizado você pode reforçar a partir da observação de exemplos concretos. Ele está falando de atitudes empreendedoras: Pessoas que possuem um negócio próprio, os empresários, existem aos montes, mas são apenas alguns poucos deles que são de fato empreendedores. Um empresário pode ter adquirido uma empresa já formada, pode ter herdado o negócio da família ou pode ter aberto um pequeno negócio apenas como meio de subsistência, sem necessariamente ter grandes ambições empreendedoras. Da mesma forma, muitas pessoas têm atitude empreendedora sem necessariamente possuir um negócio. Com freqüência tenho conhecido pessoas que são determinadas, criativas, cheias de iniciativa, auto-motivadas, com sede de aprender e dispostas a qualquer coisa para realizar suas idéias, mas que são funcionários, donas- de-casa, militantes de causas sociais, executivos, estudantes e que não têm a menor intenção de abrir um negócio próprio. Assim, qualquer pessoa, e não apenas o empresário, pode adotar uma atitude empreendedora nas mais diversas situações, seja com o cliente, diante de um problema, durante uma reunião, ao montar a barraca de camping, ao ir a um show de rock ou dando banho no cachorro [...]. (HASHIMOTO, 2006, extraído da Internet). Agora que já relembramos alguns conceitos importantes e que você já teve a oportunidade de observar, no mundo real, algumas atividades relacionadas ao agronegócio da pesca/ aqüicultura, chegou a hora de você escolher o “empreendimento” no qual irá investir nas próximas aulas. Como um bom empreendedor, você precisa se planejar e não é bom deixar tudo para a última hora, não é mesmo? VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 15 Empreendorismo no Agronegócio A04 Então, que tal darmos o primeiro passo? O seu primeiro passo, nessa tarefa, é identifi car uma oportunidade. Não se esqueça da diferença entre idéia e oportunidade, apresentada na aula passada. Observe e identifi que, no agronegócio da pesca/aqüicultura do seu município ou região, uma boa oportunidade de negócio. Você já iniciou essa escolha na nossa primeira aula. Observe a escolha feita anteriormente e mude, se achar necessário, ou continue com ela. Na nossa próxima aula, voltamos a falar no assunto. Leituras complementares CRUVINE, Paulo E.; MARTIN NETO, Ladislau. Subsídios para o Desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro: o Programa Automação Agropecuária, Visão e Estratégias. Embrapa: Comunicado Técnico, n. 32, p. 1 – 4, set. 1999. INSTITUTO INOVAÇÃO. Econegócios: as “inovações verdes” como oportunidades de negócios. Disponível em: <http://www.institutoinovacao.com.br/downloads/inovacao_ econegocios.pdf%3e%20%20%20%20%20>. Acesso em: 12 jul. 2008. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Disponível em: <http:// www.agricultura.gov.br/>. Acesso em: 5 ago. 2008. PORTAL DO AGRONEGÓCIO. Disponível em: <http://www.portaldoagronegocio.com.br>. Acesso em: 5 ago. 2008. Para saber mais sobre os assuntos estudados na aula de hoje, você pode acessar materiais anteriores. Na aula de hoje, conversamos sobre “agronegócio” e fi camos sabendo que esse conceito pode assumir diferentes signifi cados, dependendo do contexto em que está sendo empregado. Também conversamos sobre os conceitos de cadeias produtivas, agroecologia e de econegócio. Finalizando, fi zemos uma retrospectiva de algunsassuntos estudados em aulas anteriores e concluímos com um exercício em que você interagiu com profi ssionais inseridos no mundo real do trabalho, procurando identifi car características empreendedoras e oportunidade de negócios no agronegócio da pesca/ aqüicultura do seu Município ou Região. É importante lembrar que, nesta disciplina, quando falamos em agronegócio da pesca e/ou da aqüicultura, estamos falando do conjunto de cadeias produtivas, de diferentes produtos oriundos da atividade pesqueira e/ou aqüícola, incluindo toda a escala de produção. Na próxima aula, vamos falar um pouco mais sobre cadeias produtivas, utilizando exemplos concretos, e vamos aprender também um novo conceito: “Arranjos Produtivos Locais”. Até lá. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Auto-avaliação 16 Empreendorismo no Agronegócio A04 E então, você tem conseguido acompanhar nossas aulas? Esse espaço é destinado à sua auto-avaliação, aproveite mais essa oportunidade para rever conceitos e reforçar o aprendizado. Para a tarefa de hoje, procure acessar os endereços sugeridos acima, fazendo ainda uma pesquisa em sites de pesquisas, como Scielo <http:// www.scielo.br/?lng=pt> ou Portal da Capes <http://www.capes.gov.br/>, sobre os principais conceitos estudados na aula de hoje. Agora, tente defi nir estes conceitos, com suas próprias palavras: 1- Agronegócio é... ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2- Cadeias Produtivas são... ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3- Agroecologia signifi ca... ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 4- Econegócio se refere a ... ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5- Então, quando falamos em “empreendedorismo no agronegócio”, estamos falando em... ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ 17 Empreendorismo no Agronegócio A04 Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGROECOLOGIA. Conceito de agroecologia. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/abaagroeco/?A_Associa%E7%E3o:Quem_somos%3F: Conceito_de_Agroecologia>. Acesso em: 12 jun. 2008. BATALHA, Mário O.(coord.). Gestão Agroindustrial: GEPAI: Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais. Vol. 1. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. CRUVINE, Paulo E.; MARTIN NETO, Ladislau. Subsídios para o Desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro: o Programa Automação Agropecuária, Visão e Estratégias. Embrapa: Comunicado Técnico, n. 32, p. 1 – 4, set. 1999. HASHIMOTO, Marcos. Atitude empreendedora. Universia, 20 set. 2006. Disponível em: <http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=12393>. Acesso em: 24 jun. 2008. INSTITUTO INOVAÇÃO. Econegócios: as “inovações verdes” como oportunidades de negócios. Disponível em: <http://www.institutoinovacao.com.br/downloads/inovacao_ econegocios.pdf%3e%20%20%20%20%20>. Acesso em: 12 jul. 2008. MICHAELIS. Moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2007. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/>. Acesso em: 4 ago. 2008. WIKIPÉDIA. Revolução verde. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/ Revolu%C3%A7%C3%A3o_Verde>. Acesso em: 7 jul. 2008. Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Anotações 18 Empreendorismo no Agronegócio A04 VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Anotações 19 Empreendorismo no Agronegócio A04 Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Anotações 20 Empreendorismo no Agronegócio A04 VERSÃO DO PROFESSOR Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Material APROVADO (conteúdo e imagens) Data: ______/______/______ Nome:_________________________ Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 05 C U R S O T É C N I C O E M P E S C A Cadeia produtiva da pesca/aquicultura e Arranjos Produtivos Locais EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Objetivo Dando continuidade ao nosso conteúdo programático, nesta aula vamos aprofundar um pouco mais nosso entendimento sobre “cadeias produtivas”, mais especifi camente, as cadeias produtivas da pesca/aquicultura. Vamos procurar entender porque é tão importante que cada um dos “elos“ dessa cadeia esteja cumprindo o seu papel de forma adequada, identifi cando, ainda, oportunidades de atuação para o profi ssional técnico em aquicultura/pesca. Esta é a nossa última aula voltada para o aprendizado e discussão de conceitos teóricos, na qual teremos também a oportunidade de conhecer o conceito de “Arranjos Produtivos Locais”. E então, vamos começar? Identifi car os diversos elos que compõem as cadeias produtivas da pesca/aquicultura. Identifi car oportunidades de atuação nas cadeias produtivas da pesca/aquicultura, de acordo com a realidade da sua região. Apresentar a sua própria defi nição para o conceito de “arranjos produtivos locais”. 2 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Para começo de conversa... Na aula passada, entre outros assuntos, foi apresentado o conceito de “Cadeias Produtivas”, você lembra qual é? A cadeia de produção como conjunto de operações técnicas constitui a defi nição mais imediata e mais conhecida do conceito. Este enfoque consiste em descrever as operações de produçãoresponsáveis pela transformação da matéria-prima em produto acabado ou semi-acabado. Segundo esta lógica, uma cadeia de produção apresenta-se como uma sucessão linear de operações técnicas de produção (BATALHA, 2001, p. 40). 3 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Cadeia produtiva Para entender melhor esse conceito, vamos tentar identifi car os principais elementos que compõem cada um dos elos dessa cadeia, utilizando como exemplo a cadeia produtiva da tilápia de cultivo. 1. “organizações supridoras de insumos básicos”: nesse item, estão inseridos todos os insumos necessários para que um produtor inicie a sua criação. Constituem os elos dessa cadeia: a instituição de pesquisa que estuda o melhoramento genético da espécie; o laboratório que fornece os alevinos; o fabricante de ração; a empresa que fornece os equipamentos e insumos necessários para o acompanhamento da qualidade da água nos viveiros; a empresa especializada no transporte dos alevinos e assim por diante. Esses componentes ou “elos” da cadeia produtiva também são identifi cados como “à montante”, ou seja, são operações realizadas antes de iniciar a atividade principal, que é o cultivo da tilápia. 2. “... as fazendas e agroindústrias com seus processos produtivos”: nesse item, inserem-se as atividades de produção propriamente ditas, esse é o elo de referência na cadeia produtiva. É onde o produtor vai utilizar os insumos produzidos nas etapas anteriores e transformá-los em produto, ou seja, a combinação dos alevinos com a ração e a água monitorada nos viveiros, vai se transformar, pelo trabalho do produtor, em tilápias de 500g, prontas para a comercialização. 3. “... as unidades de comercialização atacadista e varejista e os consumidores fi nais”: nesse item, estão inseridas as atividades também conhecidas como “à jusante”, ou seja, após a realização da atividade principal, ou de produção. Constituem os elos dessa cadeia: a empresa responsável pelo transporte dos peixes até os centros de distribuição; a “distribuidora”, que colocará o produto nos pontos de venda; o supermercado, responsável pela venda do produto ao consumidor fi nal; a fábrica do gelo utilizado na conservação do produto e assim por diante. 4 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Observe que todos esses elos estão conectados, de alguma forma, por fl uxos de capital, materiais ou de informação. Assim, quando um dos elos deixa de cumprir seu papel, ele acaba infl uenciando outros. [...] uma cadeia de produção agroindustrial pode ser segmentada, de jusante a montante, em três macrossegmentos. Em muitos casos práticos, os limites dessa divisão não são facilmente identifi cáveis. Além disso, essa divisão pode variar muito segundo o tipo de produto e segundo o objetivo da análise. Os três macrossegmentos propostos são: a) Comercialização. Representa as empresas que estão em contato com o cliente fi nal da cadeia de produção e que viabilizam o comércio e o consumo de produtos fi nais (supermercados, mercearias, restaurantes, cantinas, etc.). Podem ser incluídas nesse macrossegmento as empresas responsáveis somente pela logística de distribuição. b) Industrialização. Representa as fi rmas responsáveis pela transformação das matérias-primas em produtos fi nais destinados ao consumidor. O consumidor pode ser uma unidade familiar ou outra agroindústria. c) Produção de matérias-primas. Reúne as fi rmas que fornecem as matérias-primas para que outras empresas avancem no processo de produção do produto fi nal (agricultura, pecuária, pesca, piscicultura, etc.) (BATALHA, 2001, p. 28 - 29). Para entender melhor esse processo, preste bastante atenção nas situações a seguir, em seguida, responda à atividade abaixo: Personagem 1 – Alípio é um profi ssional da área de aquicultura que resolveu investir na produção de alevinos em sua propriedade. Hoje, Alípio possui um laboratório com boa infra-estrutura para reprodução e fornece alevinos de 5 espécies diferentes para mais de 30 produtores localizados na Região. Personagem 2 – Matias é proprietário de uma casa de produtos agropecuários. Entre outros produtos, ele comercializa ração para peixes e outros animais. É o único representante das duas principais marcas de ração utilizadas pelos aquicultores da Região. Personagem 3 – Alessandra é gerente de uma rede de supermercados que atende a Região, com fi liais nos principais Municípios do Estado. Entre os produtos comercializados, os peixes de cultivo têm tido uma boa aceitação por parte dos consumidores, por isso Alessandra mantém contato direto com os produtores da Região, através da Associação dos Aquicultores da Região de Peixolândia. Personagem 4 – Dona Josefa é proprietária de uma rede de restaurantes na Região, especializado em pratos à base de pescado. Também adquire os peixes de cultivo através da Associação. 1Praticando... 5 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Personagem 5 – Fernando é recém-casado, gosta muito de pescado, mas sua jovem esposa não tem muita habilidade no preparo dos pratos. Por isso, pelo menos duas vezes ao mês eles costumam almoçar num dos restaurantes da Dona Josefa. Também costumam comprar, semanalmente, o peixe oriundo do cultivo, num dos supermercados do Município. Personagem 6 – Você é um dos 30 produtores que fornece o pescado para supermercados e restaurantes, através da Associação. Todos os personagens descritos acima, inclusive você, estão inseridos, de alguma forma, na cadeia produtiva da aquicultura da região de Peixolândia, certo? Considerando apenas as informações descritas acima, o que você acha que aconteceria com os outros “elos” dessa cadeia se: 1. Matias resolvesse se aposentar, fechando a casa de produtos agropecuários? Quem seria afetado? E você, como produtor, faria o quê? 2. Alípio ganhasse na loteria e resolvesse abandonar a Região, repentinamente, sem deixar vestígios? Quem seria afetado? E você, como produtor, faria o quê? 3. Alessandra deixasse de negociar com a Associação, e a rede de supermercados passasse a importar o peixe de cultivo de outras Regiões por um valor mais baixo? Quem seria afetado? E você, como produtor, faria o quê? 6 Empreendedorismo no Agronegócio A05 4. E se Fernando, representando outras centenas de consumidores, resolvesse não comprar mais peixe fresco, passando a comprar apenas produtos processados (nuggets, fi lé de peixe empanado, etc.), fazendo com que o consumo caísse de 500 kg/ mês para menos de 80 kg/mês? Quem seria afetado? E você, como produtor, faria o quê? Nas situações acima, de forma bastante resumida, você pode perceber o quanto cada “elo” de uma mesma cadeia produtiva pode ser afetado por outros. Se tivéssemos, nesse mesmo exemplo, 5 diferentes fornecedores de ração, o fato de um dos fornecedores desistir do negócio não teria o mesmo impacto para o produtor, do que o que ocorreu por se tratar de um único fornecedor, não é mesmo? Por outro lado, se você desistisse do negócio, em meio a outros 30 produtores, isso poderia acontecer sem grandes prejuízos para os demais. Vejamos agora outro exemplo na área de pesca: para entender a forma como os diversos elos da cadeia interagem entre si, observemos o exemplo da cadeia produtiva de um determinado tipo de pescado, onde o pescador vende sua produção para um atravessador a preços muito baixos e, muitas vezes, em troca de fi nanciamentos para adquirir materiais de pesca e/ou alimentos. Nesse caso, temos uma relação confl ituosa em que o pescador, considerado o elo mais fraco da cadeia, não recebe o valor justo pelo seu trabalho em função de outro componente da cadeia, a quem interessa que o pescador receba cada vez menos pelo produto para que ele possa lucrar cada vez mais. Essa mesma interação entre os diversos elos da cadeia pode ocorrer também de forma cooperativa, comono exemplo em que o comerciante de pescado, ao receber um percentual pelo seu trabalho, procura vender o produto pelo melhor preço, o que aumentaria a sua renda e também a renda do pescador. É importante lembrar que essas relações não ocorrem de forma isolada, elas estão inseridas em diferentes ambientes, institucional e organizacional. Como ambiente institucional, temos as leis, os costumes, etc., que infl uenciam na forma como os diferentes elos da cadeia se relacionam. Como ambiente organizacional, no exemplo citado acima, temos as instituições responsáveis pelas políticas públicas, assistência técnica e fomento à produção, as organizações sociais, etc., que poderiam intervir de forma que o pescador, ou seja, o elo mais fraco da cadeia, pudesse vir a se fortalecer, através do acesso a informações técnicas e/ou fi nanciamentos, entre outros. 7 Empreendedorismo no Agronegócio A05 E o empreendedor? Entender o funcionamento da cadeia produtiva na qual pretende atuar é de grande importância para o futuro empreendedor, uma vez que a sua atividade irá depender, em maior ou menor escala, do desempenho dos outros “elos” dessa cadeia. Vejamos mais um exemplo: Um empreendedor identifica uma excelente oportunidade de negócios, que é a transformação de resíduos da indústria do pescado em “farinha de peixe” para utilização no preparo de ração animal. Ele consegue o fi nanciamento para os equipamentos, ou seja, o ambiente organizacional lhe é favorável, também consegue uma licença de operação, já que o seu empreendimento pode ser considerado um “econegócio”, sendo que o ambiente institucional também lhe é favorável. Finalmente, ele está apto a assinar um contrato com uma fábrica de rações, que se compromete em comprar toda a sua produção. As projeções fi nanceiras apontam para o sucesso do empreendimento, e o nosso empreendedor também domina a tecnologia necessária para a realização de todo o processo de produção. Ainda assim, ele resolve não investir nessa empresa, pois não conseguiu entrar em acordo com um dos “elos”da cadeia produtiva, o que pode inviabilizar seu empreendimento. E então, você consegue descobrir qual é? E então, você lembrou-se dos fornecedores de matéria-prima? Isso mesmo, no exemplo citado, as indústrias de pesca, embora não utilizem os resíduos, que são descartados no meio ambiente, se recusaram a assinar um contrato de fornecimento com o nosso empreendedor. Logo, se ele investir nesse negócio, a qualquer momento uma dessas empresas pode se recusar a fornecer a matéria-prima, podendo, ela própria, passar a investir no aproveitamento desses resíduos. E sem matéria-prima, o empreendimento não funciona, certo? 2Praticando... No item autoavaliação, da nossa terceira aula, você foi convidado a pesquisar na Internet ou nos materiais disponíveis nas outras disciplinas do Curso, qual a situação atual do setor Pesqueiro/aquícola no cenário mundial, nacional e também na sua Região. De acordo com as informações obtidas, procure identifi car, no espaço abaixo, exemplos de empresas/instituições/pessoas inseridas na cadeia produtiva da pesca e/ou aquicultura da sua Região. 8 Empreendedorismo no Agronegócio A05 a) organizações supridoras de insumos básicos (à montante): b) processos produtivos (atividade principal) c) unidades de comercialização atacadista e varejista e os consumidores fi nais Na aula passada, você também foi convidado a escolher o “empreendimento” no qual irá investir nas próximas aulas. Como primeiro passo nessa tarefa, você identifi cou uma oportunidade. Agora, procure localizar a oportunidade identifi cada de acordo com a sua posição na cadeia produtiva. Ou seja: ela faz parte da atividade principal, está “à montante” ou “à jusante”? Não esqueça. Um bom empreendedor nem sempre precisa criar um novo produto ou serviço, ele pode encontrar formas de fazer o mesmo produto/serviço de forma mais rápida, mais barata ou com melhor qualidade. O importante é que o seu produto/serviço possua um diferencial no mercado. Você também deve tomar o cuidado em escolher um produto ou serviço relativamente simples, uma vez que o objetivo maior é o aprendizado. Com exemplos mais simples você terá maior facilidade em acompanhar todas as aulas. E então? 9 Empreendedorismo no Agronegócio A05 O produto/serviço escolhido é : ____________________________________ Muito bem! Ao concluir essa disciplina, esperamos contar com mais um exemplo de empreendedorismo de sucesso! Arranjos Produtivos Locais Bem, agora que já estamos familiarizados com termos como “empreendedorismo”; “agronegócio” e “cadeias produtivas”, vamos aprender um novo conceito: você já ouviu falar em “Arranjos Produtivos Locais”? Arranjos Produtivos Locais são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais – com foco em um conjunto específi co de atividades econômicas – que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas – que podem ser desde produtoras de bens e serviços fi nais até fornecedores de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros – e suas variadas formas de representação e associação. Incluem também diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e fi nanciamento (BRITO; ALBAGLI, 2003, p. 3-4). E tudo começou com a globalização... Na nossa terceira aula, falamos sobre globalização e em como esse fenômeno tem afetado nossas vidas. Se considerarmos a Globalização como o resultado da integração cada vez maior entre mercados, meios de transporte e de comunicação, provocando uma interdependência comercial entre os países e interferindo nas suas diferentes culturas, alterando a forma como as pessoas se vestem, se divertem ou se alimentam; passemos a imaginar o papel e o poder das grandes empresas multinacionais, presentes, ao mesmo tempo, nos mais longínquos lugares. 10 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Essas grandes empresas facilmente passam a dominar o mercado no segmento onde atuam, sendo favorecidas, entre outros fatores, pelo poder econômico e/ou domínio tecnológico. E as pequenas e médias empresas, qual será o seu papel num mundo globalizado? Como competir com a tecnologia e os preços da multinacionais? Foi para atender a essa preocupação que surgiram as redes de cooperação, entre as quais estão inseridos os Arranjos Produtivos Locais, focados na cooperação e associação entre as empresas. Essa cooperação ocorre através da união de conhecimentos, divisão de tarefas, compartilhamento de equipamentos, instalações e mão-de-obra, entre outros, trazendo muitas vantagens para essas empresas. Conforme descrito no conceito acima, são aglomerações territoriais, representadas por um conjunto de profi ssionais, empresas e instituições localizados num mesmo território, ou seja, guardando uma certa proximidade em relação ao espaço geográfi co onde estão instalados.Um exemplo na área da pesca poderia ser um Município ou comunidade onde existem pescadores, empresas de pesca, empresas de benefi ciamento do pescado, agências de fomento, órgão de assistência técnica, exportadores, etc., de forma que a relação entre os mesmos seja cooperativa e não de competição, ou seja, todos cooperam entre si para que a atividade continue prosperando, o que faz desse Município ou comunidade uma referência quando se trata de produção pesqueira em um determinado Estado ou País. No Brasil, tem-se discutido e estudado as redes de pequenas e médias empresas, pois desempenham papel fundamental na economia brasileira. Uma dessas iniciativas é a Redesist, “Uma rede de pesquisa interdisciplinar, formalizada desde1997, sediada no Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e que conta com a participação de várias universidades e institutos de pesquisa no Brasil, além de manter parcerias com outras instituições da América Latina, Europa e Ásia”. Para saber mais sobre esse assunto, você vai encontrar o endereço da Redesist na Internet, nas nossas sugestões para leitura. Hoje estamos concluindo a segunda Unidade de Conteúdo da nossa disciplina. A partir da próxima aula, passaremos a trabalhar com uma das principais ferramentas de planejamento utilizadas pelo empreendedor: a pesquisa de mercado, utilizando como exemplo o empreendimento que você escolheu. Para reforçar o aprendizado de hoje, juntando “oportunidades na cadeia produtiva da pesca/aquicultura”, “empreendedorismo” e “arranjos produtivos locais”, vamos voltar, na Autoavaliação, ao exemplo do empreendedor que desistiu de montar uma empresa de aproveitamento de resíduos industriais de pescado, porque não contava com a colaboração de outro elo da cadeia, que eram as indústrias de pescado, fornecedoras da principal matéria-prima utilizada na fabricação do seu produto. Por hoje é só, espero contar com você nas aulas seguintes. Não falte! 11 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Leitura complementar REDE DE PESQUISA EM SISTEMAS E ARRANJOS PRODUTIVOS E INOVATIVOS LOCAIS – RedeSist. Disponível em: <http://www.redesist.ie.ufrj.br/>. Acesso em: 8 jan. 2009. Sobre Arranjos Produtivos Locais, visite a página da Redesist, na Internet, disponível no endereço anterior. E continue observando, no mundo real, detalhes da cadeia produtiva da pesca/ aquicultura no seu Município. Converse com as pessoas, identifi que possíveis entraves e oportunidades. Quanto mais você se empenhar em conhecer a realidade do setor em que pretende atuar, melhor será o seu desempenho como profi ssional. Na aula de hoje, reapresentamos o conceito de cadeias produtivas através de exemplos específi cos voltados para a área da pesca/aquicultura. Através desses exemplos, você pode identifi car, de forma concreta, os diversos “elos” que compõem essa cadeia, bem como fatores específi cos como a interdependência entre cada um deles, além da possível infl uência dos ambientes institucional e/ou organizacional. Mais uma vez, você foi chamado a escolher o produto e/ou serviço a partir do qual você acompanhará nossas próximas aulas, com foco nas ferramentas de planejamento utilizadas pelo empreendedor, após a apresentação de um novo conceito, o de “Arranjos Produtivos Locais”. Finalmente, fi zemos mais uma retrospectiva acerca dos principais temas abordados em aulas anteriores, mais especifi camente sobre as diferentes formas de empreender. Autoavaliação 12 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Utilizando o conceito de Arranjos Produtivos Locais, imagine uma situação ideal de colaboração entre os vários “elos” da cadeia produtiva apresentada acima. Como as empresas de pesca agiriam? O que o empreendedor poderia fazer para provocar uma mudança nas atitudes dessas empresas? Como os demais “elos” da cadeia poderiam participar? Pense um pouco e não esqueça de colocar sua resposta no espaço abaixo: As empresas poderiam O empreendedor O Governo A fábrica de ração 13 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Referências BATALHA, Mário O. (Coord.). Gestão agroindustrial: GEPAI: Grupo de Estudos e Pesquisas Agroindustriais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v 1. BRITO, J.; ALBAGLI, S. Glossário de arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais. Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais - REDESIST, Rio de Janeiro, 2003. REDE DE PESQUISA EM SISTEMAS E ARRANJOS PRODUTIVOS E INOVATIVOS LOCAIS – RedeSist. Disponível em: <http://www.redesist.ie.ufrj.br/>. Acesso em: 8 jan. 2009. SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 11. ed. São Paulo: Best Seller, 2003. Anotações 14 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Anotações 15 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Anotações 16 Empreendedorismo no Agronegócio A05 Anotações 06 Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva C U R S O T É C N I C O E M A Q Ü I C U LT U R A Pesquisa de Mercado: o que é isso? EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Objetivo Seja bem-vindo, empreendedor! Hoje iniciamos novo foco na disciplina: o“empreendedorismo de negócios”, a partir do qual passamos a trabalhar com as principais ferramentas de planejamento utilizadas pelo empreendedor. E a primeira delas é a pesquisa de mercado. Nesta aula, você terá a oportunidade de conhecer os principais conceitos vinculados a esse tema, os diferentes tipos de pesquisa e a sua importância no processo de tomada de decisão pelo empreendedor.Esse conhecimento poderá ser utilizado por você, futuro profi ssional na área de pesca/aqüicultura, na orientação a outros empreendedores da área, ou ainda, na tomada de decisão sobre o seu próprio empreendimento. E por que não? Conhecer o conceito de pesquisa de mercado. Identifi car os diferentes tipos de pesquisa de mercado. Identifi car as principais etapas de uma pesquisa de mercado. Perceber a importância da pesquisa de mercado como ferramenta para subsidiar a tomada de decisão do empreendedor. 2 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Para começo de conversa... “Você disse que não sabe se não Mas também não tem certeza se sim...” (Se... Djavan) E você ... Já precisou tomar alguma decisão que você considera importante, na sua vida? Se a sua resposta foi sim, então você sabe que esse processo nem sempre é fácil. Às vezes, temos certeza do que queremos e das possíveis conseqüências de nossa decisão. Outras vezes, temos dúvidas sobre qual a melhor opção. Com um empreendedor isso não é diferente. Devo investir nesse novo negócio? Devo desistir do empreendimento? E os meus concorrentes? Os clientes vão gostar? Devo retirar esse produto do mercado? Os fornecedores vão garantir a matéria- prima? Mudo ou não mudo a embalagem desse produto? Ainda existe espaço para minha empresa nesse mercado? 3 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Planejar para Decidir. Isso faz algum sentido? Para entender melhor, vamos relembrar algumas das “características do empreendedor”, estudadas na nossa primeira aula. Características do empreendedor: Conjunto de planejamento Busca de informações - Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores ou concorrentes. - Investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço. - Consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial. Estabelecimento de metas - Estabelece metas e objetivos que são desafi antes e que têm signifi cado pessoal. - Defi ne metas de longo prazo, clarase específi cas. - Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis. Planejamento e monitoramento sistemático - Planeja dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos defi nidos. - Constantemente revisa seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais. - Mantém registros fi nanceiros e utiliza-os para tomar decisões. 1 Responda aqui Praticando... 4 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Observe que entre as principais características do empreendedor elencadas pelo SEBRAE, boa parte delas está incluída no “conjunto de planejamento”. E você, o que você entende por planejamento? Segundo o Dicionário Aurélio, planejar é “fazer o plano ou planta de, projetar, traçar”. Para a economia, planejamento é um “esquema econômico em que a organização dos fatores de produção é controlada ou direcionada por uma autoridade central. O esquema consiste na fi xação de metas globais a ser atingidas pela economia em determinado período [...]” (SANDRONI, 2003, p. 461). Parece complicado? Então vamos simplifi car. Quando falamos em planejamento, nessa disciplina, estamos falando do estabelecimento de metas, de objetivos a serem alcançados no futuro e dos caminhos escolhidos para chegar a esses objetivos. Por exemplo: “Seu José” (você se lembra do “Seu José”, lá da primeira aula?) pretende produzir 5 toneladas de pescado para comercializar na Semana Santa; calcula com um ano de antecedência quantos alevinos ele deverá colocar nos viveiros, quais os reparos necessários nos viveiros e que cuidados ele deverá ter antes de adquirir esses alevinos, qual a quantidade de ração de que deverá dispor durante esse período, quantos empregados deverá contratar e assim por diante. Podemos falar, então, que 5 Empreendedorismo no Agronegócio A06 2Praticando... O próximo parágrafo é com você: Chegada a Semana Santa, ao despescar seus viveiros, o que aconteceu com cada produtor? “Seu José” “Seu Tomás” ele está planejando a sua produção, visando a atingir um objetivo que é a produção de 5 toneladas de pescado. Já o seu vizinho (lembra do “Seu Tomás”?) também está interessado na produção de pescado para comercializar na Semana Santa. Ele, ao contrário, só vai adquirir os alevinos quando ouve falar que o “Seu José” já iniciou a produção. É claro que pode ter acontecido qualquer coisa com os nossos dois produtores. A produção do Seu José poderia ter sido afetada por alguma doença ou uma grande enchente poderia ter feito transbordar seus viveiros levando os peixes embora. No caso do Seu Tomás, mesmo sem planejamento, ele ainda poderia ter tido uma “grande surpresa” e obter lucros com a sua produção. Mas você deve observar que a probabilidade disso acontecer seria muito pequena, não é? Ou seja: o planejamento por si só não é uma garantia de sucesso absoluto, já que sempre existem fatores que não podemos prever. Mas um bom planejamento pode diminuir, e muito, os riscos de um empreendimento. Se você tivesse que optar por um dos nossos personagens, para fazer uma sociedade, quem você escolheria?Eu escolheria o Seu José. 6 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Seguindo adiante... Bem, espero que tenha fi cado mais claro para você, agora, a diferença entre “planejar” e “não planejar”. Mas qual a importância do planejamento para o empreendedor que deseja iniciar seu próprio negócio? O empreendedor, por si só, é um profi ssional que se planeja constantemente para minimizar riscos e atingir seus objetivos. Ao iniciar um novo negócio ou em qualquer outra situação. Mas, como é que isso ocorre, de fato? Para fazer um bom planejamento, o empreendedor se utiliza de algumas Ferramentas. E uma das ferramentas mais importantes que pode ser utilizada para auxiliar na tomada de decisão é exatamente a que estamos estudando na nossa aula de hoje: a Pesquisa de Mercado. Pesquisa de Mercado “Procedimento utilizado em empresas para investigar as preferências de consumidores em relação a produtos, marcas, publicidade e serviços [...]” (SANDRONI, 2003, p. 456). Mercado Em sentido geral, o termo designa um grupo de compradores e vendedores que estão em contato sufi cientemente próximo para que as trocas entre eles afetem as condições de compra e venda dos demais. Um mercado existe quando compradores que pretendem trocar dinheiro por bens e serviços estão em contato com vendedores desses mesmos bens e serviços [...] (SANDRONI, 2003, p. 378). Podemos dizer que uma pesquisa de mercado compreende o conjunto de todas as ações desenvolvidas pelo empreendedor no sentido de obter informações sobre o mercado (consumidores, concorrentes, fornecedores, análise de conjuntura, localização etc.) no qual atua e/ou pretende atuar. A pesquisa de mercado é, portanto, um instrumento para auxiliar o empreendedor na tomada de decisões, e envolve desde a defi nição dos objetivos para o qual será realizada, até a tomada de decisão propriamente dita, incluindo a coleta e análise dos dados. 3Praticando... 7 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Na aula passada, você escolheu um produto ou serviço com o qual passaremos a trabalhar, utilizando-o como exemplo na aplicação das ferramentas de planejamento ao longo de nossa disciplina. Com base nas informações obtidas até então, procure responder aos questionamentos abaixo: 1. Você já sabe quem são os seus clientes em potencial (público-alvo)? ( ) não ( ) Sim são _______________________ 2. Você já conhece os seus principais concorrentes? ( ) não ( ) Sim são _______________________ 3. Você já escolheu os seus fornecedores? ( ) não ( ) Sim são _______________________ 4. Você já tem idéia de um diferencial para o seu produto, oferecendo algo que a concorrência atualmente não oferece? ( ) não ( ) Sim é__________________________ 5. Você já escolheu um local para o seu novo empreendimento? ( ) não ( ) Sim é__________________________ 6. Caso a resposta à pergunta anterior tenha sido positiva, você levou em consideração, ao escolher esse local, fatores como facilidade de acesso; fl uxo de pessoas/veículos; proximidade da clientela; proximidade da concorrência e dos principais fornecedores? ( ) não ( ) Sim 8 Empreendedorismo no Agronegócio A06 A pesquisa de mercado é um instrumento utilizado para auxiliá-lo a responder, com segurança, um sim a essas e a muitas outras perguntas. Entretanto, para que o empreendedor possa ser bem sucedido na utilização dessa ferramenta, ele deve estar muito atento aos objetivos que deverão ser alcançados e, para isso, ele precisará de informações e não apenas de dados estatísticos. “[...] as empresas precisam de informações e não apenas de dados, que são fatos e estatísticas. A informação é composta por dados organizados de modo que respondam às questões em aberto” (GIOIA, 2006, p. 37, grifos do autor). É importante lembrar, também, que, dependendo da complexidade, o empreendedor deverá contratar uma instituição especializada para realizar a pesquisa. No caso dos pequenos empreendimentos, porém, na maior parte das vezes, o próprio empreendedor, com a ajuda de seus colaboradores, poderá realizar essa tarefa. E para quem vai iniciar um empreendimento, a pesquisa de mercado é um importante instrumento que poderá ser utilizado para avaliar, entre outros itens: perfi l do consumidor, necessidades e desejos dos mesmos; estudo do produto: melhorias técnicas ou comerciais em produtos já existentes, novas utilidades para produtos, novos produtos, decisão de abandono de produtos; estudo da embalagem: cor, tamanho, aceitação, tipo de material, formato; estudo da imagem de marca:o que os clientes internos e externos acham da marca,quais as mais conhecidas, qual a sua simbologia; estudo do preço de venda:quanto cobram os concorrentes, qual a margem de contribuição,quanto pagam os consumidores, quanto se deve produzir (ponto de equilíbrio); estudo da concorrência: quem são os seus concorrentes diretos; quais os seus pontos fortes e fracos; estudo dos fornecedores: quem são; qual o seu público-alvo; qual a sua política de atuação; localização do empreendimento: fluxo de pessoas e de veículos; local para estacionamento, proximidade de clientes em potencial e/ou concorrentes; facilidade de acesso. 9 Empreendedorismo no Agronegócio A06 4Praticando... Seu José teve a idéia de abrir um pesque-pague. Antes de tomar a decisão de investir no seu novo empreendimento, porém, ele procurou reunir algumas informações. 1. Ele visitou alguns pesque-pagues no seu Município e em municípios vizinhos, observando a qualidade e variedade dos serviços oferecidos, a forma de atendimento e a opinião dos proprietários quanto à viabilidade do empreendimento. Nesse caso podemos dizer que ele fez um estudo ..................................................................................................... . 2. Ele também entrou em contato com os produtores de alevinos de dois Municípios vizinhos e de alguns representantes de marcas diferentes de ração para peixes, para obter informações sobre preços, prazos de entrega e condições de pagamento. Nesse momento, “Seu José” estava fazendo um estudo ..................................................................................................... . 3. Orientado por um amigo que costumava freqüentar pesque-pagues todos os fi nais de semana, ele aproveitou a realização de uma Feira Agropecuária no seu Município, a qual recebeu milhares de visitantes, inclusive de municípios vizinhos, aplicou questionários entre os clientes em potencial que visitavam a Feira, buscando informações sobre o tipo de serviço que mais agradaria a essa clientela. Nesse caso, ele estava fazendo um estudo ..................................................................................................... . 4. Seu José ainda teve o cuidado de observar a distância dos empreendimentos visitados em relação à principal rodovia de acesso, que liga os vários municípios da sua região. Observou também a existência e a quantidade de placas divulgando e indicando a localização dos empreendimentos. Nesse caso, Seu José estava fazendo o estudo ................................................................................................... . Como você pode observar, Seu José gastou algum tempo até cumprir todas essas tarefas e obter as informações de que necessitava para tomar a sua decisão. Antes de iniciar todos esses contatos, porém, ele fez uma ampla pesquisa na Internet, procurando informações sobre pesque-pagues e outros DADOS PRIMÁRIOS DADOS SECUNDÁRIOS 10 Empreendedorismo no Agronegócio A06 empreendimentos voltados à piscicultura, também procurou informações sobre o assunto no SEBRAE do seu Município e observou cuidadosamente os dados disponibilizados pelo IBGE sobre a sua Região. Ao buscar todas essas informações, ele também estava realizando uma pesquisa de mercado, a diferença estava na origem dos dados. Origem dos dados Quanto à origem dos dados, uma pesquisa de mercado pode ser realizada utilizando dados primários ou secundários . Uma pesquisa de mercado baseada em dados secundários possui a vantagem de ser mais rápida e mais barata, mas você pode não encontrar todas as informações de que precisa, além do que os dados podem estar defasados ou ainda a fonte de informação (principalmente no caso das pesquisas realizadas pela Internet) pode não ser confi ável. Já a pesquisa de mercado baseada em dados primários costuma ter um custo maior (de tempo e dinheiro), só que, nesse caso, você pode direcionar a pesquisa para atender a seus objetivos de forma direta, além de estar trabalhando com dados atualizados. O ideal, para quem vai realizar uma pesquisa de mercado, é realizar primeiro a pesquisa com dados secundários e, após a análise dos dados obtidos, verifi car a necessidade ou não da complementação dessas informações. Tipos de Pesquisa Dados Primários: “dados coletados especialmente para determinada pesquisa, diretamente com quem participa da ação” (GIOIA, 2006, p. 39) Ou seja, quando falamos em dados primários, estamos falando de dados coletados e reunidos diretamente na fonte, por meio de entrevistas e questionários. Existem diferentes classifi cações quanto aos tipos de pesquisa de mercado. Utilizaremos, como referência, a classifi cação contida na publicação Fundamentos de Marketing, da séria Gestão Empresarial (FGV Management). Segundo essa classifi cação, as pesquisas dividem-se em: exploratórias, descritivas e de experimentação. Dados Secundários: “dados já disponíveis, pois foram coletados para algum outro propósito anterior” (GIOIA, 2006, p. 39). Ou seja, quando falamos em dados secundários, estamos falando de dados já disponíveis sobre o mercado, ou seja, aqueles que já se encontram reunidos em livros, publicações, sites na internet e anuários estatísticos. 11 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Pesquisas Exploratórias Servem para levantar hipóteses e descobrir características ainda ignoradas, como por exemplo, a percepção que o público tem de um novo produto ou a imagem que faz de uma determinada marca. Pesquisas Descritivas São utilizadas para descrever hábitos de compra e de uso de produtos e serviços. Por exemplo, local de compra de xampu preferido pelas mulheres. Servem também para indicar a probabilidade de diferentes causas explicarem um fato (o efeito). Por exemplo: que peso tem o preço, as mudanças na embalagem e a comunicação, entre outras causas, na queda das vendas? Pesquisas de Experimentação Implicam a utilização do produto ou do serviço pelo entrevistado. São muito usadas para testar a aceitação de novos produtos e embalagens ou de alterações nos componentes (fórmula) dos produtos existentes. (BASTA et al, 2006, p. 86). Métodos de Pesquisa Quanto ao método, existem basicamente dois tipos de pesquisa de mercado: a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa. Pesquisa qualitativa Uma pesquisa qualitativa é normalmente aplicada para conhecer a percepção dos clientes sem quantifi cá-los. Nesse caso, o mais importante não é o número de clientes que participam da pesquisa, mas as informações subjetivas que se consegue “captar” de cada um deles. Na publicação Como elaborar uma pesquisa de mercado, são apresentadas algumas das técnicas mais utilizadas nesse tipo de pesquisa: 12 Empreendedorismo no Agronegócio A06 a) Grupos de discussão: Formam-se grupos de 8 a 10 pessoas que passam cerca de uma hora e meia discutindo detalhadamente determinados assuntos. Essa discussão é feita com a presença de um mediador que coordena as atividades do grupo. O objetivo é compreender o que as pessoas têm a dizer e o porquê. Esse tipo de pesquisa geralmente é usado para analisar o uso do produto, hábitos de compra, experiências com garantia e com novos produtos. b) Cliente oculto: Esse tipo de pesquisa é usado para coletar dados sobre a sua empresa e a de seus concorrentes, permitindo uma análise comparativa com o objetivo de propor ações de melhoria para o seu negócio. Um pesquisador se faz passar por um cliente e analisa diversos fatores, como atendimento, disposição dos produtos nas lojas, preços e formas de pagamento, serviços oferecidos, entre outros aspectos. No cliente oculto, o entrevistador que se faz passar pelo cliente dispõe de um formulário de orientação com os tópicos que ele terá que avaliar. c) Teste clínico (experimentação ou degustação): Trata-se de uma entrevista com o consumidor após ele ter experimentado ou degustado um produto ou serviço. Os testes podem ser realizados dentro da própria loja durante seu horáriode funcionamento ou em locais específi cos (em feiras, por exemplo). O objetivo é testar características do produto ou serviço, a partir de uma avaliação da reação imediata do consumidor. Esse tipo de pesquisa é muito utilizado em lançamento de produtos. Observação: “A técnica de observação possibilita o levantamento de aspectos importantes, principalmente aqueles relacionados ao comportamento do público. É uma pesquisa realizada em pontos de venda e serve para verifi car a relação cliente e vendedor, para medir o tempo de duração da venda, para ouvir perguntas e reclamações dos clientes e descobrir quem infl uencia o processo de compra” (GOMES, 2005, p. 25). 13 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Pesquisa quantitativa A pesquisa quantitativa é um estudo estatístico, que busca descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema de pesquisa, ou seja, é a pesquisa que se destina a levantar dados numéricos no mercado. De modo geral, uma pesquisa quantitativa deve seguir rigorosos critérios estatísticos como: amostragem, margem de erro, estimativa, desvio padrão, etc. No caso específi co dessa disciplina, porém, que tem como objetivo fornecer informações básicas sobre as principais ferramentas de planejamento utilizadas pelo empreendedor, e em se tratando de uma pesquisa de mercado voltada para pequenos empreendimentos,o “rigor estatístico” deve ceder lugar ao bom senso e ao aproveitamento máximo dos recursos disponíveis para a realização da pesquisa. Veja como Fernando Dolabela se refere a esse assunto, no livro O Segredo de Luíza (1999, p. 165): [...] teoricamente seria desejável que Luísa entrevistasse todas as empresas que poderiam comercializar seu o produto (distribuidores e varejistas), e as pessoas que iriam consumi-lo, o chamado universo de consumidores. Diante da grande difi culdade que enfrentaria, ela decidiu entrevistar uma amostra desse universo, ou seja, uma parcela que contivesse o maior número de informações representativas. Impossibilitada de entrevistar diretamente todos os clientes, julgou melhor entrevistar 50 consumidores fi nais e aplicou o conceito de amostra mínima para pesquisar as empresas que revendiam goiabadas. O dilema que Luísa enfrentou é muito freqüente em pesquisas de mercado, quando se dispõe de pouco dinheiro e tempo para realizá-la. Se, durante o seu processo de coleta de dados, você se deparar com o mesmo dilema de Luísa, não hesite e faça uma opção: dimensione uma amostra que esteja ao seu alcance, tomando o cuidado de que estejam representadas as diversas categorias de clientes e a sua distribuição etária, geográfi ca e de renda (exemplo: estudantes de várias idades, diferentes classes de renda, diferentes bairros) e trabalhe com ela, mesmo que não seja estatisticamente representativa. O que se deve evitar é a falta de uma pesquisa, qualquer que seja ela. Mesmo uma conversa informal com seus clientes em potencial é melhor do que nada. Como realizar uma pesquisa quantitativa? As pesquisas quantitativas são realizadas utilizando questionários estruturados para a coleta das informações, os quaispoderão ser aplicados de forma direta, através de entrevistas pessoais, ou ainda por correspondência, por telefone ou via e-mail. Na nossa próxima aula, estaremos simulando o planejamento de uma pesquisa de mercado, utilizando um exemplo concreto que servirá de modelo para que você possa realizar a sua própria pesquisa. Nesse momento, estaremos orientando, passo a passo, os procedimentos a serem seguidos. 14 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Alguns conceitos importantes sobre pesquisa quantitativa: Universo: “[...] denomina-se universo qualquer conjunto fi nito ou infi nito de indivíduos com uma característica comum” (BASTA et al, 2006, p. 87). Ou seja, quando falamos em “universo”, estamos falando de um conjunto de pessoas com características similares, sobre as quais temos interesse em pesquisar. Amostra: “Conjunto de técnicas estatísticas que possibilita, a partir do conhecimento de um aparte (amostra), obter informações sobre o todo (universo)[...]”(SANDRONI, 2003, p. 25). Ou seja, quando falamos em amostra, estamos falando de uma parcela representativa da população que tem a capacidade de expressar aquilo que a população total expressaria. Etapas de uma pesquisa de mercado Para a realização de uma pesquisa de mercado, é importante que o empreendedor planeje, com antecedência, cada uma de suas etapas. É importante lembrar também que a coleta de dados, em si, corresponde a apenas uma dessas etapas. 1. Defi nição dos objetivos: é uma das etapas mais importantes de todo o processo, pois é a defi nição clara dos objetivos a serem atingidos que vai direcionar as demais ações. Não esqueça de que a pesquisa de mercado é um instrumento que deve ser utilizado pelo empreendedor para auxiliar na tomada de decisões, portanto deve fi car bem claro a qual(is) pergunta(s) essa pesquisa deverá responder. 2. Planejamento: é quando o empreendedor planeja a sua pesquisa, ou seja, é quando são defi nidas as formas de obtenção dos dados (primários ou secundários), o tipo da pesquisa (quantitativa ou qualitativa), quais as técnicas ou instrumentos de 15 Empreendedorismo no Agronegócio A06 coleta de dados a serem utilizados, o cronograma de ação e os recursos humanos e fi nanceiros necessários para a sua realização. 3. Coleta de dados: é a parte mais visível da pesquisa, quando os entrevistadores captam informações junto ao público-alvo. Para evitar gastos desnecessários e garantir o sucesso dos resultados, é importante que essa etapa seja direcionada para atender diretamente aos objetivos traçados na primeira etapa do processo. 4. Análise de dados: é nessa etapa que os dados coletados são tabulados, analisados e interpretados. Os resultados obtidos devem ser reunidos em um relatório, de forma que possam subsidiar a tomada de decisão do empreendedor, atendendo ao objetivo que originou a pesquisa. 5. Tomada de decisões: essa é aetapa fi nal do processo,quando o empreendedor decide com base nas informaçõe sobtidas, através da pesquisa. Ao elaborar um projeto de pesquisa de mercado, você deverá defi nir claramente: - o motivo ou problema que dá origem à pesquisa; - os objetivos a serem atingidos; - a defi nição da população-alvo e do tamanho e tipo da amostra; - a metodologia a ser utilizada; - as estratégias e instrumentos para coleta de dados; - os resultados esperados; - o cronograma de execução; - o orçamento do trabalho a ser considerado pelo empreendedor como investimento pré-operacional. Fique tranqüilo. Voltaremos a falar nesse assunto na próxima aula. Nesta aula, iniciamos nossa conversa sobre Pesquisa de Mercado, uma importante ferramenta de planejamento utilizada para auxiliar o empreendedor na tomada de decisões. Estudando alguns dos principais conceitos relacionados ao tema, fi camos sabendo que, quanto à origem dos dados, uma pesquisa pode ser primária ou secundária e, quanto ao método utilizado, ela pode ser quantitativa ou qualitativa. Também iniciamos nossa apresentação às principais etapas de uma pesquisa de mercado, incluindo a defi nição dos objetivos, o planejamento, a coleta de dados, análise e interpretação dos dados e a tomada de decisão, as quais serão detalhadas a partir da próxima aula, tomando como exemplo o seu empreendimento. Até lá. Auto-avaliação 16 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Leituras Complementares GOMES, Isabela M. Manual como elaborar uma pesquisa de mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemercado/mercado.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2009. Para saber mais sobre pesquisa de mercado, consulte o manual Como elaborar uma Pesquisa de Mercado,editado pelo SEBRAE/MG, em 2005. Ele pode ser encontrado na forma impressa, mas também está disponível no site anterior. E então, vamos avaliar nossos conhecimentos? No fi nal desta aula você encontrará um gabarito, mas não se esqueça de concluir as atividades, antes de acessar as respostas. 1. Caso alguém lhe perguntasse, hoje, o que é uma pesquisa de mercado, o que você responderia? 2. Considere o seguinte exemplo: Você pretende investir num novo negócio: a produção e comercialização de fi lé de pescado empanado e congelado, no seu Município. Ao realizar uma pesquisa de mercado para decidir sobre esse novo empreendimento: 2.1. Você procura informações no SEBRAE, em sites na Internet e nas associações de classe. Estamos falando em: a) universo b) amostra c) dados primários d) dados secundários 2.2. Não encontrando todas as informações necessárias, você resolve pesquisar diretamente com os consumidores que costumam comprar pescado regularmente, no seu Município. Nesse caso, esses consumidoresrepresentam a) universo b) amostra c) dados primários d) dados secundários 17 Empreendedorismo no Agronegócio A06 2.3. Como o número estimado de consumidores é muito grande, você decide aplicar apenas 100 questionários. Podemos dizer que as 100 pessoas que responderam aos questionários representam a) universo b) amostra c) dados primários d) dados secundários 2.4. Após a aplicação dos questionários e da análise dos dados, você fi ca entusiasmado e resolve investir no empreendimento. Podemos dizer que você tomou essa decisão baseado em informações obtidas através de a) universo b) amostra c) dados primários d) dados secundários 3. Ao observar e manter conversas informais com freqüentadores de “pesque-pagues”, tentando identifi car suas preferências e satisfação quanto aos serviços oferecidos pela concorrência, para encontrar um diferencial para o seu próprio serviço, podemos dizer que Seu José realizou uma pesquisa do tipo: a) descritiva b) exploratória c) de experimentação 4. Utilizando o mesmo exemplo da pergunta acima, quanto à metodologia utilizada, podemos dizer que a pesquisa realizada por Seu José é: a) uma pesquisa qualitativa b) uma pesquisa quantitativa 5. Você consegue lembrar, sem voltar ao texto, quais são as etapas de uma pesquisa de mercado? 1 ________________________________ 2 ________________________________ 3 ________________________________ 4 ________________________________ 5 ________________________________ 18 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Anotações Referências BASTA, D. et al. Fundamentos de marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. DOLABELA, F. O segredo de Luísa. 30. ed. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. GIOIA, Ricardo M. (Org.). Fundamentos de marketing: conceitos básicos. São Paulo: Saraiva, 2006. (Coleção de Marketing, 1). GOMES, Isabela M. Manual como elaborar uma pesquisa de mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemercado/mercado.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2009. SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 11. ed. São Paulo: Best Seller, 2003. Gabarito/Auto-avaliação 2.1. d 2.2. a 2.3. b 2.4. c 3. b 4. a 19 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Anotações 20 Empreendedorismo no Agronegócio A06 Anotações 07 Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva C U R S O T É C N I C O E M P E S C A Planejando uma Pesquisa de Mercado EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.Cp1 Cp1CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.Cp1 Cp1 20/11/2008 14:45:2420/11/2008 14:45:24 Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.Cp2 Cp2CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.Cp2 Cp2 20/11/2008 14:45:2920/11/2008 14:45:29 Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Objetivo Dando continuidade ao assunto iniciado na aula passada, nesta aula você terá a oportunidade de acompanhar, passo a passo, o processo de planejamento que compõe uma das mais importantes fases na realização de uma pesquisa de mercado. Utilizaremos um empreendimento fi ctício para exemplifi car todos os procedimentos que você deverá realizar no seu próprio empreendimento, tomando como base o produto ou serviço defi nido na aula 5 desta disciplina. Preste bastante atenção e mãos à obra! Defi nir objetivos, metodologia e instrumentos de coleta de dados para a realização de uma pesquisa de mercado, tendo como foco o produto ou serviço defi nido na aula 5 desta disciplina. Elaborar instrumento de coleta de dados quantitativos, para atender aos objetivos da pesquisa. Elaborar um projeto de pesquisa de mercado, com base no modelo apresentado. � � � CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt1 CpTxt1CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt1 CpTxt1 20/11/2008 14:45:2920/11/2008 14:45:29 2 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Para começo de conversa... Na aula passada, estudamos alguns conceitos sobre pesquisa de mercado. E então, você lembra para que serve uma pesquisa de mercado? Isso mesmo, para auxiliar o empreendedor na tomada de decisões. Na aula 5, você escolheu um produto ou serviço para tomar como exemplo nas atividades seguintes. Nesta aula, vamos elaborar um projeto de pesquisa de mercado para auxiliar na sua decisão de investir ou não nesse empreendimento. Para facilitar, vamos acompanhar o exemplo do pesque-pague do “Seu José”. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt2 CpTxt2CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt2 CpTxt2 20/11/2008 14:45:3220/11/2008 14:45:32 3 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Recordando... “Seu José” é aquele pequeno produtor de um Município da região Norte do Brasil, que passou a investir na piscicultura como uma fonte alternativa de renda, aproveitando a água disponível na propriedade. Além dos peixes, que comercializa no próprio Município, “Seu José” também cria algumas cabeças de gado, cultiva algumas culturas e está iniciando a criação de abelhas, com a ajuda de um dos fi lhos que se casou e resolveu continuar morando com o pai, auxiliando na propriedade. Ao realizar a sua primeira pesquisa de mercado, que tinha como objetivo avaliar a viabilidade da piscicultura na sua propriedade, ele acabou descobrindo que tinha um grande potencial para a criação de um pesque-pague e que, no seu Município, havia apenas 2 pesque-pagues em funcionamento, localizados em comunidades muito afastadas da sede e funcionando de forma bastante precária. Mesmo assim, muitas pessoas da cidade e até de municípios vizinhos costumavam visitar esses locais. Várias pessoas que visitavam a sua propriedade haviam comentado da viabilidade desse novo empreendimento, até o técnico da Prefeitura que prestava assistência técnica na piscicultura apoiava essa idéia. “Seu José”, então, começou a pensar que essa poderia ser uma nova oportunidadepara empreender. Fique atento Preste bastante atenção nos motivos que levaram “Seu José” a identifi car uma nova oportunidade de negócio. Ele tinha uma propriedade que reunia as condições necessárias para o novo empreendimento, a opinião de várias pessoas sobre o assunto sempre foi favorável e os seus concorrentes eram poucos, estavam localizados a uma grande distância e seus serviços eram precários. Um dos principais motivos de fracasso nos pequenos empreendimentos é a decisão do “empreendedor” de copiar idéias bem sucedidas de outros empreendedores, competindo com eles. Ou seja, ele vê vários “salões de beleza” se instalando no seu Bairro e pensa: “isso deve dar muito dinheiro”, e resolve abrir mais um. Nesse caso, ele vai competir com os outros, que já estão instalados, dividindo a mesma clientela e, muitas vezes, atuando num ramo que não conhece. Não caia nessa armadilha. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt3 CpTxt3CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt3 CpTxt3 20/11/2008 14:45:3420/11/2008 14:45:34 4 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Seguindo adiante... E então, pronto para começar? Vamos iniciar o nosso projeto de pesquisa de mercado, defi nindo, de forma clara, o “porquê” da realização da pesquisa, ou seja, qual o motivo ou problema que dá origem à pesquisa. O empreendimento do “Seu José” Seu José “achava” que o pesque-pague poderia ser um bom investimento. Para ter certeza, ele deveria elaborar um Plano de Negócios, assim como fez ao iniciar a atividade de piscicultura. O motivo que deu origem à sua pesquisa de mercado, portanto, foi a necessidade de coletar informações para subsidiar a elaboração de um Plano de Negócios, testando a viabilidade do novo empreendimento. O seu empreendimento: Assim como nosso personagem, você deverá coletar informações para subsidiar a elaboração do seu Plano de negócios e testar a viabilidade, ou não, do seu empreendimento. Fique atento: estamos iniciando o planejamento de uma pesquisa de mercado baseada em dados primários, o que signifi ca que, tanto você quanto “Seu José” já realizaram uma coleta de dados secundários sobre o assunto. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt4 CpTxt4CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt4 CpTxt4 20/11/2008 14:45:3420/11/2008 14:45:34 5 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Agora que já identifi camos o motivo que deu origem à pesquisa, vamos defi nir os objetivos a serem atingidos. O empreendimento do Seu José No caso do Seu José, ele se deparou com dúvidas na hora de defi nir os fornecedores, também não tinha informações sufi cientes sobre a concorrência e ainda não conseguia identifi car um diferencial para o seu empreendimento: ou seja, o que mais atrairia a sua clientela? Algumas pessoas falavam sobre a ótima localização da sua propriedade, mas ele ainda não tinha certeza. Seu José, então, resolveu fazer, não uma, mas quatro pesquisas diferentes, para atender aos seguintes objetivos: 1- Estudo dos fornecedores para identifi car os fornecedores dos principais insumos para o seu empreendimento, quais os preços praticados, prazos de entrega e condições de pagamento. 2- Estudo da concorrência para conhecer os serviços oferecidos pela concorrência, seus pontos fracos e pontos fortes, os preços praticados e estratégias de marketing utilizadas, além do nível de satisfação dos proprietários em relação aos seus empreendimentos. 3- Estudo dos consumidores para identifi car gostos e preferências dos seus clientes em potencial, para defi nir a sua estratégia de atuação no mercado, criando um diferencial para o seu serviço, em relação à concorrência. 4- Estudo da localização para escolher a melhor estratégia e dar visibilidade ao seu empreendimento, tendo em vista a localização da sua propriedade. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt5 CpTxt5CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt5 CpTxt5 20/11/2008 14:45:3520/11/2008 14:45:35 01Praticando... 1- 2- 3- 4- 6 Empreendedorismo no Agronegócio A07 O seu empreendimento: Agora é com você. Coloque, no espaço abaixo, pelo menos 2 objetivos a serem atingidos: E então, objetivos defi nidos? Vamos em frente. Agora precisamos defi nir qual o público- alvo e o tamanho e tipo da amostra (quando for o caso). CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt6 CpTxt6CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt6 CpTxt6 20/11/2008 14:45:3520/11/2008 14:45:35 02Praticando... 1- 2- 7 Empreendedorismo no Agronegócio A07 No caso do “Seu José”, são quatro pesquisas. Vamos ver o que ele defi niu em cada uma delas: 1- Estudo dos fornecedores: o público-alvo escolhido foram os fornecedores de bebidas e alimentos para o restaurante que funcionaria no pesque-pague. “Seu José” não precisou pesquisar os fornecedores de alevinos e ração para peixes uma vez que já havia feito essa pesquisa, quando iniciou a atividade de piscicultura na propriedade e, portanto, a decisão quanto a esses fornecedores já havia sido tomada. Também não foi necessário defi nir uma amostra, já que havia apenas cinco fornecedores em potencial e os cinco foram pesquisados. 2- Estudo da concorrência: nesse caso, o público-alvo do Seu José foram outros pesque- pagues já em funcionamento na Região. Foram escolhidos quatro concorrentes para participar da pesquisa, já que as distâncias seriam muito longas e o custo muito elevado, caso ele resolvesse ampliar o tamanho dessa amostra. 3- Estudo dos consumidores: para fazer um estudo do perfi l dos seus clientes, ele optou por uma amostragem que incluísse pessoas que costumam freqüentar um pesque-pague ou que demonstraram interesse nisso. O tamanho da amostra não- probabilística foi defi nido em 50 (cinqüenta) entrevistados, pois era o número máximo de questionários que Seu José poderia aplicar, levando em conta o tempo e os recursos disponíveis, além do que, ele considerou esse número sufi ciente para avaliar o perfi l e buscar um diferencial para o seu empreendimento. 4- No caso do estudo da localização, não houve necessidade de defi nir o público-alvo e a amostra, já que se tratava de um estudo na sua propriedade. E o seu empreendimento? Qual o público-alvo, o tamanho e o tipo de amostra (quando for o caso)? CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt7 CpTxt7CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt7 CpTxt7 20/11/2008 14:45:3620/11/2008 14:45:36 3- 4- 8 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Agora que já defi nimos nosso público-alvo e amostras, vamos decidir a metodologia a ser utilizada: Seu José decidiu assim: 1- Estudo dos fornecedores: Metodologia qualitativa (entrevista pessoal) 2- Estudo da concorrência Metodologia qualitativa (cliente oculto) 3- Estudo dos consumidores Metodologia quantitativa (aplicação de questionários) 4- Estudo da localização Nesse caso, Seu José utilizou a técnica da observação. � � � � CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt8 CpTxt8CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt8 CpTxt8 20/11/2008 14:45:3620/11/2008 14:45:36 03 Responda aqui Praticando... 9 Empreendedorismo no Agronegócio A07 E quanto ao seu empreendimento? Defi nida a metodologia e estratégias para coleta de dados, chegou a hora de elaborar os instrumentos para realizar a coleta. Seu José precisou elaborar um questionário, elaborou também roteiros de entrevista e de observação para as demais pesquisas. Vamos ver como fi cou: 1- Estudo dos fornecedores: Roteiro de entrevista: tendo em mãos a listagem dos principais produtos a serem adquiridos, Seu José buscou as seguintes informações nas entrevistas: variedade de produtos e marcas disponíveis preços praticados serviços de entrega condições de pagamento � � � � CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt9 CpTxt9CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt9 CpTxt9 20/11/2008 14:45:3620/11/200814:45:36 10 Empreendedorismo no Agronegócio A07 2- Estudo da concorrência. Roteiro (cliente oculto). Nesse caso, nosso pesquisador se concentrou nas seguintes observações: localização (distância de centros urbanos e/ou rodovias pavimentadas); divulgação (existência de placas de sinalização ou outros métodos de divulgação utilizados pelo concorrente); atendimento ; condições de conforto e higiene; quantidade e qualidade dos produtos e serviços; preços praticados; nível de satisfação do empreendedor (informação estimada a partir de conversas informais com os proprietários). 3- Estudo dos consumidores Para essa pesquisa, Seu José elaborou um questionário, contendo as seguintes perguntas: � � � � � � � � Questionário Data:________________ Horário:______________ Entrevistador:_________________________________________________ 1) Você freqüenta ou teria interesse em freqüentar um pesque-pague? ( )sim ( )não 2) Caso a primeira resposta tenha sido afi rmativa, com que freqüência? ( ) 1 vez ao mês ( ) mais de uma vez ao mês ( ) menos de 01 vez ao mês CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt10 CpTxt10CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt10 CpTxt10 20/11/2008 14:45:3720/11/2008 14:45:37 11 Empreendedorismo no Agronegócio A07 3) Você costuma freqüentar o pesque-pague: ( ) sozinho(a) ( ) com a família ( ) com os amigos 4) Na sua opinião, o que é mais importante num pesque-pague? (marcar até duas alternativas) ( ) localização ( ) atendimento ( ) a existência de outros serviços, como restaurante e lanchonete ( ) preços 5) A que tipo de produto e/ou serviço você gostaria de ter acesso e que não são oferecidos pelos pesque-pagues que você costuma freqüentar? ________________________________________________________________ 6) Cite um aspecto positivo do pesque-pague que você costuma freqüentar. ________________________________________________________________ 7) Cite um aspecto negativo do pesque-pague que você costuma freqüentar: ________________________________________________________________ 8) Idade (faixa-etária) ( ) até 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos ( ) + de 45 anos CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt11 CpTxt11CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt11 CpTxt11 20/11/2008 14:45:3720/11/2008 14:45:37 12 Empreendedorismo no Agronegócio A07 9) profi ssão ________________________________________________________________ 10) Renda familiar ( ) até R$ 1.000,00 ( )R$ 1.100, 00 a R$ 2.000,00 ( ) R$ 2.100,00 a R$ 3.000,00 ( ) R$ 3.100,00 a R$ 4.000,00 ( ) R$ 4.100,00 a R$ 5.000,00 ( ) + de R$ 5.000,00 Fique atento: Ao elaborar um questionário, você deve ter em mente os objetivos que deseja atingir. As perguntas devem ser claras e objetivas, evitando-se fazê- las longas ou em grande quantidade para não cansar o entrevistado. Ao concluir o questionário, você deve primeiro testá-lo, antes de iniciar a sua pesquisa. Procure aplicar de 3 a 5 questionários, com pessoas que não acompanharam a sua elaboração, para ter certeza de que nenhuma pergunta possa gerar dúvidas ou dupla interpretação por parte dos entrevistados e/ou do entrevistador. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt12 CpTxt12CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt12 CpTxt12 20/11/2008 14:45:3720/11/2008 14:45:37 04Praticando... 13 Empreendedorismo no Agronegócio A07 E então, vamos praticar? Escolha uma das pesquisas definidas no seu planejamento e, no espaço abaixo, elabore um questionário para a coleta de dados do seu empreendimento. Questionário Data:_______________ Horário:______________ Entrevistador:___________________________________________________ 1) _____________________________________________________________ 2) _____________________________________________________________ 3) _____________________________________________________________ 4) _____________________________________________________________ 5) _____________________________________________________________ 6) _____________________________________________________________ 7) _____________________________________________________________ 8) _____________________________________________________________ CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt13 CpTxt13CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt13 CpTxt13 20/11/2008 14:45:3720/11/2008 14:45:37 14 Empreendedorismo no Agronegócio A07 4) Estudo da localização Seu José já sabia que o pesque-pague seria na sua propriedade. Nesse caso, ele não precisou defi nir um local, apenas qual a melhor estratégia de utilização para essa localização. No roteiro de observação, foram incluídos os seguintes aspectos: distância da sua propriedade em relação a rodovias pavimentadas e de maior movimento; distância da sua propriedade em relação à área urbana do município; locais estratégicos para a colocação de placas, nas principais vias de acesso; localização mais adequada do portão de entrada na propriedade; defi nição da área destinada ao estacionamento de veículos; defi nição das áreas para construção de banheiros, restaurante e lanchonete; E o seu empreendimento? Ao defi nir um local para o seu funcionamento (quando for o caso), você pode levar em consideração vários aspectos. No espaço abaixo, cite alguns dos aspectos que você considera importante para a tomada de decisão. ______________________________ ______________________________ ______________________________ � � � � � � � � � Fique atento: Estamos fazendo um planejamento com base no exemplo do “Seu José”, mas nem sempre você poderá seguir o mesmo roteiro. No caso de um produto ou serviço de entrega em domicílio, por exemplo, a localização da sede do empreendimento também é importante, mas de forma diferente daquela onde o seu produto vai ser comercializado de forma direta. O cronograma de execução: Para a realização das pesquisas, Seu José se planejou estimando o tempo de 5 semanas e estabeleceu o seguinte cronograma: CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt14 CpTxt14CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt14 CpTxt14 20/11/2008 14:45:3720/11/2008 14:45:37 05Praticando... 15 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Atividade Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Defi nição dos objetivos, planejamento Estudo dos fornecedores (entrevistas) Estudo dos concorrentes (visitas) Estudo dos consumidores (aplicação dos questionários) Tabulação e análise dos dados Estudo da localização Tomada de decisão (elaboração do Plano de Negócios) E o seu cronograma? Preencha a tabela abaixo indicando as principais atividades das suas pesquisas e o espaço de tempo necessário para a sua realização. Repare que as unidades de tempo estão em semanas, mais precisamente 5 (cinco) semanas, assim como no exemplo do empreendimento do Seu José. Esse período deve variar de acordo com o tipo e a complexidade das pesquisas. Atividade Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt15 CpTxt15CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt15 CpTxt15 20/11/2008 14:45:3720/11/2008 14:45:37 Compreendem os gastos realizados antes do início das atividades da empresa, isto é, antes que ela abra as portas e comece a vender. São exemplos de investimen- tos pré-operacionais: despesas com reforma (pintura, instalação elétrica, troca de piso, etc.) ou mesmo as taxas de registro da empresa. (ROSA, 2007, p. 53). Investimentos pré-operacionais 16 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Com o cronograma em mãos, Seu José, então, tratou de fazer um orçamento, para saber exatamente quanto iria gastar na realização das pesquisas. Esse orçamentodeve ser considerado pelo empreendedor como investimento pré-operacional. Vamos falar mais sobre isso nas próximas aulas, quando trataremos da elaboração do Plano de Negócios. No orçamento elaborado por Seu José, os custos maiores fi caram por conta do estudo dos concorrentes. Vamos ler o resumo do seu planejamento e tentar descobrir por quê. Relembrando... Nós estamos na fase de planejamento de uma pesquisa de mercado. Nessa fase, o em- preendedor planeja a sua pesquisa, ou seja, é quando ele defi ne as formas de obtenção dos dados (primários ou secundários), o tipo da pesquisa (quantitativa ou qualitativa), quais as técnicas ou instrumentos de coleta de dados a serem utilizados, o cronograma de ação e os recursos humanos e fi nanceiros necessários para a sua realização. Nosso exemplo: no caso do Seu José, foram realizadas 4 pesquisas com dados primários, uma vez que ele já havia feito um levantamento com dados secundários num momento anterior. O seu planejamento, então, fi cou assim: Pesquisa 1 – estudo dos fornecedores Tipo de pesquisa: quantitativa Método utilizado: entrevista pessoal Cronograma: os 5 (cinco) fornecedores em potencial foram entrevistados no período de 3 (três) dias não consecutivos, tendo sido reservado o prazo de uma semana para a realização dessas entrevistas. Recursos necessários: foi elaborado um roteiro de entrevista, que incluía a coleta de preço dos principais produtos de interesse do empreendedor. Nesse caso, o custo fi cou concentrado nos gastos com combustível, devido à necessidade de realização de vários deslocamentos até a sede do Município para a realização das entrevistas. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt16 CpTxt16CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt16 CpTxt16 20/11/2008 14:45:3720/11/2008 14:45:37 17 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Pesquisa 2 – estudo da concorrência: Tipo de pesquisa: qualitativa Método utilizado: cliente oculto Cronograma: 4 pesque-pagues visitados no período de 4 semanas (1 a cada fi nal de semana) Recursos necessários: Seu José optou pela realização da pesquisa utilizando o próprio veículo para os deslocamentos; também decidiu levar toda a família, aproveitando a oportunidade como uma opção de lazer para a mulher e os fi lhos. Pesquisa 3 – estudo dos consumidores Tipo de Pesquisa: quantitativa Técnica utilizada: aplicação de 50 (cinqüenta) questionários, elaborados com o auxílio de técnicos do SEBRAE. O tamanho da amostra foi dimensionado de acordo com a viabilidade de tempo e recursos, uma vez que os mesmos deveriam ser aplicados durante o período de realização da Feira Agropecuária do seu Município, que é de uma semana, e “Seu José” contava apenas com a ajuda dos dois fi lhos para essa tarefa. Também fi cou defi nido que a amostra seria intencional (não probabilística), ou seja, os questionários seriam aplicados apenas junto às pessoas que fossem apontadas pelo amigo de Seu José ou que se declarassem freqüentadores de pesque- pagues na região. Cronograma – de 17 a 21 de setembro (período de realização da Feira Agropecuária) Recursos Necessários: nesse caso, Seu José precisou arcar com a reprodução dos questionários, que foram aplicados com a ajuda dos fi lhos e elaborados com o auxílio do SEBRAE. Pesquisa 4 – estudo da localização: Técnica utilizada: observação Cronograma: realizada durante o período de 4 (quatro) semanas em que foram coletados os dados para as outras pesquisas. Recursos necessários: nesse caso, “Seu José” aproveitou as várias idas e vindas até a Sede do Município, bem como as visitas aos seus concorrentes para observar os itens defi nidos no roteiro previamente elaborado. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt17 CpTxt17CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt17 CpTxt17 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 18 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Fique atento: A utilização de ferramentas de planejamento, como a pesquisa de mercado, é importante para que o empreendedor tome as decisões mais acertadas, infl uenciando de forma direta no sucesso do seu empreendimento. No exemplo utilizado nesta aula, nosso empreendedor não está buscando informações para investir em “mais um” pesque-pague na sua região, ele está tentando descobrir um diferencial para o seu produto/ serviço, em outras palavras, ele está buscando vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes. Vantagem competitiva: Uma empresa possui vantagem competitiva toda vez que apresentar algum diferencial com relação aos concorrentes no que se refere à obtenção de uma das forças competitivas (poder de barganha dos fornecedores, poder de barganha dos clientes, barreiras à entrada e à saída e ameaça de produtos substitutos) e na atração de novos clientes. Algumas das principais fontes dessas vantagens competitivas são: produzir o produto com a qualidade mais alta do mercado, ofertar o melhor serviço de atendimento ao consumidor, obter custos mais baixos do que os concorrentes, possuir localização geográfi ca mais conveniente, projetar um produto que desempenhe uma função específi ca de forma superior às marcas concorrentes, fabricar um produto mais confi ável e durável do que as marcas rivais e proporcionar aos consumidores um maior valor para o dinheiro que eles gastam na aquisição dos produtos. Ou seja, uma vantagem competitiva sustentável é uma combinação de boa qualidade, segurança, um bom serviço e preço aceitável. (SANTANA, 2002, p. 24). No caso do empreendimento do Seu José, algumas das vantagens competitivas identifi cadas foram: a localização privilegiada em relação à concorrência; a oferta de produtos/serviços adicionais, como lanchonete e restaurante; � � CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt18 CpTxt18CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt18 CpTxt18 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 19 Empreendedorismo no Agronegócio A07 a construção de pequenas “malocas” cobertas com palha, ao longo do açude, de forma a proteger seus clientes da chuva e do sol intenso, proporcionando um maior conforto aos mesmos. Quanto ao seu empreendimento? Quais as vantagens competitivas do seu produto/ serviço em relação aos seus concorrentes? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ � � � � Nesta aula, você acompanhou o processo de planejamento das pesquisas de mercado realizadas pelo nosso personagem, o “Seu José”, que pretende investir num pesque-pague na sua propriedade. Ao acompanhar a defi nição dos objetivos, metodologia, instrumentos de coleta de dados e cronograma, entre outros detalhes da pesquisa, você também teve a oportunidade de planejar, passo a passo, a pesquisa de mercado do seu próprio empreendimento. É importante que você não deixe de fazer os exercícios propostos, assim não encontrará difi culdade nas próximas etapas, que incluem a realização da pesquisa planejada. Leituras complementares GOMES, Isabela M. Manual como elaborar uma pesquisa de mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemercado/mercado.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2008. Para obter mais informações sobre como planejar e realizar uma pesquisa de mercado, consulte o manual Como elaborar uma Pesquisa de Mercado. Ele pode ser encontrado na forma impressa, mas também está disponível na Internet, no endereço citado acima. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt19 CpTxt19CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt19 CpTxt19 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 Auto-avaliação 20 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Agora que você já concluiu o seu planejamento, acompanhando, passo a passo, a experiência do “Seu José”, procure fazer um resumo das pesquisas,preenchendo os campos abaixo. Lembre que o nosso compromisso incluía a realização de, pelo menos, duas pesquisas. Pesquisa 1: Estudo: _________________________________________________________ Tipo de Pesquisa: ________________________________________________ Técnica Utilizada: _________________________________________________ Cronograma: _____________________________________________________ Recursos Necessários: ____________________________________________ Pesquisa 2: Estudo: _________________________________________________________ Tipo de Pesquisa: ________________________________________________ Técnica Utilizada: _________________________________________________ Cronograma: _____________________________________________________ Recursos Necessários: ____________________________________________ Pesquisa 3: Estudo: _________________________________________________________ Tipo de Pesquisa: ________________________________________________ Técnica Utilizada: _________________________________________________ Cronograma: _____________________________________________________ Recursos Necessários: ____________________________________________ CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt20 CpTxt20CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt20 CpTxt20 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 21 Empreendedorismo no Agronegócio A07 Pesquisa 4: Estudo: _________________________________________________________ Tipo de Pesquisa: ________________________________________________ Técnica Utilizada: _________________________________________________ Cronograma: _____________________________________________________ Recursos Necessários: ____________________________________________ No espaço abaixo, você deve inserir os roteiros de entrevista e/ou as perguntas dos questionários elaborados, quando for o caso, não se esquecendo de identifi car a qual pesquisa cada instrumento se refere. Terminada mais essa etapa, você já está pronto para a próxima aula, quando vamos colocar as suas pesquisas em prática. Referências GOMES, Isabela M. Manual como elaborar uma pesquisa de mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemercado/mercado.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2008. ROSA, Cláudio A. Manual como elaborar um plano de negócio. Brasília: SEBRAE, 2007. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/parasuaempresa/ planodenegocios/plano_de_negocios.pdf>. Acesso em: 24 set. 2008. SANTANA, A. C. de; AMIN, M. Cadeias produtivas e oportunidades de negócios na Amazônia. Belém: UNAMA, 2002. CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt21 CpTxt21CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt21 CpTxt21 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 Anotações 22 Empreendedorismo no Agronegócio A07 CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt22 CpTxt22CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt22 CpTxt22 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 Anotações 23 Empreendedorismo no Agronegócio A07 CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt23 CpTxt23CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt23 CpTxt23 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 Anotações 24 Empreendedorismo no Agronegócio A07 CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt24 CpTxt24CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.CpTxt24 CpTxt24 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.V_Ct_cp1 V_Ct_cp1CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.V_Ct_cp1 V_Ct_cp1 20/11/2008 14:45:3820/11/2008 14:45:38 CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.V_Ct_cp2 V_Ct_cp2CP_Emp_Agro_A07_MZ_GR_SF_121108.V_Ct_cp2 V_Ct_cp2 20/11/2008 14:45:3920/11/2008 14:45:39 08 C U R S O T É C N I C O E M A Q Ü I C U LT U R A Realizando uma Pesquisa de Mercado EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Objetivo Chegou a hora de colocar os nossos conhecimentos em prática. Esta é a terceira e última aula que tem a “pesquisa de mercado” como tema e será dedicada à realização, na prática, das etapas de coleta, tabulação e análise dos dados das pesquisas planejadas na aula anterior. Continuaremos acompanhando o exemplo do empreendimento do Seu José. Fique atento e não deixe de resolver os exercícios, afi nal, o que está em jogo é o sucesso do seu empreendimento. Realizar uma pesquisa de mercado, baseada no modelo apresentado, incluindo todas as etapas do processo. 2 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Para começo de conversa... Você já ouviu esta música do Gonzaguinha? “Eu acredito É na rapaziada Que segue em frente E segura o rojão Eu ponho fé É na fé da moçada Que não foge da fera E enfrenta o leão Eu vou à luta É com essa juventude Que não corre da raia A troco de nada Eu vou no bloco Dessa mocidade Que não tá na saudade E constrói A manhã desejada...” (trecho da música “E vamos à luta”, Gonzaguinha) Pois é. Chegou a hora... ... de “colocar a mão na massa”. Nesta aula, você realizará mais algumas etapas da sua pesquisa de mercado, incluindo a coleta e análise dos dados que irão subsidiar a sua decisão. Para resolver os exercícios, você deverá realizar as atividades de campo previstas na sua pesquisa. Também terá o exemplo do Seu José para nortear as suas ações. 3 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Coleta de Dados A coleta de dados é a parte visível da pesquisa, em que os entrevistadores captam informações junto ao público de interesse. É a parte vital de todo o processo, mas não deve ser considerada como sendo toda a pesquisa de mercado. O Caso do Seu José No caso do Seu José, foram realizadas quatro pesquisas. Veja como ele fez a coleta dos dados: Pesquisa 1 – estudo dos fornecedores Para essa pesquisa, como foram identifi cados apenas quatro fornecedores em potencial, Seu José utilizou o roteiro de pesquisa previamente elaborado e foi pessoalmente até os fornecedores para coletar as informações. O roteiro incluía a especifi cação dos principais produtos de interesse, além de perguntas específi cas sobre condições de pagamento e serviços de entrega. 4 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Veja o quadro abaixo Fornecedor 1 Produto Marcas disponíveis Preço 1- 2- 3- ....20- Serviço de entrega: ________________________________________________ _________________________________________________________________ Condições de pagamento: _________________________________________ _________________________________________________________________ Pesquisa 2 – estudo da concorrência Conforme planejado na aula passada, Seu José visitou, em 4 fi nais de semana, 4 pesque-pagues instalados na região. Utilizando a técnica do “cliente oculto”, ele elaborou também um pequeno roteiro para nortear as suas observações, que foram realizadas com a ajuda da família.O que “Seu José” observou: Infra-estrutura: as instalações existentes ofereciam conforto aos usuários? Havia banheiros disponíveis? Estavam limpos? O empreendimento possuía uma fachada atrativa? Além da pescaria, havia algum outro atrativo para os visitantes? (jardins, quiosques para descansar, cozinha, restaurante, etc.) Atendimento: quantos funcionários trabalham no empreendimento? Como eles se dirigem aos clientes? Eles estão uniformizados? O proprietário costuma conversar com os clientes para saber se estão sendo bem atendidos? Produtos/serviços: quantos e quais são os produtos e serviços colocados à disposição do cliente? Preços: quais os preços cobrados pelos principais produtos e serviços oferecidos? Estratégias de marketing: o empreendedor divulga o seu empreendimento? Quais os meios utilizados? 5 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Pesquisa 3 – Estudo dos clientes Para realizar essa pesquisa, Seu José aproveitou a Feira Agropecuária do seu Município e, com a ajuda de um amigo que conhecia muitas pessoas (freqüentadores de pesque-pagues, assim como ele), foram aplicados 50 (cinqüenta) questionários. O modelo do questionário aplicado por Seu José você encontra aula 7 desta disciplina. Pesquisa 4 – estudo da localização As observações foram feitas durante a realização das demais pesquisas. Nesse caso, “Seu José” procurou reunir as seguintes informações: quais as distâncias do seu empreendimento e dos seus concorrentes em relação às principais rodovias pavimentadas e às sedes dos Municípios? Existiam placas de divulgação dos empreendimentos concorrentes em pontos estratégicos e nas principais vias de acesso? Qual seria a melhor localização para o portão de entrada do seu empreendimento? Agora é a sua vez: Seu José já foi a campo e trabalhou bastante. Faça como ele, pegue seus questionários, roteiros de pesquisa e de observação e mãos à obra. Para os próximos passos desta aula, você vai precisar ter em mãos os resultados desse trabalho. Em outras palavras, chegou a hora de “suar a camisa”. Fique atento Por se tratar de um exercício, você poderá optar pela aplicação de um número mínimo de questionários e/ou pela realização de um número mínimo de entrevistas (sem atender a totalidade do que foi previsto no seu planejamento), caso existam difi culdades com relação ao tempo e/ ou recursos para a realização das pesquisas. Ainda assim, não deixe de executar, mesmo que em caráter demonstrativo, a coleta de dados das suas pesquisas, pois essas informações, obtidas no “mundo real”, são importantes para o seu aprendizado. 6 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Análise de dados O processamento dos dados coletados leva a um resultado que deve ser analisado, interpretado e apresentado de maneira signifi cativa, de modo que os resultados possam orientar as decisões a serem tomadas. Vamos ver o que Seu José descobriu nas suas 4 pesquisas? Pesquisa 1 – Estudo dos fornecedores: Com os dados em mãos, Seu José procurou agrupar as informações dos 4 fornecedores para visualizar as vantagens de cada um. Para isso, ele utilizou uma tabela: Produtos disponíveis: Fornecedor Produto 1 Produto 2 Produto 3 ...20 01 Marcas X, Y e Z R$ 2,50 a 3,00 Marcas L,M e N R$ 9,00 a 15,00 Marca R R$ 7,00 Marcas S e T R$ 1,00 a 1,95 02 Marcas X, Y e Z R$ 2,50 a 3,00 Marcas L,M e N R$ 9,00 a 15,00 Não tem Marcas S e T R$ 1,00 a 1,50 03 Marcas X, Y e Z R$ 2,00 a 2,50 Não tem Não tem Marcas S e T R$ 2,00 a 2,50 04 Marcas Y e Z R$ 3,00 Marcas L e M R$ 9,00 a 10,00 Marca R R$ 7,00 Marcas S e T R$ 1,00 a 1,50 Serviço de entrega: Fornecedor 1 – Possui serviço de entrega para compras acima de R$ 100,00, sem cobrança de taxa. Para entregas imediatas o cliente deve agendar a data e o horário da compra. Fornecedor 2 – Possui serviço de entrega para qualquer volume de compra, cobrando uma taxa de R$ 5,00. Entrega imediata. Fornecedor 3 – Não possui serviço de entrega. Fornecedor 4 – Possui serviço de entrega para compras acima de R$ 50,00, sem cobrança de taxa, no prazo de até 48 horas. 7 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Condições de pagamento: Fornecedor 1 – Possui cartão de financiamento próprio para clientes cadastrados. As compras podem ser divididas em até 2 parcelas sem juros. Fornecedor 2 – Aceita cartões de crédito externos. As compras podem ser parceladas em até 6 vezes, com cobrança de juros. Fornecedor 3 – Não aceita cartões de crédito. Fornecedor 4 – Aceita cartões de crédito externos, com acréscimo de 5% nos preços, em relação aos pagamentos feitos em dinheiro. E então? Com base nas informações acima, qual o melhor fornecedor para o empreendimento do Seu José, na sua opinião? ( ) Fornecedor 1 ( ) Fornecedor 2 ( ) Fornecedor 3 ( ) Fornecedor 4 E quanto aos concorrentes? - Infra-estrutura : Empreendimento Conforto das instalações Banheiros Fachada Infra-estrutura disponível 1 Instalações improvisadas, pouco conforto Banheiros improvisados e sujos O empreendedor não investiu na fachada do empreendimento Banheiros e área coberta onde funciona a gerência e são guardados os materiais de pesca 2 Estilo rústico, mas com instalações confortáveis, ambiente agradável. Banheiros padronizados e limpos Fachada atrativa Administração Banheiros Depósito de materiais Quiosque com mesas e bancos para os clientes, onde funciona um pequeno bar e um parque infantil 3 Instalações improvisadas, pouco conforto Banheiros padronizados e limpos O empreendedor não investiu na fachada do empreendimento Banheiros e área coberta onde funciona a administração e são guardados os materiais de pesca 4 Instalaçõesconfortáveis Banheiros improvisados, porém limpos O empreendedor não investiu na fachada do empreendimento Banheiros e área coberta onde funciona a administração. Também havia pequenos quiosques ao longo do açude onde eram servidos bebidas e pequenos lanches 8 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Atendimento: Empreendimento Número de funcionários Padrão de atendimento Uso de uniforme Comportamento do empreendedor 1 Apenas 2 funcionários se revezavam em todas as tarefas Os funcionários demonstravam não ter recebido nenhum tipo de treinamento Os funcionários não usavam uniformes, difi cultando a sua identifi cação pelos clientes O empreendedor costumava visitar o pesque-pague com freqüência, mas passava pouco tempo no local 2 Foram identifi cados pelo menos 4 funcionários, além de 5 estagiários (Técnicos em Pesca e Turismo) que auxiliavam os clientes Tanto os funcionários quanto os estagiários recebiam treinamento para desenvolver suas funções Tanto os funcionários quanto os estagiários utilizavam uniformes padronizados O empreendedor costumava passar boa parte do tempo no local, recebendo os clientes e conversando com eles 3 Foram identifi cados4 funcionários Os funcionários receberam treinamento e desempenhavam bem as suas funções Os funcionários não utilizavam uniformes O empreendedor passava pouco tempo no local 4 Foram identifi cados4 funcionários Entre os funcionários, apenas o gerente possuía qualifi cação para atuar na área, os demais não receberam nenhum tipo de treinamento Os funcionários usavam uniforme padronizado Seu José não teve a oportunidade de conhecer o empreendedor, que morava em outro Município. Produtos/serviços e Preços: Empreendimento Principais Produtos/serviços Preços (R$) 1 Pesque e pague (peixe x) 4,50 o kilo Aluguel de varas de bambu 1,50 Iscas 1,50 Cerveja 2,50 Refrigerante lata 2,00 Água mineral 200ml g1,00 2 Pesque e pague (peixe x) 6,00 Pesque e solte (taxa) 10,00 Aluguel de varas de bambu 2,00 Iscas 2,00 Lanches e Petiscos (preço médio) 12,00 Cerveja 3,00 Refrigerante lata 2,50 Água mineral 200ml g 1,50 3 Pesque e pague (peixe x) 5,00 Aluguel de varas de bambu 1,50 Iscas 2,00 Cerveja 2,50 Refrigerante lata 2,50 Água mineral 200ml g 1,00 4 Pesque e pague (peixe x) 5,00 Aluguel de varas de bambu 1,00 Iscas 1,00 Lanches e Petiscos (preço médio) 10,00 Cerveja 3,00 Refrigerante lata 2,50 Água mineral 200 ml g 1,50 9 A08 - Estratégias de divulgação e localização: Empreendimento Estratégias de divulgação Localização 1 - Apenas a divulgação “boca a boca” feita pelos clientes A localização era estratégica, pois fi cava próxima à sede de um dos Municípios da Região, mas a estrada de acesso estava em péssimas condições e não havia nenhum tipo de sinalização. 2 - Panfl etos com imagens e descrição dos serviços oferecidos; - página na Internet; - cadastro na Secretaria Municipal de Turismo O empreendimento fi cava distante da sede do Município, e a estrada de acesso também não estava em boas condições. Mas havia placas de sinalização e Agências de Turismo direcionavam clientes para o empreendimento. 3 Apenas a divulgação “boca a boca” feitapelos clientes O empreendimento fi cava distante da Sede do Município, mas a estrada de acesso estava em boas condições. Havia apenas uma placa a 100 metros da entrada. 04 - Cadastro na Secretaria Municipal de Turismo O empreendimento fi cava distante da sede do Município, e a estrada de acesso não estava em boas condições. Foram identifi cadas pelo menos 4 placas de sinalização. Bem, essas foram as observações feitas por Seu José, com a ajuda da família, nos empreendimentos visitados. 01 Responda aqui Praticando... 10 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Com base nessas informações, procure identifi car, no espaço abaixo, qual(is) o(s) concorrente(s) mais forte(s), justifi cando a sua resposta. Aproveite também para dar algumas sugestões de produtos, serviços e estratégias de divulgação para que Seu José possa criar um diferencial para o seu empreendimento. 11 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Seguindo adiante... E os clientes, o que será que eles procuram em um pesque e pague? Seu José aplicou 50 questionários durante a Feira Agropecuária, você está lembrado? Nesse caso, ele realizou uma pesquisa quantitativa, e os resultados foram organizados em gráfi cos para facilitar a visualização. Ele utilizou o programa de computador Excel para tabular os dados e construir os gráfi cos, por ser um programa simples e de fácil utilização. Você aprendeu a utilizar essa ferramenta nas suas aulas de Fundamentos de Informática. E então, vamos ver o que Seu José descobriu? 12 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Freqüentam pesque-pague Freqüentam com que costumam visitar um pesque-pague Com quem costumam freqüentar o pesque-pague Serviços importantes não oferecidos atualmente Aspectos positivos dos locais freqüentados Aspectos negativos dos locais freqüentados Idade dos entrevistados Renda familiar dos entrevistados O que consideram mais importante uma vez ao mês mais de uma vez ao mês menos de uma vez ao mês sim não sozinho(a) com a família com os amigos localização atendimento serviços adicionais,como restaurante e lanchonete preços restaurante localização preços tranqüilidade outros redário pesque e coma parque infantil outros localização atendimento preços formiga outros até 25 anos 26 a 35 anos 36 a 45 anos + de 45 anos até R$ 1.000,00 R$ 1.100,00 a R$ 2.000,00 R$ 2.100,00 a R$ 3.000,00 R$ 3.100,00 a R$ 4.000,00 R$ 4.100,00 a R$ 5.000,00 + de R$ 5.000,00 não declarada 88% 9292% 3030% 1515% 5555% 77% 4646% 4040%2626% 1717% 2626% 2222% 2020% 3232% 1717%4747% 2222% 1717% 2626% 1313% 99% 2020% 3232% 1717% 3333% 99% 2020% 3838% 1313%99%77% 1111% 1111% 3232% 1717% 2222% 2222% 13 Empreendedorismo do Agronegócio A08 E então? Você já realizou a pesquisa de mercado quantitativa planejada para o seu empreendimento? Combinamos isso na aula anterior, mas, se você esqueceu, não tem problema: comece agora! Relatório Final: O relatório fi nal é o documento que deve conter as principais informações coletadas durante a pesquisa. Ele constitui a etapa fi nal do processo, quando o empreendedor analisa os dados e toma a sua decisão baseada nos resultados da pesquisa, agindo de acordo com ela. No caso do empreendimento do Seu José, assim como no seu empreendimento, esse relatório deverá subsidiar algumas etapas da elaboração do Plano de Negócios, que será o assunto das aulas 12 a 15 desta disciplina. No relatório elaborado por Seu José constavam todas as informações obtidas durante as várias fases de elaboração das suas pesquisas. Desde a fase de planejamento, em que constava o tipo de pesquisa, metodologia utilizada, data e local de realização da coleta de dados, número de pessoas entrevistadas e resultados obtidos (no caso da pesquisa quantitativa constavam os gráfi cos com o resumo das informações). Após essas informações, Seu José incluiu um pequeno resumo no qual fazia uma análise dessas informações e apontava para uma decisão, baseado nas mesmas. Vamos ver como fi cou? 14 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Conclusões Pesquisa 1 – Estudo dos Fornecedores Após a realização da pesquisa, considerando a variedade de produtos ofertados, preços, serviços de entrega e condições de pagamento, o fornecedor 1 foi o que apresentou as melhores vantagens. No caso de alguns produtos específi cos, preços em oferta em outros estabelecimentos também poderão ser considerados. Pesquisa 2 – Estudo dos Concorrentes A oportunidade de conhecer 4 empreendimentos que atuam no mesmo ramo foi muito importante, pois, na condição de “cliente”, vários aspectos que ainda não haviam sido levados em consideração passaram a ter uma importância signifi cativa. As instalações, mesmo rústicas, precisam oferecer algum tipo de conforto aos clientes. Os banheiros não devem ser improvisados e devem permanecer sempre limpos; as pessoas que vão trabalhar no atendimento ao público devem passar por algum tipo de treinamento. O uso de uniformes padronizados, além de divulgar o empreendimento, também serve para facilitar a identifi cação dos funcionários por parte dos clientes. Serviços alternativos, como restaurante, lanchonete e parque infantil também são importantes. Quanto maior a diversidade de produtos e serviços, mais atrativo será o empreendimento. Por isso, além dos serviços de “pesque e pague” e “pesque e solte”, já oferecidos pela concorrência, será incluído o “pesque e coma”, onde o cliente terá a oportunidade de saborear o pescado que ele mesmo capturou, preparado na hora pela cozinha do restaurante. Outro diferencial em relação à concorrência será o investimento na fachada das instalações, que será bastante simples, em estilo rústico, porém cercada de jardins e vasos com plantas ornamentais encontradas na região (incluindo a comercialização de mudas). O nome e a logomarca do empreendimento estarão sempre presentes. Pesquisa 3 – Estudo dos clientes Os resultados da pesquisa realizada junto aos clientes veio reforçar o que já havia sido considerado após o estudo da concorrência. Com uma localização privilegiada em relação aos demais, e sendo esse um dos principais fatores considerados pelos clientes para a escolha do local a ser visitado, o investimento no treinamento da equipe e na diversifi cação de produtos e serviços oferecidos continua sendo nosso objetivo. Um item que até então não havia sido observado e que apareceu na pesquisa juntoaos clientes foi o desconforto causado pela grande quantidade de formigas na margem dos tanques e açudes. Esse item deverá receber uma atenção Auto-avaliação 15 Empreendedorismo do Agronegócio A08 especial, com a ajuda de um técnico, para que esse possa ser mais um diferencial positivo do nosso empreendimento. Pesquisa 4 – Estudo da localização Comparando as informações obtidas através das observações feitas ao longo das pesquisas e tendo em vista a localização por si só privilegiada do nosso empreendimento, decidiu-se pela abertura de um portão de acesso nos fundos, pois a estrada está em melhores condições, e o caminho, para quem vem pela rodovia, é ainda mais curto. Fique atento Você acabou de acompanhar o exemplo da pesquisa de mercado do empreendimento do Seu José. Mas lembre que esse é um empreendimento fictício e que, portanto, muitas variáveis que poderiam estar sendo consideradas num empreendimento real não foram incluídas, servindo apenas como exemplo didático para que você pudesse elaborar a sua pesquisa. Falando nisso, vamos ver como fi cou? Auto-Avaliação Agora é com você. Conforme combinamos na aula 6 desta disciplina, você deveria realizar pelo menos 2 pesquisas de mercado (uma quantitativa e uma qualitativa). Chegou a hora de ver o resultado: no espaço abaixo, coloque o relatório fi nal das suas pesquisas, com base no exemplo do “Seu José”. Não se esqueça de caprichar na hora de incluir os argumentos para a sua tomada de decisão. Eles serão bastante úteis nas nossas próximas aulas. Boa sorte! 16 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Leitura complementar GOMES, Isabela M. Manual como elaborar uma pesquisa de mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemercado/mercado.pdf>. Acesso em: 28 jul. 2008. Para obter mais informações sobre como planejar e realizar uma pesquisa de mercado, consulte o manual Como elaborar uma Pesquisa de Mercado. Ele pode ser encontrado na forma impressa, mas também está disponível na Internet, no endereço citado acima. Na aula de hoje você acompanhou, passo a passo, a realização das etapas de coleta, tabulação e análise dos dados de 4 pesquisas de mercado, baseadas no exemplo do empreendimento do Seu José. Com base nessas informações você foi a campo e realizou as suas próprias pesquisas, aprendendo um pouco mais sobre o mercado no qual pretende atuar. Essas informações servirão de subsídios para as nossas próximas aulas. Fique atento e não deixe de resolver os exercícios. Até lá. Referência GOMES, Isabela M. Manual como elaborar uma pesquisa de mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemercado/mercado.pdf> . Acesso em: 28 jul. 2008. Anotações 17 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Anotações 18 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Anotações 19 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Anotações 20 Empreendedorismo do Agronegócio A08 Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 09 C U R S O T É C N I C O E M P E S C A O que é Marketing? EmprEEndEdorismo no AgronEgócio coordenadora da produção dos materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky coordenadora de revisão Giovana Paiva de Oliveira design gráfico Ivana Lima diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin revisão Tipográfica Adriana Rodrigues Gomes design instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade revisão das normas da ABnT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o módulo matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva equipe sedis | universidade federal do rio grande do norte – ufrn projeto gráfico Secretaria de Educação a Distância – SEDIS governo Federal ministério da Educação Você verá por aqui... � Empreendedorismo no Agronegócio A09 objetivo Estamos iniciando a Unidade de Conteúdo 4 da nossa disciplina, e a pergunta é... “o que é marketing”? Se você ainda não sabe, essa é uma excelente oportunidade para aprender e, se já sabe, vai poder colocar seus conhecimentos em prática. Assim como a pesquisa de mercado, o plano de marketing é uma importante ferramenta de planejamento utilizada pelo empreendedor. Quer saber mais? Então fique conosco! Identificar alguns dos principais conceitos de marketing utilizados atualmente. Definir, com suas palavras, o que é marketing. Identificar comportamentos e atitudes presentes no “marketing pessoal”. Identificar os principais componentes de um “mix de marketing” ou “composto de marketing”. � Empreendedorismo no Agronegócio A09 para começo de conversa... Você conhece o famoso ditado popular: “Não leve gato por lebre”? Pois é, esse ditado é utilizado para alertar as pessoas de que podem estar sendo enganadas, ou seja, convencidas de que algo ou alguém possui qualidades que na realidade não possui. Nesta aula, vamos falar exatamente sobre isso – não em enganar – mas em como uma boa estratégia de comunicação pode convencer outras pessoas das vantagens e qualidades de um determinado produto, contribuindo para o seu melhor posicionamento no mercado. 0�praticando... � Empreendedorismo no Agronegócio A09 Que nome você daria ao gato, para torná-lo mais atraente a um possível interessado? Que qualidades você exaltaria nele, com esse mesmo objetivo? Que outras informações favoráveis sobre “vantagens de criar um gato” você poderia incluir? Quais estratégias você utilizaria para comunicar aos possíveis interessados a existência de um gato à venda? �. �. �. �. E por falar em gato... Aqui entre nós, eu tenho uma criação de gatos. Gatos de todos os tipos, tamanhos, cores e modelos, para todos os gostos. Esse aí da foto é um dos meus preferidos, mas, vamos dizer que eu tenha a intenção de transformar meus gatos num negócio lucrativo. Para começar, vou pedir a sua ajuda para vender o nosso gato-propaganda: para isso, observe a imagem com atenção e responda às perguntas abaixo: � Empreendedorismo no Agronegócio A09 A que grupos de pessoas, em especial, você dirigiria as suas estratégias de venda? Por quanto você o venderia? Em caso de dúvida, onde você poderia buscar mais informações sobre o preço de um gato? Onde você colocaria o gato em exposição, para atrair mais clientes? �. �. �. �. E então, conseguiu criar uma boa estratégia para vender o meu gato? Pois é, tudo isso que você pensou, ao responder às perguntas acima, faz parte de uma “estratégia de marketing”. A propósito: o nome do gato é “Transtorninho” e ele não está à venda. E como eu sei que é difícil lembrar outra coisa depois de passar alguns minutos olhando para uma imagem tão bonita, vou relembrar o tema da nossa aula de hoje: “o que é marketing”? � Empreendedorismo no Agronegócio A09 0�praticando... Agora, procure definir com suas palavras o que é marketing a partir do que você observou no exercício anterior. No final da aula, eu volto a fazer essa pergunta e você complementa a sua resposta, certo? Marketing é seguindo adiante... O termo “marketing”, traduzido para o português, tem o mesmo significado de “mercadologia”, muito embora estejamos habituados a ouvir e utilizar o termo na sua versão em inglês. Segundo os especialistas, marketing é... Conjunto de técnicas matemáticas, estatísticas, econômicas, sociológicas e psicológicas usadas pelos produtorespara estudar o mercado e conquistá-lo mediante o lançamento planejado de produtos. Para vender, as empresas usam diversos recursos: modificam o produto, incrementam sua utilidade, ampliam o mercado pela descoberta ou criação de novos consumidores, criam novas mercadorias ou convencem os consumidores de que seus produtos têm mais qualidade ou utilidade do que os dos concorrentes [...] (SANDRONI, 2003, p. 378). “Processo de troca envolvendo pessoas, bens e serviços, com o objetivo de alcançar a satisfação dos clientes ou consumidores” (GIOIA, 2006, p. 6). Segundo o mesmo autor, o conceito de marketing é muito mais amplo do que a simples divulgação de uma pessoa, idéia ou produto, envolvendo uma série de atividades que vão desde a concepção de um produto por uma empresa até a entrega, consumo e descarte desse produto pelo cliente. Ou seja, quando falamos em marketing, estamos falando de todas as atividades envolvidas na relação de um produto ou serviço com o seu mercado. Você já estudou o conceito de mercado na aula 6 desta disciplina. Vamos relembrar? � Empreendedorismo no Agronegócio A09 mercado Em sentido geral, o termo designa um grupo de compradores e vendedores que estão em contato suficientemente próximo para que as trocas entre eles afetem as condições de compra e venda dos demais. Um mercado existe quando compradores que pretendem trocar dinheiro por bens e serviços estão em contato com vendedores desses mesmos bens e serviços [...] (SANDRONI, 2003, p. 378). Podemos dizer, então, que uma empresa, ao adotar uma estratégia de marketing, não está apenas fazendo propaganda do seu produto, embora a propaganda faça parte dessa estratégia. Ao assistirmos a um comercial de televisão, por exemplo, como consumidores estamos sendo convencidos de que aquele produto é importante para nossas vidas, ou é de melhor qualidade, mais bonito, mais gostoso, mais barato, etc... Observe os exemplos a seguir: Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .n es tle .c om .b r/ pu rin a/ fr is ki es /> . A ce ss o em : 3 0 o ut . 2 0 0 8 . Ao criar uma página na internet para divulgar uma marca de ração para gatos, detalhes como cores, embalagens com diferentes sabores da ração, a imagem de um gato e um texto falando sobre as principais qualidades da mesma, foram planejados para atrair a atenção e passar a idéia de confiabilidade aos possíveis consumidores (no caso, os donos dos gatos). A estratégia de marketing da empresa, porém, tem início muito antes de ser criada a página na internet. Ao decidir lançar o produto, os componentes da sua fórmula, cores, aromas e sabores, a embalagem e o preço final, entre outros detalhes, também fazem parte dessa estratégia. 0�praticando... � Empreendedorismo no Agronegócio A09 Agora é com você: Nas imagens abaixo, você vê duas campanhas publicitárias de chocolates de uma mesma marca. Procure identificar, em cada uma delas, diferenças nas estratégias de marketing. Exemplo: a que público estão direcionadas, qual a mensagem aos consumidores, etc. � Empreendedorismo no Agronegócio A09 Marketing Pessoal pode ser definido como uma estratégia individual para atrair e desenvolver contatos e relacionamentos interessantes do ponto de vista pessoal e profissional, bem como para dar visibilidade a características, habilidades e competências relevantes na perspectiva da aceitação e do reconhecimento por parte de outros. (JESUS, 2008, extraído da Internet). Marketing pode ser definido como um conjunto de estratégias e ações visando a promover o lançamento, desenvolvimento e sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor. Transitando esse conceito para o Marketing Pessoal, podemos ressaltar que seu objetivo é aumentar a aceitação e fortalecer a imagem de uma pessoa pelo público em geral ou por determinado segmento deste público (COELHO, 2005, extraído da Internet). Em outras palavras, quando falamos em marketing pessoal, estamos falando da sua imagem como profissional e como pessoa, já que você não pode ser cortês e educado no seu ambiente de trabalho e ao mesmo tempo ser grosseiro e arrogante na sua vida pessoal. Se isso ocorrer, um desses comportamentos não estará sendo verdadeiro. Isso quer dizer que você não deve apenas “aparentar” um bom comportamento. Ao cultivar o marketing pessoal você deve ter em mente que as outras pessoas, assim como você, gostam de ser bem recebidas, bem tratadas, de conviver com pessoas bem humoradas, educadas e assim por diante. E isso inclui todas as pessoas com as quais você se relaciona. seguindo adiante... Até agora falamos em marketing voltado a empresas e produtos, mas, assim como o conceito de empreendedorismo evoluiu e não precisa estar, necessariamente, voltado ao mundo dos negócios e das empresas, o conceito de marketing também. Estamos falando de marketing pessoal. Você sabe o que isso quer dizer? 9 Empreendedorismo no Agronegócio A09 Você está investindo no seu marketing pessoal quando se preocupa em se apresentar de forma cortês, com uma aparência limpa e roupas adequadas. Você está investindo no seu marketing pessoal quando cumpre horários e compromissos assumidos anteriormente, mesmo quando isso significa algum sacrifício pessoal. Você está investindo no seu marketing pessoal quando demonstra cortesia e paciência para com as outras pessoas, mesmo quando você supostamente teria razões para tratá-las mal. Você está investindo no seu marketing pessoal quando se preocupa e colabora com outras pessoas, ajudando-as ou se colocando à disposição para ajudar. Você está investindo no seu marketing pessoal quando age com humildade e respeito em relação aos outros, sejam eles seus chefes, colegas de trabalho, clientes, amigos, familiares ou alguém que lhe pede uma esmola na rua. Em síntese, o marketing pessoal nada mais é do que a sua imagem vista por outras pessoas, e aquelas que conseguem cultivar uma boa imagem, certamente terão mais oportunidades e facilidades nos seus empreendimentos. Como futuro profissional, um bom marketing pessoal pode ser um diferencial na sua carreira, por isso não esqueça: procure se colocar no lugar dos outros e faça a eles o que gostaria que fizessem por você. 0�praticando... Vamos praticar? Refletindo sobre o tema, procure lembrar de alguma pessoa da sua convivência que você considera ter um bom “marketing pessoal”. No espaço abaixo, descreva uma situação real envolvendo essa pessoa, que possa justificar a sua resposta. �0 Empreendedorismo no Agronegócio A09 Agora, procure refletir sobre as suas próprias características, colocando, no espaço abaixo, quais são os seus pontos fortes (qualidades que você considera positivas na sua relação com as outras pessoas) e os seus pontos fracos (o que você precisa melhorar para cultivar uma boa imagem). pontos fortes: pontos fracos: seguindo adiante... Agora que você já está atento para a importância estratégica do seu marketing pessoal, vamos voltar a falar de marketing empresarial. O assunto é: composto de marketing ou mix de marketing. �� Empreendedorismo no Agronegócio A09 Composto de marketing ou mix de marketing “... existem diversos modelos que enumeram as principais variáveis de marketing, sendo o mais destacado o de McCarthy, o chamado modelo dos � ps, também conhecido como composto mercadológico ou marketing-mix, que relaciona as seguintes variáveis: produto – são as características de qualquer bem, serviço, idéia, pessoa, instituição, etc., que potencialmente possui valor de troca. Entre essas características estão o design do produto em si, a embalagem, suas cores, seu aroma, sabor, a tipologia dos rótulos e outras. preço – são as variáveis que refletem o custo do produto para o consumidor,como o preço propriamente dito, condições de pagamento, aceitação ou não de cartões de crédito, entre outras. praça – é tudo o que se relaciona à distribuição, localização física e logística envolvida para fazer um produto chegar às mãos do consumidor. promoção – é o processo de comunicação ativa dos atributos e benefícios de um produto para o mercado-alvo pretendido. Para tanto, envolve a criação e veiculação de programas de propaganda, relações públicas, além de venda pessoal (GIOIA, 2006, p. 6 - 7). Portanto, mais uma vez fica claro que, quando falamos em “estratégia de marketing” não estamos falando apenas na divulgação ou propaganda de um determinado produto ou serviço, mas de todas as variáveis que poderão influenciar, direta ou indiretamente, na decisão de compra do consumidor desse produto ou serviço. Observe o exemplo e procure identificar na atividade abaixo, qual(is) variável(is) do composto mercadológico estão presentes com maior destaque. Aproveite para descrever qual a “mensagem” que está sendo passada ao consumidor. �� Empreendedorismo no Agronegócio A09 Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .k ib om .c om .b r/ 7 /f _i nd ex .h tm l> . A ce ss o em : 3 0 o ut . 2 0 0 8 . 0�praticando... Vamos praticar? Como no exemplo acima, identifique nos produtos abaixo quais variáveis do composto metodológico estão presentes com maior destaque. Em seguida, descreva a “mensagem” que está sendo passada para o consumidor. Variáveis: Variáveis: • Produto __________ • Promoção ________ mensagem ao consumidor: • Os sorvetes da Kibon são saborosos e irresistíveis. Você não deve conter seus impulsos. Entre no Site, veja mais imagens dos nossos produtos e compre o seu no ponto de venda mais próximo. Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .r ex on a. co m .b r/ si te /c on te nt /p ro du to s/ > . A ce ss o em : 3 1 o ut . 2 0 0 8 . �� Empreendedorismo no Agronegócio A09 mensagem ao consumidor: Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .b om br il. co m .b r/ Pr od ut os /d ef au lt. as p> . A ce ss o em : 3 0 o ut . 2 0 0 8 . Variáveis: mensagem ao consumidor: Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .n es tle .c om .b r/ Po rt al N es tle /m at rix co nt ai - ne r/ D ef au lt. as px ?_ M XM ai nL oa de d= .. /P ro du to /W uP ro du to D et a- lh e. as cx & nm Im ag em Fa m ili a= C PR 2 1 5 .g if& nm im ag em = C PR 2 3 3 . gi f& cd _c at eg or ia Pa i= 2 3 3 & nm C on tr ol e= W uP ro du to sI te ns .a sc x& n m C at eg or ia Pa i= co 2 3 7 .jp g& nm C at eg or ia = S al ga da & tp pa ra m et ro = P& cd _p ro du to = 2 3 7 & in tQ t= 3 > . Ac es so e m : 3 0 o ut . 2 0 0 8 . Variáveis: mensagem ao consumidor: �� Empreendedorismo no Agronegócio A09 Fique atento Estratégias de Marketing estão presentes nos produtos e serviços que você consome e utiliza no seu dia-a-dia. Procure identificá-las, compará-las, enfim, mais do que os conceitos teóricos apresentados, é essa observação prática que vai aprimorar a sua percepção sobre o assunto. Isso vai ajudá-lo nas atividades das próximas aulas, quando você será chamado a colocar em prática esses conhecimentos. Até lá! Auto-avaliação �� Empreendedorismo no Agronegócio A09 �. Eu iniciei esta aula fazendo a você uma pergunta, está lembrado (a)? Agora que já conversamos bastante sobre o assunto, vou perguntar novamente para que você possa complementar a resposta anterior: o que é marketing? �. E o marketing pessoal? Você consegue identificar quais dos comportamentos abaixo representam um bom marketing pessoal? a) Elogiar seus colegas de trabalho, sempre que for pertinente, reconhecendo o seu esforço e sucesso na execução de tarefas. b) Mudar constantemente o penteado, usar roupas de griffe e maquiagem, para se destacar no ambiente de trabalho. c) Investigar e descobrir falhas no trabalho dos colegas, e apontá-las diretamente ao seu chefe, demonstrando eficiência. d) Ser prestativo, colaborar com o trabalho dos colegas, mesmo sabendo que o mérito será dirigido a eles. e) Ter paciência e demonstrar equilíbrio emocional, mesmo em momentos críticos na convivência com colegas de trabalho, chefes ou clientes. �. composto mercadológico: chegou a hora de “vender o seu peixe”, literalmente. Observe a imagem abaixo e enumere estratégias possíveis de serem utilizadas na venda do produto, para cada um dos componentes do composto mercadológico ou mix de marketing. Fo nt e: < ht tp :/ /w w w .a lg ar ve -p or ta l.c om /p t/ ph ot o_ ga lle ry /m is - ce lla ne ou s/ fis h_ se af oo d/ > .A ce ss o em : 3 0 o ut . 2 0 0 8 . �� Empreendedorismo no Agronegócio A09 produto: preço: praça: promoção: Leituras complementares BASTA, D. et al. Fundamentos de marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. GIOIA, Ricardo M. (Org.). Fundamentos de marketing: conceitos básicos. São Paulo: Saraiva, 2006. (Coleção de Marketing, 1). Para obter mais informações sobre o assunto você pode consultar as referências anteriores. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/paginaInicial>. Acesso em: 30 out. 2008. Você também pode pesquisar no site do SEBRAE, na Internet, onde vai encontrar vários artigos sobre marketing e marketing pessoal. COELHO, Tom. marketing pessoal: construindo sua marca. Disponível em: <http://www. catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=7569>. Acesso em: 20 set. 2008. PERSONA, Mário. marketing pessoal. Entrevista concedida ao site mundo do marketing. Disponível em: <http://www.mariopersona.com.br/entrevista_mundo_marketing.html>. Acesso em: 20 set. 2008. Os endereços anteriores, também contêm entrevistas e informações importantes sobre marketing pessoal. �� Empreendedorismo no Agronegócio A09 Nesta aula, você teve a oportunidade de conhecer e refletir sobre o conceito de marketing, incluindo os principais componentes do chamado composto mercadológico ou mix de marketing. Exercícios envolvendo campanhas publicitárias e produtos divulgados nacionalmente foram incluídos com o objetivo de reforçar essa aprendizagem. Você também teve acesso ao conceito de marketing pessoal e a informações práticas de como esse conceito pode ser importante para o seu futuro como profissional. Na próxima aula, que terá como tema plano de marketing: conceitos e aplicabilidade, daremos continuidade ao assunto. Espero você! referências COELHO, Tom. Marketing e marca pessoal. Vencer!, ed. 73, out. 2005. Disponível em: <http://www.vencer.com.br/materiaCompleta.php?id=926>. Acesso em: 23 set. 2008. GIOIA, Ricardo M. (Org.) Fundamentos de marketing: conceitos básicos. São Paulo: Saraiva, 2006. (Coleção de Marketing, 1). JESUS, Sérgio Luis de. o que é marketing pessoal? Disponível em: <http://www. skywalker.com.br/artigos/index.htm>. Acesso em: 19 set. 2008. SANDRONI, P. novíssimo dicionário de economia. 11. ed. São Paulo: Best Seller, 2003. Gabarito Auto-avaliação – questão 02 Letras, a); d); e) �� Empreendedorismo no Agronegócio A09 Anotações �9 Empreendedorismo no Agronegócio A09Anotações �0 Empreendedorismo no Agronegócio A09 Anotações Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 10 C U R S O T É C N I C O E M P E S C A Plano de marketing: conceitos e aplicabilidade EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Objetivos Nesta aula, daremos continuidade ao tema iniciado na aula anterior, trazendo atévocê informações sobre conceitos e aplicabilidade de mais uma das ferramentasde planejamento utilizadas pelo empreendedor. Assim como a pesquisa de mercado, o Plano de Marketing é um importante instrumento de trabalho para aquelesg que levam a sério a arte de empreender. Identificar os principais componentes de um plano de marketing. Relacionar a aplicabilidade de um plano de marketing com produtos ou empresas em atuação no mercado. Elaborar um Plano de Marketing com base no roteiro fornecido. 2 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Para começo de conversa... Dizem que uma imagem fala mais que mil palavras... Essa daí, por exemplo, está falando da importância de um bom planejamento. E por falar em planejamento... “Seu José” anda cheio de idéias, depois de fi nalizar a sua pesquisa de mercado; ele agora está preparando o Plano de Negócio do seu empreendimento. Uma das seções do Plano de Negócio do “Seu José” é o Plano de Marketing, um documento que apresenta, de forma resumida, a avaliação da situação atual de marketing, no plano interno e externo do empreendimento, projetando ações futuras para o seu desenvolvimento. E então, que tal ajudar Seu José a criar a logomarca do seu empreendimento? 1Praticando... 3 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Com o roteiro em mãos, “Seu José” está levando a sério a tarefa, e já escolheu até o nome do pesque-pague: “Paraíso do Peixe”. Entretanto, ele anda com alguma difi culdade na hora de decidir qual a logomarca do empreendimento. Que tal você dar uma ajudinha? Avalie as três sugestões, e escolha a melhor, ok? “Seu José” vai fi car muito grato. E o seu empreendimento? Já pensou numa logomarca? Fique atento, na próxima aula, você vai precisar dela. Plano de marketing O Plano de Marketing é uma ferramenta de gestão que deve ser regularmente utilizada e atualizada, pois permite analisar o mercado, adaptando-se as suas constantes mudanças e identifi cando tendências. Por meio dele você pode defi nir resultados a serem alcançados e formular ações para atingir competitividade. Conhecendo seu mercado, você será capaz de traçar o perfi l do seu consumidor, tomar decisões com relação a objetivos e metas, ações de divulgação e comunicação, preço, distribuição, localização do ponto de venda, produtos e serviços adequados ao seu mercado, ou seja, ações necessárias para a satisfação de seus clientes e o sucesso de seu negócio. Despertar para o interesse de se fazer um Plano de Marketing já é um importante passo. (GOMES, 2005, p. 10). Como você é uma pessoa prestativa, “Seu José” resolveu dar uma mãozinha. Veja a explicação que ele deu à esposa sobre o assunto, e depois elabore a sua própria resposta: 2Praticando... 4 Empreendedorismo no Agronegócio A10 “Plano vem de planejamento, de planejar, e marketing é como o povo fala, mas em português quer dizer mer-ca-do-lo-gi-a. Então, quando eu falo de marketing, eu falo de todas aquelas ações que eu vou pensar e vou fazer para melhorar o meu negócio; é desde escolher um nome e uma marca bem bonita, bem vistosa, até o preço que eu vou cobrar, o atendimento que vai ter que ser melhor que o dos concorrentes, o jeito que eu vou achar para divulgar, é tudo o que eu posso fazer para melhorar, então Plano de Marketing é o documento onde eu vou planejar tudinho, colocar no papel, passo a passo, o que eu vou fazer. Entendeu?” (Seu José, comunicação pessoal, 2008). Agora que você já contribuiu com o Plano de Marketing do Seu José, ajudando-o na escolha da logomarca do seu empreendimento, e já conhece a defi nição elaborada pela equipe do Sebrae, você saberia responder, com suas palavras, ao que é um plano de marketing? 5 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Plano de marketing – roteiro Assim como na pesquisa de mercado, não existe um roteiro único para um Plano de Marketnig, pelo contrário, são inúmeras as opções, dependendo do tamanho e do tipo de negócio, se é um empreendimento ativo ou se ainda vai iniciar, como é o seu caso, e o caso do Seu José. Para facilitar o entendimento, vamos utilizar, nesta aula, um roteiro simples, que possa atender as necessidades de um pequeno empreendimento. Infelizmente, dessa vez não poderemos utilizar os exemplos do Seu José como modelo, ele está de cama, com uma virose das brabas e pede que você o auxilie nessa empreitada. Portanto, você deve observar atentamente o roteiro e os exemplos apresentados, incluindo suas sugestões para o Plano de Marketing do “Paraíso do Peixe”. Observe que muitas das informações a serem utilizadas nesse Plano já foram obtidas através da pesquisa de mercado, concluída na aula 9 desta disciplina. Não deixe de fazer os exercícios e preste bastante atenção, porque, na próxima aula, o Plano de Marketing do seu empreendimento também deverá estar pronto. Roteiro Missão da organização A missão da organização deve traduzir, sob o ponto de vista do mercado, e não do proprietário, a razão de ser do seu empreendimento. Ou seja, para que ele foi criado? Essa missão deve ser compreendida e levada a sério por todos na Empresa, desde os funcionários até o próprio empreendedor. Deve ser construída de forma simples e clara, num único parágrafo, e colocada à vista de todos, clientes e funcionários. Unilever Exemplo 1 3Praticando... 6 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Abaixo, dois exemplos de missão de diferentes instituições. Em seguida, crie a missão para o paraíso do peixe: Cruz Vermelha Brasileira: “A missão da Cruz Vermelha Brasileira é prevenir e atenuar os sofrimentos humanos com toda a imparcialidade, sem distinção de raça, nacionalidade, sexo, nível social, religião e opinião política.” Fonte: <www.cvb.org.br>. Acesso em: 29 set. 2008 Unilever “A missão da Unilever é levar vitalidade para o dia-a-dia. Atendemos: as necessidades diárias de nutrição, higiene e cuidados pessoais com marcas que ajudam as pessoas a se sentirem bem, bonitas e aproveitarem mais a vida”. Fonte: <http://www.unilever.com.br/ourcompany/default.asp>. Acesso em: 30 set. 2008. Você conhece a Unilever? Ela é uma empresa multinacional, responsável por algumas das marcas mais populares no Brasil. Você certamente já utilizou algum dos seus produtos: Omo; Brilhante; Fofo; Minerva; Dove, Lux, Rexona, Close up; Seda; Maizena; Arisco; Helmann’s; Kibon... (colocar esse parágrafo num box, como esclarecimento).Agora, a missão do “Paraíso do Peixe”: Exemplo 2 4Praticando... 7 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Defi nição da marca Quando uma empresa já possui uma marca defi nida, este é o momento de revisar essa marca e adaptá-la ao seu posicionamento de mercado. No caso de um novo negócio, como o do Seu José, esse é o momento de defi nir a sua intenção de nome, símbolo e slogan. O símbolo ou logomarca do empreendimento do Seu José você ajudou a escolher no início desta aula. O nome do empreendimento ele também já escolheu (Paraíso do Peixe). Só falta o slogan, vamos ajudar? Os Slogans geralmente refl etem o conceito de uma marca, e são utilizados para a fi xação da imagem de uma marca. São como um “grito de guerra”. Veja, abaixo, alguns exemplos; em seguida, crie um slogan para o pesque pague do Seu José: ALBANY – “Para Quem é Diferentemente Lindo”. BRASTEMP – “Não é nenhuma Brastemp”. CHAMBINHO – “O queijinho do coração”. COCA-COLA – “Gostoso é Viver”. VISA – “Porque a vida é agora”. Fonte: <http://www.hploco.com/alysson/Slogans_Brasileiros_.html>. Acesso em: 28 set. 2008. Agora é com você. Crie um símbolo e um slogan para o Pesque pague do Seu José: Nome: Paraíso do Peixe 8 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Símbolo: Slogan Análise de mercado Nesse item você deverá avaliar o seu mercado de atuação, incluindo tendências, comportamento dos consumidores, fatores políticos, econômicos e sociais, ou seja, tudo o que está relacionado com o mercado onde sua empresa atua ou vai atuar, e que pode infl uenciar, de alguma forma, no seu desempenho. Após essa análise mais geral, você vai elaborar a matriz FOFA do seu empreendimento. Você sabe o que é uma matriz “fofa”? É simples: Forças – (pontos fortes da sua empresa, ambiente interno). Oportunidades – (fatores positivos para a sua empresa, ambiente externo). Fraquezas – (pontos fracos da sua empresa, ambiente interno). Ameaças – (possíveis ameaças ao sucesso da sua empresa, ambiente externo). Exemplo 3 9 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Análise do ambiente: ao analisar o seu ambiente externo, o empreendedor deverá levar em conta tudo o que vem ocorrendo no seu segmento de atuação. Um empreendimento voltado para a produção de produtos orgânicos, por exemplo, vai levar em conta o fato de que a procura por esses produtos tem aumentado signifi cativamente, com base na opção por uma vida mais saudável, propagada pela mídia e incentivada pelos profi ssionais da área de saúde, entre outros. Forças: ao analisar seus pontos fortes, a empresa poderá levar em consideração fatores como proximidade do mercado consumidor, a existência de uma equipe de profi ssionais capacitados, domínio de novas tecnologias; máquinas e equipamentos modernos, etc. Oportunidades: Com base na análise do mercado, feita anteriormente, o empreendedor poderá identifi car novas oportunidades, tais como: o aumento da demanda pelo produto, em função de mudanças no comportamento dos consumidores, a saída de algum grande concorrente do mercado; a adoção, pelo Governo, de políticas de incentivo voltadas ao seu ramo de atuação, e assim por diante. Fraquezas: é importante que o empreendedor leve em consideração, também, os pontos fracos do seu empreendimento: como pontos fracos ele poderá identifi car a falta de profi ssionais capacitados, a insufi ciência de recursos para investir na expansão do empreendimento; máquinas e equipamentos defasados, o fato da sua marca ainda não estar estabelecida no mercado, etc... Ameaças: como ameaças ao sucesso do seu empreendimento, entre outros fatores, poderão ser identifi cadas a substituição do produto por outros com maior valor agregado, lançados pela concorrência, crises econômicas, a entrada, no mercado, de produtos importados a preços mais baixos, desastres naturais, etc. 5Praticando... 10 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Com base no que você estudou até aqui, procure elaborar, a partir de agora, a matriz “FOFA” do “Paraíso do Peixe”. Não deixe de colocar duas sugestões, mesmo que tenha dúvidas, pois é fazendo que se aprende, e nós ainda voltaremos a esse tema na próxima aula. Paraíso do Peixe: Análise do Mercado: Forças: Oportunidades: Fraquezas: Ameaças: Exemplo 4 Nichos Mix de produção 11 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Objetivos e metas: Com base na análise de mercado, quais os objetivos e metas para o próximo ano? Quanto você pretende vender? Pretende lançar um novo produto? Atingir outros nichos de mercado? Ao elaborar seus objetivos, o empreendedor deverá levar em conta tanto os aspectos internos quanto externos, tomando o cuidado de propor objetivos ao mesmo tempo desafi adores e atingíveis. Os objetivos são geralmente mais amplos e devem refl etir a missão da empresa. Já as metas devem ser quantifi cáveis, possíveis de serem executadas num intervalo menor de tempo e contribuir para o alcance dos objetivos propostos. Exemplo: “Produtos Orgânicos” Período: próximos 12 meses Objetivos: 1. Tornar-se líder de mercado no Município X e região metropolitana. 2. Aumentar e diversifi car a produção de alimentos orgânicos, atingindo outros nichos de mercado. Metas: 1. Aumentar em 50% o número de pontos de distribuição. 2. Ampliar o sistema de venda direta ao consumidor, através da implantação do programa “sempre saudável”. 3. Incluir 4 (quatro) novos produtos no mix de produção da empresa. Nicho: “O termo pode designar uma faixa de mercado ocupado por uma empresa na sua estratégia empresarial...” (Sandroni, 2003 p. 424). Mix de produção: sistema de produção de uma empresa que diversifi ca seus produtos procurando se ajustar, da forma mais conveniente possível, à demanda, no tempo e no espaço. Por exemplo, uma empresa que produz sorvetes e doces tem de mudar seu mix de produção entre ambos, se o verão for muito curto ou a renda dos consumidores estiver caindo bastante” (SANDRONI, 2003, p. 400). 6Praticando... 12 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Estratégia de marketing Nesse item você vai descrever quais as principais estratégias da organização para atingir seus objetivos de mercado. Essas estratégias poderão ser divididas de acordo com os componentes do composto mercadológico. Você lembra quais são os componentes do composto mercadológico? 1. 2. 3. 4. Muito bem! Agora, é só defi nir com bastante clareza as estratégias a serem adotadas, lembrando que as mesmas devem estar voltadas para o atingimento das metas e objetivos propostos no item anterior, para cada um dos componentes. Veja os exemplos e responda às atividades. Produto Esse item inclui as características do produto para o qual você está elaborando as estratégias de marketing. Entre essas características estão o design do produto em si, a embalagem, suas cores, seu aroma, sabor, a tipologia dos rótulos e outras. 7Praticando... Exemplo 5 13 Empreendedorismo no Agronegócio A10 “Produtos Orgânicos”: 1. Ampliação do atual mix de produtos da empresa, incluindo 4 novos produtos. 2. Criação de embalagens personalizadas, para atender a clientes com perfi s diferenciados (embalagens menores para consumidores que moram sozinhos, etc.) Nesse item, você deverá descrever as estratégias a serem adotadas voltadas para o elemento produto. “Paraíso do Peixe”: Exemplo 6 14 Empreendedorismo no Agronegócio A10 1. 2. Preço Esse item inclui as variáveis que refl etem o custo do produto para o consumidor, como o preço propriamente dito, condições de pagamento, aceitação ou não de cartões de crédito, entre outras. “Produtos Orgânicos”: 1. Oferecer descontos especiais para clientes que comprarem a partir de três produtosdiferentes (no caso da venda direta ao consumidor). 2. Associar-se com outros produtores para adquirir sementes e insumos em maior quantidade, diminuindo os custos de produção e oferecendo os produtos a um preço mais competitivo. 8Praticando... 15 Empreendedorismo no Agronegócio A10 1. 2. Quais as estratégias de preço que podem diferenciar sua empresa no mercado? “Paraíso do Peixe”: Praça Nesse item, você deverá descrever as estratégias que considera adequadas para o seu negócio, voltadas para o elemento praça, ou seja, voltadas à localização do seu negócio, logística e distribuição dos produtos. Exemplo 7 9Praticando... 16 Empreendedorismo no Agronegócio A10 “Produtos Orgânicos”: 1. Ampliar a participação em feiras de produtores a outros bairros e municípios vizinhos. 2. Ampliar a rede de distribuição dos produtos no atacado, incluindo a oferta a supermercados e outros varejistas. “ Paraíso do Peixe”: 1. 2. Exemplo 8 17 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Promoção Esse item inclui todas as estratégias de comunicação ativa direcionadas ao seu público- alvo sobre os possíveis atributos e benefícios do seu produto ou serviço. “Produtos Orgânicos”: 1. Considerando a estreita ligação dos produtos orgânicos com os conceitos de saúde e bem estar, serão distribuídos panfletos em clínicas e academias de ginástica, incluindo informações sobre a empresa e dicas de saúde. 2. Divulgação do programa “sempre saudável”, no qual clientes cadastrados recebem semanalmente um kit de produtos da estação, com pagamento t mensal. 10Praticando... 18 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Nesse caso, a criatividade é fundamental. Aqui você deve descrever quais as principais promoções que pretende realizar para atingir as metas e objetivos propostos. “Paraíso do Peixe”: 1. 2. Roteiro de implementação: Após a defi nição das estratégias a ser adotadas, o roteiro de implementação, contendo informações sobre prazos e custos, é o instrumento que possibilitará o acompanhamento das ações propostas. Acompanhe o exemplo: 11Praticando... Exemplo 9 19 Empreendedorismo no Agronegócio A10 “Produtos Orgânicos”: AÇÃO RESPONSÁVEL CUSTO ESTIMADO MÊS 1 MÊS 2 Mês... - Inclusão, em caráter experimental, do produto Y no mix de produção da empresa - Elder e Augusto R$ 350,00 R$ 350,00 - Contato com produtores vizinhos - Elder – – – – - Aquisição de embalagens em tamanhos personalizados - Augusto R$ 960,00 R$ 80,00 R$ 80,00 R$80,00 O exemplo acima é apenas uma demonstração, e não inclui todas as ações propostas na estratégia de marketing da empresa “produtos orgânicos”. E no caso do “Paraíso do Peixe”, como fi caria? AÇÃO RESPONSÁVEL CUSTO ESTIMADO MÊS 1 MÊS 2 Mês... 20 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Não deixe de fazer os exercícios e anote suas dúvidas. Na nossa próxima aula, continuaremos a falar sobre o tema, Leitura complementar GOMES, Isabela Motta. Manual como elaborar um plano de marketing. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemarketing/marketing.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2008. Para aprofundar mais seus conhecimentos sobre o assunto, consulte o Manual “Como elaborar um Plano de Marketing”, lançado pelo SEBRAE/Mg, em 2005. Você poderá encontrá-lo na forma impressa ou na Internet, acessando o endereço anterior. Plano de Marketing: conceitos e aplicabilidade é o tema desta aula, que você acaba de ver. Nela você teve acesso ao conceito de “Plano de Marketing” como mais uma importante ferramenta de planejamento a ser utilizada pelo empreendedor. Com base num roteiro simplifi cado, você pode exercitar os conhecimentos recém adquiridos auxiliando na elaboração de um Plano de Marketing para o Paraíso do Peixe, o pesque pague que está sendo implantado com muito empenho por Seu José. Na próxima aula, escreveremos o plano de marketing do seu empreendimento, mas, fi que tranqüilo: Seu José promete dar uma mãozinha. 21 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Autoavaliação E então, você conseguiu acompanhar a aula de hoje? Para ter certeza, complete a seqüência do exemplo abaixo de acordo com o roteiro: (missão; definição da marca; slogan; análise de cenários/forças; análise de cenário/oportunidades; análise de cenário/fraquezas; análise de cenário/ ameaças; objetivos; estratégia/produto; estratégia/preço; estratégia/ praça; estratégia/promoção; roteiro de implementação). _____________________________ “Saborosa até debaixo d’água” _____________________________ Descontos especiais para o “almoço em família” ( a partir de 5 pessoas). _____________________________ “Peixaria Santana” _____________________________ O consumo de pescado vem aumentando... _____________________________ “pratos especiais” (criações exclusivas à base de pescado com menor valor comercial)... _____________________________ abrir uma filial num dos Bairros que apresenta maior crescimento no Município... _____________________________ “servir com efi ciência o mais saudável e saboroso pescado para o mais importante dos clientes: você”... _____________________________ Cardápio exclusivo, equipe capacitada... _____________________________ O poder aquisitivo das pessoas está diminuindo... _____________________________ A empresa atua há pouco tempo no mercado, em relação aos concorrentes... _____________________________ Ampliar o faturamento da empresa, com o aumento de 50% no número de refeições comercializadas diariamente... _____________________________ Anúncios em outdoors... _____________________________ Abrir nova fi lial. Prazo: 6 meses: custo estimado: R$ 8.500,00... 22 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Referências GOMES, Isabela Motta. Manual como elaborar um plano de marketing. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de economia. 11. ed. São Paulo: Best Seller, 2003. Anotações 23 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Anotações 24 Empreendedorismo no Agronegócio A10 Anotações Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 11 C U R S O T É C N I C O E M A Q Ü I C U LT U R A Elaborando um Plano de Marketing EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Objetivo Dando continuidade ao tema das duas últimas aulas, você está sendo desafi adoa elaborar um Plano de Marketing para og seu empreendimento. Utilizando comoexemplo o mesmo produto ou serviço para o qual você realizou a pesquisa de mercado, essa é mais uma oportunidade de colocar seus conhecimentos em prática, contando, como sempre, com a ajudinha do Seu José. E então, vamos começar? Elaborar um Plano de Marketing com foco na realidade atual de mercado do seuMunicípio e/ou Região, seguindo o roteiro fornecido. 2 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Para começo de conversa... Peixolândia, 28 de setembro de 20 08 Caros colegas, GoGGGGGG staria de aggggggggradecer peppppppp las sugegggggg stões recebidas, qqqqqqqque muito me ajjjjjjjjudara m na elaboraçççççççção defi fifififififififinitiva do Plano de MMarkekkkkkkk tinggggggggg do “PParaíso do Peeixixxxxxxxxe”. JáJJJJJJJJ estou melhor,,,,,,,, e deppppppppppois de duas semanas de cac maa vvolltoto ao traballhoho como eentu susiasmo e e alegegggggggggria. EsE pepppppppppp ro q qqqqqqqqqqueu o t rabab lhl o de vocês t ambéb m ese tejajjjjjjjjjjj inindodod bbemem, ,,,,,,,, coconfinfinfinfinfififififififi oo nno tatalentn o d od s s memem usu aamim gogoggggggggg s s emmmprpppppppp eeee ndndn ededee oro esee . QuQuQuQuQQQQQQQ alalalaaaa ququqqqqqqqqq eree ddddúvúvúvúúú iddda,a,a,,,,,,,, p p p ppppppppododo emememem ccononoo tatatar cocomimimmm gogogggggggggg , ,,,,,, e dedededededd sdsdsdsdsdssss e e jájájájjjjjjjj e e ststststãoãoãoããã ccccconononononooo vivivivvvvvvvv dadadadadd dododddd s s papapapapappppp rararara a aaa a iiiinananannn uguguguguguggggggurururuuu açaçaçaçaçaçaççççãoãoãoãã d d ddd o o “PPPPPPPararaarararaa aíaíaíaíaaíaía sosoosososos d d dddddo o ooo PePePePePeP ixixixixixixixixixxxe”eeeeee , ,,,, ,,,,,, quququququququqqqq e e e e e nãnãnnãnãnn o o oo dededededededdd v evevevevevevevev dddd dd demememememememe ororororooo ararararararaa . .. UmUmUmmUmUmUmUmU abababababaababrarararaaaaçoçoçoçoçoçççççç ,,,,,,,, JoJoJoJoJoJoJoJoJoJoJosésésésésésésésésésésé S SS S S S SS SSSananananananananananantatatatatatatatatatatananananananananananana ( ((( (((( ( (( “ SeSeSeSeSSeSeSeSeSeSeu u uu uuu u uu u JoJoJoJoJoJoJoJoJoJoJosésésésésésésésésésésé”))))))))))) É, parece que Seu José fi cou contente com as sugestões que recebeu na aula anterior. Agora, chegou o momento de elaborar o Plano de Marketing do seu empreendimento. E então, pronto para colocar a mão na massa novamente? 3 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Seguindo adiante... Com a sua contribuição e a de seus colegas, Seu José não teve muitas difi culdades para concluir a elaboração do Plano de Marketing do seu empreendimento, o “Paraíso do Peixe”. Agora, vamos acompanhar, passo a passo, a última versão do documento elaborado a partir das sugestões recebidas na aula passada. Plano de Marketing Empreendimento: Paraíso do Peixe Fonte: <www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=45803>. Acesso em: 17 nov. 2008. Sumário executivo (apresentação) Estamos incluindo o Sumário Executivo no nosso roteiro. Esse item, emboraapareça no início do Plano, deve ser o último a ser elaborado, contendo umresumo do negócio, a descrição dos principais produtos e/ou serviços, a situação atual em relação ao Mercado e as estratégias de marketing propostas no Plano. Observe o exemplo do Paraíso do Peixe, elaborado por Seu José. No espaço abaixo, você deverá incluir o Sumário Executivo do Plano de Marketing do seu empreendimento, mas só faça isso ao fi nal desta aula, quando você tiver todas as informações de que precisa para a sua elaboração. Exemplo 1 4 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Sumário Executivo: O “Paraíso do Peixe” é um empreendimento voltado para as atividades de pesca e lazer, incluindo pescarias nas modalidades “pesque e pague”, “pesque e solte” e “pesque e coma”. Foi idealizado a partir da experiência do proprietário com a piscicultura comercial, devido ao grande potencial de sua propriedade na oferta desses serviços e à baixa qualidade dos serviços oferecidos pela concorrência. A diversifi cação dos produtos e serviços oferecidos pelo empreendimento incluem o restaurante rural, parque infantil, jardins e pomar, além da comercialização de produtos à base de pescados congelados, frutas da estação, mel, doces e geléias, ideal para quem procura contato com a natureza e investe na qualidade de vida. Atividade de sondagem Atenção: Esta atividade diz respeito ao Sumário Executivo e vem no início do Plano. No entanto, deve ser a última atividade a ser respondida por você, por essa razão, apesar de ser a primeira atividade ela terá a numeração correspondente, no caso ATIVIDADE 7. 7Praticando... No espaço abaixo, escreva o Sumário executivo do seu empreendimento: 5 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Missão: Relembrando: A missão da organização deve traduzir, sob o ponto de vista do mercado, e não do proprietário, a razão de ser do seu empreendimento. Ou seja, para que ele foi criado? Missão do “Paraíso do Peixe”: “Proporcionar aos nossos clientes momentos inesquecíveis de descanso lazer, com respeito ao meio ambiente e excelência no atendimento” Observe que a “missão” do Paraíso do Peixe está voltada para emoções e sensações e não para a oferta do serviço em si. Ao enfatizar o respeito ao meio ambiente e a excelência no atendimento, o empreendedor deixa claro, ainda, a prática de atividades ecologicamente corretas e o alto padrão de qualidade dos serviços a serem prestados. 1Praticando... Plano de Marketing Agora é a sua vez: procure pensar no seu empreendimento e em que tipo de emoções e/ou sensações ele pretende proporcionar aos seus clientes. Elabore uma frase curta, de forma bastante clara e convincente, afi nal, a missão é a razão de existir do seu empreendimento. Empreendimento: Missão: 2Praticando... 6 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Agora é a sua vez: Complete os espaços abaixo com o nome, o símbolo e o slogan de seu empreendimento. Ao elaborar o slogan do seu empreendimento, lembre que ele deve refl etir a sua missão, de forma resumida, como um “grito de guerra”, que terá a função de divulgar e lembrar sua marca aos clientes. Nome: .................................................................................................... Logomarca ou símbolo do Empreendimento: Defi nição da Marca: Relembrando: Quando uma empresa já possui uma marca defi nida, esse é o momento de revisar essa marca e adaptá-la ao seu posicionamento de mercado. No caso de um novo negócio, como o do Seu José, esse é o momento de defi nir a sua intenção de nome, símbolo e slogan. Os slogans geralmente refl etem o conceito de uma marca e são utilizados para a fi xação da imagem de uma marca. São como um “grito de guerra”. Defi nição da Marca: Empreendimento: Paraíso do Peixe Logomarca ou Símbolo do Empreendimento: Slogan: “Descansar e pescar, é só começar...” Observe que o slogan escolhido por “Seu José” procura transmitir a mensagem de que no “Paraíso do Peixe” seus clientes poderão desfrutar de horas agradáveis de descanso e pescaria de forma simples e com rapidez. Slogan: ................................................................................................ 7 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Fique atento: para esse exercício, estamos utilizando exemplos fi ctícios, dando ênfase à criatividade e ao entendimento do assunto de forma mais abrangente. No caso de um empreendimento real, ao defi nir sua marca e o símbolo da mesma, o empreendedor deverá providenciar o seu registro junto ao INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Você encontrará mais informações sobre o assunto nas indicações para leitura ao fi nal desta aula. Análise do Mercado: Relembrando: Nesse item você deverá avaliar o seu mercado de atuação, incluindo tendências, comportamento dos consumidores, fatores políticos, econômicos e sociais, ou seja, tudo o que está relacionado com o mercado onde sua empresa atua ou vai atuar e que pode infl uenciar, de alguma forma, no seu desempenho. Análise de Mercado: Empreendimento: Paraíso do Peixe Ao realizar a pesquisa de mercado, utilizando fontes de dados primários e secundários, Seu José descobriu que aRegião onde está localizada sua propriedade vem apresentando um crescimento econômico acima da média, o poder aquisitivo das pessoas vem aumentando e as opções de lazer são muito poucas. As belezas naturais da Região também têm atraído muitos turistas, e os Governos Estadual e Municipal têm investido em programas de incentivo ao turismo ecológico. Forças: Como fatores positivos internos Seu José destacou os seguintes: Localização privilegiada. Belezas naturais e diversidade de opções de lazer (lagos para pescaria, corredeiras, jardins, pomar). Equipe motivada e qualifi cada (um dos fi lhos de Seu José concluiu o Curso Técnico em Aqüicultura, outro está cursando o Curso Técnico em Turismo e toda a equipe tem participado de treinamentos nas áreas de turismo e gestão, promovidos pelo Sebrae, em parceria com a Prefeitura Municipal). Oportunidades: Os fatores positivos externos mais signifi cativos encontrados por Seu José foram: O aumento do fl uxo de turistas na Região vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Políticas de incentivo vêm sendo implementadas pelos governos estadual e municipal. 3Praticando... 8 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Fraquezas: os pontos fracos do empreendimento, segundo o entendimento do proprietário foram: a escassez de recursos fi nanceiros (Seu José terá que recorrer a um fi nanciamento para concluir as obras e inaugurar o pesque pague); a grande extensão da propriedade dedicada ao empreendimento implica na contratação de um número maior de colaboradores para a sua manutenção, o que gera também o aumento dos custos. Ameaças: fatores negativos externos que poderão vir a prejudicar o empreendimento do Seu José: o aumento da concorrência direta, provocado pela implantação de outros empreendimentos na Região, estimulados pelo sucesso do “Paraíso do Peixe”; a falta de manutenção nas rodovias Federais e Estaduais, difi cultando o acesso de turistas oriundos de outros Municípios e/ou Regiões; a instabilidade do mercado fi nanceiro (a elevação da taxa de juros interfere nos valores das parcelas do fi nanciamento contraído por “Seu José”); No espaço abaixo, inclua as informações relativas à Análise de Mercado do seu empreendimento: Empreendimento: Forças: 9 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Oportunidades: Fraquezas: Ameaças: Objetivos e Metas: Relembrando: Ao elaborar seus objetivos, o empreendedor deverá levar em conta tanto os aspectos internos quanto externos, tomando o cuidado de propor objetivos ao mesmo tempo desafi adores e atingíveis. Os objetivos são geralmente mais amplos, e devem refl etir a missão da empresa. Já as metas devem ser quantifi cáveis, possíveis de serem executadas num intervalo menor de tempo e contribuir para o alcance dos objetivos propostos. Objetivos e Metas: Empreendimento: Paraíso do Peixe Objetivos: Iniciar as atividades do “Paraíso do Peixe”, atraindo clientes do próprio Município e de outras regiões do Estado. Tornar-se referência na Região, com destaque para a qualidade e diversidade dos produtos e serviços. 4Praticando... 10 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Utilize o espaço abaixo para descrever os objetivos e metas do seu empreendimento: Objetivos: Metas: Metas: Aumentar em 50% o número de produtos e serviços oferecidos aos clientes, a partir do primeiro ano de atividade do empreendimento. Manter estratégias de promoção e divulgação de forma permanente durante os primeiros seis meses de atividade. Atender, em média, duzentos clientes mensalmente, nos primeiros seis meses de atividade. 11 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Estratégias Promocionais: Relembrando: nesse item você vai descrever quais as principais estratégias da organização para atingir seus objetivos de mercado. Essas estratégias poderão ser divididas de acordo com os componentes do composto mercadológico. Estratégias promocionais: Empreendimento: Paraíso do Peixe Produto – De acordo com os resultados obtidos na pesquisa de mercado realizada junto aos concorrentes, Seu José chegou à conclusão de que uma maior diversidade de produtos e serviços oferecidos poderia ser uma boa diferença para atrair a clientela. Investir na qualidade também é fundamental, por isso foram tomadas as seguintes decisões em relação ao tema: Oferta da modalidade “pesque e pague” (a mais comum entre a concorrência), onde o cliente pesca e paga pelo peso do produto. Oferta da modalidade “pesque e solte”, quando o cliente paga uma taxa fi xa por um determinado tempo, devendo soltar imediatamente o pescado capturado (podendo contar com o auxílio da equipe do Paraíso do Peixe). Oferta da modalidade “pesque e coma”, quando o pescado capturado pelo cliente é preparado na hora, no próprio restaurante do empreendimento (com opções variadas de receitas). Restaurante especializado em pescado, atendendo diariamente para o almoço e durante todo o dia, nos fi nais de semana. Comercialização de outros produtos produzidos na propriedade, incluindo frutas da época, mel, doces e geléias. Preço: ao defi nir as estratégias de preço, “seu José” levou em conta os preços praticados pela concorrência, além da análise dos custos (que será estudada nas aulas 14 e 15 desta disciplina). Algumas das estratégias adotadas foram as seguintes: Taxa de R$ 10,00 por uma hora (incluindo iscas e vara de pesca), na modalidade “pesque e solte”. Desconto promocional de 10% nas pescarias para cada novo cliente indicado. Preços promocionais para grupos de clientes (a partir de 10 pessoas). Praça: as estratégias voltadas para o elemento praça do Paraíso do Peixe, incluem as seguintes atividades: Construção do portal de entrada do empreendimento nos fundos da propriedade, devido à localização privilegiada. 5Praticando... 12 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Ampliação dos jardins e colocação de armadores de redes nas árvores próximas ao restaurante. Colocação de placas de sinalização internas e externas. Promoção: para comunicar ao seu público-alvo a variedade de produtos e serviços oferecidos pelo “Paraíso do Peixe”, foram incluídas, entre outras, as seguintes estratégias promocionais: Folder’s contendo informações e imagens do empreendimento serão distribuídos em locais estratégicos (agências de turismo, Secretaria Municipal de Turismo, Feiras e Eventos). Anúncios em programas de rádio locais. Realização de uma festa de inauguração com a presença de mais de cem convidados, incluindo autoridades e lideranças do Município e Região. Agora, descreva as estratégias promocionais escolhidas para a divulgação do seu empreendimento: Estratégias Promocionais: Produto Preço 13 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Praça Promoção Roteiro de Implementação: AÇÃO RESPONSÁVEL CUSTO ESTIMADO MÊS 01 MÊS 02 ...Mês 12 Conclusão do Portal de entrada do empreendimento, incluindo a colocação de placas de sinalização internas e externas Seu José R$ 4.500,00 R$ 4.500,00 Aprovação da arte fi nal e impressão de 5000 folder’s Alfredo R$ 2.200,00 R$ 2.200,00 Negociação da divulgação do empreendimento em programas de rádio locais Alfredo R$ 400,00 R$ 100,00 R$ 100,00 Realização do evento de inauguração do Paraíso do Peixe Toda a Equipe R$ 1.400,00 R$ 1.400,00 6Praticando... 14 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Agora, elabore o roteiro de implementação do seu empreendimento, com base nas ações defi nidas ao longo dos demais exercícios: AÇÃO RESPONSÁVEL CUSTO ESTIMADO MÊS 01 MÊS 02 Mês... a atividade de número 7, elaborando o sumário executivo do Plano de Marketing do seu empreendimento. 15 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Leiturascomplementares GOMES, Isabela Motta. Manual como elaborar um plano de marketing. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemarketing/marketing.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2008. Para aprofundar mais seus conhecimentos sobre o assunto, consulte o Manual “Como elaborar um Plano de Marketing”, lançado pelo SEBRAE/MG, Desculpe, é 1996em 2005. Você poderá encontrá-lo na forma impressa ou na Internet, acessando o endereço anterior BRASIL. Casa Civil. Subchefi a para assuntos jurídicos. Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Brasília, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9279.htm>. Acesso em: 17 nov. 2008. Para obter maiores informações sobre o registro de marcas e patentes, consulte a Lei de Propriedade Industrial Nº9279/1996. Nesta aula, mais uma vez você foi convidado a colocar a mão na massa, dessa vez com o auxílio dos exemplos apresentados por Seu José, seguindo um roteiro pré-estabelecido para a elaboração do Plano de Marketing do seu empreendimento. Esse roteiro foi apresentado para que você pudesse colocar seus conhecimentos em prática. Caso tenha sentido difi culdade em algum dos itens, você pode consultar a bibliografi a sugerida, ou ainda dividir essas dúvidas com seus colegas de curso, no fórum da disciplina, na internet. O importante é praticar sempre, e nem pense em desistir. Até a próxima. 16 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Estamos quase chegando à etapa fi nal da nossa disciplina, e se você conseguiu chegar até aqui, certamente não terá difi culdades em acompanhá- la até o fi m. Para avaliar seus conhecimentos, escreva, no espaço abaixo, de forma seqüencial e resumida, o Plano de Marketing do seu empreendimento, elaborado na aula de hoje. Depois de digitado, você poderá encaminhá-lo ao seu professor para que ele possa ser analisado e corrigido, se for o caso. Plano de Marketing Roteiro Sumário Executivo (apresentação): Missão: Nome: Símbolo: Auto-avaliação Slogan: Análise do Mercado: 17 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Forças: Oportunidades: Fraquezas: Ameaças: Objetivos: Metas: 18 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Estratégias Promocionais: Produto Preço Praça Promoção Roteiro de Implementação: AÇÃO RESPONSÁVEL CUSTO ESTIMADO MÊS 01 MÊS 02 Mês... 19 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Referências GOMES, Isabela Motta. Manual como elaborar um plano de marketing. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. Disponível em: <http://www.sebraemg.com.br/arquivos/ parasuaempresa/planodemarketing/marketing.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2008. PLANO DE MARKETING. Disponível em <http://www.planodemarketing.org/>. Acesso em: 12 out. 2008. Anotações 20 Empreendedorismo no Agronegócio A11 Anotações Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 12 C U R S O T É C N I C O E M A Q Ü I C U LT U R A Plano de Negócio: o que é para que serve EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Objetivo Estamos iniciando a Unidade de Conteúdo 5, a última desta disciplina, e o tema a partir de agora será Plano de Negócio, sem dúvida a mais importante dasferramentas de planejamento a ser utilizada pelo empreendedor. Nesta aula, você fi cará sabendo o que é, para que serve e porque nenhum empreendedor deve abrir mão dele ao iniciar um novo negócio. Identifi car conceitos e características de Planos de Negócios. Identifi car situações, em potencial, onde a elaboração de um Plano de Negócio se faz necessária. Desenvolver argumentos sobre a importância do Plano de Negócio para o sucesso de novos empreendimentos. 1Praticando... 2 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Para começo de conversa... Você teria coragem de submeter o seu gatinho de estimação a uma situação dessas? Agora, seja qual for a sua resposta, observe novamente a imagem acima e responda às seguintes perguntas: 1. O que você acha que aconteceria com esse gatinho, caso os treinadores perdessem o controle sobre os cães? Eu não!!! 3 Empreendedorismo no Agronegócio A12 2. Qual seria a chance do gatinho permanecer vivo, após um possível ataque dos cães? 3. Você acha que os treinadores fariam esse tipo de teste, se não tivessem a certeza de que os cães obedeceriam às suas ordens de “não atacar”? 4. O que você acha que garante a segurança do gatinho que aparece na imagem? a) A bondade dos cães. b) A presença dos treinadores, que salvariam o gatinho de um possível ataque. c) Um Plano de Saúde . d) Sorte. e) O resultado de meses (ou anos) de trabalho no treinamento dos cães. E então, foi muito difícil achar as respostas? Na questão de número 4, acertou quem marcou a letra e: “O resultado de meses (ou anos) de trabalho no treinamento dos cães”. Assim como no exemplo, no mundo dos negócios, um empreendimento não sobrevive graças à sorte ou à bondade de fornecedores que não cobram por seus produtos, de funcionários que não exigem seus salários em dia ou de concorrentes que não se esforçam para crescer e conquistar novos mercados. E se existe alguma coisa que todo empreendedor deve aprender, desde cedo, é que o sucesso não é uma loteria, é resultado: resultado de muito trabalho, incluindo o planejamento do negócio. 4 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Seguindo adiante... Mas quais serão os riscos reais para quem decide abrir um novo negócio no Brasil? No livro O segredo de Luísa, publicado em 1999, Dolabela chama à atenção para os seguintes dados: [...] a taxa de mortalidade de novas empresas é bastante elevada nos três anos seguintes à sua criação: cerca de 90% no Brasil. As causas podem ser atribuídas, em grande parte, ao lançamento prematuro de um novo serviço ou negócio. (DOLABELA, 1999, p. 81). Agora veja o que o SEBRAE tem a dizer sobre o assunto, segundo o resultado de estudos mais recentes: O SEBRAE promoveu a realização de pesquisa nacional, no primeiro trimestre de 2004, para a avaliação das taxas de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras e os fatores causais da mortalidade, consolidadas para o Brasil e as cinco regiões, referentes às empresas constituídas e registradas nos anos de 2000, 2001 e 2002, com base em dados cadastrais das Juntas Comerciais Estaduais. Foram levantados dados e informações de empresas extintas e em atividade, cujos resultados são importantes para subsidiar o Sistema SEBRAE e os formuladores de políticas públicas no planejamento de ações e programas de apoio às MPE, especialmente levando-se em conta que são constituídas no Brasil, anualmente, em torno de 470 mil novas empresas. As taxas consolidadas para o Brasil são as seguintes: 49,4% para as empresas comaté 2 anos de existência (2002); 56,4% para as empresas com até 3 anos de existência (2001); 59,9% para as empresas com até 4 anos de existência (2000). (SEBRAE, 2004, p. 11). 5 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Esta pesquisa mostra uma melhora espetacular na taxa de sobrevivência das pequenas empresas brasileiras. O percentual de pequenas empresas que sobrevivem pelo menos dois anos passou de 51% em 2002 para 78% em 2005, ou seja, 27% a mais de empresas que não fecharam suas portas. Há dois fatores principais e determinantes quando analisadas a melhoria do ambiente econômico e a maior qualidade empresarial, a saber: No ambiente econômico ocorreram a redução e o controle da infl ação, a gradativa diminuição das taxas de juros, o aumento do crédito para as pessoas físicas e o aumento do consumo, especialmente das classes C, D e E. Em conseqüência, tivemos um período favorável ao desenvolvimento dos pequenos negócios no Brasil. Mas outros fatores, relacionados à melhora da qualidade empresarial, tiveram importante contribuição para o aumento da taxa de sobrevivência das pequenas empresas. Os empresários que têm curso superior completo ou incompleto já são 79% do total, e aqueles com experiência anterior em empresa privada subiram de 34% para 51%. Em resumo, temos, atualmente, empresários muito mais capacitados para enfrentar os desafi os do mercado. (SEBRAE, 2007, p. 4). Como podemos perceber, a taxa de mortalidade das empresas nos três primeiros anos de vida no Brasil tem diminuído consideravelmente, e isso se deve, em grande parte, ao esforço e planejamento de nossos novos empreendedores. Plano de negócio Muito bem. Até agora falamos de cães, gatos, taxa de mortalidade de empresas, mas, e o tema da nossa aula? O que será que o Plano de Negócio tem a ver com tudo isso? Assim como a pesquisa de mercado e o plano de marketing, o Plano de Negócio é elaborado pelo empreendedor com o objetivo de minimizar riscos e de servir como guia no percurso a ser percorrido rumo ao sucesso do seu empreendimento. 6 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Mas o que é, afi nal, um Plano de Negócios? Um plano de negócio é um documento que descreve (por escrito) quais os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identifi car e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado (ROSA, 2007, p. 10). Plano de negócios é um documento que contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados fi nanceiros (SALIM et.al, 2005). Ou seja, o Plano de Negócios é o documento no qual você vai descrever, passo a passo, todos os detalhes do seu empreendimento, incluindo as informações coletadas nas pesquisas de mercado, bem como as estratégias de marketing a serem adotadas. O Plano de Negócios inclui ainda o plano fi nanceiro do empreendimento, onde serão calculados o valor do investimento, custos e receita, além, é claro, das estimativas de lucro (ou prejuízo). Esse documento servirá como base para que o próprio empreendedor tome suas decisões, mas poderá ser utilizado, também, para atrair possíveis sócios, novos investidores, ou ter acesso a linhas de fi nanciamento, entre outros. E por que elaborar um Plano de negócios? [...] alguns empreendedores são, sem dúvida, bons técnicos, mas, dentre eles, alguns não conhecem bem o mercado, a gestão fi nanceira ou administrativa, as leis ou o ambiente socioeconômico. Para elaborar o Plano de Negócios, exigem-se conhecimentos sobre o setor do negócio e o contexto mercadológico, bem como percepção gerencial e habilidade em lidar com assuntos técnicos e legais, em diversas áreas, e em vencer barreiras no relacionamento interpessoal. Para a elaboração do Plano de Negócios é necessário que as idéias estejam claras e que todos os envolvidos estejam de acordo. (DOLABELA, 1999, p. 81, grifos do autor). E então: vamos testar nossos conhecimentos? 2Praticando... 7 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Descreva, com suas palavras, o que é e para que serve um Plano de Negócios: Seguindo adiante... Você concorda com o ditado popular que diz que “um exemplo vale mais que mil palavras”? Acompanhe o exemplo abaixo e veja se isso é mesmo verdade. Duas amigas, funcionárias públicas há mais de dez anos (trabalhando na área administrativa), resolveram investir num negócio próprio: seguindo as tendências do mercado e os conselhos de um amigo que trabalhava na área, resolveram abrir um cyber café no bairro onde moravam. Elas poderiam ter perguntado a opinião de várias pessoas sobre o assunto, mas decidiram “fazer surpresa” aos amigos. Muitos só fi caram sabendo da novidade a poucos dias da inauguração. Pesquisa de mercado? Bem, elas observaram o número e a qualidade dos serviços oferecidos pelos concorrentes, e achavam que poderiam fazer bem melhor. Estratégias de marketing? Como o ponto alugado fi cava numa rua muito movimentada, não seria necessário, na opinião delas, investir nessa área. Plano de Negócios? Nem pensar: “dá muito trabalho”, “é complicado”, “se pensar muito não faz”, e o amigo que trabalhava na área garantiu que o empreendimento daria um bom lucro. 3Praticando... 4Praticando... 8 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Muito bem: com base nos conhecimentos acumulados até então, você acha que esse empreendimento deu certo? Por quê? Antes de conferir qual é a resposta certa, vamos acrescentar mais algumas informações sobre o exemplo, para que você possa responder com mais segurança. As duas amigas, infelizmente, não possuíam reservas de capital para investir no novo negócio, e recorreram a empréstimos pessoais, comprometendo cerca de 40% do próprio salário com as prestações. Iniciaram o negócio com sete microcomputadores, e adquiriram, após três meses de funcionamento, mais três equipamentos de vídeo-game (no crediário, em 12 prestações) para aumentar o faturamento. No dia da inauguração, foram alertadas sobre o grande número de assaltos que ocorriam no local, sendo os cyber cafés os principais alvos dos assaltantes. Ainda assim, decidiram não investir em câmeras de vídeo ou contratar uma empresa de segurança, pois já estavam com muitas dívidas. E agora? O que você acha que aconteceu com o empreendimento das duas amigas? Deu certo? Por quê? 5Praticando... 9 Empreendedorismo no Agronegócio A12 É, infelizmente o empreendimento não deu certo. Um ano, dois assaltos e muito stress depois, venderam o que sobrou do empreendimento por menos da metade do valor investido. E não querem nem ouvir falar em empreendedorismo. Mas será que essa história poderia ter um fi nal diferente? Com base nos conhecimentos acumulados até então, procure descrever os principais erros cometidos pelas duas amigas, e o que você faria de diferente: Exemplo: O que elas fi zeram de errado? - iniciaram um negócio sem entender do ramo no qual estavam entrando. O que eu faria diferente? - uma ampla pesquisa, com dados secundários e primários, para conhecer melhor o ramo de atuação; - alguns cursos na área de informática para não depender totalmente da assistência técnica de terceiros; - um Plano de Negócios para ter certeza da lucratividade do negócio. Agora é com você: O que elas fi zeram de errado? O que eu faria diferente? 10 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Sem dúvida, o exemplo das duas amigas nos dá muitas alternativas para responder às perguntas acima. Entre elas, a decisão de não investir na segurança do estabelecimento, já que a área era considerada de risco, onde, mais uma vez, a elaboração de um Plano de Negócios poderia auxiliar, incluindo os custos com segurançano plano fi nanceiro do empreendimento. Uma simples pesquisa informal com outros comerciantes o bairro também poderia auxiliar para estimar os riscos e verifi car quais as estratégias adotadas pela concorrência para se prevenir dos assaltos. Outro aspecto a ser considerado é a estimativa de lucros com base na opinião de uma única pessoa (o amigo que trabalhava na área e que foi contratado para dar suporte técnico ao empreendimento). Após três meses de funcionamento, descobriram que, mesmo com a taxa de ocupação dos computadores em alta, a receita mal dava para cobrir os custos, e ainda havia os fi nanciamentos, que estavam sendo pagos com recursos próprios. Nesse caso, uma pesquisa de mercado com foco nos concorrentes poderia auxiliar no cálculo de custos até então não previstos, sendo imprescindível, mais uma vez, a elaboração de um Plano de Negócios para conferir se os cálculos do amigo estavam realmente corretos. E parece que não estavam. Mas, até que ponto um Plano de negócios pode garantir o sucesso de um empreendimento? 11 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Essa é, sem dúvida, uma pergunta para a qual muitos empreendedores gostariam de obter a resposta. Assim como no exemplo acima, em que a falta de planejamento comprometeu o sucesso do empreendimento, existem muitos casos em que a elaboração de um bom Plano de Negócios poderia ser defi nitiva para garantir o sucesso de um novo negócio. Por outro lado, cabe lembrar, também, que esse não é o único fator responsável pelo sucesso ou fracasso das empresas, e que, portanto, não existe fórmula mágica que garanta esse sucesso. O Plano de negócios deve ser visto como mais uma ferramenta de auxílio ao empreendedor, e a sua elaboração deve servir para minimizar os riscos, quando se trata de novos empreendimentos. Além dele, que servirá como roteiro para que o empreendedor possa acompanhar, passo a passo, todas as ações envolvidas nesse processo, outros fatores já estudados anteriormente em nossas aulas também são importantes para minimizar esses riscos e não devem ser esquecidos. Entre eles, podemos destacar: - a identifi cação de uma boa oportunidade, que deve ser analisada com bastante cuidado pelo empreendedor; - a realização de pesquisas de mercado (fontes secundárias e primárias, quando for o caso); - o comportamento do próprio empreendedor (visão de futuro, persistência, busca pela qualidade, esforço e envolvimento pessoal, entre outros); - a identifi cação de um diferencial para o seu produto ou serviço; O importante, em qualquer situação, é ter consciência de que uma boa idéia, grandes oportunidades e um bom planejamento podem defi nir o sucesso de um empreendimento. Mas isso não é tudo: é preciso, acima de tudo, a disposição para o trabalho, com entusiasmo e comprometimento. Na nossa próxima aula, acompanharemos um roteiro para a elaboração de um Plano de Negócios. Conto com você. Até lá. Leitura Complementar SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – SEBRAE. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/paginaInicial>. Acesso em: 18 nov. 2008. Para saber mais sobre Planos de Negócios, acesse a biblioteca online do SEBRAE, na Internet. Depois, é só digitar o termo Plano de Negócios na ferramenta de busca do próprio Site e você terá acesso a um grande número de artigos e documentos sobre o tema. Vale a pena conferir. 12 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Nesta aula, iniciamos nossos estudos sobre Plano de Negócios, incluindo conceitos e aplicabilidade. Acompanhando o exemplo de duas amigas que se aventuraram no mundo dos negócios sem ele, foi possível perceber a sua importância para o sucesso de novos empreendimentos. Pesquisas realizadas pelo SEBRAE têm demonstrado que a taxa de mortalidade de empresas nos três primeiros anos de vida, no Brasil, também tem diminuído, o que se deve, entre outros fatores, a um bom planejamento por parte de novos empreendedores, que têm no Plano de Negócios um forte aliado rumo ao sucesso de seus empreendimentos. Na próxima aula, vamos acompanhar um roteiro e iniciar nosso aprendizado prático na elaboração dessa importante ferramenta de planejamento. Conto com você, empreendedor. 1. Para avaliar seus conhecimentos, responda às questões abaixo, utilizando “V” para verdadeiro e “F” para falso: a) Um Plano de Negócios é um documento que descreve, passo a passo, todos os detalhes de um empreendimento. b) Para elaborar um Plano de Negócios, o empreendedor irá utilizar apenas conhecimentos relativos ao próprio negócio. c) A elaboração de um Plano de Negócios é uma tarefa simples e fácil, que exige apenas o preenchimento de alguns formulários. d) A elaboração de um Plano de Negócios é sufi ciente para garantir ao empreendedor os lucros de seu empreendimento. Autoavaliação 13 Empreendedorismo no Agronegócio A12 2. Agora, responda com suas palavras às seguintes perguntas: I − Um Plano de negócios sempre aponta ao empreendedor a viabilidade do empreendimento sugerido? Por quê? II – Como as informações obtidas através de pesquisas de mercado podem auxiliar na elaboração do Plano de Negócios? III – Que argumentos podem ser utilizados para incentivar novos empreendedores a elaborar o Plano de Negócios de seus empreendimentos, antes de colocá-los em prática? Referências DOLABELA, Fernando. O segredo de Luisa: uma idéia, uma paixão e um plano de negócios. 30. ed. São Paulo: Editora de Cultura, 1999. ROSA, Cláudio Afrânio. Manual como elaborar um plano de negócio. Brasília: SEBRAE, 2007. SALIM, C. S. et al. Construindo planos de negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 14 Empreendedorismo no Agronegócio A12 SEBRAE. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil: relatório de Pesquisa. Brasília: SEBRAE, 2004. Disponível em: <http://201.2.114.147/bds/ BDS.nsf/9A2916A2D7D88C4D03256EEE00489AB1/$File/NT0008E4CA.pdf>. Acesso em: 19 out. 2008. ______. Fatores Condicionantes e Taxas de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas no Brasil | 2003–2005. Brasília: SEBRAE, 2007. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/8F5BDE79736CB99483257447 006CBAD3/$File/NT00037936.pdf>. Acesso em: 19 out. 2008. Gabarito (autoavaliação) a) V b) F c) F Anotações 15 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Anotações 16 Empreendedorismo no Agronegócio A12 Anotações Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 13 C U R S O T É C N I C O E M P E S C A Elaborando um Plano de Negócios EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Objetivo Dando continuidade ao tema iniciado na aula passada, nesta aula daremos início à elaboração de um Plano de Negócios, seguindo um roteiro pré-defi nido, oqual irá nos acompanhar até o fi nal desta disciplina.Através dele, você terá a oportunidade de acompanhar, passo a passo, um dos momentos mais importantes na trajetória de um empreendedor de negócios, além de utilizá-lo para planejar o seu empreendimento. Conhecer as várias seções que compõem um Plano de Negócios, segundo o roteiro pré-defi nido. Identifi car os principais objetivos da elaboração de cada uma das seções que compõem um Plano de Negócios, segundo o roteiro pré-defi nido. Familiarizar-se com termos técnicos utilizados na elaboração de Planos de Negócios. 2 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Para começo de conversa... Está chegando a hora... Eles já se conhecem faz alguns anos. Tiveram alguns problemas, como aquela fofoca no escritório, que quase acabou o namoro, também tiveram momentos difíceis, como aquelas semanas intermináveis em que ele esteve doente, e ela se desdobrava em cuidados, no hospital e, depois, em casa. Foram se conhecendo, aos poucos, juntando dinheiro para comprar a mobília da nova casa, adquirida através de um fi nanciamento. Mas os sonhos ainda são os mesmos: a viagem de férias no sul do Brasil, os três fi lhos, a pós-graduação... O casamento, além da cerimônia religiosa, da festa e dos papéis assinados no Cartório, é a materialização de um sonho. Assim como os noivos, o empreendedor, ao elaborar o seu “Plano de Negócios”, está materializando a sua intenção de investir e de ter sucesso no seu empreendimento. Mas, para que isso ocorra, ele já deve ter percorrido um longo caminho, pesquisando, buscando novas informações, ou seja, amadurecendo a idéia que deu início a todo esse processo. Como no casamento, o Plano não é apenas um documento, assim como o empreendimento não é apenas “mais um negócio”. É preciso dedicação e comprometimento. Afi nal, é mais um sonho que se materializa na vida do empreendedor. 3 Empreendedorismo no Agronegócio A13 E falando em Planos de Negócios... Antes de iniciar nosso roteiro, vamos relembrar um dos conceitos apresentados na aula passada, chamando a atenção para algumas dicas importantes. Conceito “Um plano de negócio é um documento que descreve (por escrito) quais os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identifi car e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado” (ROSA, 2007, p. 10). Quem deve elaborar um Plano de Negócios? Como ferramenta de planejamento, o Plano de Negócios pode ser elaborado por empresas que já estejam atuando no mercado para planejar e redirecionar suas ações, visando a uma melhor adaptação ao mesmo. Mas é para os empreendimentos que ainda vão iniciar suas atividades que ele se constitui em elemento fundamental, minimizando riscos e servindo como guia nas ações a serem desenvolvidas pelo empreendedor. Existem empresas especializadas na elaboração de Planos de Negócios, as quais devem ser contratadas, dependendo da complexidade, dos objetivos e do volume de recursos envolvidos no novo negócio. Para pequenos empreendimentos, quando não existem recursos disponíveis para investir na contratação de empresas especializadas, o próprio empreendedor pode elaborar o seu Plano, seguindo roteiros simplifi cados, de acordo com a sua realidade. Existem diferentes roteiros para a elaboração de Planos de Negócios? Sem dúvida, assim como no Plano de Marketing, você vai encontrar diferentes roteiros de Planos de Negócios. Para conhecer alguns desses modelos você poderá consultar a bibliografi a indicada ao fi nal desta aula. 4 Empreendedorismo no Agronegócio A13 O que define o melhor roteiro, em cada caso, são as especificidades de cada empreendimento, podendo ser mais complexos ou simplifi cados, como o que adotaremos como exemplo. Por onde começar? O roteiro que passaremos a acompanhar, a partir de agora, é composto de 5 (cinco) seções, sendo que alguns dos itens apresentados você já conhece, pois são os mesmos utilizadas na elaboração do Plano de Marketing, tema das aulas 10 e 11 desta disciplina. Nesta aula, nos deteremos às seções de 2 a 4. A 5ª seção, que corresponde ao plano fi nanceiro, será o tema da nossa próxima aula e, somente após a elaboração do mesmo, é que teremos as informações necessárias para escrever a Seção 1, que é o Sumário Executivo. Para cada uma das seções serão fornecidas explicações, além de um exemplo concreto de “como fazer”. Em cada uma delas, também, você será convidado a exercitar seu aprendizado através de uma atividade. E então, vamos lá? Conhecendo o roteiro 1. Sumário Executivo (a ser concluído na próxima aula) 2. Resumo do Empreendimento 3. Plano de Marketing 4. Estrutura operacional 5. Plano fi nanceiro (tema da próxima aula) Sumário Executivo O Sumário Executivo ”... é um extrato competente e motivante do Plano de Negócios. Qual a área de negócios, qual o produto ou serviço, qual o mercado e que fatia desse mercado queremos obter? Qual o investimento necessário, em quanto tempo vamos recuperar o dinheiro investido e qual o rendimento que vamos ter de nosso investimento em um prazo estabelecido? Tudo isso sem explicar em detalhes, mas dito de maneira clara, objetiva e sucinta. Isso é o que deve conter o SUMÁRIO EXECUTIVO. (SALIM et al, 2005, p. 41, grifos do autor). Exemplo 1 5 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Como você pode observar, o Sumário Executivo do Plano de Negócios tem a função de despertar o interesse do leitor pelas informações contidas no restante do documento, sem muitos detalhes, com clareza e objetividade. Conforme já estudamos em aulas anteriores, ele deve ser a última seção a ser escrita pelo empreendedor, embora apareça no início do Plano. Nesta aula, estaremos utilizando como exemplo o empreendimento “Delícias da Pesca”, um restaurante especializado em peixes e frutos do mar (empreendimento fi ctício). Fique tranqüilo. Na nossa próxima aula, após a elaboração do Plano Financeiro do empreendimento, você estará apto e será chamado a exercitar seus conhecimentos sobre a elaboração do Sumário Executivo. Por enquanto, é só prestar bastante atenção na elaboração das demais seções e resolver as atividades, certo? Resumo do Empreendimento Nesta seção devem constar os dados gerais do empreendimento. No caso específi co desta disciplina, vamos nos deter à formatação do texto contendo as seguintes informações: a) Resumo da Empresa Nesse item deve constar, de forma resumida, a defi nição e o histórico do empreendimento. “O Delícias da Pesca é um restaurante especializado em pratos à base de peixes e frutos do mar, e inicia suas atividades num dos mais movimentados pontos da Avenida Beira-mar do município de “Peixolândia”. A criação de pratos exclusivos com as mais variadas espécies de pescado (de água doce e água salgada) disponíveis no Município, o ambiente acolhedor e a excelência no atendimento, além de preços bastante competitivos são a fórmula encontrada pelo Delícias da Pesca para conquistar o paladar e fi delizar clientes que prezam a boa gastronomia”. Exemplo 2 Exemplo 3 6 Empreendedorismo no Agronegócio A13 b) Missão Conforme você já estudou nas aulas 10 e 11 desta disciplina, a missão da organização deve traduzir, sob o ponto de vista do mercado, e não do proprietário, a razão de ser do seu empreendimento. Ou seja, para que ele foi criado? Restaurante “Delícias da Pesca” Missão: “Oferecer alimentos saudáveis, com sabores exclusivos e excelência no atendimento” c) Pontos fortes e pontos fracos Esse item também consta do roteiro do Plano de Marketing, estudados nas aulas anteriores, e deve conter os principais fatores positivos e negativos internos do empreendimento. Restaurante “Delícias da Pesca” Pontos fortes: Ausência de outros restaurantes especializadosem pescado no Município de “Peixolândia”. Localização privilegiada, num dos pontos turísticos de maior movimento e de fácil acesso. Pontos fracos: Falta de experiência dos empreendedores na “gestão” do negócio. Matéria-prima: a sazonalidade com que algumas espécies de pescado são capturadas na região pode difi cultar a oferta desses produtos em determinados períodos do ano. Exemplo 5 Exemplo 4 FRANQUIA 7 Empreendedorismo no Agronegócio A13 d) Oportunidades e Ameaças Nesse item, conforme você já estudou, devem aparecer os principais fatores positivos e negativos externos, mas que podem afetar, de alguma forma, o sucesso do empreendimento. Restaurante “Delícias da Pesca” Oportunidades: A preocupação com a saúde e a mudança de hábitos por parte das famílias de “Peixolândia”, que passaram a freqüentar restaurantes e churrascarias pelo menos uma vez por semana, faz do “Delícias da Pesca” uma excelente opção para quem procura uma alimentação saudável e ao mesmo tempo saborosa e diversifi cada. Ameaças: A instabilidade econômica que poderá ter como conseqüência a diminuição do poder aquisitivo dos clientes em potencial e a previsão da inauguração de franquias de grandes redes de restaurantes na Avenida Beira-mar, em “Peixolândia”. “[...] consiste em replicar, em diversos locais ou mercados, um mesmo conceito de negócio. Cada um desses “clones” do conceito de negócio leva o nome de franquia, que é implantada, operada e gerida por um terceiro autônomo, o Franqueado. O franqueado é autorizado pela franqueadora, por meio de contrato, a comercializar determinados produtos e/ou a prestar certos serviços, em combinação com o uso de uma ou mais de uma marca e dos métodos, sistemas, políticas e padrões desenvolvidos por ela, a franqueadora[...]” Fonte: <http:// www.franquia. com.br/index. php?option=com_co ntent&task=view&i d=26&Itemid=30>. Acesso em: 17 nov. 2008. e) Objetivos Aqui deve ser descrito, de forma clara e resumida, os principais objetivos da empresa num horizonte determinado de tempo, se possível, de forma quantifi cável. O restaurante “Delícias da Pesca” tem como objetivo se tornar referência no município de “Peixolândia”, alcançando, ao fi nal do primeiro ano, a média de 300 (trezentos) clientes/mês, com perspectiva de aumento de 25% a partir do segundo ano de funcionamento. Exemplo 6 8 Empreendedorismo no Agronegócio A13 f) Perfi l do(s) empreendedor(es) Quem são os empreendedores envolvidos no negócio? Qual o seu perfi l? Possuem experiência no ramo? 1. Alexandre Santos: Gerente do “Delícias da Pesca”, é Técnico em Pesca e atuou durante 5 (cinco) anos como administrador do “Mercado de Peixe” do Município, possui uma ampla rede de relacionamentos na área e será responsável também pela aquisição da matéria-prima junto aos fornecedores. 2. Ilana Figueiras: Chefe de Cozinha, possui experiência de mais de 15 anos em restaurantes de grande porte na Capital, além de cursos em nível nacional voltados para cardápios á base de pescado. Ambos são nascidos em “Peixolândia”. g) Capital social Como capital social, deve constar o valor total de todos os investimentos (fi nanceiros, em obras e instalações, equipamentos, etc.) e qual a parcela que cabe a cada um dos seus sócios. Esses valores são obtidos após a elaboração do Plano Financeiro do empreendimento. Atenção 1 Observe que no Plano de Negócios alguns dos itens que compõem o Plano de Marketing (tema das aulas 9 a 11 desta disciplina) aparecem ao longo do roteiro e não necessariamente na seção denominada “Plano de Marketing”. 1Praticando... 9 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Atenção 2 Ao elaborar o Plano de Negócios de uma Empresa legalmente constituída, os dados do empreendimento devem incluir ainda o ramo de atuação da empresa, a forma jurídica, enquadramento tributário e CNPJ. Nesse caso, você deverá procurar ajuda especializada, em instituições como o SEBRAE ou ainda através de um contador. Siga o roteiro abaixo, não deixe de completar as tarefas, pois, assim, você estará mais preparado quando chegar a hora de escrever o Plano de Negócios do seu empreendimento. Nome: Paraíso do Peixe a) Resumo da Empresa b) Missão Chegou a hora de colocar seus conhecimentos em prática. Para resolver as atividades 1 a 3, você deverá utilizar como exemplo o empreendimento “Paraíso do Peixe”, (é o pesque-pague do “Seu José”). Para isso, você poderá utilizar as informações já disponíveis em aulas anteriores ou, ainda, criar o seu próprio texto, auxiliando nosso amigo empreendedor em mais essa empreitada. 10 Empreendedorismo no Agronegócio A13 c) Pontos fortes e pontos fracos d) Ameaças e oportunidades e) Objetivos f) Perfi l do(s) empreendedor(es) g) Capital social (os dados para o preenchimento desse item só serão obtidos após a elaboração do plano fi nanceiro, tema da nossa próxima aula). Exemplo 7 11 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Plano de Marketing Nesta seção você deverá descrever os seguintes itens: a) Produtos e serviços Nesse item devem constar todas as informações sobre os produtos e/ou serviços oferecidos, incluindo o diferencial em relação à concorrência. O restaurante “Delícias da Pesca” oferece aos seus clientes pratos exclusivos, à base de peixes e frutos do mar, incluindo espécies pouco exploradas por outros restaurantes da Região. Além do sabor e da diversidade dos pratos, a qualidade no atendimento será um diferencial desse empreendimento, que contará com uma equipe de profi ssionais treinados para oferecer um atendimento personalizado, fazendo com que o cliente sinta a diferença em relação à concorrência. A decoração dos vários ambientes do restaurante também foi pensada no sentido de oferecer conforto e privacidade aos seus clientes, que podem optar por espaços reservados, à luz de velas, espaço climatizado, ou ainda espaço aberto próximo a um míni-parque infantil, ideal para famílias com crianças. b) Estudo dos clientes Nesse item você vai descrever os gostos e preferências dos seus clientes em potencial, defi nindo uma estratégia de atuação no mercado e criando um diferencial para o seu serviço, em relação à concorrência. 12 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Os clientes do “Delícias da Pesca” são turistas e moradores da cidade de Peixolândia, que apreciam a boa gastronomia e prezam por ambientes agradáveis e atendimento com qualidade. Segundo informações obtidas através de pesquisa de mercado realizada com freqüentadores da orla de “Peixolândia”, os principais fatores que determinam a escolha de um restaurante por esses freqüentadores é a variedade dos pratos, o bom atendimento e o ambiente, que deve ser agradável, permitindo aos clientes conversar durante a refeição. Exemplo 8 Exemplo 9 c) Estudo dos fornecedores Nesse item devem constar informações sobre os fornecedores dos principais insumos para o seu empreendimento, quais os preços praticados, prazos de entrega e condições de pagamento. Em pesquisa de mercado realizada com 12 (doze) fornecedores em potencial dos principais produtos a serem adquiridos pelo restaurante, optou-se pela avaliação semanal dos estoques, e consulta prévia a, pelo menos, 04 (quatro) fornecedores, aproveitando, dessa forma, os menores preços. Condições de pagamento também deverão ser levadas em conta, nos primeiros meses de funcionamento. Para a aquisição da principal matéria-prima (peixes e frutos do mar), o restaurante conta com uma parceria com a Colônia de Pescadores Z-09, de Peixolândia, que fornecerá, semanalmente, esses produtos. 13 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Exemplo 10 Exemplo 11 d) Estudo da concorrência Nesseitem devem constar informações sobre os produtos e/ou serviços oferecidos pela concorrência, seus pontos fracos e pontos fortes, os preços praticados e estratégias de marketing utilizadas, além do nível de satisfação dos proprietários em relação aos seus empreendimentos. 1. Churrascaria da Orla – Especialidade: churrasco rodízio e buffet a quilo; à noite, sistema à la carte R$ 35,00 o rodízio ou R$ 40,00 o kilo Funciona de terça a domingo, das 11h àsh 23h Shows com música ao vivo às sextas e sábados (couvert de R$ 5,00 por pessoa) ...10) Restaurante O Relicário – pratos variados Sistema à La Carte R$ 42,00 (média do preço dos pratos para duas pessoas) Atendimento personalizado, ambiente refi nado e) Estratégias Promocionais Esse item inclui todas as estratégias de comunicação ativa direcionadas ao seu público- alvo sobre os possíveis atributos e benefícios do seu produto ou serviço. Cupons com descontos para o programa de fi delidade. Divulgação na mídia local. Evento de inauguração com a presença de convidados ilustres do Município. 2Praticando... 14 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Agora é com você. Ainda utilizando como exemplo o “Paraíso do Peixe”, complete os itens abaixo com, pelo menos, uma informação sobre cada um deles. Empreendimento: “ Paraíso do Peixe” a) produtos e serviços b) clientes c) fornecedores d) concorrência e) estratégia promocional 15 Empreendedorismo no Agronegócio A13 f) Estrutura operacional Nesta seção, veremos como descrever: a localização do negócio, a capacidade produtiva e/ou comercial e a necessidade de pessoal. A localização do negócio Como o próprio nome já diz, nesse item o empreendedor vai apontar a localização do empreendimento. Além do endereço, é nesse item também que deve ser esclarecida a razão da escolha do local (vantagens em relação à concorrência, proximidade dos principiais fornecedores, facilidade de acesso para os clientes, etc.). Exemplo 12 Exemplo 13 O “Delícias da Pesca” está localizado na Avenida Beira-Mar, nº 37, esquina com a Rua “Diego Bahia”, um dos pontos mais movimentados da orla de Peixolândia, onde as pessoas se reúnem, nos fi nais de tarde e, principalmente, nos fi nais de semana, para passear e se divertir. A localização é estratégica também em relação aos fornecedores, fi cando a poucas quadras da Colônia de Pescadores Z-09, e a proximidade dos concorrentes não é tida como um fator negativo, uma vez que nenhum deles é especializado em pescado. A capacidade produtiva e/ou comercial Qual o volume de produtos que o empreendedor pretende comercializar? E se houver um aumento na demanda, qual a capacidade de produção do empreendimento, considerando a atual estrutura? O restaurante foi projetado para atender, com efi ciência e qualidade, até 30 (trinta) conjuntos de clientes ao mesmo tempo, estando prevista a ampliação dessa meta a partir do segundo ano de funcionamento. 16 Empreendedorismo no Agronegócio A13 O processo de produção e/ou comercialização Nesse item, deve ser descrito, passo a passo, todo o processo de produção e/ou comercialização. Desde a aquisição da matéria-prima (no caso de produtos) até a disponibilização ao consumidor fi nal. Exemplo 14 Exemplo 15 A matéria-prima fresca (peixes e frutos do mar) será entregue diariamente pela Colônia de Pescadores Z-09, de acordo com planejamento semanal, onde serão defi nidas as quantidades e variedade das espécies, de acordo com a disponibilidade e produtos em estoque. Os demais produtos serão adquiridos pelo gerente, também responsável pelo controle de estoques, que será informatizado. Os pratos serão confeccionados na hora, sob a administração da chefe de cozinha, que contará com o auxílio de 3 (três) colaboradores. A necessidade de pessoal Quantas pessoas (e com qual perfi l profi ssional) são necessárias para manter o empreendimento funcionando? 01 gerente geral 01 chefe de cozinha 01 chefe de salão 02 cozinheiras 02 auxiliares de cozinha e/ou serviços gerais 03 garçons 3Praticando... 17 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Continue completando os itens abaixo, utilizando como exemplo o empreendimento “Paraíso do Peixe”. a) Localização do negócio b) Capacidade produtiva e/ou comercial c) O processo de produção e/ou comercialização d) Necessidade de pessoal Como você pode observar, mais do que um roteiro, o Plano de Negócios é um documento dinâmico, onde o empreendedor é chamado a refl etir sobre os muitos detalhes que compõem o seu empreendimento. Por outro lado, os vários itens e seções que compõem o Plano interagem entre si e podem ser atualizados periodicamente, sempre que o empreendedor achar necessário. Aparentemente, a elaboração desse documento pode parecer uma tarefa cansativa, mas não esqueça de que essa ferramenta de planejamento tem sido fundamental para a permanência de novas empresas no mercado em nosso País, e que, para o empreendedor, mais do que um “negócio”, o empreendimento é a materialização de um sonho. Pense nisso! 18 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Leitura complementar ROSA, Cláudio Afrânio. Como elaborar um plano de negócios. Brasília: Sebrae, 2007. Para ampliar seus conhecimentos sobre Como Elaborar um Plano de Negócios, acesse o Manual do SEBRAE/MG. Ele está disponível, na Internet, no endereço anterior. Nesta aula, você acompanhou parte de um roteiro básico para a elaboração de um Plano de Negócios, com informações específi cas sobre cada uma das seções que o compõem, além de exemplos práticos que você ajudou a construir com a realização das atividades distribuídas ao longo da aula. Na próxima aula, daremos continuidade aos nossos estudos, detalhando a 5ª e última seção do roteiro apresentado na aula de hoje: o Plano Financeiro, além da elaboração do Sumário Executivo. Continue resolvendo as atividades e acompanhando atentamente nossas aulas, e lembre-se: uma das características do empreendedor é a persistência. Acredito em você. Para avaliar o seu aprendizado, descreva, com suas palavras, o conteúdo de cada um dos itens que compõem as 3 seções do Plano de Negócios estudadas na aula de hoje. Caso tenha alguma dúvida, volte ao item e reveja exemplos e explicações. Seção 2 – Resumo do Empreendimento: a) Resumo da Empresa Autoavaliação 19 Empreendedorismo no Agronegócio A13 b) Missão c) Pontos fortes e pontos fracos d) Oportunidades e Ameaças e) Objetivos f) Perfi l do(s) empreendedor(es) g) Capital social Seção 3 – Plano de Marketing a) Produtos e serviços 20 Empreendedorismo no Agronegócio A13 b) Estudo dos clientes c) Estudo dos fornecedores d) Estudo da concorrência e) Estratégias Promocionais Seção 4 – Estrutura operacional a) A localização do negócio b) A capacidade produtiva e/ou comercial c) O processo de produção e/ou comercialização Anotações 21 Empreendedorismo no Agronegócio A13 d) A necessidade de pessoal Referências FRANCHISE STORE. O que é. Disponível em: <http://www.franquia.com.br/index. php?option=com_content&task=view&id=26&Itemid=30>. Acesso em: 17 nov. 2008. ROSA, Cláudio Afrânio. Como elaborar um plano de negócios. Brasília: Sebrae, 2007. SALIM, C. S. et al. Construindo planos de negócios. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. SEBRAE. Guia prático para o registro de empresas. Disponível em: <http://www.sebrae. com.br/uf/amapa/areas-de-atuacao/uai/conheca-seu-negocio/guia-pratico-para-o- registro-de-empresas/BIA_14/integra_bia>. Acesso em: 11 nov. 2008. Anotações 22 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Anotações 23 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Anotações 24 Empreendedorismo no Agronegócio A13 Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 14 C U R S O T É C N I CO E M A Q Ü I C U LT U R A Elaborando um Plano de Negócios: O plano fi nanceiro EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Objetivo Dando continuidade ao tema iniciado na aula 12 desta disciplina, nesta aula acompanharemos a elaboração de mais uma seção do Plano de Negócios: o plano fi nanceiro. Seguindo um roteiro pré-defi nido, passo a passo, passaremos a interagir com números que permitirão demonstrar (ou não) a viabilidade fi nanceira do empreendimento. Após a conclusão do plano fi nanceiro, teremos as informações sufi cientes para compor, ainda, o sumário executivo do plano de negócios que começamos a elaborar na aula passada. Vamos começar? Identifi car os principais objetivos da elaboração do plano fi nanceiro no roteiro de um Plano de Negócios. Conhecer os vários itens que compõem o plano fi nanceiro na elaboração de um Plano de Negócios. Elaborar o plano fi nanceiro de um empreendimento, seguindo um roteiro pré-defi nido. 2 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Para começo de conversa... 50 $ 50 $50 $05 0 $05 0 $0 $50 $ 50 $ 50 $$$ 50 $50 $ 50 $$ 50 $$ 050000 00$$ $$ 0 00 50 $ 50 $50 50 $50 50 $500 55050 $ 50 $$50 50 $$ 50 $$05 $50 50 $0$050 50 $$ 50 $50 $$ 50 $00 $ $$$ 50 $$ 50 $50 $$5 0 $00 0 $ 50 $ $$ 50 $ $ 50 $$ 50 $50 $505 0 $50 $$ 50 $ 05505 50 $$ $ 50 $$50 $ 500 $ 50 $$ Eu não sei se isso já aconteceu com você, mas, às vezes, eu tenho certeza de que meu dinheiro vai ser sufi ciente para todos os gastos até o fi nal do mês, só que, quando chega no dia 20, 25... Esse assunto lhe parece familiar? Continue acompanhando nossa aula e vamos tentar descobrir por que isso acontece e o que esse exemplo tem em comum com o planejamento fi nanceiro de um empreendimento. 1Praticando... 3 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Plano fi nanceiro Vamos iniciar nossa aula com uma atividade: para compreender melhor o objetivo da elaboração do plano fi nanceiro no roteiro de um Plano de Negócios, continuemos a utilizar o exemplo citado acima. Na sua opinião, qual(is) das questões enumeradas abaixo pode(m) ser considerada(s) correta(s)? Ou seja... ...Por que o salário acaba antes do fi nal do mês? ( ) O dinheiro acaba antes do fi nal do mês, porque a pessoa faz os cálculos considerando apenas as contas fi xas e existem outros gastos, no dia- a-dia, que não são considerados. ( ) O dinheiro acaba antes do fi nal domês, porque acontecem imprevistos, questões urgentes que precisam ser resolvidas, e o dinheiro de outras contas acaba sendo utilizado. ( ) O dinheiro acaba antes do fi nal do mês, porque a pessoa faz gastos e assume compromissos que estão acima da sua capacidade de pagamento, considerando o salário que recebe. ( ) O dinheiro acaba antes do fi nal do mês, porque o salário que a pessoa recebe é muito baixo. Muito bem. Se você assinalou qualquer uma das alternativas acima, provavelmente você acertou, porque todas podem ser consideradas corretas e um bom planejamento pode auxiliar na maioria delas. Mas, e o empreendedor? 4 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Diferente do exemplo citado acima, em que a pessoa recebe um salário, e, portanto, depende de um patrão para lhe conceder ou não um aumento na sua renda mensal, o empreendedor depende de seus clientes. Quanto maior o volume de vendas, maior será o seu lucro. E para aumentar o volume de vendas, ele pode utilizar ferramentas de planejamento como a Pesquisa de Mercado e um bom Plano de Marketing. E quanto às outras questões? Será que um empreendedor também precisa planejar todos os gastos do seu empreendimento, incluindo uma reserva de dinheiro para eventuais imprevistos? Certamente. E é para executar essa tarefa que ele utiliza o plano fi nanceiro, mais uma importante seção do plano de negócios, assunto de nossa aula de hoje. O objetivo do plano fi nanceiro O objetivo do plano fi nanceiro é analisar, através de números (gráfi cos e tabelas), os principais aspectos fi nanceiros de um negócio. Na aula passada, acompanhamos a elaboração das seções 2, 3 e 4 do roteiro de um Plano de Negócios. Nesta aula, vamos acompanhar, passo a passo, a elaboração do plano fi nanceiro e do sumário executivo, utilizando o mesmo exemplo. RELEMBRANDO... O roteiro 1. Sumário Executivo 2. Resumo da Empresa 3. Produtos e serviços 4. Plano de Marketing 5. Estrutura operacional 6. Plano fi nanceiro 5 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Plano fi nanceiro, por onde começar? O plano fi nanceiro é uma das seções mais importantes para a elaboração de um Plano de Negócios, e o empreendedor deverá tomar cuidado para não esquecer de nenhuma informação na elaboração do mesmo, pois é ele que vai indicar (ou não) a viabilidade fi nanceira do negócio. O roteiro de um plano fi nanceiro também pode variar, de acordo com os objetivos e a complexidade do empreendimento. O exemplo utilizado nesta aula contém os seguintes itens: 1. Investimentos - Investimentos fi xos - Investimentos fi nanceiros - Investimentos pré-operacionais 2. Estimativa de faturamento 3. Custos - Custos variáveis - Custos fi xos 4. Demonstrativo de resultados 5. Indicadores de viabilidade - ponto de equilíbrio - prazo de retorno do capital investido 6 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Investimentos: Como o próprio nome já diz, trata-se do volume de recursos que os sócios deverão investir para iniciar o empreendimento. Esses recursos podem ser próprios ou adquiridos através de fi nanciamentos (nesse último caso, o empreendedor deverá incluir também o valor dos juros no cálculo dos gastos). Para calcular os investimentos, devem ser considerados os seguintes itens: a) Investimento total (investimentos fi xos + investimentos fi nanceiros+ investimentos pré-operacionais) - investimentos fi xos (imóveis, veículos, máquinas e equipamentos, móveis e utensílios); - investimentos fi nanceiros (capital de giro, ou seja, recursos necessários para manter o empreendimento funcionando até o mesmo começar a gerar sua própria receita; estoque inicial, ou seja, quantidade de produtos necessários para iniciar a produção); - investimentos pré-operacionais (gastos com divulgação, com reformas e adaptações do espaço físico, com treinamento de pessoal, legalização da empresa, etc.). Ainda utilizando como exemplo o restaurante “Delícias da Pesca”, vamos calcular o valor do investimento a ser desembolsado pelos sócios: Investimentos fi xos Quant. Valor unitário Total Fogão Industrial Freezer horizontal Freezer vertical Refrigerador Balcão Inox Mesas com 4 cadeiras Pratos Copos Taças Talheres (conj.) Toalhas de mesa Armários Panelas Travessas de inox Travessas de louça Aparelhosde ar-condicionado 02 01 01 01 01 20 120 120 120 60 60 04 12 30 30 04 1.000,00 1.500,00 1.300,00 1.200,00 1.500,00 250,00 5,00 3,00 5,00 10,00 10,00 250,00 32,00 35,00 20,00 1.500,00 2.000,00 1.500,00 1.300,00 1.200,00 1.500,00 5.000,00 600,00 360,00 600,00 600,00 600,00 1.000,00 384,00 1.050,00 600,00 6.000,00 Sub-total (1) 24.294,00 Exemplo 1 7 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Investimentos fi nanceiros Total Capital de giro (recursos necessários para pagar as contasdos dois primeiros meses de funcionamento do restaurante) Estoque inicial (valor total da compra dos produtos necessários para o primeiro mês de funcionamento do restaurante) 25.000,00 3.000,00 Sub-total (2) 28.000,00 No exemplo, foi apresentado apenas o valor total do estoque inicial. Na prática, o empreendedor deve calcular o preço de cada item para chegar ao valor total. No caso de um restaurante, o empreendedor deverá calcular, por exemplo, quantos quilos de pescado deverão ter em estoque, bem como os valores a serem desembolsados para essa compra. Investimentos pré-operacionais Total Reformas/adaptações Despesas com legalização Despesas com divulgação 4.500,00 3.200,00 800,00 Sub-total (3) 8.500,00 Investimento total (Sub-total 1 + 2 + 3) 60.794,00 2Praticando... Calculando o valor do capital social Você lembra que, na aula passada, nós fi camos de calcular o valor do capital social do empreendimento, mas que para isso precisávamos do valor do investimento total? Muito bem, agora que você já sabe esse valor, e considerando que o restaurante “Delícias da Pesca” possui 2 sócios e que cada um deles irá arcar com 50% do valor do investimento total, calcule quanto cada sócio deverá desembolsar para iniciar esse empreendimento: Sócio 1 – R$ ........................................ Sócio 2 – R$ ........................................ Exemplo 2 8 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Estimativa de faturamento O cálculo do faturamento da empresa deve ser estimado pelo empreendedor de acordo com a quantidade de produtos que espera vender num determinado período de tempo. Para estimar esses valores, é importante conhecer o volume de vendas de seus concorrentes. Também podem ser feitas projeções de aumento nas vendas, mensal e/ ou anualmente, de acordo com as especifi cidades de cada empreendimento. No caso do nosso exemplo, o restaurante “Delícias da Pesca”, o cálculo da estimativa de faturamento mensal é um pouco mais complexo, se considerarmos que o restaurante vai comercializar vários tipos de pratos, a preços diferenciados, além da venda de bebidas e sobremesas. Para tornar o exemplo mais claro, vamos considerar apenas o valor médio de gastos que cada cliente terá no restaurante. Valor médio de consumo por cliente Quantidade de clientes/mês Receita total 30,00 900 27.0000,00 Custos Nesta seção devem ser descritos todos os custos envolvidos para manter o empreendimento funcionando, incluindo custos fixos (contas a serem pagas independentemente do volume de vendas) e custos variáveis (custos que variam de acordo com a quantidade produzida). Estimativa dos custos variáveis a) Custos com materiais e/ou mercadorias vendidas Cada vez que o restaurante comercializa um determinado prato ou vende uma bebida, esses produtos saem do seu estoque e, portanto, representam um custo. Por exemplo: ao comercializar um refrigerante por R$ 2,00, o estabelecimento recebe R$ 2,00 do cliente e, ao mesmo tempo, precisa repor R$ 1,20 ao fornecedor de bebidas. b) custos com comercialização Exemplo 3 9 Empreendedorismo no Agronegócio A14 A partir do momento em que a empresa é legalizada, ela passa a pagar impostos, portanto, a cada produto comercializado, um percentual da receita deve ser destinado ao pagamento desses impostos. Nesse item devem ser acrescentados também valores pagos a título de comissões (quando for o caso) e para a divulgação do empreendimento. Restaurante “Delícias da Pesca” Estimativa dos custos variáveis a) custos com materiais e/ou mercadorias vendidas Valor médio do custo com matéria-prima para cada cliente atendido Quantidade de clientes/mês Custo com materiais 10,00 900 9.000,00 Para efeito desse exemplo, foi utilizada apenas a estimativa de um valor médio de custos por cliente. Na prática, esses valores devem ser calculados para cada produto comercializado pelo estabelecimento. b) custos com comercialização Receita estimada Impostos (10%) Custo com comercialização 27.000,00 2.700,00 2.700,00 Nesse caso, utilizamos um percentual fi xo de 10% para calcular os impostos e não incluímos despesas com comissões e/ou propaganda. Estimativa de custos variáveis (resumo) Restaurante “Delícias da Pesca” Item Valor Custos com materiais 9.000,00 Custos com comercialização 2.700,00 Total 11.700,00 3Praticando... 10 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Considerando o exemplo acima, qual seria o valor dos custos variáveis do empreendimento, caso o restaurante atendesse 900 clientes a um custo fi xo de R$ 15,00 cada, o faturamento mensal fosse de R$ 36.000,00, e os custos de comercialização incluíssem, além da taxa de 10% para o pagamento de impostos, o valor fi xo mensal de R$ 800, 00 com propaganda? Considerando o exemplo acima, qual seria o valor dos custos variáveis do empreendimento, caso: - o restaurante atendesse 900 clientes a um custo fi xo de R$ 15,00 cada; - o faturamento mensal fosse de R$ 36.000,00 e - os custos de comercialização incluíssem, além da taxa de 10% para o pagamento de impostos, o valor fi xo mensal de R$ 800, 00 com propaganda? Item Valor Custos com materiais Custos com comercialização Total Custos fi xos Esse item vai incluir todos os custos com os quais o empreendedor deverá arcar, mensalmente, independente da quantidade de produtos comercializados. Além de contas como aluguel, água, luz e telefone, inserem-se, na categoria de custos fi xos, os custos com depreciação, despesas com pessoal e pró-labore. Custos com depreciação Imagine que cada equipamento utilizado pela empresa possui um tempo de vida útil, após o qual o mesmo deverá ser substituído. O cálculo da taxa de depreciação consiste Exemplo 4 11 Empreendedorismo no Agronegócio A14 no cálculo do valor mensal a ser poupado pelo empreendedor para que, ao fi nal da vida útil do equipamento, o mesmo possa ser substituído. Para calcular esse valor, utiliza-se a seguinte fórmula: Valor do equipamento ÷ tempo de vida útil do equipamento em anos ÷ 12 = taxa mensal de depreciação do equipamento. Se considerarmos que um aparelho de ar-condicionado custa R$ 1.500,00 e o tempo de vida útil do mesmo é de 5 anos, temos a seguinte taxa de depreciação: 1.500 ÷ 5 = 300 ÷ 12 = 25 Logo, o valor de R$ 25,00 mensais deverá ser considerado para substituir o aparelho de ar-condicionado após 5 anos de funcionamento.5 Custos com depreciação Equipamento Valor Tempo de vida útil Quantidade Taxa de depreciação Fogão Industrial 1.000,00 10 anos 2 16,67 Freezer horizontal 1.500,00 10 anos 1 12,50 Freezer vertical 1.300,00 10 anos 1 10,84 Refrigerador 1.200,00 8 anos 1 12,50 Aparelhos de ar-condicionado 1.500,00 5 anos 4 100,00 Total 152,51 4Praticando... Exemplo 5 12 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Calcule o valor da taxa de depreciação dos seguintes equipamentos: Equipamento Valor Tempo de vida útil Quantidade Taxa de depreciação Balcão refrigerado 2.500,00 5 anos 2 Microcomputador 1.800,00 3 anos 1 Total Despesas com pessoal Esse item inclui as despesas com salários e encargos, no caso do empreendimento depender dacontratação de funcionários. Despesas com pessoal Considerando que um dos empreendedores acumulará os cargos de gerente- geral e gerente de salão, e o outro ocupará o cargo de chefe de cozinha, os custos com pessoal serão: Cargo Quant. Salário Encargos Total Cozinheira 2 800,00 800,00 3.200,00 Auxiliar de cozinha ou serviços gerais 2 415,00 415,00 1.660,00 Garçom 3 500,00 500,00 3.000,00 Total 7.860,00 Exemplo 6 13 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Fique atento: Para efeito desse exemplo, utilizamos o percentual de 100% de encargos sobre o valor dos salários. Na prática, esse percentual precisa ser calculado de acordo com a legislação vigente. Pró-labore: O pró-labore é o valor de retirada a que tem direito cada um dos sócios, mensalmente, e deve ser estipulado de acordo com a realidade de cada empreendimento. 2.000,00 Sócio 2 2.000,00 Total 4.000,00 Estimativa de custos fi xos (resumo) Restaurante“Delícias da Pesca” Item Valor Aluguel 1.000,00 Energia elétrica 350,00 Água 100,00 Telefone 100,00 Depreciação 152,51 Salários e encargos 7.860,00 Pró-labore 4.000,00 Total 13.562,51 5Praticando... 14 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Considerando o exemplo acima, calcule qual seria a estimativa de custos fi xos do restaurante “Delícias da Pesca” caso o quadro de pessoal fosse reduzido, sendo contratados apenas 1 garçom, 1 cozinheira e 1 auxiliar de cozinha e/ou serviços gerais, aumentando o valor do pró-labore para R$ 2.500,00 para cada sócio: Item Valor Aluguel 1.000,00 Energia elétrica 350,00 Água 100,00 Telefone 100,00 Depreciação 152,51 Salários e encargos Pró-labore Total Demonstrativo de resultados 6Praticando... 15 Empreendedorismo no Agronegócio A14 O demonstrativo de resultados é o quadro-resumo onde são incluídos os valores de receitas e custos para o cálculo do lucro ou prejuízo do empreendimento. Vamos ver como fi cou o demonstrativo de resultado do restaurante utilizado no nosso exemplo: 1 - Receita total (+) 27.000,00 2 - Custos variáveis ( – )– 11.700,00 3 - Custos fi xos ( – )– 13.562,51 4 - Sub-total (2 + 3) 24.262,51 Cálculo do lucro/prejuízo (1 – 4) 1.737,49 Considerando o nosso exemplo, o empreendimento teria um lucro mensal de R$ 1.737,00. Na sua opinião, valeria a pena investir nesse empreendimento? Justifi que sua resposta e utilize o fórum para dividir sua opinião com os demais colegas de Curso: ( ) Sim ( ) Não Por quê? Indicadores de viabilidade Como o próprio nome já diz, os indicadores de viabilidade são utilizados para demonstrar a viabilidade fi nanceira do empreendimento. No exercício anterior, você emitiu sua opinião pessoal sobre o empreendimento utilizado no exemplo desta aula. Agora, vamos utilizar dois indicadores para auxiliar na decisão dos sócios do restaurante. 16 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Ponto de equilíbrio O ponto de equilíbrio representa o valor mínimo de faturamento que o empreendimento precisa alcançar para pagar todos os custos. Somente ao ultrapassar o ponto de equilíbrio é que o empreendedor obterá lucro. Para calcular o ponto de equilíbrio, vamos calcular primeiro a margem de contribuição. A margem de contribuição é um percentual calculado a partir da seguinte fórmula: Margem de contribuição: Receita total – custo variável total ÷ receita total = margem de contribuição Ponto de equilíbrio: Custos fi xos ÷ margem de contribuição Parece complicado? Fique tranqüilo, vamos ver um exemplo: 40.000,00 Custos variáveis 20.000,00 Custos fi xos 10.000,00 Margem de contribuição: 40.000,0 – 20.000,00 = 20.000,00 ÷ 40.000,00 = 0,50 Ponto de equilíbrio: 10.000,00 ÷ 0,50 = 20.000,00 Isso signifi ca que a empresa deverá ter um faturamento mínimo de R$ 20.000,00 para pagar todas as suas contas. 7Praticando... 17 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Utilize os dados obtidos no exemplo do restaurante “Delícias da Pesca” e calcule o ponto de equilíbrio com base no faturamento mensal do empreendimento: 27.000,00 Custos variáveis 11.700,00 Custos fi xos 13.562,51 Margem de contribuição: ...................... - .................... =......................... ÷ ........................ = .........% Ponto de equilíbrio: ......................... ÷ ............% = ..................... Logo, para cobrir todos os seus gastos, o restaurante “Delícias da Pesca” deverá ter um faturamento mensal mínimo de R$...................................... Para calcular os indicadores de viabilidade você pode você deve optar por uma unidade de tempo (em anos ou meses), de acordo com suas necessidades. Prazo de retorno do capital investido O prazo de retorno do capital investido ou rentabilidade tem como objetivo demonstrar em quanto tempo o empreendedor terá de volta o capital investido no seu empreendimento. Assim como os demais indicadores, ele pode ser calculado em diferentes unidades de tempo (meses ou anos). Para calculá-lo, podemos utilizar a seguinte fórmula: 8Praticando... 18 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Rentabilidade: Lucro líquido ÷ investimento total × 100 = Vamos simplifi car? Observe o exemplo: Investimento total 36.000,00 Lucro líquido/ano 18.000,00 Rentabilidade: 18.000,00 ÷ 36.000,00 = 0,50 × 100 = 50 Isso signifi ca que, a cada ano, o empreendedor irá recuperar 50% do capital investido. Logo, em 2 anos terá recuperado tudo o que investiu no empreendimento.s E os sócios do “Paraíso do Peixe”? Vamos calcular a rentabilidade do empreendimento e você dirá, no fi nal, em quantos anos eles teriam o dinheiro investido de volta. Investimento total 60.794,00 Lucro líquido/ano 20.849,88 Rentabilidade: 20.849,88 ÷ 60.749,00 = 0,34 × 100 = 34% E então: em quantos anos, aproximadamente, os sócios do “Paraíso do Peixe” teriam de volta o seu investimento? R: ....................... anos E você: continua com a mesma opinião em relação à viabilidade fi nanceira desse empreendimento? ( ) Sim ( ) não Por quê? Participe do fórum e divida sua opinião com os colegas. 9Praticando... 19 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Para facilitar o entendimento e fi xar o aprendizado, vamos fazer mais uma atividade a seguir: Calcule os itens solicitados, utilizando o exemplo simples de um vendedor de suco de laranja, que trabalha no mercado informal, tendo como base as informações abaixo: Informações: Nosso empreendedor vai atuar no mercado informal, vendendo suco de laranja adoçado e adicionado à aproximadamente 50% de água mineral, embalado em garrafas individuais de 250 ml, produzido diariamente em sua própria residência e comercializado nas principais ruas de “Peixolândia” com o auxílio de um carrinho de fi bra de vidro para venda ambulante. Preços estimados: - freezer horizontal – R$ 1.200, 00 (5 anos de vida útil) - carrinho em fi bra de vidro – R$ 800,00 (2 anos de vida útil) - espremedor de frutas industrial – R$ 400,00 (4 anos de vida útil) - laranja (saca com 100) – R$ 5,00 - água mineral 20 lt –t R$ 4,00 - aumento no consumo de energia – R$ 100,00 - açúcar kg –g R$ 1,00 - embalagens (1.000) – R$ 120,00 Obs.: Cada garrafa do suco consumirá 5 laranjas, 150 ml de água mineral el 25 g de açúcar, além da embalagem. A previsão é a venda deg 1.000 garrafas de suco por mês, a R$ 1,00 cada. Todo o trabalho será realizado pelo próprio empreendedor. E então, considerando apenas essas informações, é lucro ou prejuízo? Resolva a atividade e utilize o fórum para dividir sua resposta com os colegas. Na nossa próxima aula, faremos a correção, certo? Até lá. 20 Empreendedorismo no Agronegócio A14 a) Investimento total Investimentos fi xos Quant. Valor unitário Total Freezer horizontal Espremedor de frutas industrialCarrinho em fi bra de vidro 1 1 1 1.300,00 400,00 800,00 Sub-total (1) Investimentos fi nanceiros Total Capital de giro (recursos necessários para pagar as contasdos dois primeiros meses de funcionamento do empreendimento) Estoque inicial (valor total da compra dos produtos necessários para o primeiro mês de vendas) Sub-total (2) Investimento total (Sub-total 1 + 2 ) Obs. Nesse exemplo não haverá investimentos pré-operacionais b) Estimativa do faturamento mensal da empresa Valor da unidade vendida Quantidade de unidades vendidas/mês Receita total c) Custos variáveis Custos com materiais matéria-prima Quantidade por produto Valor Quantidade de produtos/mês Total Laranja 5 0,25 1.000 250,00 Açúcar Água mineral Embalagem Total Obs. Nesse exemplo, não incluiremos custos com comercialização. 21 Empreendedorismo no Agronegócio A14 d) Custos fi xos Item Valor Energia elétrica Depreciação Total e) demonstrativo de Resultados 1 - Receita total (+) 2 - Custos variáveis ( – ) 3 - Custos fi xos ( – ) 4 - Sub-total (2 + 3) Cálculo do lucro/prejuízo (1 – 4) f) indicadores de viabilidade Relembrando: Margem de contribuição: Receita total – custo variável total ÷ receita total = margem de contribuição Ponto de equilíbrio: Custos fi xos÷ margem de contribuição Prazo de retorno do investimento (rentabilidade) Lucro líquido ÷ investimentototal X 100 = Calcule: Margem de contribuição: ...................... - .................... =......................... ÷ ........................ = .........% Ponto de Equilíbrio: (mensal) ................... ÷ ..................% = ....................... Prazo de retorno do capital investido (mensal) ....................... ÷ ...................... = ..................... × 100 = ...................... 22 Empreendedorismo no Agronegócio A14 E o sumário executivo? Bem, agora que concluímos a elaboração das demais seções que compõem o Plano de Negócios, vamos, fi nalmente, escrever o Sumário Executivo, utilizando o exemplo do restaurante “Delícias da Pesca”. Sumário executivo: O “Delícias da Pesca” é um restaurante especializado em peixes e frutos do mar, que irá atender uma clientela específi ca, composta por pessoas com paladar exigente e ao mesmo tempo preocupadas com a saúde, uma vez que será a mais saudável das opções entre os seus concorrentes, na Avenida Beira-Mar do município de Peixolândia. Os sócios do empreendimento possuem experiência no ramo, além de contar com uma ampla rede de relacionamentos que irá facilitar a aquisição da matéria-prima da melhor qualidade, com os melhores preços do mercado. Os ambientes diferenciados e a qualidade no atendimento também farão parte do diferencial oferecido pelo “Delícias da Pesca”, no qual será investida a quantia de R$ 60.794,00, dividida em partes iguais entre os sócios. Com receita estimada de R$ 27.000,00 nos 12 primeiro meses, a taxa de retorno do investimento será de aproximadamente 34%, com previsão de aumento a partir do 2º ano de funcionamento. Conclusão... Nesta aula, tivemos nosso primeiro contato com os números na elaboração do Plano de Negócios. Mais do que uma operação matemática, esses números devem demonstrar a viabilidade fi nanceira de um empreendimento que, grande partes das vezes, representa, também, a realização de um sonho. Na próxima aula, voltaremos ao exemplo do Paraíso do Peixe, o pesque-pague do “Seu José”, que servirá de base para a elaboração do Plano de Negócios do seu empreendimento. Estamos na reta fi nal da nossa disciplina. Você chegou até aqui e não vai desistir agora, não é? Até o nosso próximo encontro, empreendedor. 23 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Leitura Complementar Nesta aula, tivemos nosso primeiro contato com os números na elaboração do Plano de Negócios. Mais do que uma operação matemática, esses números devem demonstrar a viabilidade fi nanceira de um empreendimento que, em grande parte das vezes, representa também a realização de um sonho. Para saber mais sobre o assunto, acesse o Manual “Como elaborar um Plano de Negócio”, do SEBRAE/MG. Ele está disponível na Internet, no seguinte endereço: http://www.sebraemg.com.br/arquivos/parasuaempresa/planodenegocios/plano_de_ negocios.pdf Nesta aula, você acompanhou a elaboração do plano fi nanceiro, uma das mais importantes seções que compõem o Plano de Negócios. Utilizando como exemplo o restaurante “Delícias da Pesca”, foi possível verifi car como a elaboração desse documento pode ser decisiva para a tomada de decisão do empreendedor. Com base nos dados obtidos, concluímos, ainda, a elaboração do Sumário Executivo, a última seção a ser escrita no processo de elaboração do Plano de Negócios. Autoavaliação Nos enunciados baixo, procure descrever, com suas palavras, quais informações o empreendedor deve colocar em cada uma das seções (observe o exemplo), evitando assim que a emoção o leve a tomar decisões precipitadas e/ou investir em idéias economicamente inviáveis. Investimentos fi xos: Nesta seção, o empreendedor deverá inserir todos os gastos na aquisição de equipamentos, utensílios, veículos e imóveis necessários para a implantação do empreendimento. 24 Empreendedorismo no Agronegócio A14 Investimentos fi nanceiros: Investimentos pré-operacionais: Estimativa de faturamento: Custos variáveis: Custos fi xos: Demonstrativos de resultados: Ponto de equilíbrio: Taxa de retorno do investimento: Referências Rosa, Cláudio Afrânio. Manual como elaborar um plano de negócio.Brasília: SEBRAE, 2007. SALIM, C.S. et al. Construindo planos de negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 3 ed. Soniamar Zschornack Rodrigues Saraiva 15 C U R S O T É C N I C O E M P E S C A Elaborando o plano de negócios do seu empreendimento EMPREENDEDORISMO NO AGRONEGÓCIO Coordenadora da Produção dos Materias Marta Maria Castanho Almeida Pernambuco Coordenador de Edição Ary Sergio Braga Olinisky Coordenadora de Revisão Giovana Paiva de Oliveira Design Gráfi co Ivana Lima Diagramação Ivana Lima José Antônio Bezerra Júnior Mariana Araújo de Brito Vitor Gomes Pimentel Arte e ilustração Adauto Harley Carolina Costa Heinkel Huguenin Revisão Tipográfi ca Adriana Rodrigues Gomes Design Instrucional Janio Gustavo Barbosa Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade Jeremias Alves A. Silva Margareth Pereira Dias Revisão de Linguagem Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade Revisão das Normas da ABNT Verônica Pinheiro da Silva Adaptação para o Módulo Matemático Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho Revisão Técnica Rosilene Alves de Paiva EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN Projeto Gráfi co Secretaria de Educação a Distância – SEDIS Governo Federal Ministério da Educação Você ve rá por aqu i... 1 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Objetivo Finalizando nosso conteúdo programático, nesta aula abordaremos, mais uma vez, o FF Plano de Negócios. Agora que você já conhece as principais seções queo compõem, vamos colocar esses conhecimentos em prática na elaboração do FF Plano de negócios do seu empreendimento, isso mesmo, aquele que você escolheu na aula 5 desta disciplina. Para tornar a sua tarefa mais fácil, contaremos ainda com o apoio do nosso amigo empreendedor, o “Seu José”, que estará elaborando, junto com você, o plano de negócios do “Paraíso do Peixe”. E se, no fi nal, o resultado for negativo, não se preocupe: o importante não é fazer um plano “perfeito”, mas compreender a importância do planejamento, na prática. E se você chegou até aqui, é porque pode ir muito mais longe. Elaborar o plano de negócios de um empreendimento, seguindo um roteiro pré-defi nido eutilizando um exemplo prático voltado para a sua realidade local. 2 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Para começo de conversa... São muitas possibilidades... Como diria um pescador, amigo meu, “são tantas coisas...”. Para quem pensa em investir nas áreas de pesca e/ou aquicultura as opções são muitas, e as imagens acima mostram apenas algumas delas. O importante é descobrir uma boa oportunidade. E você, continua apostando no empreendimento escolhido lá atrás, na nossa aula número 5, ou vai tentar outra opção? Participe do fórum, divida suas dúvidas e opiniões com os colegas e mãos à obra! 3 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Plano de negócios Nesta aula, continuaremos utilizando o mesmo roteiro do Plano de Negóciosutilizado nas aulas anteriores. Para uma melhor fi xação do conteúdo, as primeiras cinco seções serão descritas tendo como exemplo o “Paraíso do Peixe”, o pesque-pague do Seu José. Já na última seção (o plano fi nanceiro), após o exemplo do “Paraíso do Peixe”, cada item será seguido de uma atividade, que você deverá fazer tendo como base os dados do seu empreendimento. Nosso roteiro: 1. Sumário executivo 2. Resumo da empresa 3. Produtos e serviços 4. Plano de marketing 5. Estrutura operacional 6. Plano fi nanceiro Nosso velho conhecido, o Seu José, vai nos acompanhar, passo a passo, na elaboração do plano de negócios do “Paraíso do Peixe”, utilizando as informações produzidas por você e seus colegas nos exercícios da aula passada. Aí é só seguir o exemplo e elaborar as seções do Plano de Negócios do seu empreendimento. Pois é, depois de muita pesquisa, Seu José chegou à conclusão de que o “Paraíso do Peixe” deve começar mais modesto, com menos atividades, o que fará com que o volume de recursos investidos também seja menor. Assim, ele poderá utilizar o próprio dinheiro, sem depender de fi nanciamentos, e poderá observar melhor as tendências do mercado. Então, vamos começar? Exemplo 1 4 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Sumário executivo O sumário executivo é a primeira parte do plano de negócios, embora deva ser a última parte a ser escrita. Ele contém informações resumidas sobre o empreendimento e deve “convencer” o leitor de que vale a pena ler o Plano até o fi nal. O “Paraíso do Peixe” é um complexo de lazer que irá oferecer aos seus clientes momentos de descanso e diversão, com a atividade de pescaria, além de um completo parque infantil e a oportunidade de contato com a natureza, com seus lindos jardins, bosque com redário e pomar. O empreendimento está voltado para uma clientela exigente, que cultiva hábitos saudáveis e aprecia uma boa pescaria. O proprietário do empreendimento possui experiência no cultivo de peixes que já vem sendo comercializados na propriedade, além da produção consorciada e outros produtos, que também serão oferecidos à sua nova clientela. A proximidade da sede do município de Peixolândia, o fácil acesso e as incríveis belezas naturais do lugar constituem mais um atrativo para fazer do “Paraíso do Peixe” um empreendimento de sucesso. Com um investimento inicial calculado em R$ 20.500,00 e uma receita estimada de R$ 19.950,00, nos 12 primeiros meses, a taxa de retorno do investimento será de aproximadamente 97% ao ano, o que lhe confere credibilidade para uma ampliação e oferta de novos produtos e serviços a partir do segundo ano de funcionamento. Exemplo 2 Exemplo 3 5 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Resumos do empreendimento Resumo da empresa Nesse item devem constar dados gerais sobre a empresa e seus objetivos. Veja o exemplo do “Paraíso do Peixe”: O “Paraíso do Peixe” é um empreendimento criado para proporcionar aos seus visitantes momentos de lazer, divertimento, pesca e contato com a natureza, oferecendo um amplo espaço totalmente arborizado, com bosque de árvores frutíferas e jardins, além de lagos com as mais diversas variedades de peixes, nos quais os visitantes poderão praticar sua pescaria nas modalidades pesque-e-pague e pesque-e-solte. Missão Como você já sabe, a missão é a “razão de ser” do seu empreendimento, sempre com foco no cliente. “Paraíso do Peixe” Missão: “Proporcionar aos nossos clientes momentos inesquecíveis de descanso e lazer, com respeito ao meio ambiente e excelência no atendimento”. Exemplo 4 6 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Pontos fortes e pontos fracos Esse item também consta do roteiro do Plano de Marketing, estudado nas aulas anteriores, e deve conter os principais fatores positivos e negativos internos do empreendimento. “Paraíso do Peixe” Pontos fortes: Localização privilegiada. Belezas naturais e diversidade de opções de lazer (lagos para pescaria, corredeiras, jardins, pomar). Equipe motivada e qualifi cada (um dos fi lhos de “Seu José” concluiu o Curso Técnico em Aquicultura, outro está cursando o Curso Técnico em Turismo e toda a equipe tem participado de treinamentos nas áreas de turismo e gestão, promovidos pelo Sebrae em parceria com a Prefeitura Municipal). Pontos fracos: A escassez de recursos fi nanceiros (“Seu José” desistiu do fi nanciamento, por isso o empreendimento será inaugurado sem contar com o funcionamento de alguns serviços previstos anteriormente. A equipe de colaboradores também terá que ser reduzida). Oportunidades e ameaças Nesse item, conforme você já estudou, devem aparecer os principais fatores positivos e negativos externos, mas que podem afetar, de alguma forma, o sucesso do empreendimento. Exemplo 5 Exemplo 6 7 Empreendedorismo no Agronegócio A15 “Paraíso do Peixe” Oportunidades: O aumento do fl uxo de turistas na Região vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. Políticas de incentivo vêm sendo implementadas pelos governos estadual e municipal. Ameaças: O aumento da concorrência direta, provocado pela implantação de outros empreendimentos na Região, estimulados pelo sucesso do “Paraíso do Peixe”. Objetivos Como você já sabe, nesse item o empreendedor deverá descrever, de forma clara e resumida, os principais objetivos da empresa num horizonte determinado de tempo, se possível, de forma quantifi cável. “Paraíso do Peixe” Objetivos: Iniciar as atividades do “Paraíso do Peixe”, atraindo clientes do próprio Município e de outras regiões do Estado. Expandir os serviços e produtos oferecidos aos clientes, inaugurando a modalidade “pesque e coma”, bem como os serviços de restaurante e lanchonete a partir do segundo ano de funcionamento do estabelecimento. Exemplo 7 Exemplo 8 8 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Perfi l do(s) empreendedor(es) Quem são os empreendedores envolvidos no negócio? Qual o seu perfi l? Possuem experiência no ramo? “Paraíso do Peixe” Perfi l dos empreendedores: 1. José Santana: Gerente-Geral do “Paraíso do Peixe”, é proprietário da área onde está localizado o empreendimento, possui experiência em atividades como a piscicultura e apicultura, além do cultivo de árvores frutíferas que compõem o pomar, um dos atrativos do novo negócio. 2. Bruno Baia Santana: Técnico em Aquicultura, será o responsável pela manutenção dos açudes e demais atividades ligadas às pescarias. 3. Diego Baia Santana: Concluinte do Curso Técnico em Turismo, será o responsável pelo treinamento da equipe de colaboradores, bem como pela recepção e atendimento dos clientes. Capital social Como capital social, deve constar o valor total de todos os investimentos (fi nanceiros, em obras e instalações, equipamentos, etc.) e qual a parcela que cabe a cada um dos seus sócios. Esses valores são obtidos após a elaboração do Plano Financeiro do empreendimento. Paraíso do Peixe: Por ser uma empresa familiar, o investimento no “Paraíso do Peixe” fi cará por conta do “Seu José” e será no valor de R$ 20.500,00.Exemplo 9 9 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Plano de marketing Nesta seção você deverá descrever os seguintes itens: Produtos e serviços Nesse item devem constar todas as informações sobre os produtos e/ou serviços oferecidos, incluindo o diferencial em relação à concorrência. “Paraíso do Peixe” O “Paraíso do Peixe” é um complexo de lazer que oferece aos seus clientes momentos de descanso e descontração com atividade de pescaria nas modalidades “pesque e pague” e “pesque e solte”. Na primeira modalidade, o cliente pesca e paga pelo peso do produto; na segunda, o cliente paga uma taxa fi xa por um determinado tempo, devendo soltar imediatamente o pescado capturado (podendo contar com o auxílio da equipe do Paraíso do Peixe). Além dessas atividades, os clientes poderão desfrutar das belezas naturais do local, com amplos jardins, bosques e pomar e ainda um parque infantil. Estudo dos clientes Nesse item você vai descrever os gostos e preferências dos seus clientes em potencial, defi nindo uma estratégia de atuação no mercado e criando um diferencial para o seu serviço, em relação à concorrência. Exemplo 10 Exemplo 11 10 Empreendedorismo no Agronegócio A15 “Paraíso do Peixe” Os resultados da pesquisa de mercado, realizada junto aos clientes em potencial, demonstraram que um dos principais fatores considerados pelos mesmos para a escolha do local a ser visitado é a sua localização, o que faz do “Paraíso do Peixe” um empreendimento privilegiado em relação à concorrência. Um item que até então não havia sido observado e que apareceu na pesquisa junto aos clientes foi o desconforto causado pela grande quantidade de formigas na margem dos tanques e açudes. Esse item deverá receber uma atenção especial, com a ajuda de um técnico para que esse possa ser mais um diferencial positivo do nosso empreendimento, além de investimentos no treinamento da equipe e na diversifi cação dos produtos e serviços oferecidos. Estudo dos fornecedores Nesse item devem constar informações sobre os fornecedores dos principais insumos para o seu empreendimento, quais os preços praticados, prazos de entrega e condições de pagamento. “Paraíso do Peixe” Ao optar pela redução das modalidades de pescaria e demais serviços oferecidos pelo empreendimento, os fornecedores das principais matérias- primas (matrizes, alevinos e ração) serão os mesmos que atendem às atividades de piscicultura na propriedade, e os materiais de pesca serão adquiridos na Capital, após uma pesquisa criteriosa no mercado local. Exemplo 12 11 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Estudo da concorrência Nesse item devem constar informações sobre os produtos e/ou serviços oferecidos pela concorrência, seus pontos fracos e pontos fortes, os preços praticados e estratégias de marketing utilizadas, além do nível de satisfação dos proprietários em relação aos seus empreendimentos. “Paraíso do Peixe” Levando em consideração a localização e os serviços oferecidos, o “Paraíso do Peixe” conta com dois concorrentes principais: 1. “Pesque e Pague Araruna” – atua nas modalidades pesque e pague e pesque e solte, porém a infra-estrutura é precária, a localização é de difícil acesso e o proprietário não investe em divulgação, além da equipe de colaboradores ser improvisada, sem nenhum tipo de treinamento. 2. “Centro de Lazer Tucunaré” – atua nas modalidades pesque e pague e pesque e solte, além de serviços de bar e lanchonete e um pequeno parque infantil. O proprietário investe em divulgação, a fachada é atrativa e as instalações confortáveis, embora em estilo rústico, porém os preços praticados estão acima do mercado, o que restringe o número de frequentadores do local. Estratégias promocionais Esse item inclui todas as estratégias de comunicação ativa direcionadas ao seu público-alvo sobre os possíveis atributos e benefícios do seu produto ou serviço. Exemplo 13 Exemplo 14 12 Empreendedorismo no Agronegócio A15 “Paraíso do Peixe” Comercialização de outros produtos produzidos na propriedade, incluindo frutas da época, mel, doces e geléias. Desconto promocional de 10% nas pescarias para cada novo cliente indicado. Preços promocionais para grupos de clientes (a partir de 10 pessoas). Folders contendo informações e imagens do empreendimento serão distribuídos em locais estratégicos (agências de turismo, Secretaria Municipal de Turismo, Feiras e Eventos). Anúncios em programas de rádio locais. Realização de uma festa de inauguração com a presença de mais de cem convidados, incluindo autoridades e lideranças do Município e Região. Estrutura operacional A localização do negócio Além do endereço, é nesse item também que deve ser esclarecida a razão da escolha do local (vantagens em relação à concorrência, proximidade dos principiais fornecedores, facilidade de acesso para os clientes, etc.). “Paraíso do Peixe” O empreendimento está localizado na vicinal 19, uma das principais vias de acesso à sede do município de Peixolândia, a apenas 6 quilômetros do centro. Exemplo 15 Exemplo 16 13 Empreendedorismo no Agronegócio A15 A capacidade produtiva e/ou comercial Qual o volume de produtos que o empreendedor pretende comercializar? E se houver um aumento na demanda, qual a capacidade de produção do empreendimento, considerando a atual estrutura? “Paraíso do Peixe” O empreendimento tem capacidade para receber, com conforto e tranquilidade, até 100 pessoas ao mesmo tempo, considerando a existência de vários açudes para pescaria, além do jardim, bosque sombreado e pomar. O processo de produção e/ou comercialização Nesse item, deve ser descrito, passo a passo, todo o processo de produção e/ou comercialização. Desde a aquisição da matéria-prima (no caso de produtos) até a disponibilização ao consumidor fi nal. “Paraíso do Peixe” Ao ser recepcionado no portal de entrada do empreendimento, o cliente poderá optar por uma das modalidades de pescaria, quando será instruído sobre as regras e procedimentos, bem como receberá o material de pesca necessário, além de uma fi cha contendo as informações necessárias para a prestação de contas, quando de sua saída. O cliente também poderá optar pelo simples passeio no local, para o qual será cobrada uma taxa única de R$ 10,00 por família, a qual poderá ser revertida em frutas e outros produtos à venda no local. Exemplo 17 14 Empreendedorismo no Agronegócio A15 A necessidade de pessoal Quantas pessoas (e com qual perfi l profi ssional) são necessárias para manter o empreendimento funcionando? “Paraíso do Peixe” Além do proprietário e dos dois fi lhos, será necessária a contratação de mais 2 (dois) funcionários para auxiliar nas tarefas de limpeza e manutenção da propriedade e atendimento aos clientes. Aos fi nais de semana, quando o movimento é mais intenso, o empreendimento contará ainda com o apoio de 5 (cinco) estagiários do Curso Técnico em Turismo, que auxiliarão na recepção e atendimento aos visitantes. Plano fi nanceiro A partir dessa seção, além dos exemplos do “Paraíso do Peixe”, que você deveráacompanhar atentamente, estarão presentes as atividades que você deverá resolver utilizando os dados do seu empreendimento, ou seja, do produto e/ ou serviço que você escolheu na aula 5 desta disciplina. Nosso Plano Financeiro será composto pelos seguintes itens: Investimentos - Investimentos fi xos - Investimentos fi nanceiros - Investimentos pré-operacionais Estimativa de faturamento Custos - Custos variáveis - Custos fi xos Demonstrativo de resultados Exemplo 18 15 Empreendedorismo no Agronegócio A15 Indicadores de viabilidade - ponto de equilíbrio - prazo de retorno do capital investido Investimentos Nesse item deverão constar todos os investimentos que você deverá fazer para o empreendimento começar a funcionar.