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Enfermagem
Cirœrgica
Enfermagem
Cirœrgica
senac
Este livro de Enfermagem Cirúrgica faz
parte de uma série de materiais produzidos
pelo SENAC com o objetivo de apoiar o
trabalho de professores e de alunos de cursos
da área de saúde, especialmente os que
estão-se preparando para o desempenho da
função de auxiliar de enfermagem. Ele serve
também ao técnico em enfermagem,
supondo, nesse caso, uma abordagem mais
aprofundada dos conteúdos.
APRESENTA˙ˆOSENAC/Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Conselho Nacional
Antônio de Oliveira Santos
Presidente
Departamento Nacional
Roberto Régnier
Diretor-Geral
Editoração
Marília Pessoa
Centro de Produção de Material Impresso/DMM
Projeto Gráfico e Capa
Anibal Guebel
Fotografia de Capa
Agência Keystone
Ilustrações
Marcos Pinho Paes Leme
Anibal Guebel
Revisão
Maria Elisa Sankuevitz
Referência bibliográfica conforme as normas adotadas pelo Sistema de Informações Bibliográficas do Senac.
©SENAC/Departamento Nacional 1996
Rua Dona Mariana 48 - Botafogo
Rio de Janeiro RJ CEP 22280-020
Editores Responsáveis
Maria Helena Barreto Gonçalves
Centro Técnico Pedagógico/DFP
Sonia Kritz
Coordenadoria de Tecnologia Educacional/DFP
Elaboração de Conteúdo
Maria Celeste Dalía Barros
Mercilda Bartmann
Tratamento de Conteúdo
Lourdes Hargreaves
Revisão Técnica
Fernando Manoel Paes Leme
Maria Lúcia Pimentel de Assis Moura
Redação Metodológica
Maria Leonor de Macedo Soares Leal
Consultor-Médico da Área de Saúde
Fernando Luiz Barroso
 ISBN 85-85746-24-6
Senac. DN. Enfermagem cirúrgica. / Maria Celeste D. Barros;
Mercilda Bartmann; Lourdes Hargreaves. Rio de Janeiro :
SENAC/DN/DFP, 1996. 192 p. Il. Inclui bibliografia.
Saúde; Enfermagem; Enfermagem cirúrgica; Cirurgia; Centro
cirúrgico; Enfermeiro; Instrumentação cirúrgica; Paciente.
SUM`RIO
parte 1
cirurgia 9
Classificação ..................................................................... 11
Terminologia ...................................................................... 13
Exercícios ......................................................................... 19
parte 2
pré-operatório 21
Pré operatório mediato ........................................................ 23
Pré operatório imediato ....................................................... 25
Exercícios ......................................................................... 33
parte 3
transoperatório 35
Centro Cirúrgico ................................................................ 37
Dependências básicas .................................................. 37
O trabalho no Centro Cirúrgico ...................................... 42
Tempos cirúrgicos ......................................................... 60
Instrumental cirúrgico básico ........................................... 60
Instrumental cirúrgico especial ......................................... 68
Fios cirúrgicos .............................................................. 69
Considerações gerais sobre instrumentação ...................... 70
Centro de Material ............................................................. 73
Dependências básicas .................................................. 73
Atividades ................................................................... 75
Exercícios ......................................................................... 91
parte 4
pós-operatório 99
Fases do Pós-operatório ..................................................... 101
Recuperação Pós-anestésica ............................................... 103
Cuidados de Enfermagem ................................................. 107
Desconfortos .................................................................... 111
Complicações ................................................................. 115
A ferida cirúrgica ............................................................. 125
Drenagem cirúrgica .......................................................... 131
Exercícios ....................................................................... 135
parte 5
intervenções
cirúrgicas 139
Aparelho digestivo ........................................................... 141
Aparelho geniturinário ....................................................... 149
Operações neurológicas ................................................... 157
Outras operações ............................................................ 161
Cuidados nas operações ortopédicas .................................. 173
Complicações cirúrgicas ................................................... 179
Exercícios ....................................................................... 181
bibliografia 185
C I R U R G I A
PARTE
1
Cirurgia é um método de tratamento de doenças,
lesões ou deformidades internas e externas
executado através de técnicas geralmente
realizadas com o auxílio de instrumentos.
A partir desse conceito de cirurgia, podemos
dizer que enfermagem cirúrgica é aquela que
trata dos cuidados globais de enfermagem
prestados ao paciente nos períodos pré-
operatório, transoperatório e pós-operatório.
Esses cuidados objetivam minimizar os riscos
cirúrgicos, dar maior segurança ao paciente e
reabilitá-lo para se reintegrar à família e à
sociedade o mais rápido possível.
Você verá, nesta parte do livro, como as
cirurgias são classificadas e a terminologia
técnica adotada na área.
senac
ClassificaçªoCirurgia
As cirurgias podem ser classificadas em função
do tempo que decorre desde a sua indicação até
a execução e, ainda, em função de sua finalidade.
Pelo tempo transcorrido
eletiva. Aquela que, embora necessária, pode ser
programada com antecedência para uma determinada
data de conveniência do paciente e do cirurgião. Exemplo
deste tipo de cirurgia é a hernioplastia.
de urgência. Cirurgia que precisa ser realizada o mais rápido possível,
embora permita um preparo pré-operatório, capaz de melhorar as condições
gerais do paciente. Nesta categoria se encontra, por exemplo, a cirurgia
realizada nos casos de obstrução intestinal.
HerHerHerHerHernioplastia:nioplastia:nioplastia:nioplastia:nioplastia:
correção cirúrgica
da hérnia
Cirurgia
de emergência. Que precisa ser realizada imediatamente, não possibilitando,
muitas vezes, nenhum preparo do paciente. Aplica-se a situações muito graves,
quando há risco de vida iminente. Um exemplo de cirurgia de emergência é
quando ocorre uma hemorragia interna por ruptura de artéria.
Pela finalidade
curativa. Quando objetiva debelar a doença e devolver
a saúde ao paciente. Muitas vezes, para alcançar esse
objetivo, é necessária a retirada parcial ou total de um
órgão, como ocorre na apendicectomia. Este tipo de cirurgia
tem uma significação menos otimista quando se trata de
câncer. Neste caso, operação curativa é aquela que
permite uma sobrevida de, no mínimo, cinco anos.
paliativa. Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma
alternativa para aliviar o mal, mas não cura a doença.
Como exemplo citamos a gastrostomia, realizada para fins
de alimentação, no caso de câncer de esôfago inoperável.
plástica. Realizada com objetivos estéticos ou repara-
dores como, por exemplo, o enxerto de pele em queima-
dos ou a mamoplastia.
Apendicectomia:Apendicectomia:Apendicectomia:Apendicectomia:Apendicectomia:
retirada do apêndice
vermiforme ou cecal
GastrGastrGastrGastrGastrostomia:ostomia:ostomia:ostomia:ostomia:
abertura do
estômago através da
parede abdominal
Mamoplastia:Mamoplastia:Mamoplastia:Mamoplastia:Mamoplastia:
plástica de mama
TerminologiaCirurgia
Formaçªo das palavras
Analisando a disposição dos elementos e seu significado teremos a designação
dos diversos tipos de intervenções cirúrgicas.
Vejamos por exemplo a palavra laringoscopia:
laringo + scopia
laringe ato de ver, observar
12 Classificação
A terminologia técnica comumente adotada pelos
profissionais da área de saúde é constituída, em
sua maior parte, de palavras formadas pela
composição de elementos gregos e latinos.
Cirurgia
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para fixação dePara fixação dePara fixação dePara fixação dePara fixação de
cistopexia .................................... bexiga
histeropexia .................................... útero
nefropexia ......................................... rim
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para fixação dePara fixação dePara fixação dePara fixação dePara fixação de
retinopexia .................................... retina
orquiopexia ou orquidopexia ......... testículo
Como você verifica, o primeiro elemento de composição da palavra se refere
a um órgão, aparelho ou parte do corpo humano, e o segundo elemento da
composição diz respeito à técnica ou ao procedimento executado, à ação
praticada ou à patologia.
Vamos ver, então, alguns desses elementos de origem greco-latina comumente
empregados em enfermagem cirúrgica e seus respectivos significados.
PrimeirPrimeirPrimeirPrimeirPrimeiro elementoo elementoo elementoo elementoo elemento
da composiçãoda composiçãoda composiçãoda composiçãoda composição SignificadoSignificadoSignificadoSignificadoSignificado
adeno- ..................................... glândula
angio- ............................................ vaso
artro- ..................................... articulação
blefaro- ..................................... pálpebra
cisto- ........................................... bexiga
colecisto- .................................... vesícula
colo- ............................................ cólon
colpo- .......................................... vagina
entero- ....................................... intestino
flebo- ............................................. veia
gastro- ..................................... estômago
hepato- ........................................ fígado
hístero- ........................................... útero
PrimeirPrimeirPrimeirPrimeirPrimeiro elementoo elementoo elementoo elementoo elemento
da composiçãoda composiçãoda composiçãoda composiçãoda composição SignificadoSignificadoSignificadoSignificadoSignificado
laparo- ..................... cavidade abdominal
laringo- ........................................ laringe
nefro- ............................................... rim
neuro- ........................................... nervo
oftalmo- .......................................... olho
ooforo- ........................................ ovário
orqui- ........................................ testículo
osteo- ............................................. osso
oto- ............................................. ouvido
procto- ............................................. reto
rino- .............................................. nariz
salpingo- ...................................... trompa
traqueo- ..................................... traquéia
Segundo elementoSegundo elementoSegundo elementoSegundo elementoSegundo elemento
da composiçãoda composiçãoda composiçãoda composiçãoda composição SignificadoSignificadoSignificadoSignificadoSignificado
-ectomia .......................... remoção parcial ou total
-pexia ............................. fixação de um órgão
-plastia ............................ reconstituição estética ou restauradora de uma parte do corpo
-rafia ............................... sutura
-scopia ............................ ato de ver, observar
-stomia ............................ comunicação entre dois órgãos ocos ou entre um órgão e a pele
-tomia ............................. corte
Formação das palavras 1514 Terminologia
Agora vejamos os principais nomes de procedimentos cirúrgicos em que o
segundo elemento da composição é ectomia (remoção).
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para rPara rPara rPara rPara remoção deemoção deemoção deemoção deemoção de
apendicectomia ........................ apêndice
cistectomia ................................... bexiga
colecistectomia ..................... vesícula biliar
colectomia .................................... cólon
embolectomia .............................. êmbolo
esofagectomia ............................ esôfago
esplenectomia ................................. baço
facectomia ................................ cristalino
gastrectomia ............................. estômago
hemorroidectomia .................. hemorróidas
hepatectomia .................. parte do fígado
histerectomia ................................... útero
lobectomia .................... lobo de um órgão
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para rPara rPara rPara rPara remoção deemoção deemoção deemoção deemoção de
mastectomia ................................. mama
miomectomia ................................ mioma
nefrectomia ....................................... rim
ooforectomia ................................ ovário
pancreatectomia ......................... pâncreas
pneumectomia ............................. pulmão
prostatectomia ............................ próstata
retossigmoidectomia ........... reto e sigmóide
salpingectomia .............................. trompa
simpatectomia .......................... segmentos
selecionados do sistema
nervoso simpático
tireoidectomia .............................. tireóide
A seguir apresentamos denominações de outras cirurgias, desta vez
terminadas em pexia (fixação).
Outros procedimentos cirúrgicos têm seus nomes terminados em plastia
(reconstituição), como mostramos a seguir.
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para rPara rPara rPara rPara reconstituição deeconstituição deeconstituição deeconstituição deeconstituição de
blefaroplastia ............................. pálpebra
mamoplastia ................................. mama
piloroplastia ................................... piloro
queiloplastia ................................... lábio
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para rPara rPara rPara rPara reconstituição deeconstituição deeconstituição deeconstituição deeconstituição de
rinoplastia ...................................... nariz
ritidoplastia ...................................... face
salpingoplastia .............................. trompa
Cirurgia
Há ainda denominações de procedimentos onde o segundo elemento é rafia
(sutura), como enumeramos a seguir. Dependendo da situação, nem sempre
esses procedimentos são cirúrgicos.
Formação das palavras 1716 Terminologia
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para sutura dePara sutura dePara sutura dePara sutura dePara sutura de
blefarorrafia ............................... pálpebra
colporrafia ................................... vagina
gastrorrafia ............................... estômago
herniorrafia .................................... hérnia
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para sutura dePara sutura dePara sutura dePara sutura dePara sutura de
osteorrafia ....................................... osso
palatorrafia ........................ fenda palatina
perineorrafia ................................ períneo
tenorrafia ..................................... tendão
Vamos analisar outros nomes de procedimentos, desta vez compostos com o
elemento scopia (observação).
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para obserPara obserPara obserPara obserPara observação devação devação devação devação de
artroscopia ............................. articulação
broncoscopia ............................ brônquios
cistoscopia ................................... bexiga
colonoscopia ................................. cólon
colposcopia .................................
vagina
endoscopia ....................... órgãos internos
esofagoscopia ............................ esôfago
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento Para obserPara obserPara obserPara obserPara observação devação devação devação devação de
gastroscopia ............................. estômago
laringoscopia ................................ laringe
laparoscopia ............. cavidade abdominal
retossigmoidoscopia ........... reto e sigmóide
ureteroscopia .................................. ureter
uretroscopia ................................... uretra
Vale observar que nos procedimentos relacionados à observação interna de
órgãos utilizam-se vários aparelhos como, por exemplo, o artroscópio, na ar-
troscopia; o broncoscópio, na broncoscopia; o laparoscópio, na laparoscopia; e o
retossigmoidoscópio, na retossigmoidoscopia.
Vejamos agora os principais nomes de cirurgias cujo segundo elemento de
formação é stomia (comunicação entre dois órgãos ocos ou entre um órgão e a pele).
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento ÓrÓrÓrÓrÓrgão em comunicaçãogão em comunicaçãogão em comunicaçãogão em comunicaçãogão em comunicaçãocom a pelecom a pelecom a pelecom a pelecom a pele
cistostomia ................................... bexiga
colostomia .................................... cólon
gastrostomia ............................. estômago
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento ÓrÓrÓrÓrÓrgão em comunicaçãogão em comunicaçãogão em comunicaçãogão em comunicaçãogão em comunicaçãocom a pelecom a pelecom a pelecom a pelecom a pele
jejunostomia .................................. jejuno
traqueostomia ............................. traquéia
Finalmente, as principais denominações de procedimentos cirúrgicos
terminadas em tomia (corte).
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento CorCorCorCorCorte da(o)te da(o)te da(o)te da(o)te da(o)
episiotomia ..................................... vulva
laparotomia ................................ abdome
toracotomia .................................... tórax
PrPrPrPrProcedimentoocedimentoocedimentoocedimentoocedimento CorCorCorCorCorte da(o)te da(o)te da(o)te da(o)te da(o)
traqueotomia .............................. traquéia
ureterotomia ................................... ureter
vasectomia ....................... canal deferente
amputaçãoamputaçãoamputaçãoamputaçãoamputação ................................................................. remoção de uma parte do corpo
anastomoseanastomoseanastomoseanastomoseanastomose ............................................................ conexão de dois órgãos tubulares, geralmente por sutura
ararararartrtrtrtrtrodeseodeseodeseodeseodese ........................................................................... fixação cirúrgica de articulações
biópsiabiópsiabiópsiabiópsiabiópsia .......................................................................................... remoção de um tecido vivo para exame
cauterizaçãocauterizaçãocauterizaçãocauterizaçãocauterização ....................................................... destruição de tecido por meio de agente cáustico ou de calor, através do
bisturi
elétrico, por exemplo
cesarianacesarianacesarianacesarianacesariana ........................................................................... retirada do feto através de incisão na parede abdominal e no útero
circircircircircuncisãocuncisãocuncisãocuncisãocuncisão ................................................................. ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande
cistocelecistocelecistocelecistocelecistocele ................................................................................ hérnia da bexiga por defeito na musculatura do períneo
curcurcurcurcuretagem uterinaetagem uterinaetagem uterinaetagem uterinaetagem uterina .................... raspagem e remoção do conteúdo uterino
deiscênciadeiscênciadeiscênciadeiscênciadeiscência ................................................................. separação de bordos previamente suturados de uma ferida
dissecçãodissecçãodissecçãodissecçãodissecção ...................................................................... corte e separação de tecidos do corpo
diverdiverdiverdiverdivertículotículotículotículotículo ...................................................................... abertura no formato de bolsa em um órgão com a forma de saco ou de tubo
enxerenxerenxerenxerenxertototototo .......................................................................................... transplante de órgão ou tecido
evisceraçãoevisceraçãoevisceraçãoevisceraçãoevisceração ............................................................ saída de víscera de sua cavidade
exérexérexérexérexéreseeseeseeseese ..................................................................................... extirpação cirúrgica
fístulafístulafístulafístulafístula .................................................................................................... passagem anormal que liga um órgão, cavidade ou abscesso a uma superfície
interna ou externa do corpo
hérhérhérhérhérnianianianiania ............................................................................................... saída total ou parcial de um órgão do espaço que normalmente o contém
incisãoincisãoincisãoincisãoincisão .......................................................................................... corte
litíaselitíaselitíaselitíaselitíase .................................................................................................... cálculo
paracenteseparacenteseparacenteseparacenteseparacentese ............................................................ denominação genérica de punção para esvaziamento de cavidade
prprprprprolapsoolapsoolapsoolapsoolapso ................................................................................ queda de órgão, especialmente quando este surge em um orifício natural
ptoseptoseptoseptoseptose .................................................................................................... queda de um órgão
rrrrressecçãoessecçãoessecçãoessecçãoessecção ...................................................................... remoção cirúrgica de parte de órgão
rrrrretoceleetoceleetoceleetoceleetocele ..................................................................................... hérnia da parede do reto por defeito na musculatura do períneo
toracocentesetoracocentesetoracocentesetoracocentesetoracocentese ............................................. punção cirúrgica na cavidade torácica
varicocelevaricocelevaricocelevaricocelevaricocele ...................................................................... veias dilatadas no escroto
Existem ainda outros termos ou expressões médicas que, por serem de
utilização freqüente em enfermagem cirúrgica, merecem destaque neste livro.
Eis alguns deles:
1. Ref lita sobre o papel do profissional que atua no campo da enfermagem
cirúrgica, e também converse com os colegas e o professor sobre a
questão. Depois, registre as suas conclusões.
2. Numere a coluna da direita de acordo com a coluna da esquerda,
relacionando o elemento de composição da palavra com o seu significado.
1) Tomia ( ) Perfuração de um órgão
2) Ectomia ( ) Remoção parcial ou total de um órgão
3) Rafia ( ) Fixação de um órgão
4) Plastia ( ) Corte em um órgão ou cavidade
5) Stomia ( ) Comunicação com o exterior feita através de cirurgia
6) Scopi ( ) Reparação de um órgão
7) Pexia ( ) Sutura de um órgão
( ) Imobilização de um órgão
( ) Visualização do interior de um órgão através de aparelho
3. Analise cada uma das situações a seguir. Depois, classifique a operação a
que o paciente deve se submeter, tendo em vista o tempo decorrido en-
tre a indicação e a execução do procedimento. Justifique sua resposta.
a) Roberto queixa-se de ardência no peito
e cansaço, somente diante de esforço maior. Através de
exame clínico e cateterismo cardíaco, o médico diagnosticou a obstrução parcial de uma artéria
coronariana e verificou ser necessário colocar uma ponte de safena.
b) Flávio sentia dores na coluna, e por isso seu médico solicitou uma radiografia. Foi identificado,
além do problema de coluna, a presença de grande quantidade de cálculos em sua vesícula,
embora o paciente nunca tivesse apresentado qualquer sintoma relacionado a problema vesicular.
Visto isso, o médico indicou a retirada da vesícula.
c) Severina resistiu a um assalto e recebeu uma facada no abdome. Em conseqüência, uma parte
das vísceras se exteriorizou. Severina foi logo levada ao hospital mais próximo, e o médico de
plantão identificou a necessidade de operá-la.
Cirurgia Exercícios
20 Exercícios
4. Classifique as seguintes operações quanto a sua finalidade:
a) colostomia
b) traqueostomia
c) colecistectomia
d) hernioplastia
e) blefaroplastia
f) cistopexia
5. Enumere os objetivos dos cuidados de enfermagem que são prestados ao
paciente cirúrgico.
6. Escreva sobre o que consiste cada um dos seguintes procedimentos:
a) colostomia
b) nefrectomia
c) osteorrafia
d) histeropexia
e) blefaroplastia
f) broncoscopia
g) laparotomia
7. Complete o quadro tendo em vista a terminologia comumente adotada
pelos profissionais da área de saúde.
TTTTTerererererminologiaminologiaminologiaminologiaminologia SignificadoSignificadoSignificadoSignificadoSignificado
Biópsia ................................................................................
.................... Veias dilatadas no escroto
.................... Corte e separação de tecidos do corpo
Prolapso ................................................................................
Litíase ................................................................................
Toracocentese ................................................................................
.................... Saída de víscera de sua cavidade
Cistocele ................................................................................
.................... Extirpação cirúrgica
.................... Corte
O período pré-operatório tem início no momento
em que o paciente recebe a indicação da operação
e se estende até a sua entrada no Centro Cirúrgico.
Esse período divide-se em duas fases:
pré-operatório mediato e pré-operatório imediato.
PARTE
2
senac
PRÉ OPERATÓRIO
PrØ-operatório
mediatoPré-operatório
No pré-operatório mediato, sempre que possível, o médico faz uma avaliação
do estado geral do paciente através de exame clínico detalhado e dos
resultados de exames de sangue, urina, raios X, eletrocardiograma, entre
outros. Essa avaliação tem o objetivo de identificar e corrigir distúrbios que
possam aumentar o risco cirúrgico.
Tratando-se de operações eletivas, onde há previsão de transfusão sangüínea,
muitas vezes é solicitado ao paciente para providenciar doadores saudáveis
e compatíveis com seu tipo sangüíneo. Com essa medida pretende-se
melhorar a qualidade do sangue disponível e aumentar a quantidade de
estoque existente nos bancos de sangue, evitando sua comercialização.
Esta fase começa no momento da indicação da
operação e termina 24 horas antes do seu início.
Geralmente, nesse período o pacien-te ainda não
se encontra internado.
PrØ-operatório
imediato
Esta fase corresponde às 24 horas que antecedem a
operação. De um modo geral, o paciente é admitido
no hospital dentro desse período, com o objetivo de
ser devidamente preparado para o ato cirúrgico. Esse
procedimento, entretanto, pode variar de instituição
para instituição, ou de acordo com o tipo de cirurgia
ou o estado do paciente. Há casos em que o paciente
interna-se com vários dias de antecedência, quando
necessita de um trata-mento para habilitá-lo a ser
operado. Em outros casos, no entanto, a admissão se
dá no mesmo dia da operação.
Admissªo do paciente
Chegando ao hospital, o paciente é encaminhado à unidade de internação cirúrgica, que
é a área destinada ao alojamento dos pacientes nos períodos pré e pós-operatórios.
É fácil compreendermos as dúvidas, medos e ansiedades que povoam o
pensamento de quem vai ser operado. A separação da família, o medo do
desconhecido e as possibilidades de dor, de complicações, de morte, criam
uma situação de insegurança para o paciente cirúrgico.
Pré-operatório
Pré-operatório
26 Pré-operatório imediato
Por isso, é de extrema importância que o auxiliar de enfermagem receba o
paciente de modo afável, tendo o cuidado de conduzi-lo ao leito. Lá, deve
indicar-lhe o local para guardar seus pertences, orientá-lo quanto às normas
do hospital, esclarecer-lhe as dúvidas que estiverem ao seu alcance,
encaminhando as demais a quem de direito.
É também muito importante chamar o paciente sempre pelo nome e ser
honesto ao responder-lhe as perguntas, para ganhar a sua confiança. Proce-
dendo dessa maneira, o auxiliar de enfermagem alivia a ansiedade do paciente,
ajudando-o a sentir-se mais à vontade.
Admitido o paciente, o auxiliar de enfermagem deve obter algumas infor-
mações sobre ele: sua doença, hábitos intestinais, sono, tabagismo, alergias,
uso de álcool, de drogas ou de medicamentos. No caso do uso de drogas e
medicamentos, estes precisam ser especificados no prontuário do paciente.
Ao executar os demais procedimentos de rotina em uma admissão, o auxiliar
de enfermagem deve estar atento a anormalidades tais como febre, dispnéia,
hipertensão ou hipotensão, bradicardia ou taquicardia. A constatação de
qualquer anormalidade deve ser comunicada ao enfermeiro responsável ou
ao médico e também anotada no prontuário.
É importante, ainda, verificar a validade dos exames pré-operatórios.
Atualmente, essa validade é de três meses para os exames laboratoriais e de
seis meses para o eletrocardiograma (ECG) e as radiografias (RX).
Por fim, o auxiliar deve verificar se a autorização para a operação está
devidamente assinada pelo próprio paciente ou por seu responsável, quando
se tratar de crianças ou pessoas incapacitadas.
Cuidados
Compete ao cirurgião determinar o preparo do paciente, de acordo com a
operação a ser realizada.
Normalmente, os cuidados relativos a esse preparo são executados na véspera
e no dia da cirurgia.
Na vØspera da operaçªo
O auxiliar de enfermagem deve prestar uma série de orientações ao paciente,
executar o preparo da pele, o preparo intestinal, a higiene geral e também
cuidar para o paciente observar o jejum.
Orientações ao paciente
Durante o período pré-operatório, o paciente deve ser orientado e in-
centivado a praticar alguns exercícios que irão beneficiá-lo posteriormente,
no pós-operatório.
exercícios respiratórios, cuja finalidade é prevenir complicações
pulmonares após a realização da cirurgia. O auxiliar de enfermagem orienta
o paciente para colocar as duas mãos na parte inferior das costelas, a fim de
sentir o movimento torácico, expirar completamente, inspirar profundo pelo
nariz e expulsar todo o ar pela boca. Repetir esse exercício várias vezes.
Atualmente existem pequenos aparelhos denominados expirômetros de incentivo,
utilizados para a realização de exercícios respiratórios.
exercícios de tosse, cujo objetivo é retirar secreções da traquéia e dos
brônquios. O paciente é orientado para entrelaçar os dedos, colocando as
mãos sobre o local da futura incisão, ou então usar o travesseiro para apoiar as
mãos e pressionar o local. Isto funciona como imobilização durante a tosse,
eliminando a dor. Depois de pressionar o local, deve inclinar-se ligeiramente
para a frente, encher os pulmões e provocar rápidas tossidelas. O exercício
deve ser repetido uma ou duas vezes, tentando eliminar possíveis secreções.
O auxiliar de enfermagem também deve orientar e conscientizar o paciente
para a importância de realizar
a deambulação precoce, que consiste em pequenas
caminhadas após a cirurgia, tão logo as suas condições o permitam. A
deambulação precoce favorece a expansão pulmonar, a circulação nos membros
inferiores e estimula o peristaltismo intestinal — função mecânica do intestino.
Preparo da pele
Esse procedimento tem como finalidade eliminar ao
máximo a f lora bacteriana que normalmente habita a pele
do paciente. A área em torno da futura ferida operatória
deve ser limpa de modo completo e feita a tricotomia. Em
vários hospitais, a tricotomia é realizada na véspera da
 Cuidados na véspera da operação 27
TTTTTricotomia:ricotomia:ricotomia:ricotomia:ricotomia:
raspagem dos
pêlos em uma
região do corpo
Pré-operatório
28 Pré-operatório imediato
operação, à noite, muito embora seja mais indicado fazê-la até duas horas
antes da cirurgia, para evitar a proliferação de germes após o preparo da
pele.
Material necessário para a execução da tricotomia:
n vasilha com água morna;
n sabão ou anti-séptico contendo detergente;
n compressas de gaze;
n barbeador com lâminas novas;
n tesoura.
Etapas para a execução da tricotomia:
n esclarecer o paciente sobre a necessidade do procedimento;
n preparar o paciente posicionando-o de modo a facilitar a realização do
procedimento e expondo a região a ser tricomizada;
n cortar os pêlos longos com a tesoura;
n ensaboar a área com gaze, friccionando-a com movimentos circulares a
partir do local da futura incisão;
n esticar suavemente a pele com uma das mãos e, com o barbeador na outra
mão, raspar a área ensaboada, sempre no sentido dos pêlos, empregando
movimentos firmes e regulares. Prestar atenção a saliências existentes na
pele e a áreas onde haja pregas, como virilha e órgãos genitais;
n cuidar ao máximo para não machucar a pele do paciente e relatar qualquer
anormalidade observada como, por exemplo, doença cutânea ou
ferimento, uma vez que eles podem aumentar o risco de infecção da ferida
operatória;
n enxaguar e secar a pele, deixando o paciente confortável;
n remover todo o material utilizado, desfazendo-se dos descartáveis e
colocando os demais em solução;
n anotar no prontuário a hora, o local da realização do procedimento e as
observações relativas aos cuidados prestados.
Cabe observar que pesquisas realizadas acerca da tricotomia colocam em
dúvida a eficiência desse cuidado, no combate à infecção da ferida operatória.
Contudo, a maioria dos cirurgiões continua adotando tal prática.
Preparo intestinal
Para a maioria das operações, principalmente as realizadas sob anestesia
geral, é importante o reto estar vazio, evitando, assim, que o paciente evacue
durante o ato cirúrgico.
Em função do tipo de operação a ser realizada, o médico irá prescrever o
preparo adequado, que pode variar desde o uso de laxante até a aplicação
de clister ou lavagem intestinal.
Uma operação de intestino grosso, por exemplo, exige um preparo maior,
para o órgão ficar o mais vazio e limpo possível. Nesses casos, o laxante é
administrado dias antes, mas o clister e a lavagem são feitos na véspera da
operação. Já em operações de pequeno porte, pode-se dispensar a execução
desse preparo, desde que o paciente tenha evacuado normalmente na manhã
do dia da cirurgia.
Ainda em relação ao preparo intestinal, cabe ao auxiliar de enfermagem
que executou o procedimento veri ficar e anotar no prontuário as
características do material eliminado.
Higiene geral
Além do preparo local da pele, um banho completo, na
véspera da operação, ajuda a evitar infecções. Os pacientes
deambulantes devem ser orientados para fazer sua própria
higiene.Para estes,o auxiliar de enfermagem vai forne-
cer o material — sabão, de preferência anti-séptico, te-
sourinha de unha e outros que se fizerem necessários.
Para os pacientes acamados, no entanto, cabe ao auxiliar fazer a higiene,
incluindo lavagem de cabelo com xampu, limpeza das unhas das mãos e dos
pés e higiene oral.
Jejum
Na medida do possível, o estômago do paciente deve estar vazio, no momento
da operação. Caso contrário, ao ser administrado o anestésico geral ele pode
vomitar e aspirar o vômito para o interior dos pulmões, causando sérias
complicações, como asfixia, pneumonia ou abscesso pulmonar.
Normalmente, a última refeição ingerida pelo paciente antes da cirurgia
contém apenas alimento facilmente digerível, como sopa, caldo, etc. Após
essa refeição, o paciente precisa permanecer em jejum absoluto por várias
horas, até o momento da cirurgia, não sendo também permitida a ingestão
de água ou outros líquidos, como sucos e chás.
PacientePacientePacientePacientePaciente
deambulante:deambulante:deambulante:deambulante:deambulante:
aquele que é capaz
de se locomover
 Cuidados na véspera da operação 29
Pré-operatório
30 Pré-operatório imediato
Em alguns tipos de operação, como, por exemplo, as de estômago e de
instestinos, uma dieta de fácil digestão precisa ainda ser observada durante
vários dias anteriores ao ato cirúrgico.
No dia da operaçªo
Os cuidados que a enfermagem presta ao paciente no dia do ato cirúrgico
são os seguintes:
n retirar o esmalte de no mínimo uma das unhas, se o paciente estiver usando,
para o anestesista controlar melhor a oxigenação durante a cirurgia;
n orientar o paciente deambulante para ir ao banheiro, com o objetivo de
esvaziar a bexiga e o intestino, tomar banho sem lavar a cabeça e fazer a
higiene bucal adequada. No caso de paciente acamado, auxiliá-lo a realizar
esses cuidados;
n fornecer camisola limpa e ajudar o paciente a vesti-la com a abertura para
as costas, orientando-o para não colocar qualquer roupa de baixo;
n pentear os cabelos do paciente e prendê-los com gorro, principalmente
quando forem longos;
n retirar próteses, lentes de contato, jóias, etc. Depois, para evitar que se
percam, identificar esses objetos e entregá-los ao enfermeiro responsável
ou guardá-los em local apropriado,o qual varia de acordo com a instituição.
A retirada de prótese dentária ou ocular antes da anestesia constitui, para
alguns pacientes, violação de sua privacidade. Por esta razão, muitos
serviços adotam a rotina de retirá-las somente na sala de operação,
guardando-as para posterior devolução;
n verificar os sinais vitais: temperatura, pulso, respiração e pressão arte-
rial, informando ao enfermeiro responsável quaisquer alterações como
hipertemia, hipertensão ou outras;
n conferir se os exames pré-operatórios, a autorização para a operação e as
radiografias estão junto ao prontuário do paciente;
n administrar a medicação pré-anestésica prescrita aproximadamente 30 a
60 minutos antes de encaminhar o paciente ao Centro Cirúrgico. Nessa
fase, quando o efeito da medicação pré-anestésica está-se iniciando, o
paciente deve permanecer sob observação, jamais sendo deixado sozinho,
pois poderá apresentar reações adversas, como depressão respiratória ou
mesmo agitação;
n deixar o paciente deitado, protegido com grades. Verificar, novamente,
os sinais vitais, anotando-os no prontuário e comunicando qualquer
anormalidade observada ao enfermeiro responsável;
n colocar o paciente na maca, protegido com grades. Identificá-lo com uma
pulseira contendo nome, número do registro no prontuário, número do
leito e operação proposta;
n encaminhar o paciente ao Centro Cirúrgico com o prontuário completo,
incluindo a autorização para a operação e as radiografias.
Vale lembrar que em operações de emergência os preparos pré-operatórios
de rotina geralmente não são realizados por falta de tempo pois, nesses casos,
o importante é intervir imediatamente.
 Cuidados no dia da operação 31
Pré-operatório Exercícios
1. Todos sabemos das dúvidas, ansiedades e medos característicos do
paciente no pré-operatório. Como o auxiliar de enfermagem deve
proceder ao receber o paciente, na tentativa de suavizar esse momento
de tensão e apreensão?
2. Analise cada situação e depois responda às perguntas.
a) Ao admitir um paciente cirúrgico, o auxiliar de enfermagem verifica
seus sinais vitais e constata que o paciente está hipertenso e taqui-
cárdico. Que providências deverá tomar?
b) Um auxiliar de enfermagem administrou o pré-anestésico em um
paciente que será submetido a uma intervenção cirúrgica. Após esse
procedimento, que cuidados deverão ser observados pelo auxiliar
de enfermagem?
3. Ref lita sobre a situação a seguir.
Um paciente apresentou problemas respiratórios e pulmonares no pós-operatório de uma operação cardíaca.
Sabe-se que houve descuido por parte da enfermagem em relação à orientação e à prática de alguns
exercícios preventivos no pré-operatório imediato, os quais ajudariam a evitar tais complicações.
Agora responda:
a) Quais são esses exercícios e como cada um deles deve ser realizado?
b) Por que o paciente precisa ser orientado e incentivado a realizar esses
exercícios?
4. Descreva três cuidados prestados pelo auxiliar de enfermagem ao paciente,
no dia da operação. Depois, explique a necessidade de cada um deles.
34 Pré-operatório imediato
5. Leia a situação e complete as frases de modo correto.
Simone foi admitida pelo hospital na véspera de ser submetida a uma cesariana, e o seu médico indicou
a realização da tricotomia.
a) Tricotomia significa ...
b) O momento mais indicado para a realização da tricotomia em Simone
é ...
c) O material necessário à execução dessa técnica é ...
d) O preparo da pele é um procedimento importante para o paciente
cirúrgico porque ...
6. Indique, em cada caso,o cuidado pré-operatório imediato que tem por
finalidade:
a) evitar que o paciente vomite e aspire o vômito para o interior dos pulmões
b) evitar a infecção da ferida operatória
c) prevenir complicações pulmonares
d) evitar a evacuação durante o ato cirúrgico
e) retirar secreções da traquéia e dos brônquios
7. Leia e ref lita sobre a situação descrita.
No dia em que Célia ia ser submetida a uma cirurgia, vários cuidados de enfermagem foram prestados a
ela. Carmem, a auxiliar de enfermagem, retirou o esmalte de uma de suas unhas; orientou-a para ir ao
banheiro; identificou e guardou as suas lentes de contato; e verificou os sinais vitais.
Explique qual é a finalidade de cada um dos diferentes cuidados prestados
a Célia, no dia de sua cirurgia.
8. Leia essa situação:
Almir será submetido a uma cirurgia daqui a 20 dias, para a qual está prevista a transfusão de sangue.
Para isso, a equipe já solicitou a ele que providenciasse doadores.
Com base nessa situação, responda:
a) Qual é o objetivo dessa medida?
b) Que cuidados Almir deve tomar na escolha dos doadores?
TRANSOPERATÓRIO
PARTE
3
O período chamado transoperatório é aquele
em que o paciente submete-se à operação
propriamente dita. O procedimento se realiza
no Centro Cirúrgico.
O Centro Cirúrgico deve ser dotado de uma
infra-estrutura tal que garanta plena segurança
e conforto ao paciente e à equipe de saúde.
O Centro de Material e a Recuperação
Pós-Anestésica são apoios importantes para
o Centro Cirúrgico. Por esta razão geralmente
são instalados dentro ou próximo a ele, ou
então com uma ligação direta.
senac
Centro
Cirœrgico
DependŒncias bÆsicas
Um Centro Cirúrgico deve dispor das seguintes dependências:
vestiários masculino e feminino. Devem oferecer acesso externo (por fora das
instalações do Centro Cirúrgico) e interno (pelo corredor cirúrgico). É
importante que eles disponham de sanitários e chuveiros (para uso das
equipes) e armários (para a guarda de uniformes, roupas e outros
pertences).
posto de enfermagem. Local destinado à chefia e à secretaria, que exercem o
controle administrativo da unidade.
copa. Área reservada ao pessoal do Centro Cirúrgico, para lanches rápidos.
Transoperatório
Um Centro Cirúrgico compõe-se de várias depen-
dências e necessita de pessoal especializado para o
seu perfeito funcionamento.
Por isso, é importante analisarmos as dependên-
cias básicas de um Centro Cirúrgico e as equipes
que trabalham nessa unidade, com suas respec-
tivas atribuições, principalmente as que se referem
aos técnicos e auxiliares de enfermagem.
38 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Itens de uma sala de operação 39
sala de estar. Deve ficar localizada próxima aos vestiários e à copa, sempre que
possível, servindo de área de descanso para as equipes do Centro Cirúrgico.
área de baldeação ou troca-macas. Localizada à entrada do Centro Cirúrgico, onde
se dá a transferência do paciente da maca em que veio para a maca privativa
do Centro.
sala de material cirúrgico ou de estocagem de material esterilizado. Destina-se à recepção,
guarda e redistribuição de todo o material limpo e esterilizado a ser usado
no Centro Cirúrgico. Poderá, eventualmente, contar com uma autoclave
de esterilização rápida, para emergências.
lavabos. Destinados à lavagem e anti-sepsia das mãos e antebraços, antes da
operação. Por isso, devem ser equipados com recipientes para anti-sépticos
e torneiras que possam ser manobradas sem o uso das mãos.
sala de expurgo. Local equipado com tanque para o despejo de sangue, secreções
e outros líquidos provenientes da operação. Na sala de expurgo também
se depositam, inicialmente, instrumentos, roupas usadas e outros
materiais, para posterior lavagem. É considerada, portanto, área suja.
sala de material de limpeza. Área para a reserva de materiais e de utensílios usados
na limpeza do Centro Cirúrgico.
rouparia. Local destinado à guarda da roupa limpa não-estéril. Muitas vezes é
representada apenas por um armário.
Planta física de um
Centro Cirúrgico.
Analise com atenção
cada uma das
dependências
mostradas e como
estão localizadas.
sala de equipamento. Área usada para guardar aparelhos como os de anestesia,
bisturi elétrico, aspiradores, focos portáteis, suportes de soro, mesas
auxiliares e materiais que, eventualmente, não estejam em uso. O aparelho
de raios X móvel poderá também ser guardado nessa sala, caso não haja
local específico para ele.
sala de guarda de medicamentos e materiais estéreis descartáveis. Local onde se armazenam
materiais descartáveis como seringas e agulhas, equipos de soro, fios de
sutura, frascos de soro, entre outros.
sala de operação (S.O.). Dependência do Centro Cirúrgico destinada à realização
das intervenções cirúrgicas. Por isso, o trânsito a ela é restrito e a limpeza
é feita com o máximo rigor, pois deve ser a área mais limpa do Centro.
Comumente, tem a forma retangular.
Itens de uma sala de operaçªo
Equipamentos, instalações, aparelhos e mobiliário podem ser classificados em
fixos (não podem ser deslocados da sala) ou móveis (podem ser deslocados).
Itens fixos:
foco central;
ar condicionado;
interruptores e tomadas elétricas de 110 e 220V;
vácuo, oxigênio, óxido nitroso e ar comprimido centralizados. O vácuo é utilizado para
fazer a aspiração de secreções, e os gases são usados nas anestesias;
eletrocautério, quando este é suspenso numa coluna retrátil, como encontramos
em alguns hospitais.
O eletrocautério ou bisturi elétrico é um aparelho usado com a finalidade de
corte e coagulação dos tecidos, os quais podem ocorrer simultaneamente.
Essa ação simultânea é chamada de mistura ou blender, cujo percentual é
programado no próprio aparelho, de acordo com a orientação do cirurgião.
Os bisturis elétricos mais comuns são o monopolar e o bipolar.
O bisturi monopolar é composto por uma unidade geradora, onde são conectadas
a caneta do bisturi e uma placa neutralizadora da corrente. A caneta é a parte
estéril do bisturi, que entra em contato com o campo operatório e passa a
corrente elétrica para a placa.
CORREDOR INTERNO
C
O
RR
ED
O
R 
IN
TE
RN
O
CORREDOR EXTERNO
C
O
RR
ED
O
R 
EX
TE
RN
O
RECUPERAÇÃO
PÓS-ANESTÉSICA
SALA DE
GUARDA DE
EQUIPAMENTOS
SALA DE GUARDA DE
MEDICAMENTOS,
MATERIAL ESTERILIZADO
E PRONTO USO
POSTO DE
ENFERMAGEM
EXPURGO
SALA DE MATERIAL
ESTERILIZADO
ROUPARIA
SALA DE
ESTAR
COPA
SALA DE
MATERIAL DE
LIMPEZA
TROCA-MACAS
SALA DE
OPERAÇÕES
SALA DE
OPERAÇÕES SALA DE
OPERAÇÕES
SALA DE
OPERAÇÕES
LAVABOLAVABO
VESTIÁRIO
MASCULINO
VESTIÁRIO
FEMININO
40 Centro Cirúrgico
Transoperatório
O bisturi monopolar é utilizado quando há necessidade de corte ou de
coagulação, ou de ambos. No corte, a caneta entra em contato com o tecido,
provocando o seu aquecimento, até as células se desintegrarem. Na
coagulação, o tecido recebe uma quantidade de calor apenas suficiente para
secar as células.
O bisturi bipolar também é composto de uma unidade geradora, mas de menor
potência que a do bisturi monopolar, e de uma caneta ou pinça bipolar. Esse
tipo de aparelho é indicado apenas para a coagulação, e tem a vantagem de
dispensar o uso da placa neutralizadora, pois a corrente só passa entre as
duas pontas da pinça. O uso do bisturi bipolar é indicado para tecidos
sensíveis, em áreas pequenas e localizadas, preservando os tecidos vizinhos
ao local da coagulação.
Lembramos que existem outros tipos de bisturi utilizados com as mesmas
finalidades dos que acabamos de analisar, dentre os quais podemos citar o
bisturi a raio laser.
Itens móveis:
mesa cirúrgica e acessórios como braçadeiras, perneiras, ombreiras e arco de
narcose, para formação da barraca do anestesista. Incluem-se também,
nesse item, as manivelas e os pedais que possibilitam colocar a mesa em
diversas posições, segundo a exigência de cada operação;
mesas auxiliares, como a de Mayo e outras, que servem para a colocação do
instrumental cirúrgico e das roupas estéreis;
suportes de soro, em número de três, utilizados para colocação de frascos de
soluções. Esses suportes podem servir também para formação da barraca
do anestesista;
carro de anestesia;
saco de Hamper, que serve para o despejo de roupas usadas;
carro de medicação, com gavetas e outras divisões, para guardar medicamentos,
fios, equipos de soro, seringas, além de impressos. Esse carro substitui
os antigos armários fixos;
baldes para lixo, de preferência com rodas, conhecidos como baldes a chute;
foco auxiliar, para complementar ou substituir o foco central, em caso de
emergência;
bisturi elétrico, com rodas, que é o tipo usado mais freqüentemente;
aspirador elétrico;
estrado;
tala e suporte para braço;
bancos giratórios, um a dois, em média;
coxins, de vários tamanhos, para ajudar a posicionar e
acomodar o paciente;
 estetoscópio;
 tensiômetro;
 negatoscópio, que é o aparelho destinado à observação
de radiografias.
Outros equipamentos podem ser acrescentados à sala de operação. Deve-se,
porém, estar atento para não acumular itens desnecessários que venham a
dificultar a limpeza e favorecer a contaminação.
Bisturi monopolar,
com caneta, placa
neutralizadora da
corrente e pedal.
Pontas das canetas
dos bisturis monopolar
e bipolar.
CCCCCoxinsoxinsoxinsoxinsoxins:::::
travesseiros de areia
ou de espuma,
forrados de tecido
Itens de uma sala de operação 41
42 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Quatro equipes prestam assistência direta no Centro Cirúrgico. É muito
importante os seus membros atuarem de forma integrada e harmônica,
visando à segurança do paciente e à eficiência do ato cirúrgico. É importante,
ainda, que as boas relações humanas e o profissionalismo sempre prevaleçam
sobre as tensões, inevitáveis nesse tipo de trabalho.
A equipe de anestesia é composta de médicos anestesistas, sendo responsável
por prescrever a medicação pré-anestésica, planejar e executar a anestesia.
Também cabe a esta equipe controlar o paciente durante e após o ato
cirúrgico, até o restabelecimento de seus ref lexos.
A equipe cirúrgica realiza o ato cirúrgico. Dela fazem parte o médico cirurgião,
um ou mais médicos auxiliares, dependendo da operação, e o instrumen-
tador. O instrumentador deverá ser um elemento da equipe de enfermagem
ou, eventualmente, um médico.
A equipe de limpeza é formada por auxiliares de limpeza pertencentes ao
quadro hospitalar ou a uma firma prestadora de serviços. Em qualquer dos
casos, no entanto, a equipe sempre trabalha sob a orientação técnica do
enfermeiro.
A equipe de enfermagem é composta pelo enfermeiro, o técnico de enfermagem e
o auxiliar de enfermagem. Técnicos e auxiliares de enfermagem assumem, no
Centro Cirúrgico, a função de circulante ou de instrumentador. É freqüente encontrar
também, nesta equipe, um escriturário diretamente subordinado ao enfermeiro-
chefe, responsável pelo trabalho burocrático, como, por exemplo, a datilografia
e a distribuição dos programas cirúrgicos.
Atribuiçıes da enfermagem
Enfermeiro-chefe
n prover a unidade de pessoal e de material necessários ao seu bom
funcionamento;
n organizar o trabalho a ser feito, distribuindo-o de forma racional;
n comandar o pessoal, baseando-se nos princípios éticos de relacionamento
humano, preocupando-se com o seu crescimento profissional;
n coordenar e supervisionar a assistência prestada ao paciente no transope-
ratório, executando-a sempre que houver necessidade.
Atribuições da enfermagem 43
Sala de operação com o material indispensável ao seu funcionamento (Clínica São Vicente - RJ).
O trabalho
no Centro Cirœrgico
O pessoal que circula dentro do Centro Cirúrgico deve apresentar boas
condições de saúde, não podendo ser portador de infecções agudas ou
crônicas, principalmente de orofaringe e de pele.
É obrigatório o uso de uniforme privativo, composto de calça comprida e de
jaleco unissex ou vestido, gorro para proteger os cabelos, máscara e sapatilhas
de tecido ou propés, usados sobre os sapatos.
Cabe ressaltar que o uniforme deve ser vestido diretamente sobre as roupas
de baixo. A máscara, para cumprir seu papel, precisa proteger o nariz e a
boca, sendo necessário trocá-la sempre que estiver úmida.
Fo
to:
 A
lm
ir 
Ve
iga
44 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Circulante
Montagem da sala de operações
n saber quais são as operações marcadas para a sala sob sua responsabilidade,
os respectivos horários e a existência ou não de solicitação de equipamento
ou material especial;
n verificar a limpeza das paredes e do piso da sala. Geralmente a limpeza
diária é feita de véspera, ao final das operações do dia;
n arrumar a sala, provendo-a com o equipamento necessário à operação;
n remover o pó dos equipamentos expostos e das superfícies, começando
pelas partes consideradas mais limpas. Pode-se usar um tecido ou
compressa velha embebida em álcool etílico a 70° ou outros desinfetantes;
n testar as luzes e aparelhos a serem utilizados, como, por exemplo: focos,
pontos de gases, aspirador, etc.;
n regular a temperatura da sala;
n verificar se o lavabo está equipado para lavagem e anti-sepsia das mãos e
antebraços;
n revisar os materiais existentes na sala, tais como: medicações, anti-sépticos
e impressos, completando o que estiver faltando;
n providenciar o material específico de cada operação;
n colocar o pacote de campos e aventais, as luvas e a caixa de instrumentos
em local acessível para sua utilização, no momento devido;
n preparar soro morno, se necessário;
n equipar o carro de anestesia e colocá-lo à cabeceira da mesa cirúrgica. Em
muitos serviços, o controle dos materiais de anestesia é responsabilidade
de um funcionário específico ou dos próprios anestesistas;
n abrir os pacotes de material estéril seguindo as instruções:
Atribuições da enfermagem 45
A. Segurar o pacote afastado do corpo e na posição adequada para soltar o
adesivo que prende a ponta do envoltório.
B. Levantar essa primeira ponta para o lado oposto ao corpo.
C. Abrir cada uma das pontas laterais do envoltório.
D. Prender, cuidadosamente, as três pontas soltas, de forma a não contaminar
a parte interna do pacote.
E. Deixar o conteúdo do pacote cair sobre a mesa do material cirúrgico.
Pacotes grandes contendo instrumental, campos, aventais, por exemplo, devem sempre ser abertos
sobre uma mesa.
Auxílio ao instrumentador
n ajudar o instrumentador a vestir o avental ou capote, e a calçar as luvas
estéreis;
n colaborar na montagem das mesas auxiliares, fornecendo os materiais
estéreis e os líquidos necessários ao instrumentador, dentro dos princípios
de assepsia.
Esses princípios de assepsia (que devem ser cuidadosamente observados
pelo circulante) são:
l manter uma certa distância da mesa do instrumentador, quando lhe
oferecer o material;
l evitar tocar na parte interna das tampas das caixas que forem abertas;
l utilizar pinça servente estéril para retirar os instrumentos de caixas
ou cubas;
l usar a técnica adequada para o fornecimento de soluções anti-sépticas,
como álcool iodado, e de outros líquidos, como o soro fisiológico,
depositando-os em cuba redonda pequena;
l utilizar técnicas corretas para alcançar os materiais, como, por exemplo,
a ilustrada na figura.
Técnica para dar
o fio de sutura ao
instrumentador.
A B C
D E
46 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Atendimento ao paciente
n receber o paciente no Centro Cirúrgico, quando o enfermeiro está
impossibilitado de fazê-lo.
No ato do recebimento é necessário, primeiramente, identificar o paciente
e verificar se foram realizados os seguintes cuidados pré-operatórios:
l preparação da região operatória;
l colocação correta da roupa do paciente;
l retirada de jóias, próteses e esmalte de pelo menos uma das unhas;
n verificar,em seguida, as anotações do prontuário referentes ao pré-
operatório, tais como medicação pré-anestésica, sinais vitais, problemas
alérgicos e condições físicas e emocionais do paciente;
n observar se os exames laboratoriais de rotina estão junto ao prontuário,
como também os exames específicos, indispensáveis a certas operações,
tais como: eletrocardiogramas, radiografias, tomografias ou fotografias,
em casos de cirurgias plásticas. Se um desses itens estiver faltando, o cir-
culante deve avisar imediatamente a sua chefia, para as devidas providências;
n em seguida, na sala de operação, enquanto o paciente não estiver
anestesiado, demonstrar solidariedade e calor humano, tentando aliviar o
medo e a insegurança, comuns à maioria dos pacientes. Portanto, é
importante nunca deixá-lo sozinho e atendê-lo em suas necessidades, como
cobri-lo se sentir frio, ajudá-lo caso queira urinar, etc.
Auxílio ao anestesista
Posicionar o paciente de acordo com o tipo de anestesia que irá receber.
Nesse momento, é fundamental orientar o paciente e apoiá-lo
psicologicamente, para obter a sua colaboração.
Assim, é necessário o circulante conhecer os vários tipos de anestesia e,
também, saber como deve posicionar o paciente em cada caso:
anestesia geral, obtida através de inalação ou administração do anestésico por
via intravenosa ou retal. A posição indicada é o decúbito dorsal que você
poderá analisar na figura da página 48;
anestesias raquidiana e peridural, o anestésico é introduzido pelo anestesista nos
espaços subaracnóide e subdural, respectivamente. Para ambos os tipos pode-
se adotar qualquer uma das posições mostradas na figura adiante;
É importante lembrar que nas posições mostradas tanto em A como em B, o
paciente é recolocado na posição de decúbito dorsal, após a punção e
introdução da substância anestésica.
anestesia regional, caracterizada pela injeção do anestésico nos nervos ou ao
redor deles, anestesiando a área por eles inervada;
anestesia local, o anestésico é injetado nos tecidos onde será feita a incisão.
Nesses casos, o anestésico local mais comumente usado é a lidocaína
combinada com adrenalina.
Tanto para a anestesia regional como para a local, a posição do paciente
varia de acordo com a área a ser anestesiada mas, sempre que possível, ele
deve permanecer em decúbito dorsal.
Qualquer que seja o tipo de anestesia, se houver utilização de soro e o paciente
estiver em decúbito dorsal, seu braço deverá ser colocado no suporte acolcho-
ado, em ângulo inferior a 90°, a fim de evitar desconforto no pós-operatório.
Atribuições da enfermagem 47
AAAAA. O paciente é sentado sobre a mesa
cirúrgica com os membros inferiores para fora,
apoiados numa escadinha ou banco. Os
membros superiores são abaixados para a frente
e a cabeça bem inclinada para baixo.
O circulante mantém o paciente nessa posição,
colocando-se à sua frente, com as mãos em sua
cabeça, de modo a evitar qualquer
movimentação no momento da punção.
BBBBB. O paciente deve ser colocado em decúbito
lateral direito ou esquerdo, com as pernas fletidas
(flexionadas) sob as coxas e estas contra o
abdome. Os membros superiores são cruzados
na frente, à altura da cintura, e o pescoço bem
flexionado, de modo a aproximar o queixo do
esterno, um osso localizado no tórax.
O circulante ajuda a manter o paciente na
posição, colocando uma das mãos na região
cervical posterior do paciente e a outra na
dobra dos joelhos, a fim de forçar mais a coluna
em forma de arco.
A posição BBBBB é a mais usada, por ser mais
apropriada e confortável para o paciente.
A
B
48 Centro Cirúrgico
Transoperatório
No decorrer da anestesia, o circulante deve prestar espe-
cial atenção a alterações que o paciente possa apresentar,
tais como mudança de coloração da pele e da mucosa
(cianose ou palidez), aceleração ou diminuição da pul-
sação, sudorese, dentre outras, a fim de prevenir compli-
cações. É também da competência do circulante observar
o gotejamento das infusões e dos líquidos drenados.
Você deve saber que não é competência do circulante substituir o anestesista na administração de
medicamentos ou de algum anestésico.
Atendimento ao ato cirúrgico
As atribuições podem ser divididas em três momentos: no início da cirurgia,
quando ele é mais solicitado, durante a operação e ao término desta.
No início da cirurgia:
n auxiliar a equipe cirúrgica a vestir o capote ou avental, amarrando as tiras
do decote e do cinto e, depois, oferecendo as luvas;
n ajudar a colocar o paciente cuidadosamente em posição adequada à
operação, utilizando todos os recursos disponíveis para evitar ao máximo
que tal posição cause danos ao paciente. A falta desses cuidados pode,
por exemplo, provocar compressão de nervos, problemas circulatórios e
queimaduras por fricção.
Desse modo, é muito importante que o circulante conheça as principais
posições cirúrgicas.
Atribuições da enfermagem 49
Posição de decúbito
ventral. Paciente
deitado sobre o ventre,
apoiado em dois
coxins, sob os ombros.
Os braços ficam sobre
braçadeiras. A
cabeça, lateralizada,
repousa sobre um
travesseiro. Os pés se
apóiam em coxins,
evitando que os dedos
toquem a mesa
cirúrgica.
Posição indicada para
cirurgias de coluna
vertebral e membros
inferiores.
Posição de decúbito
lateral. Paciente deitado
sobre um dos lados. A
perna em posição
inferior fica flexionada,
enquanto a outra fica
estendida. Um
travesseiro as separa e
protege.O quadril é
fixado à mesa por uma
cinta. Um braço é
preso ao arco de
narcose; o outro fica
sobre braçadeira.
Posição utilizada,
basicamente, em
cirurgias de coluna
vertebral, pulmão e rim.
Nesta última,
geralmente é colocado
um coxim sob o flanco.
Posição de decúbito
dorsal. Paciente deitado
de costas, com pernas
estendidas e levemente
afastadas. Os braços
podem ficar em
posição anatômica,
com a palma da mão
virada para baixo, ou
apoiados em
braçadeiras.
Posição usada para a
maioria das cirurgias
gerais e outras
realizadas no tórax e
abdome.
Cianose:Cianose:Cianose:Cianose:Cianose:
coloração
azulada
da pele e mucosas
conseqüente à má
oxigenação
50 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Atribuições da enfermagem 51
Posição de
Trendelemburg.
Paciente colocado
em decúbito dorsal,
com cabeça e tronco
em nível mais baixo
que os membros
inferiores.
Posição utilizada em
cirurgias no abdome
inferior e pélvicas.
Posição de litotomia.
Paciente colocado
em decúbito dorsal,
a mesa é dobrada
na parte inferior.
As nádegas são
posicionadas
ligeiramente para fora
da borda da mesa, as
pernas e coxas fletidas
em ângulo reto e
apoiadas em um
suporte, na altura dos
joelhos, tornozelos ou
dos pés.
Posição usada
para a maioria das
cirurgias perineais.
Posição de proclive
ou reverso de
Trendelemburg.
Paciente colocado
em decúbito dorsal,
com cabeça alguns
graus mais alta que
os membros inferiores.
No caso de uma
inclinação maior, usar
suporte para os pés.
Se precisar
hiperestender o
pescoço, colocar
coxim sob os ombros.
Posição utilizada em
algumas cirurgias da
cavidade abdominal
superior, cabeça e
pescoço.
Ainda no início da cirurgia:
n prender o paciente firmemente na mesa, tendo o cuidado de não comprimir
vasos e nervos, pois isso pode ocasionar vários problemas no pós-operatório;
n descobrir a área operatória e oferecer anti-sépticos à equipe cirúrgica;
n colocar a placa neutra do bisturi elétrico, caso ele vá ser usado, na
panturrilha do paciente ou outra região, conforme a cirurgia.
Colocação
da placa neutra
do bisturi elétrico.
52 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Atribuições da enfermagem 53
Ao utilizar o bisturi elétrico, é necessário observar vários cuidados, os quais
devem ser do conhecimento de qualquer circulante:
l não utilizar dois bisturis monopolares simultaneamente;
l não deixar que o paciente fique em contato com as partes metálicas da
mesa cirúrgica;
l limpar a pele do paciente no local de colocação da placa, deixando-a
desengordurada e seca, pois o contato deve ser perfeito;
l colocar gel condutor na placa e fixá-la no paciente, o mais próximo
possível do local da operação, porém afastada de eletrodos, como, por
exemplo, os usados na monitorização cardíaca;
l não conectar a placa do bisturi a outros equipamentos por meio de fios.
Isto só pode ser feito com o próprio bisturi;
l evitar que a placa seja molhada durante o preparo do campo operatório,
como também durante a operação;
A falta desses cuidados pode ocasionar queimaduras graves na pele do paciente.
Existem hoje, no comércio, placas neutras auto-adesivas e descartáveis,
que dão uma segurança excelente no manuseio do bisturi elétrico. Se
essas placas estiverem mal posicionadas, o bisturi não funciona, evitando
queimaduras nos pacientes. Elas são encontradas nos tamanhos adulto
e infantil;
n colocar o arco de narcose ou um suporte de soro de cada lado da mesa,
recebendo dos assistentes as extremidades dos campos esterilizados. Fixá-
las, então, no arco ou suportes, para formar a tenda (barraca) que separa
o campo de ação do anestesista;
n ligar o bisturi elétrico e o aspirador;
n colocar “baldes a chute” próximos ao cirurgião e ao assistente;
n ligar o foco cirúrgico, direcionando-o para o campo operatório.
Durante a realização da cirurgia:
n permanecer na sala atento a todas as solicitações de materiais e também
ao funcionamento dos aparelhos;
n acondicionar a peça anatômica retirada para exame, identificá-la por
escrito e providenciar seu encaminhamento, de acordo com a orientação
do serviço de patologia. O mesmo deve ser feito com secreções, lavados
gástricos e brônquicos destinados a exames laboratoriais;
n zelar pela limpeza, colocando imediatamente solução desinfetante sobre
locais eventualmente contaminados por sangue, pus ou outros f luidos
corpóreos. Depois de 10 minutos, limpar esses locais com solução
desinfetante, utilizando para isso pinças ou protegendo as mãos com luvas;
n fazer as anotações na folha de gastos, de acordo com as normas
administrativas do hospital.
Após o término da cirurgia:
n desligar o foco e os aparelhos elétricos, afastando-os da mesa cirúrgica;
n auxiliar o médico no curativo da incisão cirúrgica, oferecendo as soluções
anti-sépticas comumente usadas (água oxigenada, solução aquosa de iodo)
e fixando o adesivo;
n remover os campos e, em seguida, vestir e agasalhar o paciente
adequadamente;
n auxiliar a equipe cirúrgica a retirar os aventais;
n transferir o paciente para a maca, após a autorização do anestesista,
observando a permeabilidade de scalps, sondas e drenos;
n providenciar o transporte do paciente para a unidade de Recuperação
Pós-anestésica ou para sua unidade de origem, acompanhado do
prontuário completo;
n tratar o material de vidro, de borracha e o instrumental de acordo com a
rotina do serviço;
n desocupar a sala, encaminhando a roupa à lavanderia. Solicitar, logo após,
a limpeza do local.
Instrumentador
O técnico ou auxiliar de enfermagem, atuando na função de instrumentador,
passa a integrar a equipe cirúrgica e, como tal, suas atribuições são:
n verificar para que sala de operação está escalado e, em função disso, em
que operações irá atuar;
n informar-se quanto aos tipos de fios, agulhas e materiais especiais a serem
utilizados, caso não esteja familiarizado com a rotina do cirurgião;
n executar o preparo das mãos e dos antebraços, vestir o avental
esterilizado e calçar as luvas cirúrgicas, de acordo com a técnica correta,
descrita mais adiante;
Placa neutra
fixada ao paciente.
54 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Atribuições da enfermagem 55
n dispor instrumental, campos, gazes e fios nas mesas auxiliares, segundo
a técnica padronizada;
n estar pronto e ter tudo preparado antes de começar a operação, para
evitar atrasos;
n colocar à disposição do cirurgião, antes do início do procedimento
cirúrgico, o material para a anti-sepsia da região operatória e auxiliar na
colocação dos campos;
n passar os instrumentos, zelando constantemente pela total assepsia
do ato cirúrgico. É muito importante, por exemplo, cuidar para a mesa
do instrumental não ser contaminada pelas costas dos integrantes da
equipe ou por instrumentos que tenham entrado em contato com a
parte interna do intestino;
n evitar a falta de compressas, gazes, fios e outros materiais, solicitando
reposição ao circulante, com a devida antecedência;
n zelar pela peça anatômica retirada do paciente, identificando-a e
entregando-a ao circulante, que irá encaminhá-la para exame;
n desmontar a mesa, separando o material contaminado do limpo, ao
término da operação.
Como já observamos, antes de o instrumentador vestir o avental esterilizado
e calçar as luvas, ele deve realizar o preparo adequado das mãos e dos
antebraços, tendo em mente a possível perfuração das luvas esterilizadas e a
conseqüente contaminação pelas bactérias da pele.
Essas bactérias são de dois tipos: transitórias e residentes. As transitórias são
eliminadas com relativa facilidade, usando-se água e sabão, enquanto as
residentes são de difícil remoção, por estarem firmemente aderidas à
superfície cutânea. Assim, a lavagem retira as bactérias transitórias, e o anti-
séptico, hoje em dia à base de iodo, impede temporariamente a ação de
outras bactérias, não retiradas pela mecânica da lavagem.
Lavagem e anti-sepsia das mãos e dos antebraços
Para executar a técnica (baseada nas recomendações do Ministério da Saúde)
o instrumentador deverá estar com as unhas bem aparadas e usando máscara
e gorro. Logo, realizará o seguinte procedimento:
n remover as jóias das mãos e dos antebraços;
n lavar as mãos e os antebraços com água corrente e anti-séptico com deter-
gente PVP-I a 10%. As pessoas alérgicas ao iodo deverão usar a solução
detergente de CLOROHEXIDINA a 4%;
n enxaguar as mãos e elevá-las, para o anti-séptico escorrer em
direção aos
cotovelos, indo da parte mais limpa para a menos limpa;
n retirar a escova esterilizada do suporte ou do invólucro, se ela for
descartável. Só usar escova de cerdas macias e, caso as disponíveis não atendam
a essa especificação, dispensar a escovação e realizar a anti-sepsia fazendo
a fricção com as mãos;
n molhar as cerdas e colocar PVP-I 10%, se a escova não contiver anti-séptico
com detergente;
n escovar as unhas da mão esquerda, com a escova na mão direita, enquanto
conta mentalmente até cinqüenta;
n continuar a escovação por etapas, tendo sempre em mente que é
necessário atingir desde a extremidade dos dedos até o cotovelo,
escovando cada segmento cerca de 25 vezes;
n começar essa etapa da escovação pela lateral do dedo mínimo, passando
pelos espaços interdigitais (entre os dedos), até atingir o polegar;
n em seguida, escovar a região ventral (palmar) da mão, partindo das pontas
dos dedos até o punho;
n com a palma voltada para baixo, escovar a região dorsal da mão, dando
especial atenção aos sulcos interdigitais;
n escovar, a seguir, as regiões anterior e posterior do antebraço, com
movimentos que se estendam do punho ao cotovelo;
n escovar o cotovelo com movimentos circulares;
n passar a escova para a outra mão e lavá-la, deixando a água escorrer;
n passar anti-séptico com detergente na escova e proceder à escovação da
mão direita, obedecendo às mesmas etapas já descritas para a mão esquerda;
n ao final, desprezar a escova na pia e enxaguar cada uma das mãos, unindo
as extremidades dos dedos e colocando os antebraços na vertical, de
maneira que a água escorra em direção aos cotovelos;
O tempo gasto na escovação da cada mão e antebraço deve ser, no mínimo, de cinco minutos.
n reaplicar o PVP-I, friccionando-o nas mãos, mantendo-as mais elevadas
que os cotovelos. Ter o cuidado de não remover os resíduos desse detergente
com soluções alcoólicas.
É importante esclarecer que o Ministério da Saúde oferece uma opção a ser
utilizada na falta dos anti-sépticos com detergente indicados. A técnica é a mesma da
segunda opção, porém é realizada com sabão comum em lugar do PVP-I.
Após os cinco minutos de fricção, enxaguar mãos e antebraços, removendo a
espuma e os resíduos de sabão. Em seguida, aplicar álcool iodado (0,5 a 1%).
O álcool iodado precisa ser literalmente aplicado às mãos e antebraços, e jamais utilizado para simples
imersão dos mesmos. É necessário friccionar as mãos com essa solução por, no mínimo, um minuto.
Ao finalizar o processo o instrumentador deve dirigir-se à sala de operação,
com mãos e antebraços mantidos na vertical, evitando tocar em objetos que
possam comprometer a escovação.
56 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Atribuições da enfermagem 57
Na sala, efetua-se a secagem das mãos e parte dos antebraços com uma
compressa esterilizada, indo na direção das mãos para os cotovelos. Fazer
movimentos compressivos e não de esfregação, evitando sempre que a
compressa atinja regiões não escovadas. Em seguida, jogar a compressa no
saco de hamper.
Estando com as mãos secas, o instrumentador vestirá o avental esterilizado,
tocando-o apenas pelo avesso para não contaminá-lo, já que as mãos, embora
escovadas, ainda estão sem luvas.
Técnica para vestir o avental
n pegar o avental com as pontas dos dedos e depois elevá-lo, trazendo-o para
fora da mesa. A maneira de pegar o avental vai depender do modo como
ele é dobrado, o que varia de uma região para outra do Brasil. Qualquer
que seja o modo, no entanto, é imprescindível observar o princípio fun-
damental de só tocar a parte interna do avental e nunca a parte externa;
n abrir o avental com movimentos delicados e firmes, tendo o cuidado de
não tocar sua face externa;
n segurar o avental afastado do corpo e introduzir, ao mesmo tempo, os
dois braços nas mangas, com um movimento para cima;
n dar as costas ao circulante de sala para que as tiras do decote das costas
e da cintura sejam amarradas por ele, afastando-as da cintura para facilitar
a ação.
Nas operações de grande porte, onde a assepsia é ainda mais rigorosa, a equipe cirúrgica protege as
costas do avental usando a opa esterilizada. A opa é uma espécie de sobrecapa, sem mangas, amarrada
na frente, que um dos membros da equipe, já vestido e enluvado, auxilia os demais a vestir.
Secagem de mãos
e antebraços.
AAAAA. Instrumentadora
retira a compressa que
se encontra em um
pacote aberto.
BBBBB. Instrumentadora
segura a compressa
afastada do seu corpo.
Seca apenas a área
bem escovada e evita
contaminar as mãos na
área próxima ao
cotovelo.
Técnica para vestir
o avental cirúrgico,
usada pelo
instrumentador no caso
específico do avental
estar com a face
externa para dentro.
AAAAA. Instrumentadora
pega o avental.
BBBBB. Instrumentadora
desenrola o avental e
introduz seus braços
dentro das mangas
com um movimento
para cima, sem tocar a
parte externa com suas
mãos desnudas.
CCCCC. A circulante de
sala alcança a parte
interna do avental e
puxa pela abertura das
mangas.
DDDDD. A circulante de
sala amarra as tiras do
decote e da cintura.
Entretanto,
dependendo do tipo
de avental usado, a
própria
instrumentadora, já
calçando luvas,
fechará o avental.
A B
A
B
C
D
58 Centro Cirúrgico
Transoperatório
AAAAA. Opa
BBBBB. Opa improvisada
Atribuições da enfermagem 59
Técnica para calçar luvas
n abrir o pacote de luvas de modo a deixar os punhos voltados para a pessoa
que irá calçá-las. Ter o cuidado de afastar a aba interna do pacote, sem
tocar as luvas com as mãos desnudas;
n retirar a luva esquerda do envelope, segurando-a pelo punho com a
mão direita;
n calçar a luva esquerda com o auxílio da mão direita, tocando-a apenas
pelo lado de dentro do punho e mantendo a dobra do punho;
n retirar a luva direita do envelope, colocando a mão esquerda na abertura
do mesmo e introduzindo os quatro dedos sob a dobra do punho;
n calçar essa luva com o auxílio da mão esquerda, mantendo os dedos
desta mão introduzidos na dobra e puxando até cobrir o punho da manga
do avental;
n introduzir os dedos na dobra do punho da luva esquerda e puxá-la,
igualmente, até cobrir o punho da manga do avental;
n manter as mãos enluvadas para o alto, acima do nível da cintura, e, quando
não ocupadas, protegê-las com compressa ou campo esterilizado. Existem
alguns aventais com local apropriado para o descanso e proteção das
mãos já enluvadas.
Recomendações ao calçar as luvas
n a mão nua só deve tocar a parte interna da luva, enquanto a mão enluvada
só pode tocar a parte externa;
n se, ao calçar as luvas, os dedos entrarem trocados, só tentar corrigir após
ter as duas luvas calçadas;
n com as mãos enluvadas, evitar tocar a gola, as costas e o terço inferior
do avental cirúrgico por serem consideradas “zonas perigosas”, em
termos de contaminação;
n para descalçar as luvas deve-se, primeiramente, dobrar o punho da luva
esquerda. Com os dedos da mão esquerda ainda enluvados, retirar a luva
direita sem que esta toque a pele. Com a mão esquerda enluvada segurar
a luva direita; depois, com a mão direita desnuda, remover a luva esquerda,
puxando-a pela dobra do punho por sobre a luva direita.Tocar apenas a
parte interna da luva esquerda.
A B
A B
G H
D E
J K
C
F
I
L
60 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Tempos cirœrgicos
Denominamos tempos cirúrgicos ou tempos operatórios as fases ou etapas em que
são executadas as operações. De um modo geral, são quatro:
deiérese é o momento de rompimento dos tecidos por meio de instrumentos
cortantes, como bisturis e tesouras. Pode ainda ser realizada com o bisturi
elétrico ou o bisturi a raio laser.
hemostasia é o processo através do qual se detém o sangramento ocasionado
pela diérese. Pode ser realizada de diversas maneiras, como, por exemplo,
usando-se pinças específicas comprimindo os vasos com compressas ou
utilizando o bisturi elétrico.
operação propriamente dita é o tempo cirúrgico principal, voltado para o objetivo
central do procedimento. Nesse momento são usados instrumentos especiais,
que variam de acordo com a especialidade cirúrgica.
síntese é a união de tecidos, a qual será tão mais perfeita quanto mais perfeita
tiver sido a diérese.
O processo mais comum de síntese é a sutura por planos, dos órgãos e tecidos,
e o fechamento da cavidade cirúrgica usando-se agulhas e porta-agulhas.
A sutura pode ser permanente —quando os fios cirúrgicos não são removidos—
ou temporária —quando os fios são retirados dias após a colocação.
Instrumental cirœrgico bÆsico
É aquele comum a qualquer operação, devendo estar presente em todas elas,
independentemente da especialidade. Assim, o auxiliar de enfermagem
deverá conhecê-lo muito bem, principalmente o instrumentador, tendo em
vista o bom desempenho de suas funções.
Com apenas esse instrumental é possível realizar várias cirurgias gerais de pequeno porte, sem
necessidade de outros instrumentos mais específicos. Dentre essas cirurgias destacamos a
apendicectomia, a hernioplastia e a postectomia.
As Pinças de Preensão têm o objetivo de prender tecidos e órgãos, mas também
são usadas para prender gaze dobrada. Um exemplo é a pinça de Foerster,
mostrada na figura, que é utilizada no início da cirurgia, para fazer a anti-
sepsia da região cirúrgica.
Os bisturis são instrumentos de diérese e se apresentam com tipos e tamanhos
variados. São compostos de um cabo de tamanho variável, acoplado a uma
lâmina móvel, que também varia em forma e tamanho.
Em função da grande freqüência com que são utilizados, os bisturis ocupam
a parte da mesa mais acessível ao instrumentador, sempre com a ponta
voltada para ele.
Instrumental cirúrgico básico 61
Pinça de Foerster.
Diferentes tipos de
cabos e lâminas de
bisturis.
AAAAA. Cabos
BBBBB. Lâminas
Fo
nte
: c
atá
log
o 
ED
LO
Fo
nte
: c
atá
log
o 
ED
LO
A B
62 Centro Cirúrgico
Transoperatório
As tesouras, assim como os bisturis, são instrumentos de diérese, e têm
diferentes formas e tamanhos.
Também as tesouras são arrumadas na mesa de instrumental com a ponta
voltada para o instrumentador.
As pinças hemostáticas são instrumentos de hemostasia, utilizadas para pinçar os
vasos e impedir o sangramento. Essas pinças podem ser retas ou curvas e
têm tamanhos variados.
As pinças hemostáticas são conhecidas pelos nomes de seus criadores como
Kelly, Kocher, Crile, Halstead, Rochester e Mixter. São dispostas na mesa do instrumen-
tador em grupos do mesmo tipo e em ordem crescente de tamanho, sempre
da direita para a esquerda.
As pinças de dissecção são instrumentos auxiliares que apóiam o ato cirúrgico.
Elas existem em grande variedade, sendo diferentes em forma e tamanho,
com dentes ou não. Aquelas com dentes são comumente chamadas de “pinças
dentes de rato”.
Instrumental cirúrgico básico 63
Tesouras.
AAAAA. de Metzenbaum
reta e curva
BBBBB. de Mayo reta e
curva
Pinças hemostáticas.
CCCCC. de Crile reta e curva
DDDDD. de Kocher reta e
curva
Pinças hemostáticas.
AAAAA. de Kelly reta e
curva
BBBBB. de Halstead
Pinças de dissecção.
AAAAA. sem dente
BBBBB. "dente de rato"
A B
A B
C D
Fo
nte
: c
atá
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: c
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nte
: c
atá
log
o 
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Fo
nte
: c
atá
log
o 
ED
LO
A
B
64 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Os afastadores são também instrumentos auxiliares, destinados a facilitar a
exposição do campo operatório. Eles variam quanto ao tipo e ao tamanho,
podendo ser manuais ou auto-estáticos. Esses últimos são chamados assim
porque afastam os tecidos por si próprios.
Os afastadores são ordenados na mesa de instrumental por tamanho e pela
ordem em que são empregados. Os menores são usados, em geral, nos planos
superficiais, como as camadas de tecido, e de acordo com o tamanho do
paciente. Já os maiores são empregados posteriormente, para afastamento
das estruturas profundas, como os órgãos.
As pinças de campo, ou pinças Backhaus, são instrumentos auxiliares destinados à
fixação dos campos que limitam a área operatória.
Esse tipo de pinça está presente na mesa de instrumental somente no início
da operação. Posteriormente, o espaço ocupado por elas é utilizado para
melhor acomodar instrumentos de hemostasia, instrumentos especiais,
compressas, gazes ou cubas.
Instrumental cirúrgico básico 65
Afastadores.
AAAAA. Farabeuf
BBBBB. Deaver Nº 6
CCCCC. Volkmann
DDDDD. auto-estático, Gelpi
EEEEE. auto-estático,
Weitlaner
FFFFF. abdominal, Gosset
GGGGG. abdominal, Balfour
HHHHH. abdominal, Doyen
Pinça Backhaus
ou de campo.
Afastadores.
IIIII. de costelas,
Finochietto
JJJJJ. para pele, Gillies
KKKKK. Haberer "maleável"
A B
D E
G H
C
F
Fo
nte
: c
atá
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Fo
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: c
atá
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nte
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o 
ED
LO
I J K
66 Centro Cirúrgico
Transoperatório
As agulhas são instrumentos de síntese utilizados para conduzir o fio de sutura
através dos tecidos. Podem ser de diferentes tipos:
n retas, semi-retas ou curvas, sendo a curvatura bem variável;
n pequenas ou grandes;
n de ponta triangular ou cortante, para a pele; e de ponta cilíndrica ou
romba, para uso interno;
n com fundo fixo ou fundo falso.
Nas agulhas com fundo fixo, o fio é introduzido em seu orifício, como nas
agulhas de costura. Já nas agulhas com fundo falso o fio é introduzido no
canal, sob pressão. Atualmente, a maioria dos fios já vem agulhada de fábrica,
havendo uma preferência dos cirurgiões por esse tipo de fio, por serem
práticos e produzirem menor traumatismo nos tecidos.
A escolha das agulhas e dos fios a serem usados em uma cirurgia é de competência exclusiva do
cirurgião, uma vez que essa escolha vai depender de fatores como o tipo de cirurgia, a técnica
empregada e o tipo de tecido.
Quanto à arrumação das agulhas na mesa do instrumentador, ressaltamos que
elas devem ser dispostas ordenadamente, de modo a facilitar sua identificação.
Os porta-agulhas são também instrumentos de síntese, e têm a função de pren-
der as agulhas, para a execução da sutura. Eles se apresentam de diferentes
formas e tamanhos, sendo mais comuns os de Mayo-Hegar e de Mathieu.
À exceção dos demais instrumentos, os porta-agulhas devem ficar na mesa
de instrumental com os cabos sempre voltados para o instrumentador.
As agulhas e os porta-agulhas, usados nas suturas tradicionais, podem ser
substituídos por instrumentos que realizam vários tipos de suturas mecânicas.
Um exemplo desses instrumentos é o skin stapler, cuja forma é semelhante à
de um grampeador.
Instrumental cirúrgico básico 67
Agulhas cirúrgicas.
A. A. A. A. A. Forma das agulhas
B. B. B. B. B. Agulha de fundo
fixo
C.C.C.C.C. Agulha de fundo
falso
D.D.D.D.D. Agulha de ponta
romba ou cilíndrica
E.E.E.E.E. Agulha de ponta
Porta-agulhas.
AAAAA. de Mayo-Hegar
BBBBB. de Mathieu
Skin Stapler, usado
para suturas mecânicas.
Fo
nte
: c
atá
log
o 
ED
LO
A B
C
D
E
A B
68 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Fios cirœrgicos
Também denominados fios de sutura, os fios cirúrgicos são utilizados com
duas finalidades básicas:
n ligadura de vasos sangüíneos, para impedir o sangramento;
n sutura de tecidos orgânicos, para facilitar a cicatrização.
Esses fios dividem-se em duas categorias principais.
Fios cirúrgicos absorvíveis
São produzidos com material que pode ser eliminado pelas células e líquidos
corporais, durante e após a cicatrização dos tecidos. Eles são de dois tipos:
de origem animal, produzidos a partir do intestino
de boi ou de carneiro, sendo
conhecidos como catgut (categute). Podem ser:
simples: categute não tratado, o qual é totalmente absorvido em torno do
10º dia após a cirurgia;
cromado: categute simples, com tratamento especial para prolongar o tempo
de absorção, que deverá acontecer entre o 20º e o 25º dia após a cirurgia.
de origem sintética, produzidos em laboratório, têm absorção total depois de 60
a 70 dias da operação.
Fios cirúrgicos inabsorvíveis
Não desaparecem, permanecendo envolvidos por um tecido fibroso, mesmo
sofrendo a ação dos líquidos do corpo. Esses fios são de três tipos:
de origem natural, fabricados a partir da seda, do algodão ou, ainda, do linho.
de origem sintética, produzidos em laboratório, podendo ser de náilon, poliéster
ou polipropileno.
metálicos, de prata, bronze ou aço inoxidável.
Espessura dos fios cirúrgicos
A grande variedade de espessura com que são encontrados motivou a sua
identificação por meio de uma escala numérica:
... 6-0 5-0 4-0 000 00 0 1 2 3 4 5 ...
Para entender como a escala funciona, vamos tomar o fio número zero como
referência, o qual tem uma espessura média.
Instrumental cirœrgico especial
É aquele que varia de acordo com as múltiplas especialidades cirúrgicas e,
em geral, é utilizado apenas no tempo principal da operação.
Esse tipo de instrumento deve ser colocado em local afastado da mesa do
instru-mentador ou, então, em mesa auxiliar secundária, no caso de serem
muito numerosos.
Fios cirúrgicos 69
Exemplos de
instrumental cirúrgico
especial.
AAAAA. tesoura vascular
Potts de Martel
BBBBB. rugina para
periósteo de Farabeuf
CCCCC. espéculo vaginal
de Collin
DDDDD. pinça Randall
para cálculos renais
EEEEE. saca-fibroma
de Doyen
FFFFF. espéculo nasal
de Hartmann Fon
te:
 c
atá
log
o 
ED
LO
A B
D E
C
F
70 Centro Cirúrgico
Transoperatório
Os fios com numeração acima de zero são de espessura maior do que ele, como,
por exemplo, o fio 2 ou 3. Quanto maior é o número, mais grosso será o fio.
Por outro lado, os fios cuja numeração tem mais zeros são mais finos do que ele,
como 00 ou 4-0. Assim, quanto mais zeros na numeração, mais fino é o fio.
Observe que depois de 000 não se repetem mais os zeros para representar,
usando-se apenas 4-0, 5-0, 6-0, etc.
Os fios disponíveis no mercado são encontrados nas seguintes apresentações:
n envelopes com fios longos, sem agulha;
n envelopes com fios curtos e agulhas descartáveis presas ao fio.
Consideraçıes gerais
sobre instrumentaçªo
Vamos destacar algumas observações sobre o modo como os cirurgiões
solicitam os instrumentos e de como o instrumentador deve passá-los.
Os instrumentos de uso corrente podem ser solicitados pela sinalização
manual, que consiste em uma série de sinais em código, já conhecidos pela
equipe. Esses sinais estão diretamente relacionados com o movimento
característico do uso de cada um dos instrumentos.
Caso não empregue a sinalização manual, o cirurgião poderá pedir os
instrumentos pelos respectivos nomes.
A prática, no entanto, vai proporcionando, ao instrumentador, segurança
e condições de prever a necessidade de passar esse ou aquele instrumento.
Ele faz isso com base no conhecimento das regras gerais de uso seqüencial
de todo o instrumental, desobrigando o cirurgião de fazer qualquer
sinalização ou pedido.
Veja alguns exemplos:
O instrumentador deve estar sempre atento ao modo de manusear e passar
os instrumentos. Todo cuidado deve ser tomado para não deixá-los cair e
para sempre entregá-los na posição correta para o uso, evitando que o
cirurgião seja obrigado a virar os instrumentos antes de usá-los.
Em relação a esses instrumentos, cabe ainda lembrar que existem alguns
muito perigosos, como o bisturi e o porta-agulhas montado, os quais devem
ser manuseados com cautela e segurança, para prevenir acidentes.
Também é igualmente importante o instrumentador se colocar em local
que favoreça a passagem dos instrumentos e, se possível, que tenha
perfeita visualização do campo cirúrgico, para poder acompanhar os tem-
pos cirúrgicos e antecipar-se às solicitações dos vários instrumentos.
A forma de dispor os instrumentos varia, principalmente, em função do tipo
de cirurgia e da técnica a ser adotada. Como regra geral, no entanto, podemos
afirmar que os instrumentos são dispostos na mesa, em grupos, por ordem
de tamanho, sempre com suas pontas voltadas para o ins-trumentador. Os
porta-agulhas, como já ressaltamos, devem ficar com os cabos voltados para
o instrumentador, ao contrário dos demais instrumentos.
Considerações gerais sobre instrumentação 71
o cirurgião usa bisturi,
tesoura ou porta-agulhas
o instrumentador entrega pinça auxiliar,
exceto durante incisão da pele
o cirurgião devolve instrumentos
de diérese e auxiliares,
com muitas pinças hemostáticas no campo
o instrumentador entrega, prontamente,
fios para ligadura
o cirurgião usa fio
para sutura ou ligadura
o instrumentador passa
a tesoura reta
o cirurgião trabalha
com instrumentos de corte
o instrumentador passa,
automaticamente, pinças hemostáticas
72 Centro Cirúrgico
Centro
de Material
DependŒncias bÆsicas
recepção e expurgo. Área destinada a receber o material usado no Centro Cirúrgico
e nas demais unidades do hospital, para execução ou comple-mentação
da limpeza.
Esse local precisa ser devidamente separado e isolado do local de entrega do material limpo,
a fim de evitar a contaminação do que foi recém-esterilizado.
preparo do material. Local onde se realizam o preparo e o empacotamento ou
acondicionamento do material para ser esterilizado.
Transoperatório
É o conjunto de áreas destinadas à limpeza, pre-paro,
esterilização, guarda e distribuição do material para
todo o hospital.
O CEMAT pode ser centralizado, quando o material é
limpo, preparado e esterilizado nas áreas específicas
do próprio Centro; ou descentralizado, quando as dife-
rentes unidades do hospital encarregam-se da lim-
peza e da preparação do material, encaminhando-o
depois ao CEMAT somente para esterilização.
O mais indicado é o sistema centralizado, princi-
palmente porque padroniza as técnicas empregadas
e possibilita o controle de qualidade garantindo
maior segurança no uso do material esterilizado.
74 Centro de Material
Transoperatório
esterilização. Espaço onde estão instaladas as autoclaves e estufas empregadas
para esterilizar o material.
guarda e distribuição. Parte reservada ao armazenamento ou estocagem do mate-
rial estéril em armários, prateleiras e, modernamente, em cestas de aço
inoxidável do tipo “gaiola”. É nesse local, também, que se dá a distribuição
do material a todas as unidades do hospital.
Em alguns hospitais, essa área comunica-se diretamente com a sala de
estocagem de material esterilizado do Centro Cirúrgico, facilitando muito
o abastecimento dessa sala.
posto de enfermagem. Área que se constitui no centro administrativo do CEMAT,
onde se encontram a chefia e a secretaria dessa unidade.
sala de reserva. Destinada à estocagem de materiais de consumo novos como,
por exemplo, seringas, agulhas, gazes, algodão, luvas, fitas-teste, fios, etc.,
usados na reposição de material dos pacotes e bandejas preparados para
esterilização.
copa. Área reservada para servir lanches rápidos ao pessoal do CEMAT.
vestiários masculino e feminino. Locais equipados com sanitários e chuveiros para
uso das equipes, e ainda de armários, para a guarda de uniformes, roupas
e outros pertences.
As diferentes áreas de um Centro de Material devem ser distribuídas de forma a permitir um fluxo
de trabalho progressivo, em linha reta e seqüencial, do expurgo até a área de distribuição, com o
objetivo de reduzir as possibilidades de contaminação.
Atividades
Antes de detalharmos as atividades desenvolvidas no Centro de Material, é
importante
relembrar alguns conceitos de microbiologia que são básicos
para o pessoal de enfermagem realizar um trabalho consciente e responsável:
esterilização. Conjunto de meios empregados para extermi-
nar todos os germes, inclusive os esporos.
desinfecção. Meios empregados para destruir os germes na sua
forma vegetativa. Ela pode ou não destruir os esporos.
anti-sepsia. Meios através dos quais se impede a prolife-
ração dos germes. Na anti-sepsia são empregadas
substâncias chamadas anti-sépticas.
O emprego do termo anti-sepsia restringe-se ao tecido vivo, enquanto que o termo desinfecção
aplica-se a matérias inanimadas. Falamos, por exemplo, em anti-sepsia da pele e em
desinfecção do piso.
assepsia. Conjunto de práticas e técnicas através das quais se evita a penetração
de germes em locais ou objetos isentos dos mesmos.
descontaminação. Processo de inativação ou retirada de microorganismos, com
o objetivo primordial de dar ao profissional de saúde condições para ma-
nipular artigos médico-hospitalares com segurança.
Esses artigos, classificados em relação ao risco potencial de contaminação
de acordo com as novas orientações do Ministério da Saúde, são:
artigos não-críticos são todos aqueles que entram em contato com a pele íntegra
do paciente.
Esses artigos devem ser limpos.
Exemplo: termômetro clínico.
artigos semicríticos são os que entram em contato com a pele não-íntegra ou
com as mucosas do paciente.
Esses artigos devem ser desinfetados.
Exemplo: acessórios de respiradores artificiais e anestesia gasosa.
artigos críticos são aqueles que penetram na pele e nas mucosas do paciente.
Esses artigos devem ser esterilizados.
Exemplo: instrumentos de corte e de ponta.
artigos contaminados são os que entraram em contato com sangue, pus,
excreções e secreções do paciente, sem levar em consideração o grau
de sujeira presente.
Planta física de um
CEMAT com o fluxo
do material.
EsporEsporEsporEsporEsporos:os:os:os:os:
forma na qual o
germe é mais
resistente
Atividades no CEMAT 75
SALA DE RESERVAROUPARIABANCADA DE
ANESTESISTA
LUVAS ÁREA DE
ESTERILIZAÇÃO
BANCADA
DE MATERIAL
VARIADO
ÁREA DE
RECEPÇÃO
E EXPURGO
VESTIÁRIO
MASCULINO
VESTIÁRIO
FEMININO
ÁREA DE GUARDA
E DISTRIBUIÇÃO
POSTO DE
ENFERMAGEM
COPA
ÁREA DE PREPARO
DO MATERIAL
monta-
carga
(material
estéril)
elevador roupa
limpa
(da lavanderia)
monta-
carga
(material sujo)
elevador roupa
suja (para
lavanderia)
76 Centro de Material
Transoperatório
Limpeza do material
É realizada no expurgo, por meio de máquinas, ou então manualmente,
como é mais comum.
Se o material estiver sujo de matéria orgânica, como sangue, excreções ou
secreções, e o profissional que for proceder à limpeza manual não usar luvas,
avental de mangas compridas, máscara, gorro e óculos de proteção, o mate-
rial deverá sofrer a descontaminação antes de ser limpo.
Há várias maneiras de fazer a descontaminação. A mais comum é colocar
o material em uma solução química desinfetante, que seja compro-
vadamente ativa em presença de matéria orgânica. Deixar por um período
de 30 minutos.
Só após a descontaminação é que se inicia a limpeza.
Os procedimentos de limpeza variam de acordo com o material mas,
basicamente, os processos são dois: um para material de aço inoxidável e
outro para material de borracha.
Material de aço inoxidável
No caso de se usar processo manual, é necessário obedecer a esses passos:
n imergir o instrumental em água, de preferência quente, misturada com
detergente ou desencrostante ou, ainda, detergente enzimático. Deixar
por 15 minutos para remover os detritos orgânicos (sangue, principal-
mente), inclusive os situados nas ranhuras e encaixes dos instrumentos;
n escovar o material e enxaguar em água corrente;
n secar o instrumental um a um, cuidadosamente, usando uma compressa;
n encaminhar o material limpo para o preparo ou para a guarda.
Material de borracha
A limpeza de sondas, drenos, cânulas e tubos de borracha é feita mais
comumente pelo processo manual. Esse processo consiste em:
n colocar o material numa bacia com água fria e detergente, ou detergente
enzimático, preenchendo o interior de cada um com auxílio de uma
seringa. Deixar nessa solução por 15 minutos;
n lavar esse material, interna e externamente, com água corrente, de
preferência em torneira com bico de pressão;
n secar o material, revendo a limpeza;
n encaminhar o material ao preparo.
Por segurança e economia, a maior parte dos hospitais só trabalha com luvas
novas. No caso de elas serem reaproveitadas devem ser lavadas, de preferência,
na máquina. No entanto, quando a limpeza precisar ser manual, deve-se
proceder da seguinte forma:
n colocar as luvas num balde com água fria pura, e deixá-las de molho para
retirar o sangue;
n passar as luvas para um outro balde com solução neutra e suave,
esfregando-as delicadamente;
n lavar as luvas dos dois lados, em água corrente;
n colocar as luvas para secar em suporte especial, virando-as, para secarem
interna e externamente;
n encaminhar as luvas para o preparo.
O material de borracha, em geral, não deve permanecer em solução contendo
substância desencrostante, pois esta provoca mudança em sua coloração e torna-
o pegajoso. No caso das luvas, por exemplo, que sofrem muito a ação dessas
substâncias, recomenda-se o uso de sabão neutro e suave.
É responsabilidade do enfermeiro-chefe da unidade orientar quanto à escolha dos produtos a
serem utilizados, à concentração de cada um deles nas soluções e quanto ao tempo de exposição
dos diversos materiais no processo de limpeza.
Preparo do material
As atividades realizadas na área de preparo do material têm como finalidade
revisar, selecionar, preparar e acondicionar o material para ser, posterior-
mente, esterilizado.
Um cuidado importante executado nessa área é a conservação de pinças e
tesouras, dentre outros instrumentos, que necessitam de lubrificação
periódica em suas articulações. O silicone líquido é muito utilizado para
isso, mas os lubrificantes hidrossolúveis são mais adequados. A vaselina líquida
não é recomendada porque forma uma camada fina na superfície do
instrumento, dificultando a esterilização, posteriormente.
Os instrumentos que necessitam de reparos devem ser encaminhados a
empresas recomendadas pelos fabricantes. Não se aconselha a soldagem de
instrumentos danificados por quebra.
É também no preparo que geralmente o material é separado e preparado, de
acordo com as especificações.
Preparo do material 77
78 Centro de Material
Transoperatório
No local de preparo do material, vários cuidados devem ser tomados para
acondicioná-lo adequadamente. Dentre esses cuidados, destacamos:
n escolher o envoltório apropriado ao tipo e volume do material, assim
como ao método de esterilização a que será submetido;
n observar se o material está rigorosamente limpo;
n preparar e acondicionar o material, de acordo com a técnica padronizada,
cujo objetivo básico é atender aos princípios de assepsia.
Esterilizaçªo do material
Existem diferentes métodos de esterilização, os quais são classificados em
dois grandes grupos: os métodos físicos e os métodos químicos.
Abordaremos vários desses métodos, uma vez que este é um assunto
importante e necessário para todo o pessoal de enfermagem.
Métodos físicos de esterilização
Nesse grupo apresentaremos três métodos de esterilização diferentes: o de
calor úmido, o de calor seco e a radiação.
Calor úmido
Lembramos que a água em ebulição, utilizada durante muito tempo como método
de esterilização pelo calor úmido, é considerada atualmente um método físico
de desinfecção. Mas para cumprir essa função é necessário o artigo ficar imerso
e em ebulição por um mínimo de 30 minutos.
Esterilização pelo vapor saturado sob pressão
Método processado pela autoclave, um aparelho
apresentado em formas e tama-
nhos diferentes, sendo até improvisada, às vezes, com uma panela de pressão.
Pacote já pronto com
fita-teste, antes de ser
esterilizado.
Técnica de
empacotamento
de material.
Autoclave:
esterilizador
por calor úmido.
Esterilização do material 79
80 Centro de Material
Transoperatório
O método de esterilização pelo calor úmido é o mais seguro e também o
mais utilizado para esterilizar a maior parte dos materiais médico-hospitalares.
Sua eficiência depende da penetração do vapor saturado sob pressão nos
pacotes ou caixas, a uma determinada temperatura, durante um certo tempo.
Cada tipo de material exige um tempo de exposição diferente e um
determinado grau de temperatura.
Os materiais esterilizáveis em autoclave são classificados em duas categorias:
materiais de superfície: materiais de borracha, vidro, aço inoxidável e outros.
Nesses casos, o vapor saturado sob pressão circula, sem penetrar, na
superfície dos materiais. Quando o volume de material é reduzido, o tempo
de exposição necessário é, em geral, de 15 minutos, a temperatura é de
121°C e a pressão é de 1,5 atmosfera. Quando os materiais são
acondicionados em maior número precisa-se de um tempo maior de
exposição.
materiais de densidade: basicamente, as roupas.
Esses materiais são espessos, formados por fibras e, por isso, exigem a
penetração do vapor saturado em todas as camadas de sua espessura. O
tempo de exposição para eles é de 30 minutos, a temperatura também
deve ser de 121°C e a pressão de 1,5 atmosfera.
A gaze furacinada não pode ser colocada em autoclave, pois o furacin perde o efeito, quando
exposto a altas temperaturas. O correto é aplicar o furacin na gaze já autoclavada, e somente no
momento do curativo.
As autoclaves que atualmente existem no mercado são de vários tipos. As
mais modernas operam a temperaturas acima de 121°C, sendo o tempo to-
tal do seu ciclo bem menor. Além disso, reduzem a deterioração de materiais
de borracha, tecido e de elementos cortantes. Portanto, ao se utilizar uma
autoclave deve-se observar o tempo, a temperatura e a pressão recomendados
pelo fabricante. As desvantagens dessas autoclaves mais sofisticadas estão
no seu elevado custo e na complexidade de seu funcionamento, exigindo
manutenção especializada.
Cuidados no carregamento da autoclave
n carregar o aparelho com materiais que exijam o mesmo tempo de
exposição;
n utilizar apenas 80% da capacidade do aparelho, a fim de facilitar a
circulação do vapor no interior da câmara;
n dispor o material adequadamente na autoclave. Os pacotes maiores devem
estar na parte superior, e os menores na parte inferior do carro móvel do
aparelho, deixando suficiente espaço entre eles;
n tomar cuidado para que o material não encoste nas paredes da auto-
clave, principalmente o de borracha.
Cuidados durante a esterilização
n seguir, rigorosamente, as instruções de operação da autoclave;
n observar o tempo de exposição necessário à esterilização do material, a
contar do momento em que a temperatura indicada for atingida;
n invalidar a esterilização do material a qualquer sinal de defeito da auto-
clave. Depois, comunicar o fato ao enfermeiro responsável, para este
providenciar a revisão do aparelho.
Cuidados ao descarregar o aparelho
n usar luvas próprias e, em algumas vezes, máscara;
n não colocar os invólucros ainda quentes sobre superfícies frias, pois a
condensação possibilita a penetração de bactérias, contaminando, assim,
os conteúdos. Recomenda-se, portanto, que os invólucros esfriem sobre
o carro da autoclave;
n guardar caixas e pacotes em locais apropriados, a fim de não prejudicar o
prazo de validade da esterilização. Aqui é importante saber que os artigos
esterilizados na autoclave podem ser estocados até uma semana em
prateleira aberta, ou até um mês, se forem colocados sob uma cobertura
de plástico ou em uma bolsa selada;
n limpar a câmara interna e a superfície externa da autoclave com pano
umedecido em água, depois da última esterilização do dia. Não é permitido
o uso de substâncias abrasivas, tipo saponáceo, ou corrosivas, como água
sanitária.
A seguir apresentamos uma lista de diversos materiais esterilizáveis em auto-
clave, a 121°C, com os cuidados relativos ao preparo de cada um deles, o
tempo de exposição necessário e algumas observações pertinentes.
Instrumental cirúrgico
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: acondicionar os instrumentos em caixa de metal perfurada em todos os
lados, fechar a caixa e envolvê-la com cobertura de algodão cru. Proteger
as lâminas de bisturi e pontas de tesouras com gaze
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: as caixas e estojos perfurados e envoltos com cobertura de algodão cru
possibilitam a entrada do vapor, durante a esterilização.
Agulhas de sutura
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: ordenar as agulhas sobre uma gaze e acondicioná-las em estojo perfurado,
envolvendo-o com cobertura de algodão cru.
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 15 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: as caixas e estojos perfurados e envoltos com cobertura de algodão cru
possibilitam a entrada do vapor, durante a esterilização.
Esterilização do material 81
82 Centro de Material
Transoperatório
Agulhas de punção
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: colocar as agulhas em tubos de vidro fechados
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 15 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: a tampa do vidro deve ser permeável ao vapor
Bacias, bandejas, cubas, etc.
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: fazer pacotes individuais envoltos por cobertura de algodão cru
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Pacotes de curativo
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: colocar cerca de 10 folhas de gaze sobre a cobertura de algodão cru e,
sobre elas, uma pinça hemostática (tipo Pean, Kelly ou Crile) e uma tipo
dissecção. Dar uma dobra na cobertura para cobri-las totalmente e, em
seguida, colocar outra pinça hemostática e algumas gazes. Terminar o
pacote como de rotina
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Aventais
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: empacotar os aventais individualmente ou em número de 2 ou 3, com
cobertura de algodão cru
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Campos
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: empacotar os campos individualmente ou formando um conjunto de campos
de diversos tamanhos. Depois, envolvê-los com a cobertura de algodão cru
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: os pacotes não devem ser muito grandes e nem muito apertados.O volume
não pode ultrapassar 0,30 x 0,30 x 0,50cm
Compressas
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: fazer pacotes de 10 unidades, aproximadamente, com a cobertura de
algodão cru
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Gaze em folha
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: empacotar 10 unidades de gaze em filme poliamida ou em papel do tipo
kraft
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo
de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Algodão
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: empacotar o algodão ou colocá-lo em tambor com os orifícios abertos.
Envolver esse tambor com a cobertura de algodão cru
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Seringas e outros materiais de vidro
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: empacotar o material individualmente, com coberturas de algodão cru
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: colocar os pacotes na parte superior da autoclave, para evitar quebra
Sondas com orifício na ponta (em borracha)
1ª opção de pr1ª opção de pr1ª opção de pr1ª opção de pr1ª opção de preparepareparepareparo:o:o:o:o: empacotar várias sondas com cobertura de algodão cru, confeccionada
de maneira a separar uma sonda da outra
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 15 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: as sondas preparadas dessa maneira destinam-se à aspiração de secreções
da traquéia
2ª opção de pr2ª opção de pr2ª opção de pr2ª opção de pr2ª opção de preparepareparepareparo:o:o:o:o: empacotá-las individualmente com cobertura de algodão cru ou em filme
poliamida
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 15 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: evitar misturar material de borracha com outro tipo de material em um mesmo
pacote, pois a borracha cola-se aos outros materiais
Tubos de látex
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: enrolar os tubos individualmente, evitando dobras ou angulações. Depois,
amarrá-los levemente com gaze, envolver com compressas e empacotá-los
com cobertura de algodão cru ou em filme poliamida
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 15 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: havendo dobras ou angulações, a borracha se cola nesses pontos
Luvas
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: testar as luvas para ver se não há furos, separá-las por número, entalcá-las e
emparceirá-las. Depois, virar aproximadamente 4 cm de seus punhos para
fora, colocar uma tira de gaze no seu interior para facilitar a entrada do
vapor. Introduzir as luvas em envelopes apropriados de algodão cru, papel
kraft ou filme poliamida, com as palmas voltadas para cima e os polegares
para fora. Colocar uma gaze com talco entre os dois bolsos do envelope,
para lubrificação das mãos. Acondicionar os envelopes de algodão cru em
caixas específicas com orifícios abertos e envoltos com cobertura de algodão
cru. Finalmente, os envelopes de papel kraft são embrulhados em folha de
papel kraft, enquanto os de filme de poliamida são colocados em pacotes
do mesmo material, em geral par a par
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 15 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: muitos hospitais evitam reesterilizar luvas
Escovas
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: acondicionar as escovas envolvendo-as com cobertura de algodão cru
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 30 minutos
Esterilização do material 83
84 Centro de Material
Transoperatório
Tubos calibrosos de polietileno
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: enrolar os tubos sem angulação ou dobra e amarrá-los, levemente, com
uma tira de gaze. Envolver os tubos com compressa, antes de empacotá-los
com a cobertura de algodão cru
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 15 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: deixar a autoclave fechada até que esfrie completamente, para os tubos
não ficarem leitosos
Água
PrPrPrPrPreparepareparepareparo:o:o:o:o: colocar a água em frascos de vidro, sem enchê-los completamente. Deixar
os frascos destampados ou fechá-los com tampa permeável ao vapor
TTTTTempo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição:empo de exposição: 20 minutos
Cuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e obserCuidados e observações:vações:vações:vações:vações: não misturar a carga de água com outras cargas. Dispensar o período de
secagem e deixar os frascos na autoclave até que esfriem. Usar máscara ao
tampar os frascos, após a esterilização
Calor seco
A esterilização é feita por meio do processo de flambagem ou pelo uso da estufa.
A flambagem é utilizada basicamente em laboratórios, e consiste em aquecer o
metal diretamente sobre a chama, até ficar rubro.
Já na estufa, denominação comercial do forno de Pasteur, o material é acondicio-
nado em caixas metálicas ou em recipientes de vidro refratário, resistentes a
altas temperaturas.
Na estufa, para haver a destruição bacteriana, é necessária uma temperatura
maior do que na autoclave e, também, um tempo maior de exposição do
material ao calor. Por isso, a estufa é totalmente imprópria para tecidos,
borrachas e materiais sintéticos.
Em relação ao instrumental cirúrgico, a estufa foi considerada, por muitos
anos, como o método mais indicado. Entretanto, recentes trabalhos de
pesquisa lançaram dúvidas sobre sua eficácia. Por essa razão, sugere-se o
uso da estufa unicamente para substâncias em pó ou oleosas, pois esses
materiais são impermeáveis ao vapor d’água da autoclave.
É oportuno lembrar que a gaze furacinada também não deve ser esterilizada
em estufa, pelos mesmos motivos já mencionados para o caso da esteri-
lização em autoclave.
Cuidados na esterilização em estufa
n não carregar a câmara em excesso, a fim de permitir fácil circulação do
ar aquecido entre as caixas e entre os recipientes de vidro refratário;
n não deixar as caixas e os recipientes em contato com as paredes da câmara;
n controlar a temperatura e marcar o tempo de exposição, após ligar o
aparelho. O tempo é de 2 horas, contado a partir do momento em que o
termômetro atinge a temperatura de 160°C;
n não abrir a estufa durante o processo de esterilização;
n lacrar o material imediatamente após a esterilização, identificá-lo e datar, ca-
so não se disponha de fitas termossensíveis, apropriadas para o calor seco.
O período de validade da esterilização na estufa é de até uma semana, se os
materiais forem estocados em prateleira aberta. Se eles forem colocados
sob uma cobertura de plástico ou bolsa selada, esse período se estende por
até um mês.
Radiação
A esterilização por radiação é obtida através dos raios gama e cobalto 60. É
um método eficaz que oferece as seguintes vantagens:
n é altamente penetrante, atravessando invólucros de materiais como caixas
de papel, papelão ou plástico;
n não danifica o material submetido ao processo, pois é frio;
n tem um longo tempo de validade, desde que o invólucro não seja rasgado,
molhado ou perfurado.
Esse método de esterilização é caro e complexo, não sendo utilizado em
hospitais, mas sim em indústrias especializadas em material médico-hospitalar.
O raio gama e o cobalto 60 destinam-se, especialmente, à esterilização de
Estufa:
esterilizador
por calor seco.
Esterilização do material 85
86 Centro de Material
Transoperatório
materiais descartáveis, como seringas, agulhas, gazes, drenos, sondas, tubos,
fios cirúrgicos e material
de implante, como válvulas cardíacas e ortopédicas.
Métodos químicos de esterilização
São aqueles que utilizam produtos químicos, tanto em forma de gases como
de líquidos. Vamos analisar cada um desses métodos separadamente.
Esterilização por gases
Um dos gases utilizados para a esterilização de material médico-hospitalar é
o óxido de etileno. É um gás tóxico, incolor e inf lamável, de ativa penetração e
poder bactericida (destruição das bactérias), inclusive para esporos.
A esterilização pelo óxido de etileno é feita em autoclave própria. É um
processo bem mais complexo do que o de calor seco ou úmido, pois, além
dos fatores temperatura e tempo, são igualmente importantes a concentração
do gás e a umidade relativa.
O óxido de etileno, por esterilizar em temperaturas relativamente baixas, é
indicado para material sensível ao calor, como endoscópios, instrumentos
oftalmológicos, motores, plásticos, fios elétricos, etc.
A esterilização pelo óxido de etileno tem um prazo de validade maior que o
dos processos físicos, estando esse prazo na dependência de o invólucro
não ter sido rasgado, molhado ou perfurado.
A utilização do óxido de etileno tem representado a solução para a
esterilização de materiais que não podem ser submetidos a temperaturas
elevadas. Apesar disso, ela tem sido um tanto problemática devido à
complexidade da operação e à manutenção desse tipo de autoclave, sem
contar os riscos apresentados pelo gás. Por essa razão, muitos hospitais não
realizam mais essa tarefa, passando a contratar firmas externas especializadas
nesse trabalho.
Entretanto, muitos estabelecimentos de saúde públicos e privados do país,
além de não disporem de esterilização com o óxido de etileno, têm dificuldade
para contratar esse serviço, até mesmo pela falta de empresas especializadas
em sua localidade. Assim, esses órgãos vêm recorrendo às pastilhas de
formalina para a esterilização ou desinfecção de materiais que não podem
sofrer a ação do calor ou de esterilizantes líquidos.
Desse modo, as pastilhas de formalina, derivadas do gás formaldeído, na
prática, têm- se constituído na única alternativa para esses estabelecimentos
de saúde, embora elas não sejam reconhecidas pelo Ministério da Saúde como
um método de esterilização ou desinfecção.
Esterilização por líquidos
A utilização de produtos químicos líquidos destinados à desinfecção ou
esterilização é indicada somente para aqueles materiais que não podem sofrer
a ação do calor, mas que suportam o meio líquido, e ainda quando não se
dispõe da esterilização pelo óxido de etileno. São exemplos desses materiais:
plástico, acrílico e polietileno.
Ao tratar dos produtos químicos, não podemos deixar de mencionar que
muitos deles estão disponíveis no mercado, mas nem sempre oferecem
indicação clara de seus efeitos e instruções sobre o correto modo de usá-
los, gerando dúvidas quanto ao seu emprego.
Por isso é importante saber que a ação de um produto químico líquido
depende de três fatores:
contato: para um germicida exercer sua ação, é imprescindível que tenha
contato com os microorganismos. Esse contato é dificultado por gorduras
e matéria orgânica, como sangue e pus, daí a necessidade de limpar
adequadamente o material e expor todas as superfícies à ação do produto.
Caso o artigo a ser esterilizado apresente superfícies ocas, é preciso cuidar
para que o produto químico preencha todas elas.
concentração: cada substância germicida tem seu maior poder de ação numa
concentração específica. Por isso, é indispensável a secagem do mate-
rial, antes de imergi-lo na solução química. Caso contrário, a substância
ficará diluída, reduzindo, assim, o seu poder de ação.
tempo de exposição: os produtos químicos não agem instantaneamente, sendo
necessário um certo tempo de contato com o material. Para a desinfecção
de artigos, ou seja, para se obter uma ação germicida contra micro-
organismos na forma vegetativa, o tempo de exposição é de 30 minutos.
Para a destruição dos esporos, ou esterilização, o tempo varia de acordo
com o produto químico utilizado e, por isso, é muito importante atentar
para as orientações do seu rótulo.
Cuidados na esterilização com produtos químicos líquidos
n anotar a data e o horário em que o material foi colocado na solução e o
tempo de permanência;
n não misturar materiais diferentes;
n usar recipiente plástico ou de vidro, com tampa.
Esterilização do material 87
88 Centro de Material
Transoperatório
Terminado o tempo de exposição, o material é retirado do produto de acordo
com a técnica asséptica e lavado com soro fisiológico ou água esterilizada,
pois o produto geralmente é irritante para a pele e as mucosas. Em seguida,
é secado em campos estéreis e acondicionado em recipiente também estéril.
A esterilização através de produtos químicos é um assunto bastante controvertido, sendo vários os
fatores a considerar no uso de cada um deles. Assim, a escolha do produto fica a critério do
serviço hospitalar, devendo essa escolha estar de acordo com as exigências da legislação em vigor.
Testes para avaliar a eficiência da esterilização
Para termos segurança quanto à esterilidade dos materiais, é indispensável
testar periodicamente os esterilizadores, como as autoclaves e as estufas.
Aconselha-se seja feito, no mínimo, um teste por semana, que pode ser
físico, químico ou biológico.
O teste físico consiste em colocar um termômetro especial no interior de um
dos pacotes, para registrar a temperatura máxima atingida.
O teste químico é feito por substâncias químicas contidas em tubos de vidro ou
em fitas de papel, introduzidos no interior de um dos pacotes de maior vol-
ume a ser esterilizado.
A mudança de cor do indicador dos vidros ou das fitas significa que o inte-
rior dos pacotes está sendo atingido pela temperatura desejada, durante o
período adequado.
É importante destacar que as fitas adesivas conhecidas como fitas-teste, usadas
para fechar os pacotes do material a ser esterilizado, não podem ser
consideradas teste químico, pois não oferecem qualquer segurança.
Veja que as ranhuras da fita-teste ganharam uma coloração escura, indicando
que a superfície do pacote foi atingida pelo calor, nada garantindo quanto
ao processo de esterilização do material contido no seu interior.
Etapas de esterilização
ou desinfecção de
materiais médico-
hospitalares, por meio
do uso de produto
químico líquido.
A.A.A.A.A. Calçar as luvas
B.B.B.B.B. Lavar os instrumentos
criteriosamente,
enxaguar em água
corrente e secar
C.C.C.C.C. Colocar o produto
em um recipiente com
tampa
D.D.D.D.D. Mergulhar os artigos
previamente limpos na
solução, evitando a for-
mação de bolhas de ar
E.E.E.E.E. Fechar o recipiente
e marcar o tempo de
acordo com o risco
potencial de contami-
nação dos materiais
FFFFF..... Não introduzir novos
artigos no recipiente
enquanto não expirar o
período de exposição
dos que foram imersos
anteriormente na
solução esterilizante
G.G.G.G.G. Utilizar pinça
esterilizada para retirar
o material. Enxaguar
com água esterilizada
ou soro fisiológico, de
acordo com a técnica
asséptica
Pacote fechado
com fita-teste,
após a esterilização.
Esterilização do material 89
A
B
C
D
E
F
G
90 Centro de Material
O teste biológico geralmente utiliza culturas de esporos de germes não-
patogênicos, colocados em tubos no interior de um dos pacotes a serem
esterilizados. Após o processo, é preciso analisar se os germes foram
destruídos ou não.
Os testes precisam ser feitos sempre na primeira carga do dia. Também é
necessário realizar esses testes toda vez que terminar uma manutenção
preventiva ou corretiva dos aparelhos esterilizadores. Eles devem ser
realizados pelo enfermeiro-chefe da unidade, cabendo ao pessoal de
enfermagem, consciente da importância da esterilização, colaborar com o
enfermeiro na realização
desses testes.
Guarda e distribuiçªo
do material esterilizado
A guarda do material esterilizado é feita em área provida de armários fechados,
cestos, prateleiras, etc.
É importante atentar para o fato de que a área de armazenagem do material
estéril deve ser o mais seca possível, uma vez que a umidade altera o prazo
de validade da esterilização.
Como já dissemos anteriormente, é dessa área de guarda que se faz a
distribuição do material esterilizado para todas as unidades do hospital. A
distribuição pode ser feita pelo sistema de troca ou por outro sistema adotado
pela rotina do hospital.
1. Crie uma planta física para um Centro Cirúrgico de um hospital de
pequeno porte, diferente da apresentada neste livro, não se esquecendo
de nomear cada uma das dependências básicas previstas por você.
2. Indique o que se pede:
a) três itens fixos de uma sala de operação
b) a finalidade da mesa de Mayo
c) três itens móveis de uma sala de operação
3. Realize com seus colegas e professor, se possível, uma visita a um Centro
Cirúrgico de um hospital. Durante a visita, procure observar as diferentes
dependências lá existentes, como estão organizadas e equipadas, e quais
são as condições das instalações, entre outros aspectos.
Concluída a visita, faça um relatório destacando os principais aspectos
observados, e comparando com aqueles destacados no livro.
4. Complete o quadro:
Tipo de anestesia Posição do paciente
Geral ..........................................................................................
Peridural ..........................................................................................
Regional ..........................................................................................
Local ..........................................................................................
Raquidiana ..........................................................................................
ExercíciosTransoperatório
92 Exercícios
Transoperatório
Exercícios 93
5. Leia a situação:
Inês vai proceder à montagem da sala de operação para uma gastrostomia. Ela já verificou o horário da
operação e também se havia solicitação de material ou equipamento especial.
Descreva as resposabilidades de Inês ao montar essa sala, no que diz
respeito:
a) à limpeza da sala de operação
b) ao equipamento
c) ao material
6. Analise cada uma das situações e, depois, responda às perguntas:
a) Durante os preparativos para uma cirurgia, um ciculante ajuda o
instrumentador a preparar as mesas auxiliares de instrumental. Ao fazer
isso, o circulante deve observar importantes princípios de assepsia.
Quais são esses princípios e por que devem ser considerados?
b) Um paciente está sendo colocado em decúbito lateral, para ser
submetido a uma cirurgia de pulmão. Nesse momento, como o
circulante que auxilia o posicionamento deve proceder com o paciente,
e por quê?
7. Ao término de uma cirurgia, o circulante tem algumas atribuições bem
específicas. Discuta esse assunto com seus colegas e o professor e, depois,
faça uma dramatização dessas atribuições. Ao finalizar, faça uma avaliação
da atividade.
8. Descreva os cuidados que devem ser tomados pelo circulante:
a) na colocação da placa neutra do bisturi elétrico
b) no decorrer da anestesia
c) com a peça anatômica retirada do paciente
9. Leia a situação:
Jandira é circulante e foi encarregada de receber um paciente no Centro Cirúrgico. Ele será submetido a
uma cirurgia para retirada de cálculos renais, e está excessivamente nervoso. Ao prestar esse atendimento
ao paciente, Jandira deve atentar para alguns cuidados específicos.
Então, responda:
a) Quais os cuidados pré-operatórios que Jandira deve checar se foram
realizados ao paciente?
b) Que anotações ela deve verificar no prontuário do paciente?
c) Como Jandira deve relacionar-se com o paciente, enquanto ele aguarda
a anestesia?
10. Analise, no livro, as diferentes posições do paciente na mesa de cirurgia.
Em seguida, discuta com o grupo os detalhes de cada posição e os tipos
de cirurgias para as quais são indicadas. Aproveite o momento para
esclarecer suas dúvidas.
11.Leia, no livro, o texto relativo às atribuições de um instrumentador e,
depois, faça uma relação das responsabilidades deste profissional.
Ao terminar, discuta com toda a turma sobre o assunto, procurando
complementar a sua relação, a partir dos relatos dos colegas.
12.Descreva as atribuições de um instrumentador:
a) quando ele vai atuar com um cirurgião desconhecido
b) em relação à mesa do instrumental
c) ao término de uma cirurgia
13.Um instrumentador deve ter uma série de cuidados para evitar a
contaminação no Centro Cirúrgico. Enumere três desses cuidados,
justificando cada um deles.
14.Faça um trabalho de grupo para dramatizar a técnica:
a) de lavagem e anti-sepsia das mãos e antebraços
b) de vestir o avental cirúrgico
c) de calçar luvas
Cada grupo pode ficar encarregado de uma técnica. Ao final, toda a turma
deve comentar as demonstrações e sistematizar as etapas das diferentes
técnicas.
94 Exercícios
Transoperatório
Exercícios 95
15. Numere a segunda coluna de acordo com a primeira, tendo em vista a
classificação do instrumental cirúrgico:
1) Instrumento de diérese ( ) agulhas
2) Instrumento de hemostasia ( ) saca-fibroma de Doyen
3) Instrumento de síntese ( ) bisturi
4) Instrumento auxiliar ( ) pinça de Foerster
5) Instrumento especial ( ) afastadores
( ) pinças Halstead-"Mosquito"
16. Informe o que é pedido:
a) os tempos operatórios de uma cirurgia
b) os tipos de fios cirúrgicos
c) o tipo de agulha usada na sutura da pele
d) como é representada a espessura dos fios cirúrgicos
17. Descreva como deve proceder o instrumentador diante das seguintes
tarefas:
a) arrumação dos fios cirúrgicos na mesa de instrumental
b) passagem dos instrumentos para o cirurgião
c) arrumação dos instrumentos na mesa
18. Indique a finalidade das seguintes dependências de um Centro de Material:
a) recepção e expurgo
b) preparo do material
c) esterilização
d) guarda e distribuição
e) sala de reserva
19.Preencha as lacunas, tornando as frases verdadeiras:
a) Tanto no sistema centralizado como no descentralizado, o CEMAT deve
ter dois locais obrigatoriamente separados, que são .................... e
.................... .
b) As áreas componentes de um CEMAT devem permitir um f luxo de
trabalho progressivo, em linha .................... e .................... , desde o
expurgo até .................... .
c) Os métodos de esterilização físicos são .................... , .................... e
.................... , enquanto que os métodos químicos são executados com
.................... ou .................... .
d) As substâncias anti-sépticas impedem a .................... dos germes,
enquanto as substâncias esterilizantes são capazes de .................... .
20. Identifique e escreva a diferença entre:
a) esterilização e desinfecção
b) artigos médico-hospitalares não-críticos, semicríticos, críticos e
contaminados
c) anti-sepsia e assepsia
21. Ref lita sobre essa situação:
Berenice vai realizar a limpeza manual de vários materiais recém-chegados ao expurgo. Ela começará
pelas pinças, que estão sujas de sangue e pus.
Agora, responda:
a) O que Berenice precisa fazer com as pinças, antes de realizar a limpeza,
e como fará isso?
b) Após esse procedimento, como Berenice deve realizar a limpeza das pinças?
22. Nos parênteses, ao lado de cada procedimento, escreva C se estiver correto
e E se estiver errado. Depois, justifique sua resposta.
( ) Carlos mergulhou uma sonda em solução desencrostante por 15
minutos e, depois disso, escovou-a.
( ) Após deixar as luvas de molho para retirar o sangue, Ana esfregou-as
delicadamente com solução neutra e suave.
( ) José Luís passou vaselina líquida
nas pinças e tesouras, para lubrificar
as articulações.
23. Cite três cuidados importantes na realização desses procedimentos:
a) preparação e acondicionamento do material
b) uso da autoclave
c) manuseio da estufa
d) esterilização com produto químico líquido
96 Exercícios
Transoperatório
Exercícios 97
28. A ação de produtos químicos líquidos depende de aspectos como: contato,
concentração e período de exposição. Resumidamente, descreva cada
um desses aspectos.
24.Complete o quadro, tendo em vista os materiais esterilizáveis em auto-
clave a 121°C:
TTTTTipo de materialipo de materialipo de materialipo de materialipo de material TTTTTempo de exposiçãoempo de exposiçãoempo de exposiçãoempo de exposiçãoempo de exposição TTTTTipo de pripo de pripo de pripo de pripo de preparepareparepareparooooo
Agulhas de punção ............................ ............................................................
Bacias e cubas ............................ ............................................................
Aventais ............................ ............................................................
Gaze em folha ............................ ............................................................
Material de vidro ............................ ............................................................
Algodão ............................ ............................................................
Água ............................ ............................................................
25. Descreva o processo de:
a) preparo das luvas para esterilização em autoclave
b) realização do teste químico dos esterilizadores
26.Responda às perguntas:
a) Qual a importância de se lacrar, identificar e datar o material após a
esterilização na estufa?
b) Por que as fitas-teste não são seguras para avaliar a eficiência da
esterilização?
27. Ref lita sobre a situação:
Na sala de expurgo de uma clínica é comum faltar algum material ou quebrar um equipamento. O auxiliar
de enfermagem já se acostumou com essa situação e acaba sempre improvisando algo.
Agora, responda:
a) Quais são os riscos da improvisação no processo de limpeza, esterilização,
desinfecção ou descontaminação de material médico-hospitalar?
b) Que fatores garantem a realização desses procedimentos sem improvisação?
98 Exercícios
O período pós-operatório tem início logo após
o término da operação e vai até a alta do
paciente, podendo ainda se estender a uma
fase de atendimento ambulatorial.
Este é o período mais crítico da recuperação
do paciente. Por isso, vários cuidados de
enfermagem são dispensados a ele com as
seguintes finalidades: prestar assistência
intensiva até a total recuperação dos
ref lexos; assistir o paciente integralmente,
proporcionando-lhe segurança e retorno
rápido às suas atividades normais; prevenir
complicações; e, em alguns casos, auxiliar na
reabilitação e na adaptação do paciente às
novas condições resultantes da operação,
como é o caso, por exemplo, da colostomia, da
mastectomia, e da amputação, entre outras.
PARTE
4
senac
PÓS OPERATÓRIO
FasesPós-operatório
O período pós-operatório divide-se em três fases:
pós-operatório imediato, que compreende as primeiras
24 horas após a operação, pós-operatório mediato, que
começa ao final das primeiras 24 horas após a
cirurgia e vai até a alta hospitalar, e o pós-operatório
tardio, que se inicia com a alta e dura enquanto o
paciente precisar de atenção especial.
Pós-operatório imediato
Essa fase, em geral, tem início na Recuperação Pós-Anestésica (R.P.A.), para
onde é levado o paciente pós-operado, ainda sob efeito da anestesia. Lá, ele
recebe acompanhamento direto, e depois da estabilização de seu estado,
tem alta dessa unidade e é levado para o seu leito de origem.
Pós-operatório mediato
Nessa fase o paciente já se encontra na Unidade de Internação Cirúrgica.
A duração da internação vai depender da recuperação do paciente, podendo
ser mais rápida ou mais lenta de acordo com o tipo de operação a que foi
submetido e com as suas condições. Os cuidados de enfermagem prestados
nessa fase visam a acelerar essa recuperação e reintegrar o paciente à vida
familiar e às suas atividades normais o mais rápido possível.
Pós-operatório tardio
Compreende a fase ambulatorial, quando o paciente retorna para avaliação
da cirurgia e sua eficácia. É nessa fase, também, que podem ser retirados os
pontos. Esse procedimento, em geral, ocorre de sete a dez dias após a cirurgia,
quando, muitas vezes, o paciente já recebeu alta hospitalar.
Objetivo
A Recuperação Pós-Anestésica tem como objetivo principal prestar ao pacien-
te todos os cuidados necessários, até a recuperação de seus ref lexos e estabili-
zação dos sinais vitais. É muito importante que o paciente receba assistência
integral nessa fase, pois é nela que se verifica o maior índice de complicações.
Para tanto, a Recuperação Pós-Anestésica deve contar com uma equipe
bastante treinada e apta a atender o paciente não só em situações de rotina,
mas também nas emergências do pós-operatório. Além disso, é necessário
que ela tenha planta física, mobiliário e equipamentos especiais e adequados
ao tipo de atendimento prestado.
Pós-operatório
Recuperaçªo
Pós-AnestØsica
A unidade de Recuperação Pós-Anestésica
geralmente, está localizada próximo ao Centro
Cirúrgico, ou até mesmo dentro dele, facilitando
a transferência mais segura do paciente.
Vamos então detalhar alguns aspectos mais
significativos relativos a essa unidade.
102 Fases
Pós-operatório
Pós-operatório
Planta física
A área física da unidade de Recuperação Pós-Anestésica pode ser retangular
ou semicircular, com portas largas, de forma a permitir a passagem de macas
e aparelhos. O posto de enfermagem deve estar no centro, em frente aos
leitos, em tablado, de forma a ficar mais elevado para visualizar todos os
pacientes, sem exceção. Os leitos devem ser colocados lado a lado, separados
ou não por divisórias de fórmica ou cortinas.
A Recuperação Pós-Anestésica necessita, também, de uma sala para preparo
de medicação, de um local para guarda de materiais de consumo, outro para
reserva de roupas e aparelhos sobressalentes e ainda de um expurgo.
MobiliÆrio e equipamento
As macas-leito da Recuperação Pós-Anestésica precisam ser largas, com grades
laterais e rodas, para facilitar o transporte seguro do paciente. Cada leito
necessita de uma lâmpada individual, de uma saída de oxigênio, de vácuo para
aspiração, de aparelho de pressão de parede e de um monitor cardíaco.
A unidade deve contar, necessariamente, com os seguintes recursos indispen-
sáveis ao controle de emergências:
n carro de parada cardiorrespiratória devidamente equipado;
n respirador artificial;
n sistema de aspiração a vácuo e elétrico;
n suprimento de oxigênio canalizado;
n balas de oxigênio portáteis sobressalentes;
n focos auxiliares pequenos;
n eletrocardiógrafo.
Pessoal
O grupo de trabalho de uma Recuperação Pós-Anestésica é formado pelo
anestesista de plantão e pela equipe de enfermagem, composta de en-
fermeiro, técnicos e auxiliares de enfermagem.
Para trabalhar em uma unidade de Recuperação Pós-Anestésica, o pessoal
de enfermagem passa por um período de treinamento específico, ocasião
em que aprende a manusear os aparelhos e a atuar junto ao paciente pós-
operado, inclusive em situações de emergência, como, por exemplo, parada
cardiorrespiratória, choque, etc.Esquema de
planta de uma unidade
de Recuperação
Pós-Anestésica.
Pessoal 105104 Recuperação Pós-Anestésica
Pós-operatório imediato
Durante a permanência do paciente na unidade de Recuperação Pós-
Anestésica, cabe à equipe de enfermagem dispensar os seguintes cuidados:
n receber o operado, certificando-se do tipo de operação e de anestesia a
que foi submetido;
n checar, logo na chegada, as condições ventilatórias do paciente assim como
a presença e a permeabilidade de cânula orofaríngea ou tubo traqueal;
n observar o estado de consciência do paciente e, também, a coloração da
pele e das mucosas;
n posicionar o paciente no leito, de acordo com a operação e a anestesia.
De maneira geral, no pós-operatório imediato o paciente deve ser
Cuidados de
EnfermagemPós-operatório
São muitos os cuidados de enfermagem a serem
prestados ao paciente, sobretudo nos pós-
operatórios imediato e mediato, como você po-
derá ver a seguir.
Pós-operatório
posicionado em decúbito lateral. Se for usado o decúbito dorsal, é preciso
colocar a cabeça lateralizada, sem travesseiro. Isso evita, em caso de
vômito, que ele aspire a secreção, causando sérias complicações, como
veremos posteriormente;
n conectar sondas e drenos, se houver, e iniciar o balanço hídrico;
n verificar se o curativo cirúrgico apresenta anormalidades, principalmente
quanto a hemorragias;
n manter o paciente aquecido com cobertores;
n controlar infusões venosas, como soros, sangue, etc.;
n controlar os sinais vitais, segundo o esquema abaixo, o qual pode variar
de acordo com as condições do paciente:
a) de 15 em 15 minutos, na 1ª hora após a cirurgia;
b) de 30 em 30 minutos, da 2ª hora até a 4ª hora após a cirurgia;
c) de 2 em 2 horas, da 5ª hora até a 24ª hora após a cirurgia;
n controlar a diurese;
n estimular o paciente a realizar os exercícios respiratórios e de tosse,
treinados no pré-operatório, assim que ele estiver em condições;
n administrar os medicamentos prescritos;
n fazer mudança de decúbito;
n fazer anotações na folha de balanço hídrico e na evolução de enfermagem;
n comunicar quaisquer alterações observadas ao enfermeiro responsável.
Quando o paciente recebe alta da Recuperação Pós-Anestésica, ele é
encaminhado ao seu leito de origem. Nesse momento é importante que seja
acompanhado por alguém da equipe de enfermagem, juntamente com seu
prontuário completo com exames, radiografias e anotações do transope-
ratório e do pós-operatório imediato. Isso é estritamente necessário para
não haver interrupção na continuidade dos cuidados de enfermagem do
paciente, quando ele estiver no seu setor de origem.
Quando o hospital não possui uma área de Recuperação Pós-Anestésica,
todos os cuidados de enfermagem relativos ao pós-operatório imediato são
executados na unidade do paciente. Nesses casos ela deve ser preparada
para recebê-lo e tratá-lo com toda segurança, quando retornar da operação.
Cabe, então, à equipe de enfermagem preparar essa unidade, deixando o
mínimo necessário de móveis, para permitir a entrada da maca e a
transferência segura do paciente. O leito precisa estar arrumado com
cobertor, pois geralmente o paciente sente frio no pós-operatório imediato.
A unidade precisa ainda estar equipada com suporte de soro, aspirador,
aparelho de pressão, termômetro e os materiais e equipamentos que forem
necessários àquele paciente.
Pós-operatório mediato
n controlar os sinais vitais, sendo que a freqüência de verificação do TPR
(temperatura, pulso, respiração) e da PA (pressão arterial) varia em função
da necessidade do paciente. Normalmente, quando ele está estável, no
segundo dia de pós-operatório, a verificação é feita duas vezes ao dia,
dando ênfase à temperatura, para detectar eventual infecção;
n estimular a deambulação, desde que não haja contra-indicação;
n observar o funcionamento intestinal e o volume urinário;
n estimular a higiene pessoal;
n observar o curativo cirúrgico, cujas trocas são feitas, normalmente, pelo
cirurgião. Porém, a equipe de enfermagem poderá fazer a troca, quando
solicitada, anotando as soluções e medicamentos utilizados no prontuário
do paciente, como também a evolução da cicatrização, a presença de
secreção, sangue, etc.;
n checar e anotar o funcionamento de sondas, drenos, cateteres e infusões
venosas;
n administrar os medicamentos prescritos;
n auxiliar o paciente na alimentação, observando a aceitação dos alimentos.
Habitualmente, começa-se com dieta líquida, passando depois para
pastosa, até tornar-se normal;
n orientar a prática de exercícios que ajudem na reabilitação do paciente.
Cuidados no pós-operatório mediato 109108 Cuidados de enfermagem
Dificuldade respiratória
Além de constituir uma situação de desconforto para o paciente, pode evoluir
para hipóxia, problema respiratório a ser detalhado mais adiante, no item
referente às complicações.
Dor
Um dos primeiros sintomas do pós-operatório. Gera ansiedade e tensão, além
de contribuir para a disfunção respiratória, porque o paciente com dor limita
Desconfortos
Após uma cirurgia, é comum o paciente passar
por vários desconfortos. Você pode analisar, a
seguir, os que ocorrem mais freqüentemente, tanto
no pós-operatório imediato como no mediato.
Pós-operatório
Pós-operatório
a mobilidade da caixa torácica, diminuindo sua expansão, e favorecendo o
acúmulo de secreção.
Cuidados
n identificar o local e o tipo da dor. Às vezes, uma simples mudança de
posição, um apoio ou mesmo uma conversa esclarecedora melhoram a
dor, sem necessidade de analgésico;
n administrar o analgésico prescrito, se necessário, respeitando o intervalo
determinado pelo médico;
n registrar as queixas do paciente no seu prontuário, assim como o horário
de administração do analgésico.
Vômito
Desconforto bastante comum, que pode ser atribuído ao efeito da anestesia,
assim como à deglutição de sangue, muco e saliva, no período de
inconsciência. Pode ser também ocasionado pela não-observância do jejum
no período pré-operatório.
Cuidados
n lateralizar a cabeça do paciente e administrar o antiemético (contra o
vômito) prescrito pelo médico, observando os mesmos cuidados do
analgésico. Ao se deixar o paciente em decúbito lateral ou com a cabeça
lateralizada, evita-se a aspiração do vômito para os pulmões, o que poderia
ocasionar asfixia respiratória e posteriores complicações, como a pneu-
monia;
n proceder à lavagem da sonda nasogástrica, se o paciente a estiver usando,
pois provavelmente estará obstruída. Também verificar sua posição, que
poderá estar imprópria;
n fazer a higiene oral do paciente, após cada episódio de vômito, e anotar o
número de vezes e a quantidade eliminada a cada vez.
Sede
Sintoma incômodo, geralmente devido ao uso de analgésicos, medicamentos
e perda de líquidos durante a operação.
Cuidados
n umedecer lábios e boca do paciente, quando ainda não estiver totalmente
refeito da anestesia;
n administrar líquidos por via oral, em pequenas quantidades, e a intervalos
curtos, quando o paciente já estiver consciente e a náusea e o vômito
tiverem passado.
Retençªo urinÆria
É a incapacidade de urinar, apesar da vontade.
Causas
n espasmo (contração) do esfíncter externo por medo ou vergonha;
n anestesia profunda e de longa duração;
n cistite aguda pelo uso de sondas;
n hipertrofia (aumento) prostática;
n estenose (estreitamento) uretral;
n perfuração da uretra por traumatismo;
n cálculo uretral, vesical ou coágulo;
n paralisia dos nervos da bexiga por lesão da medula ou compressão
resultante de fratura, tumores.
Identificação
n observar a quantidade e a freqüência das micções;
n valorizar queixas do paciente em relação à dor e ao desconforto no abdome
inferior;
n relacionar agitação inexplicável com eventual retenção urinária;
n verificar, mediante a palpação da região, a presença de abaulamento
suprapúbico e aumento da vontade de urinar.
Meios simples para provocar o reflexo de micção
n minimizar medos ou timidez;
n melhorar um mau posicionamento;
n fazer o paciente ouvir o barulho de água, abrindo uma torneira;
n verter água morna sobre a região suprapúbica, em caso de não haver
contra-indicação.
Retenção urinária 113112 Desconfortos
Pós-operatório imediato
As possíveis complicações do pós-operatório imediato são a hipóxia, a
hemorragia e o choque. Vamos ver em que consiste cada uma delas e os
respectivos cuidados de enfermagem prestados ao paciente, nessas situações.
Hipóxia
Complicação caracterizada pela oxigenação deficiente dos tecidos.
ComplicaçıesPós-operatório
Embora indesejáveis, às vezes surgem com-
plicações tanto no pós-operatório imediato (mais
freqüentemente) quanto no mediato e no tardio.
Vamos estudá-las agora, abordando mais adiante
aquelas relativas à ferida cirúrgica.
Pós-operatório
Causas
n depressão respiratória provocada por anestésicos ou analgésicos em
excesso, como a morfina, por exemplo;
n obstrução das vias aéreas superiores por sangue, secreção, vômito ou
queda da língua;
n respiração inadequada devido à dor, posição, ansiedade, etc.
Sinais e sintomas
n cianose;
n dispnéia;
n agitação;
n sensação de sufocamento.
Cuidados
n examinar a boca, para verificar se existe algo obstruindo;
n aspirar secreções da orofaringe e do nariz;
n tracionar a língua e prendê-la com a cânula de Guedel, caso esteja caída
para trás;
n colocar o paciente em posição adequada, de modo a favorecer a respiração;
n administrar oxigênio, segundo orientação médica. Na falta deste, iniciar
oxigenoterapia através de cateter nasofaríngeo, de 1 a 2 litros por minuto.
Hemorragia
Perda anormal de sangue, cuja conseqüência para o paciente vai depender
da quantidade de sangue perdido e do seu estado geral naquele momento.
Ela pode ser venosa ou arterial, dependendo do vaso rompido.
Classificação
hemorragia primária: quando ocorre durante a operação, sendo geralmente
controlada pela equipe médica.
hemorragia secundária: quando ocorre no pós-operatório, podendo ser:
externa se o sangramento é visível.
interna se o sangue escoa para dentro de cavidades (abdome, tórax e crânio).
Causas
n defeitos na ligadura dos vasos, devido à hemostasia imperfeita;
n distúrbios de coagulação do paciente;
n tensão sobre o local da operação em conseqüência de movimentos
bruscos, esforço do paciente, etc.
Dispnéia:Dispnéia:Dispnéia:Dispnéia:Dispnéia:
dificuldade
respiratória
A hemorragia externa é mais fácil de ser percebida do que a interna, porque
o local do sangramento é visível. O sangue pode-se exteriorizar através de
um orifício natural, como ouvidos, boca, vagina, uretra, ânus.
Hemorragia externa
Em função do local por onde o sangue é eliminado, a hemorragia recebe
alguns nomes especiais:
epistaxe: sangue eliminado pelo nariz.
hematêmese: sangue eliminado sob forma de vômito.
hemoptise: sangue espumoso, eliminado pela tosse.
hematúria: sangue eliminado pela urina.
melena: sangue preto, eliminado pelo ânus.
Qualquer que seja o tipo de hemorragia externa, o auxiliar de enfermagem
deve proceder dessa maneira:
n manter o paciente em repouso, evitando o excesso de movimentos, para
não aumentar a perda sangüínea;
n fazer um curativo compressivo sobre o local que está sangrando;
n comprimir as artérias que irrigam o local do sangramento, para diminuir
a perda sangüínea;
n controlar os sinais vitais;
n comunicar imediatamente ao enfermeiro responsável;
n posicionar o paciente em decúbito dorsal, exceto nos casos em que ele
tiver sido submetido a cirurgias neurológicas.
Posicionamento correto
do paciente com
hemorragia, exceto nos
casos de cirurgias
neurológicas. As
extremidades inferiores
são elevadas até um
ângulo de 20°,
aproximadamente. Os
joelhos ficam retos, o
tronco horizontal e a
cabeça discretamente
elevada.
Hemorragia 117116 Complicações
Pós-operatório
Hemorragia interna
Mais difícil de ser detectada porque os sinais e sintomas se manifestam quando
o paciente já perdeu uma grande quantidade de sangue. A conseqüência,
então, é a instalação de um quadro de choque hipovolêmico, conforme
veremos no próximo item.
Choque
É a diminuição da passagem do sangue para os tecidos, provocando
sofrimento nos órgãos, com conseqüente risco de vida.
Tipos de choque
hipovolêmico: aquele causado pela diminuição acentuada do volume circulante,
devido à perda de sangue, plasma ou líquidos corporais. Algumas das
principais causas desse tipo de choque são as hemorragias, grandes
queimaduras, vômitos e diarréia (desidratação). É o tipo de choque que
mais acontece no pós-operatório imediato, devido às hemorragias.
cardiogênico: quando há uma deficiência da bomba cardíaca e o coração não
consegue bombear uma quantidade de sangue suficiente para os órgãos
e tecidos. Esse tipo de choque ocorre quando há infarto agudo do
miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), lesões
traumáticas no coração e arritmias cardíacas.
neurogênico: quando há uma alteração no sistema nervoso central, que provoca
dilatação anormal dos vasos sangüíneos. Pode ocorrer devido a
superdosagens de drogas hipotensoras (por exemplo, nitroprussiato de
sódio), anestésicos, narcóticos e transtornos emocionais, como medo,
dor intensa ou ansiedade.
obstrutivo: causado por embolia pulmonar, decorrente da liberação de um
coágulo (êmbolo) que obstrui a artéria pulmonar.
séptico: provocado por liberação de toxinas de bactérias na corrente sangüínea,
geralmente provenientes de uma infecção já existente no organismo,
como, por exemplo, o abscesso intraperitoneal.
anafilático: resultado de uma reação do organismo, devido à hipersensibilidade
a determinadas substâncias, como a penicilina e o iodo, entre outros.
Sinais e sintomas
n os movimentos respiratórios são profundos e rápidos no início, passando
depois para superficiais e rápidos;
n o pulso vai do rápido para o mais rápido, fraco e irregular;
n a pressão arterial vai caindo paulatinamente, chegando a uma pressão
sistólica máxima abaixo de 60 mmHg, nos casos mais graves;
n a pele é fria e pálida, inicialmente. Depois, passa para úmida e, finalmente,
pegajosa, com lábios e unhas cianóticas;
n a diurese fica abaixo de 30ml/hora;
n o nível de consciência se altera de orientado para, gradativamente, confuso
e comatoso.
Cuidados
n detectar precocemente o aparecimento dessa complicação por meio da
observação constante do paciente e do rigoroso controle dos sinais vitais;
n ao identificar os sinais de choque, o auxiliar deve comunicar imedia-
tamente ao enfermeiro responsável, para as providências necessárias;
n caberá ao médico, no entanto, identificar o tipo de choque e estabelecer
a conduta a ser seguida.
Pós-operatório
mediato e tardio
O paciente cirúrgico pode apresentar também outras complicações, já na
fase do pós-operatório mediato ou tardio. Dentre elas podemos citar a
distensão abdominal, as complicações de natureza respiratória ou vascular,
e, ainda, as relacionadas à ferida cirúrgica.
Distensªo abdominal
Complicação relativamente comum no pós-operatório,
especialmente em operações abdominais. Após a
anestesia, os movimentos peristálticos desaparecem e, muitas
vezes, demoram a retornar, fazendo com que líquidos e
gases se avolumem no estômago e intestinos.
Outras causas
n imobilidade do paciente no pós-operatório;
n alimentação imprópria ao pós-operatório;
n traumatismo cirúrgico intestinal no transoperatório.
MovimentosMovimentosMovimentosMovimentosMovimentos
peristálticos:peristálticos:peristálticos:peristálticos:peristálticos:
movimentos dos
intestinos
Pós-operatório mediato e tardio 119118 Complicações
Pós-operatório
Medidas profiláticas
Podem ser colocadas em prática para evitar a distensão abdominal ou, pelo
menos, acelerar o processo de reabilitação intestinal, como, por exemplo, a
mobilização no leito ou a deambulação precoce.
Sinais e sintomas
n abdome de volume aumentado;
n sensação de plenitude, como se estivesse com o estômago cheio;
n dor abdominal, tipo cólica;
n dificuldade respiratória pela pressão sobre o diafragma, o que pode
ocorrer em casos
extremos.
Cuidados
n estimular a deambulação;
n mobilizar o paciente no leito, quando este não puder fazê-lo;
n incentivar o paciente a alimentar-se, de acordo com a prescrição médica,
evitando alimentos que fermentem no intestino, como, por exemplo,
couve-f lor, repolho, cebola, batata-doce e refrigerantes;
n fazer sondagem retal por aproximadamente 20 minutos, para eliminação
dos f latos (gases) do cólon inferior;
n administrar, segundo prescrição médica, clisteres ou laxantes para
estimular a peristalse;
n colocar calor sobre o abdome, se não for contra-indicado.
Muitas vezes, em caso de distensão abdominal é prescrita aspiração
gástrica.Para realizar esse procedimento é necessário introduzir uma sonda
nasogástrica, o que é feito pelo médico ou enfermeiro. A sonda é aspirada
manualmente, em intervalos regulares, e, às vezes, ligada a um aspirador
intermitente.
Para o bom funcionamento desse método, é importante a mobilização e a
lavagem da sonda nasogástrica, no mínimo, de seis em seis horas. Para tanto,
introduzem-se de 20 a 30ml de água na sonda, com o auxílio de uma seringa,
aspirando em seguida. Todo o conteúdo gástrico eliminado precisa ser medido
e anotado na folha de balanço hídrico do paciente, sendo deduzido o vol-
ume de água injetado.
Complicaçıes respiratórias
São freqüentes e graves para o paciente cirúrgico, em especial para os idosos
e debilitados ou aqueles cujo período de convalescença é longo.
Grande parte das complicações respiratórias, no entanto, pode ser evitada.
A profilaxia consiste em um pré-operatório bem feito e na tomada de
precauções durante e após a cirurgia.
Por isso, se antes da operação o paciente apresenta sintomas como tosse, espirro,
conjuntivas inf lamadas e secreção nasal, o cirurgião deve ser avisado
imediatamente. Durante a operação, e logo depois também, deve-se evitar que
o paciente sinta frio, para protegê-lo de possíveis complicações respiratórias.
Outro procedimento importante para evitar problemas posteriores dessa
natureza é a aspiração de secreções na sala de recuperação. Também é
necessário estimular o paciente a realizar exercícios de tosse e respiração,
pois com a dor, principalmente em operações torácicas e abdominais, eles
evitam respirar profundamente.
A seguir veremos as principais complicações respiratórias.
Atelectasia
É a redução do volume de um lobo ou de uma parte ainda maior do pulmão,
freqüentemente causada pela obstrução de um dos brônquios.
Sinais e sintomas
n dispnéia de intensidade variável;
n cianose, em caso de estarem comprometidas grandes áreas do pulmão;
n dor torácica imprecisa;
n febre.
Bronquite
É caracterizada pela inf lamação da mucosa brônquica.
Sinais e sintomas
n tosse com ou sem secreção;
n dor ao tossir.
Pneumonia
Inf lamação com endurecimento de parte do pulmão ou de todo ele. É mais
freqüente em pacientes idosos ou com doença pulmonar preexistente, como,
por exemplo, enfisema ou bronquite.
Complicações respiratórias 121120 Complicações
Pós-operatório
Sinais e sintomas
n febre;
n dispnéia;
n taquicardia;
n tosse com expectoração purulenta ou sanguinolenta;
n dor torácica;
n mal-estar.
Cuidados
n identificar, oportunamente, os primeiros sinais de elevação da tempe-
ratura, do pulso e da respiração, a dor torácica, dispnéia e tosse, anotando
no prontuário do paciente;
n aspirar secreções;
n estimular a deambulação ou movimentação no leito, de acordo com as
condições do paciente;
n estimular a tosse e a prática de exercícios respiratórios, inclusive com
aparelhos especiais;
n nebulizar, tapotar e promover drenagem postural para o paciente.
Complicações vasculares
São as de natureza circulatória, causadas pela imobilidade do paciente du-
rante a operação. Em virtude disso, o sangue tende a f luir pelas veias mais
lentamente do que o normal, podendo levar a problemas como flebite
(inf lamação de uma veia) e tromboflebite (inf lamação de uma veia com formação
de coágulos no interior). Em geral, tais complicações afetam mais as veias
dos membros inferiores.
Tromboflebite
Os coágulos formados e liberados podem ocasionar a interrupção do fluxo
sangüíneo de um órgão vital, como, por exemplo, o pulmão. Quando o coágulo
obstrui a artéria pulmonar, provoca a embolia pulmonar, uma das complicações
mais graves no pós-operatório, podendo, inclusive, levar à morte.
Fatores que predispõem a uma tromboflebite
n já possuir distúrbios venosos em membros inferiores, como varizes;
n a posição do paciente durante a operação, em especial aquelas nas quais
os membros ficam dobrados, como em operações ginecológicas,
proctológicas e algumas urológicas;
n imobilidade no leito;
n hidratação insuficiente.
Medidas de profilaxia
n manter os membros inferiores do paciente enfaixados, inclusive durante
a operação, se ele for portador de varizes nesses membros;
n evitar a compressão de vasos sangüíneos, ao posicionar o paciente na
mesa cirúrgica;
n estimular a deambulação precoce;
n fazer movimentos de extensão e f lexão com os membros inferiores, se o
paciente estiver impossibilitado de deambular;
n manter o uso de meias elásticas ou faixas nos membros inferiores, também
no pós-operatório.
Sinais e sintomas
n dor no local, que se apresenta quente, edemaciado (inchado) e hipere-
miado (vermelho);
n febre.
Cuidados
n elevar o membro inferior afetado;
n administrar os anticoagulantes e antiinf lamatórios prescritos;
n orientar o paciente para fazer repouso.
Complicações vasculares 123122 Complicações
Cicatrizaçªo da ferida
Pode ser de três tipos: por primeira intenção, por segunda intenção ou,
ainda, por terceira intenção. Veremos cada um deles a seguir, juntamente
com os fatores que interferem em uma cicatrização.
A cicatrização por primeira intenção é a união direta das bordas
da ferida, com ou sem sutura, e sem infecção. Há pouca
formação de tecido de granulação. A cicatriz é estreita e se dá
em torno de quatro dias. De uma maneira geral, é dessa
forma que cicatrizam as feridas cirúrgicas.
A ferida
cirœrgica
A ferida cirúrgica é incisa, ou seja, ela apresenta
bordas e paredes lisas, sendo geralmente muito
dolorosa, mas de fácil cicatrização.
Nesta parte do livro abordaremos algumas
questões relativas à ferida cirúrgica, importantes
para o seu estudo, tais como: os tipos de cicatri-
zação, a drenagem, as complicações e o curativo.
Pós-operatório
TTTTTecido deecido deecido deecido deecido de
granulação:granulação:granulação:granulação:granulação:
tecido vermelho, mole
e de fácil
sangramento que forra
as feridas deixadas
Pós-operatório
Algumas outras feridas, no entanto, têm uma cicatrização por segunda intenção,
que é a união indireta das bordas, havendo formação de tecido de granulação.
Esse tipo de cicatrização ocorre quando há perda de
tecido ou infecção na ferida. A parte lesada é
gradualmente preenchida pelo tecido de granulação que,
posteriormente, é recoberto pelo epitélio. A cicatriz por
segunda intenção apresenta-se mais clara e menos elástica
do que a pele normal.
Já a cicatrização por terceira intenção é a combinação dos dois primeiros tipos
que acabamos de analisar. Em geral, ocorre uma deiscência de sutura e a
ferida é deixada aberta para formação de granulação, sendo feita outra
sutura, posteriormente.
Fatores que interferem na cicatrização
Podem ser classificados em locais (relativos à própria ferida cirúrgica) ou
gerais (mais abrangentes, relativos ao estado do paciente como um todo).
Fatores locais
grau de lesão: quanto maior for a lesão, mais difícil é a cicatrização;
irrigação sangüínea: como o sangue é o responsável pela cicatrização, a má
irrigação de sangue no local da ferida retarda, então, sua cicatrização;
corpo estranho: os corpos estranhos como gazes, sujeiras e fiapos de tecido,
provocam rejeição por parte do organismo, dificul-
tando e retardando a cicatrização;
hematoma: o hematoma força as bordas da ferida,
separando-as, o que pode favorecer o aparecimento
de infecção;
infecção: a infecção provoca a formação de um edema que,
pressionando os vasos sangüíneos, dificulta a chegada
dos nutrientes, prejudicando a cicatrização.
Fatores gerais
estado nutricional: a desnutrição retarda a cicatrização, já que esta depende das
proteínas, formadoras de tecido;
idade: quanto mais idoso for o indivíduo, maior é a dificuldade de cicatrização,
devido a problemas circulatórios;
doenças: diabete, câncer, anemia, insuficiência renal, por exemplo, também
dificultam a cicatrização;
radiação e uso de medicamentos: a radiação e os corticóides retardam a cicatrização.
Epitélio:Epitélio:Epitélio:Epitélio:Epitélio:
parte mais superficial
da pele
Hematoma:Hematoma:Hematoma:Hematoma:Hematoma:
bolsa de sangue
em um tecido vivo
Complicaçıes
A ferida cirúrgica pode apresentar complicações no pós-operatório, como a
infecção, a deiscência de sutura e a evisceração.
Infecção
Causas
n operações infectadas como, por exemplo, apendicite supurada, abscesso
hepático, etc.;
n contaminação durante a operação por germes externos, em virtude de
anti-sepsia e assepsia inadequadas;
n contaminação após a operação (infecção hospitalar) provocada pela falta
de cuidados do pessoal que lida com o paciente, como lavar as mãos, por
exemplo.
Medidas de profilaxia
n realizar o preparo correto da pele do paciente, no pré-operatório;
n utilizar corretamente, no Centro Cirúrgico, as técnicas de esterilização
do material e de assepsia;
n manter o ambiente sempre limpo;
n lavar sempre as mãos.
Sinais e sintomas
Podem ser gerais ou específicos.
gerais: febre, mal-estar e cefaléia;
específicos: dor, hiperemia, tumefação e presença de secreção na ferida.
Cuidados
n colher a secreção para cultura e antibiograma;
n fazer curativos, sempre que necessário, nunca deixando as gazes ficarem
encharcadas;
n anotar aspecto, quantidade e odor da secreção;
n administrar antibióticos, analgésicos e antitérmicos, seguindo rigoro-
samente a prescrição médica;
n lavar sempre as mãos, antes e após os cuidados com o paciente.
Deiscência de sutura
É caracterizada pela separação das bordas da ferida previamente suturada.
Esse termo se refere, geralmente, à sutura cutânea da ferida operatória.
Complicações 127126 A ferida cirúrgica
Pós-operatório
Causas
n infecção da ferida;
n rejeição ao fio da sutura;
n obesidade;
n desnutrição;
n doenças como diabete e anemia.
Medidas de profilaxia
n auxiliar a diminuir, durante o período pré-operatório,
os fatores que predispõem o paciente a esse tipo de
complicação. Por exemplo, compensando um paciente
diabético;
n orientar o paciente quanto à movimentação e à tosse.
Sinais e sintomas
n queixa do paciente quanto a algo que está cedendo na incisão operatória;
n escoamento de líquido sanguinolento através da sutura;
n dor na ferida operatória, que aumenta ou reaparece;
n eventual separação das bordas da ferida.
Cuidados
n fazer curativo oclusivo;
n usar faixas abdominais.
Evisceração
Nela ocorre a separação das bordas da ferida abdominal com a saída das
vísceras, constituindo-se uma emergência cirúrgica.
Observada a complicação, e tomados os devidos cuidados, imediatamente o
pessoal de enfermagem comunicará o fato ao enfermeiro responsável, para
alertar a equipe médica e providenciar uma sala de cirurgia.
Cuidados
n acalmar o paciente;
n cobrir as vísceras com compressas ou gaze esterilizada, umedecidas em
soro fisiológico;
n enfaixar o abdome suavemente, sem comprimir as vísceras;
n não alimentar o paciente;
n encaminhá-lo ao Centro Cirúrgico, assim que a equipe médica solicitar,
junto com o seu prontuário.
Em caso de evisceração, você nunca deve tentar recolocar as vísceras para dentro da cavidade.
O curativo cirœrgico
O curativo cirúrgico é extremamente importante, pois determina parte do
sucesso de uma operação.
Finalidades
n imobilizar a região operada;
n absorver secreções;
n evitar contaminação;
n proteger contra traumas;
n promover hemostasia;
n dar conforto ao paciente;
n aplicar medicamentos.
Classificação
Se considerarmos a presença ou ausência de umidade intencional, eles podem
ser secos ou úmidos.
Se, no entanto, levarmos em conta a presença ou não de infecção, eles se
dividem em limpos (ou assépticos) e contaminados (ou sépticos).
Já quanto à finalidade de promover hemostasia, eles são simples ou compressivos.
Finalmente, se observarmos o tipo de curativo cirúrgico, eles são abertos
(quando a cicatriz cirúrgica é exposta) ou fechados (no caso de a cicatriz estar
coberta por gazes, compressas ou esparadrapo).
Há um vídeo da série Introdução à Enfermagem mostrando a técnica de execução de um curativo
cirúrgico, de forma detalhada, complementando e enriquecendo a abordagem do livro.
O curativo cirúrgico 129128 A ferida cirúrgica
Compensar umCompensar umCompensar umCompensar umCompensar um
paciente diabético:paciente diabético:paciente diabético:paciente diabético:paciente diabético:
colocar o seu nível
de glicose dentro da
normalidade
O dreno de Penrose é introduzido na cavidade da ferida para escoamento de
secreções que possam vir a infectá-la ou para eliminar secreções purulentas.
O dreno de Penrose é um tubo de látex mole e delicado, de vários diâmetros,
colocado através de um pequeno orifício ou na própria cicatriz operatória.
Quando há necessidade de lavar o local que está sendo drenado, o cirurgião
coloca, junto com o Penrose, um dreno tubular fino, geralmente de polietileno,
formando, assim, um dreno misto.
Os drenos de Penrose são usados em cirurgias gerais, com finalidade profilática, e
precisam ser protegidos por curativos. Mas se for preciso medir o volume de
secreção que sai pelo dreno, pode-se substituir o curativo por bolsas coletoras,
que variam de tamanho de acordo com a quantidade de secreção eliminada.
Pós-operatório
Drenagem
cirœrgica
A drenagem é utilizada em cirurgia com várias
finalidades. Para a realização da drenagem são
utilizados tipos específicos de drenos que você
precisa conhecer.
Pós-operatório
O dreno de Kher ou em T é utilizado nas operações que abrem a via biliar prin-
cipal (hepático/colédoco), com a finalidade de escoar a bile para fora, por
um determinado período.
O dreno fechado de pressão negativa é conectado a uma bolsa coletora sanfonada
elástica, por meio de um tubo. Quando a bolsa é comprimida para a retirada
do ar do seu interior, cria um vácuo capaz de provocar aspiração contínua. A
secreção ou o sangue são retirados da ferida, indo para o recipiente sanfonado
por meio do tubo.
Quando o recipiente estiver cheio, é necessário abrir a tampa de cima e
esvaziá-lo. Para restabelecer a pressão negativa, comprime-se o recipiente
até o ar sair totalmente e recoloca-se a tampa. Assim, a drenagem recomeçará.
O dreno fechado de pressão negativa é geralmente usado em operações
ortopédicas, neurocirúrgicas e outras onde haja sangramento residual.
Aspiração da ferida
por dreno fechado
de pressão negativa.
O dreno de tórax é utilizado na cavidade torácica para restaurar a pressão negativa
e escoar secreções ou sangue.
Dreno de tórax
Dreno de tórax 133132 Drenagem cirúrgica
Dreno de tórax
Pleura parietal
Pleura visceral
Pulmão
Caixa torácica
Diafragma
A remoção dos drenos varia de acordo com o tipo de cirurgia e com a prescrição médica.
1. Leia a situação:
Lena está de plantão numa unidade de Recuperação Pós-anestésica, onde um paciente acaba de dar
entrada após uma cirurgia de próstata.
Agora complete as frases de modo correto:
a) Os dois primeiros cuidados que Lena deve prestar a esse paciente são
..............................................................................................................
b) O esquema de controle dos sinais vitais desse paciente é ....................
c) As anotações que Lena deve fazer no prontuário do paciente são
relativas aos seguintes aspectos ............................................................
2. Escreva o que se pede:
a) três cuidados de enfermagem no pós-operatório mediato
b) os possíveis motivos do vômito logo após uma cirurgia
c) três maneiras de se identificar a retenção urinária
3. Complete as lacunas:
a) Alguns desconfortos do pós-operatório imediato ou mediato são
.............................. , .............................. e .............................. .
b) O pós-operatório .............................. compreende as primeiras 24 horas
após a cirurgia, enquanto que o pós-operatório tardio corres-ponde à
fase .............................. .
c) Dois equipamentos existentes em uma Recuperação Pós-Anestésica
são .............................. e .............................. .
Pós-operatório Exercícios
Pós-operatório
4. Explique por que devem-se adotar os seguintes procedimentos:
a) lateralizar a cabeça do paciente em caso de vômito
b) umedecer lábios e boca dos pacientes, enquanto não estiverem
totalmente refeitos da anestesia
c) irrigar a região suprapúbica de um paciente com retenção urinária,
usando água morna
5. Ref lita sobre a situação e, depois, responda às perguntas:
No hospital onde Ari é auxiliar de enfermagem não há unidade de Recuperação Pós-Anestésica. Sendo
assim, os cuidados do pós-operatório imediato são prestados ao paciente em sua própria unidade.
a) Com que objetivo é realizada essa preparação?
b) Se Ari for encarregado de preparar uma dessas unidades para receber
um paciente recém-operado, como deverá proceder?
6. Faça, com seus colegas, uma dramatização de algumas situações diferentes
de atendimento a pacientes com desconforto pós-operatório. A turma
pode ser dividida em quatro grupos, ficando cada um encarregado de
abordar um dos desconfortos citados no livro: dor, vômito, retenção
urinária e sede.
7. Leia a situação:
Marina trabalha em uma unidade de Recuperação Pós-Anestésica, e a toda hora recebe um novo paciente.
Em um desses pacientes ela observou sinais e sintomas de hemorragia.
Agora, responda:
a) Como as hemorragias são classificadas?
b) Quais as causas possíveis de uma hemorragia?
c) Quais os cuidados de enfermagem que Marina deve prestar a esse
paciente?
8. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda, de modo a
relacionar o tipo de complicação pós-operatória à sua definição:
1) oxigenação deficiente dos tecidos ( ) hematúria
2) sangue eliminado pelo nariz ( ) flebite
3) inflamação de uma veia ( ) hipóxia
4) pele e mucosa azuladas ( ) atelectasia
5) sangue eliminado pela urina ( ) cianose
6) colapso de um lobo ou parte maior do pulmão
9. Descreva o que é pedido:
a) os tipos de choque
b) as possíveis complicações com a ferida cirúrgica
c) as medidas de profilaxia em relação à distensão abdominal
d) os cuidados de enfermagem no caso de pneumonia
10.Coloque C ao lado do procedimento correto ou E se ele estiver errado.
Depois, justifique cada uma das suas respostas.
( ) Ao identificar um paciente com distensão abdominal, Celeste imobilizou-o no leito.
( ) Durante os cuidados pré-operatórios, Nair enfaixou as pernas de um paciente com varizes, e
elas foram mantidas assim durante a cirurgia.
11.Descreva como o auxiliar de enfermagem deve proceder com um
paciente:
a) cuja ferida cirúrgica apresenta evisceração
b) que teve um choque obstrutivo, na RPA
c) que reclama de dor abdominal e tem o volume do abdome aumentado
12. Complete o quadro:
Exercícios 137136 Exercícios
TTTTTipo de dripo de dripo de dripo de dripo de drenoenoenoenoeno FinalidadeFinalidadeFinalidadeFinalidadeFinalidade TTTTTipo de operaçãoipo de operaçãoipo de operaçãoipo de operaçãoipo de operação
Kher ........................................... ...........................................
Penrose ........................................... ...........................................
de tórax ........................................... ...........................................
fechado de pressão negativa ........................................... ...........................................
13. Indique:
a) uma ferida cirúrgica cicatrizada por segunda intenção
b) um curativo úmido, contaminado e fechado
14.Responda às perguntas:
a) Que complicação pode ocorrer com a ferida cirúrgica de um paciente
diabético? Que medida profilática você adotaria nesse caso?
b) Como funciona o dreno fechado de pressão negativa?
15. Leia:
Ao fazer um curativo em um paciente, Lucimar observou que a ferida estava com problemas de cicatrização,
o que ela relacionou ao fato de o paciente apresentar insuficiência renal.
Complete corretamente:
a) Outros fatores gerais que também interferem na cicatrização da ferida
cirúrgica são ............................................................................................
b) Além desses, há ainda fatores locais que dificultam a cicatrização, como
.......................................................................................................
138 Exercícios
INTERVEN˙ÕES
CIRÚRGICAS
Nesta parte do livro vamos trabalhar as
cirurgias mais comuns, destacando os
cuidados específicos a serem dispensados aos
pacientes cirúrgicos tanto no pré-operatório
como no pós-operatório. Também
abordaremos as possíveis complicações que
ocorrem no pós-operatório de cada uma
dessas operações.
PARTE
5
senac
Aparelho
digestivo
Aqui trataremos das seguintes cirurgias:
apendicectomia, colecistectomia, hernioplastia,
gastrectomia, gastrostomia e colostomia.
Apendicectomia
Consiste na retirada cirúrgica do apêndice vermiforme ou cecal.
Localização do
apêndice vermiforme
ou cecal.
Intervenções
cirúrgicas
Intervenções cirúrgicas
Cuidado específico no pré-operatório
n administração de antibióticos, de acordo com a prescrição médica. A pri-
meira dose da medicação é geralmente aplicada antes do início da operação.
Na apendicectomia é absolutamente contra-indicado o preparo intestinal por meio do uso de
laxantes, enemas, etc., pois pode provocar a ruptura do abscesso formado em volta do apêndice,
devido ao aumento do peristaltismo.
Cuidados específicos no pós-operatório
n iniciar o balanço hídrico em pacientes que retornam da sala de operação
com sonda nasogástrica;
n observar os possíveis sinais de infecção na ferida operatória e no local da
eventual drenagem.
Complicações
n peritonite, que pode permanecer, mesmo após a
apendicectomia. Ela se manifesta por dor abdominal
e febre, e, com certa freqüência, exige reoperação;
n fístula fecal (comunicação do intestino grosso com o
exterior que permite a saída de fezes);
n obstrução intestinal, que é a incapacidade de o conteúdo intestinal f luir nor-
malmente, devido a algum obstáculo. Um dos sintomas é o vômito persisten-
te, que pode levar à desidratação. Outro sintoma é a distensão abdominal.
Colecistectomia
É a retirada cirúrgica da vesícula biliar.
Cuidados específicos no pré-operatório
n fazer tricotomia de abdome em pacientes do sexo masculino. Nas mulheres,
esse cuidado depende da presença ou não de pêlos abdominais na região;
n administrar o antibiótico, somente nos casos de colicistite aguda, de acordo com a
prescrição médica. A primeira dose é geralmente aplicada antes do início
da operação.
Cuidados específicos no pós-operatório
n colocar a sonda nasogástrica com a qual muitos pacientes saem da operação
em sifonagem (ligação de um tubo já instalado no paciente a um frasco em
nível mais baixo para drenagem por gravidade);
n lavar a sonda nasogástrica freqüentemente para evitar que ela se obstrua;
Peritonite:Peritonite:Peritonite:Peritonite:Peritonite:
infecção do peritônio
HérHérHérHérHérnia:nia:nia:nia:nia:
saída de um órgão ou
estrutura através da
parede da cavidade
na qual está
naturalmente contido
n conectar um frasco estéril ao dreno de colédoco (dreno de Kher ou dreno
em T), por onde escoa a bile, caso o paciente retorne da sala de operação
com ele. Esse cuidado visa medir a secreção expelida, que depois deverá
ser anotada no prontuário do paciente;
n observar os sinais de distensão abdominal, icterícia, náusea e vômito.
Complicação
n icterícia, que pode surgir em função de problemas clínicos ou da obstrução
do colédoco.
Hernioplastia
Também chamada de herniorrafia, consiste na correção
cirúrgica de uma hérnia.
A hérnia pode ocorrer em qualquer parte do corpo, porém é mais freqüente
no abdome, quando uma víscera abdominal sai através de uma abertura na
parede do abdome.
Cuidado específico no pré-operatório
n tricotomia, realizada (se necessário) de acordo com o local da hérnia.
Cuidados específicos no pós-operatório
n observar a possibilidade de edema de bolsa escrotal, que deve ser tratado
com a colocação de suspensórios para aquela bolsa;
n orientar o paciente quanto à restrição de esforço físico que solicite a
musculatura abdominal;
n estimular o paciente a urinar espontaneamente, para prevenir a distensão
vesical causada pela retenção urinária, freqüente nas hernioplastias.
Complicação
n recidiva, com o reaparecimento da hérnia.
Hemorroidectomia
Tipo de operação do aparelho digestivo, caracterizada
pela retirada cirúrgica das hemorróidas.
HemorHemorHemorHemorHemorróidas:róidas:róidas:róidas:róidas:
veias varicosas
localizadas no canal
anal; podem ser
internas ou externas
142 Aparelho digestivo Hernioplastia 143
Intervenções cirúrgicas
Cuidados específicos no pré-operatório
n fazer a tricotomia da região perianal;
n administrar laxantes ou enemas, no dia anterior à cirurgia, de acordo
com a prescrição médica.
Cuidados específicos no pós-operatório
n deixar o paciente em decúbito lateral ou ventral, se possível;
n dar banhos de assento mornos para aliviar a dor e o edema;
n orientar a ingestão de alimentos ricos em fibras para facilitar a evacuação;
n administrar laxantes ou enemas, se prescritos pelo médico;
n estimular a evacuação, pois muitas vezes o paciente tem medo de sentir
dor e evita evacuar;
n limpar o local com gaze e água, após cada evacuação;
n orientar o paciente para continuar os banhos de assento, mesmo após a alta.
Complicação
n hemorragia.
Gastrectomia
Consiste na retirada total ou parcial do estômago.
Cuidados específicos no pré-operatório
n manter a sonda nasogástrica do paciente, caso ele esteja usando, aberta e
em sifonagem;
n fazer a tricotomia, cujo local de realização é mostrado na figura.
Cuidados específicos no pós-operatório
n observar o tipo de líquido drenado pela sonda nasogástrica, que deve ser
mantida aberta, em sifonagem. Anotar a drenagem da sonda, a qual
normalmente é de coloração castanha, devido ao sangue digerido.
Qualquer alteração, como, por exemplo, sangue vivo, deve ser
imediatamente comunicada ao enfermeiro responsável, pois é indicação
de hemorragia, podendo levar ao choque;
n observar a aceitação da dieta e o retorno do funcionamento intestinal,
uma vez que após a retirada da sonda nasogástrica o paciente começa a
receber alimentos líquidos, em pequenas quantidades.
Complicações
n hemorragia, que pode levar ao choque;
n distensão abdominal.
Gastrostomia
É a abertura do estômago, através da parede abdominal, para introduzir um
tubo com a finalidade de aspirar secreções estomacais ou, então, alimentar e
hidratar o paciente.
Ela pode ser temporária ou definitiva, dependendo da doença.
Cuidados específicos no pré-operatório
n orientar o paciente e familiares quanto às conseqüências da gastrostomia;
n fazer uma tricotomia no abdome, restrita à região supra-umbilical, no
caso de pacientes do sexo masculino.
Área de tricotomia
para a gastrectomia.
Área de tricotomia
para a gastrostomia.
144 Aparelho digestivo Gastrostomia 145
Intervenções cirúrgicas
Cuidados específicos no pós-operatório
n trocar o curativo ao redor da sonda de gastrostomia, sempre que
necessário, protegendo a pele com pomadas prescritas pelo médico. Esse
cuidado é importante porque pode haver vazamento do suco gástrico
pela incisão, provocando irritação e feridas;
n fazer higiene oral freqüente, pois como o paciente não pode ingerir
alimentos pela boca, é necessário enxaguá-la várias vezes ao dia;
n observar os cuidados específicos da alimentação pós-operatória:
l iniciar dieta líquida equilibrada, assim que o médico permitir;
l introduzir a alimentação líquida pela sonda da gastrostomia, através de se-
ringa, à temperatura corporal. Alimentos frios ou quentes provocam dor;
l não permitir a entrada de ar pela sonda, durante a alimentação;
l introduzir água pela sonda, após cada alimentação, a fim de evitar sua
obstrução e, também, para hidratar o paciente;
l fechar a sonda, após a alimentação;
l abrir a sonda para certificar-se de que a dieta anterior foi digerida, an-
tes de uma nova administração. Se houver retorno do alimento, o
paciente não deve receber a dieta, e o fato precisa ser comunicado ao
enfermeiro responsável, que tomará as providências cabíveis;
l observar o funcionamento intestinal para saber se a dieta está sendo
bem tolerada, pois pode ocorrer diarréia ou constipação;
l pesar diariamente o paciente, para avaliar se a necessidade calórica
está sendo suprida adequadamente;
l pedir sempre ao paciente para informar qualquer tipo de desconforto
após a alimentação;
l interromper a alimentação ao menor sinal de vômito ou regurgitação.
Complicações
n distúrbios intestinais como diarréia ou constipação, dependendo da
alimentação usada;
n estase gástrica, que é o acúmulo de alimentos no interior do estômago;
n regurgitação ou vômito e broncoaspiração.
Colostomia
Consiste na exteriorização do intestino grosso, mais comumente do cólon
transverso ou sigmóide, através da parede abdominal, para eliminação de
gases ou fezes. O orifício realizado nesse tipo de cirurgia denomina-se estoma.
A colostomia está indicada em casos de tumores do intestino grosso, anomalias
congênitas e perfurações intestinais, podendo ser definitiva ou temporária.
Cuidados específicos no pré-operatório
n apoiar o paciente, e também sua família, considerando a operação e as
alterações que irá provocar, pois a perda do controle da evacuação pode
levar o paciente a se sentir rejeitado;
n fazer a tricotomia da região abdominal superior e inferior.
Cuidados específicos no pós-operatório
n observar o funcionamento da colostomia, anotando o volume e o aspecto
das fezes eliminadas;
n orientar a dieta no sentido de evitar alimentos que fermentem e
provoquem odor desagradável, tais como feijão, peixe, cebola, repolho,
etc. Pode-se solicitar ao Serviço de Nutrição uma relação dos alimentos
mais recomendados, inclusive os constipantes e os laxativos;
n tomar cuidados especiais com a pele ao redor do estoma, pois a drenagem
fecal é irritante, devido às enzimas nela existentes. Como medida
preventiva aplicam-se pomadas apropriadas entre o estoma e a bolsa
coletora. Na área de contato com o adesivo da bolsa pode-se utilizar tintura
de benjoim, para proteger a pele e facilitar a adesão da bolsa.
Complicações
n prolapso do estoma, com a exteriorização de uma parte do cólon;
n constipação ou diarréia, conforme a tolerância ou a adaptação aos
alimentos;
n infecção da pele ao redor do estoma;
n exteriorização do intestino ao lado do estoma, em geral ocasionado por
orifício excessivamente largo na parede abdominal.
146 Aparelho digestivo Colostomia 147
Possíveis localizações
para a colostomia.
Colostomia
transversa
Colostomia
de sigmóide
Observações
n a
colostomia, em geral, se faz simultaneamente a uma laparotomia. Nesses
casos, então, o paciente apresenta dois curativos, ao retornar da sala de
operação: um relativo à incisão principal e outro ao estoma, para evitar
contaminação do segundo para o primeiro;
n o paciente deve usar a bolsa mais indicada para seu caso. O tamanho do
orifício da bolsa precisa se ajustar perfeitamente ao redor do estoma,
impedindo que as fezes entrem em contato com a pele.
Existem algumas bolsas coletoras com revestimentos ao redor do orifício
de encaixe contendo cola karaya, que serve de proteção para a pele;
n o paciente pode apresentar alergia à cola da bolsa coletora, provocando
lesões na pele e aparecimento de infecções oportunistas por fungos.
Nesses casos, é preciso interromper o uso da bolsa temporariamente,
deixando a pele em repouso, até cicatrizar. Durante esse período, usar
apenas pomadas indicadas pelo médico e curativos absorventes, tro-
cados com freqüência, até a pele ficar íntegra novamente e o paciente
voltar a usar a bolsa;
n o auxiliar de enfermagem deve ter a preocupação de incentivar o paciente
ostomizado a participar ativamente de todos os cuidados com a colostomia,
preparando-o para a alta hospitalar e dando-lhe condições de cuidar de si
mesmo em casa. Caso ele tenha um cônjuge, este também deve participar
da fase de adaptação, para que a reintegração à vida familiar e social se
faça com rapidez e sucesso;
n finalmente, é importante citar as equipes multidisciplinares de saúde que
se propõem a ajudar na reabilitação física e psicológica dos pacientes
ostomizados, favorecendo o seu convívio e de suas famílias com outros
ostomizados. Nas reuniões desses grupos são esclarecidas as dúvidas e
trocados testemunhos de vida e experiências.
Prostatectomia
Nesta cirurgia, retira-se total ou parcialmente a próstata.
É realizada nos casos de hipertrofia prostática ou de tumores
localizados na próstata.
Cuidados específicos no pré-operatório
Estão voltados para os pacientes com hipertrofia prostática, que podem
apresentar retenção urinária devido à compressão da uretra. Por essa razão,
eles são submetidos a um cateterismo vesical, e, por isso, precisam receber
cuidados especiais, tais como:
Intervenções
cirúrgicas
Aparelho
geniturinÆrio
Dentro desse novo grupo de cirurgias, você terá a
oportunidade de analisar as seguintes opera-ções:
prostatectomia, postectomia, nefrectomia,
mastectomia e histerectomia.
HiperHiperHiperHiperHipertrtrtrtrtrofiaofiaofiaofiaofia
prprprprprostática:ostática:ostática:ostática:ostática:
aumento da próstata
148 Aparelho digestivo
Intervenções cirúrgicas
n medir a urina que sai pela sonda e verificar sua densidade;
n controlar a temperatura. Esses pacientes têm tendência à infecção urinária.
Após uma prostatectomia, o paciente retorna da sala de operação com uma
sonda uretral de três vias (three-way) e um sistema de irrigação vesical contínua.
O soro entra por uma das vias, lava a bexiga e sai, junto com a urina, por outra
via que está conectada a uma bolsa coletora estéril, de sistema fechado. A terceira
via serve apenas para insuf lar o balonete que fixa a sonda dentro da bexiga.
A irrigação contínua tem a finalidade de evitar a formação de coágulos que
obstruem a sonda, causam muita dor e, às vezes, determinam a necessidade
de nova intervenção cirúrgica para sua retirada. Por isso, é fundamental o auxiliar
de enfermagem seguir os seguintes procedimentos.
Cuidados específicos no pós-operatório
n deixar a irrigação correr em gotejamento rápido, entre 50 e 80 gotas por
minuto, em especial nas primeiras horas, quando o sangramento é mais
intenso. O gotejamento pode ser diminuído quando a drenagem se torna
clara e assume um aspecto de urina. Esse procedimento geralmente é
realizado sob orientação do enfermeiro, mas o fechamento e a retirada
da irrigação são determinados pelo cirurgião;
n registrar, na folha de balanço hídrico, os líquidos eliminados e os
administrados no paciente, inclusive em infusões venosas e na irrigação
da bexiga. Isso é importante para ajudar a avaliar as causas de choque
hipovolêmico, que pode ocorrer nas primeiras horas após a operação;
n conectar a sonda da cistostomia em
bolsa estéril e trocar seu curativo
freqüentemente, caso o paciente
venha da cirurgia com ela;
n estimular a ingestão hídrica, após
a retirada da irrigação;
n orientar o paciente, por ocasião da alta hospitalar, a não ingerir bebidas
alcoólicas, evitar dirigir automóvel por tempo prolongado e continuar
ingerindo bastante líquido. Caberá ao médico conversar com o paciente,
informando-o sobre o eventual aparecimento de infertilidade ou impo-
tência, decorrente da operação.
Complicações imediatas
n hemorragia;
n choque;
n obstrução da sonda e conseqüente parada da drenagem.
Complicações mediatas
n infecção;
n impotência sexual, que ocorre somente em alguns casos, quando a
operação é radical e determinados nervos são seccionados (cortados).
Postectomia
Caracteriza-se pela correção cirúrgica da fimose, que é o estreitamento do
prepúcio, impedindo sua retração normal por sobre a glande.
Cuidados específicos no pré-operatório
n não existem. Dessa maneira, o pessoal de enfermagem vai realizar apenas
os cuidados gerais dessa etapa, comuns a qualquer operação.
Cuidado específico no pós-operatório
n orientar o paciente a respeito do curativo que, após a alta, deve ser feito
com gaze vaselinada e trocado com freqüência.
Complicação
n hemorragia.
Sistema de irrigação
vesical contínua.
Observe a posição
que a próstata
ocupava no aparelho
genital masculino antes
da prostatectomia.
Cistostomia:Cistostomia:Cistostomia:Cistostomia:Cistostomia: abertura da bexiga geralmente feita
através de um orifício na parte inferior do abdome,
quando a operação se realiza por via abdominal
150 Aparelho geniturinário Postectomia 151
Torneira de
esvaziamento
da bolsa
Bolsa coletora
estéril
Sonda de tres vias
Solução para
irrigação
Penis
Via para insuflar o
balonete
Balonete
Posição daPosição daPosição daPosição daPosição da
próstatapróstatapróstatapróstatapróstata
Bexiga
Saco escrotal
Intervenções cirúrgicas
Nefrectomia
É a retirada de um rim, indicada em alguns casos de cálculos e tumores renais.
Cuidados específicos no pré-operatório
n estimular a ingestão hídrica, a fim de promover o aumento da excreção
(saída) de detritos através da urina, ainda antes da operação;
n fazer a tricotomia da região lombar, do lado onde será retirado o rim.
Cuidados específicos no pós-operatório
n conectar sonda vesical em bolsa coletora estéril e fechada, observando o
funcionamento adequado da sonda;
n controlar a diurese, anotando volume, cor e densidade;
n insistir nos exercícios respiratórios, inclusive com aparelhos;
n estimular a ingestão de líquidos;
n observar o curativo e, sempre que necessário, trocá-lo com técnica
asséptica;
n administrar medicação analgésica para acalmar a dor intensa, de acordo
com a prescrição médica.
Complicações
n hemorragia;
n choque;
n pneumotórax, que é a entrada de ar na cavidade pleural, devido à
perfuração da pleura durante a operação. O pneumotórax se manifesta
por dispnéia importante;
n infecção da ferida.
Mastectomia
Caracteriza-se pela retirada da glândula mamária ou de parte dela.
Cuidados específicos no pré-operatório
preparo psicológico: vale destacar o caráter mutilante do procedimento, que afeta
a estética em um ponto tão ligado à feminilidade. Devido a esse fator e ao
medo da doença em si, a mulher que se submete à mastectomia deve
receber atenção especial por parte de toda a equipe de saúde.
Assim, cabe à equipe de enfermagem, por estar em contato direto e
constante com a paciente, procurar esclarecer as dúvidas e minorar
temores sobre o pós-operatório, explicando os exercícios a
serem feitos
e os cuidados a tomar.
O médico ou o enfermeiro poderá falar sobre os recursos estéticos
disponíveis de imediato no mercado. É fundamental a participação do
marido ou companheiro nesse preparo, pois é comum a mulher se sentir
rejeitada, pelos motivos já citados.
preparo físico: realização da tricotomia torácica e axilar, do mesmo lado em que
a mama será retirada.
Cuidados específicos no pós-operatório
n medir e anotar, rigorosamente, o aspecto e o volume do conteúdo do dreno
fechado de pressão negativa, com que muitas vezes a paciente retorna da
sala de operação. O dreno é colocado no local da cirurgia, como você já viu
no capítulo drenagem cirúrgica, na parte relativa ao pós-operatório. É
necessário deixar o interior do reservatório sanfonado sempre isento de
ar, para a aspiração ser eficiente e não haver obstrução do dreno;
Área de tricotomia
para a mastectomia.
152 Aparelho geniturinário Mastectomia 153
Área de tricotomia
para a nefrectomia.
Intervenções cirúrgicas
n manter o braço do lado operado em elevação e apoiado, evitando formação
de edema;
n orientar e estimular exercícios com a mão e o braço do lado operado, como
abrir e fechar a mão, f lexionar, estender e elevar gradualmente o braço;
n verificar sinais vitais no braço do lado oposto ao operado;
n observar a cicatriz cirúrgica, após a retirada do dreno ( aproximadamente
no terceiro dia do pós-operatório), pois pode haver formação de hematoma;
n orientar a paciente para praticar exercícios com o braço do lado operado,
mas evitar traumatismos. Por isso é importante, para ela, não retirar
cutículas, não usar relógio, pulseiras, anéis, não carregar bolsas ou objetos
pesados, não lidar com fogo, forno, etc.;
n orientar a paciente para ter sempre boa postura, pois não é raro, após a
mastectomia, o aparecimento de problemas posturais.
Complicações
n hemorragia;
n choque;
n hematomas;
n infecção da ferida;
n edema no braço do lado operado.
Histerectomia
É a retirada parcial ou total do útero.
Cuidados específicos no pré-operatório
n oferecer apoio psicológico adequado à paciente, procurando esclarecer
suas dúvidas e as dos familiares;
n fazer a tricotomia abdominal e pubiana, quando a operação for realizada
por via abdominal. Mas quando for usada a via vaginal, a tricotomia será
somente perineal.
Cuidados específicos no pós-operatório
n manter a sonda vesical conectada à bolsa coletora estéril de sistema fechado;
n controlar rigorosamente as infusões venosas e o volume urinário;
n observar sinais de sangramento pela ferida operatória ou pela vagina;
n retirar tamponamento vaginal após 24 horas, seguindo orientação médica;
n estimular a diurese espontânea, após a retirada da sonda vesical, já que
nesses casos é comum a retenção urinária.
Complicações
n hemorragia;
n choque;
n retenção urinária;
n infecção urinária causada pelo uso prolongado da sonda vesical e de
cateterismos de alívio freqüentes, colocados devido à retenção urinária
que às vezes ocorre após a retirada da sonda de demora;
n infecção da ferida operatória.
154 Aparelho geniturinário Histerectomia 155
A.A.A.A.A. Área de tricotomia
para a histerectomia
via abdominal.
B. B. B. B. B. Área de tricotomia
para a histerectomia
via vaginal.
Operaçıes
neurológicas
Intervenções
cirúrgicas
As operações neurológicas que abordaremos neste
livro são duas: a craniotomia e a laminectomia.
Craniotomia
Consiste na abertura cirúrgica do crânio, a fim de obter
acesso às estruturas intracranianas. Essas estruturas
geralmente podem ser alcançadas através de um
procedimento denominado trepanação, que é a realização
de orifícios no crânio. Podem ainda ser atingidas por via
transesfenoidal, através do esfenóide.
Esfenóide:Esfenóide:Esfenóide:Esfenóide:Esfenóide:
osso ímpar
encravado no meio
dos demais ossos da
base do crânio
Intervenções cirúrgicas
A craniotomia é uma operação indicada para remover tumores, controlar
hemorragias, aliviar hipertensão intracraniana ou, ainda, drenar e aspirar
hematomas, abscessos e outros.
Cuidados específicos no pré-operatório
n avaliar e registrar os sinais e sintomas do paciente,
para fazer comparações no pós-operatório;
n auxiliar o paciente portador de distúrbios motores e
sensitivos. Por exemplo, ajudar o paciente afásico a comu-
nicar-se por meio da escrita ou de gestos;
n preparar o campo operatório, procedimento este realizado em duas etapas.
A primeira etapa ocorre na véspera da operação, quando a cabeça do
paciente é muito bem lavada com anti-séptico contendo detergente. Se
possível, lavar duas vezes. No caso da existência de crostas no couro
cabeludo, o enfermeiro deverá ser imediatamente comunicado, pois isso
poderá concorrer para infecção da incisão cirúrgica, no pós-operatório.
A segunda etapa desse preparativo é realizada no dia da operação,
momentos antes de encaminhar o paciente ao Centro Cirúrgico. O cabelo
deve ser cortado com tesoura e, depois, raspado com máquina elétrica.
Em seguida, o couro cabeludo é bem lavado com solução anti-séptica
Abordagens cirúrgicas
para a craniotomia.
A.A.A.A.A. As linhas
pontilhadas indicam as
incisões no couro
cabeludo
B.B.B.B.B. Orifícios de
trepanação
C.C.C.C.C. Acesso
transesfenoidal para
cirurgia na hipófise
Paciente afásico:Paciente afásico:Paciente afásico:Paciente afásico:Paciente afásico:
aquele que tem
dificuldade de falar
contendo detergente, e a cabeça é envolvida com campo estéril ou
compressas. É importante observar que nas operações transesfenoidais e
de trepanação não há necessidade de tricotomia do couro cabeludo.
Os cuidados pré-operatórios rotineiros, nesse tipo de operação, só devem ser feitos sob orientação
do médico ou do enfermeiro. Muitos desses cuidados podem ser prejudiciais ao paciente, como,
por exemplo, a administração do enema, que induz à defecação, podendo aumentar a pressão
intracraniana devido ao esforço.
Cuidados específicos no pós-operatório
n manter o paciente em posição lateral ou em posição semiventral, para
facilitar a respiração;
n manter a via aérea desobstruída fazendo aspiração traqueofaríngea. Esse
procedimento deve ser feito cautelosamente, pois, caso contrário, pode
elevar a pressão intracraniana;
n colocar a cabeceira do leito em semi-Fowler, depois que o paciente estiver
consciente, para facilitar a drenagem venosa do cérebro;
n observar e registrar a atividade espontânea do paciente, comparando-a
com a que apresentava no pré-operatório;
n aliviar o desconforto do edema periocular, lubrificando as pálpebras com
vaselina e colocando compressas frias leves em curativos oclusivos de
olhos, a intervalos especificados.
Os pacientes submetidos à craniotomia são geralmente encaminhados para a Unidade de Tratamento
Intensivo, onde permanecem de um a três dias. Somente após a estabilização de todos os seus
parâmetros vitais é que eles retornam à Unidade de Internação.
Complicações
n sangramento intracraniano;
n edema cerebral.
Essas complicações se manifestam por cefaléia, vômitos em jato e alterações visuais.
Laminectomia
Operação destinada à remoção parcial ou total de disco intervertebral, com
mais freqüência na região cervical ou lombar.
Cuidados específicos no pré-operatório
n registrar queixas de dor do paciente, parestesia e es-
pasmos musculares;
ParParParParParestesia:estesia:estesia:estesia:estesia:
sensação anormal
de formigamento
158 Operações neurológicas Laminectomia 159
AAAAA
BBBBB CCCCC
n avaliar o funcionamento vesical e intestinal;
n ensinar o paciente a virar-se como uma peça única, colocando um
travesseiro entre suas pernas, no caso das laminectomias lombares;
n fazer a tricotomia, se houver pêlos na região.
Cuidados específicos no pós-operatório
Eles são individualizados para cada caso, em função do grau de lesão e
da
localização da hérnia discal. Ainda assim, podemos relacionar alguns cuidados
genéricos.
n comparar a dor, a sensibilidade e a capacidade motora com as que o
paciente apresentava no pré-operatório;
n virar o paciente, como treinado no pré-operatório, nos casos de la-
minectomia lombar;
n reforçar, junto ao paciente, a importância de ele evitar trabalho pesado e
atividades que produzam esforço de f lexão sobre a coluna, como, por
exemplo, dirigir automóvel. Isso é importante porque o período de
cicatrização dos ligamentos e dos músculos é de cerca de seis semanas.
A deambulação só deverá ocorrer após orientação médica. Mas é de rotina o médico neurologista
auxiliar o paciente em sua primeira deambulação após uma laminectomia.
Amigdalectomia
É a retirada cirúrgica das amígdalas. Algumas vezes, as
adenóides também estão afetadas, sendo retiradas junta-
mente com as amígdalas.
Cuidado específico no pré-operatório
n orientar o paciente no sentido de evitar falar e tossir logo após a operação.
Cuidados específicos no pós-operatório
n manter o paciente em decúbito dorsal, com a cabeça lateralizada, para
auxiliar a drenagem das secreções;
Intervenções
cirúrgicas
Outras
operaçıes
Agora vamos trabalhar outros tipos de cirurgia,
também importantes para o seu estudo e não
incluídas nos grupos que acabamos de analisar.
Elas são: amigdalectomia, facectomia, drenagem
de tórax, tireoidectomia, timpanoplastia, tra-
queostomia e operações vídeo-laparoscópicas.
Área de tricotomia
para cirurgia da
coluna vertebral.
160 Operações neurológicas
Adenóides:Adenóides:Adenóides:Adenóides:Adenóides:
estruturas de tecido
linfático, localizadas
na nasofaringe
Intervenções cirúrgicas
n observar os sinais de hemorragia. Um sangramento discreto é normal,
porém se houver aumento de volume deve-se comunicar tal fato
imediatamente ao enfermeiro responsável;
n anotar o aspecto da secreção oral eliminada e o volume aproximado;
n executar a higiene oral freqüentemente;
n iniciar a dieta com líquidos gelados, desde que não haja contra-indicação.
Se for bem aceita, a dieta evolui depois para alimentos semipastosos,
como gelatinas e sorvetes;
n evitar os alimentos secos, quentes, e também os ácidos, na primeira
semana do pós-operatório;
n orientar o paciente ou responsável para continuar com a dieta após a alta
hospitalar que, geralmente, ocorre no dia seguinte à operação. Também
orientar para procurar o médico, caso haja sinal de sangramento.
Complicação
n hemorragia, que pode ocorrer até uma semana após a intervenção cirúrgica.
Facectomia
É a correção cirúrgica da catarata, e consiste na retirada do cristalino, com
implante ou não de uma lente intra-ocular.
O paciente com catarata queixa-se de visão turva, distorcida e de sua perda
progressiva. A pupila, que é negra, torna-se acinzentada com o tempo e,
mais tarde, branco-leitosa.
Cuidados específicos no pré-operatório
n administrar colírios específicos, quando prescritos pelo médico;
n orientar o paciente quanto à posição em que deverá permanecer no pós-
operatório imediato.
Cuidados específicos no pós-operatório
n manter o paciente em decúbito dorsal, evitando que movimente a cabeça;
n ajudar o paciente a observar repouso absoluto nas primeiras 24 horas
após a cirurgia;
n prevenir vômitos e espirros;
n proteger o leito do paciente com grades;
n manter o tampão do olho do paciente, uma vez que os curativos são feitos
apenas pelo médico;
n comunicar imediatamente ao enfermeiro responsável caso o paciente se
queixe de dor forte nos olhos, pois isso significa complicação;
n por ocasião da alta, orientar o paciente quanto à utilização dos
medicamentos prescritos e das vendas nos olhos.
Complicações
n hemorragia;
n deiscência de sutura.
Atualmente, a técnica cirúrgica oftálmica avançou muito. Vários pacientes
se submetem à facectomia com implante de lente intra-ocular, sob
anestesia local, permanecendo apenas algumas horas na recuperação
cirúrgica. Eles têm alta no mesmo dia, podendo, inclusive, movimentar a
cabeça e deambular.
Drenagem de tórax
É uma cirurgia para colocação de um dreno no espaço pleural.
O dreno é colocado com a finalidade de retirar pus, plasma, ar ou sangue
acumulados na cavidade pleural em decorrência de operações realizadas,
traumatismos ou determinadas doenças. A drenagem permite, então, a
expansão pulmonar, que fica prejudicada pela presença de ar ou líquidos na
cavidade intratorácica.
162 Outras operações Drenagem de tórax 163
Catarata:Catarata:Catarata:Catarata:Catarata:
perda da transparência
do cristalino ou da sua
cápsula, sendo mais
freqüente em pessoas
idosas
Na figura:
posição do cristalino
no globo ocular.
Cristalino
Córnea
Iris
Intervenções cirúrgicas
Drenagem simples ou drenagem fechada sem aspiração
O líquido pleural escoa normalmente, por ação da gravidade, para um frasco
de 2 000ml. Esse frasco tem uma tampa de borracha, perfurada por um tubo
longo e outro tubo curto. A ponta do tubo longo deve ficar submersa em
água, o que chamamos de selo d’água, cuja finalidade é impedir a entrada de ar
na cavidade pleural. Para isso, colocamos soro fisiológico ou água esterilizada
no frasco de 2 000ml, em quantidade suficiente para cobrir pelo menos 2cm
da ponta do tubo longo.
Recomendações
n ligar o dreno torácico ao tubo longo mergulhado no selo d’água, utilizando
uma conexão longa de borracha com aproximadamente 1,5m;
n manter o frasco de drenagem pelo menos 1 metro abaixo do nível do
tórax do paciente.
Drenagem por aspiração
São utilizados dois frascos de 2 000ml. O primeiro frasco é idêntico ao do
sistema simples. Já o segundo frasco tem três tubos na tampa: um longo e
dois curtos. Os tubos curtos medem cerca de 12cm de comprimento,
devendo sua extremidade inferior ficar dentro do frasco, acima do nível da
água. O tubo longo deve ter comprimento suficiente para a extremidade
superior ficar aberta para o exterior e a extremidade inferior ficar mergulhada
na água esterilizada ou soro fisiológico, em uns 12 a 15 cm. Um dos tubos
curtos se comunica com o primeiro frasco, e o outro com a fonte de aspiração,
que é um aspirador elétrico ou a vácuo, de parede.
Recomendações
n observar a função do segundo frasco (estabilizador), que é controlar a
pressão do aspirador. Quando o sistema está em funcionamento, deve
haver borbulhamento no segundo frasco e oscilação da coluna líquida em
selo d’água no primeiro frasco (frasco coletor);
n evitar entrada de ar no sistema, vedando tampas e conexões com
esparadrapo. Verificar se há furos nas conexões de borracha;
n manter os frascos sempre abaixo do nível do tórax, inclusive ao transportar
o paciente e na troca dos frascos. Nessas situações, deve-se pinçar duplamente
a borracha que fica entre o dreno e o frasco, por medida de segurança;
n fazer movimentos de ordenha na conexão de borracha, para evitar
obstrução por coágulos ou secreção;
n fazer anotações sobre o volume, aspecto do líquido drenado e funciona-
mento do sistema. Observar se há borbulhamento no frasco estabilizador;
n estimular o paciente a tossir e a respirar profundamente;
n evitar dobras no dreno ou nas conexões de borracha;
n solicitar ao paciente para não se deitar do lado do dreno;
n fazer curativo oclusivo na incisão. Observar e anotar a presença de
secreções no local de implantação do dreno;
n auxiliar o médico ou enfermeiro na troca dos frascos.
Complicações
n pneumotórax;
n hemorragia.
164 Outras operações Drenagem de tórax 165
Sistema de drenagem
torácica simples.
Sistema de drenagem
de tórax por
Intervenções cirúrgicas
Tireoidectomia
Caracteriza-se pela retirada total ou parcial da tireóide,
devido a tumores de tireóide ou ao hipertireoidismo.
Cuidados específicos no pré-operatório
n proporcionar ambiente repousante e tranqüilo
ao paciente, evitando
barulho, movimento de outras pessoas, visitas, músicas excitantes, etc.;
n proporcionar repouso ao paciente, durante a noite anterior à operação;
n orientar o paciente para não falar no pós-operatório imediato e explicar-
lhe sobre a possível administração de oxigênio no pós-operatório, para
facilitar sua respiração;
n explicar ao paciente que os líquidos serão dados por via venosa no pós-
operatório, para ele não sentir sede nem fome, tendo em vista a dificul-
dade de deglutição;
n fazer a tricotomia, se necessária.
Cuidados específicos no pós-operatório
n colocar o paciente em posição de semi-Fowler, com a cabeça apoiada em
um ou mais travesseiros;
n mover a cabeça do paciente cuidadosamente, evitando tensão das suturas;
n administrar oxigênio umidificado, se houver dificuldade respiratória;
n observar, nas primeiras 12 a 24 horas após a cirurgia, se há respiração
ruidosa e desenvolvimento de cianose;
n atentar para a possibilidade de hemorragia local;
n iniciar a dieta com alimentos líquidos, frios ou gelados, por serem mais
fáceis de deglutir;
n manter o laringoscópio, os tubos traqueais e a bandeja de traqueostomia
no quarto do paciente, por um período de 48 horas, para uso em caso de
emergência respiratória.
Complicações
n hemorragia;
n edema de glote;
n rouquidão;
n tetania (espasmos musculares, visíveis, por exemplo, nas mãos e nos pés).
Caso ocorra qualquer uma das complicações citadas acima, o médico responsável deve ser
imediatamente comunicado.
Timpanoplastia
Consiste na reconstituição da membrana timpânica perfurada, com a
finalidade de melhorar a audição e fechar a cavidade do ouvido médio,
evitando infecções.
Cuidado específico no pré-operatório
n realização da tricotomia ao redor do ouvido, no lado a ser operado.
Cuidados específicos no pós-operatório
n manter o paciente deitado, sem travesseiro, com o ouvido do lado operado
voltado para cima;
n orientar o paciente para não molhar o curativo, evitar assoar o nariz e
não espirrar com a boca fechada.
Complicações
n infecção;
n nova ruptura do tímpano.
Traqueostomia
É a abertura da traquéia para introdução de uma cânula traqueal, com a
finalidade de permitir a passagem de ar.
166 Outras operações Timpanoplastia 167
HiperHiperHiperHiperHipertirtirtirtirtireoidismo:eoidismo:eoidismo:eoidismo:eoidismo:
aumento da função
da tireóide
Área de tricotomia
para a tireoidectomia.
Intervenções cirúrgicas
Dependendo da causa, a traqueostomia pode ser temporária ou definitiva.
Quando é temporária, o paciente permanece traqueostomizado até que se
solucione o problema. Ela é definitiva em caso de laringectomia, isto é,
retirada da laringe. A traqueostomia pode ser ainda uma operação de
emergência ou programada.
Cuidados específicos no pré-operatório
n informar ao paciente, em casos de operação eletiva, que ele não poderá
falar no pós-operatório, devendo se comunicar através da escrita ou de
gestos. Com o tempo, ele poderá falar, fechando o orifício da traqueostomia;
n fazer a tricotomia na face e no pescoço, nos casos de operações eletivas,
e em pacientes do sexo masculino;
n prover a unidade do paciente com sondas de aspiração, luvas, gazes, soro
fisiológico ou água esterilizada, oxigênio e aspirador.
Cuidados específicos no pós-operatório
n prestar atenção especial à freqüência respiratória;
n observar o local para detectar sangramentos que possam implicar dificul-
dade respiratória;
n manter o ambiente sempre limpo e umidificado, devendo o mesmo ter
janelas teladas;
n aspirar as secreções, observando e anotando a quantidade e o aspecto,
com a freqüência que se fizer necessária.
Complicações
n hemorragia;
n enfisemas subcutâneos, que se exteriorizam por inchação do pescoço,
do rosto e, às vezes, de todo o corpo. O enfisema subcutâneo, quando
é pressionado, produz a mesma sensação que a de comprimir uma
esponja molhada;
n infecção respiratória;
n asfixia por obstrução da cânula.
Cuidados com a traqueostomia
Aspiração
n conectar a sonda de aspiração estéril à borracha do aspirador, e
introduzir 15 a 20cm da sonda no orifício da cânula. Nesse momento,
ter o cuidado de pinçar o tubo de borracha do aspirador, ou introduzir
a sonda com o aspirador desligado, prevenindo traumatismos na mu-
cosa traqueal. As sondas ideais são de borracha com orifício na ponta,
por traumatizarem menos. Entretanto, as de polietileno têm sido mais
usadas, por serem descartáveis;
n retirar a sonda com movimento circular e único, com o aspirador ligado e
o tubo de borracha livre;
n deixar o paciente descansar e repetir a aspiração, quantas vezes forem
necessárias, a fim de retirar toda a secreção. Observar que o tempo
utilizado para fazer cada aspiração não deve exceder a cinco segundos,
para não criar dificuldades respiratórias para o paciente;
n lavar o tubo de borracha, aspirando água esterilizada ou soro fisiológico;
n jogar fora as sondas descartáveis, depois de usadas;
n trocar o frasco de soro fisiológico ou água esterilizada, utilizado para lavar
a tubulação que aspira a secreção;
n usar luvas estéreis e observar certos cuidados na manipulação da sonda
de aspiração, tendo em vista que a técnica de aspiração é asséptica.
Outros cuidados
n fazer o curativo ao redor da cânula;
n manter o curativo sempre limpo, trocando com freqüência as gazes e os
cadarços que seguram a cânula;
n proteger o orifício da cânula com a gaze aberta, a fim de evitar a entrada
de insetos ou corpos estranhos;
n manter o ambiente limpo e desodorizado;
n cuidar para não entrar água do banho na traqueostomia;
n fazer a higiene oral do paciente, freqüentemente.
168 Outras operações Traqueostomia 169
Paciente com
traqueostomia
Intervenções cirúrgicas
Cânulas de traqueostomia
Há de dois tipos: as de polietileno descartáveis e as metálicas.
A cânula de polietileno descartável é um tubo curvo com um balonete na
extremidade, que fica dentro da traquéia do paciente. É esse balonete que,
insuf lado, fixa a cânula à traquéia.
Esse tipo de cânula é preso externamente ao pescoço do paciente com um
cadarço, e usado, em geral, nas traqueostomias temporárias, de curto prazo.
O balonete deve ser desinsuf lado de duas em duas horas, por um período de
15 minutos, para evitar necrose da mucosa traqueal.
A cânula metálica, geralmente utilizada nas traqueostomias definitivas, é
composta de uma cânula externa e outra interna e, ainda, de um obturador
que serve de guia na introdução da cânula.
A cânula metálica também é presa ao paciente somente por um cadarço
amarrado ao pescoço.
A cânula interna de uma cânula metálica deve ser retirada pelo menos uma vez
por dia, para limpeza, podendo ser retirada outras vezes, caso se faça necessário.
Para a limpeza da cânula interna utilizam-se luvas estéreis e técnica asséptica. Colocar
a cânula numa cuba estéril com água oxigenada, para soltar as secreções que
ficam aderidas, principalmente à sua parede interna. Ajudar mecanicamente
com uma escova estéril adequada ou gaze. Deixar a cânula em solução
esterilizante e, depois, lavar abundantemente com soro fisiológico ou água
esterilizada. Por último, secar a cânula com gaze estéril e recolocá-la no paciente.
Alguns serviços mantêm dois conjuntos de cânulas metálicas para cada paciente traqueostomizado.
Dessa forma, a cânula interna suja é trocada por outra esterilizada em autoclave ou estufa. Esse é
o procedimento mais seguro e indicado, mas não é utilizado em todos os hospitais devido à
precariedade de recursos da maioria deles.
Operaçıes vídeo-laparoscópicas
São realizadas por meio da introdução de instrumentos especiais através de
orifícios feitos no corpo do paciente. Esses orifícios variam de lugar,
dependendo do órgão a ser operado.
Um desses instrumentos introduzidos no paciente permite que o cirurgião
visualize todo o interior
da cavidade, por meio da imagem obtida e
transmitida para um monitor. E com o auxílio dos demais instrumentos ele
realiza, então, o procedimento cirúrgico.
Por via laparoscópica podem ser realizadas cirurgias no abdome, tórax e
cabeça, sendo mais comuns as de abdome, como, por exemplo: ooforectomia,
colecistectomia, apendicectomia.
Laparoscopias abdominais
Cuidados específicos no pré-operatório
n não existem. Alguns médicos dispensam, inclusive, a tricotomia abdominal.
170 Outras operações Operações vídeo-laparoscópicas 171
Cânula de polietileno
descartável.
Partes de uma cânula
metálica.
A.A.A.A.A. Cânula interna
B.B.B.B.B. Cânula externa
C.C.C.C.C. Obturador
Cânula
Balão externo
Balão internoEntrada de ar para o balão interno
AAAAA
BBBBB
CCCCC
Cuidados específicos no pós-operatório
n observar atentamente o padrão respiratório do paciente. Ele pode sentir
desconforto para respirar, devido a uma certa quantidade de gás carbônico
injetada na cavidade peritoneal, antes da introdução dos instrumentos;
n atentar para os sinais e sintomas de sangramento interno, o que pode
levar ao choque.
Complicações
n lesões de órgãos internos, manifestadas por choque ou dor abdominal forte.
Cuidados no prØ-operatório
A maior parte dos pacientes com problemas músculo-esqueléticos apresenta
dor e ansiedade. Aqueles que se submetem a uma operação reparadora quase
sempre a encaram com muita preocupação, pois são grandes as expectativas
em torno dos resultados. Muito embora esses pacientes, em sua grande
maioria, já tenham se submetido a outras operações do gênero para reparar
algum defeito físico, congênito ou adquirido, sua ansiedade e preocupação
não são menores, frente à perspectiva de uma nova operação.
Essas pessoas necessitam portanto, na fase pré-operatória, de uma assistência
de enfermagem pautada na paciência e na compreensão. Elas também devem
Intervenções
cirúrgicas
Cuidados nas
operaçıes
ortopØdicas
Nesta parte do livro vamos discutir os cuidados
de enfermagem prestados aos pacientes no pré e
pós-operatórios das cirurgias ortopédicas em
geral, e aos pacientes com aparelho gessado.
Também abordaremos a tração, a amputação,
seus respectivos cuidados de enfermagem e com-
plicações possíveis.
172 Outras operações
Realização de
uma cirurgia
vídeo-laparoscópica
abdominal. Fon
te:
 c
atá
log
o 
ED
LO
Intervenções cirúrgicas
ser orientadas a respeito dos exercícios que deverão realizar no pós-
operatório, do emprego de tração ou do aparelho gessado.
É ainda no pré-operatório das operações ortopédicas que se realizam dois cuidados
importantes, a saber: o preparo da pele do paciente e o preparo intestinal.
O preparo da pele obedece aos princípios de anti-sepsia já conhecidos. É
necessário que ele seja feito corretamente, pois a infecção óssea pode levar
a uma incapacidade permanente. Deve-se fazer uma limpeza meticulosa e
atraumática da pele, com água e anti-séptico com detergente, no dia anterior
à operação. Repetir esse procedimento depois, já no dia da cirurgia.
Nos casos de operação eletiva, o ortopedista pode orientar o paciente a usar
sabão para limpeza da pele por um período maior, anterior à cirurgia, pois
sabemos que as bactérias da pele podem ser reduzidas pela lavagem diária
com anti-séptico e detergente.
O preparo intestinal para as cirurgias ortopédicas em geral, realizado por meio
de lavagens intestinais ou enemas, vai depender da orientação do
ortopedista. As operações de colo de fêmur e quadril, por exemplo, exigem
um preparo rigoroso, para evitar de o paciente evacuar no transoperatório,
contaminando a ferida operatória.
Cuidados no pós-operatório
Um dos cuidados importantes após as cirurgias ortopédicas é em relação ao
uso de narcóticos. Como essas operações são extremamente dolorosas, é
comum haver a prescrição de narcóticos para aliviar a dor. Então, nos
pacientes que se submetem a várias cirurgias, o uso desses narcóticos pode
criar um vício, constituindo um sério problema. Portanto, a administração
de narcóticos deve ser bastante criteriosa.
Outros cuidados
n manter o membro operado elevado, para prevenir o edema que,
comprimido por bandagens ou gesso, causa dores freqüentes;
n observar as feridas operatórias, pois estas costumam sangrar mais que as
outras, podendo levar ao choque hipovolêmico;
n mudar o paciente de decúbito, lavar, secar, massagear e lubrificar a pele
freqüentemente com creme hidratante para evitar a escara, que pode
surgir em função de uma longa permanência na cama;
n encorajar exercícios com os membros não afetados, pois a imobilidade
prolongada resulta em perda da massa muscular;
n estimular o paciente a realizar as atividades do dia-a-dia e seus cuidados
de higiene, permitindo-lhe maior independência.
AssistŒncia ao paciente
com aparelho gessado
O aparelho gessado é feito com ataduras de gesso que imobilizam uma região
do corpo, com várias finalidades: manter fragmentos ósseos alinhados, aplicar
compressão uniforme sobre os tecidos moles e permitir a deambulação
precoce, além de corrigir e prevenir deformidades.
A colocação desse aparelho requer a observação de cuidados especiais antes
e depois da aplicação, como também após a retirada dele.
Cuidados anteriores à aplicação do aparelho gessado
n informar ao paciente que ele sentirá calor debaixo do gesso;
n cobrir o paciente com um lençol para não espalhar gesso sobre os pontos
não envolvidos pelo aparelho;
n limpar a parte a ser imobilizada usando água e sabão, e cuidar para que
fique bem seca.
Cuidados após a aplicação do aparelho gessado
n não pressionar o aparelho por 48 horas, aproximadamente, tempo este
necessário para sua secagem;
n manter o membro gessado elevado, para prevenir edemas;
n observar as extremidades dos membros gessados em busca de deficiência
circulatória por compressão do gesso, como, por exemplo, cianose ou
impossibilidade de mover os dedos, os quais devem ficar expostos;
n estar atento a sinais de hemorragia, caso o paciente tenha sido operado;
n orientar o paciente para não introduzir nada dentro do gesso, mesmo
quando há prurido, para não ocasionar escoriações na pele;
n observar o cheiro do aparelho, pois as regiões gessadas normalmente
exalam um odor característico, devido à falta de aeração. Caso o odor
seja fétido, pode ser sinal de infecção;
n proteger as regiões de atrito com o gesso, para prevenir escaras;
n orientar o paciente para cobrir o gesso com plástico apenas para tomar
banho, a fim de não molhá-lo.
174 Operações ortopédicas Assistência ao paciente com aparelho gessado 175
Intervenções cirúrgicas
Cuidados após a retirada do aparelho gessado
n limpar a pele do paciente com água e sabão e, depois, secar com cuidado,
usando toalha felpuda;
n lubrificar a pele com óleo ou creme hidratante;
n orientar o paciente para não coçar, pois pode provocar ferimentos;
n orientar sobre as limitações naturais de imobilidade, que ocorrem logo
após a retirada do gesso;
n orientar a realização de exercícios suaves, evitando movimentos bruscos.
Traçªo
É a aplicação de uma força tensora em uma parte do corpo, com a finalidade
de reduzir e imobilizar uma fratura, tratar espasmo muscular e dor, e recuperar
o comprimento e o alinhamento de um osso ou extremidade lesada.
Há dois tipos de tração: a cutânea e a esquelética.
A tração cutânea é presa à pele por adesivos. A tração aplicada à extremidade
puxa a pele e, com ela, as estruturas músculo-esqueléticas.
A tração cutânea pode irritar a pele e exercer pressão sobre nervos periféricos.
O máximo de peso que pode ser aplicado na tração cutânea é de 2 a 3 kg.
A tração esquelética é aplicada diretamente através do osso. Esse método é utiliza-
do mais freqüentemente no tratamento das fraturas do fêmur, úmero e tíbia.
A tração esquelética é aplicada
utilizando-se um pino ou fio metálico
(de Kirschner ou Steinmann) que é introduzido através de um osso, e é
exercida por pesos e roldanas.
Cuidados com o paciente em tração
n manter os membros sob tração em posição anatômica, protegendo as
áreas de apoio;
n observar o curativo, nos casos da tração esquelética;
n observar a pele, em busca de sinais de pressão ou fricção sobre as
proeminências ósseas;
n orientar o paciente para não girar o corpo para os lados;
n estimular a movimentação dos membros e articulações não afetados;
n nunca apoiar os pesos, os quais devem estar sempre livres;
n nunca remover os pesos sem ordem médica;
n auxiliar na higiene do paciente e prevenir escaras de decúbito.
Complicações
n trombof lebite;
n escaras;
n complicações respiratórias;
n infecção no local da inserção dos pinos, no caso de tração esquelética;
n escoriações na pele, no caso de tração cutânea;
n deformidades.
Amputaçªo
É a remoção total ou parcial de qualquer parte do corpo. Em ortopedia,
amputação significa a retirada parcial ou total de um membro.
Paciente sob
tração cutânea.
Tração esquelética.
176 Operações ortopédicas Amputação 177
A amputação só é realizada quando não existe mais a possibilidade de salvar
o membro e há risco de vida para o paciente. Também é realizada para
melhorar a condição funcional do membro comprometido por lesão grave.
Cuidados específicos no pré-operatório
n preparar o paciente psicologicamente, procedimento este que não deve
ser negligenciado. Exceto em casos de operações de emergência, o
paciente deve ter atenção especial, para esclarecer suas dúvidas e receber
orientação quanto à sua reabilitação. Muitos deles podem vir a utilizar
uma prótese posteriormente;
n orientar o paciente quanto à realização de exercícios para fortalecimento
dos membros sadios, facilitando a adaptação a próteses e ao uso de muletas;
n realizar, com o paciente, os cuidados gerais do pré-operatório.
Cuidados específicos no pós-operatório
n manter o coto elevado;
n observar sinais de hemorragia;
n observar os cuidados com o gesso ou a tração, se houver;
n orientar e estimular a prática dos exercícios, na
ausência de um fisioterapeuta;
n auxiliar o paciente na reabilitação e solicitar a participação da família.
Complicações
n hemorragia;
n infecção;
n dor fantasma, que é a dor sentida pelo paciente no membro amputado, a
qual vai desaparecendo com o tempo;
n deiscência de sutura;
n coto inadequado.
Coto:Coto:Coto:Coto:Coto:
parte residual do
membro amputado
Complicaçıes
cirœrgicas
Intervenções
cirúrgicas
Mas há outros cuidados de enfermagem mais gerais e que podem ser
observados pelo auxiliar, em relação a qualquer tipo de complicação
cirúrgica. São eles:
n estar sempre atento ao aparecimento dessas complicações;
n estar atento às condições psicológicas e físicas do paciente, principal-
mente em relação aos sinais vitais;
n observar, constantemente, o local da cirurgia;
n observar o perfeito funcionamento de sondas, cateteres, drenos, etc.;
n anotar, ou comunicar ao enfermeiro ou ao médico, qualquer alteração
observada, para que sejam tomadas as devidas providências.
Ao longo de toda esta parte do livro você teve a
oportunidade de analisar diferentes intervenções
cirúrgicas, os cuidados específicos nos períodos
pré e pós-operatórios e, ainda, as possíveis com-
plicações decorrentes dessas operações.
Agora precisamos analisar os cuidados que o
auxiliar de enfermagem deve dispensar ao
paciente diante dessas complicações cirúrgicas.
Muitos desses cuidados são bastante específicos
para cada tipo de complicação, não cabendo
discuti-los aqui.
178 Operações ortopédicas
1. Leia a situação:
Joel está prestando atendimento a um paciente que vai se submeter a uma colostomia, em decorrência de
um tumor no intestino grosso. Ele tem conversado bastante com esse paciente sobre a cirurgia, e explicando-
lhe as alterações que ela provocará.
Agora, responda:
a) Joel agiu corretamente ao ter essas conversas com o paciente? Por quê?
b) Com que outras finalidades pode ser realizada uma colostomia?
c) Após a operação, que cuidados específicos Joel deve prestar a esse
paciente?
d) Quais as complicações possíveis de uma colostomia?
2. Numere a coluna da direita de acordo com a da esquerda, de modo a
relacionar o nome da cirurgia com sua caracterização:
1) exteriorização do intestino grosso ( ) colecistectomia
através da parede abdominal
2) retirada total ou parcial do estômago ( ) craniotomia
3) retirada parcial ou total do útero
4) retirada da vesícula biliar ( ) gastrostomia
5) abertura do crânio para acesso
às estruturas intracranianas ( ) colostomia
6) abertura do estômago através
da parede abdominal ( ) histerectomia
3. Indique o que se pede:
a) dois cuidados específicos no pré-operatório da mastectomia
b) as complicações imediatas da prostatectomia
c) dois cuidados genéricos no pós-operatório da laminectomia
Exercícios
Intervenções
cirúrgicas
Intervenções cirúrgicas
4. Complete as lacunas de modo correto:
a) Na operação ...................., o preparo intestinal é absolutamente con-
tra-indicado.
b) Dependendo da patologia do paciente, a gastrostomia pode ser
.................... ou ..................... .
c) No pós-operatório da craniotomia, o paciente deve ser mantido em
posição .................... ou .................... .
5. Descreva:
a) como deve ser administrada a alimentação pós-operatória em um
paciente de gastrostomia
b) como é feita a irrigação no pós-operatório de uma prostatectomia
6. Marque a área de tricotomia para a realização da cirurgia indicada em
cada figura:
7. Leia a situação:
Um paciente foi internado numa clínica para a retirada total da tireóide, devido ao hipertireoidismo.
Enquanto aguardava a cirurgia, as visitas foram proibidas pelo médico.
Agora complete as frases:
a) O nome da cirurgia a que esse paciente será submetido é ....................
b) As visitas foram proibidas, provavelmente, porque ..............................
c) No pré-operatório, esse paciente deve receber orientações quanto
..............................................................................................................
8. As frases a seguir emitem um enunciado falso. Reescreva cada uma delas,
de modo a torná-las verdadeiras.
a) Após uma amigdalectomia, o paciente deve ser mantido em decúbito
dorsal para evitar a tosse.
b) Na drenagem do tórax por aspiração, os frascos devem ficar abaixo
do nível do tórax somente quando houver troca de frascos.
c) A timpanoplastia é a retirada da membrana timpânica perfurada.
d) As complicações possíveis após uma traqueostomia são a hemorragia, a
tromboflebite, o enfisema cutâneo e a asfixia por obstrução do estoma.
9. Descreva como ocorrem os seguintes processos:
a) limpeza da cânula interna de uma cânula metálica de traqueostomia
b) preparo da pele do paciente, no pré-operatório das operações or-
topédicas
10. Identifique e descreva a diferença entre:
a) tração cutânea e tração esquelética
b) cânula metálica e cânula de polietileno
11. Em relação à colocação do aparelho gessado, cite dois cuidados de
enfermagem:
a) anteriores à aplicação do gesso
b) após a aplicação do gesso
c) após a retirada do gesso
182 Exercícios Exercícios 183
Mastectomia Gastrostomia
Nefrectomia Gastrectomia
184 Exercícios
12. Ref lita sobre a situação e depois responda:
Marilene trabalha como auxiliar de enfermagem em um grande hospital. Um dos pacientes a quem ela
presta assistência foi submetido à cirurgia para amputação de uma perna. Após a cirurgia, ele apresentou
hemorragia e deiscência de sutura.
a) Que tipo de preparo psicológico Marilene deve ter prestado a esse
paciente, no pré-operatório?
b) Que cuidados pós-operatórios Marilene precisa observar em
relação
ao coto?
c) Que as complicações podem ser apresentadas por esse paciente, no
pós-operatório?
d) Quais são os cuidados de enfermagem que Marilene precisa observar
em relação a essas complicações?
13. Escreva o que é pedido:
a) a finalidade da traqueostomia
b) dois cuidados no pós-operatório das operações ortopédicas
c) o que é facectomia
d) uma possível complicação após a amigdalectomia
14. Numere os tipos de cirurgia relacionados na coluna da direita de acordo
com os cuidados específicos no pós-operatório de cada uma, descritos
à esquerda:
1) posicionar o paciente em semi-Fowler
com a cabeça apoiada em travesseiros ( ) amigdalectomia
2) estimular o paciente
a tossir e respirar profundamente ( ) tireoidectomia
3) observar o paciente
quanto ao seu padrão respiratório ( ) facectomia
4) iniciar dieta com líquidos gelados
5) manter o paciente em decúbito dorsal, ( ) cirurgias laparoscópicas
evitando movimentar a cabeça
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