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Anotações do Aluno
Aula Nº 1 – Introdução
Objetivos da aula:
Esta primeira aula tem por objetivo mostrar a importância da Contabilidade 
para o mundo dos negócios, suas origens, limitações e evolução, tendo, 
por objeto de estudo, o Patrimônio e suas variações.
Ao final desta aula, você deverá ter compreendido, de forma empírica, 
o objetivo de estudar contabilidade e sua importância para a área de 
negócios.
A Contabilidade, objetivamente, é um sistema de informação e avaliação 
destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de 
natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à 
entidade-objeto de contabilização. 
A contabilidade deve ser vista como um sistema de informações, cujo 
método consiste em coletar, processar e transmitir dados sobre a situação 
econômico-financeira de uma entidade em determinado momento 
(estática patrimonial) e sua evolução em determinado período (resultados 
econômicos). 
Partindo desse enfoque, os seus objetivos sintetizam-se na produção de 
informações úteis a diversos interessados. Esses interessados podem ser 
usuários internos e externos à empresa – gerentes, diretores, sindicatos, 
fornecedores de materiais e de capitais, governo, acionistas etc.
Nesta primeira aula, você desenvolverá a seguinte habilidade: 
• Avaliar o impacto das operações no patrimônio da empresa.
2. Origens da Contabilidade
Por volta de 1450, muitos dos clássicos da matemática foram traduzidos 
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Anotações do Aluno
para o italiano e publicados em latim. Os matemáticos entregaram-se a 
animados debates públicos sobre as soluções de complexas equações 
algébricas.
O estímulo de grande parte desse interesse data de 1494, com a publicação 
de um notável livro de um monge franciscano chamado Luca Paccioli: 
Summa de Arithmetic, Geometria et Proportionalità. A Summa fixa os 
princípios básicos da álgebra e contém todas as tábuas de multiplicação 
até 60 x 60 - um recurso útil em uma época em que a imprensa disseminava 
o uso do novo sistema de numeração.
Uma das contribuições mais notáveis do livro foi sua apresentação 
da contabilidade por partidas dobradas. Embora não fosse inventada 
por Paccioli, recebeu o mais extenso tratamento até então. A noção de 
contabilidade por partidas dobradas já aparecera em um livro publicado 
em torno de 1305 pela filial londrina de uma empresa italiana. Qualquer 
que seja sua origem, essa inovação revolucionária nos métodos contábeis 
teve importantes conseqüências econômicas, comparáveis à descoberta 
da máquina a vapor trezentos anos depois. 
Do método italiano da época de Luca Paccioli para o atual, ressaltamos 
quatro diferenças que, pode-se dizer, foram evoluções naturais:
• O sistema contábil anterior tinha por objetivo informar apenas o 
proprietário. 
• Os ativos e passivos do proprietário e do negócio confundiam-
se. 
• Não existia a idéia de período contábil nem de continuidade. 
• Não existia um denominador comum monetário. 
3. Limitações
Uma das limitações é dificuldade em produzir demonstrações financeiras 
uniformes e de fácil entendimento pela maioria dos interessados, pela falta 
de um conjunto coerente de princípios e normas e de uma terminologia 
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definida. Essa é uma limitação que vem sendo reduzida, na medida em 
que os órgãos governamentais e de classe se mobilizam para melhorar as 
normas e procedimentos para a produção e publicação das informações 
contábeis.
As decisões tomadas pelos usuários da informação contábil são 
influenciadas por aspectos não quantitativos que, normalmente, escapam 
do alcance da contabilidade, que só é capaz de registrar fatos avaliáveis 
monetariamente, no entanto é uma limitação que não invalida o método 
contábil.
4. Evolução
O conhecimento de contabilidade deixou de ser exigência apenas do 
pessoal envolvido diretamente com a área e passou a envolver todo o 
pessoal das áreas operacionais que se tornaram responsáveis pelo registro 
contábil de suas próprias operações. Os modernos sistemas contábeis 
são integrados aos sistemas operacionais e estão sob a responsabilidade 
dos diversos departamentos da empresa, passamos a ter uma contabilidade 
descentralizada, pois o próprio responsável pelas operações passou a ser 
também responsável pelo registro contábil delas.
5. Usuários da Contabilidade
O objeto de estudo da Contabilidade é o Patrimônio e suas variações ao 
longo do tempo, mensurando seus valores e apurando o resultado dessa 
movimentação. A contabilidade capta informações sobre os fenômenos 
que afetam o patrimônio, registrando, acumulando, resumindo e 
interpretando-os. Emite, também, relatórios com informações relevantes 
sobre o patrimônio e sua movimentação para grupos de pessoas 
interessadas na informação contábil, tais como:
•	 Sócios,	 acionistas	 e	 detentores	 de	 participações	 em	
sociedades
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Anotações do Aluno
São pessoas que podem estar presentes na administração da empresa ou 
apenas acompanhar a distância como investidor, mas, de qualquer 
maneira, estão interessadas em participar do desenvolvimento dos 
negócios da empresa, em saber qual está sendo sua rentabilidade, 
quais as perspectivas de retorno e quais os riscos envolvidos com 
relação a essa empresa.
•	 Administradores,	Diretores,	Gerentes	e	outros	executivos
Este grupo de pessoas utiliza-se da informação contábil para tomada de 
decisão, portanto o seu grau de aprofundamento nas informações 
contábeis é muito maior. O administrador inteligente sabe que, 
usando a informação contábil e conhecendo suas limitações, 
tem, em suas mãos, uma poderosa ferramenta de gestão, pois 
a Contabilidade não se limita a registrar informações passadas, 
ela oferece um fluxo contínuo de informações sobre a gestão 
econômica e financeira das empresas.
•	 Governo	e	seus	representantes
O governo precisa das informações contábeis para arrecadar impostos, 
taxas e contribuições. Vários órgãos governamentais utilizam-se da 
informação contábil das empresas para fazer análises globais ou 
setoriais da economia.
•	 Instituições	Financeiras	e	Fornecedores	de	Capital
Estes usuários da informação contábil estão interessados quase 
exclusivamente na rentabilidade da empresa e seu risco, pois 
querem segurança para os empréstimos que fazem a elas.
•	 Pessoas	Físicas	em	geral
Um pouco de ordem e controle nas finanças pessoais é bastante 
aconselhável, portanto alguns conhecimentos de Contabilidade e 
Finanças ajudam no equilíbrio do orçamento doméstico e também 
na administração do patrimônio pessoal.
6. O Patrimônio
O Patrimônio é entendido como o conjunto de bens, direitos e obrigações 
de uma entidade (pessoa física ou jurídica, com ou sem fins lucrativos).
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Anotações do Aluno
Pessoa	 Física é a pessoa natural, registrada no cartório de registro de 
pessoas naturais, com direitos e obrigações perante o Estado e a sociedade, 
responde, individualmente, pelos seus atos. E o fim de sua existência 
perante a lei se dá pela morte.
Pessoa	Jurídica é composta por pessoas físicas por meio de um contrato 
registrado em cartório e em outros órgãos competentes (Receita Federal, 
Junta Comercial etc.), nos
quais manifestam um acordo de vontades de 
praticar determinada atividade. Pela pessoa jurídica respondem os sócios 
e sua extinção se dá por um acordo entre os sócios ou por determinação 
judicial.
Representação	do	Patrimônio
Para representar o Patrimônio, a Contabilidade utiliza-se do Balanço 
Patrimonial. A palavra balanço dá a idéia de equilíbrio, portanto temos o 
equilíbrio do patrimônio na seguinte figura:
Os bens e direitos representam as aplicações de recursos que a empresa 
faz e as obrigações representam as fontes ou origem dos recursos. A 
Contabilidade sempre registra o valor da aplicação e o valor da origem 
dos recursos de cada fato administrativo, portanto o patrimônio sempre 
estará em equilíbrio -> bens e direitos = obrigações.
Entendem-se por bens as coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades 
das pessoas e das empresas. Os bens da entidade podem ser tangíveis e 
intangíveis.
Bens	 tangíveis – têm forma física, são palpáveis. Denominam-se bens 
 
Bens e Direitos Obrigações 
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tangíveis: veículos, imóveis, estoques de mercadorias, dinheiro, móveis e 
utensílios (móveis de escritórios), equipamentos, ferramentas etc.
Bens	intangíveis – são os bens incorpóreos, isto é, não constituídos de 
matéria. Denominam-se bens intangíveis. Normalmente, são as marcas 
(ex.: Mesbla, Lojas Americanas, Coca-cola) e as patentes de invenção.
PATRIMÔNIO DA CIA PETRÓPOLIS
Bens e Direitos Obrigações
Bens 2.800 Obrigações 4.500
Direitos 1.700
Total 4.500 Total 4.500
Vamos constituir uma empresa e registrar os fatos administrativos desde 
o início: os sócios João da Silva e Fernanda de Souza fundaram a empresa 
JOFER Comércio de Papéis e Materiais Escolares Ltda. com capital de R$ 
100.000,00 integralizados (50% de cada sócio) em dinheiro.
PATRIMÔNIO DA JOFER LTDA
Bens e Direitos Obrigações
Dinheiro em Caixa 100.000 Capital Social 100.000
Total 100.000 Total 100.000
Observe a representação: R$ 100.000 aplicados no Caixa, considerando que 
os recursos originaram-se do capital dos sócios, portanto o patrimônio está 
em equilíbrio.
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Em seguida, os sócios abrem uma conta bancária para a JOFER LTDA e 
depositam R$ 95.000.
PATRIMÔNIO DA JOFER LTDA
Bens e Direitos Obrigações
Dinheiro em Caixa 5.000 Capital Social 100.000
Bens 95.000
Total 100.000 Total 100.000
A empresa adquiriu um terreno por R$ 50.000 e pagou em cheque:
PATRIMÔNIO DA JOFER LTDA
Bens e Direitos Obrigações
Dinheiro em Caixa 5.000 Capital Social 100.000
Banco 45.000
Imóveis 50.000
Total 100.000 Total 100.000
Mudou a composição dos bens e direitos, mas o total continua o mesmo, os 
sócios trocaram dinheiro por um imóvel.
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Anotações do Aluno
Síntese
Nesta aula, estudamos a origem da Contabilidade, um pouco de seu 
histórico e a evolução ao longo do tempo até chegar aos dias atuais, os 
principais interessados nas informações contábeis (público interno e 
externo) e os conceitos iniciais de patrimônio, pessoa física, pessoa jurídica, 
bens tangíveis e intangíveis.
Na próxima aula, vamos estudar alguns conceitos que são de fundamental 
importância para o desenvolvimento do raciocínio contábil.
Não perca!
Referências Bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade	Introdutória. 7. ed. São Paulo: 
Atlas..1998
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Aula Nº 2 – Conceitos
Objetivos da aula:
Os objetivos desta aula são: 
1) Apresentar uma das principais demonstrações que a Contabilidade 
produz e mostrar a lógica de sua construção.
2) Conceituar os principais elementos que compõem o Balanço 
Patrimonial.
3) Conceituar o Resultado e demonstrar a sua ligação com o Balanço 
Patrimonial.
Ao final desta aula, você deverá estar apto a compreender a lógica do 
equilíbrio do patrimônio e suas relações com o resultado das operações 
da empresa.
1. Introdução
O termo balanço patrimonial remete-nos à idéia de equilíbrio do patrimônio, 
mas equilíbrio em qual sentido?
No sentido de que todos os recursos que são aplicados na empresa têm 
uma origem, portanto a soma dos valores aplicados deve ser igual à soma 
dos valores das origens dos recursos.
A empresa investe em bens e direitos (valores a receber): dinheiro em 
caixa, dinheiro depositado em bancos, adquire mercadorias para revender, 
adquire imóveis, adquire veículos para fazer as entregas de suas mercadorias, 
adquire móveis etc.
E de onde vêm os recursos para fazer esses investimentos?
Os recursos podem vir dos sócios ou de terceiros que, de alguma forma, 
estão financiando a empresa. Portanto, se a contabilidade registrar tudo o 
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que foi investido na empresa e, concomitantemente, registrar as origens 
desses recursos investidos, teremos o equilíbrio do patrimônio e poderemos 
demonstrá-lo por meio do Balanço Patrimonial.
Portanto, o Balanço Patrimônio demonstra o equilíbrio do Patrimônio:
bens e direitos (aplicações) = obrigações (origens).
Para que as demonstrações contábeis tenham uniformidade, a 
contabilidade demonstra sempre os bens e direitos no lado esquerdo e 
o denomina de ATIVO; e, no lado direito, as obrigações e denomina de 
PASSIVO.
2. Conceitos de Ativo e Passivo
Portanto, podemos dizer que o Ativo de uma empresa é composto pelos 
seus bens e direitos (aplicações de recursos) e o Passivo é composto por 
suas obrigações (origens dos recursos).
No Passivo, as obrigações que a empresa assume para com terceiros 
são também chamadas de obrigações exigíveis, ou seja, no vencimento, 
os credores exigirão o pagamento da obrigação. As obrigações que a 
empresa tem com os seus sócios ou acionistas são também chamadas 
de obrigações não exigíveis, ou seja, não têm vencimento, os sócios não 
exigirão o cumprimento dessa obrigação em determinado prazo, daí surge 
o conceito de PATRIMÔNIO LÍQUIDO, que pode ser definido de forma 
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simples como: tudo o que a empresa tem (bens e direitos), menos o que 
ela deve a terceiros (obrigações exigíveis), portanto:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO – PASSIVO EXIGÍVEL
Assim, a demonstração do Patrimônio (Balanço Patrimonial) ficaria:
3. Contas Patrimoniais
Com o objetivo de facilitar o controle dos itens do Patrimônio, a 
Contabilidade cria um sistema de contas (Plano de Contas), agrupando, 
em cada conta criada, um ou mais itens com características semelhantes.
Para
controlar os recursos em espécie, a Contabilidade cria a conta “Caixa”, 
nela concentrando toda a movimentação em dinheiro da empresa.
Para controlar as mercadorias para revenda, cria a conta “Mercadorias”. Se 
a empresa tiver diversos tipos de mercadorias para revenda, deve controlar 
cada item por meio de uma ficha separada de controle de estoque.
Para controlar os valores a receber, cria a conta “Duplicatas a Receber” ou 
“Clientes”, assim todas as vendas a prazo e todos recebimentos de clientes 
são ali registrados. A empresa deve criar uma subconta para cada cliente a 
fim de melhorar o controle de seus créditos com cada um deles.
Para controlar os bens duráveis, a Contabilidade cria uma conta para 
cada item, para veículos, para os móveis e utensílios, para suas máquinas 
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e equipamentos etc., controlando, assim, todos os ingressos e todas as 
baixas desses bens.
O mesmo acontece do lado das obrigações (que são as origens dos recursos 
aplicados no Ativo). Para controlar o que deve aos seus fornecedores de 
mercadorias, cria a conta “Duplicatas a Pagar” ou “Fornecedores” e deve 
criar, também, uma subconta para cada fornecedor.
Para controlar os saldos de seus empréstimos, cria a conta “Empréstimos 
Bancários”, registrando nela suas dívidas e pagamentos aos bancos.
Para todas as obrigações com terceiros, são criadas contas específicas 
para controle: “Salários a Pagar”, “Impostos a Pagar”, “Títulos a Pagar”, 
“Financiamento” etc.
Para controlar os recursos investidos pelos sócios, a Contabilidade cria as 
contas “Capital Social” e “Capital a Integralizar”. Na primeira conta, registra 
o capital contratado pelos sócios e, na segunda, registra eventuais valores 
que ainda não foram integralizados por eles.
BEIRA MAR LTDA. - BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/2005
O Balanço Patrimonial da empresa Beira Mar Ltda. demonstra que, no dia 
31/12/2005, seu Patrimônio era composto por bens e direitos (aplicações de 
recursos) no valor de R$ 75.000, Obrigações exigíveis (origens de recursos) 
no valor de R$ 10.500 e Patrimônio Líquido - Obrigações não exigíveis 
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(origens de recursos) no valor de R$ 65.000.
4. Fluxo de Recursos
BALANÇO PATRIMONIAL
5. Resultado
O que é resultado em Contabilidade?
É a diferença entre Receitas e Custos (ou Despesas).
E o que são Receitas?
São os recursos econômicos gerados pela atividade empresarial, por 
exemplo, quando a empresa vende uma mercadoria que estava em seu 
estoque, está gerando um novo recurso econômico ou, quando uma 
empresa presta um serviço, está também gerando um novo recurso 
econômico por meio de sua atividade.
E o que são despesas?
São os recursos econômicos consumidos pela atividade empresarial 
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com o objetivo de gerar receitas. Por exemplo, a empresa gasta energia 
elétrica para iluminar suas instalações e funcionar seus equipamentos. 
Esse gasto não pode ser registrado no Ativo (bens e direitos), porque já 
foi consumido. Se a empresa tivesse como armazenar a energia que seria 
consumida, certamente poderia registrá-la como um bem no seu Ativo. 
Todos os gastos são bens consumidos com o objetivo de gerar receitas, 
portanto estão diminuindo o resultado da empresa, no entanto, sem esses 
gastos, a empresa não consegue gerar suas receitas.
Se a empresa distribui panfletos para divulgar seus produtos, está 
consumindo recursos (panfletos e o valor pago ao divulgador), com o 
objetivo de que o consumidor conheça as qualidades de seus produtos e 
compre (gerando receitas).
Podemos, então, concluir que o Resultado Econômico de uma empresa é 
a diferença entre os recursos econômicos gerados (Receitas) e os recursos 
econômicos consumidos (custos ou despesas).
O resultado econômico de um período fará parte do patrimônio ao final 
daquele período. Suponha que uma empresa obteve receitas no valor de 
R$ 100.000 durante determinado mês e, para obter essas receitas, gastou 
R$ 80.000 (despesas), então seu lucro, nesse mês, foi de R$ 20.000. Ao 
encerrar o balanço no final desse mês, a empresa deverá considerar, em 
seu patrimônio líquido, o valor de R$ 20.000 de lucro obtido no período.
Note que o Balanço Patrimonial é uma demonstração estática, é a 
“fotografia” do patrimônio em um determinado instante (data). O resultado 
é composto pela movimentação das contas de resultado de determinado 
período.
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Anotações do Aluno
Veja: As contas de resultado dão origem a uma conta patrimonial no final 
do período, que é o resultado (lucro ou prejuízo). As contas de resultado 
modificam o patrimônio líquido da empresa, para mais caso se trate de 
receitas e, para menos, quando se tratar de custos ou despesas.
Exemplo 1 - Uma empresa comercial, no dia 03/01/06, vende à vista uma 
mercadoria por R$ 300 e ela estava registrada, em seu estoque, por R$ 
200, e entrega essa mercadoria ao cliente.
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31/12/05
ANTES DA VENDA
Nesse caso, teríamos um consumo de recursos de R$ 200 (saída da 
mercadoria do estoque pelo preço de custo e entregue ao cliente) e 
uma geração de novos recursos (Receita) no valor de R$ 300. A diferença 
entre os recursos econômicos gerados e consumidos seria o resultado do 
período de 31/12/05 a 03/01/06 e, se quiséssemos levantar um balanço 
após essa operação, ficaria assim:
Total 24.300 Total 24.300
O caixa aumentou em R$ 300 (venda à vista), o estoque foi reduzido em 
R$ 200 (custo da mercadoria entregue ao cliente) e o lucro da operação R$ 
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100, registrado no Patrimônio Líquido.
Obviamente, as empresas não fazem um balanço após cada operação ou 
após cada venda realizada. O balanço é levantado no final de um período 
(mês, trimestre, ano etc.), de acordo com a legislação vigente ou o interesse 
dos administradores nas informações contábeis. Então, durante o período, 
as contas de resultado vão acumulando os valores até o momento de 
fechamento do balanço. Nesse momento, elas são “descarregadas” ou 
“zeradas” com a finalidade de apurar o resultado do período e fornecer 
o resultado para o Balanço Patrimonial (veremos esse processo mais 
adiante).
6. Critérios de Apuração de Resultado
REGIME DE CAIXA
Um critério para apuração do resultado das empresas muito pouco utilizado 
é o Regime de Caixa, por meio do qual se considera, como receita, todas 
as entradas de caixa provenientes de vendas de produtos ou serviços e 
considera-se, como custo ou despesa, todas as saídas de caixa destinadas 
a pagamentos de custos ou despesas, obtendo-se um lucro que pode não 
corresponder ao resultado econômico do período de apuração.
REGIME DE COMPETÊNCIA DE EXERCÍCIOS
Este é o critério amplamente utilizado pelas empresas para apuração de 
seus resultados e consiste em considerar, como receita de um período, as 
vendas efetivamente realizadas naquele período, independentemente 
do seu recebimento. Por exemplo, se uma empresa vende mercadorias 
em janeiro no valor de R$ 12.000, com prazo de 30/60 dias, a receita será 
considerada integralmente (R$ 12.000) no mês em que foi realizada a 
venda (janeiro) e não no mês do recebimento (fevereiro e março).
As despesas são consideradas no período em
que ocorre o fato gerador da 
despesa e não no período em que é paga. Por exemplo, a empresa paga 
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Anotações do Aluno
os salários de seus funcionários no 5o. dia útil do mês seguinte (prazo 
legal para fazer o pagamento). A folha de pagamento do mês de janeiro 
soma R$ 5.500,00 e será paga, portanto, somente no 5o. dia útil do mês 
de fevereiro. Pelo regime de competência de exercícios, a Contabilidade 
deverá considerar o valor de R$ 5.500 como “Despesa de Pessoal” no mês 
de janeiro, período em que foram consumidos os recursos.
Não confunda! Consumo de recursos não significa pagamento, significa 
que o esforço do trabalho dos funcionários foi realizado em janeiro.
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Anotações do Aluno
Síntese
Nesta aula, estudamos a lógica da apresentação do Balanço Patrimonial, 
conceituamos seus elementos (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido), 
conceituamos, também, o Resultado.
Na próxima aula, estudaremos o Método das Partidas Dobradas, que é 
a técnica usada pelos contadores para registrar, continuamente, todas 
as operações de uma empresa e, em determinado momento, preparar o 
Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados.
Referências Bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade Introdutória. 7.ed. São Paulo: 
Atlas
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Anotações do Aluno
Aula Nº 3 – Princípios Contábeis
Objetivos da aula:
Nesta aula, vamos estudar os princípios norteadores da Contabilidade, 
que procuram dar uniformidade e consistência às informações, tornando-
as sólidas e seguras para o processo de tomada de decisões.
Ao final desta aula, você verá que a Contabilidade não é uma mera 
técnica de controle, mas uma ciência que procura fornecer informações 
seguras aos seus usuários.
 
1. Introdução
Princípios de contabilidade geralmente aceitos são os preceitos resultantes 
do desenvolvimento da aplicação prática dos princípios técnicos emanados 
da Contabilidade, de uso predominante no meio em que se aplicam, 
proporcionando interpretação uniforme das demonstrações financeiras.
Os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação 
e de credibilidade, de acordo com o reconhecimento dos critérios adotados 
para a elaboração das demonstrações financeiras, aumentam a utilidade 
dos dados fornecidos e facilitam a adequação entre empresas do mesmo 
setor.
Princípios contábeis podem ser conceituados como premissas básicas 
acerca dos fenômenos econômicos contemplados pela contabilidade, 
premissas que são a cristalização da análise e observação da realidade 
econômica.
No âmbito dessa complexa realidade, o observador analisa as 
características principais do sistema e chega a certas conclusões quanto 
ao seu funcionamento.
Tais conclusões, se geralmente aceitas pela classe contábil, transformam-
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24Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
se em princípios, aos quais toda a prática contábil e, principalmente, os 
processos de auditoria devem ater-se. Em contrapartida, o observador, 
uma vez verificada alteração profunda nas condições que o levaram a 
estabelecer a primeira série de princípios, tem a incumbência de proceder 
a uma nova análise da situação e modificar, adaptar ou mesmo substituir 
os princípios originais por outros mais concordes com a nova realidade.
A função de observador é, hoje, desempenhada pelas entidades de classe, 
pelos comitês especialmente designados e, finalmente, pelas comissões 
especiais de conferências e convenções internacionais.
Custo histórico com base de valor:
Os ativos são registrados pelo preço pago para adquiri-las ou fabricá-las. 
Realização da Receita:
Ocorre quando produtos ou serviços são transferidos para outra entidade, 
mediante pagamento.
Competência dos exercícios:
Receitas e despesas são atribuídas aos períodos de acordo com sua real 
ocorrência.
Denominador comum monetário:
A unidade monetária é, para efeitos contábeis, considerada um padrão 
uniforme e homogêneo de mensuração.
Objetividade:
São as mensurações impessoais que existem fora da mente da pessoa que 
as está realizando.
Conservadorismo:
Sempre que o contador se defrontar com a alternativa de atribuir valores 
diferentes a elementos do Ativo / Passivo, deverá optar pelo mais baixo 
para o ativo e o mais alto para o passivo. 
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Materialidade:
Avalia influência e materialidade da informação à luz da relação custo - 
benefício.
Uniformidade:
Uma vez adotado um determinado procedimento, não poderá ser 
mudado.
2. Condições Básicas de um Princípio
As condições básicas para que um princípio se transforme em “geralmente 
aceito” e incorporado à doutrina contábil são:
1- Deve ser considerado praticável por consenso profissional.
2- Deve ser considerado útil.
Muitos contadores atribuem mais importância à praticabilidade de um 
princípio do que à sua utilidade intrínseca, no entanto a praticabilidade 
não deve ser confundida com facilidade ou dificuldade de se colocar em 
prática determinado processo. Ao aceitar como praticável somente o que 
é de extrema facilidade de ser colocado em prática, a Contabilidade estaria 
freando o seu progresso técnico, pois, sempre que se quiser retratar a 
realidade com maior precisão, aumentarão as dificuldades práticas e os 
processos tenderão a ser mais complexos. É esse o caso típico dos processos 
de ajustamento de relatórios contábeis históricos diante das flutuações de 
preços.
Alguns contadores negaram a utilidade dos ajustamentos por considerá-
los impraticáveis, confundiram impraticabilidade com dificuldade. E houve 
o temor de que os ajustamentos substituíssem os relatórios históricos, sem 
deixar vestígios destes. Temor infundado, pois ninguém discute a utilidade 
desses relatórios para certas finalidades, principalmente fiscais.
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3. Os princípios contábeis geralmente aceitos
Os princípios contábeis geralmente aceitos são classificados em três 
categorias:
3.1 - Postulados - referem-se ao ambiente sócio-político-econômico 
no qual a contabilidade é praticada.
3.1.1 - Entidade
3.1.2 - Continuidade
3.2 - Princípios - regras básicas para aplicação da contabilidade.
3.2.1- Custo com base de valor
3.2.2 - Realização
3.2.3 - Competência dos exercícios
3.2.4 - Denominador comum monetário
3.3 - Convenções - limitações e regras para aplicação dos 
postulados e dos princípios.
3.3.1 - Objetividade 
3.3.2 - Conservadorismo
3.3.3 - Relevância ou materialidade
3.3.4 - Uniformidade ou consistência)
3.1.1 – O postulado da Entidade
De acordo com este postulado, a contabilidade é executada e mantida 
para as entidades como pessoas jurídicas, distintas das pessoas físicas 
(ou jurídicas) dos sócios. Esse é um princípio que independe de valor, 
permanecendo sua consolidação intacta ao longo do tempo, sua função 
é segregar o patrimônio da sociedade do patrimônio dos sócios. Mesmo 
quando uma firma individual paga uma despesa, é o caixa da firma 
que está desembolsando o dinheiro, e não o proprietário da empresa, 
embora, materialmente, as duas coisas possam se confundir. Nesse caso, o 
proprietário
deve suprir a empresa de recursos suficientes para que possa 
ter uma existência autônoma.
 
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3.1.2 - Continuidade
Por meio deste princípio, a contabilidade assume que a empresa 
continuará operando indefinidamente, sem que haja um prazo para 
encerramento de suas atividades, tendo, como conseqüência, o critério de 
avaliação dos ativos pelos valores de aquisição. Caso a empresa tivesse um 
prazo determinado para encerrar suas operações, isso não faria sentido, 
deveríamos estar interessados no valor de realização dos ativos da empresa 
e liquidação dos passivos.
É, portanto, um princípio norteador do critério de avaliação de ativos e 
passivos e sua representação nas demonstrações contábeis.
 
3.2.1- Custo com base de valor
Pode também ser denominado “Princípio do Custo Histórico (ou original) 
como Base de Valor”. Como princípio geralmente aceito, refere-se ao 
custo original. Na conceituação ortodoxa, os elementos do ativo entram 
nos registros contábeis pelo valor pago para adquiri-los ou fabricá-los, no 
entanto, em algumas situações, esse custo histórico precisa ser alterado. 
Elementos do ativo sujeitos à amortização, depreciação ou exaustão são 
registrados pelo valor histórico e, posteriormente, retificados por contas 
de depreciação acumulada, em casos de reavaliação de ativo previstos 
pelas legislações de alguns países.
Torna-se evidente que a aplicação irrestrita desse princípio, principalmente 
em períodos de acentuadas flutuações de preços, restringe as possibilidades 
informativas da contabilidade.
 
3.2.2 - Realização
A realização ocorre quando bens ou serviços são entregues a terceiros em 
troca de dinheiro ou de outro elemento do ativo.
Quando uma empresa comercial vende uma determinada mercadoria por 
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$ 200,00 e esta lhe custou apenas $ 150,00, a contabilidade ortodoxa apura, 
imediatamente, um lucro bruto de $50. Esse lucro é, para todos os efeitos, 
considerado como operacional, mesmo que a mercadoria vendida, para 
ser resposta, exija um desembolso de $180.
O mais correto tecnicamente seria reconhecer um “lucro realizável” de $ 
30,00 (a diferença entre o custo original da mercadoria e o de reposição), 
no ato da venda, somente $ 20,00 seriam considerados como lucro 
operacional corrente.
 
3.2.3 - Competência dos exercícios
De acordo com esse princípio, as receitas e os custos são atribuídos aos 
períodos de acordo com sua real incorrência, isto é, de acordo com a data 
do fato gerador, e não quando são recebidos ou pagos em dinheiro.
Por esse princípio, a folha de pagamento dos funcionários relativa ao mês 
de dezembro, suponhamos, será considerada como despesa de dezembro, 
mesmo que, na prática, o pagamento só seja efetuado nos primeiros dias 
de janeiro. O fato gerador da despesa é o serviço prestado pelos operários, 
e não o pagamento do salário.
3.2.4 - Denominador comum monetário
Esse princípio contribuiu para a teoria sob um duplo aspecto: em primeiro 
lugar, a contabilidade só contempla aqueles fatos monetariamente 
avaliáveis; em segundo lugar, a unidade monetária é, para efeitos 
contábeis, considerada um padrão uniforme e homogênea de mensuração, 
independentemente das variações de seu poder de compra.
Quanto ao primeiro aspecto, parece-nos uma limitação inevitável do 
método contábil; quanto ao segundo, entretanto, sua aceitação implica 
não considerar a realidade dos fatos. A vulnerabilidade da premissa é 
manifesta, pois a experiência de quase todos os países tem demonstrado 
que a unidade monetária está longe de representar um padrão uniforme 
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Anotações do Aluno
e homogêneo de medida.
 
3.3.1 – Convenção da Objetividade 
O profissional deve procurar sempre exercer a Contabilidade de forma 
objetiva, não se deixando levar por sentimentos ou expectativas de 
administradores ou qualquer pessoa que venha a influenciar no seu 
trabalho, e os registros devem estar baseados, sempre que possível, em 
documentos que comprovem a ocorrência do fato administrativo. 
3.3.2 - Conservadorismo
Essa convenção pode ser explicada da melhor forma possível por meio 
do exemplo que, a seguir, será relatado. Suponha-se que o contador, para 
avaliação de um certo bem, dispusesse de duas fontes: a fatura relativa 
à compra do bem e o laudo do maior especialista mundial em avaliação. 
Deverá escolher, como valor de registro, o indicado na fatura. Entre um 
critério subjetivo de valor, mesmo ponderável, e outro objetivo, o contador 
deverá optar pela hipótese mais objetiva. A finalidade dessa convenção é 
eliminar ou restringir áreas de excessivo liberalismo na escolha de critérios, 
principalmente de valor.
 
3.3.2 - Conservadorismo
Estabelece que o profissional da Contabilidade deve manter uma conduta 
mais conservadora em relação aos resultados que serão apresentados, 
evitando que projeções distorcidas sejam feitas pelos usuários. Assim, é 
preferível ter expectativa de prejuízo e a entidade apresentar resultados 
positivos, ou seja, se houver duas opções igualmente válidas, deve-se 
optar sempre por aquela que acusa um menor valor para os ativos e para 
as receitas e o maior valor para os passivos e para as despesas.
A regra “Custo ou Mercado, dos dois o menor”, está intimamente ligada 
ao conservadorismo. Em outras palavras, o custo é a base de valor para 
a contabilidade, mas, se o valor de mercado for inferior ao de custo, 
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Anotações do Aluno
adotaremos o valor de mercado.
 
3.3.3 - Relevância ou materialidade
A informação contábil deve ser relevante, justa e adequada e o profissional 
deve considerar a relação custo x benefício da informação que será gerada, 
evitando perda de recursos e de tempo da entidade.
Por exemplo, sempre que os empregados do escritório se utilizam de 
papéis e impressos da empresa, registra-se uma diminuição do ativo da 
empresa, diminuição essa que poderia, teoricamente, ser lançada nos 
registros contábeis à medida de sua ocorrência. Entretanto, isso não é 
feito, pela irrelevância da operação, e a despesa só é apurada no fim do 
período por diferença de estoques.
 
3.3.4 - Uniformidade ou consistência
Os relatórios devem ser elaborados com a forma e o conteúdo das 
informações consistentes, para facilitar sua interpretação e análise pelos 
diversos usuários. Uma vez adotado determinado processo, dentre os 
vários possíveis que podem atender a um mesmo princípio geral, ele não 
deverá ser mudado com demasiada freqüência, pois,assim estaria sendo 
prejudicada a comparabilidade dos relatórios contábeis.
Se, por exemplo, for adotado o método PEPS para avaliação de estoques 
em lugar do UEPS (ambos atendem ao mesmo princípio geral, isto é, 
“Custo como base de valor”), deverá ser usado sempre o mesmo método 
nos outros períodos. E, se houver a necessidade inadiável de se adotar 
outro critério, essa adoção deve ser declarada como nota explicativa dos 
relatórios, de maneira a cientificar o leitor. 
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Anotações do Aluno
Síntese
 
Nesta aula, estudamos os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos 
e sua importância
para que as Demonstrações Contábeis sejam fidedignas, 
podendo-se extrair informações úteis para a tomada de decisões.
Na próxima aula, estudaremos o milenar Método das Partidas Dobradas, 
que torna possível os registros das operações de uma empresa e o 
equilíbrio do Patrimônio.
Não perca!
Referências Bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade Introdutória. 7.ed. São Paulo: 
Atlas.
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Anotações do Aluno
Aula Nº 4 – Método Das Partidas 
Dobradas
Objetivos da aula:
O objetivo desta aula é mostrar como a Contabilidade, por meio de suas 
técnicas, consegue registrar todos os fatos administrativos e manter o 
equilíbrio do Patrimônio.
Ao final desta aula, você estará apto a compreender as rotinas de 
“fechamento dos números”, os lançamentos finais e a integridade das 
demonstrações financeiras.
 
1. Introdução
Vimos, nas aulas anteriores, que o Balanço Patrimonial representa o 
equilíbrio do patrimônio, pois, em seu lado esquerdo, estão representadas 
as aplicações de recursos (bens e direitos) e, no lado direito, todas as 
origens dos recursos aplicados.
Entretanto, para que a Contabilidade produza uma demonstração com 
essas características, é necessário que, em cada operação, o raciocínio seja 
o mesmo, ou seja, cada operação que a empresa faz movimenta recursos, 
aplicando em algum item do patrimônio e esse recurso tem uma origem 
específica.
Por exemplo, quando os sócios integralizam o capital social em dinheiro, 
é feita uma aplicação no Caixa da empresa e a origem foi o capital social 
(dos sócios).
Ou quando a empresa compra mercadorias a prazo, há uma aplicação de 
recursos no estoque de mercadorias e uma origem de capital de terceiros 
(fornecedores). Ou ainda, quando a empresa recebe uma dívida de clientes, 
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Anotações do Aluno
novamente há uma aplicação de recursos em seu Caixa e a origem desses 
recursos é de seus clientes.
Veja que, em cada operação, são registradas as suas duas faces, onde foi 
aplicado o recurso e de onde veio. Mesmo quando se trata de contas de 
resultado, no pagamento de uma despesa, a empresa está aplicando em 
recursos consumidos e esses recursos têm uma origem interna (Caixa, 
Bancos) ou externa (Governo, Funcionários etc.).
2. Débitos e Créditos
Para que esse mecanismo se tornasse operacional, no século XIV foi 
inventado o método das partidas dobradas e teve sua aplicação cada 
vez mais aperfeiçoada às necessidades das operações das empresas. Esse 
método consiste em fazer débitos e créditos no mesmo valor para cada 
operação, a cada débito deve corresponder um ou mais créditos no mesmo 
valor do débito e vice versa ou, para cada crédito, deve corresponder um 
ou mais débitos no mesmo valor do crédito.
E para que esse mecanismo se tornasse funcional, as seguintes regras foram 
criadas, a partir da natureza das contas de Ativo Passivo e Resultado:
DÉBITOS
• AUMENTAM AS CONTAS DO ATIVO.
• DIMIMUEM AS CONTAS DO PASSIVO.
• DIMINUEM AS CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
CRÉDITOS
• DIMINUEM AS CONTAS DO ATIVO.
• AUMENTAM AS CONTAS DO PASSIVO.
• AUMENTAM AS CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO.
Ou, podemos, ainda, enunciar a mesma regra de outra forma, segundo os 
elementos do Patrimônio:
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ATIVO
• OS DÉBITOS AUMENTAM O VALOR DE SUAS CONTAS.
• OS CRÉDITOS DIMINUEM O VALOR DE SUAS CONTAS.
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
• OS DÉBITOS DIMINUEM O VALOR DE SUAS CONTAS.
• OS CRÉDITOS DIMINUEM O VALOR DE SUAS CONTAS.
3. Exemplos
Usando essa regra, toda operação que implicar aumento de contas do 
ativo, esta conta deverá ser debitada. Por exemplo, a integralização do 
capital social em dinheiro no valor de R$ 100.000; a conta Caixa deverá 
ser debitada em R$ 100.000 e a conta capital deverá ser creditada em R$ 
100.000, pois houve um aumento do Ativo e um aumento no Patrimônio 
Líquido no mesmo valor.
A compra de mercadorias a vista implicará aumento no estoque de 
mercadorias (Ativo) e diminuição dinheiro em Caixa (Ativo), portanto, 
deverá ser debitada a conta “Mercadorias” (aumento do Ativo) e creditada 
a conta “Caixa“ (diminuição de Ativo). Se a compra fosse a prazo, 
deveríamos debitar a conta “Mercadorias” (aumento do Ativo) e creditar a 
conta “Fornecedores” (aumento do Passivo).
Para facilitar o entendimento dessa regra, vamos construir pequenos 
gráficos, como fizemos com o Balanço Patrimonial, usando os pratos de 
uma balança no Ativo e no Passivo e balanças menores para as contas. No 
caso da integralização do Capital Social em dinheiro no valor de R$ 50.000, 
teríamos:
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50.000 (1) 
(1) 50.000 
 
ATIVO PASSIVO 
PATRIMÓNIO LÍQUIDO 
CAIXA 
 
CAPITAL SOCIAL 
 
O lado esquerdo das balanças menores chama-se débito e o lado direito 
chama-se crédito, portanto debitamos a conta “Caixa” e creditamos a 
conta “Capital”, fazendo com que a balança maior ficasse em equilíbrio.
Vejamos um segundo exemplo: a empresa comprou mercadorias a prazo 
no valor de R$ 10.000.
 
50.000 (1) 
(1) 50.000 
 
ATIVO PASSIVO 
PATRIMÓNIO LÍQUIDO 
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CAPITAL SOCIAL 
 
(2) 10.000 
 
Mercadoria
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10.000 (2) 
Fornecedores 
 
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Anotações do Aluno
Debitamos a conta “Mercadorias” (aplicação de recursos) e creditamos a 
conta “Fornecedores” (origem dos recursos necessários para a compra), e 
a “balança maior” manteve-se em equilíbrio novamente.
Não se esqueça: o lado esquerdo das balanças menores chama-se débito 
e o lado direito chama-se crédito. Assim, sempre que há um aumento em 
qualquer conta do Ativo, fazemos um débito e quando há uma diminuição 
em qualquer conta do Ativo, fazemos um crédito. E, no Passivo e Patrimônio 
Líquido, ocorre o 
contrário, quando aumentamos qualquer obrigação, fazemos um crédito 
e quando diminuímos qualquer obrigação, fazemos um débito.
4. Contas de Resultado
E as contas de Resultado? Quando serão debitadas ou creditadas? Como 
ficará o equilíbrio do Patrimônio com a movimentação dessas contas?
Neste mesmo exemplo, suponhamos, agora, que a empresa pagou R$ 
1.500 de salários do mês em curso, o Patrimônio ficaria assim:
 
(2) 10.000 
 
1.500 (3) 
50.000 (1) 
(1) 50.000 
 
ATIVO PASSIVO 
PATRIMÓNIO LÍQUIDO 
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CAPITAL SOCIAL 
 
Mercadoria
s 
 
10.000 (2) 
Fornecedores 
 
Veja que a despesa que afetará o Patrimônio Líquido negativamente 
é registrada à parte, como conta de resultado. No final do mês, todas 
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as contas de resultado consolidadas se transformarão em uma conta 
Patrimonial, lucro ou prejuízo do exercício.
 
(3) 1.500 
 
Despesa de Salário 
 
Ainda neste exemplo, suponha, agora, que a empresa prestou serviços no 
mês no valor de R$ 10.000, recebendo 50% no próprio mês e os outros 
50% no mês seguinte:
 
 
(2) 10.000 
 
1.500 (3) 
50.000
(1) 
(1) 50.000 
(4) 5.000 
 
ATIVO PASSIVO 
PATRIMÓNIO LÍQUIDO 
CAIXA 
 
CAPITAL SOCIAL 
 
Mercadoria
s 
 
10.000 (2) 
Fornecedores 
 
(3) 1.500 
 
Despesa de Salário 
 
10.000 (4) 
 
Receita de Serviços 
 
(4) 5.000 
 
Contas a Receber 
 
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Anotações do Aluno
Agora, temos duas contas de resultado, uma pendendo para o lado 
esquerdo (despesa) e outra pendendo para o lado direito (receita). Se 
fôssemos fechar o balanço após essas operações, o resultado seria um 
lucro de R$ 8.500 (R$ 10.000 menos R$ 1.500). Esse resultado equilibraria 
novamente o balanço patrimonial com a seguinte composição do ativo: 
R$ 53.500 (saldo em caixa) + R$ 5.000 (saldo em Contas a Receber) + R$ 
10.000 (saldo de Mercadorias) = R$ 68.500.
O Passivo seria composto de: R$ 10.000 (dívida com Fornecedores) + R$ 
50.000 (Capital Social) + R$ 8.500 (Lucro do mês) = R$ 68.500.
5. Razonetes
Talvez esta ilustração com as balanças (contas) e a balança maior (balanço 
patrimonial) o ajude a entender o mecanismo de débito e crédito, mas, 
se você consultar outros livros, encontrará uma ilustração um pouco 
diferente, as balanças são substituídas por “razonetes”, porém o conceito 
é o mesmo: o lado esquerdo de qualquer “razonete” chama-se débito e o 
lado direito chama-se crédito:
 RAZONETE
 DÉBITO CRÉDITO
Vamos, agora, registrar em “razonetes” algumas operações de uma 
empresa:
1) Walter e Francisco resolveram abrir uma empresa para compra e 
venda de calçados sob a denominação de WF Calçados Ltda. Cada um 
dos sócios entrou para a sociedade com R$ 10.000 em dinheiro. Para 
contabilizar esse fato, vamos utilizar o método das partidas dobradas nos 
razonetes:
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Anotações do Aluno
 Caixa Capital Social
 (1) 20.000 20.000 (1)
Fizemos um débito na conta “Caixa” (aplicação de recursos) e um crédito 
na conta “Capital Social” (origem dos recursos) no valor de R$ 20.000.
2) Os sócios resolveram comprar um estoque de calçados de R$ 3.000 
pagando a vista.
 Caixa Mercadorias Capital Social
 (1) 20.000 3.000 (2) (2) 3.000 20.000 (1)
saldo 17.000
Fizemos um débito na conta “Mercadorias” (aplicação de recursos) e um 
crédito na conta “Caixa” (origem dos recursos) no valor de R$ 3.000.
3) A WF Calçados Ltda. comprou Móveis (prateleiras) para a loja no 
valor de R$ 1.500, pagando a vista:
 Caixa Mercadorias Capital Social
 (1) 20.000 3.000 (2) (2) 3.000 20.000 (1)
 1.500 (3)
saldo 15.500
Móveis e Utensílios
(3) 1.500
Fizemos um débito na conta “Móveis e Utensílios” (em que os recursos 
foram aplicados) e um crédito na conta “Caixa” (origem dos recursos 
utilizados para a compra).
4) A WF Calçados Ltda. comprou um prédio para instalar sua primeira 
loja por R$ 10.000, pagando R$ 5.000 e assinando uma nota promissória 
de R$ 5.000 com vencimento para 3 meses.
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Anotações do Aluno
 Caixa Mercadorias Capital Social
 (1) 20.000 3.000 (2) (2) 3.000 20.000 (1)
 1.500 (3)
 5.000 (4)
saldo 10.500
Móveis e Utensílios Imóveis N.P. a Pagar
(3) 1.500 (4) 10.000 5.000 (4) 
Fizemos um débito na conta “Imóveis” (aplicação dos recursos) no valor de 
R$ 10.000, um crédito na conta “Caixa” (origem dinheiro pago na aquisição) 
no valor de R$ 5.000 e um crédito na conta “Notas Promissórias a Pagar” 
(origem dos recursos – de terceiros), no valor de R$ 5.000.
Após as quatro operações, o Balanço Patrimonial da WF Calçados Ltda. 
ficaria assim:
ATIVO PASSIVO
Caixa $ 10.500 N.P. a Pagar $ 5.000
Mercadorias $ 3.000
Móveis e Utensílios $ 1.500 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Imóveis $10.000 Capital Social $ 20.000
Total do Ativo $ 25.000 Total do Passivo $ 25.000
Os recursos da empresa originam-se de:
• Capital de Terceiros
N.P. a Pagar $ 5.000
• Capital Próprio
Capital Social $ 20.000
Total $ 25.000
As aplicações desses recursos foram feitas nos itens do Ativo conforme 
enunciado acima.
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Anotações do Aluno
Síntese
 
Nesta aula, tivemos contato com a técnica contábil que permite o equilíbrio 
do patrimônio, fazendo com que cada operação seja registrada de acordo 
com o método das partidas dobradas.
Na próxima aula, estudaremos os grupos de contas patrimoniais, assim 
você entenderá melhor como é apresentado o Balanço Patrimonial e como 
deve ser interpretado.
Referências Bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade Introdutória. 7. ed. São Paulo: 
Atlas.
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Aula Nº 5 – Exercícios
Objetivos da aula:
O objetivo desta aula é apresentar exemplos e exercícios para colocarmos 
em prática tudo o que foi visto até agora em termos conceituais e técnicos. 
Vamos registrar os mais variados fatos administrativos para mostrar como 
se comporta o patrimônio da empresa. 
Ao final desta aula, você estará apto a compreender as rotinas de 
“fechamento dos números”, os lançamentos finais e a integridade das 
demonstrações financeiras.
1. Exercício
A Cia. Principal S/A iniciou suas atividades no dia 02/01/2003. Durante o seu 
primeiro mês de funcionamento, os seguintes fatos ocorreram:
1o. No dia 04/01 - Integralização do Capital Social da empresa no valor de 
R$ 100.000,00.
2o. No dia 06/01- Compra de equipamentos a vista, no valor de R$ 
10.000,00.
3o. No dia 19/01 - Adquiriu Móveis e Utensílios a vista, no valor de R$ 
5.000,00.
4o. No dia 20/01 - Comprou mercadorias a vista por R$ 20.000,00.
5o. No dia 22/01 - Adquiriu um veículo para fazer entregas, no valor de R$ 
45.000,00; pagando R$ 15.000,00 e assinando notas promissórias para a 
dívida restante.
6o. No dia 22/01 - Vendeu mercadorias a vista, no valor de R$ 2.000,00, sem 
obter lucro.
7o. No dia 23/01 - Vendeu mercadorias a prazo, por R$ 1.000,00, não obtendo 
lucro nessa venda.
8o. No dia 24/01 - Outra venda de mercadorias no valor de R$ 3.000,00; 
recebendo 50% a vista e ficando o restante para ser recebido posteriormente. 
Mais uma vez, não obteve lucro na transação.
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9o. No dia 24/01 - Recebimento da conta referente às mercadorias vendidas 
em 23/01.
10o. No dia 25/01 - Pagou R$ 2.000,00 referentes ao veículo comprado em 
22/01.
11o. No dia 26/01 - Comprou mercadorias por R$ 40.000,00, pagando 15% a 
vista e o restante a prazo.
12o. No
dia 27 - Vendeu a vista mercadorias que custaram R$ 20.000,00 por 
R$ 30.000,00, obtendo um lucro de R$ 10.000,00.
13o. No dia 28/01 - Pagou salários do pessoal de escritório no valor de R$ 
1.000,00.
14o. No dia 29/01 - Vendeu mercadorias que custaram R$ 5.000,00 por R$ 
4.000,00 (houve um prejuízo de R$ 1.000,00 nessa transação), recebendo a 
vista.
15o. No dia 31/01 - Pagou comissões sobre vendas aos seus vendedores no 
valor de R$ 2.000,00.
A contabilidade registra todas as operações da empresa no livro diário, em 
ordem cronológica de ocorrência dos fatos, colocando, em primeiro lugar, 
a conta debitada e depois a conta creditada precedido pelo artigo “a”; em 
cada operação, coloca-se, também, um histórico para identificar a operação 
e os documentos comprobatórios que a sustentam.
Vamos apresentar, aqui, um modelo de diário simplificado (sem o 
histórico):
2. Livro Diário
data
Conta debitada
 Conta creditada Valor debitado
Valor
creditado
04/01
Caixa
 a Capital 100.000,00 100.000,00
06/01
Equipamentos
 a Caixa 10.000,00 10.000,00
19/01
Móveis e Utensílios
 a Caixa 5.000,00 5.000,00
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Anotações do Aluno
20/01
Mercadorias
 a Caixa 20.000,00 20.000,00
22/01
Veículos
 a Caixa
 a Títulos a Pagar 45.000,00
15.000,00
30.000,00
22/01
Caixa
Custo das Mercadorias Vendidas
 a Receita de Vendas
 a Mercadorias
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
23/01
Contas a Receber
Custo das Mercadorias Vendidas
 a Receita de Vendas
 a Mercadorias
1.000,00
1.000,00
1.000,00
1.000,00
24/01
Caixa
Custo das Mercadorias Vendidas
Contas a Receber
 a Receita de Vendas
 a Mercadorias
1.500,00
3.000,00
1.500,00
3.000,00
3.000,00
24/01
Caixa
 a Contas a Receber 1.000,00 1.000,00
25/01
Títulos a Pagar
 a Caixa 2.000,00 2.000,00
26/01
Mercadorias
 a Caixa
 a Fornecedores 40.000,00
6.000,00
34.000,00
27/01
Caixa
Custo das Mercadorias Vendidas
 a Receita de Vendas
 a Mercadorias
30.000,00
20.000,00
30.000,00
20.000,00
28/01
Despesa de Salários
 a Caixa 1.000,00 1.000,00
29/01
Caixa
Custo das Mercadorias Vendidas
 a Receita de Vendas
 a Mercadorias
4.000,00
5.000,00 4.000,00
5.000,00
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Anotações do Aluno
31/01
Despesa de Comissões
 a Caixa 2.000,00 2.000,00
Outro livro que deve ser escriturado pela Contabilidade, para efeitos 
de controle das contas, é o livro Razão, que vamos aqui simplificar pelos 
“razonetes”. Por meio do Razão, cada conta tem sua movimentação 
controlada separadamente.
3. Livro Razão (ou razonetes)
Contas de Ativo
 Caixa Mercadorias Contas a Receber
(1) 100.000 10.000 (2) (4) 20.000 2.000 (6) (7) 1.000 1.000 (9)
 (6) 2.000 5.000 (3) (11) 40.000 1.000 (7) (8) 1.500
 (8) 1.500 20.000 (4) 3.000 (8) 2.500 1.000
 (9) 1.000 15.000 (5) 20.000 (12) 1.500
(12) 30.000 2.000 (10) 60.000 26.000
 6.000 (11) 34.000
 1.000 (13)
 2.000 (14)
 134.500 61.000
 73.500
 Equipamentos Móveis e Utensílios Veículos
(2) 10.000 (3) 5.000 (5) 45.000
 10.000 5.000 45.000
Contas de Passivo
 Capital Títulos a Pagar Fornecedores
 100.000 (1) (10) 2.000 30.000 (5) 34.000 (11)
 100.000 28.000 34.000
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Anotações do Aluno
Contas de Resultado
 Receita de Vendas C.M.V Despesas de Salários
 2.000 (6) (6) 2.000 (13) 1.000
 1.000 (7) (7) 1.000 1.000 1.000 (E3)
 3.000 (8) (8) 3.000
 30.000 (12) (12) 20.000
 (E1) 36.000 36.000 26.000 26.000 (E2)
 Despesas de Comissões Apuração do Resultado Lucro do Exercício
 (14) 2.000 (E2) 26.000 36.000 (E1) 7.000 (E5)
 2.000 2.000 (E4) (E3) 1.000
 (E4) 2.000
 29.000 36.000
 7.000
4. Balancete de Verificação
Para verificarmos se os lançamentos foram contabilizados corretamente 
e, para ter um resumo do saldo das contas, a Contabilidade prepara o 
Balancete de Verificação, que nada mais é do que uma listagem de contas 
com os respectivos saldos:
CONTAS
SALDOS 
DEVEDORES
SALDOS 
CREDORES
Caixa 73.500,00
Mercadorias 34.000,00
Contas a Receber 1.500,00
Equipamentos 10.000,00
Móveis e Utensílios 5.000,00
Veículos 45.000,00
Capital 100.000,00
Títulos a Pagar 28.000,00
Fornecedores 34.000,00
Receita de Vendas 36.000,00
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47Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Custo das Mercadorias Vendidas 26.000,00
Despesas de Salários 1.000,00
Despesas de Comissões 2.000,00
Total 198.000,00 198.000,00
6. Apuração do Resultado
Para apurar o resultado do exercício, todos os valores das contas de resultado 
são transferidos para uma única conta chamada “Apuração do Resultado 
do Exercício” – A.R.E. Para transferir as despesas, fazemos um débito na 
conta “A.R.E.” e um crédito na conta de despesa e, para transferir o saldo 
das contas de receitas, fazemos um débito na conta de receita e um crédito 
na conta “A.R.E.”. Veja os lançamentos feitos na cor vermelha.
Após a apuração do resultado, podemos levantar o Balanço Patrimonial.
7. Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Caixa 73.500,00 Fornecedores 34.000,00
Contas a Receber 1.500,00 Títulos a Pagar 28.000,00
Mercadorias 34.000,00
Móveis e Utensílios 5.000,00
Veículos 45.000,00 Patrimônio Líquido
Equipamentos 10.000,00 Capital 100.000,00
Lucro do Exercício 7.000,00
Total do Ativo 169.000,00 Total do Passivo 169.000,00
4. Demonstração do Resultado
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48Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Para acompanhar o Balanço Patrimonial, elabora-se, também, a 
Demonstração do Resultado para que o leitor saiba como se chegou ao 
resultado de R$ 7.000,00.
Receita de Vendas R$ 36.000,00
(-) C.M.V. (R$ 26.000,00)
= Lucro Bruto sobre Vendas R$ 10.000,00
(-) Despesas Operacionais
 Salários R$ 1.000,00
 Comissões R$ 2.000,00 (R$ 3.000,00)
Lucro antes do Imposto de Renda R$ 7.000,00 
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49Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Síntese
 
Nesta aula, tivemos contato com a prática contábil, fizemos todos os 
lançamentos contábeis necessários para registrar as operações da Cia. 
Principal, de acordo com o método das partidas dobradas, encerramos as 
contas de resultado e preparamos os demonstrativos contábeis, o que nos 
permitiu verificar o equilíbrio do patrimônio.
Na próxima aula, estudaremos os grupos de contas patrimoniais, assim você 
entenderá melhor como é apresentado o Balanço Patrimonial e como deve 
ser interpretado.
Referências Bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade Introdutória. 7.ed. São Paulo: 
Atlas.
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Anotações do Aluno
Aula Nº 6 – Grupos de Contas 
Patrimoniais
Objetivos da aula:
Objetivo desta aula será conceituar todos os grupos de contas patrimoniais 
de acordo com a legislação vigente. Para um melhor entendimento do 
assunto, vamos explorar, inicialmente, o plano de contas, as condições 
para sua elaboração e as características dos planos de contas das diversas 
atividades.
Ao final desta aula, você estará apto a compreender a divisão das contas 
apresentadas no Balanço Patrimonial, podendo tirar algumas conclusões 
a respeito dos números apresentados nos balanços das empresas.
1. Introdução
Plano de Contas
Para atender às necessidades de registro dos fatos administrativos, de forma 
a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a 
todos os usuários da informação contábil, o contador elabora um Plano de 
Contas.
A estruturação do Plano de Contas deve ser planejada de forma que 
possibilite os melhores resultados no trato com as informações contábeis. 
É uma peça de fundamental importância dentro da organização contábil. 
Sem ele, torna-se impossível os registros dos fatos administrativos de forma 
ordenada.
Para melhor compreensão do conjunto patrimonial e sistematização do 
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Anotações do Aluno
trabalho contábil, as contas devem ser ordenadas, seguindo uma forma 
lógica, e estruturadas.
O principal objetivo das contas é possibilitar o registro dos lançamentos 
contábeis, criando condições ótimas de classificação e acumulação dos 
dados.
2. Condições para elaboração do Plano de Contas
Algumas condições devem ser observadas para elaboração do plano de 
contas:
1. O contador deve monitorar e aconselhar os dirigentes da empresa 
quanto às necessidades de informações que poderão ser produzidas 
pela Contabilidade, mas sempre respeitando o seu ponto de vista.
2. O plano de contas deve ser personalizado, atendendo às 
necessidades específicas de cada empresa com suas segmentações 
de responsabilidade e às necessidades de informação de todos os 
usuários das informações contábeis;
3. Procurar atender aos demais usuários da informação contábil, 
partindo das necessidades de informações do(s) dirigente(s), e 
seguindo em ordem hierárquica, toda empresa;
4. A classificação deve atender o detalhamento adequado ao Balanço 
Patrimonial, Demonstração de Resultados e Fluxo de Caixa, que 
são os relatórios mais importantes da empresa;
5. Os agrupamentos das contas devem ser feitos pensando nos 
relatórios ou informações que deles se organizarão;
6. A codificação das contas deve conter elementos claros para sua 
rápida identificação e assimilação do que representam;
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Anotações do Aluno
7. A classificação deve partir do geral para o particular;
8. Deve haver flexibilidade (margem para ampliação) e 
operacionalidade nos planos propostos. 
9. Os títulos das contas devem refletir, imediatamente, os elementos 
patrimoniais que representam - devendo ser claros e sucintos;
3. Fundamentos para a estruturação do Plano de 
Contas 
Para que se observem as condições de integração e navegabilidade de 
dados, alguns fundamentos são necessários para a estruturação dos planos 
de contas:
1. A estruturação do plano de contas deve fazer com que a 
apresentação da informação seja automática para os relatórios 
futuros, para evitar re- trabalho e duplicidade de dados;
2. Deve fornecer a informação no grau de detalhamento necessário, 
evitando-se informações relevantes de modo resumido, 
dificultando sua compreensão;
3. Deve ser estruturada para manter o inter-relacionamento 
completo entre as contas afins do Balanço Patrimonial e da 
Demonstração de Resultados;
4. Para que os três fundamentos anteriores possam ser atendidos, 
devem ser criadas tantas contas adicionais quantas forem 
necessárias.
4. Personalização do Plano de Contas
Como descrevemos nas condições para elaboração de um plano de contas, 
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53Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
cada entidade tem um plano de contas personalizado, isto é, em harmonia 
com a sua atividade, seu patrimônio, sua constituição jurídica e disposições 
legais inerentes. Embora possa existir uma tendência de padronização 
estrutural dos planos de contas de empresas pertencentes a uma mesma 
atividade, não haverá dois planos de contas exatamente iguais - isto é, os 
planos de contas das empresas comerciais, por exemplo, têm semelhança 
estrutural, mas, ao serem comparados, os planos de contas de todas essa 
empresas, verifica-se que são diferentes entre si em muitos aspectos 
particulares à operação de cada empresa, levando a marca da direção da 
empresa a que pertence; sendo identificado, também, pelos problemas 
especiais da empresa e pela filosofia do trabalho por ela adotada. Assim 
acontece em entidades de qualquer atividade: industriais, financeiras, 
agro-pastoris, de transportes, entidades governamentais, comunicações, 
entidades de finalidades não lucrativas etc.
Os planos de contas de empresas comercias, por exemplo, têm uma 
semelhança estrutural genérica que caracteriza a atividade comercial; há 
também uma semelhança estrutural específica que caracteriza o setor 
comercial, o tipo de comércio; assim, os planos de contas dos supermercados 
têm, entre si, uma semelhança estrutural específica, diferente da semelhança 
de estrutura dos planos de contas das empresas que comercializam 
automóveis, e assim por diante. A legislação, quase sempre interfere na 
elaboração dos planos de contas de certas entidades que desenvolvem 
atividades sob controle estatal, sendo essas organizações obrigadas a 
adotar planos de contas de estrutura geral padronizada. 
A padronização legal, às vezes, resume-se na forma de registrar certas 
operações, outras vezes na forma de apresentar os relatórios, ou no uso 
compulsório de certos títulos de contas, É o que acontece, por exemplo, 
com a planificação de contas dos estabelecimentos bancários e de seguros 
que, além de seguirem as normas usuais de sua atividade, estão sujeitos à 
legislação das sociedades anônimas e às instruções baixadas pelo Banco 
Central do Brasil e à legislação específica que controla a atividade securitária 
no país; o mesmo acontece com as cooperativas, com as empresas de 
transportes, companhias de comunicações, empresas agro-pastoris etc.
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Anotações do Aluno
A administração pública deve organizar suas contas em conformidade com 
o padrão legal estabelecido pela Lei Federal n.º 4320, de 17 de março de 
1964. Essa lei padroniza a estrutura dos balanços patrimoniais, financeiro 
e orçamentário, indicando até as denominações dos grupos de contas 
e de muitas contas de primeiro, segundo e terceiro graus. Assim, tanto o 
Governo Federal como os Governos Estaduais, Municipais e correspondentes 
autarquias são obrigadas a estruturar suas contas em rigorosa consonância 
com a legislação financeira nacional.
Toda empresa obrigada a manter uma estruturação contábil deve efetuar um 
estudo preliminar sobre quais contas utilizará para registrar suas operações. 
Desse trabalho, resultará uma relação de contas que servirá como guia nas 
tarefas contábeis. Essa relação de contas é conhecida como Plano de Contas. 
O Plano de Contas leva em consideração algumas características funcionais, 
tais como:
Interesse dos usuários - as pessoas que utilizam a contabilidade devem 
definir que tipo de informação contábil desejam que a Contabilidade lhes 
forneça, sejam elas gerentes ou administradores.
Tamanho da empresa - se é micro, pequena, média ou grande empresa. 
Ramo de Atividade – comercial, industrial, prestação de serviços - de 
acordo com o objetivo social de cada empresa e as características do seu 
ramo de atividade. 
Sistema Contábil - a contabilidade pode ser manual, mecanizada ou 
eletrônica, executada conforme a disponibilidade de recursos materiais e 
humanos da empresa. 
5. Contas de Resultado
As Contas de Resultado, ou seja, receitas e despesas não aparecem no 
Balanço, uma vez que, no processo contábil de encerramento de exercício, os 
seus saldos devem ser zerados para apuração do resultado lucro ou prejuízo, 
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55Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
sendo este resultado considerado um item do Balanço Patrimonial.
Estrutura do Plano de Contas - as contas patrimoniais que compõem o 
balanço devem ser dispostas em grupos e grau decrescentes de liquidez 
para facilitar a interpretação e análise da situação financeira. 
6. Codificação das contas
O Plano de Contas apresentado pode, por exemplo, ser codificado da 
seguinte maneira: inicia-se com a codificação “1” para todas as contas do 
Ativo; com a codificação “2” para todas as contas do Passivo e Patrimônio 
Líquido; com a codificação “3” para todas as contas de Receita e Deduções 
da Receita; com a codificação “4’’ para as contas dedutivas nos resultados 
(custos, despesas, participações etc.), com a codificação “5” para a apuração 
de resultado.
Exemplo:
1. Ativo
1.1 Ativo Circulante
1.1.1 Ativo Circulante Caixa
1.1.2 Ativo Circulante Bancos
Isso facilita muito os lançamentos em sistemas informatizados. 
No Brasil, a Lei nº 6.404 de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades 
por Ações) padronizou o título de cada grupo do balanço. Assim, o balanço 
patrimonial deve ser apresentado com as contas classificadas nos seguintes 
grupos:
No Ativo
 
- Circulante
- Realizável em longo prazo
- Permanente
 Investimento
 Imobilizado
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Anotações do Aluno
 Diferido
No Passivo
 
- Circulante
- Exigível em longo prazo
- Resultado de exercícios futuros
- Patrimônio líquido
 
A apresentação das contas do ativo em grupos deve obedecer a uma ordem 
decrescente de grau de liquidez, representando esta a maior ou menor 
facilidade com que determinados bens são transformados em numerário.
O artigo 179 da Lei 6.404 estabelece a forma de classificação dos ativos 
circulantes e deixa clara a definição de curto prazo:
“Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:
I – no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso 
do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do 
exercício seguinte.”
Portanto, o critério de classificação das contas, dentro de cada grupo do 
ativo, está relacionado com os fatores tempo, intenção e dinheiro. O título 
de cada grupo indica qual o tempo necessário à empresa para transformar 
seus ativos em dinheiro, de acordo com suas intenções. No ativo circulante, 
existe a intenção de transformar em dinheiro e o tempo está definido pela 
lei, todos os direitos com vencimento no próximo exercício social.
O primeiro critério para classificação das contas do passivo dentro de cada 
grupo é o da exigibilidade ou não das contas para a empresa. Quando as 
contas representam exigibilidade, a classificação se fará de acordo com 
o prazo que a companhia terá para pagar suas dívidas. Se as contas não 
representarem exigibilidades, serão classificadas como patrimônio líquido, 
com exceção das contas classificadas como resultados de exercícios 
futuros.
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57Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
As exigibilidades de curto prazo, ou seja, aquelas cujo vencimento estão 
dentro do exercício social subseqüente ao encerramento do balanço, serão 
classificadas no Passivo Circulante e as exigibilidades cujo vencimento 
ultrapassam o exercício social subseqüente são classificadas no Exigível em 
Longo Prazo.
 
7. Balanço Patrimonial
 
ATIVO PASSIVO
C I R C U L A N T E C I R C U L A N T E
disponibilidades 
 
 
 
créditos de curto prazo 
 
 EXIGÍVEL EM LONGO PRAZO
estoques 
 
 
 
despesas antecipadas 
 
 
RESULTADO DE EXERCÍCIOS 
FUTUROS
 
REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO 
 
 
 
P E R M A N E N T E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
investimentos 
 
 
imobilizado 
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58Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
 
 
diferido 
 
 
 
8. Elenco das contas Patrimoniais e de Resultado 
ELENCO DE ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
 DISPONIBILIDADES
 Caixa
 Bancos c/ Movimento
 Aplicações de Liquidez Imediata
 CRÉDITOS A RECEBER
 Duplicatas a receber
 a) Clientes
b) Coligadas e controladas - transações operacionais 
(-) Duplicatas Descontadas
 (-) Provisão para Devedores Duvidosos
 Títulos a Receber
 Bancos - Contas Vinculadas
 Adiantamentos a Empregados
 Impostos a Recuperar
 Investimentos temporários
 a) Aplicações temporárias em ouro
 b) Aplicações em Títulos e Valores Mobiliários
 c) Imóveis destinados à Venda
 ESTOQUES
 Mercadorias para revenda
 Material de expediente
 Importações em Andamento de Bens Destinados à Venda
 Adiantamento a Fornecedores de Bens Destinados à Venda
 DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE PAGAS ANTECIPADAMENTE
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59Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
 Seguros a Vencer
 Juros a Apropriar
 Assinaturas e Anuidades a Apropriar
ATIVO REALIZÁVEL EM LONGO PRAZO
 CRÉDITOS E VALORES
 Bancos - Contas Vinculadas
 Clientes
 Créditos com Coligadas e Controladas - Transações não 
Operacionais
 Créditos c/ Sócios, Acionistas ou Titular
 Adiantamentos a Terceiros
 (-) Provisão para Devedores Duvidosos 
INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS EM LONGO PRAZO
 Títulos a Valores Mobiliários
 Aplicações Temporárias em Incentivos
Fiscais
Empréstimos compulsórios
 DEPESAS ANTECIPADAS
 Seguros a Vencer em Longo Prazo
 
ATIVO PERMANENTE
 INVESTIMENTOS
 Participações permanentes em outras sociedades
 Obras-de-Arte
Terrenos e Imóveis para utilização futura 
Imóveis Destinados à Renda
 (-) Provisão para Perdas Permanentes
 IMOBILIZADO
 Terrenos
 Instalações
 Máquinas e Equipamentos
 Móveis e Utensílios
 Veículos
 Construções em Andamento
 Importações em Andamento de Bens do Imobilizado
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60Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
 Adiantamento para Inversões Fixas
 Direitos de Uso de Telefones
 Marcas e Patentes Industriais
 Florestamento e Reflorestamento
 Direitos sobre Recursos Naturais
 (-) Depreciação Acumulada
 (-) Amortização Acumulada
 (-) Exaustão Acumulada 
 
DIFERIDO
 Despesas de Implantação e Pré-Operacionais
 Despesas de Modernização
 Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos
 (-) Amortização Acumulada
 
PASSIVO
CIRCULANTE
 Salários a Pagar
 Fornecedores
 Encargos Sociais a Pagar
 Empréstimos a Pagar
 Impostos e Taxas a Recolher
 Adiantamentos Recebidos
 Participações e Gratificações a Pagar
EXIGÍVEL EM LONGO PRAZO
 Empréstimos e Financiamentos
 Debêntures a Resgatar 
 Imposto de Renda Diferido
 Provisão para Riscos Fiscais e outros Passivos Contingentes
 RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS
 Receita de Exercícios Futuros
 (-) Custos e Despesas correspondentes às Receitas
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61Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 Capital Social
 Capital Subscrito
 (-) Capital a Integralizar
Reservas de Capital
 Reserva de Reavaliação
 Reservas de Lucros
Lucros (ou Prejuízos) Acumulados
 (-) Ações em Tesouraria
 
CUSTOS E DESPESAS DO EXERCÍCIO
CUSTOS DO EXERCÍCIO
 Custo das Mercadorias Vendidas
DESPESAS DO EXERCÍCIO
 DESPESAS ADMINISTRATIVAS
 Honorários da Diretoria
 Gratificações à Diretoria
 Honorários diversos
 Contribuições p/ INSS
 Materiais de Expediente Consumidos
 Seguros
 Despesas de viagens
 Contribuições e doações
 Assinaturas de jornais e revistas
 Depreciações
 Amortizações
 
DESPESAS COM PESSOAL
 Ordenados e férias
 13º salário
 Gratificação a empregados
 Contribuições p/ INSS
 Contribuições p/ FGTS
 Indenizações
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62Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
 Refeitório
 Vale-Transporte
 DESPESAS COM VENDAS
 Comissões s/ vendas
 Fretes s/ vendas
 Contribuições p/ INSS
 Despachos
 PIS s/ Receita Operacional
 I.P.V.A.
 Adicional do IR - Estadual
 I.P.T.U.
 Impostos e taxas diversos
 Multas Fiscais 
 Propaganda
 DESPESAS TRIBUTÁRIAS
 Imposto s/ operações financeiras
 IR s/ aplicações financeiras
 Contribuição Social s/ lucros
 ENCARGOS FINANCEIROS LÍQUIDOS
 DESPESAS FINANCEIRAS
 Juros de mora passivos
 Juros passivos
 Descontos concedidos
 Despesas bancárias
 Correção pré-fixada passiva
 Multas contratuais
 (-) RECEITAS FINANCEIRAS
 Juros Ativos
 Juros de Mora Ativos
 Correção monetária pré-fixada ativa
 Descontos obtidos
 Comissões ativas
 Renda de participações
 Renda de aplicações financeiras
 ENCARGOS MONETÁRIOS LÍQUIDOS
 
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63Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
 VARIAÇÕES MONETÁRIAS PASSIVAS
 Correção monetária pós-fixada passiva
 Variação cambial passiva
 (-) VARIAÇÕES MONETÁRIAS ATIVAS
 Correção monetária pós-fixada ativa
 Variação cambial ativa
 DESPESAS GERAIS
 Conservação e limpeza
 Comunicações
 Energia elétrica
 Água e esgoto
 Aluguéis passivos
 Despesas c/ veículos
 Leasing
 Despesas diversas
 PERDAS DIVERSAS
 Perdas por insolvência
 Formação de Prov. p/ Riscos de Créditos
 Variação de estoques
 Perdas por avarias
 Perdas em investimentos
 Outras perdas
 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
 Custo na venda de bens de uso
 
RECEITAS DO EXERCÍCIO
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
 RECEITAS COMERCIAIS
 Vendas a vista
 Vendas a prazo
 Outras saídas faturadas
 (-) DEDUÇÕES DE VENDAS
 (-) Devoluções de vendas
 (-) ICMS destacado nas vendas
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64Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
 (-) PIS s/ Receita Operacional
 (-) CONFINS - Contribuição Social sobre faturamento
RECEITAS DIVERSAS
 Recuperação de despesas
 Recuperação de insolváveis
Reversão de Prov. p/ Devedores Duvidosos
RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
 Receita da venda de bens de uso
APURAÇÃO DE RESULTADO
Lucro do Exercício
Lucros Acumulados
Prejuízos Acumulados
 
Síntese
Nesta aula, você estudou os grupos de contas de ativo, passivo e patrimônio 
líquido, ou seja, todos os grupos de contas que compõem o Patrimônio de 
uma empresa. Esses conhecimentos ajudarão a interpretar as Demonstrações 
Contábeis do ponto de vista econômico e financeiro.
Na próxima aula, estudaremos os estoques e suas variações e como é 
composto o resultado de uma empresa.
Referências Bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade Introdutória. 7. ed. São Paulo: 
Atlas.
BLATT, Adriano. Contabilidade (Filme-Vídeo). Rio de Janeiro: Suma 
Econômica Pt 2, 1998.
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65Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Aula Nº 7 – Estoques e Resultado
Objetivos da aula:
Nesta aula, estudaremos como as empresas operam com mercadorias, os 
diferentes métodos de avaliação de estoques e sua influência no resultado 
da empresa. O conhecimento do resultado com mercadorias é de grande 
importância para as empresas que trabalham com compra e venda.
Ao final desta aula, você deverá ter compreendido a diferença entre 
resultado bruto e resultado líquido, poderá analisar a diferença entre os 
mais importantes métodos de avaliação de estoques.
1. Introdução
Para cumprir seus objetivos, a contabilidade deve registrar os fatos 
administrativos que alteram o patrimônio das empresas, decorrentes da 
gestão delas.
O estoque tem papel fundamental tanto nas empresas comerciais 
como nas industriais, fazendo com que o contador esteja atento as suas 
movimentações, para produzir informações contábeis de qualidade e úteis 
aos empresários e administradores.
Nesta aula, iremos detalhar as operações que envolvem as movimentações 
de mercadorias, principalmente na empresa comercial, sem a pretensão de 
esgotar o assunto, pois, neste curso, pretendemos apenas
fazer com que o 
aluno entenda o funcionamento da contabilidade e sua utilidade.
Para apurarmos o resultado de uma empresa comercial, precisamos de 
alguns dados importantes: qual foi o custo das mercadorias que ela vendeu 
durante o período, qual foi o volume de vendas, qual foi o método de 
avaliação de estoques adotado pela empresa.
Veja a Demonstração de Resultado abaixo:
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66Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Empresa Virtual Brasileira Ltda.
Demonstração de Resultado do mês de Janeiro
Vendas.........................................................................................$ 20.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas ....................................$ .9.810,94
(=) Lucro Bruto ..........................................................................$ 10.189,06
(-) Despesas Operacionais
 Administrativas ...............................$ 3.000,00
 Comerciais ........................................$ 4.000,00
 Financeiras ........................................$ 1.000,00 $ 8.000,00
(=) Lucro Operacional antes do Imposto de Renda ......$ 2.189,06
(-) Imposto de Renda ...............................................................$ 766,17
(=) Lucro Líquido do Exercício .............................................$ 1.422,89
A pergunta inicial é: Como a empresa calculou o Custo das Mercadorias 
Vendidas?
2. Inventário Periódico x Inventário Permanente
Antes de responder essa pergunta, precisamos saber como a empresa 
controla, fisicamente, seus estoques, as compras são devidamente registradas, 
item por item, as quantidades vendidas são devidamente baixadas? Nem 
sempre as condições são favoráveis para que se faça um controle rigoroso 
sobre os itens do estoque, pois depende da tecnologia que é possível ser 
adotada, da quantidade de itens em estoque, da velocidade com que esses 
itens entram e saem do estoque. Por esses motivos, algumas empresas 
não fazem um controle rigoroso dos itens do estoque, neste caso adotam 
o Inventário Periódico, isto é, periodicamente, fazem uma contagem física 
dos itens do estoque e atribuem valor a eles. 
Quando a empresa adota o Inventário Permanente, todas as movimentações 
de estoques são registradas - o que possibilita saber, a qualquer momento, 
qual a quantidade existente em cada item estocado. Esse procedimento 
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67Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
facilita a gestão do estoque, aumentando a eficiência do controle e da 
reposição de seus itens.
Para fazer o registro de todas as movimentações, utiliza-se a Ficha de 
Controle de Estoque, conforme o modelo abaixo:
Ficha de Controle de Estoque
Item de estoque: _________________________
DATA
2006
ENTRADA SAÍDA SALDO
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Valor 
unitário Total
Quanti-
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Valor 
unitário Total
Quanti-
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Valor 
unitário Total
SOMA
A coluna “soma das entradas” representa o total de compras da empresa 
no período e a coluna “total das saídas” representa o C.M.V. – Custo das 
Mercadorias Vendidas. Obviamente, a coluna “saldo total” representa o 
valor das mercadorias que ficaram em estoque.
3. Atribuição de valor aos estoques
Os preços das mercadorias, mesmo com a inflação estabilizada, sofrem 
alterações, pois, além da inflação e deflação, outros fatores influenciam os 
seus preços: concorrência, tabelamento imposto pelo governo, sazonalidade 
de determinados produtos, obsoletismo, moda etc.
Assim, as compras dificilmente serão realizadas pelo mesmo preço ao longo 
de um período. Havendo variação de preços, qual será o valor do estoque 
final? Deverá ser avaliado pelo preço da última compra, da primeira compra, 
ou pela média de preços do período? Ou ainda pelo preço de reposição?
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68Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Como podemos observar, existem critérios diferentes para se determinar o 
valor dos estoques e, conseqüentemente, o valor do Custo das Mercadorias 
Vendidas. Vejamos, então, cada um desses critérios:
1.1. UEPS ou LIFO
As siglas acima significam: Último que Entra é o Primeiro que Sai, ou do 
inglês, Last In First Out. À medida que ocorrem as vendas, as baixas são 
efetuadas pelo preço das últimas unidades que entraram no estoque. 
Desta forma, se os preços forem crescentes, teremos um Custo das 
Mercadorias Vendidas maior; se os preços forem decrescentes, o CMV 
será menor. No entanto, por esse método, o custo estará sempre 
alinhado com os preços mais atualizados.
Vejamos um exemplo: Suponha que uma empresa comercial que 
compra e venda calçados tivesse em estoque, no início de janeiro de 
2006, vinte pares de sapatos no valor de R$ 45,00 cada um, e fizesse a 
seguinte movimentação de estoque durante o mês:
:
02/01/06 – Compra de 100 pares de sapatos no valor de R$ 50,00 
cada.
03/01/06 – Venda de 10 pares de sapatos.
10/01/06 – Compra de 50 pares de sapatos no valor de R$ 60,00 
cada.
12/01/06 – Venda de 20 pares de sapatos.
15/01/06 – Venda de 50 pares de sapatos.
20/01/06 – Compra de 60 pares de sapatos no valor de R$ 65,00 
cada.
22/01/06 – Venda de 70 pares de sapatos.
25/01/06 – Venda de 30 pares de sapatos.
28/01/06 – Compra de 50 pares de sapatos no valor de R$ 65,00 
cada.
Ficha de Controle de Estoque
Item de estoque: _________________________
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69Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
DATA
2006
ENTRADA SAÍDA SALDO
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Valor 
unitário Total
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Valor 
unitário Total
Quanti-
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Valor 
unitário Total
01/01 20 45,00 900,00
02/01 100 50,00 5.000,00 120 5.900,00
03/01 10 50,00 500,00 110 5.400,00
10/01 50 60,00 3.000,00 160 8.400,00
12/01 20 60,00 1.200,00 7.200,00
15/01
30
20
60,00
50,00
1.800,00
1.000,00 4.400,00
20/01 60 65,00 3.900,00 8.300,00
22/01
60
10
65,00
50,00
3.900,00
500,00 3.900,00
25/01 30 50,00 1.500,00 2.400,00
28/01 50 65,00 3.250,00 5.650,00
SOMA 260 15.150,00 180 10.400,00 5.650,00
CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
CMV = R$ 900,00 + R$ 15.150,00 – R$ 5.650,00 = R$ 10.400,00
Ou seja, o CMV – Custo das Mercadorias Vendidas – é igual à soma da coluna 
“total das saídas”.
Considerando vendas de R$ 20.000,00 no período, teríamos o seguinte 
resultado:
Empresa Virtual Brasileira Ltda.
Demonstração de Resultado do mês de Janeiro
Vendas.........................................................................................$ 20.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas ..................................$ 10.400,00
(=) Lucro Bruto ...........................................................................$ 9.600,00
(-) Despesas Operacionais
 Administrativas ..................................$ 3.000,00
 Comerciais ........................................$ 4.000,00
 Financeiras ........................................$ 1.000,00 $ 8.000,00
(=) Lucro Operacional antes do Imposto de Renda ....$ 1.600,00
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70Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
(-) Imposto de Renda ............................................................$ 560,00
(=) Lucro Líquido do Exercício ...........................................$ 1.040,00
1.2. PEPS ou FIFO
As siglas acima significam: Primeiro que Entra é o Último que Sai, ou do inglês,
First In Last Out. À medida que ocorrem as vendas, as baixas são efetuadas 
pelo preço das primeiras unidades que entraram no estoque. Desta forma, 
se os preços forem crescentes, teremos um Custo das Mercadorias Vendidas 
menor; se os preços forem decrescentes, o CMV será maior. Por esse método, 
o custo estará sempre alinhado com os preços mais antigos.
 
Vejamos como ficaria a Ficha de Controle de Estoque por esse método, com 
a mesma movimentação anterior:
Ficha de Controle de Estoque
Item de estoque: Calçados
DATA
2006
ENTRADA SAÍDA SALDO
Quanti-
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Valor 
unitário Total
Quanti-
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Valor 
unitário Total
Quanti-
dade
Valor 
unitário Total
01/01 20 45,00 900,00
02/01 100 50,00 5.000,00 120 5.900,00
03/01 10 45,00 450,00 110 5.450,00
10/01 50 60,00 3.000,00 160 8.450,00
12/01
10
10
45,00
50,00
450,00
500,00
150
140
8.000,00
7.500,00
15/01 50 50,00 2.500,00 90 5.000,00
20/01 60 65,00 3.900,00 150 8.900,00
22/01
40
30
50,00
60,00
2.000,00
1.800,00
110
80
6.900,00
5.100,00
25/01
20
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60,00
65,00
1.200,00
650,00
60
50
3.900,00
3.250,00
28/01 50 65,00 3.250,00 100 6.500,00
SOMA 260 15.150,00 180 9.550,00 6.500,00
CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
CMV = R$ 900,00 + R$ 15.150,00 – R$ 6.500,00 = R$ 9.550,00
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71Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
É um custo menor do que o calculado anteriormente pelo método UEPS.
Empresa Virtual Brasileira Ltda.
Demonstração de Resultado do mês de Janeiro
Vendas........................................................................................$ 20.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas ..................................$ 9.550,00
(=) Lucro Bruto ........................................................................$ 10.450,00
(-) Despesas Operacionais
 Administrativas ................................$ 3.000,00
 Comerciais ........................................$ 4.000,00
 Financeiras ........................................$ 1.000,00 $ 8.000,00
(=) Lucro Operacional antes do Imposto de Renda ....$ 2.450,00
(-) Imposto de Renda ............................................................$ 857,50
(=) Lucro Líquido do Exercício ...........................................$ 1.592,50
1.3. Média Ponderada
Este é um método intermediário, que evita os extremos, e consiste em 
calcular o custo médio do estoque existente. As baixas no estoque são 
dadas por esse custo médio.
Veja como ficaria a Ficha de Controle de Estoques, utilizando-se a Média 
Ponderada:
Ficha de Controle de Estoque
Item de estoque: Calçados
DATA
2006
ENTRADA SAÍDA SALDO
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Valor 
unitário Total
Quanti-
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Valor 
unitário Total
Quanti-
dade
Valor 
unitário Total
01/01 20 45,00 900,00
02/01 100 50,00 5.000,00 120 49,17 5.900,00
03/01 10 49,17 491,67 110 49,17 5.408,33
10/01 50 60,00 3.000,00 160 52,55 8.408,33
12/01 20 52,55 1.051,04 140 52,55 7.357,29
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72Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
15/01 50 52,55 2.627,60 90 52,55 4.729,69
20/01 60 65,00 3.900,00 150 57,53 8.629,69
22/01 70 57,53 4.027,19 80 53,78 4.602,50
25/01 30 53,78 1.613,44 50 53,78 2.989,06
28/01 50 65,00 3.250,00 100 59,39 6.239,06
SOMA 260 15.150,00 180 9.810,94 59,39 6.239,06
CMV = Estoque Inicial + Compras – Estoque Final
CMV = R$ 900,00 + R$ 15.150,00 – R$ 6.239,06 = R$ 9.810,94
É um custo intermediário entre os métodos UEPS e PEPS.
Descobrimos, então, que a Empresa Virtual Brasileira, no exemplo dado na 
Introdução desta aula, utilizou o método da Média Ponderada Móvel:
Empresa Virtual Brasileira Ltda.
Demonstração de Resultado do mês de Janeiro
Vendas.........................................................................................$ 20.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas ..................................$ 9.810,94
(=) Lucro Bruto .........................................................................$ 10.189,06
(-) Despesas Operacionais
 Administrativas ...............................$ 3.000,00
 Comerciais ........................................$ 4.000,00
 Financeiras ........................................$ 1.000,00 $ 8.000,00
(=) Lucro Operacional antes do Imposto de Renda ....$ 2.189,06
(-) Imposto de Renda ............................................................$ 766,17
(=) Lucro Líquido do Exercício ...........................................$ 1.422,89
Outros métodos são utilizados para algumas situações, por exemplo, 
o método do preço específico. Esse método é utilizado quando temos 
poucos produtos que podem ser facilmente identificados, como uma loja 
de revenda de automóveis. Identifica-se marca, modelo, número do chassi, 
placas, cor etc. Sabe-se, neste caso, exatamente quanto custou o veículo 
que está sendo vendido.
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73Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Comparando os três métodos apresentados em um único quadro, temos:
UEPS PEPS Média Ponderada
Vendas R$ 20.000,00 R$ 20.000,00 R$ 20.000,00
C.M.V. R$ 10.400,00 R$ 9.550,00 R$ 9.810,94
Lucro Bruto R$ 9.600,00 R$ 10.450,00 R$ 10.189,06
Despesas R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00
Lucro antes do I.R. R$ 1.600,00 R$ 2.450,00 R$ 2.189,06
Imposto de Renda R$ 560,00 R$ 857,50 R$ 766,17
Lucro Líquido R$ 1.040,00 R$ 1.592,50 R$ 1.422,89
Valor do Estoque R$ 5.650,00 R$ 6.500,00 R$ 6.239,06
Observamos que, dependendo do método de avaliação de estoques adotado 
pela empresa, o valor do Custo das Mercadorias Vendidas, o valor do Resultado 
e o valor dos estoques alteram.
Síntese
Estudamos, nesta aula, os três principais métodos de avaliação de estoques 
e sua influência na determinação do resultado obtido pela empresa. É 
importante que a empresa adote um único método para dar consistência e 
comparabilidade às suas Demonstrações Contábeis.
Na próxima aula, estudaremos os métodos de depreciação e sua influência 
nos resultados da empresa. A depreciação está associada ao uso de bens de 
longa duração. Esses bens são “consumidos” lentamente, motivo pelo qual 
não podem ser considerados como despesas no período da aquisição.
Referências Bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade Introdutória. 7. ed. São Paulo: 
Atlas.
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Anotações do Aluno
Aula Nº 8 – Operações com 
Mercadorias
Objetivos da aula:
O objeto das empresas comerciais é a compra e venda de mercadorias. 
O objetivo desta aula é tratar dos principais aspectos que envolvem 
essas operações, tanto do lado do comprador como do vendedor das 
mercadorias. 
Ao final desta aula, o aluno estará apto a contabilizar as operações 
realizadas com mercadorias em empresas comerciais, bem como os 
impostos incidentes sobre essas operações.
Introdução
Nas empresas industriais ou comerciais, os estoques exigem que o Contador 
esteja sempre muito atento às suas movimentações, tanto para cumprir 
exigências fiscais como para produzir informações úteis para o empresário.
Neste capítulo, iremos abordar alguns detalhes das operações que envolvem 
a movimentação de estoques de mercadorias das empresas comerciais, sem 
qualquer pretensão de esgotar esse extenso assunto.
As operações mais comuns com mercadorias são:
• Compras de mercadorias (a vista
ou a prazo);
• Impostos recuperáveis sobre compras de mercadorias (ICMS, PIS);
• Devoluções e abatimentos;
• Fretes sobre as compras.
 
1. Compras de Mercadorias a vista ou a prazo
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75Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
As empresas comerciais adquirem mercadorias de indústrias, atacadistas, 
importadores ou do produtor direto, para depois revendê-las a seus clientes 
(pessoas físicas ou jurídicas). A essas operações de compra e venda dá-se o 
nome de comercialização.
Compra a vista -> entrega de numerários (dinheiro ou cheque) mediante a 
troca por mercadorias (bens).
Compra a prazo -> empresa comercial assume obrigação de pagar no futuro 
mediante a entrada de mercadorias (bens) em seu estoque.
Exemplos:
Compra a vista
O Supermercado Preço Baixo Ltda. comprou mercadorias no valor de R$ 
10.000,00 do seu fornecedor Indústria Salgadinho Ltda., conforme nota 
fiscal n° 005, pagando em dinheiro.
Lançamento contábil nos livros do Supermercado Preço Baixo Ltda.:
Débito Compras de Mercadorias
Crédito Caixa
Indústria Salgadinho Ltda., nota fiscal 005 ..................R$ 10.000,00
 
Compra a prazo
O Supermercado Preço Baixo Ltda., compra mercadorias do fornecedor, 
Indústria Docinho Ltda., no valor de R$ 5.000,00, conforme nota fiscal n° 
010, com emissão de uma duplicata com vencimento para 30 dias.
Lançamento contábil nos livros do Supermercado Preço Baixo Ltda.:
Débito Compras de Mercadorias
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Anotações do Aluno
Crédito: Fornecedores
 Atacado Ligeirinho Ltda.
Compra a prazo, conforme nota fiscal n° 010, com vencimento para 30 
dias.
 
2. Impostos recuperáveis sobre compras de 
mercadorias (ICMS, PIS)
Os impostos considerados recuperáveis, IPI e ICMS são previstos na 
Constituição Federal, 
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda 
que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (ICMS)
“§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:” 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da 
legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas 
operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos 
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Anotações do Aluno
serviços;
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou 
de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, 
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e 
de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução 
de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito 
específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da 
maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos 
do disposto no inciso XII, “g”, as alíquotas internas, nas operações relativas 
à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser 
inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a 
consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
VIII - na hipótese da alínea “a” do inciso anterior, caberá ao Estado da localização 
do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna 
e a interestadual;
IX - incidirá também:
a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física 
ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que 
seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo 
o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do 
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Anotações do Aluno
destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com 
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X - não incidirá:
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
XII - cabe à lei complementar: 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma 
única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará 
o disposto no inciso X, b;
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também 
na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.
E na lei 10.637/01, temos o PIS s/ faturamento, como podemos ver em seu 
texto:
Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento 
mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, 
independentemente de sua denominação ou classificação contábil.
 Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar 
créditos calculados em relação a:
I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e 
aos produtos referidos nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o;
II - bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos 
destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive 
combustíveis e lubrificantes; 
III – Energia elétrica;
IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa 
jurídica, utilizados nas atividades da empresa;
V - despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos 
de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de 
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Anotações do Aluno
Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das 
Empresas de Pequeno Porte (Simples);
VI - máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação 
de produtos destinados à venda, bem como a outros bens 
incorporados ao ativo imobilizado;
 VII - edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, 
inclusive de mão-de-obra, tenha sido suportado pela locatária;
VIII - bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha 
integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada 
conforme o disposto nesta Lei.
§ 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no 
art. 2o sobre o valor:
I - dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no 
mês;
II - dos itens mencionados nos incisos III a V do caput, incorridos no 
mês;
III - dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados 
nos
incisos VI e VII do caput, incorridos no mês;
IV - dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês.
§ 2o Não dará direito a crédito o valor de mão-de-obra paga a pessoa física.
§ 3o O direito ao crédito aplica-se, exclusivamente, em relação:
I - aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no 
País;
II - aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa 
jurídica domiciliada no País;
III - aos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a 
partir do mês em que se iniciar a aplicação do disposto nesta Lei.
§ 4o O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses 
subseqüentes.
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Anotações do Aluno
§ 5o (VETADO)
§ 6o (VETADO)
§ 7o Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar-se à incidência não-cumulativa 
da contribuição para o PIS/Pasep, em relação apenas a parte de suas receitas, 
o crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e 
encargos vinculados a essas receitas.
§ 8o Observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita Federal, 
no caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas referidas no § 7o e 
àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa dessa contribuição, o 
crédito será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método de:
I – apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de 
sistema de contabilidade de custos integrada e coordenada com 
a escrituração; ou
II – rateio proporcional, aplicando-se aos custos, despesas e encargos 
comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita 
à incidência não-cumulativa e a receita bruta total, auferidas em 
cada mês.
§ 9o O método eleito pela pessoa jurídica será aplicado consistentemente por 
todo o ano-calendário, observadas as normas a serem editadas pela Secretaria 
da Receita Federal.
Na maior parte de suas compras e vendas de mercadorias, as empresas 
comerciais registram a incidência desses impostos. O ICMS e o PIS s/ 
faturamento são compensados do que é devido em cada operação relativa 
à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito 
Federal. 
Vejamos um exemplo para compreender o mecanismo de compensação 
de tributos. A empresa Docinho Ltda. adquiriu mercadorias para revenda (a 
prazo) no valor de R$ 100,00 e vendeu essas mesmas mercadorias (a vista) 
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Anotações do Aluno
por R$ 200,00.
Então, teremos os seguintes lançamentos na compra:
Débito: Mercadorias (ou Compras)
Crédito: Fornecedores
Mercadorias adquiridas conforme nota fiscal 002 .......................R$ 100,00
Débito: ICMS a Recuperar
Crédito: ICMS s/ Compras
Impostos s/ nota fiscal de compra 0002 .......................................R$ 18,00
Débito: PIS a Recuperar
Crédito: PIS s/ Compras
PIS incidente s/ nota fiscal 002 ......................................................R$ 1,65
Na venda das mercadorias, teríamos os seguintes lançamentos:
Débito: Caixa
Crédito: Receita de Vendas
Venda de mercadorias conforme nota fiscal 001 ........................$ 200,00
Débito: ICMS s/ Vendas
Crédito: ICMS a Recolher
Imposto incidente sobre a nota fiscal 001 ..................................R$ 36,00
Débito: PIS s/ Faturamento
Crédito: PIS a Recolher
PIS incidente sobre a nota fiscal 001 ...........................................R$ 3,30
Sem a compensação, a empresa pagaria $ 36,00 de ICMS e $ 3,30 de PIS s/ 
faturamento, mas, como o imposto já foi cobrado uma vez do seu fornecedor, 
esse valor deve ser compensado, resultando em $ 18,00 de ICMS e $ 1,65 de 
PIS s/ faturamento.
Portanto, na compra de uma mercadoria, a empresa deverá fazer o 
lançamento do crédito tributário existente nas notas fiscais.
3. Devoluções e Abatimentos
Se uma empresa comercial recebe uma mercadoria em desacordo com seu 
pedido, seja pela qualidade, preço, especificação ou qualquer outro motivo, 
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Anotações do Aluno
dependendo da conveniência, pode fazer uma devolução parcial ou total 
da mercadoria ou simplesmente solicitar um abatimento ao vendedor. Se a 
devolução for total, no ato da entrega da mercadoria, não há necessidade de 
emissão de documento fiscal e nem de contabilização, tendo em vista a não 
concretização da compra. Nesse caso, deve-se fazer apenas uma anotação 
no verso da nota fiscal, justificando a devolução.
A devolução e o abatimento da mercadoria deverão ser registrados em 
contas próprias para que se tenham informações quanto aos seus valores 
no período. 
Nos livros da empresa que realizou a venda:
Débito: Devolução de Vendas
Crédito: Caixa (ou Clientes)
E, pelo retorno das mercadorias ao estoque:
Débito: Mercadorias
Crédito: Custo das Mercadorias Vendidas (C.M.V.) 
Se o caso for de um abatimento sobre as vendas:
Débito: Abatimento sobre Vendas
Crédito: Caixa (ou Clientes)
No final do período, os saldos dessas contas são contabilizados contra a 
conta Vendas para apuração das Vendas Líquidas do período:
Débito: Vendas
Crédito: Devolução de Vendas
Crédito: Abatimento sobre Vendas
Nos livros da empresa que comprou a mercadoria e devolveu ou obteve 
um abatimento também deverá haver registro de tais fatos, em contas 
específicas:
• Devolução
Débito: Fornecedores (ou Caixa)
Crédito: Devoluções de Compras
• Abatimento
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Anotações do Aluno
Débito: Caixa (ou Fornecedores)
Crédito: Abatimentos sobre Compras.
No final do período, o saldo dessas contas deverá ser encerrado contra a 
conta Compras de Mercadorias ou simplesmente Mercadorias.
Débito: Devolução de Compras
Débito: Abatimentos sobre Compras
Crédito: Compras (ou Mercadorias)
Suponhamos, agora, que houve a necessidade de devolver 50% das 
compras, constantes da nota fiscal 005, de Indústria Docinho Ltda. no valor 
de R$ 10.000,00.
Primeiro aspecto: a devolução deverá ser pelo mesmo preço de aquisição, 
o que ficaria assim:
Contabilização:
Débito Caixa
Crédito Devoluções de Mercadorias ou Compras Anuladas
Nossa nota n° 001, devolução da Nota fiscal 005 de Indústria Docinho Ltda. 
5.000,00
Débito ICMS de Devolução ou ICMS de Compras Anuladas
Crédito ICMS a Recolher
Nossa nota n° 001, devolução Nota fiscal 005 de Indústria Docinho Ltda. R$ 
900,00
Débito PIS de Devolução ou ICMS de Compras Anuladas 
Crédito PIS a Recolher
Nossa nota n° 001, devolução Nota fiscal 005 de Indústria Docinho Ltda. R$ 
82,50
A Demonstração do Resultado, na forma dedutiva, ficaria assim:
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Anotações do Aluno
(-) Devoluções e Abatimentos
(=) Vendas Líquidas
(-) Custo das Mercadorias Vendidas
 Estoque Inicial
 (+) Compras
 (-) Devoluções e abatimentos
 (=) Mercadorias Disponíveis para Venda
 (-) Estoque Final
(=) Lucro Bruto
Descontos Comerciais
Os descontos comerciais geralmente fazem parte da negociação antes da 
compra e venda da mercadoria, portanto não necessitam de contabilização, 
exceto se houver algum interesse entre as partes em registrá-los.
5. Gastos com transportes
e seguros
FRETE FOB – Quando o fornecedor entrega a mercadoria no estabelecimento 
do cliente de forma gratuita.
FRETE CIF – Quando o fornecedor entrega a mercadoria no seu 
estabelecimento e o cliente arca com o frete até seu ponto de 
comercialização.
No caso do frete CIF, devem-se considerar esses gastos no custo da 
mercadoria vendida, pois são gastos necessários para colocar a mercadoria 
em condição de ser vendida.
Débito: Gastos com Transporte (ou Seguro) sobre Compras
Crédito: Caixa (ou Contas a Pagar)
No final do período, os saldos dessas contas deverão ser encerrados contra 
Mercadorias (ou Compras), incorporando, assim, o custo das mercadorias 
vendidas, que será demonstrado:
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Anotações do Aluno
Vendas Líquidas
(-) Custo das Mercadorias Vendidas
 Estoque Inicial
 (+) Compras
 (+) Gastos com Transporte
 (+) Gastos com Seguros das Compras
 (-) Devoluções e Abatimentos
 (=) Mercadorias Disponíveis para Venda
 (-) Estoque Final
(=) Lucro Bruto
Toda vez que a empresa assumir o pagamento do frete para transportar 
mercadorias do fornecedor até seu ponto de comercialização deverá lançar 
o custo desse frete como custo da mercadoria, deduzindo os impostos 
recuperáveis.
Síntese
Estudamos, nesta aula, as principais operações com mercadorias e seus 
efeitos tributários: compra e venda, abatimentos, devoluções parciais ou 
totais, fretes e seguros, ICMS e PIS incidentes sobre as operações.
Na próxima aula, estudaremos os métodos de depreciação e sua influência 
nos resultados da empresa. A depreciação está associada ao uso de bens de 
longa duração. Esses bens são “consumidos” lentamente, motivo pelo qual 
não podem ser considerados como despesas no período da aquisição.
Referências
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
1998.
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Anotações do Aluno
Aula Nº 9 – Depreciação – 
Conceitos e Métodos
Objetivos da aula:
Esta aula tem por objetivo apresentar conceitos de Ativo Imobilizado, 
Depreciação, Amortização e Exaustão e os métodos de depreciação para 
calcular a depreciação. Veremos os métodos linear ou quotas constantes, 
soma dos dígitos e o método do saldo decrescente.
Ao final desta aula, você deverá estar apto a entender o efeito da 
depreciação no Balanço Patrimonial (reduzindo o Ativo Imobilizado) e na 
Demonstração do Resultado.
1. Introdução
Ativo Imobilizado - é representado pelos direitos que tenham por objeto os 
Bens destinados ao uso nas atividades da empresa (não à venda – apesar de 
poderem vir a ser vendidos) ou à manutenção de suas atividades, inclusive 
os de propriedade industrial ou comercial. Exemplo: Máquinas, Imóveis, 
Equipamentos, Móveis e Utensílios, Veículos, Computadores, Instalações 
etc. São bens que podem servir a vários ciclos operacionais da empresa.
Um terreno, no qual se pretenda construir uma nova instalação, também é 
um ativo imobilizado por ser adquirido com a intenção de ser utilizado no 
processo operacional da empresa.
O Ativo Imobilizado pode ser tangível ou intangível, sendo tangíveis aqueles 
elementos que possuem um corpo físico, como máquinas, equipamentos, 
veículos etc. Os elementos intangíveis do Ativo Imobilizado são aqueles que 
não possuem um corpo físico, mas envolvem direitos de propriedade, como 
marcas, patentes, direitos autorais.
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Anotações do Aluno
A depreciação dos bens do ativo imobilizado representa o desgaste ou a 
perda da capacidade de utilização (vida útil) dos elementos tangíveis ali 
classificáveis, resultantes do desgaste pelo uso, da ação da natureza ou de 
obsolescência normal (provocada pela evolução tecnológica).
2. Tempo, Vida útil e Taxa
Os elementos tangíveis do Ativo Imobilizado têm suas vidas úteis estimadas, 
limitadas no tempo, produzindo, ao final, um valor residual, ou seja, um 
valor de venda após o seu uso.
O tempo de vida útil de um bem será determinado de acordo com o prazo 
durante o qual é possível a sua utilização nas operações da empresa (e a 
produção de seus rendimentos).
Portanto, o valor depreciável será o valor de aquisição do bem e todos os 
gastos necessários para colocá-lo em funcionamento, se for o caso, menos 
o seu valor residual (valor a ser recuperado no final de sua vida útil).
Os prazos usualmente admitidos e as respectivas taxas de depreciação 
são:
Tipos de bens Vida útil estimada Taxa anual
Computadores e Periféricos 5 anos 20% a.a.
Equipamentos, ferramentas, máquinas, 
móveis e utensílios, instalações etc.
10 anos 10% a.a.
Veículos 5 anos 20% a.a.
Edifícios e Construções 25 anos 4% a.a.
As taxas poderão ser superiores se a empresa comprovar, por laudo 
pericial, a diminuição da vida útil do bem.
3. Métodos de Depreciação
Existem três métodos principais de depreciação:
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Anotações do Aluno
3.1.Método Linear 
(ou Quotas Constantes)
É o método que contabiliza, como despesa ou custo, uma parcela constante 
do valor do bem em cada período.
Exemplo: A empresa comprou, no início de janeiro, um veículo com vida 
útil estimada de 5 anos pelo valor de $ 30.000,00, sem valor residual 
estimado.
Qual será o valor da depreciação?
No final do primeiro ano, deverá reconhecer a despesa de depreciação de
 $ 30.000,00 : 5 = $ 6.000,00 por ano.
Para calcularmos o valor da depreciação mensal, para efeito de apuração de 
resultados mensais, basta dividir o valor da depreciação anual por 12:
R$ 6.000,00 : 12 = R$ 500,00 por mês.
Se considerarmos um valor residual de R$ 3.000,00 o valor anual da 
depreciação será:
($ 30.000,00 - $ 3.000,00) : 5 = $ 5.400,00 por ano.
Para calcularmos o valor da depreciação mensal, para efeito de apuração de 
resultados mensais, basta dividir o valor da depreciação anual por 12:
R$ 5.400,00 : 12 = R$ 450,00 por mês.
A contabilização do valor da depreciação mensal será efetuada da seguinte 
forma: débito de despesa de depreciação e crédito da conta Depreciação 
Acumulada, portanto o lançamento será:
Débito – Despesa de Depreciação $ 450,00
Crédito – Depreciação Acumulada $ 450,00
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89Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
No final do primeiro ano, o Ativo Imobilizado da empresa deverá ser 
apresentado no Balanço Patrimonial da seguinte forma:
Veículos $ 30.000,00
(-) Depreciação Acumulada ($ 6.000,00) $ 24.000,00
Desta forma, o leitor do balanço saberá a idade aproximada do Ativo 
Imobilizado da empresa.
3.2.Soma dos Dígitos
Este método consiste em somar os algarismos desde a unidade até o 
algarismo que representa o número de anos da vida útil do bem. No 
exemplo do item anterior, sem considerar o valor residual, teríamos:
 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
Quota do 1o. Ano = 5/15 x $ 30.000 = $ 10.000
Quota do 2o. Ano = 4/15 x $ 30.000 = $ 8.000
Quota do 3o. Ano = 3/15 x $ 30.000 = $ 6.000
Quota do 4o. Ano = 2/15 x $ 30.000 = $ 4.000
Quota do 5o. Ano = 1/15 x $ 30.000 = $ 2.000
 soma = $ 30.000
Neste método, o valor mensal da depreciação:
no primeiro ano, seria de R$ 10.000,00 : 12 = R$ 833,33.
no segundo ano, seria de R$ 8.000,00 : 12 = R$ 666,67.
no terceiro ano, seria de R$ 6.000,00 : 12 = R$ 500,00.
no quarto ano, seria de R$ 4.000,00 : 12 = R$ 333,33.
no quinto ano, seria de R$ 2.000,00 : 12 = R$ 166,67.
3.3.Saldo Decrescente
Também denominado método de Matheson ou Exponencial, ou ainda 
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método da porcentagem fixa sobre o valor contábil.
Porcentagem anual = 1 – n valor residual
 Custo do bem
Onde n é o número estimado de anos da vida útil do bem.
Usando o exemplo anterior e supondo um valor residual de R$ 1.500, 
teríamos:
% anual = 1 – 5 1.500
 30.000
% anual = 1 – 0,54928
% anual = 0,45072 ou 45,072%
Quota do 1o. Ano = 45,072% x 30.000 = $ 13.521,60
Quota do 2o. Ano = 45,072% x 16.478,40 = $ 7.427.15
Quota do 3o. Ano = 45,072% x 9.051,25 = $ 4.079,58
Quota do 4o. Ano = 45,072% x 4.971,67 = $ 2.240,83
Quota do 5o. Ano = 45,072% x 2.730,84 = $ 1.230,84
 Total = $ 28.500,00
Neste caso, a depreciação mensal seria de:
No primeiro ano = R$ 13.521,60 : 12 = R$ 1.126,80
No segundo ano = R$ 7.427,15 : 12 = R$ 618,93
No terceiro ano = R$ 4.079,58 : 12 = R$ 339,97
No quarto ano = R$ 2.240,83 : 12 = R$ 186,74
No quinto ano = R$ 1.230,84 : 12 = R$ 102,57
O incoveniente deste método é a necessidade de um valor residual para 
proceder o cálculo da depreciação.
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3. Conclusão
Vimos, nas aulas anteriores, que os recursos consumidos no processo de 
produção de uma empresa industrial ou na operação de uma empresa 
comercial ou de serviços são considerados custos ou despesas. A depreciação 
é uma estimativa de consumo dos recursos aplicados no ativo imobilizado 
da empresa, a diferença é que determinados materiais são consumidos 
integralmente e os bens do Ativo Imobilizado são consumidos lentamente 
e não é possível mensurar quanto foi consumido em determinado período, 
só é possível fazer uma estimativa tendo em vista a vida útil daquele bem.
Quando retiramos algum item do estoque de materiais para consumo na 
operação da empresa, fazemos o seguinte lançamento:
Débito – Despesa de Materiais
Crédito – Estoque de Materiais
Quando utilizamos algum item do Ativo Imobilizado na operação da 
empresa, também debitamos uma conta de despesa (depreciação), mas não 
podemos creditar a própria conta do Ativo Imobilizado porque não se trata 
de um estoque, trata-se de um item que continua “inteiro” (não retiramos 
uma parte daquele bem), portanto o seu valor de aquisição deve ser 
conservado na Contabilidade. Criamos, então, uma conta auxiliar chamada 
“Depreciação Acumulada” daquele item que está sendo depreciado. Assim, 
o lançamento contábil fica:
Débito: Despesa de Depreciação (nome do item depreciado)
Crédito: Depreciação Acumulada (nome do item depreciado)
Essa conta auxiliar (Depreciação Acumulada) terá sempre saldo credor 
e dedutiva da conta do Ativo Imobilizado. Portanto, cada item do Ativo 
Imobilizado deverá ter sua conta auxiliar de depreciação e, por meio desse 
processo, o leitor do Balanço Patrimonial poderá identificar, em cada item 
do ativo imobilizado, qual a sua porcentagem de depreciação, ou seja, 
poderá fazer uma estimativa de quanto tempo o Ativo Imobilizado já foi 
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usado pela empresa e quanto resta de sua vida útil.
Quando se tratar de recursos naturais, o processo de contabilização dos 
recursos utilizados na operação da empresa chama-se exaustão, por 
exemplo, uma estimativa de quanto foi exaurido de recursos de uma reserva 
petrolífera em determinado período.
Alguns itens do Ativo Permanente não são depreciáveis, pois não perdem 
valor com o tempo ou uso, como os investimentos em terrenos, seja para 
uso em suas operações ou simplesmente para investimento, obras de arte 
que a empresa possui, entre outros.
Os demais itens do Ativo Permanente, Investimentos e Diferido (bens 
intangíveis) que, de alguma forma, perdem valor ao longo do tempo, podem 
passar por um processo idêntico chamado Amortização. Alguns exemplos 
de bens intangíveis, passíveis de amortização: Marcas, Patentes, Pesquisa e 
Desenvolvimento, Gastos Pré-Operacionais etc.
Síntese
Nesta aula, você estudou a depreciação do Ativo Imobilizado e três métodos 
de cálculo: Linear ou quotas constantes, Soma dos dígitos dos anos e o 
método do Saldo Decrescente.
Demonstramos, também, a depreciação no Balanço Patrimonial e na 
Demonstração de Resultados.
O que acontece quando os clientes não pagam?
Como a Contabilidade deve agir nesse caso?
Na próxima aula, vamos estudar a Provisão para Devedores Duvidosos.
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Anotações do Aluno
Referências Bibliográficas
IUDÍCIBUS, Sérgio de et. al. Contabilidade Introdutória. 7. ed. São Paulo: 
Atlas.
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Anotações do Aluno
Aula Nº 10 – Devedores 
Duvidosos e Devedores 
Insolváveis
Objetivos da aula:
O objetivo desta aula é apresentar o conceito de Provisão para 
Devedores Duvidosos, ou seja, como a empresa pode considerar, em 
seus resultados e demonstrativos, as perdas que tem com os clientes que 
não pagam, demonstrando, assim, a contabilização da Provisão e seus 
desdobramentos.
Ao final da aula, você será capaz de compreender o conceito de 
Provisão para Devedores Duvidosos e considerar essa informação nas 
Demonstrações Contábeis.
1. Introdução
A Provisão para Devedores Duvidosos é efetuada por empresas que 
realizam vendas a prazo, assumindo, assim, o risco de eventuais perdas no 
recebimento de seus créditos junto aos clientes. No final de cada exercício 
social, é facultado às empresas considerar, em seus demonstrativos 
contábeis, uma parcela de seus recebíveis (que não possuam reserva de 
domínio, alienação fiduciária em garantia, ou garantia real, como: hipoteca, 
penhor e anticrese), como perda do período.
Os valores considerados de recebimentos duvidosos poderão ser lançados 
na Contabilidade como despesa do período da seguinte forma:
Débito: Despesas com Devedores Duvidosos
Crédito: Provisão para Devedores Duvidosos
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Anotações do Aluno
1. Percentuais permitidos para cálculo da provisão
• Até 31/12/92, o percentual permitido pela legislação era de 3% do 
saldo das duplicatas a receber para as empresas em geral e de 1,5% 
para as empresas financeiras.
• De 01/01/93 a 31/12/94, o percentual passou para 1,5% para as 
empresas em geral e 0,5% para as empresas financeiras.
• A partir de 01/01/95, o percentual passou a ser a média efetivamente 
apurada nos três últimos exercícios, sendo calculada da seguinte 
forma:
data Duplicatas a 
receber
ano perdas
31/12/x1 R$ 20.000,00 19x2 R$ 800,00
31/12/x2 R$ 16.000,00 19x3 R$ 500,00
31/12/x3
R$ 14.000,00 19x4 R$ 300,00
SOMA R$ 50.000,00 R$ 1.500,00
% MÉDIO = R$ 1.500,00 x 100 = 3%
R$ 50.000,00
Nota: Não poderão compor a base de cálculo da Provisão para Devedores 
Duvidosos os créditos relativos a receitas registradas em conta de resultados 
de exercícios futuros ou que não tenham sido contabilizadas em contas de 
resultado.
Por que a Provisão para Devedores Duvidosos pode ser considerada uma 
despesa?
Porque, para uma empresa funcionar, ela precisa dar crédito aos clientes 
e, dando crédito aos clientes, corre o risco de não receber. Tudo isso faz 
parte da operação da empresa, portanto essas prováveis perdas podem ser 
consideradas como prováveis consumos de recursos que a empresa terá no 
próximo exercício social.
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Anotações do Aluno
São gastos necessários para manter sua atividade operacional, portanto 
devem ser considerados como despesas do exercício social.
2. Prejuízos no recebimento de Créditos
Quando um título é considerado incobrável?
Esgotados todos os recursos necessários à sua cobrança (apontamento, 
protesto e execução), um título pode ser considerado incobrável e baixado 
das Contas a Receber, exceto títulos de pequeno valor que não precisam 
cumprir essas exigências, desde que decorridos um ano do vencimento do 
título ou da emissão do cheque.
Sendo considerado incobrável, a empresa fará o seguinte lançamento 
contábil:
Débito: Provisão para Devedores Duvidosos
Crédito: Duplicatas a Receber (ou Clientes)
Observe que a perda não é considerada despesa, pois assim consideramos 
quando da constituição da Provisão para Devedores Duvidosos. Agora, 
estamos apenas utilizando uma parte daquele saldo para dar baixa em 
Duplicatas a Receber.
2.1. Cálculo da Provisão
Segundo MARTINS (1998, p.165), o cálculo da provisão para devedores 
duvidosos é feito por estimativa, pois os prejuízos futuros não podem ser 
calculados com grande precisão e as maneiras mais usadas desta estimativa 
são:
a) “Pela análise individual dos devedores - verificando-se em cada 
caso a possibilidade de recebimento futuro. Essa análise deve 
levar em consideração, principalmente, os débitos já vencidos e os 
pertencentes a pessoas ou empresas que estejam em dificuldades 
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financeiras. Evidenciados os débitos duvidosos, são eles somados, 
do que resulta o valor a ser adotado para a constituição da 
provisão.
b) Pela determinação da provisão mediante a aplicação de uma 
percentagem sobre vendas. A percentagem deve ser escolhida 
com base na experiência anterior da empresa. Suponhamos que 
certa empresa tenha realizado, durante o ano de 19x8, um total de 
R$ 100.000 de vendas e que, examinando seus registros anteriores, 
contatou-se o seguinte:
ANO VENDAS Prejuízos com 
D e v e d o r e s 
I n s o l v á v e i s 
oorridos no ano 
imediatamente 
anterior
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dos Prejuízos 
sobre as Vendas
19x7 80.000 640 0,80%
19x6 50.000 310 0,62%
19x5 40.000 240 0,60%
170.000 1.190 0,70%
 Percentagem média dos três anos: 0,70%.
Aplicada a percentagem média de 0,70% sobre o valor das vendas de 
19x8, obtém-se a importância de R$ 700, que constituirá a provisão 
para fazer face às perdas de 19x9.
c) Pela determinação da provisão mediante a aplicação de uma 
percentagem sobre o saldo dos créditos a receber no fim do ano. 
Essa é a maneira mais utilizada pela grande maioria das empresas 
brasileiras.
Sob o aspecto da precisão, as duas primeiras maneiras são as mais 
aconselháveis, embora a primeira seja, às vezes, impraticável 
(quando for muito grande o número de devedores).”
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2.2. Evidenciação nas Demonstrações Contábeis
Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO
(em milhares de reais)
ATIVO 2001 2000
Circulante
Disponibilidades 84.248 6.280
Contas de gás a receber 108.125 72.726
Outras contas a receber 37.254 7.822
Provisão para devedores duvidosos (2.190) (1.587)
Estoques 108.841 37.123
Impostos a compensar 18.825 18.693
Outros créditos 3.028 9.084
Despesas antecipadas 2.139 2.121
Total do Circulante 360.270 152.262
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS
EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2001 E 2000
(Valores expressos em milhares de reais – exceções indicadas)
1. CONTEXTO OPERACIONAL
A Companhia tem, como objeto social, a distribuição de gás natural 
canalizado em parte do território do Estado de São Paulo (aproximadamente 
180 municípios,
inclusive a região denominada Grande São Paulo). A Companhia atende 
consumidores dos setores industrial, residencial, comercial, automotivo, de 
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termogeração e cogeração.
Em 31 de maio de 1999, o Contrato de Concessão para a Exploração dos 
Serviços Públicos de Distribuição de Gás Canalizado foi assinado entre os 
novos controladores e o poder concedente, representado pela Comissão de 
Serviços Públicos de Energia – CSPE.
O Contrato outorga e regula a concessão para a exploração dos serviços 
públicos de distribuição de gás canalizado com prazo de vigência de 30 
anos, podendo ser prorrogado uma única vez por 20 anos mediante 
requerimento da Concessionária.
2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As Demonstrações Financeiras foram elaboradas de acordo com os 
princípios contábeis emanados da legislação societária, complementados 
pelas normas da CVM
– Comissão de Valores Mobiliários e pelo Plano de Contas do Serviço 
Público de Distribuição de Gás Canalizado, instituído pela Portaria 
CSPE – 22 de 19-11-99.
3. PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS
As principais práticas contábeis adotadas pela Companhia na preparação 
das suas demonstrações são:
a. Disponibilidades
O saldo inclui aplicações financeiras de curto prazo que são registradas ao 
custo, acrescido dos rendimentos auferidos até a data do balanço;
b. Provisão para devedores duvidosos
Constituída em montante suficiente para cobrir perdas estimadas na 
realização de créditos a receber;
c. Estoques
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Anotações do Aluno
Os materiais em almoxarifado são avaliados ao custo médio de aquisição, que 
não excede ao valor de reposição. Os materiais destinados às imobilizações 
em curso são registrados no ativo imobilizado. O saldo de gás e transporte 
não utilizados (“Take or Pay” e “Ship or Pay”) está registrado ao seu valor de 
custo atual;
d. Investimentos
Os investimentos são avaliados ao custo de aquisição, reduzido por provisão 
para perdas, quando aplicável;
e. Imobilizado
Está demonstrado ao custo de aquisição e/ou construção, deduzido da 
depreciação acumulada e parcialmente reavaliado. A depreciação é calculada 
pelo método linear, com base em taxas que levam em consideração a vida 
útil econômica dos bens, ratificadas pelo órgão regulador por meio da 
Portaria CSPE 050/2000
(vide nota 9);
f. Diferido
É composto de gastos efetuados na conversão de consumidores para uso do 
gás natural, amortizados em dez anos pelo método linear, a partir do mês 
seguinte ao seu deferimento; gastos relativos à implantação de sistemas, os 
quais serão amortizados em 5 anos pelo método linear, a partir da entrada 
em operação; estudos e projetos em andamento; e dos valores relativos à 
incorporação da Companhia Controladora amortizados em nove anos;
g. Ativos e passivos vinculados a moedas estrangeiras ou sujeitos à 
atualização monetária
São convertidos em reais à taxa de câmbio vigente à data do balanço, caso 
sejam vinculados a moedas estrangeiras. No caso de estarem sujeitos a 
alguma forma de correção, são atualizados monetariamente, com base nos 
índices definidos legal ou contratualmente;
h. Imposto de renda e contribuição social sobre o lucro
Os valores do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro 
são apurados de acordo com a sistemática de tributação vigente. Os 
créditos tributários referentes a diferenças temporárias são totalmente 
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Anotações do Aluno
reconhecidos;
i. O resultado
É apurado pelo regime contábil de competência; e
j. O fornecimento de gás não faturado até a data do encerramento do 
exercício
É mensurado e registrado contabilmente de forma que possibilite a 
contraposição dos custos e das receitas no respectivo exercício.
3. Quando um título torna-se incobrável 
Quando um título é considerado incobrável, ele deve ser baixado da conta 
de Provisão para Devedores Duvidosos e baixado também da carteira de 
Duplicatas a Receber da empresa, com o seguinte lançamento contábil:
Débito: Provisão para Devedores Duvidosos
Crédito: Duplicatas a Receber
Observe que não é necessário fazer um lançamento em uma conta de 
despesa porque a Provisão já foi constituída e já diminui o resultado do 
exercício. Trata-se apenas de uma confirmação da perda que havia sido 
provisionada.
4. E quando um título já considerado incobrável é 
recebido?
Nesse caso, deve-se dar entrada do dinheiro no Caixa da empresa e 
considerar essa recuperação de crédito, se ocorrer após exercício contábil, 
assim o lançamento contábil será:
Débito: Caixa
Crédito: Recuperação de Créditos Baixados
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Anotações do Aluno
Caso a recuperação ocorra dentro do exercício contábil, o lançamento 
contábil será:
Débito: Caixa
Crédito: Provisão para Devedores Duvidosos
Ou seja, o valor que havia sido baixado da conta de provisão, porque o título 
foi considerado incobrável, volta para a conta de provisão.
5. Saldo na conta Provisão para Devedores 
Duvidosos
No final do exercício, duas situações podem ocorrer com o saldo da Provisão 
para Devedores Duvidosos e exigem novos lançamentos contábeis:
5.1. Saldo insuficiente
Se o saldo foi insuficiente significa que houve um excesso de perdas, ou 
seja, o valor das perdas foi maior que o valor provisionado no início do 
período. Nesse caso, deve-se contabilizar o excesso de perdas a débito de 
uma conta de resultado, como perda não esperada, e a crédito de Provisão 
para Devedores Duvidosos, que estaria com saldo devedor.
5.2. Saldo mais que suficiente 
Nesse caso, a conta Provisão para Devedores Duvidosos apresentará, no 
final do exercício, um saldo credor. Esse saldo credor pode ser aproveitado 
para compor a provisão do exercício seguinte com o lançamento:
Débito: Devedores Duvidosos
Crédito: Provisão para Devedores Duvidosos
 Constituição da provisão para o próximo exercício:
 estimativa dos prejuízos do próximo exercício
 (-) saldo não utilizado do exercício anterior
Podemos, também, reverter o saldo não utilizado no período para 
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Anotações do Aluno
Resultado:
Débito: Provisão para Devedores Duvidosos
Crédito: Resultado
 Pela reversão do saldo não utilizado
Fazendo a provisão para o exercício seguinte pelo valor integral da estimativa 
de prejuízos.
6. Provisão x Reservas
É preciso não confundir Provisão com Reserva, que, em contabilidade, tem 
sentidos diferentes quando tratamos de resultado:
• As provisões são constituídas antes da apuração do resultado, com 
o objetivo de onerá-lo independente de ser positivo ou negativo.
• As reservas são constituídas após a apuração do resultado. As 
reservas constituem-se com a própria distribuição do resultado (se 
este for positivo). As Reservas complementam o Capital Social na 
constituição do Patrimônio Líquido, podendo ser de três tipos: a) 
de lucros; b) de capital; c) de reavaliação.
Síntese
Nesta aula, você estudou a constituição de Provisão para Devedores 
Duvidosos, Cálculo da Provisão, percentuais permitidos para cálculo da 
provisão, evidenciação nas Demonstrações Contábeis (COMGÁS), baixa 
de títulos considerados incobráveis, reversão da provisão, diferença entre 
Reservas e Provisões.
O importante, para você que estuda Ciências Contábeis, é fixar os conceitos 
e saber como a provisão afeta as Demonstrações Contábeis, que são as 
fontes de informações para o processo de tomada de decisões.
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Referências
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória. 7.ed. São Paulo: Atlas, 
1998.
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Anotações do Aluno
Aula Nº 11 – O Balanço 
Patrimonial – Aspectos 
Legais e Societários
Objetivos da aula:
A evidenciação (disclosure) é um dos objetivos básicos da Contabilidade 
no Mercado de Capitais. É necessário dar mais transparência às operações 
das empresas, garantindo aos usuários informações completas e confiáveis 
sobre a situação financeira e seus resultados. As empresas devem 
apresentar, nas notas explicativas, informações quantitativas e qualitativas, 
de maneira ordenada e clara, comunicando todos os aspectos relevantes 
das demonstrações contábeis.
O objetivo desta aula é mostrar as principais notas explicativas que devem 
conter as demonstrações contábeis para tornar suas informações mais 
fiéis à realidade das operações da empresa.
Ao final desta aula, você deverá colocar em prática seus conhecimentos, 
fazendo a leitura das notas explicativas de um balanço publicado em 
jornais de grande circulação.
INTRODUÇÃO
Uma das funções da Comissão de Valores Mobiliários é a de orientar os 
participantes do mercado de valores mobiliários, principalmente os emissores 
e auditores independentes, fazendo chegar ao mercado informações cada 
vez melhores. As informações das demonstrações contábeis, ao lado de 
outras informações do mercado subsidiam as decisões de direcionamento 
dos recursos financeiros para os diversos setores da economia. Por esse 
motivo, a CVM tem grande atuação para fazer com que as demonstrações 
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contábeis apresentem a situação patrimonial das empresas, e os seus 
resultados reflitam suas operações.
Os diversos planos econômicos colocados em prática no Brasil fizeram 
com que grande parte das companhias abertas não apresentasse, 
adequadamente, os valores de seus patrimônios. A CVM passou, então, a 
definir critérios e orientações para a contabilização dos efeitos causados 
pela variação do poder aquisitivo da moeda nacional nas operações das 
companhias, pautados nos Princípios Geralmente Aceitos pela Contabilidade.
Esse trabalho resultou na padronização de critérios técnicos de mensuração 
patrimonial mais adequados.
O parágrafo 91 do IAS 1, revisado em 1997, estabeleceu os seguintes 
objetivos para as notas explicativas:
a) apresentar informações sobre os critérios que sustentam a 
preparação das demonstrações contábeis e das políticas contábeis 
específicas, selecionadas e aplicadas para transações e eventos 
significativos;
b) divulgar as informações requeridas pelas Normas Internacionais de 
Contabilidade, que não são apresentadas em nenhum outro lugar 
das demonstrações contábeis;
c) fornecer informações adicionais que não são apresentadas nas 
próprias demonstrações contábeis, mas que são consideradas 
necessárias para uma apresentação adequada (fair presentation).
As Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis deverão discriminar, com 
clareza e objetividade, os esclarecimentos, as descrições e detalhamentos 
necessários ao correto entendimento do conteúdo das demonstrações 
contábeis, a partir dos itens previstos no parágrafo 5º do art. 176 da lei 
6.404/76. Não devem ser utilizadas para retificar a aplicação de práticas 
contábeis inadequadas.
As notas explicativas são normalmente apresentadas em uma ordem que 
facilita o entendimento dos usuários das demonstrações contábeis e sua 
comparação com as demonstrações contábeis de outras entidades:
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a. contexto operacional;
b. declaração quanto à base de preparação das demonstrações 
contábeis;
c. menção das bases de avaliação de ativos e passivos e práticas 
contábeis aplicadas;
d. informações adicionais para itens apresentados nas demonstrações 
contábeis, divulgadas na mesma ordem;
e. outras divulgações.
Apresentamos, a seguir, as principais Notas Explicativas das Demonstrações 
Contábeis, sem a menor pretensão de esgotar este amplo assunto:
Nota sobre operações
Esta nota deve declarar o objetivo social da empresa em coerência com 
os objetivos publicados em seu estatuto social, estabelecendo a relação 
contratual entre os acionistas. Inclui, também, os aspectos relevantes sobre a 
continuidade normal dos negócios e utilização da capacidade operacional.
Critérios de Avaliação
Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente 
estoques, cálculos de depreciação, amortização e exaustão, constituição de 
provisões para atender a perdas prováveis na realização de elementos do 
ativo deverão ser divulgados. Essa nota deve divulgar também os critérios 
contábeis de transações típicas de um setor de atividades, na medida em 
que podem variar de um tipo de um setor para outro.
Continuidade Normal dos Negócios
Um dos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos é o da Continuidade, por 
meio do qual se pressupõe a continuidade indefinida das operações de uma 
empresa. Sempre que for identificada pela administração uma situação que 
coloque em risco a continuidade total ou parcial das operações da empresa, 
a nota explicativa deverá dar detalhes sobre o fato e eventuais planos de 
recuperação.
Quando as demonstrações contábeis não estão preparadas no pressuposto 
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da continuidade de suas operações, esse fato deve ser divulgado junto aos 
critérios pelos quais as demonstrações contábeis são preparadas e a razão 
pela qual a entidade não é considerada sua continuidade.
Diferenças entre os procedimentos contábeis nacionais e os 
internacionais
Recomenda-se que as companhias abertas divulguem, em nota explicativa, 
a conciliação das diferenças entre as práticas contábeis adotadas no Brasil e 
as práticas contábeis internacionais.
Se houver similaridade entre as práticas contábeis adotadas, não haverá 
necessidade de nota explicativa. No entanto, se as práticas não forem 
equivalentes, indicando falta de similaridade nas decisões do investidor, 
haverá necessidade de nota, apresentando a conciliação das diferenças entre 
as práticas adotadas por e por outro, de forma quantitativa e qualitativa. Essa 
nota deverá conciliar: lucros (prejuízos) líquidos do período considerado, 
patrimônio líquido na data do balanço, além de explicar a natureza dos 
principais itens da conciliação.
Caso as divergências sejam muito grandes, recomenda-se a preparação 
de novas demonstrações contábeis, observando outro conjunto de 
princípios. Essa decisão deverá ser tomada em conjunto com os auditores 
independentes da empresa, apoiada em procedimentos aceitos pelos órgão 
reguladores das normas contábeis.
Divulgação em nota explicativa da Provisão para Devedores 
Duvidosos
Devem ser divulgados os critérios adotados para a constituição da provisão 
para crédito de liquidação duvidosa, bem como qualquer alteração no 
critério ou na forma de sua aplicação havida no exercício.
(PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 21/90)
Divulgação em nota explicativa de estoques
Sempre que houver alteração significativa nos níveis de estoques, esse fato 
deverá ser esclarecido em nota explicativa.
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Anotações do Aluno
As companhias abertas que, por autorização da CVM, estiverem em fase 
de implantação de sistema de contabilidade de custos, deverão esclarecer 
o fato em nota explicativa, sujeitando-se, quanto aos efeitos, às restrições 
cabíveis que venham a ser apontadas pela auditoria independente.
(OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/PTE Nº 309/86 e PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM 
Nº 27/94)
Capacidade Ociosa
Devem ser fornecidas informações para dar ciência da dimensão do fato, 
tais como: a existência, expectativa de mudança e tratamento contábil 
relacionados à capacidade ociosa (PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 
24/92). 
Divulgação em nota explicativa de Lucro Líquido ou Prejuízo do 
Período, Erros Fundamentais e Alterações das Políticas Contábeis
Ajustes de Exercícios Anteriores
A natureza dos ajustes de exercícios anteriores e os seus fundamentos devem 
ser evidenciados em notas explicativas às demonstrações contábeis.
(LEI Nº 6.404/76, ARTIGOS 176 E 186 E NOTA EXPLICATIVA DA INSTRUÇÃO 
CVM Nº 59/86)
Alteração de Método ou Critério Contábil
Sempre que houver alteração relevante de métodos ou critérios contábeis, a 
companhia deverá divulgar a alteração, ressaltando os efeitos decorrentes.
(LEI Nº 6.404/76, ARTIGO 177)
Divulgação em nota explicativa de Eventos Subseqüentes
Deverão ser divulgados os eventos ocorridos entre a data de encerramento 
do exercício social e a da divulgação das demonstrações contábeis que 
tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e 
os resultados futuros da companhia. (LEI Nº 6.404/76, ARTIGO 176)
Divulgação
em nota explicativa de Imposto de Renda
Imposto de Renda e Contribuição Social
As demonstrações contábeis e/ou as notas explicativas devem evidenciar 
as seguintes informações, quando relevantes:
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Anotações do Aluno
a) montante do imposto corrente e diferido registrado no resultado, 
patrimônio líquido, ativo e passivo;
b) natureza, fundamento e expectativa de prazo para realização de cada 
ativo e obrigação fiscais diferidos;
c) efeitos no ativo, passivo, resultado e patrimônio líquido decorrentes 
de ajustes por alteração de alíquotas ou por mudança na expectativa de 
realização ou liquidação dos ativos ou passivos diferidos;
d) montante das diferenças temporárias e dos prejuízos fiscais não utilizados 
para os quais não se reconheceu contabilmente um ativo fiscal diferido, 
com a indicação do valor dos tributos que não se qualificaram para esse 
reconhecimento;
e) conciliação entre o valor debitado ou creditado ao resultado de imposto 
de renda e contribuição social e o produto do resultado contábil antes do 
imposto de renda multiplicado pelas alíquotas aplicáveis, divulgando-se, 
também, tais alíquotas e suas bases de cálculo;
f) natureza e montante de ativos cuja base fiscal seja inferior a seu valor 
contábil. 
(DELIBERAÇÃO CVM Nº 273/98)
Ativo Fiscal Diferido
Cumpre esclarecer que, em qualquer situação, inclusive para os casos 
de companhias que tenham reconhecido ativo fiscal diferido antes da 
vigência da Instrução CVM nº 371/02 e que não reconheçam valor adicional 
àquele saldo, é obrigatória a divulgação em nota explicativa das seguintes 
informações (incisos I, II e III do artigo 7º):
I – estimativa das parcelas de realização do ativo fiscal diferido, 
discriminadas ano a ano para os primeiros 5 (cinco) anos e, a 
partir daí, agrupadas em períodos máximos de 3 (três) anos, 
inclusive para a parcela do ativo fiscal diferido não registrada 
que ultrapassar o prazo de realização de 10 (dez) anos referido 
no inciso II do art. 2o;
II - efeitos decorrentes de eventual alteração na expectativa de 
realização do ativo fiscal diferido e respectivos fundamentos, 
consoante o disposto no art.4o, e
III - no caso de companhias recém-constituídas, ou em processo 
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Anotações do Aluno
de reestruturação operacional ou reorganização societária, 
descrição das ações administrativas que contribuirão para a 
realização futura do ativo fiscal diferido.
Isso se aplica, também, à divulgação em nota explicativa da justificativa 
fundamentada das ações implementadas pela companhia, objetivando a 
geração de lucro tributável no futuro. Essas ações representam requisitos 
fundamentais para que a companhia possa manter, no ativo, créditos fiscais 
na inexistência de histórico de rentabilidade (art.3º, § único).
(INSTRUÇÃO CVM Nº 371/02)
Divulgação em nota explicativa de informações por segmento de 
negócio
As informações por segmentos de atividade visam fornecer aos usuários 
das demonstrações contábeis informações sobre o porte, contribuições ao 
resultado e tendências de crescimento das diferentes áreas operacionais ou 
geográficas nas quais a companhia opera, permitindo a realização de análise 
prospectiva quanto a riscos e perspectivas de uma empresa diversificada. 
Relembrando que as demonstrações contábeis visam permitir a projeção de 
fluxos de caixa futuros esperados, é particularmente relevante que a geração 
de tais fluxos de caixa possa ser avaliada pelos analistas e investidores por 
área de negócio ou por região geográfica de atuação da companhia aberta 
ou do conglomerado empresarial que a inclua.
A informação segmentada proporciona ao usuário oportunidade de 
conhecer o desempenho de cada área ou negócio principal gerido pela 
companhia. O conhecimento desse mix é uma informação importante 
na medida em que, efetivamente, o usuário poderá comparar esses 
desempenhos, não só dentro de uma companhia, mas, eventualmente, 
também em relação a outras companhias. Ao analisar um determinado 
setor, o investidor poderá se defrontar com companhias que apresentam 
um desempenho global que não foi fomentado no setor básico de atuação, 
mas por outras atividades ou negócios não repetitivos. As demonstrações 
apresentadas sob a forma segmentada prestam-se, também, a elucidar 
essa circunstância, pois permitirão aos usuários avaliarem o desempenho 
de cada atividade. Nesse aspecto, a CVM incentiva a divulgação dessas 
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Anotações do Aluno
informações pelas companhias de capital aberto, em especial para aquelas 
que publicam demonstrações consolidadas.
Para a apresentação das informações por segmentos, é necessário, 
preliminarmente, definir os segmentos a serem evidenciados. Um segmento 
compreende um componente de uma companhia que está envolvida na 
produção de bens e serviços, ou grupo desses, sujeito a riscos e retornos 
diferentes de outros segmentos. É importante lembrar que, como princípio 
geral, a companhia deve utilizar a mesma lógica da análise para tomada 
de decisão utilizada nos relatórios gerenciais por seus administradores na 
estrutura da informação das atividades por segmento de negócios.
A companhia, para evidenciar seus segmentos, deve adotar a forma de 
“negócios” ou “área geográfica”, ou ambos. Caso a forma utilizada pelos 
administradores não permita uma rápida segmentação, a companhia 
poderá utilizar algumas regras para seu agrupamento em segmentos.
Divulgação em nota explicativa de Informações que Refletem os 
Efeitos da Mudança de Preços
Demonstrações em Moeda de Capacidade Aquisitiva Constante
A CVM entende que, na divulgação voluntária de dados em moeda de 
capacidade aquisitiva constante, um conteúdo mínimo de informações 
deve ser apresentado, tal como:
a) demonstração do resultado: receita operacional líquida, lucro 
bruto, despesas financeiras líquidas, lucro/prejuízo líquido;
b) balanço patrimonial: estoques e adiantamentos, ativo permanente, 
ativo total e patrimônio líquido;
c) a conciliação com o resultado e com o patrimônio líquido apurados 
na escrituração mercantil.
Ainda dentro dos pressupostos que norteiam a Política de Divulgação de 
Informações, é recomendável que as companhias, ao lado de seus auditores, 
avaliem a conveniência não somente da apresentação voluntária desse 
tipo de informação, mas também a conveniência da sua inserção como 
nota explicativa às demonstrações contábeis publicadas e às informações 
trimestrais enviadas à CVM ou mesmo a apresentação dessas demonstrações 
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Anotações do Aluno
e informações trimestrais completas, em moeda de capacidade aquisitiva 
constante.
(PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 29/96)
Divulgação em nota explicativa de Imobilizado
Reavaliação de Ativos Imobilizados
A companhia deverá divulgar:
a) as bases da reavaliação e os avaliadores (no 1º ano da reavaliação);
b) o histórico e a data da reavaliação;
c) o sumário das contas objeto da reavaliação e respectivos valores;
d) o efeito no resultado
do exercício, oriundo de depreciações, 
amortizações ou exaustões sobre a reavaliação e de baixas 
posteriores;
e) o tratamento quanto aos dividendos e participações;
f) o tratamento e os valores envolvidos relativos a impostos e 
contribuições;
g) no caso de reavaliação parcial, os itens e contas que foram reavaliados 
e os não reavaliados, com indicação do valor líquido contábil 
anterior da nova avaliação e da reavaliação registrada por conta 
ou natureza. 
No caso das reservas de reavaliação constituídas antes de 01/01/93, devem 
ser divulgados:
a) a parcela da correção monetária especial - Lei nº 8.200/91 que estiver 
incluída na Reserva;
b) o montante realizado no período;
c) o efeito tributário sobre o saldo da reserva que exceder a parcela 
referida na letra “a” acima.
A CVM facultou às companhias abertas o direito de optarem, até 31/03/99, 
pelos seguintes procedimentos:
a) adoção do valor de mercado para avaliação do ativo imobilizado;
b) adoção do método do custo corrigido, podendo manter os ativos 
aos valores de reavaliação;
c) retorno ao critério do custo corrigido, revertendo as reavaliações 
existentes.
Os efeitos da decisão tomada deverão retroagir ao início do exercício social 
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Anotações do Aluno
em que o procedimento foi adotado, devendo ser objeto de divulgação, em 
nota explicativa, o fato ocorrido e o seu impacto, quando houver, sobre as 
demonstrações contábeis do exercício em curso e do exercício anterior.
(INSTRUÇÃO CVM Nº 197/93 E DELIBERAÇÕES CVM Nos 183/95 e 288/98)
Divulgação em nota explicativa de Arrendamento Mercantil
As companhias arrendatárias devem divulgar, no mínimo, o seguinte:
a) valor do ativo e do passivo, se configurado o arrendamento como 
compra financiada;
b) saldo, valor e número de prestações, juros embutidos, variação 
monetária;
c) demais informações relativas a contratos de longo prazo.
As companhias arrendadoras devem divulgar em nota explicativa:
a) os critérios atualmente utilizados para contabilização das suas 
operações, incluindo os que provocam necessidade de ajustes a 
valor presente por não atenderem aos Princípios Fundamentais de 
Contabilidade;
b) os ajustes a valor presente dos fluxos futuros das carteiras de 
arrendamento mercantil, evidenciando o efeito do Imposto de 
Renda.
(OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/PTE Nº 578/85, INSTRUÇÃO CVM Nº 58/86, 
PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 15/87 e LEI Nº 6.404/76, ARTIGO 
176, § 5, “e”)
Divulgação em nota explicativa de Vendas ou Serviços a Realizar
O registro de uma conta a receber pressupõe que o princípio da realização da 
receita esteja atendido. Assim, é inadmissível o registro de contas a receber 
tendo como contrapartida uma conta de resultado de exercício futuro. No 
caso de existência de faturamentos antecipados ou contratos com garantia 
de recebimento por conta de vendas ou serviços a realizar, a companhia 
deverá, quando relevante, divulgar o fato e respectivos montantes.
(PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 21/90)
Divulgação em nota explicativa dos Efeitos das Alterações nas Taxas 
de Câmbio
Em nota explicativa às demonstrações contábeis e às informações 
trimestrais, devem ser divulgados, quando relevantes, os montantes dos 
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Anotações do Aluno
ativos e passivos em moeda estrangeira, os riscos envolvidos, o grau de 
exposição a esses riscos, as políticas e instrumentos financeiros adotados 
para diminuição do risco, bem como, no caso do registro, no ativo diferido, 
do resultado líquido negativo derivado do ajuste dos valores em reais de 
obrigações e créditos, o montante das despesas e das receitas decorrentes 
da variação cambial, assim como a destinação contemplada, as bases de 
amortização e os valores amortizados em cada período.
(DELIBERAÇÃO CVM Nº 294/99)
Divulgação em nota explicativa do custo dos empréstimos
Debêntures
Deverão ser divulgados os termos das debêntures, inclusive indicando 
a existência de cláusula de opção de repactuação e os períodos em que 
devem ocorrer as repactuações. Quando a companhia adquirir debêntures 
de sua própria emissão, deverá divulgar esse fato e o seu valor em nota 
explicativa.
(PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 21/90)
Obrigações de Longo Prazo
Deverão ser divulgadas as taxas de juros, as datas de vencimento, as garantias, 
a moeda e a forma de atualização das obrigações de longo prazo.
(LEI Nº 6.404/76, ARTIGO 176)
Ônus, Garantias e Responsabilidades Eventuais e Contingentes
Devem ser divulgados os ônus reais sobre elementos do ativo, as garantias 
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais/contingentes. 
Os fatos contingentes que gerarem, por suas peculiaridades, reservas ou 
provisões para contingências e, mesmo aqueles cuja probabilidade for difícil 
de calcular ou cujo valor não for mensurável, deverão ser evidenciados em 
nota explicativa, sendo ainda mencionadas, neste último caso, as razões da 
impossibilidade dessa mensuração.
(LEI Nº 6.404/76, ARTIGO 176 E NOTA EXPLICATIVA À INSTRUÇÃO CVM Nº 
59/86)
REFIS
As companhias abertas deverão divulgar, relativamente aos exercícios 
sociais em que permaneçam no programa REFIS, em nota explicativa às 
suas demonstrações contábeis e informações trimestrais, as seguintes 
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Anotações do Aluno
informações:
a) o montante das dívidas incluídas no REFIS, segregado por tipo de 
tributo e natureza (principal, multas e juros);
b) o valor presente das dívidas sujeitas à liquidação com base na receita 
bruta, bem como os valores, prazos, taxas e demais premissas 
utilizadas para determinação desse valor presente;
c) o montante dos créditos fiscais, incluindo aqueles decorrentes 
de prejuízos fiscais e de bases negativas de contribuição social, 
utilizado para liquidação de juros e multas;
d) o montante pago no período para amortização das dívidas sujeitas 
à liquidação com base na receita bruta;
e) o detalhamento dos ajustes registrados como itens extraordinários;
f) as garantias prestadas ou bens arrolados e respectivos montantes;
g) a menção sobre a obrigatoriedade do pagamento regular dos 
impostos, contribuições e demais obrigações como condição 
essencial para a manutenção das condições de pagamento 
previstas no REFIS; 
h) todo e qualquer risco iminente associado à perda do regime especial 
de pagamento.
(INSTRUÇÃO CVM Nº 346/00)
Divulgação em nota explicativa das Demonstrações Contábeis 
Consolidadas e Contabilização de Investimentos
Ágio/Deságio
As notas explicativas devem conter informações precisas indicando a base e 
o fundamento adotados para constituição e amortização do ágio ou deságio 
e montantes não amortizados, bem como critérios, taxa de desconto e prazos 
utilizados na projeção de resultados. O ágio não justificado, ou seja, que 
não possua fundamento econômico, deve ser reconhecido imediatamente 
como perda, no resultado do exercício, esclarecendo-se, em nota explicativa, 
as razões da sua existência.
(INSTRUÇÃO CVM Nº 247/96)
Equivalência Patrimonial
As notas explicativas que acompanham as demonstrações contábeis devem 
conter informações precisas das coligadas e das controladas, indicando, no 
mínimo:
I
- denominação da coligada e controlada, o número, espécie e classe 
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Anotações do Aluno
de ações ou de cotas de capital possuídas pela investidora, o 
percentual de participação no capital social e no capital votante e 
o preço de negociação em bolsa de valores, se houver;
II - patrimônio líquido, lucro líquido ou prejuízo do exercício, assim 
como o montante dos dividendos propostos ou pagos, relativos ao 
mesmo período;
III - créditos e obrigações entre a investidora e as coligadas e controladas, 
especificando prazos, encargos financeiros e garantias;
IV - avais, garantias, fianças, hipotecas ou penhor concedidos em favor 
de coligadas ou controladas;
V - receitas e despesas em operações entre a investidora e as coligadas 
e as controladas;
VI - montante individualizado do ajuste, no resultado e patrimônio 
líquido, decorrente da avaliação do valor contábil do investimento 
pelo método da equivalência patrimonial, bem como o saldo 
contábil de cada investimento no final do período;
VII - memória de cálculo do montante individualizado do ajuste, 
quando este não decorrer somente da aplicação do percentual de 
participação no capital social sobre os resultados da investida, se 
relevante;
VIII - base e fundamento adotados para constituição e amortização do 
ágio ou deságio e montantes não amortizados, bem como critérios, 
taxa de desconto e prazos utilizados na projeção de resultados;
IX - condições estabelecidas em acordo de acionistas com respeito à 
influência na administração e distribuição de lucros, evidenciando 
os números relativos aos casos em que a proporção do poder de 
voto for diferente da proporção de participação no capital social 
votante, direta ou indiretamente;
X - participações recíprocas existentes;
XI - efeitos no ativo, passivo, patrimônio líquido e resultado decorrentes 
de investimentos descontinuados.
O período de abrangência das demonstrações contábeis das coligadas/
controladas deve ser idêntico ao da investidora. Admite-se a utilização de 
períodos não idênticos, nos casos em que esse fato representar melhoria 
na qualidade da informação produzida, sendo a mudança evidenciada em 
nota explicativa.
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Anotações do Aluno
O investimento em coligada que, por redução do valor contábil do 
investimento, deixar de ser relevante, continuará sendo avaliado pela 
equivalência patrimonial, caso essa redução não seja considerada de 
caráter permanente, devendo todos os seus reflexos ser evidenciados, 
segregadamente, em nota explicativa.
(LEI Nº 6.404/76, ARTIGO 247; INSTRUÇÃO CVM Nº 247/96)
Demonstrações Contábeis Consolidadas
As notas explicativas que acompanham as demonstrações contábeis 
consolidadas devem conter informações precisas das controladas, 
indicando:
I - critérios adotados na consolidação e as razões pelas quais foi realizada 
a exclusão de determinada controlada;
II - eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício social 
que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação 
financeira e os resultados futuros consolidados;
III - efeitos, nos elementos do patrimônio e resultado consolidados, da 
aquisição ou venda de sociedade controlada, no transcorrer do 
exercício social, assim como da inserção de controlada no processo 
de consolidação, para fins de comparabilidade das demonstrações 
contábeis;
IV - eventos que ocasionaram diferença entre o montante do patrimônio 
líquido e lucro líquido ou prejuízo da investidora, em confronto 
com os correspondentes montantes do patrimônio líquido e do 
lucro líquido ou prejuízos consolidados.
Em nota explicativa às demonstrações contábeis consolidadas, deverão ser 
divulgados, ainda, o montante dos principais grupos do ativo, passivo e 
resultado das sociedades controladas em conjunto, bem como o percentual 
de participação em cada uma delas.
A companhia aberta filiada de grupo de sociedade deve indicar, em nota às 
suas demonstrações contábeis publicadas, o órgão e a data em que foram 
publicadas as últimas demonstrações contábeis consolidadas da sociedade 
de comando de grupo de sociedades a que estiver filiada.
Nas demonstrações consolidadas, que incluam transações entre partes 
relacionadas, devem ser evidenciadas as informações e os valores referentes 
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119Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
às transações, não eliminadas na consolidação.
(LEI Nº 6.404/76, ARTIGO 275, INSTRUÇÃO CVM Nº 247/96 e DELIBERAÇÃO 
CVM Nº 26/86)
Investimentos Societários no Exterior
A companhia deverá evidenciar as mesmas informações exigidas para os 
investimentos em controladas/coligadas no País. Devem ser mencionados, no 
sumário das práticas contábeis, os critérios de apuração das demonstrações 
contábeis das investidas no exterior, bem como os critérios de conversão 
para a moeda nacional.
(DELIBERAÇÃO CVM Nº 28/86)
Síntese
Nesta aula, você estudou as notas explicativas às Demonstrações Contábeis 
e sua importância para que se tenham informações mais próximas da 
realidade das operações da empresa. As notas explicativas procuram 
evidenciar fatos importantes da situação patrimonial e financeira da 
empresa, detalhar critérios utilizados na avaliação ou formação do resultado 
do período, explicar determinados detalhes de elementos do patrimônio.
Vimos, também, que o objetivo das notas explicativas não é o de retificar 
informações, critérios ou práticas contábeis inadequadas.
Na próxima aula, veremos aspectos legais e societários da Demonstração 
de Resultados.
Referências
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória. 7.ed. São Paulo: Atlas, 
1998.
Lei 6404/76 – Lei das Sociedades por Ações.
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Anotações do Aluno
Aula Nº 12 – Demonstração de 
Resultado – Aspectos Legais 
e Societários
Objetivos da aula:
A evidenciação (disclosure) é um dos objetivos básicos da Contabilidade 
no Mercado de Capitais. É necessário dar mais transparência às operações 
das empresas, garantindo aos usuários informações completas e confiáveis 
sobre a situação financeira e seus resultados. As empresas devem 
apresentar, nas notas explicativas, informações quantitativas e qualitativas, 
de maneira ordenada e clara, comunicando todos aspectos relevantes das 
demonstrações contábeis.
O objetivo desta aula é mostrar as principais notas explicativas que devem 
conter as demonstrações contábeis para tornar suas informações mais 
fiéis à realidade das operações da empresa.
INTRODUÇÃO
A Demonstração do Resultado do Exercício é a representação dos fatos que 
ocorreram durante um exercício social em razão das operações realizadas 
pela empresa, tendo em vista o seu objeto social, com a finalidade de 
evidenciar o resultado líquido daquele exercício social. É uma medida do 
desempenho operacional da empresa, durante determinado período. A 
demonstração do resultado observa o princípio da competência e evidencia 
a formação dos vários níveis de resultados, mediante confronto entre 
as receitas e os
correspondentes custos e despesas, tais como Resultado 
Operacional, Resultado não Operacional, Resultado Antes do Imposto de 
Renda, Resultado Líquido.
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Anotações do Aluno
Para determinar o resultado do exercício social, são computados:
a) as receitas ganhas no período, independente de seu recebimento; 
b) os custos, despesas e perdas incorridos, correspondentes a essas receitas, 
independente de seus pagamentos.
Critérios básicos de apresentação
A Demonstração do Resultado do Exercício, abreviada por D.R.E., deve ser 
apresentada de forma vertical e é disciplinada pelo art. 187 Lei 6404/76:
Receita
(-) Custo total incidente sobre a venda
(=) Margem Bruta
(-) Despesas (Vendas, Financeira, Administrativas)
(=) Lucro operacional
(-) Receitas e despesas não operacionais
Medida de desempenho operacional
A demonstração do resultado informa o desempenho operacional de uma 
empresa referente a um determinado período. Esse desempenho poderá 
ser comparado com o obtido em outros períodos, permitindo comparação 
de resultados de várias gestões.
Abordagens para a mensuração de desempenho operacional
Regime de Caixa
 É um regime teórico adotado por poucas empresas, por meio do 
qual é possível reconhecer as receitas e despesas, quando elas são 
efetivamente recebidas e pagas.
Regime de Competência
 Conforme vimos na aula 3, a contabilidade de grande parte das 
empresas obedece ao princípio da competência de exercícios, por 
meio do qual a empresa reconhece suas receitas quando ocorre 
o fato gerador da receita da venda de seus bens e serviços. A 
contabilidade considera a receita gerada no exercício social em 
que os bens ou serviços vendidos foram entregues ao cliente, não 
importando se houve ou não o recebimento monetário da venda.
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122Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
O regime de competência, as oportunidades de manipulação do lucro 
são mais estreitas. A confrontação das receitas com despesas a elas 
associadas funciona como um princípio orientador que limita a 
escolha da época de reconhecimento das receitas e despesas.
Conceito de Receita
Considera-se Receita a entrada de bens ou direitos para o ativo, os quais 
se originaram da venda de mercadorias, de produtos ou da prestação de 
serviços. 
As receitas normalmente resultam das atividades principais ou das 
operações centrais da empresa durante um período, atendendo aos seus 
objetivos sociais.
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS
O art. 187 da Lei 6.404/76 instrui que a demonstração do resultado do 
exercício deverá discriminar: a receita bruta de vendas, as deduções de 
descontos e abatimentos incondicionais sobre as vendas e os impostos, 
demonstrando, assim, a receita líquida das vendas. 
A contabilização deverá obedecer ao mesmo critério, as vendas 
contabilizadas pelo valor bruto, incluindo o valor dos impostos. Os impostos, 
as devoluções e os abatimentos deverão ser contabilizados em contas 
individuais (redutoras das vendas brutas).
Critérios para reconhecimento da receita
O regime de competência reconhece as receitas quando ambos os eventos 
ocorrem:
• A empresa já entregou as mercadorias ou produtos, ou realizou 
todos os serviços que tem que realizar, ou a maior parte deles.
• A empresa recebeu em unidades monetárias ou outro ativo que 
possa ser medido com precisão razoável – uma duplicata, por 
exemplo.
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123Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
É importante destacar que o momento do reconhecimento da receita de 
vendas, no caso das empresas comerciais e industriais, deve ser o da entrega 
de tais bens ao comprador. No caso de serviços prestados, as receitas 
devem ser reconhecidas no período em que os serviços foram efetivamente 
prestados.
É necessário a receita estar “ganha”, o ativo recebido (quando a venda for a 
prazo) ser realizável e o conhecimento das despesas a ela relacionadas.
Deduções das vendas
Todas as vendas canceladas, abatimentos e impostos incidentes sobre as 
vendas devem figurar como “dedução de vendas”.
Impostos incidentes sobre vendas
São os impostos, cujos valores guardam proporcionalidade com o preço da 
venda efetuada ou do serviço prestado.
• ICMS – Imposto sobre operações relativas à circulação de 
mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação;
• IPI – Imposto sobre produtos industrializados;
• ISS – Imposto sobre serviços de qualquer natureza;
• PIS – Programa de integração social;
• COFINS – Contribuição social sobre o faturamento;
• SIMPLES
RECEITA LÍQUIDA
É o valor líquido das vendas, ou seja, o valor das Receitas de Vendas oriundas 
da suas atividades, deduzidas dos valores das deduções (vendas canceladas, 
abatimentos e impostos incidentes sobre as vendas). 
Aspectos da mensuração da receita
• É de fundamental importância que o produto ou serviço prestado 
pela empresa tenha um valor determinado (valor atual dos fluxos 
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Anotações do Aluno
de caixa que serão recebidos, provenientes de uma transação que 
produza receita).
• As receitas devem ter como referência um determinado período 
de tempo.
• O reconhecimento da Receita não deve estar subordinado ao 
lançamento dos gastos necessários para produzi-la. 
• A expectativa do não recebimento das vendas deve ser ajustada à 
receita do período na época em que ela é reconhecida;
• Descontos e devoluções de vendas: há necessidade de que a 
empresa faça uma estimativa destes abatimentos, para que sejam 
reconhecidos no momento da venda;
• Vendas a prazo: no período da venda, somente é reconhecido 
como receita o valor presente.
CPV - Custo dos Produtos Vendidos ou CSP - Custo dos Serviços 
Prestados
Os custos correspondentes às receitas de vendas dos produtos e serviços 
devem ser lançados como Custo dos Produtos Vendidos ou Custos dos 
Serviços Prestados, sendo reconhecidos no mesmo período da receita.
De acordo com o artigo 187, item II, da Lei 6.404 (10.303/01), as receitas 
deduzidas do custo dos produtos ou serviços vendidos no exercício geram 
o Lucro Bruto.
Sendo a empresa comercial ou industrial, o custo dos produtos (ou 
mercadorias) vendidos representará a baixa efetuada nas contas dos 
estoques por vendas realizadas no período.
Débito - Custo dos produtos (ou mercadorias) vendidos;
Crédito - Estoques de produtos acabados (ou mercadorias).
Para as empresas comerciais, as entradas nos estoques são representadas 
somente pelas compras de mercadorias destinadas à revenda. Para as 
empresas industriais, as entradas no estoque de produtos acabados 
representam toda produção acabada no período. Para essas empresas, é 
necessário um sistema de contabilidade de custos para chegar ao custo 
dos produtos acabados. E, finalmente, para as empresas de prestação de 
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125Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
serviços, serão apropriados, como custos, os gastos indispensáveis que se 
relacionam diretamente à obtenção da receita dos serviços prestados.
DESPESAS OPERACIONAIS
São os gastos pagos ou incorridos para vender produtos ou serviços e 
administrar a empresa, financiar suas operações e os resultados líquidos das 
atividades acessórias da empresa.
De acordo com o artigo 187 da Lei 6.404/76, para chegarmos ao lucro 
operacional, é necessária a dedução das “despesas com as vendas, 
as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e 
administrativas, e outras despesas operacionais”.
DESPESAS COM VENDAS
São os gastos pagos ou incorridos com a promoção, colocação e distribuição 
dos produtos da empresa, bem como os riscos assumidos pela venda. Como 
exemplo, podemos citar: despesas com pessoal de vendas, distribuição, 
marketing, administração interna de vendas, propaganda, comissões sobre 
vendas e publicidade etc.
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
São os gastos pagos ou incorridos para direção ou gestão da empresa, 
gastos com atividades gerais que beneficiam todas as fases do negócio. 
Como exemplo, temos: honorários de diretores, despesas legais e judiciais, 
salários e encargos do pessoal administrativo, material de escritório, aluguel 
de equipamentos e outros gastos necessários para a gestão da empresa.
CRITÉRIOS PARA APROPRIAÇÃO DAS DESPESAS
Os gastos relativos à operação da empresa podem ser apropriados como 
despesas diretamente aos departamentos ou por meio de rateio, por meio 
de critérios determinados pela administração.
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126Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
RESULTADOS FINANCEIROS LÍQUIDOS
 O art.187 (Lei 6.404/76) define a apresentação como despesas operacionais 
“as despesas financeiras deduzidas das receitas”.
O QUE PODE SER CLASSIFICADO EM RESULTADOS 
FINANCEIROS LÍQUIDOS?
• RECEITAS FINANCEIRAS - são os ganhos com: Descontos Obtidos, 
Juros Recebidos ou Auferidos, Receitas de Títulos (mercado 
aberto), Receitas sobre outros Investimentos Temporários, Prêmios 
de resgate de Títulos e Debêntures.
• DESPESAS FINANCEIRAS - são os gastos com: Juros, Descontos 
Concedidos, Comissões e Despesas Bancárias, Correção Monetária 
Prefixada de Obrigações.
• VARIAÇÕES MONETÁRIAS DE OBRIGAÇÕES E CRÉDITOS – são 
ganhos ou gastos com variação cambial e atualização monetária.
OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS
São as chamadas atividades acessórias do objeto da empresa.
Exemplo: Participação nos resultados de coligadas e controladas pelo 
método de equivalência patrimonial; dividendos e rendimentos de outros 
investimentos; amortização de ágio ou deságio de investimentos e vendas 
diversas.
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS
Para este grupo de contas, a Legislação Societária menciona, em seu 
artigo 187, que, após o resultado operacional, devem aparecer as receitas e 
despesas não operacionais, sem fornecer detalhes sobre a sua composição. 
No entanto, alguns itens são comuns à grande parte das empresas, como: 
Ganhos e Perdas na Alienação de Investimentos, Resultados não Operacionais 
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127Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
em investimentos pela Equivalência Patrimonial, Provisão para Perdas na 
Realização de Investimentos, Valor Líquido de Bens Baixados, Ganhos e 
Perdas de Capital no Ativo Diferido.
No grupo de contas Não Operacionais, devem-se registrar as provisões para 
Contribuição Social e Imposto de Renda.
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
A Contribuição Social foi criada pela Lei 7.689 de 15/12/1988 e sua base de 
cálculo é o resultado contábil do exercício, em que se aplica o percentual de 
9% (até 31/12/2002) (MP 1.991-14/2000).
Contas: Provisão para Contribuição Social
 Provisão para Contribuição Social Diferida
 Contribuição Social Recolhida (redutora)
IMPOSTO DE RENDA
Na conta Imposto de Renda a Pagar, deve-se contabilizar o valor do 
imposto devido pela empresa, enquanto a Provisão para Imposto de Renda 
é constituída na base de estimativa.
O encargo com o Imposto de Renda deve ser reconhecido e contabilizado 
no próprio mês do lucro a que se refere, embora seja pago em período 
seguinte e declarado, oficialmente, no exercício fiscal seguinte.
Contas: Provisão para Imposto de Renda
 Provisão para Imposto de Renda Diferido
 Imposto de Renda Recolhido (redutora)
PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
Registram-se, como despesa da empresa, as participações nos lucros 
atribuídos a terceiros, não relativas a investimentos dos acionistas, conforme 
o art. 187 (Lei 6.404/76), que define, como despesa, antes da apuração 
do lucro líquido, para “as participações de debêntures, empregados, 
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128Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições 
ou fundos de assistência ou previdência de empregados”.
O artigo 189 da Lei nº 6.404/76 estabelece que do resultado do exercício 
serão deduzidos, antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados 
e a provisão para o Imposto de Renda.
FORMAS DE CÁLCULO
Do resultado do exercício, serão deduzidos, antes de qualquer participação, 
os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto sobre a renda, 
encontrando, assim, o resultado antes das participações, deduzindo-se, se 
for o caso, eventual saldo de prejuízos acumulados. Desse resultado (Lucro 
do Exercício), calculam-se as participações.
As debêntures, as participações estatutárias de empregados, administradores 
e partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, 
com base no Lucro do Exercício.
LUCRO POR AÇÃO E SEU CÁLCULO
A informação do lucro ou prejuízo líquido por ação deve ser dada na própria 
Demonstração do Resultado do Exercício, de acordo com o inciso VII do 
artigo 187 da Lei 6.404/76. Objetiva uma melhor avaliação dos resultados 
das operações dos exercícios passados, permitindo conhecer sua evolução 
no tempo.
O cálculo é feito de maneira simples, dividindo-se o lucro líquido do 
exercício pelo número de ações em circulação do capital social. Pode 
tornar-se complexo, se o capital for formado por ações de espécies e classes 
diferentes e se houver aumento de capital durante o exercício.
CÁLCULO DOS DIVIDENDOS
Neste caso, devem-se estabelecer certas distinções, pois as ações 
preferenciais conferem a seus titulares, direito a dividendos no mínimo 
10% maiores que os atribuídos às ações ordinárias, caso o estatuto não lhes 
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129Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
assegure direito a dividendos fixos ou mínimos.
 
MODELO
 D. R. E.
Venda de Mercadorias/Produtos/Serviços
( - ) Impostos s/Vendas
( = ) VENDAS LÍQUIDAS
( - ) C.M.V. / C.P.V. / C.S.V.
( = ) RESULTADO BRUTO
( - ) DESPESAS OPERACIONAIS
 Vendas / Administrativas / Outras
(+ / -) RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO
 ( + ) Receitas Financeiras
 ( - ) Despesas Financeiras
(+
/ -) Resultado da Equivalência Patrimonial
( = ) RESULTADO OPERACIONAL
(+ / -) RESULTADO NÃO OPERACIONAL
 ( + ) Receita Não Operacional
 ( - ) Despesas Não Operacional
( = ) RESULTADO ANTES DOS IMPOSTOS
( - ) Imposto de Renda
( - ) Contribuição Social
( = ) RESULTADO DO EXERCÍCIO
( - ) Participações e Contribuições
( = ) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO / LUCRO
Síntese
Nesta aula, você estudou, em detalhes, os itens que compõem a 
Demonstração do Resultado do Exercício de acordo com a legislação 
específica. Esse detalhamento visa dar maior transparência às operações 
da empresa no período, disponibilizando aos usuários da Contabilidade 
informações mais próximas da realidade das operações da empresa. Esse 
detalhamento fica ainda mais rico, se aliado às notas explicativas que 
demonstram os critérios utilizados na avaliação ou formação do resultado 
do período.
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130Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Na próxima aula, veremos mais uma importante demonstração contábil: a 
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – D.O.A.R.
Referências
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória. 7.ed. São Paulo: Atlas, 
1998.
Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações.
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131Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Aula Nº 13 – Demonstração 
de Origens e Aplicações de 
Recursos
Objetivos da aula:
Apresentar a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, os 
conceitos que envolvem sua elaboração e aplicação, ensinar o mecanismo 
de sua elaboração, apresentando um modelo da demonstração.
Ao final desta aula, o aluno deverá dominar o conceito e obter informações 
por meio da demonstração.
INTRODUÇÃO
Trata-se da divulgação da natureza dos recursos gerados ou aplicados nos 
ativos e passivos não circulantes, que provocaram alterações no capital de 
giro (ou capital circulante líquido), durante determinado período, explicando 
as alterações ocorridas na posição financeira de uma empresa.
	 	 	 	 										AUMENTO																			DIMINUIÇÃO
 
Recursos 
do CCL 
Gerados por 
meio de 
 
Aplicados em 
 
Passivos não 
Circulantes 
Ativos não 
Circulantes 
Ativos não 
Circulantes 
Passivos não 
Circulantes 
 
Exemplo de DOAR:
Uma empresa apresentou, no exercício de 2005, o capital circulante líquido 
de R$ 920.000,00 e, no exercício anterior (2004), R$ 250.000, portanto a 
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132Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
variação do CCL dessa empresa será:
 CCL em 2005 R$ 920.000,00
(-) CCL em 2004 R$ 250.000,00
 Variação R$ 670.000,00
Analisando as contas não circulantes da empresa, detectamos as seguintes 
movimentações:
 Movimentação dos Ativos não Circulantes:
- Aquisição de Terreno R$ 250.000,00
- Empréstimo concedido (LP) R$ 80.000,00
Movimentação dos Passivos não Circulantes
- Integralização de Capital Social R$ 500.000,00
- Financiamento recebido R$ 100.000,00
- Lucro do Exercício R$ 400.000,00
Os aumentos dos Passivos não Circulantes são as origens de recursos para 
o Capital de Giro da empresa e os aumentos dos Ativos não Circulantes são 
as aplicações de recursos do Capital de Giro da empresa, sendo a diferença 
entre ambos o aumento do CCL.
Origens	de	recursos
Lucro do exercício R$ 400.000,00
Integralização do Capital R$ 500.000,00
Financiamento R$ 100.000,00
Total das origens de recursos R$ 1.000.000,00
Aplicações	de	recursos
Aquisição de terreno R$ 250.000,00
Empréstimo concedido (LP) R$ 80.000,00
Total das Aplicações de recursos R$ 330.000,00
Diferença positiva entre 
Origens e Aplicações R$ 670.000,00
As origens de recursos para o CCL, normalmente são encontradas na 
movimentação das seguintes contas não circulantes:
- Aumento de Capital (em dinheiro ou bens circulantes);
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133Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
- Venda de Ativo Imobilizado (a vista ou em curto prazo);
- Venda de investimentos permanentes;
- Lucro obtido nas operações durante o exercício;
- Novos empréstimos de longo prazo (Financiamentos);
- Recebimento de dividendos de empresas controladas;
- Adiantamentos recebidos de acionistas para futuros aumentos de 
capital.
As aplicações de recursos do Capital Circulante Líquido, normalmente, são 
encontradas na movimentação das seguintes contas não circulantes:
- Aquisição de elementos do Ativo não Circulante.
- Gastos diferidos (gastos que beneficiarão os resultados de mais de 
um exercício).
- Pagamento de dividendos.
- Prejuízo do exercício.
- Pagamento de obrigações de longo prazo.
- Concessão de Créditos em longo prazo.
Algumas movimentações de contas não circulantes não afetam o Capital 
Circulante Líquido diretamente, no entanto alguns ajustes devem ser feitos 
no resultado para que reflitam, adequadamente, as origens e aplicações de 
recursos, como:
- Depreciação, amortização e exaustão.
- Variação cambial de financiamento em longo prazo.
- Apropriação de receitas e despesas diferidas.
- Resultado de investimentos.
- Provisões e reversões de provisões retificadoras de contas do Ativo 
não Circulante.
1. OBJETIVOS DA D.O.A.R.
A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) explica 
as variações do Capital Circulante Líquido de um período para outro, 
evidenciando a movimentação de recursos nas contas não circulantes que 
deu origem àquela variação.
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Anotações do Aluno
A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos serve para:
• Identificar as fontes de recursos responsáveis pelas alterações no 
capital circulante e o lugar onde esses recursos foram aplicados 
durante determinado período;
• Complementar a divulgação sobre a posição financeira e sobre os 
resultados das operações durante o mesmo período de tempo;
• Orientar os usuários das demonstrações contábeis na tomada 
de decisões de ordem econômica e financeira referentes às 
empresas.
Segundo Matarazzo (1997, p.51): 
Traçando-se um paralelo entre o Balanço e a D.O.A.R., pode-
se dizer que o Balanço mostra a posição dos investimentos e 
financiamentos da empresa em determinado momento. Entre 
dois balanços, inúmeras alterações podem ocorrer. A empresa 
pode, por exemplo, ter vendido parte dos seus bens imobilizados 
e adquirido outros. Pode ter vendido a vista e feito aquisições 
com financiamentos ou mediante aumentos de capital. Essas 
transações, que afetam consideravelmente a situação financeira 
da empresa, não são evidenciadas no Balanço, o qual mostrará 
apenas globalmente o feito delas.
Pela natureza das informações que contém, a Demonstração de Origens e 
Aplicações de Recursos – DOAR – é de grande utilidade, pois permeia as 
informações do balanço e as informações da Demonstração do Resultado, 
complementado ambas e fornecendo as modificações na posição financeira 
da empresa pelo fluxo de
recursos. Essa demonstração é importante para o 
conhecimento e análise da empresa e seu comportamento no tempo.
A D.O.A.R. auxilia nos seguintes aspectos:
• Identificar os recursos gerados pelas operações próprias (lucro do 
exercício ajustado pelos itens que o integram, mas não afetam o 
CCL);
• Analisar como a empresa está administrando o seu Capital 
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Anotações do Aluno
Circulante Líquido (CCL);
• Avaliar a compatibilidade entre a política de dividendos e a posição 
financeira da empresa;
• Conhecer a política de inversões permanentes da empresa e fontes 
dos recursos correspondentes;
• Constatar como foram aplicados os recursos obtidos com as 
diversas origens de recursos de longo prazo.
2. VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL)
Para elaborar a D.O.A.R., é necessário que se evidenciem os itens que 
alteram o Capital Circulante Líquido, e suas origens e aplicações de recursos 
são encontradas nos itens não circulantes, não havendo necessidade de 
mostrar os itens que se permutam dentro das contas do Ativo e Passivo 
Circulantes, que não provocam modificações no Capital Circulante Líquido. 
O gráfico abaixo auxilia na explicação:
ATIVO
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
Veja que a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante é a mesma 
do Ativo não Circulante e o Passivo não Circulante, portanto a variação dessa 
diferença de um período para outro pode ser explicada pelas contas não 
circulantes do Balanço Patrimonial.
Os financiamentos de longo prazo representam origens de recursos 
(pois aumentarão o Ativo Circulante), e os investimentos representam as 
aplicações de recursos (pois provocarão diminuição do Ativo Circulante ou 
aumento do Passivo Circulante), sendo o Capital Circulante Líquido (CCL) 
representado pelo Ativo Circulante (AC) menos o Passivo Circulante (PC), ou 
seja, CCL = AC - PC.
PASSIVO
CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE
 Capital Circulante 
Líquido ou 
Capital de Giro Líquido 
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Anotações do Aluno
A diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante representa os 
recursos financeiros que poderão ser utilizados para atender as operações 
do próximo exercício. Essa diferença tanto poderá ser positiva, como 
negativa ou nula.
• O CCL será positivo quando o valor do AC for superior ao PC -> (AC 
> PC);
• O CCL será negativo quando o valor do AC for menor que o PC -> 
(AC < PC);
• O CCL será nulo quando o valor do AC for igual ao do PC -> (AC = 
PC).
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante – Passivo 
Circulante
CCL AC – PC
A variação do Capital Circulante Líquido de um período para outro é 
mostrada pelo excesso de recursos não correntes sobre aplicações não 
correntes.
Capital Circulante Líquido = (Patrimônio Líquido + Exigível a 
longo Prazo) – (Ativo Permanente + 
Realizável a Longo Prazo).
CCL (PL + ELP) – (AP + RLP)
O Capital Circulante Líquido é uma importante medida da estabilidade 
financeira da empresa, pois:
• Com um Capital Circulante Líquido pequeno ou nulo, a empresa 
perde a capacidade de enfrentar adversidades e de recompor o 
Fluxo de Caixa.
• Com um Capital Circulante Líquido maior, a empresa aumenta sua 
capacidade da sair de eventuais dificuldades financeiras.
3. ASPECTOS LEGAIS DA D.O.A.R.
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Anotações do Aluno
A Lei nº 6.404/76 tornou obrigatória essa demonstração para todas as 
companhias, conforme já comentado anteriormente e, em seu Art. 176, 
determina que:
Ao fim de cada exercício social, a Diretoria fará elaborar, com 
base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes 
demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a 
situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas 
no exercício: (...) IV – demonstração das origens e aplicações de 
recursos.
O Art. 188 da Lei nº 6.404 reconhece os critérios de apresentação e o 
conteúdo dessa demonstração como segue:
A demonstração das origens e aplicações de recursos 
indicará as modificações na posição financeira da companhia, 
discriminando:
I – as origens de recursos, agrupadas em:
 a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, 
amortização ou exaustão e ajustado pela variação nos resultados 
de exercícios futuros;
 b) realização do capital social e contribuições para 
reservas de capital;
 c) recursos de terceiros, originários do aumento do 
passivo exigível a longo prazo, da redução do ativo realizável a 
longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do ativo 
imobilizado.
II – as aplicações de recursos, agrupados em:
 a) dividendos distribuídos;
 b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos 
e do ativo diferido;
 d) redução do passivo exigível a longo prazo.
III – o excesso ou insuficiência das origens de recursos em 
relação às aplicações, representando aumento ou redução do 
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138Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
capital circulante líquido. 
IV – os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo 
circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu 
aumento ou redução durante o exercício.
4. DESCRIÇÃO DAS ORIGENS
As origens de recursos provocam aumentos no Capital Circulante Líquido, 
e as mais comuns são:
a)	Das	próprias	operações:
Nas empresas lucrativas, as receitas (que geram ingressos de capital 
circulante) do exercício são maiores que as despesas (que geram aplicações 
ou reduções de capital circulante).
Havendo lucro, teremos uma origem de recursos para o Capital Circulante 
Líquido (valor resultante da diferença entre Receitas e Despesas, descontados 
os impostos).
Nas empresas que apresentam prejuízo, as receitas são menores que as 
despesas (portanto, as aplicações de recursos são maiores que as origens). 
Nesse caso, o prejuízo deve figurar no elenco das aplicações de recursos. 
No entanto, algumas operações devem ser ajustadas ao lucro ou prejuízo 
do exercício na elaboração da D.O.A.R.:
• Depreciação, Amortização e Exaustão
São contas que, quando contabilizadas, reduzem o resultado do exercício, 
mas não reduzem o Capital Circulante; reduzem, sim, o Ativo Permanente –
Imobilizado ou Diferido. Por esse motivo, esses itens devem ser adicionados 
ao resultado líquido para apuração do valor efetivo dos recursos gerados 
ou aplicados pelas (ou nas) operações. 
• Variação nos Resultados de Exercícios Futuros
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Anotações do Aluno
Apesar de não estarem contabilizados no resultado do exercício (pelo 
regime de competência de exercícios), os valores dessas contas afetaram 
o Capital Circulante Líquido, portanto sua variação deverá ser somada ao 
resultado do exercício, se a variação for positiva, e deverá ser subtraída do 
resultado do exercício, se a variação for negativa. 
• Resultado da Equivalência
Patrimonial para Investimentos em 
empresas Coligadas e Controladas.
O Resultado da Equivalência Patrimonial (quando esse método é utilizado 
na contabilização de investimentos) aumenta ou diminui o resultado da 
empresa investidora sem afetar o seu Capital Circulante, portanto, se for 
positivo, o resultado deve ser subtraído do resultado da investidora e, se for 
negativo, deve ser somado ao resultado da investidora. 
• Ajustes de Exercícios Anteriores
Fazendo esses ajustes nos saldos iniciais do balanço, as origens e aplicações 
de recursos do ano ficarão isentas desse efeito. 
• Variações Monetárias de Dívidas de Longo Prazo
São despesas que afetam o lucro e aumentam o Exigível a Longo Prazo, não 
afetando o Capital Circulante Líquido, por isso devem aparecer como ajuste 
ao resultado líquido do exercício.
• Outros
O mesmo tratamento deve ser dado a quaisquer itens que afetem o 
resultado, mas não afetam o Capital Circulante Líquido.
b)	Dos	Acionistas:
Valores dos aumentos de capital integralizados pelos acionistas no 
exercício.
Contribuições	para	Reservas	de	Capital
São recursos que podem ser recebidos dos acionistas ou de terceiros:
• Produto da alienação de partes beneficiárias e de bônus de subscrição, 
são, também, reservas de capital constituídas pelo ingresso de 
recursos que aumentam o Capital Circulante Líquido.
• Ágio na emissão de ações, pelo valor efetivamente integralizado no 
exercício.
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Anotações do Aluno
• Doações e Subvenções
Uma doação recebida pode ser em dinheiro, afetando, diretamente, o 
Capital Circulante Líquido, e também pode ser recebido um bem do 
imobilizado (terreno) não alterando o Capital Circulante Líquido, mas se faz 
necessário evidenciar a modificação na posição financeira, registrando o 
valor atribuído como origem e, também, como aplicação.
c)	De	Terceiros
Por empréstimos obtidos pela empresa, pagáveis em longo prazo, bem como 
dos recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, 
ou de transformação do Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.
• Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo
Pelo valor dos novos empréstimos recebidos no exercício e que geraram 
acréscimo no Ativo Circulante. O valor dos novos empréstimos 
deve figurar pelo valor total como Origens, e as reduções por 
pagamentos ou transferência para Passivo Circulante devem ser 
apresentadas como Aplicações.
• Redução do Realizável a Longo Prazo
Decréscimo no saldo do Ativo Realizável a Longo Prazo representa, 
normalmente, origem de recursos, pois, em geral, é transferido 
para o Ativo Circulante por meio do recebimento ou da venda 
desse Ativo, com conseqüente acréscimo no Capital Circulante 
Líquido. Da mesma forma, um acréscimo nesse saldo representa 
uma aplicação de recursos.
• Alteração e Baixas de Investimentos e Bens e Direitos do Ativo 
Imobilizado
Na venda de bens do Imobilizado, a alteração do Capital Circulante Líquido 
é pelo valor da venda. Como o lucro (ou prejuízo) na transação está 
computado no resultado do exercício e, em contrapartida, há uma redução 
no imobilizado pelo seu valor contábil líquido, basta somá-los para se ter 
o valor da venda. Porém, para melhor evidenciação na DOAR, reduz-se do 
lucro líquido o valor do lucro ou prejuízo da venda do imobilizado e, ao 
mesmo tempo, registra-se, como origem, o valor total produzido por essa 
transação.
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Anotações do Aluno
5. DESCRIÇÃO DAS APLICAÇÕES
As aplicações de recursos são representadas pelas diminuições do Capital 
Circulante Líquido, e as mais comuns são:
a)	Inversões	Permanentes	Derivadas	de:
• aquisição de novos investimentos permanentes em outras 
sociedades;
• aquisição de bens do Ativo Permanente - Imobilizado;
• aplicação de recursos no Ativo Diferido.
b)	Pagamento	de	Empréstimos	em	Longo	Prazo:
Pois, assim como a obtenção de um novo financiamento representa uma 
origem, a sua liquidação significa uma aplicação.
De fato, como o conceito de Recursos é o Capital Circulante Líquido, a mera 
transferência de um saldo de empréstimo do Exigível a Longo Prazo para 
o Passivo Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma 
aplicação de recursos, pois reduziu o Capital Circulante Líquido. 
c)	Remuneração	de	Acionistas:
Derivada dos dividendos e/ou juros sobre capital próprio propostos e/ou 
distribuídos.
6. ORIGENS E APLICAÇÕES QUE NÃO AFETAM O 
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO, MAS APARECEM 
NA DEMONSTRAÇÃO
Além das origens e aplicações já relacionadas, há vários tipos de transações 
efetuadas que não afetam o Capital Circulante Líquido, mas são representadas 
como Origens e Aplicações simultaneamente, como mostrado a seguir:
• Aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado) 
pagáveis a Longo Prazo. Nesse caso, há uma aplicação pelo aumento 
do Ativo Permanente e, ao mesmo tempo, uma origem pelo 
financiamento obtido pelo aumento no Exigível a Longo Prazo. 
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142Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
• Conversão de Empréstimos de Longo Prazo em Capital. Nesse caso, 
há uma origem pelo aumento de capital e, simultaneamente, uma 
aplicação pela redução do Exigível a Longo Prazo.
• Integralização de Capital em bens do Ativo Permanente. Situação 
também sem efeito sobre o CCL, mas representa origem com 
aumento de Capital e aplicação no recebimento dos bens do Ativo 
Permanente.
• Venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo. 
Operação que também deve ser demonstrada na origem, como se 
fosse recebido o valor da venda, e na aplicação, como se houvesse 
o empréstimo sido feito para recebimento a Longo Prazo.
7. ESTRUTURA BÁSICA DA D.O.A.R.
A – ORIGENS DE RECURSOS
•	 Das	Operações
Lucro Líquido do Exercício
(+) Depreciação, Amortização e Exaustão
(+) Variações Monetárias de Empréstimos e Financiamentos a Longo 
Prazo
(+) Perda por Equivalência Patrimonial
(-) Ganhos por Equivalência Patrimonial
(+) Prejuízo na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente
(+) Recebimentos no Período classificados como Receitas de 
Exercícios Futuros
(-) Lucro na Venda de Bens e Direitos do Ativo Permanente
(-) Transferência de Receitas de Exercícios Futuros para o Resultado 
do Exercício
(±) Outras Despesas e Receitas que não afetam o CCL
•	 Dos	Proprietários
(+) Realização do Capital Social e Contribuições para Reservas de 
Capital
•	 De	Terceiros
(+) Redução de Bens e Direitos do Ativo Realizável a Longo Prazo
(+) Valor de alienação de Bens ou Direitos do Ativo Permanente
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143Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
(+) Aumento do Passivo Exigível a Longo Prazo
B – APLICAÇÕES DE RECURSOS
o Dividendos pagos, creditados ou propostos
o Aumento do Ativo Realizável a Longo Prazo
o Aquisição de Bens e Direitos do Ativo Permanente
o Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo
C = A – B - VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
D – DEMONSTRTAÇÃO DA VARIAÇÃO DO CCL
Elementos Inicial Final Variações
Ativo Circulante (AC)
(-) Passivo Circulante (PC)
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R$
R$
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(=) Capital Circulante Líquido (CCL) R$ R$ R$
Síntese
Nesta aula, você conheceu mais uma demonstração contábil de grande 
utilidade para o entendimento da movimentação do fluxo de recursos da 
empresa, a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Para você 
que está iniciando o curso de Ciências Contábeis, o raciocínio empregado 
para entender sua construção aumentará a sua intimidade com as contas 
do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado.
Na próxima aula, estudaremos mais uma demonstração contábil, a 
Demonstração do Fluxo de Caixa, considerada por muitos de maior utilidade 
para a tomada de decisões que a Demonstração de Origens e Aplicações de 
Recursos.
Provavelmente, você está encontrando alguma dificuldade em entender 
alguns detalhes dessas demonstrações, mas não desanime, este é um 
desafio que lançamos neste curso, o aluno deve conhecer as principais 
demonstrações contábeis desde o início do curso. Nos próximos períodos, 
essas demonstrações serão tratadas com maior profundidade e muitas de 
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144Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
suas dúvidas serão resolvidas.
Referências
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória. 7.ed. São Paulo: Atlas, 
1998.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços – Abordagem 
Básica e Gerencial. São Paulo: Atlas, 1997.
Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações.
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145Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Aula Nº 14 – Demonstração de 
Fluxo de Caixa
Objetivos da aula:
Uma das funções da Contabilidade é a comunicação eficiente de 
informações úteis para a tomada de decisões. Nesta aula, apresentaremos 
a Demonstração de Fluxo de Caixa para revelar informações importantes 
sobre os recebimentos e pagamentos que transitam pelo caixa de uma 
empresa durante determinado período.
Assim como a D.O.A.R., a Demonstração do Fluxo de Caixa traz informações 
sobre a situação financeira da empresa, mas esta trata, especificamente, 
do Caixa, enquanto aquela trata da situação financeira em geral.
Ao final desta aula, o aluno deverá conhecer a Demonstração do Fluxo de 
Caixa e seus métodos de elaboração.
INTRODUÇÃO
O objetivo principal da Demonstração do Fluxo de Caixa é fornecer 
informações relevantes sobre as entradas e saídas de caixa de uma entidade 
para um determinado período de tempo.
As informações contidas na Demonstração do Fluxo de Caixa são úteis 
quando utilizadas com as informações de outras demonstrações contábeis 
e na medida em que estejam refletindo as transações de caixa das atividades 
operacionais, de investimento e de financiamento, auxiliando os usuários 
na avaliação da capacidade da entidade de gerar fluxos de caixa líquidos 
positivos decorrentes de suas atividades, visando atender às suas obrigações 
bem como pagar dividendos aos seus acionistas.
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146Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Alguns benefícios da utilização das informações da Demonstração do Fluxo 
de Caixa, segundo o I.A.S.C.1:
• Quando utilizada em conjunto com as demais demonstrações 
contábeis, proporciona informações que habilitam os usuários 
a avaliar as mudanças nos ativos líquidos de uma empresa, sua 
estrutura financeira e sua habilidade para afetar as importâncias 
e prazos dos fluxos de caixa a fim de adaptá-los às mudanças nas 
circunstâncias e às oportunidades.
• São úteis para avaliar a capacidade de a empresa produzir recursos 
de caixa e valores equivalentes e habilitar os usuários a desenvolver 
modelos para avaliar e comparar o valor presente e futuro de caixa 
de diferentes empresas.
• Aumenta a comparabilidade dos relatórios do desempenho 
operacional por diferentes empresas, porque elimina os efeitos 
decorrentes do uso de diferentes tratamentos contábeis, para as 
mesmas transações e eventos.
• Abre possibilidade de uso das informações históricas sobre o fluxo 
de caixa como indicador da importância, época e certeza de futuros 
fluxos de caixa.
• Têm utilidade para conferir a exatidão de avaliações anteriormente 
feitas de futuros fluxos de caixa e examinar a relação entre a 
lucratividade e o fluxo de caixa líquido, e o impacto de variações 
de preço.
Matarazzo (1997, p. 370), tratando da análise de demonstrações contábeis, 
identifica como principais objetivos da Demonstração do Fluxo de Caixa:
• Avaliar alternativas de investimentos.
• Avaliar e controlar, ao longo do tempo, as decisões importantes 
que são tomadas na empresa, com reflexo monetário.
• Avaliar as situações presentes e futuras do caixa na empresa, 
posicionando-a para que não chegue a situações de iliquidez.
• Certificar de que os excessos momentâneos de caixa estão sendo 
devidamente aplicados.
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147Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
1. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
O MÉTODO DIRETO
A Demonstração do Fluxo de Caixa resume todos os pagamentos e 
recebimentos decorrentes das atividades operacionais da empresa, devendo 
apresentar os componentes do fluxo por seus valores brutos.
A opção para esse método deve apresentar, pelo menos, os seguintes tipos 
de pagamentos e recebimentos relacionados às operações:
• recebimentos de clientes;
• juros e dividendos recebidos;
• pagamentos de fornecedores e empregados;
• juros pagos;
• imposto de renda pago;
• outros recebimentos e pagamentos.
O modelo simplificado de Demonstração do Fluxo de Caixa, pelo método 
direto mostrado abaixo, faz uma segregação dos tipos de atividades e foi 
baseado no modelo FAS 95:
Fluxo de Caixa
Das Atividades Operacionais
(+) Recebimentos de Clientes e outros
(-) Pagamentos a Fornecedores 
(-) Pagamentos a Funcionários 
(-) Recolhimentos ao Governo 
(-) Pagamentos a Credores Diversos 
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades 
Operacionais
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148Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Das Atividades de Investimentos
(+) Recebimento de Venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de 
Investimentos
$
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Das Atividades de Financiamentos
(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures
(+) Integralização de Capital
(-) Pagamento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades de 
Financiamento
$
$
$
$
$
$
Aumento/Diminuição Nas Disponibilidades
DISPONIBILIDADES - no início do período
DISPONIBILIDADES - no final do período
$
$
Esse demonstrativo permite a análise segregada por itens operacionais, de 
investimento e financiamento. 
O MÉTODO INDIRETO
No método indireto, parte-se do lucro líquido para, após os ajustes 
necessários, chegar-se ao valor das disponibilidades produzidas no período 
pelas operações registradas na Demonstração do Resultado do Exercício. 
Esses ajustes consistem em itens, tais como depreciação, amortização, 
exaustão e provisões que não modificam o caixa da empresa.
Modelo genérico da Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método indireto, 
baseado no modelo adotado pelo FASB:
Fluxo de Caixa
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149Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Lucro Líquido
(-) Aumento de Estoques
(+) Depreciação
(-) Aumento de Clientes
(+) Pagamento a Funcionários
(+) Contas a Pagar
(+) Pagamentos de Impostos e Tributos
(+) Aumentos de Fornecedores
(=) Fluxo de Caixa Operacional Líquido
$
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$
$
$
$
$
Das Atividades de Investimentos
(+) Recebimento de Venda de Imobilizado
(-) Aquisição de Ativo Permanente
(+) Recebimento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades 
de Investimentos
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$
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Das Atividades de Financiamentos
(+) Novos Empréstimos
(-) Amortização de Empréstimos
(+) Emissão de Debêntures
(+) Integralização de Capital
(-) Pagamento de Dividendos
(=) Disponibilidades geradas pelas (aplicadas nas) Atividades 
de Financiamento
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$
$
$
Aumento/Diminuição nas Disponibilidades
Disponibilidades – saldo no início do período
Disponibilidades – saldo no final do período
$
$
Apesar de ser tecnicamente correto, não é a forma mais adequada de 
elaboração de Demonstração do Fluxo de Caixa. O melhor procedimento 
seria apresentar a Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método direto e, 
em quadro a parte, a conciliação entre o lucro líquido e o valor do caixa 
gerado pelas operações.
D.O.A.R. x A D.F.C.
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Anotações do Aluno
A D.O.A.R. tem informações mais analíticas, mostra a posição financeira, tem 
características de médio e longo prazos, permite a seus usuários perceber 
a política e a tendência das empresas no futuro. A D.O.A.R. volta-se para 
a movimentação havida nos recursos e aplicações permanentes, ou de 
longo prazo e, como conseqüência disso, o impacto na situação financeira, 
espelhada pela variação do Capital Circulante Líquido.
A D.O.A.R. forma com o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado 
do Exercício uma base de dados sobre situação econômico-financeira e o de 
desempenho da empresa. Não substitui e nem deveria ser substituída pelas 
demais demonstrações pela importância das informações que o conjunto 
fornece aos usuários. Por esses motivos, recomenda-se seja a D.O.A.R. 
divulgada junto a outras demonstrações contábeis.
A D.F.C. é um instrumento com características de curto prazo, é voltada para 
o usuário interno, propiciando informações concretas, se houve ou haverá 
dinheiro, quanto se deve tomar de empréstimos, compreende o movimento 
de fluxo do dinheiro da empresa.
O método direto é de mais fácil compreensão, enquanto o método indireto 
se aproxima mais da própria D.O.A.R. e apresenta informações mais apuradas 
da posição financeira da empresa. A D.F.C. utiliza o conceito de caixa, que 
é de mais fácil compreensão pelos usuários das informações contábeis que 
têm pouco conhecimento de contabilidade. 
 
VANTAGENS DA D.F.C.
A D.F.C. evidencia o confronto entre as entradas e saídas de caixa, se haverá 
sobras ou faltas de dinheiro, permitindo à administração da empresa decidir 
com antecedência se a empresa deve tomar recursos ou aplicá-los, e ainda, 
avalia e controla, ao longo do tempo, as decisões importantes que são 
tomadas na empresa e seus reflexos monetários, e ainda:
• Informa eventuais problemas de liquidez e insolvência, podendo 
prevenir a falência.
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Anotações do Aluno
• A D.F.C. é um instrumento com utilização de nível internacional, 
portanto sua utilização é importante.
• Mostra a real condição de disponibilidades para pagamento das 
dívidas.
• A D.F.C. é muito mais fácil de entender do que a D.O.A.R.
• A D.F.C. mostra a necessidade de caixa da empresa em curto prazo, 
sendo um importante instrumento para sua gestão financeira.
• Demonstra como a empresa gerou caixa e como ela o gastou.
• Busca o equilíbrio entre as entradas e saídas de caixa da empresa, 
desenvolvendo um controle nas contas do ativo e passivo 
circulante.
• Demonstra o montante de recursos financeiros disponíveis na 
empresa, auxiliando em suas aplicações.
VANTAGENS DA D.O.A.R.
A D.O.A.R. mostra as fontes utilizadas para financiar as atividades, a 
velocidade e as modificações sofridas e as tendências futuras das condições 
da empresa, complementando tanto as informações do Balanço quanto 
da Demonstração de Resultado, pois o Balanço apresenta uma posição 
financeira estática, a Demonstração de Resultado demonstra o lucro líquido 
do exercício e a D.O.A.R. ajusta-o, demonstrando o que isso representou em 
termos de recursos financeiros, e ainda:
• A D.O.A.R. é tão importante quanto o Balanço e a Demonstração 
de Resultado.
• O C.C.L. é um elemento importante na administração financeira 
da empresa. Quanto maior o C.C.L., maior a possibilidade de a 
empresa manter uma boa liquidez.
• Possibilita um melhor conhecimento da política de investimentos e 
de financiamento da empresa.
• A D.O.A.R. pode dar respostas sobre a situação financeira da 
empresa, suas alterações, tendências, bem como sobre a habilidade 
gerencial da empresa.
• Mostra, além da variação do C.C.L., as mudanças nos itens não 
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152Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
correntes que alteram os financiamentos e investimentos.
• É importante para análise externa à empresa e deve fazer parte do 
conjunto de demonstrações a serem analisadas.
CONCLUSÃO
Um dos objetivos da contabilidade é a produção e comunicação de 
informações úteis para um conjunto de usuários com necessidades de 
informações diferentes, e os contadores têm enfrentado críticas de alguns 
usuários quanto à forma que tem sido utilizada para cumprir sua tarefa, 
segundo os quais a Contabilidade não atinge seu objetivo.
Tanto a D.O.A.R. como a D.F.C. apresentam alguns pontos passíveis de 
críticas em sua eficácia como instrumento de comunicação de informações. 
A D.F.C. pode ser manipulada, a empresa pode conduzir seus fluxos de caixa, 
apresentando, assim, uma situação financeira irreal, além de seu conteúdo 
de informações ser inferior ao da D.O.A.R.
A D.O.A.R. apresenta o conceito abstrato de Capital Circulante Líquido 
que pode mostrar uma situação confortável de liquidez para a empresa, 
mas devido a não sincronia dos prazos de recebimentos e pagamentos, e 
estoques elevados, a empresa pode ficar com dificuldades financeiras em 
curto prazo.
A D.O.A.R. e a D.F.C. são demonstrações que objetivam informar sobre a 
situação financeira da empresa (liquidez e solvência). A primeira dando 
ênfase ao C.C.L. e à posição financeira em geral e a segunda dando ênfase 
ao caixa, em seus recebimentos e pagamentos.
Se as duas demonstrações fossem apresentadas em conjunto, aumentando, 
assim, a qualidade das informações contábeis, grande parte das críticas dos 
usuários poderia ser eliminada. Conclui-se, então, que uma demonstração 
complementa a outra, assim as informações que a D.O.A.R. não evidencia 
dentro do próprio circulante (C.C.L.) seriam apresentadas pela D.F.C. 
(método direto). 
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153Faculdade
On-Line UVB
Anotações do Aluno
Notas:
1 - I.A.S.C. - International Accounting Standards Committee (Comitê de 
Normas Internacionais de Contabilidade). Organismo independente 
do setor privado cujo objetivo é alcançar uniformidade nos princípios 
contábeis utilizados pelas empresas e outras instituições que preparam 
demonstrações contábeis no mundo.
Síntese
Nesta aula, procuramos integrar ainda mais as informações contábeis. 
Mostramos que as informações contidas no Balanço Patrimonial e na 
Demonstração do Resultado do Exercício podem ser utilizadas para produzir 
outras informações úteis como as apresentadas da Demonstração do Fluxo 
de Caixa.
Na próxima aula, iniciaremos a Análise das Demonstrações para que 
você sinta a utilidade das informações para as decisões dos usuários da 
informação contábil. Será apenas uma aula introdutória para um assunto 
amplo que será visto ao longo do curso.
Referências
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
1998.
MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços – Abordagem 
Básica e Gerencial. São Paulo: Atlas, 1997. p. 51.
IBRACON - Normas internacionais de contabilidade. São Paulo: IBRACON, 
1998.
Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades por Ações.
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Anotações do Aluno
Aula Nº 15 – Introdução à 
Análise das Demonstrações 
Financeiras
Objetivos da aula:
Excesso de liquidez gera baixa rentabilidade e falta de endividamento pode 
comprometer a rentabilidade pela falta de recursos para investimento. É 
um dilema que teremos que enfrentar na administração.
O objetivo desta aula é mostrar que existe um outro dilema a ser enfrentado 
pelos administradores: risco x retorno, pois baixa liquidez gera riscos para 
a empresa, em contrapartida, pode aumentar sua rentabilidade.
Ao final da aula, você poderá fazer comparações entre a rentabilidade 
de setores e empresas e também calcular a rentabilidade de qualquer 
investimento. 
Introdução
o Segundo o SEBRAE, é importante que os lucros gerados pelos 
pequenos negócios sejam equivalentes a 3% ao mês em média do 
valor dos investimentos próprios. 
Com relação à lucratividade (lucros sobre as vendas) para micro e 
pequenas empresas, ela varia em torno de 5% a 10% para indústria 
e comércio. No caso de prestadoras de serviços, fica em torno de 
15% a 20%. Para análise correta da lucratividade, as considerações 
são as seguintes: quanto maior, melhor para a empresa; ela deverá 
ser comparada com a média do setor em que a empresa atua; e 
deverá atender a expectativa do empreendedor.
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155Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
Normalmente, os lucros gerados por uma empresa revelam três situações 
distintas: 
o Podem gerar recursos insuficientes para manter a empresa;
o Podem gerar recursos mínimos para manter a sua sobrevivência;
o Podem gerar recursos para empresa sobreviver e crescer.
Uma empresa que esteja gerando recursos para sobreviver e crescer deve 
observar o seguinte: 
Normalmente, tem fluxo de caixa positivo;
o Obtém ganho financeiro;
o Investe recursos na atualização do seu imobilizado; procura manter 
seus funcionários treinados e atualizados;
o Investe recursos constantemente em marketing;
o Gera recursos para manter o capital de giro e proporcionar o 
retorno desejado pelos investidores.
Concluindo: toda empresa necessita gerar lucros para sobreviver e crescer. 
Todo empreendedor, quando aplica os seus recursos financeiros em 
qualquer negócio, tem expectativa de obter retorno o mais rapidamente 
possível e com segurança. E, para que isso aconteça, é preciso a empresa 
apresentar não somente resultados positivos quantitativos, mas também 
resultados positivos qualitativos.
1. A Relação Risco X Retorno
Uma das coisas mais importantes que um investidor deve saber é que 
não existe retorno sem risco, ou seja, quanto maior (menor) o risco de um 
determinado investimento, maior (menor) o retorno esperado. 
A mais importante decisão de investimentos que você faz é escolher o nível 
de risco que está disposto a correr, estando confortável com as flutuações de 
curto prazo desse investimento. O risco está associado ao grau de incerteza 
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156Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
sobre o investimento no futuro. Quanto maior o grau de incerteza, maior o 
risco e maior o retorno esperado e vice-versa. 
Todo investidor deve escolher suas aplicações entre o menor risco possível 
e o maior retorno possível. Essa possibilidade de escolhas está representada 
no gráfico a seguir.
 
Pensando nessas questões, é melhor aprendermos a medir a rentabilidade 
dos investimentos, não acha?
Para começar, vamos definir alguns termos:
Lucro – pode ser conceituado de forma simplificada como o resultado 
positivo deduzido das vendas os custos e despesas.
Lucratividade – é a relação do valor do lucro com o montante de vendas, 
ou seja, divide-se o valor do lucro pelo volume de vendas (lucro líquido/
vendas).
Rentabilidade - refere-se ao resultado que possibilita a análise do retorno 
sobre o investimento realizado na empresa.
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Anotações do Aluno
2. Índices de Rentabilidade
Margem Bruta de Vendas
É a relação entre o lucro bruto e as vendas da empresa:
Lucro Bruto / Vendas Líquidas x 100
Indica: quanto a empresa tem de lucro para cada R$ 100 de vendas.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Margem Líquida de Vendas
É a relação entre o lucro líquido e as vendas da empresa:
Lucro Líquido / Vendas Líquidas x 100
Indica: quanto a empresa tem de lucro para cada R$ 100 de vendas.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Rentabilidade do Ativo:
Os ativos representam os investimentos totais feitos na empresa com capital 
próprio e de terceiros.
Se dividirmos o lucro líquido obtido em determinado período pelo valor do 
investimento médio desse período, teremos uma medida de rentabilidade 
desses investimentos:
Lucro Líquido / Investimento Médio x 100
Indica: quanto a empresa obteve de lucro para cada R$ 100 de 
investimento.
Interpretação: quanto maior, melhor.
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido representa o valor dos investimentos feitos pelos 
proprietários da empresa.
Se dividirmos o lucro líquido obtido em determinado período pelo valor 
do Patrimônio Líquido Médio desse período, teremos uma medida de 
rentabilidade do investimento dos sócios da empresa.
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Anotações do Aluno
 Lucro Líquido x 100
 Patrimônio Líquido Médio 
Indica: quanto os sócios obtiveram de lucro para cada R$ 100 de 
investimento.
Interpretação: quanto maior, melhor.
O volume de vendas pode ser avaliado pelo montante de vendas em relação 
ao montante de investimentos feitos na empresa.
Essa avaliação é conhecida como “Giro do Ativo”
Vendas Líquidas
Ativo Total
Indica: quanto
a empresa vendeu para cada R$ 1,00 de investimento total.
Interpretação: quanto maior melhor.
Pelo valor absoluto das vendas, pode ser difícil avaliar se elas foram boas 
ou ruins. 
R$ 10 milhões de vendas pode ser muito bom se o investimento for de R$ 
5 milhões, mas pode significar muito pouco se o investimento realizado for 
de R$ 100 milhões.
3. Indicadores de Desempenho
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fonte: http://www.iedi.org.br/admin/pdf/20040604_rentab.pdf 
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fonte: http://www.iedi.org.br/admin/pdf/20040604_rentab.pdf 
4. Gráfico de Desempenho dos setores
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fonte: http://www.iedi.org.br/admin/pdf/20040604_rentab.pdf 
 
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Anotações do Aluno
fonte: http://www.iedi.org.br/admin/pdf/20040604_rentab.pdf 
5. Desempenho Econômico
As empresas da amostra registraram queda no desempenho econômico no 
primeiro trimestre de 2004 em relação ao mesmo período do ano anterior. A 
taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido (PL) foi de 23,7% (37% em março 
de 2003); o Retorno sobre a Receita Líquida (RL), 12,9% (17,5% em março de 
2003); e o Lucro da Atividade sobre a Receita Líquida, de 22,8% (27,6% em 
março de 2003). Considerando o total da amostra sem a Petrobrás, a queda 
também foi visível.
O retorno sobre o PL foi de 20,3% (29,2% em março de 2003); sobre a RL, 
10,8% (14,4% em março de 2003) e o Lucro da Atividade sobre a Receita 
Líquida de 18,5% (22,1% em março de 2003).
Alguns segmentos merecem destaque com relação à queda do desempenho 
no primeiro trimestre de 2004:
• Petróleo e Gás, cujo resultado sobre o PL foi de 29,9% (51,9% em março 
de 2003); 16,5% sobre a RL (21,8% em março de 2003) e o indicador 
do Lucro da Atividade de 30,3% (35,4% em março de 2003);
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Anotações do Aluno
• Bebidas e Fumo com retorno sobre o PL de 33% (45,6% em março de 
2003) e sobre a RL de 16,5% (26,7% em março de 2003). O Lucro da 
Atividade apresentou crescimento, saindo de 25,4%, em março de 
2003, para 27,9%, em março de 2004;
• Material de Transporte, com retorno sobre o PL de 18,9% (30,5% em 
março de 2003),
porém com queda não tão significativa no retorno sobre a RL, 4,2% 
(6,75% em março de 2003) e no Lucro da Atividade de 13,3% (15,3% 
em março de 2003);
• Têxtil e Vestuário, com retorno sobre o PL de 2,46% (14,8% em março 
de 2003); 1,4% sobre a RL (8,22% em março de 2003) e o Lucro da 
Atividade em 9,4% (15,2% em março de 2003);
• O segmento de Embalagens apresentou a queda mais acentuada, com 
11,7% de retorno sobre o PL (59,6% em março de 2003) e 4% sobre 
a RL (19,5% em março de 2003), enquanto o Lucro da Atividade 
subiu para 11,9% (10,2% em março de 2003).
Apenas três segmentos conseguiram melhorar ou manter o desempenho 
no primeiro trimestre de 2004 em relação a igual período do ano anterior:
• A Editora Saraiva, empresa que representa o segmento de Editoras, 
apresentou rentabilidade sobre o PL de 85,7% (83,9% em março 
de 2003) e sobre a RL de 15,6% (16,7% em março de 2003). O lucro 
da atividade sobre a RL de 26,2% (27,2% em março de 2003). Aqui, 
cabe destacar o fator sazonal como determinante para o excelente 
desempenho da empresa no primeiro trimestre do ano;
• Máquinas e Equipamentos, com retorno de 17,8% sobre o PL (18,1% 
em março de 2003) e 9,1% sobre a RL (9,4% em março de 2003), 
sendo o desempenho do Lucro da Atividade em relação à RL de 
12% (14,3% em março de 2003);
• Utilidades Domésticas, com redução do desempenho negativo, 
apresentando uma taxa de retorno de –4% em relação ao PL (-20% 
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Anotações do Aluno
em março de 2003) e –1,1% sobre a RL (-11% em março de 2003), 
apresentando o Lucro da Atividade um resultado positivo de 3,5% 
(-4,4% em março de 2003).
No primeiro trimestre de 2004, alguns segmentos mantiveram desempenho 
acima da média:
• Bebidas e Fumo, como comentado anteriormente;
• Petróleo e Gás, como comentado anteriormente;
• Mineração, com 24,7% de retorno sobre o PL (35% em março de 2003); 
36,6% de retorno sobre a RL (48,2% em março de 2003) e um Lucro 
da Atividade de 28% (62,4% em março de 2003);
• Papel e Celulose, com 19,7% de retorno sobre o PL (33,9% em março 
de 2003); 18,7% de retorno sobre a RL (25,3% em março de 2003) 
e 29,6% de Lucro da Atividade sobre a RL (42,6% em março de 
2003);
• Siderurgia, com 22,7% de retorno sobre o PL (30,9% em março de 2003); 
13,6% de retorno sobre a RL (16,1% em março de 2003) e 26,1% de 
Lucro da Atividade sobre a RL (27,5% em março de 2003).
Uma das razões para a queda do desempenho econômico no primeiro 
trimestre de 2004, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi o 
esgotamento do efeito cambial no resultado das empresas. Vale lembrar 
que, no final de 2002, a moeda norte-americana fechou em cerca de R$ 3,56 
e, no final de março, estava em R$ 3,35, o que oferece condições para haver 
ganhos nominais por causa da variação cambial no primeiro trimestre de 
2003. No caso do primeiro trimestre de 2004, a taxa de câmbio estava em 
R$ 2,90 no final do período, não havendo alteração significativa em relação 
a dezembro de 2003, quando fechou em R$ 2,89.
Em contrapartida, houve também uma queda do Lucro da Atividade em 
relação à RL, o que possivelmente é resultado da redução das margens 
praticadas pela indústria. Porém, esse declínio não foi na mesma intensidade 
que a queda do desempenho dos demais indicadores econômicos 
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165Faculdade On-Line UVB
Anotações do Aluno
considerados nesse levantamento.
Síntese
Nesta aula, você estudou liquidez x endividamento, risco x retorno, 
lucratividade e rentabilidade dos investimentos. Analisou os indicadores de 
desempenho econômico de diversos setores da economia e poderá usar 
essas informações para o seu projeto interdisciplinar.
E quando precisamos avaliar um investimento que ainda não foi realizado, 
ou seja, precisamos avaliar a viabilidade do investimento? Ou quando 
queremos avaliar as perspectivas do empreendimento e não apenas os 
dados passados? O que fazer?
Nesses casos, precisamos recorrer a outra técnica, que é a projeção de 
resultados.
Esse é o assunto da próxima aula. Não perca!
Referências
Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial
Endividamento e Resultado das Empresas Industriais no Primeiro Trimestre 
de 2004. Disponível em: <http://www.iedi.org.br>. Acesso em: 28/02/06.
IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória.
7. ed. São Paulo: Atlas, 
1998.
MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços – Abordagem Básica e 
Gerencial. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1997.
<http://www.sebrae.com.br/br/parasuaempresa/resultadospositivos_860.
asp>. Acesso em: 28/02/06.

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