Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Prof. SERGIO DE OLIVEIRA SANTOS 1. Conhecer a estrutura da disciplina Inovação Tecnológica, o plano de ensino e o mapa conceitual. 2. Compreender o valor do conhecimento no mundo contemporâneo. 3. Diferenciar conhecimento tácito e explícito, identificando suas principais características. 4. Entender o processo de construção do conhecimento a partir da relação de conversão do conhecimento tácito em explícito e vice-versa. bem-vindo à disciplina de Inovação Tecnológica! A disciplina Inovação Tecnológica está relacionada, de forma transversal, a todas as disciplinas do curso, pois visa o desenvolvimento de competências e habilidades inovadoras e empreendedoras pelos estudantes. Nesta primeira aula vamos apresentar os principais tópicos que serão abordados na disciplina de Inovação Tecnológica e sua relevância na formação do profissional da área de Tecnologia da Informação. Iniciaremos também a apresentação do conceito de conhecimento, seu valor e seus processos de criação e transferência. Os conceitos abordados na disciplina de Inovação Tecnológica estão organizados e estruturados no plano de ensino. Como forma de apresentação, discussão e desenvolvimento de nosso plano de ensino, vamos orientar nossos encontros para a apresentação do contexto em que cada conceito está inserido, sua definição e aplicação na prática, através de exemplos e casos propostos nesse ambiente e também trazidos e compartilhados por você em nossos fóruns. Através do mapa conceitual da disciplina, apresentado de forma gráfica, você poderá visualizar os principais conceitos da disciplina e seu relacionamento. Acesse agora o mapa conceitual e perceba que o conhecimento é o principal conceito de nossa disciplina e a base para a inovação tecnológica. O conhecimento se apresenta em duas principais formas na sociedade - tácito e explícito – e vai sofrendo processos de conversão. A partir da conversão, o conhecimento é difundido na sociedade, em seus diferentes segmentos e, quando é desenvolvido/aplicado nas áreas de ciência, tecnologia e indústria, pode gerar inovação tecnológica e cultura empreendedora. O ciclo de criação/conversão/aplicação do conhecimento é contínuo e contribui fortemente para gerar nas organizações a cultura organizacional inovadora. Através dessa disciplina, você também vai compreender os processos de criação e transferência do conhecimento e de inovação na área de Tecnologia da Informação, bem como seu relacionamento com o setor produtivo, através da identificação das capacidades tecnológicas materiais e imateriais que devem ser construídas pelas empresas como principais diferenciais competitivos num cenário globalizado, a partir da articulação dos conceitos de ciência, tecnologia e inovação. Também, serão apresentados e discutidos modelos de mudança tecnológica, com análise do modelo linear, nas suas categorias science-push e market-pull, e dos modelos interativos. Fique tranquilo que você vai compreender todos esses conceitos e aplicá-los oportunamente. Através de atividades dinâmicas e práticas individuais e/ou cooperativas, você terá a oportunidade de despertar/desenvolver alguns componentes do comportamento empreendedor e inovador, com o emprego de métodos e técnicas específicos. As principais características e estratégias de empresas inovadoras serão apresentadas e discutidas, através de casos muito interessantes, para compreensão e construção da cultura organizacional fértil para a inovação. Agora que você já tem uma visão geral dos principais assuntos abordados na disciplina, vamos iniciar nossa disciplina entendendo melhor o que é conhecimento, seu valor e seu processo de criação. Valor do conhecimento Uma questão recorrente na sociedade contemporânea é o grande valor do conhecimento e como transformá-lo em ativo ou riqueza, considerado um desafio estratégico para países, corporações e empresas na economia global em que vivemos. Segundo ranking anual elaborado pela National Science Indicators (NSI), os países que mais produziram conhecimento em 2008 foram: O Brasil está em 13º lugar, e um fator importante para o crescimento no desempenho científico brasileiro é o apoio das agências de fomento à pesquisa e à formação de recursos humanos por meio da concessão de bolsas de estudo e auxílios à pesquisa. Atualmente, o poder econômico e de produção de uma empresa estão mais diretamente relacionados à capacidade de criar e transferir conhecimento do que aos seus ativos tangíveis, como instalações, equipamentos etc. Os ativos intangíveis advindos desse processo, como criatividade e inovação, são a chave para o sucesso e a longevidade das empresas num cenário extremamente competitivo. Se pensarmos de forma mais aprofundada, perceberemos que o conhecimento sempre foi o ativo mais importante de uma organização, entretanto, somente há pouco tempo as instituições tornaram-se conscientes do valor desse recurso para seu desenvolvimento e sustentabilidade no mercado, passando a ter foco nos processos de criação, aquisição, transferência, difusão, apropriação e, consequentemente, gestão do conhecimento. Exemplo de utilização do conhecimento Se pensarmos de forma mais aprofundada, perceberemos que o conhecimento sempre foi o ativo mais importante de uma organização, entretanto, somente há pouco tempo as instituições tornaram-se conscientes do valor desse Uma empresa que nos serve como exemplo de utilização do conhecimento como ativo é a Google, que através da criatividade e da inovação já nasceu com diferenciais competitivos e é líder mundial em seu segmento. “No Google, um dos pensamentos compartilhados pela liderança é “Erre rapidamente – assim você pode tentar outra coisa novamente”. Com essa estratégia centenas de produtos são desenvolvidos e lançados, criando um ciclo incomparável de lançamento de novos produtos. Enquanto nem todos os produtos se tornam sucessos comerciais, outros tantos conquistam milhões de usuários pelo mundo. Além de seus poderosos sistemas de busca e de propaganda online, o Google vem investindo em campos complementares como sistemas de medição de produtividade online, redes sociais, mecanismos de blogging e tantos outros serviços de informação.” para seu desenvolvimento e sustentabilidade no mercado, passando a ter foco nos processos de criação, aquisição, transferência, difusão, apropriação e, consequentemente, gestão do conhecimento. Criação e conversão do conhecimento Para compreender o processo de criação do conhecimento é importante a utilização de categorias para os diferentes tipos de conhecimento. Vamos trabalhar inicialmente com as categorias de conhecimento tácito e conhecimento explícito (Nonaka & Takeuchi. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997). Segundo Nonaka & Takeuchi: “O conhecimento tácito é aquele disponível com pessoas e que não se encontra formalizado em meios concretos”. “O conhecimento explícito é aquele que pode ser armazenado, por exemplo, em documentos, manuais, bancos de dados ou em outras mídias”. O quadro seguinte sintetiza as principais diferenças entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito: Conhecimento tácito, O grande desafio das empresas é transformar o conhecimento tácito de seus colaboradores em conhecimento explícito, identificado onde e como está armazenado o conhecimento, com todos os seus atributos, e como recuperá-lo. Conhecimento explícito, A criação de um novo conhecimento numa organização está relacionada a um processo de interação dinâmica e cooperativa entre seus colaboradores, que implica em aprendizado, constituindo-se num processo coletivo e não meramente individual, podendo levar a uma formação organizacional, regional, nacional ou global(redes de cooperação e construção de conhecimento). Modos de conversão do conhecimento Nonaka & Takeuchi identificaram quatro modos de conversão entre conhecimento tácito e explícito: externalização, internalização, combinação e socialização. Através desses quatro modos de conversão, é possível transformar o aprendizado individual em coletivo, possibilitando a realização de tarefas que dificilmente poderiam ser realizadas individualmente. O processo de conversão do conhecimento é a base para criação e gestão do conhecimento e os Sistemas de Informação é que vão proporcionar meios adequados para suportar esses quatro modos. Um exemplo de sucesso na criação do conhecimento são as empresas japonesas que usaram esses modos de conversão, transformando conhecimento tácito em conhecimento explícito, permitindo o compartilhamento do conhecimento. O quadro seguinte permite uma melhor visualização e compreensão da interação e conversão desses conhecimentos: Socialização Processo de compartilhamento de experiências, permitindo a interação entre conhecimentos tácitos. Dessa forma, o conhecimento pode ser adquirido de outra pessoa através da observação, imitação ou prática, mesmo sem usar alguma linguagem. Os aprendizes trabalham com seus mestres e aprendem sua arte não através da linguagem, mas sim através da observação, imitação e prática. Exemplo: Aprendizado de um estagiário na interação com seu orientador numa empresa. Externalização Transformação ou articulação do conhecimento tácito em explícito, com migração do cérebro humano para documentos e mídias diversas, por meio de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos. A metáfora é uma forma de perceber ou entender intuitivamente uma coisa imaginando outra coisa simbolicamente. A externalização é considerada a chave para a criação do conhecimento, pois cria conceitos novos e explícitos a partir do conhecimento tácito. Esse modo é visto no processo de criação de um conceito e, normalmente, é provocado pelo diálogo ou pela reflexão coletiva. Exemplo: Quando ouvimos ou lemos uma metáfora percebemos ou entendemos intuitivamente algo, imaginando outra coisa simbolicamente. Internalização Processo inverso ao da externalização, de migração do conhecimento explícito para o cérebro humano, através de diversas metodologias e atividades de aprendizagem. É a incorporação do conhecimento explícito ao conhecimento tácito e está intimamente relacionada ao “aprender fazendo”. Exemplo: A leitura de manuais e documentação auxilia o indivíduo a internalizar conhecimento explícito, transformando-o em tácito. Combinação Processo de interação entre conhecimentos explícitos para geração de novos conhecimentos. É a sistematização de conceitos por meio da combinação de conjuntos diferentes de conhecimentos explícitos. Os indivíduos trocam e combinam conhecimentos através de meios como documentos, reuniões, conversas ao telefone ou redes de comunicação computadorizadas. A reconfiguração das informações existentes através da classificação, do acréscimo, da combinação e da categorização do conhecimento explícito (como realizado em bancos de dados de computadores) pode levar a novos conhecimentos. Exemplo: A criação de conhecimento através da educação (escola, universidade) ou do treinamento formal. 1. Qual das alternativas abaixo não corresponde ao Conhecimento Explícito? 1) Envolve conhecimento dos fatos; 2) É adquirido principalmente pela informação; 3) Quase sempre pela educação formal; 4) Formado dentro de um contexto social e individual; 5) Está documentado em livros, manuais, bases de dados, etc; 4 2. A criação de um novo conhecimento numa instituição ou empresa está relacionada a um processo de: 1) interação dinâmica e cooperativa entre seus colaboradores 2) distribuição do conhecimento explícito de forma segmentada entre os departamentos 3) mera reprodução do conhecimento explícito 4) doutrinação de seus colaboradores 1 3. Leia as característica abaixo e marque a alternativa correta quando (T) se tratar de conhecimento tácito e (E) quando se tratar de conhecimento explícito: ( ) É informal e não sistemático. ( ) É aquele que sofreu um processo de migração do cérebro humano. ( ) Pode ser armazenado, comunicado e transmitido por meio de diferentes mídias. ( ) Não está codificado em documentos escritos. 1) E,T,T,E 2) T,E,E,T 3) E,E,T,T 4) T,E,E,T 5) T,T,E,E 4 4. Correlacione corretamente os modos de conversão do conhecimento aos exemplos: 1) socialização 2) externalização 3) internalização 4) combinação A apropriação por cientistas da fórmula E=MC2 e incorporação deste conceito aos seus conhecimentos tácitos para a construção da bomba atômica. A fórmula matemática E=MC2 escrita por Albert Eisntein para formalizar o conceito de que qualquer massa possui uma energia associada e vice-versa, usada para explicar a estrutura do átomo e o funcionamento das estrelas. Ao ler ou ouvir o caso de sucesso da Google podemos sentir o realismo e a essência da história, transformando essa experiência num modelo mental tácito. O conhecimento adquirido por uma criança sobre como utilizar um aparelho celular ao observar seu pai fazendo uma ligação. 4231 Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Conhecer as condições que promovem a criação da espiral do conhecimento numa organização. 2. Identificar as fases do processo de criação do conhecimento e suas características. 3. Conhecer o processo de transferência do conhecimento e a busca pela inovação a partir das relações Universidade-Empresa. Introdução A sociedade atual se caracteriza pela velocidade em que ocorrem mudanças no ambiente, ocasionadas pela globalização e pelo fácil acesso a informação, o que proporciona a geração contínua de novos conhecimentos. As organizações dessa nova sociedade devem estar preparadas para estas mudanças para que se mantenham competitivas e possam se perpetuar no mercado. Para isto, torna-se fundamental para estas organizações lapidar a informação que recebe transformando-a em conhecimento, para que, através do compartilhamento deste conhecimento seja possível alcançar originalidade, maior vantagem competitiva e inovação produtiva. Como o conhecimento é gerado pelas pessoas, as organizações estão buscando propiciar aos colaboradores novas formas de crescimento profissional e pessoal, de modo a atrair, desenvolver e reter o capital intelectual que agregue valor a organização. Desta forma, propiciam o surgimento de novas idéias e soluções, aumentando o grau de competitividade organizacional. Desta forma, é imprescindível que conheça as condições que promovem a criação do conhecimento numa organização, identificando as fases desse processo e suas características. Então, é fundamental que seus colaboadores conheçam as condições que promovem a criação do conhecimento numa organização, identificando as fases desse processo e suas características de conhecimento. Nesta aula abordaremos esses tópicos, com alguns exemplos. A Espiral do Conhecimento Agora que você já conhece a diferença entre conhecimento tácito e explícito e seus modos de conversão, pode compreender melhor o processo de criação do conhecimento, composto por fases e promovido em determinadas condições num tempo definido, como se fosse uma espiral – a espiral do conhecimento. O conceito de espiral do conhecimento foi amplamente divulgado no início da década de 90, pois explicava e demonstrava de forma prática como as empresas podem desenvolver o fluxo do conhecimento entre as pessoas, parceiros e o mercado. Uma espiral cresce contínua e evolutivamente, assim também acontece com o conhecimento que vai se desenvolvendo em espiral quando se acrescenta mais um passo a cada ciclo. Pode-se perceber de forma mais clara o fluxo da espiral do conhecimento através da seguinte figura, proposta por Nonaka & Takeuchi: Assim, “o conhecimento vai sendo construído passo a passo, garantindo a coerência com o que já se sabe, organizando os conceitos apreendidos, relacionando com fatos e situações reais. (CARVALHO, A. S. L. de. Transferindo Conhecimento Tácito: uma abordagem construtivista). A aplicação desse conceito traz para as empresas inúmeros benefícios em termos de produtividade, resultados e competitividade. São exemplos dessas empresas: Abordagem Oriental x Ocidental Segundo Nonaka e Takeuchi, existem diferenças básicas entre o pensamento japonês e o ocidental sobre o conhecimento. Essas diferenças residiriam no fato do pensamento ocidental ter uma compreensão estreita do que seja conhecimento, consequentemente, também dos meios para a sua exploração, e de não ter se desvencilhado do dualismo cartesiano (dois princípios ou duas substâncias ou duas realidades opostas e inconciliáveis, irredutíveis entre si e incapazes de uma síntese final ou de recíproca subordinação) impregnado no pensamento ocidental. Para os japoneses, o conhecimento vai além dos dados quantificáveis e das informações codificadas, e o dualismo estaria presente em separações, tais como tácito e explícito, corpo e mente, individual e organizacional, burocracia e força-tarefa, racionalismo e empirismo, planejamento e implementação, entre outros. A proposta principal do trabalho desses autores foi formular uma nova teoria sobre a criação de conhecimento no âmbito organizacional. Para isso, eles investigaram três dimensões do tema: ontológica, epistemológica e temporal. Investigaram também as condições necessárias para a sua criação e exploração. Dimensões do conhecimento Dimensão ontológica Está fundamentada no ser e na construção do conhecimento pelo indivíduo, independente do modo pelo qual se manifesta. Dimensão epistemológica Está fundamentada no conhecimento, na distinção entre o conhecimento tácito e o explícito. Essa teoria estudou a interação entre o conhecimento tácito e o explícito, identificando quatro modos de conversão. Dimensão temporal Quando as interações na dimensão ontológica e epistemológica se sobrepõem ao longo do tempo (terceira dimensão desta teoria), é formada a espiral do conhecimento, que representa a dinâmica do processo de criação do conhecimento. No contexto organizacional, o relevante é que o conhecimento seja difundido, ultrapassando o nível individual para o grupal, do grupal para o organizacional e, de acordo com o caso, do organizacional para o interorganizacional. Quando esse evento é dinâmico e acontece permanentemente, cria-se um clima fértil para a cultura organizacional inovadora. As condições que promovem a criação da espiral do conhecimento Uma empresa ou organização, para desenvolvimento do processo de criação do conhecimento, precisa estabelecer condições básicas para desenvolvimento da espiral, oportunizando situações e ferramentas que facilitem as atividades cooperativas para criação e acúmulo de conhecimento em nível também individual. Um caso real muito interessante sobre a criação da espiral do conhecimento é o da IBM, que teve uma crise no final da década de 90 relacionada à condição de flutuação. Leia, a seguir, um trecho da entrevista com Ricardo Peregrini, presidente da IBM, que cita a crise e sua principal causa. “Estou completando 22 anos de IBM, entrei no fim da década de 1980, em 87, e logo depois, por uma arrogância muito grande, a IBM perdeu o contato com o mercado e baseou seus produtos em achar que aquilo que inventava os clientes teriam de consumir. Isto nos levou a uma situação muito séria, porque, quando você se distancia e para de ouvir, começar a gerar algo que o cliente não vai comprar e ele acaba comprando de quem estiver ouvindo. Na década de 90, tivemos prejuízos enormes, paramos de vender e tivemos de reestruturar a empresa. Vivi isto e transmito para todo o time. Estamos com foco muito grande em não voltar a deixar que a arrogância tome conta mesmo em momentos de sucesso, porque normalmente, quando começa a ter sucesso, você para de ouvir e acha que sabe tudo. É muito sutil: uma coisa é ter orgulho do que a companhia está fazendo, mas do orgulho para arrogância é uma linha muito tênue.” A flutuação pode ser provocada por novas regulamentações no setor, concorrentes, mudanças no perfil do cliente, avanços tecnológicos, entre outros fatores externos à organização. Nesse caso da IBM, a empresa não estava em estado de flutuação e não percebeu a mudança nas necessidades dos clientes e a concorrência de empresas emergentes no mercado. A IBM entrou em crise, enfrentando uma situação de caos. Fases do processo de criação do conhecimento Agora que você já compreendeu o conceito de espiral do conhecimento e as condições necessárias para sua criação, vamos verificar que o processo de criação do conhecimento está relacionado à dimensão tempo num modelo integrado de cinco fases. Quando o conhecimento se torna tangível ou assume a forma de arquétipo (modelo ou protótipo), inicia-se um novo ciclo de criação do conhecimento que se expande horizontal e verticalmente na organização, num ciclo virtuoso de difusão do conhecimento, que pode estabelecer-se somente na organização ou ser difundido para outras empresas por meio da interação dinâmica, como empresas associadas ou afiliadas, clientes, fornecedores, concorrentes e outras organizações externas. Então, pode ser iniciado um processo de transferência de conhecimento e busca da inovação. A transferência de conhecimento Para que o conhecimento esteja em constante processo de difusão, é necessário que seja transferido do local onde foi criado para outras organizações que continuem a desenvolvê-lo continuamente e o apliquem de forma a gerar inovação. Existem alguns fatores que inibem esse processo de transferência, denominados atritos. O processo de transferência do conhecimento, segundo Bonaccorsi e Piccaluga (1994), possui quatro dimensões: Na atual sociedade do conhecimento, é fundamental a troca e produção deste conhecimento para que as organizações permaneçam competitivas em seus segmentos. Para facilitar esta produção de conhecimento, torna-se fundamental as parcerias e cooperações entre estas organizações e as Universidades que, com seus centros de pesquisas, geram conhecimento científico e tecnológico assimilável pelo setor empresarial. Agora que você já leu o material didático e compreendeu as formas de relação entre universidade X empresa para geração de um ciclo virtuoso de inovação, poderá identificar seus benefícios para a universidade e para a empresa: Universidade: • Estímulo e melhoria de ensino, pesquisa e extensão. • Novos problemas e desafios. • Atualização dos currículos. • Novas experiências para os alunos. • Oportunidades de financiamento: bolsas, insumos, equipamentos, infraestrutura etc. • Disseminação e avanço do conhecimento. Empresa: • Acesso à tecnologia de ponta. • Estímulo à inovação. • Identificação e desenvolvimento de talentos. • Redução de risco e custo em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). • Maior competitividade e sustentação financeira. 1. Marque com um (x) o fluxo que descreve adequadamente o processo de criação do conhecimento: 1) criação de conceitos/ compartilhamento do conhecimento tácito/ justificação de conceitos/construção de um arquétipo/ difusão interativa do conhecimento 2) compartilhamento do conhecimento tácito/criação de conceitos/justificação de conceitos / difusão interativa do conhecimento/construção de um arquétipo 3) compartilhamento do conhecimento tácito/criação de conceitos/justificação de conceitos/construção de um arquétipo/ difusão interativa do conhecimento 4) construção de um arquétipo/ difusão interativa do conhecimento /criação de conceito compartilhamento do conhecimento tácitos/justificação de conceitos 3 2. O processo de criação do conhecimento possui três dimensões: ontológica, epistemológica e temporal. Relacione cada dimensão à sua característica principal: 1) dimensão ontológica 2) dimensão epistemológica 3) dimensão temporal Está fundamentada no conhecimento, na distinção entre o conhecimento tácito e o explícito. Está fundamentada no ser e na construção do conhecimento pelo indivíduo, independente do modo pelo qual se manifesta. Quando as interações na dimensão ontológica e epistemológica se sobrepõem ao longo do tempo, dando origem a espiral do conhecimento. 213 3. Marque a alternativa abaixo que apresenta somente atritos que ocorrem no processo de transferência de conhecimento entre universidade e empresa: 1) compartilhamento de conhecimento tácito, criação de conceitos, justificação de conceitos, construção de um arquétipo, difusão interativa do conhecimento 2) apropriação, implicitabilidade e universalidade do conhecimento 3) construir relacionamentos e confiança, criar tempo e locais para transferência de conhecimento, educar funcionários para flexibilidade 4) falta de confiança mútua, diferenças culturais, intolerância com erros ou necessidade de ajuda 4 4. Relacione cada condição necessária ao desenvolvimento da espiral do conhecimento à sua definição: 1) intenção 2) autonomia 3) flutuação e caos criativo 4) redundância 5) variedade de requisitos 4 Caracteriza-se pela existência de informações que superem as exigências operacionais imediatas dos membros da organização. Nas organizações, refere-se ao compartilhamento e à superposição intencional de informações sobre a empresa e seu conhecimento, de forma que uma área ultrapasse ou se superponha as fronteiras de outra, possibilitando visões em diferentes perspectivas sobre um mesmo conhecimento e sua socialização, o compartilhamento de modelos mentais e um clima de ambientação entre os colaboradores. 2 Está diretamente relacionada ao nível individual de todos os membros de uma organização para que possam agir de forma autônoma de acordo com as circunstâncias. Sua existência propicia um ambiente que estimula e valoriza a atitude autônoma, a empresa facilita a introdução de inovação e de oportunidades inesperadas, bem como estimula nas pessoas a automotivação para construção do conhecimento. 3 Estimulam a interação entre organizações e o ambiente externo. É quando a organização assume uma postura aberta em relação aos fatores e variáveis externas, permitindo a percepção das ambigüidades, das redundâncias e ruídos de ordem externa, alimentando e retroalimentando o conhecimento da empresa. 5 Para que possam enfrentar diferentes situações e desafios é necessário que os membros de uma organização possuam essa condição, combinando diferentes informações sobre a empresa, seu ambiente interno e externo, de forma rápida e flexível. Para promover efetivamente essa condição é fundamental que a organização garanta o acesso de todos ao conhecimento disponível e construído pela empresa e a mais ampla gama de informações que lhe sejam necessárias, sem enfrentar obstáculos e com um percurso com o menor número possível de etapas. 1 Pode ser caracterizada como a aspiração de uma organização para alcançar missão, visão e metas e está diretamente relacionada à estratégia da empresa para criação do conhecimento. Sua relevância é direcionar os esforços para aquisição, criação, acúmulo, difusão e utilização do conhecimento, servindo de critério para avaliação do valor da informação ou do conhecimento criado por seus colaboradores. 42351 Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Compreender o conceito de inovação tecnológica, através da análise de um caso real. 2. Entender a relação entre a inovação e a sobrevivência das organizações na sociedade contemporânea. 3. Identificar as “personas” envolvidas no processo de inovação e seu papel na cadeia de produção de uma inovação. 4. Relacionar a dinâmica da inovação tecnológica ao processo de criação e difusão do conhecimento. Introdução Na sociedade contemporânea, baseada na informação e no conhecimento, o processo de inovação é fundamental para sobrevivência das organizações. Esse processo gera novos bens, produtos, processos e até novas empresas. Quando o resultado gerado pelo processo de inovação constitui-se numa tecnologia que atende às necessidades dos seres humanos temos, então, a inovação tecnológica. Os profissionais da área de Tecnologia da Informação, por exemplo, são atores fundamentais no desenvolvimento da inovação tecnológica, necessitando compreender plenamente esse processo para que possa ser protagonista nas organizações, atuando de forma criativa na solução de problemas e no desenvolvimento de soluções inovadoras. Google – Um caso de sucesso em inovação tecnológica Para sua melhor compreensão, vamos tratar o conceito de inovação tecnológica utilizando um caso de grande sucesso na área de Tecnologia da Informação, que é o da empresa Google. No início dos anos 2000 os americanos Larry Page e Sergey Brin resolveram fazer um download da internet, de forma a baixar todas as informações disponíveis na web sobre um determinado assunto. Perceberam que não havia uma boa ferramenta que possibilitasse fazer uma busca completa, trazendo todas as informações possíveis sobre aquele assunto, de forma rápida. Surgia, então, uma grande ideia inovadora, que foi transformada em oportunidade com a contratação do iraniano Omid Kordestani para transformá-la num negócio rentável. Larry e Sergey formaram um pequeno grupo que passou a trabalhar numa sala próxima à Universidade de Stanford, nos EUA. Partindo de um investimento muito baixo, Kordestani criou os “links patrocinados” e assim mobilizou os recursos iniciais para tornar o Google uma empresa valiosa e líder no mercado em apenas nove anos de existência. O valor estimado da Google, atualmente, ultrapassa o de empresas como Coca-cola e Boeing. Criando uma máquina de busca poderosa, que trazia resultados inigualáveis aos de outros existentes no mercado, o site da Google estabeleceu-se como líder no mercado de buscas na internet. Esse mercado não existia dessa forma, com links patrocinados e totalmente grátis aos usuários. A Google apresentou, através da inovação, um grande diferencial e tornou-se um paradigma de busca na Web. Empresas gigantes na época, como Microsoft e Yahoo, tentaram de todas as formas conquistar esse mercado e superar a Google, sem sucesso. Conceitos sobre inovação tecnológica E não é apenas no caso da empresa Google que a inovação foi o grande diferencial. Atualmente, a inovação é considerada ferramenta básica em quase todos os setores e segmentos de mercado para a sustentabilidade das organizações em nossa sociedade globalizada, baseada na informação e no conhecimento. É importante esclarecermos que o termo Inovação Tecnológica é utilizado de maneira ampla, mas, para nossos estudos, vamos no ater ao conceito de inovação tecnológica. uando dizemos que a inovação é compreendida como a criação de um produto ou processo novo, podemos estar nos referindo apenas à substituição de um material já existente em um produto ou um melhor meio de comercializar, distribuir ou fornecer um produto ou serviço. Além desta classificação de inovação quanto ao objeto (produto ou processo), podemos classificar a inovação levando em conta o impacto que esta inovação provoca: • Incremental: Quando se incorpora alguma característica nova. Os celulares com novas funções e design mais moderno. • Radical: Quando se muda drasticamente o produto/serviço, provocando sua substituição. O DVD, que substituiu o videocassete. No caso da Google, por exemplo, havia uma grande necessidade humana de realizar buscas mais eficazes nos bilhões de sites disponíveis na Internet. Percebendo essa necessidade humana, foi desenvolvido um produto: um motor de busca global, baseado num programa de computador, que pesquisa todos os documentos na rede e apresenta resultados de forma aleatória, baseados no ranking de acessos aos sites encontrados. Essa tecnologia atendeu as necessidades humanas com grande sucesso e excelente desempenho. Gerou um produto - Motor de busca; Gerou um bem - Uma nova empresa; Gerou um novo processo - Pesquisas aleatórias baseadas em um ranking de acessos; Gerou um novo mercado - Metabusca na internet. Fontes de inovação e dinâmica da Inovação Tecnológica Pode-se perceber que o caso do Google não foi uma inovação simples e despendeu pesquisa e desenvolvimento dessa nova ferramenta de busca, que revolucionou os sistemas de busca na Internet. Portanto, trata-se de uma inovação de valor, que agrega alguns outros conceitos: Atendimento de necessidades não satisfeitas de forma inovadora; Criação de uma grande demanda, suficiente para a abertura de um novo mercado; Viabilidade financeira da inovação. O Google é uma inovação tecnológica tão relevante para a sociedade que se tornou um fenômeno cultural, tendo seu nome incluído no dicionário da língua inglesa como um verbete sinônimo de buscas na internet. Atualmente, tornou-se um verbo frequentemente utilizado em vários países. E para manter-se no mercado a Google não parou por aí! Seu processo de inovação é contínuo, incorporando ou desenvolvendo constantemente novos recursos, como: busca avançada, busca por imagens, notícias atualizadas, busca de livros raros, visualização de mapas por satélite, site de relacionamento (rede social), entre outros. Personas importantes no processo de inovação tecnológica Para que uma inovação aconteça é preciso que existam pessoas que façam com que ela aconteça. Estas pessoas, consideradas inovadoras, destacam-se por serem criativas e cheias de energia, prontas para criar, experimentar, inspirar e construir a partir de novas ideias. Quando agrupamos pessoas inovadoras de acordo com suas características específicas podemos utilizar o termo “personas”, que representa certas personagens que devem fazer parte da estrutura de cada um dos inovadores. Tom Kelley apresenta em seu livro 10 Personas importantes no processo de inovação tecnológica, divididas em 3 classes: Personas que aprendem Movidas por ideias de que, por maior que seja o sucesso da empresa hoje, ninguém pode dar-se ao luxo de ser complacente. 1 - Antropólogo: traz novas idéias e perspectivas para a organização, observando o comportamento humano e compreensão das interações físicas e emocionais entre as pessoas e serviços. 2 - Experimentador: testa novas ideias continuamente, aprendendo mediante um processo esclarecido de tentativa e erro. O experimentador assume riscos calculados para alcançar o suceso, mantendo-se em estado constante de “experimentação e implementação”. 3 - Polinizador: explora outros setores e culturas, para em seguida adaptar as descobertas e as revelações daí decorrentes às necessidades únicas do próprio empreendimento. Personas que organizam Sabem como impulsionar ideias, compreendem que as ideias competem por tempo, atenção e recursos. 4 - Saltador de obstáculos: sabe que o caminho para a inovação está repleto de dificuldades e desenvolve um jeito todo especial para transpor essas barreiras ou para atuar com mais inteligência que os adversários. 5 - Colaborador: ajuda a reunir grupos ecléticos e, em geral, atua como líder no meio do pacote, para criar novas combinações e soluções multidisciplinares. 6 – Diretor: não só é capaz de compor grupos e equipes talentosas, mas também ajuda a produzir centelhas criativas. Personas de construção Aplicam os insights gerados pelos papéis de aprendizado e canalizam a capacitação produzida pelos papéis de organização para realizar a inovação. 7 - Arquiteto de experiências: Projeta experiências que vão além da mera funcionalidade e se conecta em um nível profundo com as necessidades expressas ou latentes dos clientes. 8 - Cenógrafo: Cria um palco no qual os membros da equipe possam trabalhar, transformando o ambiente físico em uma ferramenta poderosa para influenciar o comportamento e atitudes. 9 - Cuidador: Constrói uma metáfora de um profissional de saúde para cuidar do usuário que vai além de um simples serviço. Um bom cuidador se antecipa às necessidades dos clientes e está disposto a cuidar deles. 10 - Contador de Histórias: Constrói tanto a moral interna e externa através de histórias convincentes que transmitem um valor humano fundamental ou reforçam traços culturais específicos. O desenvolvimento de uma inovação tecnológica não implica diretamente na obtenção de produtos ou processos radicalmente novos. Geralmente se dá através de um processo incremental, interativo ou de aprimoramento sobre outros bens, produtos ou processos já existentes. Em um mercado competitivo a tecnologia e as inovações se traduzem na contínua invenção e reinvenção de bens, produtos e serviços. O conhecimento e inovação tecnológica Podemos afirmar que a economia da atual sociedade do conhecimento demanda um trabalhador capaz de pensar, raciocinar, decidir e, principalmente, compartilhar conhecimento. Conhecimento este que é uma condição imprescindível para que a inovação tecnológica ocorra. Para que o processo de inovação aconteça é essencial a participação de diversos agentes, de modo interativo, que contribuem com seus conhecimentos na busca por soluções para problemas tecnológicos. Na aula 2 discutimos os processos de criação e transferência do conhecimento, essenciais para o processo de inovação, pois colaboram para a aprendizagem e o desenvolvimento desta capacitação científica e tecnológica. Através da espiral do conhecimento, uma organização pode fomentar a inovação em seu ambiente organizacional e expandir esse conhecimento com geração de inovações tecnológicas e mais conhecimento. Ressalta-se o valor das instituições de pesquisa e universidades, que fornecem a base do desenvolvimento científico e tecnológico para a geração de conhecimentos e capacitação de pessoas, bem como os projetos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) realizados por diversas empresas, algumas vezes em parceria com universidades. A difusão do conhecimento e da tecnologia é parte central da inovação. Sem a difusão uma inovação não teria impacto no sistema econômico e, isoladamente, não provocaria mudanças no ambiente e não geraria novos conhecimentos. Agora que você compreendeu um pouco mais sobre dinâmica da inovação tecnológica e sua relação com o processo de geração de conhecimento, vamos destacar alguns itens importantes na interação entre as Universidades e as Empresas na busca deste conhecimento para a inovação. Interação universidade – empresa A interação entre universidades e empresas é um fator importante no processo da inovação, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico dos países, tendo a universidade como geradora do conhecimento e a empresa desempenhando o papel de tradutora das ideias geradas em algo novo e lançar no mercado esses novos produtos e processos. Do lado das universidades: 1- Possibilidade de captar recursos públicos e privados para a pesquisa universitária e para a capacitação dos laboratórios, além da expectativa de que os produtos e processos desenvolvidos sejam utilizados pelo setor privado, em função do maior potencial de aplicação de seus resultados na produção; 2- Interesse da comunidade acadêmica em legitimar seu trabalho junto à sociedade que é, em grande medida, a responsável pela manutenção das instituições universitárias; 3- Interesse de desenvolver pesquisas em novas áreas, que resultem em produtos e processos de alto valor tecnológico. Do lado das empresas: 1- Base de conhecimento e infraestrutura de laboratórios disponível nas universidades e institutos de pesquisa; 2- Custo crescente da pesquisa relacionada ao desenvolvimento de produtos e serviços necessários para assegurar posições vantajosas num mercado cada vez mais competitivo; 3- Necessidade de compartilhar o risco e o custo das pesquisas pré-competitivas com outras instituições que dispõem de suporte financeiro governamental; 4- Necessidade de acelerar o processo de pesquisa, em decorrência do elevado ritmo de introdução de inovações no setor produtivo e da redução do intervalo de tempo que decorre entre a obtenção dos resultados de pesquisa e sua aplicação. 1. Na sociedade contemporânea a inovação constitui-se: 1) apenas numa ferramenta gerencial básica 2) somente numa ferramenta para desenvolvimento de novos produtos 3) num instrumento de transformação de culturas organizacionais inteiras 4) numa ferramenta suficiente para manutenção de boas margens de lucro 3 2. Para se constituir numa inovação tecnológica o bem, produto, processo ou empresa desenvolvido necessita: 1) ser inédito no mercado 2) ser gerado por uma equipe de especialistas em tecnologia 3) passar por um processo incremental 4) desenvolver tecnologia que atenda às necessidades ou anseios humanos, incorporando às atividades humanas 4 3. Marque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas: Verdadeiro 1) As organizações que pretendem manter-se competitivas e ter longevidade no mercado na sociedade contemporânea devem desenvolver uma cultura de inovação contínua. Verdadeiro 2) O fluxo contínuo de geração e difusão do conhecimento é uma condição básica para geração da inovação tecnológica. Falso 3) Um projeto de inovação, implantado em qualquer momento na empresa, é capaz de desencadear movimentos em toda a organização e deflagrar a cultura de inovação. Falso 4) Cada pessoa pode assumir somente o papel de uma “persona” na organização. v, v, f, f 4. Correlacione corretamente cada dimensão do processo de transferência do conhecimento as suas características: 1) Envolve a magnitude do projeto, o ciclo de vida do projeto e o tempo necessário para a propagação do conhecimento dentro da organização. 2) É a possibilidade de utilizar o conhecimento de forma proveitosa, em diferentes áreas, por vezes muito distantes do lugar de origem. 3) Dimensão na qual a transferência do conhecimento requer relações duradouras e estruturadas entre organizações para acomodar cada processo. 4) É uma dimensão crucial nas atividades de inovação e nos processos de transferência de conhecimentos, sendo o meio pelo qual a empresa pode se proteger de imitações e se apropriar dos benefícios dessa inovação. apropriação do conhecimento implicitabilidade do conhecimento tempo despendido no processo universalidade do conhecimento 4312 Aula 04 1. Identificar oportunidades para inovação, diferenciando os conceitos de criatividade x inovação e descoberta x invenção x inovação x difusão. 2. Compreender os modelos de mudança tecnológica, diferenciando os modelos lineares dos interativos. 3. Entender o processo de construção das capacidades tecnológicas numa organização por meio do conhecimento de cada estratégia tecnológica e as formas de acesso à tecnologia. A Sociedade do Conhecimento traz como uma de suas características a rapidez com que as mudanças ocorrem. Neste cenário, para permanecerem competitivas, as empresas buscam continuamente o aprimoramento de seus produtos e processos. Assim, a busca por maior qualidade, eficiência e um maior retorno do capital investido se tornam prioridades, intensificando a dinâmica de difusão e absorção da inovação tecnológica. Verificamos então que as premissas e condições a serem observadas no processo de inovação tecnológica são: necessidade, capacidade de converter o conhecimento científico em prática, recursos financeiros, iniciativa e prática empreendedora. Para estimular a inovação em uma organização é imprescindível que a cultura e o clima organizacional sejam favoráveis à busca pela inovação e à manifestação criativa. É preciso criar nas organizações um ambiente propício à criação de ideias e estimular a inovação. Nesta aula vamos compreender os aspectos que envolvem a criação de um ambiente inovador. O Processo de Inovação Tecnológica A necessidade de inovação na atual economia é entendida e compreendida por todos, tornando o comportamento inovador um de seus principais diferenciais. Os avanços tecnológicos, a crescente competição e a globalização resultam em novas oportunidades e ameaças e exigem que as empresas desenvolvam cada vez mais sua capacidade de inovação. Para falar de inovação é necessário entender o processo em que ela ocorre desde sua origem até sua aceitação pela sociedade. A inovação começa como uma invenção, e uma invenção tem início na criatividade que se originou de uma ideia, da imaginação. Uma das dificuldades neste processo está exatamente no processamento das ideias que, muitas vezes, são partes de outras ideias que precisam ser lapidadas, agrupadas e transformadas em resultado. Para entendermos melhor este aspecto precisamos compreender alguns processos contínuos do desenvolvimento humano, diferentes entre si, mas muito importantes na cadeia de construção do conhecimento: Encontrar algo que já existia. É considerada uma descoberta quando tem muito valor para a humanidade. Ex.: O átomo. Criação de um novo produto ou processo inédito. Ex.: o computador. Introdução, com êxito, no mercado, de produtos, serviços, processos, métodos e sistemas que não existiam anteriormente, ou contendo alguma característica nova e diferente do padrão em vigor (FINEP). Ex: notebook. Quando a inovação é fortemente expandida para uso comercial acontece o processo de difusão. Um exemplo do processo de difusão é o telefone celular, que é uma inovação do telefone fixo (invenção) e que foi fortemente difundido na sociedade, gerando um valor comercial muito grande e movimentando cifras muito elevadas nessa indústria. Mudança tecnológica é um processo complexo que diz respeito à inovação e difusão de novos produtos e processos nas organizações. Uma vez que a inovação é imprescindível para o crescimento das organizações e para seu diferencial competitivo, vários tem sido os modelos propostos para desenvolvê-la ou criar um ambiente organizacional inovador. Um destes modelos é o linear, que surgiu a partir do fim da 2.a guerra mundial e se manteve como paradigma sobre inovação em Ciência e Tecnologia (C&T) por cerca de três décadas. No modelo linear o desenvolvimento, a produção e a comercialização de novas tecnologias são vistos como uma sequência bem definida no tempo, que se origina nas atividades de pesquisa, envolvidas na fase de desenvolvimento do produto e leva à produção e, eventualmente, à comercialização [OCDE, 1992]. Vejamos um exemplo do modelo linear: O modelo linear, como único caminho para a inovação, foi superado por ter como base muito forte a pesquisa científica para geração de novas tecnologias, partindo da descoberta científica para a invenção e, finalmente, para a industrialização e mercado. Nem sempre a inovação acontece nessa ordem, de forma tão linear, baseada somente em construção de artefatos e de desenvolvimento de conhecimentos específicos relacionados com produtos e processos. A inovação é um processo social e pode ser gerada em diferentes ambientes e com diferentes metodologias. Modelos interativos As abordagens não-lineares ou interativas surgiram, então, trazendo novos modelos para o desenvolvimento da inovação, baseados na premissa de que a inovação se desenvolve a partir de um processo social, com a participação de diferentes atores, com várias retroações. Nos modelos interativos a identificação de necessidades de mercado ou de nichos específicos tem papel muito importante, além do papel do design (projetista) e de outros atores no processo de desenvolvimento da inovação. Este modelo combina interações no interior das empresas e interações entre as empresas individuais e o sistema de Ciência e Tecnologia mais abrangente em que elas operam. Então, o centro da inovação é a empresa, combinando interações internas e externas a ela, apoiando-se no conhecimento científico já existente ou buscando um novo. Caminho central da inovação: Iniciando no mercado e tendo como centro a empresa. Caminho das retroalimentações: A partir de mudanças incrementais num produto ou processo a partir de seu uso, seguindo um ciclo de fases que retroagem, gerando sempre um produto modificado. Caminho direto de e para a pesquisa: A partir de uma necessidade detectada na empresa ou uma pesquisa aproveitada pela empresa. Caminho da tecnologia gerando ciência: A partir das necessidades da indústria por instrumentos, ferramentas ou tecnologias. Estratégias de inovação tecnológica das empresas e as formas de acesso à tecnologia Para que uma empresa seja efetivamente produtora de inovação tecnológica é necessário que sejam criados um ambiente e uma cultura de inovação tecnológica. Quanto mais uma organização tem domínio e experiência no processo de inovação tecnológica maior é sua capacidade tecnológica. Essa capacidade tecnológica é construída através de um processo que envolve obtenção de capacidades tecnológicas: materiais e imateriais. Materiais: Licenças de patentes, manuais de procedimentos, tecnologia e ferramentas de apoio ao desenvolvimento de novos produtos. Imateriais: Conhecimento dos funcionários sobre áreas tecnológicas, processos, procedimentos e produtos da organização, bem como sobre o mercado. Para desenvolver as capacidades tecnológicas materiais e imateriais, a organização necessita definir estratégias tecnológicas apropriadas. As estratégias tecnológicas mais conhecidas são: Quando a organização já tem a dimensão do seu grau de capacidade tecnológica e definiu suas estratégias tecnológicas para desenvolver o clima organizacional inovador é chegado o momento de identificar as formas necessárias para o acesso à tecnologia. As formas de acesso a tecnologia mais usuais são: Imagino que, em seu relato, você deve ter pensado que alguém acreditou em Graham Bell e investiu na sua ideia e, claro, como sócio de uma empresa que oferecia um projeto inovador, tornou-se também sócio do sucesso que o telefone se tornou. Você se lembra do Sr. Orton, da empresa que oferecia serviços de telégrafo? Pois é, ele mudou de ideia e não achava que o telefone fosse exatamente um “brinquedinho”. Naquela época, a empresa dele investiu mais de 300.000 dólares e montou um serviço de telefonia similar ao de Bell. Com isto ficou mais fácil para Bell e seus sócios buscarem um investidor que acreditasse na sua ideia, pois, se uma empresa que fornecia serviços de telégrafo parecia se interessar em investir em serviço de telefonia, deveria haver um mercado a explorar. Bell e seus sócios conseguiram investidores que financiaram o investimento e ajudaram a criar a Bell Company. Houve muitas disputas sobre as patentes do telefone, mas o inventor triunfou. Em um acordo judicial, um comitê formado por três representantes de cada lado decidiu, após meses de disputa, um tratado de paz que foi redigido e assinado. Pelos termos deste tratado, a Western Union concordou em (1) admitir que Bell era o inventor do telefone; (2) admitir que suas patentes eram válidas; (3) retirar-se do negócio do telefone. A Bell Company, por sua vez, concordou em (1) comprar a operação de telefonia da Western Union; (2) pagar à Western Union royalties de vinte por cento sobre todas as receitas obtidas com os serviços de telefone e (3) manter-se fora do negócio de telégrafo. Você consegue se imaginar sem telefone? Nesta aula, você: Identificou quando existem oportunidades para inovação numa organização, diferenciando os conceitos de criatividade x inovação e descoberta x invenção x inovação x difusão. Compreendeu os modelos de mudança tecnológica, diferenciando os modelos lineares dos interativos. Entendeu o processo de construção das capacidades tecnológicas numa organização por meio do conhecimento de cada estratégia tecnológica e as formas de acesso à tecnologia. Na próxima aula, você vai estudar: O empreendedor e suas interações Tipos de empreendedor 1. Marque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas: 1) A capacidade tecnológica de uma organização pode ser definida pelo seu grau de domínio e de experiência no processo de inovação tecnológica. 2) Os recursos humanos são fundamentais no processo de acumulação de conhecimentos e construção de capacidades tecnológicas da empresa. 3) O processo de inovação nas empresas institui um novo paradigma e não pode ter presente a possibilidade de fracasso. 4) O conhecimento científico, a interação com os fornecedores e a predisposição da empresa para a inovação são fontes de inovação. v,v,f,v 2. Correlacione corretamente cada conceito a sua característica: 1) descoberta 2) invenção 3) inovação Baseia-se em desvelar algo que já existia e que passa a ter muito valor para a humanidade. 4) difusão Ocorre quando a empresa obtém sucesso na venda de um produto novo ou melhorado, ou na utilização de um processo novo ou aperfeiçoado. Fase em que as inovações são adotadas em escala crescente por outras empresas. Ocorre quando é demonstrada a viabilidade de um novo produto ou processo. 1,3,4,2 Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Compreender o amplo conceito relacionado ao termo empreendedorismo. 2. Conhecer as características, algumas definições e os tipos de empreendedor, seus comportamentos e suas formas de interação com o mundo. Introdução As pessoas que empreendem são aquelas que fazem as coisas acontecerem, movidas pelos seus sonhos e pela sua visão de como as coisas podem ser. Um empreendedor é um indivíduo caracterizado pelo comportamento inovador e que utiliza práticas estratégicas de gerenciamento no negócio. Nesta aula vamos compreender as origens e conceitos associados ao termo “Empreendedorismo” e os fatores que motivam os chamados empreendedores. Conceituando empreendedorismo... Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, “empreender” significa a ação de praticar, de por em execução, e tem sua origem no latim “imprehendere”. A palavra empreendedor (entrepreneur) foi utilizada pela primeira vez no início do século XVI, na França, para designar homens envolvidos na coordenação de operações militares. Já o termo empreendedorismo (entrepreneurship) surgiu entre os séculos XVII e XVIII com o objetivo de designar aquelas pessoas ousadas que estimulavam o progresso econômico, mediante novas e melhores formas de agir. Podemos deduzir então, que empreender nos leva à expressão “fazer acontecer”: quem empreende utiliza suas capacidades para realizar alguma coisa que tenha valor para a sociedade. Segundo a Revista Científica Eletrônica de Administração, “Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades, e a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de sucesso“. Século XVII: Muitos estudos foram realizados para conceituar e ampliar o conhecimento sobre o termo empreendedorismo. Até a Idade Média, o empreendedorismo estava ligado apenas à criatividade e inovação, porém no século XVII os primeiros indícios de relação entre riscos e empreendedorismo começaram a surgir. Século XIX: No início do século XIX surge o conceito do empreendedor como o indivíduo capaz de mover recursos econômicos de uma área de baixa para outra de maior produtividade e retorno. Século XX: Mais tarde, o austríaco Joseph Schumpeter, um dos mais importantes economistas do século XX, definiria esse indivíduo como o que reforma ou revoluciona o processo “criativo-destrutivo” do capitalismo, por meio do desenvolvimento de nova tecnologia ou do aprimoramento de uma antiga – o real papel da inovação. O empreendedor e suas interações Estes estudos na área do empreendedorismo mostram que as características do empreendedor ou do espírito empreendedor, da indústria ou da instituição, não é um traço de personalidade. “Empreendedores são pessoas que têm a habilidade de ver e avaliar oportunidades de negócios; prover recursos necessários para pô-los em vantagens; e iniciar ação apropriada para assegurar o sucesso. São orientadas para a ação, altamente motivados; assumem riscos para atingirem seus objetivos”. (Meredith, Nelson e Nech (apud UFSC/LED 2000) Desde a década de 90 o termo empreendedorismo vem sendo amplamente utilizado no Brasil, com várias definições e aplicações nos negócios, na educação e em diversos setores e atividades da sociedade. O significado do termo empreendedor está diretamente relacionado a um conjunto de comportamentos que possibilitam ao ser humano atuar e agir em suas interações como um catalisador de mudanças na sociedade. Atualmente, podemos identificar alguns exemplos de empreendedores de sucesso e famosos, como: Bill Gates, fundador da Microsoft; Abílio Diniz, fundador do Grupo Pão de Açúcar; Silvio Santos, fundador do grupo Silvio Santos. Que a partir de uma oportunidade agiram de forma empreendedora e visionária, construindo empresas inovadoras e valiosas. Mas para ser um empreendedor não é necessário criar uma empresa e se tornar um milionário famoso. Podemos agir de forma empreendedora em nosso dia a dia, em várias dimensões: Social; Afetiva; Profissional; etc. O funcionário de uma empresa que se antecipa aos problemas, que é proativo e demonstra os comportamentos empreendedores é um empreendedor corporativo, atuando para alavancar os negócios de sua empresa. Ser um empreendedor independe de classe social, nacionalidade, formação acadêmica e outros fatores sócio- econômico-culturais. Para se tornar um empreendedor é importante desenvolver os comportamentos necessários para atuar dessa forma em suas interações na sociedade e com o mundo. Desta forma, o empreendedorismo pode ser aprendido e desenvolvido em diversas situações de nosso cotidiano e não necessariamente nascer com a pessoa, como se fosse um componente genético ou um comportamento exclusivamente nato. Muitos empreendedores também de desenvolvem através do exemplo de familiares ou amigos, com os quais convive. Existem definições e variados tipos de empreendedor, suas características vem sendo analisadas e estudadas há décadas, tornando o empreendedorismo uma área de estudos e pesquisas. Motivações para empreender Resultados de pesquisas apontam um grande número de pessoas que trabalham como autônomas no setor informal da economia, principalmente nos países em desenvolvimento. Outras, abrem um negócio porque veem uma oportunidade de explorar uma atividade com sucesso. Neste caso, o indivíduo escolhe trilhar o caminho do empreendedorismo, abrindo seu próprio negócio. Para identificar estes dois tipos de motivação, as pesquisas categorizaram os empreendimentos segundo as orientações: Oportunidades percebidas; Necessidades produzidas pela falta de uma alternativa satisfatória de trabalho e renda; Em países de renda média e nos países pobres, a busca da sobrevivência econômica combinada à relativa precariedade dos sistemas de seguridade e assistência social obriga enormes contingentes de trabalhadores a empreender para buscar sua sobrevivência material. Comportamento empreendedor O empreendedor possui um conjunto de características próprias e, não necessariamente, necessita ter um negócio próprio ou ser um empresário para atuar usando o empreendedorismo. Para fins de análise e estudos vamos organizar as principais características do comportamento empreendedor da seguinte forma: Busca de oportunidades e iniciativa; Persistência; Aceitação de riscos; Exigência de eficiência e qualidade; Comprometimento com o trabalho; Estabelecimento de metas; Busca de informações; Planejamento e monitoramento sistemáticos; Persuasão e redes de contatos; Independência e autoconfiança. Na aula 6 iremos detalhar e discutir cada comportamento destes para que você possa compreendê-los e aplicá-los em sua vida diária, tornando-se um empreendedor ativo. 1. Analise as afirmações abaixo e indique (V) se for verdadeira ou (F) se for falsa: Verdadeiro 1) Para se tornar um empreendedor é importante desenvolver os comportamentos necessários para atuar dessa forma em suas interações na sociedade e com o mundo. Falso 2) Diversos estudos na área do empreendedorismo mostram que as características do empreendedor é um traço de personalidade, nato ao indivíduo. Falso 3) O termo “empreendedor” foi utilizado pela primeira vez na Inglaterra. Verdadeiro 4) O empreendedor possui um conjunto de características próprias e, não necessariamente, necessita ter um negócio próprio ou ser um empresário para atuar usando o empreendedorismo. Verdadeiro 5) Comprometimento com o trabalho, Estabelecimento de metas e Busca de informações são consideradas características do comportamento empreendedor. v, f, f, v, v 2. O termo empreendedorismo possui várias definições e aplicações nos negócios, na educação e em diversos setores e atividades da sociedade. O termo Empreender está diretamente relacionado: 1) à criação de um negócio qualquer sem fins lucrativos. 2) a desenvolver algo que não tenha necessariamente alguma coisa de valor para a sociedade, mas que tenha valor apenas para o empreendedor. 3) a inventar algo novo. 4) a identificar oportunidades, planejar como organizar as soluções que vão para o mercado, levantar recursos e administrar o processo de construção de empreendimento. 5) a fazer uma descoberta, sem correr risco. 4 3. O funcionário de uma empresa que se antecipa aos problemas, que é proativo e que demonstra comportamentos empreendedores é considerado um: 1) empreendedor corporativo. 2) empreendedor autônomo. 3) empreendedor cívico. 4) empreendedor de desenvolvimento local. 5) empreendedor regionalizado. 1 Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Identificar os principais comportamentos do empreendedor e suas características. 2. Compreender as dificuldades e barreiras encontradas pelo empreendedor em sua trajetória. Introdução As organizações do mundo contemporâneo esperam que seus funcionários sejam auto-motivados, estabeleçam metas e trabalhem para alcançá-las, sejam comprometidos com os resultados da empresa, tenham idéias criativas e inovadoras, saibam buscar informações confiáveis para o negócio, busquem oportunidades demonstrando iniciativa e proatividade, sejam persistentes e saibam avaliar e correr riscos, entre outras competências. Todas essas características fazem parte do perfil empreendedor e serão abordadas de forma mais detalhada nessa aula, por meio da qual você conhecerá as características, algumas definições e os principais tipos e comportamentos empreendedores. Comportamento empreendedor 1. Correlacione cada comportamento empreendedor às suas características: (a) Busca de informações. (b) Estabelecimento de metas. (c) Planejamento e monitoramento sistemático. (d) Independência e autoconfiança. ( ) O empreendedor é capaz de utilizar pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos; agir para desenvolver e manter relações comerciais; utilizar estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros. ( ) O empreendedor é capaz de estabelecer metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado pessoal; definir metas de longo prazo, claras e específicas e estabelecer objetivos de curto prazo mensuráveis. ( ) O empreendedor é capaz de dedicar-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e/ou concorrentes; investigar pessoalmente, como desenvolver, um produto ou fornecer um serviço e consultar especialistas para obter assessoria técnica ou comercial. ( ) O empreendedor é capaz de planejar, dividindo tarefas de grande porte em subtarefas com prazos definidos; constantemente revisar seus planos levando em conta os resultados obtidos e mudanças circunstanciais e manter registros financeiros e utilizá-los para tomar decisões. 1) d – b – a – c 2) b – c – a- d 3) c- a - d - b 4) d – c – b – a 5) a – c –b - d 1 2. Correlacione cada comportamento empreendedor as suas características: (a) Busca de oportunidades e iniciativa. (b) Exigência de qualidade e eficiência. (c) Comprometimento. (d) Persistência. (e) Correr riscos calculados. ( ) O empreendedor é capaz de aproveitar oportunidades fora do comum para iniciar um projeto, negócio ou atividade, como: obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência; agir para se expandir em novas áreas, produtos ou serviços e fazer as coisas antes de solicitado ou de forçado pelas circunstâncias. ( ) O empreendedor é capaz de avaliar alternativas e calcular riscos deliberadamente; colocar-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados e agir para reduzir os riscos ou controlar os resultados. ( ) O empreendedor é capaz de agir com persistência ou mudar a estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo; agir diante de um obstáculo significativo e assumir responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento de metas e objetivos. ( ) O empreendedor é capaz de fazer um sacrifício pessoal ou despender um esforço extraordinário para completar uma tarefa; esmerar-se em manter os clientes ou parceiros satisfeitos e colocar-se em primeiro lugar a boa vontade em longo prazo, acima do lucro em curto prazo; colaborar com os colaboradores ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho. ( ) O empreendedor é capaz de encontrar maneiras de fazer uma atividade melhor, mais rápida ou mais barata; agir de maneira a fazer as coisas que satisfaçam ou excedam padrões de excelência e desenvolver ou utilizar procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados. 1) a – e – d –c – b 2) e –a – b – d –c 3) b – a – c- d – e 4) a – b – e – d – c 5) d –b –a –c -e 1 3. Marque a resposta correta: A dificuldade de obter financiamento e a inexperiência em lidar com a com o risco são: 1) características do empreendedor. 2) comportamentos do empreendedor. 3) dificuldades e barreiras enfrentadas pelo empreendedor. 4) motivações do empreendedor. 3 Aula 07 1. Marque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas: Falso 1) A geração de novas idéias é suficiente para o processo de inovação. Verdadeiro 2) Quando o resultado gerado pelo processo de inovação constitui-se numa tecnologia que atenda às necessidades dos seres humanos temos, então, a inovação tecnológica. Verdadeiro 3) Inovação e criatividade são processos distintos que caminham sempre juntos. Verdadeiro 4) A criatividade, aliada ao conhecimento, é base para o processo de inovação. F, V, V, V 2. Marque a alternativa correta: Para que um profissional tenha um perfil inovador é fundamental que possua e desenvolva características específicas, como: 1) conhecimento sobre os produtos, serviços e processos que se deseja inovar e reatividade a novos conceitos. 2) capacidade de geração e detalhamento de idéias e fixação por conceitos já cristalizados. 3) habilidade para solucionar problemas e espírito de pesquisa e busca constante de informações e conhecimentos. 4) isolamento e persistência e determinação no processo de convencimento da relevância de uma inovação. 3 A distinção entre inovação de produto e de processo é, por vezes, difícil de se identificar; novos produtos requerem, com frequência, diferentes técnicas de produção, enquanto alterações nesta tecnologia de produção permitem o aperfeiçoamento do produto. Se a inovação envolve características novas ou substancialmente melhoradas do serviço oferecido aos consumidores, trata-se de uma inovação de produto. Se a inovação envolve métodos, equipamentos e/ou habilidades para o desempenho de serviços novos ou substancialmente melhorados, então é uma inovação de processo. Se a inovação envolve melhorias substanciais nas características do serviço oferecido e nos métodos, equipamentos e/ou habilidades usados para seu desempenho, ela é uma inovação tanto de produto como de processo. Em muitos casos, uma inovação de serviço pode ser apenas de um tipo. Por exemplo, as empresas podem oferecer um novo serviço ou novas características de um serviço sem mudar substancialmente o método pelo qual ele é oferecido. Do mesmo modo, melhoramentos significativos em processos, por exemplo, a redução de custos de distribuição, podem não fazer qualquer diferença para as características do serviço vendido aos consumidores. Fonte: Manual de Oslo – Diretrizes para Coleta e Interpetação de dados Sobre Inovação. Agora que você já conhece a diferença entre inovação de produto e de processo, pode perceber a importância do profissional de TI no contexto das organizações, identificando seu papel tanto na produção de um produto quanto na otimização de um processo, com uso e desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação, base para a inovação tecnológica. O incentivo à inovação na área de TI se torna uma necessidade para aquelas empresas que querem se destacar em seus segmentos. Essas empresas precisam responder com agilidade aos sinais do mercado, antes identificados como ‘ameaças’, e, através do uso de sistemas diferenciados que permitem obter a chamada Inteligência de Negócios, transformar essas “ameaças“ em grandes “oportunidades”, dada a sua capacidade de gerar ideias inovadoras. A evolução da tecnologia da informação tem permitido a criação de novas soluções para as necessidades de processamento de informações nas organizações: • Novos produtos com mais funcionalidades e mais baratos; • Novos serviços que tornam produtos obsoletos; • Tecnologias que integram produtos e serviços, e assim por diante. Uma característica fundamental do perfil inovador é a capacidade de solução de problemas, que pode ser aprendida e depende de métodos adequados ao tipo de problema enfrentado. Esse tema será abordado na nossa próxima aula. “O que torna um profissional de TI obsoleto não é propriamente uma eventual limitação para seguir os desenvolvimentos tecnológicos, ou o desinteresse pela inovação, mas a incapacidade de relacionar inovação à sustentabilidade. Pela simples e nem sempre clara razão de que qualquer inovação só agrega valor se contribuir para a sustentabilidade da organização, seja reduzindo inteligentemente o custo, seja aumentando a produtividade ou melhorando a segurança. Custo, produtividade e segurança são detalhes essenciais na gestão com foco em sustentabilidade. Sem essa base, poucas organizações têm chance de sobreviver no atual cenário de competição acirrada e sem fronteiras. No entanto, o que define a sustentabilidade é um conjunto de qualidades muito mais sofisticadas, que para serem desenvolvidas exigem mudanças radicais no modelo mental que predomina tradicionalmente nas organizações.” (Fonte: Café com Economia Et Cia.) 1. Correlacione corretamente: 1) Inovação de produto. 2) Inovação de processo. 3) Inovação incremental. 4) Inovação radical. 2 Consiste em mudanças no processo de produção de um produto ou serviço. Não gera, necessariamente, mudanças no produto final, traz benefício ao processo de produção, que podem ser aumento de produtividade e redução de custos. 1 Está baseada em modificações nos atributos do produto, com mudanças na forma como os consumidores passam a percebê-lo. 4 Mudança drástica na forma como um produto ou serviço é consumido, acompanhada por um novo modelo de consumo ou comportamento do mercado. 3 Mudanças e melhorias contínuas do produto ou processo, percebidas pelo consumidor e que não modificam de forma drástica a forma como que o produto é consumido ou desenvolvido. 2, 1, 4, 3 2. O profissional de TI tem uma grande importância no contexto das organizações, tanto na produção de um produto quanto na otimização de um processo. Neste contexto, o que geralmente torna o profissional de TI obsoleto para a empresa é: 1) sua limitação para seguir os desenvolvimentos tecnológicos. 2) seu desinteresse por inovação. 3) sua incapacidade de relacionar inovação à sustentabilidade. 4) sua dificuldade de transformar o conhecimento tácito em explícito. 5) seu conhecimento acumulado em hardware e software. 3 Ao final desta aula, você será capaz de: 1. Compreender o processo de solução de problemas, fundamental para o perfil inovador. 2. Identificar a principais características do comportamento inovador nas empresas. Introdução O papel do profissional de TI nas organizações geralmente é de um solucionador de problemas. De posse do conhecimento sobre as tecnologias da informação, esse profissional necessita definir o problema, identificar suas características e propor soluções que envolvam os recursos de TI adequados para solução. Nessa aula você identificará alguns tipos de problemas e algumas formas de analisá-los para a busca de possíveis soluções. Também, conhecerá o perfil inovador nas empresas e suas principais características. Solução de Problemas A evolução da tecnologia da informação tem permitido a criação de novas soluções para as necessidades de processamento de informações nas organizações: novos produtos com mais funcionalidades e mais baratos; novos serviços que tornam produtos obsoletos; tecnologias que integram produtos e serviços, e assim por diante. Uma das características fundamentais do perfil inovador é a capacidade de solução de problemas, que pode ser aprendida e depende de métodos adequados ao tipo de problema enfrentado. O que é um problema? Um problema é uma dificuldade que impede que uma vontade seja concretizada. Solucionar problemas exige a capacidade de criar adequadas representações da realidade (modelos) e, com ajuda delas, encontrar um algoritmo de Solução que explique como remover ou superar tal dificuldade. No exercício profissional de TI problemas geralmente são necessidades do cliente não atendidas. Como analisar corretamente estes problemas e chegar às melhores soluções? Como escapar dos bloqueios mentais que por vezes nos aprisionam a soluções inadequadas ou desatualizadas? Diagrama de causa e efeito As causas são todos os motivos que levam a um problema específico. Nesse momento o profissional deverá identificar e montar um diagrama de causa e efeito: 1. envolva todas as pessoas relacionadas e que possam auxiliar na identificação das causas do problema e forme um grupo de trabalho com reuniões participativas; 2. registre o maior número de causas identificadas e relacione seus efeitos, no diagrama coloque as principais causas (primárias) no eixo, as causas secundárias se desdobrando das primárias e as terciárias se desdobrando das secundárias; 3. assinale no diagrama as causas que parecem ter forte relação com a característica do problema, que serão as hipótese; 4. registre outras informações que surgirem e que possam ser úteis na solução do problema; Uma das formas de se representar as causas de um problema é o chamado Diagrama de espinha de peixe: É uma técnica que permite visualizar melhor o universo em que o problema está inserido. Isto é feito através da construção de um diagrama no qual as causas vão sendo cada vez mais discriminadas até chegar a sua origem. Deve ser aplicada a um problema que apresenta causas decorrentes de causas anteriores, ou quando queremos esmiuçar as causas de um problema, ou visualizá-las mais claramente e agrupadas por fatores-chave. Essa técnica também é chamada de: diagrama de Ishikawa, diagrama de influência, diagrama de 4P ou diagrama de causa e efeito. Plano de ação para solução do problema A causa fundamental é a origem de um problema. A solução para o problema serão as ações tomadas em relação as suas causas principais. Com as causas devidamente identificadas pelo método do “diagrama causa e efeito” ou dos “cinco por ques” é necessário fazer um plano de ação para solução do problema. A técnica de “brainstorming” é bastante apropriada e consiste em reunir o grupo que está trabalhando sobre o problema para que gere o maior número de ideias possíveis para sua solução, sem que se faça análise crítica de nenhuma delas nesse momento. Após ter pelo menos dez soluções possíveis deve-se fazer uma análise conjunta destas, descartando aquelas menos adequadas e trabalhando sobre as mais adequadas, verificando sua viabilidade e custos de implementação. É importante ressaltar que o trabalho cooperativo traz ganhos de produtividade altos na solução de um problema, pois possibilita diferentes visões sobre o mesmo e soluções provavelmente mais adequadas. Leia o estudo de caso “Nissan Motor Soluções de TI Ajudam a Nissan a Reduzir os Custos, Melhorar a Confiabilidade e a Produtividade”. Comportamento inovador nas empresas A competitividade atual tem levado as organizações a repensarem seus modelos de negócios e a se estruturarem para agir de maneira mais flexível, ágil e com respostas rápidas às mudanças no mercado. Assim, à medida que as empresas adquirem consciência da importância de inovar neste cenário competitivo podem definir uma estratégia que deve estar alinhada aos objetivos da organização e à sua visão de futuro. Para que uma empresa desenvolva o chamado comportamento inovador é necessário que ela implante a cultura organizacional do empreendedorismo e da inovação e que seus funcionários sejam instigados a pensar seus produtos, processos e serviços continuamente, em busca da melhoria constante. Existe um conjunto de características inerentes ao conceito de inovação que vão definir a sua eficácia (Wikipédia): Gestão da oportunidade, risco e mudança: A inovação é imprevisível com elevado risco associado, pode também ter grandes custos associados, deve por isso haver um acompanhamento de perto da inovação quer de bens ou serviços, ou processos produtivos, de forma a evitar fracassos e riscos não calculados; Localização de meios técnicos e humanos: Fundamental para um perfeito desenvolvimento, que leve a uma transferência da inovação para os locais correctos da sua aceitação e utilização. Inovação fora de timming ou de local pode originar a falha de todo um processo. Interação com consumidor: Procura de novos nichos de mercado faz com que seja necessário pesar bem custos, benefícios e timing para se envolver consumidores nos processos de inovação, levando-se em conta seus interesses; Resistência cultural à mudança: Havendo predisposição para a mudança o sucesso de inovações será maior. Deve haver pressão na gestão da inovação para prevenir rigidez na forma de pensar e haver atitudes permeáveis a existência de ambientes propícios à inovação e mudança; Desenvolvimentos de novos negócios: Inovação faz com que empresas se afastem da estabilidade e controle, da sua zona de conforto. Recursos usados na inovação são usados na possível criação de novos produtos e possivelmente novas áreas de negócio, mas que tem risco associado e podem não ter no futuro o retorno esperado. Logo existe um custo de oportunidade associado. Solução de problemas e o profissional de TI As empresas procuram profissionais que se destacam não só pelo conhecimento tecnológico e cultural, mas como líderes, visionários e com ideias inovadoras, que sejam capazes de criar diferenciais para concorrer com o mercado, culminando com o aumento do capital social da organização. O profissional da área de tecnologia deve ser antes de tudo ser um empreendedor e entender como seu trabalho se encaixa nos objetivos da organização. Ele precisa aprender a desenvolver a curiosidade, somada a uma boa capacidade de concentração e ter seu foco na resolução de problemas com espírito inventivo e humildade. É preciso estar atento à mudanças que ocorrem no ambiente da organização. Saiba mais: Em 2012 a FastCompany divulgou sua lista anual com as 50 empresas mais inovadoras da atualidade. São companhias de diferentes setores e cujas inovações impactaram em cenários industriais e também culturais. Os primeiros lugares foram dominados por empresas de tecnologia como Apple (1º lugar), Facebook (2º) e Google (3º). Destaque para a Apple que aparecia em 3º lugar na lista em 2010 e assumiu a primeira posição, que era ocupada pelo Facebook. A Google subiu uma posição indo de 4º lugar para o 3º. Essas empresas da lista da FastCompany tem a TI como ferramenta ou como atividade fim e também desenvolveram processos de negócios e ambientes organizacionais de inovação para galgarem e chegarem ao reconhecimento como empresas mais inovadoras do mundo. (Fonte: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/as-empresas-brasileiras-mais-inovadoras-segundo-fast- company?page=3, acesso em 03/01/2013) Nesta aula, você: Compreendeu o processo de solução de problemas, fundamental para o perfil inovador de um profissional da área de TI e identificou a principais características do comportamento inovador nas empresas. Na próxima aula, você vai estudar: O intra-empreendedorismo. Avaliação da cultura intra-empreendedora. 1. Ordene de 1 a 7 as principais etapas na solução de um problema. Use 1 para a primeira etapa e sucessivamente de 2 a 7, até a última etapa: ( ) Utilizar uma técnica para gerar o maior número de idéias possíveis para solução do problema. ( ) Envolver todas as pessoas relacionadas e que possam auxiliar na identificação das causas do problema e formar um grupo de trabalho com reuniões participativas. ( ) Assinalar no diagrama as causas que parecem ter forte relação com a característica do problema, que serão as hipóteses para o problema. ( ) Fazer uma análise conjunta das soluções propostas para o problema, descartando aquelas menos adequadas e trabalhando sobre as mais adequadas, verificando sua viabilidade e custos de implementação. ( ) Registrar outras informações que surgirem e que possam ser úteis na solução do problema. ( ) Registrar o maior número de causas identificadas e relacionar seus efeitos, colocando num diagrama as principais causas (primárias) no eixo, as causas secundárias se desdobrando das primárias e as terciárias se desdobrando das secundárias. ( ) Com as causas devidamente identificadas fazer um plano de ação para solução do problema. 1) 2,7,4,5,1,6,3 2) 5,7,3,1,4,2,6 3) 6,1,3,7,4,2,5 4) 1,7,5,4,2,3,6 5) 6,4,5,1,7,3,2 3 2. Marque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas: Verdadeiro 1) Anomalias são pequenos problemas que passam despercebidos e são identificados como falhas. Falso 2) Problemas crônicos são vistos como problemas porque fazem parte da cultura da organização e não trazem danos aos processos, produtos ou serviços de uma empresa. Falso 3) Um problema é incontrolável quando os envolvidos são afetados pelos efeitos do problema e tem autoridade e responsabilidade para solucioná-lo. Verdadeiro 4) Um problema é controlável quando os envolvidos possuem responsabilidade pelo problema e autoridade para solucioná-lo. V, F, F, V 1. Compreender a cultura organizacional para inovação e o intra-empreendedorismo. 10. O intra-empreendedorismo Muito da capacidade de competitividade de uma organização depende de sua capacidade de adequação às mudanças que ocorrem em seu ambiente, requisitando habilidades e competências específicas para focar no curto prazo e na redução de custos e investimentos, garantindo um resultado aceitável pelos acionistas. Podemos definir esta adequação a partir das estratégias de atuação da empresa e sua capacidade de absorver e implementar as informações e inovações surgidas no meio em que está inserida. Quando nestas estratégias são considerados conceitos e práticas empreendedoras, dizemos que a organização esta praticando o empreendedorismo corporativo. Esta prática do empreendedorismo corporativo, também chamado “intraempreendedorismo”, ocorre em organizações que estimulam e incentivam as iniciativas empreendedoras de seus funcionários. O intraempreendedorismo ou empreendedorismo corporativo é um conceito relativamente novo nas organizações que vem sendo estudado e estimulado e através do qual se questiona se o perfil empreendedor está diretamente relacionado à criação e gestão de uma empresa própria ou se pode ser exercido em diferentes ambientes e contextos. Esse conceito significa que um funcionário pode atuar de forma empreendedora em uma empresa, agindo com inovação e proatividade em busca dos objetivos desta organização. O empreendedor corporativo não é, necessariamente, aquele que apresenta a ideia criativa. Seu papel central é “arregaçar as mangas” e dar forma e materialidade à esta ideia. Podemos citar como características do empreendedor corporativo: Capacidade de explorar novas oportunidades; Capacidade de se relacionar com outras pessoas; Possibilidade de trabalhar uma ideia própria ou criar a partir da ideia de outra pessoa. Consulte o material didático: para conhecer melhor o conceito de empreendedorismo leia as páginas 173 a 177 do livro Gestão da Inovação Tecnológica, 2ª Edição, de Dálcio Roberto dos Reis, apresentação de Gina Paladino. Editora Manole, 2008. Este processo só é possível quando os intraempreendedores surgem e podem atuar de forma criativa e livre de ambientes cheios de regras e normas inflexíveis, promovendo, assim, quando necessário, mudanças nas organizações, conforme sua liberdade e incentivo ao desenvolvimento de seus talentos como empreendedor em suas atividades, ou seja, para estimular a inovação, não basta apenas definir sua importância estratégica, alocar recursos à produção de conhecimento: é imprescindível que a cultura organizacional seja favorável à busca pela inovação e à manifestação criativa. Cultura organizacional para inovação A cultura intra-empreendedora deve ser fomentada e desenvolvida nas organizações, através do trabalho cooperativo e da busca por resultados comuns, respeitando os valores individuais e coletivos e buscando a inovação constante. A cultura para inovação deve ser um dos objetivos estratégicos da empresa. Isso significa que a empresa deve estimular um ambiente propício à criação de ideias, que inclui a redução de quaisquer restrições que possam impedir e inibir a criatividade individual, além de combinar diferentes perspectivas e experiências interdepartamentais. Ao estimular a cultura intraempreendedora, a empresa possibilita que seus funcionários desenvolvam características que ajudam a alavancar cada vez mais sua posição de mercado como: automotivação, estabelecimento de metas, autoconfiança, foco nos clientes, etc. Então, os objetivos estratégicos da empresa devem estar diretamente relacionados ao empreendedorismo e seus valores, com ambiente propício ao empreendedorismo corporativo, estabelecendo um ambiente que incentive a inovação. Consulte o material didático: para conhecer as condições necessárias para se obter inovação na empresa leia as páginas 177 a 180 do livro Gestão da Inovação Tecnológica, 2ª Edição, de Dálcio Roberto dos Reis, apresentação de Gina Paladino. Editora Manole, 2008. Favorecendo o ambiente para o empreendedor corporativo O processo de inovação e aplicação do intraempreendedorismo nas organizações deve ser organizado para que tenha apoio dos colaboradores e sua participação contínua, assim a cultura inovadora se propaga pela organização e os colaboradores vão criando um perfil empreendedor. Para isto, o processo como um todo deve ser tratado: do surgimento da ideia, avaliação de viabilidade, implementação das ideias e avaliação dos resultados, não esquecendo sempre do reconhecimento dos trabalhos. A organização precisa ser flexível o suficiente para garantir suas normas e comercializar seus produtos, mas não pode perder de vista a capacidade de propor novos produtos e rever os processos e normas estabelecidos. Para que isto aconteça, é necessário abrir espaço na organização para que as pessoas possam atuar de forma inovadora. Mas, como estimular o desenvolvimento de um ambiente intraempreendedor, possibilitando que as pessoas empreendam sem precisar sair da organização e sem desrespeitar suas regras? Regras para um ambiente intraempreendedor 1. Exercer sólida liderança sobre os rumos e as decisões de inovação. A empresa precisar ser forte em ambos os aspectos. Criatividade sem capacidade para transformá-la em lucros (por exemplo, execução e captação de valor) pode até ser divertido, mas não se sustenta; lucros sem criatividade são compensadores, mas também só funcionam durante pouco tempo. 2. Integrar a inovação à mentalidade do negócio. Inovação não é uma carta que se puxe da manga em ocasiões especiais; tem que ser parte integrante do processo operacional diário da empresa. 3. Alinhar a inovação com a estratégia de negócio da empresa. A inovação pode ou não ser a chave para o sucesso da estratégia do negócio; é preciso determinar os tipos e a quantidade de inovação necessários para dar suporte à estratégia do negócio – e nem sempre o maior é necessariamente o melhor. 4. Administrar a tensão natural entre criatividade e captação de valor. A empresa precisar ser forte em ambos os aspectos. Criatividade sem capacidade para transformá-la em lucros (por exemplo, execução e captação de valor) pode até ser divertido, mas não se sustenta; lucros sem criatividade são compensadores, mas também só funcionam durante pouco tempo. 5. Neutralizar os anticorpos organizacionais. Inovação exige mudança, e a mudança desperta rotinas e normas culturais explícitas e implícitas que agem para bloquear ou rejeitar a transformação. 6. Cultivar uma rede de inovação além dos limites da organização. Quando mais próxima a organização está dos seus fornecedores, clientes, parceiros, Universidades e Centros de Pesquisa, mais ampla é a sua rede de inovação. 7. Criar indicadores de desempenho e as recompensas adequadas à inovação. Como a gestão da inovação exige um processo gerencial, da mesma maneira que existem processos de gestão financeiro e gestão de marketing, por exemplo, é necessário que os resultados sejam acompanhados e recompensados. Avaliação da cultura intra-empreendedora Os indicadores para avaliação da cultura intra-empreendedora podem estar organizados em oito grupos: • Comunicação; • Processo decisório; • Incentivos/motivação; • Recompensa; • Autonomia; • Liderança; • Equipes; • Controle/mensuração. Consulte o material didático: para conhecer cada grupo suas características leia as páginas 180 e 186 do livro Gestão da Inovação Tecnológica, 2ª Edição, de Dálcio Roberto dos Reis, apresentação de Gina Paladino. Editora Manole, 2008. Dificuldades e Barreiras encontradas pelo Intraempreendedor Podemos deduzir que ser um intraempreendedor não é uma tarefa fácil e que, se comparado ao empreendedor individual, ele enfrentará barreiras e dificuldades igualmente desafiadoras. Eis algumas delas: O empreendedor corporativo precisa ter clareza da sua ideia, que deve ser diferenciada, inovadora e gerar valor para a empresa; Se for necessário obter recursos financeiros para materializar a ideia, o empreendedor corporativo precisará também elaborar um documento (como um plano de negócios), no qual todos os detalhes sobre as ideias deverão ser apresentados; Ele precisará convencer os superiores e os colegas a obter apoio das pessoas para aumentar a chance de concretizar o seu projeto. Por isto, a sua rede de contatos terá um papel relevante; Precisará também de muita persistência e determinação para conduzir o projeto até o fim. Sem o apoio de seus superiores os intraempreendedores dificilmente conseguirão transformar suas ideias em projetos inovadores e em algo que traga valor para a organização. Assim, os gestores de uma organização inovadora devem não só apoiar o surgimento de ideias inovadoras mas também devem ser capazes de investir esforços e trabalho naquelas que se mostrem mais adequadas para a organização. São fatores importantes e que devem ser considerados para a criação do ambiente inovador e do desenvolvimento do intraempreendedorismo nas organizações: A disciplina para tratar da inovação e dos seus processos, para que não se desvie dos objetivos de implantação de um sistema de Gestão de Inovação e intra-empreendedorismo nas organizações; Criar uma cultura do aprendizado e da pesquisa na organização para a evolução constante e busca de novos conhecimentos e técnicas para as organizações; Flexibilidade para mudanças, provocadas pelas inovações e para a implantação do sistema de gestão da inovação; Tolerância aos riscos e erros que podem vir de inovações e idéias empreendedoras, o risco calculado deve ser estimulado e acompanhado para evitar problemas que desestimulem novas tentativas de inovação; Criação de ambiente diferenciado para equipes que trabalhem com a inovação e com pesquisa. (Fonte: Costa, H.O, disponível em www.ietec.com.br) Numa empresa criadora de conhecimento, inventar novos conhecimentos não é uma atividade especializada, é uma forma de comportamento, um modo de vida. Cada funcionário é um empreendedor dentro da empresa. A cultura da inovação não floresce naturalmente. Deve ser construída com competência, conhecimento e sensibilidade. Chegamos ao final dessa viagem pelo cenário da inovação e do empreendedorismo. Conceitos novos e estimulantes foram apresentados para compor sua formação profissional na área de TI. É importante agora que você faça uma auto-avaliação sobre seu potencial inovativo e empreendedor e como pode colocá-lo em prática para uma atuação profissional planejada e com metas de futuro. Lembre-se sempre que a evolução de um profissional não para, não podendo ficar estagnada pelo tempo, pela acomodação e pela falta de visão de futuro. Portanto, pratique sempre o empreendedorismo e a inovação em todas as áreas de sua vida, trace metas para o futuro, faça seu monitoramento e controle, corra riscos calculados, amplie e mantenha sua rede de contatos, não ouse em propor suas idéias e transformá-las em soluções novas e eficazes. Acesse o site da Natura e veja como a empresa tem incentivado os seus empregados a serem inovadores 1. Marque com um (x) a resposta correta: O principal objetivo do intra-empreendedorismo é: 1) desenvolver um plano de negócios para que o empreendedor crie sua própria empresa e tenha autodesenvolvimento. 2) desenvolver o “ócio criativo” para tomada de decisão mais consciente e adequada. 3) a promoção da inovação continua por meio das pessoas, as quais criam vantagens competitivas e mantêm as empresas numa situação de liderança tecnológica sustentável. 4) desenvolver a inteligência emocional dos funcionários da empresa para criação de uma ambiente de competitividade interna. 3 2. São características do intra-empreendedor: 1) Estabelecer metas de curto prazo. 2) Ter atenção aos riscos e às necessidades. 3) Centralizar as atividades trazendo-as para si. 4) Não se interessar por recompensas e reconhecimento. 2 3. A cultura intra-empreendedora deve: 1) ser aplicada somente aos potenciais empreendedores da empresa. 2) ser fruto da inexistência de patrocinadores que protejam e estimulem os empreendedores. 3) ser produto da manifestação de alguns funcionários empreendedores da empresa. 4) ser organizacional, sendo disseminada em toda a empresa. 4 4. São condições necessárias para se obter a inovação na empresa: 1) Inexistência de fronteiras, medição de inovação, foco nos funcionários. 2) Responsabilidade social, ambiental e ética, transparência e verdade, tomada de decisão pelos planejadores. 3) Gerentes que patrocinam a inovação, comunidade organizacional forte, atenção ao futuro. 4) Intolerância a riscos e a falhas, equipes multifuncionais dotadas de autonomia, tempo discriminado. 3