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Olá galerinha tudo joia! Gostaria de iniciar falando um pouco sobre metáforas e suas figuras de palavra e suas variações e exemplos. A mais famosa figura de linguagem, a metáfora é, assim como a metonímia, uma figura de palavras - isto é, o efeito se dá pelo jogo de palavras que se faz na frase. A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu contexto convencional (denotativo) e transportá-la para um novo campo de significação (conotativa), por meio de uma comparação implícita, de uma similaridade existente entre as duas: Buscava o coração do Brasil. Ora, o Brasil não possui o órgão biológico em questão. Portanto, coração significa aí o centro vital, a essência, o âmago do país. Achamos a chave do problema. O problema não é nenhuma fechadura, mas para resolvê-lo (ou abri-lo) o elemento que se diz ter achado é tão necessária quanto uma chave para abrir uma porta. A metáfora possui algumas variações: Personificação Atribuição de ações, qualidades ou sentimentos próprios do ser humano a seres inanimados. Uma noite triste. A noite em si é neutra no que toca a sentimentos. Somos nós que podemos lhe atribuir emoções. O furacão rugia, expressando sua fúria. Comparam-se aqui os sons do furacão aos rugidos de uma fera, bem como a sua intensidade à expressão de um sentimento humano ou animal, a fúria. Hipérbole É o exagero puro e simples. Era louco por seu time. Com isso, quer se dizer que o sujeito gostava demasiadamente, amava seu time, a ponto de perder a razão. Rios de lágrimas derramei por você. Por mais que alguém chore, não formará sequer um riacho... Símbolo É a metáfora que acontece quando o nome de um ser ou coisa concreta assume um valor convencional e abstrato. A cruz pode enfrentar a espada. Não se trata, naturalmente, de usar o crucifixo como arma... Quer-se dizer, por exemplo, que a religião cristã, simbolizada pela cruz, pode enfrentar a violência, simbolizada pela espada. "E acreditam nas flores vencendo o canhão." O verso de Geraldo Vandré tem sentido semelhante: as flores simbolizam a paz; o canhão, a guerra. Sinestesia É a figura em que se fundam as sensações visuais com auditivas, gustativas, olfativas, táteis. A figura dos sentidos. O doce sabor da liberdade. Enquanto abstração que é, a liberdade não tem sabor nem doce, nem salgado. Queria pintar a casa com uma cor quente. Ninguém se queimará ao encostar-se a uma parede vermelha, no entanto, por estar associada ao fogo, a cor transmite a sensação de calor. Por isso, pode ser chamada de "cor quente". Catacrese É uma variedade de metáfora natural da língua, de emprego corrente, que serve para suprir a inexistência de um nome específico para determinada coisa. Nariz do avião, pé da mesa, boca da noite, dente de alho, embarcar no trem, etc. Metonímia A palavra assume outro sentido que não o literal ou denotativo, por meio de uma associação de sentidos tem como base a contiguidade (e não a similaridade) entre os elementos. Ou seja, é uma analogia por sentidos próximos, relativos. Veja os exemplos: Adoro ler Shakespeare. O famoso poeta inglês, morto há mais de 400 anos, não pode ser lido. Seu nome é usado na frase para representar a sua obra. Você adora é ler os livros de Shakespeare. Tomamos vinte latas de cerveja! Ainda que os sujeitos da frase possam ter ficado bem bêbados, eles não tomaram as latas, mas a cerveja que estava dentro delas. A metonímia ainda tem variações: Sinédoque Uma palavra que expressa um elemento menor representa algo de expressão maior. (Obs. Há uma grande controvérsia entre gramáticos sobre a sinédoque ser uma variedade da metonímia ou vice-versa.) Ganharás o pão com o suor do teu rosto. Pão, no caso, vale por toda a alimentação. Suor do rosto significa esforço, trabalho. Luíza completou 15 primaveras ontem. Não foram só primaveras, mas também verões, invernos e outonos, ou seja, "primavera" aí significam "anos". Antonomásia É a designação de uma pessoa não pelo seu nome, mas pela qualidade ou circunstâncias que o tornaram famoso: O poeta dos escravos, expressão usada para designar Castro Alves. Cidade Maravilhosa é um modo de se referir ao Rio de Janeiro. Polissemia: Consideremos as seguintes frases: Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja! Vamos! Coloque logo a mão na massa! As crianças estão com as mãos sujas. Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi. Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idênticas no que se refere à grafia, mas será que possuem o mesmo significado? Existe uma parte da gramática normativa denominada Semântica. Ela trabalha a questão dos diferentes significados que uma mesma palavra apresenta de acordo com o contexto em que se insere. Tomando como exemplo as frases já mencionadas, analisaremos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu sentido denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário. Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, eficiência diante do ato praticado. Nas outras que seguem o significado é de: participação, interação mediante a uma tarefa realizada; mão como parte do corpo humano e por último, simboliza o roubo, visto de maneira pejorativa. Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se em consideração as situações de aplicabilidade. Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos verificar a ocorrência da polissemia, como por exemplo: O rapaz é um tremendo gato. O gato do vizinho é peralta. Precisei fazer um gato para que a energia voltasse. Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua sobrevivência O passarinho foi atingido no bico.