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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 103 Os conhecidos perigos advindos do desequilíbrio, causado pelo Homem, nos processos naturais de formação e destruição do ozônio, têm provocado protestos e movimentos de alerta em muitos países do mundo. A constante poluição atmosférica por substâncias químicas alta- mente eficazes em destruir ozônio, como o cloro-fluor-carbono (CFC) usado em sprays e o gás freon, empregado na indústria de refrigeração, bem como a liberação contínua de fumaça, igualmente ozonolítica, por aeronaves que trafegam na alta atmosfera, têm sido as principais causas apontadas como responsáveis pela comprovada redução da quantidade normal de ozônio na atmosfera, denunciadas e combatidas por grupos interessados em preservar o am- biente adequado à vida. 2.3 - Vapor d'água. A concentração de vapor d'água na atmosfera embora relativamente pequena, pois difi- cilmente ultrapassa 4% em volume (Miller, 1971), é bastante variável e, em geral, diminui com a altitude. Em regiões tropicais quentes e úmidas, por exemplo, o vapor d'água pode ser en- contrado, próximo à superfície, em uma proporção tão alta quanto 40 g por quilograma de ar seco; nas zonas polares frias e secas, essa cifra pode cair para cerca de 0,5 g. kg -1. Apesar de sua baixa concentração, o vapor d'água é um constituinte atmosférico im- portantíssimo por interferir na distribuição da temperatura: em primeiro lugar, porque participa ativamente dos processos de absorção e emissão de calor sensível pela atmosfera; em segun- do, atua como veículo de energia ao transferir calor latente de evaporação, de uma região para outra, o qual é liberado como calor sensível, quando o vapor se condensa. Além disso, deve-se ressaltar que o vapor d'água é o único constituinte da atmosfera que muda de estado em condições naturais e, em conseqüência disto, é o responsável pela origem das nuvens e por uma extensa série de fenômenos atmosféricos importantes (chuva, neve, orvalho etc.). Sua proporção na atmosfera determina o nível de conforto ambiental. 2.4 - Gás carbônico. Do total de dióxido de carbono existente na Terra, cerca de 98% se encontra dissolvido na água dos oceanos, sob a forma de bicarbonato (Linacre e Hobbs, 1977); quase todo o res- tante está na atmosfera, onde sua concentração oscila muito pouco em torno de 0,5 g por qui- lograma de ar. Essa concentração, porém, pode aumentar consideravelmente nas vizinhanças dos grandes parques industriais e dos conglomerados urbanos de maior porte. Há um intercâmbio contínuo de gás carbônico entre a atmosfera e os seres vivos (respi- ração e fotossíntese), os materiais da crosta (combustão e oxidação) e os oceanos. Cerca de 90% dos principais constituintes vegetais não provêm do solo, mas da atmosfera, através da atividade fotossintética. O carbono, integrante das moléculas sintetizadas pelos vegetais pro- vém do gás carbônico atmosférico. O CO2 também desempenha um papel de destaque na energética do sistema globo-atmosfera, absorvendo energia solar e terrestre de determinados comprimentos de onda. Por outro lado, emite energia em direção à superfície terrestre, como será oportunamente comentado.