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* * * Coronelismo – 1889: Proclamação da República – Aumento da população urbana População brasileira: 1872: 10 milhões 1889: 14 milhões 1905: 20 milhões 1920: 27 milhões 1931: 34 milhões * * * População urbana: 1872: 31% 1890: 24% 1900: 36% 1920: 51% (Fonte: FAORO, Raymundo. Os donos do poder. São Paulo: Editora Globo, 2001, pág. 698) - Falsa esperança: fortalecimento da cidadania. “Não se pode imaginar existência de nação, existência de povo constituído, existência de Estado, sem vida municipal. Vida que não é própria, vida que seja de empréstimo, vida que não for livre, não é vida. Viver do alheio, viver por outrem, viver sujeito à ação estranha, não se chama viver, senão fermentar e apodrecer.” (Rui Barbosa) * * * No mesmo sentido Tocqueville: “As instituições comunais são para a liberdade aquilo que as escolas primárias são para a ciência; pois a colocam ao alcance do povo, fazendo-o gozar do seu uso pacífico e habituar-se a servir-se dela. Sem instituições comunais, pode uma nação dar-se um governo livre, mas não tem o espírito da liberdade”. Faoro: império e república equivalem-se no que diz respeito às eleições. 1890 - Decreto 200 A: - voto universal e direto; - voto capacitário, exclusão analfabetos. * * * Constituição de 1891: Brasil: República Federativa; 3 poderes harmônicos e independentes entre si; Legislativo bicameral: deputados (mandato 3 anos) senadores (mandato 9 anos); Voto direto, universal e capacitário; Votantes: homens maiores de 21 anos; Garantia dos direitos civis à vida, liberdade, propriedade etc; Extinção da pena de morte. * * * Resultado: eleição presidencial de 1898 com participação de apenas 2,7% da população. Participação política (1898-1926) oscilou entre 3,4% da população e 2,3%. Republicanos visam legitimar a revolução com o pronunciamento da nação. “Campos Sales, republicano histórico preocupa-se em anular o elemento monarquista, advertindo: * * * “ ‘Muitos dos homens dos ex-partidos constituídos têm aderido, entretanto é de crer que essa adesão seja, com relação a alguns, aparente, e que na realidade não possam merecer confiança, porquanto eles tratam de aprestar suas forças para o combate. É esse elemento suspeito com que não devemos contar, tanto mais quanto provas evidentes já se vão apresentando de tratarem esses chefes de arregimentar forças sob os seus caudilhos, a fim de hostilizarem o governo. É mister, pois, que o partido republicano intervenha nas eleições.’” “ O Sr. Campos Sales aconselha medidas políticas, quais sejam, entre outras, lembrar aos governadores dos Estados a dissolução das câmaras municipais e nomeação de intendentes.” ( Fonte: FAORO, Raymundo. Os donos do poder. São Paulo: Editora Globo, 2001, p. 702) * * * “Realizando, pela máquina pneumática da fraude e da opressão, em torno do poder, o vácuo impenetrável, que isola do povo a administração, e transforma as nossas escolas primárias de civismo nesse espetáculo de inércia, de passividade, de indiferença, de desinteresse, de desilusão democrática, que é o estado de espírito dos municípios em relação ao seu governo local.” (Idem, pág. 706) * * * 1890 - eleição da Assembléia Constituinte: - eleitos apenas republicanos; - manutenção do poder exigia acordo entre governo federal, governos dos estados e autoridades locais; - chave do controle político: compressão eleitoral, com sacrifício da autonomia municipal. 1892 – lei 35 : apuração dos votos é de competência dos agentes do governo. * * * Art. 65 CF 1891 – Autonomia dos Estados. Art. 68 CF 1891: “Os Estados organizar-se-ão de forma que fique assegurada a autonomia dos municípios, em tudo quanto respeite ao seu peculiar interesse É aqui que ganha forças o novo coronelismo. “O ‘coronel’ comandava os votos das pequenas localidades e era indispensável para o novo arranjo de poder. Em troca de apoio às oligarquias estaduais, dava-lhes os votos que controlavam e que eram necessários para a sua legitimação no poder.” (GAMA, Luis. O município na política brasileira: revisitando Coronelismo, enxada e voto. In: Sistema Político Brasileiro. Org. Lúcia Avelar e Antônio Silva, p. 209). * * * UNIÃO►GOVERNOESTADUAL►CORONEL Relação entre governador e coronel, segundo o governador João Pinheiro: “Diga sempre que é solidário com o governo. Tudo se reduz a obedecer. Obedeça e terá politicamente acertado. Do contrário, o senhor sabe, estou eu aqui com o facão na mão para chamar à ordem aqueles que se insurgirem. A minha missão principal é essa: manobrar o facão, ou em cima, quando se trata da política federal, ou em baixo, quando da estadual.” (Fonte: FAORO, Raymundo. Os donos do poder. São Paulo: Editora Globo, 2001, p. 708) * * * Todo governo representativo é genuinamente democrático? Não. “O coronelismo foi a resultante da adoção da democracia representativa numa ordem patrimonial.” (GAMA, Luis. O município na política brasileira: revisitando Coronelismo, enxada e voto. In: Sistema Político Brasileiro. Org. Lúcia Avelar e Antônio Silva, p. 209). Coronelismo = confusão entre domínio privado e público * * * Segundo Faoro, as características do coronelismo são: Intermediação de serviços (poder tradicional); Inseparável da sociedade agrária; Floresce quando da incapacidade financeira dos municípios. Para Boris Fausto, coronelismo resulta da: Desigualdade social; Impossibilidade de os cidadãos efetivarem seus direitos; Precariedade ou inexistência de serviços assistenciais do Estado; Da inexistência de uma carreira no serviço público. * * * Enfraquecimento do coronelismo: urbanização e fortalecimento do proletariado. CF 1988 – municípios = entes autônomos, equiparando-os aos estados e à União. Participação do município no bolo tributário cresceu de 10,8%, em 1988, para 16,9%, em 2000 Papel do MP e da Defensoria: fiscalizam e cobram o cumprimento dos dispositivos legais. Lei de Responsabilidade Fiscal. * * * Importância do voto consciente na esfera municipal: (...) Tribunal Superior Eleitoral , este ano, vai exigir a apresentação de informações detalhadas sobre eventuais processos criminais elencados nas certidões apresentadas no momento do registro da candidatura. E todas as informações serão lançadas no Sistema de Divulgação de Candidaturas que o TSE mantém no site. (http://www.amb.com.br/index.asp?secao=mostranoticia&mat_id=20271) MP: Discussão sobre a legitimidade de investigar