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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIENCIAS HUMAS E LETRAS CURSO DE GEOGRAFIA Disciplina: IHG124 – ELEMENTOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS P L A N O D E C O N T R O L E A M B I E N T A L P A R Q U E M U N I C I P A L MANAUS 2011 2 P L A N O D E C O N T R O L E A M B I E N T A L P A R Q U E M U N I C I P A L Manaus – AM, 13 de dezembro de 2011. 3 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Delimitação da área de estudo. Figura 02 – Projeto básico do empreendimento. Figura 03 – Delimitação da bacia do Igarapé Geladinho. Figura 04 – Área de Influência Direta e Indireta do empreendimento. Figura 05 – Área comercial do núcleo 09. Figura 06 – Mapa geológico da área de estudo. Figura 07 – Delimitação da micro bacia do igarapé Geladinho. Figura 08 – Pontos de coletas das amostras de água. Figura 09 – Primeira coleta de água na nascente do Geladinho. Figura 10 – Segunda amostra de água no Geladinho. Figura 11 – Localização das parcelas. Figura 12 – Material usado na delimitação das parcelas. Figura 13 – GPS Gamim 12 e fita métrica para medir o DAP. Figura 14 – Envira Preta. Figura 15 – Buxuxu. Figura 16 – Figueira Figura 17 – Açaí Figura 18 – Embaúba Figura 19 – Centro de Convivência da Família. Figura 20 – Campo de futebol do núcleo 23. Figura 21 – Bares e restaurantes da Cidade Nova. Figura 22 – Policlínica Danillo Corrêa. Figura 23 – Hipermercado DB Figura 24 – Banco Santander e Caixa Econômica Federal. Figura 25 – Agencia do Bradesco. Figura 26 – Escola Estadual Sen. João Bosco Ramos. Figura 27 – Aldeia do Conhecimento Figura 28 – Escola de Idiomas Mids. Figura 29 – Igreja Adventista do Sétimo Dia. Figura 30 – Óticas Avenidas e Vejas. Figura 31 – Instituto Medico Legal – IML 4 Figura 32 – Transporte coletivo. Figura 33 – Núcleos da área de influencia direta. Figura 34 – Aplicação de Formulários na área indireta. Figura 35 – Mapa da área de influência indireta. Figura 36 – Conjuntos de casas no núcleo 21. Figura 37 – Esgotos despejados no igarapé no núcleo 21. LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Dados da qualidade da água. Tabela 02 – Condutividade elétrica e turbidez. Tabela 03 – Analise dos dados do Levantamento floristico da 1ª parcela. Tabela 04 - Levantamento florístico da 1ª parcela. Tabela 05 – Dados do levantamento florístico da 2ª parcela. Tabela 06 – Levantamento florístico da 2ª parcela. Tabela 07 – Tabulação de dados das duas parcelas Tabela 08 – Impactos positivos e negativos do meio Abiótico. Tabela 09 – Impactos positivos e negativos do meio Biótico. Tabela 10 – Impactos positivos do meio Antrópico (planejamento) Tabela 11 – Impactos positivos e negativos do meio Antrópico (implantação) Tabela 12 – Impactos positivos do meio Antrópico (operação). 5 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Espécies predominantes na 1ª parcela. Gráfico 02 – Altura das espécies da 1ª parcela. Gráfico 03 – Espécies predominantes na 2ª parcela. Gráfico 04 – Altura das espécies 2ª parcela Gráfico 05 – Entrevistados segundo o gênero no núcleo 21, 22 e 23. Gráfico 06 – Média de idade dos entrevistados nos núcleos 21, 22 e 23. Gráfico 07 – Perfil dos entrevistados segundo a escolaridade. Gráfico 08 – Entrevistados segundo a naturalidade. Gráfico 09 – Quanto a prática de atividades físicas. Gráfico 10 – Entrevistados segundo o gênero na área indireta. Gráfico 11 – Entrevistados segundo a média de idade. Gráfico 12 – Entrevistados segundo a escolaridade. Gráfico 13 – Entrevistados segundo a naturalidade. Gráfico 14 – Prática de Esporte. Gráfico 15 – Sistema de Esgoto. Gráfico 16 – Opinião sobre a construção do Parque Público. Gráfico 17 – Classificação da Segurança segundo os moradores. 6 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO 2. INTRODUÇÃO 3. ESCOPO E OBJETIVOS DO ESTUDO 4. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O EMPREENDIMENTO 5. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 5.1. Legislação Ambiental (FEDERAL) 5.2. Área de Preservação Permanente – APP 5.3. Legislação Ambiental (ESTADUAL) 5.4. Legislação Ambiental (MUNICIPAL) 5.5. Estação de Tratamento de Esgotos – ETE 6. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 6.1. Área de Implantação 7. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO 7.1. Área de Abrangência 7.2. Área de Influência Direta 8. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 8.1.1. Clima 8.1.2. Geomorfologia 8.1.3. Geologia 8.1.4. Solos 8.1.5. Hidrografia 8.1.6. Qualidade da água 8.1.7. Parâmetros químicos 8.2. Meio Biológico 8.2.1. Diagnóstico Florestal 8.2.2. Procedimentos metodológicos 8.2.3. Caracterização da vegetação 8.2.4. Analise florística e estrutura florestal 8.3. Meio Socioeconômico 8.3.1. Produção do espaço em Manaus relativo ao lazer 8.3.2. Lazer na zona Norte 7 8.3.3. Perfil do Bairro 8.3.4. Análise dos dados socioeconômicos da Área de Influencia 8.3.5. Perfil dos Entrevistados 8.3.6. Dados de Moradia/ Habitação 8.3.7. Saneamento Básico 8.3.8. Problemas Identificados 9. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 9.1. Meio Abiótico 9.2. Meio Biótico 9.3. Meio Antrópico 10. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS 10.1. Programa – Usar e Preservar 10.2. Programa – Água Limpa 10.3. Programa – Trafegabilidade Segura 10.4. Programa – Corredores Ecológicos 10.5. Programa de comunicação 11. EQUIPE TECNICA RESPONSAVEL PELO PCA 12. REFERENCIAS 13. ANEXOS 8 1. APRESENTAÇÃO Em especial no Brasil, o crescimento urbano tem se evidenciado. Porém, tal crescimento vem ocorrendo de forma desordenado e acelerado, o que acarreta uma série de mudanças no meio ambiente, que associados aos processos exógenos e antropogênicos aceleram essas mudanças. Atualmente a natureza vem sendo muito degradada, desde as diversas práticas de poluições até os desperdícios de seus recursos. Por isso preservar a natureza significa contribuir com cada atitude que tomamos em nossas rotinas pensando em não prejudicar mais ainda o meio ambiente. O processo de seleção natural está aumentando cada vez mais, principalmente devido a fatores praticados pelo homem, como: desmatamento, urbanização e poluição na natureza. O ser humano é um dos elementos do ecossistema, portanto, ele está relacionado aos outros seres, inclusive em conexão com os fatores abióticos, como o clima. Caso comecem a desestruturá-lo, conseqüentemente estarão desenvolvendo graves problemas para si próprios. Sendo assim, o Parque tem como principais objetivos a preservação da nascente do “Geladinho”, assim como toda área verde em seu entorno (APP), além de fornecer um espaço natural para a prática de diversas atividades físicas, culturais e lazer, sensibilizando a todos os visitantes e freqüentadores a seguir a tendência mundial de união da natureza com o estilo de vida urbano, unindo sustentabilidade e qualidade de vida. 9 Plano de Controle Ambiental (PCA) Parque Municipal 2. INTRODUÇÃO O Plano de Controle Ambiental (PCA) é o documento norteador das ações mitigadoras que contêm os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados pelo EIA/RIMA na fase de Licenciamento Prévio (LP). Originalmente exigido pela resolução CONAMA 009/90, para a concessão da Licença de Instalação (LI) de atividade de extração mineral de todas as classes previstas no decreto-lei 227/67, o PCA tem sido estendido para o licenciamento de diversos tipos de atividades produtivas potencialmente poluidoras. Considerando o disposto no Art. 5º da Resolução 009/90 do CONAMA (Dispõe sobre normas específicas para o licenciamento ambiental de extração mineral, classes I, III a IX) “A Licença de Instalação deverá ser requerida ao meio ambiental competente, ocasião em que o empreendedor deverá apresentar o Plano de Controle Ambiental (PCA), que conterá os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados na fase da LP, acompanhado dos demais documentos necessários. § lº - O órgão ambiental competente, após a análise do PCA do empreendimento e da documentação pertinente, decidirá sobre a concessão da LI. § 2º - O ambiental competente, após a aprovação do PCA do empreendimento, concederá a Licença de Instalação. § 3º - O órgão ambiental competente solicitará ao empreendedor a autorização de desmatamento, quando couber. Partindo desse pressuposto o referido trabalho apresenta uma serie de dados (Legislação, Caracterização do empreendimento e Diagnostico Ambiental) necessários para implantação de um Parque Municipal. 10 3. ESCOPO E OBJETIVO DO ESTUDO Os bairros de Manaus possuem inúmeros aspectos que dificultam o desenvolvimento da ocupação urbana de forma adequada, tais como: a grande extensão, a escassez de recursos, as características peculiares do meio físico e a falta de informações sobre o mesmo. Desse modo, a pesquisa realizada na área do bairro Cidade Nova visa contribuir para um melhor entendimento das características ambientais. O presente Plano de Controle Ambiental - PCA tem como objetivo especificar e amenizar os impactos ambientais, além de nortear ações mitigadoras e/ou corretivas, junto aos moradores do bairro Cidade Nova 4. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O EMPREENDIMENTO O parque a ser construído possuí uma área de 146.777 m² e está localizado entre os núcleos 09, 21, 22, e 23 do bairro Cidade Nova V (Fig. 01). O parque contará com 06 quadras poliesportiva, 01 play ground, 01 biblioteca, 01 espaço cultural, 02 lanchonetes, trilha (ciclovia, coopper) e estacionamentos para 40 veículos (Fig. 02). 11 Fig.01 – Delimitação da área de estudo entre os núcleos 09, 21,22 e 23 Imagem: Quickbird, 2007 Organização: Carmem Rocha, Dez/2011. 12 Fig.02- Projeto Básico do Empreendimento Imagem: Quickbird, 2007 Organização: Carmem Rocha, Dez/2011 13 5. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 5.1. Legislação Ambiental (FEDERAL) O Licenciamento Ambiental é uma obrigação compartilhada pelos Órgãos Municipais, Estaduais de Meio Ambiente e pelo IBAMA, o qual atua principalmente, no licenciamento de grandes projetos de infra-estrutura que envolva impactos em mais de um estado e nas atividades do setor de petróleo e gás na plataforma continental. As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas na Lei 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e na Resolução CONAMA nº 001/86 que “Define as situações e estabelece os requisitos e condições para desenvolvimento de Estudo de Impacto Ambiental – EIA e respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA” e Resolução CONAMA nº 237/97 que “Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental”. Além dessas, o Ministério do Meio Ambiente emitiu recentemente o Parecer nº 312/CONJUR/MMA/2004, que “discorre sobre a competência estadual e federal para o licenciamento, tendo como fundamento a abrangência do impacto”. A necessidade de Estudos de Impactos Ambiental (EIA) para o licenciamento é reforçada pela Constituição Federal de 1988 que incumbiu ao Poder Público “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou de atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade”. A Constituição Federal em seu Art. 225 destaca que “Todos tem o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público é a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Mais antes da Constituição vigente a previsão de licenciamento ambiental surgiu com a Lei 6.938/81 que foi alterada pela Lei 7.804/89 onde estabelece em seu Art. 10 que: A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 14 considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) através da Resolução 237/97, que dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental, regulamenta e apresenta um conceito de licenciamento ambiental destacando que é um: Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras; ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. Esta mesma Resolução 237/97 define em seu Art. 8º que o poder público no exercício de sua competência de controle, expedira o licenciamento o qual é composto por três licenças, a saber: Licença Previa (LP), Licença Instalação (LI) e Licença Operação (LO). Cada uma referindo-se a uma fase distinta do empreendimento. O empreendedor não deverá pauta-se apenas nessas licenças, pois dependendo do ramo da atividade ele deverá procurar autorização de outros órgãos para outorga de direito de usos desses. Atividades que utilizam recursos hídricos deverão pauta-se na Lei 9.433/97 regulamentada pelo Decreto no 2.612/98, que Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamentou o inciso XIX do Art. 21 da Constituição Federal, e alterou o Art. 1º da Lei nº 8.001/90, que modificou a Lei nº 7.990/89 e instituiu para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, de recursos minerais em seus respectivos territórios, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva. 15 Já as atividades que inclua desmatamento deverão pauta-se no Código Florestal, estabelecido através da Lei 4.771/65, Art. 19 onde delega a União, Estado ou Município competências para expedir as licenças e Resolução do CONAMA 378/06, que “Define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1o, art. 19 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965”. 5.2. Área de Preservação Permanente - APP O Código Florestal Brasileiro instituído pela Lei 4.771/65 nos artigos 2º e 3º defini as Áreas de Preservação Permanentes (APP) e delimita uma distância mínima onde é proibido a retirada dos fragmentos florestais das margens dos rios o qual aumenta ou diminui de acordo com a largura do mesmo. A Lei 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional do meio Ambiente considera essas áreas como reservas ecológicas. A resolução do CONAMA 302/02, (dispõe sobre os parâmetros, definições de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso ao seu entorno) complementada pela resolução CONAMA 303/02 (dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente) tratam dos limites e de seus regimes de usos. A resolução CONAMA 369/06 (dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão da vegetação nas áreas das APP). Mais essa intervenção fica condicionada à outorga do direito de uso de recursos hídricos, conforme o disposto no Art. 12 da Lei nº 9.433/97. As Áreas de Preservação Permanentes [...] atenuam os efeitos erosivos e a lixiviação dos solos, contribuindo também para a regularização do fluxo hídrico, redução do assoreamento dos cursos d’água e reservatórios, e trazendo benéficos para a fauna Corrêa e Castro et al. (1996). 16 5.3. Legislação Ambiental (ESTADUAL) O debate sobre as questões ambientais no Estado do Amazonas data do início da década de 1980, pela Comissão de Desenvolvimento do Estado do Amazonas – CODEAMA, à época, autarquia vinculada a Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral – SEPLAN. Em agosto de 1982, com a edição da Lei 1.532, inicia-se a execução da Política Estadual de Meio Ambiente, que passou, em 1989, para a responsabilidade do Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do Amazonas – IMA. No ano de 1995, foi criado o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAAM, que assumiu a gestão ambiental do Estado, fortalecendo a gestão ambiental no Amazonas. A Lei Estadual 3.135/07 Art. 1° Fica instituída a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, com vistas à implementação, no território estadual, das ações e contribuições, dos objetivos, das diretrizes e dos programas previstos nesta lei. Os princípios que norteiam a agenda ambiental no Estado do Amazonas estão referenciados na Lei de Política Ambiental aprovada em 1982, portanto, um ano após a definição da política nacional de meio ambiente. Do arcabouço legal de maior relevância para implementação dessa agenda ambiental no Estado do Amazonas, destacam-se: 1. Lei N°1.532/82 que disciplina a Política Estadual de Meio Ambiente; 2. Lei N°2.985/05 que institui o Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEMAAM; 3. Lei N°3.135/07 que dispõe sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável; 4. Lei N°3.167/07 que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos; 5. Lei N°3.219/07 que dispõe sobre o Licenciamento Ambiental. Esse é o marco regulatório básico que, associados a outros diplomas legais (Decretos, Códigos, Súmulas, Resoluções, Instruções Normativas e 17 Portarias) definidos no âmbito do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA constitui a base jurídica para dar suporte a operacionalização das ações de controle, fiscalização e monitoramento ambiental. Quanto ao aspecto institucional o órgão coordenador e gestor da política estadual ambiental é a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS, que faz o grande esforço de articulação com as instituições, no âmbito federal, estadual e municipal, sobretudo aquelas comprometidas com a execução das ações nas áreas de: saúde, fundiária, comunicação, educação, agricultura, ciência e tecnologia. Numa outra escala estas interações ocorrem com setores da sociedade civil, e outras organizações, inclusive transnacionais, consideradas vitais para a consolidação dessa política. A Lei 1.532, A de 06 de Julho de 1982 (com as alterações dada pela Lei n° 2.984/05) que disciplina a Política Estadual da Prevenção e Controle da Poluição, Melhoria e Recuperação do Meio Ambiente e da Proteção aos Recursos Naturais tem por objetivos basilares: a) Fixar as diretrizes da ação governamental, com vistas à proteção de Meio Ambiente, à conservação e proteção da flora, da fauna e das belezas cênicas e ao uso racional do solo, da água e ar; b) Contribuir para a racionalização do processo do desenvolvimento econômico e social, procurando atingir a melhoria dos níveis da qualidade ambiental, tendo em vista o bem estar da população; c) Propor critérios de exploração e uso racional dos recursos naturais, objetivando o aumento de produtividade, sem prejuízo à saúde; d) Incentivar programas e campanhas de esclarecimentos com vistas à estimulação de uma consciência publica voltada para o uso adequado dos recursos naturais, e para a defesa e a melhoria da qualidade ambiental; e) Estabelecer critérios para reparação dos danos causados pelo agente poluidor e predador. f) da Cooperação Nacional e Internacional, consubstanciada na realização de projetos multilaterais nos âmbitos local, regional, nacional e internacional, de forma a alcançar os objetivos de estabilização da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, respeitadas as necessidades de desenvolvimento sustentável; 18 Os princípios que norteiam a agenda ambiental no Estado do Amazonas estão referenciados na Lei de Política Ambiental aprovada em 1982, portanto, um ano após a definição da política nacional de meio ambiente. Do arcabouço legal de maior relevância para implementação dessa agenda ambiental no Estado do Amazonas, destacam-se: 1. Lei N° 1.532/82 que disciplina a Política Estadual de Meio Ambiente; 2. Lei N° 2.985/05 que institui o Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEMAAM; 3. Lei N° 3.135/07 que dispõe sobre Mudanças Climáticas, Conservação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável; 4. Lei N° 3.167/07 que dispõe sobre a Política Estadual de Recursos Hídricos e do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos; 5. Lei N° 3.219/07 que dispõe sobre o Licenciamento Ambiental. Esse é o marco regulatório básico que, associados a outros diplomas legais (Decretos, Códigos, Súmulas, Resoluções, Instruções Normativas e Portarias) definidos no âmbito do Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA constitui a base jurídica para dar suporte a operacionalização das ações de controle, fiscalização e monitoramento ambiental. Quanto ao aspecto institucional o órgão coordenador e gestor da política estadual ambiental é a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SDS, que faz o grande esforço de articulação com as instituições, no âmbito federal, estadual e municipal, sobretudo aquelas comprometidas com a execução das ações nas áreas de: saúde, fundiária, comunicação, educação, agricultura, ciência e tecnologia. Numa outra escala estas interações ocorrem com setores da sociedade civil, e outras organizações, inclusive transnacionais, consideradas vitais para a consolidação dessa política. Lei 1.532, de 06 de Julho de 1982 (com as alterações dada pela Lei n° 2.984/05) Art. 2º - A Política Estadual da Prevenção e Controle da Poluição, Melhoria e Recuperação do Meio Ambiente e da Proteção aos Recursos Naturais tem por objetivos basilares: a) Fixar as diretrizes da ação governamental, com vistas à proteção de Meio Ambiente, à conservação e proteção da flora, da fauna e das belezas cênicas e ao uso racional do solo, da água e ar; 19 b) Contribuir para a racionalização do processo do desenvolvimento econômico e social, procurando atingir a melhoria dos níveis da qualidade ambiental, tendo em vista o bem estar da população; c) Propor critérios de exploração e uso racional dos recursos naturais, objetivando o aumento de produtividade, sem prejuízo à saúde; d) Incentivar programas e campanhas de esclarecimentos com vistas à estimulação de uma consciência publica voltada para o uso adequado dos recursos naturais, e para a defesa e a melhoria da qualidade ambiental; e) Estabelecer critérios para reparação dos danos causados pelo agente poluidor e predador. O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81), o qual pode ser considerado com um dos integrantes do conjunto de procedimentos preventivos dentro do processo de controle ambiental. De acordo com Cabral e Souza (2002), o licenciamento ambiental encontra-se intimamente ligado ao processo de estudo de impacto ambiental, uma vez que as concessões de licenças são dadas somente após a apreciação e aprovação dos estudos de impactos ambientais solicitados pelo órgão responsável pela emissão das licenças. 5.4. Legislação Ambiental (MUNICIPAL) O Plano Diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento do Município. Sua principal finalidade é orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada na construção dos espaços urbano e rural na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida para a população. O Código Ambiental Municipal que contém mecanismos que asseguram a participação da sociedade nos momentos importantes do gerenciamento da questão ambiental: elaboração das políticas, avaliação da implantação das atividades impactantes, como agentes vigilantes da ordem ambiental e na avaliação do desempenho da administração pública no gerenciamento ambiental. O Plano Diretor Urbano e Ambiental do Município de Manaus regulamentado pela Lei 671/02 estabelece diretrizes para o desenvolvimento 20 da cidade e dá outras providencias ao planejamento e à gestão do território do Município. Os Art. 63, 64, 65 e 66 tratam do uso e ocupação do solo. A legislação de uso e ocupação do solo é fundamental para a vida urbana, por normatizar, ou seja, estabelecer normas as construções e definir o que pode ser feito em uma determinada área a ser construída, pois interfere na forma da cidade. Quanto à qualidade de vida da população no que se refere a essa temática tem vários indicadores como: qualidade da habitação, segurança ambiental e serviços sanitários, que está relacionado ao desenvolvimento humano e a qualidade do ambiente construído. Com relação à minimização dos impactos ambientais, segundo (SÁNCHEZ, 2001), a identificação e avaliação dos impactos ambientais associados a determinado empreendimento, deve-se procurar, inicialmente, selecionar todas as atividades, produtos e serviços relacionados à atividade produtiva, de modo a separar o maior número possível de impactos ambientais gerados, reais e potenciais, benéficos e adversos, decorrentes de cada aspecto identificado, considerando, sempre se são significativos ou não. O Plano Diretor de uma cidade são conjuntos de leis que estabelecem diretrizes que visam uma adequada ocupação do espaço urbano de um município, e essas leis são de suma importância para que se possa saber o que se pode ou não ser feito. Diante disso será abordado neste texto alguns capítulos do Plano Diretor Urbano da Cidade de Manaus especialmente os se referem ao licenciamento Urbano. O Art. 25 trata dos programas da Estratégia de Estruturação do Uso e Ocupação do Solo Urbano. Em seu inciso III visa a implantação de áreas verdes e parques municipais. O Art. 71 atribuir ao Poder Executivo Municipal, licenciar, autorizar e fiscalizar o uso e a ocupação do solo e o Parcelamento da área urbana e na área de transição, e como complementação deverá ser feito Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança e Ambiental- EIV e EPIA. O Art. 72 determina que deverá ser feito o EIV, a fim de prever possíveis efeitos positivos ou negativos sobre a qualidade de vida da população que reside nas proximidades de onde ira ser implementada a obra. O Art.73 refere-se às leis de parcelamento e uso e ocupação do solo urbano e define quais empreendimentos públicos ou privados necessitarão de 21 Estudos Prévios de Impactos de Vizinhanças (EIV), para aprovação do projeto e a obtenção de licença. No Parágrafo único diz que compete ao próprio empreendedor a elaboração do EIV, que será submetida á analise pela Comissão Técnica de Planejamento e Controle Urbano. O art. 74 regulamenta e justifica a importância do EIV quando necessário, pois o mesmo garante o controle social de intervenção; avalia a capacidade de adensamento da área objeto de intervenção; estabelece a demanda gerada com a intervenção por equipamentos urbanos e comunitários; calcula a valorização imobiliária decorrente de qualquer tipo de concessão; mede a geração de tráfego e a demanda por transporte público; assegura a qualidade da ventilação e circulação e protege a paisagem urbana e o patrimônio natural e cultural. O Art. 75 deixa claro que apesar de ser feito o EIV, não substitui a elaboração e a aprovação do Estudo de Impacto Ambiental (EPIA). O Art. 76 do estabelece o estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA) consiste em um documento que tem como objetivo diagnosticar os impactos advindos da instalação e operacionalização de determinada atividade e propor medidas que visem mitigar tais impactos, como a degradação do meio ambiente da área que sofrerá influência diretos e indiretos da atividade. Esse documento consiste em um instrumento que o Poder Público dispõe para auxiliar na tomada de decisão no sentido de aprovar ou não o licenciamento ambiental de empreendimentos ocasionados de expressivos danos ao ambiente. A grande contribuição do EPIA para o planejamento de obras e atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental foi precisamente estabelecer um tempo distinto, e necessariamente mais demorado, para a aprovação de projetos de empreendimentos que, apesar de relevantes para o desenvolvimento econômico e social e benefícios curto ou a médio prazo, podem ser também danosos à qualidade de vida e ao bem-estar da coletividade a longo prazo incluindo as futuras gerações (MIRRA, 2006). O Art. 98 trata das transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental destacando no inciso III – a implantação de parques públicos de acordo com a demanda existente na área objeto de intervenção. 22 O Art. 108 estabelece que só serão áreas de especial interesse para Reestruturação Urbana as definidas por lei como prioritárias à reconstrução e requalificação urbana das quais compelem ações destinadas à ações destinadas à melhoria da modalidade urbana; qualificação ambiental com ênfase à melhoria da qualidade do saneamento básico e implantação de parques públicos de acordo com a demanda existente na área objeto de intervenção. O Art. 110 dispõe que a criação de áreas de especial interesse ambiental deverá atender às diretrizes que esta priorizará dentre outros o inciso II que visa a recuperação das margens de rios e igarapés que favoreça a criação de espaços públicos de lazer. O Art.116 trata do Plano de Saneamento Ambiental, destacando que é um conjunto de ações com o objetivo de alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental que compreende abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos urbanos e o manejo de águas pluviais que compreende: abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos urbanos e o manejo de águas pluviais urbanas. O saneamento é o instrumento para controlar impactos da urbanização sobre o meio ambiente e para reduzir os riscos naturais como diagnosticar os serviços de saneamento, cadastrar a infra-estrutura existente, avaliar a efetividade das ações de saneamento, deve estabelecer diretrizes e propor ações de caráter legal, institucional e técnicas destinadas à solução de problemas atuais de saneamento, antecipar futuros problemas e fornecer subsídios para a execução de programas setoriais de longo tempo. O Código Ambiental do Município de Manaus instituído pela Lei 605/01 fundamenta os interesses locais e regula as ações do Poder Público Municipal, na conservação, defesa, melhoria, recuperação e controle do meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de natureza difusa e essencial à qualidade de vida. O Art. 3º destaca os objetivos da Política Municipal de Meio Ambiente e no inciso: VI - diz que um dos objetivos da Política Municipal do Meio ambiente dispõe em adotar medidas necessárias no sentido de garantir o cumprimento das diretrizes ambientais estabelecidas no 23 Plano Diretor da Cidade, que é um instrumento básico para o desenvolvimento das funções sociais, de expansão urbana e de garantia e de bem estar dos habitantes. X – cuida dos interesses comuns de todos, isto é, abrangem os parques municipais, as áreas de proteção ambiental, as zonas ambientais e os espaços territoriais especialmente protegidos, as áreas de preservação permanente e as demais unidades de conservação de domínio público e privado. O Art. 52 considera impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas e socioculturais do meio ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que afetem direta ou indiretamente: a saúde, a segurança e o bem estar-estar da população; as atividades sociais e econômicas; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade e quantidade dos recursos ambientais; os costumes a cultura e as formas de sobrevivência das populações. O Art. 53 considera que a Avaliação de Impacto Ambiental é resultante do conjunto de instrumentos e procedimentos que possibilita a analise e interpretação de impactos sobre a saúde, o bem-estar da população, a economia e o equilíbrio ambiental. Prosseguindo com o inciso II se julga importante ressaltar que a elaboração de Estudos Prévios de Impacto Ambiental (EPIA), e o relatório de impacto ambiental (RIMA), para a implantação de empreendimentos ou atividades, na forma da lei. O Art. 54 destaca que para a construção, instalação, reforma, recuperação, ampliação e operação de atividades ou obras que poderão causar significativa degradação do meio ambiente, deverá a SEMMAS exigir EPIA/RIMA como parte integrante do processo de licenciamento ambiental, quando este for competência municipal. O Art. 55 compete a EPIA/RIMA não só observar os dispositivos do código ambiental, mas deverá seguir diretrizes gerais, dos quais serão citados os incisos: II – definir os limites das áreas geográficas a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos; 24 Para o empreendimento em analise, Parque Municipal, o limite mínimo a ser analisado é de 500 metros e o Maximo de 1 km. III – fazer diagnóstico ambiental da área de influência do empreendimento, com completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, assim como são, de modo a caracterizar a situação ambiental da região, antes da implantação do empreendimento; IV – avaliar e identificar os impactos ambientais que serão gerados em decorrência do empreendimento em sua fases de planejamento, pesquisa, instalação, operação ou utilização dos recursos do ambiente; VI – definir medidas redutoras para impactos negativos bem como medidas potêncializadoras dos impactos decorrentes do empreendimento; VII – elaborar programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando a freqüência, fatores e parâmetros a serem considerados, que devem ser mensuráveis e ter interpretações inequívocas. O Art. 57 destaca que o diagnóstico ambiental, assim como a análise de impactos ambientais, devera considerar o meio ambiente da seguinte forma. I. Meio físico: o solo, o subsolo, as água superficiais e subterrâneas, o ar, o clima, com destaque para recursos minerais, a topografia, a paisagem, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes atmosféricas e dados climatológicos; II. Meio biológico: a flora e a fauna, com destaque para as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor cientifico e econômico, raras e ameaçadas de extinção, em extinção e os ecossistemas naturais; III. Meio sócio-econômico: o uso e ocupação do solo, o uso da água e a sócio-economia, com destaque para os sítios e monumentos arqueológicos, históricos, culturais e ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. 5.5. Estação de Tratamento de Esgotos – ETE A preservação dos recursos hídricos é essencial para evitar a contaminação da fração de água disponível e para isso é de fundamental 25 importância a construção de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE). A Resolução CONAMA 357/2005 que “Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes”, estabelece limites para o lançamento de efluentes de Estações de Tratamento de Esgoto em corpos receptores. Estabelece que os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências das normas aplicáveis e padrões estabelecidos. Em Manaus a resolução 131/2006 do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Meio Ambiente (COMDEMA) dispõe sobre a implantação de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE’s) de características domésticas e sépticas e a disposição final de resíduos sólidos gerados. A resolução deve ser aplicada a todo e qualquer empreendimento com características urbanas e multifamiliares que se instalar em Manaus, assim como os já consolidados ou que estiverem em processo de licenciamento. 26 6. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 6.1. Área de Implantação O empreendimento consiste de um Parque Municipal, a ser implantado em área localizada entre os núcleos 09, 23, 21 e 22 do bairro da Cidade Nova do município de Manaus – AM . Na área encontra-se a nascente do “Igarapé Goiabinha” (Fig. 03) o qual faz parte da bacia do igarapé Tarumã - Açu. 7. ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO 7.1 Áreas de Abrangência O empreendimento terá abrangência em dois raios, onde o primeiro ocupa um raio de 500 metros ao entorno do parque o qual é denominado de Área de Influência Direta (AID) e o outro de Área de Influência Indireta (AII) o qual ocupa um raio maior que 500m e menor que 1000 metros (Fig. 04) Fig 03 . Delimitação da Bacia do Igarapé Geladinho. Organização: Carmen Rocha, 2011. 27 7.2. Área de Influência Direta A Área de Influência Direta (AID) ao entorno do empreendimento abrange um raio de 500 metros. Neste raio de 500m estão inseridos os núcleos 09, 10, 13, 21, 22 e 23. Todos esses núcleos destacam-se mais por suas áreas residências, sendo que no núcleo 09 destaca-se uma área comercial na Rua Fig.04 - Áreas de Influência do Empreendimento Imagem: Quickbird, 2007-SIPAM Organização: Carmem Rocha, Dez/2011 28 143 (Fig. 05). Na área de influência direta existe áreas de preservação, localizada ao longo do curso de água (igarapé do “Goiabinha”) e a vegetação que margeia o mesmo. Esta vegetação não poderá ser alterada, devendo apenas ser preservada e conservada em toda a área. Todos esses núcleos tem um divisor natural entre sim, que é a grande área verde que segundo alguns moradores é de grande importância para a comunidade, pois ameniza o calor. 8. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 8.1.1. Clima Os mecanismos climáticos atuam no sentindo de integrar os diferentes níveis de estruturação do meio físico, sendo que a sazonalidade das chuvas, a Fig. 05 – . Área comercial do núcleo 09 Fonte: Anderson Vieira, out/11 29 duração das estações secas e chuvosas, além do índice pluviométrico são os principais fatores modificadores do relevo local. Segundo Lima (1999), mantendo-se constante os demais fatores, é possível associar o alto índice pluviométrico da região como o principal contribuinte na formação dos processos erosivos. Quanto à posição, a cidade de Manaus encontra-se na faixa de domínio tropical, característico de grande parte do Brasil, sendo marcada por duas estações que podem ser diferenciadas quanto ao nível de precipitação. Assim sendo, segundo a classificação de Köppen, essa região se insere no grupo A (clima tropical chuvoso), sendo identificados dois tipos climáticos: Af, sempre úmido com temperatura e precipitação com pouca variação anual; Amw’, quente e úmido, o qual se caracteriza por apresentar uma estação seca de curta duração. De acordo com Sioli (1991), Manaus encontra-se compreendida entre as isoietas de 2.000 e 2.200 mm anuais de precipitação. No entanto, por estar contida dentro do contexto amazônico, é marcada por chuvas abundantes, mas não distribuídas. Segundo o projeto BRASIL-MME (1978) a precipitação anual mínima já registrada foi de 1.355 mm em 1911 e a precipitação máxima atingida correspondeu a 2.839 mm no ano de 1968. Em Manaus, a temperatura média compensada anual na área urbana fica em 26,7º C, com média das máximas em 31,5º C e médias das mínimas em 23,2º C (AGUIAR, 1995), sendo que a temperatura máxima absoluta fica em torno de 38º C, a mínima perto dos 16º C (NIMER, 1989) e a umidade relativa próxima de 83% (média anual). Nos meses de janeiro a maio as maiores umidades relativas foram observadas (média de 87%) e as menores nos meses de agosto e setembro com 76% (AGUIAR, 1995). 8.1.2. Geomorfologia A geomorfologia da região encontra-se na Porção do Planalto da Amazônia Oriental. Pode-se observar que os topos dos platôs variam de 200 m a 1200 m de comprimento. Esses platôs são bastante dissecados devido ao alto grau de erosividade das chuvas que desgastam a superfície rochosa de 30 modo mais intenso e rápido do que os demais processos exogenéticos. As encostas são predominantemente convexas com grande declividade entre o platô e os vales encaixados, sob os quais se desenvolvem uma extensa rede de canais (VIEIRA e MOLINARI, 2006) 8.1.3. Geologia A cidade de Manaus está assentada sobre a Formação Alter do Chão de idade cretácea e pertence ao Grupo Javari (CUNHA et al. 2007). Essa formação é constituída principalmente por arenitos coloração avermelhada com porções esbranquiçadas, feldspáticos/cauliníticos, quartzo-arenitos e conglomerados com estratificações cruzadas, acanaladas e tabulares, que foram interpretadas como depósitos de canais fluviais (CUNHA et al. 1994), com fácies subordinadas de siltitos, folhelhos e argilitos (VIEIRA 1999, NOGUEIRA et al. 1999, PAZ & CUNHA 2009). Localmente ocorrem fácies de arenito silicificado, denominado de “Arenito Manaus” por Albuquerque (1922). Na região de Manaus e arredores, estudos icnológicos de Soares et al. (2006) e Passos (2009), propõem paleoambiente flúvio-deltáico-lacustre para a Formação Alter do Chão (Fig.06). Fig. 06 – Mapa Geológico da área de estudo Fonte: CPRM 2005. Elaboração: Carmem Rocha, Nov/11 31 De acordo com Franzinelli et al. (2003), o “Arenito Manaus” está constituído basicamente por quartzo/arenito, supermaturo, homogêneo, com granulação média a grossa, pobremente selecionado, com quantidades variadas em cimento e constituído por agregados de quartzo associado à matriz de caulinita. Para explicar a origem da silicificação desse nível estratigráfico na Formação Alter do Chão, os citados autores sugerem três fases de modificações diagenéticas: a) durante a fase deposicional (eogênese), b) durante o soterramento (mesogênese) e c) por soerguimento e erosão (telogênese), sob influência de fatores deposicionais, climáticos, tectônicos e de intemperismo. Nogueira et al. (2003) consideram esses corpos como silcretes formados durante o processo de pedogênese e ou eodiagênese, com fase mesodiagênese pouco desenvolvida. A tonalidade vermelha foi atribuída ao ferro devido a flutuações do lençol freático assimilado das soluções silicosas posteriormente. 8.1.4. Solos Ocorrem três principais classes de solos: os Espodossolos, os Latossolos e os Argissolos sendo que os Espodossolos são solos bem envelhecido, profundo, de cor amarelada e tipicamente caulinítico, apresentam horizontes de areia branca que podem atingir alguns metros de espessura, sua consistência é solta, costuma surgir nas encostas e acompanha os principais cursos d`água. A campinarana é a vegetação típica desses solos (LEAL,1996). Os Latossolos apresentam variações de cor amarela a vermelho-amarelado e possuem maior representatividade em Manaus (VIEIRA, 2008). O Argissolo, ainda é descrita por Leal (1996) como sendo também freqüente em Manaus. Este tipo de solo apresenta horizonte B nodular com aproximadamente 1 m de espessura, sendo encontrado a 1,3 m de profundidade. Sua consistência é porosa, muito dura e com drenagem moderada. Os três tipos de solo descritos acima apresentam baixos teores de cátions trocáveis o que indica processo de lixiviação intenso. Quanto à mineralogia esses solos não apresentam variação considerável (LEAL,1996). 32 8.1.5. Hidrografia A área urbana de Manaus abrange quatro bacias hidrográficas, todas contribuintes da grande bacia do rio Negro. Duas bacias encontram-se integralmente dentro da cidade – do igarapé de São Raimundo e do igarapé do Educandos – e duas parcialmente inseridas na malha urbana –do igarapé do Tarumã-Açu e do rio Puraquequara. O igarapé do Tarumã-Açu, que em seu trecho inferior corresponde ao limite ocidental da área urbana, apresenta diversos afluentes de sua margem esquerda nascendo na Reserva Duckee percorrendo as Zonas Norte e Oeste de Manaus. O rio Puraquequara, afluente da margem esquerda do rio Amazonas, também apresenta parte de sua bacia localizada dentro de área ocupada e de áreas consideradas como de uso agrícola. Este curso d’água, que em seu trecho inferior corresponde ao limite oriental da área urbana, ainda mantém muitas de suas características naturais, mas já começa a sentir os efeitos da expansão da cidade sobre suas fronteiras orientais. A área onde será implantado o empreendimento está localizado na bacia do igarapé do Tarumã-Açu, de acordo com dados da secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA) que está mapeando o traçado dos igarapés do Goiabinha e do Geladinho, dois importantes afluentes da cidade. A nascente do igarapé do fica localizado no fragmento florestal situado entre o Hospital Universitário Dona Francisca Mendes (HUFM), e o Instituto Medico Legal (IML), na Cidade Nova, Zona Norte de Manaus (Fig. 07) 33 8.1.6. Qualidade de Água A água é fundamental à manutenção da vida, sendo um recurso de múltipla utilização. A qualidade da água depende das condições naturais e da ocupação do solo na bacia hidrográfica. Em vista, que a qualidade desejável da água é em função do seu uso previsto, existe uma política normativa nacional de uso da água. A Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 20/86) estabelece parâmetros que define os limites aceitáveis de elementos, considerando os diferentes usos. A qualidade da água pode ser expressa através de parâmetros que traduzem as suas principais características físicas, químicas e biológicas. Dentro desse conceito foi realizada a coleta de água em dois pontos do igarapé do Geladinho (Fig. 08, 09 e 10). Sendo coletadas duas amostras, e encaminhadas para o Laboratório no Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA). Foram analisadas as seguintes características químicas: pH (potencial hidrogeniônico) e Alcalinidade; Físicos: Turbidez e Condutividade elétrica. Fig. 07 . Delimitação da micro bacia do Igarapé do Geladinho. Organização: Carmen Rocha, 2011. 34 Fig. 09. Primeira coleta de água na nascente do Igarapé do Geladinho. Fonte: Anderson Vieira, 2011. Fig. 08. Pontos de coleta das amostras de água no Igarapé Geladinho. Organização. Carmem Rocha, 2011 35 Fig. 10. Segunda coleta de água no Igarapé do Geladinho. Fonte: Anderson Vieira, 2011. 8.1.7 Parâmetro Químico: ph e alcalinidade Segundo Alves (2002), os valores de pH (Potencial Hidrogeniônico) têm variação de 0 a 9, e consiste num índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer. As substâncias em geral, podem ser caracterizadas pelo seu valor de pH. Os valores de pH variam de 0 a 9 . Classificação de uma solução ácida ou básica: a) pH 0 a 7 - soluções ácidas b) pH = 7 - soluções neutras c) pH acima de 7 - soluções básicas ou alcalinas Pode-se entender Alcalinidade primeiramente ao saber que existem impurezas na água, que são capazes de reagir com ácidos, podendo neutralizar certa quantidade desses reagentes. Essas impurezas conferem às águas a característica de alcalinidade. Para Oliveira (2007) alcalinidade de uma água é a sua capacidade quantitativa de neutralizar um ácido forte, até um 36 determinado pH. Para medir alcalinidade em laboratório, utiliza-se ácido sulfúrico. A turbidez segundo Aislan (2008) é a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar certa quantidade de água. É causada por matérias sólidas em suspensão (silte, argila, colóides, matéria orgânica, etc.). Para Zuin (2009) a condutividade elétrica da água é uma medida da capacidade desta em conduzir corrente elétrica, sendo proporcional à concentração de íons dissociados em um sistema aquoso. Esse parâmetro não discrimina quais são os íons presentes em água, mas é um indicador importante de possíveis fontes poluidoras. Os elementos analisados na coleta foram: Cálcio, Sódio, Alumínio, Magnésio Cloro (Cl), Nitrato, Nitrito, fosfato e Sulfato (Tabela 01 ). 37 Dados de coleta da água – Amostra 01 e 02 (Mg/l) Tabela 01. Dados da qualidade da água. Organização: Jessyca Andrade, 2011. Amostra Ca Na Al Mg Cl Nitrato Nitrito Fosfato Sulfato 01 3, 817 0, 498 3, 318 0, 498 9, 007 8, 969 0,022 0, 837 4, 616 CONAMA Cálcio 0,001mg Sódio 250mg Alumio 1,5mg Mg 0,5mg Cloro 0,01mg Nitrato 10,0mg Nitrito 1, 0mg Fosfato - Sulfato 1,0 02 Cálcio 8, 8065 Sódio 0, 432 Amônio 0,355 Mg 0,435 Cl 5,55 Nitrato 0, 818 Nitrito 0, 101 Fosfato 0, 000 Sulfato 5, 393 CONAMA Cálcio 0,001mg Sódio 250mg Amônio 0,40mg Mg 0,5mg Clor 0,01 Nitrato 10,0 Nitrito 1,0 Fosfato - Sulfato 250mg 38 Amostr as pH Cona ma Alcalinida de Cona ma Condutivid ade elétrica Cona ma Turbid ez 01 6,0 0 0 a 9 18,30 - 76,88 - 5,72 02 6,3 0 0 a9 18,30 - 51,87 - 2,08 Tabela 02 - Condutividade elétrica e turbidez. Organização: Jessyca Andrade,2011. O resultado alcançado permite a seguinte análise. O igarapé do Geladinho se caracteriza por dentritos acumulados em seu leito e foi detectado tubulação de esgoto de águas servidas orientadas para o igarapé em questão, sem o devido tratamento. Dessa forma, através dos resultados da análise, constata-se a contaminação da água, portanto a qualidade da água não se encontra nos padrões estabelecidos pela Resolução nº357/05 do Conama que faz as seguintes considerações: A classificação da água doces, salobras e salina essencial a defesa de seus níveis, avaliados por condições e padrões específicos de modo a assegurar seus usos preponderantes. O artigo 09, inciso um, da Lei n°9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e demais aplicáveis a matéria; considerando que a água integra as preocupações do desenvolvimento sustentável baseada nos princípios da função ecológica da propriedade, da prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do uso pagador e integração e bem como do reconhecimento de valor intrínseco da natureza. Considerando que a Constituição Federal e Lei de n°6.938/81, visam controlar o lançamento de poluentes, proibindo o lançamento de níveis nocivos ou perigosos para os seres humanos e outras formas de vida. Considerando que a saúde e o bem-estar humano bem como o equilíbrio ecológico aquático, não devem ser afetados pela deterioração da qualidade das águas e, Considerando que o controle da poluição esta relacionado diretamente com proteção da saúde, garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado 39 e melhoria da qualidade de vida, levando em conta os usos prioritários e classes de qualidade ambiental exigidos para corpo de água. Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos de água superficiais, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes (CONAMA, 357/05). 8.2. Meio Biológico 8.2.1. Diagnóstico Florestal A Amazônia Central, onde está localizada a cidade de Manaus, reúne basicamente as características mais genéricas de toda a região, ou seja, ela representa a média da maioria dos parâmetros ecológicos. É assim nos aspectos climáticos, na hidrografia, e, inclusive, nas características geomorfológicas, geológicas e pedológicas. No que se refere com a vegetação o sítio onde a cidade está encravada, e suas áreas próximas, os tipos de vegetação são igualmente comuns para toda região amazônica. Predominantemente, em toda região norte brasileira, predomina a Floresta Latifoliada Perene, que Humboldt e Bonpland chamaram de “hiléia” e que vai além dos limites do Brasil (AGUIAR, 1995). No que se refere à cobertura vegetal, Manaus está inserida na Floresta Amazônica (Floresta Ombrófila Densa) (BOHRER e GONÇALVES, 1991 apud VIEIRA ,2008). 40 Fig. 07 – Delimitação da Área de estudo entre os núcleos 09, 23, 21 e 22. Localização das parcelas 01 e 02. Imagem: CPRM, 2004. Elaborado: Carmem Rocha, out/11. Núcleo 11 Núcleo 13 Núcleo 10 Eucatur 8.2.2. Procedimentos Metodológicos Levantamento e análise florística A análise fitossociológica foi realizada a partir da coleta de dados em campo, por meio do método de parcelas devido sua eficiência e precisão, a qual permite a determinação de parâmetros absolutos de densidade e distribuição espacial dos indivíduos. Foi delimitada e inventariada duas parcelas com 400 m² de área cada, cujas dimensões 20 x 20 m, distribuídas em áreas de mata de baixio, sendo que na primeira parcela (A) está localizada uma nascente, próxima a garagem da viação Empresa União Cascavel de Transporte e Turismo (EUCATUR), e a segunda parcela (B) localiza-se entre os núcleos 21 (vinte e um) e 22 (vinte e dois) do bairro Cidade Nova, totalizando uma área de estudo de 800 m² conforme mostrado na (Fig. 11). Fig. 11 – Localização das parcelas. Fonte: CPRM, 2004 Elaboração: Carmem Rocha, 2011. 41 Fig. 12 – Material usado para delimitação das parcelas – (01) Bussola, (01) Fita Métrica, (04) Estacas de madeira de 1m cada, Barbante de cor preta. Fonte: Carmem Rocha, out/11. Para a delimitação das parcelas foi utilizada uma (01) bússola objetivando orientar corretamente a forma quadrática, além de uma (01) trena na determinação das dimensões, quatro (04) estacas para demarcar os vértices, e faixas de isolamento (barbante) para demarcar os limites (Fig. 12). Foi utilizado também para marcar as coordenadas geográficas o Sistema de Posicionamento Global (GPS) Gasmim e uma fita diamétrica para medir o Diamentro na Altura do Peito (DAP) (Fig. 13). As amostras dos indivíduos coletados obedeceram ao seguinte critério: diâmetro a altura do peito (DAP) igual ou superior a 10 cm, medido com uma fita diamétrica. A equipe recebeu auxílio de um mateiro do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) na identificação das espécies com o nome popular, em gabinete fez-se a identificação do nome cientifico e a tabulação dos dados. 42 Fig. 13 – GPS Garmim 12; Fita métrica para medir o DAP Fonte: Carvalho, out/11 Após a coleta de campo, em gabinete, foram identificados os seguintes parâmetros fitossociológicos: Área Basal (G), Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR), Freqüência Absoluta (FA), Freqüência Relativa (FR), Dominância Absoluta (DoA), Dominância Relativa (DoR), Índice de Valor de Importância (IVI), Índice de diversidade de Shannon (H’), Índice de Equabilidade (e) e Índice de Similaridade de Sorensen (S). A área basal (G) foi obtida à partir da elevação do DAP (Diâmetro à Altura do Peito) ao quadrado, em seguida, multiplicado o resultado por π. O resultado dessa operação foi dividido por 4. A área basal, também chamada de Dominância Absoluta (DoA), representa a área, em m², ocupada pela espécie no terreno. A Densidade Absoluta (DA) resulta da divisão do número de indivíduos de cada espécie pela área da parcela, multiplicado por 10000, que é, em metros quadrados, a área de um hectare, no qual, obtêm-se o índice de indivíduos por hectare. Por outro lado, a Densidade Relativa (DR) foi alcançada a partir do produto entre a densidade absoluta de cada espécie por 100, e em seguida, da divisão deste resultado pelo somatório da densidade 43 absoluta, obtendo-se a participação de cada espécie na área ocupada por vegetação dentro da parcela. Ao final, o somatório da densidade relativa deve ser 100 (DURIGAN, 2003). A Frequência Absoluta (FA) determina se o indivíduo está ou não presente na parcela analisada, e foi obtido por meio da divisão do número de parcelas em que o indivíduo está presente sobre o número de parcelas analisadas na tabela, em seguida, multiplicou-se o resultado por 100, e como neste trabalho as parcelas foram analisadas separadamente, todos os indivíduos apresentam o índice 100. Já a Frequência Relativa (FR) foi obtida pelo produto da frequência absoluta da espécie por 100, depois dividindo esse valor pelo somatório total da frequência absoluta. A Dominância Relativa (DoR) resulta do cálculo de multiplicação da dominância absoluta por 100, e, em seguida, pela divisão deste resultado pelo somatório da dominância absoluta. Assim, se obteve a participação da área ocupada por uma espécie em relação às áreas das outras espécies. Por último, o Índice de Valor de Importância (IVI), resultante do somatório da densidade relativa, da frequência relativa, e da dominância relativa. Este índice indica a relevância da espécie para a área analisada, podendo ser classificada com base na sua densidade, altura, e distribuição espacial dos indivíduos (DURIGAN, 2003). O PI é um índice necessário para se obter o índice de Shannon, determinando a probabilidade de um indivíduo aleatoriamente amostrado pertencer a certa espécie, sendo alcançado a partir da divisão do número de indivíduos de cada espécie pelo total de indivíduos analisados. O índice de Shannon (H’) constitui-se no indicador da biodiversidade, e foi obtido através da produto do PI de cada espécie pelo logaritmo normal deste. O somatório do índice de Shannon indica a biodiversidade da área. O índice de equabilidade (e) foi usado para refletir o potencial da biodiversidade da área, pois se baseia no número de espécies e na quantidade de indivíduos, indicando o quanto desse potencial é efetivamente aproveitado. Ele foi obtido dividindo o somatório do índice de Shannon pelo logaritmo natural do número de espécies, e multiplicado por 100 para obter o índice em porcentagem. É diretamente proporcional à diversidade e contrário à dominância, e tende a ser mais uniforme quanto menor a área amostrada (DURIGAN, 2003). 44 O índice de similaridade de Sorensen (S) foi usado para comparar o nível de semelhança da vegetação das duas parcelas analisadas. Foi obtido através da multiplicação do número de espécies encontradas nas duas parcelas por 2, em seguida, dividiu-se esse resultado pelo somatório de espécies encontradas em apenas uma das parcelas, para, então, multiplicar o resultado por 100 obtendo-se o índice em porcentagem (DURIGAN, 2003). 8.2.3. Caracterização da Vegetação 8.2.4. Analise Florística e Estrutura Florestal O levantamento florístico realizado na primeira parcelas com uma área total de 400 m2 resultou no registro de 24 indivíduos de 12 espécies, tendo sua Densidade Absoluta (DA) um valor total igual a 600 ind.ha, a Densidade Relativa (DR) um valor igual a 100%, a Frequência Absoluta (FA) e Frequência Relativa (FR) obtiveram os valores de 1.200% e 8,33% respectivamente. A Dominância Absoluta (DoA) é igual a 38,48 m2/ha, a Dominância Relativa (DoR) igual a 100%, o Indice de Valor de Importância (IVI) obteve resultado igual a 208,33, o Indice de Shannon (H’) ficou igual a – 2,1743 e finalizando, os Indices de equabilidade (e) e Indice de Similaridade Sorensen (S) obtiveram os resultados iguais a -0,875% e 250% respectivamente (Tab. 03). As espécies que mais se destacaram na primeira parcela foram a Bocageopsis Multiflora (Envira Preta) com 8 indivíduos (34%) (Fig. 14), Miconia sp (Buxuxu) com 3 indivíduos (13%) (Fig. 15) e Ficus Guaranitica (Figueira) com 2 indivíduos (9%) (Fig. 16) (Gráfico 01). 45 Tabela Parcela 01 PARCELA 01 Nome popular Total DA (ind.ha) DR (%) FA (%) FR (%) DoA (m2/ha) DoR (%) IVI VI Shannon e (%) S (%) Envira Bobó 1 25 4,166667 100 8,33333 3,14159 8,16327 20,6633 0,04 -0,13242 - 0,875 250 Figueira 2 50 8,333333 100 1,54134275 4,0051 12,3384 0,08 -0,20708 Envira Preta 8 200 33,33333 100 12,3484125 32,0867 65,4201 0,33 -0,3662 Paxiuba 1 25 4,166667 100 0,5026545 1,30612 5,47279 0,04 -0,13242 Pau Pombo 1 25 4,166667 100 1,3273205 3,44898 7,61564 0,04 -0,13242 Marupá 2 50 8,333333 100 8,1543895 21,1888 29,5221 0,08 -0,20708 Ucuba Branca 1 25 4,166667 100 0,441786 1,14796 5,31463 0,04 -0,13242 Breu Branco 1 25 4,166667 100 1,8869175 4,90306 9,06973 0,04 -0,13242 Inharé 2 50 8,333333 100 6,135918 15,9439 24,2772 0,08 -0,20708 Lacre 1 25 4,166667 100 0,950331 2,46939 6,63605 0,04 -0,13242 Buchuchu 3 75 12,5 100 1,1034835 2,86735 15,3673 0,13 -0,25993 Jitó 1 25 4,166667 100 0,950331 2,46939 6,63605 0,04 -0,13242 Total Geral 24 600 100 1200 - 38,4844768 100 208,333 1 -2,17429 - - Tabela 03 – Analise dos dados do levantamento florísticos efetuado na primeira parcela Fonte: Trabalho de Campo Organizador: Anderson Vieira, out/11 46 Fig. 14 – Envira preta - Ephadranthus Guianensis Fonte: Carvalho, out/11 • Fig. 15 – Buxuxu – Miconia Chrysophylla - (Rich.) Urb. Fonte: Carvalho, out/11 47 Fig. 16 – Figueira - Ficus Guaranitica Fonte: Carvalho, out/11 • Gráfico 01. Espécie predominante na parcela 1- NASCENTE. Jessyca Andrade, Out/11. 48 Na primeira parcela o Diâmetro a Altura do Peito (DAP) das espécies obtive uma média de 26,25 centímetros com uma variância de 133,15 e um desvio padrão de 11,54. Relacionado a altura as espécies (Gráfico 2) que mais se destacaram na maior e na menor altura foram Simorauba Amara Aubl (Marupá) com aproximadamente 20 metros e Ficus Guaranitica (Figueira) com 5 metros (Tab. 04). PARCELA 1 NR Especie DAP (cm) ALTURA (m) AB (cm2) AB (m2) 1 Envira Bobó 40,0 12 1256,636 0,1256636 2 Figueira 16,0 5 201,06176 0,020106176 3 Figueira 23 6 415,4752775 0,041547528 4 Envira Preta 41,0 15 1320,253198 0,13202532 5 Envira Preta 33,0 15 855,2978775 0,085529788 6 Paxiuba 16,0 6 201,06176 0,020106176 7 Pau Pombo 26,0 12 530,92871 0,053092871 8 Envira Preta 37,0 15 1075,209178 0,107520918 9 Envira Preta 30,0 12 706,85775 0,070685775 10 Marupá 48,0 18 1809,55584 0,180955584 11 Envira Preta 21,0 12 346,3602975 0,03463603 12 Ucuba Branca 15,0 10 176,7144375 0,017671444 13 Breu Branco 31,0 16 754,7669975 0,0754767 14 Envira Preta 10,0 5 78,53975 0,007853975 15 Inharé 38,0 15 1134,11399 0,11341140 16 Inharé 41,0 15 1320,253198 0,13202532 17 Lacre 22,0 10 380,13239 0,038013239 18 Buchuchu 15,0 5 176,7144375 0,017671444 19 Buchuchu 16,0 10 201,06176 0,020106176 20 Buchuchu 9,0 10 63,6171975 0,00636172 21 Marupá 43,0 20 1452,199978 0,145220 22 Envira Preta 22,0 12 380,13239 0,038013239 23 Envira Preta 15,0 10 176,7144375 0,017671444 24 Jitó 22,0 10 380,13239 0,038013239 TOTAL 24 MÉDIA 26,25 VARIÂNCIA 133,15 DES. PADRÃO 11,54 Tabela 04 – Levantamento florístico da 1ª Parcela Fonte: Trabalho de Campo Organizador: Anderson Vieira, out/11 49 Gráfico 02- Altura das Espécies – 2ª Parcela. Organização Jessyca Andrade, out/11 Na segunda parcela com uma área total de 400 m2 o levantamento floristico resultou no registro de 22 indivíduos de 04 espécies, tendo sua Densidade Absoluta (DA) um valor total igual a 550 ind.ha, a Densidade Relativa (DR) um valor igual a 100%, a Frequência Absoluta (FA) e Frequência Relativa (FR) obtiveram os valores de 400% e 25% respectivamente. A Dominância Absoluta (DoA) é igual a 115,819 m2/ha, a Dominância Relativa (DoR) igual a 100%, o Indice de Valor de Importância (IVI) obteve resultado igual a 225, o Indice de Shannon (H’) ficou igual a – 1,3138 e finalizando, os Indices de equabilidade (e) e Indice de Similaridade Sorensen (S) obtiveram os resultados iguais a -0,94775% e 250% respectivamente (Tabela 05). Altura das Espécies 50 TABELA PARCELA 02 PARCELA 02 Nome popular Tota l DA (ind.ha) DR (%) FA (%) FR (%) DoA (m2/ha) DoR (%) IVI VI Shannon e (%) S (%) Paliteira 7 175 31,8182 100 25 111,740475 96,4788 153,297 0,318 -0,3644 -0,9478 250 Figueira 3 75 13,6364 100 1,101525 0,95108 14,5874 0,136 -0,2717 Açai 8 200 36,3636 100 1,780875 1,53764 37,9013 0,364 -0,3679 Embaúba 4 100 18,1818 100 1,195775 1,03245 19,2143 0,182 -0,31 Total Geral 22 550 100 400 - 115,81865 100 225 1 -1,3139 - - Tabela 05 - Dados do levantamento floristico realizado na segunda parcela Fonte: Trabalho de Campo Organizador: Anderson Vieira, out/11 51 As espécies que mais se destacaram na segunda parcela foram Euterpe oleracea Mart (Açai ) (Fig.17) com 8 indivíduos (36%), Amm Visnaga (LAM) (Paliteira) com 7 indivíduos (32%), Pouruoma bicolor MartEmbaúba (Embaúba) (Fig. 18) com 4 individuos e Ficus Guaranitica (Figueira) com 3 indivíduos (14%) (Gráfico 03). Fig. 17 – Açaí – Euterpe oleracea Mart Fonte: Carvalho, out/11 Fig. 18 – Embaúba – Pourouma bicolor Mart. Fonte: Carvalho, out/11 52 Gráfico 03. Espécie predominante na 2ª Parcela – SEGMENTO FINAL. Jessyca Andrade, Out/11. O Diâmetro a Altura do Peito (DAP) das espécies obtive uma média de 30,55 centimentros com uma variância de 1831.40 e um desvio padrão de 42,79. Relacionado a altura as espécies (Gráfico 04)que mais se destacaram na maior e na menor altura foram Amm Visnaga (LAM) (Paliteira) com aproximadamente 32 metros e Ficus Guaranitica (Figueira) com 5 metros (Tabela 06). 53 PARCELA 2 NR Especie DAP (cm) Altura (m) AB (cm2) AB (m2) 1 Paliteira 22 10 380,13239 0,0380132 2 Paliteira 58 15 2642,07719 0,2642077 3 Figueira 19 8 283,528498 0,0283528 4 Figueira 10 5 78,53975 0,007854 5 Figueira 10 4 78,53975 0,007854 6 Paliteira 21 10 346,360298 0,034636 7 Açai 11 5 95,0330975 0,0095033 8 Açai 10 5 78,53975 0,007854 9 Paliteira 26 8 530,92871 0,0530929 10 Embaúba 14 10 153,93791 0,0153938 11 Embaúba 13 8 132,732178 0,0132732 12 Embaúba 10 8 78,53975 0,007854 13 Açai 12 5 113,09724 0,0113097 14 Embaúba 12 6 113,09724 0,0113097 15 Açai 11 5 95,0330975 0,0095033 16 Açai 10 5 78,53975 0,007854 17 Paliteira 150 32 17671,4438 1,7671444 18 Açai 11 5 95,0330975 0,0095033 19 Açai 10 5 78,53975 0,007854 20 Açai 10 5 78,53975 0,007854 21 Paliteira 62 18 3019,06799 0,3019068 22 Paliteira 160 18 20106,176 2,0106176 TOTAL 22 MÉDIA 30,55 VARIÂNCIA 1831,40 DES. PADRÃO 42,79 Tabela 06 – Levantamento florístico da 2ª Parcela Fonte: Trabalho de Campo Organizador: Anderson Vieira, out/11 54 Gráfico 04- Altura das espécies – 2ª Parcela – Organização: Carvalho, out/11 Na tabulação dos dados fitossociológico das duas parcelas a área total de estudo passa a ser de 800 m2, o numero total de indivíduos é 46 com 15 espécies. A Densidade Absoluta (DA) é de 575 ind.ha e a Densidade Relativa (DR) continua com valor igual a 100%. A Frequência Absoluta obtém um valor de 1450% e a Frequencia Relativa (FR) alterna entre dois valores 6,8965517 e 3,4482759% pelo fato da espécie Ficus Guaranitica (Figueira) ter sido encontrada nas duas parcelas. A Dominância Absoluta (DoA) e Dominancia Relativa (DoR) obtiveram 77,153053 m2/ha e 100% como respectivos resultados, já o Indice de Valor de Importância (IVI) foi igual a 300 e o Indice de Shannon (S’) totalizou -2,381832 e os valores totais do Indice de Equabilidade (e) e Indice de Sorensen (S) foram de -0,88% e 250% respectivamente (Tabela 07) Ao fazer a comparação dos dados das duas parcelas as espécies que se destacaram na primeira parcela são: Guaterria sp (Envira Bobó) com 1 individuo; Ficus Guaranitica (Figueira) com 5 indivíduos); Ephadranthus Guianensis (Envira Preta) com 8 individuos; Socratea Exorrhiza (Paxiúba) com 1 individuo; Tapirara Guianensis (Pau Pombo) com 1 individuo; Socratea Exorrhiza (Paxiúba/Paxiúbinha) com 1 individuo; Virola Surinamensis (Ucuuba Branca) com 1 individuo; Prontium spruceanum (Breu Branco) com 1 individuo; Altura das Espécies – Parcela 2 Altura das Espécies 55 Brosimum Alicastrum (Inharé) com 2 indivíduos; Vismia Sandwithii Ewan (Lacre) com 1 individuo; Miconia Chrysophylla (Buchuchu) com 3 indivíduos e Guarea Guidonea (Jitó) com 1 individuo. Na segunda parcela as espécies são: Amm Visnaga (Paliteira) com 7 individuos; Pourouma bicolor Mart (Embaúba) com 4 indivíduos; Euterpe oleracea Mart (Açaí) com 8 indivíduos. 56 TABULAÇÃO DOS DADOS DAS PARCELAS 01 e 02 Nome popular Total DA (ind.ha) DR (%) FA (%) FR (%) DoA (m2/ha) DoR (%) IVI VI Shannon e (%) S (%) Envira Bobó 1 12,5 2,173913 100 6,89655172 1,570795 2,03594666 11,1064114 0,02174 -0,0832313 -0,88 250 Figueira 5 62,5 10,869565 50 3,44827586 1,32143388 1,71274347 16,0305845 0,1087 -0,2412178 Envira Preta 8 100 17,391304 100 6,89655172 6,17420625 8,00254302 32,2903991 0,17391 -0,3042087 Paxiuba 1 12,5 2,173913 100 6,89655172 0,25132725 0,32575153 9,3962163 0,02174 -0,0832313 Pau Pombo 1 12,5 2,173913 100 6,89655172 0,66366025 0,86018664 9,9306514 0,02174 -0,0832313 Marupá 2 25 4,3478261 100 6,89655172 4,07719475 5,28455401 16,5289318 0,04348 -0,1363258 Ucuba Branca 1 12,5 2,173913 100 6,89655172 0,220893 0,28630494 9,35676971 0,02174 -0,0832313 Breu Branco 1 12,5 2,173913 100 6,89655172 0,94345875 1,22284046 10,2933052 0,02174 -0,0832313 Inharé 2 25 4,3478261 100 6,89655172 3,067959 3,97645833 15,2208361 0,04348 -0,1363258 Lacre 1 12,5 2,173913 100 6,89655172 0,4751655 0,61587388 9,68633865 0,02174 -0,0832313 Buchuchu 3 37,5 6,5217391 100 6,89655172 0,55174175 0,71512627 14,1334171 0,06522 -0,1780454 Jitó 1 12,5 2,173913 100 6,89655172 0,476655 0,61780446 9,68826923 0,02174 -0,0832313 Paliteira 7 87,5 15,217391 100 6,89655172 55,8702375 72,4148111 94,5287541 0,15217 -0,2865026 Açai 8 100 17,391304 100 6,89655172 0,8904375 1,1541183 25,4419744 0,17391 -0,3042087 Embaúba 4 50 8,6956522 100 6,89655172 0,5978875 0,77493693 16,3671408 0,08696 -0,212378 Total Geral 46 575 100 1450 77,1530529 100 300 1 -2,3818321 Tabela 07 – Tabulação de dados do levantamento floristico das parcelas 01 e 02. Fonte: Trabalho de Campo Organizador: Anderson Vieira, out/11 57 8.3. Meio socioeconômico O bairro Cidade Nova localizado na zona norte de Manaus, teve seu inicio como um conjunto habitacional, como ressalta Villaça (2001) apud Moura et al (2010 p.2) e encontra-se na periferia afastada da cidade. Compreende os conjuntos Cidade Nova I, II, III, IV e V entregues entre os anos entre 1981 e 1990, os núcleos que correspondem a área de influencia direta e indireta da área de estudo se encontram na etapa II núcleo 09 (influencia indireta) entregue em 1985 e etapa V núcleos 21, 22 e 23 (influência direta) que foram entregues em 1990. E ao descrever o bairro destaca que: Para “suprir” as necessidades dos moradores, governo construiu: SPA (Serviço Pronto Atendimento), escolas de nível básico - ressaltamos a falta de escolas de educação infantil e centro de ensino superior, delegacias, entre outros serviços não somente neste conjunto como em outros que também são afastados da área central. Mas esses serviços não são suficientes, pois a maioria dos moradores trabalha em áreas oposta ao conjunto, e necessita utilizar os ônibus coletivos e tendo em vista que o grande problema de deslocamento em Manaus se dá em virtude da situação precária em que se encontra o sistema de transporte público que “aumenta” as distâncias entre os pontos de deslocamento do espaço urbano... (VILLLAÇA, 2001 apud MOURA et al, 2010 p. 8). 8.3.1. Produção do espaço em Manaus relativo ao lazer Manaus vem sofrendo com uma urbanização desenfreada nos últimos anos, essas mudanças que giram em torno da crescente explosão demográfica que segundo autores como Nogueira et al (2007 p. 5430) “tiveram 2 frentes, uma até a década de 70 onde os aglomerados estavam na zonas Sul, Centro Sul, Oeste e Centro Oeste, e outra a partir da criação da Zona Franca de Manaus, que atraiu pessoas vindo do interior e de outras cidade”. Essa ocupação do espaço trouxe para a cidade um problema serio, uma vez que as ocupações na maioria das vezes foram feitas de forma irregular, sem planejamento, e com isso ficando na maioria das vezes sem uma infra- estrutura adequada e que supra as necessidades básicas dos habitantes do local. Diante disso vale considerar a afirmativa de Marcellino (1996) apud Mota (2004 p. 2). 58 “O lazer, embora esteja enraizado na economia e política, humaniza as cidades. Ele (lazer) não simboliza um confronto definitivo com o cotidiano, organizado e organizador da reprodução da sociedade, ao contrário, dele faz parte, não define o pleno gozo; contudo contém o lúdico como possibilidade, um emprego do tempo, que varia segundo as disposições do tempo livre para os diferentes usuários dos espaços de lazer, que recupera usos e emoções particulares a essas classes sociais”. Dessa forma o lazer na cidade de Manaus é diversificado, entre espaços privados e públicos onde a população pode desfrutar do seu tempo livre. Nesse sentido Mota (2004 p. 2), ressalta que os espaços de lazer existente na cidade de Manaus não supre a demanda da população principalmente quando considerando a população de baixa renda. O lazer, mais institucionalizado, ou seja, o produzido em espaços públicos pela ação do estado, o da produção e conservação de grandes parques urbanos, por exemplo, não consegue atingir a população de baixa renda de nossa cidade, como é o caso dos cinco novos espaços criados na gestão anterior da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMMAS), citando o Parque Samaúma e o Mundo Novo, ambos no bairro da Cidade Nova, zona Norte, e a Ponte da Bolívia, no igarapé da Bolívia. Assim também como o Parque Encontro das Águas, no bairro de Puraquequara, zona Leste e o Parque Tarumã, na Cachoeira Alta. Estes somados aos que já existiam, tais como: o Parque do Mindu, no bairro do Parque Dez, e o Jardim Botânico, no bairro Cidade de Deus, além da reserva Adolfo Ducke, Horto Municipal Chico Mendes, na avenida André Araújo, não amenizam o problema de espaço verde para a recreação e lazer na cidade, onde em seus espaços deveriam ser implantadas pistas para caminhada, corridas, ciclovias, além de implementos fixos para ginástica (MOTA, 2004 p. 2). Sendo assim o lazer na cidade de Manaus, analisado de forma empírica são misturas culturais, onde o esporte e as festas, bem como bares, áreas verdes, centros culturais, balneários dentre outras atividades são para o cidadão manauara garantia de lazer. 8.3.2. Lazer na zona Norte. A zona norte da cidade de Manaus, segundo a LOMAN é a 7ª região setor norte, é considerada área de expansão urbana, é o trecho compreendido entre Distrito Industrial II até o igarapé do Leão e Puraquequara. Apesar da magnitude da zona, é deficiente quanto se trata em espaços de lazer. 59 São poucos os espaços onde a população dessa zona, pode usufruir nos momentos livres. Uns desses espaços destinados a população pode-se citar o Núcleo de Convivência da Família (Fig. 19), e os Parques Públicos Samaúma e Mundo Novo na Cidade Nova, campos de futebol distribuídos pela zona (Fig. 20), além de bares, lanchonetes e restaurantes (Fig. 21) e Clubes Noturnos. Fig. 19. Centro de Convivência da Família. Fonte: Kawati, 2011 Fig. 20. Campo de Futebol no Núcleo 23. Fonte: Carvalho, 2011 60 Fig. 21. Bar Restaurante no Bairro Cidade Nova. Fonte: Kawati, 2011 8.3.3. Perfil do Bairro O bairro Cidade Nova é um bairro periférico, contudo vendo de forma empírica, é auto-suficiente, pois possui equipamentos urbanos como o Hospital Universitário Dona Francisca Mendes que atende não só os moradores do bairro, mas também de outras localidades, a Maternidade Nazira Daou, a Policlínica Danilo Correa (Fig. 22), Supermercados dentre os quais se pode citar os maiores da cidade de Manaus como o DB (Fig. 23) e Carrefour, os principais Bancos do país como as Agências do Bradesco, Banco do Brasil, Santander, Caixa Econômica Federal (Fig. 24 e 25), além de loterias. Fig. 22. Policlínica Danilo Correa. Fonte: Kawati, 2011. 61 Fig. 23. Hipermercado BD na Cidade Nova. Fonte. Mello, 2011 Fig. 24. Banco Santander e Caixa Econômica Federal Fonte: Kawati, 2011. Fig. 25. Banco Bradesco. Fonte: Kawati, 2011 62 No bairro há muitas escolas tanto Públicas como a Escola Sen. João Bosco Ramos de Lima na Av. Noel Nutels e a Aldeia do Conhecimento (Fig. 26 e 27), bem como escolas de idiomas (Fig. 28) e de Informática dentre outras. Há igrejas de diferentes denominações Assembléia de Deus, Adventista (Fig.29), Batista, e Igrejas Católicas. Fig. 26. Escola Estadual Sen. João Bosco Ramos de Lima. Fonte: Kawati, 2011 Fig. 27. Aldeia do Conhecimento. Fonte: Kawati, 2011 63 Fig. 28. Escola de Idiomas Minds. Fonte: Kawati, 2011 Fig. 29. Igreja Adventista do Sétimo Dia. Fonte: Kawati, 2011 A fim de atender a sua população o bairro também possui lojas que atendem da população mais abastada á lojas mais populares e se distribuem em lojas de confecções, armarinho, lojas de materiais de construções, postos de gasolina, auto-peças, drogarias, óticas (Fig.30), metalúrgicas, academias de ginásticas. O Instituto Médico legal (IML) da cidade (Fig. 31) é localizado no 64 bairro, situado em uma das principais Avenida da Bairro, a Avenida Noel Nutles. Fig. 30. Óticas Avenida e Veja . Fonte: Kawati, 2011 Fig. 31. IML - Instituto Médico Legal. Fonte: Kawati, 2011 Quanto ao transporte no bairro, há várias linhas de ônibus que atendem à maioria da população (Fig. 32) além do Terminal de Integração de transportes coletivos da Cidade Nova o T 3, as linhas principais são 014, 015. 016, 017, 300, 304, 350, 351, 352, 414, 416, 418, 422, 423, 439, 440, 444, 446, 449, 450, 451, 457 e 460. Essas linhas de ônibus levam os moradores do Bairro Cidade Nova às outras zonas da capital Manaus. Apesar de possuir 65 todas essa linhas, ainda assim o transporte público na cidade nova assim como em toda Manaus é precária. Fig. 32. Transporte Coletivo. Fonte: Kawati, 2011 8.3.4. Análise dos Dados socioeconômicos da Área de Influência As áreas de influência direta e indireta do local de estudo obedecem a um padrão comum em relação à organização dos bairros, sendo que na área de influência direta, predomina a maior quantidade de residências, poucos comércios e instituições, sustentando-se apenas com a pouca freguesia residente nos núcleos mais próximos. Na área de influencia indireta, há grandes avenidas com seus centros comerciais como supermercados, drogarias, hospitais, escolas, cursos de idiomas, restaurantes, bares, lanchonetes, oficinas, centros de convivência, dentre outros que não só atendem a população residente ali próximo, como também, como também de outros bairros da cidade mais afastadas da área de estudo. 66 8.3.5. Perfil dos Entrevistados Para uma maior variação da pesquisa com relação à opinião da população das áreas direta e indireta, foram entrevistadas pessoas cursando o ensino médio, fundamental e superior, predominando o sexo feminino, uma porcentagem irrelevante de analfabetos também está inclusiva nos entrevistados, assim como alguns comerciantes, sendo que todo demonstraram-se bastante ansiosos com a proposta do parque, pois o mesmo seria de muita utilidade para os moradores, abrangendo inúmeros aspectos como qualidade de vida, cultura, maior fluxo de pessoas de outras localidades, e assim, melhor “visualização” do bairro em relação a toda cidade, sendo em estimulo a curiosidade alheia conhecer este novo empreendimento. A coleta de dados foi realizada nos núcleos 09, 21, 22, 23, (Fig. 33) nos dia 04 de novembro de 2011, através de formulários preenchidos à mão. (Fig. 34). Fig. 34. Aplicação do Formulário na área de Influência Indireta. Fonte: Mello, 2011 Foram aplicados 116 formulários, compostos de 28 questões os formulários de influência direta e 18 questões o formulário de influência indireta, onde foram registradas características pessoais, como idade, 67 escolaridade, gênero, e questões referentes à construção do parque público. A seleção dos participantes foi aleatória, sendo feita a escolha das residências de acordo com a disposição dos moradores a responder ao formulário, no caso da influência direta. Fig. 33. Núcleos 09, 21, 22 e 23 na área de influencia direta onde foram feitas as coletas dos dados. Organização: Carmem Rocha, 2011 Área de Influência Direta e Indireta Os núcleos 21, 22 e 23 fazem parte da quinta etapa do Bairro Cidade Nova entregues em 1990. Esses núcleos estão dentro da área delimitada como influência direta do empreendimento. Nos referidos núcleos foram entrevistadas 116 pessoas. Os questionários foram aplicados principalmente nas residências que margeiam o empreendimento. Nos núcleos 21 e 23 foram entrevistadas um total de 100 pessoas, e 16 pessoas no núcleo 22, sendo 73 mulheres com idade mínima de 68 13 anos e idade máxima de 76 anos, e 43 homens com idade mínima de 12 anos e máxima de 71 anos (Graf. 05 e 06). Gráf. 05. Entrevistados segundo o gênero Nc. 21, 22 e 23. Organização: Carvalho, 2011 Gráf. 06. Média de Idade dos entrevistados Nc. 21, 22 e 23. Organização: Carvalho, 2011 69 As entrevistas nos núcleos 21, 22 e 23 mostraram que o nível de escolaridade dos entrevistados, se destacam entre ensino fundamental e médio, havendo dentre os entrevistados apenas um indivíduo sem escolaridade. Em síntese das 73 mulheres entrevistadas, 29 possuem o ensino fundamental, 37 ensino médio, 6 ensino superior e apenas 1 sem escolaridade. Entre os 43 homens entrevistados, 17 possuem ensino fundamental, 17 ensino médio, 9 ensino superior e nenhum indivíduo sem escolaridade. Dessa forma, ao comparar-se as escolaridade entre gênero, pode se afirmar que as mulheres apresentam um nível de instrução superior aos homens, como mostra o gráfico 07. Gráf. 07. Perfil dos entrevistados segundo a Escolaridade. Organização: Carvalho, 2011 O perfil dos entrevistados segundo a naturalidade nos núcleos 21, 22 e 23, concluiu-se que 101 entrevistados é natural do Estado do Amazonas, 9 pessoas naturais do Estado do Pará, 2 pessoas naturais do Maranhão, 2 naturais do Acre, 1 pessoa de Pernambuco e 1 Rio do Grande do Sul. Dessa forma conclui-se que a maioria dos que responderam os formulários são amazonenses, como pode ser observado através do gráfico 08 70 Gráf. 08. Entrevistados segundo a Naturalidade Nc. 21, 22 e 23. Organização: Carvalho, 2011 Com relação à prática de atividades esportivas, constatou-se através dos formulários que 76 pessoas praticam alguma atividade esportiva e 40 pessoas não praticam nenhuma atividade esportiva como mostra o gráfico 09. Das atividades mais praticadas pelos moradores, a caminhada é a mais comum, seguida do futebol e esportes como natação, jiu-jítsu. Dos entrevistados apenas 5 pessoas responderam que há deficientes físicos na residência. Gráf. 09. Quanto a prática de atividades Físicas. Organização: Carvalho, 2011 71 Área de Influencia Indireta Foram aplicados 60 formulários na Área de Influência Indireta (AII) (Fig. 35). Dos formulários aplicados 27 foram respondidos por homens com faixa etária dos 12 anos de idade aos 60 anos e 33 mulheres com faixa etária de 13 aos 54 anos de idade mostrado nos gráficos 10 e 11. Fig. 35 -Mapa de Influência Indireta , onde se encontra a maior parte dos comércios e instituições Fonte: SIMPAM- Imagem Quickbird, 2007 Organização:Carmem Rocha.Dez/2011 72 Gráf. 10. Entrevistados Segundo o Gênero área de influencia indireta. Organização: Carvalho, 2011 Gráf. 11. Entrevistados Segundo a média de Idade. Organização: Carvalho, 2011 Quanto a escolaridade dos entrevistados foi constatado que a maioria dos entrevistados da Área de Influencia Indireta (AII), possui ensino médio, totalizando um total de 47 pessoas, vale ressaltar que 50% dos formulários 73 foram aplicados nas proximidades de um Escola dos entrevistadas 09 pessoas possuem ensino fundamental, e 04 ensino superior. O gráfico (12) mostra a escolaridade dos entrevistados entre homens e mulheres. Gráf. 12. Entrevistados Segundo a Escolaridade. Organização: Carvalho, 2011 Com relação à naturalidade dos que responderam aos formulários no núcleo 09, constatou-se que 50 entrevistados são amazonense, 08 paraense e 01 Maranhense e 01 Roraimenses, como mostra o gráfico 13. Gráf. 13. Entrevistados Segundo a Naturalidade. Organização: Carvalho, 2011 74 Dos 40% que praticam algum tipo de atividade física, e 60% afirmaram que não se sentem seguros em praticar suas caminhadas ou outras atividades conforme o gráfico 14, e que um parque na área supracitada seria uma ótima opção para essa pratica. Dessa forma pode-se notar que a maioria das pessoas que responderam ao formulário, tanto na área de influencia direta quanto na área de influencia indireta, não pratica esportes, dessa forma um parque público nessa área poderia propiciar aos que não tem esse hábito, a oportunidade de praticar alguma atividade esportiva. Gráf. 14. Prática de Esportes. Organização: Carvalho, 2011 A possível construção de um parque na Cidade Nova teve a aprovação total dos entrevistados uma vez que traria benefícios tais como: segurança, esporte e lazer além de atividades culturais e fácil acesso. Outro aspecto apontado na entrevista foi a distância dos parques que encontram localizados mais na zona centro-sul, com exceção do Parque Samaúma e Reserva Adolpho Duck (bairro Cidade de Deus). Porém os entrevistados afirmaram que na possibilidade de um Parque, provavelmente viriam a freqüentar o local. Isso mais uma vez mostra o quanto é importante a implantação de parques ecólogos, em bairros como a Cidade Nova. 75 8.3.6. Dados de Moradia / Habitação Como em boa parte do país, as condições de moradia/habitação da área de estudo igualam-se em termos socioeconômicos, onde a maior parte se encontra nas classes baixa e média, e uma pequena parte nas classes media/alta e alta. Porém, tem-se uma grande variedade de serviços apesar da pouca opção entre os mesmos, mas pode-se encontrar nos arredores da área supermercados como DB. Assim constatou-se que 70% das residências denunciam certa qualidade, pois grande parte possui garagens e terrenos de pequeno a médio porte como mostra a Fig. 36, todavia também pode-se encontrar situações em que as casas são feitas de madeiras e num terreno bem menor comparando-se com o geral encontrado nas redondezas. Fig. 36. Conjunto de Casas no núcleo 21 do Bairro Cidade Nova. Fonte. Carvalho, 2011 8.3.7. Saneamento Básico Eis um problema que afeta não somente as áreas de estudo, mas também toda a cidade, no qual o serviço de saneamento básico é praticamente inexistente. O esgoto é despejado nos igarapés (Fig. 37) e conforme os moradores, é um dos principais problemas por eles enfrentados, devido ao 76 inúmeros riscos que a falta deste serviço pode causar como doenças e falta de higiene. Fig. 37. Esgoto sendo despejada em Igarapé no Nc. 21 do Bairro Cidade Nova. Fonte. Carvalho, 2011 Relacionado ao Sistema de Esgoto nos núcleos que compõem as áreas de influência direta e indireta, 11 pessoas responderam que não sabem se há sistema de esgoto no bairro, 2 pessoas responderam que tem fossa em casa, 01 que o esgoto é no igarapé, 30 responderam apenas que sim e 72 responderam que não há (Graf. 15). Gráf. 15. Quanto ao Sistema de Esgoto. Organização: Carvalho, 2011 77 8.3.8. Problemas identificados Relativo à construção de um possível parque no Bairro Cidade Nova, das 176 pessoas entrevistadas na área de influencia direta (núcleos 21,22 e 23) e indireta (núcleo 09) apenas 1 respondeu que não concorda com a construção do Parque Público (Gráf. 16 ), para os favoráveis a implantação do Parque, traria mais segurança, área de lazer e principalmente a valorização dos imóveis e sugeriram várias atividades esportivas como: vôlei, futsal, natação, trilhas para caminhada, musculação e futebol. Quanto à valorização dos imóveis no bairro os 100% dos moradores que responderam ao formulário, vêm de forma positiva a valorização. Gráf. 16. Opinião sobre a Construção do Parque Público. Organização: Carvalho, 2011 Os problemas mais comuns de acordo com os moradores são falta de segurança, saneamento básico, transporte publico de qualidade, assim como uma melhor infra-estrutura de diversas naturezas como uma melhor qualidade do asfalto das ruas, melhoramento de serviços públicos no quesito saúde, dentre outros grandes transtornos vivenciados por muitos outros moradores de cidades grandes. Apesar do Bairro possuir Policlínica Danilo Correa e o Hospital 78 Universitário Dona Francisca Mendes, ainda assim os moradores reclamam da falta de bom atendimento nesses locais. O item segurança foi classificado entre (Boa, Razoável, Ruim, Péssima), onde 19 pessoas classificam a segurança no bairro como boa, para 53 pessoas a segurança é razoável, 38 responderam ser ruim e apenas 06 entrevistados opinaram ser péssima (Gráf. 17). Dentre os tipos de violência citados pelos moradores que responderam ao formulário, o assalto é o mais comum no bairro. Gráf. 17. Classificação da Segurança segundo os Moradores. Organização: Carvalho, 2011 79 9. IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS Para os impactos ambientais foi adotada a matriz de Leopold, que tem por objetivo a identificação dos impactos ambientais diretos (LEOPOLD et al., 1971 apud IBAMA, 1997). O diagnóstico permitiu identificar 64 impactos positivos (P) e 22 impactos negativos (N) onde ambos são encontrados no meio Abiótico, Biótico e Antrópico. 9.1. Meio Abiótico No meio Abiótico (Tabela 08) foram levantados 17 impactos negativos e 12 positivos na fase de implantação do projeto e na fase de operação todos os 06 impactos levantados foram positivos. O nível de ruído nas primeiras três etapas da implantação do projeto (Licença Instalação, Instalação e mobilização do canteiro de obras, ligações provisórias de água, esgoto e energia/ infra-estrutura (movimentação de solos – corte, terraplanagem; bota fora; instalação de sistema viário; pavimentação; drenagem; remanejamento de redes – água, energia, drenagem, telefonia, etc./ Obra civil (trincheiras, fundações e estrutura da passagem de nível, instalação e drenagem) foi avaliado como impacto negativo, com pequena e média magnitude, uma amplitude primaria de curto prazo com um horizonte de tempo temporário. Isso porque haverá uma mudança na rotina local com a intenso fluxo de maquinas pesadas (Tratores, Caçambas, etc.) e durante o dia a população que reside ao entorno do empreendimento poderá ouvir maiores ruídos. Nas outras duas fases da implantação (Acabamento e Paisagismo e Urbanização) e na fase de Operação o nível de ruído foi considerado como impacto positivo, pois não ocasionara transtornos para a população ao entorno do empreendimento. A umidade sofrerá impactos negativos nas três primeiras etapas da fase de implantação com magnitude de impacto pequena e amplitude primária de longo prazo em um horizonte de tempo permanente. Nas outras duas etapas da fase de implantação mais a fase de operação os impactos serão positivos de magnitude pequena, amplitude primária e terciária com durações 80 de impactos de curto e longo prazo em um horizonte de tempo temporário e permanente. Os impactos negativos ocorrerão com a retirada da vegetação, pois suprimindo a vegetação conseqüentemente haverá uma diminuição gradativa da umidade. A temperatura na fase de implantação sofrerá impactos negativos nas duas primeiras etapas dessa fase, com magnitude de impacto pequena e média com uma abrangência primária e terciária com duração de longo e curto prazo em um horizonte de tempo pequeno e temporário. Nas demais etapas da fase de implantação mais a fase de operação passarão por impactos positivos com magnitude de impacto pequena e amplitude primária de curto e longo prazo em um horizonte de tempo temporário e permanente. Na qualidade da água nas três primeiras etapas da fase de implantação o tipo de impacto foi considerado negativo com magnitude pequena e amplitude primária de curto prazo em um horizonte de tempo temporário. Nas outras etapas da fase de implantação junto com a fase de operação o tipo de impacto foi considerado positivo de magnitude pequena e amplitude primária de curto e longo prazo em um horizonte de tempo permanente. A qualidade da água é negativa, pois já se encontra poluída em função do uso do solo, onde a ocupação acabou poluindo a nascente do Igarapé “Geladinho”. A ocupação no platô ao entorno do vale onde se localizará o empreendimento contribui para poluição dessa nascente, pois as residências localizadas no platô não possuem sistema de esgotos e acabam despejando todos os dejetos na encosta e o mesmo acaba chegando ao leito do igarapé. 81 TIPOS DE ATIVIDADES AR ÁGUA Nível de ruído Umidade Temperatura Qualidade da água Escoamento superficial Drenagem F a s e i m p la n ta ç ã o Licenca de Instalação, Instalacao e mobilização do canteiro de obras, ligações provisórias de água, esgoto e energia. N N N N N N Pq P Pq P Md P Pq P Pq P Pq P Cp Te Lp Pe Lp Pe Cp Te Cp Te Cp Te Infra-estrutura ( movimentação de solos - corte/terraplanagem; bota fora; instalação de sistema viário; pavimentação; drenagem; remanejamento de redes - água, energia, drenagem, telefonia, etc.) N N N N N N Md P Pq P Pq T Pq P Pq P Pq P Cp Te Lp Pe Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Obra civil (trincheira, fundações e estrutura da passagem de nível, instalações e drenagem) N N P N N N Pq P Pq P Pq P Pq P Pq P Pq P Cp Te Lp Pe Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Acabamento (revestimento, pintura, sinalização e limpeza final ) P P P P P P Pq P Pq P Pq P Pq P Pq P Pq P Cp Te Cp P Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Paisagismo e urbanização P P P P P P Pq P Pq P Pq P Pq P Pq P Pq P Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Lp Pe Cp Te F a s e d e o p e ra ç ã o Manutenção e conservação (vias de acesso, instalações, drenagem e sinalização ) P P P P P P Pq P Pq T Pq P Pq P Pq P Pq P Lp Pe Lp Pe Lp Pe Lp Pe Lp Pe Lp Pe Tabela 08 – Impactos positivos (P) e negativos (N) do meio Abiótico. Organização: Carmem Rocha, 2011. 82 O escoamento superficial nas três primeiras etapas da fase de implantação será um impacto negativo com magnitude pequena, amplitude primaria com curto prazo de duração em um horizonte temporário de tempo. Nas outras etapas da fase de implantação junto com a fase de operação o tipo de impacto será positivo com magnitude pequena e amplitude primária de curto e longo prazo em um horizonte de tempo temporário e permanente. Os impactos negativos estão relacionados à compactação do solo, pois haverá algumas mudanças no direcionamento desse escoamento natural com a construção de estacionamentos, trilhas, quadras, etc. Essas construções farão com que tenha um maior fluxo no escoamento levando para o leito do igarapé uma maior quantidade de sedimentos. A drenagem nas três primeiras etapas da fase de implantação sofrerá impactos negativos com magnitude pequena e amplitude primária de curto prazo em um horizonte de tempo temporário. Nas outras etapas da fase de implantação junto com a fase de operação o tipo de impacto será positivo com magnitude pequena e amplitude primária de curto e longo prazo em um horizonte de tempo temporário e permanente. Os impactos negativos ocorrerão com o inicio das obras, pois haverá alterações no relevo com a compactação do solo fazendo que ocorra um maior escoamento superficial. 9.2. Meio Biótico No meio Biótico (Tabela 09) foram mensurados 06 impactos positivos na fase de planejamento, 06 impactos positivos e 04 negativos na fase de implantação do projeto e 02 impactos positivos na fase de operação. 83 TIPOS DE ATIVIDADES FLORA Diversidade vegetal Cobertura vegetal F a s e d e p la n e ja m e n to Estudos (viabilidade técnico-econômica, Avaliação de passivo ambiental, Plano de Controle Ambiental (PCA), Estudo de Impacto vizinhança(EIV), Arqueologia) P P Pq P Pq P Cp Te Cp Te Contratação de projetos(Arquitetura e paisagismo, fundações, estrutura, Instalação elétrica e hidráulica, drenagem, tráfego e acessibilidade, gás) p P Pq P Pq P Cp Te Cp Te Licenciamento (licenças ambientais - Lprévia, LMC, alvarás de construção, corpo de bombeiro, certidão de uso do solo). P P Pq P Pq P Cp Te Cp Te F a s e i m p la n ta ç ã o Licenca de Instalação, Instalacao e desmobilização do canteiro de obras, ligações provisórias de água, esgoto e energia. P P Pq P Pq P Cp Te Cp Te Infra-estrutura ( movimentação de solos - corte/terraplanagem; bota fora; instalação de sistema viário; pavimentação; drenagem; remanejamento de redes - água, energia, drenagem, telefonia, etc.) N N Pq P Pq P Lp Pe Lp Pe Obra civil (trincheira, fundações e estrutura da passagem de nível, instalações e drenagem) N N Pq P Pq P Lp Pe Lp Pe Acabamento (revestimento, pintura, sinalização e limpeza final ) p p Pq P Pq P Cp Te Pq Te Paisagismo e urbanização P P Pq p Pq p Cp Te Pq Te F a s e d e o p e ra ç ã o Manutenção e conservação (vias de acesso, instalações, drenagem e sinalização ) p p Pq P Pq P Lp Pe Lp Pe Tabela 09 - Impactos Positivos (P) e Negativos (N) do meio Biótico. Organizador: Carmem Rocha, 2011 84 A diversidade vegetal na fase de planejamento os impactos serão positivos com magnitude pequena e amplitude primária de curto prazo em um horizonte de tempo temporário. Na fase de implantação ocorrerão impactos positivos (os quais terão magnitude pequena e amplitude primária de curto prazo em um horizonte de tempo temporário e negativo) e negativos (com magnitude pequena e amplitude primária de longo prazo em um horizonte de tempo permanente) e na fase de operação o impacto será positivo com magnitude pequena e amplitude primária de longo prazo em um horizonte de tempo permanente. Os impactos negativos vão ocorrer no momento da implantação do empreendimento, pois haverá movimentação de solos, terraplanagens, etc, fazendo com que algumas árvores de pequeno e médio porte sejam suprimidas do seu local de origem. Na fase de planejamento os impactos serão positivos na cobertura vegetal, com magnitude pequena e amplitude primária de curto prazo com duração temporária. Na fase de implantação os impactos serão positivos (com magnitude pequena e amplitude primária de curto prazo com duração temporária) e negativos (com magnitude pequena e amplitude primária de longo prazo com duração permanente) e na fase de operação o impacto será positivo com magnitude pequena e amplitude primária de longo prazo com duração permanente. Os impactos negativos estão relacionados com a supressão da cobertura vegetal na fase de implantação, pois a mesma será retirada em alguns locais para construção de quadras, trilhas, estacionamentos, etc. 9.3. Meio Antrópico No meio Antrópico (Tabelas 10, 11 e 12) 06 impactos positivos foram destacados na fase de planejamento, 19 positivos e 01 negativo na fase de implantação e 06 positivos na fase de operação. A cultura regional na fase de operação terá impacto positivo com magnitude pequena e amplitude terciária de longo prazo com duração permanente. O lazer na fase de operação é considerado como impacto positivo com magnitude pequena e amplitude primária de longo prazo com duração 85 permanente. São poucos os espaços onde a população dessa zona, pode usufruir nos momentos livres e este empreendimento proporcionará uma melhor qualidade de vida para os freqüentadores, pois terá quadras poliesportivas, trilhas de acesso, Play Ground, etc. Os freqüentadores contarão com um amplo espaço cultura além de uma biblioteca e lanchonetes. A trafegabilidade terá impactos positivos (com magnitude pequena e amplitude terciária e primaria de curto prazo com duração temporária desse impacto) e negativos (com magnitude pequena e amplitude primária de curto prazo com duração temporária) na fase de implantação. Na fase de operação o impacto será permanente com magnitude pequena e amplitude primária de longo prazo com duração permanente de tempo. Com a construção do empreendimento possivelmente haverá um maior fluxo de veículos na Av. Noel Nutels e para minimizar os riscos de acidentes com os pedestres e freqüentadores do parque, será implantado controladores de velocidade nos dois sentidos da via e faixa para os pedestres. Com a construção do parque surgirá novas opções econômicas as quais terão impactos positivos nas fases de implantação e operação, com magnitude pequena e amplitude terciaria de curto e longo prazo com duração temporária e permanente. O impacto no meio econômico em emprego e renda nas fases de planejamento, implantação e operação será positivo com magnitude pequena e amplitude terciaria de curto prazo com duração temporária. Os impostos e taxas terão impactos positivos em todas as fases (planejamento, implantação e operação) do empreendimento, com magnitude pequena e amplitude terciaria de curto prazo com duração temporária. 86 TABELA DO MEIO ANTRÓPICO TIPOS DE ATIVIDADES SÓCIO – CULTURAL ECONÔMICO Cultura regional Lazer Trafegabilidade Novas Opções econômicas Emprego e renda Impostos e taxas F a s e d e p la n e ja m e n to Estudos (viabilidade técnico-econômica, Avaliação de passivo ambiental, Plano de Controle Ambiental (PCA), Estudo de Impacto vizinhança(EIV), Arqueologia) - - - - P P Pq T Pq T Cp Te Cp Te Contratação de projetos(Arquitetura e paisagismo, fundações, estrutura, Instalação elétrica e hidráulica, drenagem, tráfego e acessibilidade, gás) - - - - P P Pq T Pq T Cp Te Cp Te Licenciamento (licenças ambientais – L.prévia, LMC, alvarás de construção, corpo de bombeiro, certidão de uso do solo). - - - - P P Pq T Pq T Cp Te Cp Te Tabela 10 – Impactos Positivos (P) no meio Antrópico na fase de planejamento do empreendimento. Organização: Carmem Rocha, 2011. 87 TIPOS DE ATIVIDADES SÓCIO – CULTURAL ECONÔMICO Cultura regional Lazer Trafegabilidade Novas Opções econômicas Emprego e renda Impostos e taxas F a s e i m p la n ta ç ã o Licença de Instalação, Instalação e desmobilização do canteiro de obras, ligações provisórias de água, esgoto e energia. - - P P P P Pq T Pq T Pq T Pq T Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Infra-estrutura ( movimentação de solos - corte/terraplanagem; bota fora; instalação de sistema viário; pavimentação; drenagem; remanejamento de redes - água, energia, drenagem, telefonia, etc.) - - N P P P Pq P Pq T Pq T Pq T Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Obra civil (trincheira, fundações e estrutura da passagem de nível, instalações e drenagem) - - P P P P Pq P Pq T Pq T Pq T Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Acabamento (revestimento, pintura, sinalização e limpeza final ) - - P P P P Pq P Pq T Pq T Pq T Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Paisagismo e urbanização - - P P P P Pq P Pq T Pq T Pq T Cp Te Cp Te Cp Te Cp Te Tabela 11 – Impactos Positivos (P) e Negativos (N) no meio Antrópico na fase de implantação do empreendimento. Organização: Carmem Rocha, 2011. 88 TABELA DO MEIO ANTRÓPICO TIPOS DE ATIVIDADES SÓCIO – CULTURAL ECONÔMICO Cultura regional Lazer Trafegabilidade Novas Opções econômicas Emprego e renda Impostos e taxas F a s e d e o p e ra ç ã o Manutenção e conservação (vias de acesso, instalações, drenagem e sinalização ) P P P P P P Pq T Pq P Pq P Pq T Pq T Pq T Lp Pe Lp Te Lp Pe Lp Pe Cp Te Cp Te Tabela 12 – Impactos Positivos (P) no meio Antrópico na fase de operação do empreendimento. Organização: Carmem Rocha, 2011. 89 10. MEDIDAS MITIGADORAS E COMPENSATÓRIAS I. PROGRAMAS DE INTERVENÇÃO 10.1. USAR E PRESERVAR! O bairro Cidade Nova possui uma grande carência de espaços de lazer. Desse modo, em entrevista na área de estudo 99% dos moradores concordam com a construção do parque visando um espaço de entretenimento para a comunidade. A interação entre os elementos biótico e abiótico como vegetação, umidade e temperatura, é possível identificar que a vegetação na área do empreendimento é o fator fundamental para a umidade do local, sendo que com a arborização tende a aumentar o conforto térmico. Constituem como objetivo deste programa, a interação com a comunidade em mostrar a importância da vegetação para uma melhoria de vida, como poder respirar ar puro em uma cidade urbanizada. O programa será importante para prevenir os impactos negativos causados por desmatação e ocupação desordenada, o programa presente neste relatório é de natureza preventiva e corretiva tende a minimizar os condicionantes propiciadores dos índices de poluição e degradação da área verde, para isso teremos programa de educação ambiental envolvendo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade SEMMAS e também a Secretaria Municipal de Saúde SEMSA, onde deve ser realizado a distribuição de panfletos através de visita. Para fins de operacionalização das atividades, o Parque disponibilizará de uma equipe técnica interdisciplinar composta por: Administrador do Parque Técnicos administrativos Bibliotecário Agentes de defesa ambiental Vigilantes ambientais 90 Serviços gerais Será usado no programa, distribuição de panfletos de modo que possa conscientizar os moradores e implantação de programas de preservação da natureza como palestras, jogos educativos e dinâmicas com os seguintes temas: 1. Preserve a vegetação nativa. Não desmate! Não coloque fogo! 2. Não jogue lixo nos igarapés. 3. Não maltrate e nem tenha animais silvestre em casa. 4. Separe o lixo em casa e no trabalho, e coloque na rua no dia da coleta seletiva em seu bairro. 5. Não jogue lixo na natureza. Carregue-o até a lixeira mais próxima. 6. Não desperdice água. Esse é um dos recursos mais importantes. 7. Ame a natureza! Todos os temas serão trabalhados em forma de palestras com entrega de folders. Este programa terá início assim que for aprovado este Plano de Controle Ambiental, sendo que este projeto será de agrado aos moradores da cidade nova e terá um ganho financeiro ao Município Instituição executora: A prefeitura do Município de Manaus junto a SEMMAS 91 10.2. ÁGUA LIMPA Este programa tem por objetivo criar mecanismos para controle e melhoria da qualidade da água do canal, inserido na área de influencia direta, uma vez que se trata de um importante recurso natural e fundamental para o ser humano bem como para a manutenção e equilíbrio dos fatores bióticos e abióticos principalmente no que se refere à vegetação. Por outro lado entende-se que tal ação também contribui para melhoria na qualidade de vida da comunidade local, por reduzir os riscos de contaminação e proliferação de doenças transmitidas através da água, principalmente quando esta se encontra poluída. Neste caso, muito embora os índices de coliformes encontrados estejam abaixo dos exigidos pelo CONAMA, há de se levar em consideração que tais indicadores já sinalizam para um processo de degradação ambiental fazendo-se necessário a adoção de medida de intervenção de caráter corretivo e preventivo de modo a reduzir os efeitos dos impactos. Para contenção e correção do impacto supracitado sugere-se a implementação das seguintes medidas: a) Implantação de uma estação de tratamento de efluentes ETE, envolvendo uma tecnologia que reúne os tipos de tratamento mais modernos na atualidade: -Tratamento por eletrólise -Tratamento anaeróbio -Tratamento aeróbio com difusores bolha fina -Tratamento físico químico -Decantação -Filtração -Desinfecção por ultravioleta -Sistema de tratamento por raízes de plantas Este sistema está baseado nos fundamentos da eletroquímica, tendo como característica um baixo custo e manutenção fácil. Possui eficiência acima de 95% para nitrogênio amoniacal e coliforme fecais. A estação é formada por um conjunto de equipamentos tais como: 92 -Aerador de 2,0 CV Modelo Beck; -Sistema anaeróbio e eletro-químico; -Tanque em concreto com capacidade de 4 m³; -Sistema aeróbio com um tanque de fibra de 5 m³; -Tanque de lodo de 2.0 m³ em fibra. O adubo será reutilizado no jardim; -Tanque de água tratada 2.0 m³ em fibra; -Filtro de areia com corpo em fibra de vidro e bomba ¾ CV, vazão máxima de 5 m³/h; -Painel de comando para o sistema de tratamento; -3 pares de Placas de reação de aço inox, isento de ferro (100% puro); -1 unidade de ultravioleta 36 W; -Quadro elétrico (com potência instalada média de 3.000W); -Sistema para remoção do excesso de nutrientes (tratamento com raízes); Instituição executora: A prefeitura do Município de Manaus junto a empresa contratante do serviço. 10.3. TRAFEGABILIDADE SEGURA Sinalização adequada das vias O empreendimento contará com os dois lados da Avenida Noel Nutels devidamente sinalizados, com o intuito de ajudar tanto pedestres como motoristas a trafegarem de forma segura, principalmente na travessia de um lado do parque ao outro utilizando a Avenida. Placas de redução de velocidade(incluindo um radar que denuncia a velocidade dos veículos, fazendo com que a atenção e cuidado do condutor seja dobrada) e de presença de pedestres estarão presentes assim como uma grande faixa de pedestres, tendo como principal objetivo, interligar os dois lados do parque. Haverá também um completo sistema de sinalizações utilizando principalmente placas com o intuito de facilitar para os visitantes uma melhor 93 exploração pelas dependências do empreendimento, como indicações direcionais para cada segmento do parque como trilhas ecológicas, estacionamento, lanchonetes, banheiros, dentre outros. Destacando também a presença de placas com mensagens sobre educação ambiental, estimulando ao visitante uma maior sensibilização quanto à questão ecológica e manutenção do parque. 10.4. CORREDORES ECOLÓGICOS A proposta de implementação dos corredores ecológicos tem por objetivo mitigar os efeitos negativos de utilização de parte da área recoberta por vegetação e que será suprimida para a instalação do parque, visando principalmente a diminuição do impacto ambiental do mesmo. Todos os corredores a serem propostos visam oferecer um direcionamento da fauna para os cursos hídricos, conforme proposta da função dos corredores utilizados pelos mesmos na natureza, e com isso, evita-se que a supressão de vegetação se esgote causando algum enriquecimento das características da flora local afugentamento os distúrbios à fauna, criando-se barreiras à dispersão de animais, assim como mudanças na composição e abundância de espécies da fauna. Com todas essas precauções, estima-se que a fauna será um atrativo extra do empreendimento, onde os amantes dos animais poderão se deflagrar com alguns espécimes livres em torno do empreendimento, ocasionando uma sensação imediata e intensa de contato com a natureza em plena cidade, ajudando desta forma, a manter as condições do empreendimento o mais naturais possível. 10.5. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO Esclarecer a população sobre todos os aspectos da implementação do empreendimento, divulgando informações necessárias básicas como endereço, serviços, horários de funcionamento, agendas. Identificar as principais dúvidas da população a fim de sanar e precaver qualquer situação corriqueira que a 94 mesma poderá encontrar como a localização de pontos estratégicos como banheiros, lanchonetes, dentre outros. Atuar junto à Prefeitura e estado no sentindo de informar os técnicos desta instituição quanto as etapas de obra, estabelecer um procedimento para o repasse das informações relevantes sobre o empreendimento. Utilização de marketing e da mídia para a divulgação do empreendimento para toda a cidade, estimulando a curiosidade e o interesse à visitação do mesmo, podendo utilizar também em eventos de diversas dimensões(shows, peças teatrais, exposições...) tendo o empreendimento o local escolhido para tais atividades. 95 11. EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL DO PARQUE MUNICIPAL. A Universidade Federal do Amazonas – UFAM é a instituição responsável pela elaboração Plano de Controle Ambiental – PCA. A UFAM possui vasta experiência neste tipo de estudo o que a coloca entre as instituições de maior respeito científico local, regional e nacional no trato das grandes questões Amazônicas, qualificando-a para os desafios que se apresentam. Coordenação Geral: Prof. MSc. Deivison Carvalho Molinari – Geográfo. Equipe responsável: Alunos do 6º período de Geografia. Anderson Vieira Ferreira – 20901324 Carmem do S. Rocha – 20901291 Cleusa Mello – 20901269 Darc Fesler – 20901302 Gustavo Kawati - 20771976 Jessica Benchimol – 20901357 96 12. REFERÊNCIAS AGUIAR, F. E. O. As alterações climáticas em Manaus no século XX. Dissertação de Mestrado em Geografia UFRJ: Instituto de geociências: Departamento de Geografia-Rio de Janeiro,1995. ALVES, Líria. Conceito de pH . Equipe Brasil Escola. 2002. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/quimica/conceito-ph.htm> Acesso em: 9 de nov. 2011. ALBUQUERQUE, O.R. 1922. Reconhecimentos geológicos no vale do Amazonas. Rio de Janeiro: DNPM (Divisão de Geologia e Mineralogia, Boletim 3), Boletim do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil 19:15-56. Brasil. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental / Tribunal de Contas da União; com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. -- 2.ed.-- Brasília : TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007. 83 p. : il. color. BRASIL-MME (1978). Projeto RADAMBRASIL: Folhas SA-20 e SA-21. MME, Brasília,DF, vols 10 e 18. BOHRER, C. B. de A. e GONÇALVES, L.M.C. (1991). Vegetação. In: Geografia do Brasil. Região Norte. Volume 3. Rio de Janeiro: IBGE. p.137- 168. CABRAL, N. R. A. J.; SOUZA, M. P. de. Área de Proteção Ambiental: planejamento e gestão de paisagens protegidas. São Carlos, SP, RiMa Editora, 2002, 154 p. CUNHA, P.R.C., MELO, J.H.G., SILVA, O.B. 2007. Bacia do Amazonas. Boletim de Geociências da PETROBRÁS, Rio de Janeiro, 15(2):227-251. CORREIA, A; Barros, E; Silva, J. Ramalho, J. Análise da Turbidez da Água em Diferentes Estados de Tratamento. VIII ERMAC 8° Encontro Regional de Matemática Aplicada e Computacional, 2008. DURIGAN, G. Metodologia para Análise da Vegetação. Ed. da UFPR; Fundação O Boticario de Proteção à Natureza, 2003. 97 FRANZINELLI, E., IGREJA, H.S., ROSSI, A. Novas contribuições ao estudo do “Arenito Manaus” horizonte silicificado da Formação Alter do Chão, Bacia sedimentar do Amazonas, Brasil. In: Simpósio de Geologia da Amazônia, VIII, 2003, Manaus. Anais... Manaus:SBG/NO, 2003 (CD-ROM). LEAL, P. C. Caracterização e interpretações genéticas de alguns solos da região de Manaus-AM. Ciências do Solo. Recife-PE: Universidade Federal Rural de Pernambuco, 1996. 109 p. LIMA, M.C. (1999). Contribuição ao Estudo do Processo Evolutivo de Boçorocas na Área Urbana de Manaus. Dissertação de Mestrado. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília. Brasília, DF, 150p MIRRA, A. L. V. Impacto Ambiental: aspectos da legislação brasileira. 3.ed.rev. e ampl.São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2006, 152p. MOTA. V. S. Recreação e qualidade de vida numa cidade de trópicos úmidos: uma visão das políticas públicas de lazer na cidade Manaus-AM. Convibra Congresso virtual brasileiro de Administração 2004. MOURA. L. K. F., OLIVEIRA J. A. e ALVES J. A. A Produção do espaço urbano na Amazônia: As Políticas Públicas Habitacionais no período de 1980-2008 em Manaus-AM (BR). Pluris 2010. pp. 1-10. NOGUEIRA. A. C. F, SANSON, F. PESSOA, K. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Florianópolis, Brasil, 21-26 abril 2007, INPE, p. 5427-5434 OLIVEIRA, A. M. P. Alcalinidade e Dureza das Águas. 2007. Disponível em: <http:// www.kurita.com.br> Acesso em: 9 de nov. 2011. 98 PINHEIRO, E. S. Paisagem, estrutura e composição floristica de um parque urbano em Manaus, Amazonas, Brasil. Revista Rodriguésia, 2010. SÁNCHEZ. L. E. Sistemas de gestão ambiental. Apostila didática de aulas. Curso ministrado na Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. Pós- Graduação, ano letivo 2001. VIEIRA, L.C. 1999. Depósitos fluviais da Formação Alter do Chão, Cretáceo-Terciário da Bacia do Amazonas. Trabalho Final de Graduação (TFG), Instituto de Ciências Exatas, Departamento de Geociências, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 62 p. VIEIRA, A. F. G.; MOLINARI, D. C. Notas sobre o rápido surgimento e expansão de voçoroca em via pavimentada no Distrito Industrial 2 – Manaus (AM). In: VI Simpósio Nacional de Geomorfologia/ Regional Conference on Geomorphology. UFG, 2006. VIEIRA, A. F. G. Desenvolvimento e Distribuição de voçorocas em Manaus (AM): Principais Fatores Controladores e Impactos Urbano- Ambientais.Florianópolis/SC ,2008. ZUIN, V. G; Ioriatti M, C. S; Matheus, C. E. O Emprego de parâmetros Físicos e químicos para avaliação da qualidade de águas naturais: uma proposta para educação química e ambiental na perspectiva da CTSA, 2009. 99 13. ANEXOS 100 ANEXO 1 – MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO NA ÄREA DE INFLUENCIA DIRETA (AID). UNIVERSIDADE DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA Disciplina: IHG 124 – ELEMENTOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS QUESTIONARIO (AID) 01 – IDENTIFICAÇÃO PESSOAL Número do questionário: Nome: Idade: Data de Nasc: Naturalidade: Escolaridade: Profissão: Total de homens: Quantos trabalham: Total de mulheres: Residência Própria Sistema de Esgoto Alugada Endereço: Bairro: Núcleo: 02 – CARACTERIZAÇÃO GERAL Alguém da família prática alguma atividade esportiva? Qual? Há algum morador com deficiência física? Qual? Você conhece ou já visitou algum parque igual ao do Mindu? Vai ao parque com qual freqüência e objetivo? Vai só ou com a família? Você concorda com a construção de um parque nessa área verde? Atualmente essa área verde traz benefícios a você como morador? Por quê? Pra você quais os problemas/benefícios ocasionariam com a construção de um parque? Com a construção de um parque será valorizado os imóveis? Como você classifica a segurança do seu bairro hoje? Quais os locais mais seguros/violentos nesse bairro? Qual tipo de atividade você sugere que seja desenvolvida no parque? Você participa da Associação de Moradores do bairro? Quais atividades são desenvolvida pela associação? 101 ANEXO 2 – MODELO DE QUESTIONÁRIO APLICADO NA ÄREA INFLUENCIA INDIRETA (AII). UNIVERSIDADE DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA Disciplina: IHG 124 – ELEMENTOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS QUESTIONARIO (AII) 01 – IDENTIFICAÇÃO PESSOAL Número do questionário: Nome: Idade: Data de Nasc: Naturalidade: Escolaridade: Profissão: Endereço: Bairro: Nucleo: 02 – CARACTERIZAÇÃO GERAL Você prática algum tipo de esporte? Qual? Quantas vezes na semana você prática este esporte? Você conhece ou já visitou algum parque igual ao do Mindu? Vai ao parque com qual freqüência e objetivo? Vai só ou com a família? Com a construção de um Parque seria um atrativo a mais para você vir a Cidade Nova? Por quê? Pra você quais os problemas/benefícios ocasionariam com a construção de um parque? Qual tipo de atividade você sugere que seja desenvolvida no parque?