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2011 DIREITO - USP João Carlos Mettlach & Maísa Verdugo 184.XII – João Mendes Jr. COMPILAÇÃO DOS [ RESUMOS DE ECONOMIA POLÍTICA ] Compilam-se, neste documento, os resumos dos textos de leitura obrigatória da disciplina DEF111 – Economia Política na Faculdade de Direito da USP, ministrada pelo Prof. Doutor Alessandro Octaviani, durante o primeiro semestre do ano letivo de 2011. Autoria [JOÃO CARLOS METTLACH] (Exceto quando indicado) Revisão [MAÍSA VERDUGO] ÍNDICE GERAL BLOCO I AULA 03 – Direito e Capitalismo AULA 04 – Direito e Hegemonia AULA 05 – Direito e Superação do Subdesenvolvimento AULA 06 – Acumulação Primitiva AULA 07 – Formação Simultânea e Articulada do Capitalismo e do Estado Nacional BLOCO II AULA 08 – Mercantilismo AULA 09 – Fisiocratas AULA 10 – Adam Smith AULA 11 – David Ricardo AULA 12 – A Industrialização Atrasada – Hamilton e List AULA 13 – Karl Marx AULA 14 – Neoclássicos e Marginalistas AULA 15 – O Capitalismo Organizado – Capital Financeiro e Imperialismo AULA 16 – O Capitalismo organizado – John M. Keynes AULA 17 – Joseph Schumpeter AULA 18 – Estruturalismo Latino-Americano e Desenvolvimentismo AULA 19 – Neoliberalismo BLOCO III AULA 21 – Internalização dos Centros Decisórios AULA 22 – Homogeneização Social AULA 23 – Democracia Participativa Quente AULA 24 – Meio Ambiente Ecologicamente Equilibrado AULA 25 – Fim da Alienação [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 03 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) RESUMO Analisando-se a história do direito, nota-se que não há um claro limiar que divida o que é, de fato, jurídico, e aquilo que excede este assunto, como a moral, a religião e os costumes. O primeiro passo, dado pelos iluministas, salientou a existência de uma moral superior, que abrangeria todos os homens, independentemente de sua crença. Foi, no entanto, com o surgimento da organização capitalista, que se tornou mais claro os limiares que dividem as esferas da religião, moral, economia e direito. Como exposto acima, o capitalismo foi justamente o grade identificador de qualidade do que é direito. Na verdade, há uma infinidade de assuntos que podem ser considerados jurídicos; muitos deles, inclusive, são regulados por outras instâncias, como a religião e a moral. O diferencial do direito está explicitamente no tratamento da questão, isto é, no procedimento diferenciado da moral e da religião. A organização capitalista organizou o Estado de forma a racionalizar e normatizar um grande leque de comportamentos. Através desta análise, vê-se que o direito tem grande preocupação com as trocas, já que, dentro do sistema em questão, a mercadoria, em um sentido amplo, i. e., que abrange diferentes instâncias sociais, tem importância muito maior que os próprios sujeitos da troca. AULA: 03 TEXTO: 01 - MASCARO [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 03 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 O direito é, então, uma forma de tornar as trocas sociais e mercantis mais seguras, reforçada pela institucionalização do Estado. A forma do direito, então, é a mesma do capitalismo: não são apenas os bens que são passíveis de troca; as pessoas também o são. Como consequência, o direito lançou mão de inúmeras ferramentas jurídicas que proporcionaram apoio a este sistema. Assim, é necessário que haja um Estado, na figura de um terceiro imparcial, que execute os contratos não cumpridos, garanta a propriedade privada das partes e que torne os cidadãos como sujeitos de direito, isto é, impute-lhes direitos e obrigações. Não se pode esquecer o regime de impessoalidade da justiça: enquanto antes o aplicador do direito era um artesão do direito, hoje a ciência jurídica se baseia no regime da maior impessoalidade possível, como espelhamento da produção e das trocas de mercadorias. Não se deve pensar, todavia, que é o tema de determinado assunto que o faz jurídico; o que insere um tema no âmbito do interesse do direito são, na verdade, as relações sociais específicas. Já era de se esperar que as primeiras codificações do direito atendessem expressamente aos interesses burgueses: tratam especialmente, na parte civil, da manutenção da propriedade, do cumprimento dos contratos e da segurança às relações mercantis; já o código penal prevê punição àqueles que se desviarem do objetivo social de produção, combatendo, por exemplo, o roubo de um bem de determinado proprietário. Assim, as instituições necessárias à exploração permanecem asseguradas. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 03 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 Nem mesmo o direito do trabalho pode ser visto como uma forma contraditória ao sistema atual: na verdade, ele apenas limita a intensidade da exploração, evitando, assim, problemas maiores como questionamentos e revoluções. É de se notar como mesmo a lógica matemática, oriunda do capitalismo, fincou-se fortemente no direito. Não se deve pensar, contudo, que a normatização do direito lhe torne mais justo; na verdade, este processo o torna apenas mais previsível, já que, segundo o autor, não se poderia considerar justo um sistema que nasce para dar apoio a instituições capitalistas, promotoras constantes de injustiça social. II) ANOTAÇÕES DE AULA (Professor Convidado Alysson Mascaro) Antiguidade: direito e religião encontram-se vinculados (primitividade, imparcialidade, rusticidade); Modernidade: moral, religião, política e direito se separam. o Ocorre, então, uma transformação qualitativa do Direito. Modo de produção: relações de produção e forças produtivas; o Mudança de modo de produção acarreta mudanças nas relações e nas forças produtivas; I. Senhor detém a força: o Escravo pertence ao senhor; o Exploração direta; II. Senhor feudal tem a posse dos meios de produção: o Servos; o Vínculo de submissão; III. Detentores do capital: o Trabalhadores assalariados; o Contrato estabelecido entre empregador e empregado; o Exploração indireta; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 03 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 I) RESUMO Partindo de uma análise ideológica do direito, logo de início nos é mostrado que o direito parece ser justamente o oposto daquilo que ele é: parece um todo sistemático e coerente enquanto, na verdade, o direito é uma forma de controle social, através da qual, determinadas relações sociais de dominação tornam-se legítimas. Prova disso é justamente o fato de a sociedade ser tratada sempre como proprietária, seja de capital ou de força de trabalho. Percebe-se que as ideias burguesas, iluministas, de liberdade, igualdade e propriedade nos mostram certa formalidade abstrata e objetiva, que nos faz crer na justiça da lei. Faz-nos convencido de que do Estado emana uma razão superior à própria sociedade. Essa ilusão de justiça plena do direito rompe-se quando se vai além do limite de sua explicação do real; neste ponto, nota-se como a ciência jurídica é repleta de debilidades e contradições internas. O direito, segundo CAFFÉ ALVES, trabalha num esquema dialético entre direito e não- direito.Isto é, em vez de apenas desconsiderar plenamente aquilo que é ainda marginalizado pelo ordenamento, o direito acabadialogando com esta outra entidade, de forma a, através de articulações internas, acolhê-la; isto dá à ciência jurídica certa flexibilidade operacional. O direito, baseado em normas, parece-nos a solução mais racional para os casos; assim, é vedada uma decisão judicial que não se paute naquelas. AULA: 03 TEXTO: 02 - ALAÔR [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 03 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 5 Todavia, essa formalização pode ser vista sob outro prisma: o de que o formalismo asseguraria a ordem social, dotando-a de suprema racionalidade e, por outro lado, criando modos de controle social, tão necessários à reprodução das relações econômicas. O homem, então, acaba sendo tirado de sua individualidade e passa a ser visto, apenas, como um titular de deveres e obrigações. É neste campo que entra a análise mais aprofundada de igualdade e liberdade. Apesar de festejada pelos liberais, estas duas condições nada mais fazem senão embasar o modo de produção e troca capitalista, permitindo que todo indivíduo seja capaz de comercializar produtos e, até mesmo, sua força de trabalho. Há, também, diferente atuação na esfera público-privada. Enquanto o poder público determina a forma como os bens econômicos devem ser partilhados, o Estado prefere abster-se de atuar na esfera do direito civil, promovendo, assim, que os conflitos sejam solucionados, na maioria das vezes, através do poder econômico de cada uma das partes. Hodiernamente, nota-se que a visualização do conflito de classes se tornou cada vez mais difícil, fazendo-nos parecer que as relações se dão, apenas, no nível intersubjetivo. No entanto, esse dualismo se manifesta até mesmo no conceito do ser (relações estruturais) e dever ser (ordem jurídica): sob esta dicotomia, esconde-se o modo formal e abstrato de considerar tal ordem. O que faz hoje o ordenamento jurídico é precisamente tratar todos como iguais, mesmo que haja disparidade econômica entre os indivíduos. Nota-se, claramente, uma incompatibilidade, já que, ao tratar igualmente os desiguais, o Estado está compactuando, tutelando e, até mesmo, fomentando a distribuição desigual da riqueza privada. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 03 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 6 O papel do Estado, através de seu ordenamento, seria de, por fim, conservar a estrutura capitalista como ela é atualmente, canalizando a riqueza privada produzida para aqueles que já a têm e mostrando seu direito, sob o viés de liberdade e igualdade, como justo e racional, enquanto, sob esta máscara, esconde uma faceta de garantia de manutenção do modo de produção capitalista. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 04 - GRAMSCI J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) REFLEXÕES DA NATUREZA PRÁTICA DO HOMEM Gramsci propôs uma modificação no conceito de hegemonia; Reflexão filosófica: Homem com relações ativas e orgânicas na sociedade; Homem na política permite a capacidade de mudança; II) CENTRALIDADE DA POLÍTICA COMO ATIVIDADE HUMANA E OBJETOS PASSÍVEIS DE SEREM ALCANÇADOS Natureza Humana Conjunto de relações historicamente documentadas; Há três passos para a análise das situações: a. Forças sociais; b. Forças Políticas; c. Forças militares; Há uma disputa entre a grande e a pequena política: a. Pequena = Mudança dentro do ordenamento b. Grande = Substituição de um ordenamento por outro; Hegemonia, então, é a capacidade de liderar grupos subordinados; o Trata-se de um controle sobre o ordenamento jurídico Há diferença de predomínio entre consenso e força: o Países Ocidentais Consenso > Força o Países Orientais Força > Consenso Weber propõe três conceitos: a. Poder Probabilidade de impor a própria vontade a outrem; b. Dominação Probabilidade de encontrar obediência em outrem; c. Disciplina Probabilidade de encontrar obediência; Intelectuais Camada especializada o Aparato Coercitivo da sociedade o Classes dominantes gozam de prestígio social entre todas as classes; o Divisão: a. Orgânicos Vinculado a alguma classe (Tanto dominantes quanto subordinadas) b. Tradicionais Mantêm-se distante de conflitos; Folclore São respostas antigas para problemas resolvidos; Senso Comum Responde às questões atuais; Bom senso Transferido pela filosofia AULA: 04 TEXTO: Gramsci [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 04 - GRAMSCI J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 III) HEGEMONIA CULTURAL EUA Há o Americanismo e o Fordismo: o Estrutura jurídica formal para o desenvolvimento de determinados objetivos; o Controle sobre saúde pública, álcool, etc. (Ex.: Lei Seca); o Dispensa da legitimação intelectual europeia; o Construção de um senso comum voltado ao progresso; o Presença de: racionalização do trabalho, ideologia, altos salários, bem- estar; o Traz alienação e repressão Nova concepção de Direito: o Renovador: sem doutrina anterior; o Sem moralismo e transcendência; IV) CONCLUSÃO As classes dominantes gozam de um prestígio social entre as classes subordinadas; Estas permanecem subordinadas por causa da hegemonia cultural; A hegemonia cultural é a aceitação, pelas classes subordinadas, de determinados conceitos emanados pelas classes dominantes, tomando-os como bons para si próprios e para a sociedade; Nos EUA, ao contrário da Europa, as medidas sociais não precisam de justificativa de intelectuais. Isto possibilitou que o país conseguisse alcançar grande desenvolvimento capitalista, tornando-se uma grande fábrica. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 05 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) TESE DO PROF. COMPARATO 1. Superação do Subdesenvolvimento no Direito Privado: Exemplos: Contrato de seguro e macroempresas, que são os organizadores da circulação de riqueza; Devem ser vistas como um problema de ordem política e não somente como um meio de maximização dos lucros de seus sócios, uma vez que são as organizadoras da circulação da riqueza do país; 2. Projeto Nacional de Desenvolvimento pela Lei: Adaptação às necessidades individuais; o Ex.: Art. 3º, CF/88 Subdesenvolvimento é o desequilíbrio entre classes, setores e regiões; 3. Panorama Histórico: Golpe de 64 Interrupção do desenvolvimento nacional; Mesmo após a redemocratização, houve apenas políticas neoliberais, que não resolveram o subdesenvolvimento e não retomaram o anterior período de desenvolvimento (pré-64); II) TESE DO PROF. EROS GRAUS 1. Apresentação Capitalismo se sustenta através do direito; Direito moderno é, na verdade, uma conservação das forças sociais; Direito se configura, então, numa arena de disputas; 2. Finalidade Conservar os interesses dos defensores do capital; Serve, na verdade, ao modelo capitalista: o Unificação jurídica reflete a unificação na troca mercantil; Racionalidade jurídica reflete a racionalidade do mercado; 3. Conflitos Acolhimento das contradições; Atuação do Estado na Economia; AULA: 05 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 05 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 Garantia do Desenvolvimento nacional: o Segundo o Art. 3º, CF/88, propõe-seconstruir uma sociedade livre, justa e solidária; o Trata-se de um método da superação do subdesenvolvimento; III) TESE DO PROF. BERCOVICI 1. Estado VS. Constituinte: Forças estruturantes do Estado vão contra o poder constituinte; Fortalecimento do constituinte; O Art. 3º, CF/88 mostra-se transformador neste contexto; É favorável ao modelo de Constituição Dirigente. Ou seja, que o texto Constitucional incorpore um programa de ação para alteração da sociedade, que trace metas e determine os rumos a serem seguidos pelo Governo; 2. Direito Econômico Indispensável: Luta contra o poder econômico sobre o Estado; Base econômica própria do Estado; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 06 - MARX J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) O SEGREDO DA ACUMULAÇÃO PRIMITIVA Acumulação do capital: o Produção de mais-valia (lucro); o Baseia-se na reprodução do capital e na exploração da força de trabalho Confronto: meios de produção VS. Força de trabalho Acumulação Primitiva se dá com a separação do produtor e do meio de produção Capitalistas combateram o poder feudal o Objetivo de explorar livremente o homem o Afastamento da servidão (que era empecilho da exploração) Expropriação da base fundiária II) EXPROPRIAÇÃO DA BASE FUNDIÁRIA Séc. XIV Servidão já desaparecera o Maior parte do solo inglês era composto por camponeses livres Séc. XVI Massa proletária lançada no trabalho pela dissolução dos séquitos feudais; o Impulsionada pela manufatura flamenga da lã Velha nobreza feudal já havia sido dissipada em guerras o A nova nobreza acatava e fomentava a transformação de lavouras em pastagens para ovelhas; Inicialmente, a legislação voltou-se contra a expropriação Durante a Reforma, as propriedades da Igreja foram confiscadas o Acarretou a expulsão dos súditos que habitavam estes territórios Séc. XVIII Últimos vestígios da propriedade comunal; Revolução Gloriosa Terras foram tomadas para a propriedade privada o Lei tornou-se veículo para o roubo de terras; Liberação dos camponeses para serem usados como força de trabalho nas cidades; Na Irlanda e na Escócia, os processos foram ainda mais rápidos e violentos que na Inglaterra o Gaélicos eram empurrados, conforme os interesses dominantes, às áreas mais inférteis; III) LEGISLAÇÃO SANGUINÁRIA & SALÁRIO Proletariado não pôde ser absorvido com a mesma velocidade em que foi produzido: AULA: 06 TEXTO: Marx [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 06 - MARX J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 o Geração de uma massa de esmoleiros, assaltantes, etc.; Enquadramento dos tipos acima em leis bastante duras o Leis deram base formal para a disciplina que se faz necessária dentro do processo de produção capitalista Legislação também utilizada como forma de regular o salário; Proibição de associações de trabalhadores; IV) ARRENDATÁRIOS CAPITALISTAS Criação de grandes latifundiários, sob os novos moldes capitalistas; Revolução Agrícola enriquece o arrendatário o Maior uso de trabalhadores assalariados; V) INDÚSTRIA & MERCADO INTERNO Meios de subsistência se tornaram elementos do capital o Ex.: alimentos tornaram-se produtos adquiridos através da compra, e não mais plantados; As máquinas tornaram-se um meio de comando para a classe trabalhadora A matéria-prima seguiu o mesmo exemplo, e passou a também ser vista e comercializada como mercadoria; VI) CAPITALISMO INDUSTRIAL Sistema colonial fomentou o capitalismo o Os tesouros encontrados nas novas áreas foram convertidos em capital No período anterior, de supremacia das manufaturas, o comércio era mais relevante que a produção; o Na fase subsequente (capitalismo concorrencial/industrial), a produção industrial torna-se ais importante que o comércio; Dívida pública é utilizada como alavanca da concentração de capital VII) TENDÊNCIA HISTÓRIA DA ACUMULAÇÃO Propriedade privada é vista, por Marx, como condição necessária à exploração O grande entrave enfrentado pelo capitalismo é a formação de monopólios [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 07 - FIORI J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 Por Maísa Verdugo 184.XII I. TEMA Contradição existente no modelo econômico clássico que prega a igualdade entre Estados, porém só funciona com a desigualdade. II. CITAÇÃO DE ADAM SMITH “Estados devem ser iguais em força e coragem...”; Como isso é possível se já existe uma hierarquia? Contradição entre teorias e resultados III. EXPOSIÇÃO E EXEMPLIFICAÇÃO DO “DUPLO MOVIMENTO” DE POLANYI Moinho satânico: o EXPANSÃO: Autorregulação, euforia com o modelo liberal; o AUTODESTRUIÇÃO: Regeneração do capitalismo (ex. crise do padrão ouro); Ocorre a associação entre capital e poder político; Surgimento de novos países capitalistas: países de segunda linha; Mudança de hegemonia (países periféricos mantêm-se nessa condição); Poder = dinheiro e armas; IV. CONDIÇÃO DOS PAÍSES PERIFÉRICOS Trata-se do Brasil, Argentina e México; Tentam romper a hierarquia, no entanto, suas moedas são fracas no sistema monetário internacional; “Sem moedas, nem coragem, nem força”; Sem armas, sem tecnologias, sem crédito, sem força dirigente. AULA: 07 TEXTO: Fiori [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 08 - MERCANTILISMO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) BULIONISMO Trata-se de uma fase inicial do mercantilismo; Necessidade de atrair ouro e prata para os países europeus; o Ex.: Espanha Proibição da exportação do ouro para conservá-lo dentro do país. II) MERCANTILISMO Objetivo Balança comercial favorável; Tendência de aumentar as exportações e diminuir as importações; Tendência à criação de monopólios. III) RESTRIÇÕES Estado restringiu a importação; Também controlou a produção interna; Estado assumiu, então, funções das corporações de ofício, determinando, por exemplo, salários e alocação. o Objetivo Final Maximizar os lucros dos mercantilistas. AULA: 08 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 08 - MERCANTILISMO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 I) MERCANTILISMO Séc. XV Contexto Histórico Maior segurança às feiras comerciais e diminuição das barreiras à circulação de mercadorias; Enriquecimento individual como finalidade normal Estados centralizados dispostos a dirigir a economia Aspectos comuns: a. Defesa das Manufaturas; b. Desenvolvimento do comércio; c. Expansão colonial. II) CONTEXTOS NACIONAIS A) BULIONISMO ESPANHOL Ideologia de que a conservação do ouro e da prata traria poder ao Estado; Proibição da saída de metais preciosos do Estado; Pressão para diminuição das importações; Esta política mostrou-se desastrosa, causando declínio da produção nacional. B) FRANÇA Queria obter metais preciosos Almejava uma economia completa e autossuficiente; Regulou a produção, especialmente a esfera das corporações: o Fomentou o aumento da eficiência e do aperfeiçoamento; Proteção alfandegária Colbert apostou na alta qualidade dos produtos franceses; Produção eravoltada à exportação; A regulamentação da agricultura, então, baixaria o custo de seus produtos; C) INGLATERRA Não dispunha de indústria forte: o Pouca importância à regulamentação industrial inicialmente; AULA: 08 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 08 - MERCANTILISMO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 Objetivo Balança comercial favorável; Investiram no aumento da importação para promover o aumento da exportação; Atitudes estatais: a. Pacto Colonial; b. Regime aduaneiro; c. Baixada taxa de juros, proporcionando maior quantidade de moedas; Proteção à agricultura; Diversificação de seus produtos Proibição da importação de produtos industrializados. III) POLÍTICAS A) POLÍTICA NACIONALISTA Enriquecimento do cidadão proporciona maior poder do Estado; Comércio é forma de obtenção de riqueza; Dependência da Economia (prosperidade) e da Política (poderio militar); Abundância de mão-de-obra e dinheiro; Crédito fácil e baixo; Indústria é apenas um MEIO para atingir o lucro; o lucro é o FIM. País só enriquece a custa de outro; B) POPULACIONISMO População abundante proporciona maior mão-de-obra; o Promove desenvolvimento do comércio e da indústria; o Permite salários menores; Teoria de Malthus: Quanto maior for o número de miseráveis, maior o progresso; C) DOMÍNIO MONETÁRIO Moedas Poder de compra constante Abundância de moeda aumenta o desenvolvimento do comércio e da indústria; o Aumentam, então, os preços, que gera aumento do número de miseráveis e, consequentemente, de mão-de-obra; D) PAPEL DO ESTADO Individualismo Regime voltado ás iniciativas privadas; Intervencionismo estatal: o Estímulo à produção, troca e riquezas; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 08 - MERCANTILISMO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 o Permite alcance de maior riqueza; Econômica dependia da política; Aspectos importantes: o Liberdade e incentivo de exportações de manufaturados; o Proibição de exportação de matérias-primas necessárias às indústrias; o Fomento às manufaturas; o Conquista de colônias revela novos mercados; IV) CONTROVÉRSIAS Utopia e Cidade do Sol são obras que mostram sociedades igualitárias; o São, na verdade, críticas ao capitalismo nascente; o Mostra uma reminiscência do espírito medieval; A) REGULAMENTAÇÃO Regulamentação de comércio e da indústria São condições favoráveis à manufatura; Filosofia individualista o Uso da força e da violência; Estado rompe as barreiras arcaicas (medievais) e unifica o território econômica e politicamente. B) OURO E PRATA COMO RIQUEZA Marx e Smith criticam essa visão, dizendo que os mercantilistas confundem dinheiro e riqueza; Ouro e prata não são riquezas, mas apenas transições; Grande importância ao ouro gera pouca possibilidade de crédito: o Estimula os investimentos externos. C) DILEMA MERCANTILISTA Erro Básico Excedente de exportação não determina o bem-estar econômico; Via-se a economia como inelástica, isto é, se um ganha, outro deve perder; Inglaterra Considerava o saldo multilateral (com relação a vários países e produtos) do que o bilateral; Todo déficit e superávit da balança comercial deve ser compensado com o fluxo de metais preciosos; Existência de mecanismos automáticos de reequilíbrio da balança de pagamento. D) TRANSIÇÃO PARA O LIBERALISMO [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 08 - MERCANTILISMO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 5 Maior quantidade de moeda gera aumento dos preços o Aumenta as importações e diminui as exportações. Hume vê a procura como relativamente elástica; além disso, não se deve acumular ouro ilimitadamente; Aparecem teses de “mercantilismo natural”; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 08 - MERCANTILISMO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 6 Mercantilismo é uma ideia que ajuda a compreender uma realidade histórica Trata-se de uma transição entre a Idade Média e o Liberalismo; Estado é sujeito e objetivo do Mercantilismo; É um sistema unificador Sistema Econômico de transição o Sistema de poder consolidação da soberania dos estados recém-formados; o Sistema protecionista Visão de desenvolvimento da economia nacional; o Sistema Monetário o Sistema Social Rompimento com as relações feudais. AULA: 08 TEXTO: 03 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 09 - FISIOCRATAS J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 Séc. XVII Regulamentações beneficiavam apenas poucas empresas Capitalistas que não se beneficiavam queriam se livrar das restrições; I) PROTESTANTISMO E ÉTICA Homem justo põe a fé acima da obra religiosa o Isto é, a salvação não depende da mediação eclesiástica, mas se baseia na fé do crente; o Propõe uma independência do poder da Igreja; Individualismo O homem independe do julgamento de um sacerdote, julgando-se a si próprio; Valor religioso no trabalho constante seria o caminho da salvação; Reforma protestante como uma maneira de alcançar a liberdade (econômica e religiosa); Filosofia individualista: salvação pela fé (e não mais por intermédio da Igreja); Práticas comerciais, inclusive as lucrativas, ganham uma valoração positiva (“Deus criou o mercado e a troca”); Valorização do trabalho, pois este assegura a salvação; II) POLÍTICAS ECONÔMICAS Protestos contra subordinação da economia ao Estado; Liberdade de competição Surgimento do mercado livre; Amoralismos, como ambição e egoísmo, fomentam a industrialização; Busca do lucro pressupõe a proteção da propriedade e o cumprimento dos contratos; III) ORIGENS DA TEORIA CLÁSSICA Mão-de-obra livre Aumenta a produtividade; Trabalho como fonte de lucro; IV) FISIOCRATAS São, na verdade, discípulos de Quesnay; Pretendiam reformar a política agrária francesa; Defendiam: a. Abolição das corporações; AULA: 09 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 09 - FISIOCRATAS J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 b. Remoção das barreiras; c. Agricultura capitalista; V) IDÉIAS DE QUESNAY Produção em ciclos anuais; o Isto é, tudo o que é produzido torna-se insumo para a produção futura; Excedente Apenas através da natureza o A produção agrícola é vista como principal fator de riqueza (excedente); o Inovação: excedente está na esfera da produção agrícola e não mais na esfera da circulação como defendiam os mercantilistas Desconhecia-se, então, o lucro industrial; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 09 - FISIOCRATAS J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 I) ORIGEM França (séc. XVIII) o Sul Propriedade senhorial com baixa produtividade; o Norte Propriedade capitalista com maior produtividade; Comício de pequeno alcance; Atitude crítica em relação ao mercantilismo de Colbert; Para Marx,fisiocratas são os fundadores da economia política; Para Smith, cometem o erro de ver a terra como única fonte de riqueza; II) FILOSOFIA Homem busca prazer e felicidade: o Natureza econômica da felicidade; Ordem Natural Leis constitutivas das sociedades humanas (Deus); Sociedade como meio de fim econômico; o O Homem é um ser social: a sociedade, portanto, é espaço destinado às trocas de mercadorias. Homem necessita do trabalho de outrem; Moral é um meio de realização física da lei natural Leis Naturais podem ser: a. Leis Físicas Curso dos acontecimentos físicos; b. Leis Morais Regra das ações humanas conforme a ordem física; III) TERRA E PROPRIEDADE Cultura da terra Permite multiplicar subsistências o É uma instituição necessária; Propriedade como fundamento: o Vista como liberdade; o Garantia plena da fruição; o Necessidade: liberdade e segurança; o Propriedade exclui a igualdade; Desigualdade como algo natural; Justiça como imposição da ordem da natureza; Ultrapassagem da propriedade feudal; AULA: 09 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 09 - FISIOCRATAS J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 Interesse do Estado = Interesse do Proprietário; Distinção: proprietários VS. Não proprietários; o Base: meio de produção; o Função de cada grupo social; Apenas proprietários com direitos políticos; Estado protege a propriedade; esta sustenta os gastos públicos, que sustentam, por sua vez, o Estado; Antropologia otimista: o Perfeita harmonia dos interesses; o Equilíbrio social; Defesa da concorrência e da liberdade de comércio; Poder a Deus Legislação positiva é mero ato declaratório, já que o poder do soberano emanaria, também, de Deus; Quesnay defende intervencionismo estatal quando para beneficiar a agricultura; Fisiocratas não foram liberais no que tange à política, já que defendiam o despotismo; Influência do pensamento newtoniano, formulando leis absolutas e universais; IV) RIQUEZA Apenas a terra produz excedentes; o Excedente surge como conceito novo na economia, isto é, como diferença entre grandezas físicas sem qualidade; Política subordina o poder. Excedente permite que os homens trabalhem em outras áreas (divisão do trabalho); V) CIRCULAÇÃO Através da circulação do excedente há o processo produtivo; Troca entre classes sociais o Proprietários apropriam-se da renda, consumindo-a totalmente; o Fluxo e processo autorrenováveis; o Circulação Produção o Moeda facilita a troca, mas não possui função ativa (oposição ao mercantilismo); VI) CRÍTICAS E PRESSUPOSTOS Economia estacionária o Excedente seria consumido integralmente; o Desconsidera a acumulação de capital; Importância do conceito de Capital como estoque de bens e adiantamentos; Possuem certo conservadorismo nos seguintes aspectos: o Economia sempre centralizada na agricultura; o Estrutura artesanal; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 09 - FISIOCRATAS J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 5 Produit-net antecipa o conceito de mais-valia de Marx Suas principais limitações são: a. Desconsidera a classe industrial e o lucro industrial; b. Modelo estático, que não prevê a acumulação do capital; c. Pressupõe preços constantes; d. Ausência da teoria do valor; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 10 - SMITH J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) BIOGRAFIA Fundador da economia política; Obra principal: A Riqueza das Nações; Fenômenos econômicos vistos e formulados como um sistema de leis; II) INFLUENCIAS Visão marcada pelo debate filosófico de sua época: o Existência de leis universais; Riqueza das da esfera do comércio e passa para o trabalho; Crítica ao mercantilismo o Estes confundiam a riqueza com os materiais e a nação com o soberano; III) VISÃO GERAL: RIQUEZA DAS NAÇÕES Expõe que a riqueza das nações organiza e delimita a temática econômica; Trata da criação e da distribuição dos bens, dos serviços; do comércio (nacional e mundial) e do papel das classes; Tem como núcleo central de seu pensamento a criação e ampliação da riqueza; Considera que a riqueza é fruto do trabalho e o seu potencial é um fenômeno social, pois há maneiras, como a divisão do trabalho, de ampliar-se a produtividade; Abordagem Economia como sistema Núcleo Criação e ampliação da riqueza; Riqueza é vista como fruto do trabalho humano A divisão do trabalho fomenta o aumento da produtividade; IV) ENFOQUES Teoria dos Valores Necessidade de um parâmetro para comparação entre países e tempos; o Valor de troca Alcançado no mercado o Valor de uso Pela utilidade particular do bem o Preço nominal Em dinheiro o Preço real De acordo com o custo humano; Trabalho como mediador de valor; AULA: 10 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 10 - SMITH J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 São as fontes de valor: o Salários; o Renda da Terra; o Lucros; Preço nominal = salário + preço + lucro o Definido pelo mercado, de acordo com a oferta e a demanda; Teoria do Trabalho comparado; o Valor da mercadoria = quantidade de trabalho que essa mercadoria pode comprar; Novo conceito: CAPITAL; o Lucro visto como elemento da produção; o Eleva o nível de produtividade; A divisão do trabalho propõe maior especialização para um menor custo; O Livro comércio seria regulado pela “mão invisível”: o Há uma quebra clara com a herança feudal; o Pressupõe e fomenta a ampliação de mercados e a divisão do trabalho; o Mão invisível seriam as atitudes egoístas dos capitalistas que se converteriam em decisões favoráveis a toda a sociedade [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 10 - SMITH J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 I) INTRODUÇÃO Produção como método de medida da riqueza de um país; o Reflete a habilidade, destreza e bom senso do homem; o Há uma proporção entre aqueles que executam um trabalho útil e aqueles que não executam trabalho; Nações desenvolvidas dependeriam da habilidade, destreza e bom-senso; II) DIVISÃO DO TRABALHO Aprimoramento das forças produtivas Sociedade evoluída necessita do trabalho de várias pessoas; Agricultura comporta menos divisões; São três razões: a. Maior destreza do trabalhador; b. Menor tempo na mudança de tarefas; c. Uso de máquinas; Abundância dos bens Cada trabalhador tem para vender uma determinada quantidade de trabalho o Em última análise, há a necessidade de cooperação entre os homens. III) ORIGEM DA DIVISÃO DO TRABALHO Propensão humana natural de realizar trocas; Homem necessita da cooperação de seus semelhantes; Indivíduo tem uma ocupação específica pela certeza de poder permutar seu próprio excedente com o de outrem; Possibilidade de desenvolvimento de talentos e habilidades distintas; IV) DIVISÃO DO TRABALHO LIMITADA PELA EXTENSÃO DO MERCADO Mercado reduzido dá pouco estímulo à plena dedicação à habilidade específica Há a incerteza da futura possibilidade de troca de seu excedente com o de outrem; V) ORIGEM E USO DO DINHEIRO AULA:10 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 10 - SMITH J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 Homem subsiste por meio da troca o Tornam-se todos, então, comerciantes; De início, há a incerteza em relação à concretude da troca futura; o Desenvolvimento levou à produção de bens que poucas pessoas se recusariam em receber; VI) PREÇO REAL vs. NOMINAL Trabalho é uma medida real do valor de troca Valor de troca é estipulado em dinheiro (preço nominal); Trabalho nunca varia de valor o Trata-se do preço real; VII) FATORES QUE COMPÕEM O PREÇO DAS MERCADORIAS Quantidade de trabalho Reflete o salário pago Renda da Terra Pagamento a proprietários da terra; Lucro do empresário Adianta salários, materiais; o É o capital acumulado; o Acumula em função do risco assumido; VIII) EFEITOS DO AUMENTO DO CAPITAL SOBRE AS FORÇAS PRODUTIVAS No início, não havia acumulação de capital: o Cada homem supria suas próprias necessidades A acumulação primitiva de capital leva ao aprimoramento das forças produtivas: o Manutenção do capital da melhor forma possível; Quanto maior o estoque, maior a divisão de trabalho: o Necessária para a maximização da produção; IX) RESTRIÇÕES À IMPORTAÇÃO Altas taxas alfandegárias geram monopólio do mercado interno para a indústria nacional; o Monopólio estimula um tipo específico de indústria; o Maior capital e maior mão-de-obra do que deveria ser empregado o Há um desvio do capital Indivíduo > Legislador Âmbito do capital Em paridade de lucros, o comerciante prefere, por segurança, o mercado interno Assim, o interesse individual convergiria para o social; O monopólio seria, então, prejudicial; o País impedido de produzir objetos de maior valor; o Diminuição da troca da produção anual; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 11 - RICARDO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) BIOGRAFIA E INFLUÊNCIAS Teve contato com Smith e Malthus Teórico mais rigoroso entre os economistas clássicos Influenciou o marxismo e as tradições neoclássicas; Influenciado pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial; II) TEORIA DA RENDA E DO LUCRO Três classes o Proprietário da terra o Dono do capital o Trabalhadores Renda da Terra parte do produto da terra paga ao seu proprietário; Produto Líquido = (Total Produzido – Custo de Produção); o Valor excedente criado pelo trabalho (lucro + renda); Terras em diferentes graus de fertilidades; o Fazendeiros de uma terra de menor qualidade pagam uma renda ao dono da terra de melhor qualidade; o Concorrência aumentava a renda, até que os lucros se equilibrassem; Terras menos férteis Lotes Menores Produto Líquido cada vez menor; Para Malthus, o crescimento populacional diminui os salários pagos; Capital era o cereal adiantado para a subsistência do lavrador; Produto líquido decrescente gerava lucro decrescente; III) CONFLITO: CAPITALISTAS vs. FAZENDEIROS Acumulação de Capital Prosperidade Econômica; o Maior procura de mão-de-obra; o Maiores salários; o Maior aumento da população; Economia em dificuldade Renda das terras diminui o lucro o Menor produtividade Menores Lucros Maior Renda da terra o Maior trabalho Maior salário Menores lucros Malthus Critica a inobservância da lei da oferta e da procura; IV) TEORIA DO VALOR-TRABALHO AULA: 11 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 11 - RICARDO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 Mercadorias recebem seu valor em função de: o Escassez (oferta e procura); o Quantidade de trabalho incorporado; Ferramentas e máquinas são produtos intermediários do trabalho (Trabalho passado) Produção como atividade humana; Erra ao dizer que o capital é o mesmo que os meios de produção; o Capital reproduz uma relação social (Marx); Considera o capitalismo e a divisão do trabalho coisas naturais e imutáveis, isto é, que relações assim sempre existiram; Não previa, entretanto, que a força de trabalho também seria uma mercadoria: o As falhas de sua teoria foram preenchidas por Marx, ao desenvolver a teoria da mais-valia; V) DETERMINAÇÃO DE PREÇOS Abandono da noção de trabalho incorporado; o Preços se alteram mesmo quando a quantidade de trabalho permanece constante; Exemplo: 2 indústrias; o A primeira possui altos salários e menores lucros enquanto a segunda possui menores salários, mas com maior investimento em máquinas; o O preço da 2ª fábrica é melhor; o Caso haja aumento de salário, o preço da primeira aumenta mais que a da segunda; Capital pode ser: o Fixo Maior durabilidade; maquinaria proporciona maior lucro; o Circulante menor durabilidade; VI) IMPOSSIBILIDADE DE SUPERPRODUÇÃO Lucros dependem da quantidade de trabalho necessária dos trabalhadores da terra. Tendência dos lucros é o declínio; o Maior quantidade de trabalho gera maiores salário e menores lucros; Sem a acumulação, haveria a queda dos salários, sofrimento e pobreza; Para Ricardo, os interesses capitalistas são próximos dos sociais; o Os interesses dos proprietários de terra, conduto, são opostos ao da sociedade; Oferta e a Procura regulariam o mercado (Preços/Composição) Capitalistas produzem aquilo que não precisam para trocar; o Moeda como mediadora: não se quer entesoura-la; o Produção cria sua própria procura; o Excesso pode ocorrer em apenas uma mercadoria, mas não em todas; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 11 - RICARDO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 As crises econômicas, então, são ajustes necessários aos padrões anormais de oferta e procura. VII) MAQUINARIA COMO DESEMPREGO VOLUNTÁRIO Diminui custos, poupa trabalho; Diminui os preços (concorrência); Substituição da classe operária por máquinas; Maior produtividade; Mercado não realocaria tão facilmente os desempregados o Capital não implica no aumento do bem-estar econômico VIII) TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS E COMÉRCIO INTERNACIONAL Livre comércio pode beneficiar mutuamente os países envolvidos o Sem vantagem absoluta, mas apenas com vantagens relativas; o Cada país tem uma mercadoria em vantagem; Privilegia-se aquele que emprega menos trabalho para produzir determinado produto. IX) HARMONIA SOCIAL E CONFLITO DE CLASSES Mão Invisível Harmonizaria o interesse de todos; o Cada país destina seu capital e mão-de-obra de forma mais conveniente; o Livre comércio aumenta a utilidade da troca para ambas as partes. Crítica o Livre comércio apenas os mais abastados o Mão invisível é incompatível com conflito de interesses entre as classes e entre os países; o Uso de restrições coercitivas (Colônia vs. Metrópole e ricos vs. Pobres); [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 12 - HAMILTON J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) OBJETIVO Convencer o Congresso Americano a adotar medidas protecionistas para promover as independências econômica e militar em relação às nações estrangeiras. II) ARGUMENTOS CONTRÁRIOS Fisiocratas Agricultura como única atividade produtiva; Necessidade da ajuda do governo Vocação dos EUA para a agricultura; Dificuldade em competir com a Europa; Falta e alto custo da mão-de-obra; Falta de capital; III) RESPOSTAS Indústria cria um novo produto, com maior quantidade de trabalho; Agricultura e manufatura como complementares; IV) MÉTODOS Divisão do trabalho Maior destreza e habilidade o Menor gasto de trabalho; Maior uso do maquinário o Auxílio à força humana; o Podem ser manuseadas por homens e crianças; Emprego de mão-de-obra feminina e infantil o Resolve a falta de mão-de-obra e custo da mesma; o Maior produção e maior renda familiar; Incentivo à imigração o Uso da mão-de-obra estrangeira; Distinção de talento entre os homens o Diversificação de indústrias e de áreas de investimento; Defesa da teoria das vantagens comparativas o EUA não podem competir em tudo com a Europa, mas não devem se restringir aos produtos agrícolas; o Fortalecimento do mercado interno; AULA: 12 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 12 - HAMILTON J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 o Criação de uma demanda estável e não sujeita a choques externos; Divergência entre norte e sul o Ambos os interesses seriam defendidos ao fomentar a industrialização; Necessidade de políticas públicas frente à dinamização provocada pela industrialização o Políticas voltadas ao desenvolvimento industrial; Intervenção estatal é vista como único meio de permitir o desenvolvimento da indústria nacional; Necessidade de autonomia: defesa, comida, habitação e roupas; Capital provido pelo: o Governo, com novos impostos, forma fundos públicos; o Bancos o Capital estrangeiro V) PROTECIONISMO Tarifas alfandegárias Proibição contra bens rivais; Proibição à exportação de matérias-primas Bônus financeiro Prêmios à inovação Benefícios fiscais: importância de matérias-primas e bens de produção Regulação das exortações Melhorias no transporte Impostos Aplicação ao caso: ferro, açúcar refinado e chocolate. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 13 - MARX J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) ORGANIZAÇÃO DA OBRA Apresenta a ordem de apresentação dos temas tratados; II) PROGRESSO DA INVESTIGAÇÃO Publicações em jornais e pesquisa de jurisprudência fomentaram debates sobre livre- cambismo e protecionismo; Critica a filosofia hegeliana o Relações jurídicas não se compreendem por si mesmas; o Importância das relações de produção Sociedade determina o homem; o Transformação da base econômica altera a superestrutura; Organização econômica desaparece apenas quanto todas suas forças produtivas já se desenvolveram; Filosofia pós-hegeliana Mudança para Londres Documentação da Economia Política o Marx passou a ter acesso a novos materiais de pesquisa; III) CRONOLOGIA Surge em contexto de agitação política e social Debate as ideias hegelianas na universidade o Anos depois, rompe com essa visão; Marx apresenta um período economista utópico Aprofunda-se no estudo crítico do sistema capitalista e da situação da classe proletária; Publicação do Capital; AULA: 13 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 13 - MARX J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 I) A PRODUÇÃO Crítica a Smith e a Ricardo nos aspectos: o Visão de um estado de natureza idealizado o Produção acontece sempre em sociedade o Indivíduo da nova sociedade visto como natural; Sociedade Burguesa é um simples método de alcançar objetivos o Máxima evolução o Produção à margem do sistema é um absurdo para Marx Produção como abstração racional o Possui caracteres gerais a várias épocas o Há necessidade de instrumento de produção e do trabalho acumulado no passado, isto é, capital; o Surge sempre no contexto social. O povo industrial seria, então, o apogeu da produção e apogeu histórico; Produção é a apropriação da natureza pelo indivíduo o Propriedade é condição de garantia dos bens adquiridos o Uso do direito e polícia; II) RELAÇÕES: PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO, TROCA E CONSUMO Produção Membros da sociedade adaptam os produtos da natureza à sociedade humanas; Distribuição Proporção de cada indivíduo; Troca Converter a proporção da distribuição; Consumo Torna o produto como necessidade individual; Produção Consumo A) PRODUÇÃO E CONSUMO a. Duplo caráter Aquele que produz, consome suas faculdades na produção; AULA: 13 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 13 - MARX J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 b. Consumo de meios de produção A segunda produção é igual ao consumo, pois é resultante da destruição do primeiro produto; Consumo e produção são intermediários de si, justificam-se; Consumo torna o produto, de fato, produto; o Cria a necessidade de uma nova produção Produção fornece ao consumidor sua matéria o Dá aspecto determinado o Determina o objetivo e seu modo de consumo o Cria o consumidor e a necessidade de produtos A identidade entre consumidor e produtor pode se dar: o Imediata Produção consumidora; o Intermediários Reciprocamente indispensáveis; o Ao realizarem-se, criam-se um sob a forma do outro; Produção e consumo como momento de um mesmo ato. B) DISTRIBUIÇÃO E PRODUÇÃO Capital é agente de produção e fonte de receitas; (Ex.: Juro e lucro): o A distribuição é produto da produção; Distribuição é como lei social o Condiciona o indivíduo à sua posição no interior da produção, precedendo a produção; Distribuição parece proceder e determinar a produção o Também inclui a distribuição dos instrumentos de produção e da sociedade pelos diferentes gêneros de produção; Embora distribuição seja coordenada previamente, é um produto da produção; C) TROCA vs. PRODUÇÃO Troca constituiu um momento da produção o Intermediário entre a produção e a distribuição que ela determina o Fornece o produto acabado, destinado ao consumo imediato; Não há troca sem a divisão do trabalho; Troca pressupõe atividade privada o Intensidade determinada pelo desenvolvimento da produção Troca inteiramente determinada pela produção; III) MÉTODO DA ECONOMIA POLÍTICA Ideal Caminhar em sentido contrário ao tradicional; É necessário partir de noções simples (Exemplos: trabalho e divisão do trabalho); [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 13 - MARX J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 Hegel errou ao conceber o real como resultado do pensamento; Evolução do pensamento abstrato: simples complexo o Troca surge antes entre comunidades que dentro das mesmas; Smith Considera o trabalho como forma de riqueza; Abstrações mais gerais só nascem com o desenvolvimento concreto mais rico. Até as categorias mais abstratas são válidas apenas sob determinadas condições históricas; Sociedade burguesa é a organização mais desenvolvida e variada que há o Conserva relações de sociedade anteriores; Em todas as formas de sociedade, há a determinação de uma produção: o Estabelece importância às outras relações; o Ex.: Agricultura na sociedade burguesa; Séc. XVIII Riqueza criada unicamente pelo Estado, sendo medida de poder; o Considera o Estado como única forma de produzir riqueza; Plano: 1. Determinações abstratas gerais; 2. Categorias que constituem a estrutura interna da sociedade burguesa e sobre as quais se assentam as classes fundamentais; 3. Concentração da sociedade burguesa na forma do Estado; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 14 - MARGINALISTAS J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) INTRODUÇÃO De 1840 até 1873 Rápida expansão econômica: o Surto de crescimento industrial; o Grau cada vez maior de concentração do capital; Relações sociais distintas: hierárquico, burocrático: o Cada estrato era rigidamente controlado pelo acima; o Objetivos: maximização do lucro e acúmulo de capitais; Abandono da “mão livre” de Smith: o Previa concorrência e várias empresas pequenas, o que não mais ocorria; Novos teóricos (1870):: o Jevons, Menger e Walras; o Teoria do Valor-Utilidade; Marginalismo Ênfase no rigor lógico-matemático; Visão utilitarista da natureza humana; Maximização racional e calculista; II) JEVONS Autor da Teoria da Utilidade Marginal de troca; Economia como cálculo entre o prazer e a dor; Valor depende inteiramente da utilidade; o Rejeitava a ideia de trabalho incorporado, utilizada por Marx; Evitou discussão de relações sociais; Usou duas características dos homens como agentes sociais: o Extraiam utilidade do consumo de mercadorias; o Eram maximizadores de mercadorias; Buscavam sempre a maior quantidade de prazer; A Utilidade Marginal era extraída pelo consumido até o ultimo pequeno incremento dessa mercadoria; o Diminui com o aumento da quantidade consumida; Utilidade total é a relação proporcional com a quantidade consumida; EXEMPLO: Suponha uma pessoa com muita sede. Ao comprar a primeira garrafa de água, o indivíduo irá aproveitar ao máximo cada parte daquele produto. Ao comprar uma segunda garrafa de água, a sede já será menor e, então, aproveitará menos aquela quantidade de água para saciar sua sede em relação ao que aproveitou na primeira vez. Se houver uma terceira vez, o mesmo irá acontecer. Este “aproveitar” se refere à utilidade marginal, enquanto a utilidade total é o total de água comprada. O AULA: 14 TEXTO: Marginalistas [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 14 - MARGINALISTAS J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 total de água comprada (utilidade total) aumenta proporcionalmente, enquanto o aproveitamento (utilidade marginal) tende a diminuir, até tender a zero; Quanto maior a quantidade, maior a utilidade total e menor a utilidade marginal; Maximização é quando não se pode obter mais utilidade de qualquer incremento da mercadoria; UMx/Px > UMy/Py Processo continuaria até se igualar; Deve comprar mais de “x” ou vender “y”; Na troca voluntária, o indivíduo compra aquilo que lhe dá mais utilidade; Teoria limitada Trata de sensações subjetivas; Jevons pensava a harmonia como o estado natural do capitalismo; Perfeita liberdade de troca tende a maximizar a utilidade; Teoria do Capital; Refutava a tese de Ricardo, segundo o qual, quanto maior o lucro, menor deverá ser o salário, isto é, lucro e salário relacionavam-se em proporção inversa; Para Jevons: Produto = Lucro + Salário; Concorrência garantiria ao operário sua participação legítima; o Vê a acumulação, então, como benéfica ao operário; III) MENGER Autor da Teoria da Utilidade Marginal, dos preços e da distribuição de renda; Rejeição ao uso de fórmulas matemáticas; Utilizou uma tabela numérica; o Utilidade Marginal cai conforme quantidade consumida aumenta; o Utilidade Total se dá pela soma dos quadros, de cima a baixo; o Quando a utilidade total atinge seu máximo, a utilidade marginal tende a zero; Explicou os preços através da oferta e da procura; o Oferta como cálculo da utilidade; o Procura como produtividade; Preço alto de uma mercadoria significa que há maior utilidade em guardar-se o dinheiro; Exaltava a livre concorrência; Em relação à metodologia, tinha as seguintes ideias: Ciência pura deve ser isenta de valores; o Apenas descrição e compreensão da realidade concreta; Põem leis da propriedade privada acima de qualquer discussão Economia vista em unidades familiares o Orientação individualista extrema; o Conservadorismo moral; IV) WALRAS Autor de Teoria do Equilíbrio Econômico Geral; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 14 - MARGINALISTAS J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 Mostra que as forças de oferta e procura dependem dos preços vigentes em outros mercados; Provou matematicamente, através de um sistema de equações; Fatores institucionais: o Aceitação das leis da propriedade e distribuição como corretas e justas; o Economia formada por empresas pequenas em perfeita concorrência; o Supunha utilidade fixa para cada parte; Equilíbrio Procura = Oferta; Concorrência perfeita leva o preço ao custo de produção; Lei de Walras Implica que a procura efetiva é igual ao valor da oferta efetiva; Lei de Say Implica que haja uma procura de todas as novas mercadorias produzidas; Se todos os mercados, exceto um, estiver em equilíbrio, este um obrigatoriamente também está em equilíbrio; Estabilidade do Equilíbrio Geral; o Determina que as forças do mercado corrigirão automaticamente um possível desequilíbrio; Ajustes rápidos e eficazes; Economia partia de uma posição de equilíbrio; Supunha imediato o processo: maior preço gera menor procura, que gera maior oferta e diminui o valor do preço, ajustando o mercado; Variação de preços deslocaria a curva de oferta e procura e se espalharia por todos os mercados; Defesa ideológica do capitalismo; Via a economia sob a perspectiva da troca e nunca das relações de trabalho como Marx; Todo o processo como um mero exercício de maximização da utilidade; o Não havia lucro, exceto em caso de desequilíbrio; o Havia o juros ao capital, a renda à terra e os salários ao trabalho; O acaso determinaria quem seria o empresário; Achava ter alcançado clara distinção entre o que é valor moral e ciência; ele próprio não respeitou esta ideia; Crítico do socialismo: o Defendia a harmonia e a prosperidade do capitalismo; o Cria que o capitalismo maximizava o bem-estar social; V) CONCLUSÃO Séc. XVIII e XIX Capitalistas industriais combateram proprietário de terra e capitalistas comerciantes; Necessidade de teorias econômicas que sancionassem a propriedade privada do capital; Teoria da utilidade atendeu aos interesses; o Visão racional e calculista do indivíduo combinava com o comportamento dos burgueses. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 15 - LÊNIN J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) CONCENTRAÇÃO DA PRODUÇÃO DOS MONOPÓLIOS A) VISÃO GERAL Grandes empresas existem em menor quantidade, mas possuem maior concentração; Concentração conduz ao monopólio; Com o monopólio, há a possibilidade de crescer mais rapidamente; Maior dificuldade de surgimento de empresas que possam concorrer com os monopólios; INTEGRAÇÃO Reunião, em uma única empresa, de diversos ramos da indústria o Abrange sucessivas fases de tratamento da matéria-prima; o Taxa de lucro mais estável; o Eliminação do intermediário; o Obtenção de lucros suplementares; o Durante a crise, há o fortalecimento da empresa integrada: Empresas “simples”sofrem com preços altos das matérias-primas em relação ao baixo preço dos manufaturados. Altas tarifas alfandegárias aceleram a concentração e formação de monopólios (Ex.: Caso da Alemanha); Concentração demanda investimentos cada vez maiores; o Dificuldade na criação de outras empresas (exigência de capital maior); Diferenças entre países (em relação ao desenvolvimento do capitalismo ou do livre- cambismo) pouco importaram na consolidação dos monopólios, que se apresentam como lei geral; B) VISÃO HISTÓRICA Antes de 1860 Apenas embriões de monopólios; 1860-1870 Pequeno desenvolvimento; 1870-1880 Desenvolvimento importante com a depressão industrial; o 1873 crack; Depressão Pausa que antecede uma nova conjuntura favorável; 2ª Fase: 1890-1900 o Cartéis como base de toda a vida econômica (domínio completo entre 1900 e 1910); AULA: 15 TEXTO: Lênin [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 15 - LÊNIN J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 C) VISÃO FUNCIONAL CARTÉIS – Atitudes: a. Repartem entre si os mercados; b. Determinam a quantidade de produto a fabricar; c. Fixam os preços; Monopólios asseguram enormes benefícios e conduzem à formação de unidades industriais formidáveis; Trustes têm superioridade no seu notável equipamento técnico; o Compra de inúmeras patentes de seu ramo; o Experimento de novidades técnicas Concentração faz inventário de todas as fontes de matérias-primas; o Fontes são apoderadas por poderosos grupos monopolísticos o Monopólio da mão-de-obra especializada, dos meios de comunicação e dos meios de transporte; o Imperialismo leva à situação intermediária entre a livre-concorrência e a socialização da produção; o Produção é social; apropriação permanece privada. Meios a que as uniões monopolistas recorrem: a. Privação de matérias-primas a outras empresas; b. Privação de mão de obra a outras empresas: alianças entre capitalistas e sindicatos c. Privação dos meios de transporte d. Encerramento dos mercados e. Acordos com compradores, para que estes comprem apenas do cartel f. Baixa assimétrica de preços, arruinando empresas fora do cartel (as chamadas outsiders); g. Privação de crédito; h. Boicote; Não se trata de concorrência entre grandes e pequenas empresas, mais sim de aniquilamento; Com os cartéis, indústrias de matéria-prima adquiriram certo domínio sobre as de bem semiacabados; Cartéis não ajudam a suprimir crises o Agravam o caos inerente ao capitalismo; o Provocam clara desproporção entre agricultura e indústria; Crises aumentam a tendência de concentração o Crise de 1873 Seleção ainda de nível técnico; o Crise de 1900 Fomento à concentração; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 15 - LÊNIN J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 II) O CAPITAL FINANCEIRO Bancos participam cada vez mais do capital industrial; Capital Financeiro capital de que os bancos dispõem e que os industriais utilizam; Bancos dominam empresas e gerenciam seu capital, de forma que a indústria tenha se tornado dependente; Sistema de participações permite o aumento do poderio dos monopolistas; Fusão de filiais é um processo comum; Grande rentabilidade na emissão de títulos (empréstimos a países estrangeiros); o Compra das pequenas empresas em tempo de depressão (preço baixo); o Colocam sob sua tutela novas sociedades; Especulação dos terrenos nos arredores das grandes cidades; o Grande lucro na sua venda por lotes; Bancos querem subordinar os meios de comunicação e transporte; Hegemonia do capital e da oligarquia financeira; o Situação privilegiada de determinadas oligarquias; o Possui o domínio de todo o sistema; III) PARTILHA DO MUNDO ENTRE OS GRANDES CAPITALISTAS Além do mercado interno, grupos capitalistas repartem entre si os mercados internacionais; Grau de concentração muito mais elevado; 1900 Bancos já haviam propiciado a ruína de empresas menos e sua absorção pelas maiores Surgimento de “sucursais” espalha o cartel pelo mundo; Pode haver nova partilha apenas em caso de modificação nas relações de poder; Bancos procuram interferir na partilha, conforme os seus interesses; Monopólios do Estado não beneficiam os consumidos, apenas socorrem indústrias privas à beira da falência; Para autores burgueses, os cartéis promovem a internacionalização do capital e favoreceriam a paz no sistema capitalista; Denota-se visão otimista e harmônica do capitalismo; IV) PARTILHA DO MUNDO ENTRE AS GRANDES POTÊNCIAS Política colonial dos países capitalista pôs termos à conquista dos territórios desocupados do planeta; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 15 - LÊNIN J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 Grande expansão de conquistas entre 1860 e 1890; Durante a livre-concorrência, os dirigentes eram contra a política colônia; Defendiam a emancipação das colônias da Inglaterra; Final do Séc. XIX defendiam o imperialismo; o Visto como forma de combater os problemas sociais dos países centrais; Grande desigualdade entre os países do centro do sistema (europeus) na expansão colonial; Grande desigualdade entre o desenvolvimento entre os países capitalistas antigos (Inglaterra, França) e os jovens (Alemanha, EUA); Capital financeiro é capaz de subordinar até mesmo Estados independentes politicamente; o Voltam ao status de semicolônia; Capitalistas monopolistas reúnem as matérias-primas em suas mãos para evitar a concorrência; o Com o maior desenvolvimento do sistema, torna-se cada vez mais rara a matéria prima, o que aumenta a luta pela mesma; Tendência ao domínio, e não à liberdade; Criação de formas de dependência entre Estados (Exemplos: Argentina, Portugal e China); [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 16 - KEYNES J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) INTRODUÇÃO Procura desvendar as complexas relações entre economia e sociedade; Ruptura Percepção sobre a natureza do raciocínio econômico: o Hipóteses reducionistas têm fraco poder explicativo; 1. Discute o funcionamento do padrão-ouro e seus mecanismos de ajuste nas economias do centro e periferia do sistema: Como exceção, a suspensão da conversibilidade das principais moedas europeias em ouro não diminui a confiança no padrão monetário dessas economias; 2. Criticou a posição dos vencedores da primeira guerra mundial: Contrário à redução da renda interna disponível por meio de medidas fiscais e monetárias contracionistas para produção de superávit compatível com o pagamento das indenizações de guerra pelo governo alemão; Sugeria financiamento externo e taxa de câmbio favorável, de modo a gerar superávit, possibilitando, assim, a indenização de guerra; 3. Quantidade de moeda está em função de: o Preço de sua cesta de consumo; o Quantidade de bens adquiridos; Determinado pelo montante de bens e serviços que permitissem adquirir no país emissor, isto é, pelo poder de compra interno; 4. Sobrevalorização da libra: o Deflação exagerada de preços e lucros; o Estagnação da indústria; o Alta dos juros; Defesa da desvalorização da libra, proporcionando mais crédito e mais produção; Gasto público usado como forma de recuperar economias deprimidas; 5. Expansão Econômica de 1920 Grande volume de inversões necessárioà reconversão da economia de guerra: o Investimentos em serviços de utilidade pública; o Demanda alta de crédito, gerando maiores taxas de juros; Surgimento de grande diferença entre as taxas de juros e retorno dos investimentos; Para Keynes, a causa é a adesão de bancos ao padrão-ouro em situação de grande endividamento público; AULA: 16 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 16 - KEYNES J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 6. Contexto da Grande Depressão de 1930 Keynes abandona a defesa do livre cambismo em defesa do protecionismo; Preferência pela desvalorização em vez da deflação; Prioridade ao equilíbrio interno; II) TEORIA GERAL Decompõe a estrutura econômica em: o Trabalho; o Bens; o Capital; o Moeda; Níveis de emprego e salário real não seriam determinados simultaneamente: o Emprego é determinado pelos empresários segundo suas estimativas de demanda efetiva; o O salário é determinado pela barganha entre trabalhadores e empresários; Grande importância da incerteza nos investimentos em longo prazo: o Influenciados por antecipação de agentes do futuro; Poupança e taxa de juros determinados pela intersecção entre curvas de oferta de capital e demanda por capital; Efetivação de investimento demanda que o retorno dos mesmos seja maior que as taxas de juros; Estado de confiança como variável essencial e realidade observável; Taxa de juros passaria a ser determinada no mercado da moeda: o Controlável por autoridade monetária; o Curva de Preferência pela liquidez; o Juro como retribuição pela renúncia à liquidez; Taxa de juros marcariam o mínimo nível que deveria alcançar a eficiência marginal de um ativo para ser objetivo de novo investimento; Propõe, como meio de evitar desvalorizações competitivas, seria necessário criar moeda e banco emissor internacionais: o Não foi aceito pelos EUA, já que o padrão ouro era forma de hegemonia norte americana; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 16 - KEYNES J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 Produção destina-se a satisfazer o consumidor: o Decorre algum tempo entre custo do produtor e compra pelo consumidor final; Empresário deve fazer as melhores previsões; Dois tipos de expectativa: a. Em curto prazo Preço que um fabricante pode esperar obter pela sua produção acabada; b. Em longo prazo O que o empresário pode esperar ganhar sob a forma de investimentos futuros; Expectativas de curto prazo, como custo de produção e produto da venda, dependerão das expectativas em longo prazo de outrem; Mudança nas expectativas demanda tempo considerável para surtir efeito prático: o Em curto prazo, as favoráveis demandam certo tempo enquanto as desfavoráveis não ocasionam abandono do trabalho; Emprego em longo prazo é quando não há nenhuma parcela do nível de emprego existente que não seja produto do estado de expectativas; Simples mudança é capaz de causar um efeito cíclico; Volume de emprego em um momento qualquer depende de todos os estados de expectativa do nível anterior: o Expectativas passadas estão incorporadas no equipamento do capital atual; Produtos têm expectativas que os resultados recentes se manterão: o Não se deve eliminar, contudo, o fator das expectativas em longo prazo; AULA: 16 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 16 - KEYNES J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 1. Investimento depende da relação entre a taxa de juros e a curva de eficiência marginal; 2. Estado de expectativa em longo prazo não depende apenas do prognóstico mais provável que se pode formular; Estado de confiança tem grande relevância e considerável influência sobre a curva de eficiência marginal do capital: o Observação prática das mercadorias; 3. Grande precariedade da base de conhecimento sobre o qual se faz o cálculo das rendas esperadas; Antes, empresas pertenciam aos sócios ou a fundadores: o Tinham temperamento entusiástico e impulsos construtivos; o Negócio como maneira de viver; Hoje, há separação da propriedade e gestão: o Novo fator Reavaliação diária da bolsa de valores dos investimentos; o Influência decisiva sobre o montante de investimentos correntes; 4. É convenção supor que a situação existente dos negócios continuará por tempo indefinido: o Trata-se de uma hipótese bastante improvável; Investimento torna-se razoavelmente seguro para o investidor individual: o Oportunidade de rever suas decisões e modificar o investimento; 5. Redução do elemento real de conhecimento na avaliação dos investimentos: o Ações possuídas por pessoas sem conhecimento especial; Flutuações de curto prazo, efêmeras e sem significações, ganham imensa influência sobre o mercado; Avaliação convencional, fruto da psicologia de massa de grande número de indivíduos ignorantes: o Mercado sujeito a ondas otimistas e pessimistas pouco razoáveis; Pressuposto concorrência entre profissionais competentes corrigiria os indivíduos ignorantes: o Investimento profissional prevê mudanças de curto prazo com curta antecedência em relação ao público em geral: Objetivo: sair na frente; Não há evidência em demonstrar que a política de investimentos socialmente mais vantajosa combina com o mais lucrativa; AULA: 16 TEXTO: 03 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 16 - KEYNES J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 5 É um importante fator o grau de confiança que as instituições de crédito concedem às pessoas que nelas procuram empréstimos; 6. Especulação prevê a psicologia do mercado; prevê também a renda provável dos bens durante toda a sua existência; Progressão dos mercados Tendência do predomínio da especulação, isto é: especulação > investimentos; Há facilidade no acesso às bolsas de valores; isto deveria ser difícil e dispendioso: o Propõe a criação de um imposto sobre as transferências que poderia atenuar essas diferenças; Mal de nossa época seria resolvido caso a maior parte dos investimentos fosse em longo prazo, em vez de curto prazo; 7. Instabilidade como natureza humana: o Nossas atividades positivas dependem mais do otimismo espontâneo do que de uma expectativa matemática; Empresa que depende de esperanças futuras beneficia a comunidade como um todo; Prosperidade econômica depende muito do clima político e social que satisfaça ao homem de negócios; 8. Outros fatores atenuam os efeitos da nossa ignorância do futuro, como por exemplo; o Mecanismos de juros compostos; o Probabilidade de obsolescência; Apenas a administração da taxa de juros é capaz de propiciar um fluxo contínuo de investimentos. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 16 - KEYNES J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 6 1. Perspectiva Histórica Séc. XVII Dominação divina substituída pela liberdade natural e pelo contrato social: o Origem divina progrediu para o cálculo da utilidade; Locke e Hume são os iniciadores do individualismo: o Fundamento intelectual na propriedade privada; o Promoção do indivíduo em detrimento do monarca e da Igreja; Paley, Bentham a Rousseau Conceito de utilidade social: o Felicidade social realçada; o Introduzem novos conceitos, como igualdade,altruísmo e socialismo utilitário; Séc. XIX Harmonização do individualismo e do socialismo: o Adam Smith propõe o bem comum como o repouso no esforço individual de melhorar a sua situação; o Laissez-faire é, na verdade, a junção do individualismo com o socialismo; o Corrupção e incompetência dos governantes do séc. XVIII fomentaram o laissez-faire; Progresso material entre 1750 e 1850 adveio da iniciativa individual: o Doutrina da ação limitada do Estado; Teorias de Darwin fomentaram a livre-concorrência: o Interferências socialistas foram ineficientes e apenas retardaram o desenvolvimento; 2. Marquês d’Argenson, em 1751 foi o primeiro a usar o termo ‘laissez-faire’: o Governar melhor seria governar menos; o Houve demora até este termo integrar-se à literatura econômica; Ideia do laissez faire não se encontra na dogmática de Smith, Ricardo ou Malthus: o Ao contrário, defendem, por exemplo, legislação de navegação e contra usura; o Visão teísta e ordenada do mundo; Aceita a teoria populacional de Malthus e, o livre comércio, que nasceu otimista, transforma-se em pessimista; Em 1870, Cairnes se consagrou como o primeiro economista ortodoxo a atacar o laissez-faire: o Também Marshall percebeu que, em importantes casos, o interesse privado e o social não se harmonizavam; 3. Distribuição ideal de recursos é quando os indivíduos agem independentemente: o Eleva ao topo os mais bem sucedidos; o Luta cruel pela sobrevivência, baseado na maior ou menos eficiência; Consumido distribuirá melhor seu consumo e cada objeto encontrará o caminho mais atraente até o consumidor que o almeja mais: AULA: 16 TEXTO: 04 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 16 - KEYNES J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 7 o Trata-se de um pensamento baseado, explicitamente, na seleção natural; Amor ao dinheiro acoplado como tarefa de distribuir recursos econômicos da melhor maneira para aumentar a riqueza: o Spencer Foi o primeiro a reconhecer o paralelismo entre o darwinismo e o laissez faire; o A reprodução, seja de capitais, seja da espécie, se baseava no amor ao dinheiro e no amor ao sexo, respectivamente; Keynes faz algumas críticas, como: o Trata-se de uma teoria incompleta e reducionista, pois pressupõe: Inorganicidade dos processos e da produção; Conhecimento prévio suficiente de condições e requisitos; Oportunidades de obtenção desse conhecimento; o Riqueza distribuída aos que mais apreciam: Não se pode menosprezar o sofrimento de uma luta competitiva; o Laissez-faire teve vários aliados além da Economia: Teorias contrárias de baixa qualidade, como o marxismo e o protecionismo; Garantiu o desejo dos empresários de sua época; 4. Tamanho ideal de unidade de controle e organização está entre o Estado e o indivíduo o Reconhecimento de sociedades semiautônomas, próximas das corporações; Tendência de socialização das empresas: o Afastamento da empresa privada capitalista; o Separação da gestão e da propriedade; o Estabilidade e reputação são mais importantes que os lucros; Estado deve realizar, na sua agenda política, aquilo que ninguém possui o interesse em fazer: o Separação dos serviços sociais dos individuais; o Controle deliberado da moeda e do crédito por uma instituição central; o Ampla e completa publicidade dos fatos econômicos de relevância; 5. Sabiamente administrado, o capitalismo provavelmente pode se tornar mais eficiente para atingir seus objetivos econômicos; Desafio: conceber uma organização social tão eficiente quanto possível [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 17 - SCHUMPETER J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 Obra de Schumpeter é bastante vasta; Núcleo: visão original da dinâmica capitalista: o Ruptura de rotinas e transformação das estruturas tem papel de destaque; Sistema capitalista tem a inovação como motor, dentro de um processo de mudança; Processo de destruição das estruturas econômicas existências e criação de novas estruturas: o Rupturas, desequilíbrios e descontinuidades; o Instabilidade em forma cíclica; Manutenção do equilíbrio é compatível com processos adaptativos que promovem a expansão gradual da estrutura existente; Desenvolvimento Ruptura de um equilíbrio prévio para a construção de outro equilíbrio o Capaz de quebrar o equilíbrio walrasiano; o Integração dos agentes econômicos tende a construir novo equilíbrio; Concorrência gera: o Comportamentos adaptativos; o Inovações: Estas constroem vantagens em relação aos concorrentes; Propõe duas análises: a. Condições estáticas Não significa ausência de mudanças, mas apenas aquelas adaptativas (“passos infinitesimais”); o Neste caso, conclui-se que há bastante estabilidade no sistema capitalista; b. Condições dinâmicas Com mudanças endógenas que promovem o progresso, isto é, reações não adaptativas; Tom pessimista mais impessoal Administradores profissionais substituem os empreendedores; Inovações são cada vez menos questões de liderança ou iniciativa individual; Oligopólios conferem maior estabilidade ao sistema, mas o estilo de vida lhe é incompatível; Progressiva perda da legitimidade social; Questão maior: capitalismo tem mais problemas na “ordem social” que no “sistema econômico”; AULA: 17 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 17 - SCHUMPETER J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 I) CONDIÇÕES ESTÁTICAS 1. Estabilidade econômica difere e deve ser separada de outros tipos de estabilidade: Histórica econômica não pode ser dividida apenas por predomínio de sistemas diferentes; o Capitalismo: concorrencial X oligopolizado; Estabilidade do sistema é relacionada, em parte, às condições comerciais. 2. Na Teoria econômica, não há escolas ou diferenças de princípios: Sistema econômico é um sistema de quantidades interdependentes de variáveis e parâmetros; Ordem capitalista Quanto à sobrevivência institucional do capitalismo; Em condições estáticas, o sistema é estável; 3. Monopólio Múltiplo leva à instabilidade: Muito menos garantias que uma tendência se imponha; o Em concorrência Preço baixo, sob pena de morte econômica; o Monopolistas não são forçados, pois há maior uso de forças que não são econômicas; 4. Não se trata de um Estado de repouso Pode-se admitir determinadas oscilações sazonais, mas a reação a estas é meramente adaptativa; II) ESTABILIDADE E PROGRESSO Expansão não é um fato básico capaz de desempenhar o papel de uma causa, mas é em si mesmo o resultado de uma “força econômica” mais fundamental; Progresso Econômico Alocação de recursos produtivos até agora não experimentados: o Uso da inovação; o Produz a expansão da produção; Inovação Gera um menor custo por unidade: o Estabelece uma nova curva de oferta; o O que importa é o êxito da tarefa; Crédito é fundamental porque dá suporte às oscilações produzidas pela inovação; Depressão é vista como fase de ajustamento; AULA: 17 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 17 - SCHUMPETER J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 No capitalismo concorrencial, a inovação fomentava a criação de novas indústrias, aperfeiçoamento e preços mais baixos; No capitalismo oligopolizado, inovação entre no seio das grandes unidades existentes: o Progresso cada vez maisautomatizado; o Crédito tem papel menor; o Menos atritos; o Seleção de indivíduos é diferente do que no capitalismo concorrencial; Única causa de instabilidade do capitalismo corre o risco de desaparecer. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 18 - FURTADO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 CEPAL Criado em 1948 pela ONU: o Comissão Econômica para a América Latina; Raul Prebich Interpretação original o Analisava os desequilíbrios da balança de pagamento a partir do fluxo de ouro, isto e, da acumulação e da desacumulação das reservas na economia dominante; Doutrina que condenava países à agro exportação era injusta; Norte-americanos tentaram acabar com a CEPAL; Inicialmente, Vargas apoiou a autonomia da CEPAL; Necessidade de um programa de desenvolvimento em setores básicos (energia, transporte): o Insuficiência da capacidade de importar; o Vulnerabilidade às flutuações internas; o Problemas do setor agrícola; o Necessidade de obras públicas; o Investimento em educação; o Concentração industrial em determinadas áreas; Heranças de Raul Prebich Sistema centro-periferia com flutuações cíclicas; Ciclos tem origem nos países centrais e se espalham; Propagação Comportamento passivo dos países primários; Primário tem intensificação dos efeitos; DIT Serve apenas aos interesses dos centrais, que estão à frente no processo de industrialização; Periferia, vasta e homogênea, tem diferentes graus de integração; Fratura estrutural no sistema capitalista Lenta progressão do progresso técnico e perpetuado pela DIT. AULA: 18 TEXTO: Celso Furtado [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 19 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) INTRODUÇÃO Esteve na Universidade durante a grande depressão; 1950 Reabilitou hipóteses da Teoria Quantitativa da Moeda: o Volta às concepções analíticas pré-keynesianas; Priorizou o método indutivo e o empirismo; Influências do equilíbrio neoclássico e da escola de Chicago; Acreditava na estabilidade intrínseca ao capitalismo; Apelo à fé clássica nas forças do mercado; 1960 e 1970 Questionou a política do pós-guerra no que diz respeito ao intervencionismo estatal e seus impactos na inflação; Importância pelo fracasso das políticas keynesianas; 1970 Ambiente favorável à aplicação de suas teorias, especialmente na Inglaterra e nos EUA. II) ESTABILIDADE DA FUNÇÃO DE DEMANDA DE MOEDA POR SALDOS REAIS Teoria Quantitativa da moeda Interpretada como teoria da demanda da moeda: o Constrói essa visão partindo da agregação das unidades familiares e das empresas; Demanda da moeda depende: o Riqueza total; o Renda geral pela detenção dos saldos reais; o Custo de oportunidade de reter moedas; Aceita hipótese da estabilidade da demanda de moeda em relação à renda permanente: o Relação funcional estável entre a velocidade e as variáveis independentes que determinam a demanda da moeda Em curto prazo, o estoque nominal será maior que o real: o Haverá um mecanismo de ajustamento; o Da seguinte forma: Maior dispêndio gera maior preço, que faz cair o estoque de moeda; o Taxa de juros não é decisiva para a velocidade-renda; o Especulação também sai das considerações de Friedman; Moeda como neutra AULA: 19 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 19 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 o Entendimento como demanda transnacional por saldos reais; o Particular relação entre saldos reais e gastos; III) INFLAÇÃO E DESEMPREGO; CURTO E LONGO PRAZO Questão Central Impacto da quantidade de moeda sobre o nível geral de preços e rendas; Parte do estado de equilíbrio da economia: o Maior renda real per capital; o Maior estoque nominal da moeda; o Preços anuais constantes; Variação na taxa de crescimento do estoque nominal de renda o Fluxo de produção de novos bens e serviços, causando flutuações cíclicas; Síntese: aumento exógeno na oferta de moeda leva à elevação na demanda e aumento dos preços dos ativos financeiros e reais Variação de preços e da renda adequada o novo estoque nominal de moeda à demanda desejada: o Explicação: baixa elasticidade-juro da demande de moeda desejada (empirismo); Agentes econômicos formam expectativa com base na experiência passada: o Reação dos agentes Descompasso entre inflações prevista e observada; Nega a viabilidade de uma política econômica anticíclica; Não há relação estável ente inflação e desemprego: o Relacionam-se diretamente; Tentativa de diminuir a taxa nominal de juros acaba aumentando a taxa nominal, provocando inflação: o Menor desemprego por menor taxa de juros produz um efeito temporário sobre a renda real; Nível da renda real no longo prazo independe da oferta da moeda; Tentativas de expandir o emprego afetam o nível geral dos preços; Taxa natural do desemprego não é constante: o Resulta de imperfeições, custo de adquirir informações e da mobilidade da força de trabalho; Mecanismo defasado de correção de expectativas garante o retorno ao nível de renda ao pleno emprego no longo prazo o Taxa nominal de juros e salários nominais se alteram até atingir os níveis reais compatíveis com a taxa de desemprego natural; Aumento exógeno da moeda é, na verdade, um ajustamento: o Através do gasto de moeda (excesso) e elevação do nível geral dos preços; IV) REGRAS DE PROGRAMAÇÃO MONETÁRIA Questão: a autoridade monetária pode controlar o nível de preços; Decisões do Banco Central têm efeito rápido; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 19 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 Propostas: o Crescimento anual fixo do estoque da moeda; o Sem variações na taxa para contrapor-se às necessidades cíclicas; Instabilidade introduzida pela “sintonia fina”: o Desvios dos níveis de preços e produtos em relação ao caminho do equilíbrio; Nega a possibilidade de o Banco Central administrar a taxa de juros em favor do nível de emprego por períodos longos; Emprego de regras quantitativas Eliminaria as margens de erro da condição da política; Crítica às medidas discricionárias o Defasagem temporal: variações na quantidade de moeda e taxa de juros Banco Central deve ser guiado pela taxa de juros, como reação lenta; Recessão e desemprego são necessários à estabilização em curto prazo: o São os time lags, isto é, a defasagem temporal; Banco Central deve ser imune de controle político o Governo de leis em vez de governo de homens. Instabilidade do câmbio Dependa expectativa: o Não defende o câmbio flexível, por ser uma subordinação à política monetária, mas sim a instabilidade cambial; V) CONCLUSÃO Moeda como lubrificante do sistema econômico Tentativa de inserir a moeda num modelo de equilíbrio geral, tornando-a neutra em longo prazo; Defende o controle da política monetária pelo Banco Central, mas com taxas nominais de juros e câmbio flexíveis; Condena políticas fiscais anticíclicas; Tese geral: concepções liberais punham a liberdade do homem como principal razão para a limitação e descentralização do poder estatal; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 19 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 I) INTRODUÇÃO América Latina sempreesteve sujeita à vontade dos países centrais; Até 1914 Imperialismo inglês era dominante; Entre 1914 e 1929 Predomínio do Capital americano; 1929 Fuga dos capitais por causa da crise; Divisão geral em dois períodos: a. Entre 1929 e 1979 Maior grau de soberania e desenvolvimento; b. Após 1979 Diminuição da nossa soberania frente às ofensivas dos países centrais, pautados no Consenso de Washington; o Ressurreição liberal-conservadora; Década de 80 Debilitação fiscal e financeira; II) PERÍODO: 1929 até 1979 Crise de 1929 foi uma ruptura no padrão de acumulação primário e exportador; 1. Entre 1929 e 1937, houve maior grau de liberdade para as economias da América Latina: o Instalação de indústrias; o Economias centrais em depressão Estímulo ao protecionismo necessário e mudança na carga tributária, que passou de importação e exportação para produção, consumo e circulação; 2. De 1937 até 1945 Ampliação e avanços na industrialização Grande liberdade, pois os países centrais estavam em guerra; Falta de abastecimento regular do exterior: o Fomentou a diversificação das fontes internet de investimento; Urbanização precoce: o Grandes levas de trabalhadores foram para a cidade como mão-de-obra para a indústria; 3. Período de 1945 a 1955 Volta das velhas preocupações; Contexto: ameaça da URSS ao capitalismo; EUA fomentou ações repressivas a grupos nacionalistas e progressistas; AULA: 19 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 19 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 5 Período de rupturas e golpes militares; Mesmos fatos obrigaram os EUA a integrar a Alemanha e o Japão, isto é, a ameaça geopolítica; América Latina não voltou ao passado agrícola e fortemente condicionado pelos países centrais; Exportações diminuíram, mas o PIB aumentou; Surgimento de lideranças nacionais e industrialistas; Estado supriu a debilidade do capital externo; Urbanização e industrialização eram amortecimentos para as tensões sociais surgidas pelo Êxodo rural; 4. Período de 1955 a 1973 Auge e esgotamento de grande crescimento para os países desenvolvidos; Saída de capitais financeiros do centro para a periferia e desequilíbrio financeiro e comercial dos EUA; América Latina passava por tensões sociais e propostas de reformas de base; Redundaram em repressão e golpes militares; 5. Período de 1973 e 1979 Industrialização avança de forma mais desigual e lentamente; Pauta exportadora: manufaturados tomam o lugar dos primários; América Latina usou brechas entre as das crises financeiras para proporcionar financiamentos e investimentos diretos; Usou largamente o endividamento externo: o Bancou parte dos projetos nacionais de então; Caminho para a crise: o Maior inflação; o Déficit da balança de pagamentos; o Débito externo; III) REESTRUTURAÇÃOE CONÔMICA E AJUSTE NA PERIFERIA 3.1 – Os Ajustes dos Anos 80 Crescimento do PIB, balança de pagamentos e choques do petróleo geraram inflação; Em 1978/1979 Estado teve que auxiliar o setor privado: o Processo de estatização da dívida externa; Anos 80 Reestruturação dos países centrais: o Pediram pagamento das dívidas; o Cortaram o crédito externo; Negociações com a América Latina: o Corte dos gastos públicos; o Contenção do crédito e alta de juros; o Queda do salário real; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 19 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 6 o Desvalorização do câmbio Incentivos às exportações; Antes de 1985 Exportações com fraco desempenho: o Dólar valorizado e baixo preço das commodities; 1985 até 1990 Crescimento da exportação e diminuição da importação: o Desvalorização do dólar, liberalização comercial e renegociação da dívida externa; Combate à inflação teve efeito desastroso: o Aumento do desemprego e da informatização; o Redução dos salários; o Piora na distribuição de renda ; 3.2 - Ajustes dos Anos 90 Países centrais reestabilizados tinham que enfrentar a soberania da periferia; Impuseram, então, políticas neoliberais: o Diminuição do papel do Estado, privatizações, desregulamentações e abertura comercial; Discurso ideológico de modernização: o Inevitável frente à globalização dos mercados; 3.3 – Ajustes e Reformas estruturais 1898 e 1990 Contexto: o Implosão do mundo socialista; o Forte desaceleração da economia dos desenvolvidos; o Queda da taxa de juros; o Necessidade de renegociação das dívidas externas; Centrais e EUA Busca de novos mercados para os seus excedentes; Requisitos: o Renegociaram as dívidas; o Controle da inflação para proporcionar maior estabilidade ao capital financeiro; o Reformas liberalizantes; 1990 Maior parte dos países inicia suas reformas; Neoliberalismo prometia estabilidade e crescimento; Durante crises, as liberalizações sofreram suspensões; Implementaram no mercado latino-americano modificações do sistema internacional financeiro: o Agilizar as operações financeiras; o Liberalizar os juros; o Reduzir o crédito e os subsídios; Após quebras, houve início da fiscalização; Capital estrangeiro foi fundamental para a reconstrução da América Latina; Argentina fez a reforma mais radical; Várias privatizações pioraram a qualidade dos serviços; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 19 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 7 Argumento de que as privatizações ajudariam no combate dos juros da dívida pública e falho; 3.4 – Principais resultados Estabilidade foi bem sucedida, a exemplo do Brasil, em 1994, e da Argentina em 1991; Usaram-se os seguintes mecanismos: o Juros elevados, como forma de atração do capital estrangeiro; o Controle da expansão do crédito; o Câmbio valorizado; o Corte de gastos; Redução do PIB e da participação das exportações; Aumento dos serviços; Mercosul Heterogeneidade, difícil integração: o Constituição se deu num momento delicado; Problemas: o Volatilidade dos fluxos de capital, isto é, capital migra rápido, visando o ganho fácil; o Movimento cíclico nos países desenvolvidos como reação diante da prosperidade; Aumento dos investimentos em carteira, dando maior instabilidade ao mercado; Como o modelo é importador e o investimento é modesto, o crescimento demanda aumento do consumo: o Necessidade de crédito externo; o Aumento da participação privada; PIB da América Latina cresceu à taxa anual de 0,9%; Modelo dos anos 90 permite o crescimento até o ponto em que suas possibilidades aguentem: o Ataques de especulação o Dificuldade de financiamento o Queda dos preços internacionais Importação de bens agropecuários constrangeu esta indústria: o Forte redução de produtos menos competitivos; Novas políticas causaram mudanças: o Intensificação tecnológica; o Desemprego; o Baixa nos preços das terras; Indústria de transformações foi afeitada pelos choques do petróleo e pela avalanche de importações industriais; Participação da indústria no PIB caiu: o Caráter regressivo do modelo em voga; Importações totais aumentaram muito: o Balança comercial alterou-se radicalmente; Avanço industrial ainda existente é fruto de políticas anteriores; Problemas com emprego e questão social: o Precarização e informalização do mercado de trabalho; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 19J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 8 Geração de frutos dos problemas sociais: crime, contravenção, insegurança e injustiça; IV) NOTAS FINAIS 1. Sustentabilidade do modelo é impossível: o Determinante principal: fluxo de capital externo, que deveria ser permanente e crescente; 2. Aumento das importações Déficit das transações correntes, inviabilizando a continuidade da expansão; 3. Constante fomento da especulação; 4. Problema da dívida externa Gera instabilidade e risco; 5. Os investimentos diretos dirigem-se para o ganho fácil com as privatizações; 6. Privatizações não curaram a dívida pública; o Fomento à oligopolização privada, vinculado à banca internacional; 7. Consumo deveria voltar com toda a força; 8. Desestruturação dos nossos parques produtivos; 9. Não houve melhora na distribuição de renda; apenas maior acumulação por parte dos especuladores; 10. Dificuldade na intervenção na economia, mesmo quando esta se faz necessária; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 21 - FURTADO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) DESENVOLVIMENTO E CRIATIVIDADE Desenvolvimento Homem como um fator de transformação: o Transformação do contexto Avança em suas próprias virtualidades; o Teoria do desenvolvimento é, também, uma teoria do homem; Desenvolvimento é também o desenvolvimento das potencialidades do homem, exercendo, assim, seu gênio criador: o Desenvolvimento como lograr satisfazer suas necessidades; Desenvolvimento = Transformação + Invenção + Intencionalidade; o Inovação é a manifestação de uma possibilidade Excedente Massa de Manobra: o Abre um horizonte de opções, ampliando o possível; o Viabiliza a acumulação; o Tem outros fins além do desenvolvimento; Desenvolvimento como dois processos: a. Técnica Homem se dota de instrumentos o Aumenta sua capacidade de produção e ação b. Valores Adquiridos ao patrimônio cultural Se antes, o lucro era um meio, como a acumulação tornou-se autônoma, o lucro tornou-se um fim. A inovação técnica tem difusão muito mais rápida que os valores substantivos. o A inovação é facilmente adaptada em contexto cultural diferente; o Os valores de difundem mais lentamente; A civilização industrial Gênio humano como forma de criações tecnológicas: o Explica sua formidável força expansiva; o Aumento da eficiência na utilização de recursos escassos; o Avanço da dominação do meio natural; Teoria do subdesenvolvimento Rejeita esta visão: o Objeto: malformações sociais engendradas no processo de difusão da civilização industrial; II) ESTRUTURA: CENTRO X PERIFERIA Controle burguês acelerou a acumulação das forças produtivas; Há três processos: 1. Ampliação e complexificação do núcleo inicial Desmantelamento do artesanato e do feudalismo; AULA: 21 TEXTO: Celso Furtado [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 21 - FURTADO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 Introdução do modo capitalista de produção na agricultura; Plano político Burguesias nacional reivindicam o acesso exclusivo aos seus mercados; Concorrência Fomento da capacidade expansiva; Consequência: imperialismo; 2. Ocupação dos territórios de clima temperado de baixa densidade demográfica Deslocamento para territórios de clima temperado é a segunda forma de expansão indústria; Ampliação da base de recursos naturais; Fomento à expansão agrícola; Expansão da indústria têxtil inglês baixo custo do algodão americano; Efeitos: o Mão de obra escassa; o Aumento dos salários reais; o Ampliação dos mercados; Produziram condições de estímulo à iniciativa pessoal e inovação institucional; 3. Ampliação dos circuitos comerciais e DIT Alguns povos serão induzidos à especialização produtiva; Desmantelamento parcial das formas de dominação social; Especialização como fruto dos países centrais; Ampliar e criar circuitos de comércio; Acumulação rápida Motor das transformações; Estruturas sociais e econômicas moldadas no exterior; Introdução de novos padrões de consumo na periferia; Núcleo central ampliou sua influência; Origem de sistemas dependentes; Preservação de meios de domínio social; Conservação de mão-de-obra mais barata; Periferia tem sua estrutura de acordo com os interesses do centro; DIT dava origem a um excedente: o Incorporação de recursos naturais e mão-de-obra; o Ganhos na produtividade; Ricardo Teoria dos Preços Comparativos; Dominação colonial Quase totalidade de interesses da metrópole; Excedente que fica na periferia serve como forma de aculturação: o Vetor de hábitos de consumo dos centrais; Quatro situações: A) Apropriação de parte do excedente pela classe dominante local Ex.: Proprietários de terra, exportadores agrícolas; Benefícios à classe dominante Interesses externos ganham força; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 21 - FURTADO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 Burguesia Identificação cultural e ideológica com a metrópole; B) Núcleo central apropria-se de todo excedente Máximo de Imobilismo social; Cessa a criação de novos empregos; Setor produtivo e atividade política local controlada externamente; C) Apropriações por grupos locais para ampliar sua esfera de ação Reprodução tardia da ascensão burguesa europeia; Diferença Na periferia, não há institucionalização de instrumento de reconstrução das estruturas sociais; D) Apropriação pelo Estado Apresenta graus diversos; Base Exploração de recursos não renováveis; Consequências: o “d” Grande peso do Estado; o “a” e “” Marcas profundas na periferia; o “a” Subordinou todo o processo à modernização dependente; o “c Abriu caminho para a tomada de consciência; Investimentos e maior produtividade; Centro Maior produtividade, desenvolvimento das forças produtivas; Periferia Maior especialização; No centro, há pressão social e transformações na estrutura econômica; o Na periferia, as modificações são originadas no exterior; Subdesenvolvimento é a disparidade entre o dinamismo da demanda e o atraso na acumulação primitiva o Sua origem se dá pela inserção na DIT e pela penetração dos padrões de consumo E) EM BUSCA DE ENDOGENEIDADE Obstáculos impostos à transformação social: o Subemprego, reforço da dominação social; Dependência tecnológica; Introdução de novos padrões de consumo e valor; Endogeneização do desenvolvimento, mesmo com: o Baixa acumulação; o Malformações sociais; o Autonomia X Dependência; Há a proposição de três modelos: a) Coletivização dos meios de produção Controle coletivo das atividades econômicas de maior peso o Planificação centralizada Nível estatal o Autogestão Unidades [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 21 - FURTADO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 Fundamentos: 1. Periferia tem organização social que exclui as grandes maiorias; 2. Lógica dos mercados não induz às transformações sociais necessárias; Objetivos: 1. Destruir estruturas tradicionais de poder; 2. Substituir a lógica dos mercados pela consecução do desenvolvimento; Problemas: 1. Relações assimétricas: dependência da tecnologia do exterior (por maior acesso às fontes externas de financiamento); 2. Sistemaeconômico ainda se pauta em decisões centralizadas; Planificação não consegue atingir a plena ativação do potencial produtivo; o A autogestão corrige este problema; Problemas são: a. Organização social b. Sistema para melhor distribuição da renda c. Inserção na Economia Internacional b) Satisfação das necessidades básicas da coletividade O que o conjunto considera prioritário; Industrialização tardia exclui a maioria dos seus benefícios; Parte do excedente deve ser canalizada para modificar a distribuição de renda: o Limitação da pobreza absoluta através de reformas de estrutura, reorganização agrária e introdução de medidas fiscais; Dificuldade maior é a falta de vontade política, pois estas medidas implicam em custo social; Necessidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento: o Uso de técnicas antigas deve ser combatido; c) Aumento do grau de autonomia externa Assumir posição ofensiva nos mercados internacional; Êxito Atividades exportador de vanguarda; Autonomia das relações externas: o Superação da dependência e da passividade; Maior autonomia implica menor desigualdade social: o Enriquecimento cultural; o Preservação da própria identidade; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 22 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) OS RICOS SE ESCONDEM Há necessidade de se mapear a riqueza no Brasil; Pobres geralmente se escondem pelo estigma social; No entanto, ricos também se escondem; 1.1 As Fontes de Informação Foram utilizados: o Censo (1980 e 2000); o PNAD (1996); o Fontes tributárias de avaliação de renda e patrimônio; Captação dos ricos é mais apurada no Censo, por este ser mais sucinto; o Também apresenta problemas: a. Subestimação do rendimento é proporcional a este; b. Depende da natureza do investimento; o Problemas quanto ao rendimento do capital: a. Vontade de não declará-lo; b. Mero desconhecimento deste; Necessidade de duas análises: a. Aos “ricos” Censo; b. Aos “muito ricos” Fontes tributárias; 1.2 – Indivíduos e famílias Tanto entre pobres quanto ricos, há grande relevância da unidade familiar; Conceito de Família: a. Estrito Válido para o Censo e POF; o Sob o mesmo teto e em torno de pessoas responsável; b. Amplo Válido para as fontes tributárias; o Aceita residência em domicílios distintos, com laço sanguíneo ou afinidade; 1.3 – Outras questões Renda analisada é bruta: o Muitos entrevistados não sabem precisá-la; Fontes tributárias Renda pela média ao longo do ano; AULA: 22 TEXTO: Único [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 22 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 Censo Valor da renda em um mês; o Pode causar distorção em caso de renda variável Fonte tributária Renda do capital (aplicações e etc.) Censo Renda do trabalho e do capital o Renda do capital é de difícil captação; Opção escolhida: Uso do censo a. Captação da renda é razoável b. Territorialização em áreas menores; c. Comparação com lapsos de tempo II) RIQUEZA E EXCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL São raras as pesquisas sobre a riqueza Há estudos relevantes sobre o modo e vida dos ricos e sua evolução histórica: o Também: Concentração de riqueza, formas de concentração e agregados sociais e espaciais; Definição de classes superiores: o Famílias tradicionais; o Famílias emergentes (altos cargos públicos e privados); o Estrato social muito rico, mas sem celebrização; Houve, no Brasil, mudanças no que concerne à riqueza; o Ainda há falta de universalização do acesso à cidadania; O modo pelo qual o Brasil foi constituído é excludente e tem caráter concentrador de riqueza; 2.1 - Padrão excludente da riqueza no Brasil Período Colonial Riqueza pessimamente repartida: o Ainda há persistência disto; o Permanência da distribuição mesmo com novos atores sociais; o Monarquia e República Não houve modificação substancial Séc. XIX e XX Concentração foi fomentada: o Expansão interna do capitalismo; Evolução e desenvolvimento não diminuíram a desigualdade: o Grande estabilidade das classes superiores; Famílias muito ricas permanecem imunes ao combate da desigualdade através de sólidas alianças de interesses: o Praticamente não pagam impostos; o Não compartilham seus rendimentos; Terra Altamente concentrada: o Ausência da reforma agrária; Criação de segmentos sociais sem reconhecimento, uma espécie de subgente, ou “ralé”; Há o uso da força e da violência na relação entre ricos e pobres: o Esta é compensada por favores; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 22 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 Houve processo migratório sem as reformas civilizatórias do capitalismo, isto é, fundiária, tributária e social; 2.2 – Baixa Mobilidade Social e renda concentrada A herança colonial sedimentou-se da seguinte forma: latifúndio, monocultura, exportação, trabalho e escravos. o Hoje se manifesta através do monopólio das terras e do controle coercitivo da mão-de-obra; Exceto o ciclo do ouro de Minas Gerais, poucas foram as chances de mobilidade social; Independência e Lei das Terras fortaleceram ainda mais os ricos; Houve instalação de um mercado capitalista incluído na DIT; Aristocracia fundamentou-se numa elitização intelectual, que acabou por formar as bases da elite política nacional: o Tem suas bases no latifúndio; Elites Imitação do consumo de produtos europeus; Coronéis Atualização de poderes hierárquicos: o Eram juiz, polícia e assistência social; 2.3 – Mobilidade Ascensional e Manutenção da Exclusão Datas importantes não fizeram com que se mudasse nosso sistema de exclusão social; De 1930 a 1970, houve um rompimento com as ideias liberais: o Grande expansão Urbanização e industrialização; o Caracterização do capitalismo e subdesenvolvimento de reforçaram; o Repartição da nova riqueza foi, de novo, excludente; Padrão excludente se baseia na falta das reformas tributária, social e urbana; Meios de comunicação espalham cultura mercantil e individualista; De 1930 até 1955 Industrialização; De 1955 até 1980 Onda de internacionalização das economias; Estado não direcionou o excedente para os excluídos; Novas vias de enriquecimento, como as licitações; Mobilidade social como amortecedor dos conflitos sociais: o Ex.: Elevação da escolaridade; Força de trabalho vinculada a várias formas de subordinação: o Poder soberano dos empregadores; o Resultado: Ampliação das Desigualdades; 2.4 – Da Mobilidade social travada a caminhos Marginais Amortecedores sociais formam o rápido crescimento econômico e a mobilidade social: o Entrou em crise nos anos 80; o Esgotamento do modelo de financiamento; Resultados: o Aumento do desemprego; o Desassalariamento; o Geração de postos de trabalho precários; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 22 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 Regresso das conquistas da fase de industrialização: o Condições mais duras de trabalho (mais horas extras, duplas jornas e etc.); Proprietários de títulos financeiros obtiveram superlucros: o Dinheiro que antes era investido na indústria, passou a ser investido na financeirização; 1990 Políticas Neoliberais: o Reforço do padrão excludente; Criminalidade social como manifestação dossegmentos excluídos de cidadania; Manutenção desse sistema resulta na exclusão social; III) REPRODUÇÃO DAS ELITES E AS METAMORFOSES DA RIQUEZA NO BRASIL Período Colonial Elites se estruturam de acordo com os ciclos econômicos: o Apresentava-se como marginal à lógica de acumulação capitalista; Excedente usado para compra de bens de consumo importados e nunca para fomentar um desenvolvimento por autopropulsão; Crescimento sem alteração da estrutura; Nordeste Formação de uma nobreza territorial; Fazendo do Café Dissociação da fazenda e da riqueza: o Procura a riqueza por sim mesma; o Repudia o “status” senhorial elemento burguês; Elites, tendo perdido sua fonte de riqueza, apoiar-se-ia no Estado: o Tornou-se sócio menor da indústria nacional e multinacional; o Atenuação das diferenças de origem; Expansão de uma pequena burguesia, cada vez mais volumosa e agressiva; Capital financeiro sustentou a estabilidade das elites regionais: o Impedindo à contestação do sistema; o Falta a capacidade inovadora; 3.1 – O Consumo Conspícuo e as elites “fora do lugar” Há um claro desconcerto entre a escravidão e o liberalismo: o No entanto, os liberais e os escravistas apoiaram-se mutuamente; Pós-1930 Ideia de que a modernização levaria à mudanças social e democracia: o “Ostentação das elites” foi travada; Políticas neoliberais promoveram atualizações do padrão de consumo; Permanência, nas elites, de traços arcaicos Paternalismo e legiões de serviçais; Cultura Transformou-se num bem de consumo; Novos ricos não tem pátria, assim como o capital financeiro; Sua riqueza independe da expansão e do emprego; Ameaça não vem de ideologias, como a socialista, mas sim da violência urbana; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 23 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 Questão; o que leva a obediência da maioria a uma minoria? A maioria não apenas suporta, mas também fomenta esses valores que sustentam as estruturas sociais e políticas, mesmo que estas a oprimam; Maquiavel e La Boétie Obediência reside no homem; o Assim, opta-se por servir e dotar o outro de superioridade. I) MAQUIAVEL Príncipe como um Mito: o Como símbolo da vontade coletiva para um determinado fim político; Procura explicar como um governa vários; Príncipe deve ser mais temido que amado: o Homens são ingratos e volúveis; o Obedecem até que a necessidade surja; o Amor é apenas vínculo de obrigação; o Temor é acompanhando do receio do castigo; Medo é mais sólido para evitar a perda de autoridade; Não deve, também, o príncipe, ser odiado: o Surgimento de problemas incontroláveis; Príncipe deve inspirar confiança; Condição subalterna Escapa um fator: Força dos que o reverenciam, de tentar qualquer coisa contra aquele que é soberano; Questão: súditos são a fonte real da autoridade; II) LA BOÉTIE Homens nascem servos e, assim, servem de bom grado: o Acovardaram-se em face do tirano; Causa Imediata Histórica: o Servidão é feita a partir do arranjo de um mais habilidoso; Jogos de espelhos Manda aquele que faz outrem acredita que deveria mandar; Tirano subjuga os súditos, mas um através dos outros; Constatação Servidão reside no que quer servir; o Assim, dota o servo da capacidade de romper a obediência; AULA: 23 TEXTO: 01 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 23 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 I) GRUPOS SOCIAIS SUBALTERNOS Possibilidade teórica de desbancar o príncipe e retirar-se dessas relações de poder é muito distante da prática; História dos grupos sociais subalternos é desagregada e episódica: o Tendência de unificação é rompida pelos grupos dominantes; o Não conseguem ter unidade e forças suficiente para implementar uma nova economia política; Classes subalternas não são unificadas e não podem se unificar enquanto não puderem se tornar Estado; Para tornar-se Estado, grupos subalternos devem fazer inventário de suas possibilidades reais; Grupos subalternos estão submetidos à hegemonia; II) GRUPOS SUBALTERNOS E HEGEMONIA Subalternos estão submetidos à hegemonia dos dirigentes; Hegemonia Capacidade de fazer o dominado executar o projeto do dominante, crendo que este seja o melhor para si; Hegemonia guarda um aspecto de consenso, amparado pela coerção. 1. Poder Capacidade de impor a vontade a outrem, independentemente da resistência oferecida; 2. Dominação legítima Aceitação do sentido da ordem por questão histórica; 3. Hegemonia: Intelectuais e mundo da produção econômica; As classes forjam os seus intelectuais: o Traduzem em conceitos seus projetos sociais; Intelectuais podem ser: a. Tradicionais Mantêm-se distantes das questões sociais; b. Orgânicos Podem ser dos grupos dirigentes ou dos grupos subalternos; Os grupos subalternos têm grande dificuldade de forjar seus próprios intelectuais orgânicos; Mundo econômico (fábrica) impõe necessidades maquinizadas: o Máquina é o seu próprio intelectual; A capacidade de romper a hegemonia e tornar-se dirigente demanda a constituição da democracia participativa quente; AULA: 23 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 23 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 I) BLOQUEIRO PRÁTICO E TEÓRICO ÀS CLASSES PERIGOSAS Democracia encontra bloqueios de incorporação de massas e realização efetiva de seus direitos; o Ex.: legislação eleitoral multiplica, na política, os efeitos da riqueza; Estamos em face de des-emancipação: o Democracia Participativa quente é a nova esquerda; Realização da vontade dos cidadãos; Identidade entre governantes e governados; Concepção hegemônica de democracia não consegue enfrentar o problema da qualidade da democracia; Democracia participativa estabelece: a. Fortalecimento da demodiversidade; b. Articulação anti-hegemônica; global VS. local; c. Ampliação do experimentalismo democrático; II) PROPOSTAS 1. COMPARATO: Institucionalização do contra-poder: Desaparecimento, na atualidade, da intervenção direta nos processos do governo; Superação da dicotomia Estado X Sociedade civil; Grandes decisões políticas devem ser fruto da coletividade; Criação de consórcios de organizações não governamentais dedicadas ao contra- poder; Promoção de iniciativas populares legislativas; Decisões por plebiscitos; Patrimônio nacional Alienação mediante decisão popular; Combate ao Estado regressivo do subdesenvolvimento; Instrumentalização e superação da condição subalterna; 2. MANGABEIRA UNGER: A democracia mobilizadora Conceito amplo de política: emocional X cognitivo Remodelagem da rotina institucional o Bloqueio de modelos institucionais de economia política com origem nos países centrais; o Deve-se dizer não às ideias do mundo dominante quando se emerge (Ex.: países europeus) Manutenção da sociedade civil em alto nível de engajamento político: AULA: 23 TEXTO: 03 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 23 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 o Solução rápida para os impasses surgidos; Política abrangeria toda a sociedade; Mistura de conceitos presidencialistas e parlamentaristas Uso de plebiscitos e referendos nacionais; Intensificação contínua do nível de mobilização política na sociedade; Voto obrigatório e acesso ampliado aos meios de comunicação em massa; 3. A Cidadania Cognitiva Democracia participativa deve entrar na gestão política da tecnociência: o Assim, não será mais monopolizada pelo poder privado; Propostas: a. Consulta aos cidadãos de antevisão tecnológica; b. Avaliação participativa de tecnologias; c. Desenvolvimento participativo de tecnologias; d. Investigação participativa e. Organização de movimentos sociais em torno de problemas específicos Deve-se introduzir o leigo no processo decisório: o Isto vai muito além de audiências públicas; o Ex.: domínio da biodiversidade. [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 24 - FURTADO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 I) HISTÓRIA Indústria tardia causa: o Subdesenvolvimento; o Reforço das estruturas sociais vigentes; Europa Houve transformações causadas pela Revolução Industrial; Desenvolvimento e o subdesenvolvimento são dois fenômenos do mesmo processo histórico; II) ATUAL SISTEMA ECONÔMICO Ponto de Partida é: o Aceleração da acumulação; o Aceleração do progresso técnico; Pode-se enxergar por dois ângulos: a. Nacional Transformação do modo de produção: Destruição das formas feudais, corporativas e artesanais; Progressiva implantação dos novos fatores produtivos; b. Internacional Ativação das relações comerciais: Inserção na Divisão Internacional do Trabalho; Especialização das atividades produtivas; Geração de uma diferença regional; A. Regiões privilegiadas Progresso técnico logo penetrou; o Também houve modernização dos padrões de consumo; B. Marginalizadas Houve apenas mudança nos padrões de vida; o Modernização do estilo de vida de segmentos da sociedade; o Reforço das estruturas sociais vigentes; o Fraca absorção de mão-de-obra; o Forte propensão do consumo das classes modernizadas; Subdesenvolvimento é, então, resultado da FORMA como o progresso tecnológico se propagou; III) SUPERAÇÃO DO SUBDESENVOLVIMENTO Apoiado na mobilização de recursos sociais; Mínimo custo social; Objetivo Modificar as estruturas bloqueadoras da dinâmica socioeconômicas: AULA: 24 TEXTO: Celso Furtado [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 24 - FURTADO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 o Ex.: Latifundismo, corporativismo e canalização inadequada e desperdício da poupança; Finalidade Remoção dos entraves à energia criativa do homem; IV) CASO BRASILEIRO 1964 País de difícil governabilidade: o Destruição de seus recursos escassos; o Acúmulo de problemas; 1970 Subdesenvolvimento mais evidente: o Aumento da crise imanente à civilização Processo depredador, como, por exemplo, a obtenção de energia pelas fontes usuais; o Fomento à exaustão e empobrecimento da biosfera; Subdesenvolvimento, então, reduz o nível de consumo; Centros hegemônicos pressionam países pobres a diminuir seu consumo: o Através do endividamento externo e outros sistemas de controle; o Assim, contêm a expansão do consumo; Desafio atual é a mudança do curso da civilização; Deve-se mudar o foco, da lógica da acumulação, para a lógica do bem-estar; isto demanda: o Cooperação entre os povos; o Desenvolvimento que alcance a todos; o Preservação do equilíbrio ecológico; Objetivo é mudar o foco da minoria para a maioria, de forma que se satisfaçam as necessidades do conjunto da população; Realização das potencialidades dos indivíduos; V) QUESTÃO ECOLÓGICA Rio/92 Há uma conta a ser paga pelos países de industrialização antiga: o Tiveram grandes benefícios da destruição de recursos não renováveis; Foram elencados cinco problemas: a. Camada de ozônio; b. Aquecimento global; c. Destruição de biodiversidade; d. Poluição; e. Exportação de resíduos tóxicos; Objetivos: o Preservação do patrimônio cultural, de forma a evitar o colapso da civilização atual; o Liberar a criatividade lógica dos meios, de forma que esta se volte ao bem- estar; Noção de interdependência dos povos: [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 24 - FURTADO J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 o Surgimento de um corpo político que supere as tradicionais formas de dominação; Hegemonia cultural: o Subdesenvolvimento deve se liberar da obsessão de produzir os que se auto- intitulam desenvolvidos; o Devem assumir sua própria identidade; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 25 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 1 NOTA: Alienação é a separação do trabalhador da propriedade dos meios de produção, de forma que, mesmo produzindo um objeto, este lhe é estranho e até mesmo contrário aos seus interesses. Vale lembrar que Marx, na verdade, atualiza o conceito hegeliano de alienação para o materialismo histórico. I) CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA DE MARX Marx desaprovou Proudhon: o Incapacidade de se distanciar da abordam utópica; o Proudhon foi incapaz de soluciona a questão da alienação e acatou, então, a posição anterior da economia política; Para Marx, a posição da Economia Política é falaciosa: o Baseia-se em deduções e suposições, apenas; Opõe-se a proceder a partir de um fato econômico real; Conceito de trabalho alienado é inseparável da forma social determinada da atividade produtiva: o Propriedade privada é a base de todo modelo revolucionário; Suas investigações econômicas objetivam ações políticas, e não econômicas: o Apenas a política se remete à visão do futuro da sociedade; o A economia não possui essa função de mediação; Superação não advém apenas de turnos puramente econômicos: o Economia apenas para a análise social; Emancipação ocorre apenas com a superação da esfera de produção: o A ação política apenas cria condições gerais; Proudhon Dissolve a política em economia política; Para Marx, trabalho não é um fim da si: o É, na verdade, um servidor do salário. II) DA ALIENAÇÃO PARCIAL À ALIENAÇÃO UNIVERSAL Marx reconhece e louva os méritos da economia política clássica; Tratou o “trabalho humano” enquanto fonte de riqueza; Economia Política divide-se, para Marx, em quatro etapas: 1. Sistema Monetário; 2. Sistema Mercantil 3. Fisiocracia 4. Economia Política Liberal AULA: 25 TEXTO: 01 - Mészarós [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 25 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 2 Fisiocracia É uma transição: dissolução nacional-econômica feudal: o Riqueza já no trabalho humano; Para Marx, não se deve ver a riqueza como algo exterior ao homem ou com objetividade absoluta; Fisiocratas não compreenderam que a agricultura estava incluída entre a atividade produtiva e trabalho assalariado; o Retratam, na verdade, a situação econômica da França de então; No feudalismo já havia alienação; o Propriedade da terra é a base do domínio da propriedade privada; Liberalismo estabeleceu o trabalho “em sua completa absolutidade e abstração” o Princípio universal da produção e do conhecimento Para Marx Tendência original da divisão da terra é a igualdade: o Terra é alienável, porque o novo conceito de “homem” o permite, sendo todos os homens iguais; o Sua alienabilidade não poderia ser defendida apenas se a posse da terra fosse justificada por motivações divinas, transcendentais; o Alienação GERA exclusão para o restoda população; III) DA ALIENAÇÃO POLÍTICA À ECONÔMICA No feudalismo, a propriedade não é simples riqueza material: o Era uma relação política; A derrota da propriedade feudal concedeu autonomia do pensamento econômica; Evolução da seguinte forma: o Parcialidade Universalidade; o Personificação Impessoalização; o Limitação Liberdade; o Alienação Particular Alienação Universal; Feudalismo oculta a divisão entre a propriedade e o trabalho, através da mediação política: o Falsa aparência de unidade; Depois, propriedade privada se torna uma mercadoria: o Pura dominação da propriedade privada; Propriedade privada é o capital ainda acometido por preconceitos locais e políticos; o É um capital incompleto; o Capital industrial é a expressão pura do capital; Toda produção de mais valia tem como base natural o caráter produtivo do trabalho agrícola: o Existência do excedente agrícola; o Permite diferentes formas de apropriação; Primeira fase de alienação do trabalho é política Há uma relação politicamente fixa entre propriedade e trabalho o Regula distribuição e alocação de todos os produtos excedentes, isto é, possibilita a acumulação; o Alienação universal (econômica) pressupõe alienação específica (política); [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 25 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 3 IV) DIVISÃO E ALIENAÇÃO DO TRABALHO, CONCORRÊNCIA E REIFICAÇÃO Liberalismo é culminação do trabalho industrial politicamente emancipado; Outras realizações do liberalismo: a. Capital é trabalho armazenado; b. Maior acumulação de capital gera maior divisão do trabalho; c. Trabalho é a única essência da riqueza; d. Acaba com o misticismo em relação à renda da terra; e. Governo social Econômico é mais importante (e submete) o político; f. Caráter cosmopolita; Liberalismo se livrou do velho fetichismo do mercantilismo (moeda), mas converte-o num fetichismo das mercadorias: o Fetichismo muda de campo: Moeda Mercadoria Marx concorda que a divisão do trabalho dependa da propriedade privada; Discorda, contudo, de que a divisão do trabalho advenha da natureza humana; Marx não aceita a relação entre propriedade privada, ética e divisão do trabalho: o Aceitá-la seria o mesmo que admitir que a alienação seja insuperável; Liberais pressupõem os seguintes conceitos absolutos: a. Egoísmo; b. Propriedade Privada; c. Interesses individuais; d. Divisão do trabalho (em menor grau); Marx trabalha com um diálogo (“dialética”) entre os temas; o Não há nada absoluto: todos são fatores, isto é, causa e produto; Para Marx, não há oposição entre concorrência (segundo a concepção liberal) e monopólio: o A concorrência pressupõe o monopólio da propriedade privada; Há dois tipos de concorrência: a. Subjetiva Trabalhador com trabalhador, capitalista com capitalista; b. Objetiva Trabalho com proprietário; Aspectos importantes da Reificação: A. Transforma o trabalhador em mercadoria, governado pela lei da oferta e da procura; Trabalho visto como “capital vivo”; Trabalhador é uma mercadoria porque é assim reproduzido, de acordo com as necessidades da propriedade privada; B. Trabalho Abstrato Trabalho unilateral, maquinal; Resultado da divisão de trabalho sob as condições de concorrência; Homem é reduzido à máquina; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 25 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 4 C. Apetites Imaginários A acumulação de riqueza produz estes apetites imaginários; Não são criados pela necessidade humana; Especula-se sempre como criar uma nova carência no outro; Divisão do trabalho, em vez de liberar o homem, cria-lhe ainda mais limitações; o Tanto ao trabalhador, quanto ao proprietário; V) TRABALHO ALIENADO E NATUREZA HUMANA Economistas políticos não consideram que o trabalho não produz somente mercadorias e valor; o Também produz-se a si mesmo como mercadoria; Propriedade privada é somente produto do trabalho alienado; Trabalhador se aliena de si mesmo no ato da produção: o Trabalhador se defronta com o produto como um estranho; Abordagem marxista Homem VS. Trabalhador assalariado: o Homem não é egoísta; ele apenas se torna; Marx não considera elementos estáticos: o Manifestações são explicadas em espírito dinâmico; Condenação entre o “TER” e o “SER”; Essência do homem, conclui Marx, é a sociabilidade; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 25 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 5 I) RAZÕES DE INTERESSE A. Religiões Impõem o sofrimento como necessidade: São o vínculo da salvação; B. Ideologias pessimistas Sua função intelectual é assegurar que as massas creiam na impossibilidade absoluta de um destino melhor: Seriam, então, incapazes de vencer sua situação; Fabricou-se uma sociologia que baseia esta visão apocalíptica; Promove-se a confusão em volta das discussões sobre o capitalismo; II) QUESTÕES SOCIOLÓGICAS “Vale de Lágrimas Panorama da realidade social; Embuste ideológico Devotos repetem maquinalmente a prece; Alienação religiosa promove a sujeição das camadas trabalhadoras aos senhores e aos sacerdotes; Pobre retira da desgraça e do choro o amparo dos sacerdotes da dominação: o Antecipação do bem definitivo e perfeito, isto é, a futura vida celestial prometida; III) CONDIÇÕES DE CONSTRUÇÃO DA SOCIOLOGIA São as seguintes: a. Reconhecer o caráter ideológico-histórico nele contido b. Contradição do conceito com os direitos e destinos da massa trabalhadora; c. Origem de rótulos litúrgicos Salvação do homem; d. Papel dos pensadores críticos na análise desse embuste ideológico; e. Exame das estruturas de trabalho do Vale de Lágrimas; f. Desenvolvimento da verdadeira compreensão; IV) POSSIBILIDADE DE LIBERTAÇÃO DAS MASSAS Sofrimento como “natureza” do homem Filosofia arraigada às massas; o Sofrimento, na verdade, advém da organização social; AULA: 25 TEXTO: 02 [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 25 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 6 Países subdesenvolvidos Extrema imobilização política: o Terror institucionalizado; Falta de contato direto com as massas: o Contato bloqueado pelos intelectuais das classes dirigentes; o Aceitação passiva e resignada do sofrimento; Eficácia Coordenação das massas trabalhadoras no planejamento e condução de sua campanha de libertação; Importância da Teoria Revolucionária: o Reflete e explica o mundo subjugado; o Pensamento logicamente coordenado: Adesão das classes trabalhadoras, antes, entorpecidas; Discussão deve se manter no campo social; Deve-se romper a descrença na eliminação do sofrimento: o Entender que a classe trabalhadora é vítima social, e não natural; V) COMPREENSÃO DO CARÁTER SOCIAL Não adianta “enxugar o pranto”: deve-se destruir a fonte; Truque ideológico Maldade dos homens ricos como causa da pobreza; isto causa: a. Discussão sai do plano social e vai para o moral; b. Imutável, pois aparece como direito divino a segregação entre ricos e pobres; c. Classe dominante mostra-se redimida: o Legislação de trabalho e assistência cada mais humana e cristã como forma de redimir-se; o Classe trabalhadora acaba admirando, aceitando e fomentando tal dominação;VI) PAPEL DO FILÓSOFO Subdesenvolvimento causa: o Opressão política dos grupos dirigentes; o Falta de liberdade de expressão para as massas trabalhadoras; Filósofo identificado com o povo assume papel duplo: o Como criador das ideias; o Como público, que as deve executar; Massas só conservam a esperança se forem esclarecidas; Acúmulo de ensinamentos leva a: o Discernir a verdadeira doutrina social o Refutação de insidiosas explicações; Filósofo deve manter contato direto com as classes trabalhadoras: o Para ter noção exata do grau de desenvolvimento destas; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 25 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 7 VII) RECUSÃO À CONSIDERAÇÃO DIRETA DO SUBDESENVOLVIMENTO Atitude universal dos intelectuais da dominação; Endeusamento dos poderosos encobre a penúria do povo e explica a situação; Acomodação ideológica Procuram ensinar às massas a se resignar ao atual infortúnio como transitório; Segundo a teoria dominante, pobres são pobres porque são: inertes, sem espírito de iniciativa, preguiçosos, acomodados ou incapazes. Ricos acabam sendo santificados: o Suas doutrinas sociais funcionam como barreira ideológica; Luta social deve ser travada no campo ideológico: o Dominantes inoculam uma doutrina alienada da sociedade; o Indivíduo moral comete atos que repudiaria com horror se os compreendesse; VIII) CATEGORIAS DE DOUTRINAS 1. Origem Social: o Visam ocultar a concepção legítima; o Distribuem os estudiosos em diferentes correntes, levando-os a divergirem; o Permanecem em longas discussões acadêmicas, que em nada resultam; o Afastam-se da realidade; 2. Tentam esclarecer a natureza do trabalho: o Interessa cultivar essa dominação; o Justifica os desníveis sociais; 3. Progresso das Camadas Trabalhadoras: o Afastam doutrinas revolucionárias; o Mantém o proletariado e camponeses na expectativa de melhora futura; o Mostra a classe dominante como altruísta; o Uso de “destino do homem”; o Desloca a discussão do campo social para o campo da ética; o Desnorteamento da consciência social; Todas as três teorias visam o mesmo fim. IX) PREMISSAS DE TODA SOCILOGIA ALIENADA Classes dominantes de cada época defenderam seus interesses; “Vale de Lágrimas” é um longo episódio histórico o Surge da sociedade como classes antagônicas; o Desaparecerá com esta estrutura de consciência; [RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA] AULA 25 J o ã o C a r l o s M e t t l a c h – 1 8 4 . X I I Página 8 Pensador de país subdesenvolvido deve observar o Vale de Lágrimas como seu legítimo habitante; X) SOCIOLOGIA E OUTROS CAMPOS DO SABER Dominantes deslocam a discussão do campo da realidade para o campo dos fatos psicológicos; o A psicologia tem poucos elementos internos indignos de segurança científica; Reduz-se, então, o comportamento do homem a puras determinações do psiquismo individuais;