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AULA DE SOCIOLOGIA Professora: Vera Simone Schaefer Kalsing * * A SOCIOLOGIA DE KARL MARX * * preocupação básica do positivismo manutenção da ordem capitalista pensamento socialista crítica radical a esse tipo histórico de sociedade, colocando em evidência seus antagonismos e contradições. É a partir de sua perspectiva teórica que a sociedade capitalista passa a ser analisada como um acontecimento transitório. O aparecimento de uma classe revolucionária na sociedade – o proletariado – cria as condições para o surgimento de uma nova teoria crítica da sociedade, que assume como tarefa teórica a explicação da sociedade e como objetivo final a sua superação. * * As contradições que caracterizavam o capitalismo derivavam do antagonismo entre o proletariado e a burguesia. Os trabalhadores encontravam-se completamente expropriados dos instrumentos de trabalho, confiscados pelos capitalistas. * * Sociedade Capitalista: antagônica e contraditória por natureza. Luta de classes: Existência de duas classes antagônicas: burguesia X proletariado com interesses irreconciliáveis. Dominação econômica: excluídos da posse dos meios de trabalho. Dominação no campo político: burguesia utilizava o Estado e seus aparelhos repressivos, como a polícia, o exército, para impor os seus interesses ao conjunto da sociedade. Dominação no plano cultural: ao dominar os meios de comunicação, a burguesia difundia seus valores e suas concepções às classes dominadas. Burguesia: dominação econômica, política e cultural. LUTA DE CLASSES Proletariado e Burguesia A investigação de qualquer fenômeno social deveria partir da estrutura econômica da sociedade, que a cada época constituía a verdadeira base da história humana. A história das mais diferentes sociedades era entendida como uma constante luta de classes, mas no capitalismo, isto se acentua. “A luta de classes é o motor da história”. Hegel – conceito de dialética – inverte a sua lógica. Para Hegel, as ideias existiam antes da realidade, para Marx, a realidade (MATÉRIA) vem antes das ideias, ou seja, a partir da realidade em que os indivíduos nascem, eles formam a sua visão de mundo, suas ideias. MÉTODO DE INVESTIGAÇÃO: MATERIALISMO DIALÉTICO Cerne da teoria marxista: Visão de mundo dialética. Dialética: lei do movimento. Ou seja, tudo no universo está em constante movimento. As sociedades são sempre substituídas por outras. A sociedade capitalista substituiu a feudal e será então substituída pela sociedade socialista. * * RITMO TRIÁDICO DA DIALÉTICA Tese Antítese Síntese Elementos da dialética: matéria (realidade) consciência e prática social. * * A Sociologia tinha um papel crítico e transformador da sociedade. → Ciência e interesse da classe revolucionária. Teoria e prática. “O conhecimento da realidade social deve se converter em um instrumento político, capaz de orientar os grupos e as classes sociais para a transformação da sociedade”. Divisão do Trabalho Social: responsável pelas relações de exploração, antagonismo e alienação. Alienação: É a situação em que o trabalhador não é dono de seu trabalho, pois quem é dono é o patrão, porque ele vende sua força de trabalho em troca de um salário. O trabalhador fica perdido de si mesmo, alienado do mundo em que vive. O conceito de alienação é central na teoria marxista. Para Marx, a produção capitalista é o que rege todas as relações sociais. O fator econômico é o dominante dentro da sociedade capitalista. E o elemento fundamental desse processo é a mercadoria. Por isso, Karl Marx, ao estudar a sociedade capitalista, inicia pela análise da produção de mercadorias. * * Imaginemos um capitalista interessado em produzir sapatos, utilizando para esse cálculo uma unidade de moeda qualquer. Suponhamos que a produção de um par lhe custe 100 unidades de moeda de matéria-prima, mais 20 com o desgaste dos instrumentos, mais 30 de salário diário pago a cada trabalhador. Essa soma: 150 unidades de moeda, representa sua despesa com investimentos. * * O valor do par de sapatos produzido nessas condições será a soma de todos os valores representados pelas diversas mercadorias que entraram na produção (matéria-prima, instrumentos, força de trabalho), o que totaliza também 150 unidades de moeda. * * Sabemos que o capitalista produz para obter lucro, isto é, quer ganhar com seus produtos mais do que investiu. No exemplo anterior, vemos, porém, que o valor de um produto corresponde exatamente ao que se investe para produzi-lo. Como então se obtém o lucro? * * O capitalista poderia lucrar simplesmente aumentando o preço de venda do produto – por exemplo, cobrando 200 pelo par de sapatos. Mas o simples aumento de preços é um recurso transitório e com o tempo cria problemas. * * De um lado, uma mercadoria com preços elevados, ao sugerir possibilidades de ganho imediato, atrai novos capitalistas interessados em produzi-la. Com isso, porém, corre-se o risco de inundar o mercado com artigos semelhantes, cujo preço fatalmente cairá. * * De outro lado, uma alta arbitrária no preço de uma mercadoria qualquer tende a provocar elevação generalizada nos demais preços, pois, nesse caso, todos os capitalistas desejarão ganhar mais com seus produtos. Isso pode ocorrer durante algum tempo, mas, se a disputa se prolongar, poderá levar o sistema econômico à desorganização. * * Na verdade, de acordo com a análise de Marx, não é no âmbito da compra e da venda de mercadorias que se encontram bases estáveis nem para o lucro dos capitalistas individuais nem para a manutenção do sistema capitalista. Ao contrário, a valorização da mercadoria se dá no âmbito de sua produção. * * Retomemos o nosso exemplo. Suponhamos que o operário tenha uma jornada diária de nove horas e confeccione um par de sapatos a cada três horas. Nestas três horas, ele cria uma quantidade de valor correspondente ao seu salário, que é suficiente para obter o necessário à sua subsistência. * * Como o capitalista lhe paga o valor de um dia de força de trabalho, o restante do tempo, seis horas, o operário produz mais mercadorias, que geram um valor maior do que lhe foi pago na forma de salário. A duração da jornada de trabalho resulta, portanto, de um cálculo que leva em consideração o quanto interessa ao capitalista produzir para obter lucro sem desvalorizar seu produto. * * Suponhamos uma jornada de nove horas, ao final da qual o sapateiro produza três pares de sapatos. Cada par continua valendo 150 unidades de moeda, mas agora eles custam menos ao capitalista. É que, no cálculo do valor dos três pares, a quantia investida em meios de produção também foi multiplicada por três, mas a quantia relativa ao salário – correspondente a um dia de trabalho – permaneceu constante. Desse modo, o custo de cada par de sapatos se reduziu a 130 unidades de moeda. * * Extração da mais-valia: Custo de um par de sapatos na jornada de 3 horas = meios de produção 120 + salário 30 = 150 (custo) Custo de um par de sapatos na jornada de 9 horas = meios de produção 120 x 3 = 360 + salário 30 = 390/3 = 130 (custo) * * O capitalista ganha duas vezes: os dois sapatos que o trabalhador deixa na fábrica e a diminuição do custo de cada par de sapatos na jornada de 9 horas (de 150 para 130). * * Uma coisa é o valor da força de trabalho, isto é, o salário, e outra coisa é o quanto esse trabalho rende ao capitalista. Esse valor excedente produzido pelo operário é o que Marx chama de mais-valia. * * �PAGE �1� Duas vertentes principais da Sociologia, quando de seu início: POSITIVISMO SOCIALISMO (MARXISMO) Sociedade capitalista: harmoniosa e consensual conflituosa e contraditória Papel da Sociologia: manutenção da ordem capitalista crítica radical à sociedade capitalista, colocando em evidência seus antagonismos e contradições solucionar os problemas sociais para restabelecer o “bom funcionamento” da sociedade contribuir para a realização de mudanças radicais na sociedade preocupação com a estabilidade social contradições do capitalismo: foco principal da teoria marxista Método: ciência social “neutra” e “imparcial”, devendo ser analisada com os mesmos métodos das ciências naturais vinculação entre conhecimento e interesse da classe revolucionária sociedade mais importante que os indivíduos luta de classes: realidade concreta da sociedade capitalista divisão do trabalho como fonte de solidariedade entre os indivíduos divisão do trabalho: responsável pelas relações de exploração, antagonismo e alienação * * MUITO OBRIGADA!