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Introdução ao Estudo do Direito - Apostila de Exercícios

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
DO DIREITO I
Esse material foi produzido a partir de Convênio de Colaboração 
firmado entre as Instituições:
Introdução ao Estudo do Direito 1 1Introdução ao Estudo do Direito 1 1 2/1/2008 11:04:062/1/2008 11:04:06
Expediente
Curso de Direito — Coletânea de Exercícios
Coordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá
Prof. André Cleófas Uchôa Cavalcanti
Coordenação do Projeto
Núcleo de Qualificação e Apoio Didático-Pedagógico
Coordenação Pedagógica
Profa. Tereza Moura
Organização da Coletânea
Profa. Valquíria Soares Cavalcanti
Profa. Edna Raquel R. S. Hogemann
Introdução ao Estudo do Direito 2 2Introdução ao Estudo do Direito 2 2 2/1/2008 11:04:092/1/2008 11:04:09
CARO ALUNO
A Metodologia do Caso Concreto aplicada em nosso Curso de Direito, 
é centrada na articulação entre teoria e prática, com vistas a desenvolver o 
raciocínio jurídico. Ela abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do 
Direito, permitindo o exercício constante da pesquisa, a análise de concei-
tos, bem como a discussão de suas aplicações.
O objetivo é preparar os alunos para a busca de resoluções criativas a partir 
do conhecimento acumulado, com a sustentação por meio de argumentos coe-
rentes e consistentes. Desta forma, acreditamos ser possível tornar as aulas mais 
interativas e, consequentemente, melhorar a qualidade do ensino oferecido. 
Na formação dos futuros profissionais, entendemos que não é papel 
do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá tão somente oferecer 
conteúdos de bom nível. A excelência do curso será atingida no momento 
em que possamos formar profissionais autônomos, críticos e reflexivos.
Para alcançarmos esse propósito, apresentamos a Coletânea de Exer-
cícios, instrumento fundamental da Metodologia do Caso Concreto. Ela 
contempla a solução de uma série de casos práticos a serem desenvolvidos 
pelo aluno, com auxílio do professor. 
Como regra primeira, é necessário que o aluno adquira o costume de 
estudar previamente o conteúdo que será ministrado pelo professor em sala 
de aula. Desta forma, terá subsídios para enfrentar e solucionar cada caso 
proposto.O mais importante não é encontrar a solução correta, mas pesquisar 
de maneira disciplinada, de forma a adquirir conhecimento sobre o tema.
A tentativa de solucionar os casos em momento anterior à aula exposi-
tiva, aumenta consideravelmente a capacidade de compreensão do discente. 
Este, a partir de um pré-entendimento acerca do tema abordado, terá me-
lhores condições de, não só consolidar seus conhecimentos, mas também 
dialogar de forma coerente e madura com o professor, criando um ambiente 
acadêmico mais rico e exitoso.
Além desse, há outros motivos para a adoção desta Coletânea. Um se-
gundo a ser ressaltado, é o de que o método estimula o desenvolvimento da 
capacidade investigativa do aluno, incentivando-o à pesquisa e, consequen-
temente, proporcionando-lhe maior grau de independência intelectual.
Há, ainda, um terceiro motivo a ser mencionado. As constantes mudan-
ças no mundo do conhecimento — e, por conseqüência, no universo jurídico 
— exigem do profissional do Direito, no exercício de suas atividades, en-
frentar situações nas quais os seus conhecimentos teóricos acumulados não 
Introdução ao Estudo do Direito 3 3Introdução ao Estudo do Direito 3 3 2/1/2008 11:04:092/1/2008 11:04:09
serão, per si, suficientes para a resolução das questões práticas a ele confiadas. 
Neste sentido, e tendo como referência o seu futuro profissional, considera-
mos imprescindível que, desde cedo, desenvolva hábitos que aumentem sua 
potencialidade intelectual e emocional para se relacionar com essa realidade. 
E isto é proporcionado pela Metodologia do Estudo de Casos.
No que se refere à concepção formal do presente material, esclarece-
mos que o conteúdo programático da disciplina a ser ministrada durante o 
período foi subdividido em 15 partes, sendo que a cada uma delas chama-
remos “Semana”. Na primeira semana de aula, por exemplo, o professor 
ministrará o conteúdo condizente a Semana no 1. Na segunda, a Semana no 2, 
e, assim, sucessivamente.
O período letivo semestral do nosso curso possui 22 semanas. O fato 
de termos dividido o programa da disciplina em 15 partes não foi por 
acaso. Levou-se em consideração não somente as aulas que são destinadas 
à aplicação das avaliações ou os eventuais feriados, mas, principalmente, as 
necessidades pedagógicas de cada professor.
Isto porque, o nosso projeto pedagógico reconhece a importância de 
destinar um tempo extra a ser utilizado pelo professor — e a seu critério 
— nas situações na qual este perceba a necessidade de enfatizar de forma 
mais intensa uma determinada parte do programa, seja por sua complexidade, 
seja por ter observado na turma um nível insuficiente de compreensão.
Hoje, após a implantação da metodologia em todo o curso no Estado 
do Rio de Janeiro, por intermédio das Coletâneas de Exercícios, é possí-
vel observar o resultado positivo deste trabalho, que agora chega a outras 
localidades do Brasil. Recente convênio firmado entre as Instituições que 
figuram nas páginas iniciais deste caderno, permitiu a colaboração dos 
respectivos docentes na feitura deste material disponibilizado aos alunos. 
A certeza que nos acompanha é a de que não apenas tornamos as aulas mais 
interativas e dialógicas, como se mostra mais nítida a interseção entre os 
campos da teoria e da prática, no Direito. 
Por todas essas razões, o desempenho e os resultados obtidos pelo alu-
no nesta disciplina estão intimamente relacionados ao esforço despendido 
por ele na realização das tarefas solicitadas, em conformidade com as orien-
tações do professor. A aquisição do hábito do estudo perene e perseverante, 
não apenas o levará a obter alta performance no decorrer do seu curso, como 
também potencializará suas habilidades e competências para um aprendiza-
do mais denso e profundo pelo resto de sua vida.
Lembre-se: na vida acadêmica, não há milagres; há estudo com perse-
verança e determinação. Bom trabalho.
Coordenação Geral do Curso de Direito
Introdução ao Estudo do Direito 4 4Introdução ao Estudo do Direito 4 4 2/1/2008 11:04:092/1/2008 11:04:09
PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO 
DAS COLETÂNEAS DE EXERCÍCIOS
1. O aluno deverá desenvolver pesquisa prévia sobre os temas 
objeto de estudo de cada semana, envolvendo a legislação, a doutri-
na e a jurisprudência e apresentar soluções, por meio da resolução 
dos casos, preparando-se para debates em sala de aula. 
2. Antes do início de cada aula, o aluno depositará sobre a mesa 
do professor o material relativo aos casos pesquisados e pré-resolvidos, 
para que o docente rubrique e devolva no início da própria aula.
3. Após a discussão e solução dos casos em sala de aula, com o 
professor, o aluno deverá aperfeiçoar o seu trabalho, utilizando, ne-
cessariamente, citações de doutrina e/ou jurisprudência pertinentes 
aos casos.
4. A entrega tempestiva dos trabalhos será obrigatória, para efeito 
de lançamento dos graus respectivos (zero a dois), independente-
mente do comparecimento do aluno às provas.
5. Até o dia da AV1 e da AV2, respectivamente, o aluno deverá en-
tregar o conteúdo do trabalho relativo às aulas já ministradas, anexando 
os originais rubricados pelo professor, bem como o aperfeiçoamento dos 
mesmos, organizado de forma cronológica, em pasta ou envelope, devi-
damente identificados, para atribuição de pontuação (zero a dois), que 
será somada à que for atribuída à AV1 e AV2 (zero a oito). 
6. A pontuação relativa à coletânea de exercícios na AV3 (zero 
a dois) será a média aritmética entre os graus atribuídos aos exercí-
cios apresentados até a AV1 e a AV2 (zero a dois).
7. As AV1, AV2 e AV3 valerão até oito pontos e conterão, no 
mínimo, três questões baseadas nos casos
constantes da Coletânea 
de Exercícios.
Coordenação Geral do Curso de Direito
Introdução ao Estudo do Direito 5 5Introdução ao Estudo do Direito 5 5 2/1/2008 11:04:092/1/2008 11:04:09
SUMÁRIO
SEMANA 1
O Direito. A importância e o objeto da disciplina Introdução 
ao Estudo do Direito. Acepções da palavra Direito. O mundo 
natural e o mundo cultural. Juízo de realidade e juízo de valor. 
O ser e o dever ser.
SEMANA 2
Sociedade e Direito — relação de dependência. A qualificação 
do Direito como ciência: (normativa, social, cultural e 
histórica). O Direito e sua função social. Finalidades do 
Direito. Relação entre o Direito e a Moral (Teorias dos 
Círculos). Noções sobre a Teoria Tridimensional do Direito. 
SEMANA 3
Divisões do Direito. O Direito Natural. O Direito Positivo. 
O Direito Objetivo. O Direito Subjetivo. Diferenças entre 
o Direito Público Interno e Externo e o Direito Privado 
Interno e Externo. 
SEMANA 4
Principais ramos do Direito Público Interno: constitucional, 
administrativo, tributário, penal, processual civil e penal. 
A questão do Direito do Trabalho. Ramos do Direito 
Privado Interno: civil e empresarial. A unificação do 
Direito Privado. A questão da superação da dicotomia 
do Direito Público e do Direito Privado. 
SEMANA 5
Fontes do Direito Positivo. Conceito de fontes do Direito 
e classificação. Distinção entre fontes materiais e formais 
do Direito. A lei. Os costumes. O papel da doutrina e 
da jurisprudência no sistema jurídico brasileiro. Súmula 
vinculante.
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Introdução ao Estudo do Direito 7 7Introdução ao Estudo do Direito 7 7 2/1/2008 11:04:102/1/2008 11:04:10
SEMANA 6
A norma jurídica. Conceito. Estrutura da norma jurídica. 
Principais características: abstração, generalidade ou 
universalidade, imperatividade, heteronomia, alteridade, 
coercibilidade, bilateralidade e atributividade.
SEMANA 7
A norma jurídica. Os diversos critérios de classificação das 
normas jurídicas: critério da destinação, critério da existência, 
critério da extensão territorial, critério do conteúdo e 
critério da imperatividade.
SEMANA 8
A lei e o ordenamento jurídico à luz da Constituição 
Brasileira. A hierarquia normativa. O processo de elaboração 
legislativa. Espécies legislativas. Técnica legislativa.
SEMANA 9
Validade das normas (técnico-formal ou vigência, social e 
ética). O início da vigência da lei. A vacância da lei: 
conceito e cômputo. O princípio da obrigatoriedade das 
leis. O princípio da continuidade das leis. Término da 
vigência das leis: revogação (ab-rogação e derrogação). 
Revogação expressa e tácita. A questão da repristinação.
SEMANA 10
Conflitos de leis no tempo. Direito intertemporal. A questão 
da retroatividade e da irretroatividade das leis. 
SEMANA 11
O Direito adquirido (doutrinas de Gabba, Roubier e Lassalle), 
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada no contexto da lei 
de introdução ao Código Civil, da Constituição da República 
e do Código Civil de 2002.
SEMANA 12
Hermenêutica jurídica e interpretação do Direito numa 
abordagem constitucional. A leitura do ordenamento 
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Introdução ao Estudo do Direito 8 8Introdução ao Estudo do Direito 8 8 2/1/2008 11:04:102/1/2008 11:04:10
jurídico à luz dos princípios constitucionais (implícitos e 
explícitos). Conflitos principiológicos no âmbito 
constitucional. Critério da ponderação de interesses e valores.
SEMANA 13
Tipos de interpretação: autêntica, judicial, administrativa, 
doutrinária, literal, racional, lógico-sistemática, sociológica, 
histórica, teleológica, declarativa, extensiva e restritiva.
SEMANA 14 
Aplicação e integração das leis. Elementos de integração 
do Direito: analogia, costumes, princípios gerais do direito 
e eqüidade. 
SEMANA 15
O problema das lacunas e recursos às fontes secundárias 
do Direito. Visão sistemática do ordenamento jurídico: 
antinomia e critérios de solução.
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Introdução ao Estudo do Direito 9 9Introdução ao Estudo do Direito 9 9 2/1/2008 11:04:102/1/2008 11:04:10
Introdução ao Estudo do Direito I
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SEMANA 1 
O Direito. A importância e o objeto da disciplina Introdução ao 
Estudo do Direito. Acepções da palavra Direito. O mundo natu-
ral e o mundo cultural. Juízo de realidade e juízo de valor. O ser 
e o dever ser.
Casos
1. Os diversos significados da palavra “direito”
O direito (1) à vida e à saúde é tutelado no direito (2) brasileiro 
e cabe ao Estado cuidar da saúde e da assistência pública. Com base 
nestes argumentos, Pedro teve reconhecido o direito (3) a receber 
medicamentos do Estado para tratamento de uma doença que con-
traíra. Realmente, não parece direito (4) deixar um cidadão direito 
(5) desassistido. Mas, nem sempre foi assim: apenas com o passar do 
tempo, o estudo do direito (6) reconheceu esses direitos (7) sociais, 
transformando-os em direito (8).
Com base neste texto, responda justificadamente:
a) Identifique os diversos significados da palavra “direito” no 
texto acima, estabelecendo correspondências com os seguintes 
significados: direito subjetivo, direito objetivo, direito positivo, 
justo, correto e ciência jurídica.
b) Diferencie direito positivo de direito objetivo.
c) Quando nos referimos ao direito de uma pessoa ou de muitas, 
estamos nos referindo a que tipo de direito? Conceitue este 
direito.
d) Qual a distinção entre direito e justiça? 
2. Juízo de valor e juízo de realidade
Mário da Silva, juiz de direito no estado de Tocantins, viveu 
sua infância em um lugar pobre, dominado pelo tráfico de entor-
pecentes. Aos dez anos, seu pai foi morto por traficantes da região, 
porque não quis se submeter às regras impostas por eles. Anos mais 
tarde, já como juiz em uma vara criminal, coube a ele julgar um 
caso em que Paulo, um rapaz de 18 anos, sem qualquer antecedente 
criminal, vendia, pela primeira vez, sob coação de traficantes, uma 
Introdução ao Estudo do Direito 11 11Introdução ao Estudo do Direito 11 11 2/1/2008 11:04:102/1/2008 11:04:10
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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trouxinha de maconha a um aluno de sua escola. Mário acabou por 
aplicar uma pesada pena, muito superior àquelas aplicadas por juízes 
daquela região. 
Numa entrevista para a Tribuna do Advogado, em junho/2007, 
o Desembargador do TJ/RS e membro da Associação Juízes para a 
Democracia, Amilton Bueno de Carvalho, em resposta à pergunta se 
acreditava na neutralidade do Direito e da Justiça afirmou: 
O mito da neutralidade, tanto do Direito, quanto da Justiça, 
ou daquele que opera no saber, está superado. (...). Aliás, penso que 
ninguém mais defende esta possibilidade; está sepultada! Mas, apesar 
disso, no momento de agir, alguns ainda se consideram ungidos pela 
capa da neutralidade. Um discurso que, sempre e sempre, está aliado 
aos donos do poder — seja qual for o poder. (O Jurista) Edmundo 
(Arruda Jr.) os denomina de “ventrílocos do poder dominante”.
Ao longo de nossas vidas acumulamos experiências e, por meio 
delas, elegemos as coisas que achamos importantes, como a família, o 
respeito ao próximo e aos compromissos que assumimos, dentre ou-
tras: são os valores norteadores das nossas atitudes. Ao apreciarmos 
qualquer questão, estamos de alguma maneira, expressando nosso 
juízo de valor. Mas há a idéia de que um juiz de direito deva ser neu-
tro na apreciação dos casos que lhe são submetidos. 
De acordo com as posições tomadas pelo entrevistado neste texto, 
responda, justificadamente, ao que se pede:
a) A noção de justiça corresponde, em si mesma, a um juízo de 
valor? E a de direito?
b) Todos têm a mesma compreensão do que venha a ser o “jus-
to” ou cada um tem uma idéia diferente de seu conteúdo? 
c) Analise o caso relatado e os comentários feitos pelo Desem-
bargador no trecho transcrito,
mais precisamente no que se 
refere à influência da ideologia no Direito e na possibilidade 
de absoluta neutralidade do juiz, demonstrando que o Direito 
se produz no mundo da cultura e não no mundo natural.
3. Juízo de valor e juízo de realidade
Juízos de valor são normalmente justificados de maneira dife-
rentes dos juízos de realidade. Maria, Mário, João e José são porta-
Introdução ao Estudo do Direito 12 12Introdução ao Estudo do Direito 12 12 2/1/2008 11:04:102/1/2008 11:04:10
Introdução ao Estudo do Direito I
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dores de doença crônica incurável, que lhes causa muito sofrimento. 
Indagados se preferem à vida ou à morte respondem: 
1. Maria: “A vida é um processo biológico que tem início, meio 
e fim. Ainda estou no meio desse processo”.
2. Mário: “Os avanços da medicina fazem a vida se tornar mais lon-
ga, o encontro da cura de minha doença é uma questão de tempo”. 
3. João: “Creio que a vida é o bem mais precioso do ser humano, 
e dela não abro mão”. 
4. José: “A vida só tem valor quando se pode usufruir dela com 
dignidade e, no estado em que me encontro, isso não ocorre”. 
Diante das posições expressas por Maria, Mário, João e José, res-
ponda o que se pede:
a) Classifique as respostas apresentadas entre as categorias de juí-
zo de valor e de juízo de realidade, justificando sua escolha.
b) Pesquise nos artigos 1º e 5º da Constituição da Federal de 
1988 e transcreva as normas que dão base às posições de João 
e de José. 
c) O Direito constata realidade ou protege valores? Por quê?
Prezado aluno, recomendamos as bibliografias a seguir para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. IV e VIII.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Sa-
raiva, 2004. cap. I, III e IV.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. II e III. 
Referência complementar:
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. I.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. III.
Introdução ao Estudo do Direito 13 13Introdução ao Estudo do Direito 13 13 2/1/2008 11:04:102/1/2008 11:04:10
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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SEMANA 2
Sociedade e Direito — relação de dependência. A qualificação do 
Direito como ciência: (normativa, social, cultural e histórica). 
O Direito e sua função social. Finalidades do Direito. Relação 
entre o Direito e a Moral (Teorias dos Círculos). Noções sobre 
a Teoria Tridimensional do Direito. 
Casos
1. Relação entre direito e moral (teorias dos círculos) e Teo-
ria Tridimensional do Direito
Thiago Souza, menor de idade, recorre à Justiça, requerendo ali-
mentos em face de seus avós. Na oportunidade, a justificativa para tal 
pedido foi a de que teriam esses (avós) melhores condições financeiras 
do que os pais. Porém, a Justiça negou o pedido de alimentos reque-
rido contra os avós, porque, com base no artigo 397, do CC, não ficou 
demonstrada a impossibilidade dos pais poderem prestar assistência ao 
filho menor. Alegou o juiz que a responsabilidade pelos alimentos são, 
em primeiro lugar, dos pais e filhos, e, secundariamente, dos avós e as-
cendentes em grau ulterior, desde que o parente mais próximo não pos-
sa fazê-lo. Nesta mesma direção, a revista jurídica Consulex (ano VIII, 
n. 172), em 15/03/04, já informava que a responsabilidade de avós é 
complementar, valendo apenas nos casos em que os pais não estiverem 
em condições financeiras de prestar a assistência alimentar ao filho.
Várias teorias foram elaboradas para solucionar um dos proble-
mas mais árduos da ciência do direito, qual seja: as diferenças que 
separam os sistemas da moral e do jurídico.
a) A solidariedade sempre foi considerada uma das característi-
cas marcantes das relações familiares, seu verdadeiro alicerce. 
Qual das teorias dos círculos se aplica ao caso em questão, 
fundamentalmente, no que se refere à obrigação de prestação 
de alimentos pelos pais e pelos avós?
b) É cada vez mais comum crianças buscarem complementar seu 
sustento com a ajuda dos avós por intermédio de ações pro-
posta na justiça. A razão disto é que a sociedade considera a 
solidariedade um valor. 
Introdução ao Estudo do Direito 14 14Introdução ao Estudo do Direito 14 14 2/1/2008 11:04:102/1/2008 11:04:10
Introdução ao Estudo do Direito I
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Segundo Miguel Reale, o Direito se produz a partir de fatos, 
considerados importantes, a que se atribui um valor especial, mere-
cendo, portanto, a proteção por meio de uma norma jurídica: esta, de 
maneira bem simples, sintetiza a Teoria Tridimensional do Direito. 
Enquadre a situação relatada na Teoria Tridimensional do Direi-
to, distinguindo fato, valor e norma. Justifique.
c) A solidariedade já esteve mais vinculada ao âmbito da mora-
lidade do que ao do direito. Atualmente, entretanto, ela vem 
sendo assimilada pelos ordenamentos jurídicos, tanto assim 
que a expressão aparece no Preâmbulo e no inciso I, do art. 3º, 
da Constituição da República de 1988, por exemplo. Pesquise, 
no art. 170, da Constituição brasileira, as outras formas em 
que a solidariedade se apresenta na atividade econômica do 
país, transcrevendo-as. 
2. Moral como instrumento de controle social e Teoria Tridi-
mensional do Direito
A revista trimestral de Direito Civil, n. 20, p. 276, destacou o 
seguinte caso concreto:
Spam obsceno leva à condenação adolescente na Rússia
Um adolescente que mandou uma mensagem obscena para 
15.000 telefones celulares foi o primeiro réu a ser condenado pela 
prática de spam na Rússia. O estudante de Chelyabinsk invadiu o sis-
tema de uma das maiores operadoras de celular e usou um programa 
especial para mandar a mensagem. Ele foi condenado a um ano sob 
observação e uma multa de 3.000 rublos (cerca de 300 reais). 
Fonte: Reuters, 26/04/2004.
Desconsiderando o fato de a situação ter se passado com um 
adolescente na Rússia, responda ao que se pede justificadamente.
a) As normas morais e jurídicas são instrumentos de controle 
social? Fundamente sua resposta.
b) Diferencie a Moral de Direito, a partir das suas características.
c) É correto dizer que Direito e Moral são independentes? Justifi-
que sua resposta, comentando, sucintamente, o caso concreto 
em exame, à luz das teorias que envolvem essa questão.
Introdução ao Estudo do Direito 15 15Introdução ao Estudo do Direito 15 15 2/1/2008 11:04:112/1/2008 11:04:11
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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d) Observamos que cada vez mais são enviadas mensagens in-
convenientes, sem que o destinatário possa exercer qualquer 
controle sobre elas. Este fato, hoje comum, tem despertado a 
atenção da sociedade, por representar um desvalor, uma vez 
que crianças e outras pessoas desavisadas podem ter acesso a 
um conteúdo que lhes soam agressivo e imoral. 
O desvalor também pode gerar norma jurídica? Justifique, en-
quadrando o caso concreto na Teoria Tridimensional do Direito.
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica:
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. III, IV, V, VI e XL.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. V e VI. 
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. III e V.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. II e VI.
SEMANA 3
Divisões do Direito. O Direito Natural. O Direito Positivo. O Di-
reito Objetivo. O Direito Subjetivo.
Diferenças entre o Direito 
Público Interno e Externo e o Direito Privado Interno e Externo. 
Casos
1. Diferenças entre Direito Público e Direito Privado
Carlos, fotógrafo amador, necessitando de local para morar e 
sabedor que seu amigo Robson possuía, vago e sem utilização, um 
apartamento situado em zona nobre da cidade, faz a este proposta de 
locação do imóvel. Para tanto, celebraram contrato de locação resi-
Introdução ao Estudo do Direito 16 16Introdução ao Estudo do Direito 16 16 2/1/2008 11:04:112/1/2008 11:04:11
Introdução ao Estudo do Direito I
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dencial, em que estavam previstas as obrigações do locatário (Carlos) 
e do locador (Robson). Após um determinado tempo, Robson obser-
va que o Carlos não vinha cumprindo com o dever contratualmente 
estabelecido de manter o imóvel em condições adequadas para o fim 
do contrato, já que ele quebrou todas as paredes internas do aparta-
mento, transformando-o em um estúdio fotográfico. 
Em razão disso, a questão foi levada à Justiça e o contrato foi ex-
tinto, por culpa do locatário, o qual veio, inclusive, a ser condenado 
a arcar com as despesas para reconstituição do imóvel no estado em 
que foi recebido.
Levando em consideração o caso proposto, responda justifica-
damente.
a) A relação jurídica entre Carlos e Robson está no campo do 
Direito Público ou Privado? O que justifica sua resposta?
b) Fala-se, cada vez mais, na aproximação do Direito Público do 
Direito Privado ou nos fenômenos da privatização do Direito 
Público e na publicização do Direito Privado. Por exemplo: em-
bora o direito de família seja predominantemente privado, tanto 
assim que suas regras se encontram no Código Civil, não é possí-
vel casar-se, separar-se judicialmente ou divorciar-se sem a in-
tervenção do Estado. Trata-se aqui, portanto, da publicização 
do direito privado. Procure exemplos, no cotidiano, em que 
ocorre o contrário, ou seja, a privatização do Direito Público.
c) O que dizem os autores mais modernos quanto a esta divisão 
do Direito em público e privado?
2. Direito Interno e Externo
Ricardo Augusto, brasileiro, solteiro e sem filhos, morou em 
Campinas, sua cidade natal, até completar 40 anos. Reconhecido 
profissional do ramo da moda, estabeleceu domicílio na França, 
quando foi convidado para trabalhar em uma das mais importantes 
griffes mundiais. Na oportunidade, vendeu todos os seus bens no Bra-
sil e comprou um apartamento em Paris, onde passou a residir com 
seu companheiro até seu falecimento. Cinco anos depois, veio a fale-
cer, deixando, como bens, além do citado apartamento, um carro.
Introdução ao Estudo do Direito 17 17Introdução ao Estudo do Direito 17 17 2/1/2008 11:04:112/1/2008 11:04:11
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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Os pais de Ricardo, únicos herdeiros, sem saber como agir em 
relação aos bens deixados pelo filho, procuram você, na qualidade de 
advogado, para saber em que país seria possível correr o processo para 
transmissão dos bens de Ricardo (sucessão patrimonial), uma vez que, 
segundo a lei brasileira, são eles seus únicos herdeiros, mas, segundo a 
lei francesa, a união homoafetiva é reconhecida legalmente. 
Analise o caso concreto e responda de forma fundamentada:
a) Diante do que informa o art. 10, da Lei de Introdução ao Có-
digo Civil (LICC), a que regras deveria obedecer o processo 
de sucessão no caso concreto antes relatado: as do Direito 
Interno ou do Direito Externo? 
b) Diferencie conceitualmente Direito Interno de Direito Exter-
no, apresentando exemplos de um e de outro. 
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XXXV e XXXVI.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XXV e XXVI.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. III e XXI.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. IV, XV, XVI, XVII, XVIII e XIX.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. III, IV e V.
SEMANA 4
Principais ramos do Direito Público Interno: constitucional, ad-
ministrativo, tributário, penal, processual civil e penal. A questão 
Introdução ao Estudo do Direito 18 18Introdução ao Estudo do Direito 18 18 2/1/2008 11:04:112/1/2008 11:04:11
Introdução ao Estudo do Direito I
19
do Direito do Trabalho. Ramos do Direito Privado Interno: civil e 
empresarial. A unificação do Direito Privado. A questão da supe-
ração da dicotomia do Direito Público e do Direito Privado. 
Casos
1. Ramos do Direito
A revista trimestral de Direito Civil, n. 24, p. 286, destacou o 
seguinte caso concreto:
Tratamento especial para dor nas costas
No Oregon, uma paciente está processando seu médico por tê-la 
convencido de que manter relações sexuais com ele era uma parte neces-
sária do seu tratamento para dor nas costas. O médico, Randall Smith, 
já perdeu a licença e foi preso por 60 dias por ter cobrado US$ 5.000,00 
do Sistema de Saúde do Oregon pelos 45 minutos de “tratamento”, que 
pretendia aliviar as dores agudas que a paciente sentia na lombar. A 
ação agora movida pela paciente alega negligência médica e dano moral. 
Embora tenha reconhecido a culpa pela acusação de falso tratamento 
médico, o doutor Randall Smith alega que o sexo foi consensual.
Fonte: Reuters, 04/10/2005.
a) Diferencie conceitualmente Direito Processual de Direto 
Material. 
b) Ao ajuizar a ação, a paciente está fazendo uso de que modali-
dade de Direito? Justifique.
c) Para ajuizar uma ação, é necessário ocorrer ameaça ou violação 
de um Direito Material? Justifique. 
2. Dicotomia — Direito Público e Privado
Maria da Silva é proprietária de uma fazenda improdutiva, de 
grandes proporções, no interior do estado de Mato Grosso. O gover-
no federal, ciente dos diversos conflitos de terra na região liderada 
pelo MST (Movimento dos Sem-Terra), resolve promover a desapro-
priação da fazenda para fins de reforma agrária. Maria, inconformada, 
contesta a decisão, alegando que o direito brasileiro consagra a pro-
priedade privada, de forma que não pode o Estado interferir nesta 
esfera, tendo em vista o art. 5º, inciso XXII, e o art. 170, inciso II, da 
Constituição da República de 1988. 
Introdução ao Estudo do Direito 19 19Introdução ao Estudo do Direito 19 19 2/1/2008 11:04:112/1/2008 11:04:11
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
20
Responda, justificadamente, às perguntas abaixo:
a) Tendo em vista, o que informa o inciso XXIII, do art. 5º; o 
art. 170, inciso III; o art. 186, todos da Constituição da Re-
pública, e o argumento proposto por Maria, como podemos 
conciliar a propriedade com a sua função social? 
b) No direito brasileiro, o direito de propriedade está na esfera 
do Direito Público ou Privado?
3. A propriedade à luz do Direito Público e do Direito Privado
O governo do Estado do Mato Grosso do Sul resolve construir 
um hospital na periferia da cidade de Campo Grande. Como não tinha 
área disponível para tal, promoveu a desapropriação de um grande ter-
reno pertencente a João da Silva, pagando-lhe uma indenização. Entre-
tanto, não conseguindo aprovar, na Assembléia Legislativa, verba para 
a construção do hospital, o terreno ficou abandonado por muitos anos. 
Nesse intervalo de tempo, Washington e sua família, não tendo onde 
morar, edificaram ali a sua residência, onde permanece a sete anos. 
Recentemente, obtida a verba para construção do referido hospital, o 
Estado pretende agora retirar Washington e sua família para dar início 
às obras, alegando não só o seu direito de propriedade, como
também 
a função social que será dada à propriedade, com a construção do hos-
pital, que atenderá a toda a população mais carente da região.
Responda, justificadamente, às perguntas abaixo:
a) Na sua opinião, os argumentos do Estado procedem? 
b) À luz da Medida da Provisória nº 2.220, de 4 de setembro de 
2001, quem está com a razão? Justifique. 
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XXXV e XXXVI.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XXV e XXVI.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. III e XXI.
Introdução ao Estudo do Direito 20 20Introdução ao Estudo do Direito 20 20 2/1/2008 11:04:112/1/2008 11:04:11
Introdução ao Estudo do Direito I
21
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. IV, XV, XVI, XVII, XVIII e XIX.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. III, IV e V.
SEMANA 5
Fontes do Direito Positivo. Conceito de fontes do Direito e clas-
sificação. Distinção entre fontes materiais e formais do Direito. 
A lei. Os costumes. O papel da doutrina e da jurisprudência no 
sistema jurídico brasileiro. Súmula vinculante.
Casos
1. Fontes materiais (substanciais ou sentido sociológico) e 
fontes formais (cognição ou conhecimento)
Tem-se, como fonte material do Direito, os fatos sociais, eco-
nômicos, geográficos, dentre outros, em que a sociedade se apóia 
para a produção do Direito. As fontes formais, também chamadas 
de conhecimento ou de cognição, são as formas pelas quais se exte-
riorizam, como a lei, em sentido amplo, e a jurisprudência. Recente-
mente, entrou em vigor a Lei nº 11.464, de 28 de setembro de 2007, 
denominada Lei de Drogas (fonte formal). Esta lei tem uma fonte 
material que lhe deu suporte. 
A partir da leitura de seus dispositivos, responda:
a) Houve algum fato social, econômico etc. que tenha dado en-
sejo à elaboração desta lei? Em caso afirmativo, quais serão 
eles na sua opinião? Justifique. 
b) Para toda lei, em sentido amplo, deve existir uma fonte mate-
rial, direta ou substancial? Por quê?
2. Súmula Vinculante
O governador do Estado do Amapá resolve criar um bingo para 
arrecadar fundos para financiar projetos sociais em seu Estado. O Pro-
curador Geral do Estado, entretanto, desaconselhou a medida, tendo 
Introdução ao Estudo do Direito 21 21Introdução ao Estudo do Direito 21 21 2/1/2008 11:04:112/1/2008 11:04:11
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
22
em vista a Súmula Vinculante nº 2. O governador, entretanto, afir-
mando que súmula não tem força de lei, determina que assessores to-
mem as providências necessárias para a instalação do referido bingo.
“Súmula nº 2. Declara a inconstitucionalidade de lei estadual 
ou distrital que dispõe sobre loterias e jogo de azar.”
As súmulas vinculantes estão previstas no art. 103-A, da Cons-
tituição Federal.
Pergunta-se:
a) O que distingue lei, súmula e súmula vinculante?
b) À luz do art. 103-A, diga qual é o argumento mais adequado: 
o do Procurador ou o do Governador? Justifique. 
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XIV, XV, XVI, XVII e XVIII.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XII, XIII e XIV.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. XVIII.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. IX, X, XI, XII e XIII.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. VII.
SEMANA 6
A norma jurídica. Conceito. Estrutura da norma jurídica. Prin-
cipais características: abstração, generalidade ou universalidade, 
imperatividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade, bilatera-
lidade e atributividade.
Introdução ao Estudo do Direito 22 22Introdução ao Estudo do Direito 22 22 2/1/2008 11:04:122/1/2008 11:04:12
Introdução ao Estudo do Direito I
23
Casos
1. Características da norma jurídica
João, dirigindo seu automóvel em alta velocidade, atropela Maria. 
Hospitalizada, Maria submete-se a duas cirurgias, ficando impossibilitada 
de trabalhar por três meses. Tendo em vista os prejuízos que lhe foram 
causados, a vítima ajuizou ação de ressarcimento por danos morais e ma-
teriais sofridos, com pedido julgado procedente para condenar João ao 
pagamento de R$ 50 mil reais. João deixou de cumprir a decisão, razão 
pela qual teve seu carro penhorado e vendido por ordem do juiz para o 
pagamento da dívida. O juiz, para fundamentar sua decisão, baseou-se 
nos artigos 186 e 927, do Código Civil, que determinam o seguinte:
Art. 186 — Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negli-
gência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda 
que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927 — Aquele que por ato ilícito (art. 186 e 187) causar 
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Identifique, no caso, a partir dos artigos de lei transcritos, as 
seguintes características da norma jurídica: abstração, generalidade, 
imperitividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade e bilaterali-
dade e atributividade.
2. Característica das normas jurídicas
Analise o caso a seguir e responda ao que se pede, de forma 
justificada.
Sem-terra e polícia se confrontam no RS
MST foi proibido pela Justiça de entrar em Almirante Tamandaré 
do Sul; nove pessoas acabaram feridas. 
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem 
Terra) do Rio Grande do Sul ficaram feridos ontem em confronto 
com a Brigada Militar, na BR-386, próximo a Almirante Tamandaré 
do Sul (315 km de Porto Alegre).(...)
Os sem-terra foram proibidos pela Justiça de entrarem no municí-
pio, que fica a 30 km de Coqueiros do Sul, para onde estão se dirigindo. 
Em Coqueiros do Sul, os sem-terra pretendem invadir a fazenda Guer-
ra para pedir sua desapropriação.
Introdução ao Estudo do Direito 23 23Introdução ao Estudo do Direito 23 23 2/1/2008 11:04:122/1/2008 11:04:12
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
24
A entrada no município também está proibida por decisão judi-
cial. Coordenador do MST, Nilton Lima, disse que a Brigada Militar 
agiu com “truculência”. Segundo ele, as famílias estavam seguindo em 
direção à fazenda Guerra “pacificamente”.O tenente-coronel Mendes 
negou a truculência. “Eles estavam forçando a barra e tentando entrar 
em um lugar para o qual não têm permissão”. 
Fonte: Agência Folha, Porto Alegre, 25/10/2007.
a) A ação da polícia, como representante do Estado, deve ser 
normatizada pelo Direito?
b) É possível que, em razão de suas atribuições, em certas situa-
ções, possa a polícia agir sem respeitar as normas legais?
c) Que características da norma jurídica ficaram em evidência 
com a operação da Polícia Militar no Rio Grande do Sul, no 
caso relatado?
3. Características da norma jurídica
Assinale a afirmativa correta e justifique sua opção.
No filme “Náufrago”, sucesso de bilheteria recente, Chuck No-
land (interpretado por Tom Hanks) é um inspetor da Federal Express 
(FedEx), multinacional encarregada de enviar cargas e correspon-
dências pelo mundo afora. Porém, em uma de suas costumeiras via-
gens, ocorre um acidente, que o deixa preso em uma ilha comple-
tamente deserta, por quatro anos. Com sua
noiva (interpretada por 
Helen Hunt) e seus amigos imaginando que ele morrera no acidente, 
Chuck precisa lutar para sobreviver, tanto fisica quanto emocional-
mente, a fim de que um dia consiga retornar à civilização. 
Tomando como base o caso apresentado pelo filme citado, no 
qual Chuck não tem a companhia de qualquer outro ser humano, 
podemos afirmar que, ainda assim, o direito e suas regras se fazem 
necessários? Por quê?
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica:
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. V.
Introdução ao Estudo do Direito 24 24Introdução ao Estudo do Direito 24 24 2/1/2008 11:04:122/1/2008 11:04:12
Introdução ao Estudo do Direito I
25
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. V e IX.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. V.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. VI.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. VIII.
SEMANA 7
A norma jurídica. Os diversos critérios de classificação das nor-
mas jurídicas: critério da destinação, critério da existência, cri-
tério da extensão territorial, critério do conteúdo e critério da 
imperatividade.
Casos
1. Classificação das normas jurídicas
Julieta, com 14 anos, grávida, casou-se às escondidas com Ro-
meu, também com 14 anos. Quando as famílias descobriram o casa-
mento, buscaram auxílio de um advogado para informarem-se acerca 
da possibilidade de anulação do referido casamento. O advogado, 
então, mostrou-lhes os seguintes artigos do Código Civil:
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem 
casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus represen-
tantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de 
quem ainda não alcançou a idade núbil (art. 1517), para evitar impo-
sição ou cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I — de quem não completou a idade mínima para casar;
II — do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu 
representante legal;
Introdução ao Estudo do Direito 25 25Introdução ao Estudo do Direito 25 25 2/1/2008 11:04:122/1/2008 11:04:12
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
26
III — por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV — do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, 
o consentimento;
V — realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente 
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação en-
tre os cônjuges;
VI — por incompetência da autoridade celebrante.
Parágrafo único. Equipara-se à revogação a invalidade do man-
dato judicialmente decretada.
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento 
de que resultou gravidez.
Com base nos artigos acima, responda justificadamente o que 
se pede:
a) De acordo com o critério do conteúdo, classifique as normas 
citadas acima.
b) Consoante com o critério da imperatividade, as normas des-
critas seriam cogentes ou dispositivas? Justifique.
2. Classificação das normas jurídicas
Analise o caso abaixo e responda ao que se pede, de forma 
justificada.
Agressores vão ser indiciados por formação de quadrilha
Além do processo por latrocínio, os cinco jovens de classe média 
alta da Barra da Tijuca que espancaram a empregada doméstica Sirlei 
Dias de Carvalho responderão também por formação de quadrilha. 
Os investigadores da 16ª Delegacia de Polícia (Barra) encontraram 
ontem uma outra vítima do grupo, ainda não identificada, que afir-
mou ter sido agredida pelos meninos em outra ocasião, também na 
Barra. A vítima será chamada para depor (...).
Fonte: Jornal do Brasil, 28/6/2007.
O crime de formação de quadrilha está tipificado no Código Pe-
nal Brasileiro, em seu art. 288, que assim dispõe:
Art. 288. Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou 
bando, para fim de cometer crimes:
Pena — reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.
Introdução ao Estudo do Direito 26 26Introdução ao Estudo do Direito 26 26 2/1/2008 11:04:122/1/2008 11:04:12
Introdução ao Estudo do Direito I
27
Parágrafo único. A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou 
bando é armado.
Classifique a norma jurídica transcrita, sob os seguintes critérios: 
a) destinação; b) extensão territorial; c) conteúdo; d) abrangência; 
e) imperatividade.
3. Classificação das normas jurídicas
Pedro alugou seu imóvel residencial para Gustavo, pelo prazo de 
30 meses. O pagamento dos aluguéis deverá ser realizado no domicí-
lio do locador, com base nas disposições do rt. 327, do Código Civil 
transcrito a seguir:
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, 
salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário 
resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao cre-
dor escolher entre eles.
Após a assinatura do contrato, Gustavo questiona a cláusula 
contratual que estipula o local do pagamento dos aluguéis no domi-
cílio de Pedro.
Diante do argumento apresentado por Gustavo e da análise do 
art. 327 do Código Civil, esta norma apresenta um caráter dispositivo 
ou cogente? Justifique. 
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica:
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. IX.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XI.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. V.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. VI, VII e VIII.
Introdução ao Estudo do Direito 27 27Introdução ao Estudo do Direito 27 27 2/1/2008 11:04:122/1/2008 11:04:12
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
28
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. VIII.
SEMANA 8
A lei e o ordenamento jurídico à luz da Constituição Brasileira. 
A hierarquia normativa. O processo de elaboração legislativa. Es-
pécies legislativas. Técnica legislativa.
Casos
1. Processo legislativo de leis complementares
Para contornar as dificuldades financeiras pelas quais passa 
a União Federal, a Comissão Tributária da Câmara de Deputados 
apresenta projeto de lei complementar com o objetivo de aumentar a 
arrecadação. Portanto, estabelece uma série de medidas a serem ado-
tadas pelo Ministério da Fazenda, determinando, inclusive, a criação 
de um setor próprio de fiscalização.
O projeto de lei tem tramitação regular, sendo aprovado pela 
Câmara dos Deputados. Depois, é encaminhado diretamente para a 
sanção do Presidente da República, devido à urgência da matéria. O 
referido projeto é sancionado tacitamente, sendo promulgado pelo 
Presidente da Câmara de Deputados.
Marcelo nega-se a pagar o imposto com base na nova alíquota, 
terminando por ser autuado pelo setor de fiscalização criado pela lei 
federal, no exercício das atribuições nela previstas. 
Irresignado, o contribuinte sustenta a inconstitucionalidade da 
lei, entendendo ser de iniciativa privativa do Chefe do Executivo 
— a teor do art. 61, § 1º, II, b, art. 65, e art. 66, da Constituição 
da República — o projeto de lei que trate de matéria tributária e o 
regular processo legislativo. 
Pergunta-se:
a) Em que consiste o fenômeno jurídico da inconstitucionalidade?
b) Diante do exposto, houve alguma(s) inconstitucionalidade(s) 
na tramitação do projeto de lei complementar? Em caso po-
sitivo, mencione a(s) inconstitucionalidade(s), indicando o 
fundamento constitucional.
Introdução ao Estudo do Direito 28 28Introdução ao Estudo do Direito 28 28 2/1/2008 11:04:122/1/2008 11:04:12
Introdução ao Estudo do Direito I
29
Questão
1. Técnica Legislativa
• “OAB é a favor da interrupção da gravidez em casos de anen-
cefalia” (Folha de S.Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2004).
• “CNBB reforça opção contra aborto de feto anencéfalo” — 
(Folha de S.Paulo, 17 de agosto de 2005).
• “Conselho (Nacional de Saúde) apóia interrupção de gravidez 
em casos de anencefalia” (São Paulo, 10 de março de 2005).
• “TJ-RS nega habeas corpus para autorizar aborto por anence-
falia” (Globo.com, em 27 de julho de 2007).
Essas foram algumas das muitas manchetes acerca da possibili-
dade de interrupção da gravidez em caso de feto anencefálico, veicu-
ladas pelos meios de comunicação nos últimos anos. A anencefalia 
consiste em malformação, caracterizada pela ausência total ou par-
cial do encéfalo e da calota craniana. Trata-se de patologia fetal, letal 
na maioria dos casos. Bebês com anencefalia possuem expectativa de 
vida muito curta. O STF (Supremo Tribunal Federal) deve voltar a 
discutir este ano a possibilidade, ou não, de interrupção da gravidez 
(aborto) nos casos de fetos com anencefalia, quando a questão será 
julgada em definitivo. 
A discussão acerca da anencefalia vem gerando imensa reper-
cussão, não só nos meios sociais, como também no ambiente jurídi-
co. Isto porque a atual legislação brasileira somente permite o aborto 
nas hipóteses de risco de morte para a gestante ou quando a gravidez 
tenha acontecido em razão de estupro (art. 128, do CP). 
Participe de forma mais aprofundada sobre essa temática, elabo-
rando um projeto de lei cujo objeto seja dar novo tratamento às hi-
póteses de realização de aborto. No seu projeto, você poderá restrin-
gir as hipóteses atualmente permissivas (as duas descritas no art. 128, 
do Código Penal) ou mesmo ampliar esse rol. É importante que o seu 
projeto de lei possua uma exposição de motivos. 
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Introdução ao Estudo do Direito 29 29Introdução ao Estudo do Direito 29 29 2/1/2008 11:04:122/1/2008 11:04:12
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
30
Referência básica: 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XIV e XXIII.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XIII.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. IV e XV.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. X e XXXV.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. IX e X.
SEMANA 9
Validade das normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). 
O início da vigência da lei. A vacância da lei: conceito e cômputo. 
O princípio da obrigatoriedade das leis. O princípio da continui-
dade das leis. Término da vigência das leis: revogação (ab-ro-
gação e derrogação). Revogação expressa e tácita. A questão da 
repristinação.
Casos
1. Validade e efetividade das normas jurídicas 
Cleonice, dona-de-casa, mãe de quatro filhos, cansada de ser 
agredida fisicamente pelo seu marido, Luvanor, resolve tomar pro-
vidências. Todavia, ao procurar a delegacia de sua cidade, situada 
no interior do Ceará, a fim de registrar a ocorrência da mais recente 
agressão, fica sabendo que, caso desse prosseguimento ao registro, 
haveria a possibilidade de decretação de prisão preventiva de Luva-
nor. Sendo este o único provedor da casa, preferiu Cleonice abdicar 
de fazer a ocorrência, temerosa de vir ela e seus filhos a passarem 
necessidades materiais. 
Introdução ao Estudo do Direito 30 30Introdução ao Estudo do Direito 30 30 2/1/2008 11:04:132/1/2008 11:04:13
Introdução ao Estudo do Direito I
31
Sobre esse tema, o mundo jurídico vem debatendo 
A revista RT Informa (ano VIII, n. 49, maio/junho, Editora Re-
vista dos Tribunais, 2007, p. 16) tratou do tema, apresentando alguns 
pontos divergentes, mas bastante interessantes. Vejamos: 
Os números da violência contra a mulher no ambiente domés-
tico são alarmantes. Segundo pesquisa sobre a condição feminina 
em 54 países, organizada em 2004 pela Sociedade de Vitimologia, 
instituição com sede na Holanda, as mulheres brasileiras são as que 
mais sofrem: 23% estão sujeitas à violência doméstica(...). Segun-
do Rogério Sanches Cunha, membro do Ministério Público de São 
Paulo e co-autor do livro Violência Doméstica, a lei cria meca-
nismos para coibir a violência doméstica e familiar contra as mu-
lheres, nos termos do parágrafo 8º, do artigo 226, da Constituição 
Federal (...). O autor acredita que os mecanismos legais até então 
existentes se revelaram inaptos para fazer frente à criminalidade 
contra as mulheres. Assim, foi opção do legislador adotar critérios 
mais rígidos de punição, prevendo, por exemplo, a possibilidade de 
decretação de prisão preventiva, a retirada das ações do âmbito dos 
Juizados Especiais Criminais, a desistência da ação apenas perante 
o juiz e a proibição de aplicação de medidas despenalizadoras (...). 
Após quase um ano em vigor, a lei ainda gera divergência sobre 
sua efetividade. “Uma corrente de profissionais diz, por exemplo, 
que a ameaça de decretação da prisão preventiva acarretou uma 
redução ao número de agressões contra as mulheres. Outra, porém, 
afirma que os ataques continuam, mas, na verdade, é a vítima que 
deixou de denunciar o fato, temerosa com a possibilidade de prisão 
do agressor; capaz de acarretar-lhe privações de ordem econômica, 
emocional ou afetiva”. Segundo Ronaldo Pinto, também membro 
do Ministério Público de São Paulo e co-autor do livro Violência 
Doméstica, “O fato é que já tivemos casos de agressores presos em 
flagrante e o número de agressões diminuiu”. Os autores admitem 
que essa nova lei colabora para um sentimento de maior proteção, 
mas há longo caminho a percorrer. Apesar dos esforços, segundo 
pesquisa do Data Senado, após seis meses da promulgação da Lei 
Maria da Penha, apenas 40% das mulheres submetidas a situações 
de violência denunciaram o agressor.
Introdução ao Estudo do Direito 31 31Introdução ao Estudo do Direito 31 31 2/1/2008 11:04:132/1/2008 11:04:13
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
32
a) Estabeleça a distinção entre os conceitos de validade formal 
(vigência), validade social (eficácia) e validade ética (legiti-
midade) da norma jurídica.
b) A Lei Maria da Penha tem o propósito de proteger mulheres, 
como Cleonice, das agressões de seus maridos. Diante do fato 
de que muitas vítimas hoje deixam de denunciar as agressões 
sofridas, com temor de que a prisão de seus agressores possa 
acarretar-lhes privações de ordem econômica, emocional e 
afetiva, seria a Lei Maria da Penha eficaz? Justifique.
c) Pode uma norma jurídica ser válida sem ser eficaz? E o contrário?
2. Revogação da lei ab-rogação e derrogação
O artigo 2.045, do Código Civil, diz o seguinte: “Revogam-se a 
Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 — Código Civil — e a Parte 
Primeira do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850”.
O artigo 2º do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, 
Lei de Introdução ao Código Civil, diz o seguinte: “Não se destinan-
do à vigência temporária, a Lei terá vigor até que outra a modifique 
ou a revogue”. 
Analisando os textos dos artigos mencionados, tanto do Código 
Civil, quanto da Lei de Introdução ao Código Civil, responda o
que 
se segue:
a) Explique o que é a revogação de uma lei. Fundamente. 
b) Qual(is) é (são) a(s) forma(s) de revogação de uma lei. Justifique. 
c) Que espécies de revogação estão consignadas no artigo 2.045, 
do Código Civil Brasileiro?
3. Início e término de vigência das leis
Manuel Augusto, estagiário do escritório Cançado & Cançado 
Advogados Associados, chega ofegante à porta do Fórum de sua ci-
dade, depois de uma corrida louca contra o tempo. Constata, quase 
em lágrimas, que, para seu desespero, o relógio marca 17:33 horas. 
Ou seja, o expediente do Fórum encerrou as 17:30 horas e ele não 
conseguiu chegar a tempo de protocolar a petição que seu patrão, 
Dr. Cançado, tanto recomendara, pois o prazo terminava justo hoje, 
sexta-feira, 27.06.99. Depois de ficar alguns instantes quieto, Ma-
Introdução ao Estudo do Direito 32 32Introdução ao Estudo do Direito 32 32 2/1/2008 11:04:132/1/2008 11:04:13
Introdução ao Estudo do Direito I
33
nuel Augusto abre um enorme sorriso ao se lembrar de que já está em 
vigor a Lei nº 9.800, de 26.05.99, cujo art 1º estabeleceu: “Art. 
10 — É permitida às partes a utilização de sistema de transmissão de 
dados e imagens tipo fac-símile ou outro similar, para a prática de atos 
processuais que dependam de petição escrita” . Além do que dispõe 
seu art. 6º: “Art. 6º — Esta Lei entra em vigor trinta dias após a data 
de sua publicação”. 
O final feliz deste caso dependerá dos conhecimentos de Ma-
nuel Augusto sobre o início e o término da vigência das leis. Vamos 
ajudá-lo, respondendo o que se pede:
a) Como se denomina o período de tempo decorrido entre a pu-
blicação da lei e o início da sua vigência? 
b) Para que serve a fixação do referido prazo? Fundamente.
c) No intervalo entre a publicação da lei nova e o início da sua 
vigência, que lei deverá ser observada? Fundamente.
d) Como deverá ser contado o referido prazo? Justifique.
e) Quando se dará o término da vigência da Lei nº 9.800, de 26 
de maio de 1999? Fundamente.
f) Poderá Manuel Augusto valer-se da nova Lei e conseguir cum-
prir a tarefa que lhe havia sido dada por Dr. Cançado? Como?
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro 
de 1988. São Paulo: Saraiva.
BRASIL. Código Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. X e XIV.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. X.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. V e XIX.
Introdução ao Estudo do Direito 33 33Introdução ao Estudo do Direito 33 33 2/1/2008 11:04:132/1/2008 11:04:13
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
34
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. IV e XXI.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. X.
SEMANA 10
Conflitos de leis no tempo. Direito intertemporal. A questão da 
retroatividade e da irretroatividade das leis. 
Casos
1. A questão da retroatividade e da irretroatividade das leis
Partindo da constatação de que a Constituição da República de 
1988 estabelece que a irretroatividade da lei é regra no nosso sistema 
jurídico, mas, ao mesmo tempo, admite uma exceção, pois, de acordo 
com o artigo 5º, XL, da Constituição Federal, a lei penal não retroa-
girá, salvo para benefício do réu, responda às perguntas a seguir:
a) Robson Caveirinha, preso na delegacia de Altamira (PA), ob-
teve sua liberdade provisória sob o amparo de lei que, depois, 
veio a ser derrogada por outra que impedia a concessão desse 
benefício. Poderá a nova lei prejudicar a situação que tinha 
sido concedida a Robson sob a lei anterior? Por quê? 
b) E como ficaria a situação de Robson Caveirinha se estiver 
preso sob determinadas condições impostas pela lei e uma lei 
nova considere que tais condições não impedem a libertação 
provisória? Justifique.
2. Ato jurídico perfeito e irretroatividade 
O ato jurídico perfeito é o já consumado, segundo a norma vi-
gente, ao tempo em que se efetuou, produzindo seus efeitos jurídicos, 
uma vez que o direito gerado foi exercido. É o que já se tornou apto 
para produzir os seus efeitos.
Ana Maria recebe, do INSS, benefício de pensão por morte de 
seu esposo, desde 1978. No entanto, fica sabendo que, com a edição 
Introdução ao Estudo do Direito 34 34Introdução ao Estudo do Direito 34 34 2/1/2008 11:04:132/1/2008 11:04:13
Introdução ao Estudo do Direito I
35
da Lei nº 8.213/91 e da Lei nº 9.032/95, pela nova fórmula de calcu-
lar, ficou maior o valor do benefício e, em seu caso específico, repre-
sentaria uma elevação de 100% sobre o seu salário-de-benefício.
Ana Maria ouviu falar num tal de “ato jurídico perfeito” que a im-
possibilitaria de ter o reajuste em sua pensão e, como pretende o reco-
nhecimento do direito à revisão de seu benefício previdenciário, procura 
você, seu advogado, para que a esclareça e promova a ação judicial. 
Responda, então, às perguntas feitas por Ana Maria.
a) O que é ato jurídico perfeito? Justifique.
b) Existe lei sobre isso? Fundamente. 
c) Isso ajuda ou atrapalha na solução do caso? Justifique seu po-
sicionamento.
d) A aplicação de uma lei nova sobre um ato jurídico perfeito e 
acabado fere qual preceito constitucional? Fundamente sua 
resposta.
e) No caso concreto narrado, é possível entrar com a ação judi-
cial em face do INSS, pleiteando o benefício decorrente das 
novas leis? Justifique.
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro 
de 1988. São Paulo: Saraiva.
BRASIL. Código Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XXIV.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. XIX.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. XXV.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. X.
Introdução ao Estudo do Direito 35 35Introdução ao Estudo do Direito 35 35 2/1/2008 11:04:132/1/2008 11:04:13
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
36
SEMANA 11 
O Direito adquirido (doutrinas de Gabba, Roubier e Lassalle), o 
ato jurídico perfeito e a coisa julgada no contexto da lei de intro-
dução ao Código Civil, da Constituição da República e do Código 
Civil de 2002.
Casos
1. Distinção expectativa de Direito e Direito adquirido
Walter submeteu-se a exame de habilitação, foi aprovado e, por 
essa razão, foi-lhe conferida Permissão para Dirigir pelo prazo de um 
ano (Lei nº 9.503, de 23.09.1997, art 148, § 2º). 
Durante o ano de permissão provisória, cometeu infrações de 
trânsito de natureza grave. Agora, terminado o prazo de um ano a 
que se refere o Código Nacional de Trânsito, o condutor pretende 
obter sua Carteira Nacional de Trânsito, o que está lhe sendo negado, 
com apoio nos §§ 3º e 4º, do dispositivo antes referido. 
O art 148, do referido código, estabelece:
Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção vei-
cular, poderão ser aplicados por entidades públicas ou privadas cre-
denciadas pelo órgão executivo de trânsito dos Estados e do Distrito 
Federal, de acordo com as normas estabelecidas pelo Contran. 
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamente, 
curso de direção
defensiva e de conceitos básicos de proteção ao 
meio ambiente relacionados com o trânsito. 
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Diri-
gir, com validade de um ano. 
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao con-
dutor no término de um ano, desde que o mesmo não tenha co-
metido nenhuma infração de natureza grave ou gravíssima, ou seja, 
reincidente em infração média. 
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo 
em vista a incapacidade de atendimento do disposto no parágrafo an-
terior, obriga o candidato a reiniciar todo o processo de habilitação.
Sabedora da situação, Dona Neuza, mãe de Walter, procura o 
Detran e vai à agência bancária mais próxima fazer o pagamento 
Introdução ao Estudo do Direito 36 36Introdução ao Estudo do Direito 36 36 2/1/2008 11:04:132/1/2008 11:04:13
Introdução ao Estudo do Direito I
37
das multas existentes. Mesmo assim, Walter não consegue obter a 
carteira de habilitação.
Walter, inconformado, julga ter direito adquirido à obtenção 
automática da Carteira Nacional de Trânsito, mas o funcionário do 
Detran alega que ele só possuía uma expectativa de direito.
a) Qual a diferença entre direito adquirido e expectativa de di-
reito? Justifique. 
b) Qual entendimento deve prevalecer, o de Walter ou o do fun-
cionário do Detran? Fundamente sua resposta.
2. Coisa julgada
Maria de Fátima, mãe de Cristina Lúcia, ao separar-se de João 
Ricardo, fica com a guarda da menina e, por este motivo, entra com 
ação de alimentos para a menina. O juiz concede uma pensão no va-
lor de R$ 4.000,00, correspondente a 20% do salário de João Ricar-
do, executivo de uma multinacional, com base na Lei nº 5.478/68. 
Porém, quis o destino que João Ricardo fosse demitido, sendo que, 
apesar de já se terem passado seis meses, ele ainda não conseguiu 
nova colocação no mercado de trabalho.
Sem condições de continuar a pagar a pensão, João Ricardo pro-
cura seu cunhado Roberval, ex-estudante de Direito, para saber o 
que poderá fazer.
Roberval informa João Ricardo sobre a impossibilidade de alte-
rar a decisão do juiz, pois a trata-se de coisa julgada.
Inconformado, João Ricardo sai pela rua afora e vai acabar pa-
rando em frente ao seu escritório de advocacia. Entra e lhe pede 
ajuda, fazendo as seguintes perguntas:
a) O que é coisa julgada? Fundamente. 
b) No caso narrado, em específico, tendo em vista o previsto no 
artigo 15, da Lei nº 5.478/68, a decisão do juiz fez coisa julgada? 
Por quê?
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro 
de 1988. São Paulo: Saraiva.
Introdução ao Estudo do Direito 37 37Introdução ao Estudo do Direito 37 37 2/1/2008 11:04:142/1/2008 11:04:14
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
38
BRASIL. Código Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XXIV.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. XIX.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. XXV.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. X.
SEMANA 12
Hermenêutica jurídica e interpretação do Direito numa abor-
dagem constitucional. A leitura do ordenamento jurídico à luz 
dos princípios constitucionais (implícitos e explícitos). Conflitos 
principiológicos no âmbito constitucional. Critério da ponderação 
de interesses e valores.
Casos
1. A técnica da ponderação de interesses numa abordagem 
constitucional
Em notícia veiculada em 03.05.2007, no jornal Folha de S.Paulo, 
sob o título “Supremo restringe partes do Estatuto do Desarmamento”, 
foi informado que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a 
inconstitucionalidade (invalidade) da norma que estabelece, como 
inafiançável, a prisão (aquela que não admite livramento do acusado 
sob pagamento de fiança) para os delitos de porte ilegal de arma e 
do disparo de arma de fogo, previstas no Estatuto do Desarmamento. 
Como via de conseqüência, conclui-se ser entendimento da Corte 
Suprema (STF) que esta conduta constitui crime, porém afiançável, 
ou seja, pode haver o livramento do acusado mediante pagamento de 
fiança. Segundo o Ministro relator Ricardo Lewandowski, foi realiza-
da uma ponderação de valores na qual se concluiu, no caso concreto, 
Introdução ao Estudo do Direito 38 38Introdução ao Estudo do Direito 38 38 2/1/2008 11:04:142/1/2008 11:04:14
Introdução ao Estudo do Direito I
39
pela prevalência do direito à liberdade, como um valor fundamental, 
previsto pela Constituição de 1988, sobre o valor “segurança da co-
letividade”. De qualquer forma, lembrou o Ministro que a qualquer 
momento o magistrado pode decretar prisão cautelar, se considerar 
que, no caso concreto, o acusado apresenta comportamento grave, que 
possa infringir a ordem pública e a segurança das pessoas.
a) Há, no caso apresentado, conflito de valores constitucionais? 
Quais?
b) Como deve o juiz resolver tais conflitos? Justifique. 
c) Há valores superiores, considerados tão importantes para o 
sistema jurídico, que não estejam sujeitos à ponderação, ou 
seja, que devam sempre prevalecer independentemente do 
caso concreto? Fundamente.
2. A leitura do ordenamento jurídico à luz dos princípios 
constitucionais (implícitos e explícitos)
Parecer da ONU sugere acordo contra clonagem humana 
Genebra — Um parecer das Nações Unidas (ONU) divulgado 
no fim de semana sugere que a comunidade internacional chegue 
com urgência a um acordo para banir a clonagem humana ou esta-
belecer regras antes que o primeiro ser humano seja criado por meio 
da tecnologia. O parecer, feito por especialistas da área, aponta que a 
clonagem é “apenas uma questão de tempo” se nada for feito. Alerta 
ainda que, se um acordo não for fechado, os governos terão logo de 
discutir questões legais, como se uma pessoa clonada terá os mesmos 
direitos das demais ou mesmo da pessoa da qual lhe serviu de base.
Fonte: Folha de S.Paulo, 12/11/2007, 09h47. 
Esta reportagem trata de um dos grandes temas da atualidade no 
campo da bioética. 
a) A possibilidade de não clonar seres humanos está expressa na 
Constituição brasileira? Justifique. 
b) No caso concreto anteriormente explicitado, um possível 
acordo entre os países membros da ONU pode nos levar ao 
entendimento de que “o direito de não ser clonado” é um 
direito humano a ser protegido? Fundamente. 
Introdução ao Estudo do Direito 39 39Introdução ao Estudo do Direito 39 39 2/1/2008 11:04:142/1/2008 11:04:14
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
40
c) Se chegarmos ao entendimento comum de que o ser humano 
é um “ser irrepetível”, poderíamos considerar o direito de não 
ser clonado um direito individual implícito de qualquer brasi-
leiro? Com que fundamento? 
3. A leitura do ordenamento jurídico à luz dos princípios 
constitucionais
Você já teve a oportunidade de tratar sobre o tema da anencefalia 
na Aula 8. Na oportunidade, inclusive, produziu um projeto de lei so-
bre o tema. Leia a notícia publicada em 02/07/2004, na Folha On line 
(Folha de S.Paulo) e responda, justificadamente, ao que se pede:
Ainda permanece como polêmica a possibilidade de interrupção 
da gravidez nos casos de fetos anencefálicos.
A anencefalia é um defeito de formação do sistema nervoso fetal 
que ocorre entre o 23º e o 26º dia de gestação. Os bebês com este pro-
blema nascem sem a maior porção do cérebro. O tecido cerebral res-
tante geralmente fica exposto, sem a proteção do crânio ou de pele.
Por esta razão, a criança geralmente nasce
cega, surda e sem 
consciência, e não sobrevive mais que algumas horas — no máximo, 
morre em poucos dias. 
Segundo o advogado Luís Roberto Barroso: “Proibir a interrupção 
da gravidez (em casos de anencefalia) fere a dignidade”, referindo-se 
à gestante que opta por interromper a gestação. Segundo o advogado, “a 
interrupção terapêutica da gravidez de feto anencefálico não confi-
gura aborto, para o qual o pressuposto é que haja viabilidade de vida 
— o que não existe devido à ausência de cérebro”, ou seja, não há 
que se falar em dignidade da vida humana em relação a um bebê, em 
tese, “sem vida”, afirma o advogado. 
Já a posição da Igreja é de total antagonismo a essa tese. O Ar-
cebispo Dom Geraldo Majella Agnelo afirmou que “daqui a pouco, 
vão dizer para liquidar qualquer um que seja considerado um estorvo 
para a sociedade”, acrescentando que “ninguém tem o direito de an-
tecipar a morte de outra pessoa”. 
A partir da leitura do caso proposto, responda: 
a) No caso relatado, qual o princípio constitucional que ampara 
a tese sustentada pelo ilustre advogado? Fundamente. 
Introdução ao Estudo do Direito 40 40Introdução ao Estudo do Direito 40 40 2/1/2008 11:04:142/1/2008 11:04:14
Introdução ao Estudo do Direito I
41
b) E qual o princípio constitucional que ampara a tese sustentada 
pela Igreja Católica? Justifique.
c) Muito se fala sobre o fato de ser a vida o bem jurídico maior a 
ser protegido. Nos dias atuais, é possível afirmar que há unani-
midade de que o bem “vida”, quando ponderado com qualquer 
outro, deve preponderar, independentemente das circunstâncias 
do caso concreto? Responda fundamentando sua resposta. 
Prezado luno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica:
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro 
de 1988. São Paulo: Saraiva.
BRASIL. Código Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XXV, XXVI e XXVII.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XXI.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. XVII.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. XXIII.
HERKENHOFF, João Baptista. Como aplicar o direito (à luz de uma 
perspectiva axiológica, fenomenológica e sociológico-política). Rio de Ja-
neiro: Forense, 2005. cap. II e III.
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. Rio de 
Janeiro: Forense, 2006. (A obra não é dividida em capítulos. Consul-
tar o sumário, na parte inicial, ou, na parte final, os índices alfabético 
e da matéria).
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. XIV.
Introdução ao Estudo do Direito 41 41Introdução ao Estudo do Direito 41 41 2/1/2008 11:04:142/1/2008 11:04:14
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
42
SEMANA 13 
Tipos de interpretação: autêntica, judicial, administrativa, dou-
trinária, literal, racional, lógico-sistemática, sociológica, histórica, 
teleológica, declarativa, extensiva e restritiva.
Casos
1. Interpretação sociológica
Em entrevista à revista Época, do dia 27 de agosto de 2007, o es-
tilista Carlos Tufvesson, ao ser perguntado sobre qual a maior menti-
ra que já contou, respondeu: “Não gosto de mentiras. Dão trabalho. 
Mas vivo uma mentira imposta pelos outros. Declaro abertamente 
que sou gay e moro há três anos com o André (Piva, arquiteto). So-
mos felizes e bem-sucedidos. Mas, para a lei, ele é meu amigo. Isso é 
uma vergonha e uma mentira”.
Em um mundo plural e complexo, a velocidade das mudanças 
sociais, na maior parte das vezes, é bem mais veloz do que a capaci-
dade do Direito de estabelecer sua devida regulamentação. O caso 
do estilista Carlos Tufvesson e do arquiteto André Piva revela uma 
conhecida incongruência: o não reconhecimento, pelo ordenamento 
legal, como união familiar, daquela união formada por pessoas do 
mesmo sexo. O reconhecimento, pela lei, de relações homoafetivas 
geraria, por via de conseqüência, repercussões várias, como, a di-
visão patrimonial em caso de separação, sucessão causa mortis 
etc. De qualquer forma, mesmo sem a existência de uma lei espe-
cífica sobre o tema, a verdade é que, aos poucos, os tribunais vão 
reconhecendo como jurídicas tais uniões. 
Pergunta-se:
a) Que tipos de interpretação pode se utilizar o operador do Di-
reito, de forma a ver reconhecida, juridicamente, as situações 
que não encontram respaldo no conjunto de leis estatais? 
Fundamente. 
b) No caso concreto anteriormente relatado, é possível que o 
sistema jurídico, mesmo com a ausência da lei, venha a reco-
nhecer e proteger as uniões entre Carlos Tufvesson e André 
Piva? Com que fundamento?
Introdução ao Estudo do Direito 42 42Introdução ao Estudo do Direito 42 42 2/1/2008 11:04:142/1/2008 11:04:14
Introdução ao Estudo do Direito I
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2. Interpretação extensiva
Proteção vira problema 
Carlos Roberto adquiriu um ventilador de teto na loja Rei do 
Preço, com desconto de 25% à vista, por se tratar de liquidação de 
estoque, e fica tão entusiasmado com a compra que acaba perdendo 
a nota fiscal.
Ao instalar o ventilador no teto de sua sala, constatou que não 
funcionava. Procurou o Serviço de Atendimento ao Consumidor da 
loja, sendo que o funcionário exigiu a apresentação da nota fiscal do 
produto, sem a qual nem mesmo poderia atendê-lo. Impossibilitado 
de registrar sua reclamação junto à loja, Carlos Roberto, então, entra 
com uma ação de indenização em face da loja Rei do Preço, junto ao 
Juizado Especial Cível.
No decurso do processo, o juiz decide pela inversão do ônus 
da prova, com base no inciso VIII, do artigo 6º, da Lei nº 8.078/90, 
Código de Defesa do Consumidor.
Para a advogada Maria Terezinha de Oliveira, da Oliveira Ad-
vocacia Empresarial, um dos maiores problemas do Código de Defesa 
do Consumidor (CDC) é a interpretação extensiva que os juízes dão 
à inversão do ônus da prova (princípio segundo o qual o consumidor, 
por ser hipossuficiente, ou seja, não ter condições para tal, não pre-
cisa provar o que alega, mas a empresa deve comprovar a veracidade 
da sua defesa).
“Há ações indenizatórias tramitando na Justiça sem que o con-
sumidor tenha juntado nota ou cupom fiscal de serviço compro-
vando que adquiriu o produto neste ou naquele estabelecimento. 
A regra veio para proteger a insuficiência técnica ou financeira do 
consumidor, mas não pode gerar insegurança jurídica na empresa”, 
diz a advogada.
Fonte: Folha de S.Paulo, 11/09/2005.
Responda às questões formuladas: 
a) O que é interpretação extensiva no Direito? Justifique. 
b) Neste caso, por que entende a advogada Maria Terezinha de 
Oliveira que a inversão do ônus da prova constante no CDC 
vem sendo interpretada de forma extensiva?
Introdução ao Estudo do Direito 43 43Introdução ao Estudo do Direito 43 43 2/1/2008 11:04:142/1/2008 11:04:14
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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c) No texto anterior, a advogada faz explícita referência à fina-
lidade buscada pela regra de inversão do ônus da prova no 
Código de Defesa do Consumidor. Destaque o trecho em que 
isto ocorre. Para que se chegasse a esta conclusão, que tipo de 
interpretação foi utilizada? Justifique.
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro 
de 1988. São Paulo: Saraiva.
BRASIL. Código Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XXV, XXVI
e XXVII.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XXI.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. XVII.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. XXIII.
HERKENHOFF, João Baptista. Como aplicar o direito (à luz de uma 
perspectiva axiológica, fenomenológica e sociológico-política). Rio de Ja-
neiro: Forense, 2005. cap. II e III.
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. Rio de 
Janeiro: Forense, 2006. (A obra não é dividida em capítulos. Consul-
tar o sumário, na parte inicial, ou, na parte final, os índices alfabético 
e da matéria).
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. XIV.
Introdução ao Estudo do Direito 44 44Introdução ao Estudo do Direito 44 44 2/1/2008 11:04:142/1/2008 11:04:14
Introdução ao Estudo do Direito I
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SEMANA 14
Aplicação e integração das leis. Elementos de integração do Direi-
to: analogia, costumes, princípios gerais do direito e eqüidade. 
Casos
1. Elementos de integração da norma jurídica
Carlos Augusto, proprietário de uma grande loja de reprodução 
reprográfica, ajustou com a empresa MBR, por meio de um tipo de 
contrato denominado leasing (ou arrendamento mercantil), que a 
MBR cederá, mediante pagamento de R$ 70.000,00 (dois mil reais) 
mensais, 83 (oitenta e três) máquinas fotocopiadoras a serem utilizadas 
nos seus estabelecimentos. Durante a vigência do contrato, surgiu 
controvérsia não solucionável nem pelas cláusulas contratuais, nem 
pelas normas legais que regulam o leasing. 
Submetida a questão a um corpo de advogados das duas em-
presas, entenderam estes que a controvérsia poderia ser solucionada 
por meio da utilização de elementos de integração do Direito. Então, 
puderam resolver o impasse criado, a partir de regras encontradas em 
institutos semelhantes ao leasing, mais especificamente normas que 
regulam os contratos de compra e venda e de locação. 
Diante da hipótese levantada, responda ao que se pede:
a) Quando os advogados mencionaram a utilização de elementos 
de integração do Direito, a que estavam se referindo? Justifique.
b) No caso anteriormente estabelecido, qual ou quais foram o(s) 
elemento(s) de integração das normas jurídicas utilizados? 
Fundamente. 
c) Transcreva o trecho (ou os trechos) do texto que comprovam 
a resposta anterior. 
2. Eqüidade
Paulo celebrou contrato de seguro de seu automóvel com a se-
guradora YKX Seguros. Igualmente, José também celebrou contrato 
de seguro, com a referida empresa. Ambos os veículos foram furta-
dos: o de Paulo, em via pública de uma grande cidade, onde fora 
deixado aberto e com as chaves em seu interior; enquanto o de José, 
Introdução ao Estudo do Direito 45 45Introdução ao Estudo do Direito 45 45 2/1/2008 11:04:152/1/2008 11:04:15
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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apesar de também ter sido deixado aberto, ocorreu em uma pequena 
cidade, onde era costume deixar os veículos abertos. Ocorre que, por 
força de lei, em contrato de seguro, o segurado (aquele que vai ter 
seu bem garantido de riscos futuros) não pode agravar os riscos a que 
se submeteu a seguradora (aquela que se obriga a uma indenização, 
caso ocorra um prejuízo no objeto segurado). Isto porque, a segura-
dora, para garantir o objeto, calcula e cobra importância a ser paga 
pelo segurado na proporção do risco que aceitou cobrir. 
No caso apresentado, a seguradora YKX Seguros negou-se a pagar a 
indenização tanto a Paulo quanto a José, embora os prêmios (termo téc-
nico utilizado para definir a quantia que o segurado paga à seguradora, 
a fim de que esta assuma a responsabilidade do risco) estivessem quita-
dos. Então, cada qual ajuizou ação de cobrança, que, por coincidência, 
caíram na mesma Vara Cível, cujo titular é o Dr. Mário Vasconcellos. 
No caso de José, o juiz determinou que ele recebesse o prêmio 
do seguir. No entanto, julgou que Paulo não deveria sê-lo, por enten-
der que sua conduta contribuiu para o real agravamento do risco.
Ao sair do tribunal, Dr. Mário Vasconcellos é abordado por um 
estagiário de Direito que achou estranho que duas causas tão seme-
lhantes e baseadas numa mesma norma tivessem decisões tão díspa-
res. Então, o magistrado limitou-se a lhe responder que fizera uso do 
entendimento do grande filósofo Aristóteles, segundo o qual há que 
se aplicar a justiça a cada caso concreto, e as circunstâncias de cada 
uma das hipóteses eram diferentes e específicas.
Analisando este caso, responda:
a) A solução que beneficiou José é amparada pelo dispositivo 
legal que exige que o segurado não agrave o risco? Justifique.
b) Que critério de integração da norma jurídica se utilizou o juiz 
para dar soluções diferenciadas para situações aparentemente 
semelhantes sob a perspectiva legal? Justifique suas respostas.
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica:
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro 
de 1988. São Paulo: Saraiva.
Introdução ao Estudo do Direito 46 46Introdução ao Estudo do Direito 46 46 2/1/2008 11:04:152/1/2008 11:04:15
Introdução ao Estudo do Direito I
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BRASIL. Código Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XI, XV, XIX e XX.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XXII e XXIII.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. XVIII.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. 6. ed. São Paulo: Atlas, 
2006, p. 26.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. V, XI, XX e XXIV.
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. Rio de 
Janeiro: Forense, 2006. (A obra não é dividida em capítulos. Consul-
tar o sumário, na parte inicial, ou, na parte final, os índices alfabético 
e da matéria).
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. XIII.
SEMANA 15 
O problema das lacunas e recursos às fontes secundárias do Di-
reito. Visão sistemática do ordenamento jurídico: antinomia e 
critérios de solução.
Casos
1. Antinomia e critérios de solução
Vejamos o caso concreto. 
A Lei Municipal nº 565, de 23.11.1999, permite, aos moradores 
do município de Tribobó do Agreste, o uso livre de seu único parque 
público, mas um Regulamento emanado do Chefe da Guarda Mu-
nicipal exige que o Corpo da Guarda reprima o uso daquele mesmo 
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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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espaço, sob o fundamento da necessidade da preservação de seu con-
junto arquitetônico.
Desavisados, Joca e Lucinha resolvem aproveitar a solidão do 
local para namorar em paz. Mas são interrompidos pelo Sr. Ananias, 
guarda municipal, que exige que se retirem imediatamente do local. 
Joca reage indignado, afirmando que está agindo dentro da lei. Seu 
Ananias, então, mostra-lhe uma cópia do Regulamento e retruca 
que quem está agindo de acordo com a lei é ele. Lucinha, que está 
cursando Direito, intervém, apartando os dois, e esclarece que, em 
verdade, trata-se de um caso de antinomia. 
Pergunta-se:
a) Afinal, este é um caso de antinomia ou não? Explique o que é 
e como acontece.
b) Quem age segundo o Direito? O Sr.Ananias, funcionário 
público que, obedecendo ao seu regulamento, viola a lei, ou 
Joca, cidadão que, exercendo seu direito, desafia a autoridade
regulamentar?
2. Antinomia e critérios de solução
Rosenilton Justus, advogado na cidade de Capela, em Sergipe, 
é recolhido preso enquanto aguarda seu julgamento definitivo. Mes-
mo sendo tal prisão considerada legal, Rosenílton exige ser recolhido 
para “Sala de Estado-Maior”, conforme lhe assegura o Estatuto da 
Advocacia, Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, em seu inciso V, do 
artigo 7º, cuja redação reproduzimos a seguir. 
Todavia, porque não há, na localidade, sala de Estado-Maior, 
ele é mantido preso na chamada prisão especial, por ser possuidor de 
nível superior, conforme determina o art. 295, do Código de Processo 
Penal (CPP). Na ocasião, o juiz da Comarca motivou sua decisão 
alegando que, tendo sido o art. 295 modificado pela Lei nº 10.258, 
em 2001, acabou por revogar o dispositivo estabelecido pelo inciso V, 
do artigo 7º, do Estatuto da Advocacia, já que é notória a regra que 
estabelece que a “lei posterior revoga a lei anterior”.
Você, a pedido de um amigo seu, segue até a cidade de Capela, 
onde orientará Roseníton. Ele lhe faz as seguintes perguntas: 
Introdução ao Estudo do Direito 48 48Introdução ao Estudo do Direito 48 48 2/1/2008 11:04:152/1/2008 11:04:15
Introdução ao Estudo do Direito I
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a) No conflito aparente de normas, a que se refere o seu caso (de 
Rosenílton), a regra aplicável é a apontada pelo juiz da Co-
marca, a saber, “lei posterior revoga lei anterior”? Justifique.
b) O que poderia ser alegado em seu favor (de Rosenílton)? 
Justifique. 
Prezado aluno, recomendamos as seguintes bibliografias para a 
resolução dos casos propostos nesta aula.
Referência básica: 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro 
de 1988. São Paulo: Saraiva.
BRASIL. Código Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva. 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 26. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 2006. cap. XI, XV, XIX e XX.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2004. cap. XXII e XXIII.
SECCO, Orlando de Almeida. Introdução ao estudo do direito. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. cap. XVIII.
Referência complementar:
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 39. ed. 
Rio de Janeiro: Forense, 2007. cap. V, XI, XX e XXIV.
HERKENHOFF, João Baptista. Como aplicar o direito (à luz de uma 
perspectiva axiológica, fenomenológica e sociológico-política). Rio de Ja-
neiro: Forense, 2005. cap. V e VI.
MELLO, Cleyson de Moraes. Introdução ao estudo do direito. Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 2006. cap. XIII.
Introdução ao Estudo do Direito 49 49Introdução ao Estudo do Direito 49 49 2/1/2008 11:04:152/1/2008 11:04:15
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