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CCJ0005-WL-AMMA-09-aula_9-O Estado unitário

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Enviado por Waldeck Lemos de Arruda Junior em

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CIÊNCIA POLÍTICA 
 1 
AULA 9 
CIÊNCIA POLÍTICA 
TEMA: REVISÃO PARA AV1. 
Formas de governo 
“A expressão “forma de governo” designa a estrutura fundamental 
do governo, isto é, a natureza dos cargos que o compõem. É a 
forma assumida pela autoridade máxima de uma sociedade 
política. As formas de governo consideradas legítimas no mundo 
contemporâneo, por estarem fundadas em leis estabelecidas, são 
a monarquia e a república. Cada uma delas é o resultado de um 
longo processo histórico através do qual passaram por profundas 
transformações. As principais diferenças entre essas formas de 
governo dizem respeito ao cargo de chefe de Estado, que na 
monarquia é vitalício e hereditário, enquanto na república é 
eletivo e temporário. 
O pensamento político ocidental consolidou, ao longo de séculos, 
uma tradição de reflexão teórica sobre as formas de governo, na 
qual se destacam pensadores clássicos e modernos que 
produziram tipologias dessas formas a partir de diferentes 
critérios de classificação. Aristóteles, um dos pioneiros, distingue 
os governos em função do número dos que participam da 
autoridade política e do interesse visado por esta. Cícero acolhe 
a tipologia aristotélica, porém, influenciado por Políbio, demonstra 
a superioridade do chamado governo misto, uma forma resultante 
da combinação de outras que, embora boas, são sujeitas à 
corrupção. Maquiavel, por um lado, apresenta uma concepção 
cíclica acerca da formação e decadência dos governos e, por 
outro, reduz a diversidade de governos a duas formas 
fundamentais: principados e repúblicas. 
No Brasil, o nascimento do Estado foi marcado pela instauração 
de uma monarquia constitucional com características peculiares 
devido à magnitude do poder atribuído ao Imperador. Todavia, os 
ideais republicanos, disseminados na Europa e na América do 
Norte, foram responsáveis pela queda da monarquia no Brasil e 
pela implantação de uma república federativa e presidencialista. 
Após alguns períodos de autoristarismo, vigora, hoje, no Brasil, 
um Estado Democrático de Direito.” MACIEL, Marcelo Costa. 
Formas de Governo. In: FERREIRA, Lier Pires. GUANABARA, 
Ricardo. JORGE, Vladimyr Lombardo .(org.). Curso de teoria 
geral do Estado. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, p. 215. 
Liberalismo. 
"Deve-se o fracasso do Estado liberal ao fato de ter ele atuado 
estritamente no plano político-jurídico, sem disciplinar a ordem 
sócio-econômica. Essencialmente individualista, desconheceu os 
direitos da sociedade. Falhou até mesmo no seu individualismo 
por desconhecer o homem-operário, materialmente fraco e 
premido no meio social por insuperáveis dificuldades de ordem 
econômica. 
Profundamente libertário igualitário, declarou que todos os 
indivíduos possuem os mesmo direitos e as mesmas 
possibilidadeds, de sorte que ao Estado competia apenas policiar 
a ordem jurídica. A vida social e econômica deveria desenvolver- 
se naturalmente, à mercê das iniciativas individuais, de 
conformidade com as leis do liberalismo econômico, a lei da 
oferta e procura, a da livre concorrência etc., as quais 
conduziriam a sociedade, fatalmente, a uma ordem ideal 
desejada por todos. Tinha o Estado por lema o postulado clássico 
do liberalismo econômico: Laissez-faire, laissez-passer, et le 
monde va la lui-même..." MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. 
São Paulo: Saraiva, 2009, p. 315. 
Socialismo, Comunismo e Anarquismo. 
"De todas as escolas socialistas, a mais indefinida e multiforme é 
a do socialismo do Estado (ou socialismo integral), que se não 
distingue fundamentalmente do socialismo de cátedra, autêntico 
coletivismo, em que o Estado perde as suas características 
próprias para transformar-se em instrumento de opressão a 
serviço de uma ditadura classista. Para esta escola, o Estado é 
proprietário único, inclusive dos meios de trabalho, dirigindo 
verticalmente a produção e a distribuição. No campo social, o 
Estado absorve todas as atividades, levando a sua concepção 
materialista ao ponto de impedir as tendências naturais de 
religiosidade, sob pretexto de que as manifestações 
espiritualistas, sejam quais forem, colidem fundamentalmente 
com a filosofia básica do Estado. 
O socialismo de Estado se impõe através de um governo 
ditatorial, que tem a seu cargo consolidar a ordem revolucionária 
e suprimir todas as resistências, particularmente das forças 
capitalistas particulares e da burguesia. É a sua primeira fase. Na 
segunda, realizam-se os planejamentos, por meio dos planos 
quinquenais, característicos do stalinismo, pelos quais se 
chegaria ao estágio superior de evolução da ordem comunista. 
Neste ponto, extinguir-se-ia o Estado como governo de pessoas, 
para dar lugar a um simples sistema de adminsitração do 
patrimônio comum. Em suma, o socialismo de Estado seria o 
meio pelo qual se atingiria o fim ideal, que é o comunismo, sonho 
e miragem dos utopistas." MALUF, Sahid. Teoria Geral do 
Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 357. 
Nazismo. 
"Assim como o fascismo italiano, surgiu o nazismo na Alemanha 
com o duplo objetivo de combater o liberalismo democrático 
decadente e de reagir contra a infiltração comunista. 
Duas outras finalidades integravam o programa de ação do 
Partido Nacional Socialista: desvencilhar a Alemanha das 
cláusulas asfixiantes do Tratado de Versalhes e impor a 
supremacia da raça ariana. 
Desenvolveu-se o nazismo à sombra das instituições 
democráticas, sob a égide da Constituição de Weimar, 
ascendendo ao poder através das eleições de maio de 1933. A 
república alemã de Weimar era excessivamente liberal, o que 
propiciou o rápido desenvolvimento de um partido 
declaradamente subversivo, totalitarista e revestido de caráter 
militar. Aliás, a corrente nazista exaltava as tradições e reunia os 
expoentes do antigo militarismo prussiano." MALUF, Sahid. 
Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 153. 
Fascismo. 
A história política e cultural da Europa na transição do século XIX 
para o século XX caracteriza-se pela aceleração da modernidade 
e é marcada pelo desenvolvimento e expansão de um capitalismo 
imperialista dos Estados, e como tal da indústria e da técnica, 
através de uma massificação da sociedade e do fantasma do 
operariado que acaba por culminar, sustentadas pelas ideologias 
do imperialismo e do nacionalismo, em duas guerras mundiais. 
No contexto específico da Itália, vislumbra-se neste período a 
tentativa de uma afirmação italiana no jogo das nações, 
impulsionada pelo crescimento industrial do norte italiano. 
A sociedade italiana, marcada por fortes diferenças culturais e 
sociais, une-se socialmente no esforço da 1ª Guerra Mundial, 
mas, logo após, entra em crise pelas dificuldades econômicas 
decorrentes do conflito. Surgem, então, em 1919, o maior 
controle do Estado nacional sobre os paese (províncias), o 
operariado organizado para a luta política e a revolta dos 
católicos a favor do Papado. 
Revoltas e greves operárias estremecem a frágil monarquia 
italiana, que assiste a ascensão do movimento político liderado 
por Benito Mussolini baseado numa coalisão de forças sociais 
que agregam as premissas das transformações oriundas do 
progresso técnico, o descontentamento dos combatentes da 1ª 
guerra, as idéias revolucionárias socialistas e a necessidade de 
expansão imperialista da burguesia industrial, ficando a 
monarquia a deriva da marcha sobre Roma no dia 28 de outubro 
de 1922, quando o partido fascista se aloja no poder. 
Desta forma, estabelece-se o Fascismo na Itália como um 
movimento político totalitário e totalizante, caracterizado por ser 
uma saída do capital nacional ao crescimento das reivindicações 
comunistas, pela prática econômica coorporativa, por uma 
afirmação de uma identidade nacional italiana e pela expansão 
colonial. 
Este movimento
apresenta duas tendências ideológicas: uma 
revolucionária, que possui traços da cultura e das estéticas do 
século XIX (de D`Annunzio ao futurismo) e fundamenta-se sobre 
os mitos do progresso e do desenvolvimento pela indústria e pela 
técnica. E outra conservadora, que objetiva ser uma saída liberal 
autoritária para o restabelecimento da ordem social fraturada e 
contensão das classes populares. 
Regimes de governo 
“A classificação dos Regimes Políticos geralmente é dicotômica, 
opõem-se os regimes democráticos aos autoritários. Para tratarmos 
adequadamente dessa dicotomia, convém esclarecer, inicialmente, do 
que estamos falando, ou seja, de qual tipo de democracia estamos 
tratando. Tradicionalmente identificamos e opomos dois tipos de 
democracias históricas: a democracia direta à democracia indireta ou 
representativa. O que as distingue é a presença ou a ausência de 
intermediários entre governantes e governados (povo). Até o século 
XIX, a democracia era concebida exclusivamente como “direta”, isto é, 
como uma forma de governo na qual o povo (o conjunto dos cidadãos) 
se autogovernavam. A democracia indireta foi uma “invenção” do 
século XIX e podemos dizer que ela é um tipo de governo 
representativo: o tipo democrático do governo representativo. Por isso, 
é chamada também de democracia representativa. O adjetivo 
“representativa” significa que nesse tipo de democracia há um 
intermediário entre o povo e o Estado: o representante.(...). 
Os regimes autoritários são os não-democráticos. Os analistas 
consideram um regime “autoritário” quando verificam a violação 
de um atributo tido como essencial à democracia. Por atributo 
entende-se, por exemplo, a escolha dos representantes por meio 
de eleições; a realização periódica de eleições livres e honestas; 
a existência e o respeito aos direitos políticos e individuais (ou 
civis); o sufrágio universal; a garantia de que os eleitos assumirão 
e exercerão suas funções livremente; entre outras. 
Os termos “democracia” e “autoritarismo”, contudo, são denominações 
genéricas. O rótulo “democracia” abrange diferentes tipos de 
democracias representativas. O rótulo “democracia” abrange diferentes 
tipos de democracias representativas. Arend Lijphart, por exemplo, 
distinguiu as “majoritárias”, nas quais o poder político está concentrado 
nas mãos de uma pequena maioria e, muitas vezes, de uma maioria 
simples ou relativa (pluralidade), das “consensuais”, denominadas 
assim porque nelas o poder político encontra-se compartilhado, 
disperso e limitado. O rótulo “democracia” exclui, contudo, as 
“democracias populares”, ou seja, os regimes dos países socialistas do 
Leste Europeu, com exceção da URSS. O termo “autoritário”, por sua 
vez, é utilizado para classificar todo e qualquer regime não- 
democrático, estando sob este rótulo, além das democracias populares, 
uma diversidade de regimes: os militares, os de partido único, os 
teocráticos, os totalitários etc.” JORGE, Vladimyr Lombardo. Regimes 
Políticos. In: FERREIRA, Lier Pires. GUANABARA, Ricardo. JORGE, 
Vladimyr Lombardo .(org.). Curso de teoria geral do Estado. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2009, pp. 211-212. 
ELEMENTOS DO ESTADO 
“O presente capítulo discute os elementos essenciais do Estado, 
assim considerado o governo, a soberania, o povo, o território e 
as finalidades que caracterizam cada ordenamento estatal. 
Assim, de modo sumaríssimo, o governo foi compreendido como 
o ente administrativo e gestionário do Estado. A soberania, em 
inexorável processo de transformação, alude à autonomia de 
gestão dos negócios internos e à independência na esfera 
internacional. O povo deve ser pensado em pelo menos duas 
variáveis fundamentais. A primeira, de caráter quantitativo, 
compreende povo como população. A segunda, de matriz 
qualitativa, é tripartida em três níveis: político, jurídico e 
sociológico. 
Em nível político povo corresponde à noção de cidadão-eleitor. 
Em nível jurídico, à noção de nacional, nato ou naturalizado. Em 
nível sociológico, ao de nação. Por seu turno, o território é tido 
tanto pela porção contínua ou descontínua de solo ocupada pelo 
Estado, quanto pelo subsolo, pelo espaço aéreo, pelo mar 
territorial e pela plataforma continental, ou seja, o leito e subsolo 
marinho onde estão os minérios exploráveis, inclusive 
hidrocarbonetos como petróleo e gás natural. Hoje, após a 
Instrução Normativa nº 17, de julho de 2007, e em conformidade 
com as normas de direitos interno e internacional que regem a 
matéria, a plataforma continental brasileira se estende 
potencialmente até o limite de 350 milhas náuticas, Por fim, as 
finalidades do Estado foram vistas em sua multiplicidade, ou seja, 
como aquelas determinadas pela dialética das relações políticas, 
jurídicas e sociais. Assim, não se buscou idealizar ou legitimar 
uma visão singular acerca de tais finalidade, sendo certo que elas 
são mutáveis no eixo tempo-espaço. 
 
Em considerações finais, foi discutida a eventual dispensabilidade 
de qualquer dos elementos acima trabalhos para a constituição 
do Estado. Em síntese, a despeito das novas realidades globais, 
que alteram principalmente o conceito clássico de soberania, 
propugnou-se pela indispensabilidade desses elementos para a 
formação do Estado nacional.” FERREIRA, Lier Pires. 
FERREIRA, Miriam. Elementos do Estado. In: FERREIRA, Lier 
Pires. GUANABARA, Ricardo. JORGE, Vladimyr Lombardo . 
(org.). Curso de teoria geral do Estado. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2009, pp. 70-71.

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