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* * * Influenza A « Velhas e Novas Ameaças » Prof. Alexandre Schwarzbold Serviço de Infectologia Hospital Universitário- UFSM * * * * * * Gripe “Espanhola” ? MITOS * * * Virologia Microscopia Eletrônica * * * Myxoviridae influenza Pertence à familia : Orthomyxoviridae Agrupados em 4 gêneros : Influenza A, B, C, Thogotovirus Somente os virus tipo A possuem subtipos cuja classificação é baseada em 2 glycoproteinas de superfície A B C Reservatório homem homem homem, porco animal Severidade 0 à +++ às vezes severa benigna Clinica criança Epidemia epidemia surtos não epidêmico esporádicos Pandemia sim - - * * * Estrutura do vírus influenza A Proteína de matriz proteica M1: rigidez, interage com RNP Proteína do envelope (membrana integral) M2: atividade do canal iônico Famille des orthomyxoviridae 8 segmentos de cadeia única de RNA Codificam 11 proteínas virais * * * * * * * * * Virologia (Genoma) Steinhauer, DA Annu Rev Genet. 2002;36:305-32. * * * Hemaglutinina: ligação HA se fixa aos receptores celulares da célula hospedeira via sua extremidade RBD (receptor binding domain) receptor celular = ácido siálico (sialoglicoproteinas e gangliosídeos) da superfície celular → « barreira entre as espécies » aa HA226 Exceção: Porcos → « mixing pot » ambos os tipos O tipo de hospedeiro e o tropismo viral por diferentes tecidos ► depende da especificidade de ligação aos receptores celulares do hospedeiro. Cel. hospedeira Hemaglutinina RBD * * * Hemaglutinina: ligação Aves : conformação (2,3)- tubo digestivo Homem : conformação (2,6) - traquéia Porco : conformação (2,3) e (2,6) A ligação entre o ácido siálico e a galactose pode ter várias conformações que determinam a especificidade do hospedeiro. * * * Neuraminidase: saída Clivage do ácido siálico dos receptores celulares « budding » da célula hospedeira Liberação dos virions da mucina Budding do vírus Influenza Com inibição da neuraminidase * * * INIBIDORES DA NEURAMINIDASE Vírus Influenza Hemaglutinina Responsável pela aderência à célula e penetração do vírus. Neuraminidase Enzima que destrói o ácido siálico da célula. Sua principal função é a liberação de novos vírus a partir das células infectadas. Inibidores da neuraminidase: oseltamivir (Tamiflu®) e zanamivir (Relenza®) * * * ácido siálico ou N-acetil-neuraminico * * * Moscona A. Neuraminidase inhibitors for influenza. N Engl J Med 2005;353:1363-73. * * * Mecanismo de ação dos antivirais na influenza * * * Opções atuais para controle Duas opções (não mutuamente exclusivas): * Prevenção vacinas antivirais (amantadina, rimantadina) * Tratamento sintomáticos antivirais bloqueadores de M2: amantadina, rimantadina antivirais inibidores da neuraminidase: oseltamivir, zanamivir * * * Patogênese (Papel da HA e da NA) * * * Estrutura do vírus influenza A Proteína de matriz proteica M1: rigidez, interage com RNP Proteína do envelope (membrana integral) M2: atividade do canal iônico Famille des orthomyxoviridae 8 segmentos de cadeia única de RNA Codificam 11 proteínas virais * * * DRIFT (« Variação » ) Mutação pontual Redução da proteção imune Base das epidemias sazonais (às vezes pandemias) * * * 8 segmentos de RNA monocatenar Frequência de erros de replicação HA: 1 substituição de base por geração viral A cada ciclo de replicação, população mixta com vários variantes. cadeias de RNA se incorporam ao acaso no novo vírion Bases da variação antigênica Erros durante a transcrição do RNA * * * Nomenclatura do vírus Influenza H1 N1* Subtipo HA Subtipo NA Tipo A A/Singapore/6/86 Tipo de virus Local onde foi isolado Lab code / n°cultura Ano da identificação * Subtipos somente para virus A Influenza: the virus A/CALIFORNIA/04/2009 * * * * * * Drift antigênico e pandemia Acúmulo de mutações no núcleo do vírus aviário que se produzem durante as infecções (em série) no homem ou outros mamíferos; Seleção das modificações permitindo uma melhor transmissão ao homem (mutações adaptativas) * * * Mutações adaptativas 1 à 2 mutações podem mudar a especificidade da hemaglutinina aviária ou humana Curiosidade: Composição em aminoácidos de HA de uma fonte H5N1 de 2004 (caso humano vietnamita) é mais próximo do vírus H1N1 de 1918 que de um H5N1 de 1997 * * * O que é uma pandemia ? E como acontece ? * * * H1 à H16 N1 à N9 Amplo reservatório de todos os subtipos Gripe sazonal H3N2 H1N1 (H2N2) Especificidade da espécie * * * PANDEMIA GRIPAL Epidemia devido a um vírus humano Aparecimento de um subtipo viral diferentes subtipos que circulam habitualmente no homem Características que lhe deixam facilmente transmissíveis entre humanos (múltiplas adaptações genéticas) Ausência de anticorpos na população Doença mais grave Ausência de barreira para a disseminação * * * Os vírus aviários se transmitem ao homem? * * * Gripe aviária no homem H5N1 em Hongkong em 1997 18 casos humanos, 6 mortes H5N1 Hong Kong em 2003 3 casos humanos (?) Epidemia de H7N7 na Holanda em 2003 453 infecções clínicas (conjuntivite) 1 morte (veterinário) > 50% soroconversão em um contato de aves infectadas * * * Gênese dos virus pandêmicos H1N1 H2N2 H3N2 1918 1957 1968 1977 3 gènes aviarios 2 gènes aviarios * * * Mecanismos para origem de uma pandemia de influenza N. Engl. J. Med . 2005 , 353 , 2209 – 2211 Mutaciones adaptativas Re asociaciones genéticas * * * Mudança antigénique Rearranjo gênico Aparecimento de novos subtipos Base das pandemias * * * H1 à 16 N1 à 9 Capacidade ecológica de se transmitir de espécie à espécie Reservatório natural dos vírus (cegonha,gansos, pato, pinguins, flamingos, gaivotas) * * * Cadeia de Transmissão H5N1 H7N3 H7N7 H9N2 * * * Papel das migrações na disseminação do vírus a outras populações (selvagens, domésticas) * * * Os animais domesticados, pela sua proximidade com os humanos, funcionam como verdadeiras “usinas” de vírus da influenza. São responsáveis pela contínua modificação antigênica do vírus que acomete humanos * * * Gripe aviária Conhecida desde 1879 (peste aviária) 25 surtos desde os anos 50 H5N1 1997 Ásia, Rússia, Oriente-Médio e Europa H5N2 1994 México 1999 Itália 2004 Texas H7N4 1999 Itália H7N3 1994 Austrália 1994 Paquistão 2002 Chile 2003 Canada H7N4 1997 Austrália H7N7 2003 Holanda * * * Porque tememos uma nova pandemia ? * * * * * * * * * Globalização * * * Destination Cities and Corresponding Volumes of International Passengers Arriving from Mexico between March 1 and April 30, 2008 New England Journal of Medicine 2009 * * * * * * Condições favoráveis à emergência de uma pandemia Amplitude geográfica e permanência do vírus bem sustentado em certas regiões (novo nicho ecológico); estabilidade ambiental com relação à surtos anteriores; Modificações antigênicas; Extensão da gama de hospedeiros; Infecções de mamíferos (tigres, gatos,….); Patogenicidade aumentada. * * * * * * * * * E a Gripe “Porcina”? Em algum momento entre nov 2008 e jan 2009... Granjas Carroll www.granjascarroll.com Perote- México Smithfield Foods® 65 milhões de porcos confinados em 65 mil criatórios * * * LAGOS DE OXIDAÇÃO * * * * * * BIODIGESTOR * * * “Pandemic potencial of a strainof Influenza A (H1N1): Early findings”. Science, 2009. * * * * * * Como identificar a infecção pelo Influenza A ? * * * É UMA DOENÇA RESPIRATÓRIA AGUDA INFLUENZA ≠ RESFRIADO * * * * * * MUCOSA DE TRAQUÉIA NORMAL 3 DIAS PÓS-INFECÇÃO 7 DIAS PÓS-INFECÇÃO Lycke and Norrby Textbook of Medical Virology 1983 * * * * * * INCUBAÇÃO 1 a 5 dias após contato com o vírus em média 2 dias TRANSMISSIBILIDADE 1 dia antes dos sintomas até 7 dias após TEMPO CRIANÇAS até 14 dias * * * TRANSMISSÃO DO VÍRUS 90% GOTÍCULAS RESPIRATÓRIAS 10% CONTATO COM SUPERFÍCIES CONTAMINADAS * * * 1,8m * * * CORIZA * * * Como evitar a infecção pelo vírus Influenza A ? * * * ETIQUETA DA TOSSE E DO ESPIRRO * * * NÃO USAR MAIS AS MÃOS PARA COBRIR A BOCA DURANTE A TOSSE OS GERMES SAEM NAS GOTÍCULAS E PODEM SER INALADOS OU LEVADOS PELAS MÃOS ATÉ AS VIAS RESPIRATÓRIAS * * * BARREIRAS PARA A TOSSE E ESPIRRO LENÇOS DE PAPEL PAPEL TOALHA PAPEL HIGIÊNICO GUARDANAPO DE PAPEL * * * DESCARTE NÃO É EM QUALQUER LUGAR * * * HIGIENE DAS MÃOS continua sendo uma das grandes formas de interromper a transmissão de germes * * * COMO HIGIENIZAR ? * * * Álcool 70% glicerinado ou gel Mãos não visivelmente sujas * * * NO HOSPITAL MÁSCARA * * * MÁSCARA Tipo cirúrgica, três camadas Nunca usar pendurada no pescoço Sempre substituída quando ficar úmida Sempre manuseada pelas tiras RESPIRADOR N 95 nas situações que possam gerar aerossóis (intubação endotraqueal, aspiração , ...) * * * EVITAR AGLOMERAÇÃO DE PESSOAS * * * AREJAR AMBIENTES * * * Cobrir o nariz e boca, de preferência com lenço descartável, ao tossir ou espirrar Se não tem lenço, utilizar a manga da blusa/camisa Lavar as mãos depois de tossir ou espirrar Evitar cumprimentar: com a mão ou com beijo, quando estiver doente Evitar compartilhar copos, pratos, talheres, objetos pessoais, e/ou beber no copo de outros Evitar aglomerações Manter-se longe de pessoa com gripe Não tocar a boca, nariz e os olhos Não cuspir no chão Manter o ambiente higienizado, com ventilação externa, mas evitando formar correntes de ar Usar sempre os EPIs necessários NÃO SE AUTOMEDICAR * * * Ainda... Quando aparecer qualquer sinal de GRIPE (febre, cansaço, dores no corpo e tosse): → FICAR EM CASA → PROCURAR SERVIÇO MÉDICO EM 48h Política Institucional (identificação de casos) * * * LIÇÕES O vírus veio para ficar e é preciso aprender a conviver com ele. “ Sujeito que trabalha gripado coloca em risco os outros”. O H1N1 não desaparecerá com o inverno. A informação e a prevenção são as melhores armas. A higiene e a vacina são as melhores prevenções * * * SERIA A GRIPE H1N1 DE MENOR RISCO PARA A POPULAÇÃO ACIMA DOS 50 ANOS DE IDADE? Daniel Jernigan Diretor da Divisão de influenza do CDC. * * * Gênese dos vírus pandêmicos H1N1 H2N2 H3N2 1918 1957 1968 1977 3 gènes aviarios 2 gènes aviarios * * * * * * * * * * * * E no Brasil ? * * * * * * Vigilância Epidemiológica Respostas * * * * * * * * * * * * * * * * * * Caso Confirmado-Descartado * * * Atenção Primária de Saúde Quando da suspeição de casos na comunidade ou durante o acolhimento/triagem na Unidade Básica de Saúde e nas Unidades de Pronto Atendimento * * * Atenção Primária de Saúde Investigar síndrome gripal ou que apresente sintomas de doença respiratória aguda-DRAG; O indivíduo com DRAG deve ser encaminhado imediatamente para um hospital de referência, seguindo as orientações de transporte de casos; Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI); Durante a sua permanência na unidade de saúde, acomodá-lo em ambiente ventilado, evitar o trânsito e permanência desnecessária de pessoas no local, garantir a privacidade do indivíduo e orientar o uso constante de máscara cirúrgica descartável. * * * Atenção Primária de Saúde Informar a vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Hospital de Referência sobre o encaminhamento do indivíduo. A vigilância epidemiológica da SMS deverá notificar imediatamente à Secretaria Estadual de Saúde * * * Precauções aditivas (Além das precauções padrão) Quarto individual (se possível com pressão negativa / filtro HEPA) Máscara N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3 em manipulação de via aérea. > eficácia de 95% de filtração Jaleco + luvas Proteção ocular * * * * * * * * * ALEXANDRE V. SCHWARZBOLD alexvspoa@hotmail.com OBRIGADO ! * * * Back-up * * * * * * * * * O plano de pandemia influenza da OMS Como prevenir uma futura pandemia ? * * * Estratégia de prevencao de uma nova pandemia Conter as epidemias do virus influenza altamente patogénica nas aves Prevenir a dispersao direcao de novos paises Reduzir as oportunidades de transmissao ao homem Melhorar a preparacao nacional e internacional para afrontar uma pandemia Planos nacionais Accesso aos antivirais Desenvolvimento de vacinas pandemicas Detectar rapidamente e limitar a disseminacao de um virus pandémique emergente antes do inicio de uma pandemia * * * Medidas de confinamento * * * Estoque estratégico de antivirais Objetivos: 30% da população Atualmente insuficiente Estratégia de utilização a ser elaborada HA et NA Glycoprotéines de surface. Soustype diffèrent par au moins 30% dans la séquence des acides aminés HA et NA = cible pour réponse immune de l’hôte HAO doit être clivée en HA1 et HA2 par protéases de l’hôte pour être activée. C’est la fraction HA2 qui assure la fusion. HA clivée est moins stable à ph acide que HA non clivée La sensibilté du sous type HA au clivage par les protéases cellulaire est un déterminanat de la virulence. Ce n’est pas un déterminanat du type d’hôte qui peut être infecté HA et NA Glycoprotéines de surface. Soustype diffèrent par au moins 30% dans la séquence des acides aminés HA et NA = cible pour réponse immune de l’hôte HAO doit être clivée en HA1 et HA2 par protéases de l’hôte pour être activée. C’est la fraction HA2 qui assure la fusion. HA clivée est moins stable à ph acide que HA non clivée La sensibilté du sous type HA au clivage par les protéases cellulaire est un déterminanat de la virulence. Ce n’est pas un déterminanat du type d’hôte qui peut être infecté Each influenza virus strain is named according to a convention that identifies: its type where it was first isolated the lab code/culture number the year of isolation. For example, the designation A/Singapore/6/86 refers to a strain of type A virus that was isolated in Singapore, strain number 6, in 1986. Type A viruses are also classified based on their HA and NA surface proteins, with 15 HA (H1–15) and 9 NA (N1–9) subtypes identified to date in human and animal isolates. For example, type A (H1N1) designates a type A virus that contains the H1 form of HA and the N1 form of NA. Belshe , R. B. The origins of pandemic influenza — Lessons from the 1918 virus . N. Engl. J. Med . 2005 , 353 , 2209 – 2211 * Les oiseaux aquatiques sont un réservoir de gènes du virus de l’influenza A. Ils possèdent toute la diversité génétique nécessaire à l’émergeance d’une pandémie d’influenza humain. Toutes les souches connues d’influenza sont perpétuées par les oiseaux aquatiques en particulier le canard. Seul le soustype H13 n’est pas retrouvé chez le canard mais bien chez le « gull et shorebird ». L’évolution du virus influenzachez l’homme est entre autre du à l’introduction périodique de segments de gènes du pool d’influenza aviaire. Chez les oiseaux sauvages, le virus de l’influenza est adapté à son hôte et ne cause pas de symptômes. Il est excrété en grandes quantité dans le tube digestif (108 doses infectantes /g de fèces) Chez les autres oiseaux, la majorité des infections sont asymptomatiques; certains type sont associés à une infection hautement virulente avec décès en 1 semaine. (H5, H7; H5N1, H5N2, H7N7) *