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169_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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Enviado por Mauricio Aquilante Policarpo em

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
temperatura fazem mudar sua curvatura, acionando um sistema de alavancas que termina,
também, na haste de uma pena (Fig. IV.7). O diagrama usado nesses instrumentos chama-se
termohigrograma e tem duas faixas distintas: uma corresponde à escala de umidade, outra à
de temperatura (Fig. IV.7).
Instrumentos desse tipo, embora tendam a ser substituídos por sensores elétricos, ain-
da são encontrados, com bastante freqüência, nas estações meteorológicas conven-cionais.
8. Variação espácio-temporal da umidade do ar.
O teor de umidade do ar pode variar de modo acentuado, tanto no espaço, como no
tempo. Em um determinado local, a variação temporal depende da circulação da atmosfera, da
localização relativa das fontes e sumidouros de vapor d'água, do suprimento de energia solar
etc.. Devido a isso, os valores assumidos pelos parâmetros que traduzem a umidade do ar pró-
ximo à superfície terrestre são necessariamente pontuais.
Quando o parâmetro utilizado é a umidade relativa não se pode esquecer, também, sua
dependência em relação à temperatura. Um aumento, ou redução, da umidade relativa não
significa ter havido uma mudança na concentração de vapor d'água do ar. A alteração na umi-
dade relativa pode advir exclusivamente de alteração na temperatura ambiente. A umidade
relativa do ar aumenta quando a temperatura diminui e vice-versa. Como conseqüência desse
efeito, deve-se esperar que a umidade relativa diminua, a partir do nascimento do Sol, atingin-
do o valor mínimo nas horas mais quentes do dia, voltando a aumentar em seguida, apenas
por efeito térmico. Esse é o comportamento esperado e normalmente observado. No entanto,
pode ser bastante modificado sob situações atmosféricas capazes de alterar a temperatura, a
razão de mistura, ou ambas.
As variações do teor de umidade do ar, associadas às da temperatura, estabelecem o
nível de conforto ambiental. A sensação de desconforto é devida mais à umidade do ar que
propriamente à temperatura ambiente. Para aferir esse efeito, diversos índices de desconforto
(Id) foram propostos. Um deles, que Nieuwolt (1977) aponta como o mais usado, baseia-se na
seguinte fórmula:
Id = 0,8t + tU / 500 (IV.8.1)
onde t é a temperatura do ar (oC) e U a umidade relativa (%)., A resolução gráfica dessa equa-
ção constitui o nomograma da Fig. IV.8.
Testes realizados nos Estados Unidos indicaram que o valor Id em torno de 21 corres-
ponde à condição ambiental mais agradável. Quando 26 > Id > 24, cerca da metade da amos-
tra pesquisada apresentou algum sintoma de desconforto físico por aquecimento e, ao ser ul-
trapassado o valor 26, reduziu-se rapidamente a disposição das pessoas testadas para o tra-
balho (Nieuwolt, 1977). O mesmo autor acredita que valores um pouco mais altos poderiam ser
esperados na faixa tropical, onde a população está mais adaptada ao calor. No entanto, para
uma dada temperatura, o índice de desconforto (Id) aumenta rapidamente com a umidade rela-
tiva do ar, conforme se depreende da análise da fórmula anterior. Então, o possível aumento
da tolerância da população tropical às temperaturas mais elevadas não deve ser grande.

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