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418_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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Enviado por Mauricio Aquilante Policarpo em

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
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comparação, torna-se preferível chamá-la de evapotranspiração de referência (EPo).
A determinação da evapotranspiração de referência é importante, por constituir a base
comum de comparação, com o objetivo de avaliar diferentes demandas evapotranspiratórias,
visando ao planejamento e à condução de atividades de rega. Conhecida a evapotranspiração
de referência podem-se estimar as necessidades hídricas de uma cultura, também chamadas
evapotranspiração da cultura (EPc), definida por Doorenbos e Pruit (1975), como “a transferên-
cia de vapor d'água para a atmosfera observada em uma cultura isenta de doenças e pragas,
desenvolvendo-se em uma área de um hectare ou mais, sob ótimas condições de solo, incluin-
do umidade e fertilidade.”
4.2 - Evapotranspirômetros.
Para a medida direta da evapotranspiração são utilizados tanques enterrados, chama-
dos evapotranspirômetros, que contêm uma amostra representativa do solo e da comunidade
vegetal que se deseja estudar. O evapotranspirômetro deve retratar, o mais fielmente possível,
as condições reais do campo e isso impõe uma série de exigências.
As plantas situadas dentro do evapotranspirômetro devem ser idênticas àquelas que o
rodeiam, no que concerne ao estágio de desenvolvimento, porte, idade etc., respeitando-se,
inclusive, o espaçamento e lhes dispensando o mesmo tratamento agronômico. Por outro lado,
as plantas à sua volta necessitam cobrir uma parcela bem ampla do terreno, evitando-se os
conhecidos efeitos de borda sobre aquelas que se encontram dentro do tanque. É fundamental
que a superfície delimitada pelo tanque seja suficiente para comportar uma parcela expressiva
da comunidade vegetal e, ainda, minimizar os efeitos decorrentes das paredes do tanque.
Quanto menor a área do tanque, maior o erro relativo ocasionado por influência das suas pare-
des.
A profundidade do tanque evapotranspirométrico deve possibilitar o desenvolvimento
normal do sistema radicular das plantas nele situadas. Além disso, suas paredes precisam ser
resistentes, finas e não metálicas, com vistas a não perturbar demasiadamente o fluxo de calor
no solo. Exige-se que as características do solo sejam idênticas às do terreno circunjacente.
Para isso, no momento da escavação, o solo retirado é separado segundo seus horizontes e,
na etapa de enchimento do tanque, a reposição é efetuada obedecendo a seqüência do perfil
natural (reposição das camadas em ordem inversa a da retirada). Além disso, é importante que
o nível do solo dentro e fora do evapotranspirômetro seja o mesmo. Em geral, recomenda-se
aguardar cerca de um ano, antes de utilizar o tanque como evapotranspirômetro, para que
ocorra a acomodação do solo em seu interior.
A utilização de evapotranspirômetros, ante o exposto, normalmente fica limitada às
plantas de pequeno porte.
Todas essas exigências têm o objetivo de assegurar a representatividade dos evapo-
transpirômetros mas, terminam por transformá-los em estruturas relativamente grandes, de
instalação difícil e que alteram, com a própria presença, as condições naturais do ambiente em
que são instalados.

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