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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA Mário Adelmo Varejão-Silva Versão digital 2 – Recife, 2006 185 a Terra se encontra a uma certa distância D do Sol). Valores de 1/R 2 constam da Tabela V.6 para o primeiro dia de cada mês. Note-se que, para aplicações meteorológicas, a distância Terra-Sol é considerada constante ao longo de um dia. 8. Espectro da radiação solar. Em primeira aproximação, costuma-se aceitar que a superfície do Sol irradia aproxima- damente como um corpo negro à temperatura de cerca de 6000 K. Tenha-se em conta, porém, que as leis da radiação foram obtidas para a condição ideal de equilíbrio radiativo (que implica equilíbrio termodinâmico) o qual, rigorosamente falando, não se verifica naquela estrela. A pre- sença de flares, fáculas, manchas solares etc., denuncia perturbações de diferentes magnitu- des e evidencia que a emissão radiativa pelo Sol deve ser mais complexa que a preconizada pelo modelo do corpo negro. Uma hipótese mais refinada seria aceitar que cada uma das dife- rentes formações vistas no Sol emite como um corpo negro à respectiva temperatura. O es- pectro de emissão do Sol seria o conjunto de todas essas contribuições, tornando-se necessa- riamente bem mais complicado que o previsto para um corpo negro emitindo à temperatura média da fotosfera. A Fig. V.7 contém as curvas da distribuição espectral da energia solar antes e depois de atravessar a atmosfera terrestre (nível médio do mar), além da que descreve a emissão do corpo negro a 6000 K, devidamente corrigida em função da distância Terra-Sol. Essas curvas representam a quantidade de energia captada, para cada intervalo infinitesimal de compri- mento de onda, por uma superfície unitária plana e perpendicularmente disposta em relação à direção da propagação. A curva de emissão radiativa do Sol (Fig. V.7) difere da do corpo negro, no tocante à radiação de pequeno comprimento de onda, sendo a segunda apenas uma estimativa da pri- meira. A integração da curva que corresponde à radiação incidente antes de atravessar a at- mosfera traduz a constante solar (1,98 cal cm-2 min-1); a integração da curva que espelha a radiação que atinge uma superfície unitária, normal à direção de propagação e situada ao nível médio do mar, quando a distância Terra-Sol assume seu valor médio, equivale a cerca de 1,36 cal cm-2 min-1. A diferença é motivada por perdas decorrentes da absorção e reflexão por cons- tituintes atmosféricos. A análise da curva que representa a radiação recebida ao nível médio do mar (Fig. V.7) mostra a ausência quase completa de energia ultravioleta (comprimento de onda inferior a 32µ), absorvida pelo oxigênio e pelo ozônio na atmosfera superior. O oxigênio também absorve radiação em torno 0,69 e de 0,76µ; o ozônio tem uma pequena faixa de absorção centrada em 9,5µ (Fig. V.8). As demais irregularidades observadas na curva da radiação recebida ao nível médio do mar (Fig. V.7) devem-se à absorção do gás carbônico e do vapor d'água. A atuação do CO2 ocorre nas linhas espectrais centradas em 1,4, 1,6, 2,0, 2,7, 4,8 e 5,2µ, bem como nas faixas de 4,2 a 4,4 e de 13,4 a 17,4µ. O vapor d'água se mostra particularmente ativo nas linhas de 0,72, 0,81, 0,94, 1,13, 1,87 e 3,2 µ, assim como nas faixas espectrais de 4,5 a 7,5µ e acima de