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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS MATERIAL DE APOIO Contabilidade II Professora: Geovana Zimmermann Los E-mail: geovanacontabeis@upf.br 2013/2 2 ÍNDICE 1 Operações com Mercadorias .............................................................................................. 4 1.1 Apuração do Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) ou do Lucro Bruto ............ 4 1.2 Apuração do Custo das Mercadorias Vendidas .......................................................... 4 1.3 Sistema de Inventário Periódico ................................................................................. 4 1.4 Contabilização dos inventários periódicos ................................................................. 5 1.5 Contabilização de Fatos que alteram os Valores de Compras e Vendas .................... 7 1.5.1 Lançamentos relacionados com Compras de Mercadorias..................................... 7 1.5.2 Lançamentos relacionados com Vendas de Mercadorias ....................................... 8 1.6 Sistema de Inventário Permanente ........................................................................... 10 1.6.1 Contabilização de inventário permanente............................................................. 10 1.6.2 Registros Detalhados do Estoque ......................................................................... 11 1.6.3 Balancetes e Apuração do Resultado.................................................................... 13 1.7 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE .................................................... 16 1.8 Balanço Patrimonial ................................................................................................. 18 1.9 Atribuição de Preços aos Inventários ....................................................................... 19 1.9.1 Preço Específico ................................................................................................... 19 1.9.2 PEPS ou FIFO ...................................................................................................... 20 1.9.3 UEPS ou LIFO ..................................................................................................... 21 1.9.4 Média Ponderada Móvel ....................................................................................... 22 1.9.5 Comparação entre os métodos PEPS, UEPS e MPM ........................................... 23 1.9.6 Críticas .................................................................................................................. 23 1.10 Custo ou mercado (o mais baixo) ............................................................................. 24 1.10.1 Demonstração do Resultado ............................................................................. 24 1.10.2 Criticas .............................................................................................................. 24 1.11 Importância da exatidão dos inventários .................................................................. 25 1.12 Considerações sobre o inventário físico ................................................................... 25 1.13 Observações Finais ................................................................................................... 25 1.13.1 Sobre a ficha de controle de estoque ................................................................ 25 2 Procedimentos Contábeis Diversos ............................................................................... 26 2.1 Créditos Duvidosos e Devedores Insolváveis – Provisão para Devedores Duvidosos ............................................................................................................................. 26 3. Folha de Pagamento ......................................................................................................... 31 3.1 Obrigatoriedade ........................................................................................................ 31 3.2 Remuneração e Salários............................................................................................ 31 3.2.1 Horas Extras ......................................................................................................... 31 3.2.2 Adicional Noturno ................................................................................................ 32 3.2.3 Adicional de Periculosidade ................................................................................. 32 3.2.4 Adicional de Insalubridade ................................................................................... 32 3.2.5 Salário Família ...................................................................................................... 32 3.4 Descontos na Folha de Pagamento ........................................................................... 33 3.4.1 Contribuição Sindical ........................................................................................... 33 3.4.2 INSS ..................................................................................................................... 33 3.4.3 IRRF ..................................................................................................................... 34 3.5 FGTS ........................................................................................................................ 35 3.6 Provisões e Contabilização da Folha de Pagamento ................................................ 35 4. Operações Financeiras .................................................................................................. 38 4.1.1 Desconto de Nota Promissória ............................................................................. 38 4.1.2 Desconto de Duplicatas a Receber ....................................................................... 40 3 5. Ativo Imobilizado e Problemas de Amortização .............................................................. 42 5.1 Ativo Imobilizado – Conceituação ........................................................................... 42 5.2 Amortização do ativo imobilizado em sentido amplo .............................................. 42 5.3 Classificação dos elementos do ativo imobilizado ................................................... 43 5.4 O valor contábil dos elementos do ativo imobilizado .............................................. 43 5.4.1 Bens construídos ................................................................................................... 44 5.5 Conceito de Depreciação .......................................................................................... 45 5.6 Problemas de Depreciação........................................................................................ 45 5.7 O problema da vida útil ............................................................................................ 45 5.8 O problema do método ............................................................................................. 45 5.8.1 Método das quotas constantes .............................................................................. 46 5.8.2 Método da soma dos dígitos dos anos .................................................................. 48 5.8.3 Método do saldo decrescente ................................................................................ 49 5.8.4 Método de unidades produzidas ........................................................................... 51 5.8.5 Método de horas de trabalho ................................................................................ 51 5.9 O problema da escolha da base de cálculo ............................................................... 52 5.10 Contabilização da Depreciação ................................................................................ 52 5.11 Depreciação versus provisão para reposição ............................................................ 52 5.12 Gastos relacionados com bens depreciáveis ............................................................. 53 5.13 Contabilização da venda de bens depreciáveis ......................................................... 53 5.14 Depreciação acelerada em função do número de horas ............................................ 55 5.15 Os recursos naturais .................................................................................................. 56 5.15.1 Conceito ............................................................................................................ 56 5.15.2 Avaliação .......................................................................................................... 56 5.15.3 Determinação da Quota de Exaustão ................................................................ 56 5.16 Bens intangíveis normalmente sujeitos à amortização ............................................. 57 4 1 Operações com Mercadorias 1.1 Apuração do Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) ou do Lucro Bruto O Resultado Bruto com Mercadorias consiste na apuração das Vendas Líquidas, deduzindo-se o chamado Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). RCM = Vendas Líquidas – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) O Resultado com mercadorias (RCM) é o primeiro passo para a apuração do Resultado Líquido do período antes das destinações. O resultado líquido do período consiste na diferença entre o Resultado Bruto com Mercadorias (RCM) ou Lucro Bruto mais as Outras Receitas e menos Outras Despesas. Resultado Líquido = RCM + Outras Receitas – Outras Despesas Desta forma, a Demonstração do Resultado do Exercício, cfe. disposto na Lei 6.404/76, deverá ser apresentado de acordo com a seguinte estrutura básica: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Vendas de Mercadorias 100.000,00 ( - ) Impostos s/vendas (20.000,00) ( - ) Devoluções s/vendas (2.000,00) ( - ) Abatimentos s/vendas (1.000,00) ( = ) Vendas Líquidas ou Receita Líquida 77.000,00 ( - ) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (27.000,00) ( = ) Lucro Bruto ou Resultado c/Mercadorias 50.000,00 ( + ) Outras Receitas 2.000,00 ( - ) Outras Despesas (12.000,00) ( = ) Resultado Líquido Antes das Destinações 40.000,00 1.2 Apuração do Custo das Mercadorias Vendidas A apuração do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) pode ser realizado através de dois Sistemas Básicos: A -) Sistema de Inventário Periódico; B -) Sistema de Inventário Permanente. 1.3 Sistema de Inventário Periódico Conforme Ribeiro (1999, p. 160), pelo sistema de inventário periódico, o valor do estoque só é conhecido no final do período, mediante levantamento (inventário) físico realizado. 5 De acordo com o Sistema de Inventário Periódico, apura-se o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) através da seguinte fórmula: CMV = EI + CO – EF Onde: CMV = Custo das Mercadorias Vendidas; EI = Estoque Inicial; CO = Compras; EF = Estoque Final. No entanto, devemos entender o item compras como sendo o valor líquido de compras, ou seja, deduzidas as devoluções e os abatimentos sobre compras, além dos impostos recuperáveis. CO = CO – DevCO - AbatCO Onde: CO = Compras DevCO = Devoluções de Compras AbatCO = Abatimentos sobre compras Assim, podemos redefinir a fórmula de apuração do Custo das Mercadorias Vendidas da seguinte maneira: CMV = EI + (CO – DevCO – AbatCO) - EF Estoque Inicial 300.000,00 ( + ) Compras 50.000,00 ( - ) Devoluções de Compras (4.000,00) ( - ) Abatimentos de Compras (2.000,00) ( = ) Mercadorias Disponíveis para Venda 344.000,00 ( - ) Estoque Final (194.000,00) ( = ) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 150.000,00 1.4 Contabilização dos inventários periódicos No Sistema de Inventário Periódico, toda compra de mercadorias é contabilizada na conta “Compras”. Os valores devem ser contabilizados líquido de impostos, sempre que estes forem recuperáveis. As despesas decorrentes de fretes, seguros ou embalagens incidentes sobre o produto também compõe o custo das mercadorias e, portanto, deverão ser contabilizados na mesma conta (Compras). Segundo a equipe de professores da FEA USP (1998, p. 113), pode-se contabilizar todas as operações mercantis abrindo uma conta para cada tipo de operação, ou seja, uma para registrar as compras, outra para registrar as vendas e uma terceira, normalmente Mercadorias, para o registro do valor do Estoque. Portanto, são estas as três contas básicas, utilizadas no período: Compras, Vendas e Mercadorias. 6 Exemplo: Admita-se que o estoque de mercadorias de uma empresa é de R$ 300,00. Durante o exercício é realizada a seguinte operação: 07/12/200x Compra de Material para Estoque, no valor de R$ 100,00. D- Compra de mercadorias 100,00 C- Caixa/Banco 100,00 Após o lançamento devem ser efetuados os lançamentos nos razonetes. Mercadorias Compras 300,00 100,00 Quando procedemos à venda, lançamos a operação por seu valor total em venda; assim: Exemplo 20/12/200x Venda de mercadorias no valor de R$ 300,00 D - Clientes (ou Caixa) 300,00 C – Vendas 300,00 Os razonetes teriam os seguinte saldos: Mercadorias Compras Vendas 300,00 100,00 300,00 Observa-se que a conta Mercadorias permanece intacta durante o exercício, e seu saldo, depois da primeira operação de compra ou venda, já não representará o valor do estoque existente; continuará com o valor do estoque de Mercadorias encontrado por ocasião do último inventário realizado. Para apurarmos, contabilmente, o valor do CMV, basta transferirmos para uma conta adequada, que vamos chamar de Custo de Mercadorias Vendidas, os três valores que o compõem. Assim, serão transferidos, a seu Débito, os valores do Estoque Inicial e das Compras e, a seu crédito, os do Estoque Final. CMV = EI + C - EF Ressalta-se que não existem as contas chamadas Estoque Inicial e Final; estes são valores da conta mercadorias, quando referentes ao início ou ao fim do período. Na seqüência, para a determinação do Estoque Final, torna-se necessário a execução do inventário físico onde é determinado qual o montante de mercadorias que ainda há em estoque. 7 Em, 31/12/200x, após levantamento físico de estoque, é determinado que o valor final do estoque é de R$ 50,00. Qual o custo da mercadorias vendidas? CMV=EI+CM-EF CMV=300+100-50 CMV=350,00 Observe os lançamentos necessários para o cálculo do CMV: 31/12/200x Transferência de saldos a) C- Compra de mercadorias 100,00 D- CMV 100,00 b) C- Mercadorias 300,00 D- CMV 300,00 c) D- Estoque Final 50,00 C- CMV 50,00 Após os lançamentos, teremos apurado o valor do CMV e a conta Mercadorias apresentará o valor correto do Estoque Final. No exemplo teríamos como estoque final o valor de R$50,00. Observa-se que o valor do estoque final é apurado extracontabilmente através do inventário. Estoque Compras CMV 300,00 100,00 (b) 300,00 300,00 (b) 100,00 (a) (a) 100,00 50,00 (c) 400,00 50,00 Vendas 350,00 (c) 50,00 300,00 50,00 1.5 Contabilização de Fatos que alteram os Valores de Compras e Vendas Lançamentos das Principais Operações, considerando 17% de ICMS incidentes sobre a compra e os percentuais vigentes do PIS 1,65% (Lei nº 10.637 de 30/12/2002) e Cofins 7,60% (Lei 10.833/03). 1.5.1 Lançamentos relacionados com Compras de Mercadorias a -) Como citado anteriormente, os valores devem ser contabilizados líquidos de impostos, sempre que estes forem recuperáveis. Exemplo: no caso de compras de Mercadorias no valor de R$ 100.000,00 D – Compras 73.750,00 D – ICMS a Recuperar 17.000,00 D – PIS a Recuperar 1.650,00 D – Cofins a Recuperar 7.600,00 C – Duplicatas a Pagar ou Caixa 100.000,00 8 b -) Quando um comerciante se vê prejudicado ao receber certa mercadoria cujo tipo, qualidade, preço ou qualquer outro fator esteja em desacordo com seu pedido, ou com a nota fiscal, ou mesmo com as condições físicas normais que deveriam cercar o produto, pode ele adotar uma das seguintes medidas: (a) devolver a mercadoria, total ou parcialmente; e (b) solicitar um abatimento ao vendedor. Exemplos de contabilização: 1º - Devolução de Compras no valor de R$ 10.000,00 D – Duplicatas a Pagar ou caixa 10.000,00 C – Devolução de Compras 7.375,00 C – ICMS a Recuperar 1.700,00 C – PIS a Recuperar 165,00 C – Cofins a Recuperar 760,00 2º - Abatimentos sobre Compras no valor de R$ 15.000,00 D – Duplicatas a Pagar ou Caixa 15.000,00 C – Abatimentos sobre Compras 15.000,00 OBS: Não se reconhece o estorno do ICMS, PIS e Cofins pois o fato não gerou documento fiscal, apenas redução do valor a pagar. c -) Como visto anteriormente, as despesas decorrentes de fretes, seguros ou embalagens incidentes sobre o produto também compõe o custo das mercadorias e, portanto, deverão ser contabilizados na mesma conta (Compras). Exemplos: 1º - Fretes sobre Compras no valor de R$ 10.000,00 D – Compras/fretes 8.115,00 D – ICMS a Recuperar 960,00 D – Pis a Recuperar 165,00 D – Cofins a Recuperar 760,00 C – Duplicatas a pagar ou Caixa 10.000,00 OBS.: O ICMS incidente sobre serviços de frete é de 12% sobre 80% do valor do mesmo, ou 80% x 12% = 9,60% aplicados diretamente sobre o valor do frete. 2º - Seguros e Embalagens no valor de R$ 20.000,00 D – Compras/seg.emb. 14.750,00 D – ICMS a Recuperar 3.400,00 D – Pis a Recuperar 330,00 D – Cofins a Recuperar 1.520,00 C – Duplicatas a Pagar 20.000,00 1.5.2 Lançamentos relacionados com Vendas de Mercadorias No caso da vendas, não basta apenas realizar os lançamentos respectivos a operação de venda, mas também, devem ser efetuados os lançamentos considerando a incidência dos impostos. Exemplos: 9 a -) Vendas 1º Vendas a Prazo no valor de R$ 50.000,00 D – Duplicatas a Receber 50.000,00 C – Vendas a Prazo 50.000,00 2º Vendas a Vista no valor de R$ 50.000,00 D – Caixa 50.000,00 C – Vendas à Vista 50.000,00 Considerando o total das vendas efetuadas = R$ 100.000,00 (“a” e “b”), realiza-se a contabilização das despesas com ICMS, PIS e COFINS. ICMS (17%) sobre o valor da venda D – Despesas c/ ICMS 17.000,00 C – ICMS a recolher 17.000,00 PIS (1,65%) sobre o valor da venda D – Despesas c/ PIS 1.650,00 C – PIS a recolher 1.650,00 COFINS (7,6%) sobre o valor da venda D – Despesas c/ COFINS 7.600,00 C – COFINS a recolher 7.600,00 b -) No caso de devolução de vendas, é a empresa que recebe as mercadorias de volta, pelo fato do comprador ter reconhecido algum motivo para justificar o fato. Quando da devolução, além do registro que cadê a este ato, deve-se reconhecer também o impacto no ICMS, PIS e COFINS. Exemplo: Devolução de mercadorias vendidas no valor de R$ 10.000,00 D – Devolução de Vendas 10.000,00 C – Duplicatas a Receber (caixa) 10.000,00 D – ICMS a Recolher 1.700,00 C – Despesas com ICMS 1.700,00 D – PIS a Recolher 165,00 C – Despesas c/ PIS 165,00 D – COFINS a Recolher 760,00 C – Despesas c/COFINS 760,00 10 c -) Se ao invés de ocorrer a devolução, o comprador solicita-se um Abatimento sobre as vendas, o fato seria contabilizado da seguinte maneira 1º Abatimento sobre vendas no valor de R$ 1.000,00 D – Abatimento s/ Vendas 1.000,00 C – Duplicatas a Receber (Caixa) 1.000,00 O lançamento não estorna os impostos, pois não gerou documento fiscal, apenas redução do valor a receber. 1.6 Sistema de Inventário Permanente É quando a entidade possui controle permanente ou diário de estoques, sendo esse controle efetuado a cada operação de compra e/ou venda. No Sistema de Inventário Permanente toda compra de mercadorias é contabilizada na conta “Mercadorias Estoque”. Assim como no Inventário Periódico, os valores devem ser contabilizados líquido de impostos, sempre que estes forem recuperáveis. As despesas decorrentes de fretes, seguros ou embalagens incidentes sobre o produto também compõe o custo das mercadorias e, portanto, deverão ser contabilizados na mesma conta (Mercadorias Estoque). 1.6.1 Contabilização de inventário permanente Segundo a equipe de professores da FEA USP (1998, p. 97), nesse sistema, temos, preferencialmente, que registrar todas as compras diretamente na conta Mercadorias Estoque. Contabilização na compra: D – Mercadorias Estoque C – Fornecedores (ou caixa) Na venda, porém, há necessidade de dois lançamentos: D – Clientes (ou Caixa) C – Vendas (pelo valor da venda) (conta de receita) e D – Custo das mercadorias vendidas (conta de despesa) C – Mercadorias Estoque (pelo valor do custo das mercadorias vendidas) Dessa forma, após cada operação de Venda e sua contabilização, teremos a conta de Vendas atualizada, e a de CMV com o total do custo acumulado até a data e a de Mercadorias Estoque refletindo o valor exato do estoque. Exemplo: se uma empresa possui estoque de mercadorias no valor de $ 15.000, e vende a metade dele por $ 10.000, a prazo, temos: D – Clientes C – Vendas 10.000 e D – CMV C – Mercadorias Estoque 7.500 11 Mercadorias Estoque Vendas 15.000 7.500 (b) 10.000 (a) 7.500 CMV Clientes (b) 7.500 (a) 10.000 Se, após essas transações, adquirisse mais Mercadorias por $ 6.000, a prazo, e apurasse o resultado: D – Mercadorias Estoque C – Fornecedores 6.000 Mercadorias Estoque Vendas 15.000 7.500 (b) 10.000 10.000 (a) 6.000 21.000 7.500 Saldo 13.500 CMV Fornecedores 7.500 7.500 (c) 6.000 (a) 1.6.2 Registros Detalhados do Estoque Segundo a equipe de professores da FEA USP (1998, p. 98), no sistema de inventário permanente, o controle do estoque de Mercadorias pode ser simplificado com o uso de uma Ficha de Controle. Exemplo: Dia 01/06/200x – Estoque inicial de mercadorias (ventiladores) de $ 10.000 – dez unidades compradas a $ 1.000 cada uma. 02/06/200x – Venda de seis unidades por $ 8.000. 10/06/200x – Compra de quatro unidades a $ 1.000 cada uma. 23/06/200x – Venda de seis unidades por $ 8.500. A contabilização destas operações seria: Em 02/06/200x D – Caixa C – Vendas 8.000 (valor da venda) e D – CMV C – Mercadorias Estoque 6.000 (valor do custo) 12 Em 10/06/200x D – Mercadorias Estoque C – Caixa 4.000 Em 23/06/200x D – Caixa C – Vendas 8.500 e D – CMV C – Mercadorias Estoque 6.000 Mercadorias Estoque Vendas (EI) 10.000 8.000 (a) 6.000 (b) (c) 4.000 8.500 (d) 6.000 (e) 16.500 14.000 12.000 (EF) 2.000 CMV Caixa (b) 6.000 (a) 8.000 4.000 (c) (e) 6.000 (d) 8.500 12.000 Exemplo Ficha de controle do estoque para as operações acima: Ficha de Controle de Estoque Mercadoria: Ventiladores Data Entrada Saída Saldo Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total 01/06(EI) 10 1.000 10.000 02/06 6 1.000 6.000 4 1.000 4.000 10/06 4 1.000 4.000 8 1.000 8.000 23/06 6 1.000 6.000 2 1.000 2.000 Soma 4.000 12 12.000 2 1.000 2.000 Observe que através da ficha de controle de estoque, pode-se visualizar na coluna do total da Saída o valor do CMV, na coluna do total da Entrada o montante das Compras e na coluna do total do Saldo no dia 01/06 o Estoque Inicial. Assim sendo, pode-se checar o CMV aplicando-se a fórmula: CMV = EI + CO – EF 12.000 = 10.000 + 4.000 – 2.000 12.000 = 12.000 13 1.6.3 Balancetes e Apuração do Resultado Através de um exemplo bastante simplificado, demonstrar-se-á, como se procede para a Apuração do Resultado (já visto anteriormente), DRE (já visto anteriormente) e o Balanço Patrimonial. Exemplo: Com base nos seguintes dados elabore as partidas de diário (ignorar históricos para simplificar), transporte os valores para os razonetes “T”, apure o resultado com base no inventário permanente, elabore a DRE e o Novo Balanço Patrimonial. Balanço patrimonial em 31/12/20x1: Empresa X Balanço Patrimonial Em 31/12/20x1 Ativo Passivo Caixa 50.000 Fornecedores 7.000 Clientes 10.000 Mercadorias Estoque 5.000 Terrenos 2.000 Patrimônio Líquido Máquinas e Equipamentos 10.000 Capital 30.000 Lucro ou prej Acm. 40.000 Total 77.000 Total 77.000 No decorrer do período ocorreram os seguintes fatos: a - Recebimento de clientes no valor de 3.000 b - Pago aluguel da loja no valor de 1.000 c - Compra de mercadorias (10 unidades/1.000 cada) para revenda no valor de 10.000 a vista d - Venda de Mercadorias (10 unidades) a prazo no valor de 30.000 Dados Adicionais ICMS – 17% na compra e na venda PIS – 1,65% na compra e na venda COFINS – 7,6% na compra e na venda Lançamentos: a) C - Clientes D – Caixa 3.000 b) D – Despesa com aluguel C – Caixa 1.000 c) D - Mercadorias Estoque 7.375 D – ICMS a recuperar 1.700 D – PIS a recuperar 165 D – Cofins a recuperar 760 C – Caixa 10.000 14 d) D – Clientes C – Vendas 30.000 D – Desp. ICMS s/ Venda C – ICMS a recolher 5.100 D – Desp. PIS s/ Venda C – PIS a recolher 495 D – Desp. Cofins s/ venda C – Cofins a recolher 2.280 D – CMV C – Mercadorias em estoque 7.375 Transferência dos valores para os razonetes: Caixa Clientes Mercadorias Estoque SI 50.000 1.000 (b) SI 10.000 3.000 (a) SI 5.000 (d) 7.375 (a) 3.000 10.000 (c) (d) 30.000 (c) 7.375 S. 42.000 S. 37.000 S. 5.000 Terrenos Máq. Equip. Fornecedores SI 2.000 SI 10.000 7.000 SI S. 2.000 S. 10.000 7.000 S. Capital Desp. C/ Aluguel ICMS a recuperar 30.000 SI (b) 1.000 1.000 (g) (c) 1.700 1.700 (e) 30.000 S. PIS a recuperar Vendas Desp. ICMS s/Venda (c) 165 165 (f) (h) 30.000 30.000 (d) (d) 5.100 5.100 (g) Desp. PIS s/ Venda ICMS a Recolher PIS a Recolher (d) 495 495 (g) (e) 1.700 5.100 (d) (f) 165 495 (d) 3.400 330 CMV ARE Lucros ou Prej. Acm. (d) 7.375 7.375 (g) (g) 16.250 30.000 (h) 40.000(SI) (i) 13.750 13.750 13.750 (i) 53.750 Desp. Cofins Cofins a recolher Cofins a recuperar (d) 2.280 2.280 (g) (f) 760 2.280 (d) (c) 760 760 (f) 1.520 15 Lançamentos de ajustes: e) Apuração do ICMS: D – ICMS a recolher C – ICMS a recuperar 1.700 f) Apuração do PIS e Cofins: D – PIS recolher C – PIS recuperar 165 D – Cofins a recolher C – Cofins a recuperar 760 A partir deste momento pode-se levantar um balancete de verificação, para confrontação dos saldos devedores e credores. Empresa X Balancete de Verificação Em 31/12/20x2 Contas Saldos Devedores Credores Caixa 42.000 Clientes 37.000 Mercadorias Estoque 5.000 Terrenos 2.000 Máquinas e Equipamentos 10.000 Fornecedores 7.000 Capital 30.000 Lucros ou Prejuízos Acumulados 40.000 Desp. com aluguel 1.000 ICMS a recolher 3.400 PIS a recolher 330 Vendas 30.000 CMV 7.375 Desp. ICMS s/Vendas 5.100 Desp. PIS s/ Vendas 495 Desp. Cofins 2.280 Cofins a recolher 1.520 TOTAL 112.250 112.250 Apuração do Resultado do Exercício Deve-se abrir a conta Apuração do Resultado do Exercício (ARE) e encerrar as contas de receita e de despesa. Vide Razonetes. 16 g) Partidas de diário para as contas de despesa: D – ARE 16.250 C – Desp. PIS s/ Venda 495 C – Desp. ICMS s/ Venda 5.100 C – Desp. de Aluguel 1.000 C – CMV 7.375 C – Desp. c/ Cofins 2.280 h) Partidas de diário para as contas de receita: D – Vendas C – ARE 30.000 i) Transfere-se o saldo da conta ARE para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados: D – ARE C – Lucros ou Prej. Acum. 13.750 1.7 Demonstração do Resultado do Exercício - DRE A Demonstração do Resultado do Exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). Demonstração Dedutiva A Demonstração do Resultado do Exercício é expressada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). Receitas ( - ) Despesas . Sentido Vertical (Dedutivo) ( = ) Lucros ou Prejuízos A Demonstração do Resultado do Exercício, exigida por lei, fornece maiores minúcias para a tomada de decisão: grupos de despesas, vários tipos de lucro, destaque dos impostos, etc... . Receita Bruta A Receita Bruta é o total vendido no período analisado. Nela estão inclusos os impostos sobre vendas (os quais pertencem ao governo) e dela não foram subtraídos as devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos (descontos ocorridos no período). Feitas as citadas exclusões ou ajustes, ou seja, deduzidos da receita bruta os impostos, devoluções e abatimentos sobre vendas, obtém-se a RECEITA LÍQUIDA. Custos das Mercadoria Vendidas O Custo das Mercadorias vendidas consiste no preço pago pela empresa para a aquisição/transformação dos produtos/serviços comercializados em determinado período. 17 Lucro Bruto Lucro Bruto consiste na diferença entre as Vendas Líquidas e o Custo das Mercadorias Vendidas. Não leva em conta, ainda, outras despesas. Desta forma, subtrai-se da Receita Líquida o custo da mercadoria (ou do produto ou serviço prestado) colocada à disposição do consumidor, desprezando-se as despesas administrativas, financeiras e de vendas, por enquanto. Despesas Operacionais As despesas operacionais são todas aquelas referentes a atividade fim da empresa, como administrativas, de vendas e financeiras. As despesas operacionais são as necessários para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Enfim, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa. Lucro Operacional O Lucro Operacional é obtido através da diferença entre o Lucro Bruto e as despesas operacionais, tal como prevista na legislação comercial do país, quais sejam: A -) Despesas com Vendas; B -) Despesas Administrativas; C -) Despesas Financeiras (deduzidas das receitas financeiras); D -) Outras Despesas/Receitas Operacionais. Despesas / Receitas Não-Operacionais As receitas e despesas não relacionadas diretamente com as atividades para as quais a empresa foi constituída são classificadas como não-operacionais. Exemplo de despesas/receitas não operacional é o ganho/perda de capital, decorrente de venda de itens do Ativo Permanente. Lucro Antes do IRPJ O Lucro antes do IRPJ é calculado através da diferença entre o Lucro Operacional e as despesas/receitas não operacionais. Esse nível de lucro é também conhecido pela sigla LAIR (lucro antes do Imposto de Renda). Lucro Após IRPJ Obtido o Lucro Antes do IRPJ (e da Contribuição Social), dele se deduzem duas parcelas para se chegar ao Lucro Após o IRPJ (e da Contribuição Social).: A -) A despesa com o Imposto de Renda Pessoas Jurídicas (IRPJ); B -) A despesa com a Contribuição Social. Distribuição e Participação no Lucro Após a obtenção do Lucro Após o IRPJ e a Contribuição Social, faz-se a dedução dos seguintes itens (se previstos no Estatuto Social), para se chegar ao Lucro ou Prejuízo Líquido do exercício: A -) Participação de Debêntures – As companhias podem solicitar empréstimos ao público em geral pagando juros periódicos e concedendo amortizações regulares. Para tanto, emitirão títulos a Longo Prazo com garantias: São as debêntures. As debêntures poderão assegurar ao seu titular, além de juros e correção monetária, participação no lucro da companhia (dedutível do imposto de Renda). 18 B -) Participação de Empregados e Administradores – É um complemento à remuneração de empregados e administradores. Normalmente, é definido no estatuto ou contrato social um percentual sobre o lucro. C -) Participações de Partes Beneficiárias – Normalmente, são concedidas às pessoas que tiverem atuação relevante nos destinos da sociedade (tais como fundadores, reestruturadores, etc...). São títulos negociáveis, sem valor nominal, que a Cia pode criar a qualquer tempo. Os titulares desses títulos têm direito a participação (prevista em estatutos) nos lucros anuais (não dedutível para efeito de imposto de renda). D -) Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência ou Previdência de Empregados – São as doações às constituições de fundações com a finalidade de assistir seu quadro de funcionários, às previdências particulares, no sentido de complementar a aposentadoria, etc..., que, definidas em estatutos, serão calculadas e deduzidas como participação nos lucros anuais (não dedutível para efeito de imposto de renda). Lucro Líquido O Lucro Líquido do Exercício é a diferença entre o Lucro Após o IRPJ e a distribuição e participação no lucro. Consiste no valor que efetivamente sobra para a empresa para remunerar seus acionistas. É exigência do inciso VII do artigo 187 da Lei das Sociedades por Ações que na DRE seja exibido, em seu final, lucro (prejuízo) líquido por ação do capital social obtido pela divisão do lucro (prejuízo) líquido do exercício pelo número de ações em que se divide o Capital Social da companhia. Assim, no nosso exemplo, temos: Empresa X Demonstração do Resultado do Exercício Em 31/12/20x2 Venda de Mercadorias 30.000 (-) ICMS vendas (5.100) (-) PIS vendas (495) (-) Cofins vendas (2.280) Vendas Líquidas 22.125 (-) CMV (7.375) Lucro Bruto ou Resultado com Mercadorias 14.750 (-) Despesa com aluguel (1.000) Resultado líquido antes das destinações 13.750 Após a elaboração da DRE, apura-se o Balanço Patrimonial, verificando os saldos apurados nos razonetes e transcrevendo-os para o balanço. 1.8 Balanço Patrimonial Segundo a equipe de professores da FEA USP (1998, p. 132) o balanço é a demonstração contábil que tem por finalidade apresentar a situação patrimonial da empresa em dado momento, dentro de determinados critérios de avaliação. Ele encerra a seqüência dos procedimentos contábeis, apresentando de forma ordenada os três elementos componentes do patrimônio: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. 19 O Balanço Patrimonial, permitirá as pessoas interessadas conhecer a situação patrimonial da empresa e as variações ocorridas durante certo período de tempo. Considerando o nosso exemplo, o Balanço Patrimonial da empresa X, esta assim apresentado: Empresa X Balanço Patrimonial Em 31/12/20x2 Ativo Passivo Caixa 42.000 Fornecedores 7.000 Clientes 37.000 ICMS a recolher 3.400 Mercadorias Estoque 5.000 PIS a recolher 330 Terrenos 2.000 Cofins a recolher 1.520 Máquinas e Equipamentos 10.000 Patrimônio Líquido Capital 30.000 Lucro ou prej Acm. 53.750 Total 96.000 Total 96.000 1.9 Atribuição de Preços aos Inventários As empresas em geral realizam diariamente uma série de operações de compra e venda de mercadorias, as quais são comercializadas por preços de compra e venda normalmente diferentes, em função, principalmente, do processo inflacionário. Neste sentido, dificilmente teremos compras de mercadorias realizadas por um longo período de tempo pelo mesmo preço unitário, dando origem ao problema da avaliação do Inventário e, conseqüentemente do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Se há no estoque mercadorias compradas a preços unitários diferentes, como a contabilidade irá avaliar o Custo da Mercadoria Vendida? Neste sentido, a avaliação dos estoques para determinação do Custo da Mercadoria Vendida (CMV), pode ser realizado de várias maneiras, dentre as quais destacam-se: a -) Preço Específico; b -) PEPS ou FIFO - Primeiro que entra, Primeiro que Sai ou (First-in-first-out); c -) UEPS ou LIFO - Último que entra, Primeiro que Sai ou (Last-in-first-out); e d -) PMP - Preço Médio Ponderado. 1.9.1 Preço Específico Algumas empresas, pela peculiaridade dos produtos que comercializam, podem avaliar seus estoques utilizando o método denominado CUSTO ESPECÌFICO, ou seja, lançar como Custo da Mercadoria Vendida o custo exato daquele produto específico. No entanto, só é possível adotar este método em empresas que trabalham com um número limitado de quantidades e itens em estoque, uma vez que a diversidade traria problemas em função da dificuldade em identificar os itens e seus respectivos custos. A seguir, temos um exemplo de movimentação do estoque pelo método do CUSTO ESPECÌFICO: 20 UNO MILLE EX Mod. 2007. Qtde $Unit. $Total Estoque Inicial: 5 $13.000 $65.000 Compra 3 $15.000 $45.000 Venda 2 $16.000 $32.000 OBS.: Da venda realizada, um veículo tem o custo específico de $13.000 e o outro de $15.000. Ficha de Controle de Estoque Mercadoria: Veículo Uno Mille EX Mod. 2007 OP. Entrada Saída Saldo Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total EI 5 13000 65000 1 3 15000 45000 5 13000 65000 3 15000 45000 2 1 13000 13000 4 13000 52000 1 15000 15000 2 15000 30000 Soma 3 15000 45000 2 28000 6 82000 Demonstração do Resultado do Exercício Vendas 32.000 (-) CMV (28.000) Lucro Bruto ou Resultado com Mercadorias 4.000 1.9.2 PEPS ou FIFO Pelo Método PEPS, a metodologia de avaliação do custo das mercadorias vendidas será realizada sempre da seguinte maneira: O Primeiro Custo que entra é o Primeiro Custo que Sai, observadas as quantidades no saldo de estoque. Desta forma, quando ocorrem as vendas, vamos dando baixa a partir das primeiras compras realizadas, gerando uma avaliação dos estoques ao custo mais recente. A seguir, temos um exemplo dos procedimentos adotados segundo o Método PEPS: VENTILADOR BRITÂNIA MOD. 100 Qtde $Unit. $Total Estoque Inicial: 30 $40 $1.200 1 Compra 10 $42 $ 420 2 Venda 3 $50 $ 150 3 Venda 28 $45 $1.260 4 Compra 5 $41 $ 205 5 Venda 10 $48 $ 480 21 Ficha de Controle de Estoque Mercadoria: Ventilador Britânia Mod. 100 OP. Entrada Saída Saldo Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total EI 30 40 1200 1 10 42 420 30 40 1200 10 42 420 2 3 40 120 27 40 1080 10 42 420 3 27 40 1080 1 42 42 9 42 378 4 5 41 205 9 42 378 5 41 205 5 9 42 378 1 41 41 4 41 164 Soma 15 625 41 1661 4 41 164 Demonstração do Resultado do Exercício Vendas 1.890 (-) CMV (1.661) Lucro Bruto ou Resultado com Mercadorias 229 1.9.3 UEPS ou LIFO De acordo com o método UEPS de controle de estoque, o último custo de entrada no estoque será o primeiro a sair, ou seja, o Custo da Mercadoria Vendida será avaliado sempre ao Custo mais recente e o estoque sempre ao custo mais antigo. A seguir, veremos um exemplo de controle de estoque segundo o método UEPS, utilizando as mesmas operações controladas no item anterior pelo Método PEPS: VENTILADOR BRITÂNIA MOD. 100 Qtde $Unit. $Total Estoque Inicial: 30 $40 $1.200 1 Compra 10 $42 $ 420 2 Venda 3 $50 $ 150 3 Venda 28 $45 $1.260 4 Compra 5 $41 $ 205 5 Venda 10 $48 $ 480 22 Ficha de Controle de Estoque Mercadoria: Ventilador Britânia Mod. 100 OP. Entrada Saída Saldo Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total EI 30 40 1200 1 10 42 420 30 40 1200 10 42 420 2 3 42 126 30 40 1200 7 42 294 3 7 42 294 21 40 840 9 40 360 4 5 41 205 9 40 360 5 41 205 5 5 41 205 5 40 200 4 40 160 Soma 15 625 41 1665 4 40 160 Demonstração do Resultado do Exercício Vendas 1.890 (-) CMV (1.665) Lucro Bruto ou Resultado com Mercadorias 225 1.9.4 Média Ponderada Móvel A Média Ponderada Móvel possibilita o controle através de um único custo no saldo de estoque, uma vez que desconsidera os custos por lotes de compras, como foi visto nos métodos anteriores. Desta forma, tanto o Custo das Mercadorias Vendidas quando o saldo de estoque serão avaliados pela média ponderada das operações de compra. Como exemplo, utilizaremos as mesmas operações realizadas nos métodos PEPS e UEPS. VENTILADOR BRITÂNIA MOD. 100 Qtde $Unit. $Total Estoque Inicial: 30 $40 $1.200 1 Compra 10 $42 $ 420 2 Venda 3 $50 $ 150 3 Venda 28 $45 $1.260 4 Compra 5 $41 $ 205 5 Venda 10 $48 $ 480 23 Ficha de Controle de Estoque Mercadoria: Ventilador Britânia Mod. 100 OP. Entrada Saída Saldo Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total Qtde. Vlr. Unit. Total EI 30 40,00 1200,00 1 10 42,00 420,00 40 40,50 1620,00 2 3 40,50 121,50 37 40,50 1498,50 3 28 40,50 1134,00 9 40,50 364,50 4 5 41,00 205,00 14 40,68 569,50 5 10 40,68 406,80 4 40,68 162,72 Soma 15 625,00 41 1662,30 4 40,68 162,72 Demonstração do Resultado do Exercício Vendas 1.890 (-) CMV (1.662) Lucro Bruto ou Resultado com Mercadorias 228 1.9.5 Comparação entre os métodos PEPS, UEPS e MPM Especificação PEPS UEPS MPM Vendas 1.890,00 1.890,00 1.890,00 (-) CMV (1.661,00) (1.665,00) (1.662,30) Lucro Bruto ou Resultado com Mercadorias 229,00 225,00 227,70 Estoque Final 164,00 160,00 162,72 1.9.6 Críticas O Fisco brasileiro não permite atualmente a utilização do método UEPS. Este método caracteriza-se por gerar, dentro de um processo inflacionário positivo, o menor Lucro Bruto ou menor Resultado com Mercadorias, o que acarreta, conseqüentemente, um menor imposto a pagar a partir das mesmas operações. Note-se que não há qualquer interferência do método de controle de estoque no valor da venda realizada. O diferencial está no critério de avaliação do custo de saída das mercadorias vendidas. No Método PEPS, encontramos o menor CMV e o maior imposto a pagar, no entanto, o estoque é avaliado ao custo mais recente o que o torna normalmente maior. No Método UEPS, encontramos o maior CMV e o menor imposto a pagar, sendo os estoques avaliados aos custos mais antigos, o que o torna normalmente menor. Já no Método PMP, tanto o CMV, Lucro Bruto e Estoque Final são avaliados pela média ponderada, o que gera um imposto a pagar entre o PEPS e UEPS. 24 1.10 Custo ou mercado (o mais baixo) Como critério de avaliação dos estoques, pode utilizar a seguinte regra: custo ou mercado, o que for mais baixo. Para a equipe de professores da FEA USP (1998, p. 107) o valor de custo será sempre utilizado, a menos que o valor de mercado seja menor. Para as mercadorias, valor de mercado deve ser entendido como o valor de venda líquido de impostos e de despesas incidentes sobre a venda. Durante o período, para controle de estoque, utiliza-se o custo como base de valor para inventário e CMV, custo este baseado no critério que preferirmos (PEPS, UEPS ou MPM). Salienta-se que o fisco não permite o uso do método UEPS. No dia da apuração do resultado, faz-se a comparação do saldo contábil do estoque final (pelo custo) com seu valor de mercado. Se o custo for menor, o estoque será o apurado na forma conhecida; se o de mercado for menor, deve-se fazer o ajuste pela desvalorização do estoque final. 1.10.1 Demonstração do Resultado Se tivermos vendas (45.000), compras (38.000), EI (4.000), EF (pelo custo, 5.000) e EF (pelo mercado, 4.400): Demonstração do Resultado (Estoque pelo custo) Demonstração do Resultado (Estoque pelo mercado) Vendas 45.000 Vendas 45.000 (-) CMV (-) CMV EI 4.000 EI 4.000 (+) Compras 38.000 (+) Compras 38.000 (-) EF (5.000) 37.000 (-) EF (4.400) 37.600 Lucro Bruto 8.000 Lucro Bruto 7.400 1.10.2 Criticas Segundo a equipe de professores da FEA USP (1998, p. 108), com a aplicação da regra custo ou mercado, a demonstração a ser utilizada seria a da direita, pois é a que representa o estoque final com valor menor; mas esta demonstração tem as falhas de não fornecer a informação de quanto é a diferença entre os valores de estoque, pelo custo e pelo mercado, e atribuir à mercadoria vendida o prejuízo existente no estoque final. Pode-se construir outra demonstração, apresentando ambas as situações, com o resultado final obtido com a aplicação da regra. Demonstração do Resultado (Estoque pelo custo) Vendas 45.000 (-) CMV EI 4.000 (+) Compras 38.000 (-) EF (5.000) 37.000 Lucro Bruto 8.000 Menos: Variação no estoque (600) 7.400 25 1.11 Importância da exatidão dos inventários Conforme a equipe de professores da FEA USP (1998, p. 109), é da exatidão dos inventários que depende a precisão do Balanço e da DRE. O inventário deve ser exato. Caso o inventário não seja exato, este pode estar superestimado ou subestimado. Generalizando pode-se afirmar que: Se o inventário final é: Superestimado, o lucro líquido será superestimado; Subestimado, o lucro líquido será Subestimado. Se o inventário inicial é: Superestimado, o lucro líquido será Subestimado; Subestimado, o lucro líquido será Superestimado. 1.12 Considerações sobre o inventário físico Para a equipe de professores da FEA USP (1998, p. 111), o inventário deve abranger, como regra geral, todas as mercadorias de propriedade da empresa, quer estejam em seu poder, quer sob a custódia de terceiros, excluídas, porém, as mercadorias de propriedade de terceiros que estejam em poder da empresa. Portanto a inclusão de mercadorias no inventário deve basear-se, como regra geral, no critério da propriedade e não no da posse. Para a mercadoria que esta em trânsito do vendedor para a empresa, ou em trânsito da empresa para o comprador, as condições contratuais e o momento exato da liberação e despacho é que vão determinar a inclusão ou não da mercadoria no inventário da empresa. Nos casos de consignação, o consignante mantém a propriedade da mercadoria até que o consignatário a venda. Nestes casos a mercadoria pertence ao consignante e deve constar no inventário deste até que ocorra a venda. 1.13 Observações Finais 1.13.1 Sobre a ficha de controle de estoque Existem casos como grandes lojas de departamentos que possuem em seu estoque uma vasta variedade de mercadorias, o que causa grande dificuldade de controle. Nestes casos, existem outras formas de controle que não as fichas vistas anteriormente. Existem outras fórmulas menos rigorosas e baseadas em médias de acréscimos e remarcações para mais ou para menos sobre os valores originais que fornecem valores de custo das mercadorias vendidas e estoques final pelos preços de custo bem mais rapidamente. São fórmulas que chegam a valores aproximados, sem a exatidão do critério explanado, mas de grande uso pela facilidade de aplicação. Há, também, programas de computador específicos para controle de estoque que nestes casos otimizam e fornecem informações precisas a respeito do custo das mercadorias vendidas e estoque final. 26 2 Procedimentos Contábeis DiversosCréditos Duvidosos e Devedores Insolváveis – Provisão para Devedores Duvidosos Representam valores passíveis de prejuízos onde os devedores estão sujeitos a não liquidarem seus compromissos com a empresa. Quando se torna comprovada a real impossibilidade do pagamento de suas dívidas, são esses devedores considerados devedores insolváveis. Cálculo: 1. Pela análise individual dos devedores, verificando-se em cada caso a possibilidade de recebimento futuro; 2. Pela determinação da provisão mediante a aplicação de uma percentagem sobre as vendas a prazo. No passado, a legislação fiscal permitia que se usasse um percentual (numa época foi de 3%, noutra 1,5%) sobre o saldo de duplicatas a receber para determinar a expectativa de perdas com devedores duvidosos. Contudo, os princípios contábeis e a legislação societária mantém sua posição de que a empresa deve constituir a provisão para perdas com base na expectativa de perda, devendo computar o valor da referida perda entre as inclusões do LALUR para apuração da base de cálculo do IR. Exemplo: Supondo que o saldo da conta Duplicatas a Receber seja de R$ 40.000,00. Estima-se que o montante de perda é de R$ 4.000,00. O lançamento a ser efetuado em 31/12 é o seguinte: D- Desp. Devedores Duvidosos R$ 4.000,00 (Conta de resultado) C- Provisão para Devedores Duvidosos R$ 4.000,00 Exercício: O saldo da conta duplicatas a receber da empresa BETA S/A é de R$ 50.000. Estimou-se, que desta quantia 3% não será recebido pela empresa. Pede-se: constituir e contabilizar a Provisão para CLD. Qual o impacto da contabilização da operação no resultado da empresa? Natureza da Conta Provisão A conta Provisão para Devedores Duvidosos é uma conta subtrativa da conta Duplicatas a Receber. Desta forma os saldos dessas duas contas aparecerão nos demonstrativos da empresa, assim: Duplicatas a Receber R$ 40.000,00 (-) Prov. p/ Dev. Duvidosos (R$ 4.000,00) (=) Saldo R$ 36.000,00 Baixa de Títulos Incobráveis 27 Exemplo de Contabilização: Saldos do Balanço: Duplicatas a Receber R$ 40.000,00 - Saldo devedor (-) Prov. p/ Dev. Duvidosos (R$ 4.000,00) - Saldo Credor Suponhamos que uma duplicata tornou-se incobrável no valor de R$ 500,00. Por se tratar de uma quantia que não entrará mais nos cofres da empresa a contabilidade deve providenciar a baixa do título. Desta forma, o lançamento a ser feito é o seguinte: D- Prov. p/ Dev. Duvidosos R$ 500,00 C- Duplicatas a Receber R$ 500,00 Exercício: João Brasileiro informou a nossa empresa que por motivo de força maior não pagaria sua duplicata, no valor de R$ 2.000,00. Pede-se: contabilizar a baixa do título. Legislação Fiscal - Dedução do IR A Lei 9.430/96 não permite a dedutibilidade da base de cálculo do IR a provisão para devedores duvidosos. O art. 340 do RIR/99 diz que, somente serão dedutíveis da base de cálculo do IR e CS os registros contábeis relativos a perdas de créditos referentes aos casos: I - já exista declaração de insolvência do devedor, por meio de sentença do Poder Judiciário; II - não haja garantia de valor para os créditos de até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses; acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, por operação e vencidos há mais de um ano que estejam em processo de cobrança administrativa; e, finalmente, para os créditos superiores a R$ 30.000,00 e vencidos há mais de um ano, cujos procedimentos judiciais para recebimento já estejam em andamento; III - haja garantia para os valores a receber mas estes estejam vencidos há mais de dois anos e com procedimentos judiciais para recebimento ou para arresto das garantias já em andamento. Consideram-se créditos com garantia aqueles decorrentes de vendas a prazo “com reserva de domínio, de alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais”; VI - haja declaração de falência ou concordata do devedor, observando-se que: a) a dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão da concordata, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários para o recebimento do crédito. Caso um título tenha sido baixado como incobrável, mas em um período futuro a empresa devedora efetue o pagamento, o lançamento a ser realizado é: D- Caixa C- Outras receitas operacionais Exercício: Em um momento posterior, João brasileiro pagou a empresa R$ 1.000,00 referente duplicata que havia sido baixada como incobrável. Pede-se: contabilizar a recuperação da perda. 28 Saldo no Final do Exercício Segundo a Equipe de Professores da FEA/USP (1998), a provisão para devedores duvidosos é sempre uma estimativa e, por ser uma estimativa, está obviamente sujeita a erros. Tanto a provisão pode ser insuficiente como também pode ser mais do que suficiente para cobrir as perdas com devedores insolváveis. Quando for insuficiente, não resta outra alternativa se não a de se contabilizar o excesso das perdas a débito de uma conta de resultado, como perda não esperada. Nessa hipótese, o saldo da provisão no fim do exercício será nulo. Quando é mais do que suficiente, haverá no fim do exercício um saldo credor, correspondente ao excesso da provisão sobre as perdas realmente ocorridas. Nesse caso pode-se proceder de duas maneiras: 1) deixar o saldo na conta, completando adequadamente, em face da estimativa para o próximo exercício. Saldo da Prov. p/ Dev. Duvidosos = R$ 3.500,00 Estima-se uma perda de R$ 4.000,00 D- Desp. c/ Devedores Duvidosos R$ 500,00 C- Prov. p/ Dev. Duvidosos R$ 500,00 2) Reverter o saldo não utilizado para a conta Resultado com o seguinte lançamento: D- Prov. p/ Dev. Duvidosos R$ 3.500,00 C- Reversão Provisão – Outras Receitas Operacionais R$ 3.500,00 e após constituir nova provisão pelo valor integral da nova estimativa: D- Desp. c/ Devedores Duvidosos C- Provisão para Devedores Duvidosos R$ 4.000,00 Exercício 1: O saldo da conta Provisão para CLD de determinado exercício é de R$ 1.500,00. Quando da constituição da provisão para o próximo exercício, esta foi estimada em R$ 2.000,00. Proceda a contabilização da operação, considerando as duas maneiras vistas anteriormente e explique o impacto da contabilização da operação no resultado da empresa. Exercício 2: Foi estimado, em 31/12/2006, que os valores considerados incobráveis da empresa Cont III S/A, tinham como média nos últimos três anos, 3% das vendas a prazo. Neste mesmo dia, o saldo da conta Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa inexistia. O total das vendas a prazo, neste ano, totalizou R$ 537.843,00. No decorrer do ano de 2007 ocorreram as seguintes transações: 12/01 – a empresa Calote S/A nos enviou uma carta anunciando sua falência e, portanto, não pagaria seus débitos. Esta empresa devia uma duplicata de R$ 550,00. 29 06/04 – a empresa Devo Não Nego S/A, que seus títulos em 2006 haviam sido baixados como incobráveis, nos remeteu um cheque no valor de R$ 300,00. 30/04 – a empresa Inadimplente S/A quitou R$ 950,00 que devia a nossa empresa. Contudo restava um saldo deste cliente no valor de R$ 350,00 que o mesmo não possui condições de pagar. Este saldo foi considerado incobrável. 10/06 – do débito da empresa Pago Quando Puder S/A, no valor de R$ 780,00 apenas foi recebido R$ 230,00 sendo o restante considerado incobrável. 08/09 – a empresa Cara de Pau S/A nos remeteu um memorando informando que um de seus sócios fugiu levando todo o dinheiro da empresa. Desta forma, a mesma encerrou suas atividades não tendo condições de liquidar seu débito de R$ 1.000,00. 30/11 – após ser vítima de um incêndio, a Golpes e Cia. informou que irá encerrar suas atividades e não irá pagar seus débitos. A empresa devia R$ 890,00. 20/12 – após ter sido preso, o sócio da empresa Cara de Pau S/A que havia roubado o dinheiro, quitou 50% de seu antigo débito. 30/12 – várias duplicatas, no montante total de R$ 1.500,00, foram baixadas por terem sido consideradas incobráveis. Pede-se: A - efetuar o lançamento na conta Provisão para Devedores Duvidosos no dia 31/12/2006; B – registras as operações do ano de 2007 transportando o saldo restante da conta Provisão para Devedores Duvidosos para a conta Resultado (ARE). Exercício 3: O saldo em 01.01.2006 da conta provisão para devedores duvidosas da Santos S.A era de R$ 2.500,00. Durante o ano aconteceram os seguintes eventos: O cliente A, que fora considerado incobrável há dois anos, pagou sua dívida de R$ 500,00; O cliente B foi considerado incobrável em 10.04.2007 em R$ 600,00; O cliente C foi considerado incobrável em 12.05.2007 em R$ 700,00; O cliente B, em 10.07.2007, apareceu e pagou R$ 500,00 da sua dívida e alegou que não teria condições de pagar o restante; O cliente D foi considerado incobrável em 10.08.2007 em R$ 1.000,00; O cliente E foi considerado incobrável em 10.09.2007 em R$ 200,00; Em 30.11.2007 o cliente D veio até empresa e pagou R$ 200,00 da sua antiga dívida; O saldo da conta clientes em 30.12.2007 é de R$ 230.000,00. A base para constituir nova provisão é de 5,5% sobre o saldo. Pede-se: 30 A - Faça todos os registros necessários, inclusive razonetes, considerando 31.12.2007 como encerramento do exercício social. Exercício 4: O saldo da conta Clientes, da empresa Cont III S/A, em 31/12/2007, era de R$ 123.000,00. O contador da empresa tinha como média nos últimos três anos que 3% das vendas a prazo não eram recebidas. Assim, pede-se: A - constituir a provisão para devedores duvidosos para o exercício de 2008. No decorrer do ano de 2008 ocorreram as seguintes situações: 13/03 – a D S/A decretou falência. Esta empresa devia uma duplicata de R$ 150,00. 16/04 – a empresa Y S/A, que devia R$ 1.000,00, nos remeteu um cheque no valor de R$ 300,00 e anunciou a descontinuidade dos seus negócios. 30/05 – a empresa R S/A veio até nossa empresa pagou R$ 50,00 de uma dívida de R$ 200,00 e alegou que não possui condições de pagar o restante. 11/07 –a empresa P S/A, cuja dívida fora considerada incobrável em 2007, nos remeteu um cheque no valor de R$ 780,00 para quitar suas obrigações. 28/10 – a empresa C S/A nos remeteu um memorando informando que estava encerrando suas atividades. Desta forma, a empresa realizou um depósito bancário pagando sua dívida de R$ 1.000,00. 30/11 – a empresa D S/A, que havia decretado falência, foi comprada por outra empresa sendo que a nova administração pagou R$ 50,00 da antiga dívida. 23/12 – várias duplicatas, no montante total de R$ 740,00, foram baixadas por terem sido consideradas incobráveis. Pede-se: B - realizar os lançamentos contábeis para cada operação do ano de 2008; elaborar os razonetes; apurar o saldo da conta Provisão para Devedores Duvidosos; reverter o saldo da provisão; apurar o novo saldo da P. p/ CLD considerando que o saldo da conta clientes em 31.12.2008 é de R$ 193.500,00 e o percentual o mesmo do ano anterior. 31 3. Folha de Pagamento 3.1 Obrigatoriedade A confecção da folha de pagamento, além de um procedimento de caráter trabalhista, decorre de obrigatoriedade prevista no art. 47 do ROCSS – Regulamento da Organização e Custeio da Seguridade Social, que determina: “A empresa é obrigada a: I – preparar folha de pagamento da remuneração paga ou creditada a todos os segurados a seu serviço; II – lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos.” 3.2 Remuneração e Salários Salários Segundo Gonçalves (1999), salário “é a contraprestação dos serviços prestados pelo empregado, devida e paga diretamente pelo empregador. De uma forma concisa, salário é todo valor pago ao empregado, pelo empregador, por exemplo: salário básico, percentagens, comissões, gratificações, abonos, etc.”. Remuneração Segundo Gonçalves (1999), remuneração “é a soma do salário devido pelo empregador com os valores que o empregado recebe de terceiros, em decorrência do contrato de trabalho, por exemplo, a gorgeta”. 3.2.1 Horas Extras Se o empregado trabalhar em horas suplementares, através de acordo de prorrogação de horas, as mesmas serão pagas com adicional de 50% sobre o valor da hora normal. (Constituição Federal, art. 7 § XVI). Há, ainda, a possibilidade da existência de percentual superior ao fixado pela CF, através de contrato, acordo ou convenção coletiva. Para cálculo de horas extras utiliza-se o procedimento: Salário / Carga Horária Contratada 32 1.000,00 / 220 = 4,55/h 3.2.2 Adicional Noturno O empregado que trabalhar no período noturno, ou seja, aquele compreendido entre as 22:00 hs de um dia e às 5:00 hs do dia seguinte, fará jus ao adicional de 20% sobre o salário hora diurno. A hora do trabalho noturno é de 52 minutos e 30 segundos. (CLT, art. 73). Exemplo: 7 horas X 60 minutos = 420 minutos 420 minutos : 52m 30Seg = 8 horas O trabalhador receberá como remuneração nas 8 horas trabalhadas e não apenas nas 7 horas. Hora diurna = R$ 50,00 Adicional noturno = R$ 10,00 (R$ 50,00 x 20%) Hora noturno = R$ 60,00 8 horas x R$ 60,00 = R$ 480,00 3.2.3 Adicional de Periculosidade Os empregados que trabalham em contato permanente com inflamáveis ou explosivos recebem um adicional de 30% sobre o salário contratual, não incidido o referido percentual sobre prêmios, gratificações e participação nos lucros (Art.193,CLT). Exemplo: Salário contratual = R$ 11.000,00 Adicional de periculosidade = R$ 3.300,00 3.2.4 Adicional de Insalubridade É pago aos empregados que trabalham nas atividades consideradas insalubres, nocivas à saúde do trabalhador. O adicional será de 10%, 20% ou 40% (mínimo, médio ou máximo) do salário mínimo (CLT Art.192), conforme quadro das atividades insalubres constante na Norma Regulamentadora nº15 / Portaria MTb nº 3.214/78. 3.2.5 Salário Família Instituído pela Lei nº 4.266/63 inicialmente para os empregados urbanos, teve sua concessão ampliada para os trabalhadores rurais pela CF/88 art. 7º e inciso XII. Posteriormente a Lei nº 8.213/91, que dispões sobre os Planos de Benefícios da Previdência 33 Social e dá outras providências, regulamentada pelo Decreto nº 611, de 21.07.92 (DOU de 22.07.92), passou a disciplinar a forma de concessão e reembolso do Salário Família. Tem direito ao Salário Família os trabalhadores que obtiverem salários até R$ 862,11 e possuírem: Filhos até 14 anos; Equiparados a filho (enteados, menor que esteja sob guarda ou sob tutela e filho de criação com apresentação de termo de guarda); Filho inválido. O valor do Salário Família é variável de acordo com a seguinte tabela: 3.4 Descontos na Folha de Pagamento A legislação trabalhista permite que se efetuem descontos no salário do empregado somente quando tratar-se de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Os demais descontos somente serão permitidos através de acordo entre empregado e empresa ou com expressa autorização de empregado. 3.4.1 Contribuição Sindical Na Folha de Pagamento de mês de março, a empresa é obrigada a descontar um dia de trabalho de todos os empregados, qualquer que seja a forma da referia remuneração (Arts. 578 à 610 CLT). Para a Contribuição Sindical Patronal deve-se verificar valor do desconto ou percentual em tabela específica. 3.4.2 INSS A empresa deverá descontar de seus empregados a contribuição previdenciária que incidirá sobre a remuneração efetivamente paga ou creditada no mês, recolhendo o produto até o dia 20 do mês seguinte. Tabela de Contribuição do Segurado Empregado: 34 *Teto máximo de desconto. Fonte: Previdência Social Empresas ou equiparadas contribuem com alíquota patronal de 20% sobre a remuneração dos empregados, mais a contribuição destinada à complementação do custeio das prestações por acidente do trabalho variável de acordo com o grau de risco (1%, 2% ou 3%), além das contribuições devidas com a atividade da empresa. Estão desobrigadas a este recolhimento (patronal) as empresas optantes pelo sistema de tributação SIMPLES (Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições) de acordo com a lei 9317/96, pois esta alíquota já é inclusa no percentual específico. 3.4.3 IRRF Incidência: Estão sujeitos à incidência de imposto de renda na fonte, calculado de acordo com a tabela progressiva mensal, os rendimentos líquidos do trabalho assalariado pagos por pessoa física ou jurídica a pessoas físicas, e os demais rendimentos pagos por pessoas jurídicas a pessoas físicas. Parâmetros de IRRF* Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 1.499,15 - - De 1.499,16 até 2.246,75 7,5 112,43 De 2.246,76 até 2.995,70 15,0 280,94 De 2.995,71 até 3.743,19 22,5 505,62 Acima de 3.743,19 27,5 692,78 35 Fonte: Receita Federal *Para verificação da progressividade dos tetos, deduções e bases de cálculo para os anos seguintes deve-se visitar o site da receita federal: www.receita.fazenda.gov.br. Deduções para apuração da Base de Cálculo (Teto) Dedução por dependente (R$ 150,69), pensão alimentícia, contribuições para previdência social da União, dos estados, do DF e dos Municípios e contribuições para as entidades de previdência privada no País. Para a obtenção do valor do imposto devido, deve-se adotar o seguinte procedimento: Apuração da renda líquida; Aplicação do percentual do IRRF; Aplicação da parcela de dedução. 3.5 FGTS Constituição Federal/88 – Direito Adquirido Artigo 7 da Constituição Federal: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condição social: III – fundo de garantia do tempo de serviço.” Enunciado 63/TST: “A contribuição para o FGTS incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado.” O percentual de recolhimento sobre o valor da remuneração é de 8%. No caso de rescisão contratual sem justa causa, caberá ao empregador uma multa de 50% do valor do saldo do FGTS do empregado, sendo que, 40% é depositado para o empregado e 10% para o governo. 3.6 Provisões e Contabilização da Folha de Pagamento As provisões podem ser consideradas como verdadeiros elementos subtrativos do Ativo ou como verdadeiros passivos. Neste último caso (ex. provisões de férias), trata-se sempre de uma conta de vencimento aleatório. A contrapartida será sempre a débito de uma conta de despesa. Representam, geralmente, as provisões, despesas já incorridas, mas cujo total podemos apenas estimar. Uma das principais vantagens da execução das provisões é a redução do lucro a ser tributado para empresas não optantes pelo sistema de tributação SIMPLES. Exemplo: 36 Empregado: X Dependentes: Filho 12 anos Salário: R$ 2.500,00 Horas Extras: R$ 50,00 Remuneração: R$ 2.550,00 INSS: R$ 280,50 IRRF: R$ 103,60 Descontos R$ 384,10 Remun. Líquida R$ 2.165,90 Lançamentos Contábeis da Folha de Pagamento: Lançamentos Remuneração e Encargos – Empregado D- Salários e Vantagens 2.550,00 C- IRRF à Recolher 103,60 C- INSS à Recolher 280,50 C- Salários à Pagar 2.165,90 Lançamentos dos Encargos Sociais – Empresa D- Desp. c/ FGTS 216,75 C- FGTS à Recolher 216,75 D- Desp. c/ INSS Patronal 510,00 C- INSS Patr. à Recolher 510,00 Provisões sobre a Remuneração 13º Salário (8,33%) D- Desp. c/ 13º Salário 212,41 C- Provisão de 13º Sal. 212,41 Férias (8,33%+2,78%= 11,11%) D- Desp. c/ Férias 283,30 C- Provisão Férias 283,30 Encargos sobre Provisões – Empresa 13º Salário D- Desp. c/ INSS Patronal 42,48 C- Prov. INSS s/ 13º Sal. 42,48 D- Desp. c/ FGTS 18,05 C- Prov. FGTS s/ 13º Sal. 18,05 37 Férias D- Desp. c/ INSS Patronal 56,66 C- Prov. INSS s/ Férias 56,66 D- Desp. c/ FGTS 24,08 C- Prov. FGTS s/ Férias 24,08 Exercícios: 1) A empresa Beta possui 4 funcionários. Com os dados abaixo calcule a folha de pagamento da empresa Beta. Lembre que a folha de pagamento é o documento que relaciona os nomes dos empregados da empresa, o valor bruto de seus salários as deduções e o valor líquido a receber. Abel: Salário de R$ 525,00, insalubridade de 20%, efetuou 20 horas extras com adicional de 50%. Ivo: Salário de R$ 600,00, trabalha durante o dia, porém realizou 20 horas extras com adicional de 50% no período noturno. José: Salário de R$ 830,00, realizou 10 horas extras com adicional de 100% e ganha periculosidade de 30%. Eva: Salário de R$ 2.000,00, possui 2 filhos dependentes para cálculo do IRRF. Obs: Para cálculo da insalubridade utilizar o salário mínimo de R$ 240,00. Para cálculo do INSS e IRRF utilizar as tabelas constantes no material de apoio. Pede-se: Montar a folha de pagamento e contabiliza-la. 2 - Considerando a seguinte Folha de Pagamento, proceda aos lançamentos contábeis cabíveis. Nome Salário Total Proventos INSS IRRF Total Descontos Total líquido a receber José 500,00 500,00 38,25 38,25 461,75 João 300,00 300,00 22,95 22,95 277,05 Total 800,00 800,00 72,00 72,00 728,00 3 - Considerando a seguinte Folha de Pagamento, proceda aos lançamentos contábeis cabíveis. Nome Salário Total Proventos INSS IRRF Total Descontos Total líquido a receber Abel 5.000,00 5.000,00 264,00 879,32 1.143,32 3.856,68 38 4. Operações Financeiras Quando uma empresa necessita de fundos adicionais para o prosseguimento ou expansão de suas operações, poderá recorrer aos seguintes expedientes: a) tomar dinheiro emprestado de um banco, de uma companhia de financiamento ou de um capitalista particular, para pagamento a curto ou médio prazo; b) tomar dinheiro emprestado, geralmente de um banco governamental por prazo longo; c) lançar debêntures, a médio ou longo prazo; e d) aumentar o capital social. Empréstimos a curto prazo devem ser efetuados exclusivamente para atender a necessidades que aparecem periodicamente dentro de cada ciclo operacional. Ciclo Operacional: Período que vai desde a aquisição das matérias primas até o recebimento das vendas. CICLO OPERACIONAL = 75 dias |-----------------------------------------------------------------| PMRE = 30 dias PMRV = 45 dias |-----------------------------|-----------------------------------| Compra Vende Recebe Estudaremos dois modelos de financiamento a curto prazo: a) Descontos de nota promissória b) Descontos de duplicatas a receber 4.1.1 Desconto de Nota Promissória A nota promissória é uma promessa de pagamento, emitida pelo próprio devedor. A empresa CON III S.A. efetuou o desconto de uma nota promissória de sua emissão, no Banco do Brasil, com vencimento em 60 dias. Condições: - data de emissão e entrega: 30/10; - valor da NP R$ 50.000,00; - taxa de desconto: 5,45% a.m. - taxas bancárias diversas: R$ 150,00. 39 Contabilização: 1º Situação: O banco desconta os juros no momento da liberação do dinheiro. Lançamentos necessários: D- Banco R$ 44.400,00 D- Juros a transcorrer R$ 5.450,00 (Redutora do Passivo) D- Despesas bancárias R$ 150,00 C- Promissórias a pagar R$ 50.000,00 Tratamento dos juros no período: Em 30/11 D- Desp. Juros bancários R$ 2.725,00 C- Juros a transcorrer R$ 2.725,00 Em 30/12 D- Desp. Juros bancários R$ 2.725,00 C- Juros a transcorrer R$ 2.725,00 Pagamento da NP em 30/12: Lançamentos necessários: D- Promissórias a pagar R$ 50.000,00 C- Banco conta movimento R$ 50.000,00 Exercício 1: Em 31.10.2008 a empresa Real S.A tomou emprestado R$ 50.000,00 do banco Sudameris pelo desconto de uma nota promissória para 60 dias com taxa de 3,8% a.m. As despesas bancárias foram de R$ 190,00 pagas pela abertura de cadastro. O banco descontou também os juros totais do empréstimo no momento da liberação do dinheiro. A NP foi paga em 31.12.2008 conforme aviso do banco. Contabilize. 2 a Situação: O banco desconta os juros no pagamento da nota promissória. Lançamentos necessários: D- Banco R$ 49.850,00 D- Despesas bancárias R$ 150,00 C- Promissórias a Pagar R$ 50.000,00 Tratamento dos juros: Em 30/11 D- Desp. Juros bancários R$ 2.725,00 C- Juros a Pagar R$ 2.725,00 Em 30/12 D- Desp. Juros bancários R$ 2.725,00 C- Juros a Pagar R$ 2.725,00 40 Pagamento da NP em 30/12: Lançamentos necessários: D- Promissórias a Pagar R$ 50.000,00 D- Juros a Pagar R$ 5.450,00 C- Banco conta movimento R$ 55.450,00 Exercício 2: Em 30.09.2008, a empresa X S.A, tomou emprestado R$ 60.000,00 do Banco Bradesco, pelo desconto de uma nota promissória para 120 dias com taxa de 6% a.m. Além dos juros, o banco cobrou R$ 210,00 de despesas bancárias pela abertura do cadastro. O banco informou que cobraria os juros somente no momento da liquidação da NP. A nota promissória foi paga no dia 31.01.2009 conforme aviso do banco. Contabilize. 4.1.2 Desconto de Duplicatas a Receber Ao extrair a fatura de venda, ou após esse ato, pode o vendedor sacar uma duplicata correspondente, para circular como título de crédito. Visando suprir seu capital de giro, é comum as empresas efetuarem o desconto de duplicatas a receber em bancos. O banco compra à vista estas duplicatas “descontando” as despesas bancárias e os juros. Caso o devedor venha a não efetuar o pagamento da duplicata, a mesma volta para a empresa que efetuou o desconto e o banco é ressarcido do valor. Por esse motivo, o montante das duplicatas a receber descontadas deve ser demonstrado no balanço subtraindo o valor das duplicatas a receber respectivas. Não devem as duplicatas descontadas serem classificadas como passivo, pois ainda não existe dívida por parte da empresa. Exemplo: Desconto de duplicata emitida em 01/09, que vence em 01/11, no valor de R$ 10.000,00. O banco cobra uma taxa de R$ 50,00 para despesas mais 5% do valor do título. Forma de contabilização: D- Banco R$ 8.950,00 D- Juros a transcorrer R$ 1.000,00 D- Despesas Bancárias R$ 50,00 C- Duplicatas descontadas R$ 10.000,00 Tratamento dos juros: Em 30/09 D- Desp. Juros bancários R$ 500,00 C- Juros a transcorrer R$ 500,00 Em 30/10 D- Desp. Juros bancários R$ 500,00 C- Juros a transcorrer R$ 500,00 Quando da liquidação da duplicata: 41 Lançamento contábil: D- Duplicatas descontadas R$ 10.000,00 C- Duplicatas a receber R$ 10.000,00 No caso de não pagamento do título pelo devedor: Lançamento contábil: D- Duplicatas descontadas R$ 10.000,00 C- Banco R$ 10.000,00 Exercício 1: Desenvolva a seguinte situação: 1) A empresa Cont III S.A apresentava um saldo de duplicatas a receber de R$ 100.000,00 em 01.10.2008. na mesma data, a empresa descontou, no banco Banrisul, duplicatas com vencimento para 90 dias no valor de R$ 50.000,00. O banco cobrou antecipadamente juros de 3,8% a.m., mais comissão de cobrança de 10% do valor das duplicatas e despesas de abertura de cadastro de R$ 150,00 creditando o líquido da transação na conta da empresa. na mesma data, a empresa mandou para cobrança bancária duplicatas no valor de R$ 15.000,00 com vencimento para 90 dias. em 02.01.2009 o banco mandou um aviso de lançamento com as seguintes informações: o das duplicatas descontadas em 01.10.2008, R$ 43.000,00 foram quitadas pelos clientes; o os R$ 7.000,00 não pagos, em duplicatas, foram devolvidos a empresa. o os R$ 15.000,00, remetidos para a cobrança bancária, foram pagos e creditados na conta da empresa. Exercício 2: Desenvolva as seguintes situações: a) A empresa Cont III S.A apresentava um saldo de duplicatas a receber de R$ 90.000,00 em 31.03.2008. na mesma data, a empresa descontou no banco Itaú duplicatas com vencimento para 120 dias no valor de R$ 15.000,00. O banco cobrou antecipadamente juros módicos de 15% a.m. mais comissão de cobrança de R$ 1.000,00 e despesas de abertura de cadastro de R$ 250,00 creditando o líquido da transação na conta da empresa. em 30.05.2008 a empresa mandou para cobrança bancária duplicatas no valor de R$ 25.000,00 com vencimento para 90 dias. em 31.07.2008 o banco mandou um aviso de lançamento com as seguintes informações: o das duplicatas descontadas em 31.03.2008, R$ 10.000,00 foram quitadas pelos clientes; o dos R$ 5.000,00 não pagos, o banco agiu da seguinte maneira: 42 R$ 2.000,00 em duplicatas, após terem sidos debitados da conta da empresa por não pagamento, foram transferidas para cobrança bancária; R$ 3.000,00 em duplicatas foram devolvidos a empresa por não pagamento. b) Em 01.10.2008, a empresa Sem Saldo S.A, tomou emprestado R$ 15.000,00 do Banco do Brasil, pelo desconto de uma nota promissória para 90 dias com taxa de 5% a.m.. Além dos juros, o banco cobrou R$ 200,00 de despesas bancárias pela abertura do cadastro. Tanto o juro como as despesas bancárias foram descontados no momento da liberação do dinheiro. A nota promissória foi paga no dia 02.01.2003. c) Em 31.12.2001 a R e Cia tomou emprestado R$ 20.000,00 do banco Banrisul pelo desconto de uma nota promissória para 60 dias com taxa de 4,9% a.m. As despesas bancárias foram de R$ 210,00 pagas pela abertura de cadastro. O banco informou que iria cobrar os juros no resgate do título. A NP foi paga em 28.02.2008 conforme aviso do banco. 5. Ativo Imobilizado e Problemas de Amortização 5.1 Ativo Imobilizado – Conceituação Lei 6.404/76, Art 179, item IV: Os direitos que tenham por objeto bens destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial. Ativo Imobilizado: Neste grupo de contas são incluídos todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e de seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade. 5.2 Amortização do ativo imobilizado em sentido amplo Amortização, depreciação, exaustão = Redução da capacidade de geração de serviços de um ativo. Os elementos do ativo imobilizado têm sua vida limitada no tempo. Amortização: usada para bens intangíveis. Exemplo: Marcas e patentes. Depreciação: usada para bens tangíveis. Exemplo: Prédios e veículos. Exaustão: usada para recursos naturais. Exemplo: Minas e florestas. 43 Os gastos com depreciação, amortização ou exaustão devem ser distribuídos pelos períodos da vida estimada dos ativos. A legislação fiscal (arts. 305 à 323) estabelece critérios básicos para as taxas de depreciação ao ano: Edifícios, 4%; Máquinas, 10%; Móveis e utensílios, 10%; Veículos, 20%; Software 20%; Equipamentos de informática 20%; Tratores 25%. 5.3 Classificação dos elementos do ativo imobilizado a) Tangíveis: que tem corpo físico, tais como: - sujeitos a depreciação: máquinas, ferramentas, móveis, edifícios, entre outros; - não sujeitos a depreciação: terrenos, obras de arte; - sujeitos a exaustão: minas, florestas, entre outros. b) Intangíveis: cujo valor não reside em qualquer propriedade física, tais como: - sujeitos a amortização: patentes, direitos autorais, entre outros; - não sujeitos a amortização: marcas de indústria e de comércio; 5.4 O valor contábil dos elementos do ativo imobilizado Lei 6.404/76 art. 183: “No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão.” O custo de aquisição deve incluir todos os desembolsos de dinheiro feitos até que o bem esteja em condições de entrar em atividade no processo operacional da empresa. Incluem-se fretes, custo de instalação, entre outros. Exemplo: custo de um prédio, prensa de grande porte. O art. 183 da Lei nº 6.404/76 estabelece, em seu par. 2º: “A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de: 44 a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou a perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.” Como se verifica, a depreciação a ser contabilizada deve ser, conforme a Lei das Sociedades por Ações, o valor que corresponder ao desgaste efetivo pelo uso ou perda de utilidade dos bens físicos, inclusive por ação da natureza ou obsolescência, e não os estabelecidos pela legislação fiscal; contudo, é prática usual, visando simplificar o trabalho, a adoção das taxas anuais de depreciação estabelecidas pelo Fisco. A legislação fiscal, por meio do Regulamento do Imposto de Renda (RIR)/99, em seus artigos 305 a 334, determina resumidamente que: “A importância correspondente à diminuição de valor dos bens do ativo permanente resultante de desgastes pelo uso, ação da natureza ou obsolescência normal, poderá ser computada como custo ou despesa operacional. A parcela da depreciação dos bens utilizados na produção será computada como custo dos produtos vendidos, enquanto a depreciação dos demais bens será escriturada como despesa operacional, na área de vendas ou administrativa.” O montante acumulado das quotas de depreciação, em qualquer hipótese, não poderá ultrapassar o custo do bem corrigido monetariamente; logo, o valor líquido contábil não poderá ser negativo (SCHMIDT, 2002). 5.4.1 Bens construídos Se uma máquina é construída pela própria empresa, deve ser contabilizada pelo custo de construção do equipamento. Englobam, além dos custos citados anteriormente, os custos de mão de obra, encargos, entre outros. 45 5.5 Conceito de Depreciação A depreciação corresponde à perda do valor dos bens decorrente do uso, ação da natureza ou obsolescência; 5.6 Problemas de Depreciação Para calcular a amortização dos bens depreciáveis, é necessário resolver três problemas: a) O problema da vida útil; b) O problema do método; e c) O problema da escolha da base de cálculo. 5.7 O problema da vida útil A vida útil do bem é limitada devido a causas físicas e funcionais que atuam sempre em conjunto. Causas físicas: desgaste natural e ação dos elementos da natureza; Causas funcionais: inadequação e obsoletismo. 5.8 O problema do método Os métodos de depreciação mais utilizados são: - método das quotas constantes - método da soma dos dígitos dos anos 46 - método do saldo decrescente - método de unidades produzidas - método de horas de trabalho 5.8.1 Método das quotas constantes Também chamado de método linear, é o mais utilizado pelas empresas. Utiliza-se a seguinte fórmula: Depreciação = Custo (-) Valor residual estimado Período de vida útil Exemplo: Custo do bem : R$ 6.000,00 Vida útil estimada: 5 anos ou 60 meses Não há valor residual Depreciação = R$ 6.000,00 = R$ 100,00/mês 60 Tabela para cálculo da depreciação Mês/Ano Valor Índice/Taxa Depr. Período Depr. Acum. Valor Residual 47 Exercício: 1 - Calcule a depreciação mensal dos seguintes bens e contabilize. Utilize a tabela auxiliar. Bens Custo/Bem Vida útil/Anos Taxa anual Valor Residual Máquinas 25.000 4% 5.000 Sist. Proc. Dados 15.000 5 3.000 Mês/Ano Valor Índice/Taxa Depr. Período Depr. Acum. Valor Residual Mês/Ano Valor Índice/Taxa Depr. Período Depr. Acum. Valor Residual 48 5.8.2 Método da soma dos dígitos dos anos Este método é calculado da seguinte forma: a) somam-se os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do bem. 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 Neste método a quota depreciação é apurada para o montante anual. A seguir calcula-se a depreciação como segue: Ano 1 5/15 X R$ 6.000,00 = R$ 2.000,00 Ano 2 4/15 X R$ 6.000,00 = R$ 1.600,00 Ano 3 3/15 X R$ 6.000,00 = R$ 1.200,00 Ano 4 2/15 X R$ 6.000,00 = R$ 800,00 Ano 5 1/15 X R$ 6.000,00 = R$ 400,00 Total da depreciação = R$ 6.000,00 Exercício 2 - Calcule a depreciação considerando o método da soma dos dígitos: Veículo 25.000 sem valor residual. 49 5.8.3 Método do saldo decrescente Também conhecido como método exponencial. Consiste na utilização da seguinte fórmula: n Percentagem anual = 1 - Valor residual Custo do bem A quota de depreciação também é calculada anualmente neste método. Exemplo: Custo do bem: R$ 5.500,00; Valor residual estimado: R$ 550,00; Vida útil estimada (n): 5 anos. Assim, aplica-se a fórmula: 5 Percentagem anual = 1 - 550,00 5.500,00 Desta forma, tem-se como resultado: 1 - 0,63096 = 0,36904, que, multiplicado por 100 resulta na percentagem de 36,904% de depreciação ao ano. 50 Então a depreciação do bem é apresentada assim: Ano 1 = 5.500,00 X 36,904% = 2.029,72 Ano 2 = 3.470,28 X 36,904% = 1.280,67 Ano 3 = 2.189,60 X 36,904% = 808,05 Ano 4 = 1.381,55 X 36,904% = 509,84 Ano 5 = 871,70 X 36,904% = 321,72 Total da depreciação = 4.950,00 Observe que o percentual é aplicado sobre o valor do bem reduzido de sua depreciação. Desta forma, tem-se: 5.500,00 - 2.029,72 = 3.470,28 Onde 2.029,72 é a depreciação de 5.500,00; O percentual de 36,904% deve ser aplicado, agora, sobre 3.470,28 e assim sucessivamente. Exercício 3: Calcule a depreciação pelo método do saldo decrescente considerando os seguintes dados: Custo da máquina: R$ 7.000,00; Valor residual estimado: R$ 1.000,00; Vida útil estimada (n): 5 anos. 51 5.8.4 Método de unidades produzidas Este método é baseado numa estimativa do número total de unidades que devem ser produzidas pelo bem a ser depreciado, e a quota anual de depreciação é expressa pela seguinte fórmula: Depreciação = N o de unidades produzidas ano X N o de unidades estimadas a serem produzidas durante a vida útil do bem Exercício 4: Determinada máquina tem capacidade de produzir o equivalente a 500.000 peças no decorrer de sua vida útil. O valor da máquina é de R$ 60.000. No primeiro mês de trabalho a máquina produziu a quantia de 5.500 peças. Pede-se: calcular a depreciação da máquina para o período. 5.8.5 Método de horas de trabalho Baseia-se na estimativa de vida útil do bem, representada em horas de trabalho, e é expresso pela seguinte fórmula: Depreciação = N o de horas trabalhadas ano X N o de horas estimadas durante a vida útil do bem Exercício 5: Determinada máquina tem uma vida útil estimada em torno de 250.000 horas. O valor da máquina é de R$ 30.000. No decorrer do período a máquina trabalhou 176 horas. Pede-se: Calcule o valor da depreciação para o período. 52 5.9 O problema da escolha da base de cálculo Segundo a equipe de professores da FEA/USP (1998), durante muito tempo, a única base de cálculo era o custo histórico ou o custo histórico menos o valor residual. Até hoje, em países com moeda estável, como os Estados Unidos e o Japão, a depreciação ainda é calculada sobre bases históricas. Com o surgimento de processos inflacionários acentuados em alguns países (como aconteceu no Brasil), a depreciação calculada sobre bases históricas perdeu completamente sua significação, com evidentes prejuízos para a determinação do custo dos produtos e serviços e do lucro contábil. Em vista disso, passou-se a procurar outra base para substituir o custo histórico. A maioria dos autores e profissionais é favorável ao uso do custo histórico ajustado pela variação do nível geral de preços. Essa é, por sinal, a solução que foi adotada pela legislação brasileira no passado. Com a redução da taxa de inflação brasileira, essa correção passou a ficar vedada no Brasil. Todavia, em nenhum país do mundo a inflação é zero. Assim, não havendo atualização monetária, faz-se amortização de custo histórico, original de há muitos anos, com chance de subavaliação, provocando-se resultados maiores do que os que deveriam ser medidos. Essa é uma das maiores falhas da contabilidade no mundo, inclusive nos países desenvolvidos. 5.10 Contabilização da Depreciação D- Depreciação (despesa ou custo) C- Depreciação Acumulada (conta redutora do ativo a que se refere) - conta patrimonial 5.11 Depreciação versus provisão para reposição A natureza da depreciação, sob o aspecto contábil, é freqüentemente mal interpretada, devido à tendência de se supor que os registros da depreciação produzem, de alguma forma, fundos destinados à futura substituição dos elementos depreciados. Esta falsa idéia se devia a errônea interpretação dada geralmente à expressão antigamente usada de Reserva para Depreciação ou Fundo para Depreciação (FEA/USP, 1998). 53 5.12 Gastos relacionados com bens depreciáveis Podem ser relacionados em dois tipos: Gastos de Capital: são os que irão beneficiar mais de um exercício social e devem ser adicionados ao valor do Ativo Imobilizado. Exemplo: custo de aquisição do bem, custo de instalação e montagem, entre outros. Gastos do Período: são os que devem ser agregados às contas de despesas do período, pois só beneficiam um exercício e são necessários para manter o Imobilizado em condições de operar. Exemplo: manutenção e reparos. Como fazer distinção entre os dois gastos A legislação fiscal permite abater, como despesa operacional (gastos do período), o custo de aquisição de bens do ativo permanente, se o valor unitário não ultrapassar R$ 326,61, ou o prazo de vida útil não exceder um ano. Art. 301 do RIR/99. Contudo, cabe ao setor de contabilidade verificar a materialidade dos gastos e determinar práticas para a classificação dos gastos de forma condizente com a realidade da empresa, sempre respeitando convenção da consistência. Exemplo: Grampeador. 5.13 Contabilização da venda de bens depreciáveis Utiliza-se o seguinte lançamento: D- Caixa, Contas a receber ou banco C- Conta do Ativo Imobilizado correspondente, avaliado de acordo art. 183, V, Lei 6.404/76. As diferenças devem ser contabilizadas como ganho ou perda na alienação do imobilizado. 54 Exemplo: Venda de um veículo pelo valor de R$ 10.000. O valor contábil do bem é de R$ 15.000 e a Depreciação acumulada até o momento é de R$ 9.000. Contabilize: D – Depreciação acm. Veículo C – Veículos 9.000 D – Caixa 10.000 C – Veículos 6.000 C – Ganho na venda de bens do Ativo Imobilizado 4.000 (Receita não operacional) Veículos Depr. Acm. Caixa Ganho Venda bens ativo imobilizado 15.000 9.000 SI ... 4.000 9.000 9.000 10.000 6.000 Caso houvesse uma perda: Exemplo 2: Venda de uma máquina pelo valor de R$ 10.000. O valor contábil da máquina é de R$ 20.000 e a depreciação acumulada até o momento é de R$ 5.000. Contabilize: D – Depreciação acumulada máquinas C – Máquinas 5.000 D – Caixa 10.000 D – Perda na venda de bens do Ativo imobilizado 5.000 C – Máquinas 15.000 55 Máquinas Depr. Acm. Caixa Ganho Venda bens ativo imobilizado 20.000 5.000 SI ... 5.000 5.000 10.000 5.000 15.000 5.14 Depreciação acelerada em função do número de horas A depreciação acelerada em função do número de horas está descrita no art. 312 do RIR/99, que estabelece que, quando a empresa opera em mais de um turno de horas diárias, as taxas de depreciação dos bens móveis podem ser majoradas mediante a aplicação dos seguintes coeficientes (SCHMIDT, 2002): a) dois turnos de 8 horas 1,5 b) três turnos de 8 horas 2,0 Por exemplo, se a empresa utiliza uma máquina em dois turnos diários de oito horas, poderá depreciar essa máquina, cuja taxa normal seria de 10% a.a., a uma taxa de 15% a.a., ou seja, 10% x 1,5. 56 5.15 Os recursos naturais 5.15.1 Conceito 5.15.2 Avaliação Lei 6.404/76 art. 183: “No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: V - os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão.” Os gastos necessários para o desenvolvimento dos trabalhos, tal como a remoção de camadas superiores a fim de permitir a retirada de minérios, podem ser incluídos no valor do ativo desde que não resultem na aquisição de bens tangíveis. Os elementos tangíveis, tais como máquinas e equipamentos de mineração, devem ser registrados em contas separadas. Sua depreciação deve ser proporcional à exaustão, se eles forem prestar seus serviços durante a vida inteira do bem consumível. Caso contrário, a depreciação deve ser feita normalmente, na base da vida útil estimada. 5.15.3 Determinação da Quota de Exaustão O método de cálculo de exaustão, que deve ser utilizado para fins contábeis, é o método de unidades produzidas (extraídas). Exemplo: Valor contábil da jazida = R$ 50.000,00 Estimativa total de extração da jazida = 100.000t Extração neste exercício = 10.000t 10.000t . = 10% 100.000t Exaustão no ano = 10% X R$ 50.000,00 = R$ 5.000,00 57 Contabilização: D – Custo do minério extraído C – Exaustão Acumulada 5.000 Exercício 1: Calcule a exaustão conforme os seguintes dados Jazida de minério de ferro. Custo da jazida: R$ 250.000.000 Possança 950.000.000 toneladas Extração do Período 168.000.000 toneladas Contabilize. 5.16 Bens intangíveis normalmente sujeitos à amortização a) Amortização de bens intangíveis: podem ser patentes, direitos autorais, entre outros. A amortização de intangíveis difere-se da depreciação pois transfere diretamente suas parcelas para contas de despesa. Exemplo: Patente adquirida por R$ 150.000,00. Sabe-se que a mesma deve ser amortizada em 10 anos. Lançamento: D- Despesa com Amortização (conta de resultado) R$ 15.000,00 C- Amortização Acumulada R$ 15.000,00 b) Gastos de Instalação: esta conta faz parte do Ativo Diferido e é utilizada para novos empreendimentos quando os mesmos estão em fase de organização, construção e implantação. Esta conta englobará todos os gastos incorridos antes do início das operações da empresa. c) Gastos com Desenvolvimento de Novos Produtos: Esta conta compreenderá os custos de desenvolvimento e pesquisas que relacionam-se com produtos novos, podendo abranger as pesquisas de mercado antecedentes à fase de início da produção comercial, realizadas para a ferir a utilidade do produto ou a existência de mercado potencial, pela sua similaridade com atividades de desenvolvimento. Estes gastos deverão ser amortizados na mesma proporção em 58 que o produto for sendo produzido/vendido. O valor da amortização unitária por produto, será obtida dividindo-se o total dos gastos pela estimativa de produção/venda de unidades. Lei 6.404/76, art. 183, § 3º: “Os recursos aplicados no ativo diferido serão amortizados periodicamente, em prazo não superior a 10 (dez) anos, a partir do início da operação normal ou do exercício em que passem a ser usufruídos os benefícios deles decorrentes (...)”. Lançamento: D- Desp. c/ Amortização Ativo Diferido Correspondente (Conta de resultado) C- Amortização Acumulada Exercício 1: Calcule a amortização de benfeitorias realizadas em terrenos de terceiros, que foi alugado pelo prazo de 3 anos. Valor da benfeitoria R$ 60.000. Contabilize. Exercício 2: Calcule a amortização de gastos com pesquisa e desenvolvimento de novo produto no valor de R$ 45.000. Produção estimada 30.000 unidades. Contabilize. Produção no primeiro período: 3500 unidades Produção no segundo período: 5.600 unidades Produção no terceiro período: 7.800 unidades