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Contabilidade
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-7638-769-5
Contabilidade
Itamar Miranda Machado
1.ª edição
© 2007 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por 
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
B118
IESDE Brasil S.A 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
Machado, Itamar Miranda
Contabilidade/Itamar Miranda Machado — Curitiba: IESDE 
Brasil S.A., 2007.
188 p.
ISBN: 978-85-7638-769-5
1. Contabilidade, Balanço Patrimonial 2. Demonstração do 
Resultado do Exercício (DRE) 3. Demonstrações Contábeis 4. 
Tomada de Decisão I. Título
CDD 086.9
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Estrutura Patrimonial e de Resultado
A Contabilidade e seus Usuários 11
11 | Conceito e finalidade
11 | Usuários
12 | Diferenças entre as Contabilidades Financeira, Gerencial e Fiscal
Estrutura Patrimonial 15
15 | Ativo
15 | Passivo
15 | Patrimônio Total (ou Bruto)
16 | Patrimônio Líquido
16 | Conceitos de Capital
16 | A Equação Básica da Contabilidade
Demonstração do 
Resultado do Exercício − DRE 
18
18 | Receita
18 | Despesa
19 | Custo
19 | Resultado
20 | Modelo de Demonstração do Resultado do Exercício − DRE
Planos de Contas 26
26 | Contas Patrimoniais
26 | Contas de Resultado
26 | Plano de Contas
33 | Exercício de fixação (resolvido)
Método das Partidas Dobradas 41
41 | Débito e Crédito
44 | Representação gráfica dos lançamentos de débito e crédito
44 | Razonete x Balanço
48 | Características das partidas dobradas
49 | O extrato bancário e as partidas dobradas
Apuração do Resultado do Exercício – ARE 
52
52 | Procedimentos para Apuração do Resultado do Exercício
Princípios Contábeis: Entidade e Competência
Princípios Fundamentais da Contabilidade 57
58 | Princípio da Entidade
59 | Princípio da Competência
Provisões 62
Despesas Pagas Antecipadamente 64
66 | Exercício de fixação (resolvido)
Demonstrações Contábeis I
Depreciação e Amortização 73
73 | Depreciação do Ativo Imobilizado
76 | Amortização do Ativo Diferido
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Demonstrações Contábeis 79
80 | Balanço Patrimonial
80 | Classificação das Contas no Balanço Patrimonial
Demonstrações Contábeis II 
89
89 | Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
94 | Síntese das Contas de Resultado
95 | Demonstração de Mutação do Patrimônio Líquido – DMPL
96 | Exercício de fixação (resolvido)
Demonstração das Origens 
e Aplicações de Recursos – DOAR 105
105 | Explicação da variação do CCL
107 | Conceito de origem e aplicação
109 | Esquema para elaborar a DOAR
115 | Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR
118 | Demonstrações Contábeis: exercício de fixação
Relatório da Diretoria, Notas 
Explicativas e Parecer dos Diretores 125
125 | Relatório da Diretoria
126 | Notas Explicativas
130 | Parecer dos Auditores Independentes
Indicadores de Gestão 137
141 | EBIT e EBITDA
Consolidação das demonstrações contábeis 145
145 | Objetivo
145 | Obrigatoriedade de Consolidação
146 | Informações adicionais às demonstrações consolidadas
146 | Uniformidade de práticas
147 | Técnica de Consolidação
149 | Participações minoritárias
Gabarito 157
Referências 185
Anotações 187
Introdução
C
ontabilidade
Objetivo Geral
Propiciar aos participantes o entendimento dos 
conceitos, registros e dinâmica contábil, bem 
como a interpretação dos fatos e a contribui-
ção das informações no processo de tomada 
de decisões.
Entender as interfaces das demonstrações con-
tábeis compreendendo como os fatos econômi-
cos e financeiros afetam a situação patrimonial 
da empresa.
Método das Partidas Dobradas 
Com esse método iniciou-se uma forma estruturada de se registrar as variações 
patrimoniais de uma empresa. No final do século XIV, o Papa Leão X delegou 
ao Frei Lucca Paccioli, um matemático, o controle financeiro de um convento 
numa cidade da Itália. O Frei precisava demonstrar para o Papa a origem dos 
recursos e suas destinações, então para cada movimentação financeira ele tinha 
que apresentar dois registros: o de onde veio (origem dos recursos) e para onde 
foi (aplicação, destino dos recursos), daí o termo Partidas Dobradas.
O Frei Lucca Paccioli publicou um livro de matemática em Veneza no ano 
de 1494 intitulado Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Propor-
tionalitá, e apesar de ser um livro de Matemática, continha um capítulo com 
o nome: Particularis de Computis et Scripturis, que trata dos registros pelo 
método das partidas dobradas. Há literaturas que trazem o início da Conta-
bilidade há 4000 anos a.C. Entretanto, o primeiro registro sobre o tema que 
se tem notícia é esse livro de Paccioli.
Débito e Crédito
A premissa básica das partidas dobradas, conforme mencionado, é que 
para toda transação contábil há no mínimo dois registros (origens e destinos). 
Esses registros são denominados de Débito e Crédito e funcionam como as 
ações contábeis, uma vez que o ato de debitar e creditar alteram os saldos 
das contas e, conseqüentemente, geram as variações patrimoniais.
Portanto, debitar e creditar são os verbos da Contabilidade. Todas as 
transações contábeis que ocorrem são registradas utilizando esses dois verbos.
Antes de iniciar o entendimento de como se debita e se credita, é neces-
sário entender qual a natureza dos grupos de contas. Para facilitar o enten-
dimento, apresentamos o seguinte esquema:
Contabilidade
42
Grupo de contas Natureza Débito Crédito
Ativo Devedora aumenta diminui
Passivo e PL Credora diminui aumenta
Despesa e Custo Devedora aumenta diminui
Receita Credora diminui aumenta
Assim, se o Ativo é de natureza devedora, para aumentá-lo há que se fazer 
um débito e para reduzi-lo há que se fazer um crédito. O mesmo raciocínio 
serve para os demais grupos, como o Passivo e o PL são de natureza credora, 
para aumentá-los faz-se um crédito e para reduzi-los um débito.
Essa natureza dos grupos de contas gera ao iniciante desse estudo 
alguma confusão, pois pode-se questionar o seguinte: “se ativo são os bens 
e direitos que uma empresa possui, como isso pode ser um débito?”. Essa 
dúvida surge porque somos acostumamos a pensar que débito é estar em 
falta com algo, ou seja é uma coisa negativa, mas em Contabilidade não é 
bem assim, veja a origem das palavras:
 Débito: do latim “debes” = devido a mim (pertencente a mim)
 Crédito: do latim “credo” = confiança, crença
Portanto, a palavra débito significa devido a mim, logo o Ativo é de 
natureza devedora, pois os bens e direitos pertencem à empresa, ou seja são 
devidos a ela.
A palavra crédito significa confiança, portanto quem vende a prazo tem 
confiança na empresa, ou seja, acredita que ela vai pagar a dívida e, conforme 
já visto, as dívidas e obrigações são lançadas no Passivo, daí esse grupo ser 
de natureza credora. O mesmo ocorre com o Patrimônio Líquido, pois o 
investidor (proprietário) colocou recursos na empresa, acreditou nela.
As receitas, os custos e as despesas estão apresentadas na DRE, que, 
posteriormente, de forma resumida (pelo saldo: lucro ou prejuízo) são 
transferidas para a conta de Lucros Acumulados no Patrimônio Líquido, 
então o raciocínio para essas contas é o seguinte:
 A receita é de natureza credora, pois aumenta o lucro, portanto 
aumenta a conta de Lucros Acumulados, sendo de mesma natureza 
que o Patrimônio Líquido.
Método das Partidas Dobradas
43
 Os custos e
as despesas são de natureza devedora, pois reduzem o 
lucro, portanto reduzem a conta de Lucros Acumulados, sendo de 
natureza contrária a do Patrimônio Líquido.
Outra maneira de se entender essa questão é através da escola 
personalista. Considerando que no Passivo e no Patrimônio Líquido temos 
as fontes de recursos e no Ativo as aplicações, então o Ativo sempre é 
financiado por alguém (Passivo e Patrimônio Líquido) e, por isso, deve 
prestar contas a esse “alguém”. Para explicar vamos utilizar o exemplo da 
Cia. ABC do capítulo anterior:
Item1: Constituição da Cia. ABC com capital social no valor de $ 100 000, 
sendo integralizado em dinheiro.
ATIVO PASSIVO
Caixa 100 000 Patrimônio Líquido 100 000 
Capital Social 100 000
Total 100 000 Total 100 000
No Ativo há $ 100 000 no Caixa, esse recurso veio do acionista, portanto 
do Capital Social, então o Caixa está devendo esse valor para o Capital Social. 
Se a empresa fosse fechada nesse momento, teria que pegar o $ 100 000 e 
devolver para o dono (acionista). Entende-se, então, que o Ativo sempre deve 
para alguém, por isso dizemos que é de natureza Devedora. Por outro lado, o 
acionista acreditou na empresa, colocou $ 100 000 nesse empreendimento, 
daí o Patrimônio Líquido ser considerado de natureza Credora.
Outro raciocínio seria considerar a origem das palavras, com a entrada 
de $ 100 000 para o Caixa a empresa passou a ter esse valor, então há que se 
debitar esse valor para o Caixa, uma vez que a palavra débito significa “devido 
a mim”. Por outro lado, o acionista acreditou na empresa ao colocar $ 100 000 
de recursos nela, portanto há que creditar esse valor para o acionista, uma 
vez que a palavra crédito significa “credo, confiança”.
O registro contábil dessa transação:
D- Caixa: $ 100 000
C- Capital Social: $ 100 000
Contabilidade
44
Representação gráfica dos lançamentos de 
débito e crédito
Uma forma de melhor visualizar os lançamentos contábeis é através dos 
Razonetes, também chamados de “Conta T” , pois seu formato é igual a letra 
“T”, onde do lado direito lança-se os valores que estão Debitados e do lado 
esquerdo os valores Creditados.
Nome da Conta
Débito
D
Crédito
C
Para cada conta contábil haverá um razonete (T), assim, se no Plano de 
Contas de uma empresa houver 10 000 contas contábeis haverá essa mesma 
quantidade de razonetes.
Contabilizando o exemplo anterior nos razonetes teremos:
Caixa
(1) 100 000
Capital Social
100 000 (1)
Explicações dos lançamentos:
 Como o Ativo é de natureza devedora, para se aumentar uma conta des-
se grupo faz-se um débito e, conseqüentemente, para diminuir faz-se 
um crédito. Portanto, havia zero no Caixa agora há $ 100 000, então hou-
ve um aumento de uma conta do Ativo, por isso, foi feito um débito.
 O Patrimônio Líquido é de natureza credora, para se aumentar uma 
conta desse grupo faz-se um crédito e, conseqüentemente, para 
diminuir faz-se um débito. Portanto, havia zero no Capital Social agora 
há $ 100 000, então houve um aumento de uma conta do Patrimônio 
Líquido, por isso, foi feito um crédito.
Razonete x Balanço
Observa-se que se unirmos os dois razonetes teremos $ 100 000 de 
cada lado a exemplo do Balanço apresentado no item-1, portanto a 
representação gráfica de um razonete nos lembra um Balanço sem as 
bordas laterais e inferiores.
Método das Partidas Dobradas
45
Caixa: 100 000 Capital Social: 100 000
Dessa forma, fica mais fácil compreender porque as contas do Ativo são 
de natureza devedora e as do Passivo e Patrimônio Líquido de natureza 
credora. Lembrando mais uma vez que o débito aumenta o saldo das 
contas do Ativo e o crédito aumenta o saldo das contas do Passivo e do 
Patrimônio Líquido.
Nota-se que lançar qualquer valor no lado esquerdo de um razonete é 
debitar. Lançar qualquer valor no lado direito de um razonete é creditar. 
Daí a conjugação dos verbos: debitar e creditar.
Prosseguindo com o exemplo vamos a mais três lançamentos. Faremos o 
registro até o item 4.
Item 2: Compra à vista de móveis e utensílios no valor de $ 12 000.
ATIVO PASSIVO
Caixa 88 000 Patrimônio Líquido 100 000 
Móveis e Utensílios 12 000 Capital Social 100 000
Total 100 000 Total 100 000
O registro contábil dessa transação:
 Havia $ 100 000 no Caixa, agora só há $ 88 000, portanto houve uma 
redução de uma conta do Ativo e quando isso ocorre faz-se um crédito. 
 Por outro lado, havia zero de Móveis e Utensílios agora há $ 12 000, 
portanto houve um aumento de uma conta do Ativo e quando isso 
ocorre faz-se um débito.
D- Móveis e Utensílios: $ 12 000 
C- Caixa: $ 12 000
Caixa Capital Social Móveis e Utensílios
(1) 100 000 12 000 (2) 100 000 (1) (2) 12 000
# 88 000
Contabilidade
46
Detalhes importantes:
 Devemos sempre numerar os lançamentos para saber a que transação 
se refere.
 O símbolo # (jogo da velha) representa o saldo de cada razonete.
Unindo os saldos dos três razonetes num único, chega-se a uma repre-
sentação semelhante ao Balanço apresentado no item 2, conforme a seguir:
Caixa: 88 000
Móveis e Utensílios: 12 000
Capital Social: 100 000
Item 3: Compra de mercadorias no valor de $ 15 000, sendo $ 5 000 à vista 
e o restante a prazo.
ATIVO PASSIVO
Caixa 83 000 Exigibilidade 10 000
Móveis e Utensílios 12 000 Fornecedores 10 000
Estoque de Mercadorias 15 000 Patrimônio Líquido 100 000
Capital Social 100 000
Total 110 000 Total 110 000
O registro contábil dessa transação:
 Havia $ 88 000 no Caixa e houve um pagamento de $ 5 000 devido a 
compra de mercadorias, com isso o saldo caiu para $ 83 000, portanto 
houve uma redução de uma conta do Ativo e quando isso ocorre faz-
se um crédito. 
 Uma parte da compra foi a prazo, portanto a empresa fez uma dívida 
de $ 10 000 para com os Fornecedores, portanto houve um aumento 
de uma conta do Passivo e quando isso ocorre faz-se um crédito (já 
que esse grupo é de natureza credora). 
 Por outro lado, havia zero de Estoque de Mercadorias agora há $ 15 000, 
houve, então, um aumento de uma conta do Ativo e quando isso ocorre 
faz-se um débito.
D- Estoque de Mercadorias: $ 15 000
C- Caixa: $ 5 000
C- Fornecedores: $ 10 000
Método das Partidas Dobradas
47
Caixa Fornecedores Móveis e Utensílios
(1) 100 000 12 000 (2)
5 000 (3)
10 000 (3) (2) 12.000
# 83 000
Capital Social Estoque de Mercadorias
100 000 (1) (3) 15 000
 
Nota-se que o lançamento de crédito do item 3 foi desmembrado em dois: 
$ 5 000 no Caixa e $ 10 000 em Fornecedores, em função da compra ter sido 
uma parte à vista e outra a prazo.
Unindo os saldos dos cinco razonetes num único, chega-se a uma repre-
sentação semelhante ao Balanço apresentado no item 3, conforme a seguir:
Caixa: 
Móveis e Utensílios: 
Estoque de Mercadorias: 
83 000
12 000
15 000
Fornecedores: 
Capital Social: 
10 000
100 000
Item 4: Compra de um veículo financiado no valor de $ 6 000.
ATIVO PASSIVO
Caixa 83 000 Exigibilidade 16 000 
Móveis e Utensílios 12 000 Fornecedores 10 000
Estoque de Mercadorias 15 000 Financiamento 6 000
Veículos 6 000 Patrimônio Líquido 100 000
Capital Social 100 000
Total
116 000 Total 116 000
O registro contábil dessa transação:
 Havia zero de Veículos agora há $ 6 000, portanto houve um aumento 
de uma conta do Ativo e quando isso ocorre faz-se um débito.
 Por outro lado, havia zero de Financiamentos a Pagar agora há $ 6 000, 
houve um aumento de uma conta do Passivo e quando isso ocorre faz-
se um crédito.
D- Veículos: $ 6 000 
C- Financiamentos: $ 6 000 
Contabilidade
48
Caixa Fornecedores Móveis e Utensílios
(1) 100 000 12 000 (2)
5 000 (3)
10 000 (3) (2) 12 000
# 83 000
Estoque de Mercadorias Financiamento Capital Social
(3) 15 000 6 000 (4) 100 000 (1)
Veículos
(4) 6 000
 Unindo os saldos dos sete razonetes, chega-se a uma representação 
semelhante ao Balanço apresentado no item 4, conforme a seguir:
Caixa : 83 000
Móveis e Utensílios : 12 000
Estoque de Mercadorias: 15 000
Veículos: 6 000
Fornecedores: 10 000
Financiamento: 6 000
Capital Social: 100 000
Conclusão importante:
O Balanço é a forma de espelhar o saldo de cada razonete de maneira 
organizada, segregando em contas do Ativo, do Passivo e do Patrimônio 
Líquido, apresentando a situação patrimonial da empresa. Para o usuário, é 
bem melhor receber a informação do saldo de cada conta no Balanço do que 
receber diversos razonetes soltos.
Características das partidas dobradas
 Para todo fato contábil haverá no mínimo dois lançamentos, um no 
débito e outro no crédito.
 Todas as aplicações de recursos (débito) vão necessitar de uma origem 
de recursos (crédito).
 No Ativo, podemos dizer que toda entrada é débito e toda saída é 
crédito.
Exemplo: Compra de mercadoria à vista.
D- Estoque de Mercadoria (entrou mercadoria no estoque)
C- Caixa (saiu dinheiro do caixa)
Método das Partidas Dobradas
49
 A soma dos débitos será sempre igual à soma dos créditos.
“Não há débito sem que haja o respectivo crédito e vice-versa”
O extrato bancário e as partidas dobradas
O extrato bancário gera algumas dificuldades para o iniciante nesse 
assunto, pois os lançamentos constantes no extrato são contrários aos 
registros das empresas, por exemplo, quando é feito um depósito na conta 
bancária, há que se fazer um débito, pois está aumentando a conta Banco, 
portanto está aumentando uma conta do Ativo. Mas no extrato o depósito 
consta como Crédito. Como isso é possível? Significa que a Contabilidade 
dos bancos é contrária à das empresas? Essas são perguntas rotineiras feitas 
pelo iniciante. Para responder utilizaremos o seguinte exemplo:
1. Supondo que a empresa efetue um depósito no valor de $ 100 000. A 
contabilização na empresa e no banco se dará da seguinte forma:
Na empresa
Saiu dinheiro do Caixa e foi para a conta Bancária, portanto é preciso 
creditar o Caixa uma vez que houve uma redução de recursos e aumentar a 
conta Banco em função do aumento. 
Caixa Banco Conta Movimento
100 000 (1) (1) 100 000
No Banco
Entrou dinheiro no caixa do banco, portanto é preciso debitar o Caixa 
uma vez que houve uma entrada de recursos, por outro lado o banco está 
devendo esse valor para a empresa, como dívida é conta de Passivo, terá que 
efetuar um crédito na conta chamada Depósitos à Vista (C/C) – Passivo. 
Caixa Depósito à Vista
(1) 100 000 100 000 (1)
Contabilidade
50
Na empresa
Saiu dinheiro da conta bancária, portanto é preciso creditar a conta Banco 
uma vez que houve uma redução e debitar a conta Veículos em função da 
entrada de recursos para essa conta. 
Caixa Banco Conta Movimento
100 000 (1) (1) 100 000 30 000(2)
Veículo
 (2) 30 000
No Banco
Saiu dinheiro do caixa do banco, portanto é preciso creditar a conta Caixa 
uma vez que houve uma saída de recursos, por outro lado o banco que devia 
$ 100 000 passou a dever apenas $ 70 000 para a empresa, portanto houve 
uma redução da dívida, quando reduz uma conta do Passivo há que se 
fazer um débito.
 
Caixa
(1) 100 000 30 000(2)
Depósito à Vista (C/C)
(2) 30 000 100 000 (1)
Agora podemos responder aos questionamentos feitos, principalmente 
à pergunta: Significa que a Contabilidade dos bancos é contrária à das 
empresas?
A resposta é não, a Contabilidade dos bancos segue exatamente os 
mesmos conceitos da Contabilidade Empresarial, ou seja, quando aumenta 
uma conta do Ativo faz-se um débito e quando aumenta uma conta do Pas-
sivo faz-se um Crédito. 
Então, por que há divergência entre a forma de apresentação dos lança-
mentos no extrato bancário e na Contabilidade das empresas?
A resposta é muito simples, ocorre que o extrato bancário recebido pelas 
empresas, nada mais é que a contabilização da conta “Depósitos à Vista 
(C/C)”, ou seja, os bancos quando começaram a fornecer os extratos, não 
tiveram o zelo de formatar um relatório que demonstrasse a contabilidade 
dos clientes, simplesmente pegaram a conta contábil do Passivo e enviaram 
para os clientes, é, por isso, que os depósitos aparecem como crédito 
Método das Partidas Dobradas
51
e os cheques pagos como débito, pois no caso do depósito, conforme 
demonstrado anteriormente, gera uma dívida para o banco, portanto registra-
se como crédito e quando pagam um cheque do cliente reduz a dívida, 
portanto diminui uma conta do Passivo, por isso aparecem como débito.
Conclusão: o extrato bancário retrata a Contabilidade do banco e não 
do cliente.
Contabilidade
52
Apuração do Resultado do 
Exercício – ARE
Toda empresa é obrigada legalmente a fazer apuração dos resultados 
pelo menos uma vez por ano. O lucro ou prejuízo de um exercício está na 
dependência do confronto das contas de receitas, custos e despesas, e este 
resultado líquido é apurado na conta denominada ARE – Apuração do 
Resultado do Exercício.
As contas de receitas, custos e despesas tem periodicidade anual, por isso, 
são chamadas de contas transitórias, isto é, somente deverão conter registros 
para um ano, ou período menor, conforme a duração do período contábil, o 
que significa que todas as contas de resultado devem possuir saldo zero no 
início de cada ano. Por esta razão, é feito o encerramento dessas contas em 
31 de dezembro.
Procedimentos para Apuração do 
Resultado do Exercício
 Apurar o saldo das contas de resultado nos razonetes (T). Abrir a conta 
ARE e transferir todos os saldos das contas de resultado para o ARE.
 Debitar o saldo das contas de receitas, em contrapartida creditar a 
conta ARE.
 Creditar o saldo das contas de despesas, em contrapartida debitar a 
conta ARE.
 Apurar o saldo da conta ARE. Se for credor, o resultado será lucro do 
exercício, se devedor, será prejuízo do exercício.
 Transferir o saldo da conta ARE para a conta Lucros/Prejuízos 
Acumulados, esta conta é do Patrimônio Líquido.
Método das Partidas Dobradas
53
Ampliando seus conhecimentos 
Para saber mais, ler os capítulos 03 dos livros:
Equipe de Professores da USP. Contabilidade Introdutória. 9 ed. São Paulo: 
Atlas, 1998.
GOUVEIA, Nélson. Contabilidade Básica. 2 ed. São Paulo: Harbra, 1993.
Ler também o capítulo 17 do livro:
IUDÍCIBUS,Sérgio de. MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para não 
Contadores. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2000.
Atividades de aplicação
1. Durante o mês de janeiro a Cia. EFG realizou as seguintes operações:
1. Constituição da empresa com capital social integralizado em di-
nheiro no valor de $10 000.
2. Compra a prazo de mercadorias no valor de $ 5 000.
3. Contratação de um empréstimo no valor de $ 3 000, o dinheiro 
entrou no caixa da empresa. 
4. Venda de 50% do seu estoque de mercadorias pelo valor de $ 6 000, 
sendo que 40% foram vendidos a prazo e o restante
à vista.
5. Pagamento de $ 500 de juros referente ao empréstimo contraído 
no item 3.
6. Houve uma despesa de salários no valor de $ 2 000 que serão pa-
gos em fevereiro.
 Pede-se
 Faça todos os lançamentos em conta “T” e Apuração do Resultado do 
Exercício transferindo para a Conta de Lucros Acumulados.
Contabilidade
54
2. Durante o mês de janeiro a Cia. Tico e Téco realizou as seguintes 
operações:
1. Constituição da empresa com capital inicial integralizado em di-
nheiro no valor de $ 70 000.
2. Contratação de um empréstimo bancário no valor de $ 10 000, 
tendo o banco depositado a quantia na conta da empresa.
3. Compra a prazo de mercadorias no valor de $ 40 000.
4. Venda de 75% do seu estoque de mercadorias pelo valor de $ 50 
000, sendo que 40% foram vendidos a prazo e o restante à vista.
5. Pagamento em cheque no valor de $ 2 000 referente a juros do 
empréstimo contraído no item 2.
6. Despesa com energia elétrica no valor de $ 3 000 pago à vista em 
dinheiro.
7. Houve uma despesa de salários no valor de $ 4 000 que serão pa-
gos em fevereiro.
8. Despesa com telefone no valor de $ 1 000 que serão pagos no mês 
seguinte.
9. Aumento do Capital Social em cheque no valor de $ 25 000. Este 
valor foi depositado diretamente na conta da empresa.
 Pede-se:
a) Lançar todas as transações em razonetes
b) Apurar o Resultado do Exercício – ARE em 31.01.X1
c) Elaborar a DRE em 31.01.X1
d) Elaborar o Balanço Patrimonial em 31.01.X1

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