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- Índice Fundamental do Direito Legislação - Jurisprudência - Modelos - Questionários - Grades Eficácia de Sentença Estrangeira - Art. 9º, Eficácia de Sentença Estrangeira - Aplicação da Lei Penal - CP - Código Penal - DL-002.848-1940 - Homologação de Sentença Estrangeira "Fundamento da homologação de sentença estrangeira: nenhuma sentença de caráter criminal emanada de jurisdição estrangeira pode ter eficácia num Estado sem o seu consentimento, uma vez que o Direito Penal é essencialmente territorial, devendo ser aplicado apenas dentro dos limites do país que o criou. A execução de uma sentença é ato de soberania e, portanto, necessita de homologação do Estado no qual se dará seu cumprimento, quando proferida por autoridade estrangeira. Na arguta lembrança de Frederico Marques, "somente a soberania, ensina De Vabres, comunica força executória aos julgados; ora, a execução em território diverso daquele onde a sentença foi proferida priva esta última da força que só a soberania lhe pode dar ... " (Tratado, cit. v. 1. p. 371). Competência para a homologação: a Emenda Constitucional n. 45/2004 revogou o art. 102, I, h, da CF, que atribuía ao Supremo Tribunal Federal a competência para a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão do exequatur às cartas rogatórias, deslocando para o Superior Tribunal de Justiça tal competência (cf. alínea i do inciso I do art. 105, acrescentada pela EC n. 45/2004). Conteúdo da homologação: a homologação não diz respeito ao conteúdo, circunscrevendo-se a um exame formal e delibatório da decisão, imprescindível para dar eficácia à sentença delibada. Verifica-se apenas o preenchimento dos requisitos constantes do art. 788 do Código de Processo Penal. Natureza jurídica da homologação - sentença de delibação de caráter integrante: trata-se de decisão judicial de mera delibação, sem análise do conteúdo da sentença estrangeira, mas de seus aspectos formais extrínsecos, com a finalidade de atribuir-lhe eficácia executória. Sem a homologação, a sentença estrangeira é ineficaz no Estado em que se pretenda executá-Ia, daí por que a doutrina costuma dizer que a sua natureza jurídica é a de uma sentença de delibação de caráter integrante, "pois confere à sentença delibada aquilo que lhe falta para poder exercer eficácia jurídica" (Frederico Marques, Tratado, cit. p. 374). Delibação obrigatória: nem toda sentença estrangeira precisa ser homologada para produzir efeitos no Brasil, mas tão-somente aquela que deva ser aqui executada. Com efeito, só é necessária a homologação para conferir à sentença estrangeira eficácia para execução, justamente o que lhe falta fora de seu território. Daí decorre o caráter integrante da delibação: na complementação da eficácia jurídica da sentença proferida no exterior. Em outras palavras, somente é necessária a homologação pelo STJ quando objetivar-se a execução do comando emergente da decisão estrangeira. Se de seu conhecimento não derivar qualquer procedimento executório, a delibação será desnecessária. Referências e/ou Doutrinas Relacionadas: Ação Penal Analogia Aplicação da Pena Causas de Extinção da Punibilidade Classificação dos Crimes Concepção do Direito Penal Concurso de Crimes Concurso de Pessoas Conduta Contagem do Prazo Crime Consumado Crime Continuado Crime Preterdoloso Crimes Culposos Culpabilidade Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz Direito Penal no Estado Democrático de Direito Efeitos da Condenação Eficácia Estrangeiros Estrito Cumprimento de Dever Legal Exercício Regular do Direito Extradição Extraterritorialidade Execução civil da sentença penal estrangeira: a homologação é obrigatória não apenas para a execução da pena imposta na sentença criminal condenatória estrangeira, mas também para "obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis", consoante dispõe o art. 9º, I, do CP. Homologação pendente de provocação do interessado: no caso de homologação para execução civil da sentença condenatória, ou seja, em face dos efeitos civis decorrentes da condenação criminal estrangeira, é necessário pedido da parte interessada, não podendo o STJ atuar ex officio, conforme disposição do art. 9º, parágrafo único, a, do Código Penal. Como se trata de valor ilíquido, será necessária, após a homologação, a propositura de uma ação de liquidação por artigos, objetivando a apuração do exato valor correspondente à indenização pelo dano derivado do crime, nos termos dos arts. 608 e s. do Código de Processo Civil. Medida de segurança: sua execução também depende de prévia homologação pelo STJ, mas somente se aplicada exclusivamente ao inimputável ou semi-imputável, uma vez que o Brasil adotou o sistema vicariante, segundo o qual não podem ser impostas cumulativamente ao infrator pena e medida de segurança (CP, art. 9º, parágrafo único, b). Procedimento da homologação: homologada a sentença estrangeira, será remetida ao presidente do Tribunal de Justiça do Estado em que resida o condenado. Em seguida, o presidente fará a remessa da carta ao juiz do lugar de residência do condenado, para aplicação da pena ou da medida de segurança. A execução processar-se-á pelos órgãos locais, sem interferência do Superior Tribunal de Justiça. Desnecessidade da homologação: reincidência, proibição de sursis e livramento condicional, sentenças absolutórias e extintivas da punibilidade: como já foi dito, a sentença estrangeira somente necessita de homologação para adquirir eficácia executória. Desse modo, em se tratando de efeitos secundários da condenação, os quais não se destinam à execução, não haverá necessidade de a decisão estrangeira ser homologada. Assim, para gerar a reincidência no Brasil ou para obstar a concessão de sursis e do livramento condicional, não é necessário o prévio juízo delibatório do STJ. Também no caso de absolvição proferida no estrangeiro não se procederá à homologação, nos termos do art. 7º, § 2º, d, do Código Penal, pois o fato não foi punido no estrangeiro e não há nada a ser executado, na medida em que a decisão absolutória por lá proferida declarou a inexistência de relação jurídica entre Estado e infrator. O mesmo se diga da sentença estrangeira que julgar extinta a punibilidade do agente (CP, art. 7º, § 2º, e). Marques, Frederico, Tratado, cit. ps. 371 e 374 Capez, Fernando, Curso de Direto Penal, parte geral, vol. 1, Saraiva, 10ª ed., 2006 (Revista Realizada por Suelen Anderson - Acadêmica em Ciências Jurídicas - 22 de outubro de 2009) Jurisprudência Relacionada: da Lei Penal Brasileira Fato Típico Fontes do Direito Penal Função Ético-Social do Direito Penal Homologação de Sentença Estrangeira Ilícito Penal Ilicitude Imputabilidade Interpretação da Lei Penal Irretroatividade da Lei Penal Lei Nova Mais Benéfica Leis de Vigência Temporária Limites de Penas Livramento Condicional Lugar do Crime Medida de Segurança Objeto do Direito Penal Pena de Multa Penas Privativas de Liberdade Penas Restritivas de Direitos Prescrição Princípio da Legalidade Reabilitação Reincidência Resultado Sanção Penal Sentenças Estrangeiras Sentença Penal Sentenciado Suspensão Condicional da Pena Tempo do Crime e Conflito Aparente de Normas Teoria do Crime - Homologação - Sentença de Divórcio por Procuração - País de Cônjuges Não Nacionais - Súmula nº 381 - STF - Homologação - Sentença Proferida no Estrangeiro - Prova do Trânsito em Julgado - Súmula nº 420 - STF Aplicação da Lei Penal Anterioridade da lei - Contagem de prazo - Extraterritorialidade - Frações não computáveis da pena - Legislação especial - Lei excepcional ou temporária - Lei penal no tempo - Lugar do crime - Pena cumprida no estrangeiro - Tempo do crime - Territorialidade Ação Penal - Concurso de Pessoas - Crime - Crimes contra a administração pública - Crimes Contra a Família - Crimes contra a fé pública - Crimes Contra a Incolumidade Pública - Crimes Contra a Organização do Trabalho - Crimes Contra a Paz Pública - Crimes Contra a Pessoa - Crimes Contra a Propriedade Imaterial - Crimes Contra o Patrimônio - Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos - Crimes Contra os Costumes - Extinção da Punibilidade - Imputabilidade Penal - Medidas de Segurança - Penas [Direito Criminal] [Direito Penal] Territorialidade da Lei Penal Brasileira Tipicidade Tipo Penal nos Crimes Culposos Tipo Penal nos Crimes Dolosos Ir para o início da página Ir para o início da página