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HANDEBOL APOSTILA DIDÁTICA José A. Barela 2012/Semestre II 2 Departamento de Educação Física – IB – UNESP - 2012 II Disciplina: HANDEBOL – Educação Física Responsável: JOSÉ A. BARELA Fone: 3526-4340 e-mail: jbarela@rc.unesp.br OBJETIVOS 1 – Descrever e executar os movimentos relacionados ao handebol (fundamentos técnicos); 2 – Ensinar através de processos pedagógicos que observem as diferenças individuais (idade, sexo, experiência anterior, etc.) estes fundamentos; 3 – Destacar a importância e a necessidade dos fundamentos básicos do handebol para a formação do ser em movimento; 4 – Elaborar atividades pré-desportivas com os movimentos característicos do handebol; 5 – Organizar e dirigir jogos de handebol nos níveis básicos; 6 – Entender a evolução do handebol (histórica, técnica e tática). CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 – Fundamentos técnicos do handebol; 2 – Conhecimentos técnicos e táticos básicos de ataque e defesa; 3 – Handebol nos diferentes programas de atividades físicas; 4 – Evolução histórica; 5 – Handebol no Brasil; 6 - Regras MÉTODOS UTILIZADOS 1 – Aulas expositivas, demonstrativas e práticas 2 – Trabalhos e Leituras Dirigidas AVALIAÇÃO 1 – Provas (65%) 2 – Trabalhos (15%) 3 – Auto-avaliação (5%) e conceito do professor (15% - assiduidade, interesse e participação) BIBLIOGRAFIA BÁSICA Borsari, J.R. (1977). Handebol. In J.R. Borsari & F.B. Facca (Eds.), Manual de Educação Física – Vol. 1 (p. 71-113). São Paulo: EPU. Clanton, R.E. & Dwight, M.P. (1997). Team Handball: Steps to success. Chanpaign, Il: Human Kinetics. Ehret, A., Späte, D., Schubert, R. & Roth, K. Manual de Handebol: Treinamento de base para crianças e adolescentes. São Paulo: Editora Phorte. Regras de handebol. Confederação Brasileira de Handebol (Tradução), 2002. São Paulo (1983). Subsídios para a implantação do guia curricular de Educação Física – Handebol. São Paulo: SE/CENP. Zamberlan, E. (1997) Caderno técnico de handebol. 3 Departamento de Educação Física – IB – UNESP - 2012 II Disciplina: HANDEBOL – Educação Física Quadra externa/interna e sala 44 Responsável: JOSÉ A. BARELA CRONOGRAMA DAS AULAS * Mês Dia Tema da Aula Agosto 01 Apresentação e discussão do programa e considerações iniciais. 03 Recepção 08 Passe 10 Passe 15 Recepção e passe 17 Drible 22 Progressão 24 Recepção, passe, progressão e arremesso 29 aula suspensa 31 aula suspensa Setembro 05 Arremessos simples 12 Arremessos especiais 14 Fintas 19 Semana de Estudo 21 Semana de Estudo 26 Fintas e arremessos 28 Bloqueio defensivo Outubro 03 Avaliação 05 Goleiro 10 Princípios técnicos ofensivos 17 Princípios técnicos defensivos 19 Tática ofensiva 24 Tática ofensiva 26 Técnica e tática ofensiva/defensiva 31 Técnica e tática ofensiva/defensiva Novembro 07 Técnica e tática ofensiva/defensiva 09 Regras 14 Atividades desportivas 21 Atividades desportivas 23 Atividades desportivas 28 Avaliação teórica 30 Avaliação prática Dezembro * Sujeito a mudanças e não computando as horas de atividades extra-aula. 4 Considerações Iniciais O handebol pode ser considerado um dos desportos coletivos mais fáceis de ser aprendido. Conheça, agora, algumas características deste desporto: • o handebol é considerado fácil porque oferece poucas dificuldades para a execução de seus movimentos básicos; • não exige equipamentos/materiais complicados. Para a realização de um jogo de handebol é necessário uma área livre, duas balizas e uma bola; • é considerado um dos desportos mais completos, apresentando condições para a formação do indivíduo, tanto do ponto de vista desportivo, quanto educacional; • o handebol desenvolve ao mesmo tempo: resistência, habilidade, coordenação, velocidade, força e coragem. Ainda, como é um desporto coletivo, onde todos os participantes se esforçam para atingir o mesmo objetivo, favorece o desenvolvimento do espírito de cooperação e de grupo; • saltar, correr e arremessar são as três bases atléticas do handebol. Isto equivale a dizer que o salto, a corrida e o arremesso são as principais ações do jogador de handebol: FIGURA 1: Principais bases atléticas do handebol: correr, saltar e arremessar. Adaptado de Nagy- Kunsagi (1978). CORRER SALTAR ARREMESSAR 5 RECEPÇÃO A recepção é uma técnica individual (geral) e pode ser definida como sendo a “ação específica de receber, amortecer e reter a bola de forma adequada nas diferentes posições e situações em que o jogador estiver envolvido” (Zamberlan, 1997, p.23). É o fundamento inicial do ensino do handebol, pois o aluno necessitará saber segurar e dominar a bola de qualquer direção que ela venha, enquadrando o corpo em condições de executar perfeitamente os movimentos, protegendo-a dos adversários. A recepção vem sempre acompanhada de um passe, e, por isso, ela depende do tipo de passe que é dado, da distância e da situação. Cinco princípios devem sempre ser seguidos durante a ação de recepção: • posicione as duas mãos a frente do corpo como referência para a pessoa que esta lançando a bola; • posicione o corpo sempre atrás da bola, formando uma linha entre: passador-bola-recebedor; • faça contato com a bola o mais longe do corpo possível e, após este contato, traga-a próxima ao corpo; • mantenha contato visual com a bola durante todo o momento de aproximação da mesma; • após a recepção, rapidamente prepare para arremessar, passar, driblar ou progredir. A ação de recepção pode variar de acordo com a altura com que a bola chega ao recebedor. Dentre as muitas variações técnicas de execução da recepção, pode-se destacar quatro tipos: 1. Recepção NORMAL: recepção da bola na altura do peito. É a mais fácil, pois quem recebe a bola estará de frente para quem passou e com a bola dentro do campo visual. Sua execução dá-se da seguinte maneira: • Pernas: semi-flexionadas e com uma perna ligeiramente à frente da outra (Fig. 2A); • Braços/antebraços: estendidos na frente do corpo em direção à trajetória da bola (Fig. 2A); • Mãos: em formato de concha com palma da mão voltada para a trajetória da bola. Dedos entreabertos e orientados ligeiramente para cima, polegares voltados para dentro, formando um 'W' (Fig. 2B); Figura 2: Recepção NORMAL (A) e posição das mãos (B). • Execução: o contato com a bola deve ser feito com os dedos e, assim que ocorrer o contato, os braços devem iniciar uma semi-flexão, procurando amortecer o impacto e protegendo a bola de um possível ataque dos adversários. 2. Recepção ALTA: recepção da bola acima da altura da cabeça. Sua execução dá-se da seguinte maneira (Fig. 3A): • Pernas: estendidas; • Braços/antebraços: estendidos acima da cabeça; • Mãos: em formato de concha com palma da mão voltada para a trajetória da bola. Dedos entreabertos e orientados para cima, polegares voltados para dentro, formando um 'W'. • Execução: o contato com a bola deve ser feito com os dedos e, assim que ocorrer o contato, os braços devem iniciar uma semi-flexão, procurando amortecer o impacto e trazendo a bola a frente do tronco. 3. Recepção BAIXA: recepção da bola abaixo da altura do quadril. Sua execução dá-se da seguinte maneira (Fig. 3B): • Pernas: semi-flexionadas e com uma perna ligeiramente à frente da outra; • Braços/antebraços: estendidos na frente do corpo em direção à trajetória da bola • Mãos: em formato de concha com palma da mão voltada para a trajetória da bola. Dedos entreabertos e orientados para baixo. Polegares orientados para fora. • Execução: o contato com a bola deve ser feito com os dedos e, assim que ocorrer o contato, os braços devem iniciar uma semi-flexão, procurando amortecer o impacto e trazer a bola a frente do tronco 4. Recepção no SOLO: idem a recepção BAIXA, apenas com maior flexão das pernas e tronco e ponta dos dedos voltados para baixo (Fig. 3C). Figura 3: Recepção ALTA (A), BAIXA (B) e no SOLO (C). 6 PASSES O passe também é uma técnica individual (geral) e pode ser definido como a ação específica de dirigir e enviar a bola a um companheiro (Zamberlan, 1997). Juntamente com a recepção, o passe também pode ser considerado como o fundamento inicial do ensino do handebol. A execução de qualquer passe no handebol deve sempre ser precisa indo na direção e posição em que o companheiro se encontre e, principalmente, sem que o adversário consiga interceptá-lo. A utilização de passes no handebol tem dois objetivos: • condução rápida da bola; • preparação de jogadas. Existe uma variedade enorme quanto a execução de passes no handebol. Os passes podem ser realizados: • com 1 mão: maior velocidade de execução, mais rápido, não revela a intenção do jogador, maior possibilidade de finta, porém é menos seguro. • com 2 mãos: maior proteção da bola e mais seguro, porém perde-se em velocidade, em variação (finta) e na possibilidade de arremesso. Os posses podem, ainda, ser analisados: Quanto a trajetória: • direto • parabólico • picado Quanto a distância: • curto • médio • longo Quanto a situação de execução: • parado • em deslocamento • suspensão Quanto a mecânica de execução: • por cima da cabeça • de peito • reversão • pronação (*) • ombro/fundamental (*) (*)utilizados mais frequentemente (descritos a seguir) 5. Passe de OMBRO/FUNDAMENTAL (Fig. 4): • Pernas: perna contrária ao braço de arremesso a frente e os pés apontando para onde se intenciona passar a bola; • Tronco: com pequena rotação lateral para o lado do braço de arremesso; • Braços/Antebraços: o cotovelo flexionado, braço na horizontal na altura do ombro, o antebraço na vertical orientado para cima (braço e antebraço formando um ângulo de 90 graus). O outro braço ligeiramente flexionado e a frente do corpo; • Mão: posicionada atrás da bola com os dedos orientados para cima (a bola deve estar “presa” pela ação dos dedos); • Execução: a propulsão da bola é iniciada pela ação de rotação do tronco e ombro, seguida de rotação do braço, extensão do antebraço e terminando com um movimento do pulso para melhor direcionamento da trajetória da bola. A perna do mesmo lado do braço de arremesso pode acompanhar o movimento de rotação do tronco e ombro, saindo da posição atrás e finalizando com um passo para frente, o qual deve coincidir com a soltura da bola. Figura 4: Passe de OMBRO/FUNDAMENTAL 6. Passe de PRONAÇÃO: • Pernas: perna contrária ao braço de lançamento ligeiramente a frente; • Tronco: ligeiramente inclinado e voltado para frente; • Braço/Antebraço: braço e antebraço estendidos a frente do corpo com a mão na altura do quadril e na linha média do corpo; • Mão (do lado do passe): voltada para baixo e segurando a bola através da pressão dos dedos na bola. Caso seja difícil segura a bola nesta posição, a outra mão pode ser posicionada em baixo da bola, palma da mão para cima. • Execução: o braço e antebraço são movimentados na direção do passe e terminando com o movimento de pronação para melhor direcionar a trajetória da bola. Figura 5: Passe de PRONAÇÃO. 7 DRIBLE Apesar de ser relativamente pouco utilizado durante o jogo, o drible é um fundamento muito importante para a movimentação do jogador quando de posse da bola. O drible no handebol pode ser definido como sendo o movimento de lançar a bola no chão sucessivamente ou uma única vez. O drible é utilizado basicamente em três situações: • quando o jogador quiser deslocar rapidamente uma distância relativamente longa com posse de bola. Esta situação ocorre frequentemente em situações de contra- ataque; • após o jogador ter executado três passos e, ainda, ter intenção de deslocar pelo espaço com posse de bola; • quando não for possível realizar o passe para um companheiro, esperar um melhor posicionamento dos companheiros ou, então, necessitar “fugir” de alguma situação difícil, imposta pela marcação de algum adversário. IMPORTANTE: apesar da importância do drible, como ilustrado nas situações acima, o mesmo deve ser EVITADO quando a situação não o fizer necessário. Lançamento/recebimento da bola ao chão: • Lançando a bola ao chão: a bola deve ser controlada por apenas uma mão, sendo o contato realizado pelos dedos e com a palma da mão voltada para baixo. Desta forma, a “mão” deverá sempre estar posicionada SOBRE e não na lateral da bola. A bola deve ser “lançada” ao chão por uma extensão do cotovelo e por uma ligeira flexão do punho, no final da ação de extensão do cotovelo. • Recebendo a bola de volta: a bola deve ser controlada, após o contato da mesma com o solo, a partir de um contato com os dedos. Ao mesmo tempo, o cotovelo deve ser levemente flexionado e o punho estendido para amortecer e mudar a trajetória da bola. Inicie novamente a ação de lançá-la ao solo, se assim for intencionado. Duas variações de execução, de acordo com a situação, podem ocorrer utilizando a técnica descrita acima: 1. Drible ALTO: utilizado quando o objetivo for deslocar rapidamente (p. ex., contra-ataque e/ou finta) (Fig. 6): • corpo ereto (sem flexionar o quadril e joelhos); • braço contatando a bola estendido à frente do corpo; • bola conduzida e lançada à frente do corpo Vantagens: maior velocidade maior visão do jogo Figura 6: Drible ALTO. 2. Drible BAIXO: utilizado quando o jogador de posse da bola tiver que defender a bola de um possível ataque do adversário (Fig. 7): • semi-flexionar o tronco e as pernas (quadril e joelhos); • manter a bola mais próxima ao corpo, flexionando o cotovelo; • utilizar o outro braço para proteger a bola do adversário; • colocar o corpo entre a bola e o adversário. Vantagem: maior proteção da bola Figura 7: Drible BAIXO. IMPORTANTE: Na execução do drible: - a bola não deve ser segurada; - não deixar a palma entrar em contato com a bola e sim os dedos; - não empurrar a bola a partir de um contato com a lateral da mesma (condução); - não colocar a mão em baixo da bola e sim SOBRE a bola. 8 PROGRESSÃO A progressão é um fundamento de grande valia para a movimentação individual quando de posse de bola, principalmente no ataque. Sua utilização ocorre principalmente: • na preparação de arremesso, facilitando a infiltração; • com a intenção de deslocar com maior liberdade durante a execução da movimentação; • com a intenção de ganhar velocidade na execução da movimentação. Definição: progressão é a movimentação onde o jogador realiza ATÉ 3 passos com a posse de bola, sem a necessidade de realizar o drible. Deve ser finalizada com a realização de um arremesso, passe ou drible. A execução da progressão pode ocorrer a partir de diversas combinações das passadas. As principais combinações são: • três passos normais: realização de três passadas alternadas, iniciando com a passada do lado contrário ao braço de arremesso (Esq., Dir., Esq. ou Dir., Esq., Dir.): • sobre passo: realização de duas passadas sucessivas do mesmo lado (Dir., Dir., Esq. ou Esq., Esq., Dir.). Normalmente utilizada quando a primeira passada é realizada do mesmo lado do braço de arremesso: • cruzada alemã: dá-se um passo com o esquerdo, cruza o direito por trás do esquerdo e dá-se mais um passo com o esquerdo lançando-o para a frente: • cruzada romana: dá-se um passo com o pé esquerdo, cruza o direito pela frente do pé esquerdo e a seguir joga o pé esquerdo à frente do direito A realização da progressão também pode ser associada com um drible. Novamente, várias combinações podem ser formadas. As três mais importantes são: • cinco passos com um drible: inicia-se com o pé esquerdo, direito, esquerdo, salta e quica a bola ao mesmo tempo, ou antes de pisar com o pé direito, dá-se mais um passo com o pé esquerdo e arremessa: • cinco passos com um drible: passada com o esquerdo, salta, cai no pé direito, quicando a bola e realiza mais três passos: esquerdo, direito e esquerdo: • duplo ritmo trifásico: é muito utilizado para a realização de fintas por arremessadores na área central de arremesso com a finalidade de iludir a ação defensiva. Inicia-se com o pé esquerdo, direito, esquerdo, salta com a intenção de ganhar altura, realiza o drible ao mesmo tempo ou antes de aterrizar do salto com o pé e direito, realize mais uma sequência de passada: esquerdo, direito e esquerdo: IMPORTANTE: 1. Embora, de acordo com a definição apresentada acima, uma ou duas passadas também podem ser consideradas progressão, a aprendizagem deste fundamento deve sempre ser voltada para a aprendizagem das três passadas. 2. No handebol, uma passada é considerada toda vez que a pessoa levantar e tocar o pé no solo. Ainda, o simples deslize do pé no chão também é considerado como passada. 9 ARREMESSOS No handebol, o arremesso é a ação final do ataque e visa a consignação de um gol, objetivo primordial do jogo. Toda movimentação tática (preparação da jogada), realizada na preparação do arremesso, tem o intuito de levar a execução do arremesso em condições favoráveis para conseguir o gol. A movimentação rápida, característica do handebol, propicia o surgimento de muitas oportunidades de arremesso e o executante deve ser capaz de escolher e executar o arremesso mais apropriado de acordo com as oportunidades surgidas. A eficiência e eficácia do arremessado depende do conhecimento e entendimento, por parte do executante, dos seguintes princípios: • Arremessar em movimento: quando possível, realizar o arremesso juntamente com uma movimentação em direção ao gol. Isto faz com que a velocidade e força do arremesso sejam aumentadas (momentum do corpo); • Levar em consideração a posição/movimento do goleiro: arremessar em uma área do gol que o goleiro não esteja cobrindo. Desta forma, o arremessador deve não apenas vencer o defensor (bloqueio) mas também o goleiro; • Precisão no arremesso: muitas vezes, apenas arremessar com força não é suficiente para vencer o goleiro; o local onde a bola é arremessada é essencial. Desta forma, a precisão do arremesso é fator primordial para o sucesso do mesmo. Os pontos mais vulneráveis são os cantos inferiores e superiores da área delimitada pelas traves (Fig. 8); Figura 8: Pontos mais vulneráveis do gol. • Levar em consideração a distância e ângulo de arremesso: arremessos realizados na área central da quadra têm maior possibilidade de ser convertidos em gols (maior ângulo de arremesso) (Fig. 9); Figura 9: Área central (achurada) da quadra que possibilita maior conversão dos arremessos. • Arremessar “fora” do alcance do defensor: executar os arremessos quando os defensores propiciarem espaço; por sobre os defensores, ao redor dos defensores ou entre os defensores (Fig. 10). Entretanto, o arremessador NÃO deve FORCAR o arremesso. Apenas arremessar quando uma clara oportunidade for criada. Figura 10: Ação do atacante entre os defensores, criando uma condição para um bom arremesso. Os arremessos podem ser executados em diversas formas: • Parado (forma menos indicada, pois não aproveita o momentum criado pelo deslocamento do corpo); • Em deslocamento • Em suspensão • Em queda. Os arremessos, segundo sua modalidade de execução, podem ser classificados em: 1. Arremessos SIMPLES: são aqueles realizados a partir da região central da quadra (Fig. 9) e das extremidades que não envolvem quedas, giros ou rolamentos após a soltura da bola. Em outras palavras, após a execução do arremesso o executante permanece na posição em pé. A mecânica de execução do arremesso simples basicamente envolve a execução de um passe de ombro (fundamental), apenas de forma mais acentuada quanto a força e velocidade de execução, que na maioria das vezes, é combinado com um salto. Desta forma, todos os princípios, relacionados com a execução do passe de ombro, devem também ser aplicados na execução do arremesso simples. Os principais arremessos simples são: • de frente parado (Fig. 11) Figura 11: Arremesso de frente parado; a) preparação, b) execução e c) finalização. 10 • de frente em suspensão, que pode ser suspensão horizontal ou vertical (Fig. 12); Figura 12: Arremesso de frente em suspensão; a) preparação, b) execução e c) finalização. • De frente com passada cruzada (Fig. 13) Figura 13: Arremesso de frente com passada cruzada. • com inclinação lateral que pode ser do mesmo lado do braço de arremesso ou do lado contrário ao braço de arremesso (Fig. 14); Figura 14: Arremesso com inclinação lateral do lado contrário ao braço de arremesso. • da extremidade (Fig. 15). Figura 15: Arremesso a partir da extrema esquerda. 2. Arremessos ESPECIAIS: São aqueles realizados nos limites da área de gol (curta distância). Os arremessos especiais são caracterizados pela combinação de saltos, giros, quedas, rolamentos, fintas e movimentos acrobáticos. O principal objetivo de realização de arremessos especiais é de superar a marcação e/ou bloqueio adversário, muito forte próximo da linha da área de gol. Os principais arremessos especiais são: • Com queda para frente. Pode ser combinado com giro e/ou salto (Fig. 16); Figura 16: Arremesso com queda para frente, a) preparação, b) execução e c) finalização. • Com queda lateral (do lado do braço de arremesso ou do lado contrário do braço de arremesso) (Fig. 17). Figura 17: Arremesso com queda lateral do lado do braço de arremesso. 11 FINTAS As fintas são ações que jogadores, normalmente com posse de bola, realizam para dirigir os movimentos dos defensores numa direção falsa, desviando a atenção deles da própria (real) intenção. Estas movimentações devem causar o desequilíbrio do adversário e, consequentemente, constituir uma desvantagem para o mesmo. As fintas podem ser didaticamente divididas em duas partes: 1. A ação inicial do atacante com o objetivo de desencadear uma resposta do defensor; 2. Mudança rápida para a REAL ação que o atacante havia planejado executar. Frente ao exposto acima, quanto maior a movimentação do defensor frente a movimentação enganosa do atacante, maior a possibilidade de sucesso da finta. Desta forma, a movimentação enganosa do atacante deve ser realizada de forma que realmente leve o defensor a acreditar nesta movimentação. Vários cuidados devem ser considerados na realização de fintas: 1. não “telegrafar” a finta que será realizada; 2. variar os tipos de fintas utilizadas; 3. proteger a bola durante a realização da finta; 4. não exagerar no uso das fintas; ATENÇÃO: as fintas podem ser executadas através de movimentos dos braços, pernas e corpo em geral, durante a realização de passe, arremesso e deslocamento (sem ou com a bola). Dois tipos de fintas durante deslocamento com bola: • finta com SAÍDA PARA O LADO DIREITO (normalmente o lado do braço de arremesso): - o jogador deve receber a bola em deslocamento; - executar a parada brusca a frente do adversário com apoio na perna esquerda, insinuando que irá sair deste lado; - trocar de direção, saindo pelo lado direito realizando passadas com o direito e esquerdo antes de finalizar ao gol. Figura 18: Representação esquemática da finta de deslocamento com saída para o lado direito. • finta com SAÍDA PARA O LADO ESQUERDO (normalmente o lado contrário do braço de arremesso): - o jogador deve receber a bola em deslocamento; - executar a parada brusca a frente do adversário com apoio na perna direita, insinuando que irá sair deste lado; - trocar de direção, saindo pelo lado esquerdo realizando passadas com o esquerdo, direito e esquerdo (passadas normalmente curtas) antes de finalizar ao gol. Figura 19: Representação esquemática da finta de deslocamento com saída para o lado esquerdo. IMPORTANTE: durante a realização de fintas próximas do adversário, com deslocamentos, o “fintador” não deve ABAIXAR a cabeça e/ou o ombro. Abaixar a cabeça e/ou o ombro são considerados como ações faltosas pois colocam o adversário em perigo (colisão). Fintas também podem e devem ser executadas sem a posse de bola. Neste caso, a ação do jogador é mais livre pois ele não terá que se preocupar com o domínio e manuseio da bola. Normalmente, fintas sem a bola são realizadas para criar uma condição mais adequada para uma possível recepção, tendo como objetivo sair da marcação do adversário. Estas fintas devem também ser realizadas utilizando as duas etapas da finta, discutidas acima (movimentação enganosa e movimentação real).