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Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 113 ESCOAMENTOS EM CANOS E DUTOS O objetivo principal desta seção é determinar as variações de pressão que resultam do escoamento incompressível através de canos, dutos e sistemas de escoamento em geral. As variações de pressão em um sistema de escoamento resultam de variações em elevação ou de velocidade de escoamento (devido a variações de área e devido à fricção. Assim, a preocupação fundamental na análise de escoamentos reais é de incorporar o efeito da fricção. Este efeito age no sentido de diminuir a pressão, isto é, o de causar uma ‘perda’ de pressão comparada com a do caso ideal de escoamento livre de fricção. Para simplificar a análise, a ‘perda’ será dividida em: perdas principais (devido à fricção no escoamento completamente desenvolvido em porções do sistema com área constante) perdas secundárias (devido ao escoamento através de válvulas, tês, joelhos e a efeitos de fricção em outras porções do sistema de área variável.). Ao se desenvolverem as relações para as perdas principais devido à fricção em dutos de área constante, tratar-se-á de escoamentos completamente desenvolvidos, ou seja, escoamentos nos quais o perfil de velocidade não varia ao longo da direção do escoamento. A queda de pressão que ocorre na entrada de um cano será tratada como uma perda secundária. Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 114 8.0-ESCOAMENTOS VISCOSOS INCOMPRESSÍVEIS 8.1 – ESCOAMENTOS INTERNOS E EXTERNSO Os escoamentos viscosos podem ser divididos nas categorias gerais de escoamentos internos e externos. Escoamentos completamente limitados por superfícies sólidas (isto é, escoamentos em dutos) são chamados de escoamentos internos. A figura a seguir ilustra o escoamento laminar na região de entrada de um tubo circular. O escoamento é uniforme na entrada do tubo com velocidade U0. A superfície sólida exerce uma força de cisalhamento retardante sobre o escoamento, assim, a velocidade do fluido na vizinhança da superfície é reduzida. A distância a jusante da entrada até o local em que a camada limite atinge a linha central é chamada de comprimento de entrada. Além do comprimento de entrada o perfil de velocidade não mais varia com a distância z, e o escoamento encontra-se completamente desenvolvido. A forma real do Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 115 perfil de velocidade completamente desenvolvido depende de o escoamento ser laminar ou turbulento. Para escoamento laminar, o comprimento de entrada, L, é uma função de Reynolds. Dv D L 06.0 Sendo D o diâmetro do cano, v a velocidade média, é a massa específica do fluido e é a viscosidade do fluido. Como no regime laminar Re < 2300 D D L 230006.0 Para escoamento Turbulento, mistura forçada entre as camadas do fluido, causa um crescimento mais rápido da camada limite. Experiências mostram que o desenvolvimento completo esta entre 25 a 40 vezes o diâmetro do cano contado a partir da entrada. Escoamentos Externos São escoamentos sobre corpos imersos em um fluido não confinado. 8.2 – ESCOAMENTO LAMINAR E TURBULENTO Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 116 A natureza do escoamento em canos é determinada pelo valor do número de Reynolds : Dv Re Re < 2300(laminar); Re > 2300, < 4000 (transição); Re > 4000 (turbulento). Comportamento da velocidade 8.7.1 – PERDA DE CARGA (ALTURA DE CARGA) gZ vp 2 2 Representa a energia mecânica por unidade de massa em uma seção transversal do escoamento dm Q uu 12 representa a diferença em energia mecânica por unidade de massa entre as seções 1 e 2 Ela representa a conversão (irreversível) de energia mecânica na seção 1 para energia térmica indesejável 12 uu e a perda de energia via transferencia de calor dm Q Este grupo de termos é identificado como a perda de carga total, hl t. Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 117 Logo tlhZg vp Zg vp 2 2 222 1 2 111 22 Se o escoamento fosse livre de fricção, sob as condições ou suposições usadas para deduzir a equação (A), a velocidade em uma seção seria uniforme (1 = 2 = 1) e a equação de Bernoulli preveria perda de carga nula. No escoamento incompressível livre de fricção a variação em energia interna pode ocorrer através de transferência de calor, não existe conversão de energia mecânica gZ vp 2 2 para energia interna. Para o escoamento viscoso em um cano, um efeito da fricção poderá ser o de aumentar a energia interna do escoamento conforme (A). Para escoamento laminar através de um cano, (perfil estudado anteriormente) =2.0. Não precisamos neste caso usar a equação da energia, já que dispomos de solução analítica. No escoamento turbulento em canos, o perfil de velocidade é bastante achatado, com as equações: n R r U u 1 1 (1) 121 2 2 nn n U v (2) Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 118 222 222 12 v mdAv v dAv v AA (3) Podemos calcular o valor de nn n v U 233 2 2 3 o valor de U/v na equação (2) Como o expoente n, no perfil da lei de potência é função do número de Reynolds, também varia com o número de Reynolds. n = 6 (Re = 4 .103) , = 1.08 n = 10 (Re = 3.2 .106) , = 1.03 8.8 – CÁLCULO DA PERDA DE CARGA hl t = hl + hl m hl - perdas principais devido a efeitos de fricção no escoamento completamente desenvolvido em tubos de área constante hl m - perdas secundárias devido a entradas, conexões, variações de seção transversal e assim por diante. 8.8.1 – PERDAS PRINCIPAIS: FATOR DE FRICÇÃO Para escoamento completamente desenvolvido (quando o perfil de velocidade não mais varia com o aumento da distância z) através de um cano de área constante Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 119 hl m = 0 e 22 2 22 2 11 vv logo: lhZZg pp 21 21 Se o cano for horizontal Z2 = Z1 e lh ppp 21 Assim a perda de carga principal representa a energia convertida de energia mecânica para energia térmica por efeitos de fricção; Para um cano inclinado teremos Z2 Z1 a) Escoamento laminar No escoamento laminar ou linear, a queda de pressão pode ser computada analiticamente para escoamento completamente desenvolvido em um cano horizontal Usando a equação de queda de pressão estudada anteriormente 2 4 4 128 128 1 4 LQ L v D p D D D v D L p 32 como lh p 2Re 64 64 2 32 22 v D L Dv v D L D v D L hl Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 120 2Re 64 2v D L hl b) Escoamento Turbulento Como aqui não podemos analisar analiticamente, temos que recorrer a resultados experimentais e utilizar a análise dimensional como auxiliar na correlação de dados experimentais. No escoamento turbulento completamente desenvolvido, sabe-se que a queda de pressão, p, devido à fricção em um cano horizontal de seção transversal de área constante, depende do diâmetro do cano, D, do seu comprimento, L, sua rugosidade, , da velocidade média do escoamento, v, da massa específica , e da sua viscosidade, . hl = f (L / D) V 2 /2.g f – Ábaco de Moody Comparando esta equação com a de regime laminar g v D L f g v D L hl 22Re 64 22 logo Re 64 min arlaf Fenômenos de Transportes Aula 12 Profª. Daniela Araújo 121 8.8.2 – PERDAS SECUNDÁRIAS São perdas em conexões, curvas, válvulas ou variações abruptas de área. Estas perdas serão secundárias se o sistema de encanamento em questão inclui comprimentos longos de área de cano constante. A perda de carga secundárias pode ser expressa com: g v khml 2 2 , onde o coeficiente k deve ser determinado experimentalmente. Ela também pode ser expressa como: g v D L fh el 2 2 , onde Le consiste num comprimento equivalente de cano reto.