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28/4/2009 1 MACROECONOMIA I Prof.: Anderson Antonio Denardin O QUE É MACROECONOMIA? • A macroeconomia representa o ramo da ciência econômica que se preocupa em analisar e entender o comportamento agregado de variáveis relevantes de uma economia. • Enquanto a atividade econômica de uma nação depende de milhares de ações isoladas, realizadas por consumidores, empresas, trabalhadores, funcionários do governo...., o foco da Macroeconomia é preocupar-se com o efeito agregado dessas ações isoladas. • Estudos macroeconômicos procuram examinar uma vasta quantidade de informações estatísticas em nível agregado de uma nação, para poder compreender padrões de comportamento e levantar hipóteses sobre prováveis tendências. • A base de informações mais importante para o estudo da macroeconomia são as contas nacionais, que registram o nível agregado de: produção, renda, consumo, poupança, investimento, exportação, importação, gastos do governo,.... 28/4/2009 2 PRINCIPAIS VARIÁVEIS DE INTERESSE • PRODUTO: preocupa-se com o nível de produção da economia agregada e sua taxa de crescimento; • DESEMPREGO: a proporção de trabalhadores da economia que não estão empregados e procuram um emprego; • NÍVEL DE PREÇOS: a taxa de crescimento dos preços médios (taxa de inflação) dos bens e serviços oferecidos pela economia ao longo do tempo. • BALANÇA COMERCIAL: que registra o saldo das relações comerciais do país com o resto do mundo, ou seja, o saldo de suas exportações e importações. PRAZOS • Curto Prazo: o que acontece na economia de ano para ano. • Médio Prazo: o que acontece na economia em uma década ou algo próximo. • Longo Prazo: o que acontece na economia em meio século ou mais. 28/4/2009 3 PRODUTO AGREGADO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) - 1900-2008 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 1900 1906 1912 1918 1924 1930 1936 1942 1948 1954 1960 1966 1972 1978 1984 1990 1996 2002 2008 Bi lh õe s R$ PERÍODO PIB VARIAÇÃO DO PRODUTO AGREGADO VARIAÇÃO DO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) - 1900-2008 -5 -3 -1 1 3 5 7 9 11 13 15 1900 1905 1910 1915 1920 1925 1930 1935 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 PERÍODO % TAXA DE VARIAÇÃO DO PIB 28/4/2009 4 FORMA DE CÁLCULO PARA A VARIAÇÃO DO PRODUTO AGREGADO 100% 1 1 x PIB PIBPIBPIB t tt − − − =∆ DESEMPREGO TAXA DE DESEMPREGO - 1984/12-2008/12 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1984.12 1986.12 1988.12 1990.12 1992.12 1994.12 1996.12 1998.12 2000.12 2002.12 2004.12 2006.12 2008.12 PERÍODO % TAXA DE DESEMPREGO 28/4/2009 5 FORMA DE CÁLCULO PARA A TAXA DE DESEMPREGO • A taxa de desemprego é definida como a razão entre o número de desempregados e a força de trabalho (soma dos trabalhadores empregados com os desempregados: L U u = resTrabalhado de Força dosDesemprega de Númerodesemprego de T =axa TAXA DE INFLAÇÃO VARIAÇÃO DO NÍVEL DE PREÇOS - 1940-2008 -2 498 998 1498 1998 2498 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 PERÍODO % TAXA DE INFLAÇÃO VARIAÇÃO DO NÍVEL DE PREÇOS - 1940-2008 -2 18 38 58 78 98 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 PERÍODO % TAXA DE INFLAÇÃO 28/4/2009 6 TAXA DE INFLAÇÃO VARIAÇÃO MENSAL DO NÍVEL DE PREÇOS - 1939/02 - 2009/02 -5 5 15 25 35 45 55 65 75 1939.02 1944.02 1949.02 1954.02 1959.02 1964.02 1969.02 1974.02 1979.02 1984.02 1989.02 1994.02 1999.02 2004.02 2009.02 PERÍODO % TAXA DE INFLAÇÃO PRODUTO REAL X PRODUTO NOMINAL • Produto Nominal: produção agregada avaliada a preços correntes. • Produto Real: produção agregada avaliada a preços constantes. DEFLATOR DO PRODUTO: Real Pr Nominal Pr oduto odutoPt = tP oduto oduto Nominal PrReal Pr = 28/4/2009 7 PRINCIPAIS CONCEITOS MACROECONÔMICOS • PRODUTO INTERNO BRUTO: corresponde ao valor agregado da produção de bens (veículos, eletrodomésticos, alimentos,...) e serviços (cirurgias, serviços bancários, ensino,...) finais que são obtidos nos limites de um dado território, em um determinado período de tempo (mês ou ano). A expressão bens finais significa que não são contados o valor de matérias-primas e bens intermediários (semi-acabados), usados como insumos para a produção de outros bens. • PRODUTO NACIONAL BRUTO: corresponde ao valor total da renda que os residentes domésticos (proprietários dos fatores de produção) recebem em um determinado período de tempo. Em uma economia fechada – onde não há fluxos de comércio e capital com o exterior – o PIB e o PNB são iguais. Na maioria das vezes as duas medidas são diferentes, nem que seja em um pequeno valor, porque na prática sempre haverá alguma parte da produção interna cuja propriedade é de estrangeiros e alguma produção no exterior que é renda de residentes domésticos. PRINCIPAIS CONCEITOS MACROECONÔMICOS • FLUXO CIRCULAR DA RENDA: quando uma empresa vende sua produção para os consumidores, o valor da compra do cliente é igual à receita da empresa. Por sua vez, a receita recebida pela empresa é distribuída de quatro formas: salários, aluguéis, juros e lucros. Estas correspondem às receitas dos trabalhadores, do capital e do empresário. 28/4/2009 8 O DIAGRAMA DO FLUXO CIRCULAR DA RENDA MERCADO DE BENS E SERVIÇOS - As empresas vendem - As famílias compram MERCADO DE FATORES DE PRODUÇÃO - As famílias vendem - As empresas compram FAMÍLIAS - Compram e consomem bens e serviços - São proprietárias de fatores de produção e os vendem EMPRESAS - Produzem e vendem bens e serviços - Contratam e utilizam fatores de produção Bens e Serviços Vendidos Bens e Serviços Comprados Receita Despesa Insumos para a produção Terra, Trabalho e Capital Salário, aluguéis e lucros Renda Fluxo de bens e serviços Fluxo de moeda FORMAS DE MENSURAR O PIB DE UMA ECONOMIA • Corresponde a soma do valor dos bens e serviços finais da economia; • Corresponde a soma do valor adicionado em cada setor de atividade produtiva da economia; • Corresponde a soma de todas as rendas dos fatores de produção (salário e capital) da economia. 28/4/2009 9 MACROECONOMIA COMO OBJETO DE ESTUDO SISTEMÁTICO • Origem: década de 1930 • Marco teórico: • “A Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda” • Autor: John Maynard Keynes • Revolução Keynesiana: – - Revolução contra o quê? – - Qual era a ortodoxia dominante? EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO • Mercantilistas: • Clássicos: – Adam Smith – A Riqueza das Nações (1976) – David Ricardo – Princípios de Economia Política (1817) – John Stuart Mill – Princípios da Economia Política (1848) • Neoclássicos: – Alfred Marshall – Princípios de Economia (1920) – A.C. Pigou – A teoria do desemprego (1933) • Keynes e Keynesianos: – John Maynard Keynes - “A Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda (1936) • Monetaristas: • Novos Cássicos: • Novos Keynesianos: 28/4/2009 10 REVOLUÇÃO CLASSICA • Revolução contra o pensamento dominante – “Mercantilismo” • Pensamento Mercantilista – associado a ascensão do Estado Nação na Europa dos séculos XVI e XVII. • Ataque clássico: – Metalismo: a riqueza e o poder de uma nação era determinado pelo estoque de metais preciosos que possuia; – Intervenção Estatal: direcionar o desenvolvimento do sistema capitalista. CONCEPÇÃO CLASSICA • Destacam a importância dos fatores reais (e não monetários) na determinação da riqueza das nações. • O crescimento de uma economia era visto como resultado de aumento no estoque de fatores (mão de obra, capital) e avanço de técnicas produtivas (progresso tecnológico). • A moeda era vista apenas como facilitadora das transações, exercendo a função de meio de troca. • Destaca a eficiência do livre mercado (sem intervenção do estado) para a otimização na alocação dos recursos. 28/4/2009 11 MODELO CLASSICO – A PRODUÇÃO • Função de Produção Agregada: • Baseada na tecnologia das firmas individuais, estabelece uma relação entre o nível de produto e o nível de insumos utilizados. Para cada nível de insumos a função de produção mostra o valor resultante do produto. Esta relação pode ser descrita da seguinte forma: • Y = produto real; • K = estoque de capital (fábricas, equipamentos e estoques de mercadorias); • L = quantidade de mão de obra (suposta homogênea); • A = nível tecnológico, determina a produção para um dado nível de K e L. ;0 ;0 ;0 ),,( > ∂ ∂ > ∂ ∂ > ∂ ∂ = +++ K Y L Y A Y KLAfY A PRODUÇÃO NO CURTO PRAZO E LONGO PRAZO • Curto Prazo: • Horizonte de tempo em que o estoque de capital (K) e a tecnologia (A) permanece fixos, sendo que a produção varia unicamente com alterações na utilização de mão-de-obra (L), oriunda de uma população fixa. • Longo Prazo: • Horizonte de tempo em que a produção varia em função da mudança em todos os fatores A, K e L. 28/4/2009 12 CARACTERÍSTICAS DA FUNÇÃO DE PRODUÇÃO • 1º) Um aumento na quantidade de qualquer insumo vai aumentar a produção: – A produtividade marginal do capital é positiva – A produtividade marginal da mão-de-obra é positiva. • 2º) A produtividade marginal de cada fator diminui à medida que mais desse fator é usado com uma quantidade fixa do outro: – A produtividade marginal decrescente do capital. – A produtividade marginal decrescente da mão de obra. 0>= ∆ ∆ = ∂ ∂ KPMgK Y K Y 0>= ∆ ∆ = ∂ ∂ LPMgL Y L Y 0 2 < ∂ ∂ L Y 0 2 < ∂ ∂ K Y A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO E A PRODUTIVIDADE MARGINAL DO TRABALHO NO CURTO PRAZO Curto Prazo: estas curvas são desenhadas para um dado estoque de capital fixo (K), e para um dado estado tecnológico (L).L1 L2 L3 Y=F(A, K, L) Y y1 y2 y3 L1 L2 L3 PMgL1 PMgL2 PMgL3 PMgL PMgL 28/4/2009 13 A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO E A PRODUTIVIDADE MARGINAL DO TRABALHO NO CURTO PRAZO • O fato de a função de produção apresentar uma inclinação positiva reflete que a produtividade marginal da mão de obra é positiva, isto é, para cada unidade extra de mão de obra contratada verifica-se um acréscimo no produto. • O fato de a inclinação ser menor conforme aumenta a quantidade de mão de obra utilizada reflete a produtividade marginal decrescente da mão de obra, isto é, cada unidade extra de mão de obra contratada acrescenta marginalmente menos produto. Portanto temos: PMgL A > PMgL B > PMgL C. A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO E A PRODUTIVIDADE MARGINAL NO LONGO PRAZO Longo Prazo: tanto o estoque de capital fixo (K) quanto o estado tecnológico (L) podem mudar, promovendo o deslocamento da função de produção. L1 L2 L3 Y=F(A, K, L) Y y1 y2 y3 L1 L2 L3 PMgL2 PMgL3 PMgL4 PMgL PMgL PMg’L Y=F(A, K, L)’ y4 PMgL1 28/4/2009 14 MODELO CLÁSSICO – MERCADO DE TRABALHO • A concepção clássica do mercado de trabalho é de que o mercado funciona de forma eficiente. • As firmas e os trabalhadores, individualmente, agem de forma maximizadora: – Firmas maximizam lucros; – Trabalhadores maximizam utilidade (satisfação). • Todos os agentes dispõem de informações perfeitas sobre os preços relevantes no mercado. • Os salários nominais são completamente flexíveis, não apresentando nenhum obstáculo para o ajustamento automático dos salários monetários. • O mercado de trabalho encontra-se sempre em equilíbrio de pleno emprego. MODELO CLÁSSICO – DEMANDA POR MÃO DE OBRA • As firmas compram serviços de mão de obra; • As firmas são competitivas e maximizam seus lucros; • A curto prazo a produção só pode ser alterada por meio de variações do insumo mão de obra, de modo que a escolha do nível de produção e a quantidade de trabalho constituem uma única decisão a ser tomada; • O comportamento maximizador da firma sugere que ela aumente o nível de produção até o ponto em que sua Receita Marginal se iguale ao Custo Marginal. RMg = CMg 28/4/2009 15 MODELO CLÁSSICO – DEMANDA POR MÃO DE OBRA • Para uma firma competitiva: – RMg = P = Receita Marginal é igual ao preço do produto. – CMg = W/PMgL = Custo Marginal é igual a razão entre o salário nominal e o produto marginal do trabalho. • Ex.: W = 8 R$/h PMgL= 2 CMg = 8/2 = 4R$/h • Condição de Maximização: RMg = CMg P = W/PMgL PMgL = W/P • • A condição de maximização de lucro estabelece que o salário real pago pela firma deve ser igual ao produto marginal do trabalho PMgL (que é medido em mercadorias, isto é, em termos reais) MODELO CLÁSSICO – DEMANDA POR MÃO DE OBRA L1 L2 L3 PMgL1 PMgL2 = W/P PMgL3 PMgL PMgL PMgL > W/P PMgL < W/P PMgL = W/P 28/4/2009 16 MODELO CLÁSSICO – DEMANDA POR MÃO DE OBRA Para cada nível de salário real a empresa define a quantidade de mão de obra a ser contratada. L1 L2 L3 Y=F(A, K, L) Y y1 y2 y3 L1 L2 L3 PMgL1 = W/P1 PMgL2 = W/P2 PMgL3 = W/3P PMgL PMgL RELAÇÃO ENTRE DEMANDA POR TRABALHO E OFERTA DE PRODUTO ;0 ;0 ;0 / ,, > ∂ ∂ > ∂ ∂ < ∂ ∂ = ++ − A L K L PW L AK P WLL DDD DD 0 Q 0; Q ;0 L Q direto Efeito ;0 L Q ;0 L Q ;0 /L Q indireto Efeito ,;,,Q sss D s D s D s > ∂ ∂ > ∂ ∂ > ∂ ∂ > ∂ ∂ ∂ ∂ > ∂ ∂ ∂ ∂ < ∂ ∂ ∂ ∂ = ++++ − AK A L K L PW L AKAK P WLQ DDD DSS 28/4/2009 17 MODELO CLÁSSICO – OFERTA DE MÃO DE OBRA • Para determinar o nível de oferta de mão de obra Ls, devemos estabelecer uma relação entre oferta de trabalho e salário real; • Um indivíduo deve dividir seu tempo entre trabalho e aproveitar o lazer, a chamada “decisão trabalho lazer”. • O dia tem 24 h, e cada hora dedicada ao trabalho corresponde a uma hora a menos dedicada ao lazer. • O indivíduo escolhe o nível de trabalho ofertado com vistas a maximizar a renda, o consumo e, consequentemente, a utilidade (satisfação). • O nível de utilidade depende positivamente tanto da renda real (w/p) que proporciona ao indivíduo poder de compra sobre bens e serviços, quanto de lazer (existe um trade-off entre esses dois objetivos). • A renda real é determinada pelo salário real w/p multiplicado pelo número de horas trabalhadas (Ls). MODELO CLÁSSICO – OFERTA DE MÃO DE OBRA L3(9) L2(8) L1(6) U1 Renda L1 =(6) L2 =(8) L3 =(9) PMgL3 = W/P3=4,0 PMgL2 = W/P2=3,0 PMgL1 = W/P1=2,0 PMgL Ls U2 U3 L1 W/P1(2x6=12) L2 W/P2(3x8=24) L3 W/P3(4x9=36) 024 28/4/2009 18 MODELO CLÁSSICO – OFERTA DE MÃO DE OBRA • A partir do comportamento otimizador de um indivíduo construímos sua curva de oferta de trabalho a cada nível de salário real. • A curva de oferta agregada de trabalho é obtida somando-se horizontalmente as curvas individuais de oferta de trabalho, e mostra a quantidade total de trabalho ofertada para cada nível de salário real na economia. • A curva de oferta de trabalho é representada por: Ls = Ls (w/p) MODELO CLÁSSICO – OFERTA DE MÃO DE OBRA • Dois aspectos importantes a considerar com relação ao modelo clássico: • O trabalhador aumenta sua utilidade (satisfação) através do consumo e, ao tomar decisão trabalho-lazer, ele está preocupado com o poder de compra, em termos de bens e serviços que o trabalho proporciona através do salário. Portanto, ao tomar decisão de oferta de trabalho, o trabalhador leva em conta o salário real, ou seja, a quantidade de bens e serviços que ele conseguirá adquirir. • A curva de oferta de trabalho tem inclinação positiva, supõe-se que mais trabalho seja ofertado se os salários reais forem mais altos. – Efeito Substituição. – Efeito Renda; 0 / > ∂ ∂ pw L s 28/4/2009 19 MODELO CLÁSSICO – PRODUTO E EMPREGO DE EQUILÍBRIO • Curva de Demanda por trabalho: LD = f(w/p) • Curva de oferta de trabalho: Ls = f(w/p) • Função de Produção agregada: Y = f(A, K, L) • Estas relações juntas com a condição de equilíbrio no mercado de trabalho LD = Ls • Determinam o produto, o emprego e o salário real no modelo clássico. MODELO CLÁSSICO PRODUTO E EMPREGO DE EQUILÍBRIO L* Y=F(A, K, L) Y Y* L * W/P* W/P LS LD Y* 28/4/2009 20 DETERMINANTES DO PRODUTO E DO EMPREGO NO MODELO CLÁSSICO • No modelo clássico, os fatores que determinam a produção e o emprego são os que determinam as posições da curva de oferta e demanda por trabalho, bem como a posição da curva de demanda agregada. – A função de produção é deslocada por: • Mudanças tecnológicas (A); • Mudanças no estoque de capital (K) – A curva de demanda por trabalho (PMgL) será deslocada por: • Mudanças na produtividade do trabalho, que ocorre em virtude de mudanças tecnológicas (A) ou de formação de capital (K); – A curva de oferta de trabalho se desloca por: • O tamanho da força de trabalho se altera (Ex.: crescimento populacional); • Mudanças nas funções das preferências dos indivíduos, que expressam seus trade-offs entre trabalho e lazer. • OBS: uma característica comum aos fatores que determinam a produção no modelo clássico é que todos são variáveis que afetam o lado da oferta, ou seja, as quantidades que as firmas escolhem produzir. No modelo clássico, os níveis de produção e emprego são determinados exclusivamente por fatores associados à oferta. A TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA • Para entender a determinação do nível de preços no sistema clássico, é necessário analisar o papel da moeda. Na teoria clássica, a quantidade de moeda determina o nível de demanda agregada, que, por sua vez, determina o nível de preços. • O ponto de partida da teoria quantitativa da moeda é a equação de trocas, uma identidade que relaciona o volume de transações, avaliadas a preços correntes, com o estoque de moeda multiplicado pela taxa de circulação da moeda ou velocidade da moeda (que mede o número de vezes que cada unidade monetária disponível na economia é utilizada em transações durante um dado período). • Onde, • M = quantidade de moeda em circulação; • VT = velocidade de circulação da moeda; • P = índice de preços dos itens transacionados; • y = volume de transações. PyMVT = 28/4/2009 21 A TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA • Segundo Irving Fisher, a equação que representa a teoria quantitativa da moeda, determina que o nível de preços varia: – Diretamente com a quantidade de moeda em circulação; – Diretamente com sua velocidade de circulação (v); – Inversamente com o volume de transações (y). y VMP T= DETERMINAÇÃO DA TAXA DE JUROS NO MODELO CLÁSSICO S=I+(g-t) r* r I+(g-t) = Demanda por fundos S= Oferta de Fundos (poupança) �� AA taxataxa dede jurosjuros dede equilíbrioequilíbrio r*,r*, éé aquelaaquela queque igualaiguala aa ofertaoferta dede fundosfundos dede empréstimosempréstimos [que[que consisteconsiste nana poupançapoupança (S)],(S)], comcom aa demandademanda porpor fundosfundos dede empréstimosempréstimos [que[que consisteconsiste nana somasoma dosdos investimentosinvestimentos (I)(I) ee dada parcelaparcela dodo déficitdéficit públicopúblico financiadofinanciado porpor títulostítulos (G(G--T)>T)>00]].. 28/4/2009 22 FATORES QUE NÃO AFETAM O PRODUTO E O EMPREGO NO MODELO CLÁSSICO • Como o produto e o emprego são determinados pela oferta, o nível de demanda agregada não terá efeito sobre o produto, portanto, os seguintes fatores não interferem no nível de produto e emprego: • Nível de demanda por bens de capital por parte das empresas. • Nível de gastos do governo; • Quantidade de moeda; EFEITO DO AUMENTO DA DEMANDA POR INVESTIMENTOS AUTONOMOS NO MODELO CLÁSSICO S1=I1 r1 r D’ S �� UmUm aumentoaumento autônomoautônomo dosdos investimentosinvestimentos deslocadesloca aa curvacurva dede demandademanda dede fundosfundos parapara aa direitadireita.. AA taxataxa dede jurosjuros dede equilíbrioequilíbrio aumentaaumenta dede dede rr00 parapara rr11.. ÀÀ medidamedida queque aa taxataxa dede jurosjuros dede equilíbrioequilíbrio vaivai aumentando,aumentando, háhá umauma reduçãoredução nosnos investimentos,investimentos, induzidasinduzidas pelapela taxataxa dede jurosjuros maismais alta,alta, ee tambémtambém háhá umauma aumentoaumento nana poupançapoupança induzidainduzida pelapela reduçãoredução dada taxataxa dede juros,juros, queque éé igualigual ee simétricasimétrica aa umauma reduçãoredução nono consumoconsumo.. AA reduçãoredução dodo consumoconsumo ee dosdos investimentos,investimentos, induzidosinduzidos pelopelo aumentoaumento nana taxataxa dede jurosjuros compensamcompensam exatamenteexatamente aa elevaçãoelevação dodo investimentoinvestimento autônomoautônomo inicial,inicial, deixandodeixando oo nívelnível dodo produto,produto, dodo empregoemprego ee dosdos saláriossalários reaisreais inalteradosinalterados.. r0 S0=I0 D 28/4/2009 23 EFEITOS DA POLÍTICA FISCAL NO MODELO CLÁSSICO S1=I1 r1 r D’ S �� UmUm aumentoaumento nosnos gastosgastos dodo governogoverno deslocadesloca aa curvacurva dede demandademanda porpor fundosfundos dede empréstimosempréstimos parapara aa direita,direita, dede II parapara I+I+ΔΔGG.. AA taxataxa dede jurosjuros dede equilíbrioequilíbrio aumentaaumenta dede rroo parapara rr11.. OO aumentoaumento nana taxataxa dede jurosjuros causacausa umauma quedaqueda nosnos investimentosinvestimentos ee umum aumentoaumento nana poupançapoupança (igual(igual aa quedaqueda nono consumo)consumo).. AA quedaqueda nosnos investimentosinvestimentos ee nono consumoconsumo compensacompensa exatamenteexatamente oo aumentoaumento nosnos gastosgastos dodo governo,governo, deixandodeixando oo nívelnível dodo produto,produto, dodo empregoemprego ee dosdos saláriossalários reaisreais inalteradosinalterados.. Assim,Assim, aa políticapolítica fiscalfiscal éé tidatida comocomo ineficazineficaz parapara osos clássicosclássicos.. r0 S0=I0 D MODELO CLÁSSICO E POLÍTICA MONETÁRIA Salário Real (Rígido) X Salário Nominal (Flexível) L* W/P W/P* L * W1 W/P LS LD Y* 2W1 3W1 L DL S L D(P1) L D(P2) L D(P3) L S(P1) L S(P2) L S(P3) P1 P2 P3 D1 D2 D3 P 28/4/2009 24 EFEITOS DA POLÍTICA MONETÁRIA NO MODELO CLÁSSICO • Segundo a escola clássica, conforme especifica a teoria quantitativa da moeda, a quantidade de moeda determina o nível de preços e, para uma determinada renda real, o nível de renda nominal. • Neste sentido a política monetária se torna importante para os clássicos enquanto garantidora da “estabilidade monetária” e, consequentemente, da estabilidade de preços. • Fora isso, a moeda não tem nenhuma relevância, é considerada apenas um “véu” que determina os valores nominais pelos quais medimos variáveis como o nível de atividade econômica, porém, não exerce nenhum efeito sobre variáveis reais. • A quantidade de moeda não afeta os valores de equilíbrio das variáveis reais no sistema, tais como: produto, emprego, salário real, taxa de juros. • A política monetária não afeta a taxa de juros reais, pois os determinantes da taxa de juros eram a demanda real por investimentos, a poupança real e o valor real do déficit do governo, o que os economistas clássicos chamaram de forças “da produtividade e da frugalidade” DESEMPREGO NO MODELO CLÁSSICO • Segundo a abordagem clássica, a economia está sempre em equilíbrio de pleno emprego. Se, eventualmente, existir desemprego, ele é explicado por: • As pessoas preferirem “voluntariamente” ficar desempregadas, pelo menos, durante curto espaço de tempo (quando alguém se demite de um emprego para procurar outro, ou para fazer cursos de especialização ou treinamento, para estudos, etc..). • Várias forças do mercado de trabalho – leis, instituições, tradições – evitam com que o salário real se estabeleça no nível de equilíbrio de pleno emprego. Ex.: – Os salários mínimos legais podem estar fixados acima do salário real de equilíbrio de pleno emprego; – O pagamento de seguro desemprego pode ser tão generoso, que as pessoas preferem recusar salários menores; – Sindicatos poderosos fixam salários acima daqueles com que pessoas não sindicalizadas gostaria de aceitar; – Indexação dos salários aos preços, faz com que o salário nominal seja perfeitamente ajustado aos preços, predeterminando, automaticamente o salário real em um nível superior ao necessário para assegurar o nível de pleno emprego. 28/4/2009 25 MODELO CLÁSSICO EQUILÍBRIO COM DESEMPREGO L* Y=F(A, K, L) Y Y* L * W/P* W/P LS LD Y* L SL D W/P Y Yu PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO MODELO CLÁSSICO • Os economistas clássicos enfatizam a tendência ao auto-ajuste na economia, ou seja, confiam na “mão invisível” e nas forças do mercado para assegurar o pleno emprego e a estabilidade da economia. • As ações do governo, via de regra, causam instabilidade e atrapalham o setor privado em sua tarefa de alocação eficiente dos recursos na economia. • A flexibilidade da taxa de juros, dos preços e dos salários nominais é vital para garantir o pleno emprego dos fatores de produção no modelo clássico. • A curva de oferta agregada clássica vertical é determinada num nível de pleno emprego da força de trabalho. • A curva de oferta vertical clássica reflete o fato de que, para que haja equilíbrio no mercado de trabalho, valores mais elevados do nível de preços exigem níveis proporcionalmente maiores de salário monetário (w), para assegurar com que o salário real permaneça constante e, consequentemente, o nível do produto de equilíbrio de pleno emprego. 28/4/2009 26 PRINCIPAIS CONCLUSÕES DO MODELO CLÁSSICO • No nível de equilíbrio de pleno emprego o salário real, o emprego e o produto permanecem inalterados. • Na teoria clássica (lado da oferta) os fatores reais determinam as variáveis reais. A produção e o emprego dependem principalmente da população, da tecnologia e da formação de capital. A taxa de juros depende da produtividade e da frugalidade. A curva de oferta vertical ilustra a natureza de que o produto, no modelo clássico, é “determinado pela oferta”. • A moeda é tida como um véu que determina os valores nominais nos quais se medem as quantidades, mas os fatores monetários não desempenham uma função na determinação dessas quantidades reais. • A demanda agregada (independente de qual seja a forma de sua curva ou posição), não afeta a produção de equilíbrio de pleno emprego. Ela afeta apenas o nível de preços. • A estabilidade assegurada pelo setor privado levou os economistas clássicos a concluir por políticas não intervencionistas.