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Morfofuncional II – Anatomia/Embriologia II
Glândula Suprarrenal
Função
Cada glândula suprarrenal possui duas porções diferentes que realizam funções distintas:
- O córtex é uma glândula endócrina que secreta hormônios esteroides:
Os glicocorticoides (dentre outros, cortisona e cortisol) atuam no metabolismo da glicose, das proteínas e dos lipídeos;
Os mineralocorticoides (principalmente a aldosterona) regulam a conservação de água e de sais (sódio e potássio);
Os andrógenos (hormônios sexuais masculinos) influenciam as funções sexuais.
- A medula pode ser incluída como parte do sistema nervoso simpático: ela secreta, no sangue, os hormônios adrenalina e noradrenalina, duas catecolaminas cujos efeitos correspondem a uma ativação do simpático.
Tamanho, forma e localização
As glândulas suprarrenais são órgãos de pequeno volume. Enquanto a glândula suprarrenal direita tem um formato triangular, a suprarrenal esquerda tem um formato de meia-lua. Podem-se distinguir uma face posterior – que se encontra próximo à parte lombar do diafragma – e uma face anterior. A face inferior é caracterizada como face renal devido á sua relação com o rim.
As glândulas suprarrenais localizam-se no espaço retroperitoneal, cada uma situada sobre o polo superior de cada rim, no interior da cápsula adiposa. Elas são envolvidas por uma delicada cápsula fibrosa de tecido conjuntivo, que se continua com as fibras reticulares no interior do órgão. Além de sua proximidade com o diafragma, a glândula suprarrenal direita entra em contato com o fígado e com a veia cava inferior. A glândula suprarrenal esquerda localiza-se – separada pela bolsa omental – próximo à parede posterior do estômago. De modo geral, ela não entra em contato com a aorta.
Estrutura
Cada glândula suprarrenal é composta pelo córtex externo e pela medula internamente localizada. As duas porções são diferentes na origem, na estrutura e na função.
Córtex
O córtex, de coloração amarelada, devido ao seu elevado conteúdo de lipídeos, desenvolve-se a partir do epitélio celomático, de origem mesodérmica. Desse modo, origina-se uma estrutura de três camadas (zona glomerulosa, zona fasciculada e zona reticulada).
As zonas fasciculada e reticulada estão sob o controle da adeno-hipófise, pela ação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH estimula a secreção dos hormônios do córtex que, por meio de um feedback negativo com o hipotálamo, inibem a liberação de ACTH.
Obs1:. Uma hipofunção ou insuficiência do córtex da glândula suprarrenal (doença de Addison) pode provocar uma série de distúrbios como, queda pressão sanguínea, hipoglicemia e distúrbios eletrolíticos. 
Obs2:. Uma hiperfunção (síndrome de Cushing) causa, dentre outras alterações, má distribuição da gordura corporal (obesidade do tronco, face em lua cheia, gibosidade), hiperglicemia (diabetes melito), osteoporose e hipertensão arterial. Essas alterações também podem aparecer em consequência de uma terapia prolongada com glicocorticoides.
Medula
A medula se desenvolve como um derivado das cristas neurais, a partir de um primórdio neuroectodérmico do sistema nervoso simpático, e possui células medulares específicas e células ganglionares multipolares.
As células medulares específicas apresentam uma grande afinidade por determinados corantes (sais de cromo) e, por isso, são denominadas células “cromafins” ou “feocromócitos”. Funcionalmente, as células cromafins são neurônios simpáticos modificados. Podem ser distinguidos dois tipos de células cromafins:
- Células A, que perfazem cerca de 80% das células cromafins e contêm adrenalina em seus grânulos de secreção;
- Células N, com cerca de 20%, e que contêm noradrenalina em seus grânulos.
Obs:. Uma causa muito rara para o aumento da pressão sanguínea é um tumor da medula da glândula suprarrenal (feocromocitoma). Nesse caso, devido a um aumento na liberação de adrenalina e noradrenalina, podem ocorrer crises hipertensivas graves.
Nas células ganglionares multipolares terminam axônios pré-ganglionares dos nervos esplâncnicos maior e menor. Assim, a medula da glândula suprarrenal pode ser considerada como um gânglio simpático.
Vascularização
Três artérias suprem a glândula suprarrenal:
- Artérias suprarrenais superiores (ramos da artéria frênica);
- Artéria suprarrenal média (ramo da aorta abdominal);
- Artéria suprarrenal inferior (ramo da artéria renal).
As artérias entram na glândula suprarrenal, através da cápsula e, em seguida, atingem o córtex externo e a medula interna. Das artérias o sangue flui para capilares fenestrados, que seguem do córtex para a medula.
Obs:. A artéria suprarrenal média segue posteriormente à veia cava inferior.
Na drenagem venosa, o sangue derivado dos capilares fenestrados, oriundos da medula, é coletado por veias que se unem para formar a veia suprarrenal. A veia suprarrenal direita desemboca diretamente na veia cava inferior, enquanto a veia suprarrenal esquerda desemboca na veia renal esquerda e, por fim, esta desemboca na veia cava inferior.
Na drenagem linfática, a linfa das glândulas suprarrenais é drenada para os linfonodos lombares (à esquerda, principalmente os linfonodos aórticos laterais, e à direita, os linfonodos cavais laterais).
Inervação
A inervação autônoma das glândulas suprarrenais ocorre por meio dos gânglios celíacos, plexos renal e suprarrenal.
A medula da glândula suprarrenal é inervada somente por ramos simpáticos pré-ganglionares (colinérgicos), que provocam a liberação de adrenalina e de noradrenalina no sangue.
No córtex da glândula suprarrenal, o simpático tem ação constritora sobre os vasos. A inervação parassimpática, muito esparsa, origina-se do tronco vagal posterior.
Livro Gerrard
Diana Marques Moreira

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