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E u me sinto um pouco como uma cobra que engoliu duas melancias ao rnes- mo tempo. Dei inicio a este projeto para escrever apenas um arrigo, uma distração para usar minha caneta enquanto concluía a pesquisa para meu próximo livro sobre o necessário para perdurar e triunfar quando o mundo gira descontroladamente (com base em um projeto de pesquisa de seis anos com meu coiega Morren Hansen). Mas a questáo de coino as gigantes caem foi além das limitasóes de um artigo e evoluiu para se transformar neste pe- queno livro. Pensei em deixar este projeto de lado até ter concluído o livro sobre turbulência, mas entáo as gigantes começaram a cair, coiiio peças de domino, despencando a nosso redor. Estou escrevendo esre prefácio no dia 25 de setembro de ZOOS, em um aviáo da United Airlines, olhando para a silhueta de edifícios contra o c611 de Manhattan, assombrado com os eventos cataclismicos. A Rear Steariis caju da 1519 posiçáo na lista Fortunc 500 para 0, comprada pela J PMorgan Chasc em um acordo desesperado elaborado em um fim de semaria. A Lrhmari Rro- thers abriu falência após 1 58 anos de crescimento e sucesso. A Faiiiiie Mae e o Freddie Mac, debilitados, sucumbiram ao conservadorisino do goverrio. A Merrill Lynch, símbolo do mercado americano otimista, entregou-se a uma aquisiçáo de controle. O Washington Mutual cambaleou. prestes a se roriiar o maior fracasso de um banco comercial da história. O governo americano em- barcou na mais extensa aquisiçáo de ativos privados eni m a i s de sete décadas em uma tentativa frenética de impedir uma segunda Grancle Deyressáo. Devo esclarecer que este texto náo é sobre o pânico finariceiro dc 2008 em Wall Streer, nem tem nada a dizer sobre como reparar ris mecanismos avaria- dos dos mercados de capital. As origens desta obra remontam a mais d: - r i s anos, quando fiquei curioso para descobrir por que as maiores ernprei, da história, inclusive dguns antes excelentes empreendimentos que pesqiiisnx para escrever Good to Grmt: Empresas feitas para vencfr e Feita pnrd L., .,ir caíram. A meta deste livro E oferecer uma visáo fundamentada e sobre como o declínio pode ocorrer, mesmo para empresas aparenten~nre invencíveis, de forma que os lideres possam ter mais chances de evita. xu trágico desrino. Esta obra também náo se compraz com a morte de empresas antes pou:ro- sas, mas tem o objetivo de ver o que podemos aprender e aplicar 3 nossa ?to- pria situasão. Ao entenderem os cinco estágios do declinio que discurirros aqui, os líderes podem reduzir substancialmente as chances de cair até o fiLxio do poço, despencando de icbnicos a irrelevantes. O declinio pode ser evir;íio. A RUINA IMINENTE SE INSINUA EM SILENCIO 1 As sementes do declinio ~odern ser eliminadas antes dc gerar frutos. E :n- quanto você náo despencar até o quinto estágio, o declinio pode ser revedo. OS CINCO EST~GIOS no DF,CI.~NIO 9 Os poderosos podem cair, mas muitas vezes voltam a se levantar. ESTAGIO 1 : O EXCESSO DE CONFIANW PROVENlEN'rE L30 SUCESSO 21 ESTAGIO 2: A BUSCA INDISCTPLINADA POR MAIS 35 Boulder, Colorado ESTÁGIO 3: A N E G A ~ O DE RISCOS E PERIGOS 5 1 ESTÁGIO 4: A LUTA D E S E S P E ~ A PELA SALVAÇÁO 65 ESTÁGIO 5: A ENTREGA A IKRELEVÃNCLA OU A MORTE 8 1 UMA ESPERANE;A JUSTIFICADA R9 APÉNDICES 99 153 185 A R U ~ N A IMINENTE SE I N S I N U A EM S I L Ê N C I O o outono de 2004, recebi uma ligaçáo de Frances Hesselbein, presidente e fundadora do Leader to Lader Institute: "O Conference Board e o Lea- der to Leader Institute gostariam que vocé viesse a West Point conduzir uma discussáo com dgiins excelentes alunos." "E quem seráo os alunos?", perguntei, imaginando talvez um grupo de cadetes. "Doze generais do Exército americano, 12 CEOs e 12 lideres do seror social", Frances explicou. "Eles seráo divididos em grupos de seis, dois de cada setor - militar, negócios e social -, e estáo muito dispostos a falar sobre O tema." "E qual será o tema?" "Ah, é um bom tema. Acho que vocé vai gostar." Ela fez uma pausa. "OS Esrados Unidos." Os Estados Unidos? Eu me perguntei: O que rii [cria a ensinar a um grupo táo conceituado sobre os Esrados Unidos? Encia me lembrei do que um de meus mentores, Bill Lazier, me contou sobre conia ensinar bem: náo rente se sair com as respostas certas; concentre-se eni si: sair coni boas perguntas. Depois de inuiro refletir, finalmente me decidi pela pergunta: Os Estados Uiiidos estáo reiiwando sua força ou estáo perigosamente prestes a rair de um desempenho excelente a bom? Apesar de minha intenção ter sido fazer uma pergunta retórica (acredito que os Esrados Unidos tèm a responsabilidade de se renovar continuamenrr e %. têm cumprido essa missáo a» longo de sua hisr~írja), o encontro de West Point se transformou em um intenso debate. Metade dos presentes argumentava que os Estados Unidos continiiarn fortes como nunca, enquanto a outra me- tade sustentava que os Estados Unidos esráo cainbnleando 3 beira do declinio. A história mostra reperidamenre que 0 s poderosos podem cair. O Império Antigo egípcio, a civilizaçáo minoica de Creta, a Dinastia Chou, o Império Hitita e a GvilizaÇáo Maia - rodos cairarti.' Atenas caiu. Roma caiu. Até a GrCBretanha, que um século arrh era unia superpotência global, assistiu ao desgaste de sua posiçáo. Qual é o destino dos Estados Unidos! O u sera que os Estados Unidos encontrarao uma i o r m ~ de responder ao desafio de Lincotn e ser a iiltima esperança n a Terra? Durante um inrervalo, o CEO de uma da ernprrsas de maior sucesso dos Estados Unidos me chamou a um catita: "Estou achando a discussão fasci- nante, mas estive pensatido tia sua pcrgunca no corirexro da niinha empresa a manhá inteira. Tivemos uni enorme sucesso nas últimos Anos e tiie prcacupo com isso. Entao, o que quero saher C: Como iposiitjd~.~dii'ler?' "Como assim?", pergunteí. "Quando voze está com tudo, é a naçáo mais poderosa do mundo, a em- presa dc maior sucesso do seu setor, O melhor jogador do seu jogo, seu próprio poder e sucesso podem ocultar o fato de que você já está no caminho do de- clínio. Entáo, como é possível saber?" Essa pergunta me instigou e passou a ser parte da inspiraçáo para este livro. Em nosso laboratório de pesquisa em Boulder, Colorado, eu já vinha conversando sobre a possibiiidade de um projeto sobre declinio corporativo, motivado, em parte, pelo fato de que algumas das excelentes empresas que analisamos nos livros Good to Gredt: Empr~sasfiitas para vencer e Feim para durar acabaram perdendo suas posiçóes de excelência. Em certa extensáo, esse fito náo provocou rnuita ansiedade; o simples fato de uma empresa cair náo invalida o que podemos aprender ao analisar essa empresa quando ela esta- va em sua melhor forma. (Veja uma explicação no quadro.) Mas, por outro lado, fui ficando cada vez mais curioso: Como as gigantes caem? Se algumas das maiores empresas da história podem cair de icônicas a irrelevantes, o que podemos aprender estudando sua queda e como as outras podem evitar esse destino? Voltei de West Point inspirado a transformar minha mera ciiriosidade em ativa investigaçio. Seria possível detectar antecipadamente o declinio e reverter sua rtajetbria, ou, ainda melhor, seremos capazes de praticar a medicina preven- I m tiua? Comecei a pensar no declínio como análogo a uma doença, taivez como ~ b c e r , que pode crescer dentro do corpo enquanto, por fora, a pessoa ainda parece forte e saudável. Náo é uma analogia; como veremos mais adiante, o de- ,linio ~r~anizacional, diferentemente do chcer, é em grande parte uma mazela causada pela própria empresa. Mesmo assim, a analogia da doença pode ser útil. permita-me contar uma história pessoal para ilustrar este ponto. POR QUE A QUEDA DE EMPRESAS ANTES EXCELENTES NAO INVALIDA AS PESQUISAS ANTERIORES 0 s princípios que revelamos em pesquisas anteriores não dependem da força ou das dificuldades atuais das empresas especificas que estudamos. Pense desta for- ma: se estudássemos pessoas saudáveis em comparação com pessoas não saudá- veis e extraíssemos dessa andlise princlpios para melhorar a saúde, como dormir bem, manter uma dieta equilibrada, fazer exercícios moderados, sera que esses princípios perderiam a validade se alguns dos alvos de estudo antes sauddveis co- mecassem a dormir mal, comer mal e não se exercitar? Sem dúvida, uma boa noite de sono, uma boa alimenta~ão e exercícios físicos ainda seriam princípios váiidos para uma boa saúde. Ou pense nesta segunda analogia: suponha que estudSssemos a dinastia do basquete da UCLA dos anos 1960 e 1970, que venceu 10 campeonatos da HCAA - associaqão de atletismo colegial dos Estados Unidos - em 12 anos sob a orien- tação do técnico John Wooden.' Suponha tarnEm que tiv&ssemos comparado o time UCLA Btuins de Woden com a equipe de uma faculdade similar que não conseguiu se tornar uma grande dinastia durante exatamente o mesmo perlodo e que repetissemos essa analise comparativa em uma série de times esportivos para desenvolver um modelo conceitual de principias correlacionados com o de- senvolvimento de uma dinastia. Se o time de basquete da UCLA posteriormente se desviasse dos princípios exemplificados por Wwden, e seu desempenho nos campeonatos caisse em relacao ao desempenho atingido durante a dinastia de Wooden, ser8 que esse fato anularia os princípios de desempenho exemplificados pelo time sob a orientação de Wmden? De forma similar, OS princípios de G o d to Great: Empresas feitas para vencer fo- ram extraidos principalmente da andlise de periados especificas da histbria, quan- do as empresas de bom a excelente desempenho demonstraram uma transforma- çáo substancial em um perlodo de desempenha superior que durou 15 anos. As pesquisas não tentaram prever quais ernprem continuariam excelentes depois desses 15 anos. De fato, como este trabalho demonstra, até as mais poderosas empresas podem se autodestruir. 1 Em um ensolarado dia de agosto de 2002, niinha niulher, Joanne, e eu saímos para correr o longo trecho dr subida até o Elrctric PISS, nas proxi- midades de Aspen, Colorado, que começa em uma altitude de cerca de 3km termina acima dos 4km de altitude. Mais ou menos aos 3,3km, me entreguei ao ar rarefeito e comecei a caminhar, enquanto loanne continiiou a subir correndo. Enquanto cu criicava a linha das h o r e s , além da qual o ar rnretrito restringe a vegeta~áo a arhusros ressecados e flores resirtenrer de montanha. eu a vi bem à frente usando uma blusa de moletom vermelha, subindo a trilha íngreme em zigueuguc na direçáo da crista do morro. Dois meses mais tarde, ela recebeu um diagnóstico que levaria a duas mastectomias. Eu percebi, em retrorpecto, que, no exato instante em que ela parecia ser a imagem da boa saúde correndo morro acima, já devia estar com o carcinoma. Essa imagem de Jornne, saudável c já doente, ficou na minha cabeça e me deu a inspiração para a metáfora. Parsei a ver o declinio instituçional como uma dmnq em estágios: mais dificil de detectar, porém mais fdcíl de curar nos primeiros estágios; mais f6cil de detectar, porem mais dificil de curar nos estágios posteriores. Uma instituiça pode aparen- tar ser forte, mas j6 estar doente por dentro, perigosamente à beira de um enorme abismo. Logo nos voltaremos à pesquisa que confirma essa ideia, mas antes disso vamos invesrig~r um caso aterroriante, a ascensáo e queda de uma das empre- sas mais celebres da história dos negócios nos Estados Unidos. A BEIRA DO ABISMO SEM SABER Às 5:12h da manhá do dia 18 de abril d e 1906, Arnadeo Peter Giannini teW uma sensaçáo estranha, depois uma srnsaçio violenta, uma mudança qi ise imperceptível do ambiente aliada a um ribombo como um traváu distante ou um trem."ilêncio. Um segundo. Dois segundos. De repente, sua casa em San Mateo, Cdifórnia, começou a tremer e se deslocar, para frente e para trjs, I para cima e para baixo. A 27km a o norte de Sáo Francisco, o chio ir liqiiefn A H U l r d A I M I N E N T E < L I N S i N U A E M \ # I F V - . , ? por baixo de centenas de prédios, enquanto espasmos oiidulantrs em terreno firme catapultavam pedras e fachadas nas ruas. Paredes caíram. Tubos de g i s explodiram. Incêndios começaram. ~ e c i d i d o a descobrir o que havia acontecido A siin joveni empresa, o Bank of Italy, Giannini mergulhou em uma odisseia de sei^ horas, percorrendo a cidade de trem e depois a pé enquanto as pessoas corriam em direqáo oposta, fugindo dis chamas. O fogo se espalhava pelo prédio e Giannini precisava resgarar todo o dinheiro arneaqado tio banco. Mas criminosos pe- ranibula~am pelos destroqos, levando o prefeito a proclamar: "Autorizei os pliciais a matar qualquer pessoa envolvida em saques ou cometendo qual- quer ourro crime." Com a ajuda de dois empregados, Giannini escondeu o dinheiro embaixo de caixas de lar~njas de dois vagóes de produtos confis- cados e passou a noite de volta a San Mateo, onde escondeu o dinheiro em slia lareira. Giannini rerornou a São Francisco na manhá seguinte e se viu em coiifliro com outros bariqueirris que queriam impor uma moratória de até seis meses para os emprbtinios. Sua resposra à sugestáo foi colocar uma tábua sobre dois barris no rneio de um pier apinhado de gente e retomar as operaq8es rir) baiico já no dia seguinte. "Vatnos reconstruir Sáo Francisco", ele p r~c lan iou .~ Giaiiiiini fez empréstimos para os pcquriios quando estes mais precisavam. Por siia vcz, os pçquenos f zerarn depósitos no hatico de Giannini. A medida que Sáo Francisco passava do caos i ordem, dd ordem a o crescimenro e do crtscinien to i prosperidade, Gianninj emprestava niais aos pequenos, e estes fariam ainda mais negócios com Giannini. O banco ganhou forp, de um pequerio clienre a outro, de um empréstimo a outro, de um depósito a outro, de uma agéncia à ourra, espalhando-se pela Califórnia e sanhando o novo nome de Bank of America no processo. Em outubro dc 1945. ele passou a Ser O maior banco comercial do mundo, superando o respeitável Chase Na- tiona1 Bank.' (Uma observaçáo: em 1998, o NationsBank adquiriu o Bank 0f America e assumiu o nome; o Bank of America descrito aqui iiáo é D Na- LionsBank.) Ao longo das três décadas seguintes, o Bank of America coiiquistou a reputaçáo de uma das empresas mais bem administradas dos Estados Uni- dos.Wm artigo da edigáo de janeiro de 1980 da Haru~rd Buriiim Rninc começava com um resumo simples: "O Bank of America talvez seia mais conhecido por seu tamanho - é o maior banco do mundo, com q u a e 1.100 filiais, operaqóes em mais de I00 países e total do ativo de cerca de 5100 0 - u 2 w f H r g " pi R € i E 3 " g n 3 E c ; s 3 E . 0 O S 3 n % a l a n 0 b W : m ; $ . a P 9 n g 3 3 ' R 3 5 n - 3 8 m E 8 $ 2 3 3 3- e 2 g - 2 5 2 .2 B E * 2 . 1 w p s E 0 2 E n L 0 % nm e g c':a v Gf 3 g 2 õ & O 3 . 8 " pg 3 3 =rPI wn Llnidos, comprando a Seafirst Corp, sediada em Seattle. Ele lançou um progra- ma intetisivo dc $100 milhões para dinamitar a concorrência no qiie se rçfere a cuiras clerrònicos, prmitindo que o banco saisse da posiçáo de rerardarário p x ~ se vingioriar de ter a maior rede de caixas detrbnicos da Califhrnia. "Náo podemos mais nos dar ao luxo de ficar sentados dc hraSos cruzados aprendendo com os erros dos outros antw de decidirmos o que faremos" - ele deu esse alerta a seus gestores. "Os outros C que devem aprender conosco." O B m k ofArnerica finalmente tinha um iz'de~.'~ Armacost destruiu tradições obsoletas, fechou Filiais s acahoii com a es- tabilidade no emprego. E iil-iplemenrou mais medidas dr remuneração por incentivos. "Estarnos tentando diferenciar nossos emyrepdos de desempenho superior dos empregados de desenipenho in~atisfatórici"~ ohsrrvou iim executi- vo sobre a nova cultura." Armacost permitiu qiie os lidsrcs da Schw~h dessem mnrinuid.de à prática de fechar coiitntos dr lrasing para BMWs. Porsches c até mesmo um Jaguar, irritando banqiieiros tradicionais restriros a aiiromiiveis mais tradicionais, como Fords, Buicks e Lhrvroler~. '~ Ele contratou urii reno- mado consultor de gesráo de rnudanyas e conduziu as pessoas por um processo de transformação que a Bwiness Wrrk ciiniparou a uma conversáo religiosa (ca- racterizando o baiico como "renascido") e que o Wull StrfetJoakmal descreveu como "a própria versá0 da Revalugão Cultural de Mao".I3 Armacost procla- mou: "Nenhuma outra insrituição financeira passou por tantas mudanças."I4 Mesmo assim, apesar de toda essa lideranga, de todas essas mudanças, de todas as ousadas aqóes, o Rank of America caiu de um lucro líquido máximo de mais de $600 milhóes para um mininio que culminou, de 1985 a 1987, em uma das maiores perdas da histiiria do setor bancirio até enráo. Justiça seja feita ao senhor hrmacost, o Bank of America já estava posi- cionado para uma quedà antes Je ele assumir o cargo de CEO." O objetivo aqui nio i difamar Arniacost. mas mostrar como o Bank ofAmerica teve uma queda esperacular uprxdr do kmor revolucionário de seu CEO. A soluqáo para o declinio cl~ramerits náo esti apenas no clichè simpiista "mude ou morra"; o Aank of America miiciou miriro e quase se matou no processo. Precisamos de um enrendinienro mais rcfitiado dc como o declinio ocorre, o que nos leva aos cinru exigios do dcclinin que dcscohrimos em nosso projeto de pesquisa. * Para um eitcc]rnre relaro, veja o livro de Gary Hzccor. Breabing t h p Bank: The Uerlirre OS C I N C O E S T Á G I O S DO D E C L ~ N I O E rn certo sentido, meus colegas de pesquisa e eu temos estudado o fracasso e a mediocridade durante anos, já que nossa rnetodologia de pesquisa se concentra no contraste, estudarido os que se tornaram excelentes em com- paração com os que não conseguiram isso e perguntando: "Qual é a diferen- ça!" Mas o principal foco de nossa investigaçáo tem sido o desenvolvimento da excelência, um tópico itierinrrmínte alegre e animado. Depois da minha experiéncia em West Poin c, eu qi~is inverter a questáo, curioso para entender o prucesso de declinio e queda dc empresas antes exceientes. Eu brinquei com meus colega: "Vamos nos voltar para o lado negro." O PROCESSO DE PESQUISA Tin hamos um volume rubrrancial de dados coletados em pesquisas anterio- RS, que consistia de mais de seis mil anos de hisrória corporariva combinada - caixas c pastas de documentos históricos e ~lanilhas elcrròiiicas com inbr- maqocs financeiras remontando a mais de 70 anos, além de cri>nolopiu de Pesquisa e análises financeiras. Esperávamos que uma análise rigorosa drsses dados gerasse um conjunto de casar robuscos de empresas qiie ascendrrani a ~x'elência e, em seguida, caíram. C ~ r n e ~ a m a s com 60 irnporrnntrs empresas de nossos arquivar de empresas feitas para vencer e empresas fritar para durar e identificmos, sistematicaniuite, I I c m que atingiam criterios rigorosos de nsccnsáo e queda em algum ponto de sua história: A&P, Addrrssograph. 10 C O M O A ! ' i l G A N T E 5 C A E M Ames Department Stores, Bank of America (anres de ter sido adquirido pelo NationsBank), Circuit City, Hewlett-Packárd (HP), Merck, Motorola, Rub- berrnaid, Scott Paper <r Zenith. (Esboçamos o processo de seleçáo no Apèn- dice 1.) Atualizamos nossos arquivos dos dados de pesquisa e analisamos a história de cada empresa em declinio em uma série de dimensóes, como in- dices e padrões financeiros, visáo e estratégia, organização, culrura, lideranqa, tecnologia, mercados, ambiente e cenário conipctitivo. Nosso foco principal se concentrou na pergunta de duas partes: O que aconteceu até o ponto em que o Jeclinio se tornou visível e o que a empresa fez 3 partir do momento em que começou a cair? Antes de nos aprofundarmos no modelo dos cinco estágios resuitante dessa análise, permita-me fazer algumas importantes observações referentes i pesquisa. Emprtm em renrperuyáa: Algumas das empresas de nossa análise podem ter se recuperado quando voct estiver lendo este livro. A Merck e a HP, por excmplo, parecem ter revertido seus acentuados declinios enquanto estáva- mos elaborando t-;re texto; ainda náo sabemos se essas empresas conseguirão sustentar a recuperaçáo, mas ambaç nicistravam rnelhoria nos resultados rio momento da escrita deste livro. Isso me ieva a um imporrante subtema deste trabalho, que retomaremos mais adiante: da mesnia forma que as excelentes rrnpresas podem tropeçar, algunias voltam a se levantar. E importante notar qiie o objetivo da nossa pesquisa nso é proclamar quais empresas são excelen- tes hoje oii quais empresas se tornarão excelentes, permanecerão excelentes ou entrarao em declínio no futuro. Esrudamos periodos hi5tdricos de desempe- nho para revelar a dinámica básica que se correlaciona com o desenvolvimen- to da excelência (ou stia perda). A Fannic M r r r e outras minasjnancti~rrr dt 7008: Quando selecionamos o grupo de empresas em declínio para o estudo em 2005, a Fannie Mae e outras instiriiiçóes financeiras do nosso banco de dados original ainda não haviam caído o suficiente para se qualificar para esta análise. Incluir posteriormente qualquer uma dessas empresas em nosso estudo implicaria reduzir o rigor de nossa análise, mas náo poderíamos ignorar o fato de dgiiinas reconhecidas companhias financeiras (e, em prticular, a Fannie Mae, que foi uma empre- sa feita para vencer) terem rurumbido a uma das ii-iais espetaculares ruínas financeiras da história. Eni vez de incluir essas empresas no estudo de irltimo minuto devido ao fato de elas terem chegado As manchetes, incluí um breve comentário sobre -a Fannie Mae no Apii.ndice 3. OS C I N C O E S T A L I 0 5 D O D E C t l N I D dr conrpnragáo de rucesso: Todos os nossos estudas de pe 1 1 squisa en- volvem um grupo de controle. A pergunta hndimental nüo é "O que os , , , cs~~s têm em comum?" ou "O que os fracasos têm em comum?". A per- g fundamental é "O que aprendemos com a andilise do rormmtc entre o ,,c.rso e a fracasso?". Para essa anilise, montamos um grupo de ''con-a de - empresas de comparaçáo - que surgiram no mesmo setor, no em que as empresas de nosso esmdo primário vivenciaram o declínio. (para a metodologia de seleçáo das empresas do grupo de compara@o, veja o Apêndice 2.) Para um exemplo, veja o gr&o "Um estudo de contrastes", a seguir. No início dos anos 1970. as duas empresas apresentadas nesse gráfico, a Ames Department Stores e o Wal-Mart (um contraste que discutiremos adiante), eram praticamente gêmeas idsnticas. Elas tinham o mesmo modelo de negócios. Tinham faruramento e lucros simdares. Ambas atingiram ennr- Um estudo de contrastes Por que uma empresa cai. .. e a outra não? Wal-Mart ... e a outra wbe Dua 1s empresas atingem excelentes resultados com o mesmo modelo de negócios . -h 0- Ames 1974 1977 1980 1983 1986 19B9 19R3 me crescimento. Ambas tinham fortes lideres empreendedores no controle. E, como possível ver no grifico, ambas atingiram retornos excepcionais aos investidores, muito acima do mercado financeiro em geral por mais de uma década, e as duas curvas se acompanham de perto. Mas entáo as curvas se distanciam completamente, uma empresa despencando, enquanto a outra continua a subir. Por que uma caiu e a outra náo? Esse contraste ilustra nosso modelo de comparação. Corr~hçóes, rnáo cctma~: As variáveis que iden rificamos em nossa pesquisa se corr~hcionam com os padróes de desempenho estudados, mas náo pode- mos afirmar a existência de uma relaçáo crtzrsuk definitiva. Se pudéssemos conduzir experimentos controlados por placebo, aleatórios, prospectivos e duplos-cegos, poderíamos criar um modelo preditivo de desempenho corpo- rativo. Mas experimentos desse tipo náo existem no mundo real da gestáo e, dessa forma, é impossível afirmar uma relaçáo de causa e efeito com 100% de certeza. Dito isso, nosso método de contraste nos proporciona maior con- f i an~a nos resultados do que se tivéssemos analisado apenas os sucessos ou apenas os fracassos. Vantagens da málise hirtorica: Empregamos um método histórico, esrudan- do cada empresa desde a sua fundação até o ponto final de nossa investigaçáo, concentrando-nos em períodos específicos de desempenho. Coletamos uma série de dados históricos, como relatórios anuais e financeiros, artigos publica- dos sobre a empresa, livros, estudos de caso acadêmicos, relatórios de analistas e materiais de referência do setor. Isso é importante porque nos basear uni- camente em comentários retroativos ou entrevistas retrospectivas aumenta as chances de conclusóes enganosas. Usando uma conhecida história de sucesso para ilustrar esse ponto, se nos baseássemos exclusivamente em comentários retrospectivos sobre a Southwest Airlines &paaf que de ela ter se tornado um sucesso, esses relatos seriam contaminados pelo conhecimento da autor em re- laçáo ao sucesso da Southwest e, porcanto, seriam tendenciosos. Por exemplo, alguns relatos retrospectivos atribuem o sucesso da Southwest à implementa- çáo pioneira de um modelo inovador e inigualável de companhia aérea (em parte, porque os autores acreditam que os vencedores devem ser inovadores); mas, na verdade, uma leitura cuidadosa dos documentos históricos demonstra que a Southwest, em grande parte, copiou seu modelo da Pacific Southwest Airlines no final da década de 1960. Se fôssemos nos basear unicamente nos relatos retrospectivos, nossa conclusão sobre por que a Southwest se tornou uma excelente empresa seria desencamí nhada. L L Dessa forma, inferimos nossos modelos principalmente de evidências ah momento dos eveator, antes de o resultado ser conhecido, e analisamos as evi- dências em ordem cronológica. Documentos publicados em cada momento sáo escritos sem conhecimento do eventual sucesso ou fracasso da empresa e, dessa forma, evitam distorçóes provenientes de saber o resultado. Então, por exemplo, o material que temos sobre a Zenith que foi publicado no início da década de 1960, quando a Zenith estava no auge, nos proporciona uma visáo da Zenith naquele momento, sem ser maculada pelo fato de a Zenith vir a cair. As entrevistas exercem uma função mínima em nosso método de ptsquisa e, neste estudo (pelo fato de as pessoas terem uma grande necessidade de se jusrificar), não conduzimos entrevista alguma com membros atuais ou recentes da administração. Isso náo quer dizer que as inforrnaçóes históricas sejam perfeitas - as empresas podem seletivamente excluir informaçóes preju- diciais de seus relatbrios anuais, por exemplo, e os jornalistas podem escrever com um ponto de vista preconcebido. Também não estou completamente livre de apresentar algum viés retrospectivo, já que sempre conheqo o sucesso ou o fracasso da empresa que estou estudando e não tenho como apagar isso do meu cérebro. Mas, mesmo com essas limitaçóes, nosso mérodo histórico comparativo nos ajuda a enxergar com mais clareza os fatores correlacionados com a ascensáo e queda de excelentes empresas. Esse processo de analisar evidencias histbricas do momento do evento, antes da queda de uma empresa, resutta em uma das condusões mais importantes do es- tudo: uma empresa de fato pode parecer muito saudável por fora, mas já estar em declinio, perigosamente h beira de uma enorme queda, como o Bank of America em 1980. E e isso que torna o processo de decllnio tão aterrorizante; ele pode se aproximar sem ser detectado e - à primeira vista, de repente - V O C ~ se V& imerso em grandes problemas. Isso nos leva a uma série fascinante de questóes: Eustem estágios clara- menre distinguíveis de declinio? Em caso positivo, é ~ossível identificar an- tecipadamente o declínia? Quais sáa os indicativos desses estágios? É possível 'Werter o declinio e, se for o caso, como? Existe um ponto a partir do qual é impossível voltar? OS RESULTADOS: O MODELO DOS CINCO ESTAGIOS Um dia, cercado de paptis de pesquisa na mesa da nossa sala de jantar, clican- do no meu laprop enquanto tentava enxergar algum padrão nas cronologias de declinio, comen rei com minha mulher. Joanne: "Estou achando muito mais difícil entender isso do que analisar como as enipcesas se tornam excelentes." Por mais que eu elaborasse e rerlaborasse niodrlos conçeituais para traduzir o processo de declinio, seniprs enccin trava exen-i plos que cor1 r radiziarn o mode- lo e diferentes perrnucas do paddo. Joanne sugeriu que eu desse urna olhada na primeira frase do romance Ana Kãreni~u. de Tolstoi: "Todas as farniliu felizes 550 iguais. As infelizes o sáo cada uma à sua maneira." Ao longo deste estudo, recorri continuamente à citação de Ana Karenim. Tendo estudado as duas faces da moeda, como as empresas se tornam excelentes e como as empresas caem, concluí que existem mais maneiras de cair do que de se tornar excelente. ELaborar um modelo de declínio com base em dados foi mais difícil do que construir um modelo de ascensáo com base em dados. Mesmo assim, foi possível criar, com base nos dados, um modelo de es- rágios para o modo como as gigantes caem. Ele nao é o modelo definitivo de declínio corporativo - as empresas claramente ~odern cair sem seguir esse modelo à risca (a partir de fatores como fraude, um azar catastrófico, escân- dalos e assim por dianre) -, mas se trata de uma descrição precisa dos casos que estudamos nesta análise, com uma ligeira exceçáo (a A&P teve um tipo diferente de Estágio 2). Como escreveu o professor de estatística George E. P. Box, "todos os modelos estáo errados; alguns modelos sáo iiteis", esse modelo é útil para entender, pelo menos em parte, como excelentes empresas podem cair.l5 E, igualmente importante, acredito que possa ser útil para líderes que buscam impedir, detectar ou reverter o declinio. O modelo consiste em cinco estágios que evoluem em sequéncia. Resumi- rei os cinco estágios aqui e proporcionarei uma descrição mais detalhada de cada um nas páginas a seguir. ESTAGIO 1: O EXCESSO DE CONFIANCA PROVENIENTE DO SUCESSO. As em- presas excelentes podem ver a si mesmas protegidas pelo sucesso; o ímpe- to acun-iiilndo p d e levar um empreendimento adiante por algum tempo, I mesmo que seus líderes tomem decisfes ruins ou se tornem indisciplinados. O excesso do sucesso Os Cinco Estágios do Declínio Estágio 3 A negaqao de ricrnc o nmrinnc A entrega a irrelevância O Estágio 1 cometa quando as pessoas se tornam arrogantes, sentindo que têm direito ao sucesso r perdem de visra os fatores básicos que verdadeiramente criaram o sucesso da empresa. Quando a reciirica do sucesso ("Ternos sucesso porque fazr-mos essa5 coisa especificas") substitui o ~ r o f u n d o conhecimento e insighr ["Ternos sucesso porque sabemos por que fazemos essas coisas especí- f i c a e em quris candiqhes dcium de funcionar"), o declinio ~rovalmente se Segriir3. A sorte e a acaso desempenham papel relevante em muitos resultados de~ucerso e os que deixam de reconhecer o p p c l que a sorte pode ter exercido seu sucesso - e, dessa forma, superestimam o próprio mérito e a capacida- de - sucurnbeni ao cxcrsro de c a n f i ~ n p . ESTACIO 2: A BUSCA ~NDISCIPLINADA POR MAIS. O excesso de confiança do Estágio 1 ("Somos demais, podemos fazer qtm(quer eoira!") leva a empresa diretamenre ao Estágio 2, A B U K ~ Indisciplinad, por Mais - mais escala, mais crescimento, mais aplausos, mais qualquer coisa que as pessoas no poder & P i;' rn @ 3 9 , a u 2-2 2 " 0 - 3 e n w C S M O A 5 G I G A N T E S C A E M Os Clnco Estágios do Declínio O excesso de confianp proveniente do sucesso I EBtiglo 2 A busca indisciplinada por mais EstAglo 3 A negaçáo de riscos e perigos Estáglo 4 A luta desesperada pela salvação EstBglo 5 A enirega à irreievSincia ou a morte morte. E um pouco como estudar acidentes de trem - interessante, no sentido mórbido da coisa, mas nada inspirador. Entáo, antes de você embarcar nesta lúgubre jornada, permita-me esclarecer dois pontos. Em primeiro lugar, é um dessemiço nos limitar a esrudar apenas o sucesso. Aprendemos mais andisando por que uma excelente empresa cai na mediocri- dade (ou pior) e comparando-a com uma empresa que manceve seu sucesso do que aprendemos meramente ao estudar um ~m~recnd imento bem-sucedido. Além disso, uma das chaves para o desempenho sustentado reside em saber como a excelência pode ser perdida. E melhor aprender com a queda dos ou- tros do que repetir seus erros devido i ignorhçia. Em segundo lugar, considero que este Livro nos deixa com uma esperança jus- rificada. par,^ wmeçm, com um mapa de declinio em niáos, as instituições que es- táo avançando morro abaixo se; capazes de p im no freio logo no começo e reverter a di rrçáo. AICm disso, rnconcramos s n i p r m quc se recuperaram - em alguns casos, ressurgi~ido ainda mais fones - ~ I I U LIL, ter ' d o m ~ ~ p m f i n d ~ a r Est&o 4. Empresas como a Nucor, a Nordsrrom, a Disnzy e a IBM a ' r a m na penumbra em cerro ponto de suas histórias, mas consrguirãtn voltar. I Excelentes empresas podem cair feio e se recuperar. Apesar de não ser possível re- tornar do Estagio 5, é possível cair nas profundezas sombrias do Estagio 4 e voltar a :e levantar. A maioria das empresas acaba caindo, e não podemos negar esse fato. Mas nossa pesquisa indica que o declinio organizacional é, em grande parte, uma mazela causada pela prbpria empresa e a recuperaçâo reside significatívarnente no nosso controle. 7'odas as empresas pssam por altos e baixos e mostram sinais de estar iio t.jrigio 1 ou 2, ou ate mesmo no Estágio 3 ou 4, em algum ponto de aua l l i \ [ i ) r i ~ Mas o Estigio 1 náo leva inevitavelmente ao Estágio 5. As rv idi.iici~s r i . í t i sustentam a noção de que todas as empresas devem, de forma inevjt;i\el, .;~iiumbir i morte e à JesintcgraçPo, pelo menos náo dentro de um pcriodo Je 100 anos. De outra forma, conio voçt explicaria empresas coni 10 a 15 d 6 i ~ d ~ s de realizaçóes, empresas como a Procter & Gamble (I'&<;), a 3M e a Jahnscin & johnson? O simples faro de vocé ter comerido erros e caído nos exigios dr dzclinio náo sela seu destino. Enquanto você não cair até o fim do Esrágrci i, C possível reconstruir um excelente empreendimento que merçce viver ainda muito tempo. Enquanto lê AS piginas a seguir, voct. pode se perguntar: " h i ~ s O que de- vemos fazer sç descobrirmos que estamos caindo?" NA verdade, grande parte da resposta reside em se ater a práticas de gesráo exrrernmiente disciplinadas; retomaremos a questán da recuperação no Fim deste livro. Mas, por ora, pre- cisamos merguIhar na escuridão para entender melhor por que AS gigantes caem, a fim de evitarmos esse dcsti no. como unia l e m b r ~ n ~ a scntimr.nta1, mas como II~IIJ recrimiri~qáo tangívei para continuar a debenvolver nvvas teciiologias eni uni prcicesso continuo de autorrenovaqio criativa. A hisriiria da Motorola ensinou a Galvin que é niuito melhor criar o próprio futuro, reperidamenre, do quç esperar que for- ças externas dite111 as ,ri~as e ~ c o l h a ~ . ~ ~ u a n d o o primrirci negócio da iovem Gaivin Manufa r t i~ r in~ Corporation, eliminadores de batcrias para ridios, se tornou obsolt.to, Pau l Galvin (pai de Robert) se viu diante de enormes dificuldades financeiras em 1929. Dessa forma, clç começou a fazer experi- mentos com rádios dz carros, mudou o nome da empresa para Motorola e começou a ter lucros. Mas essa experiincia de quase-morte definiu a cultura fundamental da Motorola, instilando a crenGa de que as realizaçóes passadas náo garaiitrm o sucesso no futuro, nem a necessidade quase obsessiva de progreiso c melhoria. Quando Ierry Porras e eu cunduzimor um levanta- menro com uma amostra representativa de 165 CEOs em 1989, eles sele- cicin~rat~i a Motorola como uma das empresas mais visionárias do mundo e tios A incluimos crn nossa pesquisa Feitaspara durar. Entre as 18 empresas visionirias que estudamos na ocasiáo, a Motorola recebeu algumas das mais altas pontuações em dimensões como adesão aos valores essenciais, disposi- <ao de experimentar, continuidade de gestáo e mecanismos de automelho- ria. Observamos como a Motorola foi pioneira em programas de qualidade Six Sigtti~ e adotou "mapas de tecnologian para se adiantar às oportunidades rni I 0 anos rio hiruro. Em tneados da década de 1990, contudo, a magnífica trajetória de su- cesso da hlcitorola, que culminou em um crescimento de $5 bilhóes a $27 bilhóes em €,irciramento anual em apenas uma década, contribuiu para uma transiçáo cultuc~l de humildade a arrogáncia. Em 1995, os executivos da Motorola senri~m muito orgulho do telefone celular StarTAC, que logo seria lançado; o enráo menor telefone celular do mundo, com seu design elegante, era o primeiro do gênero. Havia apenas um problema: o StarTAC utilizava tecnologia analógica justamente quando as operadoras de telrfo- nia sem fio começavam a deiiiandar tecnologia digital. E como a Mritorola reagiu a isso! De acordo com Reger O. Crockett. que cobriu a eriiprrra de perto para a Business Week, um dos lideres seniures da Mororul~ negoli a ameaça digital: "Quarenta e três rnilhórr de clientes analogico náo podem estar errados."'- Entáo a Motoroln teii tou iisar t iticas agressivas soni opera- doras de telefonia móvel como a Bell Atlantic. Se vocès quisrrcni o incrível aparelho StarTAC, dizia o pessoal da Motorola. teráo de coiicordar com , l O s ~ ~ ~ regras: um graride percentual (cerca dc 75%) de rodo% tis qçus tele- f(,,,~ deve ser da Motorola; e vocès devem proiriover nossos telefones com ,,Dosirores çxcIusivos. A Bel Atlantic, irritada com essa atitude, respondeu qlie nenhum fabricante imporia o quanto de seli produto seria distribuído. " ~ ~ c i . s esráa querendo dizer que [se não concordarmos com o programa] qiiercrn vender o StarTAC em Manh~ttan?", um líder da Rell Atlantic ,,,postan1ente desafiou os executivos da hiotorola. A arrogincia da Motoro- Ia ahriii espaço para os concorrentes e a Motorola caiu de fabricante número I dc telefones celulares do mundo. chegando a conquistar aproximadamen- te 50% da parricipaçao de mercado, para uma participaçáo de mercado dc ~ p r n a r 17% em 1999. I Y A qucda d , ~ Mororola começou com o Esrigio 1, O Exces5ci de Confiança Proveniente do Sucesso. DESPREZO ARROGANTE Desde a Grécja Anrjga, o conccito de excesso de confiança é definido como orgulho rxce~r i v o qiie derruba um herbi ciu (para ara frase ar o historiador J. K i i h s Fcars) uma arrogáncia afron tosa que intlige sofrimento aos inocentes." A hlotorol~ começou o ano de 2001 com 147 tnil empregados, mas, no fim de 2003, n número cair^ para 88 mil - aproximadamente 60 mil empregos a n i e n í ) ~ . ~ ~ Enquanto a Motorola descia pelos estigios do declinio, os acionistas rambi-m sofreram, na medida em que os retornos das açóes cairam mais de 50% em relaçáo ao mercado de 1995 a 2005." Encontraremos várias formas de excesso de confiança em nossa jornada pelos estágios do declínio. Veremos o excesso de confiança em incursóes indisci- plinadas a dreas nas quais a empresa não tem como ser a melhor. Veremos o excesso de confiança na busca de uma empresa por crescimento, alem do que P possível atingir com excelência. Veremos o excesso de confiança em decisóes ousadas e arriscadas que nso se sustentam diante de evidências negativas ou conflitantes. Veremos o excesso de confiança na negacão até mesmo da pos- sibilidade de o empreendimento estar em risco, diante de ameaças externas ou desgaste interno. E veremos uma das formas mais insidiosas de excesso de confiança - o desprezo arrogante. Em oumbro de 1995, a revista Forbes publicou um artigo endtecendo o CEO da Circuit City. Sob a sua liderança, a Circuit Ciry cresceu mais de 20% ao ano, multiplicando o tamanho da empresa aproximadamente 10 v m s em uma déca- da. Como manter o crescimento? Afinal, como a F o r h comentou, no final todo mercado amadurece e esse enérgico CEO "náo tinha a intençáo de se sentar e esperar que sua empresa fosse superada pela con~orrência".~ E assim a Circuit Ciry passou a buscar a Próxima Grande Açio. A empresa já havia conduzido o CarMax, uma aplicação visionária da expertise da empresa em superlojas ao setor de carros usados. A Circuit City também se apaixonou por uma aventura chama- da Divx. Utilizando um aparelho de DVD especial, os clientes poderiam "alugar" um DVD pelo tempo que quisessem antes de reproduzi-lo, utilizando um sistema de "encriptaçáo" para destravar o D W para ser assistido. A vantagem era náo precisar devolver o DVD para a locadora antes de ter a chance de vê-10.'" No fim de 1998, o WallStreet Tranrcr$t entrevistou o CEO da Circuit City. Houve um momento revelador quando o entrwistador perguntou com o que os investidores da Circuit City deveriam se preocupar. "[Os investidores] podem ficar relativamente tranquilos em relaçáo io nossa capacidade de operar bem a empresa", ele respondeu. Depois ele se sentiu obrigado a acrescentar: "Acredito que alguns investidores possam estar sentindo.. . que nossos empreendimentos CarMax e Divx estão desviando a atenç5o da Circuit City. Eu apontaria ... para nosso crescimento de 44% dos lucros da Circuit City na primeira metade do ano." Ele concluiu: "Esta é uma empresa em excelente forma."24 No entanto, a Circuit Ciry despencou todos os cinco esdgios do deciínio. As margens de lucro se desgastaram e o retorno sobre o patrimônio liquido se atrofiou de aproximadamente 20% em meados da década de 1990 a retornos de um único dígito, levando a empresa h primeira perda em mais de um quar- to de século. E, no dia 10 de novembro de 2008, a Circuit City anunciou que abrira processo de falência. A Circuit City, originalmente, realizou o salto de boa a excelente, um processo que começou a ganhar força no inicio dos anos 1970, sob a inspirada liderança de Alan Wurtzel. Como acontece na maioria dos casos de ascen- sáo ao conceito de excelência, o processo envoiveu um esforço sustentado e cumulativo, como fazer rodar um pesado e gigantesco volante:* cada avanço *Now da Trddritora: No contcxto deste livro, a palavra "volante" se refere a "roda pesada que, niim maquinismo, atua dando o impulso necessirio para vencer sua inbrcia e regulando seu movinienro" (Diciopldrio H o ~ i s s da Língua I'ormguesa). tL,,damcnta no trabalho anterior, combinando o investimento do esforço dias, semanas, meses e anos de trabatho -, gerando ímpeto, de uma volta a 10, de 10 a 100, de 100 a 1 miI, de 1 mil a 1 rnilháo. Uma vez que uma , J n i z a ~ h começa a girar o volante, ela pode criar um segundo ou terceiro or, v,lririre. Mas, para manter o sucesso em qualquer dada área de atividade, é ne- ,,ssá,io continuar girando com a mesma intensidade com que v o d comeqou , L o ~ ~ ~ t ~ . ~ i r esse volante, justamente o que a Circuit Cicy náo fez. A Circuit Gim em declínio exemplifica um ciclo de desprezo arrogante que funciona da forma: 1. Você constrói um volante de sucesso. 2. Voci sucumbe i noçáo de que novas oportunidades susrentaráo seu sucesso melhor do que seu volante primário, ou porque você está dian- te de uma ameaça iminente ou porque descobre outras oportunidades mais empolgantes (ou talvez você só esteja entediado). 3. Você desvia sua atençáo criativa para novas aventuras e deixa de melho- rar seu volante primário, como se sua vida dependesse disso. 4. Os novos empreendimentos fracassam por completo, drenando sua melhor energia criativa, ou levam mais tempo para ter sucesso do que você esperava. 5. Vocè volta sua atenção criativa para seu volante primário só para desco- brir que ele está vacilando e perdendo o ímpeto. Um negócio principal que satisfaz uma necessidade humana fundamen- tal - e algo em que você se tornou o melhor do mundo - raramente se torna obsoieto. Segundo essa análise do declínio, apenas uma empresa caiu - a Ze- nith -, em grande parte por ter se concentrado tempo demais no seu negócio Principal e ter deixado de confrontar sua queda iminente. Além disso, em 60% dos nossos pares correspondentes, a empresa de sucesso na comparaçáo dedicou mais atenqáo a melhorar e aprimorar seu negócio principai do que a empresa em dçciinio durante o período de comparaqão relevante. A questão aqui náo é que você nunca deve entrar em novas áreas ou que a Cjrcuit City errou ao investir no Ca rMa ou no Divx A criaqáo do CarMax exigiu um impressionante salto de irnagiiiaçáo: a Circuit City inventou um C('nceito de negdcio totalmente novo, fazendo para os carros usados o que fazia para eletroelerrônicos de consumo (levar uma cadeia profissional <Ir lojas a um setor que antes era náo profissional e Na verdade, a Cirçujt City teria se be~~cfi~idcio dr tnanLcr (1 CarMax, em vez de vendê-lo. E. com o Dim, apesar de a idcis ter tr~cassado no mercado, ela pode ser vista ~ ~ 1 1 1 0 u m rxprinien to rela tivarncn te peqiiciio que acabou náo dando certo, um rxeiiiplu po3irivo do principio dc Fritlr~.p/inr durar: "Tenrç muitas coisas e ii-iantt.nha o que funciotia." A verd~deira lição ? que a Circuit City ficou ex- posta ao i ~ á o rrvitalizar sua< superlojas de elerroelrtrbnicos com tanta paixáo e intei-isidade quanto ciuu décadas antes, quando cornrçou a construir o negó- cio. A grande ironia é qiic uma dc suas maiores oportunidades de cresciniento e sucesso continuado reside em seu negócio principal e a prova está cm duas palavras: Best Buy. Em 198 1, um tornado varreu RoswiIIe, Minnesota, destruindo iompleta- mente o showroom de uma loja local, a Sound of Music. Os clieritcs saltaram para longe das janelas, enquanto cacos de vidro e estilhaços dç madeira voa- vam com a ventania. Felizmente, o depósito náo foi muito danificado, dri- xando o f~~ridador, Richard Schulze, com caixas de esréreos e tçlevisóes, mas nenhum espaço de loja. Engenhoso empreendedor, ele decidiu proii-iover urna "Liquidaqáo do Tornado" no estacionamento. E gastou todo o orçaiiiriito de marketing rm uma campanha de anúncios local que atraiu uma miiltidáii de clientes para o cstacionanicnto, provocando um congrstionamento de 1 ,Skm. Schulze pcrcebeu que, sem querer, havia dcsçciberto um excelente conceito: anunciar como louco, ter vários produtos de marca para vender em ~ i i i - i am- biente sem frescuras (apesar de um pouco melhor que um estacionamr.nto) r oferecer preços baixos. Com base nessa descoberta, ele investiu tudo o que tin ha na criaçáo de uma superloja de eletroelçtrônicos de consumo q u e C ~ A - ttiou de Best Buy.?" De 1982 a 1988, a Best Buy abriu 40 superlojas (que chamou de lojas do Conceito I) no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Em 1989, dcpois de siste- maticamente perguntar aos clientes o que resultaria em melhor experiência, a Best Buy criou seu modelo de loja do Conceito 11. que subsriruiu uma cultura de vendas motivadar por comissóes por uma cultura de orirntasáo, visando ajudar o cliente a ohrrr a melhor rrspasra.'- Em 1995. a Rcsr Ruy criou as superlojas do Conceito I11 repletas dc formas soiisticida para conhecer me- lhor os produtos - quiosqiies de inforrnaqóes coni telas ssnsivzis ao toque, inreriores simulados de carros para testar cis sistenias de soni, demonstradores de CDs para ouvir amostras Je itiúsic,~~. arca5 dz diversáo e jogos para testar videogames - e, em I C)?<), implrinei-ir»ri loja< do Conceito I\', projetadas para ajudar os clientes a n,avegar pia coiihsa miriadc de novos prociurtis eletroe- que inundavairi v mercado. Depois, em 2002, a empresa evoluiu ,,itid;i mais uma vez e, ein 7003, acrescentou os Geek Squads para ajudar os ir,ltes desconcertados pclos rápidos avanqos t c ~ n o l ó ~ i c o s . ~ ~ - contramos mos poucas evidências de que os lideres seniores da Circuir City levaram a sério a ameaça proveniente da Best Buy antes do fim dos anos I 990. No entanro, c a Circuit City tivesse investido sua energia criativa para 'rrti ficar de que iru negócio de superloja< fosse uma alternativa superior à 1 5 ~ s r Biiy c tivesse atingido metade do crescimento da Rest Buy no período de 1 y97 (qiiando as empresas tinham o mesmo faturamento) a 2006, a Circitit <:ir! te ria crescido plra aproximadamente o dobro do faturamento que con- r r g i i i ~ atingir diinnrc esse per i~do. '~ Mas, em vrz disso, a Best Buy superou a Circiiii Ciry mais de 2,5 vezes, ranto em rerrnos de faturamento quanto em lii~ro.; por enipregado. Cada dólar investido ria Rest Buy em 1 995 e mantido rti 2006 dpreicn toii uni desempenho quatro vezes siiperiur em rrlaqáo a $1 invesrido na Circuit Liv.j0 Desrespeitar o potencial restante no seu volante primário - ou, pior, negligenciar esse volante em funqâo do tédio enquanto você volta a atençao para a Próxima Grande Ideia, na crença arrogante de que seu sucesso se manterá quase automa- ticamente - resulta do excesso de confianqa. E, mesmo que você esteja diante da morte iminente de um negocio principal, isso ainda não e desculpa para deix6- lo no piloto automático. Saia de forma definitiva ou renove obseaivamente, mas nunca negligencie um volante prímdrio. Se você esriver lutando com a rensáo entre manter o empenhei com o qiir gerou seu sucesso e viver com medo do fururo. responda às duas pergiiiirrs a seguir: 1. Seu volante primário está diante de uma morte inrvitávrl nos prhximus I cinco ou 10 anos devido a forças fora do seu controle - será impossivrl ! para ele continuar sendo o melhor do niiindo com um sólido motor econômico? 2. Você perdeu a paixáo por seu volante primário? I I I Se a resposta As duas perguntas for negativa, enrio continue se rmpenhan- .I do no seu volante primário com a mesma irnaginaçáo e imensidade fanáti- ca com que se empenhava no começo. (Naruralmente, você também precisa experimentar continuamente novas ideias, tanto comri um mecanismo para estimular o progresso quanto como unid protrqáo contra um futuro incerto.) Isso náo significa umd replica(;,ío escitica e sem iniaginaçb. I'elo contrá- rio, significa uma eterna rencivaçáo criativa. da niesma [orma que a Best Buy passou do Conceito t ali Conceiro I1 ao Conceitc~ 111 e assim por diante. É coi-iio ser um artista. Picasso não se renovou abfliionando a pintura e a escul- tiira para se tornar u m escriror ou um banqueiro; ele pintou a vida inteira, mas passou por distintas fases criativas - da fase azul ao cubismo e ao surrealismo - dentro de sua atividade primaria. Beethoven náo se "reinventou" abando- nando a música pela poesia ou pela pintura; ele permaneceu, acima de tudo, um composiror. Mas também náo se limitou a compor a Terceira Sirifonia nove vezes. CONFUNDINDO "O QUE" COM "O PORQUÊ" Como um artisca que busca tanto a excelência duradoura quanto a criarividade chocante, as excelentes empresas cultivam uma tensáo produtiva entre a con- tinuidade e a mudança. Por um lado, elas se atem aos princípios que geraram seu sucesso, mas, por outro, evoluem continuamente, modificando sua abor- dagein com melhorias criativas e adaptaçáo inteligenre. A Besr Buy entendeu essa ideia melhor do que a Circuit City quando se manteve ajusmndo suas su- perlojas, nias de iin-ia forma compatível com o insight primlrio que gcrou seu sucesso (os clientes redinente gostam de ter vários produtos de marca em um ambiente fácil dr percorrer. amigável r. que oferece preços baixos). Quando as instiruiçóes nio conseguem distinguir entre as práticas atuais e os princípios duradouros de seu sucesso e cometem o erro de se fossilizar em torno de suas priticas, preparam o terreno para o próprio declínio. Quando George Hartford estava e m seu leito de morte em 1957, mandou chamar seu fiel ajudante de longa data, Ralph Burger, e fez seu último pedido: "Cuide da empresa."" Os irmáos Hartford (o senhor John e o senhor Geor- ge) dedicaratti a vida a desenvolver a Great Atlantic & Pacific Tea Company (A&P! depois que o pai Ihcs passoii o controle da empresa. O próprio Bur- ger, sntáci com 711 anos, passou décadas como um confidente e conselheiro e cumpriu a proiiiessa soletie dz presewar e proteger o legado de Hartford com F E m > T A G I O 1 0 E X C E S S O DE C O N F I A N Ç A P K O V t N I E N T E D O S U C C S S O Z,lo hiridamentalista. Ele se investiu da autoridade coiicedida pelos irrnáos 14drtford, chegando ao ponto de, de acordo com o relato de Williani Wdsh, 7~~ Kije and Decline of Thc Great Atlsntic & Pacijc Tm Cuniprrn y. usar as ,,,,,pas do senhor John, dizendo: "John não gostaria que seus famosos rern-ios CillLd Ljssern desperdiçado^."?^ Protegido pela posição con fórtivel da A&P a maior organização de varejo do mundo, Burger acredirava qiie "ciiidar d, empresa" significava preservar suas priricas e métodns especiticris, tanto 9 ue, cn-i 1973, o escritório do senhor John ainda era mantido exatamente ,,mu há duas décadas, inclusive os mesmos cabides de casacos pendurados no mesmo lugar no LJi~rante a era de Burger, a postura arrogante da A&P de que "cciticinuare- mos a manter as coisas exatamente como rscác~ e continuar~nicis a ter sucesso porque, bem ... somos a A&P!" a deixava iulriedvel a tiovos torm~ros de lojas desenvolvidos por empresas como a Kroger. Burger dcixou de fazer a pergutira fundameiital: De oiide vem o sucesso da A&P? Náo as práticas e estratigiu csFrcific~\ que funcionaram no passado, mas as razGes fundamenrais para o sucesso. A enipresa manteve seus clientes da geraçáo da Depressáo, mas se ror- nou ahsc~lutarnente irrelevante para a nova geraçáo. De acordo com o relato iocoso de um observador do setor: "Como o papa-defunto, a A&P poderia ter diio a cada vez que v ia um carro fúnebre passar: 'Lá vai outro lie ente."'^^ A questao aqui nào é tão simples quanto "eles fracassaram porque não muda- ram". Como veremos nos estágios posteriores do declínio, as empresas que mu- dam constantemente, mas sem uma lógica coerente, cairáo da mesma forma que aquelas que nâo mudam nada. Náo h6 nada de inerentemente errado em se ater a priticas e estratégias especficas (na verdade, observamos enorme uniformida- de ao longo do tempo em excelentes empresas), mas somente se vock souber o ~orquê por tras dessas práticas e, dessa forma, ter certeza de quando mante-Ias e quando muda- Ias. Agora vocè.pode estar se perguntando: "Como saber se estamos certos em 'e la~io às causas fundamelirais do nosso siicerso?" Os melhores lideres que es- tudamos nunca prerurncm qiic sabrni tudo sobre tudos 1)s fatores que levaram ao sucesso. Por outro lado, eles irianrcm un-i medo de certa forma irracional de q u r talvez seu sucesso resulte em griiidc parre de sorte uu rircunstilicias fortuitas. Compare as desvanragrns das dl ias abordagens: ABORDAGEM I : Suponha que voce miiiirnize o prtjprio sucesro ("E possível que tenha sido só uma qiicstão de sorre o11 6oi porque estávamos no lugar certo na hora certa ou foi porque nos basedvarrias iia €orça desenvolvida no passado ou foi porquc estávamos operando sdm grande concorrència") e, por- tanto, se concentre incessantrnien~e em se forralccer e se posicionar melhor para o dia em que sua sorte vai niudar. Qiial 6 a dr~vatita~ern se você estiver errado? Mínima. Se VOCÈ estiver crrado, sci saird niiiirci niriis forre em virtude de sua abordagem disciplinada. ABORDAGEM 2: Suponha que vock atribua o sucesso às siias próprias qua- lidades superiores ("Nós merecemos o succsso porque somos tão bons, ráo espertos, táo inovadores, táo incríveis..."). Qual é a desvantagem se você es- tiver errado? Significativa. Se você estiver errado, pode ser pego de surpresa e despreparado quando acordar um dia e descobrir suas vulnerabilidades rarde demais. Como cientistas invesrigadores, os melhores lideres corporativos que pes- quisamos permanecem como estudanres de seu trabalho, incansavelmente fazendo perguntas - por que, por que, por quê? - e têm uma compulsáo incurável a absorver rodo o conteúdo do cérebro das pessoas que encontram. Ser uma pessoa que sabe ("Eu já sei exatamente por que isso funciona; eu lhe digo...") é fundamentalmente diferente de ser uma pessoa que aprende. As "pessoas que sabem" podem conduzir as empresas rumo ao declinio de duas maneiras. Para começar, elas podem se tornar dogmáricas em relaçáo a suas práticas especificas ("Sabemos que somos bem-sucedidos porque fazemos essus coisas especificas e náo vemos razão para questioná-las"), como vimos tio caso da A&P. Em segundo lugar, elas podem querer dar um paso tnaior qus es pernas, entrando em serores ou crescendo até rim ponto no qual os fatores de sucesso originais deixaii-i de se aplicar ("Fomos cio bem-sucedidos que temos condições de fazer uma grande aposta. promover um enorme crescimento, dar um salto gigantesco eiii novas r r.mpoIgances aventuras"), como veremos na comparaçáo a seguir entre duas en-rpresas, uma que se tornou a maior empresa dos Estados Unidos e a outra, sua concorrente, que náo sobreviveu. No final dos anos 1950, uma pequena e desconhecida empresa teve uma Grande Ideia: "Levar o varejo de derconto a regióes rurais e pequenas cidades."35 Ela se tornou umli das primeiras empresa> a apostar seu fiituro nesse conceito e drsrnvnlveu unia lideratiFa subsrancialmenre antecipada ao adotar preços b t $ i ~ ( , l f i I 0 E X C E S S G 3 E C O Y F I A I , I < A P P O V L N E N T E 3 0 5 v Z F > L I > 31 l,;iix«~ todos os dias para tudo, não apenas em alguns itens especiticos para , t rair a ~l ientela:~9eu líder visionário criou um espiriro dc parceria com seu pessoal, elaborou sofisticados sistemas de informaçiies e cirl tivoii lima cultura ilnpulsionada pelo desempenho, com gerentes dc lojas revendo 0s sccirecards ,,nianalmente todas as segundas-feiras, i s cinco da manha. Essa empresa náo ,1-7~n25 dizimou as lojas dos centros comerciais das cidades pequerias, coi-iio carn bérn aprendeu como vencer seu principal concorrenre, a Kinart. em uma cI>nipetiç50 de igual para Cada d6lar jnvesrjdo em suas aches no inicio dc 1 970 e mantido até 1 985 cresceu mais de 6, OOO%.3" E agora, você corisegue adivinhar qual i a empresa! Se responde11 Wal-Mart, boa tentativa. Mas está erradci. ,4 resposta é a Ames Departmenr Stores. A Ames começou em 1958 com a mecma ideia qiie acahnii fazendo a Gama do Wal-Mart e fez isso quatro anos antes de Sam W'alton abrir sua prinieira loja ilo Wal-Marr.19 Ao longo das próximas duas décadas, as duas empresas iIcsrnvolveram u m impero aparentemente irreversível, com o Wd-Mdrr crrs- ieiid» no Centro-Si11 dos Estados Unidos e a Ames, no Nordeste. De 1973 a 1986. o desempenho das açóes da Ames e do Wal-Mart se manteve aproxi- rri~darnente igual, com as duas empresas gerando retornos mais de nove vezes acima do mercado.'O Entáo, onde está a Ames no momento da escrita deste livro, em 2008? Morta. Extinta. Esquecida para sempre. O Wal-Mart está vivo e bem, ocupando a primeira posiçáo na lista da Fortune 500, com $379 bilhóes de faturamento anual. O que aconteceu? O que distinguiu o Wal-Mart da Ames? Grande parte da r~sposta reside na profunda humildade e orientação para aprender de Walton. No lini da década de 1980, um grupo de investidores brasileiros comprou urna redc d e varejo de desconto na América do Sul. Depois de comprar a em- presa, decidiram que seria melhor aprender mais sobre o varejo de desconto, entáo enviaram cartas a cerca de 10 CEOs de empresas de varejo americanas solicitando uma reuniáo para aprender como operar melhor a nova emprcsa. l'odos os CEOs recusaram a solicitaqáo ou nem se deram m trabalho de res- ~otidçr, exceto um: Sani W a I t ~ n . ~ l Quando os brasileiros deseiiibarcaram em Bentonville, Arkansas, um serihor gentil de cabeios brancos ir aprnximnu deles. ~er~u i - i ta i ido: "Posso ajudá-los?" "Sim, estarnos procurando Sam Walrun." "Sou eu", disse o homem. Ele os conduziu ti sua picape. e os brasileiros se acomodaram apertados ao lado do cachorro de Sam, 01' Roy. Ao longo dos prhximos Jix, Walton bombardcau os brasileirtis com uma pergunta atrás da ourra sobre o Brasil, o varçja tia América Latina e assim por diante, muitas vezes de p i tia coziriha lav~tido e secarido a louça depois do iantar. No final, os brasileiros perceh<ram, cra Yíralroti -- o fundador do que pode muito bem se tornar a maior corporaqáa do mundo, na casa dos rril hóes de dólares por ano - quem estava querendo aprendcr com eles, e náo o coiitrario. O sucesso do Wal-Mart preocupava Walton. Ele se pergunrava corno po- deria instilar seu senso de propósito e curiosidade humilde na empresa para ~erdurar mesmo depois que se fosse, tendo em vista que a receita anual do Wal-Mart crescia para centenas de bilhões de dólares. Parte dç sua resposta para evitar o excesso de confiança foi passar o controle da empresa a um CEO igualmente questionador e modesto, o calmo e discreto David Glass. A maio- ria das pessoas fora do setor do varejo náo reconhece o nome David Glass, que E exatamente o que Glass quer. Ele aprendeu com Walton que o Wal-Mart náo existe para engrandecer seus líderes, mas seus clientes. Glass acredira- va com fervor no propósito essencial do Wal-Mart (possibilitar que pessoas i o m recursos medianos comprem mais das mesmas coisas antes disponíveis apenas para pessoas mais abastadas) e na necessidade de se manter fiel a esse propósito. E, como Walton, buscou incansavçlmente melhores maneiras de o Wd-Mart concretizar esse propósito. Constantemente, conr rarava excelente pessoal, deseiivolvja a cultura e expandia a empresa para novas ireas (de super- mercados a lojas de elt.tr»eletr6nicos). ao mesmo tempo erri que sr atinha acis princípios quc fundanieiitavani a excelènda do Wal-Mart. O que representava um grande contraste em relaçáo i empresa Ames. En- quanto Walton conduziu uma traiiqiiila transição de poder para um executivo desenvolvido na própria empresa que conhecia profundamente os impulsio- nadores do sucesso do Wd-Mart e exemplificava o DNA cultural da cabeça aos pés, o CEO da Ames, Herb Gilman, trouxe uma pessoa de fora como seu sucessor, um líder visionário que redefiniu a empresa com ousadia.42 E, en- quanro o Wal-Marc nianteve seu Fãnatismo quase religioso em relaç5o a seus valores esseticiais, ~iropósito e cultura, Ames fez o contrário em sua busca pelo dpido crrscinieii to, salcancici diretarnenre para o Estágio 2, A Busca Indisci- plin,~da por hfais, quc anaIisarcmos em seguida. INDICATIVOS DO ESTACIO 1 AO fim de cada um de nossos quatro primeiros estágios, resumirei o estdgio com uma série de indicativos. Nem todos os indicativos se evidenciam em todos os casos de declinio, e a presença de um sintoma nâo significa necessariamente que você tenha contraido a doença, mas indica maior possibilidade de voce estar no estágio de declínio relevante. Você pode utilizar esses indicativos corno uma lista de verificação de autodiagnóstico. Alguns dos indicativos listados não vem expli- cados no texto que precede o resumo pela simples razào de serem, em grande parte, autoexplicativos. DIREITO AO SUCESSO, ARROGANCIA: O sucesso visto como 'merecido" e não fortuito, efêmero ou ate conquistado a duras penas diante de situagáes intimidantes; as pessoas comqam a acreditar que o sucesso se manterd inde- pendentemente do que a organizaçáo decidir ou náo fazer. i DESPREZO POR UM VOLANTE PRIMARIO: Distraídos por ameaqas irrelevan- tes, aventuras e oportunidades, os lideres negligenciam um volante primário, deixando de renová-lo com a mesma intensidade criativa que resultou na ex- celencia da empresa. i O "O QUE" SUBSTITUI *O POR QUB: A retórica do sucesso ('Temos sucesso porque fazemos estas coisas específicas")ubstitui um profundo conhecimen- to e insight ("Temos sucesso porque sabemos por que fazemos estas coisas es- pecíficas e em quaís condiçóes elas deixam de funcionar"}. QUEDA NA ORIENYACHO PARA O APRENDIZADO: Os líderes perdem o espl- rito questionador e a orientação ao aprendizado que marcam as pessoas ver- dadeiramente excelentes que, independentemente do sucesso conquistado, mantem uma curva de aprendizado tão íngreme quanto no inicio da carreira. MINIMIZAÇHO DO PAPEL DA SORTE: Em ver de reconhecer que a sorte e os eventos fortuitos podem ter desempenhado papel relevante, as pessoas co- metam a presumir que o sucesso se deve inteiramente as qualidades superio- res da empresa e de sua liderança. para o argumenro em drfes~ da inovaçáo", escreveu a Fortune sobre a ascen- s5o da Rubbermaid para <e Tornar a "Empresa Mais Admirada" dos Estados Unidos, mais inovadora do que A 3M, niais itiovadora do que a Apple, mais iriovadora do que a 1nteL5l Sufocada com os quase mil novos produtos Iancpdos em três anos, sobrccar- regada, por um lado, pelos ciistos ttidrérias-pritlii~b, que aproximadamente dobraram em 1 8 meses r Frçssiatiaila, por outro. p e l , ~ arnbiciobas metas de crescimento, a Rub berniaid conitz Sou a trapcçar, 'alhando cm operaçóes bá- sicas, ccimo controle de custos e pontualidade na entrega das pedidos.sj De 1 994 ;i 1998, a Rubbermaid despencou pelos estagios do Jecliniri táo rapida- niente que aterrorizaria qualquer um que já rcnha vivenciado utna explosio de sucesso. No quarto trimestre de 1995, a Rubbermaid declarou sua primeira pcrda em décadas. A empresa eliminou quase 6 mil variaçóes de produto, fechou nove fábricas e cortou 1.170 empregos. Ela também realizou uma das maiores aquisiçóes de siia história, reformulou sua política de remuneraçáo por incentivos e deu início a uma radical aposta de marketing na internet como uma "ferramenta do renas~entisrno".~~ Mesmo assim, a Rubbermaid continuou cambaleando, embarcou em uma segunda grande reestruturaçáo em pouco mais de dois anos c , em 21 de outubro de 1798, foi vendida para a Newell Corporation, perdendo para sempre a chance de voltar a ser uma exce- lente empresa." Como a Rubbermaid percebeu tarde demais. a inovaçáo p d e levar ao crescimento, mas a inovaçáo frenética - um crescimento que desgasta a excelència tárica consistente - pode, com a mesma facilidade, conduzir uma empresa a uma queda livre pelos estagios do declínio. Isso nos leva i questáo: Por que, instintivamente, culpamos a compla- cència e a falta de inovaçáo como um padráo dominante de decliiiio apesar das evidências ao contrário? Tenho duas resposras a oferecer. Em priniriro lugar, as pessoas que constroem excelentes empresas têm motivac;áo, paixáo, intçnsidade c uma ~iecessidade incurável de progresso em algum lugar em seu DNA; se estudarmos empresas que nunca atingiraili a excekncia, aquelas que cairam de niedianas a ruins. pi>deinos ver iiin padráo diferente. Em segundo lugar, ralvcl ar pessoa queiram atribuir a queda dos outros a um problema de carárer que elas iiáo vreni em si mesmas, em vez de encarar a assustado- ra possibilidade de tambgm serem vulneráveis. "Eles caíram porque ficaram preguiçoros t. coiivencidos demais, mas, como eu me empenho tanto e estou disposto a mudar, a inovar c a liderar com paixáo, bem ..., entáo eu náo tenho esse problema. Eu escou imune a isso. Isso não tem corno acontecer comigo!" h ,~às , C claro, o declinio catastrófico também pode ocorrer a pessoas motiva- das. i i ~ r ~ ~ ~ s a s , empenhadas e criativas. É difícil argumentar que a ç,iusa primá- ,.i,, cf3 C,-isc rio mercado financeiro em 2008 tcnha sido falta de moti, 'a C* ao ou ,l,libiq50; no mínimo, as pessoas foram longe demais - risco demais. &ian- ogeIn demais, inovaçáo financeira demais, oporrunismo agrcssjvo demajs, ,r,scimento demais. A OBSESSAO PELO CRESCIMENTO Em sua carta aiiual aos acionistas de 1995, o presiderire do Co tiselho e CECJ da Mcrck, Ray Gilrnartin, delineou o principal otij~tivo de negcicias da em- presa: ser iima empresa de crescimçnro si~p<rior. Náo a lucratividdde, náo 0 s medicamentos revoliicionários, iiáo a excelência científica, náo P&D baseada rrri pesquisas. ~ i á u a prodiirividade (apesar de Gilmartin ter salientado esses eleineiitos cssçnciais da estratégia da Merck), mas um objecivo de negócios ~cinia de todos os outros: crescimenro. A busca da Merck por crescimento permaneceu notadamente consistente ao longo dos próximos sete anos. A primeira frae da carta do presidente do Conselho no relatório anual de 2000 dizia: "Como uma empresa, a Merck esd totalmente concentrada em cresci- mento." As promessas da Merck de atingir um audacioso crescimento pareciam e~r~u ihas , considerando os fatos. Cinco medicamentos da Merck com fatura- mctita anual de aproximadamente $5 bilhóes perderiam sua proreçáo de pa- tente nos Estados Unidos no início dos anos 2000.5Ws medicamentos gené- ricas, urna tLr(a cada v a maior na indústria farmaciutica, reduziriam o poder de drterrnin~~iio de prqos da Merck, cortando bilhões em vendas lucrativas. AIéni disso. Gilnizrrin estava diante de uma fonte de receita significativamen- te maior aobre A qual atingir o crescimento em relasáo a seu antrcessor, Roy Vagelos. Uma coisa C desenvolver novos medicamentos suficientes para cres- Crr com uma base de aproximadamente $5 bilhóes, como Vagelos fez no fim dos anos 1980, outra total~iirn tr difere" te é desenvolver novos medicamentos "lficientes para impulsionar o nicsinu crescimento ou um crescimento mais com uma base de maix de $25 bilhóes. corno rra o caso de Gilmarrin "0 fim dos anos 1990. E, para umi cinprrrr como a hlrrck. que drpritdia Principalmente das descobrrtas cirn tificas, seria cada vez niais difícil atingir o crescimento; de acordo com um estudo de caso conduzido pela Harvard Business School, a probabilidade de qualquer nova molécula gerar um retorno lucrativo era de cerca de 1 em 15 "Mas, se Gilmartin está preocupado", escreveu a Businfss Week em 1998, "ele náo demonstra isso".ís E por que a Merck se sentiria táo con- fiante em relaçáo a seu futuro? O segundo parágrafo da mensagem d o presidente do Conselho no relatório anual de 1998 revela parte da res- posta: o V i o ~ x . ' ~ Em 1999, a Merck recebeu a aprovagáo da Federal Drug Adrninisrration (órgáo que faz o controle de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) e lançou o Vioxx, vangloriando-se de que ele seria um enorme campeáo de vendas e adornando a capa de seu relatório anual com a mensagem "Vioxx: o maior, o mais rápido e o melhor lançamento da nossa h i ~ t ó r i a . " ~ ~ Em março de 2000, resultados preliminares de um estudo com mais de 8 mil pacientes com artrite reumaroide demonstraram a poderosa vantagem do Viom: um analgésico com menos efeitos gastrointestinais do que o analgésico naproxeno. Mas o estudo também levantou questóes preocupantes, embora inconciusivas, em relaçáo à segurança do Vioxx, indicando que as pessoas que tomaram o naproxeno tinham mcnos indices de "incidentes de trombose car- diovascular" (em termos leigos, ataques cardíacos e derrames) do que o grupo que romou Viorz." Como o estudo foi elaborado sem um grupo de controle com piacebo, os resultados podiam ser interpretados de várias formas: o na- proxeno reduz o risco cardiovascular, o V i o u aumenta o risco cardiovascular ou alguma combinaçáo dos dois. O naproxeno, como a aspirina, apresenta o que os cientistas chamam de efeitos "cardioprotetores" e a Merck concluiu que a diferença na frequència dos eventos cardiovasculares era "mais prova- velmente devida aos efeitos do napro~eno".~' Em 2002, as vendas do Vioxx haviam chegado a $2,5 bilhóes e, em 2004, o medicamento gerara mais de 100 milhóes de prescriçóes nos Es- tados Unidos, inclusive uma para a esposa de G~imartin.~"nquanto isso, os críticos continuavam a questionar o V i o ~ . ~ ~ A Merck se defendia com resultados provisórios d r estudos que envolviam 28 mil pacientes que não apresentavam índices mais aitos de risco cardiovascular do que os pacientes que tomaram o V i o ~ x . " ~ Enráo, em meados de setembro de 2004, os monitores de um estudo sobre a eficácia do V i o u na prevençáo de pólipos do cóloii receberam pacotes do Federal Express contendo dados alarmantes. De acordo com Brooke Masters E S T A G I ~ ? A Y I I L C A . I N D , j C I P L I N A O A POR M A 1 5 31 , hiãrc Kaiifrnan, que cobriram a história para o Warhington Post, a equipe de ,,,onirriramento de segurança analisou os dados de vários dias e só pòde chegar ., assustadora conclusáo, posteriormente resumida no relatório anual da "Houve um aumento no risco relativo de eventos cardiovasculares corifirrriados, como ataques cardíacos e derrames, a partir de 18 meses de o a t a ~ ~ ~ c n t o nos pacientes que tomaram o Vioxx em comparação com os que tornaram o placebo.""" O comitê estratégico do estudo interrompeu os expe- rimei-itos, o que abalou a Merck." 'Toi totalmente inesperado", Gilmartin disse aci Borton GLobf quando ficou sabendo da conclusáo do comitê estraté- gico. "Eu fiquei pasmo."" Mas Gilmartin conta com o mérito de ter tomado uma decisão clara e inequívoca; no dia 30 de setembro, uma semana depois de ter sido informado dos novos dados, a Merck voluntariamente retirou o Vioxx do mercado. As açóes da Merck caíram de $45 para $33, cortando mais de $25 bilhóes em capitalizaçáo de mercado em um dia, e os acionistas perderam mais $15 bilhóes quando as açóes caíram para menos de $26 no inicio de novembro - $40 bilhóes em valorizaçio do mercado perdidos em seis semanas. 6' As opinióes sobre o Vioxx - do tribunal, do mercado, dos investidores, da comunidade médica e científica, do público em geral - continuam a evoluir enquanto escrevo estas linhas. Não quero argumentar aqui que os líderes da Merck foram viioes em busca de lucros i custa da vida dos pacientes ou, por outro lado, que tenham sido heróis que tiveram a coragem de tirar um pro- duto extremamente lucrativo do mercado sem que ninguém exigisse isso da empresa. E também náo quero dizer que a Merck tenha cometido um erro ao tentar criar um campeão de vendas; a Merck tem feito isso durante décadas, muitas vczes com muito sucesso e para o benefício dos pacientes. O que quero dizer é que a Merck se comprometeu a atingir um crescimento táo imenso que 0 Vioxx precisava ser um carnpeáo de vendas, o que, por sua vez, posicionou a empresa para uma gigantesca queda se o Vioxx deixasse de cumprir sua Promessa. Se a Merck tivesse adotado a pratica consistente de prometer menos e fazer mais, podíamos não estar escrevendo sobre esse espetacular tropeço. Mas o problema é justamente este: o excesso de confiança pode levar a promessas impetuosas e I cada vez maiores. Então, um dia, justamente quando elevou suas expectativas as alturas, você cai. E cai feio. i. 'V a 3 - , g E 3 E r = _ a,, 3 Pt e p; 2 @ 0 % G . 3 FJ c 3 7. ô - 0 9 , P" 7 2 ' h, 5 m p - 8 -- F: 5. 3 . @ a - E 5 z -Q . ; c n g S. s' ò 9 3 ,E 3 " " ' s . 2 justamente o contrario. Se você tiver as pessoas certas, que aceitam a res- ponsabilidade, nem vai precisar ter niiiit as regras e burocracia sem seiirido! (Para uma breve discurs2o sobre al; pessoas ccrras em posiçóes-chave, veja o Apêndice 5.) Mas urna empresa n o Estágio 2 pode cair em um circulo vicioso. Vocè viola a Lei Packard e começa a preencher as pcisiÇoes-chave com as pessoas er- radas; para compensar a incapacidade das pessoas erradas, você institui proce- dimentos burocráticos; isso, por suu vez, atasca a pessoas certas (porque elas se irritam com a burocracia ou n50 tolrrani trabalhar com pessoas menos com- petentes, ou por ambas as rnóes); isso lcva a mais burocracia para compensar o maior número de pessoas erradas, o que, por sua vez. afasca mais pessoas cer- tas; e uma cultura de tnrdioçriddz burricdrica gradualnie~i te suhs titui uma culcura dr excelzticia disciplitiada. Quatido as regras hurocriricas desgastam uma ética de libsrdade e responsabilidade em uma base de valores essenciais e padróes exigentes, significa que vocè contraiu a doença da mediocridade. Se eu fosse escolher um indicativo acima de todos os outros para usar como um sinal de alerta, seria uma proporc5o cada vez menor de posiç&s-chave com as pessoas certas. Vinte e quatro horas por dia, 365 dias por ano, vote deve saber responder às seguintes perguntas: Quais são as posiçõesihave em nossa organi- zação? Qual porcentagem dessas posições vote pode dizer, com certeza, que es- tão preenchidas com as pessoas certas? Quais sao seus planos pata aumentar essa porcentagem? Quais são seus planos de contingência para o caso de uma pessoa certa desocupar uma posiçáo-chave? Uma distinsáo notável entre as pessoas erradas e as pessoas certas é que as primeiras se veem como tendo "empregos", enquanto as últimas se veem como tendo iesponsabilidzdes. Cada pessoa em uma posiqáo-chave deve ser capaz de responder h pergunta "O que você faz?" náo com o nome de um cargo, mas com uma demonstraçáo de responsabilidade pessoal. "Eu sou a pessoa responsável por x e y. Posso olhar para todos os lados, para a esquerda, para a direita, para frente, para trás, e náo existe outra pessoa responsávcl por isso alEm de mim. E aceito essa responsabilidade." Quando equipes de exe- cutivos visitam o nosso laboratório dc pesquisa, algumas vezes começo con- vidando-os a se apresentarem náo utiiizando os cargos, mas articulando siras responsabilidades. Alguiis têm facilidade com isso, mas os que perderam (ou ,i,& riáo desenvolveram) uma cultura de disciplina consideram o exercicio t,,rivelmenre difícil. medida que o Bank of Arnerica ia ascendendo rumo à excelência, a res- P onsabilidade pelas decisóes de emprtstimo recaia diretamente nos ombros de g C K n t ~ d e empréstimos distribuídos pelo estado da Califórnia; o gerentr de crripréstimos de Modesto ou Stockton ou Anaheim só podia olhar no espelho para delegar responsabilidade peia qualidade de sua carteira de empréstimos. @,ando o Bank of Arnerica começou a cair, contudo, uma complexa çstru- rura de camadas composta de cerca de 100 comitês de empréstimos e ate 15 assinaturas necessárias subverteu o conceito de responsabilidadç. Quem é o rcspcinsável por uma decisáo relariva a um empréstimo! Se eu submecsr a solicitaçáo de emprésrimo a uma dúzia de comitês e obtiver 1 5 assitiatura, não pode ser minha culpa se mais tarde descobrirem que se rraw cic uni caso de um empréstimo de recebimento duvidoso. Alguém mais - o sistema! - é o responsável. Empregados medíocres podiam se esconder na burocracia, en- quan t u empregados autodisciplinados se viam cada vez mais frustrados por uni sjstenla elaborado para coniprnsar os erros dos colegas incompetentes. "Unia JJS maiores t ragédi~r drsta empresa". comen tciu um execiitivo do Bank uf hinrrica I in t.poca: "é qiie perdemos muitos bons jovens empregados por náo serinos uma ineritocracia".-2 AO I o n p da nossa pesquisa. descobrimos que grandes saltos de desempe- nho rerul taram qi~niido iimi rquipe executiva de iideres excepcionais se unia e [ornava uina sérir de decisóes excepcionais e cxecutadas à perfeiçáo. O fato de uma empresa sustentar a desempenho excepcional depende antes de mais nada de ela continuar com as pessoas certa5 no poder, o que nos leva ao último Ponto dçsre estágio. SUCESSAO PROBLEMATICA DE PODER No dia 1 5 de março do ano i 4 a.C.. C ~ i o Júlio César sangrou aré a morte "0 Teatro dc R o n i ~ ctti Punipei~. perfurada por 23 facadas. En i seu testa- mento, Júlio César havia adotada r tiornendo corno herdeiro sei1 sobrinho- neto, Augurto. Com apenas 18 anos na ocasiio. Augusro, a principio, Parecia ser um participante marginal em comparaçáo com os aliados de L longa data de Júlio Cérar, Marco AnrBnio e Cleóparra (rnic do filho bio- lógico de Júlin César) r representar Fouia amrai;a aos inimigos de Júlio César. Mas Auguqro se provoli ser un-i drglito estudioso do poder, reu- nindo legiócs de soldados fiéis de J ú l i o Crsar em um exército particular e destruindo os inimigos de Jú l io Cksar em 42 a.C. antes de confrontar diretamente Marco Antônio c Cle6parra. Enquanto isso, Augusto tornou seu poder legitimo aos olhor da Senado. reccisando com habilidade hon- rarias que, aparentemente, poderian-i coritradizer a rradiçáo romana e só aceitando poderes - muitas vczds, coni prcitrsros simulados - concedidos pelo Senado. Passo a passo no dccorrer de duas dicadar, Augusto se trans- formou n o primeiro iniperador de Rorna. Ele governou o Irnptrio por mais dc quatro dccadas. Em seu niaravil hoso curso, "ir~i~eradores dc Rcinia", o p mkssor Garrett G. Faga~i mostra que Augusto foi um dos estadistas mais eficazes da história. Ele unificou Roma, eliminando as guerras civis que dividiam a Republica." Keformulou o sistema de governo, trouxe a paz, expandiu o Império e aurnen- tou a prosperidade. Evitou a ostenrasáo, morando em uma casa relativamente modesta, e demonstrava talento peculiar para manobras políticas, atingindo objetivos, em !grande parte, por meio de "sugestórs", em vez de evocar seu poder jurídico ou miIitar formal. Mas Augusto náo conseguiu solucionar um problema crônico que pre- judicou significativamente o Império ao longo dos séculos subsequentes: a sucessáo. Depois de Augusto, líderes competentes e despóticos se revezaram no governo de Roma, incluindo titás semidementes. como Caligula e Nero. E, apesar de a queda do Império Romano náo poder ser totalmente explicada pelas problemáticas sucessóes de poder, Augusto deixou dç criar mecanismos capazes de levar a uma transferência eficaz de poder a geraçóes de lideranga fora de drie. 0 s lideres que fracassam no processo de sucessão conduzem suas empresas em uma trajetbria de declinio. Eles podem esperar demais; eles podem deixar de li- dar com o problema; eles podem ter azar e o sucessor escolhido sair da empresa ou morrer; eles podem deliberadamente escolher um sucessor para fracassar; ou podem escolher mal. Mas, não importa o que acontecer, um dos indicadores mais significativos do declinio e a realocaGo do poder nas mãos de lideres que nào sabem e/ou não estáo dispostos a fazer o que deve ser feito - e, da mesma forma, O que ndo deve ser feito - para sustentar a excelCncia. t , > : 4 ( 1 1 3 7 A K ! I i C A I N [ ) 1 5 : . 1 P i I U A l ! A POR I V I ~ ! S 4- Em todos os casos da nossa análise de declinio, com exceçáo dç um (a Cir- luir (:ir}.}, observamos sinais de uma sucessáo problemárica de ~ o d e r no fim dC7 ~ ~ ~ ~ i ~ i o 2. Notamos cada uma das modalidades de tumulto em pelo menos L,,,l, das empresas em decIínio estudadas: Um líder dominador não desenvolve sucessores fortes (ou afasta os su- cessores fortes} e, dessa forma, cria um vácuo de liderança ¶uando deixa Ui1-i executivo capaz falece ou sai inesperadamente da empresa, sem um substituto forte para assumir a posiçáo sem percalços. Candidatos fortes à siicessáo recusam a oportunidade de assumir o cargo de CEO. Fortes candidatos à sucessáo saem inesperadamente da empresa. O Conselho de Administraçáo não consegue chegar a uma c.ançlusáci referente à designação de um líder, criando uma dirihnica de antago- nismo do tipo "eu" versw "elesn no topo. Os líderes ficam no ~ o d e r elo tempo qiie puderem e passam a em- presa a lideres que estáo atrasados na carreira e assumem um papel de Uma dinâmica familiar no estilo monárquico favorece familiares e náo fan-iíli,~res, jiidepeiideriieiiirii te de quem seja o melhor líder. O Conselho de Adm inistraçáo traz um lider de fora que não se encaixa nos valores esseilciais, e o líder é rejeitado pela cultura como se fosse um virus. A empresa cronicamente náo consegue acertar na seleçáo do CEO. r u m base nci qiie vimos neste estudo, ri problema de tentar fazer coisas demais no Esrigio 2 rende a re inccnsificar depois que um excelente líder deixa a posiçdo Talvcz as pessoas que assumem o poder depois desse líder 'xcepcion~l sincani a pressáo adicional de serem ousados, visionários e agressivos ou de se triostrareni a altura das expectativas implícitas de seu "tc~cessor ou das expectativas irracionais do mercado financeiro, o que "'crgulh,~ a empresd ainda mais prof~itidarnente no Estágio 2. O u talvez os liderri rprracularcs escaiharn succrrorcr menos capares em uma rentativa sllbconsciente (ou até consciente) de d r v a r o próprio status em compara- Çáo- Mas, independentemente da dinâmica subjacente, quando as empre- Sas comesam a fazer demais no Estágio 2 e fracassam na transferência de Poder, tendem a cair para o Estigio 3. C O M G A 5 C s 5 A N T E 5 CAER.1 Ao longo de anos de pesquisa, tenho sido um cetico da l idera~i~a. influen- ciado pelas evidèncias de que organizaçóes complexas atingem a excelêiicia por meio dos esforços de mais de uma pessoa excepcional. Os n-ielhores lideres que estudei apresentavam o talenco peculiar de náo se considerar táo i~npor- tantes, reconhecendo a necessidade de desenvolver uma cqiiipe executiva e elaborar uma cultura baseada em valores essenciais que náo Jependairi de um único líder heroico. Mas, nos casos de declinio, encontraiiios iin-i papcl mais pronunciado de uma pessoa poderosa, o que não beneficia a empresa. Dessa forma, apesar de eu continuar sendo um cetico da liderança. as cvidéncias me levam a uma preocupante conclusão: embora nenhuni lider possa construir sozinho uma empresa de excelência duradoura, o lider errado com poder sufi- ciente pode, praticamente sozinho, derrubar uma empresa. Escolha bem. INDKATIVOS DO ESTAGIO 2 A BUSCA INSUSTENTAVEL POR CRESCIMENTO, CONFUNDINDO GRANDE COM EXCELENTE: O sucesso cria pressão por mais crescimento, abrindo o <arninho para um ciclo vicioso de expectativas; isso, por sua vez, tensiona as pessoas, a cultura e os sistemas até o ponto de ruptura; incapaz de gerar uma excelència thtica consistente, a instituição vai se desgastando. SALTOS MSCONTfMUOS IHOISCIPLINADOS: A empresa realiza manobras radicais que são reprovadas em pelo menos um dos três testes a seguir: 1 . Elas geram paixâo e se encaixam nos valores essenciais da empresa? 2. A organiza- ção pode ser a melhor do mundo nessas atividades ou nessas áreas? 3. Essas atividades ajudará0 a impulsionar o motor econômico ou de recursos da or- ganização? PROPOR~AO CADA VEZ MENOR DAS PESSOAS CERTAS EM POS1ÇbES- CHAVE: A proporção de pessoas certas em posiçties-chave é cada vez menor devido a perda das pessoas certas e/ou um crescimento além da capacidade da organização de ter pessoas suficientes executando esse crescimento com excelencia (por exemplo, a violação da Lei Packard). UM CAIXA FACIL DESGASTA A DISCIPLINA DE CUSTOS: A organizagáo rea- ge a custos mais altos elevando os precos e o faturamento, em vez de intensi- ficar a disciplina. A BUROCRACIA SUBVERTE A DtSCIPLIOJA: Um sistema de rqras burocrhticas subverte a ktica de liberdade e responsabilidade que caracteriza uma cultura de disciplina; as pessoas cada vez mais pensam em funçáo de 'cargos", em vez de responsabilidades. SUCESSAO PROBLEMAYICA DE PODER: A organizacá0 passa por dificulda- des na transição da liderança, na forma de um planejamento de sucessão insu- ficiente, fracasso no desenvolvimento interno de lideres excelentes. turbulhn- cia política, azar ou uma seleção ruim de sucessores. ' INTERESSES PESSOAIS ACIMA DOS INTERESSES ORGANIZACIONAIS: As pessoas no poder alocam mais para si mesmas ou seus seguidores - mais di- nheiro, mais privilégios, mais fama, mais das mordomias do sucesso -, buscan- do capitalizar o máximo possível no curto prazo em vez de investir principal- mente no desenvolvimento da excelência tendo em vista décadas no futuro. C ? r . 0 4 l ~ i A S , ; IGANTES C A E M E S T A G i O 3 - A i.:EG;iCAO Dr. k ',;:j5 E ~ E F . 53 sumidores pela primeira vez), mas náo estava conseguindo. Isso o Ievou a ~ Z a s , çm 1996, anos depois da aposentadoria de Galviii (e anos depois de uma ideia: por que náo criar uma rede de satélites que ~udesse assegurar ,.je ter alocado o capital necessário), os argumentos para a implementaTáo do uma excelente conexáo de telefone em qualquer Iugar do ~ l a n e t a ? Você I ,-idiui~i eram muito menos convincentçs. Os serviços tradicionais de telefo- pode se lembrar de ter lido como Rob Hall, um alpinista da Nova Zelân- ,,id cc-lular já cobriam uma grande área do planeta, çliminando boa pane do dia, morreu no Monte Everest em 1936 e como se despediu da mulher i 7 d l ~ r singular do Iridium. Se a esposa do cientista da Motorola tivesse tentado que estava a milhares de quilômetros de distância enquanto sua vida se ligar para os clientes em 1996 nas Baharnas, provavçlniente teria encontra- esvaia no frio a 8.500111 de altitude. Suas últimas palavras - "Durma bem, do ~irn bom sinal de cclular. Além disso, os telefones Iridium apresentavam rninha querida. I'or favor, náo sç preocupe demais" - chamar desvantagens significativas. Um aparelho celular qliase do tamanho de iim do mundo. Sçm uma conexão telefònica por satélite, HalI náo ~ o d e r i a ter tijoIci quc só funcionava a céu aberto (onde é possível obter um sinal direto essa última conversa com a esposa. A Mororola pretendia disponibilizar do satélite) se comprovou menos Útil do quc um telefone celular tradicional. esse tipo de conexão a pessoas de qualquer lugar do planeta com o ousado Quantas pessoas arrastariam um tijolo para o outro lado do mundo só para ~ m ~ r e e n d i m e n t o batizado de I r i d i ~ r n . ~ ~ pegar o elevador, sair até a rua para fazer um dispendiuso tclefonema ou $ir Robert Galvin, o CEO da segunda geraçáo da Motorola, havia evirado que um niotorista de táxi pare para que você possa sair do carro e ligar para o ~issid~amentc gandes saltos descontínuos, favorecendo, em vez disso, uma escritório? Os aparelhos Iridium custam $3 mil e as ligaCóes custam entre $3 série de passos evolucionários bem planejados c ernpiricamente testados em a $7 por minuto, enquanto os preços dos aparelhos e dos serviços dc telefonia que novas pequenas coisas se transformavam e novas gandes coisas substi- celular continuam a cair. Pessoas em locais remotos com certeza poderiam sc tuíam velhas grandes coisas, em um ciclo contínuo de renovaçáo. Galvin viu beneficiar do Iridium, mas os locais remotos náo tinham o que o Iridium mais o Iridiuni conio um pequeno experimenro que, se rivesse sucesso, poderia se precisava: clientes. Náo existem muitas pessoas que precisam ligar para casa transformar em algo muito grande. No fim dos anos 1380, ele alocou o capi- do Polo Sul ou do topo do Monte Everest.-' tal necessário para criar o protótipo de um sistema de satélites de órbita terres- Qando o engenheiro da Motorola teve a ideia do Iridium em 1 985, pou- tre baixa. Em 199 1, a Motorola criou uma empresa separada a s pessoiis imaginavam que os serviços de telefonia celular teriam uma co- Iridium, tendo a Motoroia como o maior acionista, e contin bertura quase cnmplcra. Mas, em 1996, evidências ernpiricas pesavam conrra desenvolvimento do conceito. Em 1996, a ~ o t o r o l a já ti o grande lan~amenro. Enquanto isso, a Motorola havia multiplicado cinco milhóes no empreendimento e garantido $750 milhóes em cap vaçs seu iaturamento, de $5 bilhões para 527 bilhórs. o que abasteceu o com- prtstimo em nome do Iridium, com a quantia combinada excedendo todos Promisso da empresa, no estilo do Estágio 2, de dobrar de tamanho a cada lucros de 1396 da M o t o r ~ l a . ~ ~ anos (uma meta definida após a ~posentadoria de Robert Ga l~ in ) . '~ A Em sua excelente análise "Aprendendo com erros corporat Mutorula esperava um grande sucesso com o Iridium, e seu relarório anual de e queda do Iridium", Sydney Finkelstein e Shade H. Sanford demonstr lg97 vangloriava: "Com o desenvolvimento do sistema de comunicaqóes que o momento crucial para o Iridium ocorreu em 1996, e náo em suas ori pessoais globais IRIDI UM", a Mororola criou um novo sctor."-" Dessa forma, p s , nos anos 1 9 8 0 . 7 W o estágio de desenvolvimento d apar do acúmulo de evidencias negativas. o Iridium foi lanpdo c, em 1998, a 1996, o Iridium poderia ter sido suspenso com relarivament disponibilizado aos clientes. Já no alio seguinte, o abriu falência, dei- Depois disso, o projeto entrou na fase de lançamento. P r o s s e ~ i r com O pro- dc pagar $1,5 bilháo em empré~t i rnos .~~ A declarasáo para procura(áo jeto demandaria um investimento maior do que havia sido gasto para todo 9L)9 da Motorola inçluiii mais de $2 hiihóes em cobranFas ao D desenvolvimento até aquele ponto; afinal, não é um experimento barato Programa Iridium, o que ajudoii a acelerar a queda livre da Motor& na di- lançar 66 satélites. C O M O A S L l < > F . l i T t ' > ( / . E M t \ T A G l o 3 ' A N E ( > ~ ( A ~ DE 9 1 5 ~ ~ ) ~ ~ ~ H I U C ] ~ 55 FAZENDO GRANDES APOSTAS DIANTE DO I,ina E m d e aposta em 1986, quando só tinha $6 milhões de faturamento ACÚMULO DE EVIDENCIAS AO CONTRARIO r,,l-cniente do DSP. Engibous, com certeza, definiu uma meta audaciosa , desafiadora. mas não motivado pelo excesso de confia~i~a ou pela negapão A qur as empresas entravam no Estágio 3. corncqanlos a ver efeitos d,, Diante de duas décadas de evidéncias eiripiricas cada vez mais con- çuiiiiilativos dos estágios anteriores. O excesso de confianq;i cio Estágio 1 leva ,iricciites, ele definiu a meta com base em urna sólida plaraforma de sucesso 3 rendéncia de fazer demais no Estágio 2, o que prepara o terreno para a em- presa entrar na Estágio 3, A Negação de RISCOS e Perigos. Isso descreve o que aconteceu com o Iridium. Por outro lado, vamos analisar a Texas Instruments (TI) e sua %radativa evolução para se tornar a Intel do processamentu digital A questão não é que a Motorola tenha errado no desenwlvimento precoce do ~ridium ou que a TI tenha tido mais visão no de~envolvimento do DSP. Se você dc sinais, ou DSP - de digitalsipalprucessing. sempre soubesse antecipadamente quair novas ideias com ceneza darao certo, N~ fim dos anos 1970, engenheiros da TI tiveram uma grande ideia para investiria somente nelas. Mas- esse não é o caso. I! por isso que empresas exceten- as crianças a aprender ortografia: um brinquedo eletrônico que "fala- tes fazem experimentos com vdrias pequenas coisas que podem não ter sucesso va" palavras e pedia que as crianças digitassem O vocábulo em um teclado. no fim(. No inicio do Iridium e do DSP, tanto a Motorola quanto a TI foram sábias Essa foi a origem do Speak & Spell, o primeiro produto de consumo a usar em investir em experimentação e desenvolvimento de pequena escala, mas a TI, diferentemente da Motorola, só apostou grande diante do acúmulo de evidências música e sejam fragmentados e reunidos na forma de birs empiricas convincentes. Metas audaciosas estimulam o progresso, mas grandes 1 979, a TI fcr uma pequena aposta de $150 mil (menos de um cenrésimo de apostas sem validaçao empíri~a Ou que se opõem as evidências podem derrubar 1% do faturamento de 1979) para investigar o DSP e, em 1986, a empresa empresas, a menos que sejam abençoadas com uma sorte incomum. E contar a sorte não e uma estratégia confiável. obtivera $6 milhóes de fariiramento dos chips DSP - longe de ser o siificiente para jusri ficar uma gra~ide aposta. irias evidéncia suficiente para sustentar a continuidade da explorai;áo do DSP. U s clientes da TI encontravam novas uti l i~a~óes para o DSP (como. por exemplo, modern, t r adu~áo de fala e co- *gora você pode estar pensando: "OK, entáo não ignoro as evidências - municaFóes) e a T1 montou unidades de negócio separadas para o D S P . ~ não l anp r um Iridium quando os dados são tão claros - c wirarcmos Entáo, em 1 993, a TI fechou um contrato para criar chips DSP para os tele-A * Estágio 3." Mas a vida nem sempre apresenta os faros com tanta a fone5 celulares digitais da Nokia e, em 1997, já tinha chips DSP em mais de Situago pode ser conhisa, repleta de ruídos, incerta, abrna a inrerpretqócs. 22 milh6es de telefones. 'Orn efeito, o maior perigo náo provém de ignorar faros ilaor r iníxpugni- E bi d r>it.ío que a TI definiu a meta audaciosa de se tornar a ~ n t e l do mas interpretar erroneamenre dados nmbiguoi em situaqóes quks DSP. "Quatido dguCrn diz DSP". disse o CEO Tom Engibous, "quero qm 'OCé diante de graves OU catastróficas conscquèiicia. ~ u ; i ilurrrar erre as pessoas pensem em TI dn mcsma forma como pensam na ~nrel quando divagarei um pouco para revrr a história de uma famosa alguém diz rni~m~mmsador''." Em uma manobra ousada, ele vendeu 05 negócios de defesa e chips de iiiernória da TI, tendo a coragem de reduzir a, empresa para intensificar seu foco no DSP. Em 2004, a TI detin mercado de DSP de $8 bilhões, em rápido cre~cirnento.'~ ASSUMINDO RISCOS ABAIXO DA LINHA D'AGUA Obseive que a TI ousou dar esse grande salto só depois de girar com dili- gcncia o volante do DSP por 15 anos. A eniprrsa não fez uma grande aposta do dia 27 de janeiro de 1986. um gerente da NAS* entrou em c-n- em 1978, quando lançou o Speak BL Spell. E náo fez uina grande aposta em '"O '"1 cn%rnheiros da Morton Thiokol, uma empresa que fornecia motores 1982, quando conseguiu colocar o DSP em um úiijco chip. TamhCni náo fm de 'giiercs para a NASA A previsáo do tempo para o Kennedy Spacc Center L 56 r<)b8,9 A:> c > l C 3 t , ] T E 5 : A L I \ ' E L T A ( > I r , j A ? 4 E ( , A < A i l SE P I S C ~ C ; E P E R I C O S 57 nd Flórida, onde o ônibus espacial C y ~ ~ / / f l l g < r CScai.J sendo preparado para ,,,,iveis e lançarntn unia missici qiie se sabia com certeza náo ser segura. N a 0 ]ailrnnirnto rgendndo para i i dia seguinte, era de temperaturas e[itre 4 e vcrdãde, as d i s c ~ ~ j s k s conduzidas ria noite que antecedeu o lanFamento refle- -1 p;arn as lioras do dia 28, enquanto sc esperava que a tempe- rjl-,,nj J ionfusáo e a mudança de opinião dos participantes. Em certo ponto, ratura nu monieiiro no lançamento permanecesse allaixo de -I0C. O gerente da NASA perdeu a paciência: "Meii Deus. Thiokol, quando você da NASA pediu engenheiros da Morron Thiokul analisassem o eftjro do que eu lance, em abril do ano que vem?' hlas. em oiarro inomento da tempo frio nos mororcs dç foguete de combustível sólido, e 0s engenheiros noite, os gerentes da NASA expressaram rrservas em rrlaFáo ao lanpa- rapidamrnrc se rciiniram para avaliar um cornponcntç ~specifico chamado 0- meiiro; um çngrnheiro-lider da NASA pediu que seu pessoal náo permitisse r ing. Na liianl<nc<i da igniqáo do combusrívcl do foguete. o anel de veda~á que ÇIC cometesse um erro e disse: "Náo concordarei com um Langamento O-ring, Bir<i de iitn niaterial parecido com hnrracha, vaia - como cimen contra a recornenda~áo do fornecedor." As deli tieracoes duraram quase três cm uma r;ichadiira - quentes, que, se não contidos, poderiam provoc lioras. Se OS dados fossem claros, eles precisariam de umx discussão de três urna catastriifica explosáo. horas? O extraordinário analista de dados Edward Tuhe dernciristra em seu A temperatura mais baixa de lançamçnt~ de todos os 24 hiiibus apatia ljvm i'isulai! Explanfftions, que, se os engenheiros civesscni piorado os pontos anteriores havia sido de 1 IoL, mais de 1 LvC acima prmisáo para o de dados em iim grifico, poderiam ter visro uma clara linha de tendência: mente no próximo dia, e os engrn heiros iiio dispunham de da todos os lançamentos abaixo de 1 mostraram widência de danos ao O- em &ç;io ao quc aconteceria aos 0-rings em A ° C ou -I0 ri^. Mas ninguéln dispus os dados de uma forma visual clara e convincente, e a rendência de um perigo maior em temperaturas mais baixas permaneceu cem 0 s O-rin@, aumentando, dcssa forma. o tempci que eles lwam para oculta durante todo o debate que se estendeu até tarde da noite. Resumindo, a veda,--o, (Pense em um cl&tico congcladci no sei1 freezer em compar 0 presidente da Força-tarefa do O-Ring observou: "Náo tínhamos dados con- com o mesmo em tempcrarura anibientc r em corno ele se torna m dusivos su ficienres para convence-los.m to menos maleável.) Os engenheiros discucitdm suas pr~ocupaçóes inici Convencer 0s alitros exxarnente do quê? Esse é o xis da guesráo. D~ e qpda ram uma releconfrrência com 34 pessoas da NASA c da Mort fornia* ao lo~igo de toda a conversa, o contexto da decisáo deu Thiokol para as L O k F ' urna guinada de 180 graus. Em vez de elaborar a pergunta: "Vocês r im ,I telr.coriferêilcja foi aberta com quase uma hora de discussóes, levando 1 'Orno Provar que o lançamento será seguro?" - que cosruma *rieiicar as clurán dos cngrnheiros da Morton Thiokol de que a empresa nái> podia r decis6e~ de lançamento -, a pergunta foi i nvertidn para "Vorès tem como rnendar um lmÇamenc0 com temperatura abaixo de 1 l°C. 0 s engenhcira provar que o lançamento RCÉO serÁ seguro?". Se eles tivessem feito essa NASA abrervanm que 0-j &dor eram conflirantes e incondusivos. Sim, 0 5 "gniiicariva guinada ou se OS dados fossem absolutan1enre definitivos, o clar;lriienrc nioscram danos ao O-ring em lançamentos abaixo dos 15°C1 Cha"engcr muito provavelmente SÓ reria rido lan <.do mair rrrdc naquele dia. a desvantagem de um desastre ccliprava canto a desvantagem tinhun tn~iiros &dos conflitants", refletiu um engenheiro da NAS*. "Isso algumas horas que seria difícil convencer as pessoas a correr um ser enfati&o." Awiientan& ainda mais a confusáo, a Morton Tliiukal n50 "SCo grande. Se você fosse um gerrnre da NASA prcocupa&, com a Carreira, Por que forçaria uma decisáo de iarisar ri: visse Lima a[ta proba- dos 1 1 o c lanF doi -joC. é verdade, nias abaixo do limite de 1 l0 bilidade de 0 iangamenro acabar em carirttofe? Nenhuma pessoa acjonal empresa estava estabelecendo), o qiie parecia iricuerente com suas recomen hf3s os dados eram rxtremamrnre ambiguos e os criterios da de- aruais. E, mesmo que o primeiro O-ring fdharx, um segundo O-ring redund havianl u d d o . I n i a p r de provar sem hesitag~o que náo rcguio deveria encarregar-se da vedaçáo. laoqa'? a M w o n Thiokui mudou de opinijo e votou lanGamenro. seu livro The CbafIen-er Launch Uecision3 a socióloga Di enviando por f a i uinx c ~ n f i r m a ~ á o i NASA pouco ante. da meianoiie, vaughan destrói o niiro de qiir os gcretirçr da NASA ignoraram dados i*co 11:38h da manhi da dia seguinte, a urna remperarura ?.C, um 4 L i F ccihl t j $ 5 u I L I A N T E ~ C A E h l E 5 T 4 G l O 3 4 N E G P C A ~ , EE :!l:CO', E F í r l * > C ~ l , 59 0 - r ing fi~lhoii iia ign i~áo e, 72 segundos mais tarde, o Challenger exp l~d iu , virani Jante desse cenário em um famoso despenhadeiro chamado Nakrd se transformando em urna bola de fogo. Todos os sete membros da tripu- tdgc, Uma tempestade de verão vinha se aproximando a distância e eles pre- lagáo iiiorreram, enquanto os desrrot;os do Challenger caiam no oceano. cic.avam decidir se prossegui riam com os planos de escalada. Agora, pense nas A história do C'halknger salienta uma lição çrucial. Diante de decisões ir- ,,;, perguntas. Qual é a vantagem se a tempestade passar sem problemas! Eles reversíveis que têm significar ivas consequéricias negativas se forem erradas - o c,,,c~uirem a escalada que haviam planejado. Qual é a desvantagem se a tem- que chamar de "decisóer de lançarnenro" -, os argu se transforniar em uma fuzilaria de relPmpagos quando eles estiverem Jo Iançamenro devem apresentar uma ~re~onder inc ia de e ,, ,110 do despenhadeiro? Eles podem morrer. Eles escolheram prosseguir. ricas provando que é seguro lançar. Se o ônus da prova residisse no lado Eles subiram o despenhadeiro e chegaram ao topo de uma elevaçáo exposta segurança ("Se náo pudermos provar sem hesiraçáo que é ~t-g iu<r~meiite q i i~ndo a tempestade entrava no cânion. As cordas estalavam e remos o lançamento"), e náo no outro extremo, o Chalkngt.r ,,,iam ccini a der ricidade que se acurnuiava. Entáo um relâmpago atingiu o poupado da tragédia. apinist,~ quz escava aiais acima, derretendo o equipamento de metal e rnatan- Bill Gore, fundador da W. L. Gore & Associates, articu do-o iti~ratitancan-ienre.~ útil para tomar decisóes e assumir riscos, que ele chamou de o principio i. i l ~ r f i que as probabilidades têm sua fugáo nesse raciocínio. Se a proba- "linha d'água". Imagine que você está em um navio e que qualq~ier deci biliillidz de os cven tos darem terrivelmente errado, para todos os fins práticos, errada abrirá um buraco na lateral do navio. Se o buraco for aberto acim for zcto, OLI se for pequena mas estivel, isso leva a diferentes decisões em I da linha d'igua (caso em que provavelmente não entrará ág comparaçao com uma probabilidade alta, crescente, instável, inconstante e I possivelmente náo afundará), vocé ~ o d e consertar o bura extremamente ,arnbigua. (De outra forma, nunca entraríamos em um avião, a experiència e continuar navegando. Mas, se o buraco for aberto abaixo ou nunca nos dariartios ao trabalho de escalar montanhas.) Os alpinistas no linha d'água, v o d pode se ver diante de muita igua entra Naked Edge viram urna prci babilidade cada vez maior de uma grande tempes- vai começar a af~ndar.~", se o buraco for muito gande tade ern um cenário de risco assimétrico (vantagem mínima com uma desvan- muito rapidamente, da mesma forma como algumas car carastrófica) e, mesmo assim, seguiram em frente. nhias financeiras em 2008. A crise financeira de 2008 mostra como administrar essas perguntas de E verdade que empresas excelentes fazem grandes a forma incompetente pode destruir enipresas. A medida que a bolha do rnerca- grandes apostas que poderiam abrir buracos abaixo da linha d'água. Ao do imobiliário ia crescendo, o mesmo acontecia com a probabilidade de uma apostas ou tomar decisóes arriscadas diante de dados ambíguos ou conAi crise imobiliária. Qual é a vantagem de aiiiiieii tar acentuadamcn te a alavari- res, €*a três perguntas: (em alguns c a m em 30 para 1, ou mais) e de aumentar a exposiqáo a títulos lastreados por hipotecas? Mais Iiirroa, sr o tempo permanecer rein 1 . Qual é a vantagem se a decisão for acertada! nuvens e tranquilo. Qual é a desvantagem se todo o iiiercado imobiliário en- 2. Qual é a desvantagem se a decisáo for errada? trar em colapso e nós entrarmos em uma das mais perigosas crises de crédiro 3. Você reiii como viver com a desvantagem? Mesmo? da história? A Merrill Lynch vende siia indipcndènda ao Bank of Arnrrica. ' O controle da Fannie Mae é assumido pelo poverno A Biar Srearni rropeqa e Suponha que esteja escalando um despenhadeiro e pdrecr em uma aquisiqáo. E a Lehman Rrorhrrs cai dc joelhos, condurin- ps tade vai cometpr a cair, mas vocé náo sabe com ccrtsza a iiitensidad do O s mercados financeiros a uma crise de liquida qiir rnvia a economia em tempestade ou se ela envolveri relâinpagos perigosos. VOCP "ma espiral descendente. devemos subir ou descer? Dois alpinistas no Eldor~do Caiiyon , Colorado, L COZ.lO A 5 G I G A N T E S C 4 t M UMA CULTURA DE NEGAÇAO Naturalmente, nem todo caso de declinio envolve decisóes de lan- çamento como o Iridium ou decisóes fatais como i r ate o topo em uma, perigosa escalada. As empresas também podem se enfraquecer aos poucos e, à medida que se aprofundam no Estágio 3, começam a acumular sinais de alerta. EIas podem ver um declinio no envolvimento dos clientes, um desgaste do giro de estoque, uma queda sutil das margens, uma p&da do poder de determinaçáo de preqos ou uma série de outros indicacivos de uma, mediocridade crescente. Quais indicativos você deve monirorar com mais' atençáo? Para os negócios, nossa análise sugere que qualquer deterioraçáo: das margens brutas, coeficiente de liquide2 ou coeficiente de endividamento indica uma tempestade iminente. Nossas análises financeiras revelaram q as 11 empresas em declínio mostraram uma tendência negativa em pel menos uma dessas três variáveis i medida que se aproximavam do Estági 4, mas encontramos poucas evidências de uma preocupaçáo significati por parte da adrninistraçáo e, com certeza, não a paranoia produtiva q elas deveriam ter apresentado em relaçáo a essas tendências. A fidelida do cliente e o envolvimento dos stakeholders também merecem arençáo. como vimos no Estágio 2, mantenha-se atento em relaçáo a qualquer decl nio da proporçáo de pessoas cerras nas posições-chave. A medida que as empresas mergulham mais profundamente no Estigio 3 a dinâmica interna da equipe de liderança pode se distanciar dos compo mentos que encontramos em equipes que desenvolveram empresas excelen Na tabela "Dinâmica da Equipe de Liderança", comparei a dinâmica da li ranqa de empresas que estavam em declínio com empresas que estavam e ascensáo. Um comportamento comum do fim do Estágio 3 (e que, muitas veze conduz a empresa ao Estágio 4) é quando as pessoas no poder culpam os o tros ou fatores externos - ou justificam a náo utilizago dos dados -, em v de confrontar a assustadora realidade de que a empresa pode estar em sé problemas. Quando a IBM deu início à sua queda histórica no fim dos 1980 e começo dos anos 1990, enfrentou o furioso ataque da compu distribuida, que ameaçava seu negócio de mainfrarnes. Um executivo que portou essas perturbadoras tendências à liderança sênior da IBM foi puni por isso, com um poderoso líder da IBM jogando o relatório de lado com u gesto de indiferença: "Seus dados devem estar errados." O jovem execuriv DINAMICA DA EQUIPE DE LIDERANÇA: EM DECL/NIO VERSUS EM ASCENShO Equipes em declinio Equipes em axensao r-_---- As pessoas protegem as pessoas no poder As pessoas apresentam fatos de notícias, com medo de serem desagradáveis - "Venha aqui, olhe, isto Punidas OU criticadas por revelar a dura é horrive/" - para serem discutidos; os líderes nunca criticam as pessoas que revelam a dura realidade. pessoas sustentam com veemência As pessoas levam dados, evidências, suas opinides sem fornecer dados, lógica e argumentos concretos a evidências ou argumentos concretos. discussao. O lider de equipe tem uma proporçao O líder de equipe emprega um estilo muito baixa de perguntas em relação socratico, utilizando uma alta proporção a afirmações, evitando críticas elou de perguntas em relação a afirma~ões, permitindo um rac~ocinio sem nenhum questionando as pessoas eforçando rigor e opinioes sem fundamento. insig hts profundos. Os membros da equipe concordam com Os membros da equipe se unem depois uma decisão, mas nao se unem para que uma decisão e tomada e trabalham que a decisao seja um sucesso, ou pior, para que ela tenha sucesso, mesmo que questionam a decisio depois de ser tenham discordado efusivamente da tomada. decisão. - 0s membros da equipe buscam o Cada membro da equipe credita os outros mdximo de crédito possível para si, mas pelo sucesso e conta com a confiança e a não têm a confiança ou admiração dos admiração dos colegas. colegas. 0s membros da equipe argumentam para 0s membros da equipe argumentam e Parecer espertos ou seguir os prbprios discutem, não para melhorar sua posição interesses, em vez de argumentar para pessoal, mas para encontrar as melhores encontrar as melhores respostas para respostas para sustentar a causa geral. L sustentar a causa geral. A equipe conduz "autópsias com culpa", A equipe conduz "autópsias sem culpa", buscando culpados em vez de sabedoria. extraindo sabedoria de experihcias dolorosas. Os membros da equipe muitas vezes Cada membro da equipe apresenta deixam de apresentar resultados resultados excepcionais, mas, no caso e culpam os outros ou de dificuldades, cada um assume a fatores externos pelos empecilhos, erros plena responsabilidade e aprende com @fracassos. os erros. sabia, na ocasião, que a IBM cairia. "Abrir uma start-up parecia ser menos ar- riscado do que trabalhar em um clima de negaçáon, mais rarde observou com ironia em relaçáo à sua decisáo de sair da IBM para se torriar empreendedor. A IBM promoveu reorganizaçóes e reengenharia, mas nãcl conseguiu lidar com a perigosa degradação de sua posição até ter caído ao ponto de poder ser compa- rada, em 1992, a um dinossauro i beira da extinçio. Na histórica revitalização da IBM (que discutiremos nas páginas subsequentes), Louis V. Gerstner Jr. confrontou a dura realidade das deficiências da IBM, desafiando sua equipe logo depois de assumir o comando: "Cento e vinte e cinco mil empregados da IBM na rua... Quem fez isso a eles? Foi um ato forruito? Esses sujeitos vieram e nos deram uma surra."8g Nesta análise, encontramos evidêricias de externalizaçáo de culpa no periodo de declinio em sete dos 1 1 casos estudados. Quando a Zenith deparou com uma barreira de problemas em meados dos anos 1970, seu CEO culpou urna variedade de fatores: "Quem poderia ter previsto que os i raba se uniriam ao redor de uma causa? Quem poderia ter previsto Watergate? E o dto nível de inflaçáo que tive- mos? ... Depois fomos golpeados por uma greve."s9 A Zenith também começou a culpar a concorrência japonesa "injusra" pelo desgaste dos lucros e pela redu@o da participaçáo de mercado. Mesmo que os japoneses competissem injustamente (apesar de o Departamento de Jiistiça dos Estados Unidos náo ter agido em res- posta aos pedidos de ajuda da Zenith), a reai$o da Zenith aos japoneses se pareceu com a da indústria automobilistica americana na mesma época: deixar de wn- fiontar o fato de que os japoneses aprenderam como reduzir os custos e aumentar a qualidade. Logo depois, a Zenith caiu no Estágio 4. Uma manifestaçáo final de negaçáo merece atenção especial: a reorganiza- çáo obsessiva. Em 1961, a Scott Paper desenvolvera a franquia de produtos de consumo com base em papel de maior sucesso no mundo, assumindo a liderança em todos os tipos de produtos de papel, inclusive guardanapos, toa- lhas e lenços. Entáo, a P&G entrou no território da Scott pela primeira vez, enquanto outras empresas como a Kimberly-Clark e a Georgia Pacific inva- diam repetidamente os mercados da Scott. A P&G lanqou as toalhas de papd Bounty, visando ao mercado de qualidade superior, enquanto marcas próprias cerceavam a Scott por baixo. De 1960 a 1 97 1, a participaçáo da Scott no mer- cado de produtos de consumo baseados em papel caiu de aproximadamente metade do mercado a um terço." Entáo, em 1971, a P&G lanqou seu higiênico Charrnin no mercado nacional - um ataque direro a uma das linhas de produto mais importantes da Scott. E como a Scott reagiu a isso! Implementando uma reorgani~açáo.~~ A Scott reestruturou o marketing e a pesquisa, passando quadradinhos do organograma de um lado ao outro, mas sem esboçar uma reaçáo vigorosa ao Charmin durante cinco anos.92 Cinco anos! A Scott continuou a se reestru- tiirar ao longo dos anos 1380, chegando a se reorganizar três vezes em quatro ririos." Ao perder participaçáo de mercado em aproximadamente todas as ca- tcgorias, a Scott Paper caiu no Estágio 4.94 Reorganiraqões e reestrutura~ões podem criar um falso senso de que você, de fato, esta fazendo alguma coisa produtiva. As empresas estão no processo de se reorganizar o tempo todo; essa e a natureza da evolução institucional. Mas, quan- do você começa a reagir a dados e sinais de alerta com a reorganizacão como sua principal estratégia, pode muito bem estar em negação. É um pouco como reagir ao diagnóstico de um s&io problema cardíaco ou de um câncer redecorando sua sala de estar. Náo existe uma utopia organizacional. Todas as esrruturas organizacionais têm suas vantagens e desvantagens e cada tipo de organizaçáo tem suas ine- ficiências. Nossas pesquisas náo produziram qualquer evidéncia de que uma estrutura seja ideal em todas as situa~óes, e nenhuma forma de reorganizaçáo é capaz de eliminar o risco e o perigo. I INDICATIVOS DO ESTAGIO 3 a ENFATIZAR O POSITIVO, MINIMIZAR O NEGATIVO: Há uma tendência a mi- nimizar ou justificar a náo utilizaqão de dados negativos, em vez de presumir que h6 algo de errado com a empresa; os líderes salientam e enfatizam elogios e publicidade externa. i GRANDES APOSTAS E METAS OUSADAS SEM VALIDAChO EMPIRICA: 0s lideres definem metas audaciosas elou fazem grandes apostas que não s i0 fundamentadas em experiência acumulada, ou pior, que nao se sustentam diante dos fatos. CORRER UM ENORME RISCO COM BASE EM DADOS AMBfGuOS: Quando diante de dados ambíguos e decisòes que apresentam uma desvantagem po- tencialmente grave ou catastrófica, os lideres assumem uma visão positiva dos dados e correm o risco de abrir um buraco "abaixo da linha d'água". i DESGASTE DA DINAMICA SAUDAVEL DA EQUIPE: Ha uma notável queda de qualidade e na quantidade de dialogo e discussões; há uma mudança na dirqão do consenso ou da gestao ditatorial, em vez de um processo de ar- gumentacáo e desavenças seguido de um esforço conjunto para executar as decisôes. i EXTERNAUZAÇAo DA CULPA: Em vez de assumir a plena responsabilidade pelas dificuldades e fracassos, os líderes procuram culpados em fatores exter- nos ou outras pessoas. i REORGANIZAC~ES OBSESSIVAS: Em vez de confrontar a dura realidade, a empresa se reorganiza constantemente; as pessoas se preocupam cada vez mais com a politicagem interna e nao em condições externas. DESAPEGO ARROGANTE: As pessoas no poder se tornam arrogantes e de- sapegadas; símbolos e mordomias do status da classe executiva intensificam o desapego; salas e escritórios luxuosos podem desconectar os executivos da vida cotidiana. E S T Á G I O 4 : A L U T A D E S E S P E R A D A P E L A S A L V A C Ã O Estágio 3 A negação de riscos e perigos : irrelevância -- D e 1992 a 1998, Lcw PIatt, CEO da HP, levnu sua empresa a qiiintu- plicar os lucros e multiplicar os retornos acciniuIados das açóes mais t de cinco vezes, um desempenho qiie colocaria I'latt na décima primei- ra posi~áo em um ranking dr criadores de riqueza ao longo de um período de 25 anos, de acordo com a revista ChitfEx-rrrrtiv~. Contudo, no inicio de 1999, Platt seria considerado por muitos - jnvestidoreb, analistas, a impren- sa de negócios - um CEO em dificuldades, ou ate mcsmo no caminho do fracasso, tendo em vista que a HP tenrava se orientar na nova economia da interne^.^^ Apesar de eu nao concordar ioni a avdiacio dç Plrtt como um fracasso, ele de fato deu um passo em falso que conduziu a HP e a si mesmo a uma queda: tentar fazer uma eniprcsa crerccr cada vez miir em uma velocidade insustentável. A HP Ievciii mais de meio sti.culci p u a atingir $15 bilhóes de faturamento ~n ua l ; sob a liderariça de Platt, <Ia levou apenas quatro anos para romper a barreira dos $30 bilhóes r somenre rrrs ourros anos para superar os $45 bilhbes. Incapaz de sustentar essa tijrrida t x a de crrscimrtito, a HP chegou a uiti beco sem saída em 1998 e decepcionou o nicrcada Aninceiro durante cinco trimestres. Se Platt tivesse deixado algum crescimento a ser realizado, facilitando, dessa forma, sustentar uma trajeroria de crescimento sem percalsos, a HP poderia ter sobrevivido ao fim dos anos 1990 como uma história de sucesso. Em vez disso, Platt perdeu o emprego.96 Em janeiro de 1999, o Conselho de Administraçáo da HP se reuniu no Garden Court Hotel em Palo Alto, Califórnia. Dois excelentes reta- tos dessa época, Backfire, de Perer Burrows, e Perfecr Enough, de George Anders, descrevem a reunião como um momento crucial. Os empregados da HP viram primeiro com confusáo, depois com espanto e depois com temor a Grande Bolha da Interner do fim dos anos 1990 distorcendo as leis da economia. Em 1999, as empresas na internet como a Amazon e O Yahoo! haviam passado de zero para mais de $1 5 bilhóes de capitalização de mercado em cinco anos - uma façanha que tomou da HP mais de 10 vezes O mesmo tempo." Embora Platt - com seus óculos de lentes grossas, predileçáo a dirigir um Ford Taurus bege e uma conduta humilde, incorporando o ripo de CEO que almo $a no refeitório com os empregados - pudesse ter sido o ideal no passado, a procrastinaçáo do crescimento e o debilitado preço das açóes (relativo ao se- tor de tecnologia em plena ascensáo) alimentaram a crescente preocupaçáo de que a HP precisava de um ripo totalmente novo de líder. Foi assim que, Platt, então com 57 anos, sugeriu que talvez devesse antecipar sila aposentadoria e IlaTsar o cetro i próxima geraçáo. O Conselho de Administraçáo aceitou seu pedido de demjssáo c começou a procurar o próximo CEO da HP.'j8 E 5 T h G I C i 4 . P L U T A I ) E S E S P E K A I ) A " E L A j A L V A C b 0 f: Kci dia 19 de julho de 1999, a HP anunciou que Platt seria substitiiido r(,r ca r ly Fiorina, da Lucent Technologies. Em 1998, a Fomine havia nomea- J(, essa "supervendedora" como a "Mulher Mais Poderosa nos Negcicios", dlixJrido Oprah Winfrey em segundo lugar.'" O anúncio de que a velha e ,;,ia HP havia contratado a celebridade executiva mais poderosa, glamouro- ,,* einpolgante e atraente do mundo levou a um frenesi que surpreendeu até ,ncsm» Fiorina. Náo somente a Forbcs, a Fomne e a Businm Wcek quçriam investigar a história, como também a imprensa, como o "The Oprah Winfrey shown, Diane Sawyer, a Glamour e a Vopf. Em um gesto louvável, Fiorina náo aceitou todos os convites, recusando alguns dos mais v i s ive i~ . '~ Mesmo assini, o telefone náo parava de tocar e a HP se viu com uma celebridade no cargo de CEO, uma estrela dos negócios, alguém capaz de encantar e desliini- brar, cuja simples presença criava um frenesi na midia. Dentro de 48 horas apbs ser nomeada CEO, Fiorina atraiu a atençáo de proeminentes veiciilos de comuriicaçáo como o Walk Street Journal, a CNEC, o Was/~it~gtuu Posr e o The New York Times. Em duas semanas, a Bmines~ Week a apresentou em um artigo de capa.lul Fiorina representava um grande contraste em relação a Louis V. Gers- tiirr J r . , o CEC3 contratado para liderar a IBh1 (o contraste de sucesso em reldç50 i HP nesta anjlise) diiraiire seu período negro, em 1993. Quando 0 l~'S,4 To&y se ofereceu para publicar um "gráfico de progresso diário" para o s 100 priineiros dias de Gerstner, ete respondeu: "Não, obrigado. I'referimos ficar inroniiinicivris por algum tempo, enquanto avaliamos a tarefa em que~ráo."l[ '~ Em vez de ir a matriz no primeiro dia, ele escolheu visitar um encontro iiitrrnacional de gestores. Mas Gerstner ainda náo tinha iim crachá de sçguranqa da IBM e se viu abandonado para fora de um imponente prédio, lacrado para estranhos. "E lá estava eu, o novo CEO, batendo dcsurnpando à porta. esperando chamar a arenqáo de al- guém que me deixasse enrrar", ercreveu Gerstner em seu maravilhoso livro { ~ u r r n dis~r rlut os rit$ztzrri ri.io donyam?. "Dep<iis de algum tempo, uma faxinzir~ chegou, inr r~ani i i iou dc cima a baixo com ceticismo e abriu a Porra - sujpcito qiic mais pard que rii parasse de bater à porta do que por iniaginrdo que eu dcvcr i~ estar 11 dcntrci c nio fora do prédio. Peram- Lulei pelrir çorrcdorrs hrC encolirnr a sala d? i<infcréncia onde o encontro e s t ~ ~ d prestes a começar."1u' Logo que assumiu o cargo, Fiorina estrelou eni um comercial para a Kelevisáo, diante da famosa garagem de Palo Alto ande Hewlert e Packard 7 1 ' - rJF! i ) A S G I G A N T F : ! : A E ~ A capaz de trazer o poder de atraçio de uma estreia c A +xá0 pela mudança necessária para revolucioiiar a empresa. Por esses pdróes, Fiorina pode ser considerada um sucesso; de fato, a escolha perfeita. A descida ao Estágio 4 náo começou com A lenta reiyáo da HP à bolha das pnntocoins ou à sua que- da abaixo das expectativas do mercado financeiro, mas cotii a forma como O , Cmtiselho de Administra+ reagiu à demora. O Estágio 4 tem inicio quando uma organizaqáo reage a uma crise procu- rando iiina bala de prata. Isso pode assumir urna ampla variedade de formas possíveis, como fazer uma grande aposta numa tecnol~~ia rijo comprovada, depositar as esprrrngas em uma estratégia na0 testada, dcpz~ider do suçesso , de um ~iovo produto chamativo, buscar uma aquisição suposiamrnre capaz de "mudar o jogaq'. apostar eni uma renovação da imagem. contratar conrultores que prometem a salvação, procurar uni CEO salvador, apresentar a retórica da "revoluçáo" ou, nos estágios mais avançados, se agarrar ao reiptr finaricei- , ro oii a aquisiçáo do controle da Empresa. O problema é que elas procuram uma soluTáo grande e rápida ou uma manobra ousada pata dar inicio a uma recuperação, em vez de embarcar em um processo mais prosaico e irduo de ' reconstruir o impero da empresa para o longo prazo. O Conselho de Admi- nis tra+~ da HP, por exemplo, continuou a exemplificar o comportamento do Estigio 4 na forma como argumentou a favor da controversa fusáo de $24: bilhóes com a Compaq Compurer Corporatioil em 2002, com uma rrróri? radical, do ripo mudar rudo com lima única graiidri açáo": A "me- lhor c mais rápida forma de riirnentar o valor". . . "cm uma manobra. melho-' raremos acentuadamente" .. . "imediatamente duplicaremos" ... "nos permiti: solucionar rapidamente" ... "em uma única manobra estratégica". . . 'Lpermicir;i à HP acelzrar" ... ''promoverá uma rransformaçáo no nosso setor". .. e assim por dirnte."' A tabela a scguir compara os mnlporramentos que exemplifi- cani r perpetuam o Estágio 4 com os cornporramentos que podem ajudar a reverter a espiral descendente. ---__. . Comportamentos que i exemplificam e perpetuam o Est6gio 4 r-- # pepositar as esperan~as em estrat6gias p, j o comprovadas - saltos descon tinuos i para novas tecnologias, novos mercados, novos negócios -, muitas 1 veres com muita badala(3o e alarde. Comportamentos que podem ajudar a reverter a espiral descendmte do Estlglo 4 - Formular mudanças est rategicas com base em evidgncias empiricas e uma extensa analise quantitativa P ~stratégica, em vez de promover saltos ousados e não comprovados. I Buscar uma grande aquisi~ao supostamente capaz de "mudar o jogo" (muitas vezes, baseada em "iinergias" desejadas porem ainda não comprovadas), para promover a transformaçào da empresa em um único 1 golpe Entender que a combinaçáo de duas empresas em dificuldades nunca resulta em uma empresa excelente; levar em consideraçao apenas as aquisiçfies estrategicas que salientem pontos fortes comprovados. Promover manobras desesperadas Obter os fatos, refletir edepois agir (ou em reação a ameaças que podem náo) com tranquila determinaçao; nunca compronieter ainda mais a empresa, agir de forma a colocar em risco o longo drenando caixa e desgastando ainda prazo da empresa. mais a força financeira. ! I Embarcar em um programa de mudança radical. uma revolução, para transformar ou subverter praticamente todos os aspectos da empresa, colocando em risco ou abandonando os pontos fortes essenciais. Vender as pessoas promessas de um futuro melhor para compensar resultados insatisfatórior. Determinar com clareza o que essencial e o que deve ser mantido com firmeza e o que precisa ser mudado, desenvolvendo os ponros fortes comprovados e eliminando os pontos fracos. Destruir o impero com uma reestriiturayao crbnica elou uma série Buscar um líder salvador, tendendo a selecionar um vision6rio de fora que eletrizara a empresa. Concentrar-se no desempenho, permitindo que os resultados tangíveis proporcionem o argumento mais importante para um novo direrionamento. - Criar ímpeto com uma série de boas decisber, extremamente bem executadas e consistentes. Buscar um executivo disciplinado, tendendo a sejecionar um Ilder de alto desempenho de dentro da empresa. - Todas as empresas deste cstudo que caíram nos úlrirnos estágios do de- clinin se agarraram a p d u menor unia hal.1 de prata. (Veja uma tabel~ de evidencias no Apêndice 4.B.) Por cxcmplo, a Circiiic City siibrtituiu seu re- servado CEO desenvolvido itirrrnsttizticc por um execiltivo da Hest Huy que trabalhara na Circuit City por apenas 18 nicses. Em srsuicia, a Circuit City deinitiii mais de 3 mil de seus empregados de l o j ~ niais bcni remunerados e niair experientes. Em dois anos, a Circuit City contratou A Goldman Sachs, depositando as esperanças em uma aquisição, s r í para ver um IJIICC da BIock- buster se waporar.'15 Logo depois, a Circuit City abriu falé~icia. O u veja o caso da Scott Paper, que investiu suas esperanças em dispendiosos consultores de estratégia e fomentou uma rransformaçáo cultural que a Fonunr dewroeu como "adotç a nossa religião ou saia"."" A Ames conrratou CEOs, sc livroii de CEOs e contratou novos CEOs, chegando a ter três diferentes equipes de gestio em 33 meses - passando de uma estratégia a outra, de um programa a outro, em busca de uma transformaçáo fundamental."' Sacudida de seu torpor por ferozes novos concorrentes, a A h P converteu mais de 4 mil lojas a um formato que chamou de WEO ("Where Economy Originares" - onde a economia se origina), reduzindo os preços para reconquistar a particjpaçáo de mercado çm uma manobra desesperada descrita por um observador do seror como "o mergulho de um kamikaze". A manobra se provou catastrbfiu para a luçraiividade. A A&P abandonou a ennrégia e contratou um salvador carismárjco Je fora que produziu um breve retorno à Iucrarjvidade, sb para renunciar quai-ido a AGiP voltou a cair em lima série de perdas. ' I Y A estratégia de re agarrar a salvago, do Estagio 4, pode produzir uma breve me- Ihoria, mas os rewltados náo são duradouros. As esperanças são frustradas vez apbs vez. As empresas presas no Estágio 4 tentam todos os tipos de novos pro- gramas, novos modismos, novas estratégias, novas visões, novas culturas, novos valores, novos avanços revolucion6rios, novas aquisições e novos salvadores. E, quando uma bala de prata falha, eles vão atr6s de outra, depois de outra. A marca da mediocridade não 4 a falta de disposiqào de mudar. A marca da mediocridade e a falta de consistência cronica. Você pode escar prtisindo: "Talvez lutar pela salvaçáo seja a resposta ra- cional para empresas em ditlculdadcs; as empresas que estáo morrendo devem adorar medidas desesperadas j~isrãniçrirc porque esráo morrendo." E verdade as empresas que estudamos caíram no inicio do Estágio 4, mas náo foi ,ml queda fatal. Na verdade, ao sucumbir ao coniporramrntn do Estágio 4, ,jàs piowram a situaçáo, aumentando as chames dr se rorliarem empresas t,loribundas forçadas a tomar medidas desesperada. Compare a Mororola com a TI, duas empresas excelentes qiie tropeçaram; uma caiu para o Estágio 4 e a outra náo. Em 1998, a Mororola perdeu dinhei- ro pela primeira vez em mais de 50 anos. Os executivos seiiiores se trancaram em uma sala de reunióes, anotando ideias em um quadro branco em busca de uma evoluçáo. Eles decidiram por uma trajetória de mudança radicd. que a Busineri Week rotulou de "Terapia de Choque". "' A Motorola comprou a ~ c n e r a l Instruments Corporation por $1 7 bilhóes. uma quaniia comparável a todo o patrimônio liquido da Motorola. I:' A empresa ~nzrgulhou de cabeça 112 inrernet e no frenesi da banda larga pouco antes dr a bolha explodir com lima esrratégia y ue chamou de "Zntelligence Everywhere". No começo, asas ,qoes pareceram funcionar, na medida em que o valor cumulativo para os iiivestidcires da Motorola mais que triplicou em dois anos.1Z1 Entáo, as bolhas dr itirernct e da banda larga explodiram e a Motorola reconheceu no próprio relat8rio anual de 2001: "Como outras empresas, procuramos nos beneficiar da prosperidade das pontocoms e das empresas de telecomunicaçóes em 2000, em iim momento pouco oportuno." A empresa havia construido uma instala- ç i o de fabricação e uma esrrutura de custos global para sustentar uma empresa de $45 bilhóes de receita em 2001, mas nesse ano o faturarnenro caiu para S-30 bilhóer e a Motorola dedarou uma série de perdas. l L 2 No fim de 2003, o Co~iselho de Administração áoselecionou um líder externo pela primeira vez na história da empresa, contratando Ed Zander, um executivo de alta visibilibdr da Sun Microsystems; ele pediu demissáo quatro anos mais tarde, acossado Por acioriistas des~ontentes.'~3 A TI, o contraste de sucesso em relaqáo i MotoroIa, assumiu uma abor- dagem toralrnciirr diferente. A TI foi urna das empresas de recnologiz de destaque de meados do skulo XX, mas caiu da excelência nos anos 1070 e inicio dos anos I qiiaiidu entroii em negócios de prodiiros de ionrii- mo que acabaram perdendo dinheiro. como relógios digitais e computadores dumérticos. O Conrelho de Adni i i i j~ t r i~io se voltou para Jerry Junhns em 1985. Despretensioso e drrrrminado - descrito por um jornalista como "uma espécie de lirnmy Stcwarr tnano" -. Junkinr ocupou sem alardes a posiqáo de CEO por mais de um quarto de r é c ~ l o . ~ ~ ' Ele liderou a primeira fase da L rerorno da TI i excelência incitando um vigoroso diálogo e discussóes e ca- nalizando seus rsfurços a iiegiicios nos quais a ernprzsa tinha uma chance de se tornar a nielhor, um processo que acabou Ievatido ao eriorme sucesso CIOS chips DSP. que vinios no Eqtágjo 3."' 0 s lideres da TI sabiam que reconstruir a excelência requer uma série de açõeç in- teligentes e bem executadas que se acumulam. Algumas decisões sao maiores do que as outras, mas ate as maiores decisões respondem por apenas uma pequena fração do resultado total que torna uma empresa excelente. A maioria das histbiias de "sucerso da noite para o dia" resulta de 20 anos de empenho. No dia 29 de maio de 1996, Junkins morreu de ataque cardíaco durante uma viagem de negócios h Europa. A morte inesperada de um adorado CEO poderia causar caos a uma empresa, mas Tom Engibous, na época direror da divisáo de semicondutores da TI, havia sido muito bem preparado para assu- mir a responsabilidade de CEO. Com duas décadas de experiència na TI, per- correndo o caminho ascendente na pirâmide hierárquica, Engibous se tornou o segundo CEO despretensioso, modesto e intensamente motivado consecu- tivo. "Espero que essa história se concentre na TI, e não muito em mim", ele dercava aqueles que buscavam descrever seu estilo de liderança. O sucesso da empresa "não será um resultado de sua liderança carismática", escreveu Elisa Willian-is em um artigo na Forbes. "Engibous tem uma táo ge- nirica quanto as planícies do Meio-Oeste nas quais cresceu."'26 No fim de sua pernianênçia no cargo, Engibous arquiretou uma suave transiçao, passando o controle di empresa a um terceiro líder desenvolvido internamente, Richard Templeron, que trabalhara durante 24 anos na TIniZ7 NO exato momento em que a Motorola estava caindo de boa a ruim, os líderes modestos e deterniina- dos da TI orquestravam uma transiçán quase perfeita e atingiram uni desem- penho das açóes cinco vezes superior ao da Mororola e praticamente igud ao da Intel de 1995 a 2005.]-" A pesquisa que realizamos para vários estudos (Good to Grenr: Eniprtsd feitas para vencer, Feitas pjvir durar E para este livro) e nossas iontiniia h- vestigaqões para descobrir o y ue é iiecessirio para vencer crn aitibicncrs tur- bulentos revelam distinta correlai;áo negativa entre a cunst r u ç h de empresas excelentes e a busca por um LEU extcrno. Oito das 11 cmpresas em declitiio 1 que constituíram esta análisr bu,caraiii uni CEO externo diirntirc O prriodo E S T A G I O 4 A L'JTP D E S E \ v k k a @ a P E L ~ : A L , J A ( i r , jC. qiicda, ao passo que apenas uma das empresas de sucesso procurou CEOs Ja empresa em períodos comparáveis. Agora deve estar pensando: "Mas ,,, cir,presas com dificuldades náo precisam sair çm busca de ajuda?" Talvez, n,,s manteiiha em mente, nesta análise do declinio, que o desempenho em ge- rdlpinrnu sob o comando de salvadores de fora. E, em nossa pesquisa anterior, mais de 90% dos CEOs que rransformaram empresas de boas a excelentes f o ra~n desenvolvidos dentro da empresa; enquanto isso, mais de dois terços das empresas usadas em coniparaGo naqueIe estudo contrataram um CEO de tara, mas náo conseguiram dar um salto semelhante. como, entáo, podetnos entender o caso da IBM? Afinal, apesar de a IBM ter rrazido Gerstner d a RJ R Nabisco, a empresa, mesmo assim, conseguiu se recuperdr. (Para um resunio da rzcuperaçáo da IBM, veja o Apêndice 6.A.) Unia pessoa dc fora, sem dúvida, pode conseguir revitalizar uma empresa e colocá-la de volra no caminho da excelência. Entáo, qual é a diferença entre rsse caso e os outros? Parte da resposta reside no fato de Gerstner ter retomado d ,abordagem intensa, nictódica consistente que gerou a grandeza original da empresa. Gerstner sabia que. independentemente de trazer alguém de fora ou ciesenvolvé-lo internanienre, C preciso interromper o ciclo da busca deses- perada por uma salvação milagrosa e parar de passar de uma falsa salvaçáo 9 outra, dc uma bda de prata i outra, de uma esperança frustrada à outra, só para ter as esperanqas frustradas mais uma vez. Quando uma organizaçao em djficuldades procura alguém de fora, essa açáo normalmente tem uma inten- 60 no seguinte sentido: "Precisamos de ajuda! Precisamos de um agente de miidan~a radical e revolucionário que venha mudar tudo - e rdpih!" Se o líder concordar com essa atitude, provavelmente perpetuará o Estágio 4, e náo o reverterá. O mais notável sobre Gersrner é que ele iiáu aceitou essa postura, Uma grande lição para todos os líderes, independentemente de ter vindo de fura ou de dentro da empresa. PANICO f DESESPERO Aos 14 anos eu me vi absolutamente aterrorizado, olhando pan baixo no de um paredáo de 30m de altura enquanto aprendia a hz r r rape1 como parte de um curso de escalada de montanhas. A ancora se deslocou inespera- L damente e eu insrintivamenre me estiquei para me agarrar ao ~ a r r d á o e abri a E S T A G I O 4 . A L U T A D E S k 5 P E s A C A P E L A S A L V ~ C A O pressáo offset e nunca retomou o impero de seu negócio principal. I'' Como o alpinista que abre máo do freio, o comportamento dçsesperada da Addresso- graph empurrou a empresa morro abaixo. Em um furor de inconsistência - saltando de iitria nova estratégia a outra, mudando para um novo pridiu da matriz no outro Irdo do p i s , para depois voltar a cruzar o pais. para se mudar para uma terceira mrrriz (de Clweland a Los Angelcs. de Los Angeles a Chicago) -, a Addressognph revc quatro CEOs e sobreviveu a duas falências em menos de 12 anos.13" Uni dos CEO saiu táo apressado que um empregado descreveu sua saída como um cirurgiáo cerebral que sai no meio de uma No fim dos anos 1990, a empresa havia encolhido de 30 mil empregados para apenas algumas centenas, enquanto cada dólar investido no inicio de 1980 valia menos de $0,05. Um observador de longa data da empresa resu- miu: "Foi quase como um sujeito que contrai uma doença fãtal. Acabei de vè-lo definhar e morrer. E muito triste."13$ A Addressograph despencou pelo Estágio 4 para entrar no estágio final, A Entrega à Irrelevância ou à Morte. INDICATIVOS DO ESTAGlO 4 UMA SERIE DE BALAS DE PRATA: Há a tendencia a promover grandes e drás- ticas ações como uma aquiskão capaz de mudar o jogo ou um salto desconti- nuo em uma nova estratégia ou uma empolgante inovaçáo, em uma tentativa de catalisar rapidamente u m avanço revolucionario - e depois repetir a f a ~ a - nha várias vezes, saltando de u m programa ao outro, de uma meta outra, de uma estratégia a outra, em um padrão de inconsistência crbnica. i AGARRAR-SE A UM SALVADOR: O Conselho de Administra~ão reage a amea- ças e dificuldades procurando um líder carismático e/ou um salvador de fora da empresa. i PANICO E AFOBAGO: Em vez de manter a calma, a cautela e a disciplina, as pessoas assumem um comportamento apressado e reativa, que se aproxima do pinico. MUDAWA RADICAL E*REYOLUÇAO~ COM GRANDE ALARDE: A linguagem da "revolu~ão' e da mudança "radical" caraderira a nova era: novos progra- mas! Novas culturas! Movas estratégias! 0 s lideres se envolvem em um clima de badalaçáo, gastando muita energia tentando alinhar e motivar as pessoas, criando novas expressões e lemas. i A SADAUÇAO PRECEDE OS RESULTAWS: Em vez de definir baixas expec- tativas - enfatizando a duração e a dificuldade da revitalização -, os lideres fazem uma grande propaganda de suas vishs; eles "vendem o futuro" para compensar a falta de resuitados atuais, dando inicio a um padrão de promes- sas demais e realizações de menos. UMA MEMORIA INICIAL SEGUIDA DE DECEqoES: Há um surto inicial de resultados positivos, mas que não duram, levando a uma série de esperanças frustradas; a organização não consegue obter impeto. CONFUSA0 E CETICISMO: As pessoas não conseguem articdar com facilida- de o que a organiznçáo representa; os valores essenciais foram desgastados ate o ponto de se tornarem írrelevantes; a organização se tornou "sb mais um lugar para se trabalhar". um lugar para ganhar um salário; as pessoas perdem a crença em sua capacidade de triunfar e vencer. Em vezde acreditar com paixão no propbsito e nos valores essenciais da organização, as pessoas não conse- guem acrditar que as v isks e os valores sejam muito mais que artifícios de relações públicas e retbrica vazia. REESTRUTURAÇAO CRbNICA E DESGASTE DA FORCA FINANCEIRA: Cada iniciativa fracassada drena recursos; o fluxo de caixa e a liquide2 financeira co- meçam a diminuir; a organização passa por varias reestrutura~oes; as op~6es se restringem cada vez mais e ar decisóer estrat@icas rdo cada vez mais dita- das pelas circunstâncias. E S T Á G I O 5 : A E N T R E G A A I R R E L E V Â N C I A O U A MORTE Estágio 3 A negação de riscos e perigos Estágio 2 Estágio 4 A busca A luta indisciplinada desesperada por mais pela salvação A de confiança Proveniente 10 sucesso o pcsquisar os estágios finais do declinio, analisando a capitulaçáo de empresas antes imponentes, fiquei pensando sobre como o professor Bill Lazier iniciava seu curso sobre adn-iiii istraq 30 de y ey ueiias empresas na chool of Business. Elc entraria na sala e começaria a ques- 8i i i7hlP 2 k L , ~ L , A N T E F i 4 E 4 1 "Qual é a principal quesráo iieste caso?". ele pressiona. Alunos que trabalharam em grandes empresas, consultorias e bancos de investimento davam respostas como "suas escolhas estratégicas" ou "a identi- ficaçáo de sua cadeia de valor" oii "desrnv~lvimento da marca" ou qualquer outra resposta que soasse inteligente. Insatisfeito com palavras da moda vazias, Lazier continuava pressionando, andando de um lado para o outro peta sala. "Náo! Pensem!" Finalmenre, algum aluno se avetiruraria: "Bom, eu nio sei se é isso o que você quer ouvir, mas acho que o grande problema é que eles náo váo conseguir pagar os funcionários na seniatia que vem. A empresa está prestes a ficar sem caixa." Lazier parava de andar, ia até o quallro-tirgro e escrevia drn letras enormes (realmente gigantesca, com pelo menos 0.5m de altura) unia única palavra: CAUCA. "Nunca esque~a", Lazirr diria. "Você paga suas concris com caixa. V o d pode ser luirarivo e estar hlido." Voci p o k rcr lucrativo e estar falido. A ideia nunca ocorrera à maioria dos alunos que trabalharam em gandes empresas. Na fase empreendedora, os 1í- deres têm dificuldades até de conseguir caixa suficienre para se manter, mas, A medida que uma organização cresce e cem sucesso, a consciência em relaçáo ao caixa se atrofia. Os líderes de empresas de sucesso se preocupam mais com a Iucros. Mas as organizaçóes não morrem devido i falta de lucros. Elas morrem de falta de caixa. Enquanto edito este texto no fim de 2008. estou dianre de uma impressio- nante noticia: a General Motors, o monumental símbolo do Poder Corpor* tivo Americano. está esperando uma sahaçáo do governo, i beira do fim da Estigio 4, à medida que seu caixa vai se esvaindo. Mesmo para uma empresa que já foi a maior corporação do mundo, a liçáo dr Lazier ainda se aplica completamente: você paga suas contas com caixa. A medida que as instituições descambam para o Estágio 5, entram em uma espiral descendente, cada vez mais fora de controle. Cada ciclo - busca desesperada de salvação seguida de decepção, seguida de outra ação desesperada na tentativa de ,I1 salvagão - esgota ainda mais os recursos. O caixa se esvai. As esperanças morrem. As opções diminuem. F j T A C . 0 5 . A E Y T R E G A A I R R E L E V A N C I A U U A M I ) R T E $3 Eiicontramos duas versóes básicas do Estágio 5. Na primeira versáo, as p6ssnas no poder passam a acreditar que se entregar oferece um resultado ge- i,a] melhor do que continuar a lutar. Na segunda versáo, as pessoas no p d e r coiitinuam a lutar, mas ficam sem opçóes, e a empresa morre ou se reduz i ir-relevância em comparação com sua grandeza do passado. Vamos analisar duas empresas, uma que escolheu desistir da luta e vender sua participação e a oiitra que continuou lutando sCi para acabar falida. DESISTINDO DA LUTA No fim dos anos 1980, a Scott Paper ficara t io para trás em relaçáo i P&G e i Kimberly-Clark que tinha pouca escolha além de assumir uma enorme divida para reinvestir em uma série de iniciativas desesperadas na tentativa de acom- panhar os concorrentes. Seu coeficiente de endividamento saltou para uma média de 175% de 1985 a 1994. As restrições de capital levaram a uma rees- rrirriiraçáo crònica e corte de custos: $1 67 milhoes em 1990, $249 milhóes eiii 1 93 1 e mais $490 milhóes i io inicio de 1994. A classifrcaçáo da dívida da Scorr caiii para ficar apena um pouco acima dos títulos de segunda linha.'3y E tudii isso quando o Conselho Je Admjnistraqao trouxe para a empresa o h m b o AI. Quando a analista K a t h v n McAuley ficou sabendo que Al Dunlap fora nomeado CEO da Scort Paper ein 1994. rapidamente pesquisou seu histórico de realizações. "Eu disse a mim mesma: 'Bem, o Conselho de Administrago veiideu a empresa."'14u Diinlap ficou famoso por seu apelido "Rambo de Ter- no", uma imagem reforçada quando ele posou para uma foto com tinta preta sob os olhos, cartucheira e duas armas auromáticas a s a s mas muito convin- centes, enquanto usava uma caniisa branca e uma gravata com o emblema de um 1 e ~ 0 . ' ~ ' Dunlap cortou mais de 1 I mil empregos, incluindo 71% da alta administração. Os lucros volcarani a suhir i medida que o cone de custos fluía direramente para os resiilrados fiiiaticeiros c Dunlap capitalizou o momento vendendo a antes gloriosa Scorr Paprr à ~rqui-inimiga Kimberly-Clark. Seria ficil nos concetitrar rni conia u Rdniho Al 13iinlap corporativo ga- iiliou oito digicos por um trabalho de menos de dois anos r como justificou eLse pagamznto escrzvzndo: "Eu soii lima estrela na minha irea, como Michael lordan no basquete e Bruce Springsteen no rock .n' roll. O nieii pagamento 84 C O M O A 5 G I G A N T E ; C A E r l deve ser comparado a estrelas de outras áreas, náo ao do CEO mediano."'q2 Mas Dunlap. apesar de toda a bravaca beligerante, foi o mecanismo da capitu- lação da Scori I'aper, náo sua causa. Se a Scots Paper não tivesse despencado pelos Estigios 1, 2, 3 e 4 - e náo tivesse perdido o controle de sua liberdade financeira -, Dunlap nunca precisaria ter sido chamado para queimar a aldeia a fim de salva-la. Nenhuma empresa que estudamos estava destinada a cair até o EstSgio 5 e cada uma delas poderia ter tomado decisões diferentes antes para reverter a queda. Mas depois que uma empresa caiu pelos Esthgios 1,2,3 e 4, as pessoas no poder podem ficar exaustas e desanimadas e acabar perdendo a esperança. E, quando você abandona a esperança, pode comgár a se preparar para o fim. Mas esperança náo basta; v o d precisa de recursos suficientes para conti- nuar a lutar. Se perder a capacidade de fazer escolhas estratégicas, forçado a tomar decisóes para a sobrevivência no curto prazo que ehfraquecem a empre- sa, as chances de uma recuperaçáo completa se tornam cada vez mais vagas. E isso é justamente o que vemos no trágico fim de urna das histórias de maior sucesso dos Estados Unidos, a Zenith Corporation. AS OP<OES vÃO SE ESGOTANDO A xicensáo da Zcnirh para a excelência remonta da primeira metade do si- çido XX. quando o excêntrico líder Eugene McDonald conduziu a Zenich a posiçóes dorninantw no mercado de rádios e televisores. Em junho de 1945, a Fomne publicou um grande artigo intitulado Comandance McDondd da Zenith", com uma foto de p á p i a inteira de McDondd posahdo com ob- jeros coletados em suas aventuras pelo mundo: um relógio marítimo, armas, relíquias de esquimós e até um pinguim empalhado que costumava ser seu animal de estimaçáo. O artigo mostrava McDonald pescando no Caribe, na- vegando com seu iate usando um chamarivo quepe de marinheiro que ganha- ra de um conde europeu, remando em um caiaque com esquimós, em busca de um tesouro de piratas no Oceano Pacifico, analisando ossos antigos de ~ l m a escavasáo, preparando-sç para pilotar um trabalhando em sua Jninha de ouro no Mkxico e lendo a ~Vdrianal Geographic em voz alta para os filhos.143 Visionária e agitado, Mcnotidd aplicou seu gênio aos negócios: foi c, precursor de rádios domésticos portáteis e conduziu a Zenith ao mercado de tc,lrvisores bgo no nascimento do setor. A Zenith entrou no Esrágio 1, O Excesso de Loiifiaiiça Proveniente do S~icesso, no fim da era de McDonald. A Zenith se tornou a fabricante numero 1 de televisores em preto e branco e cada dólar investido na Zrnjrli no inicio de 1950 e mantido até 1965 teve seu valor aumentado niais de 100 vezes, serando retornos acumulados que superavam o mercado em rnais de 10 vezes. Quando os televisores japoneses começaram a ganhar inipcto no mercado, a Zcnirh foi arrogante e ignorou a ameaça japonesa. Do potito de vista da Ze- r i i th, os japoneses (os japoneses, por Deus, com seiis prodiitos baratos) jamais poderiam impor uma séria ameasa à Grande Marca de Qualidade Anierica- na, um conceito traduzido no slopan "Zenith: a qualidade antes, depois o i ~ o r n e ' ' . ' ~ ~ A Zenith passou pelo Estágio 2. A Busca Indisci~linada por Mais, no fim da década de 1960 e inicio dos anos 1970. Depois de atingir a meta de ultra- passar a RCA como A fiibricanre niimero 1 de televisores em cores, a Zenith investiu em um eriortiir aiirncnto da capacidade de produçáo que dobrou sru coeficiente de cndividamenco para 100%. A Zenith também passou por um problemático processo de siiccssáa de poder. O comandante McDonald dei- xou a empresa nas máos de um CEO septuagenário e Joseph Wright como o presidente do Conselho de Administraçán. Wright acabou assumindo a posi- ção de CEO, mas, quando o sucessor que ele havia escolhido morreu, Wright se viu diante de limitadas opçóes de sucessáo. A Zenjth contratou um executi- vo da Ford, que acabou sendo nomeado presidente do L0nselho.'~5 A Zenith passou para o Estágio 3, A Negação de Riscos e Perigos, exter- nalizando a culpa (responsabilizando as praticas conierciais dos japoneses, a difícil situaçáo econômica dos Estados Uniiios, exigências sindicais, crises do Petrbleo e assim por diante), erri vez de ccin(roncar a própria hlca de competi- rividade. Sobrecarregada com excesso de capacidade, a Zenirh reduziu preços em uma batalha por participaçáo de mercado c assumiu mais dividas, o que reduziu seiis índices de lucratividade a níveis jamais vistos em 30 anos.14" A Zenith caiu para o Ebtágio 4, A Luta Desesperada pela Salvação, no tini dos anos 1970, agarrou com unhas e dentes uma série de oporruni- L dades, tudas ao mesmo tempo. "Para náo dizer que não tínhamos um plano, - . - - - . - u g w 0. e. 2;. 5 g.z 'V, C 2."- * 5 5 E 3 o" 5' m .a +- o E - 2 2 . O h m 3 - : p2. E 5 : e rn YP 5s p z- 3 0 2 0 n 0 3 3 E & 5 3 O Z E 5 . m 2 K $ . x .! 3 T. e. X ¢; E. * Y1 X 8, , g 4' 1: E. +t 5 0 a = , E. 9. fL x - J - . m c r" ci e 0 0 2 # ' k 3 3 g o ~5 g k $ ; &,, m , , z 3 n . 3 8 E. F* i+ E 2 g o > 8 0- E- g g 3. n 8 . E , O g - & ô a + , r". 0 , , í . P " $ C. P 5 % a $ & o E: E . 2 2 - 2 s , * c . 4 2 g v v 2 5 " 2 < k T p $ 9 O - p < Z ' W E " E n g : m, $- E. Fi o ? E w Q ? L 60 nJ 2 3 % e ""q- r ?i t ô i 0 0 c 22 nsv. J. 5 2 S. ;- 6 " ". " tas- E 2 p z s 2 E. $ 5 , E w ";L$:. o n 4 & '50 $. g a 2 % o g - Z ? @ g pari o @ Y - w 2 , w- g w 3 g z - -E g E - ? 3. P e " " c " ? ; g;;; : 7 n . w k m ~ ' 3 0 s p * R 2 , y L o p -- 5 E L E . - .E 8 E E,, g gq- 0 4 c C C z 3 m i ç 3 7 O 2 e 3 s ? ! 8 3 * & ó. 2 . p 0 1 n 5- R 5 $,? 3 F - . C @ r? z 2 =. 7 ! . & o p 92 9 3 T w s s n ~ p k 2 F ? . r u m ' 2 er, 3 b u g , C % o * > - Z + F 3 9 $ $ $ - g 8' C, e b c: 2 @ c - z g B ep 3 . : e g -n m g g x õ . &- < Q $ 8 -t 2:; * 5 - 5 * < 3 % " 3 ' 2 % 2 3 p . n R - O Z P . ' & % , E w n 3 3 kn 5. 5 s -2 2 . . * g - p 8 2 o 5" 2 o E* g.em õ 5 9 9 , " p a g ' a e ; g e - n ? Y % L ? 97 C c i h E I ) A s G l ( i A N T E 5 ( 4 E M revista Chi$fimitivc nomeou MulcAihy a CEO do Ano. No nioniento em que este livro é escrito, em 2008, a transição da Xerox se mantinha forte por sere anos - sem garantia alguma, é claro, de que a Xerox continuará em sua trajetória de ascensão, mas com a certeza de uma recuperaçáo impressionante em relaçáo ao inicio dos anos 20f10.'65 Xerox. Nucor. IBM. Texi Instruments. Pitney Bowes. Nordstrom. Dis- ney. Boejiig. HP. Merck. O que essas empresas tém em comum? Cada uma passou por pelo menos utna gigantesca queda em algum ponto de sua histó- ria e se recuperou. Algunias v e m a queda foi no começo, quando elas eram pequenas e vulnerávejs, e outras vezes a queda foi quando já eram empresas !grandes e renomadas. Mas ern rodos os casos, líderes surgiram para romper com a trajerória de declinio e se recusaram a abrir máo da ideia não apenas da sobrevivéncia, mas também da derradeira vitória, apesar de liderarem sob as mais extremas condições. E, como Mulcahy, esses lideres utilizaram o de- clinio como um catalisador. Como disse Dick CLark, o tranquilo diretor de produçáo de longa data da Merck que se tornou CEO depois de Gilmartin: "E terrível desperdiqar uma ri se."'^ Se tivérremar dercoberto que o declinio organiracional uma fun~ãa, antes de .'j -3 mais nada, de forças fora do nosso controle - e se descobrlssemos que os que I caem inwitavelrnente continuarao caindo ate a morte -, poderlarnos, com raráo, '4 entrar em desespero. Mas não é essa a conclus%o da nossa analise, náo se voc& '-3 identificar o declínlo nos Estágios 1,2 ou 3. E, em alguns casos, voc& pode at& con- ;i . reguir reverter a trajetbria a panir do Estágio 4, comanto que ainda disponha de i recursos suficientes para sair do ciclo de luta desesperada pela saivação, recons- ,# truindo a empresa um passo de cada vez. I Se você ainda não caiu, mantenha-se atento quanto h tentação de declarar uma crise na inexistência de uma. Lembre-se da filosofia de Gerstner: os li- deres certos tèm senso de urgèricia cm bons e maus momentos, seja diante de uma arneaga ou uma oportunidade, em qualquer circunstância. Eles sáo obb- cecados, atormentados pela compulsáo criativa e por uma mocivaçáo interna pelo progresso que se mantêm constanres diante de uma ameaqa ou náo. Criar unia crise quando náo existe uma ou gritar que estarnos em uma "plriraforma etn chamas" prestes a entrar em colapso em um incéndio espetacular, só cria ;cricismo. As pessoas certas impulsionardo aperfeiçoamentos, independente- rricnte de estarem ou náo em uma plataforma em chamas, e náo sáo muito ,i&itas i manipulaçáo. E, i e você já caiu e está diante de uma verdadeira crise, quanto antes rom- p c r o ciclo de luta desesperada pela salvação, tanto melhor. O caminho para recupcraçio reside, antes de mais nada, çm retomar priticas de gestáo bern (Linciamencadas e um rigoroso pensamento estratégico. No ApEndice 6. esbo- cri t r b casos dç empresas excelentes que cairam e se reciiperaraiii Ia IBh.1, a Nucor r a Nordstrom), c descrevi a recuperaçáo atravis das lentes do modelo das empresas feitas para vencer (resumido no Apêndice 7). Se você estiver ern bi~sca dc um curso de reciclagem sobre disciplina em gesráo, nunca é demais rever os clissicos, incluindo Drucker, Porter, Deming e Pctersl Waterman . N~curalmence, você precisa estancar a hemorragia ailtes e se certificar de náo ficar sem caixa, mas essa é apenas uma cirurgia de emergência, náo a recupe- raç50 completa. A qiiesráo é que, náo importa como a análise é feita, a falta dc disciplina em gestári se correlaciona com o declinio, e a ardente adesáo 3 disciplina em gestáo se correlaciona com a recuperaçáo e a ascensáo. Dito isso, ainda permariece a questão: O que dizer sobre "a tempestade perene da destruiçáo criativa". dcscrira pelo hmoso economista do século XX Joseph Schumpeter, em que a mudanya recriológica e os empreendedores vi- sionários subvertem e destroem a antiga ordem c criam uma nwa ordem, só para ver essa nova ordem destruida e substituída por outra ainda mais nova, cm um ciclo interminável de caos e s~b levaqáo? '~~ Talvez todas as instituições sociais do mundo moderno estejam diante de forças destruidoras ráo rápidas, grandes e imprevisíveis que todas as entidades cairáo dentro de anos ou dé- cadas, sem sxceqão. Será que ainda temos como impedir o declinio diante de uma turbultncia t io intensa? Enquariro trabalhávamos neste livro, meu colega hlorten Hanseri e eu esrivamris siniultaneamente trabalhando em um projeto de pesquisa de seis alios para estudar empresas que cresceram da vulnerabilidade i excelPticia rm am hirnres rigorosos caracterizados por mudanças rápidas e i mprwisiveis, t m mntraste com outras que náo triunfaram no mesmo rrrnbiente brzita/mente zurbulenro. Pense na seguinte analogia: suponha que vocè acorde num acam- pamento ao pe do Monte Everest e uma g a n d e tempestade passe por você. Voct pode se entrincheirar na segurança de siia barraca e deixar a tempestade passar. Mas, se acordar como um pequeno ponto vulnerável a 8.000km na encosta da montanha. onde as tempestades ~ á o mais intensas e se movem 94 C O M O A 5 G I G A N T E < C A t w , com mais rapidez, o ambiente é severo e implacável e tirdo é niais incerto e fora de controle, uma tempestade pode matá-lo. Acreditan-ios q i i e a maioria dos lideres dç todos os setores sinta que está metaforiiamrnte subiiido a montanha, se aproximando de ambientes cada vez mais rurhrileiitos e im- placáveis. Essa nova pesquisa está ampliando o nosso conhecimerito dos priiicipios e estratégias necessários para triunfar em um mundo turbulento t. eu gostaria de antecipar uma importante conclusáo aqui, que está dirernmrrire relacionada com a questáo do declinio corporativo. Quando o mundo gira fora de con- trole, quando os tumultos exrernos ameaqam subverrrr até os nossos planos mais elaborados, será que o destino permanece em nossas próprias máos? Ou devemos aceitar o fato de a destruiçáo criativa reinar suprema e que o sucesso será breve e efèmero, até para as melhores empresas? Nossa pesquisa mostra que é possível construir uma excelente insritui@o que sustenta desempenho excepcional durante várias décadas, e talvez ainda mais, mesmo diante do caos, da desordem, da incerteza c das rnu&tic;as violentas. Na verdade, nossa pesquisa mostra que, se vocé tem praticado os princípios da excelência desde o inicio, deve sc ajoelhcrr e remr par üniil p v c tarrbdência. Mas cuidado: se Ficar preso nos estágios do drclinio e m +ocas turbulentas - se sucumbir ao excesso de confiança, a tentar buer demais, à negaqão e i busca desesperada por soluções rápidas -, sua queda será mais rápida e mais violenta do que em ipocas de estabilidade. Eni 2008, A quase morte súbita de aigumas das maio- res con-ipanhias finaticeiras nos Esrados Unidos ilustra a rapidez com que gigantes podem cair num mundo extremmente turbulento. Se vocè caiu no dedínio, recame a sólida disciplina da gestão - agora! E, se ainda estiver forre, fique atento aos indicativos de declínio. Mas, acima de rudo, nunca se entregue h ideia de que um de sucesso deve inevitavel- mente seguir-se do decjinio ou da morce resiiltantes de forças fora de controle. O método de conrrasre de pares correspondentes que empregamos em nossa pesquisa (comparando resultados de sucesso com resultados malsucedidos, com o máximo possível de controle para selecionarmos empresas similar& em condiçóes ambientais similares) nos leva a uma importante conclusáo: as circunsdncias por si náo definem os resultados. É claro que sempre haverá a chance de uma catástrofe aleatória, e a vida náo oferece garantia de 100%; afinal, você pode ser o atleta mais saudável e mais esforçado da história e ainda ser acometido de uma doença incapacitante ou um acidente que pode acabar com sua carreira. Mas, tirando isso, a principai mensagem de n w o trabalho I U M A E S P E R A N C n J U 5 l I F I C : A [ I A Y 5 1 ~ o n tinua sendo esta: tiáo somos prisioneiros das circunstâncias, de nossas difi- ~iitdades, tiossa histciria, nossos erros ou até de derrotas descomunais ao longo Liii camin hri. Sonios lihcrtados por nossas escolhas. A marca dos verdadeiramente excelentes, em contraste com os meramente bem- sucedidos, náo e a ausência de dificuldades, mas a capacidade de sair das quedas, ate de catastrofes cataclismicas, mais forte do que antes. Grandes nações podem entrar em decllnio e se recuperar. Grandes empresas podem tombar e se recupe- rar. Grandes instituiçóes sociais podem declinar e se recuperar. E grandes pessoas podem cair e se recuperar. Enquanto v o d não for totalmente excluído do jogo, sempre haver6 esperanqa. Tudo o que precisamos é de alguns fachos de luz enquanto lutamos com as inevitáveis dificuldades da vida e do trabalho. No meu caso, essa luz muitas vezes provém do estudo de Winston Churchill. No iniciu dos anos 1930, a carreira de Churchill se deteriorara para o que a biógrafa Virginia Cowles cha- niou de "um atoleiro do qual parecia náo haver resgate". Já no fim da faixa dos 50 anos, engordando e perdendo cahelo, ele tem sido. em grande parte, culpa- do pelos transtornos financeiros da Grá-Rretai-iha na Depressão, rendo, conio secrerário do Tesouro britânico, reconduzjdo a Grá-Bretanha ao padráo-ouro. Ele rompeu com seu partido, isoiando-se das correntes predoiiiinarires devido 1 sua oposiçáo à autonomia indiana, se recusando ate mesn-io a se encontrar com Gandhi. Ele tem sido para sempre rotulado como o arquiteto da rragkctã da Primeira Guerra Mundial em Galljpolj (iim ~ I a n o fracassado de rerirar a Turquia da guerra e de atacar a Alemanha e a Áustria pelo sudoesre), que custou 213.980 vidas britânicas e iiáo teve beiieficjo algum; apesar de a Co- missa0 de Dardanelles tê-lo eximido de culpa, ele permaneceu maculado pelo desastre. A crise do mercado de aqiíes em 1929 custou a Churchill uma con- sidçrávei fortuna. E, em 12 de dezembro de 1931, ele foi atravessar a Quinta Avenida em ~ o v a ~ o r k , olhando para a djreira, para verificar o trânsito, como faria em Londres, em vez de olhar para a esquerda, como deveria fazer nos Estados Unidos. Os passantes ouviram um baque surdo quando um carro que se aproximava a mais de ?Okm/h atropelou Churchill, lançando-o a alguns metros de distincia. O acidente resultou em internaçáo no hospital, um longo processo de recuperaçáo e uma grave depres~áo.'"~ No final do primeiro volume de sua série "The Last Lion", William Man- diester descreve as condições de Churchill em 1932. Lady Asror fez uma visita ,i Joseph Stalin, que quis saber sobre o cenário político na Grá-Rretanha. As- cor começou a tagarelar sobre o poderoso e promissor Nevillc Chamberlain. "E Churchill?", perguntou Sraiin. "Churchill?", retrucou Astor, surpresa. Enráo, coni uma expressão desde- nhou, ela disse: "Ah, ele está acabado."IG9 Oiro atioj mais tarde, em 4 de junho de 1940, Churchill estava diante do Parl;lniento na posição de primeiro-ministro enquanto as divisóes de panxrs de Hitler varriam a França. Poiônia: ocupada. Bélgica: ocupada. Holanda: ocupda. Noruega: ocupada. Dinamarca: ocupada. França: em queda. In- glaterra: prepararido unid evacuaçáo em Dunquerque. A maioria dos lideres n-iundiais. inclusive niuitos ria Grã-Breranha, não via outra escolha além de cupi tuiac a Europa aos nazistas. Os rivais de Churchill esperavam que ele náo visse alterriativa dém de negociar a paz com Herr Hitler e os nazistas e espera- vam se beneficiar disso assuniindo o poder após a capitulaçáo. Eles ficariam decepcionadcis. hg~r rado às suas dnoraqáes, porque sempre temia que, sem seu texto cui- dadosamenre preparado, piidesse ficar sern palavras, Churchill fuzilou a Li- m a r i dos Comuns com os olhos e proferiu ns [artiosas palavras: "Nunca nos renderemos, e mesmo que - o que nem por um momsnco sequer acredito - esta ilha ou unia parte grande dela estivesse subjugada e esfomeada, entáo o nosso 1rnpiric.i dini-mar. armada e protegido pela Frora Bridniclii, conrinua- ria o contronro, atC que, a seu tempo, o Novo Mundo, com toda seu poder e cspleridor, avatyasse runio ;i salvação r h liberraçáo do Viill~o."~"' C hurchill náo apenas sc rrdiniiria ao dar voz à decisão da Grá-Brecanha de lucur contra o Eixo, como também ganharia o Przmia Nohel de Literatura, volcaria rnais uma vez como primeiro-ministro aos 77 anos, seria nomeado cavaleiro pela rainha e introduziria no vocabulário da Guerra Fria o termo "cortina de ferro" em seu alerta visionário sobre a agressáo soviética. Em 1941, na época mais austera que houve na lnglarerra, Churchill vol- tou 3 sua antiga escola Harrow, onde recebera noras vergonhosamente baixas, para fazer um discurso em uma cerimónia de enrrega de diplomas. O diretor da escola lançou olhares preocupados para Churchill, que caíra no sono, cabe- ceando durante a maior parte da ceAmÓnia. Mas, quando apresentado, Chur- chill subiu atE o pódjo, olhou para o grupo de rapazes e fez o seu discurso: "A liçáo é a seguinte: nunca desista, nunca desista, nunca, nunca, nunca, nunca U M A E S P E R A L Ç A J U S T I F I C A D A 97 - em nada, grande ou pequeno, importante ou náo -, nunca desista, exceto em casos de honra e bom-senso. Nunca se renda i força; nunca se renda ao poder aparentemente esmagador do inimigo." Nunca desista. Esteja disposro a mudar de tática, mas nunca desista de seu propósito essencial Esteja disposto a destruir ideias de negócios fracassadas, até a fechar grandes operações em que você tenha se empenhado por muito tempo, mas nunca desista da ideia de construir uma empresa excelente. Esteja disposto a evoluir para um portfólio totalmente diferente de atividades, até o ponto de se transformar em algo totalmente diferente do que é hoje, mas nunca desista dos princípios que definem sua cultura. Esteja disposto a aceitar a inevitabiiidade da destruiçáo criativa, mas nunca desista da disciplina de criar seu próprio futuro. Esteja disposto a aceitar a perda, a suportar a dor, a perder temporariamente algumas liberdades, mas nunca desista da crença na capacidade de vencer. Esreja disposto a fazer alianças com ex-adversários, a fazer concessóes necessárias, mas nunca - jamais - desista de seus valores essenciais. O caminho para sair da escuridão começa com aquelas pessoas persistentes a ponto de serem irritantes, que são absolutamente incapazes de se entregar. Uma coisa é sofrer uma derrota descomunal - como provavelmente aconte- cerá com qualquer empresa ou empreendimento social duradouro em algum ponto de sua história -, e totalmente diferenre é abrir mio dos valores e as- pirações que fazem a prolongada baralha vaier a pena. O fracasso é menos um estado físico e mais um estado de espírito; o sucesso é cair e voltar a se levantar, vez após vez. CRITERIO i: CANDIDATAS A SEREM EMPRESAS EXCELENTES EM ALGUM MOMENTO DA H I S T ~ R I A Uma empresa se qualifica como candidara se arender a qualquer uma das con- diçóes a seguir, a, b ou c: a) Selecionada como uma empresa visionária em Feztapara durar ou uma empresa que fez a rransiçáo de boa a excelente em Good to Great Empre- sas fiitns para vencer. b) Selecionada como uma empresa de comparaçáo em Feztas para du- rar ou Good to Great: Empresas feitrts para vencer e que apresen- tou, em um periodo de 15 anos, retornos acumulados das açóes que excederam em três vezes o mercado geral em algum ponto da história da empresa. Observe que nosso mitodo de pesquisa envolve o estudo de empresas em períodos especificas na história quando elas satisfizeram critérios de desempenho específicos. As empresas podem atingir um alto nível de desempenho durante um periodo e cair durante outro posterior (o tema do presente estudo); de forma similar, as empresas podem apresentar um desempenho abaixo do padráo durante um periodo e dar um salto para um desempenho excepcional durante outro posterior (o tema do estudo de empresas feitas para vencer). i. Excesão: Se o candidato satisfizer o critério 1 b somente nos 12 meses finais antes de ser adquirido, deve ser excluído porque os retornos das açóes podem ter sido artificialmente elevados devi- do a especulaçóes relativas à aquisi@o. ii. Exceçáo: Se o candidato atingir um desempenho de três vezes ou superior em relaqáo ao mercado geral ao longo de 15 anos somente como um "padráo de pico", em vez de apresentar um desempenho sustentável, deve ser excluído. O teste para definir um "padráo de pico" ao longo de um dado período de 15 anos é: (1) Calcular o aumento percentual dos retornos acumulados em relaçáo ao mercado geral ao longo do ciclo de 15 anos du- rante o qual a empresa apresentou um desempenho superior ao mercado em mais de 3X; (2) calcular o aumento da porcentagem em retornos acumulados do inicio do período de 15 anos até exatamente 10 anos a partir do início do período; r (3) se a razáo do cálculo 2 dividido pelo cdculo 1 for 0,20 ou inferior, o ciclo é considerado utn "padráo de pico". A tabela a seguir ilustra ris cjiçulos de padráo de pico. Inicio do período de 15 1 ,OX o mercado anos, acima de 3X do período de 15 anos do período de 15 anos CAculo 2 25% Cllculo 1 300% 21 0% Razáo de 2 dividido 408 Considerado um Não e considerado padrio de pico iii. Exceçáo: Se o candidato teve mais anos negativos do que positi- VOS durante a fase de 1 5 anos de desempenho superior a 3X, deve ser eliminado. No caso das empresas de cornparaçáo para as quais náo hcijspunharnos de dados de retorno das a ç k que se estcndwn o suficiente tio passado para nos permitir a avaliaçáo dos retornos durante os anos mais fortes da em- presa, podemos reunir evidências indiscutíveis de que a empresa atingiu um sucesso significativo antes da disponibilidade dos dados do CRSP. As evidencias devem ser incluídas em u& categorias: (1 ) evidências de resulm- dos finariceiros que posícionam a empresa como uma das maiores e mais bem-sucedidas empresas de seu setor, (2) evidências de que a empresa teve impacto signifimtivo no desenvolvimento de seu setor durante seus meiho- res anos e (3) evidências de que a empresa manteve um forte desempenho e causou impacto significativo por pelo menos duas décadas. Empresas eliminadas: Chase Manhartan, Columhia Pictures, Great Wesrern, Howard Jrihnson, Kenwood, Norron, Silo, R.J. Re)-nolds e Upjohn. CRlTÉRIO 2 : CANDIDATAS AO DECLINIO - DE UMA EMPRESA EXCELENTE A MEDIOCRIDADE OU ALGO PIOR Das empresas que passaram pelo Critério 1, se quaiifica como candidata se atender a uma das condiçóes a seguir: a) Selecionada como uma empresa visitinaria em Feitas para durar ou uma empresa que realizou a r ransiçáo de boa a excelente em Goad to Crrrrt: Empresasfeitas para vencer, e que apresentou inflexáo nega- tiva de 1995 a 2005. Uma "inflexáo negativa". no caso, é definida como geradora de retornos actirnulados das açóes de 0,80X ou me- nos em relaqáo ao mercado geral de l Y de janeiro de 1995 a l de janeiro de 2005. b) Selecionada como uma empresa de comparação em Feitas para durar ou Good to Great: Empresa Jeita5 para vmcer, e que apresentou retornos acumulados das ações de 0,80X ou menos em relaçáo ao mercado geral ao longo de um período de 10 anos (ou até a ponto de ser adquirida ou abrir falència, se o declínio durou menos de 10 anos) e a empresa náo conseguiu recuperar os retornos acumulados das açóes de 3X o mercado geral ao longo de um período de 15 anos posteriormente em sua história. I Empresas eliminadas: 3hi, Abbott Labs, Amerjcan Express, Boeing, Chrysler, Citicorp, Colgate, Fannie Mae, Ford, GE, Gilletre, Harris, IBM, Johiisoii & Johnson, Kjinberly-Clark, Kroger. Marriorr, Nordstrom, Pfizer, Philip Mor- ris, Pitney Bowes, Procter & Garnble, Texas Inscruments. Walgreens, Wal- Mart, Warner-Lambert e Wells Fargo. N E G ~ C I O S SIMILARES: O candidato a contraste de sucesso e a empresa em declinio atuavam eiii negkios similares no ano de seleção do contraste. Em cada caso, desenvolvemos uin sistema objetivo par+ calcular o nível de sobre- posiçio doa negbcios, o que lios permitiu pontuar cada candidato em uma escala de 1 a 4. PORTES SIMILARES: O candidato a contraste de sucesso e a empresa eni declí- nio apraentavam porte comparável no ano de seleçio d o conrraste. Pontuaf,io 4: se o coeficiente de receita estiver entre 0,80 e 1,25 Ponnrngáo 3: se o coeficiente de receita estiver entre 0,60 e 0,80 ou entre 1,25 e 1,67 Pontuação 2 se o coeficiente de receita estiver entre 0.40 e 0,60 ou entre 1,6? e 2,50 Poirttqdio 1: se o coeficisnte de receita estiver abaixo de 0,40 ou acima de 2,50 IDADES SIMILARES; O candidato a contraste de sucesso e a einpresa em declí- pio apresentavam idade comparável no ano de selcção do contraste. Pontudçáo 4: se tanto a empresa em declínio quanto o candidato a con- traste de sucesso foram fundados atices de 1950 ou se o coeficiente de idade estiver enrre 0,90 e I , 1 I Ponmaçúo 3: se o coeficienrc de idade estiver entre 0,75 r: 0,90 ou entre 1,11 e 1,33 I'onwapio 2: se o coeficiente de idade estiver entre O,SO e 0,75 ou enrre 1,33 e 2,00 P o o a ~ ~ d o I: se o coeficienre de idade estiver abaixo de 0,50 ou acima de 2,00 Poatuqrio 4: se houve uma diferença de 0?,h a 10% dos retornos acu- mulados das açóes Pont~mgáo 3: se houve uma diferença de 10% a 259'0 dos retornos acu- mulados das açóes Pori t~ufiu 2: se houve uma diferença de 25% a 50% dos retornos acu- mulados das açóes P o n ~ ~ i o I : se houve urna diferença de 50% ou siiperior dos retornos acumulados das açõcs DIVERGIIICIA DE DESEMPENHO: O candidato a contraste de sucesso apresen- tou um desempenho substancialmente melhor do que a empresa em declinio a partir do ano de seleção do coatraste até 10 anos depois. Ponmq-20 4: se o coeficiente de retornos acuniulados das açóes do can- didato a conrraítr de sucesso em rela@o i empresa em declinio for superior a 3.0 Pontuar& 3: se o coeficietire de retornos acumulados das açóes do can- didato a contraste de sucesso em reIaçáo à empresa em declínio esrivsr entre 2,O e 3,0 Ponuqdo 2: se o coeficiente de retornos acumuIados das ações do can- didato a contraste de sucesso em refa~áo i empresa em declínio estiver entre i ,? e 2,0 Pontzraçáo I: se o coeficiente de retornos acumulados das açóes do can- didato a conrraste de sucesso em relação à empresa em declínio estiver entre 1 ,O e 1,5 Excfuir mtnmuticarrrmte a ~ptlpre~u: se o coeficiente de retornos acu- mulados das açóes do candidato a conrraste de sucesso em relaçáo i empresa em declínio for inferior a 1 ,O DESEMPENHOS S IM ILA RES: O candidato a contraste de sucesso e a empresa em declinio apresentaram retornos das açóes comparaveis nos 10 anos que precederam o ano de scleçáo do çnnrrasce. TESTE DE EXCELENCIA: O candidato a contraste de succsso ~Frcsentou forte desempenho a parrir do ano de scleção do contraste ao lungci de 10 anos no h t u r o e tinha forte reputaçáo corporativa. A pontua~ao rein iiiício com 4 pontos. N e ~ ~ h i l ) ~ ~ l dedzqáo: se o coeficientç de seus retornos ricumulados das açóes em rzlaçáo ao mercado geral h r superior a 2,5 Deduzir O S : se o crieficiente de seus retornos acumulados das aqóes em relaçáo ao mercado geral estiver entre 2,0 e 2,5 Drdrizir 1,0: se o coeficiente de seus retornos acumulados das açóes em rc1ar;jo ao mercado geral estiver enrre 1,5 e 7,0 D ~ d ~ l z i r 1 3 : se o coeficiente de seus rerornos acumulados das açóes em relaqão ao mercado geral estiver entre 1 ,O e 1,5 Dcdzszir 2,0: se o coeficiente de seus retornos acumulados das açóes em relação ao mercado geral estiver entre 0,s e 1 ,O ExcIuir ~ u r n r n ~ ~ r i ~ x r n ~ n t e a cmpresd: se o crieficie nte de seus retornos aciimulados das açóes em reiaçáo ao mercado gera! for inferior a 0,80 Se a posigáo da empresa na Fortune de "Empresas Mais Admiradas" para o setor no ano da selqáo do contraste e 10 anos no h t u r o for: #I, nenhunia deduçáo #2 oii #3. deduzir 0,5 a4 ou inferior, deduzir I ,O Pontua~ão dor candidatos a contraste de sucesso para a Circuit Clty - Pontuação dor candidatos a contraste de sucesso para a HP - - Best Buy Wal-Mart Radio Shack 18,s 14,O 11,O 'P, IBM ganhd ria de<err,~~r+ fio critario de negocios simitarer. Pontuacão dos candidatos a contraste de sucessa para a Merck 7 I Apple Intel Sun Microsystems Pontuaqão dos candidatos u contraste de sucesso para a Motorola 1 1,O 10,s 9.5 Johnson & Johnson Pfirer Abbott Labs Eli Lilly Wyeth 5chering-Plough 19,O 17,O 16.0 16,O 15,5 14,O I Texar Instruments IBM GE Intel Harris I Applied Materiais Cisto Emerson -. 173 15,O 14,5 14,5 14,O 1 1 ,O 11,O 10,5 Pudemos identificar uma empresa de contraste de sricc3so para cada empre- sa em dedinio, com exceçao da Rubhermzid. No caso da Kuhbcrrnaid, co- meçamos com 26 possibilidades. Depois de el i inin~r crnprcsas por falta de semelhança nos negócios, perda d< indeperidêticia durdrirc o periodo do estu- do, falra de informaçóes disponiveis sobre o d ~ s s n i ~ e n h o , pelo fdto de serem empresas de capital fechado ou desçnipenho i tisat is tCitbrio, riáo encontramos nenhuma ernpresii que se qualificasse como uni contraste iic ';i~ct.sso viável. O grupo de estudo final de casos de contraste de succsso 2 ni<iitrnrio a seguir. I? interessante notar que o contraste de sucesso para uma e1riprrs.i i a Mororola, em contraste com a Zenith, durante os anos 1970) se torilou uma etripresa em declinio nos anos 1990. Nada garante o sucesso duradouro! FANNIE MAE E A CRISE FINANCEIRA DE 2008 Empresa em decllnio A&P Addressograph Ames Bank of America Circuit City HP Merck Motorola Rubbermaid Scott Paper Zenith I i~cluimns a Fannie M a e em Good to Great: Empresasfeitaspara vencer de- vido a seu extraordinário salto de desempenho no inicio dos anos 1980, sob o comando de David Maxwell. Sob a liderança de Maxwell, a Fannie Mae se transformou de um órgáu burocrático com garantia do governo em iim dinimico cmpreendimento nos mercados de capital, gerando retornos dcutnulados das açóes substancialmente acima do mercado. O periodo de 30 atios dos retornos acumulados das açóes, utilizado como base para sele- cionar a Fannie Mae para Good to Greut: Empresasfeitlãr para vencer, foi de 196') a 1999, e nossa pesquisa referenre 3 Fannie Mae se concentrou nesse periodo. Infelizriientc, a Fannie Mae dos anos 2000 cxemplificou justamente o con- trário: de excelerirc a boa e a praticamente extinta. Como já mencionei, náo incluímos d Fannie hlae na análise completa deste livro pela simples razáo de que, quando selecionamos nosso grupo de estudo de empresas em declínio ern 2005, a Fannie Mae Ie outras instituiçóes financeiras do nosso banco de dados) ainda náo havia caido. de modo qiie 11,io rinda se qiiaiificava para o cstiido. Em vez de incluir a Faiiiiie h l a r no projeto dt: praquisa ria tíltima hora porque ela estava nns iiorici.írir>~ dn iiloiiirrirci. rircidi ii-iclair um breve comentário neste apkiidic~. Contraste de sucesso Kroger Pitney Bowes Wal-Mart Wells Fargo Best Buy IBM Johnson & Johnson Texas Instruments Nenhuma qualificada Kimberly-Clark Motorola * Z ~ B 2 5 c : , 2 . u ;.% F 1 Y m c. - u L n * E t o g a 3 . z . h i t g G. 2. R O E. 2 8 g z p v . @ ;a n c. G -21 Y P 0 m 3 P v, g,na ? V - . ; -. > E. -. " YI g " G . 0 g 5 N 2 2 -F- 9 2 3 g ; 5 9 3 t;. . .O ! o g o m o 5 E 5.2 3 VI " " B : k g 3 w - .mv, 5 3 2 0 G a , p c . , ! 4 + 3 L 1 o E. t, 2. cfl p; P) p Z E . 4 " $ % g g a m o ~ a n ~ E E . 2 .. -+ O 3 3 5, 5 % " g 8 > $ > . . B 5. g 2, 5. o" ? v z g 'GIZ 2 3 E. 2 c F -. E-Q p. O "I, e 2. 2 " ç. Y. 3 I 2 7 E c rp z k z k a c ; g 2. 3 3 E1 2 YP 2 H W n n O e - 9 , â g 0 0 w " 3 e . , " , n g i s 2. 2. $ 'L. -I w z $ 3 zd n pi 9 O giganrç ferido dai hiporec~s $urgiu do acordo contibil para encontrar un-ia crescente bolha imobiliiria e ~grcsqiva concorrkncia de enipreras como a Couritrywide, Lehman Brorhcr5, Sear Srcarns, entre ~ i i t r a l . " ~ A Fannie Mae intensificou suas arivid~de5 em hipotccri\ subpritnc, emtiora não tdnto quanto algumas outras emprrmr.lxl Corno citn esccutivti da F ~ n n i e Mae di ix AO The New Ynrk Tzma: "Todo mundo sahi.i que rrWv,~nicis comprandíi empristi- mos que antes havi~mos rrjeicada c que o s tiioclelcis nos diziam qiie es thamos cobrando muiro pouco. h l ~ s a nossa ordcni era rios niantermos rclevantes e atender aos miituáriai; de b a i ~ a rerid~. Enrio foi o que fizet~io~."~" Quando a bcilha imobiliiria explodiu, a Fdnnie hiar dcclarou perdas de %2,2 bilhóes no primeirci triniesrre de 2008 e de $2,3 bilhóes rio segunda tritiicstre. Para ajudar a impedir o colapso de todo o sistema firianceiro dos Es tacicis Unidos, o gciverno americano colocou a Fannie Mae e o Freddie Mac em um plario de reabilitação, com a meta de recstruturi-10s até ZO10.135 Veja dguinas observaçóes e liçóes: As instiniiçóes financeiras tem lima relaçáo peculiar no que sc refere aos L- tagios 3, 4 e 5. Divido aos altos níveis de alavancagem que os empreendi- mentos firiaiiceiros costumam utilizar, uma série relativamente pequena de perdas pode gerar uma perda poten~ialmerite catastrófica. As instituiçks financeiras presas em uma espiral descendente de riscos que se concretizam cair do Eqtlgro 3 direramenre ao Estágio 5 , afundando táo rapida- mente que lhes resta pouco tempo para lutar pela salvaçáo. As crnpresas que já escão nos estágios de declinio sáo extremamente vulneráveis i turbulência. Se a tempestade financeira de 2008 nunca rivesse ocorrido, ou se náo tivesse sido táo intensa, talvez a Fanriic Mae tivesse a oportunidade de reverter o próprio declinio e recuperar a exce- Itncia sem prccisdr de ajuda. Ela essa oportunidade na calami- dade dc setembro dç 2008. Impressiona ver como os esrágicis de dedinio - O Excesso de Confiança I'rovenienrc do Sucesso, A Busca Indisciplinada por Mais, A Nega+ de Kisços e Perigo&, A Luta Desesperada pela Salva5áo (que o gciverrio nos livre!) e. por fim, A Entrega 3 Irrelevância ou 1 Mortç - sç apli- cam relativamrntr hein n i o ,apriias a enlpresas indix~rludis, mas talvez. t ~ n i h c i n a iini setnr inrrjro. cnrnri os sen.icv,s firi,ariceiros ou a indústria ~urririiiibiliitica a i i l r r i r ,~~)~ . hlesmo arciin, \ale observar que as empre- \.a< n ã o prrcihaiii s r i r r criiiio vitiiiiar dr ~ u s setores. Neni todas companhia\ tjnançeiras tombaram durarite a crise de 2008 c ~ l g i i m a ~ bciicficiaram da oportunidadç para he aproveitar de ciinccirrenrtl mais fracos rio rneio da confusáo. Finalmeilte, eis uma liçác~ prilêmica: cuidado com o excerso de c o n f h n - ça que pode surgir coni o zelo inissionário. No estudo F~ismpnrd durar, Jcrry Porras c cu descobrimos que excelentes e duradciur~.r emprrras se atem com paixio a um corijurito de valores essenciais areniporais c. seguem uni propósito essencial, além dc meramente ganhar dinhriro. iMas cssas çmprçsas tambim têm um risco a adminirrrar: rer uin 5eni;o quase pretensioso de seus valores e propósitos ("N ts sonios os moiitihos nesta história") pode tornar a emprcsa mais vulncrivrl aos Estigio*; I a 3. O zelo missionário da Fannie Mae para expandir o Soriiio litiirric~- no da casa própria ao rnaior número possível dc amct.icatios ccinrrihi~iu, em parte, para siia arrogância, sua busca de crcsiimentci e X P iie~i perfil de maior risco. Sempre que as pessoas conieprri a coiifundir a nobreza de sua causa coin a sabedoria dç suas a~óes - "Somos pessoas boas ten- t a n d o r r d l i u r um3 ç a u s ~ riolire e, portanto, nossas decisóes sáo boas c sihias" -, podriii se desviar niais hcilmcntç de siias trajetcirias. Decisóes riijns tumadal; com boas intenqíies continuam sendo decisões riiiris. rn 4 - - u 3 $ ; g o 3 " n m O m n z n o 2 2 - r n w u à ~ q o ~ : * " õ o m ~ ; , o o ? ~ ~ . m N Z r n o $ ' % g w o - 2 3 ~ g $ 3 m O ~j~~~ c X E =. Vi 7 m z n K . 2 a , , , c 3 : g i m , e",; c z ; o 3 * $ z g o o a r 'e 0 3 4 ,, a $ 2 . 2 + 3 s s 2 % ; - R n P 2 . o s m. 2 8 rnvg w ~ . ? $ 2 ' " 3 $ O i G !'t a w A Q % > r + > 2 o:, g z 2 FD , 0 0 n p o 0 - 1 2 2 ; E P 8 ~ n p 2 2 * 1 3 ; 3 " 3 2 ::E o w 9 . I m o v a z 2 8 2 ; n l . c . " O a O.' 3 2 9.2" = 5 ' w m ? 3 1 ~ Ames, Estdgio 2: 1982-1 988 i Cresceu realizando uma série de aquisiçoes significativas. Passou agressivamente de um foco rural a um foco mais urbano.188 i Embarcou em empreendimentos experimentais em Isjas de produtos de papelaria, de variedades e de artesanato e passatempos. i Adquiriu a rede de lojas de departamentos Zayre, esperando mais do que dobrar o tamanho da empresa. i Multiplicou as vendas cinco vezes em um período de cinco anos, de 1983 a 1 988.189 Bank of America, Estlglo 2 1970-1 979 Promoveu uma grande expansào internacional. Nos anos 1960, passou de menos de 20 a mais de 90 agencias internacionais e, de 1971 a 1977, aumentou mais de três vezes os ativos em agências e controladas no exterior. Descentralizou a autoridade pelos empréstimos internacionais, de modo a aumentar o crescimento empresarial em mercados estran- g e i r o ~ . ' ~ ~ Comprometido com a açao, o CEO A. W. Clausen afirmou: "Nossa palavra- chave deve ser 'açáo' ... Nossos erros devem ser erros provenientes de tomar uma declsao, não os piares erros da indecisão."lgl Lançou uma parceria de venture capital para investimentos díretos de alto risco em pequenas empresas de te~nologia.'~~ Dobrou o património liquido de 1970 a 1 974, e quase repetiu o feito de 1 974 a lg79.lQ3 r Transformou o BankAmericard (inventado pelo Bankof America) no onipre- sente cartão Visa.lP4 i No fim dos anos 1970, aumentou significativamente as hipotecas de taxa fixa, empréstimos agrícolas, empréstimos para construçâo e empréstimos para países de alto risco na América Latina e na Africa.lq5 Circuit City, Estágio 2: 1992-1 997 i Dedicou-se significativamente ao crescimento. Afirmou, em 1996, que sua meta era mais que dobrar a receita para $1 5 bilhoes ate o ano 2000. Pre- via crescer para 800 superlojaç ate 2000, um aumento de 80% em relaçao a 1 997.lW i Multiplicou 2,7 vezes a receita (de $2.8 bilhaes para $7,7 bilhões) em um período de cinco anos, de 1992 a 1997, com uma taxa de crescimento medi0 de 22% ao ano. a Empenhou-se no desenvolvimento do CarMax como um novo e ernpolgan- te negocio. Em 1997, o CarMax havia crescido de zero para $510 milhões em receita. Emitiu 5412 milhões em valor acionário em 1997 para financiar o crescimento, com a meta de se expandir para mais de 80 lojas CarMax até 2002. lg7 i Deu inicio ao desenvolvimento do Divx, uma nova tecnologia de video do- mestico que permitiria um sistema de locago sem necessidade de retorno para assistir a filmes em casa.lM HP, Estdgio 2: 1992-1 997 8 Multiplicou 2,6X a receita (de 516,4 bilhóes para $42,9 bilhões) em um período de cinco anos, de 1992 a 1997, resultando em um crescimento médio mais rápido do que o atingido no período de 25 anos de 1966 a 1991 . I g q i Acelerou o desenvolvimento de novos produtos. Em 1993, 70% das vendas da HP provinham de produtos lancados nos dois anos anteriores e ate 30% eram provenjentes de produtos lançados até uma década antes."] Em 1996, foi escolhida pela Forbes como "A Empresa de Melhor Desempe- nho" dos Estados Unidos, superando a GE, a Johnson & Johnson e a Intel. O artigo foi intitulado "Melhor desempenho corporativo de 1995: os escotei- ros se amotinam".l0' O CEO Lew Platt declarou guerra contra a complacência e preparou a HP para inovar. "O medo da complacência e o que me mantbm acordado à noi- te', ele disse. 'Você deve se adiantar ao fato de que o que rendeu seu suces- so no passado não garantirá seu sucesso no futuro." Platt acreditava que a melhor defesa era a renovagáo e a autodestruicio preventiva. Vai contra a natureza humana, mas v tx9 precisa matar seu negocio enquanto ele ainda est6 dando certo", declarou. "Meu trabalho é manter um ambiente que in- centiva a paranoia sauda~el."~~' Dominou o setor de impressoras com um ciclo similar ao da Intel de ataque aos concorrentes: crie a prbxima geração de produtos melhores assim que seus concorrentes alcançarem a geração atual, destrua a concorrencia com uma feroz determinaçáo de preços e depois repita o ciclo, rapidamente. Aplicou esse modelo a computadores pessoais e passou de niimero 1 1 a número 3 em quatro anos.203 8 Fez uma significativa incursão no e-commerce, com a compra da Ve r i f~ne?~ Avanqou o conceito de um "utilitário de informação" para conectar disposi- tivm digitais com a mesma facilidade com que se plugam eletrodomesficos a uma parede e entrou na fotografia digita1.205 w m Õ ~ P E $ ~ . w ~ m . a o EL>%rn c g 3 á _ f i , ? m c ~g ~ Q c 5 3 C , a 3 a w ri 2 y ~ 3 P3.e s$;* a i + - 3 ' 0 - r n e m m 6. s n 2 g B " ò 2 3 0 ~ i n a a a ? 3 G X 5 5 1 -. g , - 0 3 D a 3 0 w rn w r r i c u n n o = = . D U D q 3 ~ 0 ~ ~ Z ~ ~ ~ a 3 ; 3 ~ m , 3 ~ " ~ - Y , < , D $ 3 O E . : ' Y " O o c. Z ~ P oi $.T , o 2 E 8 , n c m n a = . , $ $ ; $ - 2 $ E + m , , , N w " 5 + c - 2 i . Q : p ; g - E z ; g " J ~ w $ ~ 2 ~ p ~ - a a, - " " a s . 2 d a . ; $ * o i n m I vi a $ g ? a z i - . m - c i . à 2 ° k - 5 5 2 : a = . 1 ! a a ! * 1 3 $ " i 2 k 7 a : ; , n m - m O C y E 3 . $ C 3 O 3 - 7 o g R. -2 g 'P - z ..-1 a o $ 5 2 ! ~ % ~ ~ ; g g q . z O ; P ; Q m $ " , 5 E 3 3 0 0 , a K C " - C 2 3 m n a n 3 . n m.r = ?: ; w o m : 3 0 . r c - a c - e o a N ~ R W. Z - - k & $ Z * 2 . 7 E a , . H 2 m w ' G Z $ 2 p . 6 . = m , q. 8 , ; o $ $.a W ? Z . a 3 & < a 7 r e ~ 0 ,-I 2 % 0 . " 7 3 ; " . n i * " : ~ r a g ; 3" sw.- f i 0 8 a 3 2 at 3 3 E * inn 8 3. 2 3 3 g o ~ 2 Õ E . C 8 510 O m ~ m 3Ln = 3 ?' f . C . 2 * & a A $ " @ - a g ~ o ~ , ~ 3 ~ 2 . : o c ; ~ 5 O g < ~ 3 n a D g c E , = , N P I I a a o ~ u -' rn 2 3 3 a 3 'L f,gg : $ $ c s c a n . e ; a g % 3 -2 , g ,,, 8 B Y ~ a m : , e Z Y . ~ : 3. 2. 2 . 2 . -A i r i a i ~ ~ , 3 i r i m c ~ o L Y õ ~ E : E. vI 3 0 1 2 : ~ ~ w 3 3 3 0 c . g 7 m y g C " 3 > O m , ~ < 2 2. Õ z 3 n o 3 ' ~ g m , ; ~ s . , 2 % " . 3 N O s ,-i a b - õ tN 2 2 3. E g S ' P c m ê . 2 0 - , - r , - n, Z : & S g 5 .,,-.- a 3 8 ' - E G g s I I w 7 2 õ 2 : 3 g V : n x , s . w X 2 3 L: $ 2 a 1 ~ n r n g n a * . w u ; z 0 5 V , m . 2 ; S , ~ : $ E , : Q P m m I F w o $ . c i n T % o, 3 ILn K o , c , , p = a w a n ~ g g g g ; i g a g :: E w q . " a 0 ::=50:2 5 3 3 RI ? m - 2 y p y q g z ( : p m = ~ g ~ - i ~ ~ > n a ã = . n , 5 2 -.o hD 0 w 5 0 " F g 3 w 7 3 ; 9 2 , p G 3 S a -0 - 0 2 3 m E . I . à O g è g 3 g 5 g s C o 8 9 . O 5 . e ~ 6. 0 s . K y n ; 5 ' r p Q z N - s 8 g w + z " 8 m 3 3 e 3 7 , m a , ~ 3 n - w - . 2 ff E ; " " " E , g I Z . Q , - 2;5:3 c n m m n m n w , 0 7 O - ? , $ O m o m 2 B m m - . m '..caa c rn Casos que demonstram significativa complacência A&P, Estágio 2: 1958-1 963 i Ficou conhecida coino o "Reino dos Eremitas", com uma reputaçio de iso- lamento e resistência a qualquer mudança. "Nio se Iiita contra 100 anos de S U L ~ S S O " , 5e tornou um lema interno comum.132 i Quarenta por cento das açoes do fundador foram alocador a Hartford Foun- dation, o que demandou altos dividendos. De 1958 a 1962, transformou lucros recordes em dividendos recordes, pagando mais de 90% em dividen- d o ~ . ~ ~ ~ Investiu menos em novas lojas do que os concorrentes. Em 1962, "com 33% do volume e 36% do numero total de lojas, gastou apenas 18% dos investi- mentos de capital em lojas feitos pelas 10 principais rede^".'^ i Permitiu que as lojas caíssem em decadencia. Ficou presa em um formato de loja obsoleto, enquanto os concorrentes começavam a investir em for- matos de lojas maiores que viriam a se tornar super l~ jas.~~~ TABELA DE EV IDENCIAS - A Li lTA DESESPERADA PELA SALVACÃO - A&P Em queda no inicio dos anos 1970, a empresa deflagrou uma guerra de preqos no setor - que um concorrente chamou de "uma açao desesperada que estd jogando o setor no caos" -, corivertendo mais de quatro mil lojas da A&P para um novo formato que chamou de WEO (Where Econotny Originates" - onde a economia se origina) e vendendo a preços abaixo do custo para reconquistar participação de mercado.'36 Contratou um carismático CEO salvador externo. Apostou em uma nova divisão de combinution stores do tipo "Family Mart", vendendo de tudo, incluindo televisores, páo, leite e cenieja. Lançou novas campanhas de propaganda para mudar sua imagem. Após um breve retorno a lucratividade, caiu em uma série de perdas, o que desgastou ainda mais o ba- lan~o patrimonial. Saiu em busca de outros sakadores, inclusive investimentos de uma empresa alema e ainda outro CEO e~terno.~" Addressograph No inicio dos anos 1970, passou por um significativo declínio dos lucras devida a fracassos de produtos e atraiu um CEO externo da Honeywell com um gran- de bônus de contratacão em dinheiro e participa~ao ariondria, mas que não conseguiu reverter o declínio. Voltou-se a outro líder carismatico de fora que lançou a empresa em uma traumática reinven~ao. Depositou as esperanças em uma estratégia de salvação. mergulhando no Escritbrio do Futuro. IA estraté- gia, de acordo com um executivo da Addressograph apenas alguns anos mais tarde, foi "dar um grande salto de onde [a Addressograph] estava em meados dos anos i 970 a talvez 15 anos no futuro. O salto n3o foi como planejad~" . '~~) Ames Apos a aquisicão da Zayre, caiu em proteçao contra a falência. O novo CEO trouxe uma equipe de executivos contratados para salvar a empresa. Saiu da falência com outro novo CEO, que escreveu em seu primeiro relatório anual: "Antes e durante o Chapter 11, a Ames tentou várias estratégias de merchan- dising e rnarketing que podem ter confundido muitos clientes tradicionais da Ames." Em dois anos, trouxe um novo CEO, que deu inicio a uma "transforma- çao fundamental" da empresa, mudando mais uma vez a estrategia, dessa vez para "compras oportunistas e micromarketing", deslocando a ênfase no mo- delo de pretos baixos todo dia para se concentrar em um grande estoque e implementar novos programas edravagantes a fim de atrair clientela. Em 1998, embarcou na aquisiçao da Hills Department Stores, praticamente dobrando o tamanho da empresa da noite para o dia. Foi liquidada menos de quatro anos mais tarde.239 Bank of America Em meados dos anos 1980, começou a tropeçar visivelmente. Fez grande uso de consultores externos de gestão de cultura, submetendo quase 2 mil empre- gados ao que a Fortune chamou de "uma série de grupos de encontro corpora- tivo". A Banker Magazine relatou que o "amplo programa ... envolve uma revisa0 completa da filosofia, táticas, estratégia e prioridades regionais". Lançou um programa de $5 bilhões em novas tecnologias para ser um dos primeiros a en- trar na Era da Informação. Cortou o dividendo pela primeira vez em mais de cinco vezes. O CEO pediu demissao e o Conselho de Administração trouxe um ex-CEO que já se aposentara para salvar a empresa; por sua vez, ele trouxe ex- executivos da Wells Fargo para ajudar a revitalizar a Circuit City Diante de receita em queda em 2002, criou um novo logo e lançou um programa chamado "Estamos com você", com uma grande campanha publicitária. No iní- cio de 2003, tomou a drástica decisao de eliminar vendas comissionadas; demitiu mais de 3 mil vendedores expefientes mais bem pagos para contratar ernprega- dos horistas menos experientes, de custo mais baixo. Substituiu "consultores de vendas" por "especialistas de produtos". Registrou perdas em 2003 e 2004. Lançou uma nova campanha de gestão de marca em 2004, sob o lema "Justamente o que eu precisava" e uma nova marca apelidada de "Firedog" em 2W16. Contratou um executivo da Best Buy que foi nomeado presidente em 2005 e CEO em 2006. Em 2008, levou em consideração uma venda potencial para salvar alguma coisa para os acionistas, só para ver um lance da Blockbuster evaporar.24' No fim dos anos 1980, parecia estar sendo deixada para trás em relaçao a bolha da tecnofogia e começou a apresentar desempenhos abaixo das expectativas de Wall Street. O CEO pediu demissio e o Conselho de Administração contra- tou um líder carisrnatico e de alta visibilidade de fora da empresa. Lanqou uma radical transformacão cultural e estratégica construída ao redor da internet. Então, em 2001, fez um lance para comprar a Compaq Computer ao custo de aproximadamente $24 bilhoes, argumentando com uma retórica dramática: A "melhor e mais r6pida forma de aumentar o valor" ... "com uma única a~ao, melhoramos acentuadamente" ... "permite-nos lidar rapidamente com" ... "ime- diatamente duplicamos" ... "em uma única manobra estratégica" ... "permitirá a HP acelerar" ... "transformará o nosso setor" ... e assim por diante. Os lucros se tornaram irregulares. No inicio de 2005, o Conselho de Adrninistraçao demitiu seu CEO e contratou um substituto de fora da empresa.242 - Merck Nunca chegou ao Estágio 4. Motorola Ao cair em um visível declinio no fim dos anos 1990, apostou em "utilizar o poder da banda larga sem fio e da internet" -justamente no auge da bolha das pontocoms e telecomunicações. Posteriormente, admitiu que, "como outras empresas, procuramos nos beneficiar da prosperidade das pontocoms e das empresas de telecomunicações, em um momento pouco oportuno". Buscou reformular-se de uma empresa orientada ao hardware a uma orientada ao sof- tware.Adquiriu a General Instruments por $1 7 bilhões. Implementou uma radi- cal mudanqa cultural e estratégica: 'Tudo foi modificado na empresa." Apostou em um novo programa que chamou de "Intelligence Everywhere". Começou a pesquisar a entrada na área de biotecnologia. Realizou três revisóes gerais no negócio de tecnologia sem fio em quatro anos. No fim de 2003, contratou um CEO salvador externo que durou menos de quatro anos.243 Rubbermaid No quafto-trimestre de 1995, não muito tempo depois de ter sido nomeada a "Empresa Mais Admirada" dos Estados Unidos, registrou uma perda. Anun- ciou sua primeira grande reestruturaçáo, cortando cerca de 6 mil variaçbes de produto, fechando nove fabricas e eliminando 1.1 70 emprego^.'^ Ao mesmo tempo, fez uma das maiores aquisições de sua histôria. Anunciou a venda de seu negócio de produtos de escritório, revertendo uma decisso estrategica tomada apenas alguns anos antes. Lan~oii uma aposta de markcting radical na internet como uma "ferramenta do Renasc~ntisrno", mas os lucros voltaram a cair, levando a uma segunda grande reestruturação. Lançou a maior nova cam- panhade marketing desua história. Heformulou a remuneraqao por incentivos, mais estreitamente vinculada ao preço de suas açiier. Fez outra grande aquisi- ção para quadruplicar as vendas na Europa. Perdeu sua independência para a NeweH Carporation em 1 998?4s Scott Paper De 1981 a 1988, embarcou em uma drástica revitaliraqão, uma transformagao revotucionaria elaborada para tirar a empresa do torpor com uma terapia de choque. Instituiu um pagamento mais impactante de incentivos. Colocou cen- tenas de gestores em retiros para que incorporassem um novo modelo mental, o que tornou a empresa "dinamicamente rena~cida".'~ Contratou consultores de estratégia para ajudar a definir um novo dire~ionarnento?'~ Os resultados iniciais pareciam promissores, mas os lucros caíram. A empresa caiu em um "circuito de destruição" de reestruturação, com $167 milhoes em custos de reestruturaçáo em 1990, seguidos de um investimento de $249 milhões em reestrutura@o em 1991, seguido de outro investimento de $490 milhões em reestruturaçao no inicio de 1994, totalirando quase $1 bilha0.1~Trouxe de fora um CEO salvador que foi irnplac6vel no corte de empregos e custos e vendeu a empresa à arqui-inimiga. Zenith Em 1977, declarou a primeira perda em dbcadas. O CEO pediu demissao. Agar- rou uma série de novas oportunidades ao mesmo tempo. "Para não dizer que nao tlnhamos um plano, nosso plano era atirar para todos os lados', disse um lider sênior da Zenith. Em um período de tds anos, entrou nos negbcios de videocassetes, videodiscos, telefones conmados atravbs dos televisores, c&- meras de vídeo para segurança domestica, decodificadores de TV a cabo e computadores pessoais (por meio da aquisicio da empresa de computadores Heath). Para financiar todas essas manobras, dobrou seu coeficiente de endivi- d a r n e n t ~ . ~ ~ ~ O QUE i E V A A TER AS "PESSOAS CERTAS" NAS POSI(ÓES-CHAVE? A pesar de os fatores específicos em relaCáo a quem seriam 4s pessoas certas para posiçoes-chave variarem de uma organização 3 outra, nossa pesquisa nos leva a seis caracrcristicas genéricas: 1. AS PESSOAS CERTAS SE ENCAIXAM NOS VALORES ESSENCIAIS DA EM- PRESA. As empresas excelentes constroem cul curas que sáo quase cultos, em que aqueles que não compartilham as valores da insrituiçáo se veem cercados de anticorpos e expelidos como vírus. As pessoas muitas vezes perguntam: "Como fazemos as pcssoas comparrilharem nossos valores essenciais!" A resposta C: não é possível forçar as pessoas a compartilhar seus vaiares. Vocé contrata pessoas que já têm uma predisposisáo para seus valores essencíais e isso as mantém na empresa. 2. AS PESSOAS CERTAS NAO PRECISAM SER GERENCIADAS COM RIGOR. No momento em que sente que precisa gerenciar alguém com rigor, você pode ter cometido um erro de contrataçáo. Se tiver as pessoas cerras, você náo precisa passar muito tempo "motivando" o11 "gerenciando" seu pessoal. Elas será0 neurhticas para produzir mais, du tomotivadas e a~todisci~finadas, cornpulsiva.amente niotivadas para fazer o melhor que puderem, porque ihsci Faz parte do DNA delas. AS PESSOAS CERTAS SABEM QUE NAO TEM "EMPREGOS", M A S SIM RES- POHSABILIDADES. Elas entendem a diferença entre sua lista de tarefas e suas verdãdeiras responsabilihdes. As pessoas certas sabem completar a frase: "Eu sou a pessoa responsável por.. ." AS PESSOAS CERTAS CUMPREM O QUE PROMETEM. Em uma cultura de disciplina, as pessoas veein as ahrigaciies como sagradas - elas fazem o que dizem que farão. scrn reclamar. D a tlirsma forma, isso significa que pensam bem antes de dizcr o que farão, e tomam o cuidado de nunca prometer o que náo podem ciimprir. A S PESSOAS CERTAS SAO APAIXONADAS PELA EMPRESA E POR SEU TRABALHO. Na& grandioso acontece sem paixáo e as pessoas cerras exibem uma norivel intensidade. A S PESSOAS CERTAS APRESENTAM UMA MATURIDADE DO TIPO "JANE- LA E ESPELHO". Quando as coisas váo bem, as pessoas cerras apontam para a janela, dando crédito a fatores externos; elas colocam no pedestal outras pessoas que contribuíram para o sucesso e assumem pouco cré- dito pelas conquistas. E, quando as coisas náo dáo certo, náo culpam as circunstbcias ou outras pessoas pelos problemas e thacassos; elas apon- tam para o espelho e dizem: "Eu sou o responsávsl por isso." UM CASO DE DECLINIO E RECUPERAIÃO: IBM A recuperação da IBM sob o comando de touis V. Gerstner Jr. lndice de retornos acumulados das açoes em relação ao mercado geral Gerstner e nomeado CEO em 1993 e se aposenta no inicio de 2003 Fone: FQ00601 C R S W Center for Rsseaich i r1 Security Prices. Graduate School of Busrness, The Uniwrsity of Ghicaqci- Ut~~irado wrn peimissbo Tados 0s direitos reservados. www.crsp.chicagobooth.edu RESUMO: A 1 Bhl cresceu para se tornar urria das empresas niai.; admiradas c bçm-sucedidas dn ,~Pcii lo )rX, sob a liderança dc Thnnias J . Watsori Sr. e Thornas J . W3rsoi-i I r . ; elr.,~ lideraram a IBM durarite um total de 57 anos ( d e 191 4 a 1956, para W'atsiin S r . , e, dc 1956 a 1971, para Warscin Jr.). A IRM se tornou uma força dorriiriaritc nri setor dc cumputaçáci, dando la l - tos com programas conio v projeto 360. De 1726 a 1372, a IRM apresentou um desemprnho tiiais rlç 10 vezcs superior ao do mercado de aqóes geral; um invesrirnrnta de $1 mil tia 1BM em 1326 daria uril retorno superior a $5 rnilhber rni lC>72. Eni tiic,~dos dos anos 1980, contudo, a IHM deu iiiicio a urna queda rsrável para desperic~r nu inicio dos anos 1990, regisrraiido suis primeiras perdas em mais de sctr déc:idas, perdendo mais de $15 bi lh~ci de 1991 a 1993. Em 1993, o Conselho dc Adnii~iistra~iio contratou Lou Gcrst- nrr para aruar como CEO, reviraiirando a IBM r co~istriiiiido as bascs para a tBM recuperar sua e~celência.'~' Esbocei, a seguir, a recuperaçio da IBM arravEs das ienrcb dos conceitos do processo "feiras para vencer". (Para uma ex plicaçáo desses conceitos, veja o Apêndice 7.) LIDERANÇA DE NIVEL 5: Gerstner entrou corno uiti CEO talvador, mas da- ramentc teve a disciplina necessária para tomar decisóej difíceis (e resistir às decishes desesprradas). Apesar de não ser totalmente ciaro se Gerstner come- çou sua gcrstáu i-ia IRM como um líder de nível 5, ele cresceu para apresentar uma paixáo de nível 5 pela empresa, observando, ao final de sua permanencja na empresa, que "se apaixonou pela TEM". Ele dedicou seu livro Quem di15r ~ U P os cL$~níti jiio &npm? "aos milhares de empregados da IBM que nunca desistiram rir empresa, de seus colegas e de si mesmos. Eles são os verdadeiros hçrhis da reinwnqio ddas IBM". No final, Gerstner claramente desejava o me- lhor, antcs de tudo, 4 1 BM, muito acima de seus interesses pessoais.2s' PRIMEIRO QUEM, DEPOIS O QUE: Em primeiro lugar, Gerstner sc concentrou em reconstruir sua equipe, descrevriido seu foco em alocar as pessoas certas nas posiçóes-chave como "minha principal prioridade nestas primeiras sema- nas". Ele reformulou o sistema de rernuneraqáo para náo perder nenhuma pessoa-chave. Ele reconstruiu a equipe ao seu redor com pessoas iias quais sa- bia que podia confiar - um novo rxecutivo de cornunicqúes, um novo diretor de rnarketitig corporativo, um novo CFO. iim iiovo gerenKe geral da divisáo de computadnrcs pessoais - t. se livroii de zxecurivos que náu compartilhavam i [ r i , I ' . F .; ,2 17'7 de seu senso de urgbnsia oii que nríci ccinreguiam aprçsentar resultados com- yativeis com SUAS rcsporis,ibilid~cies."~ ENFRENTE A VERDADE NUA E CRUA: Gersr~ier acreditava que avaliar a vcrdade nua t. criia - em cluc a IBM estava Falhando, rm qiie a IBM náo coiiseguid ser excelerite, por qiie a IBM estava perdendo particip~qjci de iilerc~dci. como a cstriitura de custos da IBM tinha inchado tan to , o que os mais jinpcirtanrcs clicn teb da IBM realmente perisavam, como a mncorriiiiin ~ J S S O U a ver a IBM como irrelevante e assim por diante -, por niajs difícil que pudesse x r , pre- cibava vir antes do desenvolvi rnciito de uma visao. "Se d última coisa da qual a IBM prccisav~ em julho de 1993 era uma visác). a segutida última coisa da qual precisava era que eu [Gerstner] me levaiiras.;e dissesse que a IBM rinha basicamente tudo no lugar." Gersrner e sua q u i p r se reunirani com clientes para obter uni feedbaçk honesto, promovendo uma transiçáo para que a IBM voltasse a ser um cii-ipreendin-iento orientado ao cliente e voltado para fora. Eles encararam o 5x0 dc qiie a IBM vinha explorando o negócio de m~iri- frarnes mdntendo os prqos altos e ~e rdendo participação dc mercado. (A equipe de Gerstner reduziu acentuadamente o preqo por unidade de poder de processamento de niinframe em 76% ao longo dos sete anos subsequentes.) Eles enfrentaram o Lto de que a IBM precisava cortar $7 bilhóes em custos para sobrçvivrr. Eles encararam a realidade de que o OS12 havia fracassado e o Wíndows vencera. E aceitarani o faro de que a IBM estava diante de uma concorrência mais ameaçadora do que a empresa já havia enfrentado eni grati- de parte de sua hi~rór ia .~~1 I i O CONCEITO DO PORCO-ESPINHO: A transiçáo da IBM se baseava em uma ideia central: uma paixão obsessiva pelo clienre seria colocada no centro do universo da IBM. Essa mudança levou a um insjght crucial - os clientes prç- cisavam desesperadamerite de alguém que integrasse todos os diferenres ele- '! nicntos da tecnologia da informaqáo. individudrnt n te cus tomizados para seus problemas específicos, em um único p~cots , c essa riecessiclade seria traduzida I em irina mudança tecnológica e a transiçáo para a çcinipuraçáo em rede foi acelerada. Dai veio a essfncia do conceito do porco-espinho da IBM: a I BM poderid ser a melhor du mundo em serviços de integraçio de t e c n ~ l o ~ i a . "A ideia dc qiir roda essa ccileciiiea de tecnoiogias patenteadas, difíceis de iiite- grar e cnmpl icada5 seria comprada por clientes que estariam dispostos a ser os 1 prrjprios mestres de obras era a b ~ u r c i a . " ~ > ~ 1 36 C O M O A S C G A N T E S C A L M A CULTURA D A DISCIPLINA: Gerstner exemplificou o principio de transformar uma cultura de burocracia em uma culrura de disciplina, uma na qual as pes- soas tinham liberdade de exigir padróes de desempenho, valores e prestasão de contas. "'O respeito pelo indivíduo' se degenerara a. .. uma cultura de direito ao sucesso, em que 'o individuo' náo precisava fazer nada para conquistar respeito - a pessoa esperava belos benefícios e estabilidade no emprego pelo simples fato de ter sido contratada." Ele elaborou uma base de oito principios de desempenho para a IBM e qualquer líder de negócios que náo conseguisse entregar resultados de acordo com esses principios náo podia mais atuar em uma posiçáo de significativa responsabilidade. A equipe de Gerstner manteve o foco no conceito do porco-espinho, observando que "boa parte do nosso sucesso se deve a tudo o que nao fi~ernos".~jj VOLANTE, N A 0 CIRCUITO DE DESTRUIÇAO: Gerstner resistiu a manobras reativas, parando para analisar com rigor os problemas da IBM. A despeito da opiniáo geral mancida pelos analistas, a imprensa e outros especialistas, no sentido de que a IBM deveria ser dividida, Gerstner escolheu manter a empresa unida. Ele descontinuou atividades que não se adequavam ao conceito do porco-espinho: descontinuou o OS12, parou de desenvolver software e vendeu a divisáo Federal Systerns. Ele foi discreto com a midia, nunca permitindo que a badalação precedesse os resultados; e se envolveu na pritica disciplinada de prometer menos e entregar mais. Ele se recu- sou a realizar grandes aquisiçóes que náo se adequavam i estratégia ou náo gerariam lucro significativo. A medida que o conceito de serviços de integraçáo da IBM ia ganhando força, a equipe de Gersrner capitalizou a ascensáo da internet e promoveu a transiçáo para a computaçáo em rede para lançar os e-services da IBMnZ5" FAZER O RELÓGIo, EM VEZ DE DIZER AS HORAS: Gerstner escreveu: "Co- mecei a ver, no tempo que passei na IBM, que a cultura náo é apenas um aspecto do jogo - ela E o jogo." Para reforçar a ideia de que os executivos eram responsáveis por criar valor, em vez de ter direito à riqueza, os exe- cucivos náo receberiam mais opçóes sobre açóes a náo ser que, ao mesmo tempo, comprassem açóes da IBM com o próprio dinheiro. Gersrner de- senvolveu um grupo de liderança sénior composto de 300 pessoas. Náo havia posse permanente de um ano ao outro no grupo; todos os anos, Gerstner rcconstituía o grupo com base no desempenho de cada membro; A U F I N D I C E b A 1 3 7 apenas 71 dos 300 membros originais permaneceram no grupo de lide- rança sènior em 2002. Gerstner se envolveu em um rigoroso processo de 'L' planejamento de sucessáo para o próximo CEOnL5- PRESERVAR O NÚCLEO/ESTIMULAR O PROGRESSO: Gerstner se livrou da con- fusáo entre os valores essenciais e as práticas operacionais. Ele derrubou tradi- çóes obstinadamente tacanhas e conservadoras e regras sem sentido, enquanto simultaneamente revitalizou os valores essenciais da IBM e a paixáo quase neurótica por excelência e sucesso - "Afinal, você está na IBM!". Ele definiu a audaciosa meta de construir o maior e mais influente empreendimento de serviqos de tecnologia da informação do mundo, apostando substancialmente na ideia de que a computaqio em rede viria a substituir a computaçáo distri- buída; com base nisso, decidiu que o e-business seria o grande lanqamento da IBM nos anos 1990 e início dos anos 2000. A equipe de Gerstner modificou quase todos os aspectos dos processos de negócios, eliminando mais dr $14 bilhóes em ineficiências de 1993 a 2002.258 . . . . . . - - - RESUMO: A Nucor conquisti>u posiçáo como ~ ~ 1 1 dos casiir mais noraveis de srnpresas feitas para vencer nos íilrimos 50 anos. Diaiirç dc urna falén- cia cm 1965, o Conselho dr Admjnisrraçáo rnrregau o comando da empresa a Ken Iverson. Sob o comando de Iversoti. a Nuior ioiistruiu suas primeiras usinas de aço por náo conseguir rnconrrar utii forncccdor confiável. O pessoal da Nucor descobriu que a empreid titihn tnlcnro p i r r produzir aqo meihor e mais barato do que qualquer o i i t r . o qiis levoii i dzcirio de construir mi- niusinar adicion~is. A Nucor acabali gcrnnda mnii l u i r u ~ do que qualquer outra rnetalúrgica da lista Fomrtit lO(10. De 1975 zi 19<)O. ;U J ~ O ~ S da empresa apresentaram uni dcicnipcnho mais dr cirico vczcs ttielhor do que o mercado de a ~ ó r r em A base do sucesso da empresa foi a unido de uma cultura orientada ao desempenho com uma tecnologia avan~ada de dc aqo, que reduziu regularmente o custo por tonelada produzida de a p . Em meados dos anos 1990, a Nucor começou a tropeçar durante um período de tumulto executivo à medida que a carreira de Iverson ia se aproximando do fim. Ele se aposentou em 1996, após um compiicado confronto com o Conselho de Admini~tra~áo e o sucessor que ele escolheu para CEO se demitiu em 1999. Em 2000, o Conselho de Administraqáo nomeou para a posiçáo de CEO um executivo com muito tempo de m a , Daniel DiMicco, e a Nucor começou a se recuperar; o desempenho de suas açóes voltou a subir e a Nucor teve os anos mais lucrativos de sua Esbocei, a seguir, a recuperaçáo lentes dos conceitos do processo "fei- tas para vencer". (Para uma enplicaçáo desses conceitos, veja o Apêndice 7.) , LIDERANÇA DE N ~ V E L 5: DiMicco demonstrou uma dedicaçáo de iongo prazo à Nucor e à sua cultura. tendo entrado na empresa em 1782, 18 anos antes de assumir o cargo de CE0.2" Ele manteve a cultura igualitária da Nucor, 1 - viajando em voos comerciais, atendendo telefonemas de todos os empregador. fazendo mais café quando tomava a última xícara e trabalhando em uma ma- triz sombria, scm luxos, em um prédio comercial de poucos andares, no esdlo de um crntro comercial dr beira de estrada. DiMicco continuou culrivaiido uma cultura em qiir a adminirtraçáo estava a serviço dos empregados, e náo o ~onrrár io .~"~ Ele praticava o habito de d ~ r o crédito aos outros e assumir pouco crkdito para si. Aprsar du tiiiiiiilro çxeciitirn rssoçiado ao fim da gestáo de Ivcr~on, DiMicco ciihtizoii o qiiaiirn drvii ;a seiis intçccrsures: "Quem SO- mos hoje i. a c u l m i ~ i a ~ ~ o dos crforros r .. da , drdinráo da nossa liderança - em narticular de Ken lvçrson e siia cquipe. -"' 1 PRIMEIRO QUEM, DEPOIS O QUE: DiMicco manteve a rradiçao de i~icluir o nome de cada empregado - rodos os 18 mil empregados em 2007 - lia capa do relatório anual, refletindo a ideia de qiie a força da Nucor se bairava, anter de mais nada, em ter pessoas que se adequavam à cultura da Nucor. IIiMicco e sua equipe mantiveram a filosofia de que é melhor conrrarar pessoas com o tipo certo de ética profissional e carátrr e ensiná-las como prodiizir aço do que contratar pessoas que sabem como produzir aço, mas que náo aprrsenrem a ética de trabalho e o caráter da Nucor. Sob a gestáo d r DiMicco, a Nucar se concentrou mais no desenvolvimenro, em vez de apenas na rclrção, dai pessoas certas, implemen tando programas de desenvolvimento de liderali jr para os ges tore~. '~~ ENFRENTE A VERDADE NUA E CRUA: DiMiccn e siia cquipc ç<infrritirarani A crescente ameaça do aço chiiiês e se v u i t ~ r a m mais ror riscos das práticas co- merciais i~ i jus ras . '~~ Eles confrontaram os riscos associados aos preços voláteis da energia e cri.iram uma eitratkgia dr he$ing para suas compras de gás natu- ral."" Eles rain bém emprrpirain praticas contibeis e Bnancçirs conservado- rds e ina~itirerain ilm forre balanqo parrimonial para conseguirem sobreviver a telnpestadrs C se beliriiciar de r>porriin idades para conquistar participaçáo de rncrc~do de col>correiites niais fracos em épocas de dificuldade^.'^^ O CONCEITO DO PORCO-ESPINHO: A Nucor se desenvoIveu com base em um conceito siniples: uma dedicaqáo apaixonada a servir seus clientes com uma obseasáo por melhorar a cultura e a recnologia para produzir aço de baixo cuiro, ao rnesnio tempo em que gradualmente aumenta os lucros por tonelada de aço prud~izir lo . '~~ DiMicco e sua equipe continuaram comprometidos com essa ideia central enquanto implimentavam as mudanqds estratégicas apro- priada (veja Preservar n Núclço/Esrimular o Progresso, a seguir). DiMicco sr manrdve iniplncavelniinrc concentrado apenas nas seletas áreas em que a Nucor podcria dtingir o strtiin de melhor do mundo e rerornos econômiços suprriorri z se iivrciii de ncgi>cios que náo passavam nesses crivos, como seus produros de rolamentos e operaçórs de produçáo de cernçnrita. i I I A CULTURA DA DISCIPLINA: DiMicco 6ortalrceu a inrensa culrura de produri- vidadr que dcfinin n Nucor. Em vez de se concriirrar rrn cargos e status dos I ' I I rrnprrgddos, a Nucor cnfdrizavs o desempenho; as rqiiiper qiir ariiigiaiii ou superavam as metas de produrividade sem compromcrrr a srgurdiiqa ou .x 1 . I I ,-Y qliaiidadc recebiam iim bònus dc 100'Yt a 200% de wri\ salirios. Os hiinuh se , : bascarrarn no desemperiho da rquipr e da unidadc. ci qiic inccntivavd tcidor os ctnpregados a assumir total re~~oiisahilidadc pela Firodiirividade, nio apenas por suas tarefas especificas. Se liina eqiiipz produzisse urii lotc de ac;o ruim, seus membros perderiani o bônuc; sc esse lote cheg;is.;e ;i t2 o cliente, cler po- cieriani perder trés vezes evse valor. Todo o zistetiia hii clalior~cia para reforçar a ideia de que ningurm ti^ NLICCI~ recctii~ L I ~ I saliria etii tiinqio de ter um . , " ~ i n p r e ~ o " ; ein vez disso, cada empregado era resporis,ivel por concribiiir para ~s meras de prcidiizir aço de alta qualidade e baixo ciisto c semir <-i clienre.'~' VOLANTE, NA0 CIRCUITO DE DESTRUICÃO: DiMicco fez o contrário de lutar dc.\espt.radameritç pela salrra$án e de cair eni um circuito da dçsrruisáo de in- c<,nsisti.ncia crónica. Ele conhecja a importância da consistfncia, construindo i i r i i irripcro cumulativo para o volante. Na esccira de eventos tumulruados em 700 1 e dos desalios negativamente in-ipactantes diaritç da indústria do aço, \( ia carta aos acionistas naquele ano afirmava: "Escrçvi a mesma coisa na mi- nha carta a vncês no ano passado e espcro que a leiam daqui a 12 meses. Náo importa o quc esteja acontecendo na iridústria e no miindo a nosso redor, nunca devemos perder de vista nossa principal meta." E, em 2003, após um período turtiulento na iridústria do aço, ele escreveu: "Náo irnpcirta ri que venha a acontecer com a economia, a Nucor permanecerá fiel AOS princípios que nos nortçarani ao longo de quase quatro décadas de lucra- rir. idade c crescimento i~iinterruptos."~'~ FAZER O R E L ~ G ~ O , EM VEZ DE DIZER A S HORAS: A maior cornprrivaçáo da eficicia do sistema da Nucor é o fato de a empresa ter sobrevivido i. sua ru- multuada transjçáo depois da gestão de 30 anos de seu gènio orieiitador, Ksn iverson. T>iMiccci SP ~ o i n p r » ~ i ~ c t t ' ~ i a r rv igor~r a C~II IUTJ e a org~nizaçáo da Nucor, dr modo que a reiiiper,ii;áo sii5renrada da empresa nao dependesse apenas dc iua lidrrdiil;a. PRESERVAR O NÚCLEO/ESTIMULAR O PROGRESSO: FIiMicco adotou explicita- mente a idcia de rnantrr r i \ v;ilurc\ e principia\ constarires, enquanto alterava práticas e rstr~rcgi.is para hr ~dapt.ir conrinuamencc a um mundo em evolu- cio: "0')~ nrgiicins devciii evoluir 30 rncsmo tcnipo cm qiie se asseguram de que nq princípios t i ir i wjatii ~lirnprorn~tidos.""' 0 s principais mecanismos para impul~iaiiar o progresi;~ ~ c i t r a lideranca dr: DiMicco incliiirniri niaior hco çrn servir os clientes. utilizar as exigèiicias dos clirntrs ioiiio iini cons- tante catalisador de mrlhurias c criar uin mecanismo dc bciirhiii.irki~i~ in t r r - > - , tio.-'- DiMicco niudoii a tradicional prática dc coiirir qiiitr c~clu*ii.aniciire Lcim miniiisinas interiiamrntr dçscnvoh-idas e acresccntnu aquisjçõr.c seIeti\~a4 baseadas em rrks çrirérios de decisjo disciplinada: n i o pagar drrn~is. a trr-se aos negócios conhecidos r assegurar a compatibilidadr ci~ltural.:'~ Ele irivcstiu em novas tçcnoIogiis e fei algumas rxperimenr~her. conii, criar a priiiipira iiisralaç~o de produç;io do muiido para a fundiçáo dirrra de a ç o - c a r h ~ n o . ~ " I* Y L ~ A ~ ) r, < > l ~ 4 h - ~ 5 L ~t ,\* RESUMO: Conhecida pelo extraordinário ateiidjii-iei-itr~ ao cliente, a Nords- V>- trom conquistou a repuração de ser uma das nieihores empresas de varejo : do século XX. Nos anos 1990, a empresa deu inicio a uma longa queda e vivenciou uma dramática retraçáo em 2000, apresentando queda das same- , . stow saíes.* De 2000 a 2006, a Nordsrrom realizou uma sólida recuperação ,:- ," , ¶uando Blake Nordstrom, da quarra geracão da ktmilia, assumiu a lide rança e 9, retomou o foco no volante primirio que originalmenre resultou na excelência , A da empresa - o volanre de vendas profissiotiais r atetiditiicntu ao cliente -, en- , quanto melhorava substancialmente os sistcm;ls secundários, como controle , de Esbocei, a segiiir, a recupcraçio da Nordstrotn através das Içnces dos con- ceitos do processo "feitas para vencer". (Para uma explicaçio desses conceitos, veja o Apêndice 7.) LIDERANqA DE NIVEL 5: Blake Nordstrom atendia o próprio telefone, como era o costume da família Nordstrom. Ele retomou a estrutura da pirâmide invertida que colocava os executivos embaixo e os clientes e vendedores de linha de frente no topo. Ele aceitou a responsabilidade pcios problemas da empresa: "Estava claro para meus primos e para mim que [a nossa queda] era culpa nossa - não culpa da cultura, mas culpa nossa, pessoalme~ite."2'" PRIMEIRO QUEM, DEPOIS O QUE: A transição da Nordstrom começou com mudanças significativas na equipe de liderança - incluindo o CEO, o CIO, o CFO e o presidente das lojas. A equipe da Nordstrom retomou a ideia de conrratar com base nos valores e no caráter, náo em habilidades - "Podemos contratar pessoas boas e ensiná-las a vender, mas náo podemos conrrarar ven- dedores e ensiná-los a ser boas pessoas." Eles retomaram o rigor de alocar as pessoas certas is posições-chave. Nas palavras de um líder da Nordstrom: "Prefiro perder processos judiciais de tempos em tempos a manter emprega- dos que náo satisfazem nossos padróes. Porque um empregado fraco pode enfraquecer as pessoas ao redor e puxá-las para baixo."27- ENFRENTE A VERDADE NUA E CRUA: Blake Nordstrom confrontou o fato de : que a Nordsttcim se desviara de sua cultura obsessiva dr atrridimento ao *Nota L Trndutonr \'pnrj~s n a n x c r n d Liisr de ] ~ i a s do anui A I ~ :i~iir. ~ ~ n o r ~ l i d o (i efeico da abertura t feclianitiiin dp I D ~ A T . I cliente e que precisava desesperadamerite atualizar seus sistemas básicos. principalmente vinculando os sistemas de estoque aos sistemas de pontos de vciida. Ele investiu $200 milhões em um novo sistema de estoque para que a Nordstrom pudesse, ao mesmo tempo, reduzir custos de estoque e aumentar as chances de um vendedor localizar facilmente o irem exaro que iim cliente O CONCEITO DO PORCO-ESPINHO: A equipe da Nordstrom rcdescobriu o con- ceito essencial da empresa, de que ela poderia ser a mefhor rede de lojas de departamentos do mundo na criaçáo de um relacionamento entre vendedor c cliente. A recuperaçLo se baseou em uma ideia simples e elegante: rerotnar o desenvcilvirnento de relacionamentos duradouros com os clientes apoiando profissionais de vendas individuais com sistemas melhorados e atudizadris (especialmente sistemas de estoque) e, dessa forma, melhorar ris hcores eco- iiòrnicos essericiais mensurados pelo retorno sobre o capitd iirivestido. Eles ~profundaram seu conhecimento de que os retornos econômicos eram impul- sionados yda margem dividida pelci estoque rnedio.''Y A CULTURA D A DISCIPLINA: A eqiiiye da Nordstrom rctornou a abordagem primaria qiie resultou na excc1Encia da Nordstrom no passado - ter profis- sioiidis de vendas apaixoilados, que definem mpectativas de desempenho al- tissimo e excelerire atendimento ao cliente e lhes dar a liberdade de tomar decjsóes para atender melhor o cliente. Eles mantiveram o livro de regras da Nordsrrom, que especificava que a única regra é utilizar o bom-scnso em rodas as situaçóes. "Talvez a maior real izaçáo", cscreveu Blake Nordstrom no relatório anual dc 2003, "rcja o Cato de estarmos nos tornando uma empresa mais discipli t1ada".?~0 VOLANTE, NAO CIRCUITO DE DESTRUI<AO: Blake Nordstrom se concentrou cn i "passos peqiierios porkm significativos", náo em medidas grandiosas e ra- dicais. Elz conCroncoii o hac~sso da campanha de $40 rnilh6es batizada de "Rcitivcnt k'riursclf': "Foi uma tentativa de fazer algo difcrcntç c perdemos de vista quem somos. t3hviamcnrc, os clicntcs não queriam se reinventar e não qucriamos quc riossa empresa se reiiiveritassc." Em 2004, Rlake Nordstríim csçrrveu: "O siic-esso para nossa enipresa nári t: seguir uma nova çstratkgia ou ~ i r n rnodclo de negócios iritriraniente novo. É prplr c* qire já fazemos bem e continiiar a basear nossa exccuqáo nesses pontos Cortes,--'" 148 (.C';I<J > & A N T E S ( a í t 4 FAZER O RELÓGLO, EM VEZ DE DIZER AS HORAS: Bljke r\lordstrom se concen- trou em desenvoiver a cultura e os sistemas de apoio para refiirçar a cultura , de modo qiir a recuperaçáo da Nordstrom iiáo tlependessr d ~ . presença de qualquer lider em particular. Ele reconstrujii sua equipe cxecuiiva de forma que a liilerarii;~ da empresa não dependesse totalmente dele; se ele precisas- sr de a h tar, ci sucesso da revi taIizdçáo provavelmente teria continuidade. . Nri momeriro da escrita deste livro, Blakz Nordstrom continua sendo o : & I PRESERVAR O NÚCLEOIESTIMULAR O PROGRESSO: Blake Nordstrom enfati- zou a retomada dos antigos vaiores essenciais da Nordsrrom (atendimento ao cliente acima de tudo, paixáo por melhorar sempre, ética profissional, exce- lência na reputaçáo), mas promoveu mudanças drásticaslradicais nos sistemas e práticas necessários para coiicrerizar esses valores - novos sistemas, melhotes práticas compartilhadas, práticas de compra mais dis~jplinadas.~~~ O MODELO DAS EMPRESAS FEITAS PARA VENCER - RESUMO DOS CONCEITOS o bservaçáo: em nosso website, www.jimc»ll ins.coni, itiiluírnos uma fer- rarncii ra de diagnhstico para avaliar urna orgniiizal;do pcIas Icnres desses ccin~eitcis. A fcrranienta de diagnhstiço pndc scr urilizada graruitamrntç por qualqii<r organi+ac;áo. (Os princípios dos Estágios 1 a 3 provt rn das pesquisas realiadas para o li- i to Good to Gwirt: Ewapiesdsfertds para vencer, de Jim Collins; os princípios do Estdgio 4 provêm do livro Feita par& ddrlrar, de Jim Collins e Jerry I. Porra.) ESTAGIO I : PESSOAS DISCIPLINADAS LIDERANCA DE NIVEL 5: Os liderrs d t nível 5 são anres de mais nada ambi- ciows em relaçáo à caiisa, 3 organizaçáo e ao trabalho - nio a si mesrrios - c dprescnram a firme resoluqáo de fazer o que for necessário para realizar essa ari-ibi~áo. Um Iider de nivcl 5 apresenta uma mistura cle huniild~de pessrial corri tlrnic vnnradt profissional. Ao aplicar o modelo das ... uma organizaqão empresas feita5 para vencer ... você constrói excelente (0utputs linputs de excel&ncia) as bases de + de excel6ncia) - Estágio 1: Pessoas disciplinadas Liderança de nível 5 Primeiro quem, depois o quê Estdgio 2: Pensamento disciplinado Enfrente a verdade nua e crua 0 conceito do porco-espinho Est6gio 3: Aqão disciplinada Cultura da disciplina O volante Esthgio 4: Conrtruqâo da excellncia duradoura Fazer o relógio, em vez de dizer as horas Preservar o núcleo/ estimular o progresso Apresenta desempenho superior Nos negócios, o desempenho e definido por retornos financeiros e a reaiizaçao de um propósito corporativo. Mos setores sociais, o desempenho 6 definido por resultados e eficiência na concretização da missao social. Provoca um impacto distintivo A organizaqào faz uma contribui$ao tão iinica às comunidades e realiza seu trabalho com tamanha excelência que, se fosse desaparecer, deixaria uma lacuna que não seria facilmente preenchida por qualquer outra instituiqão. Atinge a resisthcia duradoura A organizaçao e capaz de entregar resultados excepcionais em um longo período, independentemente de qualquer líder, grande ideia, ciclo de mercado ou programa. Quando diante de dificuldades, ela se recupera e volta ainda mais foite do que antes. PRIMEIRO QUEM, DEPOIS O Que: ,\j prssoiis quc constroem rirgankzaçóes ex- celentes certiticam-se de iciloiar AS pessoas certas no barco, tirar as pebsoas erradas do barca c colocar as pessoas crrtl.; nos lugares certos antes dc dccidir para onde conduzir o barco. Elas sempre pensam primeiro em "quern" e só rir-pois c rn "o quê". ESTÁGIO 2: PENSAMENTO DISCIPLINADO ENFRENTE A VERDADE NUA E CRUA - O PARADOXO STOCKDALE: hldntcr lima crçng.1 inabalável de que você pode e vai vencer no final, J. cisspeito das difi- culdades c ao mesmo tempo ter a disciplina necessiria parJ rritr'rrricar os htos mais brutais de sua atual realidade, sejarn eles qiiais forcm. O CONCEITO DO PORCO-ESPINHO: A excelência resulta de uma série de boas decisões de acordo corii i1111 coilceito simples c coerente: o "conceito do porco- espinho". O concciro do porco-espinho é um rnodelo opcracional que reflete o conhecimento de rrês citciiIos intcrdepcndentes: a atividade na qual vocè pode ser o melhor do ttiiincio, o que desperta a sua paixão c o que aciona seu motor cconiimiço. ESTÁGIO 3: ACAO DISCIPLINADA A CULTURA DA DISCIPLINA: Pessoas disciplina& qiie se eiivolv~m em Fcnsamen- trr discipiiriado e que rcaiizarn açóes disciplinadas - rrabalhando crrm lilierdacle dentro de um quadro de responsabilidades: essa i. a haqr de i i m ~ cititirra criadora li ill de cxcelCncia. As pessoas não tèin empregos; eis, rim ~t,jpo}i.i,>bilt&&r. I O VOLANTE: Náo h i urna aqáo definidora iscil~d,~, tiz tihii t i i programa graridio- so, neriliir riia int,vat;áo arrasadora, ncn hum golpe soliririo dc scircc. nenhum iiisraiire iiiil;agroso. Eiri vez disso. o prtiçessci lembra o ato dc rodar inc:arisa- velinente iiin rnorir ic c ~irs;~du volante cin lima determinada direçáo, uriltn api~s volto, criilstruindn ivunicntum até um poilto de ruptiira, para drpui:. trarisccfidc-lu. ESTÁGIO 4: CONSTRUCÃO DA EXCELÊNCIA DURADOURA FAZER O R E L ~ G I O , EM VEZ DE DIZER A S HORAS: Organizaqóes verdadeiramen- te excelentes prosperam ao longo de múltiplas gcraçcíes de lideres, exata- mente o oposto de construir uma organizasao em torno de um único líder carismático, de uma Úhica grande ideia ou de um programa especifico. Os líderes de organizaçóes excelentes constroem rriecanismos catalisadores para estimular o progresso e náo dependem de uma personalidade carismática para suas realizaçóçs; com cfeito, muitos estáo longe de ser caracterizados como carismáticos. PRESERVAR O NÚCLEOIESTIMULAR O PROGRESSO: Organizaçóes excelentes e duradouras sso caracterizadas por uma dualidade fundamental. Por um Iado, têm um conjunto de valores essenciais atemporais e uma razão essencial que permanece constante no decorrer de longos períodos. Por nutro lado, tèm uma incansável motivação para mudar e progredir - lima compulsáo criari- va que muitas vezes se manifesta na forma de hdetas Audaciosas, Arriscadas e Desafiadoras (MAADs). As excelentes organizaçóes sabem com clareza a diferença entre seus valores essenciais (que nunca mudam) e as estratégias operacionais e práticas cuIturais (que se adaptan-i continuamente ao mundo em constante evciluçáo).