Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
oSaltodeiAngel,naVenezuela,éaquedad'águamaisaltadaTerra.A cascatasaltade 978mdealturaapartirdotopoplanodeumamesacompostaporarenitosde1,7 bilhão deanos.' [MichaelK.Nichols/NationalGeographic/GetlyImages] s geólogosespecializadosnaéiênçia·dahidrolo- gia estudalllosfluxoseascaracteflsticasdaágua tantonasuperfíciecomomL§Jibsliperffcie.Aágua é essencialparamuitosprocessosgeológicQs.Os riose o geleiglacialsãoosprincipaisag~ntesdeerosão,ajudando aesculpirapaisagemdoscontinentes.A águaéessencial, também,ao intemperisnio,éoIllosolventedosminerais dasrochasedosoloOu comoumagentedetransportéque carregaparalongemateriaisdissolvidos.e alterados.A águaqueseinfiltranosmát~Jiaissuperficiaisformaimen- sosreservatóriossubterrâneos;elatambémtemopapelde lubrificarosmateriaisenvolvidosemescorregamentose outrosmovimentosdemassa.Além disso,aáguaquente quecirculaemcorposígneosounasdorsaismesoceânicas produzdepósitosdeminériohidrotermal. A águaévitalparatodaavidadoplaneta.Os huma- nosnãopodemsobrevivermaisdoquepoucosdiassem elae,mesmonosdesertosmaissecos,asplantaseos animaisprecisamdeumpou- co desselíquido. Imensasquantidadesdeáguasãoutilizadasna indústria,naagri- culturae emsistemasde abastecimentodascidades.Nos EstadosUnidos,umdos maioresusuáriosdeáguanomundo,temhavidoumaumentoconstantedocon uma dessebemdesdeo séculoXIX. Numintervalodeapenas35anos,entre1950e 1985, o usodaáguaaproximadamentetriplicou,indode 129bilhõesparacerca_de3' 1bi- lhõesdelitrospordia.Em 1990,apenascincoanosdepois,essenúmeroquasequa- druplicou,indopara1,283trilhãodelitrospordia.Apenaspartedo aumentodeve- seao crescimentopopulacional.Nessepaís,o consumodeágua,quandor alcula- docombasenaquantidadeconsumidaporpessoa,naverdadecaiucercade_0%de 1980a 1995.Os paísesdesenvolvidoscomeçaramaenfatizara nece idadedeum usomaiseficientedesterecursofinito queé aágua. A hidrogeologiaestásetornandoimportanteparatodosnósàmedidaqueháum aumentodademandadeumestoquedeágualimitado.Paraprotegeres esestoques e, ao mesmotempo,atendermosnossasnecessidades,devemossabernãosó onde encontrarmaiságua,mastambémcomoseusestoquesserena"amoComesseconhe- .~ "J.Ô~'fíLíxose os reservatórios314 .c;'7( Aâgua subterrânea320 Osrecursoshídricosdt>sprincipais aqüífe~os328 A erosâopelaáguasubterrânea328 A qualidaâedaágua330 A águanasprofundezasdacrosta333 S'ii..",A"hidtologiae o clima316 A hidrolb~i~'do escoamentosuperficial k. . 318 '\',.:.:; 314 Para Entender a Terra osváriosreservatórios.Secobrirmoscomessevolumeo te~ tóriodosEstadosUnidos,todosos50estadosficariamSUbIll~- sosnumalâminadeáguacomcercade145quilômetrosdep. - fundidade.Essevolumeéconstante,emborao fluxodeum:=- servatórioparao outropossavariardiariamente,anoaano até,emperíodosdeséculos.Duranteessesintervalosdeterrç geologicamenteCUltos,nãohánenhumganhoouperdadeág paraforaou parao interiordaTerra,nemqualquerperda águadaatmosferaparao espaçoexterior. o ciclohidrológico: umcomponentedo sistemaTerra A águanasuperfícieterrestreeabaixodelacirculaentreo ~- versosreservatórios:dosoceanos,daatmosferaedoscontin~· tesoO movimentocíclicodaágua- dooceanoparaaatmos:::- rapelaevaporação,devoltaparaa superfíciepormeioda ~ vae,então,paraosrioseaqüíferospormeiodoescoamento perficial,retomandoaosoceanos- éo ciclohidrológico.A gora 13.2éumailustraçãosimplificadada incessantecirc çãodaáguaedasquantidadesmovimentadas.O ciclohidm gicoéumcomponentedosistemaTerrae,assim,interage oscomponentesdaatmosfera,dooceanoedapaisagem. umaabordagempormenorizada,verCapítulo23.) Dentrodoslimitesdetemperaturaencontradosnasupe;::; cie terrestre,a águamudaentreos trêsestadosdamatéria: quido (água),gasoso(vapord'água)e sólido (gelo).E transformaçõesimpulsionampartedosprincipaisfluxosde reservatórioparaoutronociclo hidrológico.O mecanismc calorexternodaTerra,movidopeloSol,controlaociclome:- lógico,principalmentepelaevaporaçãoda águado ocean~ transportando-acomovapord'águana atmosfera.Sobce~ condiçõesdetemperaturaeumidade,ovapord'águaconde seemminúsculasgotasqueformamasnuvense,então,pre pita-secomochuvaou nevesobreos oceanose continen:= Partedaáguaqueseprecipitanoscontinentesencharcao solopelainfiltração,oprocessopeloqualaáguapenetrana chaounosolopelosespaçosdasjuntasoudospequenos entreaspartículas.Partedessaáguadosubsoloevaporaam ::: do solo superficial.Outraparteé absorvidapelasraÍze 2- plantas,transportadaparaasfolhaseretomadaàatmosfera-; meiodatranspiração- a liberaçãodevapord'águapelasp1 tas.Outrapartedaáguasubterrâneapode,ainda,retomarà__ perfíciepelasnascentesquejorramparaosriose lagos. uxos e os reservatórios Quala quantidade deáguaexistentenaTerra? A quantidadetotalde águadisponívelno mundoé imensa- cercade1,46bilhãodequilômetroscúbicosdistribuídosentre Podemosveraáguafluindonosriossuperficiais,etambémob- servá-Iaem lagose oceanos.Mas é maisdifícil observaras imensasquantidadesdeáguaarmazenadasnaatmosferae no subsoloe osmecanismospelosquaiselaflui paraesseslocais dearmazenamentoedepoissaideles.Quandoaáguaevapora, ela desaparecena atmosferacomovapor.Quandoa águada chuvainfiltra-senosubsolo,toma-sesubterrânea- amassade águaarmazenadasobasuperfícieterrestre. Cadalugarondea águaé armazenadaconstituiumreser- vatório.Os principaisreservatóriosnaturaisdaTerrasãoos oceanos,asgeleiraseo gelopolar,osaqüíferos,os lagose os rios,a atmosferae a biosfera.A Figura13.1mostraa distri- buiçãodaáguanessesreservatórios.Os oceanossão,delon- ge, os maioresrepositóriosde águado planeta.Embora a quantidadetotaldeáguanos rios e lagossejarelativamente pequena,essesreservatóriossãoimportantesparaapopulação humanaporquecontêmáguadoce.A quantidadedeáguano subsoloé cemvezesmaiorqueaqueladosriose lagos,masa maiorpartedelanãoéutilizávelporquecontémgrandesquan- tidadesdematerialdissolvido. Os reservatóriosganhamáguapelosinfluxos,comoo plu- vial e o fluvial,e aperdempelosdefluxos,comoa evaporação e o defluxofluvial.Seo influxoé igualaodefluxo,o tamanho doreservatóriopermanececonstante,mesmoquandoaáguaes- tácontinuamenteentrandoe saindo.Essesfluxosimplicama permanência,noreservatório,deumadadaquantidadedeágua duranteumcertotempomédio,chamadodetempoderesidên- cia.Abordaremosos reservatóriose os temposderesidência maisprofundamentenoCapítulo24. imento,poderemosusar e dispor da águade modoa não omprometero abastecimentofuturo. Estecapítulofaráumlevantamentodaáguacontidana Terra. ÁGUA SALGADA 95'96~0 ÁGUA DOCE 4,04'70 Geleiras e gelo polar 2,97'70 Oceanos e mares (4,34x 107km3) (1,4 x 109 km3) Água subterrânea1,05'70 (1,54x 107km3) Lagose rios 0,009'70 (1,27x 105 km3) Atmosfera 0,001'70 (1,5 x 104 km3) Biosfera 0,0001'70 (2 x 103 km3) Figura 13.1 A distribuição de água na Terra. [Revi52::= de Peixoto, J. P.,Kettani, M. A. The contrai of water cy :. ScientificAmerican(April, 1973):46;Berner, E. K., Ber.= R. A. Clobal Environment.Upper Saddle River, N. J.: Prentice Hall, 1996,p. 2-4] ... ouinfiltra-senosoloe nasrochas,ondesemove comoáguasubterrânea. 107 Precipitação - 36 Escoamentosuperficial parao oceano 71 Evaporação Precipitação 107' OA precipitaçãoescoasu- perficialmenteparaos lagos,riose oceanos... Precipitação Evaporação Escoamentosuperficial parao oceano observarnaFigura13.2,aquantidadedeáguaqueevaporados oceanosé superiorà queseprecipitanelescomochuva.Essa perdaé compensadapelaáguaqueretomacomoescoamento superficialdoscontinentes.Assim,o tamanhodecadareserv~ tóriopermanececonstante. Quantaáguaestádisponível parao uso? À medidaquea ameaçadaescassezdeáguaseavulta,o uso damesmaentraparaa arenadodebatedaspolíticaspúblicas (verFigura 13.1).O ciclo hidrológicoglobaléo quedefiniti- vamentecontrolaaofertadeágua.Quasetodaa águaqueuti- lizamosédoce.A dessalinização(remoçãodosal)daáguado marproduzumpequenomasconstanteaumentodaquantida- dedeáguadoceemáreascomoo áridoOrienteMédio.4 o mundonatural,entretanto,a águadoceé fomecidasomente pelachuva,pelosriose lagose,emparte,pelaságuassubter- râneasepelodegelodasnevesougeleirascontinentais.Todas essaságuasprovêmoriginariamentedaprecipitação.Portan- to, a quantidademáximade águadocenaturalquepodemos pensaremusaréaquelaconstantementefomecidaaosconti- nentespelaprecipitação. 107 - 71 36 Evaporação Precipitação Excedentetransfe- ridoparao continen~-- teviaprecipitação ~d'"" Evaporação OO excedenteémovidopa- 71 ~ rao continenteeprecipi- ta-se(saldodaprecipita- çãosobreo continente). 434 - 398 36 Precipitação 398 // Evaporação 434 CAPíTULO 13 •O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea 1315 13.2 O ciclo hidrológico.A águavaiparaa atmosferapelaevaporaçãodos oceanose continentese deixa-apelaprecipitação chuvae neve.A águaperdidapelaevaporaçãodos oceanosécontrabalançadapelaáguaganhado escoamentosuperficialdos " entese pelachuvasobreos própriosoceanos.As quantidadesdo fluxoda águasão daordemde milharesde quilômetros :os por ano. [Fonte:Berner,E. K., andBerner,R.A. GlobalEnvironment.UpperSaddleRiver,N. j.: PrenticeHall, 1996, p. 3] .• águadachuvaquenãoseinfiltranosoloescoasuperfi- -ente, sendogradualmentecoletadapelosriose lagos.A "dadetotaldeáguadachuvaqueflui sobrea superfície, . do afraçãoquepodetemporariamenteinfiltrar-senas - çõespróximasà superfíciee emseguidaretomarpara ~chamadadeescoamentosuperficial.2Partedo escoa- superficialpode,posteriormente,infiltrar-senosoloou '"7 rar dosrios e lagos,masa maiorquantidademove-se _ osoceanos. .-~nevepodeserconvertidaemgelonasgeleiras,o qualre- '"aosoceanoscomoáguapelodegeloe peloescoamento -eUicialeparaaatmosferapelasublimação,atransformação sólido (gelo) diretamenteem gás (vapord'água).A partedaáguaqueevaporadosoceanosretomaparaeles chuvaeneve,comumentereferidasjuntascomoprecipi- - ,3O restanteprecipita-sesobreoscontinentese,então,ou --::o()raouretomaparaosoceanos. _.:.,Figura13.2mostrao balançodofluxo totalentreos re- óriosnociclo hidrológico.A superfíciecontinental,por 10,ganhaáguapelaprecipitaçãoeperdeamesmaquan- -~pelaevaporaçãoepeloescoamentosuperficial.O ocea- ?Jlba águapeloescoamentosuperficialepelaprecipitação eamesmaquantidadepelaevaporação.Comovocêpode 36 Escoamentosuperficialdo continente - :=38Precipitaçãosobreo mar -:54 Evaporação fluxoeo defluxodosoceanossão ~ensosequaseequilibradosdevi- :: aosaldoentrea evaporaçãoe a -;ecipitaçãos.obreo própriooceano. 3161 ParaEntender a Terra •... 13.1. A água éum bem precioso: quem tem acesso a ela? Até recentemente,a maioria das pessoas nos EstadosUnidos consideravaque o abastecimentode águaesti- vessegarantido.As análisescientíficasda ofertadisponívele dasdemandasdos usuários,entretanto,indicamque muitas áreasdaquelepaísvãosofrerescassezde águamaisfreqüen- temente.Essascarênciascriarãoconflitos entreos diversos setoresde consumidores- residencial,industrial,agrícolae recreacional - para saber qual deles tem mais direito ao abastecimento. Nos últimosanos, as secasamplamentenoticiadase as restriçõeslegaisao uso da água- tais como as que ocorre- ramna Califórnia,na Flórida,no Colorado e em muitosou- tros lugares- alertaramo públicode queaquelepaísenfren- ta umgrandeproblemade abastecimentode água.Entretan- to, o envolvimentodo público oscila, aumentandoe dimi- nuindo à medidaqi.Jeos períodos de secae abundânciade chuvasalternam-see os governosnão adotamsoluçõesdu- radourascom a urgênciaque o caso mereceria.Aqui estão algunsfatosque devemser ponderados: • Umapessoapode sobrevivercom aproximadamente2 li- ÚOs de águapor dia. Nos EstadosUnidos, o uso per capita, considerando-setodos os setores,é próximoa 6 mil litros por dia. • A indústria usa cerca de 38% e a agricultura,43% da águasupridapelos reservatóriosdessepaís. • O uso domésticoper capitanos EstadosUnidos é duasa três vezesmaiorqueo da EuropaOcidental,onde os consu- midorespagamcercade 350'1'0a maispelasuaágua. • Emboraos estados ocidentaisdos Estados Unidos rece- bam umquarto das chuvasdo país,têm um uso per capita (grandeparte paraa irrigação) 10 vezesmaior que aquele dos estados orientaise a um custo bem menor.Na Califór- nia, por exemplo,que importa a maior parte de sua água, 85'1'0delasão utilizadosparaa irrigação,10% pelos municí- pios e 5'1'0pela indústria.Umareduçãode 15'1'0no uso para a irrigaçãoquasedobrariaa quantidadede águadisponível parao uso nascidadese indústrias. • A maneiratradicional de aumentaro abastecimentode água,tal como a construção de barragense reservatóriose poços, tornou-se extremamentecara,porque a maioriados melhoreslocais (e, portanto,maisbaratos)já foi utilizada.A construção de maisbarragensparaformargrandesreserva- tórios traz custos ambientais,como a inundaçãode áreas despovoadas,mudançasprejudiciaisno fluxo dos rios aju- santee a montantedasbarragens,e a perturbaçãoda ictio- faunae dos hábitatssilvestres.A avaliaçãode todos essesfa- tores temcausadoo adiamentoou a rejeiçãodaspropostas de construção de novasbarragens. • A águadoce usadanos Estados Unidos retoma ao ciclo hidrológico,maspode retomar a reservatóriosque não es- tejambem localizadosparao uso humanoe sua qualidade pode estardegradada.Depois de utilizadaparairrigação,a águafreqüentementese torna maissalgadae fica contami- nadacompesticidas.As águaspoluídasdascidadeschegam até os oceanos. • As mudançasclimáticasglobaispodemocasionara redu- ção das chuvasno oeste norte-americano,acentuando os problemas dessa região e tornando as soluções de longo prazoaindamaisurgentes. Umidade, chuva e paisagem MuitasdiferençasnoclimaestãorelacionadascomatempG_ turadoarecomaquantidadedevapord'águaqueeleconté;:;: Ondequerqueseviva,o climae a geologiadaregião- fluenciamfortementea quantidadedeáguaquecirculade reservatórioparaoutro.OsgeólogosestãoespecialmenteÍG:: ressadosemsabercomoasmudançasnaprecipitaçãoenae-~ poraçãoafetamo abastecimentodeáguadevidoà alteração quantidadeinfiltradaeescoadasuperficialmente,oque,por'"":.... vez,determinaosníveisdaáguasubterrânea.Seo níveldoIG..... subircomoresultadodeumaquecimentoglobal,aáguasub~ râneanasterrasbaixasdasregiõescosteiraspoderátornar- salgada,àmedidaqueaáguadomarfor invadindoosaqüÍD_ queeraminicialmentedeáguadoce. )., ) .4drologia e o clima Em muitosaspectospráticos,ahidrologialocal(queéaquanti- dadedeáguaexistentenumaregiãoe aformacomoelaflui de umreservatórioparaoutro)émaisimportantequeahidrologia global.O fatorqueexerceamaisforteinfluêncianahidrologia localéo clima,queincluiatemperaturaeaprecipitação.Emre- giõesquentes,ondeaschuvassãofreqüentesdurantetodooano, o estoquedeáguasuperficialesubterrâneaéabundante.Emre- giõesáridasousemi-áridasquentes,raramentechove,eaáguaé umrecursoinestimável.As pessoasquevivememclimasfrios contamcoma águadodegelodanevee dasgeleiras.Em algu- maspartesdo mundo,estaçõesdechuvasintensas,chamadas monções,alternam-secomlongasestaçõessecas,nasquaisa ofertadeáguacai,ossolossecameavegetaçãomurcha. CAPíTULO 13 • O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea 1317 J ... e uma encosta seca de sotavento, ou uma sombra pluvial,é formada. Quando a massade ar passasobre as montanhas,o ar frio - agora com a umidade reduzida - mergulhae se aquece. Sua umidaderelativadiminui... As secas- períodosdemesesou anosemqueaprecipitaçãoé muitomaisbaixaqueo normal- podemocorreremtodosos climas.As regiõesáridassãoespecialmentevulneráveispela diminuiçãodoseuestoquedeáguaduranteassecasprolonga- das.Como a reposiçãoda águaa partirdaprecipitaçãonão ocorre,osriospodemdiminuiresecar,osreservatóriospodem evaporare o solopoderessecare fender-seenquantoavegeta- çãomorre.À medidaquea populaçãocresce,a demandapor reservatóriostambémaumenta,eaocorrênciadesecapodere- duziro já precárioabastecimentodeágua. Há poucasdécadas,secasextremamenteseverasafetaram regiõespróximasaobordosuldodesertodoSaara,ondedeze- nasdemilharesdevidasforamperdidaspeloflagelodafome. Essalongasecafezcomqueo desertoseexpandisseeefetiva- mentedestruiufazendasepastagensdaregião. Outrasecaprolongada,masmenostrágica,afetougrande partedaCalifórniade1987atéfevereirode1993,quandoocor- reramchuvastorrenciais.Duranteesseperíodo,os níveisda águasubterrâneae dosreservatórioscaíramparaosmenores valoresem15anos.Algumasmedidasdecontroleforaminsti- tuídas,masummovimentoparadiminuiro usoextensivodos estoquesdeáguaemirrigaçãoencontroufortesresistênciaspo- As secas va.HáumazonadesombrapluvialnoladolestedasMontanhas Cascade,emOregon(EUA). A maiorpartedoventoquesopra do OceanoPacíficochoca-secomavertenteoestedasmonta- nhas,causandopesadaschuvas.5A vertenteleste,nooutrolado dacordilheira,nazonadesombrapluvial,ésecaeárida. Diferentementedosclimastropicais,osclimaspolaresten- demasermuitosecos.Osoceanospolareseo arsobreelessão frios,demodoqueaevaporaçãodasuperfíciemarinhaémini- mizadaeo arpodecarregarpoucaumidade.Entreosextremos tropicalepolarestãoosclimastemperados,ondeaschuvaseas temperaturassãomoderadas. o resultado é um chuva na encosta frontal ao vento. Quandoo arúmidoencontra asencostasdasmontanhas, eleascende,esfriaecondensa-se, precipitandochuvaou neve. ::sventospredominantes -:=.nsportamo ar quente -bre os oceanos, onde ele ::= ha umidadena forma de '=;l0rd'água. 'daderelativaé aquantidadedevapord'águanoar,ex- >acomoumapercentagemdaquantidadetotaldeáguaque -:;x:>deriasuportarnumadadatemperatura,seestivessesatu- _Quandoaumidaderelativadoaréde50%eatemperatu- =~"OC,porexemplo,aquantidadedeumidadenoaréame- =daquantidademáximaqueo arpoderiacarregara 15°C. -' arquentepodecarregarmuitomaisvapord'águadoque ~o. Quandoo arquentenão-saturado,comumadetermi- - . umidaderelativaesfriao suficiente,elesetornasupersa- ..; epartedovaporsecondensacomogotasd'água.As go- ::=águacondensadaformamasnuvens.Podemosobservar ·-ensporqueelassãoconstituídasdegotasdeáguavisí- _enquantoo vapord'águaéinvisível.Quandosecondensa - ~enteumidadenasnuvens,asgotasaumentamepodemfi- ~sadasdemais.Então,caemcomochuva,pornãoconse- -=illpermanecersuspensasnascorrentesdear. _-:.maioriadas chuvasprecipita-seem regiõesúmidase - spróximasaoequador,ondeo are aságuassuperficiais xeanossãoquentes.Sobessascondições,umagrandepor- iaáguadooceanoevapora,resultandonumaumidadealta. -!:1doa águacarregadapelosventosapartirdessasregiões .:::!.;:ricasascendepróximaaoscontinentes,o aresfriaetorna- "'- rsaturado.O resultadoéumachuvapesadasobreo con- - , mesmoagrandesdistânciasdacosta. .:,.paisagempodealteraros padrõesde precipitação.Por .:;::uplo,ascordilheirasdemontanhasformamumazonade ra pluvial, queconsisteemumaáreadebaixaprecipita- encostasdesotavento(decliveno sentidodovento).O ~egado deumidadequeascendenasaltasmontanhasres- - ,-seeachuvaprecipita-senaencostafrontalaovento.Com o arperdegrandepartedasuaumidadeantesdealcançara SUl desotavento(Figura 13.3).O araquece-senovamente - odesceatéaselevaçõesinferioresdooutroladodacordi- demontanhas.A umidaderelativadeclinaporqueo ar ;..e::;.e podesuportarmaisumidadeantesdeficarsaturado.ls- ;ur suavez,diminuiaumidadedoardisponívelparaachu- 13.3 Zonas de sombra pluvial são áreas de baixa precipitação nas encostas de sotavento (declive no sentido vento) de uma ::;meirade montanhas. 31 8 Para Entendera Terra (a) Precipitação média anual ---- 40 50 60 70 >1003020 Havaí (a precipitaçãovaria de40 a 1.000em) -- <5 5 12 ,0 Precipitação(em) (b) Escoamentosuperficial médio anual --- O 2.5 5 50 100 >100 Escoamentosuperficial(em) Figura 13.4 (a) Precipitaçãomédiaanualnos EstadosUnidos. [Dadosdo Departamentode Comérciodos EstadosUnidos, CiímatícAtlas af the UnítedStates,1968] (b) Escoamentosuperficialmédioanualnos EstadosUnidos. [Dadosdo U. S. GeologicalSurvey,ProfessíanalPaper1240-A, 1979] líticasdosfazendeirosedaagroindústria(verReportagemem destaque13.1). O Meio-OestedosEstadosUnidos e partedo Canadáex- perimentaramumaforteseca,masdecurtaduração,em1988, quandoo estoquedeáguasuperficialdiminuiue o Rio Mis- sissipiestevecomseusníveismuitobaixose fechadoparao tráfegohidroviário.Em 1989,aprecipitaçãonaregiãovoltou aonormal. \,! edrologia do escoamento perficial Um exemploimpressionantedecomoaprecipitaçãoafetao= coamentodosriospodeserobservadoquandoasprevisões- máticasanunciaminundaçõesrápidasdepoisdechuvasto~ ciais.Quandoosníveisdeprecipitaçãoeescoamentosupe::::: CAPíTULO 13 •O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea1319 Vazão Rio (m3/s) Amazonas,AméricadoSul 175.000 La Plata,6AméricadoSul 79.300 Congo,África 39.600 Yangtze,Ásia 21.800 Brahmaputra,Ásia 19.800 Ganges,Ásia 18.700 Mississipi,AméricadoNorte 17.500 Q'uadro13.1 Vazãode algunsdosmaioresrios PERíODO ÚMIDO: ALTO ESCOAMENTO O escoamentosuperficialécoletadoe armazenadoemla- gosnaturaiseemreservatóriosartificiaiscriadospelorepresa- mentodosrios.As terrasúmidas,comopântanose banhados, tambématuamcomodepósitosdearmazenagemdoescoamen- to superficial(Figura 13.5).Se essesreservatóriossãosufi- PERíODO SECO: BAIXO ESCOAMENTO sãomedidosnumavastaárea(talcomotodaa regiãodre- porumgranderio)eduranteumlongoperíododetempo - ano,digamos),a conexãoé menosevidente,masainda ~mada.Osmapasdeprecipitaçãoeescoamentosuperficial, _ adosnaFigura 13.4,ilustramessarelação.Quandocom- os,observamosqueemáreasdebaixaprecipitação- co- ;]0 Sul daCalifórnia,noArizonae noNovoMéxico- so- --Ieumapequenafraçãodaáguadachuvaacabacomoes- entosuperficial.Emregiõessecas,boapartedaprecipita- éperdidapelaevaporaçãoeinfiltração.Em áreasúmidas, ~ no SudestedosEstadosUnidos,umaproporçãomuito r daprecipitaçãoescoasuperficialmenteparaosrios.Um ~ e rio podecarregarumaenormequantidadedeáguade áreachuvosaparaumacompoucaprecipitação.O rioCo- o, porexemplo,nascenumaáreadechuvamoderadano radoe,então,carregasuaáguaatravésdeáreasáridasdo __~doArizonae doSul daCalifórnia. J principaisriostransportamgrandepartedoescoamento ::erficialdo mundo.Os milhõesdepequenose médiosrios ->portamcercademetadedoescoamentototaldoplaneta,e de70grandesrioscarregamaoutrametade.Destaúltima -~ (ouseja,quaseumquartodototal),o rio Amazonas,na -~ca do Sul, carregaquasea metade.O Amazonastrans- ~ cercade 10 vezesmaiságuaqueo Mississipi, queé o r riodaAméricadoNorte(Quadro13.1). 13.5 Como numlagonaturalou numreservatórioartificialde umabarragem,umaterraúmida(comoumpântanoou --:ado) armazenaáguaduranteo período de rápidoescoamentoparalançá-Ialentamenteduranteos períodosde escoamentobaixo. 320I ParaEntenderaTerra Figura 13.7 A águasubterrâneafluiparaasuperfícieemum penhascoemVasey'sParadise,noCânionMarble,noParque NacionaldoGrandCanyon,Arizona(EUA).Esseéumexemplo impressionantedeumanascenteformadaondeo relevoacidenta::.:: permitequeaáguadosubsoloaflorenasuperfície.[LarryUlrich: poucos.Porém,grandesquantidadesde espaçosporoso: maisfreqüentesemarenitose calcários.Podemoslembm:. Capítulo8,queaquantidadedeespaçoporosonasrochas. solosouemsedimentoséaporosidade - apercentagemdi:! lumetotalqueéocupadapelosporos.A porosidadedepen.~ tamanhoe daformadosgrãosedecomoelesestãocon' menteempacotados.Quantomaisabertooempacotamemc partículas,maioro espaçodosporosentreosgrãos.Emm arenitos,a porosidadeé tão altaque chegaa 30% (fig 13.7).Osmineraisquecimentamosgrãosreduzemaporos de.Quantomenoresaspartículase maisvariadasassuas.= mas,maisfirmementeelasseajustam.A porosidadeémais taemsedimentose rochassedimentares(l 0-40%) doque rochasígneasemetamórficas(até1-2%).O espaçoporo .. ua subterrânea Quandoaáguasemoveparaeatravésdosolo,oquedetelTllina ondee emquetaxaselaflui? Com exceçãodascavernas,não existemgrandesespaçosabertosparapiscinasouriosdeágua subtenânea.O únicoespaçodisponívelparaa águaé aquele dosporosentreosgrãosdeareiae outraspartículas,quecons- tituemo soloeo substratorochoso,eaqueledasfraturas.Todo tipoderochae solo temporos,mesmoquesejampequenose A águasubtenâneaforma-sequandoasgotasdechuvaseinfil- tramnosoloeemoutrosmateriaissuperficiaisnão-consolida- dos,penetrandoatémesmoemrachadurasefendasdosubstra- torochoso.Ela é extraídapelaperfuraçãodepoçosebombea- mentoparaa superfície.Os perfuradoresdepoçosderegiões comclimatemperadosabemqueémaisprovávelencontrarum bomestoquedeáguasefuraremascamadasdeareiaouarenito nãomuitoprofundasemrelaçãoà superfície.As camadasque armazenametransmitemaáguasubterrâneaemquantidadesu- ficienteparao abastecimentosãochamadasdeaqüíferos. Os imensosreservatóriosdeáguasubterrâneaarmazenam cercade25,9%detodaaáguadoce,sendoo restanteacumula- doemlagoserios,geleiras,gelopolareatmosfera.Por milha- resdeanos,aspessoastêmextraídoesserecurso,sejapelaesca- vaçãodepoçosrasosoupeloarmazenamentodaáguaqueflui paraasuperfícieemolhosd'água.Estesúltimossãoaevidência diretadomovimentodaáguasobasuperfície(Figura 13.6). cientementegrandes,elespodemabsorverinfluxosdecurtadu- raçãodasprincipaischuvas,retendopartedaáguaque,deou- tromodo,extravasariadasmargensdosrios.Duranteasesta- çõesmenosúmidasousecasprolongadas,osreservatórioslan- çamáguaparaosriosouparaossistemasdeáguaconstruídos parao usohumano.Essesreservatóriossuavizamosefeitosdas variaçõessazonaisouanuaisdoescoamentosuperficialeregu- larizama vazãoda águario abaixo,ajudandoa controlaras inundações.Poressarazão,algunsgeólogoslutamparadetera drenagemartificialdasterrasúmidascausadapelaocupação imobiliária.A destruiçãodasterrasúmidastambémameaçaa diversidadebiológica,poisnesseslugaresocorreaprocriação demuitasespéciesdepássarose invertebrados.7 O desaparecimentodasterrasúmidasestáocorrendorapi- damente,comoconseqüênciadaocupaçãodo solo.Nos Esta- dosUnidos,maisdametadedastenasúmidasoriginaisdesapa- receu.Na CalifórniaeemOhiorestaramapenas10%dastenas úmidasoriginais.O movimentodeproteçãodasterrasúmidas gerouacaloradodebate.A definiçãolegaldeterraúmidavem sendodebatidaháanosetomou-semotivodeumacinadocon- frontopolítico.Em 1995,osestudoscientíficosdaquestãofei- tospelaAcademiaNacionaldeCiênciasforamatacadoscomo sendo"políticos"pelosoponentesà regulamentação.Certos políticos,quesecontrapõemàregulamentaçãodosprojetosde proteçãodessasterras,pediramparaquea extensãodastenas úmidasfederaisreguladasfossereduzidaem50%. Como a água flui através do solo e da rocha CAPíTULO 13 • O CicloHidrológicoeaÁguaSubterrânea1321 A superfíciefreática Quantomaiora profundidadealcançadapelospoçosperfura- dosnosoloenarocha,maisúmidasasamostrastrazidaspara asuperfície.Emprofundidadespequenas,o materialnãoésa- turado- partedosporoscontémar e não é completamente preenchidacomágua.Esseintervaloéchamadodezonanão- saturada (freqüentementedenominadatambémdezonava- dosa). Abaixo delaestáazona saturada,o intervalono qual osporosdo solo oudarochaestãocompletamentepreenchi- doscomágua.As zonassaturadae não-saturadapodemestar emmaterialinconsolidadoou no substratorochoso(Figura 13.8).O limite entreessasduaszonasé a superfície freáti- ca,8geralmentechamadaapenasde "nível d'água"(abrevi- rasoA maiorporosidade- maisde40%dovolume- é encon- tradaemsolosecamadasdeareiaecascalhosoltos. Emboraaporosidadenosdigaquantaáguaumarochapode retersetodososseusporosestiverempreenchidos,elanãonos fornecenenhumainformaçãosobrearapidezcomquea água podefluir atravésdessesporos.A águadesloca-seno material porosocomumatrajetóriasinuosaentreosgrãose atravésdas fissuras.Quantomenoresosespaçosporososemaistortuoo o caminho,maislentamenteaáguaopercorre.A permeabilida- de éa capacidadequeumsólidotemdedeixarqueumfluido atravesseseusporos.Geralmente,a permeabilidadeaumenta como aumentodaporosidade.A perrneabilidadetambémde- pendedaformadosporos,doquãobemconectadosestãoedo quãotortuosoéo caminhoqueaáguadevepercorrerparapas- saratravésdomaterial. Tantoaporosidadecomoapermeabilidadesãofatoresim- portantesquandoseestáprocurandoumreservatóriodeágua subterrânea.Em geral,umbomreservatóriodeáguasubterrâ- neaéumcorpoderocha,sedimentoousolocomaltaporosida- de(demodoquepossaretergrandequantidadedeágua)ealta permeabilidade(desortequeaáguapossaserbombeadadele maisfacilmente).Umarochacomaltaporosidade,masbaixa permeabilidade,podeconterumaboaquantidadedeágua,mas comoestaflui muitolentamente,toma-sedifícil bombeá-Iada rocha.O Quadro13.2resumeaporosidadee aperrneabilidade deváriostiposderocha. Arenitomalselecionado 7 Folhelhonão-fraturado Grãos Argila desilte Quantidademuitopeque- nadeespaçoporosoentre grãosdeargilaesilte , .osvaria,dependendodequantosporosforamcriadospor luçãopelaáguasubterrâneaou duranteo intemperismo. .;naioriadosfolhelhosfraturados,aporosidadeébemmenor : 10%.As rochasfraturadaspodemconterapreciávelespaço w -o- naordemde10%dovolume- emsuasdiversasfissu- MAIS POROSO <: VS. :>MENOS POROSO ·-nito não-cimentado Arenitocimentado [Grão deareia ~ '\ "; a Pequenaquan- -:::>ermeáveltidadedeespa- çoporosonas fissuras =::ra13.7 Os porosdasrochassão,emgeral,parcialou -::-amentepreenchidoscomágua.(Osporosdearenitose .:iriasportadoresdepetróleoougássãopreenchidoscom -=fluidos.) uadro13.2 Porosiélaà~'e·pérmeabilidaêJe'de·ti~osdeaqüíferos' Tipo derocha Porosidade (espaçoporosoque podereterfluido) Permeabilidade (propriedadequepermite queumfluido atravesseomeio) Cascalho Muitoalta Muitoalta Areiagrossaamédia Areiafinaesilte Alta Moderada Alta Moderadaabaixa .-\renito,moderadamentecimentado Moderadaabaixa Baixa :i'"olhelhofraturadoourochasmetamórficas Baixa Muitobaixa :i'"olhelhonão-fraturado Muitobaixa Muitobaixa 3221 Para Entendera Terra Figura 13.8 A superfíciefreáticaéo limiteentrea zonanão- saturadae a zonasaturada.Essaszonaspodemestartanto em materiaisinconsolidadoscomo no substratorochoso. açãoNA). Quandoumburacoé perfuradoabaixodasuperfí- ciefreática,aáguadazonasaturadaflui paraeleeo preenche atéatingiro mesmonível. A águasubterrâneamove-sesoba forçada gravidadee, dessemodo,partedaáguadazonanão-saturadapodesemo- verparaníveisinferiores,atéatingirasuperfíciefreática.Urna fraçãodaágua,entretanto,permaneceránazonanão-saturada, retidanospequenosespaçosporosospelatensãosuperficial- aatraçãoentreasmoléculasdeáguaeasuperfíciedaspartícu- las.A tensãosuperficial,comovocêdevelembrardoCapítulo 12,mantémúmidaa areiadapraia,mesmoquehajaespaços maisabaixoparaosquaisaáguapoderiasedeslocarpelagra- vidade.A evaporaçãoda águanos espaçosporososda zona não-saturadaéretardadatantopeloefeitodatensãosuperficial cornopelaumidaderelativadoarnessesporos,aqualpodees- tarpróximaa 100%. Seperfurarmospoçosemvárioslugaresemedirmosapro- fundidadedaáguadecadaumdeles,poderemosconstruirum mapada superfíciefreática,cornorepresentadopelo bloco- diagramadaFigura 13.9.A superfíciefreáticaacompanhaa forma geralda superfíciedo relevo,massuadeclividadeé maissuave,e chegaatéa superfícienosleitosdosriose lagos e emnascentes.Soba influênciadagravidade,a águasubter- râneamove-sedecliveabaixodesdeurnaáreaondeaelevação dasuperfíciefreáticaégrande- sobummorro,porexemplo-, atélugaresdeelevaçõesmenores,cornoemnascentes,ondea águasaiparaa superfície. A águaentrae saidazonasaturadapormeioderecargae descarga.A recargaéainfiltraçãodaáguaemqualquerforma- çãosubsuperficial,freqüentementepelaáguadachuvaou do degelodaneve.A recargatambémpodeocorrernoleitodeum rio ondeo canalestámaiselevadodoquea superfíciefreática Figura 13.9 Dinãmicada superfíciefreáticanumaformação permeávelrasa,emclimatemperado.A profundidadeda superfíciefreáticaflutuaemrespostaao equilíbrioentrea águ.: adicionadapelaprecipitação(recarga)e a águaperdidapela evaporaçãoe por poços, nascentese rios (descarga). Os aqüíferos9 A águasubterrâneapodefluir emaqüíferosnão-confinado: confinados.Em aqüíferos não-confinados,a águape atravésdecamadasdepermeabilidademaisou menos~ me,queseestendematéasuperfície,tantoemáreasdede gacornoderecarga.O níveldoreservatórionumaqüífero - confinadocorrespondeàalturadasuperfíciefreática. Muitos aqüíferospermeáveis,tipicamentedearenito. - conectadosacimaeabaixoporcamadasdebaixapermeabi:l:- de,comofolhelhos.EssascamadasrelativamenteimpellL::.c veissãoaqüicludes10e aáguasubterrâneanãopodepeI' losouofazmuitolentamente.Quandoosaqüicludessituarr::- tantosobrepostoscornosotopostosaumaqüífero,forma-se aqüíferoconfinado. As camadasimpermeáveissobrepostasaumaqüífero finadoevitamquea águadachuvainfiltre-sediretamente o mesmoe, assim,os aqüíferosconfinadossãorecarreg~- pelaprecipitaçãosobrea áreaderecarga,freqüentemente_ racterizadaporrochasaflorantesemregiõesdemaioralti e morfologicamenteelevadas.Nesseslocais,aáguadacL podeinfiltrar-seno solo porquenãohá um aqüicludeim.:: dindoapercolação.A água,então,desceparao aqüífero_=-- terrâneo(Figura 13.10).A águanumaqüíferoconfina conhecidocomoaqüífero artesiano- estásobpressão.-= qualquerpontodo aqüífero,a pressãoé equivalenteao - detodaa águadoaqüíferoqueestáacimadele. Se a elevaçãoda superfíciedo solo,ondeperfuramo poçonumaqüíferoconfinado,formenorqueo nívelfreáti áreaderecarga,entãoaáguafluiráespontaneamenteacimê. bocadopoço.Essetipodepoço,chamadodeartesiano,é=- tremamentedesejável,poisnãonecessitadeenergiapara bearaáguaatéasuperfície.A águaélevadaparacimapela_ priapressão. Em ambientesgeológicosmaiscomplexos,aposiçãodo vel freáticopodesermenosevidente.Por exemplo,sehá camadadeargilarelativamenteimpermeável- umaqüiclu-~- intercaladanumaformaçãoarenosapermeável,oaqüiclude:: desituar-seabaixodonívelfreáticodeumaqüíferorasoe: (verFigura 13.9).Os riosquerecarregama águasubte - dessaformasãochamadosderios influentes,sendomais racterísticosemregiõesáridas,ondeasuperfíciefreáticaé funda.A descargaéasaídadaáguasubterrâneaparaasu • cie,sendoo opostodarecarga.Quandoocanaldeumrio' -~ ceptaasuperfíciefreática,háaíadescargadeáguasubterr'~ Tal rio efluenteétípicodeáreasúmidase continuaafluir :: muitotempoapóso términodoescoamentosuperficial, - alimentadopelaáguasubterrânea.Assim, o reservatório águasubterrâneapodeseraumentadopelosriosinfluentes duzidopelosefluentes. A águapre- enchetodos osespaços porosos 1 7 'fi ~~ ~~~~~~""~,' '\ ~4~v-)' Zonanão-saturada Substrato rochoso alterado Substrato poroso (arenito) Solo D A águada chuvainfiltra-sena porosidadedo solo e da rocha... fi ...e percolao subsolo emdireçãoaos lagos e rios. DDuranteos períodos úmidos,a superfície freáticasobe. fJ Duranteos períodossecos, a evaporaçãodescarregaa águasubterrãneados solos,... D...asnascentesd'águapa- ramdefluir,os riossecam,... D...a superfíciefreáti- ca desce,os poços rasossecam... CAPíTULO 13 •O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea 1323 A Zona não-saturada 11...e a águasubterrãneaé descarregadaenquantose moveparaos lagose rios. I ...e a águados rios e lagos infiltra-see recarregao solo e a rocha superficiais. 3241 ParaEntender a Terra oUmaqüíferoconfinadoestásituadoentre doisaqüicludes(camadasdebaixa permeabilidade). Seo poçoestivessenamesmaprofundidade dasuperfíciefreáticanaáreaderecarga,não haverianenhumadiferençadepressãoe,assim, a águanãofluiriaespontaneamente. fiA águadeumpoçoartesianofluiespontaneamente emrespostaa umadiferençanaturalnapressãoentre a alturado nívelfreáticonaáreaderecargae do fundodo poço. A diferençadepressãoexistente,quecontrolaa ascenção daáguaatéa superfície,é adiferençadeelevaçãoentre o nívelfreáticoe o níveld'águanopoço. Figura 13.10 Umaqüíferopassaa serconfinadoquandoestásituadoentredois aqüicludes(camadasde baixapermeabilidade). mesmotempo,acimadonívelfreáticodeumaqüíferoprofun- do(Figura 13.11).O nívelfreáticodoaqüíferorasoéchamado denívelfreáticosuspenso,poissesituaacimadonívelfreáti- co principaldoaqüíferoinferior.Muitoslençóisfreáticossus- pensossãopequenos,comsomentealgunsmetrosdeespessura e numaárearestrita,masalgunsestendem-seporcentenasde quilômetrosquadrados. Balançoderecargaedescarga Quandoarecargaeadescargaestãoequilibradas,oreservatório deáguasubterrâneaeasuperfíciefreáticapermanecemconstan- tes,mesmoquandoaáguaestácontinuamentepercolandoatra- vésdoaqüífero.Paraquearecargaseequilibrecomadescarga, achuvadeveserfreqüenteosuficienteparaigualar-seàsomado escoamentoparaosrioseparaasnascentesepoços. Mas arecargaeadescarganemsempreserãoiguais,poisa chuvavariadeestaçãoparaestação.Tipicamente,asuperfície freáticadesceemestaçõessecase sobeduranteperíodosúmi- dos.Umadiminuiçãonarecarga,talcomoemsecasprolonga- das,seráseguidaporumintervalolongodedesequillbrioeum nívelfreáticobaixo. Um aumentonadescarga,geralmenteapartirdo aumento dobombeamentonopoço,podeproduziro mesmodesequilí- brio. Poçosrasospodemterminarsecando,tornando-seuma zonanão-saturada.Quandoobombeamentodeáguadeumpo- çoémaisrápidoqueasuarecarga,o níveld'águadoaqüíferoé rebaixadosobaformadeumconequeselocalizanumaáreano entornodo poço, chamadade cone de depressão(Figura 13.12).O níveld'águanopoçoérebaixadoatéaposiçãodepri- midadasuperfíciefreática.Seo conededepressãorebaixar~ ra alémdofundodopoço,entãoo poçoficaráseco.eon - seo fundodopoçoestiveracimadabasedoaqüífero,pode-- perfurarmaiseaumentarasuaprofundidadedentrodoaq" '. ro,o quepoderápermitirquemaiságuasejaextraída,me~ comumataxadebombeamentoaltaecontínua.Entretanto. a taxadebombeamentoémantidae aprofundidadedo POÇ'(" = aumentadaatéatingirtodaaespessuradoaqüífero,o cone depressãopoderáalcançara basedo aqüíferoe exauri-lo._ aqüíferorecuperar-se-ásomenteseataxadebombeamento~ reduzidao suficienteparaquehajatempoderecarga. A extraçãoexcessivadeáguanãoapenasreduzo aqüífe- mastambémpodecausaroutrosefeitosambientaisinde =:_ veis.Quandoapressãodaáguanoespaçoporosocai,asup=; fície do solo sobreo aqüíferopodeafundar,criandodepr;:- sõessemelhantesacraterasdeabatimentooudolinas(Fi~ 13.13).Quandoa águaemalgunssedimentosé removida. sedimentossecompactame aperdadevolumeémanifesra:... peloabatimentodasuperfície.A subsidênciacausadapor- cessodebombeamentoocorreunacidadedoMéxicoeem = neza,na Itália, bemcomoemmuitasoutrasregiõesem _ essapráticaé intensa,comonoValedeSanJoaquin,naCL- fórnia(EUA). Nesseslugares,ataxadesubsidênciadasu fície atingiuquase1m acadatrêsanos.Emboraalgunsexp: rimentostenhamtentadorevertera subsidênciapelainjeçi deáguanosistemadeáguasubterrânea,elesnãotiveram~ to sucesso.Issosedeuporqueamaiorpartedomaterialc -- pactadonãoseexpandiufacilmenteparaseuestadoanteG A melhormedidaparainterromperasubsidênciaéarestri,: dobombeamento. CAPíTULO 13 •O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea 1325 Umalentedelamitointercala- danumarenitotemumaper- meabilidademuitobaixa.Isso formaumaqüicludelocal... : ra 13.11 Um nívelfreáticosuspensoforma-seemsituaçõesgeologicamentecomplexas- no casoaqui ilustrado, '"'xorre no aqüicludedefolhelhosituadoacimada superfíciefreáticaprincipaldo aqüíferode arenito.A dinâmicade =-= a e descargado nívelfreáticosuspensopode serdiferentedaquelado nívelprincipal.Neste exemplo,o nível =-::icoprincipalpode ser recarregadosomenteemsuaregiãoaflorantenaencostainferior. _ ra 13.12 O excessode bombeamentointensivoemrelação =:ergacausarebaixamentoda superfíciefreática,queassumea '"de umconede depressâoao redordo poço. O níveld'água ::oço desceatéa posiçãodeprimidada superfíciefreática. As pessoasquevivempróximasà orlaoceânicapodemen- frentarproblemasdiferentesquandoastaxasdebombeamento sãoaltasemrelaçãoàreCarga:a incursãodeáguasalgadapara o poço.11 Próximoàlinhadecostaouumpoucomaisdesloca- doemdireçãoaomar,umlimitesubterrâneoseparaaáguasal- gadasobo leitodomardaáguadocesobasuperfíciedacosta. A partirdalinhadecosta,esselimiteinclina-seeestende-seem direçãoaocontinente,demodoqueaáguasalgadapassaaficar embaixodaáguadocedoaqüíferocosteiro(Figura13.14).Sob muitasilhas oceânicas,umalentede águadocesubterrânea (comaformasemelhanteaumalentebiconvexasimples)flutua sobreo níveldeáguasalgada.A águadoceflutuaporqueéme- nosdensaqueasalgada(1,00g/cm3versus1,02g/cm3,umadi- ferençapequena,massignificativa).Normalmente,apressãoda águadocemantéma margemcoma águasalgadaum pouco afastadadalinhadecosta. O balançoentrearecargaeadescargaemaqüíferosdeágua docemantémestávelesselimiteentreaáguadoceeasalgada. Enquantoarecargapelaáguadachuvaé,pelomenos,igualà descargaporbombeamento,o poçoforneceáguadoce.Entre- tanto,seaextraçãodeáguaémaisrápidaquearecarga,umco- nededepressãodesenvolve-senotopodoaqüífero.Na basedo reservatóriodeáguadoce,forma-seentãoumoutrocone,sime- tricamenteinvertido,queelevao limiteinferiorentreaáguado- cee aáguasalgada.O conededepressãonapartesuperiordo aqüíferodificultaobombeamentodeáguadoce,eoconeinver- tidoinferiorcausaentradadeáguasalgadano fundodopoço (verFigura13.14).As pessoasquevivempróximasàpraiasão A lei deDarcy, a qualresumeessasrelações,podeser~- pressanumasimplesequação(Figura 13.15):o volume:c águafluindonumcertotempo(Q) é proporcionalà distân vertical(h) divididapeladistânciapercorrida(1). Os dois '-- bolosrestantessãoA, queéaáreadasecçãotransversaldo _- xo daágua,e K, a condutividadehidráulica(umamedida=- permeabilidade).(Ktambém dependedaspropriedadesdofl - do,especialmentedensidadeeviscosidade,asquaissãoim tantesaolidar-secomoutrosfluidosquenãoaágua.) • Darcydeduziuquearelaçãoentreo fluxo e o gradiente--- dráulicodaáguaemumaqüíferodearenÍtoporosodeveria=~ idênticaàqueladaáguaquecorreemumcanoaberto.Você -- deriasuporqueaáguasemovemaisrapidamentenumcano- queatravésdoscaminhosirregularesdosporosdeumaqüíf Darcyreconheceuessapossibilidadee incluiuumamedida== permeabilidadeem suaequaçãofinal. Dessemodo,como_ outrasvariáveispermanecemidênticas,eleconcluiuqueqm:=:- tomaiorapermeabilidade,maiorafacilidadedemovimento~ portanto,maisrápidoo fluxo. • A taxadofluxodeumaqüíferoespecífico,quetemumc desnível,é inversamenteproporcionalà distânciaperco pelofluxodaágua.Istoé,como aumentodadistância,a '- diminui.O quocienteentreo desnívele adistânciapercoc_ pelofluxoéchamadodegradientehidráulico.Da mesma: maqueumaboladescecommaiorvelocidadeumdeclive inclinado,tambéma águasubterrâneaflui maisrapidam numgradientehidráulicomaior.Emgeral,aosemovimenta:: águasubterrâneanãoacompanhaamesmadeclividadedol~ çol freático:elasegueo gradientehidráulicodofluxo,que~- depercorrerváriastrajetóriasabaixodasuperfíciefreática. manossosdepósitosdeáguasubterrânea.Sea águasubt~ neasemovessetãorápidocomoosrios,os aqüíferosrap~ mentesecariamapósumperíododetemposemchuva,daJJ::e maformacomogeralmenteocorreemmuitoscursosd":: pequenos.O lentomovimentodo fluxo da águasubte tambémtorna impossíveluma recargarápida se os nÍ'_ d'águaforemrebaixadospelobombeamentoexcessivo. Emboratodoo fluxodeáguasubterrâneaatravésdos .- ferossejalento,algunssãomaisdemoradosqueoutros.Na-- tadedoséculoXIX, Remi Darcy,12engenheirocivil deDi~ naFrança,propôsumaexplicaçãoparaadiferençadastaxas diferentesfluxos.Enquantoestudavao abastecimentode '.: dacidade,Darcymediuasprofundidadesdoníveld'água_ váriospoçosemapeouasdiversaselevaçõesdasuperfícief:r-=: ticadaregião.Calculouentãoasdistânciasqueaáguaperc deumpoçoparaoutroemediuapermeabilidadedosaqüíf~ Estesforamosresultadosdesuasdescobertas: h Q =A(Kx-) l • Paraumaqüíferoespecíficoe paraumadeterminadadi_~- ciapercorrida,ataxanaquala águaflui deumpontopara~ troédiretamenteproporcionalaodesníveldasuperfícief caentreosdoispontos.Quandoo desnívelaumenta,atax fluxo tambémaumenta. 3261 ParaEntendera Terra asprimeirasaseremafetadas.AlgumascidadesnoCaboCod, emMassachusetts(EUA), emLong Island,emNovaYork, e emmuitasoutrasáreascosteirastêmdenunciadoquesuaágua potávelcontémmaissaldoqueé consideradosaudávelpelos órgãosambientais.Não há outrasoluçãoimediataparaesse problemaanãoserdiminuiro bombeamentoou,emalgunslo- cais,recarregaro aqüíferoartificialmentepormeiodeinjeção doescoamentosuperficialparao solo. Vocêpodeconcluirquea subidadoníveldomar,quetem sidoprevistacomoresultadodo aquecimentoglobal,alteraria significativamentealinhadecosta.Quandoo níveldomarso- be, a margemtambémsobe.A águado marpodeinvadiros aqüíferoscosteirosedeixaraáguadocesalgada. A velocidade do fluxo da água subterrânea A velocidadenaqualaáguasemovenosoloafetaintensamen- te o balançoentredescargae recarga.A maiorpartedaágua subterrâneamove-selentamente,umprocessonaturalquefor- Figura 13.13 No ValeAntelope,Califórnia(EUA), o bombeamentointensivodaáguasubterrâneaocasionoufissurase depressõesde abatimento(semelhantesa dolinas)no leito do Lago Rogers,naBaseda ForçaAéreade Edwards.Estafissura, formadaemjaneirode 1991,tinhacercade 625 mde comprimento.[JamesW. Borchers/USGS) ... como um cone de depressão invertido, que levaa água salgadaaté o poço. Um poço que ini- cialmentebombeavaágua doce passa,agora, a bombear água salgada. CAPíTULO 13 • O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea 1327 Do bombeamento intensivo diminui a pressão da águadoce, permitindo que o limite com a águasalgadamigre em direção ao continente.( fi Normalmente,a pressãoda águadoce mantémo limiteentrea águadocee a salgada levementeemdireçãoa costaafora. - miteentrea águasubterrâneadocee a salgadaao go da linhade costaé determinadopelo balanço e a recargae a descargados aqüíferosde águadoce. _ ra 13.14 O balanço entre a recarga e a descarga mantém na mesma posição o limite -:::: a água salgada e a água doce. I Volume LEI DE DARCY de água........ h--~I/A(K x T~ I Secçãotransversal Distância percorrida pelo fluxo do fluxo Permeabilidade (condutividade hidráulica) Elevação B: Superfície freática = 415 m acimado níveldo mar Figura 13.15 A lei de Darcy descreve a taxa do fluxo da água subterrânea entre um ponto com elevação A e outro com elevaçâo B. O volume de água fluindo num certo tempo (O) é proporcional à altura vertical (h) entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo do declive (que é aqui representado como um desnível da superfície freática entre os dois pontos), dividida pela distância percorrida pelo fluxo (o gradiente hidráulico, ~ e por K, uma constante proporcional à permeabilidade do aqüífero. O símbolo A representa a área da secção transversal onde se dá o fluxo da água. Todososanos,milharesdepessoasvisitamcavernas,sejaem_ cursõesquevisamaatraçõespopulares,comoaCaverna~ moth,emKentucky(EUA), sejaemexploraçõesdeaventura cavernaspoucoconhecidas.Essesgrandesespaçossubterr~ sãoproduzidospeladissoluçãodecaleário,ou,raramente,de _ trasrochassolúveis,comoosevaporitos,pelaáguasubte~~ Imensasquantidadesdecalcárioforamdissolvidasparaforr:;:; algumascavernas.A CavernaMammoth,porexemplo,tem . zenasdequilômetrosdegrandesepequenascâmarasinterco tadaseograndesalãodaCavernadeCarlsbad,noNovoMé. (EUA), temmaisde1.200mdecomprimento,200mdelarg:= e 100mdealtura.As formaçõesdecalcáriosãocomunsna çãosupeliordacrosta,masascavernasformam-sesomente deessasrochasrelativamentesolúveisestãonasuperfícieou xirnasaela,emlocaisondequantidadessuficientesdeáguas- casemdióxidodecarbonooudeenxofreinfiltram-separa solverextensasáreasdecalcário. Comovimosno Capítulo7, o dióxidodecarbonoatm férico contidonaáguadachuvaacentuaa dissoluçãodo _ cário.A águaqueseinfiltranosolopodecaptaraindam '- dióxidodecarbonoproduzidopor raízesdevegetais,ba .. rias e outrosorganismosque vivemno solo. Quando - águarica emdióxidodecarbonoinfiltra-seno nívelfreári~ dazonanão-saturadaparaasaturada,originaespaçosàm - daquedissolveos mineraiscarbonáticos.Essesespaços mentamdevidoàdissoluçãodocalcárioaolongodasjunte ~ fraturas,formandoumarededesalõesepassagens.Taisre- formam-seintensivamentenazonasaturada,onde,pelo f; - longepoderiapreenchê-los,demodoqueasreservasestão- doreduzidas(verFigura13.2). Osesforçosparareduziradescargaexcessivatêmsido plementadospelatentativadeaumentarartificialmentea gadosaqüíferosdealgumasáreas.Em Long Island,em_- York (EUA), porexemplo,o órgãodeabastecimentode '.: perfurouumgrandesistemadepoçosderecargaparai.n~~ águadasuperfícieno aqüífero.Essespoçosbombearam_ usadaparao solo,tendosidopreviamentetratadaepurifi ,;; O órgãodeabastecimentodeáguatambémconstruiuc-- desbaciasrasassobreasáreasderecarganaturalparaa tara infiltraçãodaságuassuperficiais,pelacoletaedes"i escoamentosuperficial,incluindoadrenagempluvialeá§ utilizadaspelaindústria.Osfuncionáriospúblicosrespon- peloprogramasabiamqueo desenvolvimentourbanopo ~ minuirarecargaaointerferirnainfiltraçãodaáguasuperfi~ À medidaqueaurbanizaçãoprogride,osmateriaisimpe veisutilizadosparapavimentargrandesáreasderuas,cal> e estacionamentosimpedema infiltraçãodaáguanosolo.~ contrapartida,aáguadoescoamentosuperficialaumentae_ minuiçãodainfiltraçãonaturalparao solopodeplivaros . ferosdegrandepartedesuarecarga.Umasoluçãoé coleL utilizaro escoamentopluvialnumprogramasistemáticod~-= cargaartificial,comofoi feitopeloórgãodeabastecimentu águaemLongIsland.Os múltiplosesforçosdasautoridad= abastecimentodeáguaajudarama restabelecero aqüífe Long Island,emborasematingirosníveisoriginais. ~~ - I" bt AfOSaOpe a agua su erranea Ano 11Rural • Industrial Abastecimento público • Irrigação 1950195519601965197019751980198519901995 'ecursos hídricos z OS principais aqüíferos -;-100 'õ i (5a. Vl e ~ <li "'C Vl <li 'o == :.c; E ~ o ,,,, U" e .•..x UJ o GrandepartedaAméricadoNortecontacomáguasubterrânea paratodasasnecessidadesdapopulação.A demandaporrecur- sosdeáguasubterrâneatemcrescidocomo aumentodapopula- çãoecomaexpansãodosusos,comoparaa irrigação(Figura 13.16).MuitasáreasdaregiãodasPlaníciesCentraiseoutrasdo Meio-Oestesituam-seemformaçõesareníticas,a maiOliadas quaissãoaqüíferosconfinados,comoaquelemostradonaFigu- ra 13.10.Milharesdepoçostêmsidoperfuradosnessasforma- ções,namaioriadasquaisaáguaétransportadaporcentenasde quilômetros,constituindo-senumagrandefontedesserecurso. Os aqüíferossãorecarregadosemsuasáreasaflorantesnospla- naltosdo oeste,algunsdosquaismuitopróximosao sopédas MontanhasRochosas.A partirdelá,aáguasubterrâneadesloca- separaasaltitudesinferioresdoleste. A lei deDarcynosdiz que,numaqüífero,aáguaflui com taxasproporcionaisaodecliveentresuaáreaderecargae um dadopoço.Nasplaníciesdooeste,asdeclividadessãosuavese a águamove-selentamentepelosaqüíferos,recarregando-os emtaxasbaixas.Inicialmente,muitosdessespoçoseramarte- sianose aáguafluía livremente.À medidaquemaispoçosfo- ramperfurados,o níveldaáguacaiueelaprecisouserbombea- daparaa superfície.O bombeamentointensivoretiroua água de algunsaqüíferosmaisrápidoquea lentarecargavindade 328 Para Entendera Terra Figura 13.16 Extraçãode águasubterrãneanosEstadosUnidos de 1950a 1995. [Fonte:U. S.GeologicalSurvey] As velocidadescalculadaspelalei deDarcyforamconfir- madasexperimentalmenteaomedir-sequantotempoumpig- mentonão-prejudicialintroduzidonumpoçolevouparaalcan- çarumoutro.Na maioriadosaqüíferos,aáguasubterrâneamo- ve-senumataxadepoucoscentímetrospordia.Emcamadasde cascalhomuitopermeáveispróximasà superfície,a águasub- terrâneapodepercorreraté15cm/dia.(Essavelocidadeaindaé muitobaixaquandocomparadacomadosrios,cujofluxo tem umavelocidadetípicade20a50cm/s.) CAPíTULO 13•O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea 1329 Grandepartedaregiãosudoestesitua-sesobreo aqüífero Ogallala,representadono mapapelaáreaemazul.A principal regiãode recargado aqüíferoestálocalizadaao longodesua margemoeste.lU. s. GeologicalSurvey] Outros aqüíferos nas planícies setentrionais e outros lugaresda América do Norte estão numasituação similar. Emtrês importantes áreas dos Estados Unidos - no Ari- zona, nos planaltos e na Califórnia - o abastecimento de água subterrânea está reduzido. À medida que o uso da água aumenta, devemos adotar práticas de conservação sensatas. / r-·-._ I Wyoming , I I -.-.-.1 , Dakotar- _ '- do Sul) -- - -..•..... /'lI \, lowa ),, i Nebraska"-_ c. ---'-----l... _________ AqüíferoOgallala<::~ I"C Kansas j ~ ! .~ ~--- Texas -, I I ,- -·_c_ I / I I / I J 1·-·...;.. Novo México ~ / I I I I I I i Lubbock I • J I - - -_i Colorado 13.2 Quando a água subterrânea se tornará um recurso não-renovável? or maisde 100 anos, a águado aqüífero Ogallala, uma formaçâo de areia e cascalho,supriu grande parte das cidades, povoados e fazendas e granjasdo sudoeste dos ~tados Unidos (vermapa).A populaçâo da regiâoaumen- :ou de poucos milharesno final do século XIX para cerca ..1e 1 milhão nos dias atuais. O aqüífero Ogallala continua 2. suprir a águade irrigaçâo necessáriaparadesenvolvera agricultura,que é a atividade econômica principal da re- siâo, mas a pressâo da água nos poços tem diminuído constantementee a superfície freática sofreu um rebaixa- ;nentode 30 m ou mais. A recarganaturaldo aqüíferoOgallalanasplaníciesme- idionais é muitolenta,pois a chuvaé esparsa.o graude eva- 'Joraçâo é alto e a áreade recargaé pequena.O bombea- :nento,inicialmentepara a irrigação,tem sido tâo intenso cercade 6 bilhõesde metroscúbicos de águapor ano, de :.1mtotal de 170milpoços) quea recarganão pode serman- :ida. Nas taxasatuaisde recarga,se todo o bombeamento :osse interrompido,seriamnecessáriosmilharesde anospa- CIquea superfíciefreáticarecuperasseseu níveloriginale a 'Jressãodos poços fosse restaurada.Alguns cientistasfize- Clmtentativasde recarregaro aqüífero artificialmentepela - jeção de águaa partirde lagosrasosque seformamnaes- :ação úmidano planalto.Essesexperimentostêmaumenta- o a recarga,maso aqüífero ainda continuaráem situação e perigo por umlongo tempo. Estima-se que a água remanescenteno Ogallala seja :uficiente apenas para os primeiros anos do presente sé- culo. Quando esse inestimávelreservatóriode água sub- :errâneaestiverexaurido,cercade 20,6 mil km2de áreair- igada no oeste do Texase no leste do Novo México es- :arão secos - comprometendo, com isso, 12% da produ- ção norte-americana de algodão, milho, sorgo e trigo e masignificativaporção dos camposde engordados reba- hos de gado do país. ~ avernasestarempreenchidascomágua,a dissolução ~ emtodasassuperfícies,incluindoosassoalhos,aspa- -- e ostetos. ?odemosexplorarascavernasqueumavezestiveramabai- ~ uperfíciefreáticamasque,hoje,encontram-senazona -5aturadadevidoaorebaixamentodoníveldaáguasubter- - _ essascavernas,agorapreenchidaspeloar,aáguasatu- ~m carbonatodecálciopodegotejarnoteto.Quandoca- =xadeáguapingadoteto,partedeseudióxidodecarbono .yidoevapora,escapandoparaaatmosferadacaverna.A _ açãotornao carbonatode cálcio em soluçãona água subterrâneamenossolúvele cadagotadeáguaquecai deixa precipitadaumapequenaquantidadedecarbonatodecálciono teto.Essesdepósitosacumulam-se,exatamentecomocresce umpingentedegelo,numespigãoestreitoealongado,suspen- sono teto,chamadodeestalactite.Quandopartedaáguacai nochãodacaverna,maisdióxidodecarbonoescapaeoutrape- quenaquantidadedecarbonatodecálciofica ali precipitada, bemembaixodaestalactite.Essesdepósitostambémseacumu- lam,formandoumaestalagmite.Eventualmente,umaestalac- titeeumaestalagmitepodemcrescerjuntaseformarumacolu- na(Figura 13.17). 330I ParaEntender a Terra Figura 13.18 Umaenormedolinaformou-sepelo colapsoc= umacavernasubterrânearasa.Taiscolapsospodemocorrer -= repentinamentequecarrosmovendo-senumarodoviapodem-= soterrados.ParqueWinter,na Flórida(EUA). [LeifSkoogfors/ WoodfinCamp) 1.1 alidadedaágua A contaminaçãodaáguapotável Poluiçãocomchumbo O chumboéumpoluentebemco - cidoproduzidopelosprocessosindustriaisquelançamco minantesnaatmosfera.Quandoo vapord'águasecondena atmosfera,o chumboé incorporadonasgotasda chuva._ quaistransportam-noparaa superfícietelTestre.O chum rotineiramenteeliminadodaáguadosistemadeabastecime- públicopormeiodetratamentoquímico,antesqueelaseja tribuídapelarededeágua.Emcasasmaisantigascomcano chumbo,a águapodelixiviar esseelemento.Em Boston,:- exemplo,um assustadoríndicede41% das174amostras águadatorneiraobtidasnaprimeiravezqueforamabertas. .:.. manhã,tinhamníveisperigososdechumbo.Mesmonasco-•... truçõesmaisnovas,assoldasdechumboutilizadasparacon~- tarcanosdecobreemetaisusadosnastorneirassãofonte -- contaminação.A substituiçãodosvelhoscanosdechumbor A maioriadoshabitantesdoCanadáe dosEstadosUnido põemqueaáguadocedeseusistemadeabastecimentoseja:_ ra.Umapartecrescentedapopulação,entretanto,temreceio_ existênciadecontaminantesnaáguaeestácomprandoágua~ garrafadadefontesou instalandosistemasdepurificação suascasas.Quasetodoo sistemadeabastecimentodeáguE- AméricadoNorteé isentodecontaminaçãoporbactérias= maiorpartedeleé livreosuficientedecontarninantesquírni paraqueaáguasejaconsumidacomsegurança.Anteriorme-- discutimoso problemadaincursãodaáguadomaremaq- -- ros quefornecemáguaparaalgumascomunidadescostei;: resultandoemníveisinaceitáveisdesódionaágua.Um pr mamaiscomuméapoluiçãodosriose aqüíferosporresí tóxicosresultantesdedepósitosdelixo nasuperfície. Figura 13.17 TeatroChinês,na CavernaCarlsbad,no Novo México (EUA).As estalactitesdo teto e asestalagmitesdo assoalhouniram-separaformarumacoluna. [DavidMuench) EspéciesrarÍssimasde bactériasforam descobertasem taiscavernas.Alguns geólogosconsideramqueasCavernas Carlsbadforamformad'lsporbactériasqueproduzemácido sulfúrico. Em algunslugares,adissoluçãopodeadelgaçardetalmo- doo tetodeumacavernadecalcárioqueelecolapsarepentina- mente,produzindoumadolinal3- umadepressãopequenae íngremenasuperfície,acimadeformaçõescalcáriascaverno- sas(Figura 13.18).As dolinassãocaracterísticasdeumapai- sagemtípica,conhecidacomocarste(pronuncia-se[k'arste)), denominaçãodeumaregiãodonortedaantigaIugoslávia.14O relevocársticoéumterrenoacidentadoirregularcaracterizado por dolinas,cavernase ausênciaderios superficiais(Figura 13.19).No carste,os canaisdedrenagemsubterrâneasubsti- tuemo sistemadedrenagemsuperficialdepequenosegrandes rios.Oscursosd'águacurtoseescassosfreqüentementetermi- namemdolinas,sumindonosubterrâneo15e,àsvezes,reapare- cendoquilômetrosadiante.O relevocársticoé encontradoem regiõescomasseguintescaracterísticas: 1. umclimadechuvasintensas,comabundantevegetação(for- necendoáguasricasemdióxidodecarbono); 2. fOlmaçõescalcáriasintensamentefraturadas; 3. gradienteshidráulicosapreciáveis. Os terrenoscársticosfreqüentementetêmproblemasam- bientais,incluindosubsidênciasuperficialapartirdecolapsos noespaçosubterrâneoe desmoronamentospotencialmenteca- tastróficos.NasAméricasdoNorteeCentral,o relevocárstico éencontradoemterrenoscalcáriosdeIndiana,KentuckyeFló- ridaenaPenínsuladeYucatán,noMéxico.O carsteébemde- senvolvidoemcalcárioscoralíferos,queforamsoerguidosem telTenoscenozóicostardiosdearcosinsularesvulcanogênicos emclimatropical.16 ." As cavernasrasas,acima da superfíciefreática, estão preenchidascom ar. CAPíTULO 13 • O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea1331 Algumascavernaspodem estar inteiramentena zona saturada e ser preenchidascom água, dependendo da profundidade da superfície freática. - _:.Jra 13.19 Algumasdasprincipaisfeiçõesdo relevocársticosão ascavernas,asdolinase os riosquedesaparecem. - 5 deplásticoduráveispodereduzira contaminação.Até ;;;.smoo atodedeixaraáguacorrerporpoucosminutos,para ~ oscanos,podeajudar. 'duosradioativosNãoháumasoluçãofácilparao proble- :ticontaminaçãocomresíduosradioativos.Quandooresíduo ootivoé enterradono subsolo,elepodeserlixiviadopela -:-_ ubterrâneaeencontrarummododealcançaraqüíferosque ~ ~emágua.Os tanqueseosdepósitossubterrâneosdefábri- dearmasnuclearesemOakRidge,noTennessee(EUA), e Hanford,Washington(EUA), já tiveramvazamentoderesí- =radioativosemáguassubterrâneasrasas(verFigura22.1). rganismosnaáguasubterrâneaAprendemosnasúltimas sque,aocontráriodetodasasexpectativas,asbactériaspo- evivememenormesprofundidades(atéváriosmilharesde _ s)naságuassubterrâneas,constituindoumaimensabiomas- _~maioriadessasbactériasésustentadapornutrientesdematé- ~ânica soterradacomo sedimentooriginal,masosgeólogos ::obriram,recentemente,umabactériaqueretiraenergiadohi- ~nio dasrochas.O hidrogênioégeradopelasreaçõesquími- entrea águasubterrâneae asrochas,comoo basalto.Essas ~"Ões,alémdeserviremcomofontedeenergiaparaasbactérias, - uamoprocessodeintemperismonosubsolo. .-\5 fossassépticas,amplamenteutilizadasemalgumasáreas ~vidas deredesdecoletadeesgoto,sãotanquessubterrâ- = instaladosemprofundidadesrasas,nosquaisos resíduos ..:Cosdoesgotodomésticosãodecompostosporbactérias.Pa- 7""'veniracontaminaçãodaáguapotável,ostanquessépticos ::TIl serinstaladosa umadistânciaadequadadospoçosde ._ deaqüíferosrasos. Outros contaminantesquímicos Comoestamosvendo,as atividadeshumanaspodemcontaminara águasubterrânea (Figura 13.20).A disposiçãodesolventesclorados- comoo tricloroetileno(TCE),17muito utilizado como solventeem processosindustriais- trazumterrívelproblema.Essessol- ventespersistemno meioambienteporquesãodifíceisdeser removidosdaságuascontaminadas.Os tanquessubterrâneos dearmazenagemdegasolinapodemvazar.18 O salespalhado nasestradaseruasl9 inevitavelmenteinfiltra-senosoloatéal- cançar,por fim, umaqüífero.A águadachuvapodelavardo solo ospesticidas,herbicidasefertilizantesagrícolas.A par· tir do solo,elespercolamatéosaqüíferos.Em algumasárea agrícolasondeosfertilizantesdenitratosãointensamenteuti- lizados,aáguasubterrâneapodeconteraltasquantidadesde - se contaminante.Um estudorecentemostrouque21% das amostrasdepoçosrasos,queforneciamáguapotável,exce- diamaquantidademáximadenitrato(10ppm)permitidano EstadosUnidos.Essenívelelevadodenitratotrazo perigoda síndromedo "bebêazul" (ainabilidadedemanternívei au· dáveisdeoxigênio),queatingecriançascomatései meses deidade). Revertendoa contaminaçãoPodemosreverteracontamina- çãodaáguapotável?A respostaé, enfaticamente,sim,maso processoapresentacustoselevadíssimoseémuitolento.Quan· to maisrápidafor arecargadeumaqüífero,maisfácil seráo processodedescontaminação.Sea recargaé rápida,umavez quecessamasfontesdecontaminação,a águadocemove-se parao aqüíferoe,numcurtoperíododetempo,aqualidadeda águaérestaurada.2oMesmoumarápidarecuperação,entretan- to,podelevaralgunsanos. 3321 ParaEntender a Terra Tanqueenterradopara armazenamentodegasolina ouprodutosquímicosindustriai Poçopara abastecimento.. doméstico --Aqüífero (águasalgada) Figura 13.20 As atividadeshumanaspodemcontaminara águasubterrânea.Os contaminantesde fontessuperficiais,tais como aterrossanitários,e subsupernciais,comotanquessépticos,entramno aqüíferoatravésdo fluxonormalda águasubterrânea.Os contaminantespodemser introduzidosno abastecimentode águaduranteo bombeamentode poços. Os poços paradisposiçâodE resíduossâo destinadosa bombearcontaminantesemaqüíferossalinosprofundos,maspodemtervazamentosacidentaisnos aqüíferosde águadoce maissuperficiais.[Modificadoda Agênciade ProteçâoAmbientaldos EstadosUnidos) A contaminaçãodereservatórioscomrecargalentaé mais difícil deserrevertida.A taxadefluxodaáguasubterrâneapo- desertãolentaqueacontaminaçãoapartirdeumafontedistan- tepodelevarmuitotempoparaseridentificada.Quandoocorre a identificação,já é muitotardeparaumarecuperaçãorápida. Mesmocomrecargasparalimpeza,certosreservatóriosconta- minados,quesãoprofundose distamcentenasdequilômetros daáreaderecarga,podemnãoresponderpormuitasdécadas. Quandoasfontesdeáguado abastecimentopúblicoestão poluídas,podemosbombeara águae,então,tratá-Iaquimica- menteparatorná-Iapotável,masesseé umprocedimentode custoelevado.Alternativamente,podemostentartrataraágua enquantoelaaindaestánosubsolo.Numprocedimentoexperi- mentaldesucessomoderado,a águacontaminadafoi escoada paraumgrandetanquecheioderaspasdeferroquedesconta- minarama águapelasreaçõescomos contaminantes.Essas reaçõesproduziramumnovocomposto,atóxico,quesefixou por simesmonasraspasdeferro. Pode-se beber a água subterrânea? A águaquetemumsaboragradávelenãocausadanosàsaúde échamadadeáguapotáveLAs quantidadesdesubstânciasdis- solvidasnaáguapotávelsãomuitopequenas,geralmentemedi- dascomopesosempartespormilhão(ppm).As águassubter- râneaspotáveisedeboaqualidadecontêmtipicamentealgoem tornode 150ppmdesólidostotaisdissolvidos.Mesmoa mais puraáguanaturalcontémalgumasubstânciadissolvidaderiva- dado intemperismo.Somentea águadestiladacontémmenos de1ppmdesubstânciasdissolvidas. A grandequantidadede casosdecontaminaçãoda água subterrânealevouaoestabelecimentodepadrõesdequalida- deda água,a partirdeestudosmédicos.Essesestudos centraram-senosefeitosda ingestãodequantidadesm' deáguacontendováriasquantidadesdeelementosecomp<_ toscontaminantes.Por exemplo,aAgênciadeProteção_-- bientaldosEstadosUnidos21 estabeleceuquea concentr,- máximapermitidade arsênico,um venenocuja naturez.:. bemconhecida,éde0,05ppm. A águasubterrâneaéquasesempreisentadepartículas: lidasquandoverteparaumpoçoapartirdeaqüíferosem ouarenitos.Os tortuososcorredoresdosporosdarochaOl! _ areiaatuamcomoumfiltro fino,removendopequenaspartí_ Iasdeargilaedeoutrossólidose,mesmo,removendobacté- e vírusdegrandetamanho.Os aqüíferosemcalcáriospo ~ terporosgrandese,assim,nãopodemfiltrareficientemente=: água.Qualquercontaminaçãobacterianaencontradanof'u::2, deumpoçoé,quasesempre,introduzidaapartirdasuperfí~- sejapeloequipamentodebombeamento,sejapelaproxirni dadisposiçãosubterrâneadeesgotos,freqüentemente,quan:.. os tanquessépticosestãonasadjacênciasdaextraçãodaágc:.. Certaságuassubterrâneas,emborasaudáveisparabe _ têmum sabordesagradáveLAlgumastêmum saborruim=- "ferro"ousãolevementeazedas.A águasubterrânea,qUan:l passaatravésdocalcário,dissolveosmineraiscarbonáticos carregaÍons de cálcio, magnésioe bicarbonato,tornandc água"dura".A águadurapodeterumbomsabor,masnão~ pumafacilmentequandousadacomsabão.A águaquep - atravésdeflorestasalagadasousolospantanosospodeCOL:::: compostosorgânicosdissolvidosesulfetodehidrogênio. Comoessasdiferençasnosaborenaqualidaderesultam maáguapotávelsaudável?Algumasfontesdeáguacoma lhorqualidadeesaborparao abastecimentopúblicoprovêm....:: lagosereservatóriosartificiaisdesuperfície,muitosdosq CAPíTULO 13 •O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea1333 'Cl 13.21 Distribuiçãoda águanumasecçãotípicada crostacontinental.A maioF-parteda águaencontra-senasuperfícieou em ci sedimentaressoterradasemprofundidadesrasas.A porosidadee a quantidadede águageralmentediminuemcomo aumento ndidadee coma deformaçãoestruturalmaisintensa. A maior parte da águaencontra-se na superfícieou em rochassedi- mentaressoter- radasem pouca profundidade. A porosidade e a quantidade de águageralmente diminuemcom o aumentoda pro- fundidade e da intensidadeda deformaçãoestru- tural. dissolveratémesmoosmineraismuitoinsolúveisdasrochas pelasquaispercola.23Assim, essaságuasenriquecem-seem materiaisdissolvidosmaisquea dosaqüíferossuperficiais, tomando-seimprópriaspara o consumo.Por exemplo,as águassubterrâneasquepercoIamcamadasdesal,asquaisse dissolvemrapidamente,tendema contergrandesconcentra- çõesdecloretodesódio. Em profundidadesmaioresque12a 15km,naszonaspro- fundasdoembasamentoderochasígneasemetamórficas,que estásotopostoàsformaçõessedimentaressituadasnapartesu- periordacrosta,aporosidadeeapermeabilidadesãomuitobai- xas.Osúnicosespaçosporososdessasrochasdoembasamento estãodistribuídosaolongodepequenasfissurasebordasentre oscristais.Emborasejamsaturados,elescontêmmuitopouca água,porquesuaporosidadeé bembaixa(Figura 13.21).Em algumasdasregiõesmaisprofundasdacrosta,comoaolongo daszonasdesubducção,aságuasquentescontendodióxidode carbonodissolvidodesempenhamum papel importantenas reaçõesquímicasdometamorfismo.Essaságuasajudamadis- solveralgunsmineraise a precipitaroutros(verCapítulo9). Presume-seque mesmocertasrochasdo mantocontenham água,emboraemquantidadesmuitodiminutas. Embasamento ~ Rochascom porosidade ' extremamentebaixa; quantidadede ~águamuito baixa ).....J 'uanasprofundezasda crostay - - as rochasabaixoda superfíciefreáticasão saturadas água.Mesmo nos poçosde extraçãode petróleomais _-!lildos,perfuradosatéatingirem8 ou 9 km, sempreen- os águaemformaçõespermeáveis.Nessasprofundi- - -. aáguasemovetãodevagar- provavelmente,menosde :entímetropor ano- quedispõedebastantetempopara -- illnplesmentelocaisdecoletadaáguadachuva.Algumas _ - subterrâneastêmumsaborno limitedaagradabilidadee ~-entementesãoáguasquepassaramatravésderochaspou- _teradas.Já osarenitos,porexemplo,sãoconstituídospre- . antementepor quartzo,quecontribuipoucocomsubs- ::iasdissolvidas,e,assim,aságuasquepassamporelestêm = boragradável. Comovimos,a contaminaçãodaságuassubterrâneasem ---erosrelativamenterasoséumproblemaearecuperaçãoé -::i1.Mas, existemáguassubterrâneasmaisprofundas,que -criamserutilizadas? 3341 ParaEntendera Terra Figura 13.22 A circulaçãode águanaproximidadede um corpo magmáticoproduzgêiseresou fontesquentes. oA água meteóricaembebe o solo e percola as rochas permeáveis. As fontes quentes ocorrem onde a água subterrânea aquecidaédescarregadana superfície. A água numgêiser segue por uma rede irregular de poros e fraturas, as quais diminuem e complicam o fluxo da água. O vapor e a águaferventes são lançados à superfície sob pressão, resultandoem erupções intermitentes. nessesambientes,ondepodemcontribuirparaa formação:.:: crostasdecarbonatode cálcio.Enquantoaindaperman ~ abaixoda superfície,as águashidrotermais,quandoesfri tambémdepositampartedosminériosmetálicosmaisabuncE:.- tesdomundo,comoveremosnoCapítulo22. A maioriadaságuashidrotermaisdoscontinentesoc;:.- nou-sedaságuassuperficiaisquepercolaramatéregiõesre.:::.. profundasdacrosta(Figura 13.22).Essaságuassuperfi~ originam-se,inicialmente,deáguasmeteóricas- chuva,llE"= ououtrasformasdeáguaderivadasdaatmosfera(dogrego - téaran,"fenômenonocéu",quetambémoriginaapalavra tearalagia).As águasmeteóricaspodemserbemantigas.Já: determinado,porexemplo,quea águadeRot Springs,no_-~- kansas(EUA), derivoudaságuasdachuvae daneveque ramhámaisde4 mil anose lentamenteseinfiltraramno As águasdoaqüíferoOgallalapodemsermaisantigasaine = foraminfiltradashácercade10mil anos,duranteoúltimoÇl:- sódiodeglaciaçãocontinental,quandoo climaeramaisúlIli:.. nasGrandesPlanícies. A águaqueescapado magmatambémpodejuntar-e_ águashidrotermais.Em áreasdeatividadeígnea,aságuasITê- teóricasqueseinfiltramsãoaquecidasquandoencontram~ sasderochasquentes.As águasmeteóricasquentesmist~ se,então,coma águaprovenientedomagma.As águashi<t::- termaisretomamparaasuperfíciecomofontesquentesou~- seres.As fontesquentesfluemconstantemente;osgêiseres~ çamáguaquenteevaporintermitentemente. A teoriaqueexplicaaserupçõesintermitentesdosgêise:=: éumexemplodededuçãogeológica.Nãosepodeobservar-- retamenteo processo,pois a dinâmicado sistemade ág::... quentedosubsoloéinacessívelparaavisãoporocorrera =- tenasdemetrosdeprofundidade.Os gêiseressão,prova'-f'- mente,conectadosàsuperfícieporumsistemadefratura - - tuosasemuitoirregulares,receptáculosepassagens- em trastecomasfraturasmaisregularesediretamenteconect dasfontesquentes.A conexãoirregulardo gêiserseqüe partedaáguaemreceptáculos,demodoqueissoajudaaimp:: dir queaságuasdofundosemisturemcomasqueestão~ FontesquentesnaturaissãoencontradasnoParqueNacio- nal deYellowstone;emRot Springs,noArkansas(EUA); em Banff SulfurSprings,emAlberta(Canadá);emReykjavík,na Islândia;naNovaZelândiaeemmuitosoutroslugares.As fon- tesquentesexistemondeaságuashidrotermais- águasquen- tesdaszonasprofundasdacrosta- migramrapidamentepara cima,semperdermuitocalor,eemergemnasuperfície,àsve- zesemtemperaturadeebulição. As águashidrotermaisestãocarregadasdesubstânciasquí- micasdissolvidasdasrochasemaltastemperaturas.Enquantoa águapermanecequente,o mineraldissolvidoficaemsolução. Entretanto,quandoaságuashidrotermaisalcançamasuperfície eesfriamrapidamente,podemprecipitarváriosminerais,comoa opala(umaformadesílica)eacalcitaouaaragonita(formasde carbonatodecálcio).As crostasproduzidaspelocarbonatode cálcio,emalgumasfontesquentes,estruturam-separaformar travertino,24umarochaapreciadaporsuabelezaquandopolida. Surpreendentemente,microrganismosquepodemresistiratem- peraturasacimadopontodeebuliçãodaáguaforamdescobelios fiQuando a águase aproxima do magma,aquece-see fica menosdensa;assim,dá início a umsistemade circu- laçãoque afaz retomarpara a superfície. "1., CAPíTULO 13•O CicloHidrológicoeaÁguaSubterrânea1335 I Conceitos e termos-chave duzemfluxosartesianoseespontaneamentefluemempoçosar- tesianos.A leideDarcydescreveataxadofluxodaáguasubter- râneaemrelaçãoaodesníveldasuperfíciefreáticaeàpermeabi- lidadedoaqüífero. Quaisfatoresgovernamo usodosrecursosdeáguasubterrâ- nea? Com o crescimentopopulacional,a demandapor água subterrâneaaumentamuito,emparticularondeairrigaçãoéin- tensamenteusada.Muitosaqüíferos,comoaquelesdasplanícies doOestedaAméricadoNorte,têmtaxasderecargatãolentas queo bombeamentocontinuadoverificadonoúltimoséculore- duziuapressãodospoçosartesianos.Comoadescargadobom- beamentocontinuaaexcederarecarga,taisaqüíferosestãoen- doreduzidose,pormuitosanos,nãohaveráperspectivadereno- vação.A recargaartificialpodeajudararenovarcertosaqüíferos. masaconservaçãoénecessáriaparapreservartodososoutro.A contaminaçãodaáguasubterrâneaporesgotamentodoméstico. efluentesindustriaiseresíduosradioativosreduzapotabilidade decertaságuaselimitanossosrecursos. Que processosgeológicossãoafetadospelaáguasubterrâ- nea? A erosãopelaáguasubterrâneaemterrenosdecalcário úmidosproduzo relevodecarste,comcavernas,dolinaserios quedesaparecem.O aquecimentodaságuasmeteóricasqueper- colamemzonasprofundas,causadoporcorposmagmáticos, originaacirculaçãoqueconduzaságuashidrotermaisparaasu- perfíciecomogêiserese fontesquentes.A grandesprofundida- desdacrosta(atémaisde15km),asrochascontêmquantidades extremamentepequenasdeágua,porquesuasporosidadessão significativamentereduzidas.Essaextremareduçãodaporosi- daderesultadoimensopesodasrochassobrejacentes. • hidrologia(p.313) • infiltração(p.314) • leideDarcy(p.326) • nívelfreático(p.322) • nívelfreáticosuspenso (p.324) • penneabilidade(p.321) • poçoartesiano(p.322) • recarga(p.322) • relevocárstico(p.330) • reservatório(p.314) • rioefluente(p.322) • rioinfluente(p.322) • sombrapluvial(p.317) • superfíciefreática(p.321) • umidaderelativa(p.317) • zonanão-saturada(p.321) • zonasaturada(p.321) • escoamentosuperficial (p.315) • estalactite(p.329) • estalagmite(p.329) • gradientehidráulico(p.326) • águahidrotennal(p.334) • águameteórica(p.334) • águapotável(p.332) • águasubterrânea(p.314) • aqüiclude(p.322) • aqüífero(p.320) • aqüíferoconfinado(p.322) • aqüíferonão-confinado (p.322) • aqüíferoartesiano(p.322) • ciclohidrológico(p.314) • descarga(p.322) • dolina(p.330) :opoeentãoesfriem.As águasdofundosãoaquecidaspelo tocomarochaquente.Quandoelasalcançamopontode ';:0, o vaporinicia aascensãoe aqueceaságuasmaisrasas, -entando apressãoedisparandoumaerupção.Depoisquea --ãoéaliviada,o gêisertoma-seinativo,enquantoasfratu- ~~Dtaeirregularmentesãopreenchidascomágua. ~ 1997,geólogosnoticiaramosresultadosdeumanova 'eaparaentenderosgêiseres.Eles introduziramumami- a decâmaradevídeoacercade7 mabaixodasuperfí- -ieumgêiseredescobriramqueo dutodesteeraestreitado _ eleponto.Mais abaixo,o dutoabria-separaumaenorme a contendoumaturbulentamisturaemebuliçãodeva- - águaedealgoquepareciamserbolhasdedióxidodecar- . Essasobservaçõesdiretasconfirmaram,deformaim- -sionante,ateoriapreviamenteformuladadecomoosgêi- _- funcionam. JS geólogostêmsevoltadoparaaságuashidrotermaisem defontesdeenergialimpa.O nortedaCalifórnia,aIslân- aItáliaeaNovaZelândiajá vêmutilizandoo vaporprodu- pelaatividadehidrotermalemfontesquentese gêiseres _ movimentarturbinasgeradorasdeeletricidade.As águas - termaispoderão,embreve,serextensivamenteutilizadas _ produzirenergia,comoseráabordadonoCapítulo22. ~bora aságuashidrotermaissejamimportantesparaage- - deenergiae depósitosdeminérios,elasnãocontribuem ~ o abastecimentodeáguasuperficial,principalmentepor ~remmaterialdissolvidoemdemasia. UMO oaáguasemovenasuperfícieenosubsolodaTerradu- o cicIohidrológico? O movimentodaáguamantémum ::smteequillbrioentreosprincipaisreservatóriosdeáguapró- - - àsuperfíciedaTerra.Entreessesreservatórios,pode-seci- _- oceanos,os lagoseosrios;asgeleiraseo gelopolar;e a _-" subterrânea.A evaporaçãodosoceanos,aevapotranspira- - doscontinentese a sublimaçãodasgeleirastransferema _....-:.paraaatmosfera.A precipitaçãocomochuvaeneveretor- -'-águadaatmosferaparao oceanoe paraa superfícieconti- . O escoamentosuperficialdosrios retomaumaparteda =:::pitaçãosobreoscontinentesdevoltaparao oceano.O res- ~ infiltra-senosoloparatomar-seáguasubterrânea.Diferen- :limasproduzemvariaçõeslocaisnoequilíbrioentreevapo- - .precipitação,escoamentosuperficiale infiltração. o a águasemovenosubsolo?A águasubterrâneaforma- _ :t><U1irdainfiltraçãodaáguadachuvanasuperfícieepercola _ ésdosespaçosporososdosolo,dosedimentooudarocha - -~rvemcomoaqüífero.A águamove-seatravésdazonasu- não-saturadaedonívelfreáticonazonasaturada.A água :anâneamove-sedecliveabaixosoba influênciadagravida- ?lr fimemergindocomonascente,ondeasuperfíciefreática ~ptaasuperfíciedosolo.Emlongoprazo,arecargaeades- .=;_ daáguadeumaqüíferoestãoemequilíbriodinâmico.A -c=- ubterrâneapodefluir em aqüíferosnão-confinados,os -=::;sãocontíguosà superfície,ou emaqüíferosconfinados, - sãolimitadosporaqüicludes.Osaqüíferosconfinadospro- 5. Comoos aqüicludespodemformarumaqüíferoconfinado? Questõesparapensar Inundação No Senadoe naCâmaradeRepresentantes25dosEstadosUnido=-:: cém-formadosdecursosuniversitáriostrabalhamcomoassessores~ gislativos.Seutrabalhoprincipalé fazerresenhas,parasenadores deputados,dematériasdaimprensaqueumaautoridadepública = saberparavotarinformada. Vocêe um colegasãoassistenteslegislativosdeum senado:;- Dakotado Sul. Ele foi procuradopeloseleitoresdacidadedePi~ situadanamargemlestedoRio Missouri,quecorreparao sul,e __ santedaBarragemOahe.Os habitantesdePierretêmsofridoprOC- massistemáticoscomasinundaçõesdeinverno.O CorpodeE-_ nheirosdoExércitodiz queasinundaçõesocorremporqueoRio ~ queatravessaumaáreacomgrandeconcentraçãodefazendasa~ Iasedepecuária,equedeságuanoRio Missouri,recolhegrande tidadedesedimentose deposita-osnaconfluênciadosdoisrios. nandoessaáreamuitorasa.No inverno,blocosespessosdegelo vem-selentamentenoRio Missouri,ea águalíquidasópodefluir vésdeumaestreitazonahorizontal(paralelaaofundodocanal)= ossedimentosacumuladose o geloespesso.Quandoaáguaé lan. doaltodabarragemparagerareletricidade,ficaretidanaestreita=- sageme inundaa cidadedePierre.A únicasugestãodosengenheb paraprevenirainundaçãoé construirdiquesaolongodasmargeilS Missouri.O senadorquersaber: 1. Os sedimentosdo Rio Bad sãorealmentea causado probl= Justifiquesuaresposta. 2. O quepodeserfeitoparareduzira sedimentação? 3. A construçãodediquesseriaumasoluçãodelongoprazop= problema?Justifique. 4. Seriaa simplesdragagemdesedimentosacumulados,aprofun- doo canaldoRio Missouri,umasoluçãodelongoprazo? 5. Queoutrassoluçõesexistemalémdadragagemedaconstrução::... diquesmarginais? 6. Se os engenheirosdo Exércitotêm sido hábeisparacontrol2::" inundaçãoaolongodoRio Mississipi,issonãosignificaquepode;" darcontadesseproblemaemDakotadoSul? O senadorqueressasquestõesresolvidasnumdocumentoco so deduasa trêspáginas.Paraprepararasrespostasparao sen~ suaequipeprecisariainvestigara naturezae a qualidadedotrablLJ. empreendidopelosengenheirosdo Exército e entendera nat= geológicadoproblemapróximoa Pierre. Roteirodepesquisa: investiguecomseuscolegas sarocha,dissequetemabertopoçoscommuitaágua.Quearg tospoderiamserutilizadosparaqueumconvencesseo outro? 9. Qualpoderiaseradiferençaquantitativaentreo ciclohi~ lógicoatuale o ciclo hidrológicode 19mil anosatrás,nomáxiIDíl_ glaciação,quandoumagrandepartedoscontinentesesteveco degelo? 10. Vocêestáexplorandoumacavernae observaumpequeno _ deáguafluindono assoalhodamesma.De ondea águapoderia vindo? Esteíconeindicaqueháumaanimaçãodisponívelnosítioele- trônicoquepodeajudá-Ionaresposta. Esteíconeindicaqueháumaanimaçãodisponívelnosítioele- trônicoquepodeajudá-Ionaresposta. CONECTARWEB 2. Sevocêvivessepróximoaolitoraloceânicoe começassea obser- varqueaáguadeseupoçoadquiriuumsaborlevementesalgado,co- moexplicariaessamudançanaqualidadedaágua? 3. Por quevocênãorecomendaaocupaçãoea urbanizaçãointensiva naáreaderecargadeumaqüíferoqueabastecesuacomunidade? 4. Sefossedescobertoqueresíduosradioativosinfiltraram-senaágua subterrâneaapartirdeumafábricadeprocessamentonuclear,deque tipo deinformaçãovocêprecisariaparapredizerquantotemposeria necessárioparaquea radioatividadese manifestassenumpoço de águaa 10km dedistânciadolocaldoacidente? 5. Queprocessosgeológicospoderiamestarocorrendosoba superfí- ciedoParqueNacionaldeYellowstone(EUA), conhecidopelagrande quantidadedefontesquentese gêiseres? 1. SeaTerraseaquecesse,causandoumgrandeaumentodaeva- poraçãodosoceanos,comoo ciclohidrológicoatualseriaalterado? 7. Por quecadavezmaisascomunidadesdeclimasfriosrestringemo usodesalparaderreteraneveeo gelonasauto-estradas? ~~ 8. A suacasanovaestáconstruídasobreumsoloquecobreum embasamentogranítico.Emboravocêpensequea prospecçãopara perfurarum poço tenhapoucaprobabilidadede sucesso,devidoao embasamentogranítico,o perfuradordepoços,familiarizadocomes- 3. O queé umaqüífero? 4. Qual a diferençaentreaszonassaturadae não-saturadade água subterrânea? 6. Por queascomunidadesdeveriamseassegurardequeos tanques sépticossãomantidosemboascondiçõesdefuncionamento? 3361 ParaEntenderaTerra 6. Comoo equilíbrioentrea recargae a descargatornaestável o nívelfreático? 7. Como a lei deDarcyrelacionao movimentodaáguasubterrânea comapermeabilidade? 8. Comoadissoluçãodocaleárioserelacionacomo relevodecarste? 9. Quaissãoasorigensdaáguaemfontesquentes? 10.Citealgunsdoscontaminantesmaiscomunsdaáguasubterrânea. 11. Definanívelfreático. CONECTARWEB 1. Quaissãoosprincipaisreservatóriosdeáguanasuperfícieterrestre oupróximosa ela? 2. Comoasmontanhasformamsombrasdechuva? I Exercícios CAPíTULO 13 •O Ciclo Hidrológico e a Água Subterrânea 1337 Sugestõesde leitura Dolan, R., and Goodell,H. G. 1986.Sinking cities.American _;ntist,74:38-47. Dunne,T, andLeopold,L. B. 1978.Waterin environmentalplan- 5.SanFrancisco:W. H. Freeman. Frederick,K. D. 1986.ScarceWaterand InstitutionalChange. :!Si:rington,D. C.:Resourcesfor theFuture. Freeze,R. A., andCherry,J. A. 1979.Groundwater.Englewood -ª,N. J.: PrenticeHall. Heath,R. C. 1983.Basic GroundwaterHydrology.U. S. Geologi- -urvey,Water-SupplyPaper,2.220. Jennings,J. N. 1983.Karstlandforms.AmericanScientist,71:578- :"-eopold,L. B. 1977.Water,Rivers,andCreeks.Sausalito,CaliL , -ersityScienceBooks. _-ationalResearchCouncil.1993.Solid-EarthSciencesandSoci- Washington,D. c.: NationalAcademyPress. C S. GeologicalSurvey.1990.HydrologyEventsandWaterSup- ~d Use.NationalWaterSummary,1987.U. S.GeologicalSurvey, =-r-SupplyPaper,2.350. gestõesde leituraemportuguês Ílirata,R. 2000.Recursoshídricos.ln: Teixeira,W.,Toledo,M. C. ~, Fairchild,T R. e Taioli, F. (orgs.)2000.Decifrandoa Terra. - Paulo:OficinadeTextos.p.421-444. :sarmann,L 2000.Ciclo daágua,águasubterrâneaesuaaçãogeo- ~:a. ln: Teixeira,W.,Toledo,M. C. M. de,Fairchild,T R., eTaioli, - "Ygs.) 2000.Decifrandoa Terra.SãoPaulo:Oficina deTextos.p. ~-:38. Suguio,K. 1998.Dicionáriodegeologiasedimentareáreasafins. 2eJaneiro:BertrandBrasil. Setti,A. A. 1994.A necessidadedo usosustentáveldos recursos ~cos.Brasília:IBAMA. -ilva, D. D. ePruski,F. F. (eds.).2000.Gestãoderecursoshídri- aspectoslegais,econômicos,administrativosesociais.Brasília: aaria deRecursosHídricos;Viçosa:UniversidadeFederaldeVi- - PortoAlegre:ABRH. Garcez,L. N. eAlvarez,G. A. 1988.Hidrologia.SãoPaulo:Edgar _-:ter. Pinto,N. L. S., Holtz,A. C. T; Martins,J. A. e Gomide,F. L. S. -5_ Hidrologia.SãoPaulo:EdgarBlücher. Christofolleti,A. 1974.Geomorfologia.São Paulo: EdgarBlü- . Edusp. Cbristofolleti,A. 1981.Geomorfologiafluvial.SãoPaulo:Edgar ~::er;Edusp. hbouças, A. c.,Braga,B. eTundisi,J. G. 1999.Águasdocesno :l: capitalecológico,usoeconservação.SãoPaulo:Escrita. ~IanoelFilho, 1.e Feitosa,F. M. C. 1997.Hidrogeologia:concei- i! aplicações.Fortaleza:CPRM; Recife:LABHID. Tucci,E. M. 1997.Hidrologia:ciênciaeaplicações.PortoAlegre: =:'rRGS /ABRH. -uguio,K. eBigarella,1.J. 1979.Ambientefluvial.Curitiba:UFPR. _Ienegat,R., Brito,E., Lima,C. B. daS., Fuentefria,1.G. eMar- E daC. 1998.Atividadesimpactantesdosistemaurbano.ln: Me- negat,R., Porto,M. L., Carraro,C. C. eFemandes,L. A. D. (coords.). 1998.Atlas ambientaldePortoAlegre.PortoAlegre:EditoradaUni- versidadeUFRGS. I Notasdetradução IoSaltodeIAngelsitua-senoMaciçodasGuianasque,na\ enezue- Ia,temo nomedeLa GranSábana.É formadopormesasderochas sedimentares,cujasescarpas,aosul,constituem-seemumafrontei- ranaturalcomo Brasil.Na regiãodeRoraima,atingeasmaioresal- titudes,com2.771metros. 2Em inglês,runoJ!.A expressão"escoamentosuperficial"é também conhecidanaliteraturatécnicabrasileiraporoutrostermos,como: lençoldeescoamentosuperficial,filetederolamento,águaderola- mento,águadeescoamentosuperficialefluxolaminar,entreoutros. 3A águaqueresultadeprecipitação,comochuva,neve,granizo,etc.. éreferida,também,comoáguameteórica. 4 Os dessalinizadoressãousadosemmuitospovoadosdosemi-árido doNordeste,paratrataraáguasalobraprovenientedepoços. 5 Estefenômeno,denominadodechuvaorográfica,ocorrecommui- tafreqüêncianasregiõessemi-áridasdoNordestedoBrasil,ondeos relevosresiduais,mesmocompoucadiferençadealtitudeemrela- çãoaosplanaltosadjacentes,atuamcomobarreiras,gerandoregiões declima subúmidoe atéúmido,comflorestasestacionaisnasen- costasenostoposdaselevações,emmeioàcaatingaadjacente.É o casodasSerrasdelbiapabae deJacobina,daChapadaDiamantina e outras,onde,graçasaesseprocesso,originam-seasnascentesdos poucosriosperenesdaregião. 6O La Platanãoéumrio,masumestuáriocomumdosriosParaguai- Paranáe Uruguai,alémde outrosmenores,ondesãoacolhidasas águasdeumaáreacomcercade4milhõesdekm2, naqualsesituam ecorregiõesimportantescomoo Chacoe grandepartedoPantanal, doPlanaltoMeridionalBrasileiroe doPampa. 7As áreasúmidassãofundamentais,também,paraa procriaçãode répteis,mamíferos,peixese anfíbios,comoocorrenoPantanaleno Chacoúmido. S A "superfíciefreática"tambémé conhecidana literaturatécnica brasileiracomo:"superfíciede águasubterrânea","nívelde água subterrânea"(abreviadacomoNA) e "nívelfreático". 9Em bibliografiastécnicasmaisantigas,pode-seeventualmenteen- contrar,entre outras, as seguintesdesignaçõesequivalentesa "aqüífero":"lençol aqüífero","lençol d'águasubterrâneo"."len- çol freático". 10Reserva-seo termo"aqüiclude"paraasunidadesquetêmbaixa a- pacidadedetransmitirágua,emborapossamestarsaturadas:"aqüi- fuga",paraasunidadesquenãotêmconectividadeentreosporose não absorvemnemtransmitemágua;e "aqüitarde"paradesignar unidadesque,numdadocontexto,têmbaixaproduçãodeáguarela- tivamenteaoutras,chamadasde"aqüíferas". 11Na literaturamaisantiga,esseeventoeradesignadopor" ontarni- naçãodo poçopor águasalgada".Mais recentemente."em sendo empregadaaexpressão"intrusãosalina"paraessefenômeno. 12 DarcyestudounaEcole desPontsetChausséesC'pontese calça- das"), tendorecebidoseudiplomade engenheiroem 1826.Em 1834,publicouo relatórioComoproveros recursoshídricosparaa cidadedeDijon. 3381 ParaEntenderaTerra 13As dolinas,conhecidastambémcomocraterasdeabatimento,po- demvariardesdealgumasdezenasdecentímetrosatéquasemil me- trosdediâmetroe desdealgumasdezenasdecentímetrosatépróxi- moa cemmetrosdeprofundidade. 14A regiãodeterrenoscalcáriose dolomíticosdosAlpes Dináricos, queacompanhaa faixalitorâneadoMar Adriático,outroraperten- centeàantigaIugoslávia,fazparte,hoje,daEslovênia,CroáciaeIu- goslávia.As designaçõesdasfeiçõesgeomorfológicasdessesterre- nosderivamdessaregiãoe,comumente,nãotêmsidotraduzidasem portuguêse, também,emoutraslínguas,comoa palavra"carste", formaaportuguesadado vocábuloalemãokarst,que,por suavez, derivadadenominaçãolocaldadaàpaisagemdaquelaregião.Na li- teraturabrasileiramaisantiga,eventualmente,encontra-senaforma "karst",comoégrafadaeminglês. 15 O rio queperdesuaáguanarochacalcáriaéchamadode"rio sumi- do" e o cursoqueprosseguesoba superfícieé denominadode"rio subterrâneo". 16No Brasil,aproximadamente7%doterritórioéconstituídoporrele- vocárstico,compredomíniodecalcárioedolomito,sendomaissig- nificativasasseguintesregiõesdeexposição:a)doGrupoBambuí (Neoproterozóico),nonoroestedeMinasGerais,lestedeGoiás,su- destedoTocantinseoestedaBahia;b) doGrupoUna(Neoprotero- zóico), naporçãocentralda Bahia.A cavernamaisextensa,com cercade 80 krn, localiza-seemCampoFormoso(BA). Também ocorremterrenoscársticosnosestadosdeSãoPaulo,Paraná,Mato GrossoeMato GrossodoSul.Nesteestado,situam-seassingulares cavernasepaisagensdomunicípiodeBonito. 17 O TCE, comfórmulaquímicaC2HC13,tambéméusadonalavagem deroupasaseco. 18 O tempoútil deumtanquedecombustívelsubterrâneoé de 10a 15 anos.Depoisdisso,a probabilidadedeocorrervazamentopassaa sermuitogrande. 19Práticacomumnospaísesemqueháfortesnevadas.O salentraem soluçãonaáguadaneve,aumentandoseupontodecongelamento. Assim, a águaajudaa derretermaisnevedo caminho,atéelirrr:::;.. Ia, diminuindoosriscosdeacidentes. 20 A visãodosautoresapresenta-seotimista,oumesmoesperan> Contudo,adescontaminaçãodesoloseáguassubterrâneaséum:.. grandesdesafiostécnico-científicos.Muitos contaminantes, oshidrocarbonetos,têmdesdobramentospoucoconhecidos.H2: casonotório,emboraocorridonasuperfície:o derramede41 lhões de litros petróleopelo navioExxon Valdez,no Alasca.._ 1989.Passados14anosdo acidente,a revistaScience(deze . 2003)publicouosresultadosdo investimentoparaadesconta.nE;:;;.. ção(emtornode2bilhõesdedólares)feitonesseperíodo,des do que:a)aspopulaçõesdeanimaisperderamsuafertilidadee-- dãosinaisderecuperação;b) oshidrocarbonetossedecompu~" emnovose maisterríveiscontaminantes,sendoessadecompo.:>- poucoconhecida.Na subsuperfície,osproblemastendema se plexificaraindamais. 21 Em inglês,EnvironmentalProtectionAgency. 22 A maioriadoscalcáriosqueexistemnoBrasil foi metamorfizad:.::: portanto,apresentaporosidadeepermeabilidadebaixas.Os aqi!!:;= rosnessasrochaslocalizam-se,basicamente,emcavernassubo neasouemzonasfraturadase,portanto,comtendênciaa terem altoo riscodecontaminação. 23Isso podeocorrerem aqüíferosde rochasfraturadas,emre~'- compoucachuvae baixarecarga.As águaspermanecemisol - nasfraturase emcontatoprolongadocomarochaeo solo,enri_ - cendo-seemsaisatéumpontoemquesetomamimprópriasp= consumohumano.É o casodemuitasáreasnoNordestedoBras:.. 24 EssarochaéutilizadaemedificaçõesnaItália.Tambémreferi<E- literaturacomotufocalcárioousíntercalcário. 25 A CâmaradeRepresentantes(Houseof Representatives)equi_ - no sistemaparlamentardosEstadosUnidos,à CâmaradeDep dos,noBrasil.