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MANUAL DE TELEJORNALISMO

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MANUAL DE TELEJORNALISMO
Profa. Valéria Angeli Hein
ÍNDICE 
1 - Características da Televisão................................03 
2 - O Texto Na TV....................................................04 
3 - Telejornal...........................................................06 
4 - Programa de Entrevistas....................................09 
5 - Estrutura Básica dos Telejornais........................11 
6 - Departamento de Jornalismo..............................14 
7 - Edição de Texto..................................................18 
8 - Script.................................................................19 
9 - Edição de Imagens.............................................21 
10 – Linguagem Audiovisual ...................................25 
11 - Sistemas de Transmissão.................................29 
12 - Voz e Corpo na TV............................................31 
13 - Produção para TV.............................................34 
14 - História da Televisão........................................40 
Bibliografia..............................................................43 
Anexos....................................................................44 
1 - CARACTERÍSTICAS DA TELEVISÃO 
Informação Visual: 
Transmite as mensagens através de uma linguagem que independe do conhecimento de um idioma ou da escrita por parte do receptor. A TV mostra e o telespectador vê: ele se informa, está recebendo a notícia e ampliando o seu conhecimento. 
Imediatismo: 
Transmite informação contemporânea quando mostra o fato no momento exato em que ele ocorre através da imagem – o signo mais acessível à compreensão humana. A TV tem hoje uma agilidade muito grande, porque o aparato técnico para uma transmissão está muito simplificado. Pequenas emissoras já possuem unidades móveis de Jornalismo para reportagem “ao vivo” que são instaladas com rapidez e velocidade. Os satélites mostram fatos do outro lado do mundo. 
Alcance: 
A TV é um veículo abrangente e de grande alcance. Ela não distingue classe social ou econômica. Atinge a todos. O Jornalismo na TV tem, portanto, que considerar como vai tratar uma notícia, já que ela pode ser “vista” e “ouvida” de várias maneiras diferentes. 
Instantaneidade: 
A informação da TV requer “hora certa” para ser vista e ouvida – a mensagem é momentânea, instantânea. Ela é captada de uma só vez, no exato momento em que é emitida. Não tem como “voltar atrás e ver de novo”, como acontece no jornal e na revista. 
Envolvimento: 
A TV exerce fascínio sobre o telespectador, pois consegue transportá-lo para “dentro” de suas histórias. Não existe um padrão de linguagem televisiva, mas há no telejornalismo uma forma pessoal de “contar” notícia e a familiaridade com Repórteres e Apresentadores, que seduzem e atraem os telespectadores. 
Superficialidade: 
O timing, o ritmo da TV, proporciona uma natureza superficial às suas imagens. Os custos das transmissões, os compromissos comerciais e a briga pela audiência impedem o aprofundamento e a análise da notícia do telejornal diário. 
Índice de audiência: 
A medição do interesse do telespectador orienta a programação e cria condições de sustentação comercial. O índice de audiência interfere de modo direto, a ponto de a emissora se posicionar dentro dos padrões (trilhos) que são os resultados de aceitação por parte do público-telespectador.
2 - O TEXTO NA TV 
O texto para a Televisão deve estar casado com a imagem. 
􀂃A superficialidade, considerada uma desvantagem da Televisão, é compensada pela imagem, a grande vantagem do meio. 
􀂃Descrições redundantes, que já estejam presentes na imagem, devem ser evitadas. 
􀂃O texto deve complementar a informação visual. 
􀂃Utilizar recursos gráficos para auxiliar o entendimento e para suprir a falta de imagens. 
􀂃Não descrever o que o telespectador já está vendo. É óbvio e chato. A narrativa vai se tornar redundante e cansativa. 
􀂃Usar GCs para identificar pessoas, cargos, partidos aos quais pertencem etc... 
􀂃A criatividade ajuda na estrutura da reportagem. Mas, o estilo do Repórter ou do Editor não deve se sobrepor à notícia, nem interferir no entendimento da informação. 
􀂃Uma informação interessante precisa de uma imagem correspondente. Por isso, conversas entre Repórter e Cinegrafista são fundamentais. 
O texto para a Televisão precisa ser escrito para ser falado e ouvido. 
􀂃A Televisão combina utilização simultânea dos dois sentidos do ser humano: a visão e a audição. Por isso, o texto para esse meio deve ser escrito para ser falado (pelo locutor) e ouvido (pelo telespectador). Diferença básica em relação ao texto jornalístico dos meios impressos (jornal ou revista). 
􀂃O texto na Televisão precisa ter ritmo para favorecer a concentração de quem está assistindo à TV. 
􀂃O desafio para quem escreve na TV é manter o ouvinte interessado. Para isso, o texto deve ser de fácil entendimento e ao mesmo tempo rico em variações. 
􀂃O texto na TV deve ser simples, mas não pobre ou vulgar. Natural, mas não rebuscado ou literário. 
􀂃Prestar atenção no efeito sonoro do texto, para isso, ler em voz alta o texto que se escreve deve se prática constante ao redator de TV. 
􀂃É preciso vencer o ouvinte através de uma linguagem forte, incisiva, convincente, sem apelar para a pieguice ou para o sensacionalismo. 
􀂃Chamar a atenção do telespectador com frases de impacto (ex.: “Atenção para esta última informação”, “Uma última informação que acabamos de receber”, “Vamos acompanhar as imagens”, “ Veja agora imagens exclusivas”). 
􀂃Evitar cacófatos. 
􀂃Evitar rimas e palavras com a mesma terminação por causa do efeito sonoro desagradável que provocam. 
􀂃Procurar sinônimos para as palavras, para evitar repetições. 
􀂃Usar e abusar do ponto final e dois pontos. 
􀂃Buscar emoção no texto. 
􀂃Utilizar o silêncio como efeito dramático. 
􀂃Encontrar um estilo próprio de texto.
O TEXTO PARA A TELEVISÃO PRECISA TER CLAREZA. 
􀂃Usar sempre a ordem direta (sujeito + verbo + complemento). 
􀂃Evitar frases intercaladas e entre vírgulas, que explicam, explicam... e demoram para chegar ao ponto principal. 
􀂃Fugir de tudo que é vago ou confuso, da palavra ambígua ao raciocínio complexo. 
􀂃A maneira como a notícia é escrita não deve despertar dúvidas quanto ao seu significado. 
􀂃O segredo é se colocar no lugar do telespectador e ter em mente sempre o seguinte: “Será que ele está me entendendo?”. 
􀂃Sempre que possível e em acordo com o bom senso, deve-se preferir o uso das frases no singular. 
􀂃Preferir o coloquial. O texto na TV precisa ser de entendimento comum. 
􀂃Coloquial, claro, preciso, objetivo, direto, informativo, simples e pausado são as características básicas de um texto jornalístico de Televisão. 
􀂃Deve ser “enxuto”, sem perder a clareza, a qualidade e o conteúdo completo da informação. 
O texto para a Televisão precisar ter precisão. 
􀂃Usar a palavra adequada é um desafio constante para o jornalista de qualquer veículo. Na Televisão essa necessidade é ainda maior, em função da clareza exigida pelo meio. 
􀂃Dicionários existem para que se encontre “aquela palavra” ideal. 
􀂃A apuração correta e precisa dos fatos é a principal meta a ser alcançada. Para obter precisão é necessário identificar a origem da informação, o que garante credibilidade ao texto. 
􀂃Com palavras precisas e bem escolhidas, responder às perguntas básicas (o que? quem? quando? onde? como? por quê?). 
􀂃Siglas pouco conhecidas devem ser desdobradas. 
􀂃Localizar lugares (ex. Ubatuba, no litoral norte de São Paulo). 
􀂃A precisão do momento (dia e hora certa em que ocorreu o fato). 
O texto para a Televisão precisa ter concisão. 
􀂃Utilizar frases curtas (até 4 linhas em script padrão de telejornalismo). 
􀂃A frase concisa ou sintética traduz o máximo com o mínimo de palavras. O bom senso indica que a mensagem com o menor número possível de signos – no caso, as palavras – é mais facilmente compreendida
pelo público. 
􀂃Produzir frases que tenham toda a informação com as palavras necessárias. 
􀂃Evitar redundâncias. 
􀂃Dosar a qualidade da informação com a quantidade de texto em que ela é explicitada. 
􀂃O uso de adjetivos é, em princípio, condenado no texto para a Televisão. Se enfeitam a frase, devem ser evitados; se complementam a informação, eventualmente podem ser usados. 
􀂃Evitar a retórica, ou seja, o rebuscamento textual. Deve-se ir direto ao assunto, de forma sintética e objetiva. 
3 - TELEJORNAL 
􀂃O telejornal é um formato de programa jornalítico para a Telvisão. 
􀂃Oferece ao público informações (notícias) sobre os fatos que ocorrem no Brasil e no mundo, utilizando imagens, sons e narração de Repórteres, Apresentadores e Âncoras. 
􀂃Utilizando a linguagem jornalística aplicada à Televisão, revela como determinados fatos se passaram, identifica personagens, localiza geograficamente onde ocorreram ou ainda estão ocorrendo, descreve as suas circunstâncias e os situa num contexto histórico para dar-lhes perspectiva e noção de sua amplitude e dos seus significados. 
􀂃No Brasil, cumpre uma determinação legal: decreto lei 52.795 de 31-10-1963, que trata dos regulamentos dos serviços de radiodifusão e estipula que as emissoras dediquem cinco por cento do horário da programação diária ao serviço noticioso. 
􀂃O telejornal tem a missão de oferecer esclarecimentos sobre os fatos e deve estar comprometido com a ética e a verdade, procurando informar o que interessa ao seu público, driblando, na medida do possível, outros interesses (políticos, comerciais etc). 
􀂃Na Televisão, a tendência na escolha das notícias é levar em consideração o aspecto do entretenimento ou do espetáculo, buscando a maior audiência que esse tipo de notícia consegue atingir. 
􀂃O jornalista que atua na Televisão deve ter “jogo de cintura” para atender às exigências do meio, sem esquecer que a informação deve colaborar para a consciência crítica do telespectador, produzindo um sentimento de inclusão social e política. 
􀂃O Telejornal é composto de: 
Reportagem 
􀂃As reportagens feitas para telejornais diários, que têm em média 24 minutos de duração, possuem normalmente um tempo entre 2 e 3 minutos. 
􀂃É o resultado do trabalho dos mais diversos profissionais de uma redação. 
􀂃Começa com o Apurador, que descobre o assunto e com o Pauteiro, que reúne um conjunto de dados que dão partida à reportagem. 
􀂃Passa pelos Produtores, que elaboram a estrutura da reportagem e pelos Editores que supervisionam todo o trabalho. 
􀂃O Chefe de Reportagem escala e coordena as equipes de reportagem. 
􀂃O Repórter faz as entrevistas e desenvolve a matéria. 
􀂃Os Cinegrafistas captam as imagens. 
􀂃Finalmente os Editores de Texto e os Editores de Imagem dão o acabamento final à reportagem e os Apresentadores e Âncoras apresentam o resultado final. 
􀂃Estrutura da reportagem: a reportagem para telejornais tende a seguir sempre um mesmo padrão e compõe-se dos elementos abaixo, que não se apresentam sempre na mesma ordem: 
o Cabeça do Locutor (Lead) – Abertura da matéria. É sempre lida pelo Locutor e dá o gancho da reportagem. Tem cerca de 8 a 15 segundos e “chama” a matéria.
o Abertura – Não se deve abusar da entrada do Repórter no início da matéria, sobretudo porque antes dele já existe a cabeça do locutor. 
o Texto em off – Narrado pelo Repórter e coberto por imagens relacionadas ao assunto da matéria: entre “20” e “30” . O Repórter não aparece no vídeo. 
o Sonora – Trecho selecionado das entrevistas. No hard news a sonora não pode ser muito longa (12 a 20 segundos). Uma frase de efeito do entrevistado com poucos segundos dá ritmo à matéria. 
o Passagem do Repórter – Participação do Repórter no vídeo: entre 15” e 20”; gravação feita pelo Repórter no local do acontecimento, com informações para serem usadas no meio da matéria. A passagem reforça a presença do Repórter na reportagem. É quando ele assina a matéria. É o momento ideal para conquistar a empatia junto ao telespectador, por isso, essa intervenção deve esclarecer pontos imprescindíveis em relação ao assunto tratado. Esse espaço não pode ser ocupado com textos burocráticos, com números etc, que poderiam ter sido ditos no off. A passagem pode também cumprir a função de suprir a falta de imagens num determinado tópico da notícia. Há ainda a passagem participativa, quando o Repórter abandona a posição de testemunha para virar personagem, por exemplo, arriscando passos numa de dança. Pode também ser feita se encaminhando para o entrevistado, emendando com a sonora. 
o Encerramento: o Repórter encerra o vt, fornecendo uma informação complementar, ou fazendo uma última análise do que foi mostrado. 
Stand-up
É usado quando o Repórter tem uma boa informação, mas não tem tempo ou não há a necessidade de se produzir uma reportagem (com imagens de cobertura, sonoras e offs). O Repórter, em plano americano, narra a notícia no local do acontecimento. 
Boletim/Flash 
Resumo de um fato gravado pelo próprio Repórter no local do acontecimento, depois de ele ter checado as primeiras informações. Deu origem ao Stand-up. 
Nota Simples 
É usada quando não se tem um Repórter, mas existe uma notícia. A matéria é redigida pelos Editores e lida pelos Apresentadores dos telejornais. 
Nota coberta
É usada quando não se tem um Repórter, mas existe uma notícia. A matéria é redigida pelos Editores, lida pelos Apresentadores dos telejornais e cobertas com imagens. Na nota coberta, o apresentador “cai para off” em determinado momento, ou seja, o apresentador sai da tela e entram imagens externas para cobrir “cobrir” a locução do Apresentador/Âncora. 
São apuradas de várias maneiras: 
􀂃Agência de Notícias – A Reuters e a CNN são exemplos de agências especializadas em telejornalismo. Elas enviam material para emissoras do mundo inteiro. 
􀂃Release eletrônico – Material enviado pelas assessorias de imprensa e trazem informações com imagens. 
􀂃Reportagens produzidas na própria emissora, que viram lapadas – Seqüência de notas cobertas que foram destaque em edições anteriores, unidas num mesmo vt; também usada para dar um panorama geral sobre determinado assunto ou para passar notícias pequenas e curiosas, que não justificam um vt específico para cada uma. 
􀂃Equipe de ENG sem Repórter – Aproveita-se imagens feitas por um cinegrafista da própria emissora, que saiu desacompanhado de um Repórter. 
ENG: sigla que significa Eletronic News Gathering, ou seja, captação eletrônica de notícias. É o equipamento de externa usado pela equipe de reportagem, operado pelo cinegrafista, iluminador e operador de som. 
Entrevista 
É a maior fonte de informação jornalística. É o mecanismo por meio do qual se obtêm respostas e perguntas feitas a alguém em benefício de um público. Saber perguntar é quase uma arte. Para isso, é importante seguir os seguintes passos: 
􀂃Definir o assunto – Saber o objetivo da entrevista e não perder de vista o foco, ou seja, o que se pretende obter com a conversa. 
􀂃Identificar a pessoa credenciada a falar sobre o assunto – Encontrar aquela pessoa que tem o conhecimento e/ou a autoridade em relação ao assunto tratado. 
􀂃Pesquisar a respeito do tema e do entrevistado – Fazer o levantamento de dados históricos, material publicado a respeito. 
􀂃Planejar as perguntas – Ordenar as questões que vão ajudar a introduzir os tópicos que deverão ser abordados na entrevista. Se houver tempo, é conveniente ter uma conversa prévia com o entrevistado para esclarecer pontos duvidosos, mantendo o cuidado para não antecipar demais o teor das perguntas para que não se perca a espontaneidade no momento da entrevista. 
􀂃Manter postura adequada diante o entrevistado – 
o Saber com segurança o nome e a função do entrevistado. 
o Remover as barreiras iniciais do encontro, tratando o entrevistado com respeito e simplicidade, demonstrando que está preparado e que conhece o assunto tratado. 
o Uma pergunta polêmica deve ser feita de forma tranqüila
e caso a reposta demore a vir, é preciso demonstrar paciência. É proibido ser grosseiro nessa hora. 
o Depois de obtidas as repostas para as perguntas delicadas, é importante manter o equilíbrio emocional, sem demonstrar desejo de festejar. 
o Encerrar a entrevista com polidez, lembrando de entregar ou receber documentos que complementem a entrevista. 
􀂃No Telejornal, além das entrevistas que tomarão a forma de sonoras nas reportagens, existem também as entrevistas em estúdio, as coletivas e as entrevistas ao vivo (de rua): 
o Entrevista ao vivo (de rua) – Muito usada em coberturas especiais, em fatos que repercutem e levam o Repórter a manter uma cobertura contínua diretamente do local do acontecimento. 
o “Povo Fala” – Quando se faz uma mesma pergunta a diferentes pessoas do público, para se ter uma amostragem de opinião pública. Deve ser tratada como uma ilustração da reportagem, pois não revela uma tendência geral do público. 
o Coletiva – É quando o entrevistado fala ao mesmo tempo para Repórteres de vários veículos. 
o Entrevista de estúdio – Complementam uma determinada informação abordada no telejornal. É uma forma de aprofundar a notícia televisiva. O tempo dedicado a essas participações não é longo e deve ser aproveitado de maneira objetiva pelo entrevistador. As perguntas são pré-formuladas e o ponto eletrônico dá retorno sobre a condução da entrevista. 
Ponto Eletrônico: um fone encaixado no ouvido do apresentador e conectado por cabo à sala de controle, onde está a direção do programa, que se comunica diretamente com o apresentador. O retorno do apresentador é feito pelo microfone de mesa. 
4 - PROGRAMA DE ENTREVISTAS 
Preparação para a gravação 
o Seja pontual para a entrevista e, quando possível, chegue antes. 
o Dê um tempo entre 30 e 60 minutos para os ajustes de iluminação e cenário. 
o O fundo do cenário deve ser simples. A atenção deve estar centrada no assunto. Você deve construir fundos simples com iluminação, tecido ou objetos. Crie um clima usando peças cenográficas, cores, livros, plantas ou pôsteres, desde que estes não sejam um fator de distração. 
o Prefira um canto do estúdio como plano de fundo, em vez de uma parede longa. 
o Posicione o entrevistado de forma que esteja afastado da parede preta e, quando possível, use uma contraluz no plano de fundo para criar a sensação de profundidade e separação. 
o Os ruídos externos devem ser mínimos. Evite música ou sons que possam apresentar problemas na hora da edição. O operador de áudio pode usar microfones de lapela no entrevistado e no apresentador e um microfone boom para isolar o áudio. 
o É importante que água, café ou comida estejam disponíveis para o entrevistado, assim como maquiagem, caso seja necessária. Um pó-de-arroz translúcido e lenços de papel devem estar à mão quando as luzes esquentam. 
o Sente-se de modo que seu rosto fique imediatamente à esquerda ou à direita da câmera para que o entrevistado olhe para você, e não para a câmera. Sua cadeira deve permitir que você e o entrevistado fiquem com a linha dos olhos na mesma altura. 
o Converse com o operador de câmera sobre a variação de planos. Você pode começar com um plano geral – como uma introdução para a entrevista – de modo que seja possível acrescentar posteriormente uma legenda com nome, profissão, local etc. Muitos produtores preferem que cada pergunta seja respondida com um plano ligeiramente diferente, como um plano médio, um close-up ou, no caso de uma resposta emotiva, um primeiríssimo plano próximo. 
o Certifique-se de conseguir planos de corte, também chamados de inserts, quando possível. É possível obter uma tomada do perfil do entrevistado ou um close-up de suas mãos. Quando necessário, consiga imagens do entrevistado andando, realizando seu trabalho, conversando com outras pessoas etc. 
o Quando a filmagem terminar, peça que todos fiquem em silêncio por aproximadamente 30 segundos, enquanto o operador de áudio grava o “som de sala” para a edição. 
A entrevista em si 
o Prepare um texto de apresentação do programa + um breve resumo sobre o entrevistado (nome, função, profissão, formação, atividade que executa), de acordo com o enfoque da entrevista. 
o Prepare um roteiro simples, com tópicos sobre as questões que pretende abordar na entrevista. 
o Converse com o entrevistado antes da entrevista propriamente dita. Fale sobre algumas perguntas com antecedência e encontre maneiras de deixar o entrevistado à vontade, reduzindo o seu nervosismo. Evite, porém, uma conversa muito longa que possa esgotar as respostas que deseja obter quando a entrevista for para valer. Pergunte se faltou algum ponto a ser abordado. 
o Esteja você aparecendo na câmera ou não, não faça movimentos exagerados de concordância nem murmure, ria ou acrescente muitos comentários. Seja natural e sutil. 
o Se seus comentários ou perguntas não aparecerão depois da edição, peça ao entrevistado que incorpore as perguntas em suas respostas: por exemplo: “Você nasceu na cidade de Nova York?” poderia ser respondido como “Sou de Nova York” em vez de um simples “sim”. 
o Procure não interromper o entrevistado. Dê a ele tempo suficiente para responder e faça uma breve pausa antes da próxima pergunta ou comentário. 
o Ao fazer uma pergunta, mantenha contato visual com o entrevistado. Não deixe que seus olhos sejam atraídos pela lista de perguntas. Não é desejável parecer distraído ou entediado. 
o Encoraje o entrevistado a contar uma história. Uma entrevista não é um interrogatório, é uma oportunidade de obter cenas interessantes. 
o Em vez de fazer as perguntas como perguntas, você pode solicitar “Conte-me sobre…..” ou “Explique mais sobre o que quis dizer com ….” 
o Use expressões sutis no rosto para refletir as emoções que deseja que o entrevistado sinta. 
o Não permita que seu ego interfira na entrevista e seja apenas um espelho. Você é o entrevistador, e não o entrevistado. 
o Faça o dever de casa. Leia sobre o convidado, sua história e outros detalhes. Demonstre um interesse genuíno na vida do entrevistado. 
o Certifique-se que as informações que tem são corretas e atualizadas. 
o É melhor fazer dez perguntas inteligentes e relevantes do que 20 perguntas medíocres às quais o convidado já respondeu centenas de vezes. 
o Evitar muletas (éeee! Âhnnnn!). 
o Não demonstrar “sensação de vitória” quando conseguir uma declaração importante. 
o Sempre tenha em mãos uma autorização para o uso de imagem pronta para ser assinada logo após a entrevista. Agradeça sinceramente ao convidado por ter participado do programa e dividido suas idéias.
5 - ESTRUTURA BÁSICA DOS TELEJORNAIS 
Utiliza-se um Espelho para o controle e organização do telejornal. 
Espelho: projeto escrito do que será o telejornal, com a ordem de entrada das matérias e o tempo estipulado para cada uma delas. É a relação e a ordem de entrada das matérias no telejornal, com a previsão dos comerciais e encerramento. Como a própria palavra indica: reflete o telejornal. É feito pelo Editor-Chefe e todas as pessoas envolvidas no telejornal recebem uma cópia do espelho. 
Ajuda a equipe a visualizar o conjunto do telejornal e o Editor-Chefe a não estourar o tempo previsto. (Exemplo: ver anexos). 
Pré-Espelho: Esboço do que será o telejornal no dia seguinte. 
O telejornal, de modo geral, abre com vts ou notas fortes e encerra com matérias leves. 
Organiza-se em blocos, separados por vinhetas e breaks comerciais. 
VT: o mesmo que videotape. No telejornal, o termo é usado para indicar a fita onde está editada a matéria. 
Bloco: aglutinação de matérias em cerca de 5 a 6 minutos em programas de 24 minutos + comerciais de 6 minutos. 
Vinheta: marca a abertura ou o intervalo do telejornal. Normalmente é composta de imagem em animação de computação gráfica e trilha característica. Em coberturas especiais de eventos de grande repercussão, que geram muitos desdobramentos e suítes, é criada uma vinheta específica para o assunto. 
1ª. Edição – Matutina 
Escalada São as manchetes em seqüência
no início do telejornal. São frases de impacto sobre os assuntos principais do telejornal. Deve prender a atenção do telespectador e persuadi-lo a acompanhar o jornal até o final. Dois ou três takes (frases manchetadas) de 5 a 7 segundos, das notícias principais. Pode-se utilizar locutor em on ou locutor em off, coberto por imagens de impacto, teaser, ou até partes de sonoras. 
Teaser: pequena chamada (trecho de reportagem), para ser colocada na escalada do telejornal. Serve para atrair a atenção do telespectador. 
Primeiro Bloco 
􀂃Factual – nota ou vt que reafirma a atualidade. 
􀂃Arte mapa tempo – detalha graficamente as informações meteorológicas. 
􀂃Vt ou nota de assunto da noite ou de agenda de acontecimento importante cujo desenvolvimento está previsto para o dia. 
􀂃Net com imagens do dia. 
Net: indicação no espelho para uma entrada ao vivo. 
Segundo Bloco 
􀂃Serviço ou interior – lembretes sobre datas de impostos, campanha pública. Se há produção de reportagem em município fora da sede da emissora, este é um bom momento de mostrá-lo. 
􀂃Vt de apoio + net. 
Vt de apoio: é uma nota coberta – sem a participação da reportagem, normalmente usando-se imagens de arquivo que reconstroem a memória e dão perspectiva ao assunto que vai ser abordado na entrevista ao vivo.
􀂃Nota: informação de um fato do dia. 
􀂃Net trânsito. 
􀂃Coluna: assunto não factual – livros, artes, espetáculo, culinária, direitos do consumidor, bem-estar, comportamento, adolescente etc... 
Terceiro Bloco 
􀂃Vt de apoio ao estúdio – assunto que deve ocupar a atenção do dia ou que foi responsável pelas manchetes dos jornais da noite passada, quando um desdobramento ou suíte ainda seja justificado. Ilustra a entrevista que será feita no estúdio. 
􀂃Estúdio com dois entrevistados com visões complementares ou até mesmo antagônicas sobre o tema tratado. 
Quarto Bloco 
􀂃Esporte – especialmente na segunda-feira. Retrospecto das competições do fim de semana. 
􀂃Cultura – cobertura dos eventos culturais da comunidade. 
􀂃Comportamento – matérias com produção mais cuidadosa sobre hábitos de consumo ou envolvimento em atividades de personagens da comunidade. 
􀂃Vt encerramento – Apresentação resumida sobre o que foi noticiado, nota de agenda para o fato cujo desdobramento está sendo esperado, entre outras soluções. 
2ª. Edição – Vespertina
Escalada. 
Primeiro Bloco 
􀂃Factual – os fatos novos da manhã, mesmo que ainda não acabados. 
􀂃Notas – assuntos relevantes da pauta da edição noturna, que poderão (ou não) se desdobrar na edição seguinte. 
􀂃Coluna/arte – um lembrete curto com o uso de recursos gráficos ou uma sonora com apoio de arte. 
Segundo Bloco 
􀂃Vt compartilhado ou vt problema – o assunto polêmico do dia que determina maior aprofundamento. São vts curtos produzidos em diferentes segmentos para permitir uma visão mais ampla da questão. Trata de um assunto que merece ser debatido no ar. 
􀂃Net complementa – são as entradas ao vivo mencionadas no vt problema. 
􀂃Coluna. 
Terceiro Bloco 
􀂃Interior - reportagens feitas fora da cidade principal. 
􀂃Serviço/seção – informações práticas e de direitos do consumidor e da cidadania 
􀂃Notas – fatos do dia. 
􀂃Coluna. 
Quarto bloco 
􀂃Cultura. 
􀂃Comportamento. 
􀂃Vt encerramento. 
3ª. edição – Noturna 
Escalada. 
Primeiro Bloco 
􀂃Factual – o assunto mais forte abre o programa. Se tiver desdobramentos, aconselha-se fazer uma pequena nota chamando a reportagem (suíte) que entrará em outro momento do telejornal. 
Segundo Bloco 
􀂃Factual – mais notícias do dia. 
􀂃Lapadas – notícias exibidas na edição vespertina, enxugadas e reeditadas em sequência num único vt. 
Lapada: seqüência de notas cobertas, unidas num mesmo vt, usada para dar um panorama geral sobre determinado assunto ou para passar notícias pequenas e curiosas, que não justificam um vt específico para cada uma. 
􀂃Mapa tempo – previsão para o dia seguinte. 
Terceiro Bloco 
􀂃Esporte. 
􀂃Comportamento. 
􀂃Cultura. 
6 - DEPARTAMENTO DE JORNALISMO 
É o departamento responsável pela produção do telejornal na emissora de Televisão. 
Os cargos e as funções descritos abaixo podem ter outros título e atribuições ligeiramente diferentes em cada empresa. 
Diretor de Jornalismo (Chefe de Jornalismo) – Responde pelo Jornalismo da emissora e pelo funcionamento do seu departamento e faz a ponte com os outros departamentos da emissora. Tem a difícil missão de conciliar a liberdade de expressão e os interesses econômicos e políticos da empresa. É responsável pela linha editorial do telejornal. Define orçamentos, critérios de promoção, contratação e demissão. Define a escalação e estimula os talentos. 
Diretor Executivo (Chefe de Redação) – É a segunda pessoa na escala hierárquica. É o ponto de equilíbrio da redação. Uma redação numerosa e que produz vários programas ou telejornais tem dois ou mais Chefes de Redação, se revezando em turnos. Acompanha de perto o trabalho da Chefia de Reportagem, dos Editores e dos Repórteres. Dá orientações à pauta e à produção e analisa urgências internas de fechamento do telejornal (que é responsabilidade dos Editores), estabelecendo prioridades. Ajuda na avaliação do que acontece na rua – cujos recursos de cobertura são administrados pela Chefia de Reportagem. Esclarece dúvidas sobre a linha editorial dos produtos jornalísticos da emissora. 
Chefe de Reportagem – Jornalista responsável por coordenar o trabalho dos Repórteres. É a base operacional do telejornalismo. Tem completo controle e conhecimento de todos os meios materiais à disposição da reportagem: pessoal e equipamento. Faz as escalas de trabalho das equipes de Repórteres, da apuração, da pauta e da produção. Recebe diretamente da chefia de redação a orientação editorial. Distribui as pautas entre Repórteres e Cinegrafistas. Tem a responsabilidade de saber quando “virar” a cobertura na rua, ou seja, reescalar uma equipe para um outro assunto mais importante, que tenha surgido inesperadamente. Numa grande redação é usual haver dois Chefes de Redação, além de dois sub-chefes. Os sub-chefes de redação monitoram por rádio e/ou telefone, rede interna de comunicação via computador, ou até pela internet, as equipes, e fazem a ligação entre a apuração e a produção com Repórteres e Editores. 
Supervisor de Imagens/ Chefe de Operações – Faz a conexão entre as áreas técnicas prestadoras de serviços para o Jornalismo – em especial a engenharia e a informática – o departamento de Jornalismo. Verifica as condições dos equipamentos a serem utilizados numa reportagem pré-gravada (vt) ou para transmissões ao vivo. É a retaguarda técnica do jornalista. Avalia com os Repórteres Cinematográficos a qualidade das fitas gravadas em imagens e áudio. Confere a qualidade e as condições das matérias que vão ao ar. Controla o tráfego de fitas de vt. 
Apurador – É o plantonista da notícia. É o contato de primeiro grau da notícia com a redação. É o jornalista que faz a ronda das principais fontes de informação. Trabalha em sintonia com o conjunto da redação. Complementa informações para a equipe que está na rua. Faz a conferência de dados para Editores que estão fechando telejornais. Supre a Chefia de Reportagem com informações atualizadas sobre eventos que estão se desdobrando e que estão descobertos pela reportagem. Possui uma seleção de fontes com as quais é possível conferir e buscar rapidamente uma informação. Verifica como estão os serviços de transporte público, sistema de saúde, polícia, defesa civil. Os principais instrumentos da apuração são: agenda sempre atualizada, catálogos de endereços/listas telefônicas, rádio, rádio-escuta, agências de notícias, sites na internet. 
Pauteiro – Jornalista que cria a pauta. 
􀂃Pauta(Exemplo: ver anexos) 
o Orientação transmitida aos Repórteres pelo profissional responsável por pensar de que forma a matéria será abordada no programa. 
o É um conjunto de dados que dão partida a uma reportagem. Isso inclui objetivo, enfoque
que deve ser dado, informações sobre o assunto e o encaminhamento a ser seguido pela equipe. 
o Concisa, a pauta mostra uma notícia completa, mas que deverá ser desdobrada, portanto, a pauta deve conter a notícia. 
o Se a notícia informada pela pauta não for confirmada pela produção, poderá “virar” (quando há troca do gancho da matéria) ou “cair” (quando não se confirma o fato indicado, nem outros correlatos que confirmem a reportagem). Tanto melhor a pauta quanto mais curioso, determinado e preciso for o pauteiro. Os principais recursos para o pauteiro são: contato sistemático com a apuração, leitura diária de jornais e revistas, agenda atualizada, internet, contatos pessoais. 
Produtor – Dá o primeiro passo para a materialização da pauta. Visualiza a matéria antes que a equipe vá para a rua. Realiza as marcações – isto é, encontra os envolvidos na notícia e marca as entrevistas, faz o levantamento das imagens, reúne o arquivo sobre o assunto, roteiriza a pauta, propõe a forma como a reportagem deve ser estruturada e encaminha essa pauta ao Repórter, no caso de a matéria justificar a presença de um. O Produtor “enxerga” a reportagem enquanto escreve a pauta, como se ela estivesse pronta para ir ao ar e propõe soluções realistas para a execução da reportagem. 
Repórter – Jornalista líder de uma equipe externa. Em telejornalismo, ele faz parte da equipe de reportagem ao lado do Repórter Cinematográfico e dos técnicos que operam a Unidade Portátil de Reportagem. Apura e reúne as informações, faz as entrevistas e redige o texto da reportagem. Dá o formato final à reportagem em conjunto com o Editor de Texto. Desenvolve a empatia com o telespectador, buscando a conquista da credibilidade na sua comunicação. É preciso ter bom timbre e dicção de voz e presença empática. O Repórter terá uma escala de responsabilidades crescentes de acordo com a experiência, formação e o talento: Repórter local, Repórter regional, Repórter de rede nacional, correspondente internacional. 
Funções do Repórter: 
􀂃Apurar a matéria levantada pela pauta. 
􀂃Levantar os dados com os entrevistados. 
􀂃Gravar as passagens, offs, entradas e encerramentos das reportagens. 
􀂃Gravar stand-ups, boletins e flashs ao vivo. 
􀂃Colaborar com o cinegrafista, sugerindo tomadas de cenas que serão usadas para cobrir os offs na edição. 
􀂃Entregar um relatório detalhando ao editor, com informações que não constam nas entrevistas, sugerindo trechos para as sonoras, o tempo e o enfoque principal para a cabeça da matéria. 
Editor-Chefe – Jornalista responsável pelo telejornal. Ele escolhe as reportagens que vão ao ar. Responde pelos erros e acertos do telejornal. Faz a avaliação crítica das matérias produzidas e debate o resultado com a pauta e a chefia de reportagem. 
Repórter Cinematográfico – Cinegrafista (camera man). Capta as imagens que irão compor a reportagem. Precisa ter a curiosidade do Repórter e a sensibilidade do artista fotográfico. No trabalho, com a equipe de reportagem, busca as informações através da imagem. Precisa conhecer o conjunto da pauta e o objetivo da reportagem. Ajuda a definir, juntamente com o Repórter e os Editores de Imagem e de Texto, as cenas que captou e serão usadas na reportagem. 
Assistente/Operador: Opera o áudio e a iluminação. Normalmente as emissoras utilizam o motorista para desempenhar essa função. 
Coordenador de Vivo: Coordena a participação ao vivo do Repórter. Fica em contato via celular, “ponto/fone” com um Editor/Produtor na emissora ou com o local de onde vai fazer a emissão do programa – a suíte (switcher) – onde se comanda a operação da exibição. Acompanha o espelho do telejornal e através de um pequeno monitor vê a seqüência do telejornal que está indo ao ar. Com isso, aguarda o momento certo para dar o “vai” – que á a deixa para que o Repórter inicie a sua participação. 
Produtor de Campo – Ajuda a reunir dados que serão consolidados no texto do Repórter. Atua frequentemente numa grande cobertura ou em programas que exigem entradas ao vivo. Localiza personagens que serão entrevistados pelo Repórter e trabalha lado a lado com ele. Dirige o Repórter quando ele estiver concentrado nas entradas ao vivo. 
Editor de texto – Avalia os dados da reportagem como um todo: imagens e informações; e dá formato junto com o Repórter ao texto final da matéria pré-gravada. Escreve o texto que é lido pelo Locutor/Apresentador ou propõe textos para o Âncora. Editar é montar um quebra-cabeça; é organizar as informações para a construção do texto da reportagem dentro de uma seqüência lógica que pelas características do meio exige a combinação de imagens e sons. 
Quando está na função de Editor-Chefe ou Editor-Executivo, é responsável pelo espelho (ordenação das matérias do programa/telejornal). É o último avaliador da reportagem, antes da exibição. Verifica a qualidade do material trazido da rua pela equipe de reportagem e pode decidir pela “queda” de matérias. É responsável pela identidade do programa/telejornal, pois conhece sua audiência. É a ponte entre a reportagem e o telespectador. 
Produtor/Editor – Tem perfil de ação complexo. Concretiza a pauta – em alguns casos faz a apuração básica dos dados para a reportagem, a pesquisa, o histórico e o contexto; identifica e avalia entrevistados, roteiriza a reportagem, acompanha a equipe de filmagem, faz as entrevistas, escreve o texto final e o edita. Esse tipo de jornalista é comum nos mercados de Televisão americano e europeu e começa a ser valorizado no mercado brasileiro. 
Editor de Arte – Atua no departamento da emissora que se responsabiliza pelas artes (ilustrações, gráficos selos, mapas) do telejornal. Traduz visualmente informações que não podem ser captadas pela câmera. Trabalha junto com o Editor de Texto e com o Repórter para oferecer soluções criativas que ilustrem o texto da reportagem. Cria gráficos e animações importantes para explicar informações científicas, cálculos, índices numéricos etc. Além de criar a identidade visual do programa, através de Gcs personalizados ou selos (ilustrações que ficam no ar, ao lado do Apresentador ou dos Repórteres). Também cria e implanta os cenários dos programas/telejornais. 
Editor de Imagens – É o antigo montador. Recebe a fita com todas as imagens feitas pelo Repórter Cinematográfico e seleciona aquelas que melhor estejam adequadas ao texto do Repórter e do Editor de Texto. Além do completo domínio técnico dos equipamentos de edição, necessita de criatividade, conhecimento do papel da música na sonorização de matérias e timing (sensibilidade para dar ritmo à edição). Trabalha sob supervisão do Editor de Texto ou do Produtor/Editor. 
Âncora (anchorman) – É o apresentador de programa que acumula essa atividade com a de Editor-Chefe ou Editor-Executivo. Conhece toda a cadeia de produção jornalística e possui ascendência e autoridade na equipe. Além de bom jornalista, possui empatia com o público, associados à grande capacidade gerencial, ou seja, contribui para – ou faz ele próprio – a identidade do telejornal. 
Locutor ou Apresentador – Profissional que faz a locução, a apresentação dos telejornais. É o profissional da locução. Recebe os textos (scripts) preparados pelos Editores e lê diante das câmeras. Tem domínio de ritmo, de entonação e de impostação. Além de uma bela voz e boa dicção. A empatia com o público também é igualmente importante para ser aceito pela audiência. Se utiliza do teleprompter e do ponto-eletrônico para apresentar os scripts. 
􀂃Teleprompter: a leitura do texto “em on” – ou seja, a “cabeça” ou “o pé” de uma reportagem, ou uma nota diante das câmeras no estúdio – é feita com a ajuda do teleprompter . Ele é um equipamento ótico que reproduz a folha do script, em tamanho maior, diante da lente da câmera e permite ao Apresentador ler sem desviar os olhos da objetiva. A posição do teleprompter, pouco acima da lente da câmera, não exige que se movimentem os olhos durante a leitura. 
Locutor de Cabine – É o locutor “em off” – lê textos para os programas que são
gravados e editados ao vivo, permanecendo em uma cabine com isolamento acústico. 
Câmera de Estúdio – É o cinegrafista de estúdio. Utiliza câmera fixa em tripé ou travellings em dollys (carrinhos). Em alguns casos, filma com câmera no ombro. Obedece a um plano de enquadramento previamente estabelecido e acompanha a seqüência do script. 
Diretor de TV – (diretor de imagem) – Comanda a operação técnica no momento em que o telejornal está no ar. Comanda os cortes da exibição do telejornal. Cortar o jornal significa passar de uma câmera para outra e para os videoteipes (vts) ou vivos. Trabalha ao lado do Editor-Chefe do programa/telejornal para atender a uma eventualidade ou alteração na seqüência do script. 
Operador de VT – Revisa as fitas para verificar a qualidade técnica de áudio e de vídeo Posiciona nas máquinas as fitas para exibição. 
Operador de áudio/sonoplasta – Abre o som dos microfones e os modula para a exibição. 
Assistente de Estúdio – É o elo entre o estúdio e a sala de controle. Recebe informações por meio de um ponto eletrônico e é uma espécie de fiscal do cumprimento do script. Sinaliza, gesticulando para o Apresentador, os segundos que faltam para a entrada do programa no ar, ou quando está prestes a terminar. Também indica quando o Apresentador deve interromper ou encerrar uma entrevista ao vivo. Indica a que câmera o Apresentador ou Âncora deve se dirigir. 
Operador de Caracteres – Opera uma máquina do sistema de exibição com os textos indicados no script tais como créditos, nome do Repórter e do entrevistado. No momento da exibição do vt, o operador de caracteres já terá preparado a máquina que será acionada por ele, seguindo a ordem do script. 
Coordenador de Rede – Jornalista que entra em contato com as filiadas no Brasil e com os correspondentes no mundo. Ele faz um relatório sobre as matérias produzidas para que os Editores acompanhem as informações. Pede fitas de arquivo, acompanha a geração de matérias, fica atento ao deadline. 
7 - EDIÇÃO DE TEXTO 
(Exemplo: ver anexos) 
O Editor de Texto organiza e apresenta com unidade o texto final das matérias, seguindo os seguintes critérios: 
􀂃Na construção de uma reportagem, os fatos inicialmente se apresentam em etapas, esperando que sejam cronologicamente assimilados. 
􀂃É preciso identificar os elementos fundamentais da notícia e saber quais as imagens disponíveis que temos para serem usadas de forma coordenada com as informações. 
􀂃Podem ser imagens gravadas na própria fita onde foi gravada a matéria, ou através do banco de imagens da emissora. Se tivermos imagens correspondentes às informações que pretendemos incluir no nosso texto, ótimo. Se não temos, vamos em busca de alguma solução visual (gáficos/ animações) que possa nos ajudar na edição da matéria. 
􀂃O contexto (enredo) deve estar no off, que não pode ser opinativo e é gravado pelo Repórter e coberto pelas imagens selecionadas. O Apresentador/ Âncora também grava offs, tanto em reportagens, quanto em notas cobertas. Tempo do off: 20” a 30”. 
􀂃O off, normalmente dá o gancho para uma sonora, que deve confirmar a informação do off , dando mais credibilidade à matéria. As sonoras devem ser mais opinativas possíveis. Pode-se considerar razoável o tempo de 12” a 20” segundos para cada sonora, mas há exceções: um assunto importante, uma declaração polêmica e a capacidade de síntese do entrevistado também podem influenciar no tempo da sonora. 
􀂃É preciso decidir quais informações se encaixam melhor na passagem do Repórter e nos trechos selecionados das entrevistas (sonoras). 
􀂃A Passagem é o momento em que o Repórter aparece na reportagem. Nem sempre é necessária, mas quando acontece deve justificar essa intervenção, aparecendo num momento imprescindível, informando algo que valorize a reportagem, esclarecendo pontos importantes da matéria. Tem entre 15” e 20”. 
􀂃É necessário também reservar o texto que irá para a cabeça (lead) da matéria, que será lida ao vivo pelo Locutor (Âncora). Tem cerca de 15 segundos e “chama” a matéria. 
􀂃O segredo da edição de texto é saber ordenar as informações utilizando todos esses elementos que compõe a matéria jornalística para a TV, preocupando-se com o encadeamento harmonioso e preciso da notícia, sem repetir nem omitir informações. 
8 - SCRIPT 
É a lauda do telejornalismo. É dividida ao meio: 
Lado esquerdo do script: descrições das imagens e GCs. 
Lado direito do script: descrições de som e orientações para o áudio. 
(Exemplos: ver anexos) 
Cabeçalho – São espaços em branco para serem preenchidos de acordo com um roteiro básico: 
􀂃Número da página. 
􀂃No. da fita. 
􀂃Matéria: retranca (identificação da matéria) e tipo de matéria (VT/ nota...). 
􀂃Editor: nome. 
􀂃tVT: tempo do vt (tempo da matéria sem a cabeça). 
􀂃tCAB: tempo da cabeça. 
􀂃tMAT: total (matéria + cabeça). 
􀂃Data: o dia em que foi editada a matéria. Programa / Retranca. 
􀂃OK final do editor. 
Cabeça 
É o texto lido ao vivo pelo Apresentador/Âncora. Sua função é despertar a atenção do telespectador e prepará-lo para reportagem. Introduz o assunto; é o lead da matéria. 
Uma boa cabeça pode ter de 8 a 15 segundos – 5 a 10 linhas. 
(Exemplo: ver anexos) 
GC – Derivação da sigla usada para Gerador de Caracteres (aparelho que gera palavras e as insere na imagem). 
O termo “gc” é uma sinalização utilizada no script para identificar quem aparece na tela e para reforçar uma informação do off ou da imagem. Tudo que se vê na tela precisa ser identificado. (Exemplo: ver anexos) 
􀂃O gc de vt (sonoras e repórter) acompanha uma tarja. 
􀂃O gc de apresentadores, comentaristas, edição, produção e imagens não têm tarja nenhuma. 
􀂃Para facilitar a visualização, sempre a primeira informação deve estar em caixa alta. A segunda informação: em caixa baixa. 
􀂃Geralmente o início da reportagem é em off, então, o primeiro crédito é do Cinegrafista: “IMAGENS: Flávio Andrade”. 
􀂃Na seqüência, se houver uma passagem, a identificação será do Repórter: “NILZA BORTOLOZZO: Repórter”. Algumas emissoras preferem inserir o estado e a cidade em vez da função: “NILZA BORTOLOZZO: Campinas – SP”. 
􀂃Quando o Repórter não aparece (matéria sem passagem); entra primeiro a função, depois o nome: “REPORTAGEM: Nilza Bortolozzo”. 
􀂃Nas sonoras: primeiro o nome da pessoa, depois a profissão: EDUARDO BRUNELLI: Músico. 
􀂃Em alguns casos, o cargo da pessoa precisa estar anexado ao nome. Isso vale para militares e parlamentares: TENENTE TORRES SILVA: Comandante do 2º. Batalhão/ SENADOR EDUARDO SUPLICY: PT/SP 
􀂃No “povo-fala” não há necessidade de crédito. 
􀂃Imagens de Arquivo: “SÃO PAULO: Imagens de arquivo” ou “SÃO PAULO: 30/09/2001”. 
􀂃Pessoas com notoriedade inquestionável não precisam ser creditadas: Lula, Madonna... 
􀂃As siglas devem estar em caixa alta, caso a sigla não forme uma palavra. Exemplo: FMI. 
􀂃Quando a sigla forma uma palavra, alterna-se caixa alta e baixa. Ex: Usp. 
􀂃Os cargos e funções devem estar sempre em caixa baixa, mas quando informar o nome do órgão, da instituição ou da entidade, coloque as iniciais em maiúscula. 
Deixa 
Sinal (pequeno texto) que indica, no script, o momento de cortar para a reportagem seguinte. Pode ser a última frase dita numa sonora ou num off ou até uma queda de som. Ex: {DEIXA: (NA SEGUNDA SONORA DE LULA): 
“........EU DEVERIA ME PREOCUPAR COM O QUE EU TINHA QUE FAZER PARA ESSE PAÍS” } 
(Exemplo: ver anexos) 
Outras dicas para produção de script 
􀂃Deve ser produzida uma lauda para cada matéria. 
􀂃Use sempre caixa alta. 
􀂃Nunca separe sílabas entre uma linha e outra. 
􀂃Não dê espaço no início dos parágrafos. Isso pode confundir o Locutor na hora da leitura. 
􀂃Cada linha tem 30 toques. 
􀂃Cada linha escrita representa 1,5 segundo de tempo na leitura. 
􀂃Os números devem ser escritos por extenso. 
􀂃Inserir barras ( // ) nos pontos de pausa (respiração) do Locutor. 􀂃Evite citações com aspas. 
9 - EDIÇÃO DE IMAGENS 
É transformar as imagens
gravadas e selecionadas pela equipe de reportagem no produto final que irá ao ar. É feita numa ilha de edição de Jornalismo, onde ficam os equipamentos técnicos necessários para a montagem de uma matéria. O telejornalismo diário não exige efeitos mais sofisticados de imagem e normalmente se utiliza o corte seco, ou seja, a passagem de uma cena para outra sem efeitos de transição. 
A captação da imagem pode ser feita em película cinematográfica ou em fita magnética de vídeo. Nas gravações em cinema é usado filme fotossensível, onde a imagem é diretamente fixada na película pela ação da luz. Esses filmes são revelados em laboratórios especialmente equipados para tal fim. O telejornalismo utiliza o vídeo, pois ao contrário do cinema (filme) possui baixo custo e pode ser reutilizado. 
A qualidade de resolução da imagem no vídeo e no filme depende da bitola escolhida. As bitolas de Vídeo são: 2 polegadas ou quadruplex, 1 polegada, ¾ de polegada (U-Matic), ½ polegada (betacam, S-VHS, VHS), Super 8 (high-eight), digital. As bitolas de Filmes são: 70mm, 35mm, Super 35mm, 16mm, Super 16mm e Super 8. 
Filme (Cinema) - Registro fotoquímico de imagens em movimento. Seu suporte é uma película de celulóide na qual são registradas imagens que são projetadas de modo a produzir a sensação de movimento. 
􀂃A imagem do cinema é fotoquímica. Base fotográfica - definição de 1800 linhas. 
􀂃Princípio básico: Fixar quimicamente imagens captadas na câmara escura. 
􀂃Imagens fixas seqüenciais são inscritas em fotogramas separados. 
􀂃Entre um quadro e outro, o obturador da câmara se fecha impedindo a entrada de luz e uma nova porção de película virgem é empurrada pela abertura. 
􀂃A sensação de movimento é conseguida graças a um fenômeno do olho humano denominado Persistência Retiniana. 
􀂃Persistência Retiniana – Fenômeno de retenção de uma imagem pelo olho humano por uma fração de segundo após o estímulo direto desta imagem na retina. O Cinema se tornou possível graças a esse fenômeno que não permite ao espectador perceber que os fotogramas são estáticos. Ou seja, a aparição de um fotograma enquanto o anterior ainda persiste em nossa retina é o que provoca a impressão de continuidade e movimento. 
􀂃Fotograma - Unidade constituinte do filme. Imagens fixas, intercaladas por uma tarja preta. Ao exibi-las em seqüência, a 24 quadros por segundo, temos a sensação do movimento graças à persistência retiniana. A imagem do cinema possui 24 fotogramas por segundo. 
Vídeo – O vídeo é um registro eletromagnético de imagens em movimento em fita especialmente produzida para esse fim. Não há a necessidade de uma posterior revelação das imagens em laboratório porque a imagem de vídeo é transformada em pulsos magnéticos que ficam registrados na fita. Depois, esses pulsos magnéticos são devolvidos e imediatamente retransformados em imagem na tela da TV. 
O vídeo retalha e pulveriza a imagem em centenas de milhares de retículas formando na tela uma imagem multipontuada que, mesmo a olho nu, pode ser percebida. 
􀂃O modelo standard de televisão contém 525 linhas. 
􀂃O HDTV (TV de alta definição) tem definição próxima à do cinema: 700 a 1.100 linhas. 
􀂃O número de linhas de varredura é o que garante o nível de definição da imagem. 
􀂃Varredura – exploração do quadro (tela) pelo feixe de elétrons no tubo analisador de imagens (iconoscópio). 
􀂃Não existe obturador na câmara de vídeo, o que quer dizer que o mecanismo de varredura é contínuo, sem o intervalo negro entre os fotogramas que cria a sensação de movimento da imagem cinematográfica. 
􀂃No vídeo, o movimento já está inserido em cada frame da imagem. 
􀂃O frame se difere do fotograma porque não é uma imagem fixa. Nele já está inserido o movimento (mudança, alteração, deslocamento de formas, de cores e de intensidade luminosa). 
􀂃Frame: unidade constituinte do vídeo. A imagem da TV possui em média 30 frames por segundo. 
􀂃O vídeo pode ser analógico ou digital. 
􀂃Vídeo analógico – É um registro magnético em fita especialmente produzida para esse fim. Não há a necessidade de uma posterior revelação das imagens em laboratório porque a imagem de vídeo é transformada em pulsos magnéticos que ficam registrados na fita. Depois, esses pulsos magnéticos são devolvidos e imediatamente retransformados em imagem na tela da TV. Na codificação analógica, como o próprio nome indica, produz-se uma analogia entre cada valor luminoso da imagem e uma quantidade correspondente de eletricidade. 
o Edição linear (analógico): em uma ilha de edição “linear” as cenas escolhidas do material bruto vão sendo editadas – do início ao fim, linearmente – diretamente em uma fita de vídeo; ao final é praticamente impossível fazer qualquer alteração sem ter que refazer todo o trabalho. 
- MASTER: 1ª geração. 
- Cópia da MASTER: 2ª geração 
- Cópia da cópia: 3ª geração 
- Quanto mais a master é manipulada, mais há perda de definição da imagem. 
􀂃Vídeo Digital: os sinais de áudio e vídeo são convertidos em códigos binários. Atribui-se um valor numérico a cada ponto de luz da imagem, de forma que este último possa ser colocado na memória de um computador, manipulando-o a vontade sem perda de definição. 
o Edição não linear (digital): no computador, pelo processo de edição não linear, é possível trabalhar a imagem e o som virtualmente, podendo-se fazer experimentações e alterações necessárias, pré-vizualizando o resultado final como um todo (o qual ainda é passível de transformações antes de gravá-lo em um suporte definitivo). 
o A técnica atualmente mais recomendada para a produção de filmes é a captação das imagens em filme de cinema, que garante maior definição e qualidade da imagem e sua posterior edição em vídeo digital, que garante maiores recursos técnicos e agilidade. 
o As imagens captadas em filme são telecinadas por um equipamento denominado telecine e a partir daí são editadas e finalizadas em vídeo digital. 
o Telecinagem: transferir imagens registradas em suporte fotoquímico (filme) para fita magnética (vídeo). 
o Kinescopia: transferir imagens registradas em fita magnética (vídeo) para suporte fotoquímico (filme). 
Decupagem 
􀂃Avaliação da fita bruta contendo as imagens e entrevistas. 
􀂃Decupagem é o ato de ver e ouvir seletivamente todo o material bruto gravado, incluindo o off do repórter e as entrevistas. 
􀂃É a primeira coisa a ser feita pelo editor de texto juntamente com o editor de imagem. 
􀂃No ato da decupagem, as imagens, “sobe sons” e trechos de entrevistas mais importantes são anotados na ordem direta da gravação, o que pode ser feito pelo conta-giros ou pelo time code (código de tempo). 
􀂃Geralmente, para economizar tempo, o editor simplifica a decupagem criando quase que um código particular em que cita apenas uma palavra chave relacionada à imagem ou áudio gravados. 
􀂃A decupagem pode ser feita em folha apropriada ou em um pedaço de papel que pode ou não ser guardado na caixa com a fita. 
Ficha de Edição 
􀂃É fundamental no processo de edição, apesar de ser aparentemente uma tarefa burocrática. 
􀂃A ficha de edição deve conter informações gerais sobre a matéria editada: nome do jornal, nome da matéria, tempo, se tem áudio ou não, nome do editor, número da fita, número da ilha, data de edição e outras observações necessárias. 
􀂃Em algumas emissoras anota-se também a deixa final da matéria. 
Roteiro/Relatório do VT 
É produzido pelo Editor de Texto em conjunto com o Repórter e é a base para o trabalho na ilha de edição. É a estrutura da reportagem a partir da seqüência das imagens e falas, construindo o esqueleto do vt que irá ao ar. 
(Exemplo: ver anexos) 
Efeitos de transição – São efeitos de vídeo (fusão, fade, wipe etc) inseridos no corte de cena (transição de uma imagem para a seguinte). É usado em matérias especiais. No hard news, a preferência deve ser pelo corte seco (sem efeitos de transição). Efeitos de transição mais usados no telejornalismo: 
􀂃Fade-in: a imagem surge gradualmente até atingir a sua
intensidade normal de luz. 
􀂃Fade-out: desaparecimento gradual da imagem. 
􀂃Fusão: desaparecimento gradual de uma imagem com o aparecimento da seguinte, simultaneamente, de forma que em alguns momentos as duas imagens se sobrepõem. 
􀂃Wipe: mostra uma imagem saindo da tela e outra entrando de várias formas. Usada em lapadas no telejornalismo. 
Corte Seco – Corte de uma cena para outra sem efeitos de transição. 
Cena de Corte (Insert) – Cenas de detalhes para compor a edição. É a técnica de “cobrir” algumas partes da sonora com imagens que complementem o conteúdo da declaração do entrevistado. Dá ritmo à edição. Mas atualmente está em desuso no telejornalismo. 
Flash-frame – Piscada branca e rápida que aparece nos pontos de corte de uma entrevista. 
Frisar – Congelar uma imagem. Recurso usado no final das edições de sonoras que fecham as matérias. 
Contraplano do Repórter – É um recurso de imagem para ser inserido no momento da edição. 
􀂃Após a gravação das entrevistas, o Repórter é regravado repetindo as perguntas que foram feitas durante a entrevista. 
􀂃Na edição, a resposta do entrevistado é editada na seqüência da pergunta regravada pelo Repórter. 
􀂃O recurso do contraplano está em desuso em algumas emissoras/produtoras. É considerado por alguns como uma adulteração da realidade. 
􀂃No entanto, se aceita naturalmente esse recurso quando as entrevistas são gravadas com mais de numa câmera. 
Contraplano do entrevistado – Quando ele aparece, em silêncio, olhando em direção ao Repórter. Também pode ser gravado depois de finalizada a entrevista, no caso de ter só uma câmera disponível. 
Split - É a técnica de prolongar a imagem que vem do off por um ou dois segundos em cima da sonora. 
Chromakey – Inserção de uma imagem no interior de outra. A imagem inserida ocupa espaços definidos por uma determinada cor na imagem continente. Efeito técnico que permite a inserção de imagens “atrás” do Apresentador. Para obtê-lo é usado ao fundo um cenário azul. 
BG – Trilhas que se colocam atrás de uma locução (algumas pessoas chamam de trilha de fundo). Em muitos casos a trilha inicia o material como sendo uma obra musical e depois “cai para BG” quando o Locutor começa a falar. No telejornalismo, o áudio ambiente deve estar em BG durante a reportagem para criar a sensação de realidade dos fatos mostrados. 
Trilha sonora: Opte por músicas instrumentais. Quando são cantadas, a voz compete com a informação. 
Slow (câmera lenta) – Nos telejornais é utilizado para valorizar ou esticar as imagens para cobrir a falta de novas imagens. Enfatiza um determinado momento ou deixa claro detalhes de uma situação que não poderia ser assimilada com a velocidade normal da imagem. 
Fast (câmera rápida) – É a aceleração da cena. No telejornalismo é usada para enfatizar situações cômicas. 
Zoom-in – Plano se fecha até um determinado ponto do enquadramento. 
Zoom-out – Plano se abre até um determinado ponto do enquadramento. 
Sobe-sons 
É a pontuação sonora da reportagem. Podem ser falas ou músicas, naturalmente vinculadas à informação. 
􀂃Mixagem – é a mistura do BG com a narração do texto, de forma a não comprometer a audição da narração da reportagem. 
􀂃Sobe – indica no roteiro, o momento de subir o volume do som áudio. 
􀂃Desce – indica no roteiro, o momento de abaixar o volume do som do áudio. 
􀂃Entra - indica no roteiro, o momento de entrar o som do áudio. 
􀂃Sai - indica no roteiro, o momento de sair o som do áudio. 
􀂃Fade-out – o volume do som do áudio desce gradativamente até desaparecer. 
10 – LINGUAGEM AUDIOVISUAL 
A INVENÇÃO DO CINEMA 
A data oficial do início do cinema é 28 de dezembro de 1895. Com a exibição de A Chegada de um Trem no Grand Café do Boulevard des Capucines, em Paris. 
No início não existia montagem. Os filmes duravam menos de um minuto e eram bem simples. 
Câmara obscura – Caixa escura e completamente fechada que tem, ao centro, um pequeno orifício. A luz refletida de um objeto colocado à frente desse orifício inscreverá sua imagem, em posição invertida, sobre a parede oposta da caixa (empregada pelos artistas desde o início da renascença). 
1825 – Taumatrópio - um disco com duas figuras diferentes desenhadas uma em cada lado, mas em posições invertidas. Cada extremidade do disco possui um pedaço de fio. Quando se faz girar o disco rapidamente sobre o fio esticado, as duas imagens parecem estar sobrepostas dando a ilusão de se tratar apenas de uma figura. Quanto mais depressa o disco girar, maior será a ilusão criada. O taumatrópio foi criado em 1825 pelo físico londrino, Dr. John Ayrton Paris, para demonstrar o fenômeno de persistência retiniana. 
1872 – Muybridge (inglês) – início de suas experiências patrocinadas por um milionário californiano (Leland Stanford), que fizera uma aposta relativa ao andar e aos movimentos dos cavalos. 
(ao longo de uma pista, onde corriam cavalos, alinhavam-se 24 câmaras escuras, nas quais 24 operadores preparavam, ao sinal de um apito, 24 placas de colódio úmido. Carregados os 24 aparelhos, lançavam-se na pista os cavalos, que se fotografavam por si ao romperem cordões dispostos no seu percurso). Pesquisas prosseguiram até 1878. 
1876 – Fisiologista MAREY – Fuzil fotográfico 
1877 – Èmile Reynaud – Praxinoscópio (tambor de espelhos) – aperfeiçoando para o TEATRO ÓPTICO (1888), que empregava fitas perfuradas. A partir de 1892, durante quase dez anos, no Museu Grèvin de Paris, ele realizou apresentações públicas de desenhos animados em cores, projetados em tela. 
(Reynold já empregara a técnica essencial do desenho animado: dissociação das figuras animadas e da cenografia, decalques sucessivos sobre folhas transparentes, trucagens...) 
1892 – Thomas Edson – criou o filme perfurado de 35 mm. 
1895 - Cinematógrafo de Lumière. 
A partir de dezembro de 1895, no Grand Café do Boulevard des Capucines, em Paris. 
Várias exibições públicas dos filmes dos irmãos Lumière, projetados em telas, marcam o nascimento do cinema no mundo. (Esse aparelho era ao mesmo tempo, câmara, projetor e copiador). 
O primeiro filme de Louis Lumière – A Saída da Fábrica – é quase uma fita publicitária. Foi produzido para exibição em uma conferência sobre o desenvolvimento da indústria fotográfica na França. 
Os filmes de Lumière são, ao mesmo tempo, um álbum de família e um documentário social não intencional sobre uma família francesa rica do fim do séc. XIX (Ex.: O Almoço do Bebê, Briga de Crianças, A Demolição de uma Perede, O Aquário de Peixes Vermelhos). 
Além do registro de cenas do cotidiano (Ex.: O Jardineiro Regado, A Chegada de um Trem). 
1898 – Georges Méliès – encenação, efeitos especiais. 
Foi o considerado o primeiro a lançar o cinema no rumo do espetáculo cinematográfico. 
Utilização de trucagens: sobre impressão, dupla exposição, exposição múltipla, máscara, maquetes. 
Méliès empregou no cinema a maioria dos recursos do teatro: argumento, atores, trajes, maquilagem, cenografia, maquinaria, divisão em cenas (atos). Combinava decoração teatral com a técnica das telas pintadas dos estúdios cinematográficos. 
Méliès não empregava a montagem com mudança de planos, pontos de vista. Seus filmes compõem-se de quadros, não de sequências. Uma espécie de “teatro filmado”. 
1905 – Impulso da exibição e do filme de arte. Criação dos NICKEL ODEONS em Pittsburg (Pensilvânia) pelos empreiteiros de espetáculos e agentes imobiliários Harry P. Davis e John P. Harris. 
1908 – D. W. GRIFFITH – Considerado o criador da linguagem cinematográfica 
Em termos gerais, estabeleceu os principais parâmetros da decupagem clássica e da narrativa cinematográfica: montagem alternada, flashback, decupagem de uma mesma seqüência numa série de planos, campo/contracampo, ponto de vista, decupagem ritmada, continuidade de cena, ou seja, coerência na passagem de um plano para outro da mesma cena. 
- 1914/1915 – O Nascimento de Uma Nação. 
- 1915/1916 – Intolerância. 
ROTEIRO: 
Um guia para um filme. 
Um projeto para um filme. 
O Roteiro é feito
de finais, inícios, pontos de virada, planos e efeitos, cenas e seqüencias. 
SEQUÊNCIA: 
Espinha dorsal do roteiro, que mantém o todo unificado. 
E uma série de cenas conectadas por uma única idéia. 
Conjunto de cenas que se referem a uma mesma ação. 
Uma série de cenas ligadas pela mesma ação dramática. 
CENA: 
É o elemento isolado mais importante do roteiro. 
É onde algo acontece. 
PLANO: é o que a câmera vê. Cenas são feitas de planos. 
Organização das imagens numa seqüência temporal na montagem e no roteiro. 
Uma imagem entre dois cortes. 
Unidade dramática do filme ou vídeo. 
Imagem contínua captada pela câmara sem a interrupção do corte. Ou seja, um plano se inicia quando o cameraman liga o rec da câmera e termina quando ele o desliga. 
PLANO-SEQÜÊNCIA: plano longo que abrange toda uma seqüência, filmada e montada sem cortes. 
Ex. Baile perfumado, Festim Diabólico. 
TAKE: as várias tomadas de um mesmo plano. 
Seleção de imagens no momento da filmagem/gravação. 
Imagem captada pela câmera entre duas interrupções. 
ENQUADRAMENTOS DE CÂMERA (PLANOS) 
A dificuldade inicial do roteirista é ter que pensar em termos de imagem. A princípio ele pensa literariamente. O roteirista deve habituar-se a ver a história e imaginá-la numa sucessão de cenas. Segue a descrição dos planos: 
VEMOS: (o assunto do plano). Ex. uma noiva entrando na igreja. 
ENQUADRAMOS (o assunto do plano): Ex. uma noiva entrando na igreja. 
OUTRO ÂNGULO: uma variação de plano. Ex. outro ângulo da noiva entrando na igreja. 
PLANO MAIS ABERTO: Ex. a noiva entrando na igreja, que agora inclui elementos em volta dela. 
PONTO DE VISTA: o ponto de vista de uma pessoa como alguma coisa se mostra a ela, da forma como ela vê. 
Ex. PONTO DE VISTA da noiva que Vê o noivo no altar. 
ÂNGULO INVERTIDO: mudança de perspectiva; geralmente o oposto do plano do ponto de vista. Ex. o ponto de vista do noivo olhando para a noiva entrando na igreja. 
PLANO SOBRE O OMBRO: a parte de trás do ombro e cabeça de um personagem em primeiro plano no quadro. O personagem que interage com ele, está de frente, em segundo plano. Ex. plano sobre o ombro da noiva no altar. 
PLANO EM MOVIMENTO: travelling, zoom e panorâmica.
PLANO PRÓXIMO: Close na altura do ombro. 
INSERT: plano próximo de “alguma coisa” que será “inserido” na cena. Ex. buquê da noiva, olhos da noiva emocionados, troca de alianças 
PLANOS 
􀂃Plano geral: é o que inclui todo o cenário e os personagens envolvidos na ação. Mostra uma área geral de ação, onde detalhes do cenário e dos personagens não são bem definidos. 
􀂃Plano de conjunto: mostra uma parte do cenário e os personagens em ação 
􀂃Plano americano: a figura humana é mostrada na altura dos joelhos. 
􀂃Plano médio: a figura humana é mostrada da cintura para cima. 
􀂃Meio Plano (Plano Próximo) – a figura humana é mostrada do tórax para cima. 
􀂃Close-up (primeiro plano) – apresenta o rosto ou outro detalhe qualquer que ocupa quase a totalidade da tela. O cenário quase não aparece. 
􀂃Big close-up (primeiríssimo plano/plano de detalhe): mostra detalhes do rosto do personagem ou pequenos detalhes de seu vestuário ou adereços. 
􀂃Câmara alta ou ângulo alto (plongée): enquadramento que mostra a pessoa ou objeto de cima para baixo. 
􀂃Câmara baixa ou ângulo baixo (contre-plongée): enquadramento que mostra a pessoa ou objeto de baixo para cima. 
Movimentos de câmara 
􀂃Panorâmica: movimento horizontal, sem que a câmara se desloque do seu eixo. 
􀂃Tilt (panorâmica vertical): movimento vertical, sem que a câmara se desloque do seu eixo. 
􀂃Travelling: deslocamento da câmara para se afastar, se aproximar, ou acompanhar o objeto ou personagem em ação. É geralmente realizado com o auxílio de dolly (carrinho) ou grua. 
􀂃Dolly shot: é um movimento que se caracteriza por se afastar ou se aproximar do objeto ou personagem em ação, ao mesmo tempo em que se move para cima ou para baixo. 
􀂃Câmara subjetiva (travelling subjetivo): a câmara é colocada numa posição que a permite captar o ponto de vista do personagem. A cena é vista através dos olhos do personagem. Muitas vezes, uma tomada só passa a ser subjetiva no momento da montagem, graças a sua inclusão correta na seqüência de uma cena. 
􀂃Dolly-in: Travelling de aproximação. A câmera se aproxima da pessoa ou objeto em cena até fechar o enquadramento. 
􀂃Dolly-out - Travelling de afastamento. A câmera se afasta da pessoa ou objeto em cena até abrir o enquadramento. 
Equipamentos 
􀂃Steadicam: (marca registrada de um dispositivo de suporte da câmara). Atado a um cameramen, permite executar os mais variados movimentos de forma suave e estável. 
􀂃Dolly – (carrinho) – suporte equipado com rodas para facilitar a movimentação da câmera (travelling). Pode ser acoplado sobre trilhos. 
􀂃Grua – Tipo de guindaste que traz em sua extremidade uma plataforma na qual são suspensos a câmera, o operador e o diretor, para determinadas tomadas em grande altura. Movimenta-se em todas as direções.
11 – SISTEMAS DE TRANSMISSÃO 
A Televisão constitui-se em radiodifusão de som e imagem. 
􀂃Radiodifusão 
o Palavra portuguesa equivalente à inglesa broadcasting, que significa algo como semear aos quatro ventos. 
o Serviço de radiocomunicação cujas transmissões se destinam a ser recebidas diretamente pelo público em geral, podendo compreender rádio, televisão, telefacsímile, telex ou outros tipos de transmissão. 
o É o serviço de telecomunicações que permite a transmissão de sons (Rádio) ou a transmissão de sons e imagens (Televisão), destinado ao recebimento direto e livre pelo público. 
o As emissões de Televisão (assim como as de Rádio) são consideradas concessões do Estado, devendo operar conforme regras preestabelecidas em leis, regulamentos e normas. 
o A outorga para execução dos serviços de radiodifusão será precedida de um processo licitatório, observadas as disposições legais e regulamentares, sob responsabilidade do Ministério das Comunicações, que mantém o poder de outorga dos serviços de radiodifusão. 
o A legislação brasileira admite sua exploração comercial (emissoras comerciais) ou sua utilização para fins educativos (emissoras de TV educativa), tendo as emissoras abrangências locais, regionais ou nacionais, através de sistemas de retransmissão que permitem a formação de redes. 
o Utiliza-se a expressão radiodifusão de sons e imagens no sentido de Televisão, correspondendo à transmissão de sons e imagens usando os princípios do eletromagnetismo, ou seja, emissão de sinais por meio de ondas eletromagnéticas. 
Ondas Eletromagnéticas – vibrações magnéticas que se propagam num espaço vazio ou num meio material originada por um circuito eletromagnético. 
Sistema de Transmissão Analógico 
A Televisão aberta brasileira ainda utiliza o sistema de transmissão analógico, utilizado desde os anos 40, quando a televisão foi inventada. 
Sistema de transmissão e recepção de sinais eletromagnéticos através de ondas hertzianas (ondas eletromagnéticas). Ou seja, a imagem e o áudio são convertidos em energia elétrica e enviados por ondas eletromagnéticas. Depois, esses pulsos magnéticos são devolvidos e imediatamente retransformados em imagem na tela da TV. 
A última grande evolução tecnológica desse sistema foi a implantação da TV em cores. Desde o seu surgimento, diferentes países desenvolveram e adotaram padrões próprios de acordo com seus interesses. 
􀂃Padrões (TV em cores): 
o NTSC (National Television Systems Committe) – Americano. 
o SECAM (Sequential Couleur À Mémoire) – Francês. 
o PAL (Phase Alternate Line) - Adaptação aperfeiçoada do sistema americano 
- PAL-M - Brasileiro: o “M” equivale à letra de registro do sistema no Conselho Consultivo Internacional de Radiodifusão, em Genebra. 
- PAL-G - Alemão O sistema analógico poderá ser extinto até 2010, quando a grande maioria da população já terá aderido ao sistema digital. 
Sistema de Transmissão Digital - TV Digital 
􀂃Sistema de transmissão de dados por meio de códigos binários.
Os sinais de áudio e vídeo são convertidos em códigos binários que são transmitidos pelo ar e capturados por antenas, cabos ou satélites. 
􀂃Os aparelhos de TV terão que ser fabricados de forma a se adaptarem ao novo sistema de transmissão. O telespectador também poderá optar pela compra de um decodificador (set-top-box) que transforma sinais digitais em analógicos. Esse decodificador pode ser acoplado a qualquer aparelho analógico, mas a qualidade da imagem será comprometida. 
􀂃Transmissão digital não é sinônimo de alta definição. A TV digital prevê produções feitas em equipamentos digitais, no entanto, existe o padrão HDTV (TV digital de alta definição) e o padrão SDTV (TV digital de definição padrão). 
􀂃No SDTV será possível incluir quatro canais de definição padrão na mesma largura de banda onde hoje existe apenas um canal. Já, com o HDTV, esses quatro canais seriam ocupados por apenas um, mas com imagem de alta definição. 
􀂃O governo definiu o padrão ISDB (japonês) como base do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Lula assinou o decreto que estabelece as regras para a implantação do sistema no país no dia 29 de junho de 2006. 
􀂃Escolhido o padrão técnico a ser adotado pelo Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), ainda há um longo caminho a percorrer até que a imagem com qualidade digital chegue à casa de todos os telespectadores. A estimativa é de que em um prazo de cinco anos as emissoras estejam com suas transmissões totalmente digitalizadas. A transição na recepção deverá durar entre 10 a 15 anos. 
􀂃O Decreto da TV Digital prevê que uma emissora que hoje está autorizada a operar no modelo analógico terá automaticamente uma licença também para o digital e deverá transmitir as imagens nos dois sistemas, de forma simultânea, durante o período de transição. Ao fim dessa fase, as emissoras deverão devolver a licença analógica, que será licitada novamente, mas no sistema digital. O espectro e a regulamentação permitem que novos concorrentes solicitem autorização para trabalhar no sistema digital. 
􀂃O Sistema ISDB (japonês) de Televisão Digital foi considerado o melhor pelo governo, amparado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações – CPqD, que realizou testes e coordenou as pesquisas sobre TV Digital. Os resultados dessas análises e testes concluíram o seguinte: 
o Sistema americano – Advanced Television System Committee (ATSC): privilegia a alta definição. Dificulta a transmissão de sinais pelo ar. 
o Sistema Europeu - Digital Video Broadcasting (DVB): privilegia a multiprogramação. Necessita de uma freqüência extra para operar em celulares, o que limita a portabilidade. 
o Sistema Japonês - Integrated Services Digital Broadcasting (ISDB): incorpora a tecnologia dos demais sistemas, com melhor desempenho nos quesitos portabilidade e mobilidade. 
􀂃Características Técnicas do SBTVD o Gratuidade: o sistema oferecerá aos usuários a oportunidade de continuar recebendo de uma forma livre e gratuita a programação de TV, com alta definição de som e imagem e em aparelhos de TV e celulares. 
o Robustez: melhor transmissão e recepção pelo ar (radiodifusão terrestre). 93 % da população brasileira recebe seus sinais através da radiodifusão terrestre. O oposto dos EUA, onde quase a totalidade das transmissões são cabeadas. 
o Portabilidade: possibilidade de assistir à programação por meio de celulares e terminais portáteis, sem custos adicionais. 
o Mobilidade: recebimento de sinal de qualidade em terminais instalados em veículos automotores. 
o Interatividade: possibilidade de participação ativa dos telespectadores na programação das emissoras por meio de controle remoto, e também de acesso a novas informações e serviços, como compras eletrônicas e guias de programação. 
12 - VOZ E CORPO NA TV 
No telejornalismo, a voz precisa ser estável, bem colocada e, ao mesmo tempo, deve transmitir o conteúdo da notícia de maneira clara e com credibilidade. Para que a voz do Apresentador, Repórter, Âncora, Locutor... seja eficiente, o primeiro passo é que o profissional conheça os mecanismos de produção da voz, saiba como mantê-la saudável e conheça as técnicas para aumentar sua expressividade. 
Como a voz e produzida. 
􀂃A voz é produto da utilização conjunta de vários órgãos e depende de uma série de condições físicas, envolvendo quatro elementos fundamentais: respiração, fonação, articulação e ressonância. 
􀂃Do ponto de vista fisiológico, a voz é o som produzido pelo movimento das pregas vocais (localizadas na laringe e popularmente conhecidas como cordas vocais). 
􀂃O som gerado na laringe é modificado na trato vocal, região compreendida entre as pregas vocais e os lábios. 
􀂃As pregas vocais são duas dobras de músculos recobertos por mucosa, dispostas horizontalmente, isto é, paralelas ao chão. 
􀂃As pregas vocais têm a propriedade de afastar-se, permitindo a entrada e saída do ar. 
􀂃O som básico da voz é resultado da aproximação das pregas vocais, realizada pelo trabalho muscular e pela passagem do fluxo de ar que vem dos pulmões e faz vibrar a mucosa. 
􀂃O ar é o combustível da voz, por isso a respiração tem um papel importante na fonação. 
􀂃Quanto mais rápida for a vibração das cordas vocais, mais aguda será a voz; quanto mais lenta, mais grave. 
􀂃O som bem fraquinho, produzido no nível da laringe, é amplificado nas cavidades oral (boca) e nasal e na própria garganta, que funcionam como caixas de ressonância. 
Condições e hábitos que prejudicam a voz. 
􀂃A ansiedade provoca respostas fisiológicas negativas: a musculatura fica tensa e fatigada; pode haver rubor, tremor, aumento dos batimentos cardíacos e do ritmo respiratório, sudorese, náusea, diarréia, necessidade de urinar, boca seca, dificuldade de engolir. 
􀂃Cigarro: inimigo da mucosa que reveste as pregas vocais, provocando edema e inchaço no local, com aumento da viscosidade (muco). 
􀂃Bebida alcoólica: rouba a água do corpo. Desidrata o trato vocal. Seu efeito anestésico faz com que se force a voz, sem perceber. 
􀂃Uso de sprays e pastilhas para a garganta: seu efeito anestésico faz com que se force a voz, sem perceber. 
􀂃Pigarrear e tosse seca: produzem um choque mecânico entre as pregas vocais, quando não há secreção. 
􀂃Esforço vocal na região da garganta: causa tensão no pescoço e fadiga vocal. 
􀂃Baixas temperaturas: inflamação e ressecamento no trato vocal. 
􀂃Beber pouca água: dificulta a vibração das cordas vocais, aumentando o atrito. Recomenda-se a ingestão de dois litros a dois litros e meio de água por dia, especialmente antes e durante a atuação profissional. 
Exercícios benéficos para a voz. 
􀂃Exercícios físicos em geral favorecem o bem estar e consequentemente auxiliam o desempenham vocal. 
􀂃Movimentos de alongamento para aumentar a flexibilidade e proteger a laringe contra lesões. E para aprimorar o tônus e a força muscular. 
􀂃Movimentar a boca como se estivesse mastigando. 
􀂃Vibrar a língua com os lábios. 
􀂃Emitir consoantes sonoras prolongadas (v..........., z............., j.............). Depois modulando (indo do grave para o agudo e vice-versa). 
􀂃Bocejar. 
Fala. 
􀂃Freqüência. É o tom que usamos para falar: grave, agudo, médio. É determinada pela velocidade dos movimentos das pregas vocais. 
􀂃Intensidade. É volume da voz. Deve-se encontrar um meio termo para o uso em vídeo. Uma intensidade exagerada pode dar a impressão de que o Repórter está gritando. 
􀂃Ressonância. É a forma como distribuímos o som nas estruturas da laringe, boca e nariz. Deve ocorrer de forma equilibrada. 
􀂃Articulação. Emissão clara e precisa dos sons emitidos. 
􀂃Ritmo e velocidade da fala. Deve manter-se na faixa de 130 a 180 palavras por minuto. O ritmo acelerado prejudica a precisão dos sons emitidos; quando é lento, a atenção e o interesse do telespectador tende a dispersar-se. 
Recursos vocais. 
􀂃Ênfase. É o grifo na emissão de algumas palavras chaves do texto que se pretende destacar na leitura. 
􀂃Inflexão. Melodia
da fala. 
􀂃Pausas. Fazem parte do discurso e são elementos importantes para a boa compreensão da mensagem e como recurso de interpretação. Pausas muito curtas transmitem nervosismo e dificultam a assimilação da mensagem; muito longas, tornam o texto entrecortado e descontínuo.
􀂃Ritmo. É a capacidade de articular os sons de forma precisa e clara, numa variação de velocidade capaz de manter a atenção e o interesse do telespectador. O ritmo também deve adequar-se ao assunto tratado. 
O corpo 
􀂃Num meio audiovisual, a comunicação envolve a expressividade do corpo, transmitida por gestos, expressões faciais, mudança de postura corporal, aparência física e a roupa que se usa. 
􀂃A expressividade de um bom Apresentador ou Repórter deve inspirar, acima de tudo, segurança e credibilidade. 
􀂃No telejornalismo, os enquadramentos são quase sempre mais fechados, o que acaba ampliando os gestos e o mínimo movimento pode adquirir significado. 
􀂃A ansiedade do profissional diante da câmera pode provocar erros, como repetição de gestos, gestos aleatórios ou desconexos com a palavra dita, falta ou excesso de expressões faciais e movimentos corporais reveladores de sentimentos inadequados à situação. 
􀂃Um dica é observar e ensaiar as mudanças do corpo das expressões faciais antes das gravações, narrando em frente ao espelho e se auto-observando. 
Recursos Corporais 
􀂃Mão: 
o Devem ilustrar a seqüência do conteúdo da palavra falada, sem contradizê-la ou anulá-la. 
o A gesticulação repetitiva é um erro comum no telejornalismo; ou seja, o profissional faz sempre o mesmo movimento de mãos, sem que ele guarde relação com a mensagem narrada. 
o O excesso de gestos é outro erro comum. No ímpeto de interpretar, o profissional acaba executando gestos com as mãos a cada três ou quatro palavras narradas, deslocando a atenção do telespectador. 
o Por sua vez, a ausência de gestos gera uma sensação de rigidez corporal e apatia. 
o O gesto deve vir junto com a palavra ou um pouco antes; nunca depois. 
o Evitar: dedos muito afastados e polegar muito afastado. 
o Imediatamente após a palavra, as mãos devem ficar em repouso (neutra). Para o Repórter, a posição neutra é com o braço levemente dobrado, rente ao corpo, e as mãos levemente fechadas na altura da cintura. 
o Nas passagens, a indicação é que se realize de dois a quatro gestos. 
o A mão que segura o microfone deve manter os dedos levemente separados. Dedos muito unidos demonstram tensão; bem separados, demonstram relaxamento. 
o O microfone deve se manter na posição vertical. 
o A distância do microfone em relação ao queixo depende do ruído de fundo local. Com muito ruído, ele deve ficar próximo à boca; com pouco ruído, abaixo do queixo. 
o Na bancada, as mãos em repouso podem se manter em três posições: 
- Uma mão sobre a outra. 
- Mãos em concha. 
- Dedos entrelaçados. 
- Os gestos do apresentador devem ser feitos na linha horizontal da bancada, sem deixar que as mãos invadam a região cervical (pescoço, ombros, cabeça). 
- Conteúdos pesados, como morte, drogas e violência, devem ser narrados com poucos movimentos manuais e postura para frente, na bancada. 
Expressão Facial 
􀂃É considerada a principal fonte de informações não-verbais, pois apresenta um grande potencial comunicativo, revelando estados emocionais. Entre os numerosos movimentos expressivos, destacamos os das sobrancelhas, olhos e lábios. 
􀂃Olhos. Extremamente expressivos e atuando em conjunto com as sobrancelhas, são capazes de transmitir quase todos os sentimentos. Olhos brilhantes demonstram entusiasmo, alegria, vivacidade; olhos baços, desânimo e tristeza. 
􀂃Sobrancelhas. Abaixadas, demonstram concentração, reflexão e seriedade; elevadas, espanto, indignação ou alegria. 
􀂃Boca. O telespectador tende a ver o rosto na TV em dois planos: do nariz para cima e do nariz para baixo. Caprichar na articulação atrai a atenção também para o plano inferior, dando a sensação de equilíbrio. 
o Abrir a articulação nas vogais /e/ e /i/, como se desse um leve sorriso, cria empatia com o telespectador. 
o As vogais /o/ e /u/ devem ter a protrusão labial adequada. Ou seja, devem tomar a forma de um bico. 
o A vogal /a/ deve ser pronunciada com a mandíbula aberta e relaxada. 
o Se o assunto for descontraído, um sorriso aberto, ou mesmo fechado, no início, no meio ou no final da mensagem, abre o canal de comunicação com o telespectador. 
Dicas corporais 
􀂃Para atingir o equilíbrio, os meneios de cabeça devem ser pautados pela entonação da voz. 
o Meneio para baixo: Em tons graves, nos momentos das ênfases e nos finais das frases. 
o Meneio para o lado: numa mudança de assunto. 
o Meneio para cima: em perguntas, na primeira palavra. 
􀂃A boa postura é muito importante para a impostação vocal. O som deve projetar-se em um tubo reto, sem bloqueio do chamado trato vocal. 
􀂃O Repórter deve ter cuidado com os ombros, que não podem estar caídos, cabeça muito para frente ou microfone torto. 
􀂃O Repórter deve manter o microfone em frente ao tórax, seguindo uma linha reta. 
13 – PRODUÇÃO PARA TV 
A disciplina de telejornalismo tem a função, entre outras, de estudar o Jornalismo quanto à sua produção para TV. Ou seja, a linguagem jornalística para o meio eletrônico TV. 
Assim como a comunicação é uma das ferramentas do marketing, o audiovisual é uma das ferramentas da comunicação. Sua grande virtude é o maior envolvimento sensorial que traz ao espectador. 
Uma foto em uma revista tem cor. No audiovisual, tem cor, tem movimento, tem som. Tem, enfim, nuanças que o material impresso não tem. Talvez por isso seja tão emocionante. 
Além da “reportagem”, que é o formato mais rotineiro no jornalismo televisivo, existem também produções para vídeo e TV, que vêm se tornando, cada vez mais, oportunidades de trabalho para o jornalista. São eles: 
Documentário 
Reportagem Especial 
Vídeo-Reportagem 
• Abordagem informativa atemporal. 
• Permite abordar fatos verídicos com recursos de ficção. 
• Caráter autoral. 
• Parcialidade permitida. 
• Presença do narrador “off” opcional. 
• Subjetividade. 
• Programação da emissora de TV. 
• Abordagem atemporal, porém atual. 
• Recursos ficcionais comprometem credibilidade. 
• Isenção Jornalística. 
• Imparcialidade. 
• Presença de um Repórter/ narrador. 
• Objetividade. 
• Independente da programação de uma emissora. 
• Abordagem atemporal, porém atual. 
• Recursos ficcionais comprometem credibilidade. 
• Isenção Jornalística. 
• Imparcialidade. 
• Presença de um Repórter/ narrador. 
• Objetividade. 
Por não possuírem o caráter de imediatismo característico dos telejornais diários, esses formatos exigem um trabalho mais elaborado, que incluem quatro estágios: Desenvolvimento do projeto, Pré-produção, Produção, Pós-produção. 
Desenvolvimento do Projeto (a idéia, o projeto, o pré-roteiro): 
􀂃Os produtores televisivos devem estar sempre em contato com o que é exibido na TV e com o que pode vir a ser exibido no futuro. 
􀂃Se interessar por todo tipo de leitura, principalmente as publicações especializadas em comunicação (ex. Revista Meio e Mensagem). 
􀂃Transformar a idéia em projeto. Tópicos básicos de um projeto: 
o Nome do Projeto 
o Apresentação/Argumento (resumo do projeto) 
o Objetivos (o que se pretende com o projeto e o motivo de sua realização) 
o Formato (tempo e divisões blocos) 
o Público Alvo (a que público se destina) 
o Veiculação/Distribuição 
o Recursos operacionais e financeiros 
o Justificativa (justificar a necessidade de o projeto ser realizado) 
􀂃Transformar o projeto em um pré-roteiro ou em uma pauta bem elaborada. 
Pré-Produção – providências antes do dia da gravação. 
􀂃Pesquisa que deverá definir o enfoque que será dado ao tema, as pessoas que serão entrevistadas e a pauta de perguntas aos entrevistados. A pesquisa pode ser através de livros, internet e entrevistas prévias com pessoas envolvidas com o tema escolhido. 
􀂃Depois de terminada a pesquisa, escreve-se
o pré-roteiro. Ele será um guia para a condução do trabalho, podendo ser modificado durante o processo de produção. 
(exemplo de roteiro: ver anexos) 
􀂃Definir o formato da filmagem: vídeotape analógico (Beta-SP),DV, HDTV, 35 mm... 
􀂃Escolha da equipe: 
o Diretor 
o Diretor de Fotografia 
o Gerente de Produção/Coordenador de Produção 
o Assistente de Direção 
o Locutores 
o Repórteres 
o Engenheiro de Áudio ou Sonoplasta 
o Produtor de Arte 
o Operador de Câmera 
o Figurinistas ou estilistas 
o Cenógrafos 
o Maquiadores 
o Cabeleireiro 
􀂃Desenho de cenários. 
􀂃Escolha do figurino (trajes, adereços). 
􀂃Pesquisa de locação: escolha de locais (fora do estúdio) onde deverão ocorrer as gravações. 
􀂃Agendar reuniões regulares com profissionais-chaves do projeto. Entregar e discutir roteiros, pautas e cronograma de filmagens. 
􀂃As fatos nunca serão como se espera. 
􀂃As coisas demoram mais para serem feitas do que o previsto. 
􀂃Dicas para pré-produção em locação: 
o Se for viajar com equipamentos, chegue mais cedo. 
o Observe minuciosamente a locação e veja o que ela tem a oferecer. 
o Confira se há tomadas para a sua iluminação e que tipo de plugues e voltagem elas aceitam. 
o Se a eletricidade da locação não for adequada para suportar os equipamentos, é preciso providenciar um gerador. 
o Converse com as pessoas do local. Seja curioso com relação a tudo que possa ser relevante para a sua produção. 
o Liste as seqüências que serão gravadas em cada um dos locais escolhidos. 
o Leia atentamente o roteiro/pauta e esteja certo de que na locação escolhida será possível realizar todos os planos da seqüência. 
o Preste atenção se há ruídos no local que poderiam comprometer a gravação: rota de avião, construções, ar condicionado, vizinhança, conversas, animais etc. 
o Informe aos seus contatos o dia e hora que você vai voltar para filmar. 
o Cheque se tem um lugar nas imediações onde sua equipe possa comer, beber, ir ao banheiro e estacionar os carros. 
o Cheque várias vezes se você tem permissão para gravar no local. De preferência, com a assinatura de um acordo de liberação. 
o Finalmente, certifique-se de como chegar à locação. 
􀂃Organizar um caderno (fichário) de produção contendo: 
o Lista de contatos dos entrevistados e fontes. 
o Lista de contatos da equipe de produção. 
o Pré-roteiro/ pauta/ roteiro. 
o Cronograma de filmagens. 
o Plano cenográfico. 
o Relação do Figurino. 
o Detalhes de transporte. 
o Planos de refeição e viagens. 
o Acordos de locação e permissão de filmagens. 
o Autorizações e permissões de uso de imagem. 
o Autorização de autores. 
o Ata de negociação com a equipe técnica. 
o Planilha de chamada. 
o Informações sobre seguro. 
o Orçamento. 
Produção: o dia da gravação propriamente dito. 
􀂃Não é necessário gravar os planos na ordem em que eles aparecem no roteiro. 
􀂃Evite colocar a câmera de volta em uma posição anterior, já filmada. Para evitar isso, é preciso relacionar o número de todos os planos que você vai precisar gravar com a câmera em uma determinada posição. 
􀂃Como os planos nem sempre podem ser gravados na seqüência linear do roteiro, é necessário um continuísta, anotando todos os detalhes de cenários e personagens (roupas, adereços, penteados...) 
􀂃Se houver ação de personagens em plano/contraplano, comece gravando a seqüência em enquadramento aberto (cena master). Depois, grave a cena mais duas ou três vezes, enquadrando um personagem por vez. 
􀂃Cena Master: plano único de todo um trecho de ação dramática, filmado para facilitar a montagem (inserts) de planos de detalhes com os quais a seqüência final será criada. 
􀂃Quando gravar plano/contraplano, evitar inverter o eixo. Se duas pessoas estão conversando, elas normalmente olham uma para a outra. Assim, se uma delas estiver olhando para a esquerda num plano, a outra deverá olhar para a direita no plano seguinte. 
􀂃O plano/contraplano feito com duas câmeras, em estúdio, também pode ser controlado no switcher. 
􀂃Switcher: mesa de cortes na qual o Diretor de Estúdio escolhe a câmera que vai executar a gravação a cada momento. 
􀂃Faça alguns planos de cobertura. Detalhes do cenário ou dos personagens (closes, roupas, adereços). Eles poderão livrar você de problemas na hora da edição. 
􀂃Evite pulos de imagem. Exemplo: “plano de conjunto de um homem que corre pela rua e à medida que ele se aproxima da câmera, você corta para um plano médio dele sentado no sofá”. O efeito é desagradável para quem assiste. Tem-se a impressão que o homem pulou instantaneamente de um local para outro. A maneira de evitar isso é deixá-lo sair de quadro no primeiro plano antes de desligar o REC da câmera. 
􀂃Cuidado com a continuidade. Ex: “quando um personagem sai caminhando pelo lado direito do quadro, deverá entrar pelo lado esquerdo no plano seguinte”. 
􀂃Continuísta: confere e verifica a continuidade de cada plano em relação ao plano anterior, no caso de interrupção na gravação. Observa e anota, por exemplo, a posição do corpo, mãos, cabelo das pessoas e objetos que aprecem na cena. 
􀂃Evitar corte brusco dentro do mesmo plano. Ex: “o âncora fala para a câmera. Ele erra o texto. A câmera é desligada e ligada novamente para ele continuar o texto do ponto onde errou sem mudar o enquadramento da câmera. Na hora de editar, ficará evidente o corte. A solução seria mudar o enquadramento, para que o personagem não tenha que começar a fala desde o início novamente. 
􀂃Toda vez que o roteiro prever um movimento de zoom, peça ao operador de câmera para ficar gravando o começo do zoom em lente fixa por cerca de dez segundos e também no final do zoom por mais dez segundos. Assim, você terá alternativas na hora da edição. Além do zoom, mais duas cenas fixas. O mesmo caso se aplica às panorâmicas. 
􀂃Não utilizar zoom de forma aleatória. 
􀂃Som. Não esquecer de explicar ao operador de som como será a cena, para que ele possa posicionar os microfones corretamente e solucionar problemas relacionados ao som. 
􀂃Grave todos os planos com som direto. Ou seja, aproveitando o som feito no momento da gravação, pois muitos deles serão impossíveis de ser colocados posteriormente, no momento da edição. Peça silêncio absoluto. 
􀂃Microfones: 
o Direcional: apontado diretamente para a fonte do som. Captura apenas o áudio dessa fonte. 
o Shotgun: montado diretamente na câmera, na extremidade do boom (um mastro longo que pode se estender por até 5 metros e meio). Grava prioritariamente o som que está na frente do microfone. Pode ser posicionado até um metro e meio de distância da fonte. 
o Lapela: colocado na região entre o peito e o pescoço. Resolve o problema de o boom (ou sua sombra) ficar visível em quadro. 
o Omnidirecional: sensível ao som vindo de qualquer direção. Capta sons de fundo. 
o Microfone de mão: ideal para entrevistas. Pode ser uni ou omnidirecional. 
􀂃Iluminação. O posicionamento das luzes pode levar bastante tempo para ser resolvido. O fotógrafo (iluminador) deverá cuidar da parte mais técnica. O Diretor deverá se preocupar em orientá-lo corretamente sobre o tipo de iluminação que espera para cada cena. Ex: Pedir que uma determinada cena esteja muito iluminada sem contraste com o fundo.... Pedir para destacar com a luz a porta do cenário, por onde irá entrar um determinado personagem... Iluminar o rosto de um personagem de forma suave ou pedir para eliminar sombras no nariz ou embaixo dos olhos.... 
􀂃A luz deve contribuir tanto tecnicamente quanto criativamente. 
o Iluminação dura: apontada diretamente para o elemento da cena, como uma fonte de iluminação única e clara. 
o Iluminação suave (difusa): criada com menos lâmpadas e menos intensidade. Rebate a luz do refletor com menos intensidade. 
o Luz-chave (key light): posicionada acima do elemento filmado (forte e clara). Cria uma sombra bem definida. 
o Luz de preenchimento (fill light): luz suave colocada em ângulo para “preencher” sombras indesejáveis criadas pela key light.
o Contraluz (back light): posicionada atrás e acima do objeto principal filmado. Cria profundidade. 
o Luz quente: luz do dia (externa). Produz um tom azul no vídeo. 
o Luz fria: luz interna. Cria um tom amarelo avermelhado. 
􀂃O Gerente/Coordenador de Produção deve prever um horário de chegada para os envolvidos na produção (apresentadores/elenco/equipe técnica), para que os procedimentos anteriores à gravação sejam realizados: maquiagem, marcação de câmera, iluminação, teste de áudio, fotografias de divulgação. 
􀂃Claquete. É a forma mais correta para identificar e encontrar os takes. Isso vai facilitar muito o trabalho posterior de edição. Ela deve conter o número de cenas, planos, takes (tomadas), a data e o título do projeto. 
􀂃O Diretor deve gritar “ação” e os operadores de câmera e de áudio devem confirmar com “gravando”. 
􀂃Monitor de Vídeo: deve estar conectado às câmeras para que a equipe possa ver o que está sendo filmado. 
􀂃Decupagem. Anotar todos os planos na seqüência exata em que foram gravados, com anotações que possam auxiliar a identificar e encontrar todas as tomadas que ficaram boas e que poderão ser aproveitadas na edição. 
􀂃Tripé. Procure usá-lo em todas as tomadas. Exceções apenas quando for impossível posicioná-lo ou quando a proposta criativa pedir câmera na mão. 
􀂃Cuidados básicos do operador de câmera de vídeo: 
o Checar os microfones e conferir se o som direto está sendo captado. 
o Desprezar o primeiro minuto da fita. 
o “Bater o branco”, ou seja, balancear as três cores básicas da imagem de TV (vermelho, verde e azul) em função de uma fonte de luz. Para obter esse equilíbrio, grava-se uma superfície branca que reflete a fonte de luz. 
o Cuidado com o foco. 
o Não esquecer de acionar o rec na hora de gravar o plano/cena e desligá-lo quando terminar. 
o Cuidado com o final da cena gravada anteriormente para não desgravá-la acidentalmente. 
o Depois de acionar o rec, despreze os primeiros 5 segundos gravados, antes de dizer “gravando”. 
Pós-produção: edição (montagem). 
􀂃O processo de edição acontece quando a produção está terminada e as imagens captadas. É o momento de selecionar as melhores tomadas de acordo com o roteiro, além de sincronizar a essas imagens o material sonoro. 
􀂃Para economizar tempo e dinheiro é preciso: 
o Organizar as fitas e o registro das fitas. 
o Decupar e fazer o registro das cenas. 
o Organizar as etapas de edição 
o Fazer um roteiro de edição. 
􀂃Banco de Imagem: existem empresas que oferecem opções de imagens de alta qualidade. 
􀂃Produção dos elementos gráficos (Gcs, créditos, legendas). 
􀂃Utilizar gráficos, infográficos e animações. 
􀂃Trilhas de áudio: o que for produzido além do áudio das cenas (som direto). 
􀂃É a edição que vai conferir ritmo e continuidade à narrativa, criando um todo capaz de transmitir ao telespectador a mensagem pretendida. 
􀂃A lista de mudanças tecnológicas é longa e, com a alta tecnologia digital, a resolução do vídeo se aproxima cada vez mais da qualidade do filme de cinema. Porém, as produções com maior orçamento são feitas com captação de imagem em película cinematográfica. Na pós-produção, essas imagens são convertidas em vídeo através da telecinagem e editadas em equipamento de edição não-linear. A captação das imagens em filme de cinema garante maior definição e qualidade da imagem e sua posterior edição em vídeo digital garante maiores recursos técnicos e agilidade. 
􀂃Tempo dos planos: 
o Planos mais abertos (plano americano ou de conjunto) podem ter maior duração, principalmente quanto houver personagens em ação. 
o O plano geral (paisagens, horizontes,) pode tornar-se cansativo se permanecer mais de 5 segundos na tela em enquadramento fixo. 
o Planos fechados (pano próximo, close) deverão ter menor duração. 
o Planos em movimento (travelling, panorâmica) podem ter grande duração, sem se tornarem cansativos, porém é preciso critério e bom senso para usá-los. 
o A movimentação de câmera não pode gerar mais atenção do que o conteúdo do programa/documentário. 
o Um montador (editor) para TV é bem-sucedido quando o telespectador gosta e entende a mensagem, se esquecendo da justaposição dos planos. Ou seja, elabora a chamada decupagem clássica. 
o Decupagem clássica: – sistema de edição (montagem) cuidadosamente elaborado de modo a extrair o máximo rendimento dos cortes na edição (montagem) e ao mesmo tempo tornar esses cortes inconscientemente invisíveis. Ou seja, a combinação dos planos é feita de tal modo a estabelecer uma coesão de imagens e sons, confortável para quem assiste. 
􀂃Levar para a ilha de edição a trilha sonora (ruídos, músicas) já decidida e/ou selecionada, uma cópia do roteiro de edição para cada um dos participantes da equipe de edição e a decupagem. 
14 - HISTÓRIA DA TELEVISÃO 
1817 - A invenção da Televisão está ligada à descoberta do selênio, pelo sueco Jakob Berzelius. Selênio é a substância capaz de produzir as células fotoelétricas, responsáveis por transformar energia luminosa em energia elétrica. 
1873 – Willoughby Smith comprovou a existência das células fotoelétricas, produzidas a partir do Selênio. Com isso, formula-se a possibilidade de transmitir sinais de imagens através da corrente elétrica (princípio da Televisão). 
1863 – A descoberta da Televisão está ligada à descoberta das ondas eletromagnéticas. Em Cambridge, na Grã-Bretanha, o professor de física James Clerk Maxwell demonstra, por deduções matemáticas, que o efeito combinado da eletricidade e do magnetismo manifesta-se no espaço, originando um campo que se propaga sob forma de vibração ondulatória (ondas eletromagnéticas). 
Ondas Eletromagnéticas – vibrações magnéticas que se propagam num espaço vazio ou num meio material, originada por um circuito eletromagnético. As ondas eletromagnéticas, usadas para comunicações sem fio, correspondem à energia transportada através do espaço, na velocidade da luz, na forma de campo elétrico e magnético. 
1887 – O físico alemão Heinrich Rudolf Hertz ratifica experimentalmente a teoria de Maxwell. Homenagem: Com o tempo, as ondas previstas pelos cálculos de Maxwell e confirmadas pelas experiências de Hertz passariam a ser conhecidas como hertzianas. 
1886 – O alemão Paulo Nipkov desenvolve o disco de Nipkov: um disco giratório, ativado de forma mecânica, com orifícios seqüenciais que faziam uma varredura na cena a ser filmada. 
Essa varredura convertia luz em eletricidade e através das células fotoelétricas, a imagem era transmitida em receptores de Televisão. 
1892 – Os alemães Julius Elster e Hans Geitel criaram a primeira fotocélula, que combinada com as ondas de rádio tornou possível a transmissão de fotografias através do espaço. 
1897 – Karl Braun desenvolve o “tubo de raios catódicos”. Modelo primitivo de varredura eletrônica da imagem. 
1923 – O americano Philo Farnsworth desenvolve o “tubo dissecador de imagens” e o russo Wladimir Zworykin desenvolve o “iconoscópio”. Aparelhos baseados no tubo de raios catódicos de Braun, mas com real eficácia na aplicação. 
Esses dois aparelhos são ainda a base da Televisão analógica atual. 
Trata-se de um tubo, contendo um dispositivo que emite um feixe de elétrons, que varre a tela de cima para baixo e da esquerda para a direita. O feixe ilumina os pixels em linhas de varredura na superfície fotossensível da tela, produzindo a imagem. 
1924 – O inglês John Logie Baird conseguiu projetar alguns contornos de um ponto para outro. 
1926 – Primeira demonstração de imagens projetadas de um ponto para outro utilizando processo eletromagnético. 
1930 – A Segunda Grande Guerra retardou o desenvolvimento do novo invento. 
1931 – A RCA já tem sua antena e os estúdios da NBC – National Broadcasting Corporation – instalados no último andar do Empire State, em Nova York. 
1935 – A França constrói a sua antena no alto da Torre Eiffel, em Paris. 
1936 – Na Inglaterra, a BBC coloca suas câmeras na rua e faz a transmissão da coroação do rei Jorge VI. 
1939 – Nos EUA, a
NBC transmite a inauguração da Feira Nacional de Nova York. 
1945 – Com o fim da guerra, o fenômeno da Televisão não parou mais de expandir-se. 
1950 – O número de aparelhos entre americanos chega a 4 milhões. 
1950 - O empresário Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, cadeia nacional de jornais e emissoras de Rádio, fundou a primeira emissora de Televisão do Brasil. Em 18 de Setembro de 1950 entrava no ar a PRF-3 TV Difusora, canal 3; depois TV Tupi (canal 4) de São Paulo. 
1960 – Chegada do videotape ao Brasil. A TV Tupi foi a primeira a usar a novidade; grava a festa de inauguração de Brasília – 21 de Abril de 1960 – e exibe a gravação em várias cidades. 
1965 – Surge a emissora das Organizações Globo, do Rio de Janeiro – a TV Globo – no dia 26 de Abril, criada pelo Jornalista Roberto Marinho e que se transformaria em uma das maiores redes de Televisão do mundo. 
1966 – Institui-se a Embratel – Empresa Brasileira de Telecomunicações, que interliga o Brasil através das linhas básicas de microondas – rotas – e adere ao consórcio internacional para utilização de satélites de telecomunicações – O Intelsat. Estava criada, então, a estrutura para as redes nacionais de Televisão. 
1969 – A TV Globo lança o primeiro programa em rede Nacional. Em 1º. de Setembro de 1969 entra no ar o Jornal Nacional. 
1972 – A TV em cores chega ao Brasil. A primeira transmissão em cores foi realizada pela TV Difusora de Porto Alegre, em março, na inauguração da Festa da Uva, pelo Presidente Emílio Garrastazu Médici, em Caxias, no Rio Grande do Sul. 
BIBLIOGRAFIA 
Este Manual de Telejornalismo contém normas técnicas e de estilo e orientações a respeito de diversos aspectos do telejornalismo. Foi produzido ancorado nas seguintes fontes: 
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KELLISON, Cathrine. Produção e Direção para TV e Vídeo - Uma Abordagem Prática. Rio de Janeiro, Elsevier, 2007. 
KYRILLOS, Leny. Voz e Corpo na TV: A Fonoaudiologia a Serviço da Comunicação. São Paulo, Globo, 2003. 
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PRADO, Flávio. Ponto eletrônico: Dicas para Fazer Telejornalismo Com Qualidade. São Paulo: Publisher, 1996. 
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WATTS, Harris. On Camera. São Paulo: Summus Editorial, 1990. 
XAVIER, Ismail. D.W. Griffith. São Paulo, Brasiliense. 44 
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