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FORMIGAS CORTADEIRAS Professor: Luis Gustavo Amorim Pessoa UFMS - CPCS Formigas Cortadeiras Insetos sociais que cultivam fungo (Gonylophora pholiota) Vivem em castas É um dos mais importantes grupos de insetos-praga: Uma árvore de Eucalyptus morre ao ter cortadas as suas folhas 3 vezes seguidas. Um formigueiro necessita, por ano, de 1 tonelada de folhas de Eucalyptus viva, na área. Com 12 formigueiros adultos por ha, não se encontra uma única árvore de Eucalyptus viva, na área. Uma infestação de 200 formigueiros/ha (formiga quenquém) resulta em 30% de perdas dos cepos (brotação). Formigas Cortadeiras Uma operária carregadeira isolada suporta até 13 vezes seu peso (10 mg), totalizando 130 mg de material. Faz até 13 jornadas de carregamento em 10 horas diárias de trabalho a uma velocidade de 0,9 a 1,1 m/minuto, totalizando 1.690 mg e vive cerca de 120 dias. Caso ela trabalhe todos os dias de sua vida, carregará 202,8 g de folhas, que representará cerca de 2,25% do peso total das folhas de um E. grandis com 4 anos (9,0 kg). Formigas Cortadeiras Arvores de E. saligna com 100% de desfolhamento deixaram de produzir 40,4% de madeira durante o ano seguinte ao desfolhamento e árvores com 50% de desfolha deixaram de produzir 13,2% de madeira em relação àquelas não desfolhadas. Árvores de E. grandis desfolhadas aos 6 meses de idade tem 99% de chance de morrer enquanto o crescimento em altura e diâmetro é reduzido em 31,7% e 25,1%, respectivamente. Para cada 2,8m2 de sauveiro, ocorre perda anual de 0,87% no volume de madeira produzida num plantio de eucalipto. Formigas Cortadeiras Em plantios de pinus, o ataque de formigas cortadeiras pode reduzir o crescimento em altura em 12% e em diâmetro em 17,4% além de promover mortalidade em torno de 11%. A presença de 5 formigueiros em plantios de Pinus spp. Promove redução de 14% no volume de madeira produzida. Densidades acima de 30 formigueiros/ha em plantios com menos de 10 anos podem reduzir em mais de 50% a produção de madeira. Formigas cortadeiras representam mais de 75% dos custos e do tempo gasto no controle de pragas florestais. Formigas Cortadeiras Classificação zoológica: Ordem Hymenoptera Família Formicidae Subfamília Myrmicinae Gêneros de maior importância: Atta (saúvas) Acromyrmex (quenquéns) Formigas Cortadeiras Formigas cortadeiras no Brasil: 20 espécies e 9 subespécies de Acromyrmex 10 espécies e 3 subespécies de Atta Espécies importantes sob o ponto de vista econômico: 9 espécies de Acromyrmex 6 espécies de Atta Formigas Cortadeiras Reconhecimento dos principais Gêneros: Acromyrmex spp. Operária com 4 ou 5 pares de espinhos no dorso do tórax Soldados menores (8 a 10mm) Ninhos pequenos (1 ou 2 câmaras) Ninho sem monte de terra solta aparente Atta spp. Operária com 3 pares de espinhos no dorso do tórax Soldados maiores (12 a 15mm) Ninhos grandes (muitas câmaras) Ninho com monte de terra solta aparente Formigas Cortadeiras Considerando a preferência por dicotiledôneas e monocotiledôneas, as principais espécies de Atta de importância florestal são: Formigas Cortadeiras Atta laevigata (saúva cabeça-de-vidro) Formigas Cortadeiras Atta sexdens rubropilosa (saúva limão) Formigas Cortadeiras Considerando a preferência por dicotiledôneas e monocotiledôneas, as principais espécies de Acromyrmex de importância florestal são: Acromyrmex subterraneus subterraneus Acromyrmex subterraneus brunneus Acromyrmex subterraneus molestans Formigas Cortadeiras Formigas Cortadeiras Estrutura física de um formigueiro: Composto por várias câmaras (panelas) De fungo De lixo Vazias De terra Olheiros Canais (túneis) Carreiros Pode chegar a 200m2 e ter entre 3 e 8 milhões de indivíduos. Formigas Cortadeiras Organização de um formigueiro Os diferentes indivíduos que compõem um formigueiro encontram-se agrupados em castas (divisões morfofisiológicas) Formigas Cortadeiras Formigas Cortadeiras Fatores que determinam a formação das castas: Nutrição larval Inverno rigoroso – temperatura, umidade e fotoperíodo Inibição da própria casta Tamanho dos ovos Idade da rainha Formigas Cortadeiras Aspectos biológicos das formigas cortadeiras: Desenvolvimento por holometabolia Ovos fertilizados originam fêmeas e não fertilizados machos Duração da fase de ovo: 2 a 3 semanas Larvas são brancas, ápodas, corpo alongado e recurvado: passam por 4 ínstares Pupa é branca no início e vai se tornando escura: 10 dias Formigas Cortadeiras Formação e desenvolvimento do formigueiro: Formigas Cortadeiras Métodos de controle: Mecânico Escavar o formigueiro e matar a rainha Usar barreiras: cones invertidos tiras plásticas cobertas com graxa ou vaselina, tiras de papel alumínio ou de plástico metalizado Cultural Aração e gradagem Culturas armadilhas: gergelim, capim braquiarão, mamona, batata doce – alimento alternativo ou cultura armadilha Formigas Cortadeiras Métodos de controle: Biológico Uso dos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae – controle biológico aplicado Preservação da fauna nativa através do sub-bosque – controle biológico natural pássaros, sapos, rãs, lagartos e lagartixas – controle nas revoadas besouro Canthon virens moscas da familia Phoridae Formigas Cortadeiras Métodos de controle: Biológico Estudos mostram que a infestação de sauveiros em áreas sem sub-bosque é 18 vezes maior do que em áreas com sub-bosque denso. Quando se permitiu o desenvolvimento do sub-bosque numa área onde ele não existia verificou-se uma redução de 11,5 vezes no número de instalações de novas colônias. Numa área sem sub-bosque constatou-se um aumento de 8,2 vezes na quantidade e 14,2 vezes no tamanho das colônias durante um período de nove meses, enquanto que noutra área com sub-bosque o aumento foi de 1,7 vez na quantidade e 2,8 vezes no tamanho das colônias, mostrando que o sub-bosque reduz a instalação e o crescimento dos formigueiros e ainda contribui para a redução das populações desse inseto em reflorestamentos. Formigas Cortadeiras Métodos de controle: Químico Isca granulada – ia + atrativo (casca de laranja) utilizadas apenas em períodos secos não aplicar diretamente no olheiro ou no carreiro dose de isca calculada em função do tamanho (aproximado) do formigueiro Método da área total Método da área estratificada Formigas Cortadeiras Métodos de controle: Químico Isca granulada – ia + atrativo (casca de laranja) iscas distribuídas sobre o formigueiro (combate localizado) ou na área de plantio (combate sistemático) pode ser distribuída com dosadores manuais ou costais/mecânicos Formigas Cortadeiras Métodos de controle: Químico Termonebulização ia + veículo (querosene ou diesel) que são nebulizados (viram fumaça) e aplicados dentro dos olheiros. Não tem problema com umidade alta recomendado para formigueiros grandes mata o formigueiro em poucas horas pois o mesmo é saturado com o inseticida Formigas Cortadeiras Métodos de controle: Químico Pó Seco aplicação do inseticida dentro dos olheiros evitar sua aplicação em solo molhado utiliza polvilhadeira quantidade de produto calculada da mesma forma para a isca demanda muita mão de obra Formigas Cortadeiras Métodos de controle: Etapas do controle químico Controle inicial: 30 a 60 dias antes da limpeza da área – iscas ou termonebulização Repasse: revisão do controle inicial. Realizado 30 a 60 dias antes do plantio – iscas, termonebulização ou pó seco Ronda: vistorias periódicas após o plantio – pó seco