FPV - Formação do Preço de Venda Módulo 03

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Unidade 1:
Custo da matéria-prima ou produto acabado 
Unidade 2:
Custo da matéria-prima ou produto vendido 
Unidade 3:
 Custo da mão de obra direta (MOD) 
Custos e Despesas Variáveis 
Módulo 3
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Unidade 1: Custo da matéria-prima ou produto acabado
No módulo anterior, estudamos sobre o efeito dos custos e das despesas fixas na formação 
do preço de venda. Foi possível aprender sobre a importância e os pesos de salários, tributos, 
encargos, benefícios e regimes de caixa/competência para obter um planejamento mais 
eficiente dos custos.
•	 Competências	do	módulo
Ao final deste módulo, você será capaz de:
•	 sistematizar	 os	 custos	 e	 as	 despesas	 envolvidos	 na	 composição	 dos	 produtos	 e/ou	
serviços; 
•	 conscientizar-se	da	necessidade	do	conhecimento	dos	custos	e	das	despesas	variáveis	
para a tomada de decisão e redução de riscos; 
•	 aplicar	as	formas	de	apropriação	dos	custos	da	mão	de	obra	direta	(MOD)	aos	produtos	
e serviços; 
•	 fazer	cálculos	para	tratamento	dos	custos	variáveis	para	a	formação	do	preço	de	venda.	
•	 Competências	da	unidade
Ao final desta unidade, você será capaz de:
•	 mostrar	a	necessidade	do	conhecimento	dos	custos	e	das	despesas	variáveis	para	a	
tomada de decisão e redução de riscos; 
•	 sistematizar	 os	 custos	 e	 as	 despesas	 envolvidos	 na	 composição	 dos	 produtos	 e/ou	
serviços. 
Lúcia:	 É	 bastante	 comum	 empreendedores	 reclamarem	 de	 muito	 trabalho	 e	 dedicação	 à	
empresa	sem	o	devido	retorno	financeiro	e,	até	mesmo,	fecharem	suas	empresas	por	dificuldade	
em lidar com esse problema. Por isso, é importante que a empresa implante um sistema de 
custos.	Com	certeza,	a	partir	disso	vocês	conduzirão	melhor	a	parte	financeira	de	suas	empresas.
Mário: Lúcia, por que a implantação de um sistema de custos é importante?
Lúcia:	Mário,	 quando	 se	 tem	uma	 estrutura	 de	 custos	 definida	 e	 se	mantém	essa	 estrutura	
atualizada, o empreendedor tem a empresa mais controlada, facilitando sua tomada de decisões, 
permitindo	 investir	 mais	 em	 uma	 determinada	 linha	 de	 produtos,	 fazendo	 investimentos,	
permitindo a competitividade e manutenção no mercado.
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Luís:	Lúcia,	você	pode	nos	dar	alguns	exemplos	para	entendermos	melhor?
Lúcia: Claro	que	sim,	Luís.	Mas	é	importante	que	vocês	vejam	esses	exemplos	
e	 reflitam	 sobre	 suas	 atitudes	 em	 relação	 às	 suas	 empresas	 e	 experiências	
empresariais.	Observem	o	quadro:
Uma	fábrica	de	bijuterias	e	acessórios
Um	empresário	do	ramo	industrial,	no	Rio	de	Janeiro,	que	conhecia	muito	bem	a	sua	atividade,	
adotava, para apuração de custos e formação dos preços de seus produtos, a máxima de 
converter	a	quantidade	de	matéria-prima	pela	quantidade	produzida,	acrescido	dos	aviamentos	
e	insumos,	mais	determinado	valor	de	mão	de	obra	(que	servia	para	qualquer	peça).
Com base no valor apurado, somava 20% a título de margem de lucro e, conforme tabela 
do Supersimples, o percentual de seus impostos. Como resultado, seu preço final era bem 
competitivo,	vendia	muito,	mas	não	conseguia	ver	dinheiro.
Pior,	estava	sempre	no	vermelho.	Ou	seja,	por	falta	de	conhecimento,	não	tinha	critério	técnico	
e sequer conseguia perceber o real motivo de sua perda e como resolver essa situação. 
Outro	exemplo...
O	dono	de	uma	loja	de	material	de	construção
Diferentemente	da	maioria	dos	donos	de	pequenas	e	microempresas,	um	 lojista	de	material	
de	construção,	em	Fortaleza,	mantinha	o	planejamento	de	suas	compras	de	forma	sistemática,	
alinhado	à	rotatividade	de	seus	estoques	e	aquecimento	do	mercado.
O	conhecimento	dos	seus	custos	fixos	e	variáveis	e	o	acompanhamento	constante	davam-lhe	
segurança	quanto	ao	cálculo	dos	seus	custos	 totais	 (fixos	+	variáveis),	dos	preços	praticados,	
bem como dos resultados financeiros, o que favorecia ainda a administração do seu fluxo de 
caixa.
Lúcia:	Esses	dois	exemplos	nos	mostram	a	importância	de	se	conhecer	os	custos	e	as	despesas	
variáveis, bem como seu impacto na formação do preço e na tomada de decisão. Quem de 
vocês	já	passou	por	uma	experiência	desse	tipo,	ou	conhece	alguém	que	tenha	passado	por	
essa	situação,	e	quer	compartilhar	com	o	grupo?	Então,	vá	até	o	fórum	e	debata	esse	assunto	
com os colegas e com o tutor.
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Ana: Lúcia, qual o valor a ser considerado no custo?
Lúcia: Ana, o custo a ser utilizado será o praticado pelo fornecedor na nota fiscal.
Observe	a	fórmula	e	o	exemplo	detalhado:
CUSTO DE MATERIAIS = VALOR DA MERCADORIA + IPI + FRETE – ICMS
Lúcia:	Deve-se	considerar	o	custo	da	matéria-prima,	ou	do	produto	
para	 revenda,	 como	 base	 para	 apuração	 dos	 custos.	 O	 custo	 a	 ser	
utilizado será o valor praticado pelo fornecedor, em condições normais 
de compra, no momento da entrega do produto ao cliente, livre dos 
impostos	recuperáveis,	normalmente	ICMS	ou	IPI	(se	o	produto	final	for	
tributado	nesses	impostos),	adicionado	a	outros	encargos	(como	frete).	Mas	lembre-se	de	que,	
conforme	o	regime	tributário	da	empresa	(Supersimples,	Lucro	Real	ou	Presumido),	haverá	um	
cálculo específico.
Muitas	dessas	informações	você	encontra	na	própria	nota	fiscal.	Por	exemplo:
•	 Valor	unitário	do	produto.	
•	 Frete	sobre	a	compra.	
•	 ICMS	sobre	a	compra.	
•	 IPI	sobre	a	compra.
Valor	unitário:	para	apurar	o	custo	unitário	líquido	da	Cadeira	RD,	o	primeiro	elemento	a	ser	
considerado foi o valor unitário de *R$ 53,00. Esse deve ser exatamente igual ao valor registrado 
no pedido de compras. Frete sobre a compra:	como	na	nota	fiscal	há	apenas	um	produto,	é	só	
dividir o valor do frete pela quantidade comprada: R$ 300,00 ÷ 180 unidades = R$1,67 (frete 
por produto).
(Valor	do	frete	÷	pelo	valor	total	da	nota	fiscal)	x	100	=	porcentagem	que	deverá	ser	
calculada	sobre	os	produtos;	e	o	resultado,	dividido	pela	quantidade	do	produto.
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ICMS sobre a compra:	valor	unitário	de	uma	Cadeira	RD	x	alíquota	de	ICMS	do	Estado	=	53,00	
x	19%	(RJ)	=	R$	10,07.
O	 ICMS	 é	 um	 imposto	 estadual	 compensável	 que	 vem	 incluído	 no	 preço	 unitário	 de	 cada	
produto.	Seu	valor	será	creditado	à	empresa	que	está	comprando.
Quando	vender	o	produto,	ela	compensará	a	quantia	paga,	ou	seja,	recolherá	somente	o	saldo	
do imposto apurado entre as operações de compra e venda finais.
Existem	casos	em	que	o	ICMS	de	alguns	produtos	está	estabelecido	no	regime	da	substituição	
tributária,	que	consiste	em	que	tanto	o	ICMS	da	compra	como	o	da	venda	já	vêm	calculados	
e cobrados na nota fiscal do fornecedor, deixando de ser no preço unitário de cada produto. 
Dessa	forma,	a	empresa	não	faz	a	compensação	do	ICMS,	devendo	somar	o	imposto	ao	custo	
do produto.
IPI sobre a compra:	valor	unitário	de	uma	Cadeira	RD	x	alíquota	do	IPI	(por	produto)	=	53,00	
x	10%	=	R$	5,30.	O	IPI	é	um	imposto	federal	obrigatório,	cobrado	somente	nas	notas	fiscais	das	
indústrias,	podendo	variar	de	produto	para	produto,	conforme	definido	na	TIPI	(Tabela	do	IPI).	
No caso das empresas importadoras, o IPI sobre as compras não é somado ao custo do produto, 
pois essas empresas são tributadas pelo IPI sobre as vendas. Sendo assim, fazem a compensação 
desse	tributo	para	o	recolhimento.
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Agora, observem como seria no caso de empresas optantes pelo Lucro Real ou Lucro Presumido:
Apuração	do	Custo	Unitário
Empresa	Optante	pelo	Lucro	Real	ou	
Lucro Presumido
Valor	unitário	da	Cadeira	RD R$53,00
(	+	)	Frete	 R$1,67
(	+	)	IPI	10% R$5,30
(	-	)	ICMS	19% R$10,07
Custo unitário líquido R$49,90
No caso das microempresas e empresas de pequeno porte, com a adesão ao Supersimples, 
a	situação	é	diferente	das	indústrias,	uma	vez	que	elas	pagam	o	ICMS	sobre	as	vendas,	porém	
o	ICMS	das	compras	não	é	compensado.	Como	também	não	geram	créditos	pela	venda	a	seus	
clientes. Apesar de o custo líquido da mercadoria nas microempresas ser maior, elas têm preços 
competitivos,	haja	vista	os	incentivos	fiscais,	conforme	política
de	cada	estado,	com	redução	de	
alíquotas.	Veja:
Apuração	do	Custo	Unitário Empresa	optante	pelo	Supersimples
Valor	unitário	da	Cadeira	RD R$53,00
(	+	)	Frete	 R$1,67
(	+	)	IPI	10% R$5,30
Custo unitário líquido R$59,97
Agora que você sabe da importância de um sistema de custos para a saúde 
financeira	da	empresa,	não	perca	tempo!	Aperfeiçoe	os	conhecimentos	
que já adquiriu até aqui e reduza riscos! Pense nisso.
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Unidade	2:	Custo	da	matéria-prima	ou	do	produto	vendido
•	 Competência	da	unidade:
Ao final desta unidade, você será capaz de:
•	 diferenciar	matéria-prima	dos	outros	custos	variáveis	na	formação	do	preço;	
•	 utilizar	as	fórmulas	de	cálculos	para	tratamento	dos	componentes	do	custo.	
Luís: Olá,	Lúcia!	Que	bom	encontrar	você	por	aqui.
Lúcia:	Oi,	 Luís!	Decidi	 conhecer	 sua	 loja.	O	que	 acha	de	 realizarmos	uma	 aula	prática	 aqui?	
Poderíamos	convidar	a	Ana	e	o	Mário.
Luís:	Claro	que	sim,	Lúcia.	Vou	gostar	muito	dessa	experiência.
Lúcia:	Tudo	bem,	então.	Vou	telefonar	para	o	Mário	e	a	Ana	para	marcar	um	horário	com	eles.
Lúcia: Pessoal,	durante	a	aula	de	hoje	vocês	aprenderão	a	diferenciar	a	matéria-prima	dos	outros	
custos variáveis e farão um exercício para aprender como utilizar as fórmulas de cálculos para 
tratamento dos componentes do custo.
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Ana: Lúcia, muitas vezes, nos confundimos porque não buscamos compreender o conceito dos 
elementos	e	componentes	com	os	quais	trabalhamos.	Você	pode	começar	explicando	cada	um	
deles? 
Lúcia: Claro que sim, Ana.
Para	esta	aula	precisaremos	compreender	o	que	é	matéria-prima	e	o	que	é	produto	acabado.	
Alguém pode explicar a diferença?
Mário: Eu posso. Matéria-prima é o nome dado a um material que serve de entrada para um 
sistema	de	produção	qualquer.	No	campo	da	produção	artística,	o	conceito	de	matéria-prima	
engloba desde o material concreto para a produção de uma pintura, por exemplo telas, madeira 
e tinta, até o objeto sobre o qual o artista se inspira para pintar suas telas. No caso desse sapato, 
a	matéria-prima	é	o	couro,	o	tecido	e	todo	o	material	que	o	compõe.
Lúcia:	Muito	bem,	Mário!	É	isso	mesmo.	E	o	produto	acabado?
Luís: Bem, Lúcia, o produto acabado	é	o	resultado	da	aplicação	de	matéria-prima,	mão	de	
obra e outros insumos de produção, que pode ser oferecido em um mercado para satisfazer a 
um	desejo	ou	a	uma	necessidade.	No	caso	do	exemplo	que	o	Mário	deu,	o	produto	acabado	
seria o próprio sapato.
Lúcia:	Sua	resposta	está	correta,	Luís,	mas	preciso	completá-la.	O produto acabado é muito mais 
do que apenas um objeto físico, ele é o resultado final do processo produtivo de uma empresa. 
Trata-se	da	matéria-prima	e	dos	insumos	que	já	sofreram	um	processo	de	transformação,	foram	
completamente processados e estão prontos para serem entregues aos clientes finais.
Agora	que	vocês	compreenderam	a	diferença	entre	a	matéria-prima	e	o	produto	acabado,	façam	
um	exercício	sobre	ICMS,	frete	e	IPI,	e	uma	parada	para	entrada	no	fórum.
														Exercícios
Com base na situação da microempresa informada, determine o custo líquido unitário dos 
produtos A, B e C, descritos no resumo da nota fiscal abaixo.
Empresa	tributada	em	ICMS	e	não	tributada	em	IPI.
Código
Descrição	
dos 
Produtos
Unid. Quant. Valor	unitário
Valor	
total
ICMS % IPI % Valor	IPI
2015-0 Anel Atlas Peça 15 295,50 19 10 29,55
2018-1
Pulseira 
Top
Peça 20 350,00 19 10 35,00
2027-2
Gargantilha	
Slim
Peça 10 138,00 19 10 13,80
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Cálculo	do	Imposto
Base de cálculo 
do	ICMS
Valor	do	ICMS
Base	ICMS	
Substituição
Base	ICMS	
Substituição
Valor	total	dos	
Produtos
R$ 783,50 R$ 148,87 0,00 0,00 R$ 783,50
Valor	do	frete Valor	do	seguro Outras	despesas Valor	total	do	IPI Valor	total	da	nota
R$ 70,00 0,00 0,00 R$ 78,35 R$ 861,85
Valor	unitário	Anel	Atlas
(+)	Frete
(–)	ICMS
(+)	IPI
Custo Unitário Líquido
Valor	unitário	Pulseira	Top
(+)	Frete
(–)	ICMS
(+)	IPI
Custo Unitário Líquido
Valor	unitário	Gargantilha	Slim
(+)	Frete
(–)	ICMS
(+)	IPI
Custo Unitário Líquido
Lúcia: Ao realizar este exercício, é preciso se atentar para algumas observações:
•	 a	alíquota	do	ICMS	varia	de	estado	para	estado;	
•	 algumas	empresas	estão	muito	bem	informatizadas	e	outras	podem	utilizar	formulários	
e/ou	planilhas	visando	à	apuração	dos	custos	e	da	revisão	dos	cálculos.	Então,	ao	realizar	
este	exercício,	veja	que	critérios	se	adaptam	melhor	à	sua	empresa;	
•	 para	definir	a	porcentagem	que	deverá	ser	calculada	sobre	os	produtos,	o	valor	do	frete	
deve	ser	dividido	pelo	valor	total	dos	produtos	e	o	resultado	multiplicado	por	100.	O	
resultado final deve ser dividido pela quantidade do produto. 
Após a realização do exercício, observe o *exemplo	resolvido	e	veja	se	você	está	no	caminho	
certo.	Lembre-se	de	que	você	pode	esclarecer	suas	dúvidas	com	o	tutor	durante	todo	o	curso!	
Até o próximo encontro.
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*Exemplo	resolvido:
O	exemplo	abaixo	vale	para	todos	os	produtos:
Descrição Cálculos
Total do Frete R$	70,00
Valor	Total	dos	Produtos R$	783,50
%	(70	/	783,50)	x	100	=	0,893	ou	8,94% R$	295,50	x	8,93%	=	R$	26,39	que	é	o	frete	
total para o produto Anel Atlas
Assim,	R$	26,39	/	15	unidades	=	R$	1,76
Valor	unitário	Anel	Atlas R$ 19,70
(+)	Frete R$	1,76
(–)	ICMS R$	3,75
(+)	IPI R$	1,97
Custo Unitário Líquido R$ 19,68
Valor	unitário	Pulseira	Top R$ 17,50
(+)	Frete R$	1,56
(–)	ICMS R$	3,32
(+)	IPI R$	1,75
Custo Unitário Líquido R$ 17,49
Valor	unitário	Gargantilha	Slim R$ 13,80
(+)	Frete R$	1,23
(–)	ICMS R$	2,62
(+)	IPI R$	1,38
Custo Unitário Líquido R$ 13,79
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Unidade	3:	Custo	da	mão	de	obra	direta	(MOD)
•	 Competências	da	unidade:
Ao final desta unidade, você será capaz de:
•	 aplicar	as	formas	de	apropriação	dos	custos	da	mão	de	obra	direta	(MOD)	aos	produtos	
e serviços; 
•	 utilizar	as	 fórmulas	de	cálculos	para	tratamento	dos	custos	variáveis	na	 formação	do	
preço de venda. 
Lúcia:	Olá,	turma!	Nosso	encontro	de	hoje	será	realizado	aqui	na	indústria	de	móveis	do	Mário.
Mário: Sejam	bem-vindos.	É	um	prazer	tê-los	aqui!
Lúcia:	Durante	a	aula	de	hoje,	vamos	aprender	o	que	significa	o	custo	da	mão	de	obra	direta	
(MOD)	e	a	sua	importância	para	o	processo	de	produção	ou	execução	de	um	serviço.
Luís: Lúcia, o que é a mão de obra direta?
Lúcia: Luís, a mão de obra direta é conceitualmente um custo variável, pois está ligada 
diretamente	à	produção	ou	à	execução	de	um	serviço.	Assim	sendo,	no	ramo	comercial,	por	
exemplo, em sua loja de calçados, não encontraremos esse item na formação do custo, porém 
na	indústria,	como	é	o	caso	do	Mário,	ou	na	prestação	de	serviços,	como	é	o	caso	da	Ana,	ele	é	
vital. Por exemplo:
Vamos	imaginar	que,	para	se	fazer	um	bordado	em	uma	blusa	são	necessários	cinco	minutos.	
Então, para bordar 10 blusas serão necessários 50 minutos. Exemplificando:
•	 Tempo	da	mão	de	obra	direta	para	bordar	uma	blusa	=	5	minutos	
•	 Custo	da	mão	de	obra	direta	por	minuto	=	R$0,10	
•	 Custo	da	mão	de	obra	direta	para	bordar	uma	blusa	=	R$0,50	
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Portanto,	para	produzir	mais	blusas,	precisarei	de	mais	horas,	e	o	custo	aumenta	em	função	da	
produção ou do serviço.
Mário:	Lúcia,	como	posso	perceber	e	aplicar	essas	informações	na	minha	indústria?
Ana:	Lúcia,	eu	também	preciso	entender	melhor	esse	conceito.
Lúcia:	Não	se	preocupe,	pessoal.	Vou	explicar	de	forma	mais	detalhada.
Formas	 de	 Apropriação	 dos	 custos	 da	mão	 de	 obra	 direta	 (MOD)	 aos	 produtos	 ou	
serviços
Algumas atividades empresariais cresceram intensamente nos últimos anos e, na maioria das 
vezes, seus responsáveis não têm uma visão técnica sobre os critérios de formação de preços. 
Uma das tarefas mais difíceis na formação de preço, na indústria e serviço, é identificar os 
gastos	diretos	e	correlacioná-los	com	um	produto.	Isso	ocorre	porque,	em	muitas	ocasiões,	os	
trabalhadores	fazem	as	mais	diversas
tarefas,	não	se	limitando	a	uma	atividade	ou	a	um	produto	
específico.
Normalmente, é muito difícil a correlação entre o pessoal de produção e/ou prestação de 
serviços e as respectivas peças fabricadas, pois elas atuam, de modo geral, em todos os tipos 
de peças confeccionadas. Assim, é preferível considerar essa mão de obra como custo	fixo1. 
São classificados como custos da mão	de	obra	direta2 , variáveis para efeito de formação de 
preços,	aqueles	perfeitamente	identificados	com	o	produto.	Nesses	casos,	torna-se	importante	
sabermos	o	custo	hora/homem	e	também	por	setor,	pois,	com	esses	cálculos,	teremos	dados	
para tomar decisões estruturais e comerciais.
Podemos	apropriar	a	MOD	da	seguinte	forma:
Custo	unitário	da	MOD,	caso	a	empresa	produza	um	único	produto	ou	outros	produtos	com	
processo de produção similar.
Exemplo: com o quadro atual, de 10 funcionários, a empresa produz 
20.400	peças/mês.	Os	salários	da	mão	de	obra	direta	são	de	R$	8.510,00,	
já incluindo todos os encargos e benefícios. Utilizando a fórmula a seguir, 
teremos:
Custo	da	MOD	unitária	=	custo da mão de obra direta 
capacidade	de	produção	possível	com	esta	MOD	
1 Custos fixos é soma de todos os fatores fixos de produção. Independente do nível de atividade da empresa, ou 
seja,	produzindo-se	ou	vendendo-se	em	qualquer	quantidade,	os	custos	fixos	existirão	e	serão	os	mesmos.
2	Mão-de-Obra	Direta	(MOD)	–	é	o	custo	de	qualquer	trabalho	executado	no	produto,	alterando	a	forma	e	natureza	
do material de que se compõe.
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Custo	da	MOD	unitária	=	R$	8.510,00	=	R$	0,417156	ou	R$	0,42	por	peça
20.400 peças 
Lúcia:	Agora	que	já	dei	um	exemplo,	é	hora	de	praticar!	Leiam	as	informações	abaixo	e	resolvam	
o exercício proposto com base no que discutimos até aqui.
													Exercício
Após	alguns	meses,	a	empresa	já	produzia	outros	produtos.	Então,	melhoramos	o	cálculo,	como	
veremos	a	seguir.	Utilizando	o	mesmo	valor	da	MOD,	de	R$	8.500,00,	já	utilizado	anteriormente,	
vamos calcular pela quantidade produzida por setor:
MOD	Total Corte Costura Acabamento
R$8.510,00 R$1.836,67 R$5.803,00 R$870,33
Produção	diária	por	setor	e	produto
Produto Corte Costura Acabamento
Bolsa Y 270 270 270
Cintos X 320 320 320
Carteira Z 430 430 430
1-	Considerando	22	dias	úteis	em	média/mês,	a	produção	mensal	exclusiva	de	cada	produto	
seria:
Produto Corte Costura Acabamento
Bolsa Y 5.940 5.940
Cintos X 7.040 7.040
Carteira Z 9.460 9.460
2	 -	Dividindo	 custos	mensais	 de	 cada	 setor	por	 esta	produção,	 obteremos	o	 seguinte	 custo	
unitário:
Produto Corte Costura Acabamento
Bolsa Y 0.98 0.15
Cintos X 0.26 0.12
Carteira Z 0.20 0.61
Após a execução desta atividade, veja o gabarito e alguns exercícios resolvidos, localizados	
no	final	da	apostila,	 	para	se	 familiarizar	com	as	 fórmulas	e	adaptar	as	 tabelas	de	cálculo	à	
realidade de sua empresa e de seus produtos/serviços.
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Lúcia:	 Prezados	 empreendedores,	 é	 essencial	 conhecer	 os	 custos	 e	 as	
despesas variáveis para a tomada de decisões, baseados em análise e seu 
impacto nos preços. Quanto menores forem as despesas variáveis, maior será sua margem de 
contribuição e/ou seu lucro. Pensem nisso!
 
Gabarito
1 - 
Produto Corte Costura Acabamento
Bolsa Y 5.940 5.940 5.940
Cintos X 7.040 7.040 7.040
Carteira Z 9.460 9.460 9.460
2 -
Produto Corte Costura Acabamento Total
Bolsa Y 0.31 0.98 0.15 1.44
Cintos X 0.26 0.83 0.12 1.21
Carteira Z 0.20 0.61 0.09 0.9
Exercícios	resolvidos
Após	alguns	meses,	a	empresa	já	produzia	outros	produtos.	Então,	melhoramos	o	cálculo,	como	
veremos	a	seguir.	Utilizando	o	mesmo	valor	da	MOD	acima,	vamos	calcular	pela	quantidade	
produzida por setor:
MOD	Total Corte Costura Acabamento
R$	8.510,00 R$	1.836,67 R$	5.803,00 R$	870,33
Produção	diária	por	setor	e	produto
Produto Corte Costura Acabamento
Bolsa Y 270 270 270
Cintos X 320 320 320
Carteira Z 430 430 430
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Considerando 20 dias úteis em média/mês, a produção mensal exclusiva de cada produto seria:
Produto Corte Costura Acabamento
Bolsa Y 5.400 5.400 5.400
Cintos X 6.400 6.400 6.400
Carteira Z 8.600 8.600 8.600
Dividindo	 os	 custos	mensais	 de	 cada	 setor	 por	 esta	 produção,	 obteremos	 o	 seguinte	 custo	
unitário:
Produto Corte Costura Acabamento Total
Bolsa Y R$	0,34 R$	1,07 R$	0,16 R$	1,57
Cintos X R$	0,29 R$	0,91 R$	0,91 R$	1,34
Carteira Z R$	0,21 R$	0,68 R$	0,10 R$	0,99
Cálculo por tempo de produção da peça por setor, utilizando os mesmos valores mostrados 
anteriormente:
Quadro	de	mão	de	obra	direta	por	setor
Mão	de	obra Corte Costura Acabamento
3 cortadores R$	1.836,67
5 costureiras R$	5.803,00
2 auxiliares R$	870,33
O	cálculo	do	custo	x	hora	será	o	seguinte
Descrição Cálculo Resultado
Média	anual	de	dias	trabalhados	no	mês 20
Número	de	horas	semanais 44
Número de dias da semana 5
Número	de	horas	/	dias 44	h	/	5	dias 8,8	h	/	dia
Número	de	horas	/	mês 20	dias	x	8,8	h	/	dia 176	h	/	mês
Índice	de	horas	não	trabalhadas* 20%
Média	de	horas	/	mês 176	h	/	mês	–	20% 141	h/mês	por	funcionário
*Não	existe	um	padrão	para	definir	o	percentual	de	horas	não	trabalhadas,	que	varia	de	acordo	com	a	empresa	
ou	atividade.	Trata-se,	portanto,	de	uma	decisão	gerencial.
16
Com	a	média	de	horas/mês,	podemos	calcular	o	custo/hora	por	pessoal	de	cada	 setor.	 Para	
tanto, use a fórmula a seguir:
(valor	da	MOD	do	setor	÷	nº	de	horas/mês)	÷	nº	de	funcionários.
Mão	de	obra	direta Corte Costura Acabamento
3 cortadores 4,34
5 costureiras 8,23
2 auxiliares 3,09
Conhecendo	o	tempo-padrão	de	um	produto	por	setor,	poderemos	calcular	o	custo	da	mão	de	
obra direta para esse produto.
Exemplificando:
Produto	/	Setor Corte Costura Acabamento
Bolsa	y	–	Tempo	em	
minuto
1,56 1,56 1,56
Custo / produto (1,56/60)	x	4,34	=	 
R$	0,11
(1,56/60)	x	8,23	=	 
R$	0,21
(1,56/60)	x	3,09	= 
R$	0,08
Total = R$ 0,40
O	cálculo	do	tempo	da	Bolsa	y	no	texto,	de	1,56	minutos,	 foi	
calculado da seguinte forma:
(8,8	horas	20%	menos	=	7,04	horas	x	60	minutos	=	422,40	minutos	÷	270	
cortes/dia	=	1,56	minuto/bolsa).
Atente	para	o	número	de	horas/mês:	176	-	20%=141h.
1. Quadro de mão de obra direta/setor:
Mão	de	obra	
direta Modelagem Corte
Pré-
acabamento Acabamento
3 pessoas R$	2.450,00
4 pessoas R$	2.100,00
2 pessoas R$	1.780,00
5 pessoas R$	2.502,00
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2.	 Nº	de	horas	trabalhadas/mês	na	empresa	=	176	horas.
3.	 Ociosidade	na	empresa	é	de	20%.	As	horas	disponíveis:	176	X	0,80	=	141	horas
4. Para produzir uma peça, o tempo de cada setor é:
Setor Modelagem Corte Pré-acabamento Acabamento
Tempos em 
minutos
8 10 12 9
5.	 Quadro	preenchido:
Setor Modelagem Corte Pré-acabamento Acabamento
Custo/hora 
R$/h	disponíveis/
MOD
2.450,00/141/3 
=	5,79
2.100,00/141/4 
=	3,72
1.780,00/141/2	 
=	6,31
2.502,00/141/5 
=	3,55
6. Cálculo do custo de produção:
Setor Modelagem Corte Pré-acabamento Acabamento
Custo de 
produção 
tempo/60 min x 
custo	hora
(8/60)	x	5,79	 
=	0,77
(10/60)	x	3,72	 
=	0,61
(12/60)	x	6,31	 
=	1,26
(9/60)	x	3,55	 
=	0,53
Conclusão:	O	setor	de	pré-acabamento	tem	um	custo	de	produção	maior	e,	portanto,	deve	ser	
terceirizado.