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Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 23 23 x y z E B Radiação. Lei de Stefan-Boltzmann. Corpo Negro e Radiador Ideal. Radiação Quando se coloca uma das mãos em contato direto com a superfície de um aquecedor d'água ou radiador a vapor, o calor a atinge por condução através das paredes do radiador. Se a mão for colocada acima do mesmo, mas sem tocá-lo, o calor a atinge por meio de correntes de convecção de ar aquecido, que se movem para cima. Colocando-se em um dos lados do radiador, ela ainda se torna quente, embora a condução através do ar seja desprezível e esteja fora da trajetória das correntes de convecção. A energia térmica, agora, é transmitida por radiação. O termo radiação refere-se á emissão contínua de energia da superfície de todos os corpos. É chamada energia radiante e tem a forma de ondas eletromagnéticas. Essas ondas propagam-se com a velocidade da luz e são transmitidas através do vácuo ou do ar. (Na realidade, transmitem-se melhor no vácuo, pois no ar são parcialmente absorvidas.) Quando atingem um corpo que não lhes é transparente como, por exemplo, a superfície da mão ou as paredes de um quarto, são absorvidas. Figura 1 – Ondas eletromagnéticas. Figura 2 – Variação dos comprimentos de onda . chfhE Figura 3 – Variação do comprimento de onda, freqüência e energia para ondas eletromagnéticas. h é a constante de Planck: 346.62608 10h J s Figura 4,5,6 – Ampliação da variação do comprimento de onda, para ondas eletromagnéticas a) e b) e Radiância espectral c): a) Ondas de Rádio: b) Espectro visível. c) Radiância Espectral indicando as curvas dos resultados obtidos pelos os modelos de Planck (atual) e Rayleigh-Jeans No início do século, Rayleigh, e também Jeans, fizeram o cálculo da densidade de energia clássica da Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 24 24 radiação de cavidade. Podemos considerar uma cavidade cúbica com paredes metálicas aquecidas uniformemente à temperatura T contendo radiação eletromagnética, formando ondas estacionárias nas paredes da caixa. As paredes emitem radiação eletromagnética na faixa térmica de freqüência. Também denominamos esse modelo de corpo negro. Esse cálculo mostrou uma séria divergência entre a física clássica e os resultados experimentais. A fórmula de Rayleigh-Jeans para o corpo negro é dada por: d c kT dT 3 28 )( : Freqüência da radiação : densidade de energia k: Constante de Boltzman: K Jk 231038,1 c: velocidade da luz: s mc 8100,3 A função de distribuição de Boltzmann usada é dada por: k Te P k T e o valor médio das energias do sistema: 0 0 P d k T P d Ao tentar solucionar essa discrepância entre a teoria e a experiência, Planck foi levado a considerar a hipótese de uma violação da lei da equipartição da energia, sobre a qual a teoria clássica se baseava. Planck supôs que a energia poderia ter apenas alguns valores discretos, em vez de qualquer valor, e que os valores discretos fossem uniformemente distribuídos, da forma: 0, ,2 ,3 ,4 , Assim: 0 0 n n P P 0 0 n n k T n n k T n e e k T Como n n h 0 0 n h k T n n h k T n n h e k T e k T Chamando: h k T 0 0 n n n n n e k T e Note que: 0 0 0 ln n n n nn n d e d d e d e 0 0 0 ln n n n nn n n e d e d e Logo, podemos deduzir que:: 0 0 0 ln n n n nn n n e d e d e Assim: 0 0 n n n n n e k T e Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 25 25 x y z E B 0 0 n n n n n e k T e 0 ln n n d k T e d 0 ln n n h d k T e k T d 0 ln n n d h e d 2 3 0 1n n e e e e 2 3 0 1n n e x x x x e 2 3 11 1 x x x x 0 1 1 n n e e 1 0 1n n e e 1ln 1dh e d 1 ln 1 d h e d 0 1 1 e h e 1 e h e 1 e e h e e 1 1 h e 1 h k T h e Figura 7 – (a) Modelo teórico da radiação de corpo negro de Planck e dados experimentais. Assim, Planck utilizou a fórmula que ele obteve para a densidade de energia do espectro do corpo negro, considerando modificações importantes na distribuição clássica feita por Boltzmann; seu resultado para a distribuição de energia foi dado por: 1 Tk h e h E Aqui h é a chamada constante de Planck e vale: sJh 341063,6 . Define-se também: 2 h A fórmula para a densidade de energia do espectro do corpo negro, utilizando essa distribuição de energia foi: d e h c d Tk hT 1 8 3 2 Esse é o espectro de corpo negro de Planck. Se fizermos o espectro para comprimentos de onda, teremos: dcdc 2 d e hc d Tk chT 1 18 5 Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 26 26 110 14 210 14 310 14 410 14 510 14 610 14 510 -17 110 -16 1.5 10 -16 210 -16 2.5 10 -16 310 -16 Figura 7 – Densidade de energia para diferentes temperaturas, em função: (b) Do comprimento de onda . Observe que o pico do máximo desloca-se para a esquerda a medida que a temperatura aumenta. (c) Da freqüência . Observe o deslocamento do pico para a direita conforme o aumento da temperatura. A energia radiante emitida por uma superfície, por unidade de tempo e de área, depende da natureza e da temperatura do corpo. A baixas temperaturas, a taxa de radiação é pequena e a energia radiante consiste principalmente em comprimentos de onda relativamente longos. À medida que a temperatura aumenta, a taxa de radiação cresce rapidamente, sendo diretamente proporcional à quarta potência da temperatura absoluta. Por exemplo, um bloco de cobre à temperatura de 100°C (373 K) irradia cerca de 0,03 J • s -1 ou 0,03 W por cm2 de sua superfície, enquanto a 500°C (773 K), sua radiação é de 0,54 W por cm 2 . Já a l 000°C (l 273 K), ela irradia cerca de 4 W por cm 2 . Essa taxa de radiação é cerca de 130 vezes maior do que a uma temperatura de 100°C. Em qualquer temperatura, a energia radiante emitida é uma mistura de ondas de comprimento de onda diferentes. Comprimentos de onda na faixa do espectro visível variam de 0.4 . 10 -6 m (violeta) até 0.7 .10 -6 m (vermelho). Na temperatura de 300°C, quase toda a energia radiante emitida por um corpo tem comprimentos de onda maiores do que esses. Tais ondas são chamadas infravermelhas. Quando a temperatura aumenta, os comprimentos de onda desviam-se para valores menores. A 800°C, um corpo emite bastante energia visível para ser luminoso e aparece avermelhado. Ainda assim, a maior parte da energia radiante ainda está no infravermelho. A 3 000°C, que corresponde aproximadamente à temperatura do filamento de uma lâmpada incandescente, a energia radiante contém uma proporção suficiente dos comprimentos de onda mais curtos para parecer brancos. Um pirômetro óptico é um dispositivo que mede temperatura sem contacto com o corpo do qual se pretende conhecer a temperatura. Geralmente este termo é aplicado a instrumentos que medem temperaturas superiores a 600 0 C. Uma utilização típica é a medição da temperatura de metais incandescentes em fundições. Um dos pirómetros mais comuns é o de absorção-emissão, que é utilizado para determinar a temperatura de gases através da medição da radiação emitida por uma fonte de referência, antes e depois da radiação incidir sobre o gás (que absorve parte da radiação). É através da análise das diferenças do espectro do gás que se consegue determinar a sua temperatura. Ambas as medições são feitas no mesmo intervalo de comprimentos de onda. Outra aplicação típica do pirómetro é a medição da temperatura de metais incandescentes. Olhando pelo visor do pirômetro observa-se o metal, ajustando-se depois manualmente a corrente eléctrica que percorre um filamento que está no interior do pirómetro e aparece no visor. Quando a cor do filamento é idêntica à do metal, pode-se ler a temperatura numa escala disposta junto ao elemento de ajuste da cor do filamento. A seguir indicamos o espectro solar obtido experimentalmente, e veja a concordância com o modelo da radiação de corpo negro de Planck. Figura 8 - Radiância espectral solar e absorção atmosférica. Observe o modelo da radiância do corpo negro pontilhado em vermelho. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 27 27 2.5 10 -7 510 -7 7.5 10 -7 110 -6 1.25 10 -6 1.5 10 -6 1.75 10 -6 210 -6 Wavelength , m 210 13 410 13 610 13 810 13 110 14 Power , Wm^2 4000. K 5000. K 6000. K Lei do Deslocamento de Wien Ao considerarmos a função de distribuição em termos do comprimento de onda : d e hc d Tk chT 1 18 5 Aqui h é a chamada constante de Planck e vale: sJh 341063,6 : Comprimento de onda da radiação : densidade de energia. k: Constante de Boltzmann: K Jk 231038,1 c: velocidade da luz: 83,0 10 m s c Derivando em relação a : 5 8 1 1 T h c k T hc e Igualando a derivada a zero para encontrarmos em qual comprimento de onda ocorrerá o máximo de radiação, chega-se a: 1 0 5 h c h c k T k T h c e e k T Chamando de: h c x k T Geramos uma equação para f(x): ( ) 1 0 5 x xf x e Aplicando métodos numéricos para a solução desta equação, chega-se ao valor: 4,96511423175275x h c x k T 34 8 23 6.63 10 3.0 10 4,96511423175275 1,38 10 T 32.898 10T m Esta é conhecida como Lei do deslocamento de Wien, onde o comprimento de onda da radiação, , está em m. Podemos também considerar o comprimento de onda da radiação em mm: 2.898T mm Lei de Stefan-Boltzmann A experiência mostra que a taxa de radiação da energia por uma superfície é proporcional à área da superfície e à quarta potência da temperatura absoluta T. Depende também da natureza da superfície, descrita por um número adimensional e, que está entre 0 e l. Assim, a relação pode ser expressa por: 4 0 TdRH T 4H A e T onde ( é uma constante universal da Física, chamada constante de Stefan-Boltzmann. Esta relação foi deduzida por Josef Stefan (1835-1893) com base nos resultados experimentais feitos por John Tyndall (1820-1893) e, posteriormente, derivada por considerações teóricas por Ludwig Boltzmann (1844-1906). A radiação de cavidade H é proporcional à densidade de energia ·: )()( TTR Figura 9 - Radiância espectral para diversas temperaturas, mostrando o deslocamento em , para a esquerda (indo para a região do UV), à medida em que a temperatura aumenta. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 28 28 Na equação anterior, H tem unidades de potência (energia por unidade de tempo). Assim, no SI, o tem unidades de W.m -2 K -4 . O valor numérico de σ é: 8 4 2 5.6699 10 W K m O número e, que caracteriza as propriedades de emissão de uma dada superfície, é chamado emissividade. Em geral, ele é maior para superfícies escuras e ásperas do que para superfícies lisas e claras. A emissividade de uma superfície polida de cobre é aproximadamente de 0,3. Exemplo 3 - Uma fina placa quadrada de aço, com 10 cm de lado, é aquecida até a temperatura de 800°C. Sendo a emissividade igual a l, qual a taxa total de radiação de energia? Solução. A área total, incluindo ambos os lados é 2 (0,1 m) 2 = 0,02 m 2 . A temperatura que deve ser colocada na anterior tem de ser a temperatura absoluta, isto é, 800°C = l 073 K. A equação dá, então, H = (0,02 m 2 ) (l) (5,67 10 -8 Wm -2 K -4 ) (l 073 K) 4 H = l 503 W. Se a placa fosse aquecida por meio de um aquecedor elétrico, a potência de l 503 W teria que ser fornecida para manter a sua temperatura constante e igual a 800°C. Se a superfície de qualquer corpo estiver continuamente emitindo energia radiante por que, eventualmente, não irradia toda sua energia interna e resfria-se até a temperatura do zero absoluto (onde H = 0, pela equação). A resposta é que assim aconteceria se, de certa maneira, não fosse fornecida energia ao mesmo. No caso do filamento de uma lâmpada elétrica, a energia é fornecida eletricamente para compensar a energia radiada. Logo que se corta o fornecimento de energia ao mesmo, ele se resfria rapidamente até atingir a temperatura ambiente. A temperatura não desce mais porque o ambiente (as paredes e outros objetos no quarto) também está radiando e certa quantidade desta energia radiante é interceptada, absorvida e convertida em energia interna. A mesma coisa é válida para todos os outros objetos no quarto — estão simultaneamente emitindo e absorvendo energia. Se qualquer objeto estiver mais quente que o ambiente, sua taxa de emissão excederá a de absorção. Haverá, assim, uma perda efetiva de energia e o corpo se resfriará, a menos que seja aquecido por um outro processo. Se, ao contrário, a temperatura do corpo for mais baixa que a do ambiente, sua taxa de absorção será maior que a de emissão e a temperatura elevar-se-á. Quando o corpo tiver a mesma temperatura que o ambiente, as duas taxas tornar-se-ão iguais, não haverá perda ou ganho de energia e a temperatura não variará. Se um pequeno corpo de emissividade e estiver completamente envolvido por paredes cuja temperatura é T, a taxa de absorção de energia radiante, por unidade de área, pelo corpo será: H = Aea T 4 . Daí, para um tal corpo a uma temperatura T1 e envolvido por paredes cuja temperatura é T2, a taxa efetiva de perda (ou ganho) de energia, por unidade de área, por radiação, é: 4 41 2efH A e T T A emissão infravermelha de um corpo pode ser estudada por meio de uma câmara equipada com filme sensível ao infravermelho, ou com um aparelho semelhante, em princípio, a uma câmara de televisão e sensível à radiação infravermelha. A fotografia resultante é chamada termografïa. Uma vez que a emissão depende da temperatura, a termografïa permite o estudo detalhado das distribuições de temperatura. Alguns instrumentos atualmente são sensíveis a diferenças de temperatura de até 0,1°C. A termografïa tem uma grande variedade de aplicações médicas importantes. Variações locais de temperatura no corpo estão associadas a vários tipos de tumores, como câncer no seio e distúrbios no diâmetro de vasos, até um centímetro, podem ser detectados. Distúrbios vasculares que geram anomalias locais de temperatura podem ser estudados e muitos outros exemplos poderiam ser citados. Radiador Ideal Imagine que as paredes de um recipiente fechado sejam mantidas à temperatura T; e que vários corpos de diferentes emissividades sejam suspensos sucessivamente dentro do recipiente. Independentemente das temperaturas dos corpos que são introduzidos, vê-se que, eventualmente, cada um atinge a mesma temperatura Ti, isto é, os corpos atingem o equilíbrio térmico com o ambiente. Quando em equilíbrio térmico, o corpo emite energia radiante. Parte desta energia é refletida e a restante, absorvida. Na ausência outro processo qualquer, a Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 29 29 energia absorvida elevará a temperatura do corpo absorvente, mas como se observa que a temperatura não varia, cada corpo deve emitir energia radiante na mesma proporção que a absorve, Assim, um bom absorvente é um bom emissor e um mal absorvente, um mal emissor. Mas como cada corpo deve absorver ou refletir a energia radiante que o atinge, um mal absorvente deve ser também um bom refletor. Assim, um bom refletor é um mal emissor. Esta é a razão das paredes das garrafas térmicas serem prateadas. Tais recipientes são fabricados com paredes duplas de vidro, entre as quais se faz vácuo, de tal maneira que os fluxos de calor por convecção condução são praticamente eliminados. A fim de reduzir ao máximo as perdas por radiação, cobrem-se a paredes com uma camada de prata, que é altamente refletora e, portanto, muito má emissora. Como um bom absorvente é um bom emissor, o melhor emissor será aquele cuja superfície for mais absorvente. Mas nenhuma superfície poderá absorver maior quantidade de energia radiante do que a que incide sobre ela. Qualquer superfície que absorve toda a energia incidente será a melhor emissora possível não refletiria energia radiante e apareceria, então, com a cor negra (contanto que sua temperatura não seja tão alta a torná-la autoluminosa) e, por isso, chama-se superfície negra ideal; um corpo possuidor de tal superfície é denominado corpo negro ideal, radiador ideal ou simplesmente corpo negro. Nenhuma superfície real é idealmente negra; a mais aproximada é o negro-de-fumo, que reflete apenas cerca de 1%, Entretanto, podem-se quase obter as condições ideais de um corpo negro, fazendo-se uma pequena abertura nas paredes de um recipiente fechado. A energia radiante que entrar na abertura será parcialmente absorvida pelas paredes interiores. Da parte refletida, apenas uma quantidade muito pequena escapa pela abertura, a restante sendo eventualmente absorvida pelas paredes. Daí a abertura comportar-se como um absorvente ideal. Inversamente, a energia radiante emitida pelas paredes ou por qualquer corpo dentro do recipiente que escapa pela abertura, terá a mesma natureza que a emitida por um radiador ideal, desde que as paredes tenham uma temperatura uniforme. Esse fato é importante quando se usa um pirômetro óptico. As leituras de tal instrumento só serão corretas quando ele for dirigido para um corpo negro. Se usado para medir a temperatura de um lingote de ferro aquecido ao rubro, ao ar livre, suas leituras seriam muito baixas, pois o ferro é um emissor pior que o corpo negro. Se, entretanto, o pirômetro for dirigido par o ferro enquanto estiver ainda na fornalha, onde está circundada por paredes à mesma temperatura, a ―condição de corpo negro‖ serão preenchidas e a leitura será correia. A falha do ferro em emitir tão efetiva mente quanto um corpo negro será justamente compensada pela energia radiante que ele reflete. A emissividade e de uma superfície idealmente negra é igual à unidade. Para qualquer superfície real à uma fração menor que l. Exemplo 4 - Exemplo. Supondo que a superfície total do corpo humano tenha l,2 m 2 e que a temperatura da superfície seja de 30°C = 303 K, achar a taxa total de radiação de energia pelo corpo. Solução. Surpreendentemente, para a radiação infravermelha o corpo humano é uma ótima aproximação de um corpo negro ideal, independentemente de pigmentação da pele. A taxa da perda de energia é dada, usando e = l: H = (1,2 m 2 ) (l) (5,67 10 -8 W • m-2 • K-4) (303 K) 4 = 574 W. Obviamente, esta perda é parcialmente balanceada pela absorção de radiação, que depende da temperatura do ambiente. A taxa líquida de transferência de energia radiante é dada pela equação anterior. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 30 30 Características da Radiação Eletromagnética e suas aplicações: Faixa (metros/hertz) Variação Específica Ondas de Rádio c f c f 104 - 10-2 m/104 - 1010 Hz c f ultra-low frequency (ULF) 3 - 30 Hz extremely low frequency (ELF) 30 - 300 Hz voice frequencies (VF) 300 Hz - 3 kHz very low frequency (VLF) 3 - 30 kHz low frequency (LF) 30 - 300 kHz medium frequency (MF) 300 kHz - 3 MHz high frequency (HF) 3 - 30 MHz very high frequency (VHF) 30 - 300 MHz ultra high frequency (UHF) 300 MHz - 3 GHz super high frequency (SHF) 3 - 30 GHz extremely high frequency (EHF) 30 - 300 GHz shortwave see MF, HF television see VHF, UHF microwave 30 cm - 1 mm/1- 300 GHz Infrared - Infravermelho 10-3 - 10-6 m/1011 - 1014 Hz = 10-6 n = 10-9 far 1000-30 m middle 30-3 m near 3-0.75 m Espectro visível Visible 5x10-7 m/2x1014 Hz Red – Vermelho 770-622 nm Orange – Laranja 622-597 nm Yellow – Amarelo 597-577 nm Green – Verde 577-492 nm Blue – Azul 492-455 nm Violet – Violeta 455-390 nm Ultraviolet – Ultravioleta 10-7 - 10-8 m/1015 - 1016 Hz UV-A (least harmful) 400-315 nm UV-B (more harmful, absorbed by ozone) 315-280 nm UV-C (most harmful, but all absorbed by air) 280-100 nm near UV ("black light") 400-300 nm far UV 300-200 nm vacuum UV 200-100 nm X ray Raio X 10-9 - 10-11 m/1017 - 1019 Hz Gamma ray Raios gama 10-11 - 10-13 m/1019 - 1021 Hz Submúltiplos do comprimento de onda Notação Valor Nanômetro nm 1 nm = 10 -9 m micrômetro µm 1 µm = 10 -6 m Angstron 1 Å 1 Å = 10-10m Espectro Eletromagnético de Radiação: Região 0 A cm F Hz E eV Radio Rádio > 109 > 10 < 3.109 < 10-5 Microwave- Microonda 109 - 106 10 - 0.01 3.109 – 3.1012 10-5 - 0.01 Infrared- Infravermelho 106 - 7000 0.01 - 7 10-5 3.1012 - 4.3.1014 0.01 - 2 Visible- Visível 7000 - 4000 7.10-5 – 4.10-5 4.3.1014 - 7.5.1014 2 - 3 Ultraviolet- Ultravioleta 4000 - 10 4.10-5 - 10-7 7.5.1014 – 3.1017 3 - 103 X-Rays-Raio X 10 - 0.1 10-7 - 10- 9 3.1017 – 3.1019 103 - 105 Gamma Rays-Raios Gama < 0.1 < 10-9 > 3.1019 > 105 Ondas de rádio têm os comprimentos de onda mais longos do espectro eletromagnético. Estas ondas podem ser mais longas que um campo de futebol ou tão pequeno quanto uma bola de futebol. Ondas de rádio fazem mais do que trazer música para seu rádio. Eles também levam sinais para sua televisão e telefones celulares. As antenas fixadas em sua televisão recebem o sinal, na forma de ondas eletromagnéticas que são transmitidas da estação de televisão. O sinal é exibido em sua tela de televisão. Companhias de cabo têm antenas que recebem ondas transmitidas de suas estações de Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 31 31 TELEVISÃO locais. O sinal é enviado então por um cabo para sua casa. Os telefones celulares usam ondas de rádio para transmitir informação. Estas ondas são muito menores que as da TELEVISÃO e ondas de rádio de FM. Por que as antenas estão em telefones celulares são menores que antenas em seu radio? Como nós ―vemos‖ usando ondas de rádio? Objetos no espaço, como planetas e cometas, nuvens gigantes de gás, estrelas e galáxias, emitem luz a muitos comprimentos de onda diferentes. Algumas das luzes que eles emitem tem comprimentos de onda muito grandes - às vezes quase que um milhão. Estas ondas longas estão na região de rádio do espectro eletromagnético. As ondas de rádio são maiores que ondas ópticas, e as antenas que captam ondas de rádio trabalham diferentemente que telescópios que nós usamos para luz visível (telescópios ópticos). Radio telescópios são extensas superfícies parabólicas de metal que refletem ondas de rádio para um ponto focal. Devido os comprimentos de onda de luz de rádio serem tão grandes, radiotelescópios devem ser fisicamente maiores que um telescópio óptico para que possa fazer imagens de claridade comparável. Por exemplo, o Parkes rádio telescópio tem uma circunferência de raio de 64 metros. Para fazer imagens de rádio melhores (ou resolução mais alta) o rádio astrônomos combina freqüentemente vários telescópios menores, ou pratos receptores, em uma certa ordem. Juntos, os pratos podem agir como um telescópio grande cujo tamanho se iguala à área total ocupado pelo conjunto. O VLA é um dos primeiros observatórios rádios astronômicos do mundo. O VLA consiste em 27 antenas organizadas em forma de Y ―enorme‖ de até 36 km (22 milhas) uma vez e meias o tamanho de Washington, DC. O VLA, localizado em Novo México, é um interferômetro; isto significa que opera multiplicando os dados junto de cada par de telescópios para formar padrões de interferência. A estrutura desses padrões de interferência, e como eles mudam com o tempo conforme a Terra gira refletem a estrutura de fontes de rádio no céu. O que nos mostram as ondas de rádio? A figura acima mostra espetáculos da imagem de Monóxido de Carbono (CO) e gases em nossa galáxia Via Láctea. Muitos objetos astronômicos emitem ondas de rádio, fato que não foi descoberto até 1932. Desde então, astrônomos desenvolveram sistemas sofisticados que lhes permitem fazer fotografias das ondas de rádio emitidas por objetos astronômicos. As ondas de Rádio provenientes dos céus são devido a planetas e cometas, nuvens gigantes de gás e poeira, estrelas e galáxias. Estudando as ondas de rádio originadas destas fontes, astrônomos podem aprender sobre a composição delas, sua estrutura e movimento. A Radio Astronomia tem a vantagem que a luz solar, nuvens, e chuva não afetam as observações. Radiação infravermelha: Medidas de luz infravermelha estão compreendidas entre o visível e as microondas do espectro eletromagnético. Luz infravermelha tem um alcance de comprimentos de onda que variam próximos da luz vermelha a violeta. "Luz infravermelha próxima" é comparável em comprimento de onda para luz visível e "infravermelho longínguo" é próximo à região de microondas do espectro eletromagnético. Os comprimentos de onda infravermelhos mais longos estão próximos ao tamanho de uma cabeça de alfinete e o infravermelho próximo é microscópico. Ondas infravermelhas distantes são térmicas. Em outra palavra, nós experimentamos este tipo de radiação infravermelha diariamente na forma de calor! O calor que nós sentimos de luz solar, um fogo, um radiador ou uma calçada morna é infravermelha. Os terminais nervosos em nossa pele possuem sensibilidade para poder descobrir a diferença entre a temperatura do corpo à temperatura da pele. Usamos a radiação infravermelha para aquecer até mesmo a comida; luminárias especiais que emitem ondas infravermelhas térmicas são freqüentemente usadas em restaurantes de comida rápidas (fast food). Ondas infra-vermelhas menores, próximas, não são quentes, de fato você nem mesmo as sente. Estes comprimentos de onda menores são os usados por seu o controle remoto de Televisão. Como nós ―podemos ver‖ usando o Infravermelho? Como a fonte primária de radiação infravermelha é gerada pelo calor ou radiação térmica, qualquer objeto numa temperatura radia no infravermelho. Até mesmo objetos que nós pensamos estarem muito frios, como um cubo de gelo, emite Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 32 32 infravermelho. Quando um objeto não está bastante quente para radiar luz visível, emitirá a maioria de sua energia no infravermelho. Por exemplo, carvão quente pode não emitir luz, mas emite radiação infravermelha e nós sentimos como calor. Até o mais morno objeto emite radiação infravermelha. Humanos, a temperatura de corpo normal, radiam fortemente no infravermelho a um comprimento de onda de cerca de 10 mícrons. mm 6101 (Um mícron é o termo comumente usado em física para um micrômetro ou um milionésimo de um metro) Esta imagem (que é cortesia do Processamento Infra-vermelho e Centro de Análise do CalTech), ilustra como é a fotografia em infravermelho de um homem que sustenta uma pinça! Qual objeto desta imagem você acha ter a temperatura mais morna? Como a temperatura dos óculos deste homem se compara à temperatura da mão dele? Para fazer fotografias infravermelhas similares à de cima, podemos usar máquinas fotográficas especiais e filmes que possuem diferenças em temperatura, e então colocar diferentes ou falsas cores a eles. Isto resulta numa fotografia que nossos olhos podem interpretar. A imagem (cortesia da Corporação de SE-IR, Goleta, a CA) é uma fotografia de um gato no infra- vermelho. As áreas laranja são os mais mornos e as áreas branco-azuis são os mais frios. Esta imagem nos dá uma visão diferente de um animal familiar como também informação que nós não pudéssemos obter de uma fotografia visível. Humanos não podem ver luz infravermelha, mas você sabia que serpentes, como víboras ou cascavéis, têm órgão "sensoriais‖ que são usados para detectar a imagem de luz infravermelha? Isto permite que a serpente descubra animais de sangue morno, até mesmo em covas escuras! Algumas serpentes possuem órgãos sensoriais com até mesmo percepção de profundidade no infravermelho! Muitas coisas além de pessoas e animais emitem luz infravermelha - a Terra, o Sol, objetos distantes como estrelas e galáxias também o fazem! Para uma visão da órbita de Terra, se nós estamos olhando fora em espaço ou descemos em Terra, nós podemos usar instrumentos a bordo de satélites. Satélites como o VAI 6 e Landsat 7 observam a Terra com sensores especiais, como esses a bordo o Landsat 7 satélite, dados de registro sobre a quantidade de luz infra-vermelha refletida ou emitida da superfície da Terra. Outros satélites, como o Satélite de Astronomia Infra-vermelho (IRAS) observam do espaço e medem a radiação infravermelha nuvens grandes de pó e gás que podem formar estrelas,e galáxias! O que o infravermelho nos mostra? Esta é uma imagem infravermelha da Terra tirada pelo satélite VAI 6 em 1986. Cientistas observam temperaturas diferentes para determinar quais partes da imagem são de nuvens, terra e mar. Baseado nestas diferenças de temperatura, usando 256 cores separadamente, coloriu-se a imagem tornando uma fotografia realista. Por que usamos o infravermelho para tirar uma fotografia da Terra? Enquanto é mais fácil de distinguir nuvens da Terra no alcance visível, há mais detalhes no interior das nuvens no infra-vermelho. Pode-se estudar a estrutura da nuvem. Por exemplo, nota-se que as nuvens mais escuras estão mais mornas, enquanto nuvens mais claras estão mais frescas. No sudeste do Galápagos, só no oeste da costa de América do Sul, há um lugar onde você Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 33 33 pode ver capas múltiplas de nuvens distintamente, com as nuvens mais mornas a mais baixas altitudes, mais próximo ao oceano que está esquentando. Nós sabemos, ao olhar umas imagens infravermelhas de um gato, que muitas coisas emitem luz infravermelha. Mas muitos objetos também refletem luz infravermelha, particularmente luz infravermelha próxima. A radiação infravermelha próxima não é relacionada à temperatura do objeto que é fotografado - a menos que o objeto seja muito, muito quente. Um filme infravermelho ―fotografa‖ o objeto porque o Sol (ou alguma outra fonte clara) forneceu luz infravermelha no filme e é refletido ou absorvido pelo objeto. Você poderia dizer que refletindo ou absorvendo infravermelho ajuda a determinar a cor do objeto - sua cor sendo uma combinação de vermelho, verde, azule, e infravermelho! Estudos mostram que a clorofila em plantas reflete ondas infravermelhas próximas junto com ondas de luz visíveis. Embora nós não possamos ver as ondas infravermelhas, eles sempre estão lá. Outro fenômeno importante relacionada com a radiação infravermelha é o efeito estufa. O aumento do gás CO2 pode produzir maior retenção dessa radiação infravermelha produzida pela Terra, superaquecendo o Planeta. Instrumentos a bordo de satélites também podem tirar fotos de objetos no espaço. A imagem debaixo da região do centro de nossa galáxia foi tirada pelo satélite IRAS. A característica da nebulosa em forma de S, horizontal que cruza a imagem é o calor emitido pelas nuvens de poeira do sistema solar. Radiação Visível: Ondas claras visíveis são as únicas ondas eletromagnéticas que nós podemos ver. Nós vemos estas ondas como as cores do arco-íris. Cada cor tem um comprimento de onda diferente. Vermelho tem o comprimento de onda mais longo e violeta tem o comprimento de onda menor. Quando todas as ondas são vistas juntas, eles formam a luz branca. Quando um raio de luz branca passa por um prisma ou por vapor de água como este arco-íris, a luz branca separa-se nas cores do espectro claro visível. Como nós ―vemos‖ usando Luz Visível? Os cones em nossos olhos são os receptores para estas ondas de luz visíveis minúsculas. O Sol é uma fonte natural para ondas de luz visíveis e nossos olhos observam a reflexão desta luz solar dos objetos ao nosso redor. A cor de um objeto que nós vemos é a cor de luz refletida. Todas as outras cores são absorvidas. Lâmpadas incandescentes são outra fonte de ondas de luz visíveis. Estas são imagens de Phoenix, Arizona, uma fotografada por uma nave e outra colorida. Você pode ver uma diferença entre esta imagem e a fotografia a seguir? Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 34 34 Há dois tipos de imagens coloridas que podem ser feitas de dados de satélite – as de cores verdadeiras e as coloridas artificialmente. Tirar imagens coloridas, como esta aqui, o satélite que tirou isto usou um sensor para registrar dados sobre as ondas de luz visíveis vermelhas, verdes, e azuis que estavam refletindo a superfície da terra. Os dados foram combinados num computador mais tarde. O resultado é semelhante ao que nossos olhos vêem. Uma imagem de cor falsa é feita quando o satélite registra dados sobre brilho das ondas claras que refletem a superfície da Terra. Estes brilhos são representados por valores numéricos - e estes valores podem ser codificados por cores. É como pintar através de números! As cores escolhidas que pintam a imagem são arbitrárias, mas eles podem ser escolhidos ou fazer o objeto parecer realista, ou ajudar a enfatizar uma característica particular na imagem. Astrônomos podem ver uma região de interesse até mesmo usando software para mudar o contraste e brilho no quadro, como os controles em uma TELEVISÃO! Você pode ver uma diferença nas paletas de cor selecionadas para as duas imagens abaixo? Ambas as imagens são da Nebulosa de Caranguejo, os restos de uma estrela explodida! O que nos mostra Luz Visível? É verdade que nós somos cegos a muitos comprimentos de onda de luz. Por isso usamos instrumentos que podem descobrir comprimentos de onda diferentes de luz para nos ajudar a estudar a Terra e o Universo. Porém, desde que luz visível é parte do espectro eletromagnético que nossos olhos podem ver, nosso mundo inteiro é orientado ao redor disso. E muitos instrumentos que descobrem luz visível podem ver mais claramente que nossos olhos, com maior sensibilidade à radiação. Por isso é por que nós usamos satélites para olhar a Terra, e telescópios para olhar o Céu! Nós não só olhamos a Terra do espaço, mas nós também podemos olhar outros planetas de espaço. Esta é uma imagem clara visível do planeta Júpiter. Está em falsa cor - as cores foram escolhidas para enfatizar a estrutura de nuvem que atua no planeta Júpiter e não apareceria a seus olhos. Radiação ultravioleta (UV): A luz ultravioleta (UV) tem comprimentos de onda menores que luz visível. Embora estas ondas sejam invisíveis ao olho humano, alguns insetos, como abelhas, os podem ver. Cientistas dividiram a parte ultravioleta do espectro em três regiões: o ultravioleta próximo, o ultravioleta distante, e o ultravioleta extremo. As três regiões são distintas pela energia da radiação ultravioleta e pelo comprimento de onda da luz ultravioleta que é relacionada com a energia. O NUV ultravioleta próximo, abreviado por NUV – Near Ultra-violet, é a luz mais próxima da luz óptica ou visível. O ultravioleta extremo, abreviado EUV, é a luz ultravioleta mais próxima para Radiografias, e é o mais enérgico dos três tipos. O ultravioleta distante, abreviado FUV, encontra-se entre as próximas e extremas regiões ultravioletas. É o menos explorado das três regiões. Nosso Sol emite luz a todos os comprimentos de onda diferentes em espectro eletromagnético, mas são as ondas ultravioletas que são responsáveis para causar nossas queimaduras de sol. À esquerda é uma imagem do Sol tirada a um comprimento de onda Ultravioleta Extremo - 171 Angstroms para ser exato. (Um Angstrom é igual a 10 -10 metros.) Esta imagem foi tirada por um satélite denominado SOHO e mostra o Sol em 24 de abril de 2000. Embora algumas ondas ultravioletas do Sol penetrem a atmosfera de Terra, a maioria delas são bloqueadas ao penetrá-la por vários gases como o Ozônio (O3). Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 35 35 Cientistas desenvolveram um índice de UV para ajudar as pessoas a se proteger destas ondas prejudiciais. Como nós ―vemos‖ usando luz Ultravioleta? É bom para nós que somos humanos estar protegido de adquirir muita radiação ultravioleta, mas é ruim para os cientistas! Astrônomos têm que colocar telescópios ultravioleta em satélites e medir a luz ultravioleta de estrelas e galáxias - e coisas até mais próximas como o Sol! Há muitos satélites diferentes que nos ajudam e estudam a astronomia ultravioleta. Muitos deles só descobrem uma pequena quantidade de luz UV. Por exemplo, o telescópio espacial Hubble observa estrelas e galáxias principalmente em luz ultravioleta próxima. O satélite Explorador Ultravioleta Extremo da NASA está explorando o universo ultravioleta extremo atualmente. O satélite Explorador Ultravioleta Internacional (IUE) observou as regiões ultravioletas distantes e próximas durante mais de 17 anos. O que nos mostra luz Ultravioleta? Nós podemos estudar estrelas e galáxias estudando o UV que elas emitem - mas você sabia que nós podemos estudar até mesmo a Terra? O UV Camera/Spectrograph Distante tirou a foto a seguir. A parte da Terra iluminada pelo Sol reflete muita luz UV. Aqui, faixas de emissão de UV também são aparentes. Estas faixas são o resultado de aurora causada por partículas carregadas emitidas pelo Sol. Elas espiralam para a Terra ao longo das linhas de campo magnético da Terra. Muitos cientistas estão interessados em estudar o universo invisível de luz ultravioleta, desde os mais quentes e os objetos mais ativos no cosmo que emitam quantias grandes de energia ultravioleta. A imagem ao lado ilustra três galáxias diferentes obtidas em luz visível (fundo três imagens) e luz ultravioleta (fila de cima) tirada pelo Imaging Telescope Ultravioleta da NASA (UIT) na missão Astro-2. As diferenças de como as galáxias aparecem é devido ao tipo de brilho de estrelas mais luminosas nos comprimentos de onda ópticos e ultravioletas. As fotografias dessas galáxias indicam principalmente nuvens de gás contendo que formarão estrelas recentes muitas vezes mais volumosas que o sol que arde fortemente em luz ultravioleta. Em contraste, fotografias de luz visíveis de galáxias principalmente a luz amarela e vermelha são de estrelas mais velhas. Comparando estes tipos de dados, astrônomos podem aprender sobre a estrutura e evolução de galáxias. Radiação X (Raios X): Com a diminuição dos comprimentos de onda, eles aumentam sua energia. Radiografias têm comprimentos de onda menores e então energia mais alta que ondas ultravioletas. Nós normalmente falamos sobre Radiografias em termos da energia em lugar de comprimento de onda. Isto porque Radiografias têm comprimentos de onda muito pequenos. Também é porque luz de Radiografia tende a agir mais como uma partícula que uma onda. Detectores de radiografia absorvem fótons de luz de Raios X - que é muito diferente dos telescópios de rádio que têm pratos grandes projetados para detectar ondas de rádio! Foram observados as primeiras radiografias e documentadas em 1895 por Wilhelm Conrad Röentgen, um cientista alemão que a descobriu acidentalmente quando estava realizando experiências com tubos de vácuo. Uma semana depois, ele levou uma fotografia de Radiografia da mão de sua esposa que claramente revelou o anel de casamento dela e seus ossos. A fotografia assombrou o público em geral e grande interesse científico foi despertado nessa nova forma de radiação. Röentgen chamou isto de radiação ―X‖ para indicar que era um tipo desconhecido de radiação. O nome aderiu, embora (em cima das objeções de Röentgen), muitos dos seus colegas questionaram os chamando raios de Röentgen. Eles ainda são ocasionalmente chamado raios de Röentgen em países de língua alemã. A atmosfera da Terra é espessa bastante que virtualmente nenhuma radiação na faixa dos Raios X pode penetrar do espaço exterior para a superfície da Terra. Isto é bom para nós, mas também ruim para astronomia - temos que pôr telescópios e detectores de Raios X em satélites! Nós não podemos fazer astronomia de raios X do solo. Como nós ―vemos‖ usando os Raios X? Bem, nós não poderíamos ver pelas roupas de pessoas, não importa o que os anúncios para óculos de Raio X nos contam! Se nós pudéssemos ver os Raios X, nós poderíamos ver coisas que ou emitem Raio X ou detêm a transmissão deles. Nossos olhos estariam como o filme de Radiografia usado em hospitais ou os escritórios de dentista. Filme de radiografia ―vê‖ Raios X. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 36 36 Quando você adquire uma Radiografia tirada em um hospital, um filme sensível é posto em um lado de seu corpo, e são atiradas Radiografias sobre você. Num consultório dentário, o filme é posto dentro de sua boca, em um lado de seus dentes, e são atiradas Radiografias por sua mandíbula. Não dói nada - você não pode sentir Raio X. É porque seus ossos e dentes são densos e absorvem mais raio X que sua pele, produz-se silhuetas de seus ossos ou dentes que permanecem no filme de Radiografia enquanto sua pele aparece transparente. Metais absorvem mais Raios X - você pode ver o objeto metálico na imagem do dente? Quando o Sol nos ilumina num certo ângulo, nossa sombra é projetada sobre o solo. Semelhantemente, quando os Raios X incidem em nós, passa por nossa pele, mas permite projetar sombras sobre nossos ossos e são capturadas através de um filme. Abaixo vemos a fotografia de Radiografia de uma menina. Você pode ver a sombra do objeto que ela engoliu? Ao centro vemos a Radiografia da mão da esposa de Röentgen. Nós usamos satélites com detectores de Raios-X para Radiografar imagens em astronomia. Em astronomia, objetos que emitem Raios-X (por exemplo, buracos negros) são como uma máquina de Radiografia do dentista, e o detector no satélite funciona como o filme de Radiografia. Detectores de raios-X absorvem Raios individuais (fótons de luz de Raios-X) e o número de fótons coletados, a energia dos fótons, ou quão rápidos os fótons são absorvidos, podem nos contar informações importantes sobre o objeto que os está emitindo. À direita há uma imagem de um detector de Raio X. Este instrumento está no satélite Explorador (RXTE). Parece muito diferente de qualquer coisa que você poderia ver no escritório de um dentista! O que os Raios X nos mostra? Muitas coisas no espaço emitem Raios-X, entre eles estão buracos negros, estrelas de nêutrons, sistemas binários de estrelas, sobras de supernova, estrelas, o Sol, e até mesmo alguns cometas! A Terra emite muitos tipos de luz, inclusive a faixa de Raios-X enérgica. De fato, a própria Terra emite - a aurora produz na atmosfera da Terra. Esta aurora é causada pela incidência na atmosfera de partículas carregadas do Sol. A foto é do satélite Polar, PIXIE, NASA e à esquerda está a primeira fotografia da Terra em Raios-X, tirada em março de 1996 com o satélite Polar orbital. A área de emissão de Radiografia mais luminosa é vermelha. As partículas carregadas enérgicas do Sol que causam a aurora também energizam elétrons na magnetosfera da Terra. Estes elétrons movem sobre o campo magnético da Terra e eventualmente golpeiam as moléculas da ionosfera da Terra e causam a emissão de Raios X. Estes Raios X não são perigosos porque eles são absorvidos por partes mais baixas da atmosfera da Terra. Recentemente, nós aprendemos que cometas emitem Radio X! A imagem acima do Cometa Hyakutake foi tirada por um satélite de Raios-X chamado ROSAT. O Sol também emite Raios X – a foto da direita é do Sol observado por Radiografia de 27 de abril de 2000. Esta imagem foi tirada pelo satélite Yokoh. Muitas estrelas formam sistemas binários – duas estrelas que orbitam uma em relação à outra. Quando uma destas estrelas é um buraco negro ou uma estrela de nêutrons, material é puxado da estrela normal. Estas espirais de materiais no buraco negro ou na estrela de nêutron possuem temperaturas muito altas. Quando algo é aquecido a mais de um milhão de graus, emitirá Raios X! A imagem esquerda anterior é a concepção de um artista de um sistema de estrela binário e mostra o material sendo puxado da estrela vermelha por seu companheiro, um buraco negro invisível e em um disco de órbita. A imagem à direita mostra uma sobra de supernova - a sobra de uma estrela que explodiu em uma galáxia perto conhecida como a Nuvem de Magalhães Pequena. As colorizações Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 37 37 utilizadas mostram que esta sobra de supernova emitem em Raio X (em azul), luz visível (verde) e de rádio (vermelho). Radiação Gama (Raios ): Os Raios Gama têm os comprimentos de onda menores e a maior energia de qualquer outra onda no espectro eletromagnético. Estas ondas são geradas através de átomos radioativos e em explosões nucleares. Raios Gama podem matar células vivas, um fato que a medicina utiliza para matar células cancerosas. Os raios Gama viajam a nós por distâncias vastas do universo e são absorvido pela atmosfera da Terra. Comprimentos de onda diferentes de luz penetram a atmosfera da Terra para profundidades diferentes. Instrumentos a bordo balões de alta-altitude e satélites como o Observatório de Compton provêem nossa única visão do céu de gama-raio. Raios Gama são a forma mais enérgica de luz e são produzidos pelas regiões mais quentes do universo. Eles também são produzidos através de eventos violentos como explosões de supernova ou a destruição de átomos, e através de eventos como o decaimento de material radioativo no espaço. Coisas como explosões de supernova (o modo como as estrelas volumosas morrem), estrelas de nêutrons, pulsares e buracos negros são todas as fontes celestiais de raios gama. Como nós ―vemos‖ usando luz de raios-gama? A Astronomia de raio-gama não se desenvolveu até que fosse possível colocar detectores acima da atmosfera, usando balões ou satélites. O primeiro telescópio de raios gama, levado em órbita pelo satélite Explorador XI em 1961, capturou menos que 100 fótons de raios gama cósmicos! Luz óptica distinta e Radiografias não podem ser utilizadas para capturar raios gama e podem ser refletidos em espelhos. Os fótons de alta-energia passariam direto por tal dispositivo. Para detectar raios Gama usa-se um processo chamado Compton, onde um fóton de raio gama golpeia um elétron e perde energia, semelhante a uma bola que golpeia uma outra bola. O que nos mostram os raios gama? Se você pudesse ver a radiação gama, o céu noturno pareceria estranho e pouco conhecido. A lua de vista por meio de raios gama emitida por ela apareceria como uma redonda gota - características lunares não seriam visíveis. Em raios de gama de alto-energia, a Lua é realmente mais luminosa que o Sol. As visões familiares de estrelas e galáxias seriam substituídas por algo sempre variável. Sua visão de raio gama apareceria labaredas solares, supernovas, estrelas de nêutons, buracos negros, e galáxias ativas. Astronomia de raios gama apresentam oportunidades sem igual para explorar estes objetos exóticos. Explorando o universo a estas altas energias, cientistas podem procurar uma nova física, testar teorias e executar experiências que não são possíveis em laboratórios da Terra. Se você pudesse ver raios raios gama, estrelas de nêutrons ou pulsares estariam entre os objetos mais luminosos no céu. Este computador processou imagem que mostra o pulsar de Nebulosa de Caranguejo (debaixo de e a direito do centro) e o pulsar de Geminga (sobre e a partir do centro) na "faixa da luz" de raios gama raios. A nebulosa de Caranguejo, também mostrada na imagem clara visível, foi criada por uma supernova que clareou o céu noturno em 1054 D.C. Em 1967, astrônomos descobriram o caroço que sobrou daquela estrela; um rápido pulsar giratório, magnético que produz ondas de rádio a cada 0.33 segundos. Talvez a descoberta mais espetacular em astronomia de raios gama ocorreu nos anos 1960s e setenta. Um Detector a bordo do satélite Vela, satélites originalmente militares, começou a registrar estouros de gama-raios não da Terra, mas do espaço profundo! Explosões de raio gama podem lançar mais energia em 10 segundos que o Sol emitirá em sua vida inteira de 10 bilhões de anos! Tão longe, aparece que os estouros que nós observamos vieram de fora da Galáxia da Via Láctea. Os cientistas acreditam que as explosões de raio gama acontecem a alguns milhões de anos na Via Láctea, e de fato pode acontecer uma vez a cada cem milhões de anos e dentro de alguns mil ano-luz da Terra. Estudado agora durante mais de 25 anos com instrumentos a bordo de uma variedade de satélites e sondas de espaço, inclusive astronave de Venera soviética e o Vênus Orbiter Pioneiro, as fontes destes flash de alto-energia enigmáticos permanecem um mistério. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 38 38 Resolvendo o mistério de estouros de gama- raio, cientistas esperam ganhar conhecimento adicional das origens do Universo, a taxa à qual o Universo está se expandindo, e o tamanho do Universo. Microondas As Microondas têm comprimentos de onda que podem ser medidos em centímetros! A microonda mais longa, esses mais próximo de um pé, são as ondas que aquecem nossa comida em um forno de microondas. Microondas são bons para transmitir informação de um lugar para outro porque energia da microonda pode penetrar névoa, chuva clara e neva, nuvens, e fumaça. Microondas menores são usados sentindo distante. Esta microonda é usada para radar como o radar Doppler usado em previsões de tempo. A torre de microondas pode transmitir informações para telefonia celular e dados de computador de uma cidade para outra. Os radares foram desenvolvidos para descobrir objetos e determinar o alcance deles (ou posição) transmitindo pequenos sinais de microondas. São registradas a força e origem de "ecos" recebidas de objetos que foram rebatidos pelas microondas. O radar detecta ondas eletromagnéticas que são uma reflexão de uma transmissão ativa, e é considerado um sistema distante ativo. Sistema distante passivo se refere ao sentindo de ondas eletromagnéticas que não originaram do satélite ou sensor. O sensor é um observador passivo. Bandas de Frequências para o Celular no Brasil Estão disponíveis para o celular no Brasil (SMP) frequências nas bandas de: 850 MHz, antigas bandas A e B 900 MHz, bandas de extensão utilizadas pelo GSM. 1700 e 1800 MHz, bandas D, E e subfaixas de extensão utilizadas pelo GSM 1900 e 2100 MHZ destinadas na sua maior parte para sistemas 3G. Freqüências (MHz) Transmissão da Estação Móvel ERB Subfaixa A** 824-835 845-846,5 869-880 890-891,5 Subfaixa B** 835-845 846,5-849 880-890 891,5-894 Subfaixa D 910-912,5 1710-1725 955-957,5 1805-1820 Subfaixa E 912,5-915 1740-1755 957,5-960 1835-1850 Subfaixas de Extensão 898,5-901* 907,5-910* 1725-1740 1775-1785 943,5-946* 952,5-955* 1820-1835 1870-1880 * Não serão autorizadas para prestadoras do SMP operando nas Bandas D e E. Todas as operadoras de Banda D e E adquiriram também as faixas de frequências de 900 MHz alocadas para a sua Banda. ** Admite o emprego de sistemas analógicos (AMPS) nas Bandas A e B até 30/06/2008. Novas Bandas do SMP Res. 454 de 11/12/06 que revogou a Res. 376 02/09/04. MHz Transmissão da Subfaixa Estação Móvel ERB F* 1920-1935 2.110- 2.125 G* 1.935-1.945 2.125- 2.135 H* 1.945-1.955 2.135- 2.145 I* 1.955-1.965 2.145- 2.155 J* 1.965-1.975 2.155- 2.165 L 1.895-1.900 1.975- 1.980 M 1.755-1.765 1.850- 1.860 Subfaixa de Extensão 1.765-1.770 1.770-1.775 1.860- 1.865 1.865- 1.870 1.885-1.890** 1.890-1.895** * Faixas reservadas para sistemas 3G ** Sistemas TDD (Time Division Duplex) que utilizam a mesma subfaixa de frequências para transmissão nas duas direções. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 39 39 http://www.teleco.com.br/Bandac.asp Como as microondas podem penetrar névoa, chuva clara e neva, nuvens e fuma, estas ondas são boas para ver a Terra do espaço. O ERS-1 satélite envia comprimentos de onda aproximadamente 5.7 cm (faixa-C). O satélite de JERS usa comprimentos de onda aproximadamente 20 cm em duração (faixa L). Nos anos de 1960 uma descoberta surpreendente foi feita totalmente através de acidente. Um par de cientistas em Laboratórios de Sino descobriu ruído de fundo utilizando uma antena de rádio especial. A coisa estranha sobre o ruído era que estava vindo de toda direção e não parecia variar em intensidade muito nada. Se esta fosse estática de algo em nosso mundo, iguais transmissões de rádio de um aeroporto perto que controlava a torre, só viria de uma direção, não em todos lugares. Os cientistas perceberam logo que eles tinham descoberto a radiação de fundo de microonda cósmica. É acreditado que esta radiação que enche o Universo inteiro é devida ao conhecido Big Bang. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 40 40 Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 41 41 Apêndice Espectros de estrelas (Adaptado de: http://docs.kde.org/stable/pt_BR/kdeedu/kstars/ai- colorandtemp.html) As estrelas parecem ser exclusivamente brancas a primeira vista. Mas se olharmos cuidadosamente, podemos notar uma faixa de cores: azul, branco, vermelho e até dourado. Na constelação de Orion, um bonito contraste é visto entre o vermelho de Betelgeuse no "sovaco" de Orion e o azul de Bellatrix no ombro. O que faz estrelas exibirem cores diferentes permanecia um mistério até dois séculos atrás, quando físicos obtiveram suficiente conhecimento da natureza da luz e propriedades da matéria em temperaturas imensamente altas. Especificamente, foi a física da radiação dos corpos negros que nos possibilitou entender a variação das cores estelares. Logo após o entendimento do que era a radiação dos corpos negros, notou-se que o espectro das estrelas parecia extremamente similar as curvas da radiação dos corpos negros em várias temperaturas, variando de poucos milhares de Kelvin até 50.000 Kelvin. A conclusão óbvia é que estrelas são semelhantes a corpos negros, e que a variação de cor das estrelas é uma consequência direta da temperatura de sua superfície. Estrelas frias (isto é, Espectro Tipo K e M) irradiam a maior parte de sua energia na região vermelha e infravermelha do espectro electromagnético e assim parecem vermelhas, enquanto estrelas quentes (isto é, Espectro Tipo O e B) emitem principalmente em comprimentos de onda azul e ultravioleta, fazendo-as parecerem azul ou brancas. Para estimar a temperatura superficial de uma estrela, podemos usar a conhecida relação entre temperatura de um corpo negro e o comprimento de onda da luz no pico de seu espectro. Isto é, conforme você aumenta a temperatura de um corpo negro, o pico de seu espectro move-se para um menor (mais azul) comprimento de onda luminoso. Isto é ilustrado na Figura 1 abaixo onde a intensidade de três estrelas hipotéticas é plotada contra o comprimento de onda. O "arco-íris" indica a faixa de comprimento de onda que é visível ao olho humano. Figura 1 – Espectro de estrelas de diferentes cores. Este método simples é conceitualmente correto, mas não pode ser usado para obter temperaturas estelares precisas, porque estrelas não são corpos negros perfeitos. A presença de vários elementos na atmosfera estelar fará com que alguns comprimentos de onda sejam absorvidos. Devido a estas linhas de absorção não serem uniformemente distribuídas no espectro, elas podem inclinar a posição do pico espectral. Além disso, obter um espectro estelar é um processo de tempo intensivo e é proibitivamente difícil para grandes amostras de estrelas. Um método alternativo utiliza a fotometria para medir a intensidade da luz passando por diferentes filtros. Cada filtro permite apenas uma parte específica do espectro passar enquanto todas as outras são rejeitadas. Um sistema fotométrico muito utilizado chama-se sistema UBV Johnson. Ele emprega três filtros de banda: U ("Ultra-violeta"), B ("Azul"), and V ("Visível"), cada uma ocupando as diferentes regiões do espectro eletromagnético. O processo de fotometria UBV envolve usar dispositivos foto sensíveis (como filmes ou câmeras CCD) e mirar um telescópio em uma estrela para medir a intensidade da luz que passa por cada filtro individualmente. Este processo fornece três luminosidades aparentes ou fluxos (quantidade de energia por cm 2 por segundo) designados por Fu, Fb e FV. A relação dos fluxos Fu/Fb e Fb/Fv é uma medida quantitativa da "cor" da estrela, e estas relações podem ser usadas para estabelecer uma escala de temperatura para estrelas. Falando genericamente, quanto maiores as relações Fu/Fb e Fb/Fv de uma estrela, mais quente é sua temperatura de superfície. Por exemplo, a estrela Bellatrix em Orion tem um Fb/Fv = 1,22, indicando que é mais brilhante pelo filtro B que pelo filtro V. Além disso, sua razão Fu/Fb é 2,22, então é mais brilhante pelo filtro U. Isto indica que a estrela deve ser muito quente mesmo, pois seu pico espectral deve estar em algum lugar na faixa do filtro U, ou até mesmo em comprimentos de onda mais baixos. A temperatura superficial de Bellatrix (determinada por comparação de seu espectro com modelos detalhados que conferem com suas linhas de absorção) é perto de 25.000 Kelvin. Podemos repetir esta análise para a estrela Betelgeuse. Suas razões Fb/Fv e Fu/Fb são 0.15 e 0.18 respectivamente, então ela é mais brilhante em V e mais opaca em U. Então, o pico espectral de Betelgeuse deve estar em algum lugar na faixa do filtro V, ou mesmo em um comprimento de onda superior. A temperatura superficial de Betelgeuse é de apenas 2,400 Kelvin. Os astrônomos preferem expressar as cores estelares em termos de diferença em magnitudes, do que uma razão de fluxos. Assim, voltando para a azul Bellatrix temos um índice de cor igual a B - V = -2.5 log (Fb/Fv) = -2.5 log (1.22) = -0.22, Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 42 42 Similarmente, o índice de cor para a vermelha Betelgeuse é B - V = -2.5 log (Fb/Fv) = -2.5 log (0.18) = 1.85 Os índices de cores, como a escala de magnitude ,correm para trás. Estrelas Quentes e azuis têm valores de B-V menores e negativos que as mais frias e vermelhas estrelas. Um Astrônomo pode então usar os índices de cores para uma estrela, após corrigir o avermelhamento e extinção interestelar, para obter uma precisa temperatura daquela estrela. A relação entre B-V e temperatura é ilustrada na Figura 2. Figura 2 – Relação B-V e temperatura. Pirômetros Um pirómetro (também denominado de pirómetro óptico) é um dispositivo que mede temperatura sem contacto com o corpo/meio do qual se pretende conhecer a temperatura. Geralmente este termo é aplicado a instrumentos que medem temperaturas superiores a 600 graus celsius. Uma utilização típica é a medição da temperatura de metais incandescentes em fundições. Um dos pirómetros mais comuns é o de absorção-emissão, que é utilizado para determinar a temperatura de gases através da medição da radiação emitida por uma fonte de referência, antes e depois da radiação incidir sobre o gás (que absorve parte da radiação). É através da análise das diferenças do espectro do gás que se consegue determinar a sua temperatura. Ambas as medições são feitas no mesmo intervalo de comprimento de onda. Outra aplicação típica do pirómetro é a medição da temperatura de metais incandescentes. Olhando pelo visor do pirómetro observa-se o metal, ajustando-se depois manualmente a corrente elétrica que percorre um filamento que está no interior do pirómetro e aparece no visor. Quando a cor do filamento é idêntica à do metal, pode-se ler a temperatura numa escala disposta junto ao elemento de ajuste da cor do filamento. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 43 43 Descoberto por acaso o sucessor das lâmpadas incandescentes Redação do Site Inovação Tecnológica 25/10/2005 http://www.inovacaotecnologica.com.br/ Pegue um LED que produza uma luz azul intensa. Recubra-o com uma finíssima película de cristais microscópicos, chamados pontos quânticos, e você terá a próxima revolução tecnológica na iluminação, que poderá substituir virtualmente todas as atuais lâmpadas. Esse LED híbrido, descoberto por acaso pelo estudante Michael Bowers, da Universidade Vanderbilt, Estados Unidos, é capaz de emitir luz branca verdadeira, similar à emitida pelas lâmpadas incandescentes, com uma leve tonalidade de amarelo. Até agora os pontos quânticos têm recebido atenção graças à sua capacidade de produzir dezenas de cores diferentes simplesmente variando-se o tamanho dos nanocristais individuais: uma capacidade particularmente adequada à marcação fluorescente de células em aplicações biomédicas. Mas os cientistas agora descobriram uma nova forma para construir pontos quânticos capazes de produzir espontaneamente luz branca de largo espectro. Até 1993 os LEDs só produziam luzes vermelha, verde e amarela. Foi então que o pesquisador japonês Isamu Akasaki descobriu como fabricar LEDs que emitiam luz azul. Combinando LEDs azuis com outros verdes e vermelhos - ou adicionando-se fósforo amarelo aos LEDs azuis - os fabricantes conseguiram criar luz branca, o que abriu uma gama totalmente nova de aplicações para essas fontes de luz, por natureza extremamente econômicas e duráveis. Mas a luz emitda pelos "LEDs brancos" é apenas ligeiramente branca, apresentando um forte tom azulado. Os pontos quânticos de luz branca, por outro lado, produzem uma distribuição mais suave dos comprimentos de onda do espectro visível, com uma leve tonalidade amarela. Desta forma, a luz produzida pelos pontos quânticos se parece mais com as luzes de "espectro total" utilizadas para leitura, um tipo de lâmpada disponível no mercado que produz uma luz com um espectro mais próximo ao da luz do Sol do que as lâmpadas incandescentes ou fluorescentes. Além disso, os pontos quânticos, como acontece também com os LEDs, têm a vantagem de não emitir grandes quantidades de luz infravermelha, como acontece com as lâmpadas incandescentes. Essa radiação invisível produz grandes quantidades de calor e é responsável pela baixa eficiência energética desse tipo de lâmpada. Bowers estava estudando com seu colega James McBride, procurando entender como os pontos quânticos crescem. Para isso eles estavam tentando criar pontos quânticos cada vez menores. Foi então que eles criaram um lote desses nanocristais de cádmio e selênio. Esses elementos contêm 33 ou 34 pares de átomos, o que é justamente o "tamanho mágico" no qual o cristais preferencialmente se formam. Assim, esses minúsculos pontos quânticos são fáceis de serem produzidos, ainda que tenham apenas metade do tamanho dos pontos quânticos normais. Quando esses pontos quânticos foram iluminados com um laser, ao invés da luz azul que os estudantes esperavam, eles se encantaram com o branco vivo que iluminou a mesa onde faziam seu experimento. A seguir os estudantes dissolveram seus pontos quânticos em uma espécie de verniz para madeira e "pintaram" um LED. Embora isso seja o que se poderia chamar de uma típica uma idéia de estudante, eles estavam, na verdade, montando sua descoberta sobre uma fonte própria de luz, dispensando o laser. O resultado não é nenhum primor de acabamento, mas demonstra claramente que a junção dos dois pode gerar uma nova fonte de luz branca que poderá revolucionar todo o setor de iluminação. A descoberta foi descrita em um artigo publicado no exemplar de 18 de Outubro do Jornal da Sociedade Americana de Química. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 44 44 Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 45 45 Exemplos Resolvidos 1. Determine o fluxo de calor através da barra de cobre de seção quadrada da figura. Dado: condutividade térmica do cobre: Cu 388 J(s m°C) -1 e TA dt dQ 4 cal s 388 4 10 100 0 =77,6 0,2 dQ A T dt e 2. Tira-se de uma fornalha uma peça fundida pesando 50 kgf, quando a temperatura era de 400°C, sendo colocada num tanque contendo 400 kg de óleo a 30°C. A temperatura final é de 40°C e o calor específico do óleo, 0,5 cal-g -1 ( 0 C) -1 . Qual o calor específico da peça fundida? Desprezar a capacidade calorífica do tanque e quaisquer perdas de calor. 0 0o p o o o p p pQ Q m c m c 400 0,5 40 30 50 40 400 0pc 00,11 cal p g C c 3. A evaporação do suor é um mecanismo importante no controle da temperatura em animais de sangue quente. Que massa de água deverá evaporar-se da superfície de um corpo humano de 80 kg para resfriá-lo 1°C? O calor específico do corpo humano é aproximadamente l cal g -1 • (°C) -1 e o calor latente de vaporização da água na temperatura do corpo (37°C) é de 577 cal • g -1. Quantidade de calor perdida pelo corpo humano na variação de 1 0 C: 80000 1 1 80000Q mc Q cal 80000 138.65 577 L L v v Q Q mL m g L 4. Uma certa massa de gás tem o volume de 2,5 L a 40°C na pressão de 1,5 atm. Se o volume do gás for reduzido para 0.5L e aquecido a 70°C, qual sua nova pressão? 1 1 2 2 2 1 2 1 1 2 1 2 343 2,5 1,5 8.22 313 0,5 P V P V T V P P atm T T T V 5. Para as radiações abaixo, dados os intervalos extremos de comprimento de onda, encontre os intervalos correspondentes em freqüência (Hz) e energia (eV). Espectro visível Visible Cores maxmin (nm) maxminf f f (1014 Hz) c f maxminE E E (eV) 1240 E eV nm Red – Vermelho 622 -770 3,896 – 4,823 1,61 – 1,99 Orange – Laranja 597 - 622 4,823 – 5,025 1,99 – 2,08 Yellow – Amarelo 577 - 597 Green – Verde 492 - 577 Blue – Azul 455 - 492 Violet – Violeta 390 - 455 c c f f 8 14 max9 3 10 4,823 10 622 10 f f 8 14 min9 3 10 3,8961 10 770 10 f f E h f 346,62 10h J s c E h 8 34 3 106,62 10E 251,986 10 E J m 1eV=1,6 10 -19 J 25 19 9 1 1,986 10 1,6 10 10 E eV nm 1240 E eV nm min min 1240 1,61 770 E eV E eV min max 1240 1,99 622 E eV E eV Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 46 46 Exercícios 1. Condução através de uma geladeira de isopor. Uma caixa de isopor usada para manter bebidas frias em um piquenique possui área total (incluindo a tampa) igual a 0.80m 2 e a espessura da parede é de 2.0 cm. Ela está cheia de água, gelo e latas de Omni-Cola a 0 0 C. Qual é a taxa de fluxo de calor para o interior da caixa se a temperatura da parede externa for igual a 30 0 C? Qual a quantidade de gelo que se liquefaz durante um dia? Dado: isopor=0.010 W/(m.K) 2. Uma barra de aço de 10.0 cm de comprimento é soldada pela extremidade com uma barra de cobre de 20.0 cm de comprimento. As duas barras são perfeitamente isoladas em suas partes laterais. A seção reta das duas barras é um quadrado de lado 2.0 cm. A extremidade livre da barra de aço é mantida a 100 0 C colocando-a em contato com vapor d’água obtido por ebulição, e a extremidade livre da barra de cobre é mantida a 0 0 C colocando-a em contato com o gelo. Calcule a temperatura na junção entre as duas barras e a taxa total da transferência de calor. e TA dt dQ e R A 3. No exemplo anterior, suponha que as barras estejam separadas. Uma extremidade é mantida a 100 0 C e a outra extremidade é mantida a 0 0 C. Qual a taxa total de transferência de calor nessas duas barras? 4. Radiação do corpo humano. Sabe-se que a área total do corpo humano é igual a 1.20m 2 e que a temperatura da superfície é 30 0 C = 303K. Calcule a taxa total de transferência de calor do corpo por radiação. Se o meio ambiente está a uma temperatura de 20 0 C, qual é a taxa resultante do calor perdido pelo corpo por radiação? A emissividade e do corpo é próxima da unidade, independentemente da cor da pele. Dados: Lei de Stefan-Boltzmann: 4H A e T 4 4sH A e T T Constante de Stefan-Boltzmann: 8 2 4 5.67 10 W m K 5. Uma placa quadrada de aço, com lado igual a 10 cm, é aquecida em uma forja de ferreiro até uma temperatura de 800 0 C. Sabendo que a emissividade é igual a 0.60, qual é a taxa total de energia transmitida por radiação? 6. Um chip com embalagem de cerâmica de 40 pinos possui rtérm = 40 K/W. Se a temperatura máxima que o circuito pode tolerar com segurança não pode superar 120 0 C, qual é o mais elevado nível de potência que o circuito pode tolerar com segurança para uma temperatura ambiente igual a 75 0 C? 7. Tira-se de uma fornalha uma peça fundida pesando 50 kgf, quando a temperatura era de 400°C, sendo colocada num tanque contendo 400 kg de óleo a 30°C. A temperatura final é de 40°C e o calor específico do óleo, 0,5 cal-g -1 ( 0 C) -1 . Qual o calor específico da peça fundida? Desprezar a capacidade calorífica do tanque e quaisquer perdas de calor. 0 0o p o o o p p pQ Q m c m c 400 0,5 40 30 50 40 400 0pc 00,11 cal p g C c 8. A evaporação do suor é um mecanismo importante no controle da temperatura em animais de sangue quente. Que massa de água deverá evaporar- se da superfície de um corpo humano de 80 kg para resfriá-lo 1°C? O calor específico do corpo humano é Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 47 47 aproximadamente l cal g -1 • (°C) -1 e o calor latente de vaporização da água na temperatura do corpo (37°C) é de 577 cal • g -1. Quantidade de calor perdida pelo corpo humano na variação de 1 0 C: 80000 1 1 80000Q mc Q cal 80000 138.65 577 L L v v Q Q mL m g L 9. Para as radiações abaixo, dados os intervalos extremos de comprimento de onda, encontre os intervalos correspondentes em freqüência (Hz) e energia (eV). Espectro visível Visible Cores maxmin (nm) maxminf f f (10 14 Hz) c f maxminE E E (eV) 1240 E eV nm Red – Vermelh o 622 -770 3,896 – 4,823 1,61 – 1,99 Orange – Laranja 597 - 622 4,823 – 5,025 1,99 – 2,08 Yellow – Amarelo 577 - 597 Green – Verde 492 - 577 Blue – Azul 455 - 492 Violet – Violeta 390 - 455 c c f f 8 14 max9 3 10 4,823 10 622 10 f f 8 14 min9 3 10 3,8961 10 770 10 f f E h f 346,62 10h J s c E h 8 34 3 106,62 10E 251,986 10 E J m 1eV=1,6 10 -19 J 25 19 9 1 1,986 10 1,6 10 10 E eV nm 1240 E eV nm min min 1240 1,61 770 E eV E eV 10. Área do filamento de uma lâmpada de tungstênio. A temperatura de operação do filamento de tungstênio de uma lâmpada incandescente é igual a 2450K e sua emissividade é igual a 0.35. Calcule a área da superfície do filamento de uma lâmpada de 150 W supondo que toda a energia elétrica consumida pela lâmpada seja convertida em ondas eletromagnéticas pelo filamento. (Somente uma fração do espectro irradiado corresponde à luz visível.) 11. Raios de estrelas. A superfície quente e brilhante de uma estrela emite energia sob a forma de radiação eletromagnética. É uma boa aproximação considerar e = 1 para estas superfícies. Calcule os raios das seguintes estrelas (supondo que elas sejam esféricas): (a) Rigel, a estrela brilhante azul da constelação Órion, que irradia energia com uma taxa de 2.7.10 32 W e a temperatura na superfície é igual a 11000K. (b) Procyon B (somente visível usando um telescópio), que irradia energia com uma taxa de 2.1.10 23 W e a temperatura na sua superfície é igual a 10000K. (c) Compare suas respostas com o raio da Terra, o raio do Sol e com a distância entre a Terra e o Sol. (Rigel é um exemplo de uma estrela supergigante e Procyon B é uma estrela anã branca. 12. Determine o comprimento da barra indicado para que o fluxo de calor seja de 250W. Dados: condutividade térmica: cobre: Cu 385,0 J(s m°C) -1 aço: Aço 50,2 J(s m°C) -1 Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 48 48 13. A Lei do deslocamento de Wien é obtida, impondo-se 0T Para: d e hc d Tk chT 1 18 5 Utilizando a Lei do deslocamento de Wien: max 2.898 mm K T Ache a que temperatura corresponde ao máximo comprimento de max = 305 nm. (b) Aplicando a Lei de Stefan-Boltzman: 4H A e T : constante de Stefan-Boltzmann. 2 4 85.6699 10 W m K Encontre a potência dissipada nessa temperatura, assumindo área 20 cm 2 e emissividade e = 1; 14. Duas barras metálicas, cada qual com 5 cm de comprimento e seção reta retangular de 2 cm por 3 cm, estão montadas entre duas paredes, uma mantida a 100 0 C e outra a 0 0 C. Uma barra é de chumbo (Pb) e a outra é de prata (Ag). Calcular: (a) A corrente térmica através das barras. (b) a temperatura da superfície de contato das duas. Dado: Condutividades térmicas: Pb = 353 W/(m.K) Ag = 429 W/(m.K) 15. As duas barras do exemplo anterior são montadas como ilustra a figura a seguir. Calcular: (a) A corrente térmica em cada barra metálica. (b) A corrente térmica total. (c) A resistência térmica equivalente desta montagem. 16. A temperatura superficial do Sol é cerca de 6000K. (a) Se admitirmos que o Sol irradia como um corpo negro, em que comprimento de onda max se localizará o máximo da distribuição espectral? (b) Calcular max para um corpo negro a temperatura ambiente, cerca de 300 K. 17. Calcular a perda de energia líquida de uma pessoa nua numa sala a 20 0 C, admitindo que irradie como um corpo negro de área superficial igual a 1.4 m 2 , na temperatura de 33 0 C. A temperatura superficial do corpo humano é ligeiramente mais baixa que a temperatura interna de 37 0 C, em virtude da resistência térmica da pele. 18. Na prática de construção civil, nos países de língua inglesa, especialmente nos Estados Unidos, é costume utilizar o fator R, simbolizado por Rf, que é a resistência térmica por pé quadrado do material. Assim, o fator R é igual ao quociente entre a espessura do material e a condutividade térmica: f e R R A A tabela ilustra os fatores de R para alguns materiais de construção. Tabela 1 – Fatores R para alguns materiais de construção. Material e (in) Rf (h.ft 2 .F/Btu) Chapas divisórias Gesso ou estuque 0.375 0.32 Compensado (pinho) 0.5 0.62 Painéis de madeira 0.75 0.93 Carpetes 1.0 2.08 Isolamento de teto 1.0 2.8 Manta asfáltica 1.0 0.15 Chapas de madeira asfáltica 1.0 0.44 Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 49 49 Um telhado de 60 ft por 20 ft é feito de chapa de pinho, de 1 in, cobertas por chapas de madeira asfáltica. (a) Desprezando a superposição das chapas de madeira, qual a taxa de condução de calor através do telhado, quando a temperatura no interior da edificação for de 70 0 F e no exterior 40 F ? (b) Calcular a taxa de condução de calor se à cobertura anterior forem superpostas 2 in de isolamento especial para telhados. 19. A equação: F Y T A Fornece a tensão necessária para manter a temperatura da barra constante à medida que a temperatura varia. Mostre que se o comprimento pudesse variar de ΔL quando sua temperatura varia de ΔT, a tensão seria dada por: 0 L F A Y T L Onde: F: tensão na barra. L0: comprimento original da barra. Y: Módulo de Young. Α: coeficiente de dilatação linear. 20. Uma placa quadrada de aço de 10 cm de lado é aquecida em uma forja de ferreiro até 100 0 C. Se sua emissividade é e = 0.60, qual será a taxa total de energia emitida por radiação ? 21 - Determine: (a) As resistências térmicas do cobre, do aço e a equivalente. (b) O fluxo de calor através da barra de cobre de seção quadrada da figura. A temperatura na interface. Dados: condutividade térmica: cobre: Cu 385,0 J(s m°C) -1 aço: Aço 50,2 J(s m°C) -1 e TA dt dQ e R A 22. – O espectro típico de uma lâmpada fluorescente está indicado abaixo: (a) Utilizando a Lei do deslocamento de Wien: max 2.898 mm K T Ache a que temperatura corresponde ao máximo comprimento de onda dessas lâmpadas. Observe que o pico em comprimento de onda ocorre para essas lâmpadas em torno de max = 305 nm. (b) Aplicando a Lei de Stefan-Boltzman: 4H A e T : constante de Stefan-Boltzmann. 2 4 85.6699 10 W m K Encontre a potência dissipada nessa temperatura, assumindo área 20 cm 2 e emissividade e = 1; 23. – As lâmpadas UV fluorescentes são usualmente categorizadas como lâmpadas UVA, UVB ou UVC, dependendo da região em que maior parte de sua irradiação se situa. O espectro UV está dividido dentro de três regiões: Região UVA, 315 a 400 nanômetros; Região UVB, 280 a 315 nanômetros; Região UVC, abaixo de 280 nanômetros. Complete a relação da tabela. Dados: c f ; E h f 346,62 10h J s ; c= 3.10 8 m/s; 1240 E eV nm Região ( 0 A ) f (Hz) E (eV) UVA > 10 9 < 3 x 10 9 < 10 -5 UVB 10 9 - 10 6 10 -5 - 0.01 UVC 10 6 - 7000 3 x 10 12 - 4.3 x 10 14 Visível 4.3 x 10 14 - 7.5 x 10 14 2 - 3 Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 50 50 24. – Se colocarmos as barras indicadas numa ligação em paralelo encontre a resistência térmica equivalente e o fluxo total de calor. Dados: condutividade térmica: cobre: Cu 385,0 J(s m°C) -1 aço: Aço 50,2 J(s m°C) -1 e TA dt dQ e R A 25. – Explique o mecanismo das brisas oceânicas. 26. – Determine o comprimento da barra indicado para que o fluxo de calor seja de 250W. 27. Uma camada esférica de condutividade térmica k tem um raio interno r1 e um raio externo r2. A camada interna está a uma temperatura T1 e a externa a uma temperatura T2. Mostre que a corrente térmica é dada por: 1 2 2 1 2 1 4 k r r T T r r Solução: k A T k A dr dT e 24k r dr dT 2 4dr k dT r 2 2 1 1 2 4 R T R T dr k dT r 2 2 1 1 1 4 r R T T T T r R k T r 2 1 2 1 1 1 4 k T T R R 2 1 2 1 1 1 4 k T T R R 2 1 2 1 1 2 4R R k T T R R 1 2 2 1 2 1 4 k R R T T R R 28. O raio interno a de uma casca cilíndrica está mantido a uma temperatura Ta enquanto seu raio externo b está a uma temperatura Tb. A casca cilíndrica possui uma condutividade térmica uniforme k. Mostre que o fluxo sobre a casca cilíndrica é dada por: 2 ln a bT TL k b a Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 51 51 Solução: k A T k A dr dT e 2k r L dr dT 2dr k L dT r 2 b a Tb a T dr k L dT r 2 ln b a r b T T r a T T k L r T 2 ln ln b a k L b a T T 2 ln b a k L b a T T 2 ln b aT TL k b a Fluxo de dentro para fora. Fluxo de fora para dentro: 2 ln b aT TL k b a 2 ln a bT TL k b a 29. A seção de passageiros de uma vião a jato tem a forma de uma tubulação cilíndrica com 35m de comprimento e raio interno 2.50m. Sabe-se que a espessura do tubo que compõe o avião é cerca de 6 cm e tem uma condutividade térmica dada por 4.10 - 5 cal/(s.cm°C). A temperatura deve ser mantida dentro em cerca de 25°C e fora do avião na altitude de cruzeiro é cerca de -35°C. Que potência deve ser feita para que se mantenha essa diferença de temperatura? Solução: Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 52 52 O Efeito Fotoelétrico Um dos fenômenos fundamentais para a comprovação da teoria quântica é o efeito fotoelétrico e o efeito Compton. Ambos envolvem a interação entre a radiação eletromagnética e os elétrons presentes na matéria. A condução elétrica por meio de descarga gasosa era um fenômeno comum de investigação na segunda metade do século XIX. Um arranjo experimental típico é mostrado na figura 1 abaixo. Figura 1 – Tubo de raios catódicos. Aparato experimental na investigação de corrente elétrica gerada por descarga gasosa na segunda metade do século XIX. Uma alta voltagem era aplicada entre o eletrodo negativo (cathode) e o eletrodo positivo (anode), que causava um fluxo de corrente no tubo de vidro, o qual era preenchido por certos gases a uma baixa pressão. A corrente provoca camadas brilhantes adjacentes de gás envoltas por camadas mais escuras, cuja natureza depende da pressão do gás e do valor da voltagem aplicada. Um conjunto complicado de fenômenos é responsável pela condução elétrica e brilho das camadas gasosas, cuja luz é emitida pelas moléculas do gás causada pela sua ionização. Quando a pressão no tubo é diminuída da ordem de 0.01 mmHg ou menos, o gás para de brilhar. Porém, o amperímetro ainda indica a passagem de corrente elétrica. Outro fenômeno observado é a presença de um brilho em S, na superfície interior do tubo. O tamanho do spot S (brilho) depende do tamanho e da localização dos diafragmas D e D’. A posição da luminosidade do spot pode ser influenciada pela presença de um forte campo elétrico e magnético colocados numa região à direita de D’, comprovando-se que as partículas que atravessam a região estão eletricamente carregadas; um sensor de posição indica que a carga das partículas é negativa. Estas partículas, que atravessam como um raio do cathode eram chamadas de partículas de raios catódicos, ou simplesmente raios catódicos e o aparato indicado na figura 1 é chamado de tubo de raios catódicos. Hoje sabemos que as partículas são emitidas do cathodo como resultado do bombardeamento de íons positivos do gás contidos no tubo. Figura 2 – Aparato utilizado por J.J. Thomson para encontrar a razão e/m do elétron. Em 1897, Thomson mediu a razão entre a carga e e a massa m do elétron com o aparato descrito acima. As partículas de raios catódicos, de carga negativa, atravessavam do cathodo C ao anodo A, o qual era perfurado de um pequeno buraco, atuando como o primeiro de dois diafragmas, D e D’, As partículas passam por duas placas metálicas paralelas de comprimento l e distanciadas de d. Finalmente elas se chocam no final do tubo, produzindo uma luminosidade S1. A aplicação de uma voltagem V entre as placas cria uma força que atua nas partículas numa direção perpendicular à velocidade v, dada por: e V F d Essa força produz uma aceleração transversal dada por: e V a m d Ela atua durante um tempo l/v durante o qual as partículas estão atravessando a região entre as placas. Após sair da região entre as placas, a deflexão sofrida pelas partículas na direção transversal será: 21 2 a t Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 53 53 2 1 2 e V l m d v A deflexão 1 2S S do spot luminoso é amplificada, para pequenas deflexões, por um fator 2L/l, onde L é a distância do centro das placas até o fim do tubo. 2 1 2 1 2 2 e V L l S S m d l v Se a deflexão 1 2S S é medida e a velocidade v das partículas é conhecida, então o valor e/m será descoberto. Foi em 1886 e 1887 que Heinrich Hertz realizou as experiências que pela primeira vez confirmaram a existência de ondas eletromagnéticas e a teoria de Maxwell sobre a propagação da luz. É um desses fatos paradoxais e fascinantes na história da ciência que Hertz tenha notado, no decorrer de suas experiências, o efeito que Einstein mais tarde usou para contradizer outros aspectos da teoria eletromagnética clássica. Hertz descobriu que uma descarga elétrica entre dois eletrodos ocorre mais facilmente quando se faz incidir sobre um deles luz ultravioleta. Lenard, seguindo alguns experimentos de Hallwachs, mostrou logo em seguida que a luz ultravioleta facilita a descarga ao fazer com que elétrons sejam emitidos da superfície do cátodo. A emissão de elétrons de uma superfície, devida à incidência de luz sobre essa superfície, e' chamada efeito fotoelétrico. A figura 3 mostra um aparelho usado para estudar o efeito fotoelétrico. Figura 3 – Um invólucro de vidro encerra o aparelho em um ambiente no qual se faz vácuo. Luz monocromática, incidente através de uma janela de quartzo, cai sobre a placa de metal e libera elétrons chamados fotoelétrons. Os elétrons podem ser detectados sob a forma de uma corrente se forem atraídos para o coletor metálico através de uma diferença de potêncial V estabelecida. Um amperímetro mede essa corrente fotoelétrica. A curva da figura 4 e um gráfico da corrente da fotoelétnca, em um aparelho como o figura 3 em função da diferença de poteucial. Se V é muito grande, a corrente foloelétrica atinge um certo valor limite (ou de saturação) no qual todos os fotoelétrons em emitidos por A são coletados por B. Se o sinal de V é invertido, a corrente fotoelétrica não cai imediatamente a zero, o que sugere que os elétrons são emitidos de A com alguma energia cinética. Alguns alcançarãocoletor B apesar do campo elétrico opr-se ao seu movimento. Entretanto, se essa diferença de potencial tornar-se suficientemente grande, um valor V0 chamado Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 54 54 potencial limite ou de corteé atingido, e a corrente fotoelétrica cai a zero. Essa diferença de potencial V0, multiplicada pela carga do elétron –e, mede a energia cinética máxima Kmax do mais rápido fotoelétron emitido. Isto é: max 0K e V Experimentalmente nota-se que a quantidade Kmax é independente da intensidade da luz incidente, como é mostrado na figura 4 (a), na qual a intensidade da luz foi reduzida à metade para se obter a curva I. Já para freqüências diferentes, observa-se o mostrado na figura 4 (b). Figura 4 (a) Figura 4 (b) Há três aspectos do efeito fotoelétrico que não podem ser explicados em termos da teoria ondulatória clássica da luz: 1. A teoria ondulatória requer que a amplitude do campo elétrico oscilante E da onda luminosa cresça se a intensidade da luz for aumentada. Já que a força aplicado ao elétron é e.E, isso sugere que a energia cinética dos fotoelétrons deveria crescer também ao se aumentar a intensidade do feixe luminoso.Entretanto, como vimos na figura anterior, Kmax = e.V0, independe da intensidade da luz. Isto foi testado para variações de intensidade da ordem de 10 7 . 2. De acordo dom a teoria ondulatória, o efeito fotoelétrico deveria ocorrer para qualquer freqüência da luz, desde que fosse intensa o bastante para dar a energia necessária à ejeção dos elétrons. Entretanto, a figura 5 mostra que existe, para cada superfície, um limiar de freqüências 0 característico. Para freqüências menores que 0, o efeito fotoelétrico não ocorre, qualquer que seja a intensidade da iluminação. Figura 5 – 3. Se a energia requerida por um fotoelétron é absorvida da onda incidente sobre a placa metálica, a área de alvo efetiva para um elétron no metal é limitada, e provavelmente não é muito maior que a de um círculo de raio aproximadamente igual ao raio atômico. Na teoria clássica, a energia luminosa está uniformemente distribuída sobre a frente de onda. Portanto, se a luz é suficientemente fraca, deveria haver um intervalo de tempo mensurável, que vamos estimar, entre o instante que a luz começa a incidir na superfície e o instante da ejeção do fotoelétron. Durante este intervalo, o elétron deveria estar absorvendo energia do feixe, até que estivesse acumulado o bastante para escapar. No entanto, nenhum retardamento detectável foi jamais medido. Esta discordância é particularmente marcante quando a substância fotoelétrica for um gás; nessas circunstâncias, mecanismos de absorção coletivos podem ser ignorados e a energia do fotoelétron emitido deve certamente ter sido extraída do feixe luminoso por um único átomo ou molécula. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 55 55 Exemplo 1 - Uma placa de potássio é colocada a l m de uma fonte luminosa pouco intensa, cuja potência é l W ; l joule/s. Suponha que um fotoelétron ejetado possa ter coletado sua energia em uma arca circular da placa, cujo raio r é, digamos, um raio atómico: r = 1.10 -10 m. A energia necessária para remover um elétron da superfície de potássio é cerca de 2.1 eV = 3.4.10 -19 J (Joule). (Um elétron-volt: l eV = l.6.10 -19 J (joule) é a energia ganha por um elétron, cuja carga é –e = -l.6.10- 19 C (Coulomb), ao passar através de uma diferença de potencial de l V (Volt).) Quanto tempo levaria o elétron para absorver essa quantidade de energia da fonte luminosa ? Solução: Suponha que a energia está uniformemente distribuída sobre a frente de onda. A área de alvo é: r2 = .10-20m2 . A área de uma esfera com r de raio é 4r2 com o raio centrada na fonte. Se a fonte irradia uniformemente em todas as direçõcs (isto é, se a energia está uniformemente distribuída sobre frentes de onda esféricas que se afastam da tome, de acordo com a teoria clássica) a taxa por segundo a qual a energia incide sobre o alvo é: 20 21 2 10 1 2.5 10 4 1 R J s R J s Supondo que toda essa potência é absorvida, podemos calcular o tempo necessário para um eletron para adquirir energia suficiente para escapar; e encontramos: 19 2 21 3.4 10 1.4 10 2.5 10 t t s 2mint É claro que poderíamos diminuir o tempo calculado supondo uma área efetiva maior. A hipótese mais favorável, que a energia é transmitida por um processo de ressonância da onda luminosa para o elétron, leva a uma área de alvo igual a 2 onde é o comprimento de onda da luz, mas ainda obteríamos um retardamento finito que estaria bem dentro de nossas possibilidades de medida experimental. (Para a luz ultravioleta de t 10-2s, por exemplo, entretanto, não foi detectado nenhum retardamento em quaisquer circunstâncias, as primeiras experiências fixando um limite superior de 10 -9 s para qualquer retardamento possível! A TEORIA QUÂNTICA DE EINSTEIN SOBRE O EFEITO FOTOELÉTRICO Em 1905 Einsten colocou em questão a teoria clássica da luz, propôs uma nova teoria, e citou o efeito fotoelétrico como uma aplicação que poderia testar qual teoria estava correta. Isto aconteceu vários anos antes do trabalho de Millikan, mas Einstein foi influenciado pela experiência de Lenard. Como já mencionamos, Planck originalmente restringiu seu conceito de quantização de energia aos elétrons nas paredes de um corpo negro. Planck acreditava que a energia eletromagnética, uma vez irradiada, se espalhava pelo espaço da mesma forma que ondas de água se espalham na água. Em vez disso, Einstein propôs que a energia radiante está quantizada em pacotes concentrados, que mais tarde vieram a ser chamados fótons. Einstein argumentou que as experiências óticas bem conhecidas de interferência e difração da radiação eletromagnética haviam sido feitas apenas em situações que envolviam um número muito grande de fótons. Estas experiências fornecem resultados que são médias do comportamento dos fótons individuais. A presença dos fótons nessas experiências não é mais aparente do que a presença de gotas d'água isoladas em um jato de água de uma mangueira de jardim, se o número de gotas é muito grande. Evidentemente, as experiências de interferência e difração mostram definitivamente que os fotons não vão de onde são emitidos até onde são absorvidos da mesma maneira simples que partículas clássicas, como as gotas d'água, o fazem. Eles se propagam como ondas clássicas, no sentido que cálculos baseados neste tipo de propagação clássico (em particular, na maneira que dua.s ondas se superpõem. retorçando-se ou anulando-se dependendo de sua fase relativa) explicam corretamente em média como os fotons viajam. Einstein não concentrou sua atenção na teoria ondulatória familiar com que a luz se propaga, mas sim na meneira corpuscular com que ela é emitida e absorvida. Ele argumentou que a exigência de Planck de que a energia das ondas eletromagneticas de frequência irradiadas por uma fonte (por exemplo, uma fonte de luz ultravioleta numa experiência fotoelétrica) fosse apenas 0, ou h., ou 2 h.,..., n h.. implicava que no processo de ida de um estado de energia n h.. para um estado de eneigia (n+1) h..; a fonte emitia um pulso discreto de radiação eletromagnetica com energia: E h Supôs também que no processo fotoelétrico um fóton é completamente absorvido por um elétron no fotocatodo. Quando um eletron é emitido da superfície do metal, sua energia cinética é: K h w onde h., é a energia do fóton incidente absorvido e w é o trabalho necessário para remover o elétron do Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 56 56 metal. Esse trabalho é necessário para superar os campos atrativos dos átomos na superfície e as perdas de energia cinética devidas ás colisões internas do elétron. Alguns elétrons estão mais fortemente ligados do que outros, alguns perdem energia por colisões em sua trajetória. No caso da ligação mais fraca e nenhuma perda interna, o fotoelétron vai emergir com a energia cinética máxima Kmax. Portanto: max 0K h w onde w0 é uma energia característica do metal chamada função trabalho; é a energia mínima necessária para um eletron atravessar a superfície do metal e escapar ás forças atrativas que normalmente ligam o eletron ao metal. Vejamos agora como a hipótese de Einstein resolve as três objeções levantadas contra a interpretação ondulatória do efeito fotoelétrico. Quanto á objeção 1 (o fato de que A' não depende da intensidade da iluminação), a teoria do fóton concorda integralmente com a experiência. Dobrar a intensidade da luz meramente dobra o número de fótons e portanto duplica a corrente fotoelétrica: isto não muda a energia h. de cada fóton ou a natureza do processo fotoelétrico descrita. A objeção 2 (a existência de um limiar de frequências) é removida imediatamente por max 0K h w . Se Kmax é igual a zero, temos: 0h w que significa que um fóton de frequência 0 tem exatamente a energia necessária para ejetar os fotoelétrons, e nenhum excesso que possa aparecer como energia cinética. Se a frequência for menor que 0 , os fótons, não importando quantos eles sejam (isto é, quão intensa seja a iluminação), não terão individualmente a energia necessária para ejetar fotoelétrons. A objeção 3 (a ausência de retardamento) é eliminada pela hipótese do fóton, pois a energia necessária é fornecida em pacotes concentrados. Ela não se espalha uniformemente sobre uma área extensa, como supusemos no exemplo 1, suposição esta baseada na hipótese de que a teoria ondulatória clássica seja verdadeira. Se houver luz incidindo sobre o cátodo, haverá pelo menos um fóton que o atinge; este fóton será imediatamente absorvido por algum átomo, causando a imediata emissão de um fotoelétron. Vamos reescrever a equação fotoelétrica de Einstein substituindo 0e V por maxK : 0 0 wh V e e Portanto a teoria de Einstein prevê uma relação linear entre o potencial limite V0 e a frequência v, em completa concordância com resultados experimentais. A inclinação da curva experimental da figura deve ser h/e, portanto: 15 14 14 2.20 0.65 3.9 10 10 10 6 10 V V V s Podemos determinar h multiplicando esta razão pela carga eletrônica e. Portanto: 15 19 343.9 10 1.6 10 6.2 10h h J s De uma análise muito mais cuidadosa desse e de outros dados, inclusive dados obtidos com superfícies de Lítio, Millikan achou o valor h = 6,57.10 -34 j-s, com uma precisão de aproximadamente 0,5%. Esta medida estava bem próxima do valor de h deduzido da fórmula da radiação de Planck. A concordância numérica das duas determinações de h usando fenômenos e teorias completamente diferentes, é notável. Um valor moderno de h deduzido de diversas experiências, é: 346.6262 10h J s Citando Millikan: "O efeito fotoelétrico . . . fornece uma prova independente da fornecida pela radiação do corpo negro, da exatidao da hipótese fundamental da teoria quântica, ou seja, a hipótese da emissão descontinua ou explosiva da energia que e absorvida das ondas pêlos constituintes eletrônicos dos átomos. Ele materializa, por assim dizer, a quantidade h descoberta por Planck em seu estudo da radiação de corpo negro e, como nenhum outro fenômeno, nos faz acreditar que o conceito físico básico que esta por trás do trabalho de Planck corresponde á realidade". Exemplo 2 - Obter a função trabalho para o sódio da figura. 4.39.10 14 A interseçâo da linha reta na figura 2-3 com o eixo horizontal é o limiar de frequências: v0 = 4.39.10 14 Hz. Substituindo em: 34 14 0 0 6.63 10 4.39 10h w w 19 0 2.92 10w J 19 0 19 1 2.92 10 1.6 10 eV w J J 0 1.82w eV O mesmo valor é obtido na figura para o módulo da interseção da reta com o eixo vertical. Entretanto, experiências modernas dão o valor mais alto 2,27 eV. Para a maioria dos metais o valor da função trabalho e da ordem de poucos elétrons-volt é igual Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 57 57 ao valor da função trabalho para a emissão termoiônica desses metais. * Exemplo 3 - A que taxa por unidade de área os fótons atingem a placa metálica do exemplo 1? Suponha que a luz seja monocromática, de comprimento de onda = 5890 Å (luz amarela) Solução: A taxa por unidade de área segundo a qual a energia incide sobre uma placa metálica a l m de distância de uma fonte luminosa de l W é: 2 2 2 1 8 10 4 1 J s JR R m s 17 2 5 10 eV R m s Cada fóton tem uma energia de: c E h E h 8 34 7 3 10 6.63 10 5.89 10 E 193.4 10E J 2.1E eV Portanto a taxa R segundo a qual os fótons atingem uma unidade de área da placa é: 17 2 1 fóton 5 10 2.1 eV R m s eV 17 2 fóton2 2.4 10R m s O efeito fotoelétrico pode ocorrer porque a energia do fóton é exatamente igual a funçao trabalho de 2,1 eV para a superfície de potássio. Note que se o comprimento de onda for ligeiramente aumentado (isto é, se v for ligeiramente diminuída) o efeito fotoelétrico deixará de ocorrer, não importando quão grande seja a taxa R. Este exemplo sugere que a intensidade I da luz pode ser interpretada como o produto de N, o número de fótons por unidade de área por unidade de tempo, por hv a energia de um único fóton. Vemos aqui que mesmo a intensidades relativamente pequenas ( 10-1 W/m 2 ) o número N é extremamente grande ( 1017 fótons/(m 2 .s)) de modo que a energia de um único fóton e muito pequena. Isto explica a extrema granulosidade da radiação, e indica por que normalmente e tão difícil detectá-la. Isto é análogo a tentar detectar a estrutura atômica de uma porção de matéria que, para a maioria dos fins, pode ser considerada contínua, sua granulosidade sendo revelada apenas em circunstancias especiais. Em 1921 Einstein recebeu o Prêmio Nobel por ter previsto teoricamente a lei do efeito fotoelétrico. Antes que Millikan validasse experimentalmente essa lei em 1914. l instem foi indicado para membro da Academia Prussiana de Ciências por Planck e outros. A atitude negativa inicial perante a hipótese" do fóton é revelada por eles em sua declaração, elogiando Einstein, na qual escreveram: "Em resumo, podemos dizer que dificilmente haverá um grande problema, dos quais a física moderna e tão rica, ao qual Einstein não tenha dado uma importante contribuição. Que ele tenha algumas vezes errado o alvo em suas especulações, como por exemplo em sua hipótese dos quanta de luz (fótons), não pode ser realmente colocado contra ele, poi é impossível introduzir ideias fundamentalmente novas, mesmo nas ciências mais exalas, sem ocasionalmente correr um risco". Hoje a hipótese do fóton é usada em todo o espectro eletromagnético, não apenas na região visível. Pode-se dizer, por exemplo, que uma cavidade de microondas contém fótons. Com = 10 cm, um comprimento de onda típico de microondas, pode-se calcular, da mesma forma que anteriormente, que a energia do fóton é 1,20 x 10 s eV. Esta energia é muito pequena para ejetar fotoelétrons de superfícies metálicas. Para raios X, ou para raios tais como os que são emitidos por núcleos radioativos, a energia do fóton pode ser de 10 6 eV, ou mais. Estes fótons podem extrair de átomos pesados elétrons fortemente ligados por energias da ordem de 10- 5 eV. Os fótons na região visível do espectro eletromagnético não tem energia suficiente para fazer isto, e os fotoelétrons que eles ejetam são os chamados elétrons de condução, que estão ligados ao metal por energias de alguns elétrons-volt. Observe que os fótons são absorvidos no processo fotoelétrico. Isto requer que os elétrons estejam ligados a átomos, ou sólidos, pois um elétron completamente livre não pode absorver um fóton e conservar simultaneamente a energia e o momento relativísticos totais. Devemos ter um elétron ligado para que as forças de ligação transmitam momento para o átomo ou sólido. Figura 6 - O espectro eletromagnético, mostrando o comprimento de onda, a frequência e a energia por fóton em escala logarítmica. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 58 58 Devido à grande massa de um átomo, ou sólido, comparada com a do elétron, o sistema pode absorver uma grande quantidade de momento sem adquirir uma quantidade significativa de energia. Nossa equação para a energia fotoelétrica permanece válida, e o efeito é possível apenas porque existe uma partícula pesada que recua além do elétron ejetado. O efeito fotoelétrico é uma maneira importante pela qual fótons, com energias que vão até às dos raios X (inclusive), são absorvidos pela matéria. A energias mais altas, outros processos de absorção de fótons, que logo discutiremos, tornam-se mais importantes. Finalmente, devemos enfatizar aqui que no modelo de Einstein um fóton de frequência v tem exatamente a energia hv, e não múltiplos inteiros de hv. Evidentemente, pode haver n fótons de frequência v de modo que a energia nessa frequência seja nhv. Ao tratar a radiação de uma cavidade de corpo negro com o modelo de Einstein, lidamos com um ''gás de fótons", pois a energia radiante está localizada no espaço em pacotes em vez de estar espalhada em ondas estacionárias. Anos depois de Planck ter deduzido sua fórmula para a radiação de cavidade, Bose e Einstein obtiveram a mesma fórmula baseados em um gás de fótons. Figura 7 – Efeito fotoelétrico. Figura 8 – Efeito fotoelétrico. Montagem experimental. Figura 9 – Aplicação do Efeito fotoelétrico: Fotomultiplicadoras. Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 59 59 Tabela- Função trabalho para diversos elementos. Elemento Função trabalho (eV) Alumínio 4.3 Carbono 5.0 Cobre 4.7 Ouro 5.1 Níquel 5.1 Silício 4.8 Prata 2.7 Sódio 2.7 Exemplo 4 - Um filme de silício torna-se um bom condutor elétrico quando iluminado com fótons de energia de 1.14 eV ou superior (Este comportamento é denominado de fotocondutividade.) Qual é o comprimento de onda correspondente? Solução: h c h c E E 34 86.6262 10 3 10 E 251.98786 10 m E J Como 19 181 1.6 10 1 6.25 10eV J J eV 251.98786 10 m E J 1241.875 nm E eV 1241.875 1.14 nm 1090nm Este comprimento de onda está na região do infravermelho do EE. A energia mínima de 1.14 eV corresponde ao comprimento de onda máximo que produz fotocondutividade no silício, portanto todos os fótons da luz visível também produzirão fotocondutividade pois possuem comprimento de onda menores do que esse limite e energias mais elevadas do que aquela. Exemplo 5 – Uma experiência do efeito fotolétrico. Realizando uma experiência do efeito fotoelétrico com a luz de determinado comprimento de onda, você verifica que é necessário uma diferença de potencial invertida de 1.25 V para anular a corrente. Determine: (a) a energia cinética máxima; (b) a velocidade máxima dos fotoelétrons emitidos. Solução: (a) 19 max 0 max 1.6 10 1.25K e V K max 1.25K eV (b) 2 max max max 0 1 2 eK m v K e V 19 max max max 31 2 2 2 10 9.11 10e K v v m 5 max 6.63 10 m v s Essa velocidade equivale a 1/500 da velocidade da luz; logo, podemos utilizar a equação não relativística para a energia cinética. Exemplo 6 – Experiência para determinar e e h. Para um certo material do catodo na experiência do efeito fotoelétrico, verifica-se um potencial de corte de 1.0 V para uma luz de comprimento de onda de 600 nm, 2.0 V para 400 nm e 3.0 V para 300 nm. Determine a função trabalho para esse material e a constante de Planck. Solução: Como 0e V h f Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 60 60 0 h V f e e A partir dessa forma,vemos que a inclinação da reta é igual a h/e e a interseção com o eixo vertical (correspondente a f = 0) ocorre no ponto (0,-/e). As frequências obtidas pela relação c f são: (nm) f (Hz) 600 8 15 9 3 10 0.50 10 600 10 c f f f 400 150.75 10 300 151.0 10 Do gráfico: 1 e (interseção vertical). 191 1.6 10eV J Inclinação: 190 0 15 3.0 ( 1.0) . 4.0 10 1 10 0 V V J s f f C 190 4.0 10 Vh h e f e 19 19 194.0 10 4.0 10 1.6 10h e h 346.4 10h J s Exemplo 7 – Fótons de uma rádio FM. Uma estação de rádio transmite ondas com frequência 89.3 MHz com potência total igual a 43.0 kW. (a) Qual é o módulo do momento linear de cada fóton? (b) Quantos fótons ela emite por segundo? Solução: (a) Energia de cada fóton: 34 66.6262 10 89.3 10E h f E 265.92 10E J Cada fóton tem um momento linear dado por: 26 8 5.92 10 3 10 E p p c 341.97 10p kg m s (b) A estação emite 43.10 3 J a cada segundo. A taxa de emissão de fótons é: 3 26 43 10 5.92 10 f J s n J fóton 297.26 10fn fótons s Como é muito grande o número de fótons que deixam a emissora de rádio a cada segundo, os saltos de energia desses pequenos pacotes individuais não são percebidos, fazendo com que a energia irradiada pareça um fluxo contínuo. Exemplo 8 – Luz do Sol. A superfície do Sol possui uma temperatura aproximadamente igual a 5800 K. Com boa aproximação, podemos considerá-la um corpo negro. (a) Qual é o comprimento de onda max que fornece a intensidade do pico? (b) Qual é a potência total irradiada por unidade de área? Solução: Usando a Lei do deslocamento de Wien: 32.9 10 2.9 m m m K mm K T T 32.9 10 500 5800 m m m K nm (b) Usando a Lei de Stefan-Boltzman: 1 4P A e T 4PI T A 8 45.67 10 5800I 7 2 6.42 10 W I m 2 64.2 MW I m Esse valor enorme indica a intensidade na superfície do Sol. Quando a potência irradiada atinge a Terra, a intensidade cai para 1400W/m 2 porque ela se espalha para fora do Sol e atinge a área muito grande de uma superfície esférica cujo raio é a distância entre a Terra e o Sol. Exemplo 9 – Calcule a intensidade da luz emitida da superfície do Sol no intervalo entre 600nm e 605.5 nm. Lei da radiação de Planck: 2 5 2 1 h c k T h c I e Solução: Como resultado exato: 2 1 600.5 2 5600.0 2 1 h c k T h c I I d d e Essa integral não pode ser calculada com base em funções familiares. , logo, aproximamos a área pelo produto da altura medida no comprimento Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 61 61 de onda médio = 602.5 nm vezes a largura do intervalo ( = 5.0 nm). Inicialmente, calculamos: 34 8 7 23 1 6.62 10 . 3 10 6.025 10 1.381 10 5800 m s J K J sh c k T m K 1 4.116 h c k T 2 5 2 1 h c k T h c I e 34 8 7 23 2 34 8 7 6.62 10 310 5 7 6.025 10 1.38110 5800 2 6.62 10 3 10 6.025 10 6.025 10 1 I m e 7 13 36.025 10 7.81 10 W I m m A intensidade no intervalo de 5 nm entre os limites de 600.0 nm e 605.0 nm é, aproximadamente igual a: 13 97.81 10 5 10I 5 23.9 10 W I m 20.39 MW I m Ou seja, 0.6% da intensidade luminosa total proveniente do Sol se encontra entre os limites de 600.0 nm e 605.0 nm Exemplo 10 – Mostre que, usando a Lei da radiação de Planck: 2 5 2 1 h c k T h c I e 2 5 4 4 2 3 50 0 2 2 15 1 h c k T h c k I d d T c h e E que, a constante de Stefan-Boltzmann é dada por: 5 4 2 3 2 15 k c h 8 2 4 5.6705 10 W m K Com: Constante de Boltzmann: 231.381 10 J K k Constante de Planck: 346.62 10 .h J s Velocidade da luz no vácuo: 83 10 m s c Solução: 50 1 1 A x dx x e Essa integral vc não acha nem a pau!! Sugestão: http://integrals.wolfram.com 2 c c d d 2 c d d c 2 2 2 c c d d d d c 2 5 2 0 2 1 h k T h c c d c e 3 2 0 2 1 h k T h d c e Use agora: 43 0 1 2 1 240x x dx e Física Moderna – Capítulo 4 - Radiação de corpo negro e Efeito Fotoelétrico Prof. Dr. Cláudio S. Sartori 62 62