Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
ENERGIA CINÉTICA E TRABALHO CAPÍTULO 7 21:04 Introdução A energia é um dos focos mais importantes da física. A obtenção e o uso eficiente de energia é um dos temas mais recorrentes em pesquisas científicas. Todo movimento requer energia para existir. Atravessar o oceano Atlântico de avião, transportar equipamento até o último andar de um edifício ou para uma estação espacial e arremessar uma bola requer energia. 21:04 Guerras foram e são travadas por fontes de energia. Guerras já foram decididas com armas de alta liberação de energia. Mas qual o significado físico da palavra energia? 21:04 O que é energia? O conceito de energia é muito amplo e difícil de definir. Tecnicamente: energia é uma grandeza escalar associada ao estado de um ou mais objetos. Se uma força muda o estado de um dos objetos do sistema, sua energia varia. Se a energia for atribuída corretamente a um sistema é possível prever seu comportamento. 21:04 4 Lei da conservação da energia: a energia pode ser convertida de uma forma em outra ou transferida de um corpo ao outro, mas a quantidade total de energia do universo é sempre a mesma. Neste capítulo será estudada uma forma de energia: cinética e uma forma de transferência de energia: trabalho. 21:04 Energia cinética Está associada ao estado de movimento de um objeto. Quanto maior a velocidade do objeto, maior a sua energia cinética. Para um objeto de massa m e velocidade v (muito menor que a velocidade da luz), a sua energia cinética é dada por: 21:04 No sistema internacional, a unidade de energia cinética seria kgm2/s2. Esta unidade é denominada joule (J). Assim: 1 J = 1 kgm2/s2. James Prescott Joule, físico inglês que viveu no século XIX , foi o inventor da máquina a vapor. 21:04 Exercício 7.1 Uma conta com uma massa de 18 g está se movendo no sentido positivo do eixo x. A partir do instante t = 0, em que a conta está passando pela posição x = 0 com uma velocidade de 12 m/s, uma força constante passa a agir sobre a conta. A figura a seguir indica a posição da conta em vários instantes. A conta para momentaneamente em t = 3,0 s. Qual é a energia cinética da conta em t = 10,0 s? 21:04 Trabalho Se você aplica uma força a um objeto, a velocidade e a energia cinética dele pode aumentar ou diminuir. Esta mudança deve-se à transferência de energia entre você e o objeto. Quando há transferência de energia através de uma força, diz-se que esta força realizou um trabalho (W) sobre o objeto. 21:04 Definição: Trabalho (W) é a energia transferida para um objeto ou de um objeto através de uma força que age sobre ele. Se a energia é transferida para o objeto, o trabalho é positivo. Se a energia é transferida do objeto, o trabalho é negativo. Realizar trabalho sobre um corpo significa transferir energia para este corpo. 21:04 A unidade de medida de trabalho é a mesma de energia, o joule (J). Não há transferência de matéria durante a realização de um trabalho. Se o objeto que recebe a força não se desloca não há realização de trabalho. 21:04 Trabalho e energia cinética Seja uma cota que pode se mover sem atrito ao longo de um eixo x horizontal. Uma força constante F é aplicada sobre a cota, inclinada de um ângulo . 21:04 Da 2ª lei de Newton, temos que: Fx = m ax Ao sofrer um deslocamento de módulo d, a velocidade da cota muda de v0 para v. Como a força é constante, a aceleração também será. Desta forma podemos escrever: v2 = v02 + 2 ax d 21:04 Isolando ax, temos: ax = ½ (v2 –v02)/d Substituindo na 2ª lei, temos: Fx = ½ m (v2 –v02) /d ou Fx d = ½ mv2 – ½ mv02 Os termos da direita é a variação da energia cinética da cota. O termo da esquerda representa a ação da força que produz esta variação. 21:04 Como esta mudança é provocada pela realização de trabalho pela forca F, temos que: W = Fx d A única componente que realiza trabalho durante um deslocamento é a componente paralela a ele. Como Fx = F cos , temos que: W = F d cos 21:04 Uma outra forma de escrever o trabalho realizado por uma força constante é: Esta equação só é válida se o objeto se comportar como uma partícula. O trabalho pode ser positivo (se 0° ≤ < 90°), negativo (se 90°< ≤ 180°) ou nulo (se = 90°). 21:04 O trabalho é positivo se a componente da força está no mesmo sentido do deslocamento. O trabalho é negativo se a componente da força está no sentido oposto do deslocamento. O trabalho é nulo se a força não possui componente está na direção do deslocamento. 21:04 O trabalho total realizado por duas ou mais forças é igual à soma algébrica dos trabalhos individuais. Teorema do trabalho e energia cinética: a variação da energia cinética de um corpo é numericamente igual ao trabalho realizado sobre ela. W = ∆K = Kf – Ki. 21:04 Exercício 6.2 A figura a seguir mostra uma vista superior de três forças horizontais atuando em uma caixa que estava inicialmente em repouso e passou a se mover sobre um piso sem atrito. Os módulos das forças são F1 = 3,00 N, F2 = 4,00 N e F3 = 10,0 N, e os ângulos indicados são 2 = 50,0° e 3 = 35,0°. Qual é o trabalho total realizado sobre a caixa pelas três forças nos primeiros 4,00 m de deslocamento? 21:04 Exercício 6.3 Um bloco de gelo flutuante é colhido por uma correnteza que lhe aplica uma força de 16,0 N e orientação fixa, fazendo com que ele sofra um deslocamento . Qual é o ângulo entre a força e o deslocamento se a variação da energia cinética do bloco é de 50 J? 21:04 Trabalho realizado pela força gravitacional Seja um corpo de massa m arremessado para cima com uma velocidade v0. 21:04 Durante a subida, a força gravitacional realiza trabalho sobre o corpo durante um deslocamento d. A energia cinética do corpo é reduzida até se anular no ponto mais alto da trajetória. Como a força gravitacional é constante, podemos calcular o trabalho realizado por ela por meio de: W = F d cos . Como F = Fg = m g, temos: W = mgd cos . Na subida, = 180° e o trabalho se torna: W = - mgd. A força gravitacional remove energia cinética do corpo. 21:04 Na descida, a força é paralela ao deslocamento. Portanto: W = mgd. A força gravitacional agora adiciona energia cinética ao objeto. 21:04 Trabalho realizado para levantar e baixar um objeto Uma partícula é levantada pela aplicação de uma força F. Durante o deslocamento para cima, esta força realiza um trabalho Wa positivo sobre a partícula. A força gravitacional realiza um trabalho Wg negativo sobre ela. A força F tende a fornecer energia ao corpo, enquanto a força gravitacional tende a remover energia da partícula. 21:04 Pelo teorema da energia cinética, temos que: ∆K = Kf – Ki = Wa +Wg. Esta equação também é válida na descida do objeto. Neste caso porém, o trabalho da força gravitacional tende a fornecer energia para o corpo. Já o trabalho da força aplicada tende a retirar energia cinética do corpo. 21:04 Se o objeto está em repouso antes e depois do levantamento, temos que: Kf – Ki = Wa +Wg = 0 ou Wa = – Wg. Este resultado também é válido se Kf = Ki ≠ 0. Nestas condições, temos: Wa = mgd cos . 21:04 Se o movimento é para cima: = 180° e Wa = mgd. Se o movimento é para baixo: = 0° e Wa = mgd. 21:04 Estas equações são válidas independentemente do módulo da força aplicada, que pode variar durante o deslocamento d. Exercício 6.4 Na figura abaixo, uma força horizontal Fa de módulo 20,0 N é aplicada a um livro de psicologia de 3,00 kg enquanto ele desliza sobre uma rampa de inclinação = 30,0°, subindo sem atrito por uma distância d = 0,500 m. 21:04 Nesse deslocamento, qual é o trabalho total realizado sobre o livro por Fa, pela força gravitacional e pela força normal? Se o livro parte do repouso no início do deslocamento, qual é a sua velocidade final? Trabalho realizado por uma força elástica Seja um bloco preso a uma mola relaxada. Se o bloco for puxado para a direita, ele é puxado para a esquerda pela mola. 21:04 A força exercida pela mola é denominada força restauradora. Se a mola for comprimida, empurrando-se o bloco para a esquerda, a mola exerce uma força sobre o bloco para a direita. 21:04 Lei de Hooke: a força Fs da mola é proporcional ao deslocamento d em relação à posição de equilíbrio: O sentido da força é sempre oposto ao do deslocamento da extremidade livre da mola. A constante k é denominada constante elástica ou constante de força. 21:04 Quanto maior o valor de k, mais rígida é a mola. Se for adotado um eixo x paralelo à maior dimensão da mola com a posição de equilíbrio em x = 0, temos que: Fx = kx. A força elástica é uma força variável, sendo função da posição F(x). 21:04 O trabalho realizado por uma força elástica Hipóteses simplificadoras: A mola não possui massa; A mola é ideal e obedece à lei de Hooke; Não há atrito entre o bloco e o piso. Suponha que o bloco é colocado em movimento por um impulso para a direita. A força elástica realiza trabalho sobre ele, reduzindo sua energia cinética. Podemos calcular este trabalho usando W = F d cos ? 21:04 Não, pois a força elástica varia com a posição Como fazer, então? Dividimos o deslocamento entre xi e xf em muitos deslocamentos pequenos ∆x. No interior destes pequenos deslocamentos, a força praticamente não varia. Podemos usar a referida equação para calcular o trabalho realizado pela força elástica dentro de cada pequeno deslocamento. 21:04 Como = 180°, temos que o trabalho da força no primeiro trecho é Fx1∆x. No segundo trecho, o trabalho é Fx2∆x e assim sucessivamente. O trabalho total realizado pela força elástica de xi a xf é dado por: Ws≈ Fxj ∆x onde j = 1, 2, 3, ... 21:04 Para o cálculo ser exato é necessário tomar o limite ∆x0. Desta forma, temos que: Como Fx = kx, temos que: 21:04 De onde temos que: O trabalho Ws pode ser positivo ou negativo dependendo se a transferência total da energia ser da mola para o bloco ou do bloco para a mola. Ws > 0 para xf < xi. Ws < 0 para xf > xi. 21:04 O trabalho é nulo se xf = xi. Se xi = 0, temos que: Suponha que, agora, alguém desloque o bloco ao longo do eixo x pela aplicação de uma força Fa sobre ele. Durante o deslocamento, a força aplicada realiza um trabalho Wa e a força elástica realiza um trabalho Ws. 21:04 A variação da energia cinética do bloco é: ∆K = Kf – Ki = Wa + Ws Se o objeto está em repouso antes e depois do deslocamento, temos que: Wa +Ws = 0 ou Wa = – Ws. Este resultado não é válido se o bloco não estiver em repouso antes e depois do deslocamento. 21:04 Exercício 6.5 Um bloco de 250 g é deixado cair em uma mola vertical, inicialmente relaxada, com uma constante elástica k = 2,5 N/cm. O bloco fica acoplado à mola, comprimindo-a em 12 cm até parar momentaneamente. Nesta compressão, que trabalho é realizado sobre o bloco: Pela Fg? Pela Fs? 21:04 c) Qual é a velocidade do bloco imediatamente antes de se chocar com a mola? d) Se a velocidade no momento do impacto é duplicada, qual é a compressão máxima da mola? Respostas: 0,29 J - 1,8 J. 3,5 m/s 0,23 m. 21:04 Trabalho realizado por uma força variável genérica Seja uma conta que pode deslizar sem atrito ao longo de um fio. Suponhamos que a força é sempre paralela ao eixo x e seu sentido não se altera. Suponhamos ainda que o módulo da força varia apenas com a posição e não com o tempo. 21:04 A força varia com a posição de acordo com o gráfico abaixo: O trabalho realizado pela força F(x) entre xi e xf não pode ser obtido de W = F d cos. 21:04 Dividimos a área sob a curva em muitas faixas estreitas de largura ∆x. Se ∆x é pequeno, a força F(x) pode ser considerada constante no interior deste intervalo. 21:04 O trabalho realizado pela força num certo intervalo j é obtido de: ∆Wj = Fj,méd ∆ x. Este trabalho é numericamente igual à área sob a faixa retangular j. O trabalho total realizado pela força F(x) pode ser aproximado por: W ∆Wj = Fj,méd ∆ x. 21:04 A precisão da aproximação pode ser melhorada pela redução de ∆x. O trabalho total pode ser obtido exatamente a partir do limite: 21:04 Este limite representa a integral da função F(x) entre xi e xf: Geometricamente, este trabalho é numericamente igual à área sob a curva F(x). 21:05 Análise tridimensional Seja uma partícula sujeita a uma força do tipo: Sendo que suas componentes podem variar com a posição da partícula. Suporemos que Fx só varie com x, Fy só varie com y e Fz só varie com z. Esta força atua durante o deslocamento: 21:05 O trabalho realizado pela força F durante o deslocamento dr é: O trabalho realizado sobre a partícula pela força F durante o deslocamento de ri a rf é: 21:05 Teorema do trabalho e energia cinética com uma força variável Seja uma partícula de massa m movendo-se ao longo de um eixo x e sujeita a uma força F(x). O trabalho realizado pela força F(x) sobre a partícula no deslocamento de xi a xf é: 21:05 Que pode ser reescrita como: Pela regra da cadeia, temos que: Logo: 21:05 Integrando, temos que: Que se resume ao teorema da energia cinética: W = Kf – Ki = ∆K 21:05 Exercício 6.6 Uma lata de sardinha é deslocada ao longo do eixo x, de x = 0,25m até x = 1,25 m, por uma força cujo módulo é dado por: com x em metros e F em newtons. Qual é a variação da energia cinética da lata? Resposta: 0,090 J. 21:21 Exercício 6.7 A única força que age sobre um corpo de 2,0 kg quando ele se desloca ao longo de um eixo x varia da forma indicada na figura abaixo. 21:22 Dados Fs = 4,0 N e a velocidade do corpo em x = 0 sendo 4,0 m/s. Qual é a energia cinética do corpo em x = 4,0 m? Para que valor de x o corpo possui uma energia cinética de 8,0 J? c) Qual é a energia cinética máxima do corpo entre x = 0 e x = 5,0 m? Respostas: 8,0 J 4,0 m 18 J 21:44 Potência Taxa temporal de realização de trabalho. A potência média de uma força que realiza um trabalho W num intervalo ∆t é: A potência instantânea é definida por: 21:44 Unidade S.I. para potência: joule/segundo (J/s) = watt (W). 1 W = 1 J/s No sistema britânico, usa-se o pé-libra por segundo (ftlb/s), sendo: 1 W = 0,738 ftlb/s Outra unidade muito comum utilizada para potência é o horsepower (hp), sendo: 1 hp = 746 W 21:50 O trabalho pode ser expresso no produto de uma unidade de potência por uma unidade de tempo. Uma unidade muito comum para trabalho e energia é o quilowatt-hora (1 kWh), sendo: 1 kWh = 3,60 x 106 J = 3,60 MJ. A potência também pode ser escrita em função da força e da velocidade da partícula. 21:57 Para uma partícula que se move sobre uma linha reta (eixo x) sujeita a uma força F, podemos escrever: Que também pode ser expresso como: 21:57 Exercício 6.8 Em um certo instante, um objeto que se comporta como uma partícula sofre a ação de uma força quando a sua velocidade é Qual é a taxa instantânea com a qual a força realiza trabalho sobre o objeto? R: 28 W Em outro instante, a velocidade tem apenas a componente y. Se a força não muda e a potência instantânea é – 12W, qual é a velocidade do objeto neste instante? R: 6,0 m/s 22:01