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Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 1 ENQ0237 - MECÂNICA DOS FLUIDOS Cap. 2 - ESTÁTICA DOS FLUIDOS 2.1 Fluido Substância que se deforma continuamente sob a ação de uma tensão de cisalhamento, por menor que seja esta tensão. 2.2 Fluido estático O fluido é considerado estático se todas as partículas não tiverem movimento ou tiverem a mesma velocidade relativa constante em relação a um referencial de inércia. São considerados estáticos, os fluidos em repouso ou em movimento de corpo rígido. Não há tensão de cisalhamento, só atuam tensões normais - pressão. Tensões normais transmitidas por fluidos são importantes para: * calcular forças em objetos submersos; * desenvolver instrumentos para a medição de pressões; * deduzir sobre as propriedades das atmosferas e dos oceanos; * determinar forças desenvolvidas por sistemas hidráulicos, tais como prensas, freios de automóvel, etc. 2.3 Equação fundamental da estática dos fluidos Objetivo: determinar o campo de pressões em um fluido. Considerar um campo de fluido de massa dm e lados dx, dy e dz, estacionário em relação ao sistema de coordenadas retangulares mostrado. z Pz+dz Px Py Py+dy Px+dx y Pz x Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 2 Existem dois tipos de forças que podem atuar sobre o fluido: Forças de campo ou de corpo: são forças desenvolvidas sem o contato físico. Ex: gravitacional, magnética Forças de superfície ou de contato: incluem todas as forças que agem sobre a superfície do meio através do contato direto (pressão e cisalhamento). 2.3.1 Forças de campo ou de corpo Gravitacional dF g dm g dV g dx dy dzC . . . . . . . (1) onde: dFc = força de campo dm = elemento de massa dV = elemento de volume = dx.dy.dz = massa específica do fluido g = vetor gravidade 2.3.2 Forças de contato ou de superfície A pressão total que atua sobre o elemento é dada pela soma de pressões que atuam nas seis faces do elemento (vide figura). As forças de pressão são dadas pelo produto dos três itens abaixo: * magnitude da pressão; * área da face onde atua a pressão; * vetor unitário para indicar direção e sentido. direção x P p dy dz ix . . . (2) P p p x dx dydzix dx (3) direção y P p dx dz jy . . . (4) P p p y dy dxdzjy dy (5) Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 3 direção z P p dx dy kz . . . (6) P p p z dz dxdy kz dz . (7) Somando os termos dados nas equações de (2) a (7), obtêm-se a força de superfície resultante atuando sobre o elemento de volume. Cancelando os termos comuns com sinais opostos e reagrupando temos: dF p x i p y j p z k dxdydzs (8) o termo entre parênteses é o gradiente da Pressão ou P (operador vetorial) Como no fluido estático atuam somente as forças de campo (gravitacional) e de superfície (pressão), pode-se combinar as expressões (1) até (7) para obter a força resultante que atua sobre o elemento de fluido. dF = dFc +dFs = g.dx.dy.dz + (-grad P).dx.dy.dz (9) dF = (g - grad P).dxdydz (10) Se o fluido é estático, a somatória das forças atuantes sobre o corpo é zero. dF = a.dm = 0 Para a força ser igual a zero, um dos termos da igualdade abaixo também deve ser zero. dF = 0 = (g - grad P).dV Como o volume não pode ser zero, então: g - grad P = 0 Esta equação vetorial tem 3 componentes escalares que devem ser satisfeitos individualmente: p x gx 0 (11) p y g y 0 (12) p z g z 0 (13) É comum escolher um sistema de eixos coordenados de tal modo que o vetor g esteja alinhado com um dos eixos. Supondo g na direção z (mas em sentido contrário): gx = 0 gy = 0 Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 4 p x p y 0 p z g (14) Se o fluido é incompressível temos que é constante e considerando g é constante p - po = -g.(z-zo) p - po = g.(z0 -z) p = p – p 0 = g.h Equação fundamental da estática dos fluidos p = g.h + p0 2.4. Escalas para a medida de pressões As pressões podem ser expressas de duas formas: manométrica e absoluta. Quando a medida da pressão é expressa como sendo a diferença entre seu valor e o vácuo absoluto (ausência total de matéria), será chamada de pressão absoluta. Quando a medida da pressão é expressa como sendo a diferença entre seu valor e o valor da pressão atmosférica local é chamada de pressão efetiva ou pressão manométrica. 2.4.1. Pressão atmosférica ou pressão barométrica Um barômetro de mercúrio consiste de um tubo de vidro fechado numa extremidade e cheio de mercúrio; este tubo é invertido, de forma que a extremidade aberta fique submersa em mercúrio. O tubo de vidro possui uma escala, de forma que pode ser determinada a altura da coluna. O valor padrão da pressão barométrica é de 760 mm Hg (ao nível do mar e à temperatura de 15ºC). Aqui em Caxias do Sul, o valor da pressão atmosférica (que varia com a altitude e condições atmosféricas) fica em torno de 700 mm de Hg. Pressão de vapor de mercúrio (muito baixa a temperatura ambiente) P=0 h=760 mm Hg Hg 2.4.2. Pressão manométrica Os manômetros são instrumentos que medem a pressão de um ambiente qualquer (vasos, reatores, tubulações, equipamentos diversos) em relação à pressão atmosférica. Desta forma, eles só conseguem Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 5 medir pressões em relação à pressão atmosférica, isto é, o quanto esta pressão é maior ou menor que a pressão ambiente. Para determinação da pressão absoluta, é necessário um barômetro para determinar a pressão atmosférica. As pressões manométricas podem ser positivas ou negativas (vácuo). 2.4.3. Diagrama de pressões Se desejamos conhecer o valor uma pressão em escala absoluta, basta somar o valor da pressão manométrica com o valor da pressão atmosférica local (barométrica), desta forma obtém-se o nível de pressões que vai do vácuo absoluto até a pressão A medida. O mesmo pode-se fazer com a pressão B, lembrando apenas que pressões manométricas abaixo da atmosférica local, são vácuo ou pressões negativas. Pabs = Pman + Patm 2.5. Unidades de medida de pressão A pressão é expressa como força/área. No Sistema Internacional de Unidades, a pressão é expressa em N/m2 ou Pascal. A pressão padrão de 1 atm está expressa na tabela abaixo utilizando vários sistemas de unidades. 1 atmosfera 101325 N/m2 101325 Pa 10, 34 m H2O 760 mm Hg = 760 torr 14,696 psi 14,696 lbf/in 2 Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 6 2.6. Manometria Uma técnica padrão para a medição da pressão envolve a utilização de colunas de líquidos verticais ou inclinadas. Os dispositivos para a medida de pressão baseados nesta técnica são denominados manômetros. O barômetro de mercúrio é um exemplo deste tipo de manômetro mas existem muitas outras configurações que foram desenvolvidas em função da aplicação. Os três tipos usuais de manômetros são o tubo piezométrico, o manômetro em U e o com tubo inclinado 2.6.1. Tubo Piezométrico O tipo mais simples de manômetro consiste num tubo vertical aberto no topo e conectado ao recipiente no qual desejamos conhecer a pressão. A pressão no ponto A é dada por: 11ghpA Na equação fundamental da estática dos fluidos temos um termo p0 (pressão de referência). Neste caso, p0 foi desprezado ou igualado a zero, o que vai determinar que a pressão medida no ponto A seja uma pressão manométrica ou relativa. Se desejarmos a pressão em A com valor absoluto então: 011 pghpA Apesar do tubo piezométrico ser muito simples e preciso, ele apresenta muitas desvantagens. Ele é apropriado nos casos onde a pressão no recipiente é maior que a pressão atmosférica (se não ocorreria sucção do ar para o interior do recipiente) e não muito grande para que a altura da coluna seja razoável. Note que só é possível usar este dispositivo se o fluido do recipiente for líquido. 2.6.2. Manômetro de tubo em U Para superar alguns inconvenientes do tubo piezométrico, foi desenvolvido o tubo em U. O fluido que se encontra no tubo do manômetro é chamado de fluido manométrico. Para determinar a pressão pA em função das alturas das várias colunas aplicamos o Princípio de Pascal. Todos os pontos de um fluido em repouso que estão à mesma altura, estão submetidos à mesma pressão. Pelo princípio de Pascal, p2 = p3. Observe que não podemos dizer que p1 é igual à pressão na coluna ao lado, no ponto de mesma elevação, porque temos fluidos diferentes. Podemos então dizer: AA pghp 12 023 pghp m Igualando p2 e p3 e definindo p0 = patm = 0 Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 7 21 ghghp mAA Existe uma regra prática que nos permite calcular a pressão em um manômetro de colunas líquidas levando-se em conta que quando nos movemos para cima numa coluna líquida, a pressão cai e quando nos movemos para baixo a pressão sobe. Comece pela pressão numa extremidade qualquer do manômetro e vá somando todas as colunas ao descer e subtraindo todas as colunas ao subir, igualando à pressão da outra extremidade. Se o manômetro estiver com um dos ramos aberto para a atmosfera, podemos igualar esta pressão a zero, desta forma estaremos obtendo uma medida de pressão manométrica na outra extremidade; ou então igualar ao valor da pressão barométrica, neste caso estaremos obtendo uma medida da pressão absoluta. Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 8 O manômetro acima também é um manômetro diferencial, mas não tem nenhum ramo aberto para a atmosfera. Portanto não é possível determinar o valor da pressão A ou da pressão B, apenas a diferença entre ambas as pressões. Aplicando o princípio de Pascal, temos que p2 = p3. Apghp 112 Bpghghp 33223 Portanto, 113322 ghghghpp BA Utilizando a regra prática exposta acima, você certamente obterá a mesma expressão. 2.6.3. Manômetro de tubo inclinado São utilizados para medir pequenas variações de pressão. Uma perna do manômetro é inclinada de Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 9 um ângulo e a leitura l2 é medida ao longo do tubo inclinado. Nestas condições a diferença de pressão será: BA pghglghp 332211 sen Observe que a distância vertical entre os pontos 1 e 2 é l2sen. Assim, para ângulos relativamente pequenos, a leitura diferencial ao longo do tubo inclinado pode ser feita mesmo que o diferencial de pressão seja pequeno. O manômetro de tubo inclinado é sempre utilizado para medir pequenas diferenças de pressão em sistemas que contém gases. Nestes casos sen22glpp BA A equação é simplificada porque as contribuições das colunas de gases podem ser desprezadas Os manômetros de tubo inclinado e bulbo tem por objetivo facilitar a leitura da escala inclinada, permitindo fixar o zero na mesma. Desta forma, sabe-se que o valor de L precisa ser corrigido devido ao abaixamento do nível no bulbo. A equação que permite fazer esta correção leva em consideração o volume deslocado de um ramo para outro, relacionando os diâmetros de ambos os ramos. 2 sen D d gLP Observe que quanto menor a relação d/D, mais facilmente ela pode ser desprezada. Tubos de Bourdon: Para pressões mais elevadas recorre-se frequentemente a manômetros de tubo de Bourdon. O tubo de Bourdon é um tubo fechado na extremidade e enrolado. Quando a pressão é aplicada o tubo tende a desenrolar provocando o movimento de um mecanismo com ponteiro. Alguns exercícios e figuras do texto foram retirados das referências bibliográficas constantes no programa da disciplina 10