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ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 1 PROPAGAÇÃO II Elipsóides de Fresnel Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Departamento de Engenharia de Electrónica e Telecomunicações e de Computadores Secção de Sistemas de Telecomunicações ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 2 �No modelo estudado até aqui, considerámos que na Propaqação em Espaço Livre as ondas radioeléctricas propagam-se em linha recta. � Esta teoria -"Teoria dos Raios" -só é válida quando: λ - comprimento de onda I-dimensão dos objectos presentes �Esta situação é comum em óptica onde λ é pequeno, mas não é válida para as ondas radioeléctricas, muitas vezes da mesma ordem de grandeza e até maiores que os objectos que interferem na sua propagação. �Assim, em vez da "Teoria dos Raios" usa-se a "Teoria das Frentes de Onda", baseada nos Princípios de Huygens e de Fresnel. Elipsóides de Fresnel 0→ I λ Princípio de Huygens Cada frente de onda equivale a uma colecção de radiadores infinitesimais, radiando para a frente ondas esféricas. Na figura que se segue representa-se uma frente de onda plana e o equivalente de Huygens. ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 3 �Nas figuras que se seguem, vemos o que acontece se tivermos um obstáculo no caminho das ondas. �Teoria dos Raios -prevê uma sombra perfeita atrás do obstáculo. �Teoria das Frentes de Onda - prevê a ocorrência de uma sombra, mas não total. Princípio de Huygens (cont.) �Estamos na presença de um fenómeno de difracção, que ocorre de modo semelhante no caso de aberturas. O fenómeno da difracção varia com o comprimento de onda. As ondas longas de rádio não têm dificuldade em contornar obstáculos como montanhas, mas no caso das micro-ondas ocorrerão zonas de sombra. ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 4 �O Princípio de Fresnel é uma continuação do Princípio de Huygens, mas quantitativo, em vez de meramente qualitativo. �Considere uma Antena Emissora no ponto E. Após um certo tempo, a frente de onda é uma esfera de raio r. �Cada ponto desta esfera é um radiador infinitesimal, irradiando em fase e contribuindo para formar a onda espacial que atingirá o ponto R. � A onda que parte de X1 percorrerá uma distância maior do que a que parte de X2 , pelo que chegará ao ponto R com certo atraso. �Se X2 for a distância mais curta, então as ondas oriundas de X1 e X3 poderão chegar com atraso de meio comprimento de onda e enfraquecer em R a onda proveniente de X2 . � Do ponto R poderemos ver uma frente de onda central, circular, com ondas em fase, depois um anel com ondas que chegam com atraso de meio comprimento de onda (λ/2), seguindo-se um anel com ondas que chegam com atraso de um comprimento de onda e portanto em fase, somando-se às do círculo central. Princípio de Fresnel ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 5 Elipsóides de Fresnel Objectivo: Permitem estabelecer as condições nas quais a propagação entre duas antenas pode ser considerada como espaço livre. Defina-se um sistema de coordenadas cilíndricas cuja origem coincide com E e cujo eixo das ordenadas OZ passa por R. Por definição, o ponto P pertence ao n-ésimo elipsóide de Fresnel se: EP PR d n+ − = λ 2 A expressão anterior define um elipsóide de revolução com eixo coincidente com a direcção definida pelas antenas e com os focos (E e R) nas antenas. Reescrevendo a expressão em termos das coordenadas do ponto P e da distância entre antenas: ( )z r d z r d n2 2 2 2 2 + + − + − = λ P E R r z d O Z ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 6 Admitindo que: r z r d z << << − e desenvolvendo em série os radicais e aproveitando, em cada caso, apenas os dois primeiros termos da séries é possível escrever: r z d z n 2 2 1 1 2 + − = λ Elipsóides de Fresnel (cont.) ( ) r n z d z d = ± − λ 00 r=z=d e z ⇒= note-se que: e resolvendo em ordem a r: O que significa terem os elipsóides de Fresnel os focos coincidentes com as extremidades do eixo maior. Este resultado é falso, o que mostra não ser a expressão aplicável em todas as situações e ilustra a importância de conhecer a ordem de grandeza do erro cometido. Seja ε a distância entre o foco E e a extremidade próxima do eixo maior. Por definição de elipsóide vem: EP PR d n+ − = λ 2 ( ) 2 λ εε ndd =−++⇒ pelo que: 4 λ ε n= Uma vez que a distância d é, em geral , da ordem de grandeza das dezenas de km e λ da ordem de grandeza de alguns cm, pode concluir-se que o erro provocado pela utilização da expressão aproximada é desprezável na representação gráfica. ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 7 Elipsóides de Fresnel (cont.) O interesse dos elipsóides de Fresnel assentam no facto de que é possível demonstrar que a atenuação entre duas antenas, mesmo na presença de obstáculos é praticamente igual à atenuação em espaço livre desde que os obstáculos não penetrem o primeiro elipsóide de Fresnel. Nestas condições, designa-se a ligação entre os pontos E e R por ligação em linha de vista desobstruída. O cálculo do maior raio do primeiro elipsóide de Fresnel correspondente ao semi- eixo menor, pode fazer-se a partir de: r m1 z d = 2 com r m1 = λ d 4 ( ) r z d z d1 = − λ Adaptando a expressão de forma a que a distância d e frequência f venham em km e GHz, respectivamente, temos: [ ] [ ] [ ]GHz km mm f d r 300 2 1 1 = Na figura seguinte representa-se a variação do raio máximo do primeiro elipsóide de Fresnel r1m em função da distância entre antenas, para diferentes valores de frequência. ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 8 Elipsóides de Fresnel (cont.) ISEL, Propagação II, Pedro Vieira Elipsóides de Fresnel 9 �Consegue-se demonstrar que o efeito resultante duma frente de onda completa, num ponto P a uma certa distância d é igual a aproximadamente metade do efeito da sua zona central, também conhecida por 1ª zona de Fresnel. �As 1ª e 3ª zonas contribuem para o reforço do campo total em P devido à sobreposição de ondas em concordância de fase, enquanto que a 2ª zona contribui para a redução do campo total em P devido à sobreposição de ondas em oposição de fase. �Nas considerações anteriores ressalta a importância de que se reveste o 1º elipsóide de Fresnel para as radiocomunicações, pois é nele que se propaga a maior parte da energia favorável ao campo directo, que é o campo que melhor contribui para o sinal do receptor. �Interessa por isso e fundamentalmente, garantir a desobstrução do 1º elipsóide de Fresnel. Elipsóides de Fresnel (cont.) Alguns comentários finais…