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1 PROFESSORA SANDRA CRISTINA MALZINOTI VEDOATO Fonoaudióloga Mestranda em Educação Especialista em Educação Bilíngue para surdos LIBRAS/Língua Portuguesa Certificada pelo Exame Nacional de Proficiência para o Ensino e a Tradução/Interpretação da LIBRAS LIBRAS: LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Aula 1 Fundamentos da Educação de Surdos VÍDEO AUDIÇÃO Viagem ao ouvido CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS DA PERDA AUDITIVA Quanto ao período que ocorre: –Pré‐natal – se ocorre durante a vida gestacional –Peri‐natal – se ocorre durante o nascimento –Pós‐ natal – se ocorre após o nascimento –Quanto a origem: hereditária ou não hereditária CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS DA PERDA AUDITIVA Quanto ao local onde ocorre: – Sistema condutivo – orelha externa ou média – Sistema neurosensorial – orelha interna e/ou vestíbulo coclear – Sistema nervoso central – tronco cerebral e cérebro 2 GRAUS DE PERDA AUDITIVA Leve 26 ‐ 40 dB Dificuldade em ouvir fala e conversas em intensidade fraca, especialmente em situações com ruído, mas entendem bem em ambientes silenciosos. Moderada 41 ‐ 55 dB Dificuldade em entender fala, especialmente com presença de ruído de fundo. É necessário volume alto para entender TV ou rádio. Moderada a Severa 56 ‐ 70 dB A clareza de fala é afetada consideravelmente. A fala tem que ser alta e ocorre dificuldade para conversas em grupo. GRAUS DE PERDA AUDITIVA Severa 71 ‐ 90 dB Fala normal, não é audível. Há dificuldade de entendimento mesmo com fala em volume alto. O entendimento geralmente só é possível gritando ou com amplificação. Profunda 91+ dB Mesmo a fala amplificada é difícil de entender ou mesmo de ouvir. DEFICIÊNCIA AUDITIVA Decreto 5.626/05 –Considera‐se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz. ALGUMAS CAUSAS Rubéola Materna, doenças infectocontagiosas (toxoplasmose, sífilis) Meningite Incompatibilidade sanguínea Otite média Anóxia Desordens genéticas 3 ALGUMAS CAUSAS Uso de drogas e álcool pela mãe Desnutrição ou carência alimentar materna Hipertensão ou diabetes gestacional Exposição à radiação IMPLICAÇÕES DA PERDA AUDITIVA NO BEBÊ O bebê surdo congênito não registra os sons em seu ambiente intrauterino como faz o bebê ouvinte; O bebê surdo não pode ouvir sua própria voz; O bebê surdo não recebe o banho sonoro da fala dos pais, que delimita as fronteiras entre o próprio ser e o resto do mundo; Com a ausência da audição o bebê necessita muito mais da presença física da mãe como respostas ao choro. PERGUNTAS DEFICIÊNCIA AUDITIVA X SURDEZ SURDEZ – DECRETO 5.626/05 Considera‐se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais ‐ Libras. 4 MITOS “Todo Surdo é mudo” “A língua de sinais é Universal” “Gesticulação concreta” “Falha gramatical” “Comunicação superficial, conteúdo restrito,inferior a comunicação oral” OUTRAS GENERALIZAÇÕES... “Os surdos são nervosos” “Os surdos não podem dirigir” CONCEPÇÃO CULTURAL DA SURDEZ SURDEZ COMO DIFERENÇA –CULTURAL – IDENTITÁRIA – LINGUÍSTICA CULTURA SURDA Jeito surdo de ser, de perceber, de sentir, de vivenciar, de comunicar, de transformar o mundo a torná‐lo habitável. (STROBEL,2008,p.24) ARTEFATOS CULTURAIS Materiais: tecnologia diferente (TDD), aparelho celular digital, MSN, instrumentos luminosos como a campainha, sinalizadores em casa e escolas especiais, closed caption, etc. Não materiais: literatura surda, história cultural, teatro, arte, etc. Construída dentro das representações possíveis da cultura surda, elas moldam‐se de acordo com a maior ou menor receptividade cultural assumida pelo sujeito. Perlin (2004) A língua de sinais é uma das principais marcas da identidade de um povo surdo, pois é uma das peculiaridades da cultura surda. (Strobel, 2008) IDENTIDADE SURDA Classificação das Identidades Surda Perlin (2005) Identidades híbridas são surdos que nasceram ouvintes e se ensurdeceram e tem presentes as duas línguas numa dependência dos sinais e do pensamento na língua oral e identidade surda, na qual ser surdo é estar no mundo visual e desenvolver sua experiência na língua de sinais, quando esta identidade é assumida, os surdos se veem capazes como sujeitos culturais. Classificação das Identidades Surda Perlin (2005) Identidade surda propriamente dita, são as pessoas que têm identidade surda plena, geralmente são filhos de pais surdos, têm consciência surda, são mais politizados, têm consciência da diferença, e tem a língua de sinais como a língua nativa. Usam recursos e comunicações visuais. 5 Classificação das Identidades Surda Perlin (2005) Identidade flutuante, na qual o surdo se espelha na representação hegemônica do ouvinte, vive e se manifesta de acordo com o mundo ouvinte; Identidade de transição, na qual o contato dos surdos com a comunidade surda é tardio, o que faz passar da comunicação visual‐oral para a comunicação visual‐sinalizada, o surdo pode passar por um conflito cultural. ATIVIDADE EM SALA Diferencie os termos: X HISTORIA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS IDADE MÉDIA Os surdos viviam sob total privação; Eram considerados mortais pois não podiam falar os sacramentos; Na concepção dos Romanos e Gregos os surdos eram considerados seres humanos incompetentes, sendo impossibilitados de desenvolver o pensamento devido a ausência da fala; Não tinham direitos legais, e perdiam a condição de seres humanos e sendo confundidos como retardados. IDADE MODERNA Bartolo Della Marca D´Ancona, advogado e escritor fez a primeira alusão à possibilidade do surdo poder aprender através da língua de sinais e língua oral. Neste período Girolamo Cardamo (1501‐1576) médico italiano declara que os surdos podiam e deviam receber uma instrução, como médico ele interessava‐se pelo estudo de ouvido, nariz e cérebro porque o seu primeiro filho era surdo. PRIMEIROS EDUCADORES DE SURDOS Pedro Ponce de Leon (1520‐1584) Fundou uma escola para surdos e dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos surdos, de pessoas nobres. Desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os surdos a soletrar as palavras. 6 Juan Pablo Bonet Tratado “Redução das letras e arte para ensinar a falar aos mudos”. (1620) PRIMEIROS EDUCADORES DE SURDOS PRIMEIROS EDUCADORES DE SURDOS Charles Michel de L’Epèe (1712‐1789) Método gestual Sinais metódicos EDUCADORES SURDOS DO INSTITUTO DE PARIS Massieu um dos primeiros professores surdos, durante 32 anos. Laurent Clerc um dos professores surdos, aprendeu Língua de Sinais na França, e ministrou aulas de Língua de Sinais nos Estados Unidos SITUAÇÃO EDUCACIONAL 1850 Surdos bilíngues. Surdos professores. Participação em debate cultural e educativo. Língua de sinais como primeira língua dos alunos. Fundador: Ernest Huet 1857 ‐ Internato masculino 1931 ‐ Externato feminino INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS – INES (26 DE SETEMBRO DE 1857) CONGRESSO DE MILÃO 7 FILOSOFIA EDUCACIONAL ORALISTA FILME “E SEU NOME É JONAS” (USA‐1979) IMPÉRIO ORALISTA Educadores Surdos excluídos da função. Proibição da Língua de Sinais Imposição da Língua oral. Métodos agressivos para treinamento e reabilitação da fala. PRINCIPAIS TÉCNICAS DO ORALISMO Oralismo Puro ou Estimulação Auditiva: uso de AASI, treino de L.Orofacial, elementos sonoros isolados, com combinações de sons, palavras e finalmente fala. Método Multissensorial / Unidade Silábica: para aquelas crianças que não desenvolviam‐se no método do oralismo puro, consistia no uso da leitura e a escrita das formas ortográficas, sendo utilizadas outras pistas, além da audição: visão e tato. PRINCIPAIS TÉCNICAS DO ORALISMO Método de Linguagem por associação de elementos ou Método da “Língua natural” se baseava no pressuposto da atividade, treino de L. Orofacial e fala. A criança é encorajada a falar o tempo todo. O Método Unissensorial ou Abordagem Aural, visava exclusivamente a reabilitação auditiva, tendo como ênfase o treinamento auditivo. CONSTATAÇÕES: – Surdos subeducados com o enfoque oralista puro. –A aquisição da língua oral deixava muito a desejar. –Comunicação gestual nunca deixou de existir entre os surdos. NOVOS ESTUDOS Congresso Mundial, Paris (1971) 8 ATIVIDADE EM SALA Cada dupla deverá criar palavras com base nas figuras do Método das Boquinhas para que o colega adivinhe. COMUNICAÇÃO TOTAL (Década de 1960‐ Estados Unidos) Língua de Sinais Leitura labial Fonoarticulação COMUNICAÇÃO TOTAL Leitura Escrita Amplificação sonora Alfabeto digital BILINGUISMO Surge em 1980 e se fortalece em 1990. Língua de Sinais – L1 Língua Oral – escrita – L2 “O conceito mais importante que a filosofia bilíngue traz é que os surdos formam uma comunidade, com cultura e língua própria”. (Goldfeld, 1997) BILINGUISMO E EDUCAÇÃO Existência de duas línguas no âmbito educacional; Estamos reconhecendo que os alunos surdos vivem em uma situação bilíngue; L1‐Língua natural‐LIBRAS L2‐ Língua oficial do país – Língua Portuguesa 9 DIFERENÇAS ENTRE L1 E L2 L1 Aquisição espontânea; Ambiente natural; É adquirida não aprendida; A aquisição é essencial. L2 Aquisição formal; Requer metodologias de ensino, pois é aprendida; Aquisição é opcional. PROPOSTA EDUCACIONAL BILINGUE O bilinguismo: língua oral/língua de sinais é a única via através da qual a criança surda poderá ser atendida em suas necessidades. Que tipo de bilinguismo: Língua de sinais – Língua Portuguesa: escrita /oral MODELOS DE BILINGUISMO Modelo sucessivo: ensino de L2 apenas após a aquisição de L1; Modelo simultâneo: L1 e L2 são apresentadas simultaneamente, em momentos linguísticos distintos BILINGUISMO E EDUCAÇÃO A deficiência auditiva não inibe as competências comunicativas linguística e cognitivas das crianças surdas. A fala é vista como uma possibilidade, e não como uma necessidade. O treinamento de fala é propiciado pela escola, em atendimento individual, com o fonoaudiólogo, BILINGUISMO E EDUCAÇÃO A língua de sinais é considerada a primeira língua da criança surda. Os conteúdos escolares devem ser transmitidos em língua de sinais. BILINGUISMO E EDUCAÇÃO Os surdos adultos cumprem um papel fundamental dentro do ambiente escolar; A língua de sinais favorece a aprendizagem de uma segunda língua. A língua de sinais existe como disciplina curricular nos vários níveis escolares. Importância da utilização da língua de sinais por funcionários, corpo docente e pais. 10 PERGUNTAS © 2013 – Todos os direitos reservados.Uso exclusivo no Sistema de Ensino Presencial Conectado.