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FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA GRUPO DE ESTUDOS SOBRE FRATURA DE MATERIAIS DEMET/EM/UFOP RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ABORDAGEM PELA MECÂNICA DE FRATURA “FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA” Capítulo 3 – Resistência dos materiais: abordagem pela mecânica de fratura Evolução histórica Caracterização Interdisciplinaridade Tenacidade à fratura Comparação com a Resistência dos Materiais A estrutura da Mecânica de Fratura Comportamento dos materiais Crescimento subcrítico de trinca a) Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial b) Primeiras pesquisas sobre fratura c) Os navios Liberty e os aviões Comet d) Pesquisas após a II Guerra Mundial e) O período entre 1960-1980 f) Tendências recentes g) Projeto com mecânica de fratura EVOLUÇÃO HISTÓRICA Evolução do projeto estrutural Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial Século XIX Início do Século XX Final da década de 1940 Década de 1960 Cambridge, UK Ironbridge Gorge, UK London, UK London, UK Deutsches Museum, München, DE Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Habilidade dos antigos engenheiros / arquitetos na construção de obras de grande porte – caso das pirâmides dos faraós do Egito e dos edifícios e pontes dos césares de Roma. Projetos baseados na resistência à compressão, devido à limitação de materiais – o arco é a forma predominante na arquitetura pré- revolução industrial. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial Penalidades para as falhas estruturais: a) Código de Hammurabi b) Código napoleônico c) Lei comum inglesa Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial Código de Hammurabi (Rei da Babilônia, 2200 BC): Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial Código de Hammurabi (Rei da Babilônia, 2200 BC): a) Se um construtor constroi de forma errada uma casa para uma pessoa, e esta casa vem a desabar, matando o seu proprietário, o construtor deve ser condenado à morte. b) Se o acidente causa a morte do filho do proprietário da casa, o filho do construtor será condenado à morte. c) Se o acidente causa a morte de um escravo do proprietário da casa, o construtor da casa deve fornecer ao proprietário da casa um escravo de igual valor. d) Se algum dano ocorrer na casa, o construtor arcará com todas as despesas de reconstrução. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial Código napoleônico (1804): Se ocorre uma perda da funcionalidade de um projeto construído, num prazo de 10 anos, devido a uma falha de fundação ou um trabalho de execução mal feito, o contratante e o arquiteto serão levados à prisão. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial Lei comum inglesa (século XV): Se um construtor executa uma obra de forma errônea, ele será levado a julgamento. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Exemplos: projeto de pontes, aquedutos e monumentos, na forma de arcos, para que os materiais frágeis utilizados na construção fossem submetidos a cargas de compressão e não de tração. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Aqueduto de Segóvia/Espanha: Construído pelos romanos no final do século I d.C. Usado para transportar água do rio Frio até o final do século XIX. Duas fileiras de arcos com 728m de comprimento. Altura máxima de 29m. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Abadia de Santa Maria da Vitória, Batalha/Portugal. 1388. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Mosteiro de Santa Maria, Alcobaça/Portugal. 1223. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa/Portugal. 1501. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Nikolaikirche, Berlim/Alemanha. 1230. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Museu Nacional da Idade Média, Paris/França. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Catedral de Notre-Dame, Paris/França, 1163. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Sainte-Chapelle, Paris/França, 1248. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Catedral de Notre-Dame, Luxemburgo, 1613. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: King’s College, Cambridge/Inglaterra, 1446. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Revolução industrial – desenvolvimento do ferro e do aço. Projetos mais arrojados, com carregamento em tração. Exemplo: projeto da “Tower Bridge”, em Londres e da “Golden Gate Bridge”, em São Francisco. Tower Bridge, London/UK: Construída entre 1886 e 1894 por Sir Horace Jones. Atravessa o rio Thames. Usa cabos e vigas de aço. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Golden Gate Bridge, San Francisco/USA: Construída entre 1933 e 1937 pelo eng. Joseph Strauss. Liga San Francisco a Marin County. Extensão de 2,7 km. Usa cabos e vigas de aço. Das pirâmides dos faraós à Revolução Industrial: Acidentes ocasionais com estruturas metálicas: caso da fratura do tanque de melaço (EUA-1919). Utilização de projetos com fator de segurança igual a 10 ou mais, na tentativa de se evitar a fratura da estrutura. Primeiras pesquisas sobre fratura: Experiências de Leonardo da Vinci. Evolução da Resistência dos Materiais no século XIX. Fator de concentração de tensões, proposto por Inglis (1913). Relação entre resistência à fratura e tamanho de trinca, proposta por Griffith (1920). Os navios Liberty 1940 2005 Os navios Liberty e T-2 Os navios Liberty Os aviões Comet Os aviões Comet Os aviões Comet Os aviões Comet Pressão da cabine = 8,5 psi Pressão de projeto = 20 psi Pesquisas após a II Guerra Mundial: Trabalho de Irwin (1956) no Naval Research Laboratory (EUA) – base da Mecânica de Fratura Elástica Linear. Aplicações da época: a) Wells (1956) – falha por fadiga dos aviões Comet. b) Winne e Wundt (1957) – falha de rotores de turbina a vapor da General Electric. O período entre 1960-1980: Paris e co-autores (1960) – trabalho pioneiro para o crescimento de trinca de fadiga. Wells (1961) – desenvolvimento do critério CTOD. Burdekin e Dawes (1971) – curva de projeto de CTOD para estruturas soldadas. Rice (1968) – desenvolvimento da integral J. Begley e Landes (1971) – caracterização da tenacidade à fratura a partir da integral J e norma padronizada pela ASTM para o cálculo de J . Shih e Hutchinson (1976) – aplicação da integral J no projeto estrutural. Shih (1981) – relação CTOD x integral J. Tendências recentes: Aplicação da Mecânica de Fratura para polímeros, cerâmicos e compósitos. Modelos microestruturais. Situação para fadiga, fluência e corrosão sob tensão. Aplicação para juntas soldadas. Integridade estrutural. PROJETO COM MECÂNICA DE FRATURA Curva de projeto utilizando CTOD ou J Diagrama de análise de falhas Procedimento R6 BS 7910 API 579 SINTAP Plano de controle de fratura: O controle de fratura em estruturas consiste em um esforço conjunto de projetistas, engenheiros metalurgistas, mecânicos, de produção e de manutenção, e inspetores de segurança, no sentido de garantir operações seguras, e evitar falhas catastróficas. CARACTERIZAÇÃO Plano de controle de fratura Muito raramente a fratura ocorre devido a uma sobrecarga imprevista em uma estrutura isenta de danos. Geralmente, ela é causada por uma trinca: devido ao carregamento normal de serviço da estrutura, a trinca se desenvolve (iniciando, por exemplo, a partir de um defeito ou concentrador de tensão) e cresce lentamente em tamanho. A presença de trincas em um material deteriora a sua resistência. Assim, durante o contínuo desenvolvimento da trinca a resistência estrutural diminui, até que ela se torna tão pequena que as cargas em serviço não podem mais ser aplicadas, e sucede-se a fratura. Desta forma, o controle de fratura é entendido como uma metodologia para se evitar a fratura devido à presença de trincas, em função do carregamento experimentado pelo material durante a sua aplicação. Filosofia “tolerância de danos”: Trata-se de uma filosofia de controle de fratura. Seus objetivos principais: a) O efeito das trincas na resistência mecânica do material; b) O crescimento de trinca em função do tempo. A Mecânica de Fratura: A ferramenta matemática empregada na análise de tolerância de danos é chamada de mecânica de fratura. Ela fornece os conceitos e as equações utilizadas para se determinar o quanto a trinca cresce e como este crescimento de trinca afeta a resistência mecânica de uma estrutura. Durante os últimos 40 anos, a mecânica de fratura se transformou em uma ferramenta prática da engenharia. Ela não é rigorosamente perfeita, mas nenhuma análise de engenharia é perfeita, e é melhor ter uma ferramenta razoável do que nenhuma. A mecânica de fratura pode nos fornecer soluções para problemas que até então não podiam ser encontradas por outra técnica. Caracterização da Mecânica de Fratura : Efeito da presença de uma trinca na resistência residual de um material. Qual é a resistência residual em função do tamanho de trinca ? Que tamanho de trinca pode ser tolerado em condições de carregamento em serviço, isto é, qual é o tamanho máximo permissível de trinca ? Quanto tempo vai decorrer para uma trinca crescer de um tamanho inicial, por exemplo o menor tamanho de trinca detectável, até o tamanho máximo permissível da trinca ? Qual é a vida em serviço da estrutura, quando um certo tamanho de defeito preexistente (por exemplo um defeito de fabricação) é considerado nesta estrutura ? Durante o período disponível para detecção da trinca quantas vezes deverá a estrutura ser inspecionada ? A amplitude da mecânica de fratura no contexto da engenharia. ciência dos materiais engenharia mecânica aplicada mecânica de fratura fratura processos de fratura e critérios plasticidade ensaios aplicações metros INTERDISCIPLINARIDADE A tenacidade do material representa a sua habilidade inerente de resistir a uma dada intensidade de tensão na ponta de uma trinca presente neste material, evitando a sua fratura. TENACIDADE À FRATURA Mecânica de Fratura Monoparamétrica MFEL MFEP Biparamétrica T J-Q Faixas de aplicação da MFEL e da MFEP para descrever o comportamento de fratura. Comportamento Elástico Linear Kc K1c Gc G1c Kd KR Comportamento Elasto-Plástico Jc Ju c u m R JR Consideração: o material é um meio contínuo, isotrópico e homogêneo. Aproximação da resistência dos materiais. TENSÃO LIMITE DE ESCOAMENTO OU DE RESISTÊNCIA TENSÃO APLICADA COMPARAÇÃO COM A TRADICIONAL RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Consideração: o material não é um meio contínuo, mas apresenta defeitos. Aproximação da mecânica de fratura. TENSÃO APLICADA TENACIDADE À FRATURA TAMANHO DE TRINCA COMPARAÇÃO COM A TRADICIONAL RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Fonte: C.Ruggieri – Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM Fonte: C.Ruggieri – Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM Fonte: C.Ruggieri – Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM Fonte: C.Ruggieri – Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM Fonte: C.Ruggieri – Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM Fonte: C.Ruggieri – Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM Fonte: S.Suresh – Fatigue and Fracture, MIT, 2000. Fonte: S.Suresh – Fatigue and Fracture, MIT, 2000. A ESTRUTURA DA MECÂNICA DE FRATURA Mecânica de Fratura Comportamento elástico linear Mecânica de Fratura Elástica Linear Comportamento não linear e elasto-plástico Mecânica de Fratura Elasto- Plástica Situações dependentes do tempo Mecânica de Fratura Visco- Elástica e Visco-Plástica Mecânica de Fratura Dinâmica Tensão de fratura Tenacidade à fratura (KIC) MFEL MFNL Análise pela carga limite Colapso Fratura frágil COMPORTAMENTO DE MATERIAIS MATERIAL COMPORTAMENTO TÍPICO DE FRATURA AÇOS DE ALTA RESISTÊNCIA ELÁSTICO LINEAR AÇOS DE BAIXA E DE MÉDIA RESISTÊNCIA ELASTOPLÁSTICO/TOTALMENTE PLÁSTICO AÇOS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS TOTALMENTE PLÁSTICO LIGAS DE ALUMÍNIO ENDURECIDAS POR PRECIPITAÇÃO ELÁSTICO LINEAR METAIS EM ELEVADAS TEMPERATURAS VISCOPLÁSTICO METAIS EM ELEVADAS TAXAS DE DEFORMAÇÃO DINÂMICO-VISCOPLÁSTICO POLÍMEROS (ABAIXO DE Tg) ELÁSTICO LINEAR/VISCOELÁSTICO POLÍMEROS (ACIMA DE Tg) VISCOELÁSTICO CERÂMICOS MONOLÍTICOS ELÁSTICO LINEAR COMPÓSITOS CERÂMICOS ELÁSTICO LINEAR CERÂMICOS EM ELEVADAS TEMPERATURAS VISCOPLÁSTICO Crescimento subcrítico de trinca : crescimento de trinca por fadiga; crescimento de trinca por corrosão sob tensão; crescimento de trinca por fluência. CRESCIMENTO SUBCRÍTICO DE TRINCA Relações entre tensão aplicada e comprimento de trinca, mostrando regiões e tipos de crescimento de trinca Filosofia de projeto “tolerância de danos”. Fadiga : da dN f K Corrosão sob tensão : da dt g K Fluência : da dt h C( )*