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BBRRAASSIILL IINNDDÍÍGGEENNAA EE 
CCOOLLOONNIIZZAAÇÇÃÃOO PPOORRTTUUGGUUEESSAA 
 
 A história do Brasil anterior à chegada dos portugueses é pouco conhecida. Os povos que viviam aqui 
não conheciam a escrita e seus objetos e construções eram feitos de material perecível, quase não 
sobreviveriam à ação do tempo e dos conquistadores. 
 O Brasil é habitado por seres humanos há pelo menos 12 mil anos e foi ocupado por numerosos povos 
indígenas. A diversidade deles era enorme: tinham línguas, religiões, valores, costumes, lendas, expressões 
artísticas, tipos de aldeia e até aspectos físicos diferentes. 
 Em geral, eram sociedade igualitárias, sem divisões sociais e sem distinção de ricos e pobres. 
Em todas havia uma divisão de trabalho por sexo e por idade. Os conhecimentos, a posse e o uso da 
terra e os recursos existentes eram compartilhados por todos. Bens e serviços eram distribuídos por 
regras ou compromissos estabelecidos pelas relações de parentesco e amizade ou pelos rituais de 
acordo políticos. O chefe apaziguava as disputas políticas, buscando o consenso e a união entre as 
pessoas e só tomava uma decisão depois de consultar os mais velhos da tribo. 
 Os povos indígenas estabeleceram maior contato com o colonizador foram os de língua tupi, como os 
tupinambás que habitavam a faixa litorânea. Por isso, as informações que chegaram até nós sobre os 
indígenas se referem a esses povos. 
Quando os portugueses chegaram ao território que mais tarde seria o Brasil, aqui viviam mais de 2 
milhões de nativos. Eles não tinham a noção de país e nenhum povo se considerava o dono de todas as 
terras, diferente dos portugueses, que tomaram o território como propriedade do rei de Portugal. 
 Em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral e sua esquadra aqui permaneceram por 15 dias. 
Primeiramente, chamaram as terras encontradas de Ilha de Vera Cruz, mas quando viram que não se tratava 
de uma simples ilha, chamaram de Terra de Santa Cruz. Mas, a grande quantidade de pau-brasil das matas 
litorâneas, inspirou o apelido de Terra do Brasil, que permaneceu. 
 O pau-brasil já era conhecido pelos portugueses. Eles utilizavam os índios para extraírem a madeira, 
dando em troca alguns objetos. Nas primeiras décadas o contato entre indígenas e europeus era pacífico. 
Como queriam obter muitos objetos, os nativos esperavam os “brasileiros” (comerciantes de pau-brasil) 
abatendo centenas de árvores. 
 Inicialmente as relações entre os nativos e os colonizadores se dava através do escambo. Essa 
prática consistia na troca de objetos e presentes aos índios que em troca trabalhavam para os portugueses na 
extração e transporte do pau-brasil. 
Portugal lançou-se na aventura das grandes navegações com alguns propósitos ligados ao 
mercantilismo e ao absolutismo, dentre eles: o enriquecimento por meio do comércio marítimo e especiarias, o 
fortalecimento do poder real, o desenvolvimento da burguesia e da nobreza fiel ao rei... O Brasil estava 
inserido nesse contexto. 
 Após a chegada dos portugueses oficialmente no Brasil, um longo período se passou sem que 
houvesse ocupação efetiva do território. As novas terras não despertavam interesse na Coroa portuguesa; 
aparentemente não existiam riquezas para explorar e os nativos não constituíam um mercado consumidor 
para os produtos trazidos de Portugal. O governo português preferiu investir seus recursos no comércio de 
especiarias com o Oriente, que obtinham enormes lucros. Esse período que vai de 1500 a 1530 é conhecido 
como período Pré-colonial. 
 Temendo que as novas terras fossem dominadas por outros reinos, enviaram expedições de 
exploração, de guarda-costas e finalmente, de ocupação. 
Exploração: tinham como função pesquisar os recursos da região (minérios, fontes de água, 
características dos nativos, vegetação e animais). 
Guarda-costas: patrulhavam o litoral, perseguindo piratas e navios não autorizados e impediam a 
fixação de estrangeiros. 
A partir da habitação e ocupação de terras no Brasil começa o período colonial (1530-1808). 
 
 
RESUMÃO DE HISTÓRIA – T 70 
 
 PROF. EDUARDO C. FERREIRA 
 
 
 OORRGGAANNIIZZAAÇÇÃÃOO DDAA CCOOLLÔÔNNIIAA 
 
 A ocupação permanente do território exigia que os portugueses se instalassem no Brasil e iniciassem a 
colonização. A primeira tentativa de ocupação se fez por meio das capitanias hereditárias. Elas eram grandes porções de 
terras, doadas a nobres da metrópole, de forma vitalícia e hereditária, que somente poderiam ser vendidas à própria 
Coroa. O donatário, nobre que recebia a terra, tinha apenas a posse da terra, a propriedade continuava da ser da Coroa 
portuguesa. Ele possuía o direito total sobre sua capitania, mas também atribuições: 
- Defender a capitania com os próprios recursos; 
- Promover o desenvolvimento da capitania, dividindo-as em lotes menores (sesmarias), doados aos colonos; 
- Promover o povoamento e instalar atividades lucrativas; 
- Aplicar a justiça; 
- Cobrar impostos e enviar uma parte da arrecadação à Coroa portuguesa. 
As relações entre donatários e Coroa eram definidas por dois documentos: 
Carta foral: direitos e deveres do donatário; 
Carta de doação: direito de posse, de administração e às rendas e poder legal para interpretar e ministrar leis. 
A maioria das capitanias hereditárias fracassaram, pois não era 
possível administrar partes tão grandes de terra. O sistema de 
capitanias hereditárias foi complementado então, pelo governo 
geral. 
O governo geral foi a centralização administrativa através da 
substituição dos forais por um único regulamento. Foi escolhida 
como sede do Governo-geral, no Brasil, a Bahia, que era 
capitania de bom clima, terras férteis, possuía muitos rios 
navegáveis e ótima região para construir-se um excelente porto. 
A escravidão e o comércio de escravos africanos eram 
praticados pelos portugueses desde o começo da expansão 
marítima, no século XV. A partir do século XVI, os indígenas 
foram sendo substituídos pelos africanos por vários motivos: 
- extermínio de muitos povos indígenas do litoral e a fuga dos 
sobreviventes para o interior, dificultava a captura; 
- interesse da Coroa e dos comerciantes no tráfico de escravos africanos; 
- os negros africanos tinham menos chances de fugir, pois desconheciam a língua e os lugares; 
- os portugueses podiam estabelecer relações pacíficas com os indígenas e de livrar dos ataques. 
 Os escravos africanos sempre recebiam um nome cristão. Ao chegarem aos armazéns, ficavam à espera de um 
comprador. Eram examinados, como se fossem bichos e contados por “peça” e identificados como “macho”, “fêmea”, 
“filhote” ou “cria”. Os jovens alcançavam maior preço. Os recém chegados, que não conheciam a língua, eram chamados 
“boçais”. Quando se adaptavam aos costumes dos colonos e aprendiam a língua, eram chamados “ladinos” e custavam 
mais caro. Os nascidos no Brasil eram chamados “crioulos”. 
Haviam escravos de engenho e das cidades, mas todos recebiam castigos cruéis de seus senhores: açoite, amputações, 
palmatória, tronco, máscara e coleira de ferro, correntes com peso. Alguns, depois de décadas de trabalho, conseguiam 
comprar a liberdade. Outros, que se revoltavam com a situação, fugiam e formavam quilombos. 
 
 RESPONDA: 
1) Como viviam os povos indígenas antes da chegada portuguesa? 
2) Quais os nomes que antecederam até chegar o nome final do nosso país? Explique o motivo dos nomes. 
3) O que foi o Escambo? 
4) O que foi o período pré-colonial? 
5) Que medidas a Coroa portuguesa tomou para garantir a posse das novas terras? 
6) Como se deu a organização da colônia? 
7) Quem eram os donatários e quais as suas responsabilidades? 
8) Como era o modelo econômico adotado pelos portugueses durante o período colonial? 
9) O que era a Carta de Foral e a Carta de doação? 
10) Porque as Capitanias Hereditárias fracassaram e o que foi instalado no lugar? 
 BONS ESTUDOS! 
O modelo econômico 
adotado pelos portugueses 
– plantation – caracterizou-se pela adoção do latifúndio, 
da monocultura e do 
trabalho escravo. Esse 
modelo se comprova no 
caso dos engenhos de 
açúcar no Nordeste do 
Brasil.

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