Logo Passei Direto
Buscar

WL-OO-Apostila-01-Direito Administrativo-05

User badge image

Enviado por Waldeck Lemos de Arruda Junior em

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Segundo a doutrina mais especializada, é o conjunto harmônico de 
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades 
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins 
desejados pelo estado. Em outras palavras, é o ramo do Direito Público 
Interno que estabelece as normas de atuação dos órgãos, agentes e 
atividades públicas, que buscam atingir o fim do Estado, que é alcançar o 
bem comum. É, portanto, conjunto de princípios, normas e institutos. 
 
A finalidade do direito administrativo é estabelecer regras, institutos, 
princípios dos órgãos da atividade pública, visando buscar o bem público. 
 
Trata-se o Direito Administrativo, como um todo, de uma matéria vasta e 
complexa. 
 
Porém, para fins de concurso para a carreira de Oficial de Justiça ou 
Escrevente Técnico Judiciário, a parte necessária revela-se apenas no 
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. 
Para o estudo dessa matéria, que não é muito extensa, mas há que ser 
estudada com muita atenção (normalmente há muitas perguntas enganosas 
em direito administrativo), primeiramente vamos ver o que é um Estatuto. 
 
A palavra estatuto deriva do latim statutum, de statuere (estabelecer, 
constituir, fundar), sendo que em sentido amplo, entende-se a lei ou 
regulamento, em que se fixam os princípios institucionais ou orgânicos de 
uma coletividade ou corporação, pública ou particular. 
Em Direito Administrativo, refere-se ao complexo de princípios ou regras 
que regulam as atividades dos funcionários públicos, assegurando 
vantagens e direitos sobre o exercício dos respectivos cargos ou funções. É 
o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. 
 
Este estatuto é a denominação que se dá à lei especial, decretada com o 
objetivo de fixar as regras legais, reguladoras da situação do Funcionário 
Público, nas quais se inserem as condições de provimento dos cargos ou 
funções públicas, os direitos, deveres, obrigações, penalidades e suas 
aplicações, vantagens e outras situações inerentes ao cargo ou função 
pública. 
 
O Funcionário Público não tem um contrato de trabalho com o Estado, mas 
apenas um contrato de natureza administrativa. É unilateral porque quem 
elabora o Estatuto é o próprio Estado (no nosso caso, o Estado de São 
Paulo). Se fosse o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, seria 
a União que elaboraria o Estatuto, etc. 
Vale a pena lembrar que o Estado tem a finalidade principal de promover o 
bem comum. 
 
A matéria para concursos de oficial de justiça e para escrevente técnico 
judiciário no que diz respeito a direito administrativo, se restringe somente 
ao Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei nº. 
10.261, de 28/10/1968), no que diz respeito aos deveres, proibições, 
responsabilidades, às penalidades, aplicação das penalidades e, mais 
recentemente, foi incluído o direito de petição. 
 
É importante que no estudo dos artigos do Estatuto tenhamos sempre em 
mente a literalidade da lei, ou seja, as palavras que estão no texto legal, pois 
é assim que vai ser questionado no concurso. 
Cumpre, por fim, ressaltar que a lei não possui palavras desnecessárias, ou, 
como outros dizem, ela não possui letra morta. Assim, é fundamental prestar 
o máximo de atenção aos dizeres da norma legal. 
 
 VOCABULÁRIO INTRODUTÓRIO 
 
Cominação - Palavra derivada do Latim "Cominatio" que significa ação de 
ameaçar energicamente, em linguagem forense significa "ameaça legal de 
uma pena" ou de uma prescrição, pelo não cumprimento de uma obrigação 
contratual ou de uma imposição legal. Traz o mesmo sentido que sanção. 
 
Denegação - Derivado do Latim "Denegatio", de "denegare" (negar com 
resistência , renegar ) 
Na terminologia forense, é, aplicado para indicar o indeferimento de uma das 
partes pelo Juiz, ou seja, a recusa em conceder qualquer medida ou ato 
processual desejado por uma das partes. 
 
Desídia - Derivado do Latim "desidia", de "desidere" (estar ocioso), isto é, 
tido na terminologia trabalhista, como desleixo, a desatenção, a indolência, 
com que o empregado executa os serviços que lhe são afetos. 
QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS JÁ 
REALIZADOS 
 
FRANCA 
 
 
1. Por ineficiência nas suas funções, a pena de demissão só será aplicada ao servidor 
público: 
 
a) não desempenhar com zelo as tarefas atribuídas 
b) não cumprir, no prazo, as determinações judiciais 
c) ocorrer a impossibilidade de readaptação 
d) faltar por mais de 45 dias interpoladamente 
 
2. É dever do funcionário: 
 
a) requerer ou promover a concessão de privilégios 
b) residir no local onde exerce o cargo ou onde autorizado 
c) promover manifestações e apreço dentro da repartição 
d) constituir-se procurador das partes 
 
3. Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que: 
 
a) for ineficiente no serviço 
b) aplicar indevidamente o dinheiro público 
c) lesar o patrimônio ou os cofres públicos 
d) proceder irregularmente, de forma grave 
 
4. É proibido ao funcionário: 
 
a) deixar de comparecer ao serviço sem justa causa 
b) representar, quando receber ordens superiores manifestamente ilegais 
c) atender preferencialmente sobre qualquer outro serviço, às requisições feitas pelas 
autoridades administrativas, para defesa do Estado 
d) representar aos seus superiores sobre todas as irregularidades de que tiver 
conhecimento no exercício de suas funções 
 
Gabarito: 
1 - c 
2 - b 
3 - c 
4 - a 
 
OURINHOS 
 
1. A punibilidade da falta sujeita à pena de repreensão prescreve em: 
 
a) um ano 
b) dois anos 
c) seis meses 
d) três anos 
e) n.d.a. 
 
2. A pena de suspensão não poderá exceder de: 
 
a) dois anos 
b) cento e vinte dias 
c) noventa dias 
d) cento e oitenta dias 
e) n.d.a. 
 
3- Ao Funcionário Público que praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou 
particulares, salvo se em legítima defesa, será aplicada a pena de: 
 
a) suspensão 
b) repreensão 
c) demissão a bem do serviço público 
d) n.d.a. 
 
4 - A pena de repreensão será aplicada aos casos de: 
 
a) abandono de cargo 
b) procedimento irregular de natureza grave 
c) ineficiência no serviço 
d) indisciplina ou falta de cumprimento de deveres 
e) n.d.a. 
 
5 - A ineficiência no serviço é caso de aplicação de pena: 
 
a) de repreensão 
b) de suspensão 
c) de demissão 
d) de multa 
e) n.d.a. 
 
6 - Será aplicada a pena de demissão nos casos de: 
 
a) abandono de cargo 
b) procedimento irregular, de natureza grave 
c) aplicação indevida de dinheiro público 
d) ausência ao serviço, se causa justificável, por mais de quarenta e cinco dias, 
interpoladamente, durante um ano 
e) todas as alternativas estão corretas 
 
7 - Deixando, sem justa causa, de atender à exigência, para cujo cumprimento haja prazo 
certo, o funcionário, até que a atenda: 
 
a) ficará suspenso 
b) sujeitar-se-á ao pagamento de multa diária 
c) será reputado ineficiente, sujeitando-se à pena de demissão 
d) terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remuneração 
e) a nenhuma pena estará sujeito 
 
8 - Não poderão trabalhar sob as ordens imediatas de parentes, funcionários com grau de 
parentesco. 
 
a) até quarto grau 
b) até terceiro grau 
c) até segundo grau 
d) poderão, pois não há qualquer restrição 
e) n.d.a. 
 
Gabarito. 
1. b 
2. c 
3. c 
4. d 
5. c 
6. e 
7. d 
8. c 
 
INDAIATUBA 
 
1. Não constitui dever do Funcionário Público: 
 
a) guardar sigilo sobre assuntos da repartição 
b) representar aos superiores sobre todas as irregularidades que tiver ciência 
c) residir no local onde exerce o cargo, ou onde autorizado 
d) n.d.a. 
 
2. Constitui ainda, dever do Funcionário Público : 
 
a) servir de intermediário perante repartição pública para tratar de
interesses das partes 
b) exercer emprego ou função em empresas, estabelecimentos e instituições que tenha 
relação com o Governo em matéria que se relacione com a finalidade das repartições ou 
serviço em que esteja lotado 
c) apresentar-se convenientemente trajado em serviço 
d) n.d.a. 
 
3. Poderá ser descontado dos vencimentos do funcionário, ou de sua remuneração: 
 
a) qualquer erro de cálculo, por ele praticado 
b)o custo com a aquisição de matérias em desacordo com disposições legais e 
regulamentares, por ele praticada 
c) a averba de representação 
d) n.d-a. 
 
4. A pena de repreensão ao Funcionário Público será aplicada: 
 
a) verbalmente 
b) por edital 
c) por escrito, no local em que houver imprensa 
d) n.d.a. 
 
5. Nos casos de indenização à Fazenda Estadual o funcionário será obrigado ao pagamento 
do prejuízo. 
 
a) de uma só vez 
b) parceladamente 
c) descontado dos vencimentos 
d) n.d.a. 
 
6. A pena de demissão por ineficiência no serviço s6 será aplicada ao Funcionário Público 
quando: 
 
a) houver excesso no quadro funcional 
b) por moléstia contagiosa 
c) todas as alternativas anteriores 
d) n.d.a. 
 
7. A pena de demissão a bem do serviço público é aplicada ao funcionário que: 
 
a) praticar insubordinação grave 
b) praticar crime contra a boa ordem da administração pública, à fé pública e a Fazenda 
Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e a defesa nacional 
c) receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, 
diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em razão 
delas 
d) todas as anteriores 
 
8- A pena de repreensão será aplicada: 
 
a) sempre diretamente ao funcionário 
b) através de seus superiores 
c) somente no caso de indisciplina 
d) n.d.a. 
 
Gabarito: 
1. d 
2. c 
3. b 
4. d 
5. a 
6. d 
7. d 
8. d 
 
VIRADOURO 
 
1) Assinale as proposições corretas: 
 
a) Os funcionários públicos somente poderão fazer greve, quando houver atraso superior a 
90 dias no pagamento de seus vencimentos 
b) Os funcionários públicos poderão filiar-se a partidos políticos 
c) Os funcionários não poderão fazer parte de sindicatos, exceto os organizados pelos seus 
superiores hierárquicos 
d) O Funcionário Público não poderá constituir-se procurador ou serviço de intermédio 
perante qualquer repartição pública, nem mesmo quando se tratar de interesse de irmão 
 
2. Assinale as proposições corretas: 
 
a) O Funcionário Público só é obrigado a cumprir as ordens legais recebidas de seus 
superiores 
b) O funcionário deve cumprir toda ordem superior, sem indagar de sua legalidade 
c) O funcionário deve, quando suspeitar de legalidade da ordem, provocar novo 
pronunciamento da autoridade que a expediu 
d) Da falta sujeita à pena de repreensão, multa ou suspensão, prescreve em dois anos 
 
Gabarito. 
1. d 
2. d 
 
PITANGUEIRAS 
 
1. Ao Funcionário Público é proibido. 
 
a) residir no local onde exerce o cargo ou onde autorizado 
b) tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes 
c) promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, ou tornar-se 
solidário com elas 
d) proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função 
 
2) São penas disciplinares (ao Funcionário Público): 
 
a) prisão simples 
b) demissão 
c) advertência por escrito 
d) censura pública 
 
3. Caracteriza-se a responsabilidade do Funcionário Público: 
 
a) quando diminuir a arrecadação fazendária 
b) pela elevação da tributação 
c) por qualquer erro de cálculo ou redução contra a fazenda pública 
d) n.d.a. 
 
4. São deveres do Funcionário Público 
 
a) praticar usura 
b) fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, com o 
representante de outrem 
c) não comparecer ao serviço em caso de moléstia familiar 
d) providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual, a sua 
declaração de família 
 
5. A pena de multa ao Funcionário Público será aplicada: 
 
a) ao livre critério do superior hierárquico 
b) na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento 
c) pela prática de insubordinação grave 
d) quando lesar o patrimônio ou os cofres públicos 
 
6. A pena de suspensão ao Funcionário Público tem o limite de: 
 
a) 90 dias b) 60 dias 
c) 30 dias d) 6 meses 
 
7. O Funcionário Público que vier a ser suspenso : 
 
a) poderá trabalhar em outra repartição durante a suspensão 
b) perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo 
c) não mais poderá retornar ao serviço público 
d) terá que fazer novo concurso público para retornar à atividade anterior 
 
8. É proibido ao Funcionário Público: 
 
a) trabalhar além do expediente normal 
b) ser assíduo e pontual 
c) tratar de interesses particulares na repartição 
d) n.d.a. 
 
9- Ao funcionário que lesou o patrimônio ou os cofres públicos será aplicada na órbita 
administrativa e pena de: 
 
a) demissão a bem do serviço público 
b) demissão 
c) repreensão 
d) suspensão 
 
Gabarito: 
1. c 
2. b 
3. c 
4. d 
5. b 
6. a 
7. b 
8. c 
9. a 
 
SUMARÉ 
 
1) O Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo define "abandono de 
cargo", falta passível de demissão, como o não comparecimento do funcionário ao serviço 
por: 
 
a) mais de 15 dias consecutivos 
b) mais de 30 dias consecutivos 
c) mais de 45 dias consecutivos 
d) mais de 60 dias consecutivos 
e) n.d.a. 
 
2. Do que depende a aplicação da pena de demissão por ineficiência no serviço? 
 
a) da incontinência pública 
b) da apuração da responsabilidade civil do servidor 
c) da gravidade dos prejuízos causados pelo servidor ao serviço público 
d) da verificação da impossibilidade da readaptação 
e) n.d.a. 
 
3) A autoridade competente para aplicar a pena de demissão ao Oficial de Justiça é: 
 
a) o Corregedor Geral da Justiça 
b) o Presidente do Tribunal de Justiça 
c) o Governador do Estado 
d) o Juiz Corregedor Permanente 
e) n.d.a. 
 
4) O Oficial de Justiça exige dinheiro de uma das partes para cumprir ou deixar de cumprir 
diligência determinada em mandado. Comprovado o fato, sujeita-se à pena de: 
 
a) disponibilidade 
b) repreensão 
c) suspensão 
d) multa 
e) n.d.a. 
 
Gabarito: 
1 - b 
2. d 
3. c 
4. e 
 
GUARUJÁ 
 
1. São penas disciplinares, impostas a funcionários públicos: 
 
a) advertência, suspensão, multa 
b) repreensão, multa, demissão 
c) proibição de comparecer ao serviço, demissão, multa 
d) demissão, demissão a bem do serviço, exoneração 
 
2. O Funcionário Público estável somente pode ser admitido se: 
 
a) abandonar o cargo 
b) se for ineficiente no serviço 
c) se tiver procedimento irregular, de natureza grave 
d) se aplicar indevidamente dinheiro público 
e) todas as alternativas estão corretas 
 
3. O funcionário que, no exercício de suas funções, agredir um colega de serviço, está 
sujeito à pena de: 
 
a) repreensão 
b) advertência severa 
c) demissão 
d)demissão a bem do serviço público 
e) exoneração , 
 
4. A pena de suspensão prescreverá em: 
 
a) trinta dias b) sessenta dias 
c) noventa dias d) cento e vinte dias 
 
5. A pena de suspensão prescreverá em: 
 
a) dois anos, a contar da prática da falta 
b) três anos, a contar da abertura da sindicância 
c) cinco anos, a contar do dia da falta 
d) dois anos, a contar da data em que a autoridade tomar conhecimento da falta 
e) cinco anos, a contar da data em que a
autoridade tomar conhecimento da falta. 
 
Gabarito: 
1. b 
2. e 
3. d 
4. c 
5. a 
 
CATANDUVA 
 
1. Quais os pressupostos exigidos para aplicação da pena de suspensão? 
 
a) no caso de indisciplina grave e não superior a 90 dias 
b) no caso de falta grave e não superior a 60 dias 
c) no caso de procedimento irregular de natureza grave e não superior a 60 dias 
d) no caso de falta de cumprimento dos deveres, de natureza grave, e não superior a 90 dias 
e) n-d.a. 
 
2. Ao Funcionário Público responsável por erro (redução) no cálculo de importância contra a 
Fazenda Estadual, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de: 
 
a) demissão 
b) multa 
c) suspensão 
d) advertência 
e) n.d-a. 
 
3. A falta sujeita à pena de demissão a bem do serviço público e de cassação da 
aposentadoria e disponibilidade prescreverá com: 
 
a) 2 anos 
b) 3 anos 
c) 4 anos 
d) 5 anos 
 
Gabarito. 
1. e 
2. e 
3 d 
 
GUARULHOS 
 
1. É permitido ao Funcionário Público: 
 
a) retirar, sem previa permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto 
existente na repartição 
b) tratar de interesses particulares na repartição 
c) empregar material do serviço público em serviço particular 
d) tratar de interesses públicos referentes ao serviço na repartição 
 
2. A pena de suspensão nunca excederá o prazo de: 
 
a) 30 dias b) 45 dias 
c) 90 dias d) 120dias 
 
3. Considera-se abandono de cargo o não comparecimento do funcionário por mais de: 
 
a) 15dias consecutivos 
b) 45 dias consecutivos 
c) 30dias consecutivos 
d) 30 dias interpolados 
 
4. A ineficiência no serviço é o caso de aplicação de pena: 
 
a) de suspensão 
b) de repreensão 
c) de demissão 
d) nenhuma das alternativas está correta 
 
5. Assinale a afirmativa correta: 
 
a) a pena de demissão a bem do serviço público será aplicada ao funcionário que não fo 
convencido da incontinência pública e escandalosa e de vício de jogos proibidos 
b) a pena de demissão a bem do serviço público será aplicada ao funcionário que praticar 
insubordinação grave 
c) a pena de demissão a bem do serviço público será aplicada ao funcionário que apresentar 
declaração em matéria de salário família 
d) a pena de demissão a bem do serviço público será aplicada ao funcionário que aceitou 
ilegalmente cargo ou função pública 
 
6. Quando inicia o prazo prescricional da pena administrativa: 
 
a) no dia em que a autoridade proferir despacho recebendo a denúncia 
b) na data em que proferir decisão terminativa no processo 
c) no dia em que a autoridade tomar conhecimento da existência da falta 
d) no dia em que a autoridade der por aberta a sindicância 
 
7. Do assentamento individual do funcionário deverão constar além de outras: 
 
a) as duas últimas penas que lhe foram impostas 
b) a última pena que lhe foi imposta 
c) as cinco últimas penas que lhe foram impostas 
d) nenhuma das alternativas está correta 
 
Gabarito. 
1. d 
2. c 
3. c 
4. c 
5. b 
6. c 
7. c 
 
JAU 
 
1. Assinale com um "x" a alternativa correta: 
 
a) ao funcionário é permitido participar da gerência de empresas industriais 
b) ao funcionário é permitido requerer a concessão de privilégio de invenção pr6pria 
c) ao funcionário é permitido fazer parte do sindicato de funcionários . 
 
Gabarito: 
1. b 
 
JUNDIAI 
 
1 . Assinale a alternativa correta: "São penas disciplinares" 
 
a) repreensão, suspensão, multa, demissão 
b) repreensão, suspensão, demissão, prisão simples 
c) suspensão, multa, cassação, exoneração 
d) n.d.a. 
 
2. Assinale a alternativa correta: 
"O funcionário que receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer 
espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em 
razão delas" 
 
a) será suspenso por 120 dias, sem remuneração 
b) será advertido e terá que pagar multa 
c) será demitido a bem do serviço público 
d) n.d.a. 
 
3. Assinale a alternativa correta: "As penas disciplinares podem ser aplicadas" 
 
a) pelo Promotor de Justiça 
b) pela comissão processante permanente 
c) pelos diretores gerais, até a suspensão limitada a 30 dias 
d) n.d.a. 
 
4. Assinale a alternativa correta: "A punibilidade de falta também prevista em lei, como 
infração penal" 
 
a) é imprescritível 
b) prescreve em 2 anos 
c) prescreve em 5 anos 
d) n.d.a. 
 
5. Assinale a alternativa correta: "é permitido ao funcionário" 
 
a) exercer comércio, nas horas vagas ou quando em licença ou em férias 
b) constituir-se procurador das partes ou servir de intermediário perante qualquer repartição 
pública 
c) exercer comércio somente entre os companheiros de serviço, promover rifas ou 
subscrever listas de donativos dentro da repartição 
d) n.d.a. 
 
6. Assinale a alternativa correta: "O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, 
nessa qualidade, causar à Fazenda, por dolo ou culpa, devidamente apurado" 
 
a) essa alternativa está incorreta 
b) esta alternativa está correta, excetuando-se as prejuízos decorrentes de erro ou redução 
de cálculo contra a Fazenda Estadual, involuntariamente praticados 
c) essa afirmativa está correta, caracterizando-se especialmente a responsabilidade por 
qualquer erro de cálculo ou redução contra a fazenda 
d) n.d.a. 
 
Gabarito: 
1. a 
2. c 
3. c 
4. d 
5. d 
6. c 
 
MAUÁ 
 
1. É dever do Funcionário Público: 
 
a) fundar sindicato de funcionários 
b) tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes 
c) aderir às greves 
d) n-d.a. 
 
2. É dever do Funcionário Público. 
 
a) promover listas de donativos para companheiros de serviço necessitados 
b) descumprir ordens de serviço que considera ineficientes 
c) guardar sigilo sobre os assuntos da repartição 
d) n.d.a. 
 
3) É proibido ao Funcionário Público: 
 
a) exercer comércio entre os companheiros de serviço 
b) exercer a direção de cooperativas e associações de classe 
c) empregar material particular em serviço público 
d) n.d-a. 
 
4- É proibido ao Funcionário Público 
 
a) ser sócio de empresas que tenha relação com o governo 
b) residir, ainda que autorizado pelo superior hierárquico, em local diverso onde exerce o 
cargo 
c) jogar costumeiramente na loteria esportiva 
d) n.d-a. 
 
5. É proibido ao Funcionário Público: 
 
a) participar de sociedades em que o Estado seja acionista 
b) descumprir ordens superiores manifestamente ilegais 
c) exercer a advocacia administrativa 
d) n.d.a. 
 
6- É proibido ao Funcionário Público. 
 
a) pedir empréstimo em dinheiro a pessoas que tenham interesse na repartição 
b) praticar na repartição, em legítima defesa, ofensas físicas contra companheiros de 
serviço 
c) deixar de comparecer ao serviço por causa justificada 
d) n.d.a. 
 
7. Está sujeito à pena de demissão o Funcionário Público que: 
 
a) deixa de desempenhar com presteza os trabalhos de que for incumbido 
b) faltar ao serviço, injustificadamente, por mais de 30 dias consecutivos 
c)apresentar-se trajado em serviço de forma inconveniente 
d) n.d.a. 
 
8. Está sujeito à pena de demissão a bem do serviço público o funcionário que: 
 
a) for ineficiente no serviço 
b) descumprir seus deveres 
c) solicitar, em razão de suas funções, quaisquer vantagens de pessoas que tenham 
interesse na repartição 
d) n.d.a. 
 
9. Está sujeito à pena de demissão a bem do serviço público o funcionário que: 
 
a) deixar de cooperar com os companheiros
de trabalho 
b) se apresentar embriagado ou causar escândalo em local público 
c) tratar de interesses particulares na repartição 
d) n.d.a. 
 
10 Será suspenso o pagamento do vencimento do Funcionário Público que: 
 
a) praticar usura 
b) deixar de indenizar os prejuízos causados à administração 
c) deixar:, de cumprir no prazo marcado, sem justa causa, qualquer exigência que lhe for 
requisitada por superior hierárquico 
d) n.d.a. 
 
Gabarito: 
1. b 
2. c 
3. a 
4. a 
5. c 
6. a 
7. b 
8- c 
9. b 
10. c 
 
PIRASSUNUNGA 
 
1) Deverão constar do assentamento individual do funcionário todas as penas que lhe forem 
impostas: 
 
a) a afirmativa é falsa, porque o funcionário seria duplamente punido 
b) a afirmativa é verdadeira em parte, já que s6 as penas impostas com relação a fatos 
graves vão para o prontuário do servidor 
c) a afirmativa é falsa, porque as penas aplicadas ficam registradas em livros pr6prios 
d) a afirmativa é inteiramente verdadeira, estando prevista no Estatuto dos Funcionários 
Públicos Civis do Estado de São Paulo 
 
2. O funcionário já aposentado: 
 
a) não tem nenhuma obrigação de atender a exigência com prazos para seu cumprimento, 
pois já não mais trabalha 
b) é obrigado a atender a todas as ordens e exigências que lhe forem feitas, pois continua 
recebendo do Estado 
c) pode receber ordens, mas não as cumprirá se não desejar, o que vem previsto no 
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo 
d) que sem justa causa, deixar de atender a qualquer exigência para cujo cumprimento seja 
marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remuneração até 
que satisfaça essa exigência 
 
3. São penas disciplinares: 
 
a) repreensão, suspensão, multa e demissão 
b) repreensão, multa, demissão a bem do serviço público e prisão 
c) repreensão, multa, exclusão e demissão 
d) repreensão, suspensão e admoestação, e à prisão em alguns casos mais graves 
 
3. A aposentadoria de Funcionário Público será cassada se ficar provado que o inativo. 
 
a) quando em atividade, praticou falta punível com demissão a bem do serviço público 
b) quando em atividade praticou falta grave punível com demissão a bem do serviço público 
c) nunca poderá ser cassado, em face de direito adquirido 
d) nenhuma das alternativas é verdadeira, porque se provado algo conta o aposentado será 
ele colocado em disponibilidade 
 
Gabarito: 
1. d 
2. d 
3. a 
4. b 
 
TAUBATÉ 
 
1 - A prática da ação por parte do funcionário, de que resulte prejuízo para os cofres 
públicos ou dano para o patrim6nio do Estado, sujeita-o a qual das seguintes penas 
disciplinares: 
 
a) cassação de aposentadoria ou disponibilidade 
b) muItas graves vão para o prontuário do servidor 
c) demissão 
d) suspensão 
e) demissão a bem do serviço público 
 
2 - Deixando, sem juta causa, de atender a exigência, para cujo cumprimento haja prazo 
certo, até que a atenda: 
 
a) ficará suspenso 
b) sujeitar-se-á ao pagamento de multa diária 
c) será reputado ineficiente, sujeitando-se à pena de demissão 
d) terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remuneração 
e) a nenhuma pena estará sujeito 
 
3 - Incorrendo em responsabilidade para com a Fazenda do Estado, por ter-lhe causado, na 
sua qualidade de funcionário e em virtude de alcance ou desfalque, prejuízos, deverá ele 
indenizá-la? Em caso afirmativo, repondo de uma só vez o valor do dano causado? 
 
a) Sim. Não. 
b) Não. 
c) Sim. Sim. 
d) Sim. Dependerá do cargo que exerça. 
e) Sim. Dependerá do nível de seu vencimento ou remuneração. 
 
4- O Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei Estadual no 
10.261, de 28/10/1968): 
 
a) não prescreve deveres para o funcionário 
b) fixa deveres do funcionário, entre os quais o dever de ser assíduo e pontual e o de zelar 
pela economia e conservação do material do Estado 
c) não exige que o funcionário proceda na vida pública e privada na forma que dignifique a 
função pública 
d) permite que o funcionário use material de serviço público em serviço particular 
e) garante ao funcionário a possibilidade de tratar de interesses particulares na repartição 
 
5- A responsabilidade administrativa do funcionário: 
 
a) não o exime da responsabilidade civil ou criminal que o caso couber 
b) pode eximi-lo de qualquer outra responsabilidade 
c) exime-o apenas da responsabilidade civil que no caso couber 
d) exime-o tão só da responsabilidade criminal que no caso couber 
e) é a única responsabilidade legal a que ele se sujeita. 
 
Gabarito: 
1 / e 
2 / d 
3 / c 
4 / b 
5 / a 
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO 
ESTADO DE SÃO PAULO - Lei nº 10.261, de 28/10/1968 
 
 
Num primeiro momento, em que pese o 
presente estudo estar voltado a facilitar o aluno 
ao ingresso nas carreiras de Oficial de Justiça e 
Escrevente Técnico Judiciário, vale ressalvar 
desde já que este estatuto engloba todos os 
funcionários públicos civis do estado de São 
Paulo, e não só Oficial de Justiça e Escrevente 
Técnico Judiciário. 
 
 
DIREITO DE PETIÇÃO 
 
Direito de Petição - É o direito de pedir, de dirigir petições aos órgãos 
públicos, solicitando ou exigindo dos mesmos, determinadas providências 
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder. 
Referido direito encontra-se previsto no art. 5o, inc. XXXIV da Constituição 
Federal do Brasil, afirmando que "são a todos assegurados, 
independentemente do pagamento de taxas o direito de petição aos Poderes 
Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder." 
Dessa forma, o direito de petição previsto na Constituição, aplica-se também 
aos Funcionários Públicos, na forma e nos termos declinados no estatuto 
que estamos estudando. 
 
Art. 239 
É permitido ao funcionário requerer ou representar, pedir reconsideração ou 
recorrer de decisões, desde que o faça dentro das normas de urbanidade e 
em termos, observadas as seguintes regras: 
 
O direito de petição se manifesta de quatro formas distintas: requerimento, 
representação, reconsideração e recurso. O Funcionário Público pode se 
valer do direito de petição fazendo um requerimento, elaborando uma 
representação, pedindo a reconsideração de um determinado ato, ou dele 
interpor um recurso. Há, portanto, quatro formas distintas de peticionar. 
Requerimento é um pedido ou solicitação, objetivando a feitura ou a 
execução de alguma coisa, ou a satisfação de alguma pretensão. Exemplos: 
requerimento de férias, licença-prêmio, certidão, etc. 
Representação é uma denúncia formal informando qualquer irregularidade 
interna. No sentido popular, seria "dedar", "entregar" alguém. Se o 
Funcionário Público tiver conhecimento de que um determinado colega de 
trabalho está tendo uma conduta desonesta ou ilegal, deverá representá-lo 
("dedá-lo", "entregá-lo") ao seu superior hierárquico. 
Reconsideração é a forma que o Funcionário Público tem para dirigir-se à 
autoridade que praticou um determinado ato e com o qual não concorda, 
para que ela o reveja, alterando-o. 
Recurso é a forma pela qual o Funcionário Público dirigi-se a autoridade 
superior àquela que praticou o ato, afim de que ela o altere. 
 
I - nenhuma solicitação qualquer que seja a sua forma, poderá ser: 
 
Neste caso, solicitação segue como sinônimo de petição, em qualquer uma 
de suas formas. 
 
 1. dirigida à autoridade incompetente para decidi-la; e 
A competência da autoridade não está ligada à sua capacidade mental ou 
intelectual. 
 
Autoridade competente nos termos da lei em estudo, quer dizer autoridade 
que detém poderes para apreciar o pedido que lhe foi apresentado. 
 
 2. encaminhada senão por intermédio da autoridade a que estiver 
imediatamente subordinado o funcionário;
A petição, que deverá ser escrita, será sempre apresentada ao superior 
hierárquico imediato do Funcionário Público, e ela se incumbirá de 
encaminhá-la ao destinatário da petição. 
 
II - o pedido de reconsideração só será cabível quando contiver novos 
argumentos e será sempre dirigido à autoridade que tiver expedido o ato ou 
proferido a decisão; 
 
Não poderá ser formulado pedido de reconsideração com os mesmos 
argumentos já apresentados. 
Também, o pedido de reconsideração deverá ser encaminhado única e 
exclusivamente para a autoridade que praticou o ato, pois somente ela 
poderá reconsiderar o ato que ela própria praticou. Somente a autoridade 
que praticou o ato será competente para apreciar o pedido de 
reconsideração, sendo qualquer outra autoridade incompetente. Se 
interposto frente à autoridade incompetente, o pedido será indeferido 
(recusado) desde logo (ver § 1o logo abaixo). 
 
III - nenhum pedido de reconsideração poderá ser renovado; 
 
Não cabe novo pedido de reconsideração, pois se a autoridade que praticou 
o ato não o reconsiderou frente ao primeiro pedido de reconsideração, não 
há que se pedir novamente para ela reconsiderar aquele ato. É lógico que, se 
não reconsiderou no primeiro pedido, não irá reconsiderar jamais. 
 
IV - o pedido de reconsideração deverá ser decidido no prazo máximo de 30 
(trinta) dias. 
 
Cumpre frisar com cores fortes, para que não haja confusão futura, que o 
prazo acima elencado é para a autoridade competente decidir, e não para o 
Funcionário Público apresentar o pedido. 
O prazo de trinta dias não se confunde com um mês, pois temos meses com 
28, 29, 30 e 31 dias. 
 
V - só caberá recurso quando houver pedido de reconsideração desatendido 
ou não decidido no prazo legal; 
 
Este inciso prevê que, para questionar um ato administrativo através da 
interposição de um recurso, há a necessidade de já haver sido pleiteada a 
reconsideração este ato, sendo ela indeferida (recusada) ou não decidida no 
prazo legal de trinta dias (inc. IV). 
Se ao final de trinta dias a autoridade ainda não tiver julgado o pedido de 
reconsideração, mesmo sem qualquer julgamento, desde logo o Funcionário 
Público está autorizado a entrar com recurso, como se a reconsideração 
tivesse sido indeferida pela autoridade. 
Mesmo se houver esgotado os trinta dias e já interposto o recurso pelo 
Funcionário Público, pode a autoridade reconsiderar o ato, o que 
prejudicaria o recurso, pois não haverá mais o ato hostilizado. 
Assim, não pode ser interposto recurso direto, pois, para que o recurso seja 
cabível, há a necessidade de anterior pedido de reconsideração. 
 
VI - o recurso será dirigido à autoridade a que estiver imediatamente 
subordinado a que tenha expedido o ato ou proferido a decisão e, 
sucessivamente, na escala ascendente, às demais autoridades; e 
 
Em respeito à hierarquia administrativa, este dispositivo declina que o 
recurso deverá ser dirigido à autoridade imediatamente superior àquela que 
praticou o ato. Se houver necessidade de recorrer desta decisão, o novo 
recurso será dirigido para a autoridade imediatamente superior àquela que 
proferiu a decisão, e assim sucessivamente, sempre na escala ascendente. 
 
VII - nenhum recurso poderá ser dirigido mais de uma vez à mesma 
autoridade. 
 
No mesmo sentido do inciso III, uma vez que a autoridade competente 
decidiu sobre o recurso apresentado, não há motivo para apresentar novo 
recurso para esta mesma autoridade, pois a resposta seria a mesma. Assim, 
determina a lei que o novo recurso deverá ser interposto frente à autoridade 
hierarquicamente superior àquela que decidiu anteriormente. 
 
§ 1º. Em hipótese alguma, poderá ser recebida petição, pedido de 
reconsideração ou recurso que não atenda às prescrições deste artigo, 
devendo a autoridade à qual forem encaminhadas tais peças, indeferi-las de 
plano. 
 
O direito de petição deve ser exercido dentro de suas especificações e 
requisitos. Assim, o Funcionário Público, ao peticionar deverá observar os 
prazos, a autoridade competente, os fundamentos de fato e de direito, etc. 
 
§ 2º. A decisão final dos recursos a que se refere este artigo deverá ser dada 
no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data do recebimento na 
repartição, e uma vez proferida, será imediatamente publicada, sob pena de 
responsabilidade do funcionário infrator. Se a decisão não for proferida 
dentro desse prazo, poderá o funcionário desde logo interpor recurso à 
autoridade superior. 
 
Diferenciando da reconsideração, que deverá ser decidida em 30 (trinta) 
dias, o recurso deverá ser apreciado e decidido em 90 (noventa) dias. 
Da mesma forma da reconsideração, se o recurso não for decidido no prazo 
acima estipulado, desde logo poderá o Funcionário Público entrar com novo 
recurso à autoridade superior, como se aquele tivesse sido indeferido. 
Como na reconsideração, se houver esgotado os noventa dias e já 
interposto o recurso pelo Funcionário Público à autoridade superior, pode a 
autoridade julgar o recurso e rever o ato, o que prejudicaria o recurso, pois 
não haverá mais o ato hostilizado. 
 
§ 3º. Os pedidos de reconsideração e os recursos não têm efeito suspensivo; 
os que forem providos, porém, darão lugar às retificações necessárias, 
retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado, desde que outra 
providência não determine a autoridade quanto aos efeitos relativos ao 
passado. 
 
Tendo em vista que os pedidos de reconsideração e os recursos não 
dispõem de efeito suspensivo, vale dizer que os efeitos do ato impugnado 
surtirão seus efeitos até a revisão pela autoridade competente. 
 
Exemplificando: Se o Funcionário Público foi injustamente demitido, e, 
não se conformando, protocolou o pedido de reconsideração do ato 
administrativo visando a sua reintegração ao cargo, ficará afastado de suas 
funções até que o ato seja reconsiderado, ou, se houve recurso, até que este 
seja aceito. Até a reconsideração do ato ou do provimento do recurso, o 
Funcionário Público não receberá nenhuma verba salarial. 
Porém, quando revisto o ato que determinou a sua demissão (seja pela 
reconsideração ou pelo recurso), o Funcionário Público receberá todos os 
salários e vantagens do cargo retroativamente, como se nunca tivesse sido 
demitido. Isto é a retroação dos efeitos de que trata a lei. 
 
Art. 240 
O direito de pleitear na esfera administrativa, prescreve a partir da data da 
publicação, no órgão oficial, do ato impugnado, ou, quando este for de 
natureza reservada, da data em que dele tiver conhecimento o funcionário: 
 
Prescrição é perda do direito de ação. Se o Funcionário Público tomou 
conhecimento de um determinado ato administrativo e dele não se 
conformou, deve ajuizar seu pedido de reconsideração ou recurso no prazo 
estipulado nos incisos que seguem abaixo. Caso ultrapassado o prazo, não 
mais poderá se insurgir contra aquele ato, quer por reconsideração, quer por 
recurso. 
 
I - em 5 (cinco) anos quanto aos atos de que decorrerem a demissão, 
aposentadoria ou disponibilidade do funcionário; e 
 
Vale frisar, para não passar desapercebido, que o prazo de cinco anos 
somente se aplica aos casos de demissão, aposentadoria e disponibilidade 
do funcionário. 
 
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos. 
 
Todos os demais casos, exceto aqueles acima citados (demissão, 
aposentadoria e disponibilidade do Funcionário Público) prescreve em 120 
dias. E mais, 120 dias não são quatro meses, pois existe mês com 28, 29, 30 
e 31 dias. 
 
Parágrafo único - Os recursos ou pedidos de reconsideração, quando 
cabíveis, e apresentados dentro dos prazos de que trata este artigo, 
interrompem a prescrição, até 2 (duas) vezes no máximo, determinando a 
contagem de novos prazos, a partir da data de publicação oficial do 
despacho denegatório ou restritivo do direito. 
 
Se o recurso
ou pedido de reconsideração é cabível e apresentado dentro do 
prazo, interrompe a prescrição. Ou seja, se há interrupção da prescrição, se 
ela voltar a fluir novamente, será pelo prazo integral. 
 
Por exemplo: o Funcionário Público foi transferido arbitrariamente de sua 
cidade, para outra distante. Em tese, ele teria o prazo de 120 dias para pedir 
a reconsideração do ato que determinou a sua transferência. Se ele fizer o 
pedido no 100° dia, houve a interrupção da prescrição. Se o seu pedido de 
reconsideração for negado ou não julgado no prazo de trinta dias, ele terá o 
prazo novamente de 120 dias para interpor o recurso à autoridade 
imediatamente superior. Sempre que ocorrer a interrupção da prescrição, o 
prazo volta a correr por inteiro, e não pela quantia que faltava. 
 
Em resumo: 
 
O artigo 239 do Estatuto dos Funcionários Públicos e Civis do Estado de São 
Paulo confere ao Funcionário Público o exercício do direito de petição, ou 
seja, o direito de requerer ou representar, para pedir reconsideração e 
recorrer das decisões, desde que o faça por escrito e dentro das normas de 
urbanidade, isto é, de maneira cortês. Assim, quando um Funcionário 
Público tiver necessidade de formular uma petição para tratar de assuntos 
referentes a atos administrativos ou decisões, como por exemplo, uma 
punição injusta ou uma remoção não desejada, ele poderá exercer o direito 
de petição. 
Segundo o inciso I do artigo 239, a solicitação deverá ser dirigida somente à 
autoridade competente para decidi-la, por intermédio de seu chefe imediato, 
em obediência ao princípio da hierarquia exigido pelo Estatuto. 
 
Pedido de Reconsideração - Às vezes a autoridade toma uma decisão 
ou expede um ato que fere os interesses de um Funcionário Público, 
levando-o a sentir-se prejudicado. Quando isto ocorre, o Funcionário Público 
pode solicitar o reexame da decisão, objetivando sua invalidação ou 
modificação. Esta solicitação é denominada pedido de reconsideração, que 
deve ser dirigido à mesma autoridade que tomou a decisão ou expediu o ato. 
Entretanto, este pedido só será cabível quando o Funcionário Público 
apresentar novos argumentos que o justifique. 
Após receber o pedido de reconsideração, a autoridade deverá reexaminar a 
sua própria decisão, deferindo ou indeferindo total ou parcialmente o 
pedido, modificando ou invalidando a sua decisão. 
O pedido de reconsideração só pode ser formulado uma única vez, pois 
conforme o inciso III do artigo 239, nenhum pedido de reconsideração 
poderá ser renovado, e segundo o inciso IV, deverá ser decidido no prazo 
máximo de 30 dias, durante o qual deverá reexaminar sua decisão, sob pena 
de ser considerado indeferido. 
O inciso V do artigo em estudo informa que só caberá recurso quando o 
pedido de reconsideração não for atendido ou não decidido no prazo legal. 
A autoridade após examinar sua primeira decisão, deverá proferir uma nova 
deferindo ou indeferindo o pedido. 
 
Pedido deferido - Quando na nova decisão a autoridade modifica ou 
invalida o pedido. 
 
Pedido indeferido - Quando na nova decisão a autoridade mantiver a 
anterior. 
 
Na hipótese do pedido ser indeferido, o Funcionário Público poderá recorrer 
à autoridade superior. 
O inciso VI estabelece que, a autoridade superior que o Funcionário Público 
deve recorrer é aquela imediatamente superior a que tenha expedido o ato 
ou proferido a decisão, lembrando que toda solicitação deve ser 
encaminhada à autoridade superior por meio do chefe imediato do 
funcionário, incluindo-se o recurso. 
O inciso VII dispõe que nenhum recurso poderá ser dirigido mais de uma vez 
à mesma autoridade. 
O parágrafo 1o deste inciso acentua que em hipótese alguma, poderá ser 
recebida petição, pedido de reconsideração ou recurso que não atenda as 
prescrições do artigo 239, devendo a autoridade à qual forem encaminhadas 
tais peças, indeferi-las de plano, isto é, imediatamente. 
O parágrafo 2o do inciso VII trata do prazo referente à decisão final do 
recurso, que é de 90 dias, contados da data do recebimento na repartição. 
Caso a decisão não for proferida dentro do prazo estipulado, o Funcionário 
Público poderá imediatamente interpor recurso junto à autoridade superior a 
quem deferiu o recurso. 
Finalmente, o parágrafo 3o do inciso VII, reza que os pedidos de 
reconsideração e os recursos não têm efeito suspensivo (o ato hostilizado 
surte seus efeitos até sua revisão). 
Os recursos que forem providos, ou seja, recebidos e deferidos, entretanto, 
darão lugar as retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à data do 
ato impugnado, desde que outra providência não seja determinada pela 
autoridade no que se refere aos efeitos relativos ao passado. 
O artigo 240 e seus incisos referem-se ao prazo estabelecido para exercício 
do direito de petição. Este prazo começa a ser contado, depois que o 
Funcionário Público tomou conhecimento pessoalmente ou por publicação 
no órgão oficial, do ato que o prejudicou. 
 
 
 
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em 
07/06/2003 
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto 
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências 
correlatas 
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: 
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte 
lei complementar: 
Artigo 1º 
Passam a vigorar com a seguinte redação os dispositivos adiante 
enumerados da Lei N° 10.261/1968: 
I - os artigos 239 e 240: 
"Artigo 239 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, 
independentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade ou 
abuso de poder e para defesa de direitos. (NR) 
§ 1o - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou 
conduta incompatível no serviço público. (NR) 
§ 2o - Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a 
protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade 
do agente. (NR) 
Artigo 240 - Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar, 
bem como, nos termos desta lei complementar, pedir reconsideração e 
recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo previsão legal 
específica. (NR)"; 
II - o inciso II do artigo 257, passando o TÍTULO VII a denominar-se "Das 
Penalidades, da Extinção da Punibilidade e das Providências Preliminares" 
(NR): 
"II - praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé 
pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à 
defesa nacional;" (NR); 
DOS DEVERES 
 
A palavra dever deriva do latim "debere" (ser devedor, estar obrigado), não 
possuindo o verbo, na linguagem jurídica outra significação. Dever é algo 
que tem que ser observado pelo Funcionário Público, sob pena punição pela 
desobediência. 
Quer, assim, significar o fato de se encontrar uma pessoa sujeita ao 
cumprimento de uma obrigação, em virtude da qual terá que fazer alguma 
coisa. 
E nós vamos ver aqui justamente os deveres que o funcionário ou servidor 
público deve observar a partir de sua nomeação ao cargo ou função pública, 
conforme este estatuto. 
Devemos atentar que se tratam dos deveres dos funcionários públicos (não 
é uma faculdade, ou possibilidade), os quais se não cumpridos, acarretam 
penalidades ao Funcionário Público. O Funcionário Público DEVE proceder 
na conformidade com os seus deveres. 
 
Art. 241 - São deveres do funcionário: 
 
O presente estatuto ora fala sobre deveres (artigo que será estudado a 
seguir) e ora discorre sobre proibições do funcionário público. É fácil 
diferenciar os deveres das proibições. Enquanto os deveres são as regras 
que o funcionário público tem que fazer, as proibições são as condutas que 
o funcionário público não pode fazer. 
 
Assim, seguem os deveres do Funcionário Público: 
 
I - ser assíduo e pontual; 
 
Ser assíduo quer
dizer comparecer com regularidade e exatidão ao lugar 
onde tem de desempenhar seus deveres ou funções, procurando não faltar. 
Diz respeito à estrita observância dos dias em que há labor. 
Já ser pontual, diz respeito ao horário para o desempenho da função. Não 
basta comparecer para trabalhar todos os dias em que há labor, mas chegar 
no horário determinado e não sair antes da hora prevista. É o cumprimento 
do horário em si. 
Não ferem a assiduidade do Funcionário Público as licenças, afastamentos, 
faltas abonadas, justificadas, para registro de filho ou doação de sangue, 
licença prêmio, etc. Bem como também não prejudicam a pontualidade do 
Funcionário Público as saídas antecipadas, entradas-tarde, horário especial 
para estudante, etc. Em todos os casos citados há uma coerente 
justificativa. 
 
II - cumprir as ordens superiores, representando quando forem 
manifestamente ilegais; 
 
Cumprir ordens superiores é simplesmente respeitar a hierarquia do serviço 
público, obrigação do Funcionário Público. 
Porém, quando a ordem for manifestamente ilegal (uma ordem que toda 
pessoa tem capacidade para saber que é contrária à lei), o Funcionário 
Público não está obrigado a cumpri-la. 
Por exemplo: sabidamente, a lei diz que a residência é inviolável durante o 
período noturno. Imagine que o Oficial de Justiça, sem qualquer justificativa, 
recebeu uma ordem superior para que adentre a residência de uma pessoa e 
penhore os bens que encontrar. Certamente, tal ordem é ilegal, não devendo 
ser cumprida. Podemos ir além, imagine a situação absurda de um Juiz 
determinar o cumprimento de um mandado de citação ou intimação, e, se 
houver recusa em apor o ciente, o Oficial de Justiça deverá empregar força 
física para tanto. Não há qualquer lógica para que tal ordem seja cumprida, 
pois o Código de Processo Civil determina que basta o Oficial de Justiça 
certificar o ocorrido e o ato será válido, mesmo sem a assinatura do 
interessado. 
Porém, sempre que ocorrer tal situação, o estatuto determina que além de 
não cumprir o mandamento, o Funcionário Público deverá representar 
(denunciar) o autor a ordem ilícita ao superior dele. 
Vale, porém, ressaltar que para o não cumprimento da ordem, não pode 
haver dúvida quanto à legalidade ou ilegalidade dela, pois se houver dúvida, 
o Funcionário Público é obrigado a cumprir a ordem, para não incorrer em 
desobediência. Não pode o Funcionário Público ficar discutindo se a ordem 
é legal ou não, sob pena de criar um tumulto no desempenho de suas 
funções. Ao Funcionário Público não cabe qualquer juízo de valor quanto a 
ordem (se ela é correta ou não, se ela é justa ou injusta), mas somente 
quanto a legalidade ou ilegalidade da ordem. 
 
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido; 
 
Desempenhar com zelo é desempenhar com afeição, dedicação, cuidado, 
capricho sua tarefa. O Funcionário Público, então, não pode fazer seu 
serviço "de qualquer jeito", descuidadamente ou sem capricho. 
Presteza é agilidade, prontidão, o mais rápido possível; não "enrolar" no 
cumprimento do seu dever, ter preguiça ou deixar "para depois". 
Então, o Funcionário Público deve desempenhar suas funções com rapidez e 
capricho, pois se assim não o fizer, incorre em desídia, que é punida pela 
administração. 
 
IV - guardar sigilo, sobre os assuntos da repartição e, especialmente sobre 
despachos, decisões ou providências; 
 
Guardar sigilo é o mesmo que guardar segredo acerca de todos os assuntos 
que tenha conhecimento ou que aconteçam onde o Funcionário Público 
exerce suas funções. 
No ambiente forense, desempenhando suas funções, muitas vezes os 
funcionários ficam sabendo de vários fatos contidos em processos. 
Logicamente, o Funcionário Público não pode ficar contando aos outros o 
que acontece no local de seu trabalho, podendo, até mesmo, ser 
responsabilizado criminalmente (crime de violação de sigilo funcional). 
Imagine que um Funcionário Público recebeu uma mandado de citação 
acerca de um processo de separação judicial de uma pessoa muito 
conhecida, e antes mesmo de levar este mandado até a pessoa interessada, 
ele sai contanto para todos os amigos, e um destes conta para aquela 
pessoa, que fica sabendo dos fatos antes de receber o mandado. Nem se 
queira falar em tal situação, até mesmo que o processo de separação judicial 
(dentre muitos outros) tramita em segredo de justiça, e ninguém, salvo as 
partes, advogados constituídos e juizes podem ter acesso a ele. 
Também no caso de uma apreensão de um determinado bem, se o detentor 
deste bem ficar sabendo que será apreendido, certamente irá escondê-lo 
para que o bem não seja encontrado pelo Oficial de Justiça, quando vier 
cumprir o mandado. A falta de sigilo prejudicaria a realização do ato, motivo 
pelo qual o sigilo e discrição é fundamental para o desempenho das 
funções do Oficial de Justiça. 
 
V - representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver 
conhecimento no exercício de suas funções; 
 
Representar, aqui, tem aquele sentido já declinado de denunciar, expor, 
informar, comunicar. Deve o Funcionário Público, portanto, informar sempre 
aos seus superiores as irregularidades que tenha conhecimento no 
desempenho de suas funções, para que estes tomem as providências 
cabíveis em cada caso, no intuito de sanar tais irregularidades, melhorando 
a qualidade do serviço público. Não deve o Funcionário Público ficar imune 
às irregularidades que tiver conhecimento. 
Se o Funcionário Público não comunica o fato aos superiores, seria o 
mesmo que ele encobrir essas irregularidades e pode ser penalizado. 
Se a ciência de tais irregularidades vierem fora do exercício de suas 
funções, tal ordenamento não se aplica, mas, apesar de não estar obrigado, 
seria prudente comunicar. 
 
VI - tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes; 
 
Tem que haver harmonia no ambiente de trabalho, não pode haver 
desavenças. Imagine um ambiente de trabalho onde todos se odeiem, não 
haja respeito, se hostilizem, etc. 
Como seria a qualidade do serviço público nesse ambiente? É dever do 
Funcionário Público ter um bom relacionamento com seus companheiros de 
serviço, para que todos se sintam bem e trabalhem com, organização e 
aproveitamento. 
Também é dever do Funcionário Público tratar bem todas as pessoas que 
vão à repartição pública, sendo educado e prestativo, abstendo-se tratar as 
pessoas com rudez e pouco caso. Afinal sua função é atender bem a todas 
as pessoas, mesmo porque é o próprio povo que paga (ainda que de forma 
indireta) seus vencimentos. 
Companheiros de serviço incluem aqueles que desempenham a mesma 
função, e também os superiores e subalternos, caso existam. Partes, em 
regra, são: autor, réu, exeqüente, executado, requerente, requerido, 
reclamante, reclamado, etc. testemunhas, peritos e demais pessoas que 
integram o processo. 
 
VII - residir no local onde exerce o cargo, ou onde autorizado; 
 
Em regra, é dever do Funcionário Público residir na mesma cidade em que 
exerce suas funções. Ás vezes pode ser necessário que ele trabalhe até mais 
tarde, ou seja procurado fora de seu horário de trabalho e o Funcionário 
Público dependa de horário de ônibus, ou, residindo fora da comarca, esteja 
mais sujeito a chegar atrasado com problemas de furar pneu, atraso de 
condução, etc. 
Existe, inclusive, um prazo de 30 dias para que o Funcionário Público tome 
posse, a partir de sua nomeação. 
Porém, como exceção à regra, poderá o Funcionário Público residir em local 
diverso daquele que desempenha suas funções, mas deverá estar autorizado 
para tanto. 
 
VIII - providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento 
individual a sua declaração de família; 
 
A ficha de informações do Funcionário Público é denominado assentamento, 
e nela devem conter as informações mais atualizadas quanto possível.
Tudo o que ocorre com o Funcionário Público - como férias, faltas, 
penalidades aplicadas, licenças, promoções, afastamentos, casamento, 
nascimento de filhos, etc. vão para essa ficha. É como um cadastro do 
Funcionário Público. 
 
IX - zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do que for 
confiado à sua guarda ou utilização; 
 
O material empregado no serviço do Funcionário Público e o que foi 
confiado à sua guarda é pago, ainda que indiretamente pelo povo. Assim, 
compete a ele zelar pela conservação e economia deste material, evitando 
desperdícios, estragos e utilizações indevidas. 
 Se o Funcionário Público assim não proceder, estará cometendo infração 
disciplinar, e será punido por transgressão a um dever funcional. 
 
X - apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme 
determinado quando for o caso; 
 
Em vários serviços não é necessário uniforme, devendo o Funcionário 
Público se trajar de forma conveniente e compatível com a realização de 
suas funções e com o ambiente de trabalho, não devendo trabalhar com 
roupas rasgadas, sujas, de calção, maiôs, sungas, ou mesmo parecendo 
mendigos. O Funcionário Público deve trabalhar apresentando boa 
aparência. 
Não se exige roupas de marca ou caras. Mas exige-se o bom senso ao se 
vestir. É perfeitamente permitido trabalhar de camiseta branca, limpa e bem 
passada, mas seria inaceitável uma camiseta com estampas malucas de 
grupo de rock qualquer. Neste caso, não é o problema da roupa, mas da 
estampa. 
Se o uso de uniforme for determinado, como o caso de função de guarda, 
agente de segurança, ou outro qualquer e que seja exigido o uniforme, o 
Funcionário Público deverá estar uniformizado, sob pena de processo 
administrativo. 
 
XI - atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, às 
requisições de papéis, documentos, informações ou providências que lhe 
forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para defesa do 
Estado, em juízo; 
 
Prontamente quer dizer rapidamente, de forma célere. E é assim que o 
Funcionário Público deve proceder com as requisições, informações ou 
providências, que sejam feitas por autoridades administrativas ou 
judiciárias, quando o Estado tiver interesse na demanda. 
Sempre que o Estado estiver litigando num processo, seja como autor ou 
réu, as intimações e demais atos terão preferência sobre os demais. 
Isso acontece porque o interesse do Estado (interesse coletivo) tem 
preferência sobre o interesse particular, por representar o interesse do povo, 
o bem comum. Esses pedidos devem então ser atendidos com preferência 
sobre os outros pedidos. 
 
XII - cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de 
trabalho; 
 
Ser solidário não quer dizer proteger, encobrir uma falcatrua ou um crime, 
ou dele participar, mas sim ajudar na realização de uma função. No mesmo 
sentido, cooperar é auxiliar o colega, preocupando-se uns com os outros, 
ajudando. 
 
O Funcionário Público deve fazer sua função e também se preocupar com o 
seu companheiro de trabalho. A harmonia no ambiente do trabalho, e ajuda e 
cooperação de todos é que garante a eficiência do serviço público, e quem 
assim não proceder, estará faltando com dever funcional. 
 
Por exemplo: se o(a) Oficial de Justiça sabe que seu companheiro de 
função está com o carro quebrado e precisa cumprir um determinado 
mandado num bairro distante, pode o Funcionário Público emprestar seu 
carro, ou levá-lo pessoalmente. 
Este dever está intimamente ligado ao dever de tratar com urbanidade os 
companheiros de serviço e as partes, indicando no inciso VI, deste mesmo 
artigo. 
 
XIII - estar em dia com as leis, regulamentos, instruções e ordens de serviço 
que digam respeito às suas funções; 
 
O Funcionário Público deve sempre estar em dia com suas obrigações 
eleitorais, militares, civis, etc. Deve ainda estar ele ciente das leis que 
disciplinam o seu trabalho, como por exemplo, nos casos de escrevente o 
oficial de justiça, as Normas de Serviço da Egrégia Corregedoria Geral da 
Justiça, as alterações nos Códigos de Processo Penal e Civil, podendo, se 
não o fizer, cometer erros no desempenho de seu serviço e, inclusive, 
prejudicar as pessoas que precisam e confiam no serviço público. 
 
XIV - proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função 
pública; 
 
O Funcionário Público deve ser educado, honesto, atencioso, para dignificar 
a função pública. Porém, na sua vida privada também não pode cometer atos 
que não condizem com sua função. 
O Funcionário Público deve agir pública e privadamente de forma correta, 
estreita, ter uma conduta ilibada, boa reputação, etc. 
Não ficaria bem um oficial de justiça ou escrevente estar envolvido em 
escândalos ou brigas. 
Sendo Funcionário Público, as pessoas que o virem em tal situação 
constrangedora, farão o mesmo juízo dos demais funcionários, o que jamais 
poderia ocorrer. Tal situação mancharia a imagem do serviço público como 
um todo e dos outros funcionários. 
Portanto, o Funcionário Público também tem deveres na sua vida particular, 
não se adstringindo esses deveres à sua função, sob pena, inclusive, de 
demissão. 
DAS PROIBIÇÕES 
 
A palavra proibição deriva do latim prohibitio, de prohibire (vedar, 
interditar, proibir), e na terminologia jurídica exprime toda disposição ou 
princípio pelo qual se proíbe ou se veda a prática de um ato. 
Além dos deveres, o Funcionário Público deve observar as proibições que 
lhe são impostas, quando da nomeação para o serviço público. 
Conforme já fora dito anteriormente, enquanto que os deveres são as regras 
que o Funcionário Público tem que fazer, as proibições são as condutas que 
o Funcionário Público não pode fazer. Já vimos os deveres, agora veremos 
as proibições. 
Existem proibições que além de incorrerem em penalidades administrativas, 
também são consideradas crime contra a administração pública (Título XI do 
Código Penal). 
 
Art. 242 - Ao funcionário é proibido: 
 
Seguem abaixo as proibições aos Funcionários Públicos: 
 
I - referir-se depreciativamente, em informação, parecer, ou despacho, ou 
pela imprensa, ou qualquer meio de divulgação, às autoridades constituídas 
e aos atos da Administração, podendo, porém, em trabalho devidamente 
assinado, apreciá-los sob o aspecto doutrinário e da organização e eficiência 
do serviço; 
 
O Funcionário Público não pode menosprezar seus superiores hierárquicos 
e as ordens recebidas. Discordando o Funcionário Público com a forma de 
execução do serviço, mesmo assim, ele deve obedecer à ordem e cumpri-la. 
É importante a observação da hierarquia no serviço público para a diligência 
e urbanidade do serviço. 
 Ao Funcionário Público não cabe qualquer juízo de valor quanto a ordem 
emanada da autoridade competente, mas somente quanto a legalidade da 
mesma. Assim, concordando ou não, sendo ela justa ou injusta, deverá ser 
cumprida. Somente não o será quando for manifestamente ilegal (art. 241, II). 
Também não pode o Funcionário Público agir assim com as autoridades 
constituídas (Prefeitos, Governadores, Ministros, Juiz, Promotor de Justiça, 
Delegado, etc.) para não denegrir a imagem dessas autoridades perante a 
sociedade. 
Para o Oficial de Justiça ou Escrevente Técnico Judiciário, referir-se em 
informação, parecer, ou despacho, seria nos próprios autos do processo 
judicial. Referir-se pela imprensa ou qualquer meio de divulgação englobaria 
a imprensa televisiva (televisão de canais abertos ou fechados), escrita 
(jornais, revistas, periódicos, etc) ou radiofônica (rádios AM ou FM). 
Este inciso traz uma exceção à regra, autorizando a manifestação do 
Funcionário Público em trabalho devidamente assinado, mas somente 
quanto ao aspecto doutrinário e da organização e eficiência do serviço. 
 
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade
competente, qualquer 
documento ou objeto existente da repartição; 
 
Os objetos de trabalho do Funcionário Público e os processos e 
documentos que lá se encontram, devem permanecer na repartição. Por 
mais boa vontade que tenha o Funcionário Público, ele não pode, por 
exemplo, simplesmente levar para sua residência a máquina de escrever ou 
processos. 
A autorização sempre deve ser feita por escrito e emanada da autoridade 
competente. 
Se o Funcionário Público não observar essa proibição, estaria, em tese, 
cometendo o crime de peculato, sem prejuízo das sanções administrativas 
que no caso couber, que nesse caso seria a de demissão a bem do serviço 
público, como veremos adiante. 
 
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras 
atividades estranhas ao serviço; 
 
Concomitante ao zelo e a presteza, que são atinentes ao Funcionário 
Público, existe também a proibição de que ele se atenha ou se distraia com 
atividades estranhas à repartição ou ao seu cargo e função. Pode o 
Funcionário Público, durante o horário de serviço, participar de palestras 
relacionadas à sua atividade, o que lhe servirá como aprimoramento. Porém, 
será proibido se o assunto da palestra, leitura ou qualquer outra atividade 
não houver relação com o serviço, cargo ou função desempenhada pelo 
Funcionário Público. 
O Funcionário Público recebe para trabalhar e não para entreter-se em 
palestras, assistir a jogos da copa do mundo, Olimpíadas, ou ler revistas. 
Deve desempenhar suas funções com rapidez, eficiência e dedicação. 
 
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada; 
 
Isso fere o dever da assiduidade. Quando o Funcionário Público for faltar, 
deve comunicar antecipadamente ao seu superior hierárquico, solicitando 
abono ou justificando a falta. 
Existem várias faltas que são consideradas justificativas para a falta do 
Funcionário Público, como para doação de sangue, registro de filho, tratar 
de doença sua ou em parente até 2º grau, atender a intimações judiciárias ou 
da polícia, etc. Mesmo assim, essa falta deverá ser comunicada previamente 
ao seu chefe. 
O importante é que o Funcionário Público não falte por falta de vontade de 
trabalhar, ou porque está de ressaca, namorou até de madrugada, etc., pois 
se assim o fizer, estará incorrendo em falta injustificada, que é uma infração 
administrativa. 
 
V - tratar de interesses particulares na repartição; 
 
O Funcionário Público, no desempenho de suas funções e atribuições, tem 
de realizar seu trabalho com eficiência, zelo, presteza, etc., não podendo 
desviar a sua atenção para seus assuntos particulares. 
O Funcionário Público recebe para desempenhar funções para o Estado, não 
para si próprio. Sua vida privada tem que ser mantida fora de seu horário e 
ambiente de trabalho, além do expediente de serviço. Como já vimos, o 
Funcionário Público deve trabalhar com dedicação e eficiência. 
Portanto, no caso de um escrevente que aproveita a máquina de escrever 
para datilografar uma carta, letras de músicas ou um trabalho escolar; ou 
fazer uso do telefone da repartição para bater papo com os amigos, estará 
incorrendo em falta administrativa, pois esse tipo de conduta é proibida. 
 
VI - promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, 
ou tornar-se solidário com elas; 
 
O Funcionário Público, ao adentrar o ambiente de trabalho, deve ter em 
mente a realização da tarefa para a qual foi designado. Assim sendo, ele 
deve se abster de participar de manifestações dentro do ambiente de 
trabalho que fujam à finalidade de seu cargo ou função. 
Na repartição pública se deve trabalhar. Protestos de apoio ou de 
repreensão devem ser feitos fora do ambiente de trabalho, pois não é para 
isso que existe a repartição pública. Observar que não se trata de greve, mas 
sim, por exemplo, de protestos por melhores salários. 
Do mesmo modo, não cabe ao Funcionário Público colar cartazes de 
campanhas ou de manifestações, por melhor que sejam seus objetivos ou 
ideais. Estão proibidas todas e quaisquer manifestações, sejam elas de 
cunho econômico, político, social, etc... 
Existe a Associação dos Funcionários Públicos, Associações dos 
Servidores do Judiciário, Associação dos Oficiais de Justiça, e outras que 
podem fazer tais protestos e reivindicações. Não cabem aos Funcionários 
Públicos estes atos, ainda mais dentro da repartição em que exerce sua 
função. 
 
VII - exercer comércio entre os companheiros de serviço, promover ou 
subscrever listas de donativos dentro da repartição; 
 
Dentro da repartição, não é demais repetir, é lugar de trabalho. Exercer o 
comércio seria aquele informal, onde o Funcionário Público vende os mais 
diversos objetos na repartição (calcinhas, sutiãs, brincos, correntinhas, 
perfumes, equipamentos eletrônicos, etc). Promover listas de donativos é 
elaborar ou passar a lista entre os colegas; e subscrever é assinar a lista, 
colaborando com a mesma. Neste caso, por melhor que seja o motivo, por 
mais altruísta que seja, será proibido. 
Tais fatos comprometem a seriedade e a imagem do serviço público e dos 
funcionários da repartição. 
 
VIII - empregar material de serviço em serviço particular; 
 
A aplicação de material de serviço em uso particular implicaria na 
apropriação do material (bem público) para o patrimônio particular, o quê, 
antes de ser simples infração administrativa, é uma infração penal (crime). 
Nem se queira argumentar que determinado bem é de valor pequeno, pois o 
que deve ser levado em consideração é a conduta, e não o valor do bem 
apropriado. 
Por exemplo, quando o Funcionário Público datilografa as cartas ou letras 
de músicas na repartição pública, além de tratar de interesse particular, 
também utiliza os materiais de serviço para seu intento, como máquina, 
papel, borracha, grampeador, etc. 
 O material de serviço do Funcionário Público existe para que o mesmo 
desempenhe as funções que lhe são atribuídas, para que o Estado atinja sua 
finalidade, que é o bem comum. Se o Funcionário Público quiser fazer seus 
trabalhos, que compre o material para isso e faça-os fora do ambiente de 
trabalho. 
Frisa-se que o emprego de material particular em serviço é perfeitamente 
possível, e tal assunto já matéria de prova. Lembre-se que o Oficial de 
Justiça utiliza-se de seu próprio veículo para realização de suas tarefas. 
 
Art. 243 - É proibido, ainda, ao funcionário: 
Seguem outras proibições: 
 
I - fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, 
ou como representante de outrem; 
 
Ao Funcionário Público é proibido fazer contratos de natureza comercial ou 
industrial com a Administração Pública, seja pessoalmente ou em 
representação de outra pessoa. Vale frisar que este inciso dispõe 
especificamente quanto a pessoa física do Funcionário Público, pois, logo 
adiante, novamente veremos a proibição de celebrar contratos com o 
Governo, mas quando o Funcionário Público for gerente ou administrador da 
empresa que pretende contratar. 
Governo, neste caso, seria somente àquele em que está vinculado o 
Funcionário Público, ou seja, o Governo do Estado de São Paulo. 
Se pudesse fazer contratos com o Governo, o Funcionário Público poderia 
se valer das influências que pode ser ou do conhecimento que possui da 
administração e levar vantagem sobre os demais concorrentes. 
Assim, em uma licitação, por exemplo, não é permitido ao Funcionário 
Público ser licitante. Mesmo se o Funcionário Público não usar sua 
influência ou conhecimento da administração, sendo vitorioso, prejudicaria a 
imagem de imparcialidade do ato e a moralidade da administração poderia 
ser igualmente maculada. 
Também o Funcionário Público não pode representar outras pessoas em 
contratos com o Governo. 
 
II - participar de gerência ou administração de empresas bancárias, ou 
industriais, ou de sociedades comerciais,
que mantenham relações 
comerciais ou administrativas com o Governo do Estado, sejam por este 
subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da 
repartição ou serviço em que esteja lotado; 
 
Este inciso é bem claro e tem o mesmo objetivo do inciso anterior. Imagine-
se um Funcionário Público que participe de concorrências públicas com o 
Estado. Seria no mínimo suspeito. Assim, para proteger a imparcialidade da 
administração pública, já é vedado tal cargo ao Funcionário Público. Isso 
evita possíveis favorecimentos e prática de tráfico de influência. 
Vale notar que este inciso restringiu toda e qualquer possibilidade do 
Funcionário Público, enquanto administrador ou gerente de uma pessoa 
jurídica contratar com o Governo. 
 
III - requerer ou promover a concessão de privilégios, garantias de juros ou 
outros favores semelhantes, federais, estaduais, ou municipais, exceto 
privilégio de invenção própria; 
 
Este inciso é fundamentado no princípio da moralidade, proibindo que o 
Funcionário Público se aproveite de sua condição para conseguir 
privilégios, garantias ou qualquer outro tipo de favor em prejuízo de 
particulares. 
A única exceção é aquela referente ao "privilégio de invenção própria". 
Neste casos, poderá requerer os privilégios previstos em Lei. 
Se o Funcionário Público criar algo novo, descobrir um novo produto, 
poderá requerer o privilégio pela invenção, ou seja, poderá requerer o direito 
de usufruir economicamente daquele produto por determinado tempo, antes 
que a invenção caia em domínio público. Esta exceção visa estimular a 
criatividade dos Funcionários Públicos. 
Assim, se o Funcionário Público inventar, por exemplo, um aparelho ou 
uma máquina, ele poderá requerer o privilégio da exploração de seu invento. 
E, novamente ressaltando, este é o único privilégio autorizado pelo estatuto. 
 
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em 
empresas, estabelecimentos ou instituições que tenham relações com o 
Governo, em matéria que se relacione com a finalidade da repartição ou 
serviço em que esteja lotado; 
 
No inciso II, a proibição é de que o Funcionário Público venha a exercer 
função de gerente ou administrador das empresas ali relacionadas. Neste 
inciso, a proibição vai além, se estendendo a qualquer emprego ou função 
em empresas que tenham relações com o Governo, em matéria relacionada a 
finalidade da repartição ou do serviço desempenhado. 
Imagine a possibilidade de um fiscal da Receita Federal trabalhar, nas horas 
vagas, para um escritório de contabilidade, ou de um Oficial de Justiça 
trabalhar, nas horas vagas, como agente de cobranças para empresa de 
crédito. Certamente seria absurdo, se possível fosse. 
Mesmo se não estiver no seu horário de trabalho, o Funcionário Público não 
pode exercer as funções tipificadas neste inciso. A finalidade é a mesma dos 
incisos anteriores, ou seja, evitar que o Funcionário Público se valha dessa 
condição e prejudique os particulares. Porém, essa proibição se adstringe 
em trabalhar com empresas que se relacionem com o governo, em matéria 
que se relacione com a finalidade da repartição em que ele exerça as suas 
funções ou que se relacione com o serviço público que ele desempenhe. 
 
 V - aceitar representação de Estado estrangeiro sem autorização do 
Presidente da República; 
 
A Representação, neste caso, tem sinônimo de procuração. A função do 
procurador é praticar atos em nome de outrem. No caso deste inciso, seria a 
proibição do Funcionário Público praticar atos dentro do território nacional, 
em nome de um país estrangeiro. 
Tal inciso visa, principalmente, assegurar que as informações que o 
Funcionário Público teve acesso não chegue a terceiros, principalmente 
países estrangeiros. Certamente haveria confronto, pois os interesses 
internacionais nem sempre são os mesmos dos interesses nacionais. 
Por exemplo: o Funcionário Público não poderia aceitar o convite do 
Presidente da Argentina para que, em nome daquele país, compre um imóvel 
para ser instalado o Consulado ou Embaixada. 
O Funcionário Público desempenha funções públicas e assim o fazendo, 
sabe muitas e possui conhecimentos da administração pública. Como 
descrito no inciso, se houver a autorização do Presidente da República não 
existe a proibição. 
 
VI - comerciar ou ter parte em sociedades comerciais nas condições 
mencionadas no item II deste artigo, podendo, em qualquer caso, ser 
acionista, quotista ou comanditário; 
 
No inciso II, a proibição era apenas de gerência ou de administração. Agora 
a proibição também atinge prática de comércio ou ter parte naquelas 
empresas elencadas no inciso II. Porém, ele pode ser acionista (possuir 
ações em sociedades por ações, as famosas S/A), quotista (possuir quota 
em sociedade por quotas de responsabilidade limitada) ou comanditário 
(apenas investe o capital em sociedade em comandita). 
Não importa o número ou percentual de ações, quotas ou comanditas que 
possua o Funcionário Público, pois tal fato é irrelevante. Poderá ter 99% ou 
0l%, que será a mesma coisa, pois o que importa é se tem ou não cargo de 
gerência ou administração. 
Vale se informar que em nenhuma das situações o Funcionário Público terá 
responsabilidade solidária ou ilimitada, e que ele estará participando apenas 
com o capital, não podendo jamais ser gerente ou diretor dessas empresas, 
como já vimos. 
 
VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de sabotagem contra o 
serviço público; 
 
Em que pese a Constituição Federal garantir a todos o direito de greve, para 
os Funcionários Públicos tal direito não existe, pois o estatuto taxativamente 
proíbe tal conduta. Entendemos, e respeitamos a posição de alguns 
estudiosos que afirmam que o direito de greve também se estende aos 
Funcionários Públicos, mas ressalvamos que o presente estudo está 
totalmente direcionado à aprovação do candidato no concurso de Oficial de 
Justiça e Escrevente Técnico Judiciário, e, pela lógica, ainda que a opinião 
do candidato seja outra, para responder a prova de direito administrativo é 
melhor esquecer a Constituição Federal e opinar junto com o estatuto, ou 
seja: O Funcionário Público não pode fazer ou participar de greves. 
No caso de particulares já existe a lei que diz quais os serviços ou atividades 
essenciais nas quais os funcionários são proibidos de fazer greve (Lei nº 
7.783, de 28 de junho de 1989. Lei de greve). 
Não se pode também ignorar que as greves podem ser julgadas ilegais ou 
abusivas, podendo o Funcionário Público ser penalizado nesses casos. 
 
VIII - praticar usura; 
 
Usura, do latim usura, de utor (servir-se de, fazer uso) significa o interesse 
que se paga ou que se é devido pelo uso de alguma coisa. Aqui neste inciso 
é o mesmo que agiotagem. O Funcionário Público não pode emprestar 
dinheiro, por exemplo, a seu colega de trabalho cobrando juros abusivos. 
A nossa Lei Civil estabelece que os juros, quando não convencionados, 
serão de 6% (seis por cento) ao ano, ou o equivalente a 0,5% ao mês. As 
partes podem convencionar, em contrato escrito, juros até 12% ao ano, ou 
01% ao mês. Qualquer percentual superior a este será considerado crime de 
usura. 
 
IX - constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante 
qualquer repartição pública, exceto quando se tratar de interesse de cônjuge 
ou de parente até segundo grau; 
 
Isto é crime de advocacia administrativa, exceto quando se tratar de 
interesse de parentes até segundo grau (pai, mãe, filho, irmão, neto ou avô) e 
de seu cônjuge. O Funcionário Público não pode defender, direta ou 
indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública, valendo-
se da qualidade de funcionário. 
Se o Funcionário Público já trabalha na repartição, certamente ele terá 
vantagem sobre o particular, o que não poderá acontecer. 
 
X - receber
estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades fiscalizadas, 
no país, ou no estrangeiro, mesmo quando estiver em missão referente à 
compra de material ou fiscalização de qualquer natureza; 
 
Estipêndios são valores; quantias em dinheiro. 
Essa conduta pode caracterizar os crimes de corrupção passiva ou 
concussão, descritos no Código Penal. O Funcionário Público não pode 
receber gorjetas, propina, comissão, gratificação ou qualquer outro valor 
destas firmas ou instituições, porque isso poderia deixar o Funcionário 
Público "devendo favores", mesmo que inconscientemente, ele desse 
preferências ou privilégios a elas, em detrimento das formas ou entidades 
que não "pagarem" a comissão. 
Não pode, quando estiver comprando material, receber qualquer valor 
referente a este ato; ou, no caso de estar fiscalizando a empresa, receber 
determinada quantia em dinheiro da empresa fiscalizada. 
 
XI - valer-se de sua qualidade de Funcionário Público para desempenhar 
atividade estranha às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, 
qualquer proveito; e 
 
Sendo Funcionário Público, mesmo que fora de suas atividades, ele é um 
representante do Estado. Não pode o Funcionário Público desempenhar 
atividade estranha a que exerce no cargo público ou aproveitar-se de seu 
cargo para obter qualquer proveito. 
Por exemplo: policiais civis ou militares serem porteiros em boates como 
"bico", oficiais de justiça efetuando cobranças, investigadores de polícia 
trabalhando como detetives particulares, etc. Todos estes praticam 
atividades estranhas aproveitando-se de seu cargo. Essas condutas são 
consideradas graves e podem ser penalizadas com demissão, inclusive a 
bem do serviço público. 
 
XII - fundar sindicato de funcionários ou deles fazer parte. 
 
Novamente, conforme já fora dito anteriormente, em que pese a Constituição 
Federal garantir a todos o direito de sindicalizar-se ou manter-se 
sindicalizado, para os Funcionários Públicos tal direito não existe, pois o 
estatuto taxativamente proíbe tal conduta. Entendemos, e respeitamos a 
posição de alguns estudiosos que afirmam que o direito de fundar 
sindicatos ou a eles aderir também se estende aos Funcionários Públicos, 
mas ressalvamos que o presente estudo está totalmente direcionado à 
aprovação do candidato no concurso de Oficial de Justiça e Escrevente 
Técnico Judiciário, e, pela lógica, ainda que a opinião do candidato seja 
outra, para responder a prova de direito administrativo é melhor esquecer a 
Constituição Federal e opinar junto com o estatuto, ou seja: O Funcionário 
Público não pode fundar sindicatos ou deles fazer parte. 
 
Porém, é necessário diferenciar sindicato de associação. A finalidade da 
associação é garantir formas de lazer ao associado, ao passo que o 
sindicato é fazer pressão junto ao empregador do sindicalizado. A 
Constituição Federal de 1988 garante a liberdade de associação aos 
funcionários públicos civis, tanto que existe hoje a Associação dos 
Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, a Associação dos Oficiais de 
Justiça, a Associação dos Escreventes, Associação dos Magistrados, etc., 
as quais qualquer Funcionário Público pertinente pode associar-se. 
Portanto, a proibição reside apenas quanto aos sindicatos de funcionários, 
mas não quanto as associações de classe. 
 
Parágrafo único - Não está compreendida na proibição dos itens II e IV deste 
artigo a participação do funcionário em sociedades em que o Estado seja 
acionista, bem assim na direção ou gerência de cooperativas e associações 
de classe, ou como seu sócio. 
 
Vale novamente observar que aqui é permitido ao Funcionário Público 
participar de sociedades em que o Estado seja acionista, e até mesmo ter 
cargos de direção e gerência de cooperativas e associações de classe, 
inclusive sendo sócio delas. O Estado, tendo participação na sociedade, não 
há porque proibir o Funcionário Público de participar desta empresa. 
Logicamente, quem detém os poderes de gerência e administra a Petrobrás 
é Funcionário Público. E tal possibilidade decorre deste inciso. 
 
Art. 244 - É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens 
imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando se tratar 
de função de confiança e livre escolha, não se podendo exceder a 
2 (dois) o número de auxiliares nessas condições. 
 
Parentes até segundo grau quer dizer: pai, mãe, filhos, avôs, netos e irmãos. 
Este inciso evita a prática de condescendência criminosa, pois se todos 
forem parentes, não haveria fiscalização do serviço. 
Porém não há proibição no caso de cargo de confiança, também chamado de 
cargo em comissão. Esses cargos não são preenchidos por concurso. A 
ocupação deles é proveniente da confiança de quem nomeia o cargo, 
lembrando que este tipo de serviço não adquire estabilidade, pois a qualquer 
tempo pode o Funcionário Público deixar de ser de confiança e perder o 
cargo. No caso de cargo em comissão não há outra pessoa que mereça mais 
confiança que um parente, mas não pode haver mais que duas pessoas 
neste tipo de função. 
 
Ordens imediatas são as ordens provenientes do imediato superior 
hierárquico. Não pode, por exemplo, trabalhar na mesma seção, um escrivão 
e três escreventes. 
Na prática, porém, cumpre observar o grau de parentesco, o número de 
parentes, e também, se o parente é imediatamente superior, pois, se entre o 
superior e o parente houver outros graus hierárquicos, não haverá a 
restrição deste inciso. 
DAS RESPONSABILIDADES 
 
A palavra responsabilidade deriva do latim "respondere", tomando a 
significação de responsabilizar-se. 
Em sentido geral, responsabilidade exprime a obrigação de responder por 
alguma coisa. 
A responsabilidade administrativa resulta na obrigação ou no dever legal de 
reparar ou ressarcir os prejuízos que possa causar à administração pelos 
atos abusivos ou excessivos. Vejamos as contidas nesse estatuto. 
 
Art. 245 - O funcionário é responsável por todos os prejuízos que, 
nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por dolo ou culpa, 
devidamente apurados. 
 
 O Funcionário Público assume toda a responsabilidade pelos prejuízos que 
causar. Dolo é a vontade, intenção de cometer o ato. Culpa é quando o 
agente pratica o ato por imprudência (prática de um fato perigoso), 
negligência (desatenção ou falta de cuidado) ou imperícia (falta de 
habilidade ou experiência no exercício de profissão), desde que devidamente 
apurados. 
Porém, se o prejuízo não proveio de dolo ou culpa do Funcionário Público, 
ele não terá que indenizar. O Funcionário Público pode ter causado prejuízo 
diretamente ao Estado, ou seja, prejudicando o Estado, ou de forma indireta, 
causado prejuízo a um particular, e este acionar judicialmente o Estado. O 
Estado indeniza e cobra do Funcionário Público, e este tem que ressarcir o 
Estado do prejuízo. É o chamado direito de regresso. Vejamos as situações 
onde se configuram a responsabilidade do Funcionário Público. 
Frisa-se, por fim, que somente será atribuída qualquer responsabilidade ao 
Funcionário Público depois de devidamente apurado o fato (seja por 
sindicância, inquérito ou processo administrativo), e caracterizado o dolo ou 
a culpa do Funcionário Público. 
 
Parágrafo único - Caracteriza-se especialmente a responsabilidade: 
 
As situações seguintes são causas especiais de atribuição de 
responsabilidade ao Funcionário Público: 
 
I - pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou 
responsabilidade, ou não prestar contas, ou por não as tomar, na forma e no 
prazo estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens 
de serviço; 
 
Sonegar é deixar de apresentar o valor ou objeto confiado à guarda do 
Funcionário Público, quando lhe é solicitado. Quando o Funcionário Público 
guarda valores ou objetos do estado, tem que prestar contas à 
administração pública. Se esses objetos desaparecerem,
sumirem, o 
Funcionário Público deverá indenizar o Estado pelos prejuízos causados. 
Devemos também nos lembrar que o Funcionário Público ao prestar contas, 
deve faze-lo na conformidade e nos prazos estabelecidos nas leis, 
regulamentos, instruções e ordens e serviço, sob pena de ser 
responsabilizado. 
O Funcionário Público pode estar incumbido de prestar contas, ou de exigir 
que alguém as preste. De qualquer forma, deverá ele prestar ou as tomar, 
sob pena de infração. 
 
II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer prejuízos que sofrem os bens e 
os materiais sob sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização; 
 
Essa responsabilidade provém do dever de zelar pela economia do material 
do Estado e de sua conservação, conforme descrito no artigo 241, inciso IX, 
deste estatuto. 
Este artigo é a aplicação da responsabilidade objetiva. Se o Funcionário 
Público causou dano, não há necessidade nem mesmo de processo 
administrativo para a indenização, devendo o Funcionário Público repor o 
dano. Também serão de responsabilidade do Funcionário Público, da mesma 
forma, os objetos que ele não detenha a guarda, mas que estejam sujeitos à 
sua fiscalização ou exame. 
 
III - pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de 
despacho, guias e outros documentos da receita ou que tenham com eles 
relação; 
 
Averbar é o ato pelo qual se anota, em assentamento ou documento anterior, 
fato que altere, modifique ou amplie o conteúdo do mesmo assento ou 
documento. Ex.: Averbação da sentença de separação, divórcio ou anulação 
na certidão de casamento, averbação de correção do nome na certidão de 
nascimento, etc. 
Em quaisquer documentos relacionados neste inciso, se houver prejuízo 
para o Estado com o lançamento incorreto ou inexato, deverá o Funcionário 
Público indenizar o Estado por este prejuízo. Isso, sem prejuízo da 
responsabilidade administrativa ou penal que no caso couber. 
 
IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual. 
 
O Funcionário Público, que cometer erro de cálculo quando elaborar guias 
para recolhimento de tributos (impostos, taxas, contribuições de melhorias 
ou preços públicos), com esse erro, lesionará alguém. O Estado ou o 
particular. Deverá indenizar por esse erro. Além disso, poderão ser aplicadas 
penalidades administrativas ou criminais, se o Funcionário Público agiu com 
intenção de elaborar os valores errados. 
 
Art. 246 - O funcionário que adquirir material em desacordo com 
disposições legais e regulamentares será responsabilizado pelo 
respectivo custo, sem prejuízo das penalidades disciplinares 
cabíveis, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento 
ou remuneração. 
 
Existem várias regras que disciplinam a compra de materiais para o Estado 
(licitação, concorrência pública, tomada de preços) e o Funcionário Público 
que tiver incumbência de fazer essas compras deverá observar tais regras. 
 Não é necessário aqui que o Funcionário Público tenha causado prejuízo, 
mas sim tão somente que efetue as compras em desacordo com as normas. 
Além de ser responsabilizado pelo custo da compra, sofre as penas 
disciplinares ou criminais. 
 
Art. 247 - Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o 
funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a importância 
do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão 
ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos 
legais. 
 
O Funcionário Público incumbido de efetuar os recolhimentos ou entradas 
de valores que pegar (alcance), ou desfalcar (desfalque) dinheiro a ele 
entregue, ou perdoar (remissão) ou deixar de cobrar (omissão) qualquer 
dívida em favor da Fazenda Estadual, será responsabilizado indenizando, de 
uma só vez, essa importância. Nesse caso, não há parcelamento. 
Também é oportuno lembrar que estas condutas são consideradas 
criminosas, portanto haverá também a responsabilidade criminal, além da 
administrativa. 
 
Art. 248 - Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a 
importância da indenização poderá ser descontada do 
vencimento ou remuneração, não excedendo a 10ª (décima) parte 
do valor deste. 
 
Com exceção dos casos incluídos no artigo anterior, a indenização será 
descontada no valor de 10% do salário do Funcionário Público; ou seja, em 
parcelas de, no máximo, um décimo de seu salário ou vencimento. 
Se o Funcionário Público estiver pagando uma indenização, e causar novo 
dano e for condenado a pagar uma segunda indenização, primeiro pagará a 
primeira indenização e depois começará a pagar a segunda, pois a lei não 
permite desconto superior a10% do salário. 
 
Parágrafo único - No caso do item IV do parágrafo único do artigo 245, não 
tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a 
de suspensão. 
 
Este parágrafo se reporta à penalidade administrativa que couber no caso do 
erro de cálculo ou redução contra a fazenda estadual, se o funcionário 
público não teve intenção de lesar o patrimônio público, ou seja, agiu com 
culpa (imprudência, negligência ou imperícia). 
A penalidade será a de repreensão, e em caso de o funcionário público voltar 
a cometer erro de mesma natureza, será aplicada a pena de suspensão. Se, 
porém, agir com intenção de lesar o patrimônio público, a penalidade 
administrativa a ser aplicada será de demissão a bem do serviço público. 
Em qualquer dos casos, a aplicação da penalidade administrativa não exime 
o funcionário público do pagamento da indenização que se fizer necessário. 
A finalidade é de obrigar o funcionário público a prestar mais atenção no 
desempenho de sua função, pois esses erros causam prejuízo ao Estado. 
 
Art. 249 - Será igualmente responsabilizado o funcionário que fora 
dos casos expressamente previstos nas leis, regulamentos ou 
regimentos, cometer a pessoas estranhas às repartições o 
desempenho de encargos que lhe competirem ou aos seus 
subordinados. 
 
Quem desempenha as funções públicas é o próprio Funcionário Público. 
Para isso ele prestou concurso, foi nomeado e recebe do governo. Então ele 
não pode pedir a pessoas que não pertencem à repartição para que 
desempenhem as funções que lhe são atribuídas ou a seus subordinados, 
ou que "dê uma mãozinha". 
O Oficial de justiça não pode pedir que seu amigo ou parente cumpra seus 
mandados. Há nesses casos a responsabilidade administrativa e criminal. 
O fato de a pessoa estranha à repartição desempenhar as funções do 
Funcionário Público bem ou melhor que o próprio, é indiferente. 
 
Art. 250 - A responsabilidade administrativa não exime o 
funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso 
couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado, na 
forma dos artigos 247 a 248, o exime da pena disciplinar em que 
incorrer. 
 
Como já comentado, a aplicação da penalidade administrativa (pagamento 
do prejuízo e penas disciplinares) não tira a responsabilidade criminal e civil 
que no caso couber. Estas penalidades são independentes e podem ser 
cumuladas. Se causar dano ao particular, também responderá civilmente e 
criminalmente, conforme sua conduta (agir com intenção - dolo, ou sem 
intenção - com culpa). 
O pagamento da indenização civil não o absolve da sanção penal e 
administrativa que no caso couber. Da mesma forma, o cumprimento da 
sanção penal e administrativa não o isenta da reparação civil, se existente. 
DAS PENALIDADES E SUA APLICAÇÃO 
 
Art. 251 
São penas disciplinares: 
I - repreensão; 
II - suspensão; 
III - multa; 
IV - demissão; 
V - demissão a bem do serviço público; 
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
 
Pena disciplinar é a designação dada às sanções impostas pelas autoridades 
administrativas aos funcionários ou empregados públicos, por infração às regras 
regulamentares relativas à disciplina. São qualificadas como penas disciplinares, neste 
estatuto: a repreensão,
suspensão, multa, demissão, a demissão a bem do serviço público e 
a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, conforme a gravidade da falta ou infração. 
 
A pena disciplinar é imposta como meio compulsório de compelir o Funcionário Público ou 
empregado ao cumprimento dos deveres a que está obrigado, quando não redunda em 
perda do cargo. 
 
Genericamente, diz-se pena disciplinar para toda sanção imposta pela falta de disciplina ou 
infração a uma regra disciplinar. 
 
O poder para impor as penas disciplinares está no artigo 260 deste Estatuto. 
 
Vale adiantar que as penas abaixo elencadas estão em escala crescente de gravidade, 
começando da menos para a mais severa. Porém, são cinco penalidades previstas para 
Funcionário Público que está em atividade e uma para Funcionário Público aposentado ou 
em disponibilidade. Assim, a pena mais severa, para quem está na ativa, é a demissão a 
bem do serviço público; e para os inativos, somente cabe a cassação da aposentadoria ou 
da disponibilidade. 
 
I - repreensão; 
 
A palavra repreensão deriva do latim "reprehensio", de "reprehendere" (repreender, 
censurar, criticar), em linguagem comum é a admoestação, a crítica ou a censura ao ato, 
que se praticou erradamente ou fugindo ao dever. 
 
No sentido de Direito Administrativo, a repreensão é pena disciplinar imposta ao funcionário 
ou empregado público por falta ou transgressão ao dever. 
 
A repreensão é pena maior que a advertência. O que é importantíssimo lembrar é que não 
existe pena de advertência prevista no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado 
de São Paulo. Já a repreensão se mostra uma censura ou admoestação a respeito da falta 
cometida, sendo, em regra, sempre feita por escrito. Tem o mesmo sentido de reprimenda. 
 
A pena de repreensão sempre será por escrito, e na escala da punições previstas pelo 
nosso estatuto, é a mais leve de todas. 
 
Dentre outros, será aplicada nos casos de inobservância dos deveres descritos nos incisos 
do art. 241. 
 
II - suspensão; 
 
A palavra suspensão deriva do latim "suspensio" (ação de suspender, interrupção), 
gramaticalmente entende-se a descontinuação, a interrupção, a sobrestada, ou a parada 
momentânea de alguma coisa. 
 
Juridicamente, a suspensão, em regra, importa numa paralisação, ou na cessação 
temporária, ou por tempo limitado, de uma atividade, ou de um procedimento. Assim, o que 
se está a fazer interrompe-se por algum tempo, findo o qual, de novo se recomeça. 
 
A suspensão é o conhecido "gancho", no qual o Funcionário Público é afastado do serviço 
por um determinado tempo, sem qualquer direito a salário ou vencimento neste período. 
 
Será aplicada sempre que houver reincidência do caso anteriormente punido com 
repreensão, ou no caso de falta grave. 
 
III - multa; 
 
A palavra multa entende-se, por seu sentido originário, a pena pecuniária. 
 
Sempre será aplicada em determinado valor em dinheiro. 
 
É assim, em sentido amplo, a sanção imposta à pessoa, por infringir a regra ou ao princípio 
de lei ou ao contrário, em virtude do que fica na obrigação de pagar certa importância em 
dinheiro. Normalmente aqui, em se tratando de penalidade aplicada ao Funcionário Público, 
a multa é descontada nos vencimentos do mesmo. 
 
Não há qualquer ordenamento para se aferir qual será o exato valor da multa, devendo ficar 
tal fixação ao prudente arbítrio da Administração Pública. 
 
IV - demissão; 
 
A palavra demissão é derivada do termo em latim "demissio" do verbo "demittere" (deixar 
cair, fazer descer), em sentido geral, que o vocábulo significar o ato pelo qual a pessoa 
deixa ou abandona alguma coisa, ou renuncia a qualquer benefício de bens ou de direitos. 
 
Em Direito Administrativo indica a demissão do cargo ou a demissão da função, sendo o ato 
pelo qual o empregado ou funcionário é dispensado de suas funções, sendo desligado do 
quadro de funcionários a que pertence. É o mesmo que despedir, mandar embora. 
 
É importante não confundir demissão (que é uma pena) com exoneração, do latim 
"exonaratio", do verbo "exonerare" (descarregar, tirar a carga, livrar-se), que em direito 
significa a desobrigação ou a liberação de uma obrigação ou encargo. 
 
Em Direito Administrativo, significa a dispensa do funcionário ou empregado do cargo que 
ocupa em função que desempenha (veja que a demissão é a dispensa do cargo ou função 
como penalidade). 
 
A exoneração tanto pode ser por iniciativa do próprio governo, no caso de cargo exercido 
em comissão (cargos de confiança), ou quando o funcionário não satisfez as condições de 
estágio probatório, (não mostrando eficiência não se trata também de penalidade, mas sim 
de impossibilidade de aproveitamento do Funcionário Público por não satisfazer as 
exigências regulamentares) como pode ser a pedido, isto é, se é solicitada pelo próprio 
funcionário ou empregado (o mesmo que "pedir as contas"). 
 
Veja que a demissão jamais pode ser a pedido. 
 
V - demissão a bem do serviço público; 
 
Trata-se da penalidade mais severa. É um tipo de demissão, só que mais grave. Aqui, o 
Funcionário Público praticou uma falta ou infração gravíssima que desonra a qualidade de 
Funcionário Público e o próprio serviço público. Ser demitido a bem do serviço público 
equivale a dizer que para o bem do serviço público esse Funcionário Público terá que ser 
demitido. A pessoa demitida nestas condições não conseguirá, mesmo que aprovado em 
concurso público, entrar em serviço público municipal, estadual ou federal e até mesmo 
encontrará dificuldades para se empregar em empresas privadas. 
 
Vale insistir, que neste caso, a falta praticada foi tão grave que a simples demissão ainda 
seria pouco. 
 
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
 
A palavra cassação deriva do latim antigo "cassare" e do moderno "quassare" (quebrar), 
usado no sentido de anulação, ou mais propriamente no de retirada ou cancelamento da 
aposentadoria ou disponibilidade que o Funcionário Público se encontra. 
 
Essa penalidade é aplicada quando o Funcionário Público que não está mais em atividade, 
mas praticou enquanto estava na ativa, falta grave ou infração que, se estivesse no 
exercício da função, seria apenado com demissão ou demissão a bem do serviço público. 
 
Como não está em atividade não pode ser demitido, então essa figura permite a penalidade 
aos inativos. Após a cassação, a situação do ex-funcionário fica como se tivesse sido 
demitido antes de entrar em disponibilidade ou antes de se aposentar. 
 
Art. 252 
Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade da 
infração e os danos que dela provierem para o serviço público. 
 
 Este artigo simplesmente define os critérios para a aplicação das penas aos funcionários 
públicos, mas somente elenca critérios subjetivos, e não objetivos. É claro que a gravidade 
da falta cometida pelo Funcionário Público que faltou um dia sem justificativa (não cumpriu 
o dever de assiduidade) não é a mesma que a de um Funcionário Público que lesou o 
patrimônio ou os cofres públicos. Também os prejuízos para a administração pública são 
diferentes. Naturalmente a pena a ser aplicada também não pode ser a mesma. 
 
Então, na aplicação das penalidades, observar-se-ão estes dois critérios: 
1) a natureza e a gravidade da infração; 
2) os danos que a infração traz para o serviço público. 
 
Art. 253 
A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de 
cumprimento dos deveres. 
 
 A pena de repreensão sempre será por escrito e vai para o prontuário do Funcionário 
Público, e como já vimos anteriormente, é uma pena leve, portanto, aplicável a infrações de 
pequena gravidade. Este artigo menciona os casos de aplicação de pena de repreensão: 
- casos de indisciplina; 
- falta e cumprimento dos deveres. 
 
Art. 254 
A pena de suspensão,
que não excederá a 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta 
grave ou de reincidência; 
 
A pena de suspensão, conforme este artigo, não poderá ser superior a 90 dias. Podemos 
entender, então, que pode ser inferior a 90 dias, tudo na conformidade com a gravidade da 
infração ou dos danos causados por ela. Os casos de aplicação dessa pena são dois: 
 
1) falta grave; 
 
2) reincidência: como já visto, é quando o Funcionário Público 
volta a praticar infrações de mesma natureza, da qual já foi 
punido com pena de repreensão. 
 
Ex.: Cometeu uma falta leve, recebe a penalidade de repreensão. Cometeu o mesmo tipo 
de falta, recebe suspensão. Nos casos de contínua reincidência, vai-se aumentando a 
quantidade de dias de suspensão (sem ultrapassar 90 dias) ou aplica-se a pena de multa. 
 
§ 1º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do 
exercício do cargo. 
 
Se com a suspensão o Funcionário Público não exerce sua função por penalidade aplicada, 
não receberá direitos nem vantagens durante o período que ocorrer a punição. 
 
No período da suspensão não recebe salários ou qualquer outra vantagem que receberia, se 
não estivesse suspenso. O período de suspensão não vale para nada, seria como se ele 
efetivamente não existisse na vida do Funcionário Público. 
 
§ 2º - A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá converter essa penalidade em 
multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sendo 
o funcionário, nesse caso obrigado a permanecer em serviço. 
 
Às vezes, com a suspensão do Funcionário Público, a administração pública também é 
prejudicada, pois ficará sem a prestação dos serviços do Funcionário Público suspenso. Ou 
ainda, e o que é pior, o próprio Funcionário Público pode se beneficiar com os dias da 
suspensão, se ele próprio criou a situação para receber a suspensão e ficar em casa, ou 
fazer qualquer outra atividade. 
 
Para estes casos, a lei prevê a possibilidade da aplicação da pena de suspensão na forma 
de uma multa em dinheiro, que será exatamente a metade do valor que o Funcionário 
Público ganharia no período em que estaria suspenso. Assim, o Funcionário Público recebe 
a pena de suspensão, mas não fica suspenso (trabalha integralmente), e paga a metade do 
valor que receberia nestes dias em que ficou suspenso. 
 
Vale frisar, ainda que redundantemente, que não se trata de deixar de aplicar a pena de 
suspensão para aplicar a pena de multa, mas sim de aplicar a pena de suspensão na forma 
de uma multa pecuniária (em dinheiro). Ou seja, não se está trocando a penalidade (de 
suspensão para multa), mas sim trocando a forma de aplicação da pena de suspensão 
(trabalhando integralmente e pagando metade dos vencimentos relativos ao período em que 
ficou suspenso). 
 
Art. 255 
A pena de multa será aplicada na forma e nos casos, expressamente previstos em lei ou 
regulamento. 
 
Segundo este artigo, a aplicação da pena de multa tem que obedecer a regras já previstas 
na lei ou em regulamento. 
Não há qualquer critério objetivo previsto neste estatuto para aplicação desta penalidade, 
não se estipula o seu valor e forma de pagamento. 
 
Art. 256 
Será aplicada a pena de demissão nos casos de: 
 
Demissão, como já estudado, é uma pena grave, e este artigo relaciona os casos da 
aplicação dessa pena. Quando a infração apenada com demissão for também um crime, e o 
Funcionário Público for absolvido do referido crime, o Funcionário Público que foi demitido 
será reintegrado na função que exercia antes da demissão, recebendo todos os direitos 
como se nunca tivesse sido demitido. Vejamos os casos de aplicação da pena de demissão: 
 
I - abandono de emprego; 
 
Abandono de cargo é a falta do Funcionário Público ao seu serviço por mais de 30 dias 
consecutivos. Portanto tem que faltar 31 dias ou mais para que seja configurado o 
abandono de cargo. 
 
Se, dentre os trinta dias, houver qualquer dia trabalhado pelo Funcionário Público, não 
poderá caracterizar abandono de cargo. Há a necessidade de ultrapassar a quantia de 30 
dias consecutivos, e não interpoladamente. 
 
Abandonar o serviço público também é conduta criminosa prevista no Código Penal, em seu 
artigo 323. 
 
II - procedimento irregular, de natureza grave; 
 
Procedimento irregular é uma conduta grave, quer no desempenho de suas funções, quer 
seja na vida privada, receberá a pena de demissão. 
 
A aferição do que vem a ser "procedimento irregular" não dispõe especificamente este 
estatuto. Porém, podemos concluir que procedimento de natureza grave será qualquer 
conduta do Funcionário Público que cause grande prejuízo ao serviço público, seja de 
natureza moral ou pecuniária. 
 
Exemplos: fazer afirmação falsa para obter transferência do cargo para outra cidade, 
oficial de justiça comparecer embriagado para fazer na casa de uma pessoa para realizar 
uma intimação, ou ainda, estando em licença saúde, exercer atividade remunerada a 
particulares. 
 
III - ineficiência no serviço; 
 
Ineficiência no serviço não é o Funcionário Público que cometeu um erro ao desempenhar 
suas funções. É o que comete sempre erros, não desempenhando suas funções de forma 
eficiente, apesar das chances a ele dadas. 
 
Também é a pessoa que, apesar de não cometer erros na execução de suas tarefas, as 
executa com muita demora ou lentidão, sem qualquer justificativa para tanto. Pode até 
mesmo estar de boa-fé, querer fazer o serviço corretamente e no tempo exigido, mas não 
consegue. 
 
Sendo assim, ele prejudica a administração pública no desempenho dessas atividades. É 
importante observar que, antes da aplicação da pena de demissão, tentará a administração 
pública readaptar, ou seja, ver se ele consegue desempenhar as funções em outro cargo. 
 
IV - aplicação indevida de dinheiro público e; 
 
Além de poder configurar, em tese, crime previsto no Código Penal, aplicação indevida de 
dinheiro público será apenada com demissão. 
 
O Funcionário Público, que é pago pelo povo, não pode aplicar indevidamente um dinheiro 
que não é seu. O dinheiro público sempre tem uma finalidade em sua aplicação e há que ser 
seguida à risca pelo funcionário encarregado de aplicá-lo. 
 
Pode haver aplicação indevida do dinheiro público em duas situações: - - - em proveito do 
próprio Funcionário Público; ou 
- aplicá-lo em finalidade diversa daquele determinada pela lei ou regulamento. 
Qualquer caso, enseja a punição. 
 
V - ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45 
(quarenta e cinco) dias interpoladamente, durante 1 (um) ano. 
 
Bem como no caso de abandono de cargo, o Funcionário Público também não pode faltar 
sem causa justificável por mais de 45 dias não consecutivos dentro do ano, se as faltas 
forem injustificadas (se forem justificadas, não cabe o disposto neste artigo). 
 
O período de um ano são 365 dias, e não exatamente de janeiro a dezembro. Assim, se um 
funcionário faltar injustificadamente 20 dias em setembro e 10 dias em outubro, e depois 16 
dias em fevereiro do ano seguinte, mesmo já sendo havido a troca do ano do calendário, 
não se passaram 365 dias entre as faltas. Assim, o Funcionário Público deverá ser demitido 
por injustificadamente faltar mais de 45 dias no prazo de um ano. 
 
§ 1º - Considerar-se-á abandono de cargo o não comparecimento do funcionário por mais de 
30 (trinta) dias consecutivos, "ex vi" do artigo 63. 
 
O artigo 63 desse Estatuto também estabelecia essa definição, nos seguintes termos: 
"Salvo os casos previstos na lei, o funcionário que interromper o exercício por mais de 
trinta dias consecutivos ficará sujeito à pena de demissão por abandono de cargo." 
 
Este parágrafo serve para definir o que é abandono de cargo, que está previsto como 
infração no artigo 256, inciso II. A falta por mais de 30 dias consecutivos, também deixa 
transparecer
a intenção de o Funcionário Público não mais querer permanecer no cargo. 
 
§ 2º - A pena de demissão por ineficiência no serviço só será aplicada quando verificada a 
impossibilidade de readaptação. 
 
Como abordado no artigo 256, inciso III, a administração pública não pode aplicar a pena de 
demissão sem verificar se o Funcionário Público pode se readaptar às funções ou exercer 
outro cargo. Pode estar faltando treinamento para o Funcionário Público desempenhar 
regularmente suas funções, ou, talvez ele seja eficiente em outro serviço correlato. Ambas 
as hipóteses devem ser verificadas. 
 
É praticamente um direito previsto a esse Funcionário Público. 
 
Art. 257 
Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que: 
 
Essa é a mais grave de todas elencadas neste Estatuto. Então, conseqüentemente a falta há 
que ser gravíssima para a aplicação dela. Vejamos os casos de sua aplicação: 
 
I - for convencido de incontinência pública e escandalosa e de 
vício de jogos proibidos; 
 
Por incontinência se entende uma pessoa com temperamento incontrolável, ou que está 
constantemente embriagada, fazendo escândalos na rua. Já o jogador viciado em jogos 
proibidos (jogos de bicho, brigas de galo, jogos de cassino, etc.) também recebe a 
penalidade de demissão. 
 
Observe que a loteria esportiva é um jogo permitido, não se enquadrando nesta proibição. 
As pessoas que estão elencadas neste inciso atentam contra a dignidade e moral do serviço 
público. Por isso não servem para desempenhar funções públicas. 
 
II - praticar crime contra a boa ordem da administração pública, a 
fé pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à 
segurança e à defesa nacional; 
 
O Funcionário Público que pratica crime contra a boa ordem da administração pública e 
contra a Fazenda Estadual não pode continuar a prestar serviço público. 
 
Com relação a fé pública, que é justamente o diferencial entre o Funcionário Público e os 
particulares, se houve desrespeito à ela, seja feito mau uso dela, tal Funcionário Público não 
mais interessa à Administração Pública, e a nenhuma outra pessoa jurídica de direito 
público. 
 
Também o Funcionário Público que comete as infrações previstas nas leis relativas à 
segurança e à defesa nacional não pode continuar desempenhando função pública. 
 
III - revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do 
cargo, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para o 
Estado ou particulares; 
 
É o crime de violação de sigilo profissional (artigo 325 do Código Penal), que também está 
elencado no rol de crimes contra a administração em geral. Porém a conduta do Funcionário 
Público tem que ser intencional (dolosa) e tem que decorrer, dessa conduta, um prejuízo 
para o Estado ou para os particulares. 
 
Em suma, para que haja a aplicação da pena de demissão a bem do serviço público, é 
necessário que haja a ocorrência de quatro requisitos concomitantemente 
(simultaneamente): 1) revelar segredos; 2) que tenha conhecimento em razão do cargo; 3) 
dolosamente (com vontade) e 4) com prejuízo, seja para o Estado ou para o particular. 
 
IV - praticar insubordinação grave; 
 
O Funcionário Público não pode desobedecer ou se revoltar com as ordens recebidas, 
deixando de cumprir suas obrigações. Não podemos esquecer que nos casos de ordem 
manifestamente ilegal não se aplica essa pena. 
 
Esse inciso principalmente prevê a penalidade para o Funcionário Público que não cumprir, 
de forma grave, o dever mencionado no inciso II, do artigo 241 deste mesmo diploma legal. 
 
V- praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou 
particulares, salvo se em legítima defesa; 
 
Este inciso diz que o Funcionário Público que briga em serviço recebe a punição de 
demissão a bem do serviço público. 
 
A legítima defesa exclui o crime e a infração administrativa. Embora não seja permitido fazer 
justiça com as próprias mãos, a todos é garantido o direito da legítima defesa. 
 
O conceito de legítima defesa está disciplinada em direito penal da seguinte forma: usar 
moderadamente dos meios necessários para repelir agressão injusta, atual ou na iminência 
de ocorrer, a direito seu (legítima defesa própria) ou de outra pessoa (legítima defesa de 
terceiro). 
 
VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos; 
 
Lesar o patrimônio ou os cofres públicos é também conduta criminosa, podendo configurar 
o crime de peculato ou de emprego irregular de verbas ou rendas públicas. Se o Funcionário 
Público causou prejuízo aos cofres públicos, além de ter que indenizar a administração, 
incorrerá em demissão a bem do serviço público. 
 
VII - receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou 
vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de 
outrem, ainda que fora e suas funções, mas em razão delas; 
 
Essa conduta pode, em tese, configurar o crime de corrupção passiva (Código Penal, art. 
317). Não pode o Funcionário Público, mesmo que de boa-fé, receber presentes ou qualquer 
vantagem em razão de suas funções, mesmo que fora de seu cargo, pois assim o 
Funcionário Público pode, mesmo que inconsciente, desempenhar de maneira adversa suas 
funções, favorecendo quem esteja lhe dando tais "brindes". 
 
Ainda que o Funcionário Público esteja de férias, ou de licença, não pode receber presentes 
ou vantagens de qualquer espécie, se tais agrados vieram em razão da função 
desempenhada pelo Funcionário Público. 
 
Além de que, seria um ato contra a moralidade da administração pública, pois quem souber 
da prática desse ato, vai imaginar que só assim o Funcionário Público desempenharia suas 
funções, fazendo, também, péssimo juízo da administração pública. 
 
VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a 
pessoas que tratem de interesses ou o tenham na repartição, ou 
estejam sujeitos à sua fiscalização; 
 
Pelos mesmos motivos do inciso anterior o Funcionário Público também não pode pedir 
empréstimos às pessoas que tratem de interesses ou o tenham dentro da repartição, ou 
estejam sujeitos à sua fiscalização. O Funcionário Público assim agindo, também atenta 
contra a moralidade da administração pública. 
 
IX - exercer advocacia administrativa; 
 
Também essa conduta é criminosa (Código Penal, artigo 321). No Código Penal está prevista 
a pena para a infração penal. 
 
Advocacia administrativa é defender os interesses dos particulares em detrimento (em 
prejuízo, contra) os interesses da Administração Pública, da qual o Funcionário Público faz 
parte. Seria totalmente incabível tal situação. 
 
Aqui, este artigo define a pena administrativa de demissão a bem do serviço público para 
quem praticar este ato. O Funcionário Público não pode aproveitar seu cargo para beneficiar 
um particular em detrimento da Administração Pública, pois poderia estar prejudicando 
outro particular e sempre estaria prejudicando a administração pública, denegrindo sua 
imagem. 
 
X - apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário 
família, sem prejuízo da responsabilidade civil e de procedimento 
criminal, que no caso couber; 
 
Mais uma vez o Funcionário Público estaria cometendo, em tese, um crime. O Funcionário 
Público não pode, por exemplo, apresentar declaração falsa na qual conste que ele tem 
cinco filhos, só para receber salário família maior. Porém, é necessário para que se 
enquadre neste inciso, que ele tenha a intenção (dolo) do ato lesivo. 
 
Art 258 
O ato de demitir o funcionário mencionará sempre a disposição legal em que se 
fundamenta. 
 
 Quando a administração pública punir um Funcionário Público com demissão ou demissão 
a bem do serviço público, deve sempre mencionar o motivo e o artigo no qual se enquadra a 
conduta do Funcionário Público. Isso visa proteger o Funcionário Público contra abusos e 
possibilitar a defesa do mesmo em processo administrativo,
pois ele terá direito de 
defender-se (chamado direito à ampla defesa). 
Se no processo administrativo não vier explicitamente mencionado a disposição legal, ou 
citar disposição diversa ou inaplicável, o processo é nulo de pleno direito e não produzirá 
efeito algum. 
 
Ex. Funcionário Público que faltou 35 dias consecutivos, e foi demitido com fundamento 
no art. 256, inc. V. Ora, referido inciso não se refere ao abandono de emprego, que era a 
causa da demissão do Funcionário Público. Sua demissão foi ilegal, e poderá ser revisto 
através de um pedido de reconsideração e eventualmente recurso. 
 
Art. 259 
Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade se ficar comprovado 
que o inativo: 
 
A pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade é pena também grave e somente 
atinge o Funcionário Público que não está exercendo suas atividades (mas nem mesmo 
assim deixará de ser punido). 
Em tese, a pena de cassação para os inativos se equiparia à pena de demissão aos ativos. 
 
Seguem as possibilidades: 
 
I - praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é 
cominada nesta lei a pena de demissão ou de demissão a bem do 
serviço público; 
 
Então, se o Funcionário Público praticou falta sujeita a pena de demissão simples ou 
demissão a bem do serviço público enquanto em atividade, mesmo que esteja aposentado 
ou em disponibilidade, receberá penalidade, só que, como não pode ser demitido visto que 
não está em exercício, terá sua disponibilidade ou aposentadoria cassada. 
 
Pode ocorrer que, tendo o Funcionário Público praticada alguma falta grave ou gravíssima 
quando em atividade, tais fatos somente chegaram ao conhecimento da Administração 
Pública após a concessão da aposentaria ou disponibilidade. Como nenhuma falta grave ou 
gravíssima poderá ficar sem a devida punição, cassa-se o direito a aposentadoria ou 
disponibilidade. A cassação, em qualquer caso, é irreversível. 
 
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; 
 
Se já está o Funcionário Público aposentado ou em disponibilidade, ele não pode exercer 
outro cargo ou função pública, exceto dois cargos de professor, um cargo de professor com 
outro cargo técnico ou científico ou dois cargos privativos de médico. 
 
Com a exceção destes cargos, o Funcionário Público que aceitar outra função pública terá 
cassada a aposentadoria ou disponibilidade. 
 
Para o Funcionário Público aceitar legalmente o segundo cargo ou função pública, deverá 
requerer a sua exoneração do cargo anterior ou pelo menos a suspensão dos vencimentos e 
vantagens daquele cargo ou função. 
 
II - aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia 
autorização do presidente da República; e 
 
Quando estudamos as proibições ao Funcionário Público, vimos entre elas a de aceitar 
representação de Estado estrangeiro sem prévia autorização do Presidente da República. 
Portanto, o Funcionário Público que aceitar essa representação, mesmo estando em 
disponibilidade ou aposentado, terá a cassação destes direitos. 
 
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas; 
 
A prática de usura também é proibição para o Funcionário Público, como já estudamos. 
Portanto, o Funcionário Público que praticar a usura (lucro em empréstimo acima do limite 
máximo permitido em lei) em qualquer de suas formas, mesmo que descoberto após estar o 
mesmo aposentado ou em disponibilidade, terá cassado esses direitos. 
 
Art. 260 
Para aplicação das penalidades previstas no artigo 251, são competentes: 
 
I - o Governador; 
II - os Secretários de Estado, até a de suspensão; 
III - os diretores gerais, até a suspensão limitada a 30 (trinta) dias; 
IV - os chefes de diretorias ou divisões, até a suspensão, limitada a 15 (quinze) dias; 
V - os chefes de serviço ou de seção, até a de suspensão limitada a 8 (oito) dias. 
 
 Este artigo simplesmente define quem tem competência para aplicar (quem pode aplicar) as 
penalidades aos funcionários públicos. Todos deverão observar os danos ocasionados ao 
serviço público e a gravidade e natureza das infrações. Podemos também observar que 
quanto mais grave for a pena, maior terá que ser a autoridade para poder aplicá-la. Assim, o 
chefe de sessão não pode aplicar a pena de demissão, só o governador. 
 
Em resumo, todos podem aplicar a pena de repreensão. Podemos afirmar também que 
todos podem aplicar a pena de suspensão, porém, conforme a posição hierárquica, há a 
limitação do prazo da suspensão (tanto o Governador como os Secretários de Estado 
podem aplicar a pena de suspensão até o limite máximo - 90 dias). As penas de multa, 
demissão, demissão a bem do serviço público e cassação da aposentaria ou disponibilidade 
somente poderão ser aplicadas exclusivamente pelo Governador. 
 
Art. 261 
Prescreverá a punibilidade: 
 
I - da punibilidade sujeita à pena de repreensão, multa ou suspensão, em 2 (dois) anos; 
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação 
da aposentadoria e disponibilidade, em 5 (cinco) anos; 
III - da falta também prevista em lei, como infração penal, no mesmo prazo correspondente à 
prescrição da punibilidade desta. 
 
A palavra prescrição deriva do latim "praescriptio", de "praescribere" (prescrever, escrever 
antes) e significa a extinção de um direito de agir pelo decurso do tempo (o direito não 
socorre a quem dorme). Então o direito se extingue por falta de ação de seu titular, ou seja, 
a administração pública tem um prazo para punir o Funcionário Público. Se não o fizer 
dentro deste prazo, mesmo tendo cometido infração, não poderá o Funcionário Público ser 
punido. 
 
Neste artigo estão definidos os prazos que a administração pública tem para punir seus 
funcionários quando os mesmos cometerem infrações. 
 
Tendo decorrido o prazo prescricional sem que a Administração Pública instaurasse a 
sindicância ou o processo administrativo, ela perde o direito de punir o Funcionário Público. 
Note-se que, conforme está estampado no parágrafo único a seguir, o prazo é para que se 
inicie a sindicância ou o processo administrativo, e não para que ele termine dentro deste 
prazo. 
 
Observar que quando a infração for também crime (concussão, corrupção ativa ou passiva, 
peculato, etc.), o prazo da prescrição para a punibilidade administrativa é o mesmo que o 
prazo prescricional definido para o referido crime. Assim, no caso da infração administrativa 
também haver configurado crime, o prazo prescricional não será de dois ou cinco anos, mas 
o idêntico prazo previsto para a prescrição do crime. Assim, o prazo para a Administração 
Pública punir uma falta que também caracterizou um crime, será o mesmo prazo 
prescricional previsto para o Ministério Público ajuizar a ação penal em face daquele crime. 
 
Os prazos prescricionais para os crimes variam conforme a pena mínima a eles cominada. 
Não há um único prazo. É o Código Penal que define tais prazos. 
 
Parágrafo único - O prazo da prescrição inicia-se no dia em que a autoridade tomar 
conhecimento da existência da falta e interrompe-se pela abertura da sindicância, ou 
quando for o caso, pela instauração do processo administrativo. 
 
Neste parágrafo é definido o dia de início de contagem do prazo da prescrição. É o dia em 
que a autoridade tomar conhecimento da existência do ato praticado, não da data em que o 
fato foi praticado. 
 
Portanto, somente começa-se a contar o prazo da prescrição da aplicação da penalidade 
(art. 261) quando a autoridade administrativa tomar conhecimento do ato praticado. 
 
Interrupção de um prazo, em direito, é diferente de suspensão do prazo. Interromper a 
prescrição significa que o prazo da prescrição, se novamente voltar a fluir, se iniciará 
novamente, por completo; já na suspensão, se o prazo prescricional voltar a fluir, ele 
somente voltará a contar o tempo que anteriormente faltava, e não por completo.
Portanto, se houver a abertura de sindicância ou processo administrativo, o prazo 
prescricional é interrompido e se inicia a contagem novamente do prazo para a prescrição. 
Se daí em diante decorrer novo prazo previsto para prescrição, então a mesma se opera. 
 
Art. 262 
O funcionário que, sem justa causa, deixar de atender a qualquer exigência para cujo 
cumprimento seja marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou 
remuneração até que satisfaça essa exigência. 
 
Neste caso, há a necessidade, em primeiro lugar, de a exigência haver marcado prazo certo 
para o cumprimento; e, em segundo lugar, não haver justificativa (justa causa) para tal 
omissão do Funcionário Público. 
 
Se houver prazo certo para o cumprimento de determinado ato, e não houver qualquer 
justificativa para a omissão, o Funcionário Público sofrerá a suspensão de seus 
vencimentos até que pratique aquele ato anteriormente determinado. Somente após a 
pratica daquele ato é que os rendimentos voltarão a ser percebidos pelo Funcionário 
Público. 
 
Parágrafo único - Aplica-se aos aposentados ou em disponibilidade o disposto neste artigo. 
 
 A determinação deste artigo aplica-se tanto ao Funcionário Público que está no 
desempenho de suas funções, aposentado ou em 
disponibilidade. Se ele não atender a exigência que tem prazo certo para cumprimento, terá 
suspenso o seu vencimento ou remuneração até que ele satisfaça a exigência, a menos que 
o Funcionário Público tenha justificativa para o não cumprimento. Essa foi a forma 
encontrada pela administração pública para obrigar o Funcionário Público a atender certas 
exigências perante a administração. 
 
Vale frisar que os inativos (aposentados e disponíveis) podem sofrer alguma exigência 
administrativa, para a qual seja determinado prazo certo, conforme declinado no "caput" do 
artigo em estudo. 
Por exemplo: convocação de todos os inativos para comparecerem no Depto de 
Recursos Humanos, no prazo de 30 dias, para se recadastrarem. A recusa injustificada 
poderá causar a suspensão dos vencimentos. 
 
Art. 263 
Deverão constar do assentamento individual do funcionário todas as penas que lhe forem 
impostas. 
 
 Todas as penalidades aplicadas ao Funcionário Público, da mais leve à mais grave, deverão 
estar registradas no assentamento do Funcionário Público (prontuário). Nesse 
assentamento, além de constar todas as penas aplicadas, também estarão registrados todos 
os dados importantes relativos ao Funcionário Público, desde sua nomeação, posse, 
casamento, nascimento de filhos, promoções, etc. 
 
Vale lembrar que o artigo acima dispõe que todas as penalidades impostas constarão do 
assentamento individual do Funcionário Público, desde a sua data de admissão até sua 
efetiva saída dos quadros do funcionalismo público. Nada será apagado de seu 
assentamento, independentemente do tempo decorrido da infração ou da penalidade 
imposta. 
 
O Funcionário Público tem direito de saber tudo o que ali está registrado, e proceder as 
retificações que entender necessárias. Se ele for impedido desse direito, existe o remédio 
constitucional chamado "habeas data", que garante referido direito. 
 
CAPÍTULO II Da Prisão Administrativa e da 
Suspensão Preventiva 
 
Artigo 264 
Cabe, dentro das respectivas competências, aos Secretários de Estado, aos Diretores 
Gerais e aos Chefes de repartição, ordenar a prisão administrativa dos responsáveis pelos 
dinheiros e valores pertencentes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob a guarda desta 
nos casos de alcance, remissão ou omissão em efetuar as entradas nos devidos prazos. 
 
§ 1.°- Ordenada a prisão, será ela requisitada à autoridade policial e comunicada, 
imediatamente, à autoridade judiciária competente, para os devidos efeitos. 
§ 2.°- Os Secretários de Estado, os Diretores Gerais e os Chefes de repartição, 
providenciarão no sentido de ser iniciado com urgência e imediatamente concluído, o 
processo de tomada de contas. 
§ 3.°- A prisão administrativa não poderá exceder a 90 (noventa) dias. 
 
Artigo 265 
Poderá ser ordenada, pelo chefe de repartição, a suspensão preventiva do funcionário, até 
30 (trinta) dias, desde que o seu afastamento seja necessário para averiguações de faltas 
cometidas, cabendo aos Secretários de Estado, prorrogá-la até 90 (noventa) dias, findos os 
quais cessarão os efeitos da suspensão, ainda que o processo administrativo não esteja 
concluído. 
 
Artigo 266 
Durante o período da prisão ou da suspensão preventiva, o funcionário perderá 1/3 (um 
terço) do vencimento ou remuneração. 
 
Artigo 267 
O funcionário terá direito: 
 
I - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem de tempo de serviço relativo ao 
período da prisão ou da suspensão preventiva, quando do processo não resultar punição, 
ou esta se limitar penas de repreensão ou multa;e 
 
II - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem do tempo de serviço, 
correspondente ao período de afastamento excedente do prazo da suspensão efetivamente 
aplicada. 
 
 
 
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em 
07/06/2003 
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto dos 
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências correlatas 
os artigos 260 e 261: 
"Artigo 260 - Para aplicação das penalidades previstas no artigo 251, são competentes: 
I - o Governador; 
II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do Estado e os Superintendentes de 
Autarquia; (NR) 
III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; (NR) 
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada a 60 (sessenta) dias; e (NR) 
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de suspensão limitada a 30 (trinta) dias. 
(NR) 
Parágrafo único - Havendo mais de um infrator e diversidade de sanções, a competência 
será da autoridade responsável pela imposição da penalidade mais grave. (NR)" 
Artigo 261 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: (NR) 
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou multa, em 2 (dois) anos; 
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação 
da aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos; (NR) 
III - da falta prevista em lei como infração penal, no prazo de prescrição em abstrato da pena 
criminal, se for superior a 5 (cinco) anos. (NR) 
§ 1º - A prescrição começa a correr: (NR) 
1 - do dia em que a falta for cometida; (NR) 
2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanência, nas faltas continuadas ou 
permanentes. (NR) 
§ 2º - Interrompem a prescrição a portaria que instaura sindicância e a que instaura 
processo administrativo. (NR) 
§ 3º - O lapso prescricional corresponde: (NR) 
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena efetivamente aplicada; (NR) 
2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabível. (NR) 
§ 4º - A prescrição não corre: (NR) 
1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para aguardar decisão judicial, na forma 
do § 3º do artigo 250; (NR) 
2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser restabelecido. (NR) 
§ 5º - Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro 
do fato nos assentamentos individuais do servidor. (NR) 
§ 6º - A decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá desde logo determinar, 
quando for o caso, as providências necessárias à apuração da responsabilidade pela sua 
ocorrência. (NR)" 
IV - os artigos 264 a 267, passando o CAPÍTULO II a denominar-se "Das Providências 
Preliminares" (NR): 
"Artigo 264 - A autoridade que, por qualquer meio, tiver conhecimento de 
irregularidade praticada por servidor é obrigada a adotar providências visando à sua 
imediata apuração, sem prejuízo das medidas urgentes que o caso
exigir. (NR) 
Artigo 265 - A autoridade realizará apuração preliminar, de natureza simplesmente 
investigativa, quando a infração não estiver suficientemente caracterizada ou definida 
autoria. (NR) 
§ 1º - A apuração preliminar deverá ser concluída no prazo de 30 (trinta) dias. (NR) 
§ 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autoridade deverá imediatamente encaminhar ao 
Chefe de Gabinete relatório das diligências realizadas e definir o tempo necessário para o 
término dos trabalhos. (NR) 
§ 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade deverá opinar fundamentadamente 
pelo arquivamento ou pela instauração de sindicância ou de processo administrativo. (NR) 
A autoridade instauradora do processo disciplinar, poderá ordenar o afastamento do 
servidor acusado, pelo prazo de até 30 (trinta) dias, prorrogável por mais 60 (sessenta) dias, 
sem que isso acarrete prejuízo da remuneralção, como medida de precaução, afim de que o 
mesmo não venha a influir na apuração dos fatos. 
Artigo 266 - Determinada a instauração de sindicância ou processo administrativo, ou 
no seu curso, havendo conveniência para a instrução ou para o serviço, poderá o Chefe de 
Gabinete, por despacho fundamentado, ordenar as seguintes providências: (NR) 
I - afastamento preventivo do servidor, quando o recomendar a moralidade administrativa ou 
a apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 (cento e oitenta) 
dias, prorrogáveis uma única vez por igual período; (NR) 
II - designação do servidor acusado para o exercício de atividades exclusivamente 
burocráticas até decisão final do procedimento; (NR) 
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e algemas; (NR) 
IV - proibição do porte de armas; (NR) 
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para tomar ciência 
dos atos do procedimento. (NR) 
§ 1º - A autoridade que determinar a instauração ou presidir sindicância ou processo 
administrativo poderá representar ao Chefe de Gabinete para propor a aplicação das 
medidas previstas neste artigo, bem como sua cessação ou alteração. (NR) 
§ 2º - O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer momento, por despacho fundamentado, fazer 
cessar ou alterar as medidas previstas neste artigo. (NR) 
Somente em casos extremos, tais medidas poderão ser autorizadas. Não cabe na fase de 
apuração preliminar. 
Artigo 267 - O período de afastamento preventivo computa-se como de efetivo 
exercício, não sendo descontado da pena de suspensão eventualmente aplicada. (NR)" 
CAPÍTULO IV - Dos Atos e Termos 
Processuais 
 
Artigo 283 
O processo administrativo deverá ser iniciado dentro do prazo improrrogável de (8) dias, 
contados de sua instauração e concluído no de 60 (sessenta) dias, a contar da citação do 
indiciado. 
 
§ 1.°- Poderá a autoridade que determinou a instauração do processo, prorrogar-lhe o prazo 
até mais 60 (sessenta) dias, por despacho, em representação circunstanciada que lhe fizer o 
Presidente da Comissão. 
 
§ 2.°- Somente o Governador, em casos especiais e mediante representação da autoridade 
que determinou a instauração do processo, poderá autorizar nova e última prorrogação do 
prazo, por tempo não excedente ao do parágrafo anterior. 
 
Artigo 284 
Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará o Presidente dia e hora para a 
audiência inicial, citado o indiciado e notificado o denunciante, se houver, e as 
testemunhas. 
 
§ 1.°- A citação do indiciado será feita pessoalmente. com prazo mínimo de 24 (vinte e 
quatro) horas, e será acompanhada de extrato da portaria que lhe permita conhecer o 
motivo do processo. 
 
§ 2.°- Achando-se o indiciado ausente do lugar, será citado por via postal, em carta 
registrada, juntando-se ao processo o comprovante do registro; não sendo encontrado o 
indiciado, ou ignorando-se o seu paradeiro, a citação se fará com o prazo de 15 (quinze) 
dias, por edital inserto por três vezes seguidas no órgão oficial. 
 
§ 3.°- O prazo a que se refere o parágrafo anterior, "in fine", será contado da primeira 
publicação, certificando o secretário, no processo, as datas em que as publicações foram 
feitas. 
 
§ 4.°- Quando for desconhecido o paradeiro de alguma testemunha, o Presidente solicitará à 
Polícia informações necessárias à notificação. 
 
Artigo 285 
Aos chefes diretos dos servidores notificados a comparecer perante a Comissão 
Processante, será dado imediato conhecimento dos termos da notificação. 
 
Parágrafo único -Tratando-se de militar, o seu comparecimento será requisitado ao 
respectivo Comando, com as indicações necessárias. 
 
Artigo 286 
Feita a citação sem que compareça o indiciado, prosseguir-se-á o processo à sua revelia. 
 
Artigo 287 
No dia aprazado será ouvido o denunciante, se comparecer, e, na mesma audiência, o 
indiciado que, dentro do prazo de cinco dias, depositará ou apresentará rol de testemunhas 
até o máximo de dez, as quais serão notificadas. Respeitado o limite acima, poderá o 
indiciado, durante a produção da prova, substituir as testemunhas ou indicar outras no 
lugar das que não compareceram. 
 
Parágrafo único - O indiciado não assistirá à inquirição do denunciante. Antes, porém, de 
prestar as próprias declarações, ser-lhe-ão lidas, pelo secretário, as que houver aquele 
prestado. 
 
Artigo 288 
No mesmo dia. se possível, e nos dias subseqüentes, tomar-se-á o depoimento das 
testemunhas apresentadas pelo denunciante ou arroladas pela Comissão, e, a seguir, o das 
testemunhas indicadas pelo indiciado. 
 
Parágrafo único - É permitido ao indiciado reperguntar às testemunhas, por intermédio do 
Presidente, que poderá indeferir as reperguntas que não tiverem conexão com a falta, 
consignando-se no termo as reperguntas indeferidas. 
 
Artigo 289 
A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor, salvo o caso de proibição legal, 
nos termos do art. 207 do Código de Processo Penal ou em se tratando das pessoas 
mencionadas no art. 206 do referido Código. 
 
§ 1.°- Ao servidor público que se recusar a depor, sem fundamento, será pela autoridade 
competente aplicada a sanção a que se refere o art. 262, mediante comunicação da 
Comissão Processante. 
 
§ 2.°- No caso em que a pessoa estranha ao serviço público se recuse a depor perante a 
Comissão, o Presidente solicitará à autoridade policial a providência cabível a fim de ser 
ouvida na Polícia a testemunha. Nesse caso, o Presidente encaminhará à autoridade policial, 
deduzida por itens, a matéria de fato sobre a qual deverá ser ouvida a testemunha. 
 
Artigo 290 
O servidor público que tiver de depor como testemunha fora da sede de sua função, terá 
direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor. 
 
Artigo 291 
Como ato preliminar, ou no decorrer do processo, poderá o Presidente representar a quem 
de direito, nos termos do art. 265, pedindo a suspensão preventiva do indiciado. 
 
Artigo 292 
Durante o processo, poderá o Presidente ordenar toda e qualquer diligência que se afigure 
conveniente. 
 
Parágrafo único - Caso seja necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o 
Presidente os requisitará à autoridade competente, observado, também, quanto aos 
técnicos e peritos, o impedimento a que se refere o art. 280. 
 
Artigo 293 
É permitido à Comissão tomar conhecimento de argüições novas que surgirem contra o 
indiciado, caso em que este terá direito de produzir contra elas as provas que tiver. 
 
Artigo 294 
Vetado. 
 
Parágrafo único - O Presidente da Comissão poderá denegar o requerimento 
manifestamente protelatório ou de nenhum interesse para o esclarecimento do fato, 
fundamentando a sua decisão. 
 
Artigo 295 
Para os efeitos do artigo anterior, será notificado o indiciado, pessoalmente ou por carta 
entregue no endereço que houver indicado,
no lugar do processo. 
 
Artigo 296 
O advogado terá intervenção limitada à que é permitida nesta lei ao próprio indiciado, 
podendo representá-lo em qualquer ato processual, salvo naqueles em que a Comissão 
Processante julgar conveniente a presença do indiciado. 
 
Parágrafo único - Vetado. 
 
Artigo 297 
Encerrados os atos concernentes à prova, será, ,dentro de 48 (quarenta e oito) horas, dada 
vista dos autos ao indiciado,para apresentar defesa no prazo de dez dias. 
 
Parágrafo único - Durante este prazo, terá o indiciado vista dos autos em presença do 
secretário ou de um dos membros da Comissão, no lugar do processo. 
 
Artigo 298 
No caso de revelia do indiciado ou esgotado o prazo do artigo anterior, sem que haja sido 
apresentada defesa, o Presidente designará um funcionário para produzi-la, assinando-lhe 
novo prazo. 
 
§ 1.°- A designação referida neste artigo recairá, sempre que possível, em diplomado em 
direito. 
 
§ 2.°- O funcionário designado não se poderá escusar da incumbência, sem motivo justo, 
sob pena de repreensão, a ser aplicada pela autoridade competente. 
 
Artigo 299 
Findo o prazo de defesa, a Comissão apresentará o seu relatório dentro de 10 (dez) dias. 
 
§ 1.°- Neste relatório, a Comissão apreciará, em relação a cada indiciado, separadamente, as 
irregularidades de que forem acusados, as provas colhidas, as razões de defesa, propondo, 
então, a absolvição ou a punição e indicando, neste caso, a pena que couber. 
 
§ 2.°- Deverá, também, a Comissão, em seu relatório, sugerir quaisquer outras providências 
que lhe parecerem de interesse do serviço público. 
 
Artigo 300 
Recebendo o relatório da Comissão, acompanhado do processo, a autoridade que houver 
determinado a sua instauração deverá proferir o julgamento dentro do prazo de 30 (trinta) 
dias, prorrogável por igual período. 
 
§ 1.°- As diligências que se fizerem necessárias, deverão ser determinadas e realizadas 
dentro do prazo máximo mencionado neste artigo. 
 
§ 2.°- Se o processo não for julgado no prazo indicado neste artigo, o indiciado, caso esteja 
suspenso, reassumirá automaticamente o seu cargo ou função, e aguardará em exercício o 
julgamento, salvo o caso de prisão administrativa que ainda perdure. 
 
Artigo 301 
Quando escaparem à sua alçada as penalidades e providências que lhe parecerem cabíveis, 
a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo deverá propô-las, 
justificadamente, dentro do prazo marcado para julgamento, à autoridade competente. 
 
§ 1.°- Na hipótese deste artigo, o prazo para julgamento final será o do art. 300. 
 
§ 2.°- A autoridade julgadora determinará a expedição dos atos decorrentes do julgamento e 
as providências necessárias à sua execução. 
 
§ 3.°- As decisões serão sempre publicadas no órgão oficial, dentro do prazo de oito dias. 
 
Artigo 302 
Terão forma processual resumida, quanto possível, todos os termos lavrados pelo 
secretário, quais sejam: autuação juntada, conclusão, intimação, data de recebimento, bem 
como certidões e compromissos. 
 
Artigo 303 
Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da apresentação, 
rubricando o Presidente as folhas acrescidas. 
 
Artigo 304 
Quando ao funcionário se imputar crime, praticado na esfera administrativa, a autoridade 
que determinou a instauração do processo administrativo providenciará para que se 
instaure, simultaneamente, o inquérito policial. 
 
Parágrafo único - Quando se tratar de crime praticado fora da esfera administrativa, a 
autoridade policial dará ciência dele à autoridade administrativa. 
 
Artigo 305 
As autoridades referidas no artigo anterior se auxiliarão, para que o processo administrativo 
e o inquérito policial se concluam dentro dos prazos respectivos. 
 
Artigo 306 
Quando o ato atribuído ao funcionário for considerado criminoso, serão remetidas à 
autoridade competente, cópias autenticadas das peças essenciais do processo. 
 
Artigo 307 
É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divulgação, notas sobre os atos 
processuais, salvo no interesse da Administração, a juízo da autoridade que houver 
determinado o processo. 
 
Artigo 308 
Todos os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele deverão figurar por 
cópia autenticada. 
 
Artigo 309 
Constará sempre dos autos da sindicância ou do processo a folha de serviço do indiciado, 
requisitada para tal fim à repartição competente. 
 
Artigo 310 
Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual que não houver influído na 
apuração da verdade substancial, ou, diretamente, na decisão do processo ou da 
sindicância. 
 
CAPÍTULO V - Do Processo por Abandono do 
Cargo ou Função 
 
Artigo 311 
No caso de abandono do cargo ou função, instaurado o processo e feita a citação, na forma 
dos arts. 272 e 284, comparecendo o indiciado e tomadas as suas declarações, terá ele o 
prazo de 5 (cinco) dias para oferecer defesa ou requerer a produção da prova que tiver, que 
só podem versar sobre força maior ou coação ilegal. 
 
§ 1.°- Observar-se-á, então, no que couber, o disposto nos arts. 288, 297, 299 e seguintes. 
 
§ 2.°- No caso de revelia, será designado pelo Presidente um funcionário para servir de 
defensor, observando-se o disposto na parte final deste artigo, e no que couber, o disposto, 
nos arts. 288 e seguintes. 
 
 
 
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em 
07/06/2003 
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto dos 
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências correlatas 
Artigo 283 - Comparecendo ou não o acusado ao interrogatório, inicia-se o prazo de 3 
(três) dias para requerer a produção de provas, ou apresentá-las. (NR) 
§ 1º - O presidente e cada acusado poderão arrolar até 5 (cinco) testemunhas. (NR) 
§ 2º - A prova de antecedentes do acusado será feita exclusivamente por documentos, até 
as alegações finais. (NR) 
§ 3º - Até a data do interrogatório, será designada a audiência de instrução. (NR) 
Artigo 284 - Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas 
arroladas pelo presidente e pelo acusado. (NR) 
Parágrafo único - Tratando-se de servidor público, seu comparecimento poderá ser 
solicitado ao respectivo superior imediato com as indicações necessárias. (NR) 
Artigo 285 - A testemunha não poderá eximir-se de depor, salvo se for ascendente, 
descendente, cônjuge, ainda que legalmente separado, companheiro, irmão, sogro e 
cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, exceto quando não for possível, por outro 
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. (NR) 
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o denunciante, ficam elas proibidas de 
depor, observada a exceção deste artigo. (NR) 
§ 2º - Ao servidor que se recusar a depor, sem justa causa, será pela autoridade competente 
adotada a providência a que se refere o artigo 262, mediante comunicação do presidente. 
(NR) 
§ 3º - O servidor que tiver de depor como testemunha fora da sede de seu exercício, terá 
direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor, podendo ainda expedir-se 
precatória para esse efeito à autoridade do domicílio do depoente. (NR) 
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou 
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem 
dar o seu testemunho. (NR) 
Artigo 286 - A testemunha que morar em comarca diversa poderá ser inquirida pela 
autoridade do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com 
prazo razoável, intimada a defesa. (NR) 
§ 1º - Deverá constar da precatória a síntese da imputação e os esclarecimentos 
pretendidos, bem como a advertência sobre a
necessidade da presença de advogado. (NR) 
§ 2º - A expedição da precatória não suspenderá a instrução do procedimento. (NR) 
§ 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá prosseguir até final decisão; a todo 
tempo, a precatória, uma vez devolvida, será juntada aos autos. (NR) 
Artigo 287 - As testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à audiência 
designada independente de notificação. (NR) 
§ 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e que não 
comparecer espontaneamente. (NR) 
§ 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá substituí-la, se quiser, levando na 
mesma data designada para a audiência outra testemunha, independente de notificação. 
(NR) 
Artigo 288 - Em qualquer fase do processo, poderá o presidente, de ofício ou a 
requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda convenientes. (NR) 
§ 1º - As informações necessárias à instrução do processo serão solicitadas diretamente, 
sem observância de vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual cópia será juntada aos 
autos. (NR) 
§ 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o presidente os 
requisitará, observados os impedimentos do artigo 275. (NR) 
Artigo 289 - Durante a instrução, os autos do procedimento administrativo 
permanecerão na repartição competente. (NR) 
§ 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado, mediante simples solicitação, sempre que 
não prejudicar o curso do procedimento. (NR) 
§ 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo para manifestação do acusado ou para 
apresentação de recursos, mediante publicação no Diário Oficial do Estado. (NR) 
§ 3º - Não corre o prazo senão depois da publicação a que se refere o parágrafo anterior e 
desde que os autos estejam efetivamente disponíveis para vista. (NR) 
§ 4º - Ao advogado é assegurado o direito de retirar os autos da repartição, mediante recibo, 
durante o prazo para manifestação de seu representado, salvo na hipótese de prazo comum, 
de processo sob regime de segredo de justiça ou quando existirem nos autos documentos 
originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a 
permanência dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado. 
(NR) 
Artigo 290 - Somente poderão ser indeferidos pelo presidente, mediante decisão 
fundamentada, os requerimentos de nenhum interesse para o esclarecimento do fato, bem 
como as provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. (NR) 
Artigo 291 - Quando, no curso do procedimento, surgirem fatos novos imputáveis ao 
acusado, poderá ser promovida a instauração de novo procedimento para sua apuração, ou, 
caso conveniente, aditada a portaria, reabrindo-se oportunidade de defesa. (NR) 
Artigo 292 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos à defesa, que poderá 
apresentar alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias. (NR) 
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as alegações finais, o presidente designará 
advogado dativo, assinando-lhe novo prazo. (NR) 
Artigo 293 - O relatório deverá ser apresentado no prazo de 10 (dez) dias, contados da 
apresentação das alegações finais. (NR) 
§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada acusado, separadamente, as 
irregularidades imputadas, as provas colhidas e as razões de defesa, propondo a absolvição 
ou punição e indicando, nesse caso, a pena que entender cabível. (NR) 
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão de quaisquer outras providências de 
interesse do serviço público. (NR) 
Artigo 294 - Relatado, o processo será encaminhado à autoridade que determinou sua 
instauração. (NR) 
Artigo 295 - Recebendo o processo relatado, a autoridade que houver determinado sua 
instauração deverá, no prazo de 20 (vinte) dias, proferir o julgamento ou determinar a 
realização de diligência, sempre que necessária ao esclarecimento de fatos. (NR) 
Artigo 296 - Determinada a diligência, a autoridade encarregada do processo 
administrativo terá prazo de 15 (quinze) dias para seu cumprimento, abrindo vista à defesa 
para manifestar-se em 5 (cinco) dias. (NR) 
Artigo 297 - Quando escaparem à sua alçada as penalidades e providências que lhe 
parecerem cabíveis, a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo 
deverá propô-las, justificadamente, dentro do prazo para julgamento, à autoridade 
competente. (NR) 
Artigo 298 - A autoridade que proferir decisão determinará os atos dela decorrentes e 
as providências necessárias a sua execução. (NR) 
Artigo 299 - As decisões serão sempre publicadas no Diário Oficial do Estado, dentro 
do prazo de 8 (oito) dias, bem como averbadas no registro funcional do servidor. (NR) 
Artigo 300 - Terão forma processual resumida, quando possível, todos os termos 
lavrados pelo secretário, quais sejam: autuação, juntada, conclusão, intimação, data de 
recebimento, bem como certidões e compromissos. (NR) 
§ 1º - Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da apresentação, 
rubricando o presidente as folhas acrescidas. (NR) 
§ 2º - Todos os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele deverão figurar 
por cópia. (NR) 
Artigo 301 - Constará sempre dos autos da sindicância ou do processo a folha de 
serviço do indiciado. (NR) 
Artigo 302 - Quando ao funcionário se imputar crime, praticado na esfera 
administrativa, a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo 
providenciará para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial. (NR) 
Parágrafo único - Quando se tratar de crime praticado fora da esfera administrativa, a 
autoridade policial dará ciência dele à autoridade administrativa. (NR) 
Artigo 303 - As autoridades responsáveis pela condução do processo administrativo e 
do inquérito policial se auxiliarão para que os mesmos se concluam dentro dos prazos 
respectivos. (NR) 
Artigo 304 - Quando o ato atribuído ao funcionário for considerado criminoso, serão 
remetidas à autoridade competente cópias autenticadas das peças essenciais do processo. 
(NR) 
Artigo 305 - Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual que não houver 
influído na apuração da verdade substancial ou diretamente na decisão do processo ou 
sindicância. (NR) 
Artigo 306 - É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divulgação notas sobre 
os atos processuais, salvo no interesse da Administração, a juízo do Secretário de Estado 
ou do Procurador Geral do Estado. (NR) 
Artigo 307 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, contados do cumprimento 
da sanção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não mais poderá aquela ser 
considerada em prejuízo do infrator, inclusive para efeito de reincidência. (NR) 
Parágrafo único - A demissão e a demissão a bem do serviço público acarretam a 
incompatibilidade para nova investidura em cargo, função ou emprego público, pelo prazo 
de 5 (cinco) e 10 (dez) anos, respectivamente. (NR) 
CAPÍTULO IV 
Do Processo por Abandono do Cargo ou Função e 
por Inassiduidade (NR) 
Artigo 308 - Verificada a ocorrência de faltas ao serviço que caracterizem abandono de 
cargo ou função, bem como inassiduidade, o superior imediato comunicará o fato à 
autoridade competente para determinar a instauração de processo disciplinar, instruindo a 
representação com cópia da ficha funcional do servidor e atestados de freqüência. (NR) 
Artigo 309 - Não será instaurado processo para apurar abandono de cargo ou função, 
bem como inassiduidade, se o servidor tiver pedido exoneração. (NR) 
Artigo 310 - Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para apurar abandono 
de cargo ou função, bem como inassiduidade, se o indiciado pedir exoneração até a data 
designada para o interrogatório, ou por ocasião deste. (NR) 
Artigo 311 - A defesa só poderá versar sobre força maior, coação ilegal ou motivo
legalmente justificável. (NR) 
DO ESTATUTO DO FUNCIONALISMO 
PÚBLICO 
Lei n° 8.429 / 92 5 de 2 de junho de 1.992. 
 
Capítulo l - Disposições Gerais 
 
Art. 1o - Os atos de improbidade praticados por qualquer agente 
público, servidor ou não contra a administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios, Território, de empresa 
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja 
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais 
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão 
punidos na forma desta Lei. 
 
Parágrafo único- Estão também sujeitos às penalidades desta Lei os atos de 
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba 
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem 
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita 
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do 
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
 
Art. 2o - Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo 
anterior. 
 
Art. 3o - As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, 
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou 
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se 
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta. 
 
Art. 4o - Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são 
obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos 
assuntos que lhe são afetos. 
 
Art. 5o - Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o 
integral ressarcimento do dano. 
 
Art. 6o - No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente 
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao 
seu patrimônio. 
 
Art. 7o - Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio 
público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade 
administrativa responsável pelo inquérito representar ao 
Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do 
indiciado. 
 
Parágrafo único - A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo 
recairá sobre os bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou 
sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. 
 
Art. 8o - O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio 
publico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações 
desta Lei até o limite do valor da herança. 
 
Capítulo II - Dos Atos de Improbidade Administrativa 
 
Art. 9o - Constitui ato de improbidade administrativa importando 
enriquecimento ilícito, auferir qualquer tipo de vantagem 
patrimonial indevida em razão de exercício de cargo, mandado, 
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 
1 desta lei, e notadamente: 
 
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou 
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a titulo de comissão, 
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou 
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão 
decorrente das atribuições do agente público; 
 
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar aquisição, 
permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços 
pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado; 
 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a 
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço 
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; 
 
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos 
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de 
qualquer das entidades mencionadas no art. l° desta Lei, bem como o 
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por 
essas entidades; 
 
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para tolerar a exploração ou a pratica de jogos de azar, de lenocínio, de 
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, 
ou aceitar promessa de tal vantagem; 
 
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas 
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou 
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades 
mencionadas no art l° desta Lei; 
 
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato cargo, 
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja 
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
 
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou 
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse 
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das 
atribuições do agente público, durante a atividade; 
 
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação 
de verba pública de qualquer natureza; 
 
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, 
para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado; 
 
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas 
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no 
art l° desta Lei; 
 
XII - usar, em proveito próprio bens, rendas, verbas ou valores integrantes 
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. l° desta Lei. 
 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam 
Prejuízo ao Erário. 
 
Art. 10 - Constitui ato de Improbidade administrativa que causa 
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa 
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das 
entidades referidas no art l° desta Lei, e notadamente: 
 
 I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao 
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas 
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no 
art. l° desta Lei; 
 
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das 
entidades mencionadas no art. l° desta Lei, sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
 
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, 
ainda que de fins educativos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou 
valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. l° 
desta Lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares 
aplicáveis à espécie: 
 
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante 
do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art 1° desta Lei, ou 
ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de 
mercado; 
 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço 
por preço superior ao de mercado; 
 
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e 
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea; 
 
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das 
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
 
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório
ou dispensá-lo indevidamente; 
 
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou 
regulamento; 
 
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no 
que diz respeito à conservação do patrimônio público; 
 
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes 
ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular; 
 
 XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça 
ilicitamente. 
 
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, 
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade 
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.1o desta Lei, 
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros 
contratados por essas entidades. 
 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que atentam 
contra os Princípios da Administração Pública 
 
Art. 11 - Constitui ato de improbidade administrativa que atenta 
contra os princípios da administração pública qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, 
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: 
 
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso 
daquele previsto, na regra de competência; 
 
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
 
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições 
e que deva permanecer em segredo; 
 
IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
 
V - frustrar a licitude de concurso público; 
 
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
 
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da 
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de 
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
 
Capítulo III - Das Penas 
 
Art. 12 - Independentemente das sanções penais, civis e 
administrativas, previstas na legislação específica, está o 
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes 
cominações: 
 
I - Na hipótese do art.9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente 
ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver perda da 
função pública, suspensão dos direitos políticos, de oito a dez anos, 
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial 
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
dez anos; 
 
II - na hipótese do art.10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou 
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta 
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 
cinco a oito anos, pagamento de multa civil de ate duas vezes o valor do 
dano e proibição de contratar com Poder Público ou receber benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por 
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 
cinco anos; 
 
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver perda 
da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, 
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração 
percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou 
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja 
sócio majoritário, pelo prazo de três anos; 
 
Parágrafo único - Na fixação das penas previstas nesta Lei o Juiz levará em 
conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial 
obtido pelo agente. 
 
Capítulo IV - Da Declaração de Bens 
 
Art. 13 - A posse e o exercício de agente público ficam 
condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores 
que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada 
no Serviço de Pessoal competente; 
 
§1o - A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, 
títulos, ações e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, 
localizados no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e 
valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras 
pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos 
apenas os objetos e utensílios de uso domestico; 
 
§2o - A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o 
agente público deixar o exercício do mandato, cargo emprego ou função; 
 
§3o - Será punido com a pena de demissão a bem do serviço público, sem 
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a 
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar 
falsa; 
 
§4o - O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual 
de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da 
legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com 
as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 
2° deste artigo. 
 
Capítulo V - Do Procedimento Administrativo e do 
Processo Judicial. 
 
 
Art. 14 - Qualquer pessoa poderá representar à autoridade 
administrativa competente para que seja instaurada investigação 
destinada a apurar a prática do ato de improbidade: 
 
§1o - A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, 
conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua 
autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento; 
 
§2o - A autoridade administrativa rejeitará a representação em despacho 
fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1° 
deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, 
nos termos do art.22 desta Lei; 
 
§3o - Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a 
imediata apuração dos fatos que em se tratando de servidores federais, será 
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei no 8.112' de 11 de 
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com o 
respectivos regulamentos disciplinares. 
 
Art. 15 - A comissão processante dará conhecimento ao 
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da 
existência de procedimento administrativo para apurar a prática 
de ato de improbidade. 
 
Parágrafo único - O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas 
poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o 
procedimento administrativo. 
 
Art. 16 - Havendo fundados indícios de responsabilidade, a 
comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do 
órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do 
seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido 
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público 
 
 
§1o - O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos 
arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. 
 
§2o - Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o 
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo 
indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais. 
 
Art. 17 - A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta 
pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, 
dentro de trinta dias de efetivação da medida cautelar. 
 
§1o - É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o 
caput. 
 
§2o - A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias 
à complementação do ressarcimento do patrimônio público. 
 
§3° - No caso da ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, a 
pessoa jurídica interessada integrará a lide na qualidade de litisconsorte, 
devendo suprir as
omissões e falhas da inicial e apresentar ou indicar os 
meios de prova de que disponha. 
 
§4o - O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará 
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade. 
 
Art. 18 - A sentença que julgar procedente ação civil de reparação 
do dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente 
determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o 
caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. 
 
 
Capítulo VI - Das Disposições Finais 
 
 
Art. 19 - Constitui crime a representação por ato de improbidade 
contra agente público ou terceiro beneficiário quando o autor da 
denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e 
multa. 
 
Parágrafo único - Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a 
indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que 
houver provocado. 
 
Art. 20 - A perda da função pública e a suspensão dos direitos 
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença 
condenatória. 
 
Parágrafo único - A autoridade judicial ou administrativa competente poderá 
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego 
ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer 
necessária à instrução processual. 
 
 
Art. 21 - A aplicação das sanções previstas nesta Lei independe: 
 
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público. 
 
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou 
pelo Tribunal ou Conselho de Contas. 
 
Art. 22 - Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o 
Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade 
administrativa ou mediante representação formulada de acordo 
com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de 
inquérito policial ou procedimento administrativo. 
 
 
Capítulo VIl - Da Prescrição 
 
Art. 23 - As ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas 
nesta Lei podem ser propostas: 
 
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em 
comissão ou de função de confiança; 
 
II - dentro do prazo prescricional previsto em Lei específica para faltas 
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos 
de exercício de cargo efetivo ou emprego. 
 
 
 
Atenção. 
 
Abaixo, parte das Normas da Corregedoria Geral da Justiça, que foram cobradas para 
estudo no Concurso para Escrevente Técnico Judiciário. 
 
Achamos prudente mantê-las, pois cremos que essas mesmas Normas deverão fazer parte 
do próximo Edital do Concurso para Oficial de Justiça. 
 
 
 
 
A saber: 
 
 
 
 
TOMO - I - 
 
 
CAPÍTULO II 
 
 
DOS OFÍCIOS DE JUSTIÇA EM GERAL 
 
 
SEÇÃO I 
 
 
DAS ATRIBUIÇÕES 
 
 
1. Aos ofícios de justiça serão atribuídos, de acordo com suas respectivas 
varas, os serviços do Cível, da Família e das Sucessões, da Fazenda Pública, de Acidentes 
do Trabalho, do Crime, do Júri, das Execuções Criminais, da Infância e da Juventude e da 
Corregedoria Permanente. 
 
2. Aos ofícios de justiça competem os serviços do foro judicial, incluídos os do 
contador e partidor, atribuindo-se-lhes a numeração ordinal e a denominação da respectiva 
vara, onde houver mais de uma. 
 
2.1. Em cada comarca de terceira entrância há um ofício de distribuição 
judicial ao qual incumbem os serviços de distribuição cível e criminal, 
além do arquivo geral. 
 
2.2. Nas comarcas e foros distritais de segunda entrância, com mais de uma 
vara, há uma seção de distribuição judicial. 
 
2.3. Nas demais comarcas em que há uma única vara e um único ofício de 
justiça, a este competem as atribuições dos serviços de distribuição. 
 
3. As execuções fiscais estaduais e municipais e respectivas entidades 
autárquicas ou paraestatais, na Comarca da Capital, são processadas pelo Ofício de 
Execuções Fiscais. 
 
3.1. Nas demais comarcas tais execuções e ainda as de interesse da União, 
bem como de suas entidades autárquicas ou paraestatais, são 
processadas pelo Ofício de Justiça ou Serviço Anexo Fiscal autorizado 
pelo Conselho Superior da Magistratura. 
 
3.2. A inutilização ou incineração de processos de execuções fiscais só 
poderá ocorrer em relação àqueles arquivados há mais de 1 (um) ano, 
em virtude de anistia, pagamento ou qualquer outro fato extintivo. 
 
3.3. Essa autorização será precedida de informação prestada pelo Diretor do 
Ofício do Anexo Fiscal ou Cartório Judicial ao MM. Juiz Corregedor 
Permanente, relacionados todos os feitos, que se encontrem nas 
condições do subitem 3.2, precedente. 
 
3.4. Será formado expediente próprio, que tramitará pelo Cartório ou Anexo, 
colhendo-se a manifestação da Fazenda e subseqüente publicação de 
edital, com prazo mínimo de 30 (trinta) dias, para conhecimento de 
terceiros, decidindo o Juiz Corregedor Permanente acerca de eventual 
reclamação, cabendo recurso no prazo de 15 (quinze) dias à 
Corregedoria Geral da Justiça. 
 
3.5. Esgotado o prazo do edital, sem nenhuma reclamação, será designado 
local, dia e hora para o ato de inutilização ou incineração, lavrando-se o 
termo respectivo, minudenciando-se os números dos processos. 
 
3.6. As fichas de andamento deverão ser mantidas em cartório, anotando-se 
a causa da extinção e o número do processo do expediente de 
incineração ou inutilização, servindo de base para futura expedição de 
certidões. O mesmo procedimento deverá ser observado pelo Cartório 
do Distribuidor. 
 
4. Os escrivães-diretores deverão distribuir os serviços entre os servidores do 
ofício de justiça, segundo a categoria funcional de cada um. 
 
 
SEÇÃO II 
 
DOS LIVROS E CLASSIFICADORES OBRIGATÓRIOS 
 
 
Subseção I 
 
Dos Livros dos Ofícios de Justiça em Geral 
 
 
5. Os ofícios de justiça em geral deverão possuir os seguintes livros. 
a) Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça; 
b) Ponto dos Servidores; 
c) Visitas e Correições; 
d) Registro Geral de Feitos, com índice; 
e) Protocolo de Autos e Papéis em Geral; 
f) Cargas de Autos; 
g) Cargas de Mandados; 
h) Registro de Sentenças; 
i) Registro de Autos Destruídos. 
 
5.1. Além dos livros acima enumerados, os Ofícios de Justiça deverão 
possuir livro ponto dos oficiais de justiça que prestem serviço junto às 
respectivas Varas, livro de Registro de Feitos Administrativos 
(sindicâncias, procedimentos administrativos, representações, etc.) e, 
no que couber, aqueles demais pertinentes à Corregedoria Permanente, 
previstos no item 18 do Capítulo I. 
 
5.2. Os livros em geral, inclusive de folhas soltas, serão abertos, numerados, 
autenticados e encerrados pelo escrivão-diretor, sempre na mesma 
oportunidade, podendo ser utilizado, para este fim, processo mecânico 
de autenticação previamente aprovado pelo Juiz Corregedor 
Permanente, vedada a substituição de folhas. Uma vez completado o 
seu uso, serão imediatamente encaminhados para encadernação 
(quando de folhas soltas). 
 
5.3. Haverá nos ofícios de justiça controle, pela utilização de livros de folhas 
soltas ou outro meio idôneo, da remessa e recebimento de feitos aos 
Tribunais Superiores. 
 
6. O livro Ponto deverá ser assinado diariamente por todos os servidores, 
excetuando-se aqueles que registram o ponto em relógio mecânico, consignando-se 
horários de entrada e saída. 
 
6.1. O encerramento do livro Ponto deverá ser diário, mediante assinatura do 
escrivão-diretor ou de seu substituto legal. 
 
7. Não será permitido aos servidores, na assinatura do livro Ponto: 
a) o uso de simples rubricas; 
b) o emprego de tinta que não seja azul ou preta, indelével. 
 
8. Por ocasião das ausências ou afastamentos, de qualquer ordem, dos 
servidores, deverá o escrivão-diretor, ou seu substituto legal, efetuar
as anotações 
pertinentes, consignando o motivo do afastamento ou a natureza da falta. 
 
9. No livro de Visitas e Correições serão transcritos integralmente os termos de 
correições realizadas pelo Juiz Corregedor Permanente ou pelo Corregedor Geral da 
Justiça. 
 
9.1. Este livro, cumprindo os requisitos dos demais livros obrigatórios, 
deverá ser organizado em folhas soltas em número de 50 (cinqüenta). 
 
10. Em todos os ofícios de justiça será elaborado um FICHÁRIO POR NOME DE 
AUTOR, o qual servirá como memória permanente do Cartório. 
10.1. O fichário será composto por fichas abertas em nome dos autores, 
organizadas em ordem alfabética, com as seguintes exceções. 
 
a) nos ofícios de justiça criminais, do JECRIM, do júri e das execuções 
criminais, somente serão abertas fichas em nome dos réus; 
b) suprimido; 
c) nos ofícios de justiça de execuções fiscais somente serão abertas 
fichas em nome dos executados; 
d) nos casos de litisconsórcio, poderá o Juiz Corregedor Permanente, 
em razão do grande número de litigantes, limitar a quantidade de fichas 
a serem abertas, quando será aberta necessariamente uma para o 
primeiro autor; 
e) fica dispensado o fichário em nome de autor para as Cartas 
Precatórias, entretanto, será aberta ficha em nome do embargante na 
hipótese de haver Embargos de Terceiro interpostos no juízo 
deprecado; 
f) nos ofícios de justiça da infância e juventude as fichas serão abertas 
em nome das crianças e/ou adolescentes envolvidos; nos processos 
em que não se faça menção às crianças e/ou adolescentes, as fichas 
serão abertas em nome do autor, ou, se este for o Ministério Público, 
em nome do réu. 
 
10.2. As fichas que compõem o fichário em nome do autor deverão conter as 
principais informações a respeito do processo, de forma a possibilitar 
a extração de certidões. 
 
10.2.1. Nos processos cíveis, de família e sucessões, da fazenda pública, 
da infância e juventude, de acidentes do trabalho e anexo fiscal, 
deverá ser anotado nas fichas: o n° do processo, o nome, RG e 
CPF do autor, a natureza do feito, a data da distribuição, o n°, 
livro e fls. do registro geral de feitos, o n°, livro e fls. do registro 
da sentença, a suma do dispositivo da sentença, anotações 
sobre recursos, a data do trânsito em julgado, o arquivamento e 
outras observações que se entender relevantes. 
 
10.2.2. Nos processos criminais, do Júri e do JECRIM, deve ser 
anotado nas fichas: o n° do processo, o nome e qualificação do 
réu, o n°, livro e fls. do registro geral de feitos, a data do fato, a 
data do recebimento da denúncia, o artigo de lei em que o réu foi 
incurso, a data da suspensão do processo (art. 366-CP e 
JECRIM), a data da prisão, o n°, livro e fls. do registro de 
sentença, a suma do dispositivo da sentença, anotações sobre 
recursos, a data da decisão confirmatória da pronúncia, a data 
do trânsito em julgado, a data da expedição da guia de 
recolhimento, de tratamento ou de internação, o arquivamento e 
outras observações que se entender relevantes. 
 
10.2.3. Nos processos de execução criminal, deve ser anotado nas 
fichas: o nome e qualificação do executado, as guias de 
recolhimento registradas, a discriminação das penas impostas 
em ordem seqüencial, os incidentes de execução da pena, 
anotações sobre recursos, a suma dos julgamentos, as 
progressões de regime, os benefícios concedidos, as remições 
de pena e outras observações que se entender relevantes. 
 
10.2.4. Preferencialmente será escriturada, até o momento do 
arquivamento dos autos, a ficha do primeiro autor, lançando-se 
em todas as demais, eventualmente abertas em razão de 
litisconsórcio, além do nº do processo, do nome da parte, seu 
RG e CPF, indicação da ficha em que consta a completa 
escrituração. 
 
10.2.5. As fichas que compõem o fichário por nome do autor poderão ser 
emitidas e escrituradas, até o momento do arquivamento dos 
autos, por sistema informatizado, sempre com materialização em 
papel. 
 
10-A. Em todos os ofícios de justiça será elaborado um FICHÁRIO INDIVIDUAL, 
destinado ao controle e registro da movimentação dos feitos, devendo ser aberta uma ficha 
para cada processo. O fichário será organizado pelo número do processo, em ordem 
crescente (1/99, 2/99, 3/99, etc.) e com subdivisão por ano. 
 
10-A-1. As anotações feitas nas fichas devem ser fidedignas, claras e 
atualizadas, de forma a refletir o atual estado do processo. 
 
10-A-2. Quando do arquivamento dos autos do processo, a ficha 
individual deverá ser grampeada na contracapa, devendo ser 
reaproveitada no caso de desarquivamento e novo andamento 
dos autos. Quando da devolução de Cartas Precatórias 
cumpridas ou da redistribuição de feitos a outras varas, as 
fichas individuais respectivas devem ser inutilizadas. 
 
10-A-3. O fichário individual poderá ser substituído por sistema 
informatizado de controle e registro da movimentação 
processual, extraindo-se uma cópia destas informações para 
que acompanhem o processo quando for arquivado. 
 
10-A-4. Nas seções de falências e concordatas, onde houver, o fichário 
individual será composto por fichas abertas em nome das 
requeridas, organizadas em ordem alfabética. 
 
11. No livro Registro Geral de Feitos serão registrados todos os feitos 
distribuídos ao ofício de justiça, exceto as execuções fiscais e os inquéritos judiciais 
falimentares que serão registrados em livros especiais. 
 
12. É facultada a organização do Registro Geral de Feitos em folhas soltas, 
datilografadas, sempre porém protegidas por capa dura e encadernadas ao término do livro 
formado (modelo próprio). 
 
13. No Livro de Registro de Feitos, será efetuado balanço anual, de acordo com 
o seguinte modelo: 
 
1º) Feitos distribuídos no ano; 
2º) Feitos vindos de outros anos; 
3º) Feitos liquidados no ano; 
4º) Feitos que passam para o ano seguinte; 
5º) Feitos desarquivados no ano, que voltem a ter efetivo andamento. 
 
14. As precatórias recebidas serão lançadas no livro Registro Geral de Feitos, 
com indicação completa do juízo deprecante e não apenas da comarca de origem, dos 
nomes das partes, da natureza da ação e da diligência deprecada; é, porém, dispensável a 
consignação textual do juízo deprecado. 
 
15. Na coluna "observações" do livro Registro Geral de Feitos, deverão ser 
anotados o número da caixa de arquivamento dos respectivos processos, bem como as 
circunstâncias de devolução de precatórias ou de entrega ou remessa de autos que não 
importem em devolução. 
 
15.1. Nas Comarcas em que a distribuição encontra-se informatizada, 
ocorrendo determinação judicial para redistribuição, entrega e 
devolução de autos ou retificação, o escrivão-diretor providenciará, de 
imediato, o cumprimento da ordem, independentemente do 
recebimento de folhas soltas para composição do livro de Registro de 
Feitos ou do fornecimento de etiqueta de autuação. O lançamento 
devido no respectivo livro será efetuado oportunamente. 
 
15.2. Suprimido. 
 
16. Deverão ser evitadas anotações a lápis no livro Registro Geral de Feitos, 
mesmo que a título provisório (remessa de autos aos Tribunais); só as saídas de autos, com 
destino definitivo, deverão ser lançadas no livro, ao passo que as remessas em tal caráter 
serão simplesmente anotadas nas fichas usuais de movimentação processual. 
 
17. Não deve ser admitido, quando se trate de entrega de autos às partes, ou de 
remessa através de via postal, que os correspondentes recibos sejam assinados ou os 
comprovantes colados no livro Registro Geral de Feitos, ainda que na coluna 
"observações"; esses atos serão adequados ao livro Protocolo de Autos e Papéis em Geral. 
 
18. Haverá livro Protocolo, com tantos desdobramentos quantos recomendem a 
natureza e o movimento do ofício de justiça, destinando-se
ao registro de casos de entrega 
ou remessa, que não impliquem devolução. 
 
19. Os livros de Cargas de Autos deverão ser desdobrados, segundo a sua 
destinação, a saber, para o juiz, para o representante do Ministério Público, para advogados, 
para contador, etc. 
 
20. Haverá também livro Carga de Mandados, que poderá ser desdobrado em 
número equivalente ao dos oficiais de justiça em exercício, destinando-se um para cada 
qual. 
 
20.1. Não serão feitas cargas aos oficiais de justiça nos 15 (quinze) dias 
antecedentes às suas férias marcadas na escala; nesse prazo 
cumprirão eles os mandados anteriormente recebidos, só podendo 
entrar em férias sem nenhum mandado em mãos, vedada a baixa para 
redistribuição. 
 
21. Deverá ser mantido rigoroso controle sobre os livros de carga em geral, os 
quais serão submetidos a "visto" mensal do Juiz Corregedor Permanente, até o décimo dia 
útil de cada mês, o qual se incumbirá de coibir eventuais abusos ou excessos em geral. 
 
22. Todas as cargas devem receber as correspondentes baixas, assim que 
restituídos os autos ou mandados, na presença do interessado sempre que possível, ou por 
este exigido; da restituição deve ser lançada certidão nos autos, com menção do dia, em 
consonância com a baixa registrada. 
 
23. Serão também registradas, no livro Carga de Mandados, as petições que, por 
despacho judicial, sirvam como tal. 
 
24. O livro Registro de Sentenças poderá ser formado mediante traslados, 
cópias a carbono desde que assinadas pelo juiz ou através de cópias reprográficas; quando 
a sentença for proferida em audiência e o seu registro se fizer mediante traslado, bastará 
que contenha a parte dispositiva, anotando-se, porém, no corpo do registro ou à sua 
margem, o número do livro Protocolo de Audiências e o da respectiva folha em que exarada. 
 
24.1. O registro a que alude este item deverá ser procedido em até 48 horas 
após a baixa dos autos em cartório pelo juiz. 
 
25. As sentenças registradas deverão ser numeradas em série anual renovável 
(1/80, 2/80, 3/80, ... , 1/82, 2/82 etc.). 
 
26. Todas as sentenças, cíveis em geral, criminais, mesmo as extintivas de 
punibilidade, e trabalhistas, deverão ser registradas. 
 
27. Suprimido. 
 
28. Suprimido. 
 
29. Suprimido. 
 
30. Suprimido. 
 
31. Suprimido. 
 
 
Subseção II 
 
Dos Classificadores Obrigatórios 
 
 
32. Os ofícios de justiça possuirão os seguintes classificadores: 
a) para atos normativos e decisões do Conselho Superior da Magistratura; 
b) para atos normativos e decisões da Corregedoria Geral da Justiça; 
c) para atos normativos e decisões da Corregedoria Permanente; 
d) para cópias de ofícios expedidos; 
e) para ofícios recebidos; 
f) para GRD - guias de recolhimento de diligências do oficial de justiça; 
g) para guarda da "Folha do Diário Oficial" correspondente à publicação das 
intimações do respectivo ofício de justiça. 
 
32.1. Os classificadores referidos nas alíneas "a", "b" e "c" reunirão apenas 
os atos e decisões de interesse do ofício de justiça, com índice por 
assunto. 
 
32.2. O classificador a que alude a alínea "d" destina-se ao arquivamento, em 
ordem cronológica, das cópias de ofícios, que não se refiram a feito do 
próprio ofício de justiça. 
 
32.3. Os classificadores indicados nas alíneas "d", "e" e "f" deverão ser 
mantidos em cartório pelo prazo de dois anos, e aquele indicado na 
alínea "g" por seis meses. Decorrido o prazo estabelecido poderão ser 
inutilizados nos termos do item 42.1 e 42.2 deste Capítulo. 
 
32.4. Suprimido. 
 
 
SEÇÃO III 
 
DA ORDEM GERAL DOS SERVIÇOS 
 
 
33. Os ofícios de justiça deverão possuir e escriturar todos os livros 
regulamentares, observadas as normas específicas de cada um. 
 
34. Os papéis utilizados para escrituração de atos, termos, certidões ou 
traslados, excluídas as autuações e capas, terão fundo inteiramente branco. 
 
34.1. Nos ofícios expedidos deverão constar a comarca, a Vara e o endereço 
completo do Fórum remetente, inclusive com nº do código de 
endereçamento postal e telefone. 
 
35. A escrituração, nos livros e papéis, deve ser sempre feita em vernáculo, com 
tinta preta ou azul, indelével. 
 
35.1. É vedado o uso de: 
a) tinta de cor diferente da prevista no item anterior; 
b) borracha, detergente ou raspagem por qualquer meio, mecânico ou 
químico. 
 
36. Na escrituração dos livros e autos, deverão ser evitados erros, omissões, 
emendas, rasuras, borrões ou entrelinhas, efetuando-se, quando necessário, as devidas 
ressalvas, antes da subscrição do ato, de forma legível e autenticada. 
 
37. As anotações de "sem efeito" deverão sempre estar datadas e autenticadas 
com a assinatura de quem as haja lançado nos autos. 
 
38. Deverá ser evitado o uso de espaço número um nos atos datilografados. 
 
39. Nos autos e nos livros, deverão ser evitados e inutilizados os espaços em 
branco. 
 
40. Ao expedir certidão, o escrivão-diretor dará a sua fé pública do que constar 
ou não dos livros, autos ou papéis a seu cargo, consignando a designação, o número e a 
página do livro ou processo onde se encontra o assentamento. 
 
40.1. As certidões em breve relatório ou de inteiro teor serão expedidas no 
prazo de 5 (cinco) dias, contados da data do recebimento em cartório 
do respectivo pedido. 
 
41. Os recibos de correspondência deverão ser arquivados em pastas próprias 
dos ofícios de justiça, após os devidos lançamentos. 
 
42. Os livros e papéis em andamento ou findos deverão ser bem conservados e, 
quando for o caso, encadernados, classificados ou catalogados. 
 
42.1. Após revisados e decorridos 2 (dois) anos do último registro efetuado, 
os livros de carga e demais papéis, desde que reputados sem utilidade 
para conservação em arquivo, poderão ser, por qualquer modo, 
inutilizados mediante prévia autorização do Juiz Corregedor 
Permanente. 
 
42.2. O pedido será feito pelo escrivão-diretor, que consignará os elementos 
indispensáveis à identificação do livro ou papéis, arquivando-o, a 
seguir, em classificador próprio, com certidão da data da inutilização. 
 
43. As certidões, alvarás, termos, precatórias, editais e outros atos de sua 
atribuição serão subscritos pelos escrivães-diretores, logo depois de lavrados. 
 
44. Deverão ser colhidas as assinaturas do juiz, dos procuradores, das partes, 
das testemunhas e dos escreventes, em livros, autos e papéis, imediatamente após a prática 
do ato. 
 
45. Na capa ou autuação do processo, serão sempre consignados o número 
correspondente ao livro Registro de Feitos, o número do processo, seguido de barra e 
menção do ano, bem como a data e a folha em que se acha o registro. 
 
45.1. Nas execuções fiscais será anotado na capa, em moeda nacional 
corrente, o valor de alçada recursal (artigo 34, caput e § 1º, da Lei nº 
6.830/80), apurado segundo critério divulgado pela Corregedoria 
Geral da Justiça, por comunicado, em não havendo outro critério de 
atualização definido pelo juiz do processo. 
 
45.2. Quando da reiteração de embargos de declaração reconhecidamente 
protelatórios (art.538, parágrafo único, do CPC), a multa imposta, cujo 
recolhimento é condição de procedibilidade de qualquer outro 
recurso, deverá ser anotada pela Serventia na capa dos autos, 
indicando a folha onde foi aplicada essa penalidade. 
45.3. Havendo recurso tramitando no Tribunal competente, e encontrando-se 
os autos principais em Primeira Instância, no caso de imposição de 
multas previstas no artigo 798, § 3º e no artigo 855 do Regimento 
Interno do Tribunal de Justiça, comunicadas estas pelo respectivo 
Tribunal, deverá a Serventia anotar a sua imposição na capa dos 
autos, indicando a folha onde foi aplicada a correspondente 
penalidade. 
46. Os escrivães-diretores
farão a revisão das folhas dos autos que devam subir 
a despacho ou ser remetidos à Superior Instância, verificando a numeração e suprindo as 
omissões, de tudo dando certidão nos próprios autos. 
 
46.1. Antes da subida dos recursos à Instância Superior, deverá o escrivão-
diretor certificar nos autos eventuais suspensões de expediente 
havidas no período que vai da data da intimação às partes da sentença 
ou do despacho que provocou o inconformismo, até a data em que foi 
protocolada a petição que contém o recurso, com as especificações e 
motivações respectivas. 
 
47. Os autos de processos não poderão exceder de 200 (duzentas) folhas em 
cada volume, excetuados os casos especiais, decididos pelo juiz. 
 
47.1. Em nenhuma hipótese será seccionada peça processual com seus 
documentos anexos, mesmo a pretexto de ter o volume atingido 200 
(duzentas) folhas, podendo, neste caso, ser encerrado com mais ou 
menos folhas. 
 
47.2. Poderá, entretanto, formar-se um só volume para encerrar uma única 
peça processual que contenha mais de 200 (duzentas) folhas. 
 
47.3. O encerramento e a abertura de novos volumes serão efetuados 
mediante a lavratura das respectivas certidões, em folhas regularmente 
numeradas, prosseguindo sem solução de continuidade no volume 
subseqüente. 
 
48. Os escrivães-diretores enviarão os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério 
Público no dia em que assinar o termo de conclusão ou de vista, não sendo permitida, sob 
qualquer pretexto, a permanência de autos em cartório com tais termos. 
 
48.1. Nenhum processo será entregue com termo de vista, a promotor de 
justiça ou advogado, sem prévia assinatura no livro de carga e 
descarga. 
 
48.2. Será feita carga, igualmente, dos autos conclusos ao juiz e que não 
receberem despacho ou não forem sentenciados até o final do 
expediente do dia. 
 
48.3. Se o juiz se recusar a assinar, ficará isto consignado no assentamento 
da carga. 
 
49. Os termos de movimentação dos processos, regularmente datados, deverão 
ser preenchidos com os nomes, por extenso, dos juízes, representantes do Ministério 
Público, advogados, ou daqueles a quem se refiram. 
 
50. Não será permitido o lançamento, nos autos, de cotas marginais ou 
interlineares, ou o uso de sublinhar palavras ou expressões, à tinta ou a lápis, devendo o 
escrivão-diretor ou escrevente, ao constatar irregularidade tal, comunicá-la incontinenti ao 
Juiz Corregedor Permanente. 
 
84. Não se deverá juntar nenhum documento ou petição aos autos, sem que seja 
lavrado o respectivo termo de juntada. 
 
84.1. Recebidas petições via fac-símile diretamente no Ofício Judicial ou na 
Vara, ao ser feita a juntada deverá ser certificada a data da recepção do 
material, para oportuno controle do prazo do artigo 2º e parágrafo único 
da Lei nº 9.800, de 26.05.1999. 
 
85. É vedado lançar termos no verso de sentenças, petições, documentos, guias 
etc., devendo ser usada, quando necessária, outra folha, com inutilização dos espaços em 
branco. 
 
86. Todos os atos e termos devem ser certificados nos autos. 
 
87. Deverá ser sempre certificado, nos autos, o registro da sentença, com 
indicação do número de ordem que recebeu, do livro e da folha em que procedido o registro. 
 
87.1. A certidão de que trata este item deverá ser lançada na última folha da 
sentença registranda, em campo deixado especificamente para 
aposição da mesma. 
 
88. Após feitas as intimações devidas, será certificado o decurso de prazo para 
interposição de recurso contra quaisquer decisões. 
88.1. Da certidão da publicação de despachos ou decisões pelo Diário Oficial 
da Justiça, nas Comarcas do Interior, deverá constar a data em que 
efetivamente tal periódico circulou na respectiva Comarca. 
 
89. Deverá ser feita conclusão dos autos no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e 
executados os atos processuais no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. 
 
90. Nenhum processo deverá permanecer paralisado em cartório, além dos 
prazos legais ou fixados; tampouco deverão ficar sem andamento por mais de 30 (trinta) 
dias, no aguardo de diligências (informações, respostas a ofícios ou requisições, 
providências das partes etc.). Nessas últimas hipóteses, cumprirá ser feita conclusão ao 
juiz, para as providências cabíveis. 
 
90.1. Em todos os Ofícios de Justiça o controle dos prazos dos processos 
deverá ser efetuado mediante o uso de escaninhos numerados de 01 a 
31, correspondentes aos dias do mês, nos quais deverão ser 
acondicionados os autos de acordo com a data de vencimento do 
prazo que estiver fluindo. No cálculo dos prazos deverá ser incluído o 
prazo do Protocolo Integrado. 
 
90.2. Os prazos deverão ser verificados diariamente, de acordo com as datas 
de vencimento. 
 
90.3. Deverão ser acondicionados nos escaninhos de prazo os autos dos 
processos que aguardam o cumprimento de diligências, tais como o 
cumprimento e a devolução de cartas precatórias, respostas a ofícios 
expedidos, o cumprimento de mandados e a realização de inspeções e 
perícias. Os autos dos processos em que houver algum ato pendente 
de execução pelos serventuários não poderão ser colocados nos 
escaninhos de prazo. 
 
90.4. Os Ofícios Judiciais poderão manter escaninhos destinados a 
acondicionar autos de processos que aguardam a publicação de 
despachos e sentenças no Diário Oficial (imprensa já remetida), 
organizados por data de remessa, bem como escaninhos destinados a 
autos de processos que aguardam a realização de audiências, desde 
que inteiramente cumpridos, organizados por data. 
 
90.5. Os autos dos processos deverão ser acondicionados nos escaninhos 
na posição vertical, em ordem numeral crescente, de forma a permitir 
rápida localização e perfeita identificação e visualização. 
90.6. O controle de prazos poderá ser efetuado por sistema informatizado 
que permita a emissão de relatórios diários dos processos com o prazo 
vencido. 
 
91. A retirada de autos judiciais e administrativos em andamento no Cartório é 
reservada unicamente a advogados ou estagiários regularmente inscritos na O.A.B., 
constituídos procuradores de algumas das partes, ressalvado, nos processos findos, a 
retirada por advogado mesmo sem procuração, pelo prazo de dez (10) dias. 
 
92. Suprimido. 
 
93. Na hipótese de os processos correrem em segredo de justiça, o seu exame, 
em cartório, será restrito às partes e a seus procuradores. 
 
93.1. As entidades que reconhecidamente prestam serviços de assistência 
judiciária poderão, por intermédio de advogado com procuração nos 
autos, autorizar a consulta de processos que tramitam em segredo de 
justiça em cartório pelos acadêmicos de direito não inscritos na OAB. 
Referida autorização deverá conter o nome do acadêmico, o número de 
seu RG e o número e/ou nome das partes do processo a que se refere a 
autorização, que será juntada posteriormente aos autos. 
 
94. Não havendo fluência de prazo, os autos somente poderão ser retirados 
mediante requerimento. 
 
94.1. Na fluência de prazo, os autos não poderão sair de cartório, salvo nas 
hipóteses expressamente previstas na legislação vigente, ressalvado, 
porém, em seu curso ou em outras hipóteses de impossibilidade de 
retirada dos autos, o direito de requisição de cópias quando houver 
justificada urgência na extração respectiva, mediante autorização 
judicial e observando-se o disposto na Seção IV, do Capítulo IX, destas 
Normas. 
94.2. Na fluência de prazo, cingindo-se a requisição a cópia de sentença, a 
extração respectiva deverá ser feita do Livro de Registro de Sentenças. 
 
95. A retirada de processos criminais de cartório somente poderá ser efetuada 
por advogado ou estagiário regularmente inscritos na O.A.B., mesmo sem procuração, pelo 
prazo de 10 (dez) dias, quando se tratar
de processo findo, e por 48 (quarenta e oito) horas, 
quando em andamento, mas nunca na fluência do prazo. 
 
96. A vista dos autos será em cartório, quando, havendo dois ou mais réus com 
procuradores diversos, haja prazo comum para falarem ou recorrerem. 
 
97. A vista dos autos poderá ser fora do cartório, se não ocorrer a hipótese do 
item anterior, mas exclusivamente ao advogado constituído ou dativo. 
 
98. Somente o escrivão-diretor, o oficial maior ou escrevente especialmente 
designado é que poderá registrar a retirada e a devolução de autos no livro próprio, sempre 
rigorosamente atualizado. 
 
99. No livro será sempre anotado o número da carteira profissional e respectiva 
seção, expedida pela O.A.B., facultado ao funcionário, na dúvida, solicitar sua exibição. 
 
100. Em se tratando de advogado não constituído, a entrega de autos estará 
sempre condicionada à prévia autorização judicial escrita. 
 
101. Sempre que receber autos com vista ou para exame, o advogado assinará a 
carga respectiva, ou dará recibo que o escrivão-diretor colará imediatamente no registro da 
carga. 
 
101.1. O cartório, ao receber os autos de advogados e peritos dará baixa 
imediata no livro de carga, à vista do interessado. 
 
101.2. O Juiz Corregedor Permanente poderá determinar a utilização do livro 
de carga para a entrega de autos a outros profissionais (Juízes, 
Promotores de Justiça, etc.). 
 
106. O desentranhamento de documentos deverá ser efetuado mediante termo 
ou certidão nos autos, constando o nome e documento de identificação de quem os recebeu 
em devolução, além do competente recibo. 
 
106.1. Os documentos desentranhados poderão ser substituídos por cópias 
simples. 
 
106.2. A substituição acima tratada poderá, a critério do juiz do processo, ser 
dispensada, quando os documentos de que se pretenda o 
desentranhamento não tenham servido de base para fundamentação 
de qualquer decisão nos autos proferida ou para a manifestação da 
parte contrária. 
 
107. Deverá ser colocada uma folha em branco no lugar das peças ou 
documentos desentranhados, anotando-se a folha dos autos em que lançada a certidão de 
desentranhamento; quando ocorrer desentranhamento, não serão renumeradas as folhas do 
processo. 
 
108. Deverá ser sempre certificado, nas peças e documentos desentranhados, o 
número do processo em que se achavam juntados. 
 
As peças e documentos que forem tiradas dos processos deverão conter o número do 
processo do qual faziam parte. 
TÍTULO VIII - Do Processo Administrativo 
CAPÍTULO I - Da Instauração do Processo 
Artigo 268 - A aplicação do disposto neste Título se fará sem prejuízo da 
validade dos atos realizados sob a vigência de lei anterior. 
 
Artigo 269 - Instaura-se processo administrativo ou sindicância, a fim de 
apurar ação ou omissão de funcionário público, puníveis 
disciplinarmente. 
 
Artigo 270 - Será obrigatório o processo administrativo quando a falta 
disciplinar, por sua natureza, possa determinar a pena de 
demissão. 
Parágrafo único - O processo será precedido de sindicância, quando 
não houver elementos suficientes para se concluir pela 
existência da falta ou de sua autoria. 
 
Artigo 271 - No caso dos arts. 253 e 254, poder-se-á aplicar a pena pela 
verdade sabida, salvo se, pelas circunstâncias da falta, for 
conveniente instaurar-se sindicância ou processo. 
Parágrafo único - Entende-se por verdade sabida o conhecimento 
pessoal e direto de falta por parte da autoridade 
competente para aplicar a pena. 
 
Artigo 272 - São competentes para determinar a instauração de processo 
administrativo, as autoridades enumeradas no art. 260 até o 
número III, inclusive, e, para determinar a instauração de 
sindicância, as autoridades enumeradas no mesmo artigo até o 
número IV. 
CAPÍTULO II - Da Sindicância 
Artigo 273 - A sindicância, como meio sumário de verificação, será 
cometida a funcionário, comissão de funcionários, de condição 
hierárquica nunca inferior à do indiciado, ou à Comissão 
Processante Permanente a que se refere o art. 278. 
 
Artigo 274 - Promove-se a sindicância: 
I - como preliminar do processo, nos termos do parágrafo único 
do art. 270; 
e II - quando não for obrigatória a instalação do processo 
administrativo. 
 
Artigo 275 - A comissão, ou o funcionário incumbido da sindicância, 
dando-lhe início imediato, procederá às seguintes diligências: 
I - ouvirá testemunhas para esclarecimento dos fatos referidos 
na portaria de designação e o acusado, se julgar necessário para 
esclarecimento dos mesmos ou a bem de sua defesa, 
permitindo-lhe juntada de documentos e indicação de provas; 
e II - colherá as demais provas que houver, concluindo pela 
procedência, ou não, da argüição feita contra o funcionário. 
 
Artigo 276 - A sindicância deverá ser ultimada dentro de 30 (trinta) dias, 
prorrogáveis por igual prazo, a critério da autoridade que a 
houver mandado instaurar. 
 
Artigo 277 - A critério da autoridade que designar, o funcionário incumbido 
para proceder à sindicância poderá dedicar todo o seu tempo 
àquele encargo, ficando, em conseqüência, automaticamente 
dispensado do serviço da repartição, durante a realização dos 
trabalhos a que se refere o art.275. 
CAPÍTULO III - Das omissões Processantes 
Artigo 278 - Em cada Secretaria de Estado haverá Comissões 
Processantes Permanentes destinadas a realizar os processos 
administrativos. 
§ 1.°- Os membros das Comissões Processantes Permanentes serão 
designados pelos Secretários de Estado, com aprovação 
do Governador. 
§ 2 °- O disposto neste artigo não impede a designação de comissões 
especiais pelo Governador do Estado. 
 
Artigo 279 - As Comissões Processantes Permanentes serão constituídas 
de 3 (três) funcionários, nomeados pelo prazo de 2 (dois) anos, 
facultada a recondução, cabendo a presidência a Procurador do 
Estado. 
§ 1.°- Haverá tantas Comissões quantas forem julgadas necessárias. 
§ 2.°- Os membros da Comissão poderão ser dispensados a qualquer 
tempo, com aprovação do Governador. 
 
Artigo 280 - Não poderá ser encarregado de proceder a sindicância, nem 
fazer parte da Comissão Processante, mesmo como secretário 
desta, parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, 
até o terceiro grau inclusive do denunciante ou indiciado, bem 
como o subordinado dele. 
Parágrafo único - Ao funcionário designado incumbirá comunicar, 
desde logo, à autoridade competente, o impedimento que 
houver, de acordo com este artigo. 
 
Artigo 281 - Os membros das Comissões Processantes Permanentes, bem 
como os respectivos secretários, dedicarão todo o seu tempo 
aos trabalhos pertinentes aos processos administrativos e às 
sindicâncias de que foram encarregados, ficando dispensados 
dos serviços da repartição durante todo o prazo da nomeação de 
que trata o art. 279. 
Parágrafo único - Nas comissões não permanentes, também 
compostas de 3 (três) membros, somente por expressa 
determinação da autoridade que as designar, poderão 
seus integrantes ser afastados do exercício dos cargos, 
durante a realização do processo. 
 
Artigo 282 - Fica sujeita à aprovação dos Diretores Gerais das Secretarias 
de Estado, a designação de servidor encarregado de secretariar 
os trabalhos das Comissões Processantes 
 
 
 
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em 
07/06/2003 
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto 
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências 
correlatas 
 
"TÍTULO VIII 
Do Procedimento Disciplinar (NR) 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Gerais (NR) 
Artigo 268 - A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou 
processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa. (NR) 
Artigo
269 - Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua 
natureza, possa determinar as penas de repreensão, suspensão ou multa. 
(NR) 
A instauração da sindicância será determinada sempre pelo Dirigente 
Regional de Ensino. 
Artigo 270 - Será obrigatório o processo administrativo quando a falta 
disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas 'de demissão, de 
demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade. (NR) 
Antes desta lei, não se instaurava processo administrativo para os 
servidores admitidos em caráter temporário, a não ser que fossem estáveis. 
Esta nova redação o procedimento abrange todo servidor no âmbito desta 
Secretaria. 
Artigo 271 - Os procedimentos disciplinares punitivos serão realizados 
pela Procuradoria Geral do Estado e presididos por Procurador do Estado 
confirmado na carreira. (NR) 
CAPÍTULO II 
Da Sindicância 
Artigo 272 - São competentes para determinar a instauração de sindicância 
as autoridades enumeradas no artigo 260. (NR) 
Parágrafo único - Instaurada a sindicância, o Procurador do Estado que a 
presidir comunicará o fato ao órgão setorial de pessoal. (NR) 
Artigo 273 - Aplicam-se à sindicância as regras previstas nesta lei 
complementar para o processo administrativo, com as seguintes 
modificações: (NR) 
I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 (três) 
testemunhas; (NR) 
II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) dias; (NR) 
III - com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade competente para 
a decisão. (NR) 
CAPÍTULO III 
Do Processo Administrativo (NR) 
Artigo 274 - São competentes para determinar a instauração de processo 
administrativo as autoridades enumeradas no artigo 260, até o inciso IV, 
inclusive. (NR) 
Artigo 275 - Não poderá ser encarregado da apuração, nem atuar como 
secretário, amigo íntimo ou inimigo, parente consangüíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou 
qualquer integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado, bem 
assim o subordinado deste. (NR) 
Artigo 276 - A autoridade ou o funcionário designado deverão comunicar, 
desde logo, à autoridade competente, o impedimento que houver. (NR) 
Artigo 277 - O processo administrativo deverá ser instaurado por portaria, 
no prazo improrrogável de 8 (oito) dias do recebimento da determinação, e 
concluído no de 90 (noventa) dias da citação do acusado. (NR) 
§ 1º - Da portaria deverão constar o nome e a identificação do acusado, a 
infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos, a indicação 
das normas infringidas e a penalidade mais elevada em tese cabível. (NR) 
§ 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o processo, o Procurador do 
Estado que o presidir deverá imediatamente encaminhar ao seu superior 
hierárquico relatório indicando as providências faltantes e o tempo 
necessário para término dos trabalhos. (NR) 
§ 3º - O superior hierárquico dará ciência dos fatos a que se refere o 
parágrafo anterior e das providências que houver adotado à autoridade que 
determinou a instauração do processo. (NR) 
Artigo 278 - Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará o 
presidente dia e hora para audiência de interrogatório, determinando a 
citação do acusado e a notificação do denunciante, se houver. (NR) 
§ 1º - O mandado de citação deverá conter: (NR) 
1 - cópia da portaria; (NR) 
2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser acompanhado pelo 
advogado do acusado; (NR) 
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que deverá ser 
acompanhada pelo advogado do acusado; (NR) 
4 - esclarecimento de que o acusado será defendido por advogado dativo, 
caso não constitua advogado próprio; (NR) 
5 - informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e requerer 
provas, no prazo de 3 (três) dias após a data designada para seu 
interrogatório; (NR) 
6 - advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir 
exoneração até o interrogatório, quando se tratar exclusivamente de 
abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade. (NR) 
§ 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo 2 (dois) dias 
antes do interrogatório, por intermédio do respectivo superior hierárquico, 
ou diretamente, onde possa ser encontrado. (NR) 
§ 3º - Não sendo encontrado em seu local de trabalho ou no endereço 
constante de seu assentamento individual, furtando-se o acusado à citação 
ou ignorando-se seu paradeiro, a citação far-se-á por edital, publicado uma 
vez no Diário Oficial do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do 
interrogatório. (NR) 
Artigo 279 - Havendo denunciante, este deverá prestar declarações, no 
interregno entre a data da citação e a fixada para o interrogatório do 
acusado, sendo notificado para tal fim. (NR) 
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo advogado do 
acusado, próprio ou dativo. (NR) 
§ 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denunciante; antes porém de 
ser interrogado, poderá ter ciência das declarações que aquele houver 
prestado. (NR) 
Artigo 280 - Não comparecendo o acusado, será, por despacho, decretada 
sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e termos do processo. (NR) 
Artigo 281 - Ao acusado revel será nomeado advogado dativo. (NR) 
Artigo 282 - O acusado poderá constituir advogado que o representará em 
todos os atos e termos do processo. (NR) 
§ 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos atos e termos do 
processo, não sendo obrigatória qualquer notificação. (NR) 
§ 2º - O advogado será intimado por publicação no Diário Oficial do Estado, 
de que conste seu nome e número de inscrição na Ordem dos Advogados do 
Brasil, bem como os dados necessários à identificação do procedimento. 
(NR) 
§ 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros ou negando-se a constituir 
advogado, o presidente nomeará advogado dativo. (NR) 
§ 4º - O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir advogado para 
prosseguir na sua defesa. (NR) 
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em 
07/06/2003 
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto 
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências 
correlatas 
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: 
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte 
lei complementar: 
Artigo 1º 
Passam a vigorar com a seguinte redação os dispositivos adiante 
enumerados da Lei N° 10.261/1968: 
I - os artigos 239 e 240: 
"Artigo 239 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, 
independentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade ou 
abuso de poder e para defesa de direitos. (NR) 
§ 1o - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou 
conduta incompatível no serviço público. (NR) 
§ 2o - Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a 
protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade 
do agente. (NR) 
Artigo 240 - Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar, 
bem como, nos termos desta lei complementar, pedir reconsideração e 
recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo previsão legal 
específica. (NR)"; 
II - o inciso II do artigo 257, passando o TÍTULO VII a denominar-se "Das 
Penalidades, da Extinção da Punibilidade e das Providências Preliminares" 
(NR): 
"II - praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé 
pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à 
defesa nacional;" (NR); 
III - os artigos 260 e 261: 
"Artigo 260 - Para aplicação das penalidades previstas no artigo 251, são 
competentes: 
I - o Governador; 
II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do
Estado e os 
Superintendentes de Autarquia; (NR) 
III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; (NR) 
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada a 60 (sessenta) dias; e 
(NR) 
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de suspensão limitada a 30 
(trinta) dias. (NR) 
Parágrafo único - Havendo mais de um infrator e diversidade de sanções, a 
competência será da autoridade responsável pela imposição da penalidade 
mais grave. (NR)" 
Artigo 261 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: (NR) 
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou multa, em 2 (dois) 
anos; 
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do serviço 
público e de cassação da aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) 
anos; (NR) 
III - da falta prevista em lei como infração penal, no prazo de prescrição em 
abstrato da pena criminal, se for superior a 5 (cinco) anos. (NR) 
§ 1º - A prescrição começa a correr: (NR) 
1 - do dia em que a falta for cometida; (NR) 
2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanência, nas faltas 
continuadas ou permanentes. (NR) 
§ 2º - Interrompem a prescrição a portaria que instaura sindicância e a que 
instaura processo administrativo. (NR) 
§ 3º - O lapso prescricional corresponde: (NR) 
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena efetivamente 
aplicada; (NR) 
2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabível. (NR) 
§ 4º - A prescrição não corre: (NR) 
1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para aguardar decisão 
judicial, na forma do § 3º do artigo 250; (NR) 
2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser 
restabelecido. (NR) 
§ 5º - Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora 
determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor. 
(NR) 
§ 6º - A decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá desde 
logo determinar, quando for o caso, as providências necessárias à apuração 
da responsabilidade pela sua ocorrência. (NR)" 
IV - os artigos 264 a 267, passando o CAPÍTULO II a denominar-se "Das 
Providências Preliminares" (NR): 
"Artigo 264 - A autoridade que, por qualquer meio, tiver conhecimento de 
irregularidade praticada por servidor é obrigada a adotar providências 
visando à sua imediata apuração, sem prejuízo das medidas urgentes que o 
caso exigir. (NR) 
Artigo 265 - A autoridade realizará apuração preliminar, de natureza 
simplesmente investigativa, quando a infração não estiver suficientemente 
caracterizada ou definida autoria. (NR) 
§ 1º - A apuração preliminar deverá ser concluída no prazo de 30 (trinta) dias. 
(NR) 
§ 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autoridade deverá imediatamente 
encaminhar ao Chefe de Gabinete relatório das diligências realizadas e 
definir o tempo necessário para o término dos trabalhos. (NR) 
§ 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade deverá opinar 
fundamentadamente pelo arquivamento ou pela instauração de sindicância 
ou de processo administrativo. (NR) 
Artigo 266 - Determinada a instauração de sindicância ou processo 
administrativo, ou no seu curso, havendo conveniência para a instrução ou 
para o serviço, poderá o Chefe de Gabinete, por despacho fundamentado, 
ordenar as seguintes providências: (NR) 
I - afastamento preventivo do servidor, quando o recomendar a moralidade 
administrativa ou a apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou 
vantagens, até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis uma única vez por 
igual período; (NR) 
II - designação do servidor acusado para o exercício de atividades 
exclusivamente burocráticas até decisão final do procedimento; (NR) 
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e algemas; (NR) 
IV - proibição do porte de armas; (NR) 
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para 
tomar ciência dos atos do procedimento. (NR) 
§ 1º - A autoridade que determinar a instauração ou presidir sindicância ou 
processo administrativo poderá representar ao Chefe de Gabinete para 
propor a aplicação das medidas previstas neste artigo, bem como sua 
cessação ou alteração. (NR) 
§ 2º - O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer momento, por despacho 
fundamentado, fazer cessar ou alterar as medidas previstas neste artigo. 
(NR) 
Artigo 267 - O período de afastamento preventivo computa-se como de 
efetivo exercício, não sendo descontado da pena de suspensão 
eventualmente aplicada. (NR)" 
V - os artigos 268 a 321, agrupados nos títulos e capítulos a seguir 
indicados: 
"TÍTULO VIII 
Do Procedimento Disciplinar (NR) 
CAPÍTULO I 
Das Disposições Gerais (NR) 
Artigo 268 - A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou 
processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa. (NR) 
Artigo 269 - Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua 
natureza, possa determinar as penas de repreensão, suspensão ou multa. 
(NR) 
Artigo 270 - Será obrigatório o processo administrativo quando a falta 
disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas 'de demissão, de 
demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade. (NR) 
Artigo 271 - Os procedimentos disciplinares punitivos serão realizados 
pela Procuradoria Geral do Estado e presididos por Procurador do Estado 
confirmado na carreira. (NR) 
CAPÍTULO II 
Da Sindicância 
Artigo 272 - São competentes para determinar a instauração de sindicância 
as autoridades enumeradas no artigo 260. (NR) 
Parágrafo único - Instaurada a sindicância, o Procurador do Estado que a 
presidir comunicará o fato ao órgão setorial de pessoal. (NR) 
Artigo 273 - Aplicam-se à sindicância as regras previstas nesta lei 
complementar para o processo administrativo, com as seguintes 
modificações: (NR) 
I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 (três) 
testemunhas; (NR) 
II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) dias; (NR) 
III - com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade competente para 
a decisão. (NR) 
CAPÍTULO III 
Do Processo Administrativo (NR) 
Artigo 274 - São competentes para determinar a instauração de processo 
administrativo as autoridades enumeradas no artigo 260, até o inciso IV, 
inclusive. (NR) 
Artigo 275 - Não poderá ser encarregado da apuração, nem atuar como 
secretário, amigo íntimo ou inimigo, parente consangüíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou 
qualquer integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado, bem 
assim o subordinado deste. (NR) 
Artigo 276 - A autoridade ou o funcionário designado deverão comunicar, 
desde logo, à autoridade competente, o impedimento que houver. (NR) 
Artigo 277 - O processo administrativo deverá ser instaurado por portaria, 
no prazo improrrogável de 8 (oito) dias do recebimento da determinação, e 
concluído no de 90 (noventa) dias da citação do acusado. (NR) 
§ 1º - Da portaria deverão constar o nome e a identificação do acusado, a 
infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos, a indicação 
das normas infringidas e a penalidade mais elevada em tese cabível. (NR) 
§ 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o processo, o Procurador do 
Estado que o presidir deverá imediatamente encaminhar ao seu superior 
hierárquico relatório indicando as providências faltantes e o tempo 
necessário para término dos trabalhos. (NR) 
§ 3º - O superior hierárquico dará ciência dos fatos a que se refere o 
parágrafo anterior e das providências que houver adotado à autoridade que 
determinou a instauração do processo. (NR) 
Artigo 278 - Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará o 
presidente dia e hora para audiência de interrogatório,
determinando a 
citação do acusado e a notificação do denunciante, se houver. (NR) 
§ 1º - O mandado de citação deverá conter: (NR) 
1 - cópia da portaria; (NR) 
2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser acompanhado pelo 
advogado do acusado; (NR) 
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que deverá ser 
acompanhada pelo advogado do acusado; (NR) 
4 - esclarecimento de que o acusado será defendido por advogado dativo, 
caso não constitua advogado próprio; (NR) 
5 - informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e requerer 
provas, no prazo de 3 (três) dias após a data designada para seu 
interrogatório; (NR) 
6 - advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir 
exoneração até o interrogatório, quando se tratar exclusivamente de 
abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade. (NR) 
§ 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo 2 (dois) dias 
antes do interrogatório, por intermédio do respectivo superior hierárquico, 
ou diretamente, onde possa ser encontrado. (NR) 
§ 3º - Não sendo encontrado em seu local de trabalho ou no endereço 
constante de seu assentamento individual, furtando-se o acusado à citação 
ou ignorando-se seu paradeiro, a citação far-se-á por edital, publicado uma 
vez no Diário Oficial do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do 
interrogatório. (NR) 
Artigo 279 - Havendo denunciante, este deverá prestar declarações, no 
interregno entre a data da citação e a fixada para o interrogatório do 
acusado, sendo notificado para tal fim. (NR) 
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo advogado do 
acusado, próprio ou dativo. (NR) 
§ 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denunciante; antes porém de 
ser interrogado, poderá ter ciência das declarações que aquele houver 
prestado. (NR) 
Artigo 280 - Não comparecendo o acusado, será, por despacho, decretada 
sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e termos do processo. (NR) 
Artigo 281 - Ao acusado revel será nomeado advogado dativo. (NR) 
Artigo 282 - O acusado poderá constituir advogado que o representará em 
todos os atos e termos do processo. (NR) 
§ 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos atos e termos do 
processo, não sendo obrigatória qualquer notificação. (NR) 
§ 2º - O advogado será intimado por publicação no Diário Oficial do Estado, 
de que conste seu nome e número de inscrição na Ordem dos Advogados do 
Brasil, bem como os dados necessários à identificação do procedimento. 
(NR) 
§ 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros ou negando-se a constituir 
advogado, o presidente nomeará advogado dativo. (NR) 
§ 4º - O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir advogado para 
prosseguir na sua defesa. (NR) 
Artigo 283 - Comparecendo ou não o acusado ao interrogatório, inicia-se o 
prazo de 3 (três) dias para requerer a produção de provas, ou apresentá-las. 
(NR) 
§ 1º - O presidente e cada acusado poderão arrolar até 5 (cinco) 
testemunhas. (NR) 
§ 2º - A prova de antecedentes do acusado será feita exclusivamente por 
documentos, até as alegações finais. (NR) 
§ 3º - Até a data do interrogatório, será designada a audiência de instrução. 
(NR) 
Artigo 284 - Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela ordem, as 
testemunhas arroladas pelo presidente e pelo acusado. (NR) 
Parágrafo único - Tratando-se de servidor público, seu comparecimento 
poderá ser solicitado ao respectivo superior imediato com as indicações 
necessárias. (NR) 
Artigo 285 - A testemunha não poderá eximir-se de depor, salvo se for 
ascendente, descendente, cônjuge, ainda que legalmente separado, 
companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, 
exceto quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a 
prova do fato e de suas circunstâncias. (NR) 
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o denunciante, ficam 
elas proibidas de depor, observada a exceção deste artigo. (NR) 
§ 2º - Ao servidor que se recusar a depor, sem justa causa, será pela 
autoridade competente adotada a providência a que se refere o artigo 262, 
mediante comunicação do presidente. (NR) 
§ 3º - O servidor que tiver de depor como testemunha fora da sede de seu 
exercício, terá direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor, 
podendo ainda expedir-se precatória para esse efeito à autoridade do 
domicílio do depoente. (NR) 
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, 
ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, 
desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. (NR) 
Artigo 286 - A testemunha que morar em comarca diversa poderá ser 
inquirida pela autoridade do lugar de sua residência, expedindo-se, para 
esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimada a defesa. (NR) 
§ 1º - Deverá constar da precatória a síntese da imputação e os 
esclarecimentos pretendidos, bem como a advertência sobre a necessidade 
da presença de advogado. (NR) 
§ 2º - A expedição da precatória não suspenderá a instrução do 
procedimento. (NR) 
§ 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá prosseguir até final 
decisão; a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será juntada aos 
autos. (NR) 
Artigo 287 - As testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à 
audiência designada independente de notificação. (NR) 
§ 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e 
que não comparecer espontaneamente. (NR) 
§ 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá substituí-la, se 
quiser, levando na mesma data designada para a audiência outra 
testemunha, independente de notificação. (NR) 
Artigo 288 - Em qualquer fase do processo, poderá o presidente, de ofício 
ou a requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda convenientes. 
(NR) 
§ 1º - As informações necessárias à instrução do processo serão solicitadas 
diretamente, sem observância de vinculação hierárquica, mediante ofício, do 
qual cópia será juntada aos autos. (NR) 
§ 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o 
presidente os requisitará, observados os impedimentos do artigo 275. (NR) 
Artigo 289 - Durante a instrução, os autos do procedimento administrativo 
permanecerão na repartição competente. (NR) 
§ 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado, mediante simples 
solicitação, sempre que não prejudicar o curso do procedimento. (NR) 
§ 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo para manifestação do 
acusado ou para apresentação de recursos, mediante publicação no Diário 
Oficial do Estado. (NR) 
§ 3º - Não corre o prazo senão depois da publicação a que se refere o 
parágrafo anterior e desde que os autos estejam efetivamente disponíveis 
para vista. (NR) 
§ 4º - Ao advogado é assegurado o direito de retirar os autos da repartição, 
mediante recibo, durante o prazo para manifestação de seu representado, 
salvo na hipótese de prazo comum, de processo sob regime de segredo de 
justiça ou quando existirem nos autos documentos originais de difícil 
restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência 
dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em despacho 
motivado. (NR) 
Artigo 290 - Somente poderão ser indeferidos pelo presidente, mediante 
decisão fundamentada, os requerimentos de nenhum interesse para o 
esclarecimento do fato, bem como as provas ilícitas, impertinentes, 
desnecessárias ou protelatórias. (NR) 
Artigo 291 - Quando, no curso do procedimento, surgirem fatos novos 
imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a instauração de novo 
procedimento para sua apuração, ou, caso conveniente, aditada a portaria, 
reabrindo-se oportunidade de defesa. (NR) 
Artigo 292 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos à defesa, 
que
poderá apresentar alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias. (NR) 
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as alegações finais, o 
presidente designará advogado dativo, assinando-lhe novo prazo. (NR) 
Artigo 293 - O relatório deverá ser apresentado no prazo de 10 (dez) dias, 
contados da apresentação das alegações finais. (NR) 
§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada acusado, 
separadamente, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as 
razões de defesa, propondo a absolvição ou punição e indicando, nesse 
caso, a pena que entender cabível. (NR) 
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão de quaisquer outras 
providências de interesse do serviço público. (NR) 
Artigo 294 - Relatado, o processo será encaminhado à autoridade que 
determinou sua instauração. (NR) 
Artigo 295 - Recebendo o processo relatado, a autoridade que houver 
determinado sua instauração deverá, no prazo de 20 (vinte) dias, proferir o 
julgamento ou determinar a realização de diligência, sempre que necessária 
ao esclarecimento de fatos. (NR) 
Artigo 296 - Determinada a diligência, a autoridade encarregada do 
processo administrativo terá prazo de 15 (quinze) dias para seu 
cumprimento, abrindo vista à defesa para manifestar-se em 5 (cinco) dias. 
(NR) 
Artigo 297 - Quando escaparem à sua alçada as penalidades e 
providências que lhe parecerem cabíveis, a autoridade que determinou a 
instauração do processo administrativo deverá propô-las, justificadamente, 
dentro do prazo para julgamento, à autoridade competente. (NR) 
Artigo 298 - A autoridade que proferir decisão determinará os atos dela 
decorrentes e as providências necessárias a sua execução. (NR) 
Artigo 299 - As decisões serão sempre publicadas no Diário Oficial do 
Estado, dentro do prazo de 8 (oito) dias, bem como averbadas no registro 
funcional do servidor. (NR) 
Artigo 300 - Terão forma processual resumida, quando possível, todos os 
termos lavrados pelo secretário, quais sejam: autuação, juntada, conclusão, 
intimação, data de recebimento, bem como certidões e compromissos. (NR) 
§ 1º - Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da 
apresentação, rubricando o presidente as folhas acrescidas. (NR) 
§ 2º - Todos os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele 
deverão figurar por cópia. (NR) 
Artigo 301 - Constará sempre dos autos da sindicância ou do processo a 
folha de serviço do indiciado. (NR) 
Artigo 302 - Quando ao funcionário se imputar crime, praticado na esfera 
administrativa, a autoridade que determinou a instauração do processo 
administrativo providenciará para que se instaure, simultaneamente, o 
inquérito policial. (NR) 
Parágrafo único - Quando se tratar de crime praticado fora da esfera 
administrativa, a autoridade policial dará ciência dele à autoridade 
administrativa. (NR) 
Artigo 303 - As autoridades responsáveis pela condução do processo 
administrativo e do inquérito policial se auxiliarão para que os mesmos se 
concluam dentro dos prazos respectivos. (NR) 
Artigo 304 - Quando o ato atribuído ao funcionário for considerado 
criminoso, serão remetidas à autoridade competente cópias autenticadas 
das peças essenciais do processo. (NR) 
Artigo 305 - Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual que 
não houver influído na apuração da verdade substancial ou diretamente na 
decisão do processo ou sindicância. (NR) 
Artigo 306 - É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divulgação 
notas sobre os atos processuais, salvo no interesse da Administração, a 
juízo do Secretário de Estado ou do Procurador Geral do Estado. (NR) 
Artigo 307 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, contados do 
cumprimento da sanção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não 
mais poderá aquela ser considerada em prejuízo do infrator, inclusive para 
efeito de reincidência. (NR) 
Parágrafo único - A demissão e a demissão a bem do serviço público 
acarretam a incompatibilidade para nova investidura em cargo, função ou 
emprego público, pelo prazo de 5 (cinco) e 10 (dez) anos, respectivamente. 
(NR) 
CAPÍTULO IV 
Do Processo por Abandono do Cargo ou Função e 
por Inassiduidade (NR) 
Artigo 308 - Verificada a ocorrência de faltas ao serviço que caracterizem 
abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade, o superior imediato 
comunicará o fato à autoridade competente para determinar a instauração de 
processo disciplinar, instruindo a representação com cópia da ficha 
funcional do servidor e atestados de freqüência. (NR) 
Artigo 309 - Não será instaurado processo para apurar abandono de cargo 
ou função, bem como inassiduidade, se o servidor tiver pedido exoneração. 
(NR) 
Artigo 310 - Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para 
apurar abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade, se o 
indiciado pedir exoneração até a data designada para o interrogatório, ou 
por ocasião deste. (NR) 
Artigo 311 - A defesa só poderá versar sobre força maior, coação ilegal ou 
motivo legalmente justificável. (NR) 
CAPÍTULO V 
Dos Recursos (NR) 
Artigo 312 - Caberá recurso, por uma única vez, da decisão que aplicar 
penalidade. (NR) 
§ 1º - O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, contados da publicação da 
decisão impugnada no Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal do 
servidor, quando for o caso. (NR) 
§ 2º - Do recurso deverá constar, além do nome e qualificação do recorrente, 
a exposição das razões de inconformismo. (NR) 
§ 3º - O recurso será apresentado à autoridade que aplicou a pena, que terá o 
prazo de 10 (dez) dias para, motivadamente, manter sua decisão ou reformá-
la. (NR) 
§ 4º - Mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será imediatamente 
encaminhada a reexame pelo superior hierárquico. (NR) 
§ 5º - O recurso será apreciado pela autoridade competente ainda que 
incorretamente denominado ou endereçado. (NR) 
Artigo 313 - Caberá pedido de reconsideração, que não poderá ser 
renovado, de decisão tomada pelo Governador do Estado em única 
instância, no prazo de 30 (trinta) dias. (NR) 
Artigo 314 - Os recursos de que trata esta lei complementar não têm efeito 
suspensivo; os que forem providos darão lugar às retificações necessárias, 
retroagindo seus efeitos à data do ato punitivo. (NR) 
CAPÍTULO VI (NR) 
Da Revisão (NR) 
Artigo 315 - Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de punição 
disciplinar de que não caiba mais recurso, se surgirem fatos ou 
circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de procedimento, 
que possam justificar redução ou anulação da pena aplicada. (NR) 
§ 1º - A simples alegação da injustiça da decisão não constitui fundamento 
do pedido. (NR) 
§ 2º - Não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento. (NR) 
§ 3º - Os pedidos formulados em desacordo com este artigo serão 
indeferidos. (NR) 
§ 4º - O ônus da prova cabe ao requerente. (NR) 
Artigo 316 - A pena imposta não poderá ser agravada pela revisão. (NR) 
Artigo 317 - A instauração de processo revisional poderá ser requerida 
fundamentadamente pelo interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu 
curador, cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, sempre 
por intermédio de advogado. (NR) 
Parágrafo único - O pedido será instruído com as provas que o requerente 
possuir ou com indicação daquelas que pretenda produzir. (NR) 
Artigo 318 - A autoridade que aplicou a penalidade, ou que a tiver 
confirmado em grau de recurso, será competente para o exame da 
admissibilidade do pedido de revisão, bem como, caso deferido o 
processamento, para a sua decisão final. (NR) 
Artigo 319 - Deferido o processamento da revisão, será este realizado por 
Procurador de Estado que não tenha funcionado no procedimento 
disciplinar de que resultou a punição do requerente. (NR) 
Artigo 320
- Recebido o pedido, o presidente providenciará o apensamento 
dos autos originais e notificará o requerente para, no prazo de 8 (oito) dias, 
oferecer rol de testemunhas, ou requerer outras provas que pretenda 
produzir. (NR) 
Parágrafo único - No processamento da revisão serão observadas as normas 
previstas nesta lei complementar para o processo administrativo. (NR) 
Artigo 321 - A decisão que julgar procedente a revisão poderá alterar a 
classificação da infração, absolver o punido, modificar a pena ou anular o 
processo, restabelecendo os direitos atingidos pela decisão reformada. 
(NR)" 
Artigo 2º 
Ficam acrescentados à Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, os seguintes 
dispositivos: 
I - ao artigo 250, os §§ 1º, 2º e 3º: 
"§ 1º - A responsabilidade administrativa é independente da civil e da 
criminal. 
§ 2º - Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava e com 
todos os direitos e vantagens devidas, o servidor absolvido pela Justiça, 
mediante simples comprovação do trânsito em julgado de decisão que 
negue a existência de sua autoria ou do fato que deu origem à sua demissão. 
§ 3º - O processo administrativo só poderá ser sobrestado para aguardar 
decisão judicial por despacho motivado da autoridade competente para 
aplicar a pena." 
II - ao artigo 257, os incisos XI, XII e XIII: 
"XI - praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins e terrorismo; 
XII - praticar ato definido como crime contra o Sistema Financeiro, ou de 
lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores; 
XIII - praticar ato definido em lei como de improbidade." 
Artigo 3º 
 Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação. 
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS 
Artigo 1º - A nova tipificação acrescentada ao artigo 257 da Lei Nº 10.261, 
de 28 de outubro de 1968, só se aplica aos atos praticados após a entrada 
em vigor desta lei complementar. 
Artigo 2º - As disposições de natureza processual desta lei complementar 
aplicam-se imediatamente, sem prejuízo da validade dos atos realizados na 
vigência da legislação anterior. 
Artigo 3º - Serão adaptados os procedimentos em curso na data da entrada 
em vigor desta lei complementar, cabendo ao presidente tomar as 
providências necessárias, ouvido o acusado. 
Parágrafo único - O presidente da Comissão Processante assumirá a 
condução do processo administrativo em curso, sem prejuízo de eventual 
redistribuição a critério da Procuradoria Geral do Estado. 
Artigo 4º - Os servidores que tiverem recebido punição da qual ainda caiba 
recurso ou pedido de reconsideração, terão prazo decadencial de 30 (trinta) 
dias para a respectiva interposição, na forma desta lei complementar. 
Parágrafo único - A Administração publicará aviso, por 3 (três) vezes, no 
Diário Oficial do Estado, quanto ao disposto no "caput", contando-se o prazo 
do primeiro dia útil após a terceira publicação. 
Palácio dos Bandeirantes, 6 de junho de 2003 
GERALDO ALCKMIN

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?