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Determinação da pena Determinação da Pena 1 – Conceito Entende-se por determinação da pena, em sentido amplo, não só a fixação da espécie e do respectivo quantum da pena, como também a decisão acerca de sua eventual substituição ou suspensão condicional. Determinação da Pena 2 – Sistemas A determinação da pena pode ser realizada segundo três sistemas principais: a) Sistema da absoluta determinação (legalismo extremo): nesse sistema, o processo de individualização se esgota em um único momento, o legislativo, de modo que ao juiz resta ficar adstrito ao disposto na lei penal. Determinação da Pena 2 – Sistemas b) Sistema da absoluta indeterminação (livre arbítrio judicial): a pena não acompanha a descrição da conduta típica; está enunciada nas disposições gerais e é tarefa do magistrado optar pela espécie que lhe parecer mais adequada à situação em apreço. Determinação da Pena 2 – Sistemas c) Sistema da relativa determinação: a individualização legislativa é complementada pela judicial, ou seja, a pena se encontra determinada no que concerne às espécies e seu quantitativo, cabendo ao juiz, observando seus limites mínimo e máximo, fixá-la discricionariamente. Determinação da Pena 3 – Individualização legal, judicial e executória Princípio da individualização da pena (art. 5º, XLVI, CF). 3.1 - Determinação legal da pena Consiste na fixação abstrata da sanção penal e de seus respectivos marcos. As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal (art.53, CP). Determinação da Pena 3 – Individualização legal, judicial e executória 3.1 - Determinação legal da pena As penas restritivas de direitos, nas modalidades de prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fins de semana terão duração idêntica à da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no §4º do art. 46 do CP. Determinação da Pena 3 – Individualização legal, judicial e executória 3.2 – Determinação judicial Refere-se ao estabelecimento, pelo juiz, da espécie de pena aplicável, na hipótese de cominação alternativa, de seu quantitativo, do seu regime de execução, e também de sua possível substituição ou suspensão condicional. Trata-se de discricionariedade vinculada. Determinação da Pena 3 – Individualização legal, judicial e executória 3.2 – Determinação judicial O juiz deve nortear a pena pelos fins a ela atribuídos (retribuição, prevenção geral e prevenção especial). Teorias. a) Teoria da pena exata: a pena ajustada de modo exato à culpabilidade do agente; b) Teoria da margem de liberdade: pena adequada à culpabilidade em sentido amplo, oferecendo ao juiz liberdade de graduá-la segundo exigências de prevenção. Determinação da Pena 3 – Individualização legal, judicial e executória 3.2 – Determinação judicial Teorias. c) Teoria do valor posicionado: à culpabilidade em sentido amplo incumbe determinar a duração da pena, e à prevenção especial decidir sobre sua espécie, suspensão ou substituição. Determinação da Pena 3 – Individualização legal, judicial e executória 3.3 – Determinação administrativa ou executória Aplicada a pena pelo juiz, passa-se à sua execução, a qual atenderá às exigências de retribuição e prevenção geral e especial. Determinação da Pena 4 – Fixação da pena O juiz, atendendo às circunstâncias judiciais arroladas no art. 59, caput, do CP, estabelecerá: a) as penas aplicáveis dentre as cominadas ex.: arts. 137, 246, 340 e 345 todos do CP. Obs.: quando a pena cominada é única ou são previstas penas cumulativas, essa operação não é necessária. ex.: arts. 123, 148, 301, 168, 211, 283, respectivamente, CP. Determinação da Pena 4 – Fixação da pena O juiz, atendendo às circunstâncias judiciais arroladas no art. 59, caput, do CP, estabelecerá: b) a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites legalmente previstos. Determinada a espécie de sanção, o juiz fixará seu quantum, tendo em consideração as margens legais abstratamente impostas (pena-base). Determinação da Pena 4 – Fixação da pena O juiz, atendendo às circunstâncias judiciais arroladas no art. 59, caput, do CP, estabelecerá: c) o regime inicial de cumprimento de pena privativa de liberdade. d) a substituição da pena privativa de liberdade, por outra espécie, se cabível. Determinação da Pena 4 – Fixação da pena d) a substituição da pena privativa de liberdade, por outra espécie, se cabível. Crimes dolosos Pena igual ou inferiora um ano Substituiçãopor pena de multa ou por uma pena restritiva de direitos (art.44, §2º, CP) Penaentre 1 a 4 anos Substituiçãopor uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos (art.44, §2º, 2ª parte, CP) Determinação da Pena 4 – Fixação da pena d) a substituição da pena privativa de liberdade, por outra espécie, se cabível. Crimes culposos Pena não superiora um ano Substituiçãopor pena de multa ou por uma pena restritiva de direitos (art.44, §2º, 1ª parte, CP) Penasuperior a 1 ano Substituiçãopor uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos (art.44, §2º, 2ª parte, CP) Determinação da Pena 4 – Fixação da pena e) não sendo cabível a substituição, análise sobre a concessão ou não da suspensão condicional da pena; f) não sendo cabível a substituição ou a concessão do sursis, análise sobre a possibilidade ou não do condenado apelar em liberdade. Determinação da Pena 5 – Pressuposto para a aplicação da pena Obs.: Periculosidade. Determinação da Pena 6 – Sistemas ou critérios para a aplicação da pena O CP o adotou o critério trifásico, elaborado por Nélson Hungria, que sustenta a dosimetria da pena privativa de liberdade em três etapas. Art. 68 do CP. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Determinação da Pena 7 – Elementares e circunstâncias Elementares ou elementos: são os fatores que compõem a estrutura do delito, integrando o tipo fundamental. Ex.: “alguém” no crime de homicídio (art.121, caput, CP). Circunstâncias: são os dados que se agregam ao tipo fundamental para o fim de aumentar ou diminuir a pena, forma o tipo derivado. Ex.: “motivo torpe” e o “relevante valor moral”, qualificadora e privilégio no homicídio doloso, respectivamente. Determinação da Pena 7 – Elementares e circunstâncias As elementares normalmente encontram-se descritas no caput do tipo penal, enquanto as circunstâncias estão nos parágrafos a ele vinculados. Obs.: excepcionalmente teremos elementares fora do caput. Ex.: art.316, §1º do CP. Critério da exclusão Se aretirada resultar na atipicidade do fato ou desclassificação para outro delito elementar Se subsistiro mesmo crime, alterando-se somente a quantidade da pena circunstância Determinação da Pena 7 – Elementares e circunstâncias 7.1 – Classificação da circunstâncias Circunstâncias legais: são as previstas no Código Penal e pela legislação penal especial. São suas espécies as qualificadoras, as atenuantes e agravantes genéricas e as causas de diminuição e de aumento da pena. Circunstancias judiciais: são as relacionadas ao crime, objetiva e subjetivamente, e alcançadas pela atividade judicial. Têm natureza residual ou subsidiária, pois somente incidem quando não configuram circunstâncias legais. Determinação da Pena 8 – Agravantes genéricas e causas de aumento de pena Agravantes genéricas (art.61 e 62): são previstas taxativamente na parte geral do Código Penal. Deve-se respeitar o limite máximo da pena in abstrato. Incidem na segunda fase de aplicação da pena. Causas de aumento de pena (ex.arts. 70, 71, 155, §1º e 157, §2º): São obrigatórias ou facultativas. Estão na parte geral e especial do CP e previstas em quantidade fixa, podendo elevar a pena acima do limite máximo. Aplicam-se na terceira fase da dosimetria. Determinação da Pena 9 – Causas de aumento de pena e qualificadoras Qualificadoras: têm penas próprias, sendo alterados os limites abstratamente cominados. É utilizado na primeira fase da dosimetria. Estão na parte especial do CP e na legislação especial. Causas de aumento de pena: São obrigatórias ou facultativas. Estão na parte geral e especial do CP e previstas em quantidade fixa, podendo elevar a pena acima do limite máximo. Aplicam-se na terceira fase da dosimetria. Determinação da Pena 10 – Atenuantes genéricas e causas de diminuição da pena Atenuantes genéricas: exemplificativamente na parte geral do CP (art. 65 e 66). Deve-se obedecer os limites abstratos da pena. É definido o quantum pelo juiz. Usadas na 2ª fase da aplicação da pena. Causas de diminuição de pena (arts. 16, 21, 121,§1º): São obrigatórias ou facultativas. Estão na parte geral e especial do CP e previstas em quantidade fixa, podendo diminuir a pena abaixo do limite mínimo. Aplicam-se na terceira fase da dosimetria. Determinação da Pena 11 – Critério trifásico O art. 68 do CP determina que a pena privativa de liberdade deve seguir três fases distintas e sucessivas. 1ª. Fase – circunstâncias judiciais (fixação da pena-base); 2ª. Fase – agravantes e atenuantes; 3ª. Fase – causas de aumento e de diminuição da pena. Determinação da Pena 12 – A primeira fase da dosimetria: fixação da pena-base Para o cálculo da pena-base o juiz se vale das circunstâncias judiciais indicadas no art. 59, caput, do CP. São conhecidas como circunstâncias inominadas; Têm caráter residual ou subsidiário; O Juiz deve ter cuidado sob pena do bis in idem; Obs.: é tecnicamente correto falar em crime dupla, ou triplamente qualificado? Deve ser usadas como agravantes genéricas desde que encontrem correspondência nos arts. 61 e 62 do CP. Determinação da Pena 12 – A primeira fase da dosimetria: fixação da pena-base No art. 59, caput, do CP contém 8 circunstâncias judiciais, as quais devem ser enfrentadas pelo magistrado motivadamente, sob pena de nulidade da sentença; Exige-se a análise específica de cada uma delas; As circunstâncias judiciais dizem respeito ao agente, à infração penal. Determinação da Pena 12 – A primeira fase da dosimetria: fixação da pena-base 12.1 – Culpabilidade Deve ser entendida como juízo de reprovabilidade, como juízo de censura que recai sobre o responsável por um crime ou contravenção penal. A culpabilidade é o conjunto das demais circunstâncias judiciais unidas. Determinação da Pena 12 – A primeira fase da dosimetria: fixação da pena-base 12.2 – Antecedentes São os dados atinentes à vida pregressa do réu na seara criminal. Dizem respeito a todos os fatos e acontecimentos que envolvem o seu passado criminal, bons ou ruins. E o que são maus antecedentes? Posição do STF. Determinação da Pena 12 – A primeira fase da dosimetria: fixação da pena-base 12.3 – Conduta social É o estilo de vida do réu, correto ou inadequado, perante a sociedade, sua família, ambiente de trabalho, círculo de amizades e vizinhança etc. 12.4 – Personalidade do agente É o perfil subjetivo do réu, nos aspectos moral e psicológico, pelo qual se analisa se tem ou o caráter voltado à prática de infrações penais. Determinação da Pena 12 – A primeira fase da dosimetria: fixação da pena-base 12.5 – Motivos do crime São os fatores psíquicos que levam a pessoa a praticar o crime ou a contravenção penal. Caráter subsidiário. 12.6 – Circunstâncias do crime São os dados acidentais, secundários, relativos à infração penal, mas que não integram sua estrutura, tais como o modo de execução do crime, os instrumentos empregados, as condições de tempo e lugar do crime etc. Determinação da Pena 12 – A primeira fase da dosimetria: fixação da pena-base 12.7 – Consequências do crime É o conjunto de efeitos danosos provocados pelo crime, em desfavor da vítima, de seus familiares ou da coletividade. Constitui, em verdade, o exaurimento do crime. 12.8 – Comportamento da vítima É a atitude da vítima, que tem o condão de provocar ou facilitar a prática do crime. Cuida-se de circunstância ligada à vitimologia.