Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Gênero textual POEMA Traduz-se como um gênero textual norteado por características específicas, cuja finalidade discursiva se pauta pelo despertar de sentimentos, pelo provocar de emoções. Poema e poesia não se afirmam enquanto sinônimos, haja vista que poesia é estado de alma, ou seja, podemos encontrar resquícios de poesia em toda comunicação cujo sentido pode ser interpretado de múltiplas formas. Traduzindo em outras palavras, a poesia se constitui de uma intenção definida: a de emocionar, despertar sentimentos por parte do interlocutor, enfim. O poder de palavra... Eis aí a síntese do que pode ser aplicado ao conceito de poema, haja vista que ele se constrói realmente com palavras, mas não com aquelas palavras ditas com precisão absoluta, proferidas de modo objetivo, como ocorre num texto informativo, por exemplo. Elas, ao contrário desse aspecto, fazem com que nos sintamos enlevados, envolvidos na magia do fazer literário, que nos sintamos à vontade para dar a elas o sentido que lhes couber (e até aquele que não lhes couber, também). Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente... e não a gente a ele! (Mário Quintana) O poema constrói-se com base em critérios considerados formais, estéticos, tais como a sonoridade, o ritmo, os recursos musicais e o emprego, sobretudo, de recursos estilísticos próprios da linguagem poética, assim com podemos observar no exemplo a seguir, cuja autoria é de Vinícius de Moraes: Soneto de fidelidade De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure Constatamos que, em termos de estética, trata-se de um soneto, uma forma composicional constituída de duas estrofes com quatro versos e mais duas, com três versos. Outro aspecto que também se manifesta diz respeito à questão das rimas, as quais conferem à modalidade um ritmo todo especial. Por Vânia Duarte Gênero Textual CRÔNICA Heloisa Amaral A palavra “crônica”, em sua origem, está associada à palavra grega “khrónos”, que significa tempo. De khrónos veio chronikós, que quer dizer “relacionado ao tempo”. No latim existia a palavra “chronica”, para designar o gênero que fazia o registro dos acontecimentos históricos, verídicos, numa sequência cronológica, sem um aprofundamento ou interpretação dos fatos. Como se comprova pela origem de seu nome, a crônica é um gênero textual que existe desde a Idade Antiga e vem se transformando ao longo do tempo. Justificando o nome do gênero que escreviam, os primeiros cronistas relatavam, principalmente, aqueles acontecimentos históricos relacionados a pessoas mais importantes, como reis, imperadores, generais etc. A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do século XIX, com a implantação da imprensa em praticamente todas as partes do planeta. A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, também passaram a registrar a vida social, a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando seus escritos em revistas, jornais e folhetins. Ou seja, de um modo geral, importantes escritores começam a usar as crônicas para registrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acontecimentos cotidianos de sua época, publicando-as em veículos de grande circulação. Os autores que escrevem crônicas como gênero literário, recriam os fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pessoal, buscando atingir a sensibilidade de seus leitores. As que têm esse tom chegam a se confundir com contos. Embora apresente característica de literatura, o gênero também apresenta características jornalísticas: por relatar o cotidiano de modo conciso e de serem publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos leitores que podem partilhar esses fatos com os autores por terem vivido experiências semelhantes. As características atuais do gênero estão intimamente relacionadas às transformações sociais e à valorização da história social, isto é, da história que considera importantes os movimentos de todas as classes sociais e não só os das grandes figuras políticas ou militares. No registro da história social, assim como na escrita das crônicas, um dos objetivos é mostrar a grandiosidade e a singularidade dos acontecimentos miúdos do cotidiano. Ao escrever as crônicas contemporâneas, os cronistas organizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, quase sempre como quem conta um caso, em tom intimista. Ao narrar, inserem em seu texto trechos de diálogos, recheados com expressões cotidianas. Escrevendo como quem conversa com seus leitores, como se estivessem muito próximos, os autores os envolvem com reflexões sobre a vida social, política, econômica, por vezes de forma humorística, outras de modo mais sério, outras com um jeito poético e mágico que indica o pertencimento do gênero à literatura. Assim, uma forte característica do gênero é ter uma linguagem que mescla aspectos da escrita com outros da oralidade. Mesmo quando apresenta aspectos de gênero literário, a crônica, por conta do uso de linguagem coloquial e da proximidade com os fatos cotidianos, é vista como literatura “menor”. Essa classificação como gênero literário menor não diminui sua importância. Por serem breves, leves, de fácil acesso, envolventes, elas possibilitam momentos de fruição a muitos leitores que nem sempre têm acesso aos romances. Menor que um conto e maior que uma piada, a crônica narrativa conta um episódio cativante cuja trama é leve e digestiva, envolvendo muita ação, poucas personagens e uma conclusão inusitada. O humor anedótico ou a crítica mordaz são os traços mais comuns da crônica narrativa. Geralmente, não há intromissão do narrador (digressões, comentários, apontamentos dissertativos). Choro, veia e cachaça Enterro de pobre sempre tem cachaça. É para ajudar a velar pelo falecido. Sabem como é; pobre só tem amigo pobre e, portanto, é preciso haver um incentivo qualquer para a turma subnutrida poder agüentar a noite inteira com o ar compungido que o extinto merece. Enfim, a cachacinha é inevitável, seja numa favela carioca, seja num bairro pobre da cidade do interior; Foi o que aconteceu agora em Ubá (MG), terra do grande Ari Barroso. Morreu lá um tal de 56 Nicolino, numa indigência que eu vou te contar; Segundo telegrama vindo de Ubá, alguns amigos de 58 Nicolino compraram um caixão e algumas garrafas de cangibrina, levando tudo para o velório. Passaram a noite velando o morto e entornando a cachaça. De manhã, na hora do enterro, fecharam o caixão e foram para o cemitério, num cortejo meio ziguezagueando e num compasso mais de rancho que de féretro. Mas — bem ou mal — lá chegaram, lá abri rata a cova e lá enterraram o caixão. Depois voltaram até a casa do mono, na esperança de ter sobrado alguma cachacinha no fundo da garrafa. Levaram, então, a maior espinafração da vizinha do pranteado 56 Nicolino. è que os bêbados fecharam o caixão, foram lá enterra,; mas esqueceram o falecido em cima da mesa. Stanislaw Ponte Preta A crônica de Stanislaw Ponte Preta é narrativa, pois conta uma breve história em tom humorístico, numa linguagem cotidiana, coloquial e intimista, com sabor tipicamente brasileiro. Gênero textual MÚSICA A música é sem dúvida uma alternativa ou “caminho” para auxiliar nas reflexões sobre diferentes temas presentes na sociedade contemporânea. Além de propiciar o desenvolvimento da leitura, oralidade e escrita, é um dos gêneros textuais com características específicas, carregada de palavras em sentido conotativo, que possibilita uma leitura crítica e interpretativa, objetivando à formação de leitores mais aguçados. RAP O que é o Rap O termo RAP significa rhythm and poetry ( ritmo e poesia ). O RAP surgiu na Jamaica na década de 1960. Este gênero musical foi levado pelos jamaicanos para os Estados Unidos, mais especificamente para os bairros pobres de Nova Iorque, no começo da década de 1970. Jovens de origens negra e espanhola, em busca de uma sonoridade nova, deram um significativo impulso ao RAP. O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita informação e pouca melodia. Geralmente as letras falam das dificuldades da vida dos habitantes de bairros pobres das grandes cidades. As gírias das gangues destes bairros são muito comuns nas letras de música rap. O cenário rap é acrescido de danças com movimentos rápidos e malabarismos corporais. O cenário urbano do rap é formado ainda por um visual repleto de grafites nas paredes das grandes cidades. Lado Bom Periferia tem seu lado bom Manos, vielas e futebol no campão Meninas com bonecas e não com filhos Planejando assim um futuro positivo Sua paz é você que define Longe do álcool, longe do crime A escola é o caminho do sucesso Pro pobre honrar desde o começo E dizer bem alto que somos a herança De um país que não promoveu as mudanças Sem atrasar ninguém, rapaz Fazendo sua vida se adiantar na paz Jogando bolinha, jogando peão Vi nos olhos da criança a revolução Que solta a pipa pensando em voar Para não ver o barraco que era o seu lar Periferia lado bom o que você me diz Alguns motivos pra te deixar feliz Longe do álcool, longe do crime Sua paz é você que define E nessa pipa no céu eu vi planar A paz necessária para se avançar Ânimo, positividade em ação Hip hop cultura de rua e Educação Foi assim que criaram e assim que tem que ser O mestre-de-cerimônia rimando pra você Enquanto o DJ troca as bases O grafiteiro pinta todo o contraste Da favela pro mundo O caminho do rap pelo estudo Por isso eu não me iludo Roupa de marca não é meu escudo Detentos, já te disse no começo E estudar do sucesso é o preço Porque a fama não cabe num coração pequeno Então positividade pra vencer, vai vendo Longe do crime, longe da dor, Devemos dar valor ao professor Vamos planejar um futuro positivo Para desarmar todo o povo sofrido Armas no chão, flores nas mãos União para salvar uma nação Se liga no que eu vou te falar No mundo das drogas não pode entrar Se liga no que eu vou te dizer Pra depois você não se arrepender O teu fim não pode ser assim A rima que eu faço faz parte de mim O estudo é o escudo, já disse tudo Valorizar as minas no próximo futuro Armas no chão, flores nas mãos União pra salvar uma nação