Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
História da Aviação HISTÓRIA DA AVIAÇÃO COMERCIAL BRASILEIRAEmpresas aéreas pioneiras que contribuíram para a aviação no país Relação da economia do país com o desenvolvimento do setor da aviaçãoE mais... 2 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação 222 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação HISTÓRIA DA AVIAÇÃO COMERCIAL BRASILEIRA Profa. Kétnes Ermelinda G. Lopes Vamos começar? Um ótimo trabalho! Olá! Seja bem-vindo (a) ao módulo “História da Aviação Comercial Brasileira”! Neste módulo, estudaremos a História da Aviação Comercial Brasileira, tanto no âmbito nacional quanto regional. Estudaremos como o panorama econômico brasileiro foi um fator decisivo para o desenvolvimento da aviação comercial. Conheceremos a história das empresas aéreas pioneiras e sua importância para o mercado aeronáutico. 3 Aviação na Segunda Guerra MundialHistória da Aviação APRESENTAÇÃO O desenvolvimento inicial da aviação comercial se caracterizou pela relação direta entre a empresa aérea, suas rotas regulares e a indústria aeronáutica. As primeiras linhas regu- lares surgiram durante a Primeira Guerra Mundial, destacando-se o transporte de malas postais alemãs, através de aviões militares. E com a Segunda Guerra Mundial, todas as áreas relacionadas à aviação apresentaram um crescente avanço. Pode-se relacionar o desenvolvimento e o fortalecimento do setor de transporte aéreo com as duas grandes guerras do século XX. Em 1917, surgiu a primeira empresa aérea, fundada na Alemanha, a Deutsche Luft- Reederei Gmblt (DLR), que tinha o apoio da indústria aeronáutica Junkers, famosa empre- sa fabricante de aeronaves. Em fevereiro de 1919, a DLR foi responsável pela operação da primeira rota comercial do mundo, ligando Berlim a Weimar, na Alemanha. Neste mesmo período, foram surgindo em vários países da Europa novas empresas aére- as, como a Latécoère, na França; a KLM, na Holanda; e a DDL, na Dinamarca. Estas empresas realizavam o transporte principalmente de malas postais, malas diplomáticas e “corajosas” autoridades, assim chamadas devido ao elevado número de acidentes aéreos ocorridos na época. Cerca de um desastre aéreo com vítimas fatais ocorria a cada trezentas decolagens ou pousos (DAVIES, 1984). No Brasil não foi diferente do restante do mundo. Muitas empresas surgiram ao longo do tempo e cada uma delas deixou sua história como contribuição para o avanço da avia- ção comercial brasileira. Vamos conhecer um pouquinho sobre estas empresas e em que momento histórico elas foram criadas e porque muitas delas não conseguiram se manter no mercado. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final desse módulo, você deverá ser capaz de: • Citar as empresas aéreas pioneiras brasileiras que contribuíram para o avanço da aviação no país. • Entender a complexa relação da economia do país com o desenvolvimento do setor da aviação. • Citar importantes datas para o desenvolvimento da aviação comercial brasileira. Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Desenvolvimento da aviação comercial no Brasil A primeira permissão de transporte aéreo concedida no Brasil ocorreu em 10/1918, logo após o fim da Primeira Guerra Mundial, no qual permitia o engenheiro João Teixeira Soares e Antônio Rossi de organizarem uma empresa para o serviço de transporte, utilizando aeroplanos para a ligação das principais cidades brasileiras. Nos anos seguintes mais seis transportadores aéreos receberam permissão semelhante. Em janeiro de 1925, a empresa francesa Latécoere realizou voos experimen- tais entre Pernambuco e Buenos Aires, com o objetivo de estabelecer uma rota regular de transporte aéreo no Brasil. Esta pretensão culminou no primei- ro decreto regulador de navegação aérea brasileira em julho de 1925, baseada nos princípios da Convenção de Paris de 1919 hiperlink: ver módulo 7. Neste decreto foram criadas as empresas aéreas brasileiras, inspiradas no modelo francês, na qual somente as empresas com sede no país poderiam realizar atividades aéreas domésticas. Mais tarde, para atender as imposições da nova regulamentação, a Latécoere criou uma subsidiária no Brasil, denominada Companhia Brasileira de Empreendimentos Aeronáuticos. Em 1927, o setor de transporte aéreo no Brasil, torna-se mais fortalecido com a atuação de duas outras subsidiárias de empre sas aéreas estrangeiras: a Companhia Aéropostale Brasileira e a Condor Syndikat. A Companhia Aéropostale Brasileira era a subsidiária da empre sa francesa Compagnie Générale Aéropostale, criada em 1919, com o objetivo de estabelecer rotas regulares de transporte aéreo, específicas para o serviço postal. No Brasil, a Aéropostale foi autorizada a operar em março de 1927 e em novembro deste mesmo ano, iniciou seus serviços de trans- porte aéreo de correio, atendendo às cidades de Recife, Natal e Rio de Janeiro. hiperlink: ver módulo 7. Neste decreto foram criadas as empresas aéreas brasileiras, inspiradas no modelo francês, na qual somente as empresas com sede no país poderiam realizar atividades aéreas domésticas. Mais tarde, para atender as imposições da nova regulamentação, a Latécoere criou uma subsidiária no Brasil, denominada Companhia Brasileira Em 1927, o setor de transporte aéreo no Brasil, torna-se mais fortalecido com a atuação de duas outras subsidiárias de empre- sas aéreas estrangeiras: a Companhia Aéropostale Brasileira e a A Companhia Aéropostale Brasileira era a subsidiária da empre- sa francesa Compagnie Générale Aéropostale, criada em 1919, com o objetivo de estabelecer rotas regulares de transporte atendendo às cidades de Recife, Lignes Aériennes Latécoère (1922) Convenção de Paris de 1919 Ver módulo - Regulamentação da Aviação. atendendo às cidades de Recife, Natal e Rio de Janeiro. Panfleto AéropostalePanfleto Aéropostale IMPORTANTE A Aéropostale encerra as suas atividades no Brasil em 1931, deixando uma grande contri- buição para o desenvolvimento posterior da aviação brasileira. Em 1933, a Aéropostale se juntou com outras empresas para criar a atual Air France. Aviação na Segunda Guerra MundialHistória da Aviação 4 Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce 5 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação CURIOSIDADE Como a posição do Brasil, na Segunda Guerra Mundial, era favorável aos aliados, criou-se um sentimento nacional anti-germânico, e as empresas brasileiras que, por algum motivo, tinham ligações com aquele país tiveram que se adaptar. Panfleto da empresa aérea Cruzeiro do Sul – 1948 Serviço Aéreo Condor - 1930 6 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação 666 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação A Viação Aérea Rio Grandense S/A – Varig foi fundada em maio de 1927, pelo alemão Otto Ernst Meyer em parceria com a então empresa Condor Syndikat. Em junho de 1927, a Varig recebeu autorização para voar em todo o estado do Rio Grande do Sul, litoral de Santa Catarina e para Montevidéu (de acordo com autorização do governo do Uruguai). Inicialmente a empresa operava a ligação entre Porto Alegre e as cidades de Rio Grande e Pelotas, conhecida com a Rota da Lagoa. Na década de 30, a Varig se desliga do grupo Condor Syndikat, que cria uma subsidiária no Brasil, a Sindicato Condor (mais tarde nomea- da Cruzeiro do Sul). Neste mesmo período a empresa amplia suas operações dentro do Rio Grande do Sul e caracteriza-se como a primeira empresa brasileira a operar voos regulares diários (oito voos semanais entre Porto Alegre e Rio Grande). CURIOSIDADE Os historiadores da aviação retratam os primeiros anos da atividade comercial no Brasil como uma fase “heróica”. A comunicação aeronáutica era precária ou inexistente e a navegação se baseava principalmente na intuição dos pilotos, que deviam fazer também as vezes de mecânicos. Não havia aeroportos, mas apenas “campos de pouso”, alguns deles dotados de pequenas casas à guisa de terminais, tudo construído pelas próprias empresas. (Monteiro, 2007) Em 1941, a Varig passou a operar para Montevidéu e em 1955, iniciou suas operações para Nova Iorque, oferecendo serviço de bordo de luxo, ascendendo ao grupo das grandes empresas nacionais. Após a Segunda Guerra Mundial e justificado pelo sentimento antinazista, o alemão Otto Ernst Meyer foi afastado da presidência da Varig e substituído por Ruben Martin Berta. Cidades da Rota da LagoaCidades da Rota da Lagoa Rio GrandeRio GrandeRio GrandeRio Grande PelotasPelotasPelotas CanguçuCanguçuCanguçu CamaquãCamaquãCamaquãCamaquã Lagoa dosLagoa dosLagoa dos PatosPatosPatos Lagoa dos Patos Lagoa dos Canoas R I O G R A N D E D O S U L PORTOPORTOPORTO ALEGREALEGREALEGRE MostardasMostardasMostardas Em 1941, a Varig passou a operar para Montevidéu e em 1955, iniciou suas operações para Nova Iorque, oferecendo serviço de bordo de luxo, ascendendo ao grupo das grandes empresas nacionais. Após a Segunda Guerra Mundial e justificado pelo sentimento antinazista, o alemão Otto Ernst Meyer foi afastado da presidência da Varig e substituído por Ruben Martin Berta. Panfleto mostrando a nova rota EUA-América do Sul, em 1955. VÍDEO Veja um dos antigos comerciais da Varig, disponível no link: http://www.youtube.com/ watch?v=WLyaPAmMMfM Thales Realce Thales Realce Thales Realce 7 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação Em 1929 a NYRBA, empresa que operava entre os EUA e a América do Sul, constituiu uma subsidiária brasileira, a NYRBA do Brasil. Em 1930, essa subsidiária passou a ser controlada pela empresa norte-ameri- cana Pan American Airways, e teve seu nome alterado para Panair do Brasil. A Panair chegou a ser considerada a oitava maior empresa aérea do mundo. Entretanto, em fevereiro de 1965, foram suspensas as suas autorizações de voo sem aviso prévio e sua falência decretada pelo governo brasileiro, justificada pela situação financeira e opera- cional crítica em que se encontraria a empresa. Esta medida tomada por Castello Branco é até hoje cercada de polêmicas. As linhas internacionais da Panair foram repassadas para a Varig. Em 1984 a falência da empre- sa foi considerada fraudulenta pelo Supremo Tribunal Federal e a União condenada a ressarcir a Panair do Brasil. SAIBA MAIS Saiba mais assistindo ao vídeo disponível no link: http://www.youtube.com/watch?v=1XzCz72ij_c e lendo o livro intitulado “Pouso Forçado: a história por trás da destruição da Panair do Brasil pelo regime militar.” Autor: Daniel Leb Sasaki. Em 1929 a NYRBA, empresa que operava entre os EUA e a América do Sul, constituiu uma subsidiária brasileira, a NYRBA Propaganda da Nyrba que ressalta a veloci- dade e a praticidade de viajar de avião, comparado com a viagem de navio.e teve seu nome alterado para Panair do Brasil. A Panair chegou a ser considerada a oitava maior empresa aérea do mundo. Entretanto, em fevereiro de 1965, foram suspensas as suas autorizações de voo sem aviso prévio e sua falência decretada pelo governo brasileiro, justificada pela situação financeira e opera cional crítica em que se encontraria a empresa. Esta medida tomada por Castello Branco é até hoje cercada de polêmicas. As linhas internacionais da Panair foram repassadas para a Varig. Em 1984 a falência da empre sa foi considerada fraudulenta pelo Supremo Tribunal Federal e a União condenada a ressarcir a Panair do Brasil. Panfleto da Panair do Brasil – 1932 NYRBA era o nome formado pelas iniciais das cidades em que a empresa operava: New York, Rio de Janeiro e Buenos Aires. Thales Realce Thales Realce Thales Realce 8 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação Com a falência da Panair do Brasil, a Varig alcançou a condição de “empresa bandeira” do Brasil, ao incorporar suas rotas internacionais mais importantes e ao transportar presidentes da república em suas viagens internacionais, além de seleções brasileiras de futebol (exemplo: retorno da equipe tricampeã do mundo em 1970). No fim da década de 70, a empresa gaúcha alcançou uma posição de liderança expressiva no mercado internacional e doméstico, intensificada pela falência da empresa aérea Cruzeiro do Sul e incorporação da empresa à Varig. Em 1933, foi criada a Viação Aérea São Paulo - Vasp, por um grupo de empresários nacio- nais, realizando as rotas entre São Paulo, Ribeirão Preto, Uberaba, São Carlos e Rio Preto. Em 1934, devido as suas operações deficitárias, o governo decide assumir o controle acionário da empresa, que voltou a ser empresa privada somente em 1990. Em 1936, a Vasp estabelece a regularidade do serviço aéreo na ponte Rio-São Paulo. A partir de então a Vasp expandiu sua rede de atuação, primeiro no Estado de São Paulo e posteriormente em todo território nacional. Querido aluno (a), podemos observar que após a Segunda Guerra Mundial ocorreram grandes transformações no cenário da aviação mundial e consequentemente brasileira. Centenas de aviões usados durante o conflito foram vendidos a preços irrisórios, permitindo a criação de diversas empresas aéreas e a multiplicação de cidades atendidas pelos serviços aéreos no país. Aeroportos e infraestrutura de apoio foram construídos, além de maior disponibilidade de mão de obra altamente qualificada. Com a falência da Panair do Brasil, a Varig alcançou a condição de “empresa bandeira” do Brasil, ao incorporar suas rotas internacionais mais importantes e ao transportar presidentes da república em suas viagens internacionais, além de seleções brasileiras de futebol (exemplo: retorno da equipe tricampeã do mundo em 1970). No fim da década de 70, a empresa gaúcha alcançou uma posição de liderança expressiva no mercado internacional e doméstico, intensificada pela falência da empresa aérea Cruzeiro do Sul e incorporação da empresa à Varig. Panfleto da Varig mostrando as linhas internacionais e domésticas – 1979 888História da Aviação Centenas de aviões usados durante o conflito foram vendidos a preços irrisórios, permitindo a criação de diversas empresas aéreas e a multiplicação de cidades atendidas pelos serviços aéreos no país. 9 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação Na década de 40 e 50 mais de 20 empresas aéreas foram criadas, as quais concentraram suas rotas principalmente no litoral. Entre essas empresas, destacam-se: E M P R E SA A N O D E F U N DA Ç Ã O NAB – Navegação Aérea Brasileira 1939 Aerovias Brasil 1942 LAP – Linhas Aéreas Paulistas 1943 VASD – Viação Aérea Santos Dumont 1944 LAB – Linhas Aéreas Brasileiras 1945 Viação Aérea Gaúcha e a Real Transportes Aéreos 1946 TABA – Transportes Aéreos Bandeirantes e Lóide Aéreo Nacional 1947 Paraense Transportes Aéreos 1952 Sadia, precursora da Transbrasil 1954 No entanto, estas empresas tiveram um período de atuação muito rápido, não conseguin- do se manter no mercado. Um dos dados mais surpreendentes é que, na média, 1 empre- sa aérea brasileira deixou de operar a cada ano, (Revista Flap Internacional, 2007). Segundo Castro e Larny (1993) no início da década de 50 havia 22 empresas aéreas no Brasil, mas em 1955 este número já havia caído para 14 e em 1960 para 10, via processo acelerado de falências e absorções. Segundo Castro e Larny (1993), dentre as empresas criadas logo após a guerra, a Real Aerovias apresentou maior solidez. Em 1946 a empresa iniciou sua operação na rota Rio-São Paulo, com acelerado crescimento na década de 50, quando chegou a participar de cerca de 30% do mercado do setor aéreo domés- tico, além de realizar rotas para outros sete países. Em 1955, a Real Aerovias, era considerada uma das maiores empresas aére- as brasileiras, ocupando a sétima posição no mundo em termos de frota de aviões. Em 1961 a Real Aerovias foi vendida para a Varig. Saiba mais sobre as empresas lendo o arquivo disponível na biblioteca virtual, intitulado Empresas Extintas – Brasil. Panfleto da Real Aerovias, 1954 Thales Realce A década de 50 foi ainda marcada pelo crescimen- to da Vasp e pela criação da empresa Sadia S/A Transportes aéreos, fundada em 1955. Em 1972, a Sadia teve seu nome alterado para Transbrasil Linhas Aéreas S/A. Ainda na década de 50 deu inicio a operação de jatos comerciais, que influenciou positivamente na produtividade das empresas aéreas, através da maior velocidade operacional média das frotas e maior capaci- dade de transporte de passageiros e de carga. Cenário da aviação comercial - década de 60 até os dias atuais A partir da década de 60, o cenário da aviação comercial se configurou em crise. Evidenciava-se à época, a redução do tráfego aéreo nacional, devido a falências e/ou fusões de empresas e a redução no número de cidades atendidas pelos serviços aéreos, justificada pelas operações de aeronaves de maior porte, que eram incompatíveis com os pequenos campos de pouso disponíveis em todo território nacional. A introdução dos jatos comerciais resultou na eliminação das paradas para reabastecimento, provocando o declínio do número de cidades atendidas, de cerca de 400 no início da década de 60, para menos de 100 em meados de 1965. Na tentativa de sanar os problemas enfrentados no setor da aviação comercial, realiza- ram-se importantes encontros com a presença de representantes das empresas aéreas e do então órgão regulador, o Departamento de Aviação Civil - DAC. Os principais frutos destes eventos podem ser citados: o estímulo à fusão de empresas, a instituição de um período regulatório, onde os preços e as frequências de voo eram ditados pelo Estado e a criação das empresas regionais, com o objetivo de promover maior integração regional. O Brasil foi dividido em cinco grandes áreas, tendo cada uma delas uma específica empre- sa regional para operação do serviço aéreo. A região norte era controlada pela empresa Taba, a região centro-sul, pela Rio-Sul, a região nordeste, pela Nordeste, o Centro-Oeste, pela Votec, e os estados de São Paulo e sul do Mato Grosso, pela TAM. Foram reservadas às empresas regionais as operações dos Voos Diretos ao Centro – VDC entre Rio (Santos Dumont), São Paulo (Congonhas) e Belo Horizonte (Pampulha). Vale destacar que a TAM originou da empresa Táxi Aéreo de Marília, criada em 1961 e que ainda hoje permanece como uma empresa independente dentro do grupo, destacando-se no segmento de táxi aéreo, além de ser a maior revendedora de aviões executivos no país (representante do Cessna). Em 1973, a operação do setor aéreo do país era realizado pelas 5 empresas regionais (Taba, Rio-Sul, Nordeste, Votec e TAM) e 4 empresas nacionais (Varig, Vasp, Cruzeiro do Sul e Transbrasil). Dois anos depois, a Cruzeiro do Sul foi incorporada à Varig, que passou a contro- lar 35% do mercado de transporte aéreo doméstico e a totalidade dos voos internacionais. A década de 50 foi ainda marcada pelo crescimen- to da Vasp e pela criação da empresa Sadia S/A Transportes aéreos, fundada em 1955. Em 1972, a Sadia teve seu nome alterado para Transbrasil Linhas Aéreas S/A. Ainda na década de 50 deu Transbrasil, 1973 10 Aviação na Segunda Guerra MundialHistória da Aviação Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce Com estas medidas, de 1968 ao início da década de 80, configurou-se um período de crescimento econômico batizado como o “Milagre Econômico”, com um grande cresci- mento das empresas aéreas, estimuladas pelo aumento da demanda, pelas garantias de rentabilidade e pela modernização da frota. No inicio da década de 80, ocorreu o marco da atualização da frota brasileira, com a operação do Airbus A-300 pela Varig e pela Cruzeiro do Sul e da operação do Boeing B-747 na rota Rio de Janeiro – Nova York pela Varig. No início da década de 80, a economia brasi- leira entrou em período de estagnação, que se prolongou até 2002. Estimuladas pelo aumento da demanda devido o cres- cimento da economia na década de 70, as empresas aéreas brasileiras realizaram altos investimentos em atualização tecnológica e expan- são da capacidade e se viram na década de 80, com um vultoso endividamento, associado ao aumen- to dos custos, gerados a partir de uma série de fatores econômicos. À época, a capacidade de transporte (oferta) estava muito acima da demanda de merca- do, configurando-se um grave quadro de crise. As três maiores empresas do setor aéreo brasileiro iniciaram a década de 90 em uma péssima situação financeira. A Vasp, a pouco privatizada, apresentou resultados nega- tivos, a Transbrasil se encontrava prestes a falir e a Varig muito endividada, apresentava baixa rentabilidade. A crise também se estendeu para a aviação regional, provocando a falência de todas as empresas, com exceção da TAM, que ampliou suas atividades na década de 80, incorporando a Votec em 1986. A partir de 1989 a TAM iniciou sua operação na ponte aérea Rio-São Paulo, além de expandir suas atividades no mercado nacional, a partir da desregulamentação da década de 90 (abandono do monopólio das empresas nos mercados nacional e regional). No início da década de 80, a economia brasi leira entrou em período de estagnação, que se prolongou até 2002. Estimuladas pelo aumento da demanda devido o cres cimento da economia na década de 70, as empresas aéreas brasileiras realizaram altos investimentos em atualização tecnológica e expan são da capacidade e se viram na década de 80, com um fatores econômicos. À época, a capacidade de transporte (oferta) estava muito acima da demanda de merca do, configurando-se um grave quadro de crise. As três maiores empresas do setor aéreo brasileiro iniciaram a década de 90 em uma incorporando a Votec em 1986. A partir de 1989 a TAM iniciou sua operação na ponte aérea Rio-São Paulo, além de expandir suas atividades no mercado nacional, a partir da desregulamentação da década de 90 (abandono do monopólio das empresas nos mercados nacional e regional). A crise também se estendeu para a aviação regional, provocando a falência de todas as empresas, com exceção da TAM, que ampliou suas atividades na década de 80, incorporando a Votec em 1986. A partir de 1989 a TAM iniciou sua operação na ponte aérea Rio-São Paulo, além de expandir suas atividades no mercado nacional, a partir da desregulamentação da década de 90 (abandono do monopólio das empresas 11História da Aviação História da Aviação Comercial Brasileira Thales Realce Thales Realce Thales Realce Thales Realce CURIOSIDADE O museu da TAM se localiza em São Carlos, no interior de São Paulo e foi aberto ao público em 2006. O museu possui em seu acervo 96 aeronaves antigas, das quais 76 aeronaves se encontram em exposição. O Museu da TAM Na década de 90, iniciaram-se no Brasil algumas alterações na aviação comercial, uma delas foi a perda da exclusividade da Varig sobre os voos internacionais, obrigando a empresa gaúcha a competir nos mercados globalizados. A Varig, a partir de então, come- çou a reduzir seus custos, através da redução de postos de trabalho, redução da frota, cancelamento de rotas e a terceirização dos serviços de bordo. Nesta fase a empresa gaúcha estava voltada para a competitividade global, buscando meios necessários para garantir seu espaço no mercado. Em 1997, foi abolido o monopólio das operações das linhas aéreas especiais exclusivas até então das empresas regionais. A partir de então, as empresas aéreas nacionais poderiam operar as linhas entre os principais aeroportos do país – Presidente Juscelino Kubitschek - Brasília, Congonhas - São Paulo, Santos Dummont - Rio de Janeiro e Pampulha - Belo Horizonte. E em 2001, as autoridades aeronáuticas retiraram qualquer controle de preços antes estipulados. Horizonte. E em 2001, as autoridades aeronáuticas retiraram qualquer controle de preços antes estipulados. 12 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação Thales Realce 13 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da AviaçãoHistória da Aviação A partir de 2000, com a melhora das condições macroeconômicas do país e pelo acen- tuado aumento da demanda, o setor aéreo apresentou um acelerado crescimento. Este crescimento associado a grande concorrência, resultou em 2001, na criação da empresa Gol Linhas Aéreas e na falência da Transbrasil e em 2005, na falência da Vasp, que deixou um enorme passivo trabalhista e uma volumosa dívida junto ao Governo Federal. A Gol logo após a sua criação apresentou elevado crescimento, justificado principal- mente por bilhetes mais baratos e uma forte campanha de marketing. Em 2007, a nova empresa incorpora a Varig, que havia sido comprada em 2006, por um grupo de investidores. A falência da Varig foi decretada somente em agosto de 2010. nova empresa incorpora a Varig, que havia sido comprada em 2006, por um grupo de investidores. A falência da Varig foi decretada somente em agosto de 2010. 131313 História da Aviação Comercial Brasileira Thales Realce Thales Realce Thales Realce 14 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação A partir de 2000, outras empresas também entra- ram no mercado aéreo. Em 2002 foi criada a Ocean Air, em 2004 a BRA, que encerrou suas atividades em 2007, em 2006 foi criada a Webjet e em 2008 a Azul Linhas Aéreas Brasileiras, que vem atualmente apresentando um rápido crescimento. Em abril de 2010, a Avianca, fundada em 1919 na Colômbia (antiga SCADTA), apresenta-se como uma empresa brasi- leira em franco crescimento no mercado aéreo doméstico. O Anuário de Transporte Aéreo, elabora- do pela ANAC em 2010, mostra a evolução anual da participação das principais empresas aéreas em operações domésticas, no período de 2002 a 2010. O primeiro gráfico, apresentado abaixo, mostra o intervalo de participação de mercado das empresas aéreas, entre 10 a 50% e o segundo gráfico a participação de mercado de até 6%. 50% 40% 30% 20% 10% 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 AVIANCA (ICAO; ONE) GRUPO TAM WEBJET AZUL GRUPO VARIG OUTRAS GOL/ VRG LINHAS AÉREAS VASP Fonte: ANAC (2010) A partir de 2000, outras empresas também entra- ram no mercado aéreo. Em 2002 foi criada a Ocean Air, em 2004 a BRA, que encerrou suas atividades em 2007, em 2006 foi criada a Webjet e em 2008 a Azul Linhas Aéreas Brasileiras, que vem atualmente leira em franco crescimento no mercado O Anuário de Transporte Aéreo, elabora- do pela ANAC em 2010, mostra a evolução anual da participação das principais empresas Etiqueta com o logotipo da Avianca em 1950 15 História da Aviação Comercial BrasileiraHistória da Aviação 0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 AVIANCA (ICAO; ONE) GRUPO TAM WEBJET AZUL GRUPO VARIG OUTRAS GOL/ VRG LINHAS AÉREAS VASP Fonte ANAC (2010) No segundo gráfico, observa-se o fim das atividades da Vasp em 2005 e da Varig em 2009. Em 2010, a TAM liderou o mercado aéreo, com 43% de participação, seguida pela Gol, com 39%. Dentre as empresas de menor porte, destacam-se a Webjet com 6% e a Azul com 7%. Meu querido aluno, o crescente aumento do número de passageiros de transporte aéreo brasileiro (crescimento de 23% de 2009 a 2010), evidencia o crescimento constante do nosso mercado de transporte aéreo, tanto nacional, regional e internacional. Caro aluno (a), finalizamos mais uma etapa de nosso trabalho. Espero que tenham gostado de estudar sobre a história da aviação comercial brasileira. ATIVIDADE Agora é hora de exercitar! Vamos às atividades de fixação. FUNDAÇÃO MINEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA – FUMEC CONSELHO DE CURADORES Conselheiros Efetivos Prof. Tiago Fantini Magalhães - Presidente Prof. Antônio Carlos Diniz Murta - Vice Presidente Profa. Isabel Cristina Dias Alves Lisboa Prof. Custódio Cruz de Oliveira e Silva Prof. Eduardo Georges Mesquita Prof. Estevam Quintino Gomes Prof. Erix Morato Prof. Márcio José Aguiar Prof. Mateus José Ferreira Prof. Renaldo Sodré - Suplente UNIVERSIDADE FUMEC Reitor Prof. Antonio Tomé Loures Vice-Reitora Profa. Maria da Conceição Rocha Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão Prof. Eduardo Martins de Lima FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA (FEA) Diretor Geral Prof. Luiz de Lacerda Júnior Diretor de Ensino Prof. Lúcio Flávio Nunes Moreira Diretor Administrativo-Financeiro Prof. Fernando Antônio Lopes Reis SETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - FUMEC VIRTUAL Gestão Pedagógica Gabrielle Nunes P. Araújo (Coorda.) Carolina de Paula Mendes Gestão Tecnológica Produção de Design Instrucional Rodrigo Tito M. Valadares (Coord.) Alan Galego Bernini Matheus Guerra de Araújo Raphael Gonçalves Porto Nascimento Infra-estrututura e suporte Anderson Peixoto da Silva (Coord.) 16 Síntese Neste módulo estudamos a aviação na Segunda Guerra Mundial! Vimos sobre o avanço da aviação militar dos países envolvidos no conflito, as principais conquistas da aviação e a participação brasileira na guerra. Na próxima aula estudaremos a Regulamentação da Aviação Nacional e Internacional! Até lá! Referências CROUCH T., D. Asas: uma história da aviação: das pipas à era espacial. Rio de Janeiro: Record, 2008. DEFESA.NET.BR. Disponível em: <www.defesa.net.br> Acessado em junho de 2012. FAB (2012). Força Aérea Brasileira. Disponível em:<www.fab.mil.br>. Acessado em junho de 2012. Grandes Guerras. Disponível em: <http://www.grandesguerras.com.br> Acessado em maio de 2012. JAMBOCK.COM.BR. Disponível em <www.jambock.com.br>. Acessado em junho de 2012. MAGNOLI D. História das Guerras. São Paulo: Contexto, 2008. Revista ASAS (2001). Disponível <www.revistaasas.com.br> Acessado em junho de 2012.