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Economia I: (DANIEL SALES PIMENTEL) – danielspimentel@live.com Produção/digitalização: Daniel Sales Pimentel - Significado Etimológico – Economia – Oikos (casa) + nomos (norma, lei) – “administração da casa” ou “administração da coisa pública”. - Economia – É o estudo da melhor forma de utilização dos recursos produtivos escassos, para assim, melhor distribuí-los e atender às necessidades humanas. - Escassez – Os seres humanos têm necessidades ilimitadas, e com o crescimento da população, estas necessidades estão sempre se renovando e crescendo. Nenhum país é auto-suficiente, e os recursos são restritos e limitados. - Problemas Econômicos Fundamentais – Tendo em vista os recursos produtivos escassos, temos que entender que estes recursos são limitados e não podemos atender toda a população. Sendo assim, temos que decidir algumas questões. Essas questões são os problemas econômicos fundamentais, são eles: O que e Quanto – Existem milhões de produtos que podem ser produzidos, mas ou eles são bens de consumo ou são bens de capital. A sociedade deve decidir qual dos dois produzir e a quantidade. Para onde os recursos devem ser dirigidos? - Bem de Consumo → destina-se a satisfazer as necessidades de um indivíduo. - Bem de Capital → são os bens que ajudam ou possibilitam a produção de outros bens. Como Produzir – A questão aqui é ser eficiente, produzir da melhor forma. Normalmente a disponibilidade de recursos produtivos e o nível de tecnologia do país é que definirá esta questão. Para Quem Produzir – É basicamente como será distribuída a renda gerada pela atividade econômica. Também é a questão se os produtores estão visando mais os consumidores ou outros produtores. - Organização Econômica – Existem dois tipos de organização econômica. Economia de Mercado → descentralizada. Economia Planificada → centralizada. Nos dias atuais, a economia de mercado vem sendo implantada na maioria dos países. Por isso a organização econômica agora, pode ser definida como uma mistura entre essas duas economias, combinando a atuação do mercado com a intervenção do governo. - Funcionamento de uma economia de mercado – (descentralizada) Este tipo de economia é dividido em dois sistemas: Sistema de Concorrência Pura (sem interferência do governo) / Sistema de Economia Mista (com interferência do governo). Sistema de Concorrência Pura (sem interferência do governo) – Nesse tipo de economia de mercado, os problemas econômicos fundamentais são resolvidos por produtores e consumidores, sem a interferência do governo. São guiados por uma “mão invisível”. Isso só é possível por causa do chamado “mecanismo de preços”. Este mecanismo funciona da seguinte forma: Excesso de Oferta → Quando ocorre a escassez de demanda, formam-se estoques nas empresas, obrigando-as a diminuir seus preços para escoar a produção. Observação: o objetivo é atingir estoques satisfatórios. Excesso de Demanda → Quando ocorre escassez de oferta, formam-se filas com concorrência entre os consumidores pelos produtos. Observação: O preço tende a aumentar até que as filas diminuam. - Como resolvem os problemas econômicos fundamentais: O Que e Quanto – Os produtores decidirão o que e quanto produzir de acordo com o preço dos bens e serviços. Preço de um bem ou serviço ↑ - Produção ↑ Como Produzir – Trata-se da eficiência produtiva. É decidido dentro da empresa. Para Quem Produzir – É decidido no mercado de meios de produção. Pode ser resolvido também pelo sistema de preços. Sistema de Economia Mista (com interferência do governo) – Existe a interferência do governo para eliminar distorções alocativas (alocação de recursos), distribuição dos bens ou serviços e para promover a melhoria do padrão de vida da população. Funcionamento de uma economia centralizada – (planificada) A forma como se resolve os problemas econômicos fundamentais é decidida por uma Agência do governo ou Órgão Central de planejamento, e não pelo mercado. A propriedade dos recursos (meios de produção) é do estado. - Sistemas Econômicos – Sistema de economia de mercado X Sistema de economia centralizada ↓ ↓ Propriedade privada Propriedade Pública O mercado resolve Órgão Central ou Agência resolve O sistema de mercado tem uma maior eficiência na alocação dos recursos de produção (insumos). Tem também grande ênfase na produção de bens de consumo. Mesmo os países comunistas como a China e a Rússia, começaram a adotar o sistema de mercado por sua eficiência. - Curva de Possibilidade de Produção – (CPP) Esta curva mostra a fronteira máxima que a economia pode produzir, com os determinados recursos limitados e a tecnologia. Mostra as opções de produção que existem com os recursos plenamente empregados. Exemplo: Alternativas de Produção A B C D E F Manteiga (m) 0 3 6 8 9 10 Canhões (c) 15 14 12 10 7 0 m (manteiga) → em mil toneladas c (canhões) → em mil unidades m (mil ton.) (gráfico aproximado) c (mil uni.) A curva de possibilidade de produção é o limite máximo de produção, com os recursos produtivos de que a sociedade dispõe, em um dado momento. Acima da curva → não pode ser alcançado com os atuais recursos e tecnologia. Abaixo da curva → não estão sendo utilizados todos os recursos e tecnologia disponíveis. As três hipóteses básicas da curva de possibilidades de produção: -Existência de uma quantidade fixa de recursos. -Existência de pleno emprego de recursos. -A tecnologia permanece constante. - Custo de Oportunidade – (CO) É o valor econômico da alternativa sacrificada ao se escolher a produção de um determinado bem ou serviço. Exemplo: Analisando o gráfico do exemplo anterior, vemos que existem inúmeras escolhas que podem ser feitas com os recursos plenamente empregados (em cima da curva). Vamos analisar apenas duas dessas escolhas, vejamos: B C 3 6 14 12 Qual será o Custo de Oportunidade se passarmos da alternativa B para a C? Aumentará a produção de manteiga em 3.000 toneladas, mas diminuirá em 2.000 unidades a de canhões. As 2.000 unidades “perdidas” de canhões será o Custo de Oportunidade desta troca/escolha. Quando a troca ou escolha for feita, e os pontos relacionados à escolha ou troca estiverem abaixo da curva, o Custo de Oportunidade será zero. Pontos abaixo da Curva → CO = 0 - Formato da Curva de Possibilidade de Produção – A curva é decrescente – Porque o aumento da produção de um bem A implica na queda da produção do bem B, em cima da curva de possibilidade de produção. Ex: Quando A↑, B↓. A curva é côncava (em relação à origem) – Por causa do Custo de Oportunidade que é crescente. ↑ - Divisão do Estudo de Economia – Microeconomia – Estuda o comportamento de produtores e consumidores e o mercado onde interagem. Preocupa-se em determinar os preços e as quantidades nos mercados específicos. Macroeconomia – Estuda o comportamento dos grandes agregados, por exemplo: PIB, consumo nacional, exportação, nível geral dos preços, entre outros. Tem o objetivo de traçar uma política econômica. - Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado – A condição “Coeteris Paribus” – É uma expressão em latim que significa “tudo o mais constante”. Esta expressão existe e é utilizada para que a microeconomia possa analisar um determinado mercado sem que os outros (mercados) interfiram. Possibilita a microeconomia analisar um mercado isoladamente, considerando todos os outros mercados constantes. Uma análise rápida dos tópicos de microeconomia – Teoria da Demanda (procura) → estuda as diferentes formas que a demanda pode assumir e os fatores que a influenciam. Teoria da Oferta → é dividida entre a Teoria da Produção, que estuda o processo de produção numa perspectiva econômica, e a Teoria dos Custos de Produção, que é basicamente a análise dos custos. Análise das Estruturas de Mercado → estuda como estão organizados os mercados e como é determinado o preço e a quantidade de equilíbrio nesses mercados. É dividida entre mercados de bens e serviços e mercados de fatores/meios de produção (este último chama-se demanda derivada, porque de qualquer forma os mercados de insumos/meios de produção derivam do comportamento do mercado de bens e serviços). Teoria do Equilíbrio Geral e do Bem-estar → estuda a interação de todos os mercados simultaneamente e seu impacto no bem-estar social. (não será estudado). Imperfeições de Mercado → destaca as situações nas quais o mercado não promove perfeita alocação de recursos. (Externalidades, Bens Públicos, Desigualdade de Informação). Análise da Demanda de Mercado - Demanda (procura) – É a quantidade de determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir, em um dado período, dada sua renda, seus gastos e o preço do mercado. Representa o máximo que o consumidor pode aspirar, dada sua renda e os preços do mercado. A demanda (procura) não representa a compra efetiva, e sim a intenção de comprar. A procura (demanda) é um fluxo, porque é definida para determinado período de tempo (semana, mês, ano). Fundamentos da Teoria da Demanda – Utilidade Total (Valor Utilidade) – Representa o grau de satisfação ou bem-estar que os consumidores atribuem a bens e serviços que podem adquirir no mercado. Pressupõe que o valor de um bem se forma pela sua procura (demanda), isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. Ela é subjetiva e prevalece a soberania do consumidor. Valor Trabalho – Considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho integrado ao bem. O preço do bem vai depender do quanto foi gasto de capital e de tempo na produção do mesmo. Finalmente, a Teoria da Demanda se baseia na Teoria da Utilidade Total (Valor Utilidade). Pode ser chamada também de Teoria do Consumidor. Utilidade Total e Utilidade Marginal – Como já foi dito, a Utilidade Total é o grau de satisfação ou bem-estar que os consumidores atribuem a bens e serviços que podem adquirir no mercado. Já a Utilidade Marginal é a satisfação adicional obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem. Para esclarecer melhor, vemos o exemplo a seguir: Exemplo: O paradoxo da água e do diamante → por que a água (indispensável, necessária) é tão barata, e o diamante (supérfluo), é tão caro? Acontece que a água por ser um bem indispensável, tem grande Utilidade Total, mas, como é encontrada facilmente (é abundante), tem baixa Utilidade Marginal, enquanto o diamante, por não ser indispensável, tem baixa Utilidade Total, e por ser escasso, tem grande Utilidade Marginal. Curva de Indiferença – (CI) É um meio utilizado para mostrar as preferências do consumidor. Em cima da Curva de Indiferença, temos várias combinações de bens que dão ao consumidor o mesmo nível de utilidade. Para melhor entender, temos o exemplo a seguir: Exemplo: Batatas (kg) � Carne (kg) Inclinação Negativa – → o aumento do consumo de um bem, causará diminuição do consumo do outro, que é substituído. Esta inclinação tem o nome de Taxa Marginal de Substituição (TMS) e representa a taxa de intercâmbio de um bem por outro. (mantendo o mesmo nível de bem-estar). Convexidade (em relação à origem) – → Taxa marginal de substituição vai diminuindo à medida que aumenta a quantidade de carne e reduzimos a quantidade de batatas. Isto é conseqüência da menor capacidade de substituir batatas por carne, quando diminuímos as primeiras e aumentamos a segunda. Isso é devido a lei da utilidade marginal decrescente. Restrição Orçamentária – É o montante de renda disponível do consumidor, em dado período de tempo. Ela limita as possibilidades de consumo, limitando o quanto ele pode gastar. Ou seja, enquanto a curva de indiferença refere-se ao conjunto de bens e serviços que o consumidor deseja adquirir, considerando apenas as preferências subjetivas do consumidor, a restrição orçamentária condicionará o conjunto possível de bens e serviços que o consumidor pode adquirir. A diferença aqui é simplesmente que na Curva de Indiferença, não se leva em conta a renda do consumidor, apenas os desejos. E na Restrição Orçamentária leva-se em conta o que de fato, o consumidor pode comprar. Reta Orçamentária (linha de preços) – São as combinações máximas possíveis de bens, dados a renda do consumidor e os preços dos bens. Assim, como a Curva de Indiferença, a Linha de Preços também representa as opções que o consumidor poderá comprar, de acordo com sua renda e dados os preços dos bens considerados. Batatas (kg) RO Carne (kg) O consumidor estará otimizando sua utilidade quando sua reta orçamentária tangenciar sua curva de indiferença (ele atingirá o máximo de desejos, dentro do que ele, de fato, pode comprar). Batatas (kg) Carne (kg) Desse modo, o ponto (5,3) representa o equilíbrio do consumidor. Se a renda do consumidor aumenta, ou os preços dos bens e serviços que ele deseja adquirir se reduzem, a reta orçamentária eleva-se, permitindo que ele atinja níveis maiores de satisfação (CI se mantém tangenciando, logo, ela também se eleva), permitindo que o consumidor adquira mais produtos. Função Demanda – Q = f (Pi, Ps, Pc, R, G) → Função Geral da Demanda. Onde: Q = quantidade demandada (procurada) do bem i. Pi = preço do bem i. Ps = preço dos bens substitutos ou concorrentes. Pc = preço dos bens complementares. R = renda do consumidor. G = gostos, hábitos e preferências do consumidor. Para estudarmos o efeito individual de cada uma dessas variáveis sobre a procura (demanda) de determinado bem ou serviço, recorremos à hipótese de “coeteris paribus” (todas as demais variáveis permanecem constantes). Relação entre a quantidade demandada e o preço do bem “i”: [Q = f (Pi)] Q = f (Pi) supondo Ps, Pc, R e G constantes. ∆Q < 0 ∆Pi A quantidade demandada do bem i é inversamente proporcional ao preço do bem i. Quando o preço do bem i aumenta, a quantidade demandada do bem i diminui. Isso ocorre por causa do efeito substituição e do efeito renda, que agem conjuntamente. Efeito Substituição → o bem fica mais barato em relação aos concorrentes, e assim, a quantidade demandada do bem aumenta. Efeito Renda → Com a queda do preço, o poder aquisitivo do consumidor aumenta, e a quantidade demandada do bem tende, normalmente, a aumentar. Isto é, ao cair o preço de um bem, mesmo com sua renda não variando, o consumidor pode comprar mais mercadorias. A curva convencional da demanda é negativamente inclinada (com exceção do paradoxo de Giffen), porque quando o preço aumenta, a quantidade diminui e vice-versa. Ela expressa qual a escala de procura para o consumidor, ou seja, dados os preços, quanto o consumidor deseja adquirir. Relação entre a quantidade demandada e preços de bens substitutos ou concorrentes “s”: [Q = f (Ps)]. O consumo de um bem substitui o consumo de outro bem. Q = f (Ps), supondo Pi, Pc, R e G constantes. ∆Q > 0 ∆Ps A quantidade demandada do bem i é diretamente proporcional ao preço dos bens substitutos ou concorrentes s. Quando o preço dos bens substitutos ou concorrentes s aumenta, a quantidade do bem i também irá aumentar. Exemplo: Se o preço do refrigerante Guaraná (um bem concorrente ou substituto) aumentar, a quantidade demandada (procurada) de Coca-Cola também irá aumentar. Exemplos de bens substitutos ou concorrentes: - viagem de trem ou de ônibus. - manteiga e margarina. Relação entre a quantidade demandada e preços de bens complementares “c”: [Q = f (Pc)]. São bens consumidos em conjunto. Q = f (Pc) com Pi, Ps, R e G constantes. ∆Q < 0 ∆Pc Exemplo: O aumento no preço dos automóveis deverá diminuir a procura de gasolina, pois haverá uma baixa nas compras de automóveis, e assim, diminuirá a quantidade de clientes que compram gasolina. Exemplos de bens complementares: - camisa social e gravata. - pneu e câmara. - pão e manteiga. - sapato e meia. Relação entre demanda de um bem e renda do consumidor “R”: [Q = f (R)]. Q = f (R) com Pi, Ps, Pc e G constantes. Com a renda dos consumidores, existem três situações: A) ∆Q > 0 ∆R - Bem normal → os aumentos da renda levam ao aumento da demanda do bem. B) ∆Q < 0 ∆R - Bem inferior → os aumentos da renda levam à queda de demanda do bem. Ex: carne de segunda, roupas rústicas, entre outros. C) ∆Q = 0 ∆R - Bem de consumo saciado ou neutro → se aumentar a renda do consumidor, não aumentará a demanda do bem. Basicamente, são os casos da demanda de alimentos básicos, como açúcar, sal, arroz, entre outros. Relação entre demanda de um bem e hábitos dos consumidores “G”: [Q = f (G)]. Q = f (G) com Pi, Ps, Pc e R constantes. Os hábitos, preferências ou gostos (G) podem ser alterados, manipulados por propaganda e campanhas promocionais. Podem existir campanhas para aumentar o consumo ou para diminuir o consumo de bens. Exemplos: Campanha “beba mais leite” e campanha “pare de fumar”. Variações da demanda e variações na quantidade demandada: Variações da Demanda – É quando a curva se desloca em virtude de alterações em Ps, Pc, R ou G (ou seja, mudança na condição Coeteris paribus). Variação na Quantidade Demandada – Refere-se ao movimento ao longo da própria curva de demanda, em virtude da variação do preço do próprio bem “i”. As demais variáveis continuam constantes. Bens de Giffen (paradoxo): Todos os bens de Giffen são bens inferiores (quando o preço diminui a quantidade também diminui e vice-versa). Lembre-se que nem todos os bens inferiores são bens de Giffen. Função Oferta – Oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores e vendedores desejam vender em determinado período. │ 07 │ 10 │ 12 │ 14 03 - │ 15 06 - 08 - 09 - 10 - Observação: Iniciativa Privada – São as empresas constituídas de sócios sem a participação do governo. Todos os pontos da curva representam situações que proporcionam idêntica satisfação (U○): ou seja, não faz diferença para o consumidor consumir 2 kg de carne e 8 kg de batatas (opção A), ou então 3 kg de carne e 5 kg de batatas (opção B). Cada curva representa determinado nível de utilidade. Quanto mais alta a CI, maior a satisfação que o consumidor pode obter no consumo dos dois bens. │ 2 8- │ 3 │ 5 5- 3- U○ C B A U○ 5 RO Equilíbrio do consumidor. 3