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DIREITO ADMINISTRATIVO
Segundo a doutrina mais especializada, é o conjunto harmônico de
princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades
públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins
desejados pelo estado. Em outras palavras, é o ramo do Direito Público
Interno que estabelece as normas de atuação dos órgãos, agentes e
atividades públicas, que buscam atingir o fim do Estado, que é alcançar o
bem comum. É, portanto, conjunto de princípios, normas e institutos.
A finalidade do direito administrativo é estabelecer regras, institutos,
princípios dos órgãos da atividade pública, visando buscar o bem público.
Trata-se o Direito Administrativo, como um todo, de uma matéria vasta e
complexa.
Porém, para fins de concurso para a carreira de Oficial de Justiça ou
Escrevente Técnico Judiciário, a parte necessária revela-se apenas no
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo.
Para o estudo dessa matéria, que não é muito extensa, mas há que ser
estudada com muita atenção (normalmente há muitas perguntas enganosas
em direito administrativo), primeiramente vamos ver o que é um Estatuto.
A palavra estatuto deriva do latim statutum, de statuere (estabelecer,
constituir, fundar), sendo que em sentido amplo, entende-se a lei ou
regulamento, em que se fixam os princípios institucionais ou orgânicos de
uma coletividade ou corporação, pública ou particular.
Em Direito Administrativo, refere-se ao complexo de princípios ou regras
que regulam as atividades dos funcionários públicos, assegurando
vantagens e direitos sobre o exercício dos respectivos cargos ou funções. É
o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo.
Este estatuto é a denominação que se dá à lei especial, decretada com o
objetivo de fixar as regras legais, reguladoras da situação do Funcionário
Público, nas quais se inserem as condições de provimento dos cargos ou
funções públicas, os direitos, deveres, obrigações, penalidades e suas
aplicações, vantagens e outras situações inerentes ao cargo ou função
pública.
O Funcionário Público não tem um contrato de trabalho com o Estado, mas
apenas um contrato de natureza administrativa. É unilateral porque quem
elabora o Estatuto é o próprio Estado (no nosso caso, o Estado de São
Paulo). Se fosse o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, seria
a União que elaboraria o Estatuto, etc.
Vale a pena lembrar que o Estado tem a finalidade principal de promover o
bem comum.
A matéria para concursos de oficial de justiça e para escrevente técnico
judiciário no que diz respeito a direito administrativo, se restringe somente
ao Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei nº.
10.261, de 28/10/1968), no que diz respeito aos deveres, proibições,
responsabilidades, às penalidades, aplicação das penalidades e, mais
recentemente, foi incluído o direito de petição.
É importante que no estudo dos artigos do Estatuto tenhamos sempre em
mente a literalidade da lei, ou seja, as palavras que estão no texto legal, pois
é assim que vai ser questionado no concurso.
Cumpre, por fim, ressaltar que a lei não possui palavras desnecessárias, ou,
como outros dizem, ela não possui letra morta. Assim, é fundamental prestar
o máximo de atenção aos dizeres da norma legal.
VOCABULÁRIO INTRODUTÓRIO
Cominação - Palavra derivada do Latim "Cominatio" que significa ação de
ameaçar energicamente, em linguagem forense significa "ameaça legal de
uma pena" ou de uma prescrição, pelo não cumprimento de uma obrigação
contratual ou de uma imposição legal. Traz o mesmo sentido que sanção.
Denegação - Derivado do Latim "Denegatio", de "denegare" (negar com
resistência , renegar )
Na terminologia forense, é, aplicado para indicar o indeferimento de uma das
partes pelo Juiz, ou seja, a recusa em conceder qualquer medida ou ato
processual desejado por uma das partes.
Desídia - Derivado do Latim "desidia", de "desidere" (estar ocioso), isto é,
tido na terminologia trabalhista, como desleixo, a desatenção, a indolência,
com que o empregado executa os serviços que lhe são afetos.
QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS JÁ
REALIZADOS
FRANCA
1. Por ineficiência nas suas funções, a pena de demissão só será aplicada ao servidor
público:
a) não desempenhar com zelo as tarefas atribuídas
b) não cumprir, no prazo, as determinações judiciais
c) ocorrer a impossibilidade de readaptação
d) faltar por mais de 45 dias interpoladamente
2. É dever do funcionário:
a) requerer ou promover a concessão de privilégios
b) residir no local onde exerce o cargo ou onde autorizado
c) promover manifestações e apreço dentro da repartição
d) constituir-se procurador das partes
3. Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que:
a) for ineficiente no serviço
b) aplicar indevidamente o dinheiro público
c) lesar o patrimônio ou os cofres públicos
d) proceder irregularmente, de forma grave
4. É proibido ao funcionário:
a) deixar de comparecer ao serviço sem justa causa
b) representar, quando receber ordens superiores manifestamente ilegais
c) atender preferencialmente sobre qualquer outro serviço, às requisições feitas pelas
autoridades administrativas, para defesa do Estado
d) representar aos seus superiores sobre todas as irregularidades de que tiver
conhecimento no exercício de suas funções
Gabarito:
1 - c
2 - b
3 - c
4 - a
OURINHOS
1. A punibilidade da falta sujeita à pena de repreensão prescreve em:
a) um ano
b) dois anos
c) seis meses
d) três anos
e) n.d.a.
2. A pena de suspensão não poderá exceder de:
a) dois anos
b) cento e vinte dias
c) noventa dias
d) cento e oitenta dias
e) n.d.a.
3- Ao Funcionário Público que praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou
particulares, salvo se em legítima defesa, será aplicada a pena de:
a) suspensão
b) repreensão
c) demissão a bem do serviço público
d) n.d.a.
4 - A pena de repreensão será aplicada aos casos de:
a) abandono de cargo
b) procedimento irregular de natureza grave
c) ineficiência no serviço
d) indisciplina ou falta de cumprimento de deveres
e) n.d.a.
5 - A ineficiência no serviço é caso de aplicação de pena:
a) de repreensão
b) de suspensão
c) de demissão
d) de multa
e) n.d.a.
6 - Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
a) abandono de cargo
b) procedimento irregular, de natureza grave
c) aplicação indevida de dinheiro público
d) ausência ao serviço, se causa justificável, por mais de quarenta e cinco dias,
interpoladamente, durante um ano
e) todas as alternativas estão corretas
7 - Deixando, sem justa causa, de atender à exigência, para cujo cumprimento haja prazo
certo, o funcionário, até que a atenda:
a) ficará suspenso
b) sujeitar-se-á ao pagamento de multa diária
c) será reputado ineficiente, sujeitando-se à pena de demissão
d) terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remuneração
e) a nenhuma pena estará sujeito
8 - Não poderão trabalhar sob as ordens imediatas de parentes, funcionários com grau de
parentesco.
a) até quarto grau
b) até terceiro grau
c) até segundo grau
d) poderão, pois não há qualquer restrição
e) n.d.a.
Gabarito.
1. b
2. c
3. c
4. d
5. c
6. e
7. d
8. c
INDAIATUBA
1. Não constitui dever do Funcionário Público:
a) guardar sigilo sobre assuntos da repartição
b) representar aos superiores sobre todas as irregularidades que tiver ciência
c) residir no local onde exerce o cargo, ou onde autorizado
d) n.d.a.
2. Constitui ainda, dever do Funcionário Público :
a) servir de intermediário perante repartição pública para tratar de
interesses das partes
b) exercer emprego ou função em empresas, estabelecimentos e instituições que tenha
relação com o Governo em matéria que se relacione com a finalidade das repartições ou
serviço em que esteja lotado
c) apresentar-se convenientemente trajado em serviço
d) n.d.a.
3. Poderá ser descontado dos vencimentos do funcionário, ou de sua remuneração:
a) qualquer erro de cálculo, por ele praticado
b)o custo com a aquisição de matérias em desacordo com disposições legais e
regulamentares, por ele praticada
c) a averba de representação
d) n.d-a.
4. A pena de repreensão ao Funcionário Público será aplicada:
a) verbalmente
b) por edital
c) por escrito, no local em que houver imprensa
d) n.d.a.
5. Nos casos de indenização à Fazenda Estadual o funcionário será obrigado ao pagamento
do prejuízo.
a) de uma só vez
b) parceladamente
c) descontado dos vencimentos
d) n.d.a.
6. A pena de demissão por ineficiência no serviço s6 será aplicada ao Funcionário Público
quando:
a) houver excesso no quadro funcional
b) por moléstia contagiosa
c) todas as alternativas anteriores
d) n.d.a.
7. A pena de demissão a bem do serviço público é aplicada ao funcionário que:
a) praticar insubordinação grave
b) praticar crime contra a boa ordem da administração pública, à fé pública e a Fazenda
Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e a defesa nacional
c) receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie,
diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em razão
delas
d) todas as anteriores
8- A pena de repreensão será aplicada:
a) sempre diretamente ao funcionário
b) através de seus superiores
c) somente no caso de indisciplina
d) n.d.a.
Gabarito:
1. d
2. c
3. b
4. d
5. a
6. d
7. d
8. d
VIRADOURO
1) Assinale as proposições corretas:
a) Os funcionários públicos somente poderão fazer greve, quando houver atraso superior a
90 dias no pagamento de seus vencimentos
b) Os funcionários públicos poderão filiar-se a partidos políticos
c) Os funcionários não poderão fazer parte de sindicatos, exceto os organizados pelos seus
superiores hierárquicos
d) O Funcionário Público não poderá constituir-se procurador ou serviço de intermédio
perante qualquer repartição pública, nem mesmo quando se tratar de interesse de irmão
2. Assinale as proposições corretas:
a) O Funcionário Público só é obrigado a cumprir as ordens legais recebidas de seus
superiores
b) O funcionário deve cumprir toda ordem superior, sem indagar de sua legalidade
c) O funcionário deve, quando suspeitar de legalidade da ordem, provocar novo
pronunciamento da autoridade que a expediu
d) Da falta sujeita à pena de repreensão, multa ou suspensão, prescreve em dois anos
Gabarito.
1. d
2. d
PITANGUEIRAS
1. Ao Funcionário Público é proibido.
a) residir no local onde exerce o cargo ou onde autorizado
b) tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes
c) promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, ou tornar-se
solidário com elas
d) proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função
2) São penas disciplinares (ao Funcionário Público):
a) prisão simples
b) demissão
c) advertência por escrito
d) censura pública
3. Caracteriza-se a responsabilidade do Funcionário Público:
a) quando diminuir a arrecadação fazendária
b) pela elevação da tributação
c) por qualquer erro de cálculo ou redução contra a fazenda pública
d) n.d.a.
4. São deveres do Funcionário Público
a) praticar usura
b) fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, com o
representante de outrem
c) não comparecer ao serviço em caso de moléstia familiar
d) providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual, a sua
declaração de família
5. A pena de multa ao Funcionário Público será aplicada:
a) ao livre critério do superior hierárquico
b) na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento
c) pela prática de insubordinação grave
d) quando lesar o patrimônio ou os cofres públicos
6. A pena de suspensão ao Funcionário Público tem o limite de:
a) 90 dias b) 60 dias
c) 30 dias d) 6 meses
7. O Funcionário Público que vier a ser suspenso :
a) poderá trabalhar em outra repartição durante a suspensão
b) perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo
c) não mais poderá retornar ao serviço público
d) terá que fazer novo concurso público para retornar à atividade anterior
8. É proibido ao Funcionário Público:
a) trabalhar além do expediente normal
b) ser assíduo e pontual
c) tratar de interesses particulares na repartição
d) n.d.a.
9- Ao funcionário que lesou o patrimônio ou os cofres públicos será aplicada na órbita
administrativa e pena de:
a) demissão a bem do serviço público
b) demissão
c) repreensão
d) suspensão
Gabarito:
1. c
2. b
3. c
4. d
5. b
6. a
7. b
8. c
9. a
SUMARÉ
1) O Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo define "abandono de
cargo", falta passível de demissão, como o não comparecimento do funcionário ao serviço
por:
a) mais de 15 dias consecutivos
b) mais de 30 dias consecutivos
c) mais de 45 dias consecutivos
d) mais de 60 dias consecutivos
e) n.d.a.
2. Do que depende a aplicação da pena de demissão por ineficiência no serviço?
a) da incontinência pública
b) da apuração da responsabilidade civil do servidor
c) da gravidade dos prejuízos causados pelo servidor ao serviço público
d) da verificação da impossibilidade da readaptação
e) n.d.a.
3) A autoridade competente para aplicar a pena de demissão ao Oficial de Justiça é:
a) o Corregedor Geral da Justiça
b) o Presidente do Tribunal de Justiça
c) o Governador do Estado
d) o Juiz Corregedor Permanente
e) n.d.a.
4) O Oficial de Justiça exige dinheiro de uma das partes para cumprir ou deixar de cumprir
diligência determinada em mandado. Comprovado o fato, sujeita-se à pena de:
a) disponibilidade
b) repreensão
c) suspensão
d) multa
e) n.d.a.
Gabarito:
1 - b
2. d
3. c
4. e
GUARUJÁ
1. São penas disciplinares, impostas a funcionários públicos:
a) advertência, suspensão, multa
b) repreensão, multa, demissão
c) proibição de comparecer ao serviço, demissão, multa
d) demissão, demissão a bem do serviço, exoneração
2. O Funcionário Público estável somente pode ser admitido se:
a) abandonar o cargo
b) se for ineficiente no serviço
c) se tiver procedimento irregular, de natureza grave
d) se aplicar indevidamente dinheiro público
e) todas as alternativas estão corretas
3. O funcionário que, no exercício de suas funções, agredir um colega de serviço, está
sujeito à pena de:
a) repreensão
b) advertência severa
c) demissão
d)demissão a bem do serviço público
e) exoneração ,
4. A pena de suspensão prescreverá em:
a) trinta dias b) sessenta dias
c) noventa dias d) cento e vinte dias
5. A pena de suspensão prescreverá em:
a) dois anos, a contar da prática da falta
b) três anos, a contar da abertura da sindicância
c) cinco anos, a contar do dia da falta
d) dois anos, a contar da data em que a autoridade tomar conhecimento da falta
e) cinco anos, a contar da data em que a
autoridade tomar conhecimento da falta.
Gabarito:
1. b
2. e
3. d
4. c
5. a
CATANDUVA
1. Quais os pressupostos exigidos para aplicação da pena de suspensão?
a) no caso de indisciplina grave e não superior a 90 dias
b) no caso de falta grave e não superior a 60 dias
c) no caso de procedimento irregular de natureza grave e não superior a 60 dias
d) no caso de falta de cumprimento dos deveres, de natureza grave, e não superior a 90 dias
e) n-d.a.
2. Ao Funcionário Público responsável por erro (redução) no cálculo de importância contra a
Fazenda Estadual, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de:
a) demissão
b) multa
c) suspensão
d) advertência
e) n.d-a.
3. A falta sujeita à pena de demissão a bem do serviço público e de cassação da
aposentadoria e disponibilidade prescreverá com:
a) 2 anos
b) 3 anos
c) 4 anos
d) 5 anos
Gabarito.
1. e
2. e
3 d
GUARULHOS
1. É permitido ao Funcionário Público:
a) retirar, sem previa permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto
existente na repartição
b) tratar de interesses particulares na repartição
c) empregar material do serviço público em serviço particular
d) tratar de interesses públicos referentes ao serviço na repartição
2. A pena de suspensão nunca excederá o prazo de:
a) 30 dias b) 45 dias
c) 90 dias d) 120dias
3. Considera-se abandono de cargo o não comparecimento do funcionário por mais de:
a) 15dias consecutivos
b) 45 dias consecutivos
c) 30dias consecutivos
d) 30 dias interpolados
4. A ineficiência no serviço é o caso de aplicação de pena:
a) de suspensão
b) de repreensão
c) de demissão
d) nenhuma das alternativas está correta
5. Assinale a afirmativa correta:
a) a pena de demissão a bem do serviço público será aplicada ao funcionário que não fo
convencido da incontinência pública e escandalosa e de vício de jogos proibidos
b) a pena de demissão a bem do serviço público será aplicada ao funcionário que praticar
insubordinação grave
c) a pena de demissão a bem do serviço público será aplicada ao funcionário que apresentar
declaração em matéria de salário família
d) a pena de demissão a bem do serviço público será aplicada ao funcionário que aceitou
ilegalmente cargo ou função pública
6. Quando inicia o prazo prescricional da pena administrativa:
a) no dia em que a autoridade proferir despacho recebendo a denúncia
b) na data em que proferir decisão terminativa no processo
c) no dia em que a autoridade tomar conhecimento da existência da falta
d) no dia em que a autoridade der por aberta a sindicância
7. Do assentamento individual do funcionário deverão constar além de outras:
a) as duas últimas penas que lhe foram impostas
b) a última pena que lhe foi imposta
c) as cinco últimas penas que lhe foram impostas
d) nenhuma das alternativas está correta
Gabarito.
1. d
2. c
3. c
4. c
5. b
6. c
7. c
JAU
1. Assinale com um "x" a alternativa correta:
a) ao funcionário é permitido participar da gerência de empresas industriais
b) ao funcionário é permitido requerer a concessão de privilégio de invenção pr6pria
c) ao funcionário é permitido fazer parte do sindicato de funcionários .
Gabarito:
1. b
JUNDIAI
1 . Assinale a alternativa correta: "São penas disciplinares"
a) repreensão, suspensão, multa, demissão
b) repreensão, suspensão, demissão, prisão simples
c) suspensão, multa, cassação, exoneração
d) n.d.a.
2. Assinale a alternativa correta:
"O funcionário que receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer
espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em
razão delas"
a) será suspenso por 120 dias, sem remuneração
b) será advertido e terá que pagar multa
c) será demitido a bem do serviço público
d) n.d.a.
3. Assinale a alternativa correta: "As penas disciplinares podem ser aplicadas"
a) pelo Promotor de Justiça
b) pela comissão processante permanente
c) pelos diretores gerais, até a suspensão limitada a 30 dias
d) n.d.a.
4. Assinale a alternativa correta: "A punibilidade de falta também prevista em lei, como
infração penal"
a) é imprescritível
b) prescreve em 2 anos
c) prescreve em 5 anos
d) n.d.a.
5. Assinale a alternativa correta: "é permitido ao funcionário"
a) exercer comércio, nas horas vagas ou quando em licença ou em férias
b) constituir-se procurador das partes ou servir de intermediário perante qualquer repartição
pública
c) exercer comércio somente entre os companheiros de serviço, promover rifas ou
subscrever listas de donativos dentro da repartição
d) n.d.a.
6. Assinale a alternativa correta: "O funcionário é responsável por todos os prejuízos que,
nessa qualidade, causar à Fazenda, por dolo ou culpa, devidamente apurado"
a) essa alternativa está incorreta
b) esta alternativa está correta, excetuando-se as prejuízos decorrentes de erro ou redução
de cálculo contra a Fazenda Estadual, involuntariamente praticados
c) essa afirmativa está correta, caracterizando-se especialmente a responsabilidade por
qualquer erro de cálculo ou redução contra a fazenda
d) n.d.a.
Gabarito:
1. a
2. c
3. c
4. d
5. d
6. c
MAUÁ
1. É dever do Funcionário Público:
a) fundar sindicato de funcionários
b) tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes
c) aderir às greves
d) n-d.a.
2. É dever do Funcionário Público.
a) promover listas de donativos para companheiros de serviço necessitados
b) descumprir ordens de serviço que considera ineficientes
c) guardar sigilo sobre os assuntos da repartição
d) n.d.a.
3) É proibido ao Funcionário Público:
a) exercer comércio entre os companheiros de serviço
b) exercer a direção de cooperativas e associações de classe
c) empregar material particular em serviço público
d) n.d-a.
4- É proibido ao Funcionário Público
a) ser sócio de empresas que tenha relação com o governo
b) residir, ainda que autorizado pelo superior hierárquico, em local diverso onde exerce o
cargo
c) jogar costumeiramente na loteria esportiva
d) n.d-a.
5. É proibido ao Funcionário Público:
a) participar de sociedades em que o Estado seja acionista
b) descumprir ordens superiores manifestamente ilegais
c) exercer a advocacia administrativa
d) n.d.a.
6- É proibido ao Funcionário Público.
a) pedir empréstimo em dinheiro a pessoas que tenham interesse na repartição
b) praticar na repartição, em legítima defesa, ofensas físicas contra companheiros de
serviço
c) deixar de comparecer ao serviço por causa justificada
d) n.d.a.
7. Está sujeito à pena de demissão o Funcionário Público que:
a) deixa de desempenhar com presteza os trabalhos de que for incumbido
b) faltar ao serviço, injustificadamente, por mais de 30 dias consecutivos
c)apresentar-se trajado em serviço de forma inconveniente
d) n.d.a.
8. Está sujeito à pena de demissão a bem do serviço público o funcionário que:
a) for ineficiente no serviço
b) descumprir seus deveres
c) solicitar, em razão de suas funções, quaisquer vantagens de pessoas que tenham
interesse na repartição
d) n.d.a.
9. Está sujeito à pena de demissão a bem do serviço público o funcionário que:
a) deixar de cooperar com os companheiros
de trabalho
b) se apresentar embriagado ou causar escândalo em local público
c) tratar de interesses particulares na repartição
d) n.d.a.
10 Será suspenso o pagamento do vencimento do Funcionário Público que:
a) praticar usura
b) deixar de indenizar os prejuízos causados à administração
c) deixar:, de cumprir no prazo marcado, sem justa causa, qualquer exigência que lhe for
requisitada por superior hierárquico
d) n.d.a.
Gabarito:
1. b
2. c
3. a
4. a
5. c
6. a
7. b
8- c
9. b
10. c
PIRASSUNUNGA
1) Deverão constar do assentamento individual do funcionário todas as penas que lhe forem
impostas:
a) a afirmativa é falsa, porque o funcionário seria duplamente punido
b) a afirmativa é verdadeira em parte, já que s6 as penas impostas com relação a fatos
graves vão para o prontuário do servidor
c) a afirmativa é falsa, porque as penas aplicadas ficam registradas em livros pr6prios
d) a afirmativa é inteiramente verdadeira, estando prevista no Estatuto dos Funcionários
Públicos Civis do Estado de São Paulo
2. O funcionário já aposentado:
a) não tem nenhuma obrigação de atender a exigência com prazos para seu cumprimento,
pois já não mais trabalha
b) é obrigado a atender a todas as ordens e exigências que lhe forem feitas, pois continua
recebendo do Estado
c) pode receber ordens, mas não as cumprirá se não desejar, o que vem previsto no
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo
d) que sem justa causa, deixar de atender a qualquer exigência para cujo cumprimento seja
marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remuneração até
que satisfaça essa exigência
3. São penas disciplinares:
a) repreensão, suspensão, multa e demissão
b) repreensão, multa, demissão a bem do serviço público e prisão
c) repreensão, multa, exclusão e demissão
d) repreensão, suspensão e admoestação, e à prisão em alguns casos mais graves
3. A aposentadoria de Funcionário Público será cassada se ficar provado que o inativo.
a) quando em atividade, praticou falta punível com demissão a bem do serviço público
b) quando em atividade praticou falta grave punível com demissão a bem do serviço público
c) nunca poderá ser cassado, em face de direito adquirido
d) nenhuma das alternativas é verdadeira, porque se provado algo conta o aposentado será
ele colocado em disponibilidade
Gabarito:
1. d
2. d
3. a
4. b
TAUBATÉ
1 - A prática da ação por parte do funcionário, de que resulte prejuízo para os cofres
públicos ou dano para o patrim6nio do Estado, sujeita-o a qual das seguintes penas
disciplinares:
a) cassação de aposentadoria ou disponibilidade
b) muItas graves vão para o prontuário do servidor
c) demissão
d) suspensão
e) demissão a bem do serviço público
2 - Deixando, sem juta causa, de atender a exigência, para cujo cumprimento haja prazo
certo, até que a atenda:
a) ficará suspenso
b) sujeitar-se-á ao pagamento de multa diária
c) será reputado ineficiente, sujeitando-se à pena de demissão
d) terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remuneração
e) a nenhuma pena estará sujeito
3 - Incorrendo em responsabilidade para com a Fazenda do Estado, por ter-lhe causado, na
sua qualidade de funcionário e em virtude de alcance ou desfalque, prejuízos, deverá ele
indenizá-la? Em caso afirmativo, repondo de uma só vez o valor do dano causado?
a) Sim. Não.
b) Não.
c) Sim. Sim.
d) Sim. Dependerá do cargo que exerça.
e) Sim. Dependerá do nível de seu vencimento ou remuneração.
4- O Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei Estadual no
10.261, de 28/10/1968):
a) não prescreve deveres para o funcionário
b) fixa deveres do funcionário, entre os quais o dever de ser assíduo e pontual e o de zelar
pela economia e conservação do material do Estado
c) não exige que o funcionário proceda na vida pública e privada na forma que dignifique a
função pública
d) permite que o funcionário use material de serviço público em serviço particular
e) garante ao funcionário a possibilidade de tratar de interesses particulares na repartição
5- A responsabilidade administrativa do funcionário:
a) não o exime da responsabilidade civil ou criminal que o caso couber
b) pode eximi-lo de qualquer outra responsabilidade
c) exime-o apenas da responsabilidade civil que no caso couber
d) exime-o tão só da responsabilidade criminal que no caso couber
e) é a única responsabilidade legal a que ele se sujeita.
Gabarito:
1 / e
2 / d
3 / c
4 / b
5 / a
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO
ESTADO DE SÃO PAULO - Lei nº 10.261, de 28/10/1968
Num primeiro momento, em que pese o
presente estudo estar voltado a facilitar o aluno
ao ingresso nas carreiras de Oficial de Justiça e
Escrevente Técnico Judiciário, vale ressalvar
desde já que este estatuto engloba todos os
funcionários públicos civis do estado de São
Paulo, e não só Oficial de Justiça e Escrevente
Técnico Judiciário.
DIREITO DE PETIÇÃO
Direito de Petição - É o direito de pedir, de dirigir petições aos órgãos
públicos, solicitando ou exigindo dos mesmos, determinadas providências
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
Referido direito encontra-se previsto no art. 5o, inc. XXXIV da Constituição
Federal do Brasil, afirmando que "são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas o direito de petição aos Poderes
Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder."
Dessa forma, o direito de petição previsto na Constituição, aplica-se também
aos Funcionários Públicos, na forma e nos termos declinados no estatuto
que estamos estudando.
Art. 239
É permitido ao funcionário requerer ou representar, pedir reconsideração ou
recorrer de decisões, desde que o faça dentro das normas de urbanidade e
em termos, observadas as seguintes regras:
O direito de petição se manifesta de quatro formas distintas: requerimento,
representação, reconsideração e recurso. O Funcionário Público pode se
valer do direito de petição fazendo um requerimento, elaborando uma
representação, pedindo a reconsideração de um determinado ato, ou dele
interpor um recurso. Há, portanto, quatro formas distintas de peticionar.
Requerimento é um pedido ou solicitação, objetivando a feitura ou a
execução de alguma coisa, ou a satisfação de alguma pretensão. Exemplos:
requerimento de férias, licença-prêmio, certidão, etc.
Representação é uma denúncia formal informando qualquer irregularidade
interna. No sentido popular, seria "dedar", "entregar" alguém. Se o
Funcionário Público tiver conhecimento de que um determinado colega de
trabalho está tendo uma conduta desonesta ou ilegal, deverá representá-lo
("dedá-lo", "entregá-lo") ao seu superior hierárquico.
Reconsideração é a forma que o Funcionário Público tem para dirigir-se à
autoridade que praticou um determinado ato e com o qual não concorda,
para que ela o reveja, alterando-o.
Recurso é a forma pela qual o Funcionário Público dirigi-se a autoridade
superior àquela que praticou o ato, afim de que ela o altere.
I - nenhuma solicitação qualquer que seja a sua forma, poderá ser:
Neste caso, solicitação segue como sinônimo de petição, em qualquer uma
de suas formas.
1. dirigida à autoridade incompetente para decidi-la; e
A competência da autoridade não está ligada à sua capacidade mental ou
intelectual.
Autoridade competente nos termos da lei em estudo, quer dizer autoridade
que detém poderes para apreciar o pedido que lhe foi apresentado.
2. encaminhada senão por intermédio da autoridade a que estiver
imediatamente subordinado o funcionário;
A petição, que deverá ser escrita, será sempre apresentada ao superior
hierárquico imediato do Funcionário Público, e ela se incumbirá de
encaminhá-la ao destinatário da petição.
II - o pedido de reconsideração só será cabível quando contiver novos
argumentos e será sempre dirigido à autoridade que tiver expedido o ato ou
proferido a decisão;
Não poderá ser formulado pedido de reconsideração com os mesmos
argumentos já apresentados.
Também, o pedido de reconsideração deverá ser encaminhado única e
exclusivamente para a autoridade que praticou o ato, pois somente ela
poderá reconsiderar o ato que ela própria praticou. Somente a autoridade
que praticou o ato será competente para apreciar o pedido de
reconsideração, sendo qualquer outra autoridade incompetente. Se
interposto frente à autoridade incompetente, o pedido será indeferido
(recusado) desde logo (ver § 1o logo abaixo).
III - nenhum pedido de reconsideração poderá ser renovado;
Não cabe novo pedido de reconsideração, pois se a autoridade que praticou
o ato não o reconsiderou frente ao primeiro pedido de reconsideração, não
há que se pedir novamente para ela reconsiderar aquele ato. É lógico que, se
não reconsiderou no primeiro pedido, não irá reconsiderar jamais.
IV - o pedido de reconsideração deverá ser decidido no prazo máximo de 30
(trinta) dias.
Cumpre frisar com cores fortes, para que não haja confusão futura, que o
prazo acima elencado é para a autoridade competente decidir, e não para o
Funcionário Público apresentar o pedido.
O prazo de trinta dias não se confunde com um mês, pois temos meses com
28, 29, 30 e 31 dias.
V - só caberá recurso quando houver pedido de reconsideração desatendido
ou não decidido no prazo legal;
Este inciso prevê que, para questionar um ato administrativo através da
interposição de um recurso, há a necessidade de já haver sido pleiteada a
reconsideração este ato, sendo ela indeferida (recusada) ou não decidida no
prazo legal de trinta dias (inc. IV).
Se ao final de trinta dias a autoridade ainda não tiver julgado o pedido de
reconsideração, mesmo sem qualquer julgamento, desde logo o Funcionário
Público está autorizado a entrar com recurso, como se a reconsideração
tivesse sido indeferida pela autoridade.
Mesmo se houver esgotado os trinta dias e já interposto o recurso pelo
Funcionário Público, pode a autoridade reconsiderar o ato, o que
prejudicaria o recurso, pois não haverá mais o ato hostilizado.
Assim, não pode ser interposto recurso direto, pois, para que o recurso seja
cabível, há a necessidade de anterior pedido de reconsideração.
VI - o recurso será dirigido à autoridade a que estiver imediatamente
subordinado a que tenha expedido o ato ou proferido a decisão e,
sucessivamente, na escala ascendente, às demais autoridades; e
Em respeito à hierarquia administrativa, este dispositivo declina que o
recurso deverá ser dirigido à autoridade imediatamente superior àquela que
praticou o ato. Se houver necessidade de recorrer desta decisão, o novo
recurso será dirigido para a autoridade imediatamente superior àquela que
proferiu a decisão, e assim sucessivamente, sempre na escala ascendente.
VII - nenhum recurso poderá ser dirigido mais de uma vez à mesma
autoridade.
No mesmo sentido do inciso III, uma vez que a autoridade competente
decidiu sobre o recurso apresentado, não há motivo para apresentar novo
recurso para esta mesma autoridade, pois a resposta seria a mesma. Assim,
determina a lei que o novo recurso deverá ser interposto frente à autoridade
hierarquicamente superior àquela que decidiu anteriormente.
§ 1º. Em hipótese alguma, poderá ser recebida petição, pedido de
reconsideração ou recurso que não atenda às prescrições deste artigo,
devendo a autoridade à qual forem encaminhadas tais peças, indeferi-las de
plano.
O direito de petição deve ser exercido dentro de suas especificações e
requisitos. Assim, o Funcionário Público, ao peticionar deverá observar os
prazos, a autoridade competente, os fundamentos de fato e de direito, etc.
§ 2º. A decisão final dos recursos a que se refere este artigo deverá ser dada
no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data do recebimento na
repartição, e uma vez proferida, será imediatamente publicada, sob pena de
responsabilidade do funcionário infrator. Se a decisão não for proferida
dentro desse prazo, poderá o funcionário desde logo interpor recurso à
autoridade superior.
Diferenciando da reconsideração, que deverá ser decidida em 30 (trinta)
dias, o recurso deverá ser apreciado e decidido em 90 (noventa) dias.
Da mesma forma da reconsideração, se o recurso não for decidido no prazo
acima estipulado, desde logo poderá o Funcionário Público entrar com novo
recurso à autoridade superior, como se aquele tivesse sido indeferido.
Como na reconsideração, se houver esgotado os noventa dias e já
interposto o recurso pelo Funcionário Público à autoridade superior, pode a
autoridade julgar o recurso e rever o ato, o que prejudicaria o recurso, pois
não haverá mais o ato hostilizado.
§ 3º. Os pedidos de reconsideração e os recursos não têm efeito suspensivo;
os que forem providos, porém, darão lugar às retificações necessárias,
retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado, desde que outra
providência não determine a autoridade quanto aos efeitos relativos ao
passado.
Tendo em vista que os pedidos de reconsideração e os recursos não
dispõem de efeito suspensivo, vale dizer que os efeitos do ato impugnado
surtirão seus efeitos até a revisão pela autoridade competente.
Exemplificando: Se o Funcionário Público foi injustamente demitido, e,
não se conformando, protocolou o pedido de reconsideração do ato
administrativo visando a sua reintegração ao cargo, ficará afastado de suas
funções até que o ato seja reconsiderado, ou, se houve recurso, até que este
seja aceito. Até a reconsideração do ato ou do provimento do recurso, o
Funcionário Público não receberá nenhuma verba salarial.
Porém, quando revisto o ato que determinou a sua demissão (seja pela
reconsideração ou pelo recurso), o Funcionário Público receberá todos os
salários e vantagens do cargo retroativamente, como se nunca tivesse sido
demitido. Isto é a retroação dos efeitos de que trata a lei.
Art. 240
O direito de pleitear na esfera administrativa, prescreve a partir da data da
publicação, no órgão oficial, do ato impugnado, ou, quando este for de
natureza reservada, da data em que dele tiver conhecimento o funcionário:
Prescrição é perda do direito de ação. Se o Funcionário Público tomou
conhecimento de um determinado ato administrativo e dele não se
conformou, deve ajuizar seu pedido de reconsideração ou recurso no prazo
estipulado nos incisos que seguem abaixo. Caso ultrapassado o prazo, não
mais poderá se insurgir contra aquele ato, quer por reconsideração, quer por
recurso.
I - em 5 (cinco) anos quanto aos atos de que decorrerem a demissão,
aposentadoria ou disponibilidade do funcionário; e
Vale frisar, para não passar desapercebido, que o prazo de cinco anos
somente se aplica aos casos de demissão, aposentadoria e disponibilidade
do funcionário.
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos.
Todos os demais casos, exceto aqueles acima citados (demissão,
aposentadoria e disponibilidade do Funcionário Público) prescreve em 120
dias. E mais, 120 dias não são quatro meses, pois existe mês com 28, 29, 30
e 31 dias.
Parágrafo único - Os recursos ou pedidos de reconsideração, quando
cabíveis, e apresentados dentro dos prazos de que trata este artigo,
interrompem a prescrição, até 2 (duas) vezes no máximo, determinando a
contagem de novos prazos, a partir da data de publicação oficial do
despacho denegatório ou restritivo do direito.
Se o recurso
ou pedido de reconsideração é cabível e apresentado dentro do
prazo, interrompe a prescrição. Ou seja, se há interrupção da prescrição, se
ela voltar a fluir novamente, será pelo prazo integral.
Por exemplo: o Funcionário Público foi transferido arbitrariamente de sua
cidade, para outra distante. Em tese, ele teria o prazo de 120 dias para pedir
a reconsideração do ato que determinou a sua transferência. Se ele fizer o
pedido no 100° dia, houve a interrupção da prescrição. Se o seu pedido de
reconsideração for negado ou não julgado no prazo de trinta dias, ele terá o
prazo novamente de 120 dias para interpor o recurso à autoridade
imediatamente superior. Sempre que ocorrer a interrupção da prescrição, o
prazo volta a correr por inteiro, e não pela quantia que faltava.
Em resumo:
O artigo 239 do Estatuto dos Funcionários Públicos e Civis do Estado de São
Paulo confere ao Funcionário Público o exercício do direito de petição, ou
seja, o direito de requerer ou representar, para pedir reconsideração e
recorrer das decisões, desde que o faça por escrito e dentro das normas de
urbanidade, isto é, de maneira cortês. Assim, quando um Funcionário
Público tiver necessidade de formular uma petição para tratar de assuntos
referentes a atos administrativos ou decisões, como por exemplo, uma
punição injusta ou uma remoção não desejada, ele poderá exercer o direito
de petição.
Segundo o inciso I do artigo 239, a solicitação deverá ser dirigida somente à
autoridade competente para decidi-la, por intermédio de seu chefe imediato,
em obediência ao princípio da hierarquia exigido pelo Estatuto.
Pedido de Reconsideração - Às vezes a autoridade toma uma decisão
ou expede um ato que fere os interesses de um Funcionário Público,
levando-o a sentir-se prejudicado. Quando isto ocorre, o Funcionário Público
pode solicitar o reexame da decisão, objetivando sua invalidação ou
modificação. Esta solicitação é denominada pedido de reconsideração, que
deve ser dirigido à mesma autoridade que tomou a decisão ou expediu o ato.
Entretanto, este pedido só será cabível quando o Funcionário Público
apresentar novos argumentos que o justifique.
Após receber o pedido de reconsideração, a autoridade deverá reexaminar a
sua própria decisão, deferindo ou indeferindo total ou parcialmente o
pedido, modificando ou invalidando a sua decisão.
O pedido de reconsideração só pode ser formulado uma única vez, pois
conforme o inciso III do artigo 239, nenhum pedido de reconsideração
poderá ser renovado, e segundo o inciso IV, deverá ser decidido no prazo
máximo de 30 dias, durante o qual deverá reexaminar sua decisão, sob pena
de ser considerado indeferido.
O inciso V do artigo em estudo informa que só caberá recurso quando o
pedido de reconsideração não for atendido ou não decidido no prazo legal.
A autoridade após examinar sua primeira decisão, deverá proferir uma nova
deferindo ou indeferindo o pedido.
Pedido deferido - Quando na nova decisão a autoridade modifica ou
invalida o pedido.
Pedido indeferido - Quando na nova decisão a autoridade mantiver a
anterior.
Na hipótese do pedido ser indeferido, o Funcionário Público poderá recorrer
à autoridade superior.
O inciso VI estabelece que, a autoridade superior que o Funcionário Público
deve recorrer é aquela imediatamente superior a que tenha expedido o ato
ou proferido a decisão, lembrando que toda solicitação deve ser
encaminhada à autoridade superior por meio do chefe imediato do
funcionário, incluindo-se o recurso.
O inciso VII dispõe que nenhum recurso poderá ser dirigido mais de uma vez
à mesma autoridade.
O parágrafo 1o deste inciso acentua que em hipótese alguma, poderá ser
recebida petição, pedido de reconsideração ou recurso que não atenda as
prescrições do artigo 239, devendo a autoridade à qual forem encaminhadas
tais peças, indeferi-las de plano, isto é, imediatamente.
O parágrafo 2o do inciso VII trata do prazo referente à decisão final do
recurso, que é de 90 dias, contados da data do recebimento na repartição.
Caso a decisão não for proferida dentro do prazo estipulado, o Funcionário
Público poderá imediatamente interpor recurso junto à autoridade superior a
quem deferiu o recurso.
Finalmente, o parágrafo 3o do inciso VII, reza que os pedidos de
reconsideração e os recursos não têm efeito suspensivo (o ato hostilizado
surte seus efeitos até sua revisão).
Os recursos que forem providos, ou seja, recebidos e deferidos, entretanto,
darão lugar as retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à data do
ato impugnado, desde que outra providência não seja determinada pela
autoridade no que se refere aos efeitos relativos ao passado.
O artigo 240 e seus incisos referem-se ao prazo estabelecido para exercício
do direito de petição. Este prazo começa a ser contado, depois que o
Funcionário Público tomou conhecimento pessoalmente ou por publicação
no órgão oficial, do ato que o prejudicou.
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em
07/06/2003
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências
correlatas
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte
lei complementar:
Artigo 1º
Passam a vigorar com a seguinte redação os dispositivos adiante
enumerados da Lei N° 10.261/1968:
I - os artigos 239 e 240:
"Artigo 239 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica,
independentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade ou
abuso de poder e para defesa de direitos. (NR)
§ 1o - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou
conduta incompatível no serviço público. (NR)
§ 2o - Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a
protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade
do agente. (NR)
Artigo 240 - Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar,
bem como, nos termos desta lei complementar, pedir reconsideração e
recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo previsão legal
específica. (NR)";
II - o inciso II do artigo 257, passando o TÍTULO VII a denominar-se "Das
Penalidades, da Extinção da Punibilidade e das Providências Preliminares"
(NR):
"II - praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé
pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à
defesa nacional;" (NR);
DOS DEVERES
A palavra dever deriva do latim "debere" (ser devedor, estar obrigado), não
possuindo o verbo, na linguagem jurídica outra significação. Dever é algo
que tem que ser observado pelo Funcionário Público, sob pena punição pela
desobediência.
Quer, assim, significar o fato de se encontrar uma pessoa sujeita ao
cumprimento de uma obrigação, em virtude da qual terá que fazer alguma
coisa.
E nós vamos ver aqui justamente os deveres que o funcionário ou servidor
público deve observar a partir de sua nomeação ao cargo ou função pública,
conforme este estatuto.
Devemos atentar que se tratam dos deveres dos funcionários públicos (não
é uma faculdade, ou possibilidade), os quais se não cumpridos, acarretam
penalidades ao Funcionário Público. O Funcionário Público DEVE proceder
na conformidade com os seus deveres.
Art. 241 - São deveres do funcionário:
O presente estatuto ora fala sobre deveres (artigo que será estudado a
seguir) e ora discorre sobre proibições do funcionário público. É fácil
diferenciar os deveres das proibições. Enquanto os deveres são as regras
que o funcionário público tem que fazer, as proibições são as condutas que
o funcionário público não pode fazer.
Assim, seguem os deveres do Funcionário Público:
I - ser assíduo e pontual;
Ser assíduo quer
dizer comparecer com regularidade e exatidão ao lugar
onde tem de desempenhar seus deveres ou funções, procurando não faltar.
Diz respeito à estrita observância dos dias em que há labor.
Já ser pontual, diz respeito ao horário para o desempenho da função. Não
basta comparecer para trabalhar todos os dias em que há labor, mas chegar
no horário determinado e não sair antes da hora prevista. É o cumprimento
do horário em si.
Não ferem a assiduidade do Funcionário Público as licenças, afastamentos,
faltas abonadas, justificadas, para registro de filho ou doação de sangue,
licença prêmio, etc. Bem como também não prejudicam a pontualidade do
Funcionário Público as saídas antecipadas, entradas-tarde, horário especial
para estudante, etc. Em todos os casos citados há uma coerente
justificativa.
II - cumprir as ordens superiores, representando quando forem
manifestamente ilegais;
Cumprir ordens superiores é simplesmente respeitar a hierarquia do serviço
público, obrigação do Funcionário Público.
Porém, quando a ordem for manifestamente ilegal (uma ordem que toda
pessoa tem capacidade para saber que é contrária à lei), o Funcionário
Público não está obrigado a cumpri-la.
Por exemplo: sabidamente, a lei diz que a residência é inviolável durante o
período noturno. Imagine que o Oficial de Justiça, sem qualquer justificativa,
recebeu uma ordem superior para que adentre a residência de uma pessoa e
penhore os bens que encontrar. Certamente, tal ordem é ilegal, não devendo
ser cumprida. Podemos ir além, imagine a situação absurda de um Juiz
determinar o cumprimento de um mandado de citação ou intimação, e, se
houver recusa em apor o ciente, o Oficial de Justiça deverá empregar força
física para tanto. Não há qualquer lógica para que tal ordem seja cumprida,
pois o Código de Processo Civil determina que basta o Oficial de Justiça
certificar o ocorrido e o ato será válido, mesmo sem a assinatura do
interessado.
Porém, sempre que ocorrer tal situação, o estatuto determina que além de
não cumprir o mandamento, o Funcionário Público deverá representar
(denunciar) o autor a ordem ilícita ao superior dele.
Vale, porém, ressaltar que para o não cumprimento da ordem, não pode
haver dúvida quanto à legalidade ou ilegalidade dela, pois se houver dúvida,
o Funcionário Público é obrigado a cumprir a ordem, para não incorrer em
desobediência. Não pode o Funcionário Público ficar discutindo se a ordem
é legal ou não, sob pena de criar um tumulto no desempenho de suas
funções. Ao Funcionário Público não cabe qualquer juízo de valor quanto a
ordem (se ela é correta ou não, se ela é justa ou injusta), mas somente
quanto a legalidade ou ilegalidade da ordem.
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido;
Desempenhar com zelo é desempenhar com afeição, dedicação, cuidado,
capricho sua tarefa. O Funcionário Público, então, não pode fazer seu
serviço "de qualquer jeito", descuidadamente ou sem capricho.
Presteza é agilidade, prontidão, o mais rápido possível; não "enrolar" no
cumprimento do seu dever, ter preguiça ou deixar "para depois".
Então, o Funcionário Público deve desempenhar suas funções com rapidez e
capricho, pois se assim não o fizer, incorre em desídia, que é punida pela
administração.
IV - guardar sigilo, sobre os assuntos da repartição e, especialmente sobre
despachos, decisões ou providências;
Guardar sigilo é o mesmo que guardar segredo acerca de todos os assuntos
que tenha conhecimento ou que aconteçam onde o Funcionário Público
exerce suas funções.
No ambiente forense, desempenhando suas funções, muitas vezes os
funcionários ficam sabendo de vários fatos contidos em processos.
Logicamente, o Funcionário Público não pode ficar contando aos outros o
que acontece no local de seu trabalho, podendo, até mesmo, ser
responsabilizado criminalmente (crime de violação de sigilo funcional).
Imagine que um Funcionário Público recebeu uma mandado de citação
acerca de um processo de separação judicial de uma pessoa muito
conhecida, e antes mesmo de levar este mandado até a pessoa interessada,
ele sai contanto para todos os amigos, e um destes conta para aquela
pessoa, que fica sabendo dos fatos antes de receber o mandado. Nem se
queira falar em tal situação, até mesmo que o processo de separação judicial
(dentre muitos outros) tramita em segredo de justiça, e ninguém, salvo as
partes, advogados constituídos e juizes podem ter acesso a ele.
Também no caso de uma apreensão de um determinado bem, se o detentor
deste bem ficar sabendo que será apreendido, certamente irá escondê-lo
para que o bem não seja encontrado pelo Oficial de Justiça, quando vier
cumprir o mandado. A falta de sigilo prejudicaria a realização do ato, motivo
pelo qual o sigilo e discrição é fundamental para o desempenho das
funções do Oficial de Justiça.
V - representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver
conhecimento no exercício de suas funções;
Representar, aqui, tem aquele sentido já declinado de denunciar, expor,
informar, comunicar. Deve o Funcionário Público, portanto, informar sempre
aos seus superiores as irregularidades que tenha conhecimento no
desempenho de suas funções, para que estes tomem as providências
cabíveis em cada caso, no intuito de sanar tais irregularidades, melhorando
a qualidade do serviço público. Não deve o Funcionário Público ficar imune
às irregularidades que tiver conhecimento.
Se o Funcionário Público não comunica o fato aos superiores, seria o
mesmo que ele encobrir essas irregularidades e pode ser penalizado.
Se a ciência de tais irregularidades vierem fora do exercício de suas
funções, tal ordenamento não se aplica, mas, apesar de não estar obrigado,
seria prudente comunicar.
VI - tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as partes;
Tem que haver harmonia no ambiente de trabalho, não pode haver
desavenças. Imagine um ambiente de trabalho onde todos se odeiem, não
haja respeito, se hostilizem, etc.
Como seria a qualidade do serviço público nesse ambiente? É dever do
Funcionário Público ter um bom relacionamento com seus companheiros de
serviço, para que todos se sintam bem e trabalhem com, organização e
aproveitamento.
Também é dever do Funcionário Público tratar bem todas as pessoas que
vão à repartição pública, sendo educado e prestativo, abstendo-se tratar as
pessoas com rudez e pouco caso. Afinal sua função é atender bem a todas
as pessoas, mesmo porque é o próprio povo que paga (ainda que de forma
indireta) seus vencimentos.
Companheiros de serviço incluem aqueles que desempenham a mesma
função, e também os superiores e subalternos, caso existam. Partes, em
regra, são: autor, réu, exeqüente, executado, requerente, requerido,
reclamante, reclamado, etc. testemunhas, peritos e demais pessoas que
integram o processo.
VII - residir no local onde exerce o cargo, ou onde autorizado;
Em regra, é dever do Funcionário Público residir na mesma cidade em que
exerce suas funções. Ás vezes pode ser necessário que ele trabalhe até mais
tarde, ou seja procurado fora de seu horário de trabalho e o Funcionário
Público dependa de horário de ônibus, ou, residindo fora da comarca, esteja
mais sujeito a chegar atrasado com problemas de furar pneu, atraso de
condução, etc.
Existe, inclusive, um prazo de 30 dias para que o Funcionário Público tome
posse, a partir de sua nomeação.
Porém, como exceção à regra, poderá o Funcionário Público residir em local
diverso daquele que desempenha suas funções, mas deverá estar autorizado
para tanto.
VIII - providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento
individual a sua declaração de família;
A ficha de informações do Funcionário Público é denominado assentamento,
e nela devem conter as informações mais atualizadas quanto possível.
Tudo o que ocorre com o Funcionário Público - como férias, faltas,
penalidades aplicadas, licenças, promoções, afastamentos, casamento,
nascimento de filhos, etc. vão para essa ficha. É como um cadastro do
Funcionário Público.
IX - zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do que for
confiado à sua guarda ou utilização;
O material empregado no serviço do Funcionário Público e o que foi
confiado à sua guarda é pago, ainda que indiretamente pelo povo. Assim,
compete a ele zelar pela conservação e economia deste material, evitando
desperdícios, estragos e utilizações indevidas.
Se o Funcionário Público assim não proceder, estará cometendo infração
disciplinar, e será punido por transgressão a um dever funcional.
X - apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme
determinado quando for o caso;
Em vários serviços não é necessário uniforme, devendo o Funcionário
Público se trajar de forma conveniente e compatível com a realização de
suas funções e com o ambiente de trabalho, não devendo trabalhar com
roupas rasgadas, sujas, de calção, maiôs, sungas, ou mesmo parecendo
mendigos. O Funcionário Público deve trabalhar apresentando boa
aparência.
Não se exige roupas de marca ou caras. Mas exige-se o bom senso ao se
vestir. É perfeitamente permitido trabalhar de camiseta branca, limpa e bem
passada, mas seria inaceitável uma camiseta com estampas malucas de
grupo de rock qualquer. Neste caso, não é o problema da roupa, mas da
estampa.
Se o uso de uniforme for determinado, como o caso de função de guarda,
agente de segurança, ou outro qualquer e que seja exigido o uniforme, o
Funcionário Público deverá estar uniformizado, sob pena de processo
administrativo.
XI - atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, às
requisições de papéis, documentos, informações ou providências que lhe
forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para defesa do
Estado, em juízo;
Prontamente quer dizer rapidamente, de forma célere. E é assim que o
Funcionário Público deve proceder com as requisições, informações ou
providências, que sejam feitas por autoridades administrativas ou
judiciárias, quando o Estado tiver interesse na demanda.
Sempre que o Estado estiver litigando num processo, seja como autor ou
réu, as intimações e demais atos terão preferência sobre os demais.
Isso acontece porque o interesse do Estado (interesse coletivo) tem
preferência sobre o interesse particular, por representar o interesse do povo,
o bem comum. Esses pedidos devem então ser atendidos com preferência
sobre os outros pedidos.
XII - cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de
trabalho;
Ser solidário não quer dizer proteger, encobrir uma falcatrua ou um crime,
ou dele participar, mas sim ajudar na realização de uma função. No mesmo
sentido, cooperar é auxiliar o colega, preocupando-se uns com os outros,
ajudando.
O Funcionário Público deve fazer sua função e também se preocupar com o
seu companheiro de trabalho. A harmonia no ambiente do trabalho, e ajuda e
cooperação de todos é que garante a eficiência do serviço público, e quem
assim não proceder, estará faltando com dever funcional.
Por exemplo: se o(a) Oficial de Justiça sabe que seu companheiro de
função está com o carro quebrado e precisa cumprir um determinado
mandado num bairro distante, pode o Funcionário Público emprestar seu
carro, ou levá-lo pessoalmente.
Este dever está intimamente ligado ao dever de tratar com urbanidade os
companheiros de serviço e as partes, indicando no inciso VI, deste mesmo
artigo.
XIII - estar em dia com as leis, regulamentos, instruções e ordens de serviço
que digam respeito às suas funções;
O Funcionário Público deve sempre estar em dia com suas obrigações
eleitorais, militares, civis, etc. Deve ainda estar ele ciente das leis que
disciplinam o seu trabalho, como por exemplo, nos casos de escrevente o
oficial de justiça, as Normas de Serviço da Egrégia Corregedoria Geral da
Justiça, as alterações nos Códigos de Processo Penal e Civil, podendo, se
não o fizer, cometer erros no desempenho de seu serviço e, inclusive,
prejudicar as pessoas que precisam e confiam no serviço público.
XIV - proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função
pública;
O Funcionário Público deve ser educado, honesto, atencioso, para dignificar
a função pública. Porém, na sua vida privada também não pode cometer atos
que não condizem com sua função.
O Funcionário Público deve agir pública e privadamente de forma correta,
estreita, ter uma conduta ilibada, boa reputação, etc.
Não ficaria bem um oficial de justiça ou escrevente estar envolvido em
escândalos ou brigas.
Sendo Funcionário Público, as pessoas que o virem em tal situação
constrangedora, farão o mesmo juízo dos demais funcionários, o que jamais
poderia ocorrer. Tal situação mancharia a imagem do serviço público como
um todo e dos outros funcionários.
Portanto, o Funcionário Público também tem deveres na sua vida particular,
não se adstringindo esses deveres à sua função, sob pena, inclusive, de
demissão.
DAS PROIBIÇÕES
A palavra proibição deriva do latim prohibitio, de prohibire (vedar,
interditar, proibir), e na terminologia jurídica exprime toda disposição ou
princípio pelo qual se proíbe ou se veda a prática de um ato.
Além dos deveres, o Funcionário Público deve observar as proibições que
lhe são impostas, quando da nomeação para o serviço público.
Conforme já fora dito anteriormente, enquanto que os deveres são as regras
que o Funcionário Público tem que fazer, as proibições são as condutas que
o Funcionário Público não pode fazer. Já vimos os deveres, agora veremos
as proibições.
Existem proibições que além de incorrerem em penalidades administrativas,
também são consideradas crime contra a administração pública (Título XI do
Código Penal).
Art. 242 - Ao funcionário é proibido:
Seguem abaixo as proibições aos Funcionários Públicos:
I - referir-se depreciativamente, em informação, parecer, ou despacho, ou
pela imprensa, ou qualquer meio de divulgação, às autoridades constituídas
e aos atos da Administração, podendo, porém, em trabalho devidamente
assinado, apreciá-los sob o aspecto doutrinário e da organização e eficiência
do serviço;
O Funcionário Público não pode menosprezar seus superiores hierárquicos
e as ordens recebidas. Discordando o Funcionário Público com a forma de
execução do serviço, mesmo assim, ele deve obedecer à ordem e cumpri-la.
É importante a observação da hierarquia no serviço público para a diligência
e urbanidade do serviço.
Ao Funcionário Público não cabe qualquer juízo de valor quanto a ordem
emanada da autoridade competente, mas somente quanto a legalidade da
mesma. Assim, concordando ou não, sendo ela justa ou injusta, deverá ser
cumprida. Somente não o será quando for manifestamente ilegal (art. 241, II).
Também não pode o Funcionário Público agir assim com as autoridades
constituídas (Prefeitos, Governadores, Ministros, Juiz, Promotor de Justiça,
Delegado, etc.) para não denegrir a imagem dessas autoridades perante a
sociedade.
Para o Oficial de Justiça ou Escrevente Técnico Judiciário, referir-se em
informação, parecer, ou despacho, seria nos próprios autos do processo
judicial. Referir-se pela imprensa ou qualquer meio de divulgação englobaria
a imprensa televisiva (televisão de canais abertos ou fechados), escrita
(jornais, revistas, periódicos, etc) ou radiofônica (rádios AM ou FM).
Este inciso traz uma exceção à regra, autorizando a manifestação do
Funcionário Público em trabalho devidamente assinado, mas somente
quanto ao aspecto doutrinário e da organização e eficiência do serviço.
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade
competente, qualquer
documento ou objeto existente da repartição;
Os objetos de trabalho do Funcionário Público e os processos e
documentos que lá se encontram, devem permanecer na repartição. Por
mais boa vontade que tenha o Funcionário Público, ele não pode, por
exemplo, simplesmente levar para sua residência a máquina de escrever ou
processos.
A autorização sempre deve ser feita por escrito e emanada da autoridade
competente.
Se o Funcionário Público não observar essa proibição, estaria, em tese,
cometendo o crime de peculato, sem prejuízo das sanções administrativas
que no caso couber, que nesse caso seria a de demissão a bem do serviço
público, como veremos adiante.
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras
atividades estranhas ao serviço;
Concomitante ao zelo e a presteza, que são atinentes ao Funcionário
Público, existe também a proibição de que ele se atenha ou se distraia com
atividades estranhas à repartição ou ao seu cargo e função. Pode o
Funcionário Público, durante o horário de serviço, participar de palestras
relacionadas à sua atividade, o que lhe servirá como aprimoramento. Porém,
será proibido se o assunto da palestra, leitura ou qualquer outra atividade
não houver relação com o serviço, cargo ou função desempenhada pelo
Funcionário Público.
O Funcionário Público recebe para trabalhar e não para entreter-se em
palestras, assistir a jogos da copa do mundo, Olimpíadas, ou ler revistas.
Deve desempenhar suas funções com rapidez, eficiência e dedicação.
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa justificada;
Isso fere o dever da assiduidade. Quando o Funcionário Público for faltar,
deve comunicar antecipadamente ao seu superior hierárquico, solicitando
abono ou justificando a falta.
Existem várias faltas que são consideradas justificativas para a falta do
Funcionário Público, como para doação de sangue, registro de filho, tratar
de doença sua ou em parente até 2º grau, atender a intimações judiciárias ou
da polícia, etc. Mesmo assim, essa falta deverá ser comunicada previamente
ao seu chefe.
O importante é que o Funcionário Público não falte por falta de vontade de
trabalhar, ou porque está de ressaca, namorou até de madrugada, etc., pois
se assim o fizer, estará incorrendo em falta injustificada, que é uma infração
administrativa.
V - tratar de interesses particulares na repartição;
O Funcionário Público, no desempenho de suas funções e atribuições, tem
de realizar seu trabalho com eficiência, zelo, presteza, etc., não podendo
desviar a sua atenção para seus assuntos particulares.
O Funcionário Público recebe para desempenhar funções para o Estado, não
para si próprio. Sua vida privada tem que ser mantida fora de seu horário e
ambiente de trabalho, além do expediente de serviço. Como já vimos, o
Funcionário Público deve trabalhar com dedicação e eficiência.
Portanto, no caso de um escrevente que aproveita a máquina de escrever
para datilografar uma carta, letras de músicas ou um trabalho escolar; ou
fazer uso do telefone da repartição para bater papo com os amigos, estará
incorrendo em falta administrativa, pois esse tipo de conduta é proibida.
VI - promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição,
ou tornar-se solidário com elas;
O Funcionário Público, ao adentrar o ambiente de trabalho, deve ter em
mente a realização da tarefa para a qual foi designado. Assim sendo, ele
deve se abster de participar de manifestações dentro do ambiente de
trabalho que fujam à finalidade de seu cargo ou função.
Na repartição pública se deve trabalhar. Protestos de apoio ou de
repreensão devem ser feitos fora do ambiente de trabalho, pois não é para
isso que existe a repartição pública. Observar que não se trata de greve, mas
sim, por exemplo, de protestos por melhores salários.
Do mesmo modo, não cabe ao Funcionário Público colar cartazes de
campanhas ou de manifestações, por melhor que sejam seus objetivos ou
ideais. Estão proibidas todas e quaisquer manifestações, sejam elas de
cunho econômico, político, social, etc...
Existe a Associação dos Funcionários Públicos, Associações dos
Servidores do Judiciário, Associação dos Oficiais de Justiça, e outras que
podem fazer tais protestos e reivindicações. Não cabem aos Funcionários
Públicos estes atos, ainda mais dentro da repartição em que exerce sua
função.
VII - exercer comércio entre os companheiros de serviço, promover ou
subscrever listas de donativos dentro da repartição;
Dentro da repartição, não é demais repetir, é lugar de trabalho. Exercer o
comércio seria aquele informal, onde o Funcionário Público vende os mais
diversos objetos na repartição (calcinhas, sutiãs, brincos, correntinhas,
perfumes, equipamentos eletrônicos, etc). Promover listas de donativos é
elaborar ou passar a lista entre os colegas; e subscrever é assinar a lista,
colaborando com a mesma. Neste caso, por melhor que seja o motivo, por
mais altruísta que seja, será proibido.
Tais fatos comprometem a seriedade e a imagem do serviço público e dos
funcionários da repartição.
VIII - empregar material de serviço em serviço particular;
A aplicação de material de serviço em uso particular implicaria na
apropriação do material (bem público) para o patrimônio particular, o quê,
antes de ser simples infração administrativa, é uma infração penal (crime).
Nem se queira argumentar que determinado bem é de valor pequeno, pois o
que deve ser levado em consideração é a conduta, e não o valor do bem
apropriado.
Por exemplo, quando o Funcionário Público datilografa as cartas ou letras
de músicas na repartição pública, além de tratar de interesse particular,
também utiliza os materiais de serviço para seu intento, como máquina,
papel, borracha, grampeador, etc.
O material de serviço do Funcionário Público existe para que o mesmo
desempenhe as funções que lhe são atribuídas, para que o Estado atinja sua
finalidade, que é o bem comum. Se o Funcionário Público quiser fazer seus
trabalhos, que compre o material para isso e faça-os fora do ambiente de
trabalho.
Frisa-se que o emprego de material particular em serviço é perfeitamente
possível, e tal assunto já matéria de prova. Lembre-se que o Oficial de
Justiça utiliza-se de seu próprio veículo para realização de suas tarefas.
Art. 243 - É proibido, ainda, ao funcionário:
Seguem outras proibições:
I - fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si,
ou como representante de outrem;
Ao Funcionário Público é proibido fazer contratos de natureza comercial ou
industrial com a Administração Pública, seja pessoalmente ou em
representação de outra pessoa. Vale frisar que este inciso dispõe
especificamente quanto a pessoa física do Funcionário Público, pois, logo
adiante, novamente veremos a proibição de celebrar contratos com o
Governo, mas quando o Funcionário Público for gerente ou administrador da
empresa que pretende contratar.
Governo, neste caso, seria somente àquele em que está vinculado o
Funcionário Público, ou seja, o Governo do Estado de São Paulo.
Se pudesse fazer contratos com o Governo, o Funcionário Público poderia
se valer das influências que pode ser ou do conhecimento que possui da
administração e levar vantagem sobre os demais concorrentes.
Assim, em uma licitação, por exemplo, não é permitido ao Funcionário
Público ser licitante. Mesmo se o Funcionário Público não usar sua
influência ou conhecimento da administração, sendo vitorioso, prejudicaria a
imagem de imparcialidade do ato e a moralidade da administração poderia
ser igualmente maculada.
Também o Funcionário Público não pode representar outras pessoas em
contratos com o Governo.
II - participar de gerência ou administração de empresas bancárias, ou
industriais, ou de sociedades comerciais,
que mantenham relações
comerciais ou administrativas com o Governo do Estado, sejam por este
subvencionadas ou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da
repartição ou serviço em que esteja lotado;
Este inciso é bem claro e tem o mesmo objetivo do inciso anterior. Imagine-
se um Funcionário Público que participe de concorrências públicas com o
Estado. Seria no mínimo suspeito. Assim, para proteger a imparcialidade da
administração pública, já é vedado tal cargo ao Funcionário Público. Isso
evita possíveis favorecimentos e prática de tráfico de influência.
Vale notar que este inciso restringiu toda e qualquer possibilidade do
Funcionário Público, enquanto administrador ou gerente de uma pessoa
jurídica contratar com o Governo.
III - requerer ou promover a concessão de privilégios, garantias de juros ou
outros favores semelhantes, federais, estaduais, ou municipais, exceto
privilégio de invenção própria;
Este inciso é fundamentado no princípio da moralidade, proibindo que o
Funcionário Público se aproveite de sua condição para conseguir
privilégios, garantias ou qualquer outro tipo de favor em prejuízo de
particulares.
A única exceção é aquela referente ao "privilégio de invenção própria".
Neste casos, poderá requerer os privilégios previstos em Lei.
Se o Funcionário Público criar algo novo, descobrir um novo produto,
poderá requerer o privilégio pela invenção, ou seja, poderá requerer o direito
de usufruir economicamente daquele produto por determinado tempo, antes
que a invenção caia em domínio público. Esta exceção visa estimular a
criatividade dos Funcionários Públicos.
Assim, se o Funcionário Público inventar, por exemplo, um aparelho ou
uma máquina, ele poderá requerer o privilégio da exploração de seu invento.
E, novamente ressaltando, este é o único privilégio autorizado pelo estatuto.
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em
empresas, estabelecimentos ou instituições que tenham relações com o
Governo, em matéria que se relacione com a finalidade da repartição ou
serviço em que esteja lotado;
No inciso II, a proibição é de que o Funcionário Público venha a exercer
função de gerente ou administrador das empresas ali relacionadas. Neste
inciso, a proibição vai além, se estendendo a qualquer emprego ou função
em empresas que tenham relações com o Governo, em matéria relacionada a
finalidade da repartição ou do serviço desempenhado.
Imagine a possibilidade de um fiscal da Receita Federal trabalhar, nas horas
vagas, para um escritório de contabilidade, ou de um Oficial de Justiça
trabalhar, nas horas vagas, como agente de cobranças para empresa de
crédito. Certamente seria absurdo, se possível fosse.
Mesmo se não estiver no seu horário de trabalho, o Funcionário Público não
pode exercer as funções tipificadas neste inciso. A finalidade é a mesma dos
incisos anteriores, ou seja, evitar que o Funcionário Público se valha dessa
condição e prejudique os particulares. Porém, essa proibição se adstringe
em trabalhar com empresas que se relacionem com o governo, em matéria
que se relacione com a finalidade da repartição em que ele exerça as suas
funções ou que se relacione com o serviço público que ele desempenhe.
V - aceitar representação de Estado estrangeiro sem autorização do
Presidente da República;
A Representação, neste caso, tem sinônimo de procuração. A função do
procurador é praticar atos em nome de outrem. No caso deste inciso, seria a
proibição do Funcionário Público praticar atos dentro do território nacional,
em nome de um país estrangeiro.
Tal inciso visa, principalmente, assegurar que as informações que o
Funcionário Público teve acesso não chegue a terceiros, principalmente
países estrangeiros. Certamente haveria confronto, pois os interesses
internacionais nem sempre são os mesmos dos interesses nacionais.
Por exemplo: o Funcionário Público não poderia aceitar o convite do
Presidente da Argentina para que, em nome daquele país, compre um imóvel
para ser instalado o Consulado ou Embaixada.
O Funcionário Público desempenha funções públicas e assim o fazendo,
sabe muitas e possui conhecimentos da administração pública. Como
descrito no inciso, se houver a autorização do Presidente da República não
existe a proibição.
VI - comerciar ou ter parte em sociedades comerciais nas condições
mencionadas no item II deste artigo, podendo, em qualquer caso, ser
acionista, quotista ou comanditário;
No inciso II, a proibição era apenas de gerência ou de administração. Agora
a proibição também atinge prática de comércio ou ter parte naquelas
empresas elencadas no inciso II. Porém, ele pode ser acionista (possuir
ações em sociedades por ações, as famosas S/A), quotista (possuir quota
em sociedade por quotas de responsabilidade limitada) ou comanditário
(apenas investe o capital em sociedade em comandita).
Não importa o número ou percentual de ações, quotas ou comanditas que
possua o Funcionário Público, pois tal fato é irrelevante. Poderá ter 99% ou
0l%, que será a mesma coisa, pois o que importa é se tem ou não cargo de
gerência ou administração.
Vale se informar que em nenhuma das situações o Funcionário Público terá
responsabilidade solidária ou ilimitada, e que ele estará participando apenas
com o capital, não podendo jamais ser gerente ou diretor dessas empresas,
como já vimos.
VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de sabotagem contra o
serviço público;
Em que pese a Constituição Federal garantir a todos o direito de greve, para
os Funcionários Públicos tal direito não existe, pois o estatuto taxativamente
proíbe tal conduta. Entendemos, e respeitamos a posição de alguns
estudiosos que afirmam que o direito de greve também se estende aos
Funcionários Públicos, mas ressalvamos que o presente estudo está
totalmente direcionado à aprovação do candidato no concurso de Oficial de
Justiça e Escrevente Técnico Judiciário, e, pela lógica, ainda que a opinião
do candidato seja outra, para responder a prova de direito administrativo é
melhor esquecer a Constituição Federal e opinar junto com o estatuto, ou
seja: O Funcionário Público não pode fazer ou participar de greves.
No caso de particulares já existe a lei que diz quais os serviços ou atividades
essenciais nas quais os funcionários são proibidos de fazer greve (Lei nº
7.783, de 28 de junho de 1989. Lei de greve).
Não se pode também ignorar que as greves podem ser julgadas ilegais ou
abusivas, podendo o Funcionário Público ser penalizado nesses casos.
VIII - praticar usura;
Usura, do latim usura, de utor (servir-se de, fazer uso) significa o interesse
que se paga ou que se é devido pelo uso de alguma coisa. Aqui neste inciso
é o mesmo que agiotagem. O Funcionário Público não pode emprestar
dinheiro, por exemplo, a seu colega de trabalho cobrando juros abusivos.
A nossa Lei Civil estabelece que os juros, quando não convencionados,
serão de 6% (seis por cento) ao ano, ou o equivalente a 0,5% ao mês. As
partes podem convencionar, em contrato escrito, juros até 12% ao ano, ou
01% ao mês. Qualquer percentual superior a este será considerado crime de
usura.
IX - constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante
qualquer repartição pública, exceto quando se tratar de interesse de cônjuge
ou de parente até segundo grau;
Isto é crime de advocacia administrativa, exceto quando se tratar de
interesse de parentes até segundo grau (pai, mãe, filho, irmão, neto ou avô) e
de seu cônjuge. O Funcionário Público não pode defender, direta ou
indiretamente, interesse privado perante a Administração Pública, valendo-
se da qualidade de funcionário.
Se o Funcionário Público já trabalha na repartição, certamente ele terá
vantagem sobre o particular, o que não poderá acontecer.
X - receber
estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades fiscalizadas,
no país, ou no estrangeiro, mesmo quando estiver em missão referente à
compra de material ou fiscalização de qualquer natureza;
Estipêndios são valores; quantias em dinheiro.
Essa conduta pode caracterizar os crimes de corrupção passiva ou
concussão, descritos no Código Penal. O Funcionário Público não pode
receber gorjetas, propina, comissão, gratificação ou qualquer outro valor
destas firmas ou instituições, porque isso poderia deixar o Funcionário
Público "devendo favores", mesmo que inconscientemente, ele desse
preferências ou privilégios a elas, em detrimento das formas ou entidades
que não "pagarem" a comissão.
Não pode, quando estiver comprando material, receber qualquer valor
referente a este ato; ou, no caso de estar fiscalizando a empresa, receber
determinada quantia em dinheiro da empresa fiscalizada.
XI - valer-se de sua qualidade de Funcionário Público para desempenhar
atividade estranha às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente,
qualquer proveito; e
Sendo Funcionário Público, mesmo que fora de suas atividades, ele é um
representante do Estado. Não pode o Funcionário Público desempenhar
atividade estranha a que exerce no cargo público ou aproveitar-se de seu
cargo para obter qualquer proveito.
Por exemplo: policiais civis ou militares serem porteiros em boates como
"bico", oficiais de justiça efetuando cobranças, investigadores de polícia
trabalhando como detetives particulares, etc. Todos estes praticam
atividades estranhas aproveitando-se de seu cargo. Essas condutas são
consideradas graves e podem ser penalizadas com demissão, inclusive a
bem do serviço público.
XII - fundar sindicato de funcionários ou deles fazer parte.
Novamente, conforme já fora dito anteriormente, em que pese a Constituição
Federal garantir a todos o direito de sindicalizar-se ou manter-se
sindicalizado, para os Funcionários Públicos tal direito não existe, pois o
estatuto taxativamente proíbe tal conduta. Entendemos, e respeitamos a
posição de alguns estudiosos que afirmam que o direito de fundar
sindicatos ou a eles aderir também se estende aos Funcionários Públicos,
mas ressalvamos que o presente estudo está totalmente direcionado à
aprovação do candidato no concurso de Oficial de Justiça e Escrevente
Técnico Judiciário, e, pela lógica, ainda que a opinião do candidato seja
outra, para responder a prova de direito administrativo é melhor esquecer a
Constituição Federal e opinar junto com o estatuto, ou seja: O Funcionário
Público não pode fundar sindicatos ou deles fazer parte.
Porém, é necessário diferenciar sindicato de associação. A finalidade da
associação é garantir formas de lazer ao associado, ao passo que o
sindicato é fazer pressão junto ao empregador do sindicalizado. A
Constituição Federal de 1988 garante a liberdade de associação aos
funcionários públicos civis, tanto que existe hoje a Associação dos
Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, a Associação dos Oficiais de
Justiça, a Associação dos Escreventes, Associação dos Magistrados, etc.,
as quais qualquer Funcionário Público pertinente pode associar-se.
Portanto, a proibição reside apenas quanto aos sindicatos de funcionários,
mas não quanto as associações de classe.
Parágrafo único - Não está compreendida na proibição dos itens II e IV deste
artigo a participação do funcionário em sociedades em que o Estado seja
acionista, bem assim na direção ou gerência de cooperativas e associações
de classe, ou como seu sócio.
Vale novamente observar que aqui é permitido ao Funcionário Público
participar de sociedades em que o Estado seja acionista, e até mesmo ter
cargos de direção e gerência de cooperativas e associações de classe,
inclusive sendo sócio delas. O Estado, tendo participação na sociedade, não
há porque proibir o Funcionário Público de participar desta empresa.
Logicamente, quem detém os poderes de gerência e administra a Petrobrás
é Funcionário Público. E tal possibilidade decorre deste inciso.
Art. 244 - É vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens
imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando se tratar
de função de confiança e livre escolha, não se podendo exceder a
2 (dois) o número de auxiliares nessas condições.
Parentes até segundo grau quer dizer: pai, mãe, filhos, avôs, netos e irmãos.
Este inciso evita a prática de condescendência criminosa, pois se todos
forem parentes, não haveria fiscalização do serviço.
Porém não há proibição no caso de cargo de confiança, também chamado de
cargo em comissão. Esses cargos não são preenchidos por concurso. A
ocupação deles é proveniente da confiança de quem nomeia o cargo,
lembrando que este tipo de serviço não adquire estabilidade, pois a qualquer
tempo pode o Funcionário Público deixar de ser de confiança e perder o
cargo. No caso de cargo em comissão não há outra pessoa que mereça mais
confiança que um parente, mas não pode haver mais que duas pessoas
neste tipo de função.
Ordens imediatas são as ordens provenientes do imediato superior
hierárquico. Não pode, por exemplo, trabalhar na mesma seção, um escrivão
e três escreventes.
Na prática, porém, cumpre observar o grau de parentesco, o número de
parentes, e também, se o parente é imediatamente superior, pois, se entre o
superior e o parente houver outros graus hierárquicos, não haverá a
restrição deste inciso.
DAS RESPONSABILIDADES
A palavra responsabilidade deriva do latim "respondere", tomando a
significação de responsabilizar-se.
Em sentido geral, responsabilidade exprime a obrigação de responder por
alguma coisa.
A responsabilidade administrativa resulta na obrigação ou no dever legal de
reparar ou ressarcir os prejuízos que possa causar à administração pelos
atos abusivos ou excessivos. Vejamos as contidas nesse estatuto.
Art. 245 - O funcionário é responsável por todos os prejuízos que,
nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por dolo ou culpa,
devidamente apurados.
O Funcionário Público assume toda a responsabilidade pelos prejuízos que
causar. Dolo é a vontade, intenção de cometer o ato. Culpa é quando o
agente pratica o ato por imprudência (prática de um fato perigoso),
negligência (desatenção ou falta de cuidado) ou imperícia (falta de
habilidade ou experiência no exercício de profissão), desde que devidamente
apurados.
Porém, se o prejuízo não proveio de dolo ou culpa do Funcionário Público,
ele não terá que indenizar. O Funcionário Público pode ter causado prejuízo
diretamente ao Estado, ou seja, prejudicando o Estado, ou de forma indireta,
causado prejuízo a um particular, e este acionar judicialmente o Estado. O
Estado indeniza e cobra do Funcionário Público, e este tem que ressarcir o
Estado do prejuízo. É o chamado direito de regresso. Vejamos as situações
onde se configuram a responsabilidade do Funcionário Público.
Frisa-se, por fim, que somente será atribuída qualquer responsabilidade ao
Funcionário Público depois de devidamente apurado o fato (seja por
sindicância, inquérito ou processo administrativo), e caracterizado o dolo ou
a culpa do Funcionário Público.
Parágrafo único - Caracteriza-se especialmente a responsabilidade:
As situações seguintes são causas especiais de atribuição de
responsabilidade ao Funcionário Público:
I - pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou
responsabilidade, ou não prestar contas, ou por não as tomar, na forma e no
prazo estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens
de serviço;
Sonegar é deixar de apresentar o valor ou objeto confiado à guarda do
Funcionário Público, quando lhe é solicitado. Quando o Funcionário Público
guarda valores ou objetos do estado, tem que prestar contas à
administração pública. Se esses objetos desaparecerem,
sumirem, o
Funcionário Público deverá indenizar o Estado pelos prejuízos causados.
Devemos também nos lembrar que o Funcionário Público ao prestar contas,
deve faze-lo na conformidade e nos prazos estabelecidos nas leis,
regulamentos, instruções e ordens e serviço, sob pena de ser
responsabilizado.
O Funcionário Público pode estar incumbido de prestar contas, ou de exigir
que alguém as preste. De qualquer forma, deverá ele prestar ou as tomar,
sob pena de infração.
II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer prejuízos que sofrem os bens e
os materiais sob sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
Essa responsabilidade provém do dever de zelar pela economia do material
do Estado e de sua conservação, conforme descrito no artigo 241, inciso IX,
deste estatuto.
Este artigo é a aplicação da responsabilidade objetiva. Se o Funcionário
Público causou dano, não há necessidade nem mesmo de processo
administrativo para a indenização, devendo o Funcionário Público repor o
dano. Também serão de responsabilidade do Funcionário Público, da mesma
forma, os objetos que ele não detenha a guarda, mas que estejam sujeitos à
sua fiscalização ou exame.
III - pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de
despacho, guias e outros documentos da receita ou que tenham com eles
relação;
Averbar é o ato pelo qual se anota, em assentamento ou documento anterior,
fato que altere, modifique ou amplie o conteúdo do mesmo assento ou
documento. Ex.: Averbação da sentença de separação, divórcio ou anulação
na certidão de casamento, averbação de correção do nome na certidão de
nascimento, etc.
Em quaisquer documentos relacionados neste inciso, se houver prejuízo
para o Estado com o lançamento incorreto ou inexato, deverá o Funcionário
Público indenizar o Estado por este prejuízo. Isso, sem prejuízo da
responsabilidade administrativa ou penal que no caso couber.
IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual.
O Funcionário Público, que cometer erro de cálculo quando elaborar guias
para recolhimento de tributos (impostos, taxas, contribuições de melhorias
ou preços públicos), com esse erro, lesionará alguém. O Estado ou o
particular. Deverá indenizar por esse erro. Além disso, poderão ser aplicadas
penalidades administrativas ou criminais, se o Funcionário Público agiu com
intenção de elaborar os valores errados.
Art. 246 - O funcionário que adquirir material em desacordo com
disposições legais e regulamentares será responsabilizado pelo
respectivo custo, sem prejuízo das penalidades disciplinares
cabíveis, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento
ou remuneração.
Existem várias regras que disciplinam a compra de materiais para o Estado
(licitação, concorrência pública, tomada de preços) e o Funcionário Público
que tiver incumbência de fazer essas compras deverá observar tais regras.
Não é necessário aqui que o Funcionário Público tenha causado prejuízo,
mas sim tão somente que efetue as compras em desacordo com as normas.
Além de ser responsabilizado pelo custo da compra, sofre as penas
disciplinares ou criminais.
Art. 247 - Nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o
funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a importância
do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão
ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos
legais.
O Funcionário Público incumbido de efetuar os recolhimentos ou entradas
de valores que pegar (alcance), ou desfalcar (desfalque) dinheiro a ele
entregue, ou perdoar (remissão) ou deixar de cobrar (omissão) qualquer
dívida em favor da Fazenda Estadual, será responsabilizado indenizando, de
uma só vez, essa importância. Nesse caso, não há parcelamento.
Também é oportuno lembrar que estas condutas são consideradas
criminosas, portanto haverá também a responsabilidade criminal, além da
administrativa.
Art. 248 - Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a
importância da indenização poderá ser descontada do
vencimento ou remuneração, não excedendo a 10ª (décima) parte
do valor deste.
Com exceção dos casos incluídos no artigo anterior, a indenização será
descontada no valor de 10% do salário do Funcionário Público; ou seja, em
parcelas de, no máximo, um décimo de seu salário ou vencimento.
Se o Funcionário Público estiver pagando uma indenização, e causar novo
dano e for condenado a pagar uma segunda indenização, primeiro pagará a
primeira indenização e depois começará a pagar a segunda, pois a lei não
permite desconto superior a10% do salário.
Parágrafo único - No caso do item IV do parágrafo único do artigo 245, não
tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a
de suspensão.
Este parágrafo se reporta à penalidade administrativa que couber no caso do
erro de cálculo ou redução contra a fazenda estadual, se o funcionário
público não teve intenção de lesar o patrimônio público, ou seja, agiu com
culpa (imprudência, negligência ou imperícia).
A penalidade será a de repreensão, e em caso de o funcionário público voltar
a cometer erro de mesma natureza, será aplicada a pena de suspensão. Se,
porém, agir com intenção de lesar o patrimônio público, a penalidade
administrativa a ser aplicada será de demissão a bem do serviço público.
Em qualquer dos casos, a aplicação da penalidade administrativa não exime
o funcionário público do pagamento da indenização que se fizer necessário.
A finalidade é de obrigar o funcionário público a prestar mais atenção no
desempenho de sua função, pois esses erros causam prejuízo ao Estado.
Art. 249 - Será igualmente responsabilizado o funcionário que fora
dos casos expressamente previstos nas leis, regulamentos ou
regimentos, cometer a pessoas estranhas às repartições o
desempenho de encargos que lhe competirem ou aos seus
subordinados.
Quem desempenha as funções públicas é o próprio Funcionário Público.
Para isso ele prestou concurso, foi nomeado e recebe do governo. Então ele
não pode pedir a pessoas que não pertencem à repartição para que
desempenhem as funções que lhe são atribuídas ou a seus subordinados,
ou que "dê uma mãozinha".
O Oficial de justiça não pode pedir que seu amigo ou parente cumpra seus
mandados. Há nesses casos a responsabilidade administrativa e criminal.
O fato de a pessoa estranha à repartição desempenhar as funções do
Funcionário Público bem ou melhor que o próprio, é indiferente.
Art. 250 - A responsabilidade administrativa não exime o
funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso
couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado, na
forma dos artigos 247 a 248, o exime da pena disciplinar em que
incorrer.
Como já comentado, a aplicação da penalidade administrativa (pagamento
do prejuízo e penas disciplinares) não tira a responsabilidade criminal e civil
que no caso couber. Estas penalidades são independentes e podem ser
cumuladas. Se causar dano ao particular, também responderá civilmente e
criminalmente, conforme sua conduta (agir com intenção - dolo, ou sem
intenção - com culpa).
O pagamento da indenização civil não o absolve da sanção penal e
administrativa que no caso couber. Da mesma forma, o cumprimento da
sanção penal e administrativa não o isenta da reparação civil, se existente.
DAS PENALIDADES E SUA APLICAÇÃO
Art. 251
São penas disciplinares:
I - repreensão;
II - suspensão;
III - multa;
IV - demissão;
V - demissão a bem do serviço público;
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
Pena disciplinar é a designação dada às sanções impostas pelas autoridades
administrativas aos funcionários ou empregados públicos, por infração às regras
regulamentares relativas à disciplina. São qualificadas como penas disciplinares, neste
estatuto: a repreensão,
suspensão, multa, demissão, a demissão a bem do serviço público e
a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, conforme a gravidade da falta ou infração.
A pena disciplinar é imposta como meio compulsório de compelir o Funcionário Público ou
empregado ao cumprimento dos deveres a que está obrigado, quando não redunda em
perda do cargo.
Genericamente, diz-se pena disciplinar para toda sanção imposta pela falta de disciplina ou
infração a uma regra disciplinar.
O poder para impor as penas disciplinares está no artigo 260 deste Estatuto.
Vale adiantar que as penas abaixo elencadas estão em escala crescente de gravidade,
começando da menos para a mais severa. Porém, são cinco penalidades previstas para
Funcionário Público que está em atividade e uma para Funcionário Público aposentado ou
em disponibilidade. Assim, a pena mais severa, para quem está na ativa, é a demissão a
bem do serviço público; e para os inativos, somente cabe a cassação da aposentadoria ou
da disponibilidade.
I - repreensão;
A palavra repreensão deriva do latim "reprehensio", de "reprehendere" (repreender,
censurar, criticar), em linguagem comum é a admoestação, a crítica ou a censura ao ato,
que se praticou erradamente ou fugindo ao dever.
No sentido de Direito Administrativo, a repreensão é pena disciplinar imposta ao funcionário
ou empregado público por falta ou transgressão ao dever.
A repreensão é pena maior que a advertência. O que é importantíssimo lembrar é que não
existe pena de advertência prevista no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado
de São Paulo. Já a repreensão se mostra uma censura ou admoestação a respeito da falta
cometida, sendo, em regra, sempre feita por escrito. Tem o mesmo sentido de reprimenda.
A pena de repreensão sempre será por escrito, e na escala da punições previstas pelo
nosso estatuto, é a mais leve de todas.
Dentre outros, será aplicada nos casos de inobservância dos deveres descritos nos incisos
do art. 241.
II - suspensão;
A palavra suspensão deriva do latim "suspensio" (ação de suspender, interrupção),
gramaticalmente entende-se a descontinuação, a interrupção, a sobrestada, ou a parada
momentânea de alguma coisa.
Juridicamente, a suspensão, em regra, importa numa paralisação, ou na cessação
temporária, ou por tempo limitado, de uma atividade, ou de um procedimento. Assim, o que
se está a fazer interrompe-se por algum tempo, findo o qual, de novo se recomeça.
A suspensão é o conhecido "gancho", no qual o Funcionário Público é afastado do serviço
por um determinado tempo, sem qualquer direito a salário ou vencimento neste período.
Será aplicada sempre que houver reincidência do caso anteriormente punido com
repreensão, ou no caso de falta grave.
III - multa;
A palavra multa entende-se, por seu sentido originário, a pena pecuniária.
Sempre será aplicada em determinado valor em dinheiro.
É assim, em sentido amplo, a sanção imposta à pessoa, por infringir a regra ou ao princípio
de lei ou ao contrário, em virtude do que fica na obrigação de pagar certa importância em
dinheiro. Normalmente aqui, em se tratando de penalidade aplicada ao Funcionário Público,
a multa é descontada nos vencimentos do mesmo.
Não há qualquer ordenamento para se aferir qual será o exato valor da multa, devendo ficar
tal fixação ao prudente arbítrio da Administração Pública.
IV - demissão;
A palavra demissão é derivada do termo em latim "demissio" do verbo "demittere" (deixar
cair, fazer descer), em sentido geral, que o vocábulo significar o ato pelo qual a pessoa
deixa ou abandona alguma coisa, ou renuncia a qualquer benefício de bens ou de direitos.
Em Direito Administrativo indica a demissão do cargo ou a demissão da função, sendo o ato
pelo qual o empregado ou funcionário é dispensado de suas funções, sendo desligado do
quadro de funcionários a que pertence. É o mesmo que despedir, mandar embora.
É importante não confundir demissão (que é uma pena) com exoneração, do latim
"exonaratio", do verbo "exonerare" (descarregar, tirar a carga, livrar-se), que em direito
significa a desobrigação ou a liberação de uma obrigação ou encargo.
Em Direito Administrativo, significa a dispensa do funcionário ou empregado do cargo que
ocupa em função que desempenha (veja que a demissão é a dispensa do cargo ou função
como penalidade).
A exoneração tanto pode ser por iniciativa do próprio governo, no caso de cargo exercido
em comissão (cargos de confiança), ou quando o funcionário não satisfez as condições de
estágio probatório, (não mostrando eficiência não se trata também de penalidade, mas sim
de impossibilidade de aproveitamento do Funcionário Público por não satisfazer as
exigências regulamentares) como pode ser a pedido, isto é, se é solicitada pelo próprio
funcionário ou empregado (o mesmo que "pedir as contas").
Veja que a demissão jamais pode ser a pedido.
V - demissão a bem do serviço público;
Trata-se da penalidade mais severa. É um tipo de demissão, só que mais grave. Aqui, o
Funcionário Público praticou uma falta ou infração gravíssima que desonra a qualidade de
Funcionário Público e o próprio serviço público. Ser demitido a bem do serviço público
equivale a dizer que para o bem do serviço público esse Funcionário Público terá que ser
demitido. A pessoa demitida nestas condições não conseguirá, mesmo que aprovado em
concurso público, entrar em serviço público municipal, estadual ou federal e até mesmo
encontrará dificuldades para se empregar em empresas privadas.
Vale insistir, que neste caso, a falta praticada foi tão grave que a simples demissão ainda
seria pouco.
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
A palavra cassação deriva do latim antigo "cassare" e do moderno "quassare" (quebrar),
usado no sentido de anulação, ou mais propriamente no de retirada ou cancelamento da
aposentadoria ou disponibilidade que o Funcionário Público se encontra.
Essa penalidade é aplicada quando o Funcionário Público que não está mais em atividade,
mas praticou enquanto estava na ativa, falta grave ou infração que, se estivesse no
exercício da função, seria apenado com demissão ou demissão a bem do serviço público.
Como não está em atividade não pode ser demitido, então essa figura permite a penalidade
aos inativos. Após a cassação, a situação do ex-funcionário fica como se tivesse sido
demitido antes de entrar em disponibilidade ou antes de se aposentar.
Art. 252
Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade da
infração e os danos que dela provierem para o serviço público.
Este artigo simplesmente define os critérios para a aplicação das penas aos funcionários
públicos, mas somente elenca critérios subjetivos, e não objetivos. É claro que a gravidade
da falta cometida pelo Funcionário Público que faltou um dia sem justificativa (não cumpriu
o dever de assiduidade) não é a mesma que a de um Funcionário Público que lesou o
patrimônio ou os cofres públicos. Também os prejuízos para a administração pública são
diferentes. Naturalmente a pena a ser aplicada também não pode ser a mesma.
Então, na aplicação das penalidades, observar-se-ão estes dois critérios:
1) a natureza e a gravidade da infração;
2) os danos que a infração traz para o serviço público.
Art. 253
A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de
cumprimento dos deveres.
A pena de repreensão sempre será por escrito e vai para o prontuário do Funcionário
Público, e como já vimos anteriormente, é uma pena leve, portanto, aplicável a infrações de
pequena gravidade. Este artigo menciona os casos de aplicação de pena de repreensão:
- casos de indisciplina;
- falta e cumprimento dos deveres.
Art. 254
A pena de suspensão,
que não excederá a 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta
grave ou de reincidência;
A pena de suspensão, conforme este artigo, não poderá ser superior a 90 dias. Podemos
entender, então, que pode ser inferior a 90 dias, tudo na conformidade com a gravidade da
infração ou dos danos causados por ela. Os casos de aplicação dessa pena são dois:
1) falta grave;
2) reincidência: como já visto, é quando o Funcionário Público
volta a praticar infrações de mesma natureza, da qual já foi
punido com pena de repreensão.
Ex.: Cometeu uma falta leve, recebe a penalidade de repreensão. Cometeu o mesmo tipo
de falta, recebe suspensão. Nos casos de contínua reincidência, vai-se aumentando a
quantidade de dias de suspensão (sem ultrapassar 90 dias) ou aplica-se a pena de multa.
§ 1º - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do
exercício do cargo.
Se com a suspensão o Funcionário Público não exerce sua função por penalidade aplicada,
não receberá direitos nem vantagens durante o período que ocorrer a punição.
No período da suspensão não recebe salários ou qualquer outra vantagem que receberia, se
não estivesse suspenso. O período de suspensão não vale para nada, seria como se ele
efetivamente não existisse na vida do Funcionário Público.
§ 2º - A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá converter essa penalidade em
multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sendo
o funcionário, nesse caso obrigado a permanecer em serviço.
Às vezes, com a suspensão do Funcionário Público, a administração pública também é
prejudicada, pois ficará sem a prestação dos serviços do Funcionário Público suspenso. Ou
ainda, e o que é pior, o próprio Funcionário Público pode se beneficiar com os dias da
suspensão, se ele próprio criou a situação para receber a suspensão e ficar em casa, ou
fazer qualquer outra atividade.
Para estes casos, a lei prevê a possibilidade da aplicação da pena de suspensão na forma
de uma multa em dinheiro, que será exatamente a metade do valor que o Funcionário
Público ganharia no período em que estaria suspenso. Assim, o Funcionário Público recebe
a pena de suspensão, mas não fica suspenso (trabalha integralmente), e paga a metade do
valor que receberia nestes dias em que ficou suspenso.
Vale frisar, ainda que redundantemente, que não se trata de deixar de aplicar a pena de
suspensão para aplicar a pena de multa, mas sim de aplicar a pena de suspensão na forma
de uma multa pecuniária (em dinheiro). Ou seja, não se está trocando a penalidade (de
suspensão para multa), mas sim trocando a forma de aplicação da pena de suspensão
(trabalhando integralmente e pagando metade dos vencimentos relativos ao período em que
ficou suspenso).
Art. 255
A pena de multa será aplicada na forma e nos casos, expressamente previstos em lei ou
regulamento.
Segundo este artigo, a aplicação da pena de multa tem que obedecer a regras já previstas
na lei ou em regulamento.
Não há qualquer critério objetivo previsto neste estatuto para aplicação desta penalidade,
não se estipula o seu valor e forma de pagamento.
Art. 256
Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
Demissão, como já estudado, é uma pena grave, e este artigo relaciona os casos da
aplicação dessa pena. Quando a infração apenada com demissão for também um crime, e o
Funcionário Público for absolvido do referido crime, o Funcionário Público que foi demitido
será reintegrado na função que exercia antes da demissão, recebendo todos os direitos
como se nunca tivesse sido demitido. Vejamos os casos de aplicação da pena de demissão:
I - abandono de emprego;
Abandono de cargo é a falta do Funcionário Público ao seu serviço por mais de 30 dias
consecutivos. Portanto tem que faltar 31 dias ou mais para que seja configurado o
abandono de cargo.
Se, dentre os trinta dias, houver qualquer dia trabalhado pelo Funcionário Público, não
poderá caracterizar abandono de cargo. Há a necessidade de ultrapassar a quantia de 30
dias consecutivos, e não interpoladamente.
Abandonar o serviço público também é conduta criminosa prevista no Código Penal, em seu
artigo 323.
II - procedimento irregular, de natureza grave;
Procedimento irregular é uma conduta grave, quer no desempenho de suas funções, quer
seja na vida privada, receberá a pena de demissão.
A aferição do que vem a ser "procedimento irregular" não dispõe especificamente este
estatuto. Porém, podemos concluir que procedimento de natureza grave será qualquer
conduta do Funcionário Público que cause grande prejuízo ao serviço público, seja de
natureza moral ou pecuniária.
Exemplos: fazer afirmação falsa para obter transferência do cargo para outra cidade,
oficial de justiça comparecer embriagado para fazer na casa de uma pessoa para realizar
uma intimação, ou ainda, estando em licença saúde, exercer atividade remunerada a
particulares.
III - ineficiência no serviço;
Ineficiência no serviço não é o Funcionário Público que cometeu um erro ao desempenhar
suas funções. É o que comete sempre erros, não desempenhando suas funções de forma
eficiente, apesar das chances a ele dadas.
Também é a pessoa que, apesar de não cometer erros na execução de suas tarefas, as
executa com muita demora ou lentidão, sem qualquer justificativa para tanto. Pode até
mesmo estar de boa-fé, querer fazer o serviço corretamente e no tempo exigido, mas não
consegue.
Sendo assim, ele prejudica a administração pública no desempenho dessas atividades. É
importante observar que, antes da aplicação da pena de demissão, tentará a administração
pública readaptar, ou seja, ver se ele consegue desempenhar as funções em outro cargo.
IV - aplicação indevida de dinheiro público e;
Além de poder configurar, em tese, crime previsto no Código Penal, aplicação indevida de
dinheiro público será apenada com demissão.
O Funcionário Público, que é pago pelo povo, não pode aplicar indevidamente um dinheiro
que não é seu. O dinheiro público sempre tem uma finalidade em sua aplicação e há que ser
seguida à risca pelo funcionário encarregado de aplicá-lo.
Pode haver aplicação indevida do dinheiro público em duas situações: - - - em proveito do
próprio Funcionário Público; ou
- aplicá-lo em finalidade diversa daquele determinada pela lei ou regulamento.
Qualquer caso, enseja a punição.
V - ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais de 45
(quarenta e cinco) dias interpoladamente, durante 1 (um) ano.
Bem como no caso de abandono de cargo, o Funcionário Público também não pode faltar
sem causa justificável por mais de 45 dias não consecutivos dentro do ano, se as faltas
forem injustificadas (se forem justificadas, não cabe o disposto neste artigo).
O período de um ano são 365 dias, e não exatamente de janeiro a dezembro. Assim, se um
funcionário faltar injustificadamente 20 dias em setembro e 10 dias em outubro, e depois 16
dias em fevereiro do ano seguinte, mesmo já sendo havido a troca do ano do calendário,
não se passaram 365 dias entre as faltas. Assim, o Funcionário Público deverá ser demitido
por injustificadamente faltar mais de 45 dias no prazo de um ano.
§ 1º - Considerar-se-á abandono de cargo o não comparecimento do funcionário por mais de
30 (trinta) dias consecutivos, "ex vi" do artigo 63.
O artigo 63 desse Estatuto também estabelecia essa definição, nos seguintes termos:
"Salvo os casos previstos na lei, o funcionário que interromper o exercício por mais de
trinta dias consecutivos ficará sujeito à pena de demissão por abandono de cargo."
Este parágrafo serve para definir o que é abandono de cargo, que está previsto como
infração no artigo 256, inciso II. A falta por mais de 30 dias consecutivos, também deixa
transparecer
a intenção de o Funcionário Público não mais querer permanecer no cargo.
§ 2º - A pena de demissão por ineficiência no serviço só será aplicada quando verificada a
impossibilidade de readaptação.
Como abordado no artigo 256, inciso III, a administração pública não pode aplicar a pena de
demissão sem verificar se o Funcionário Público pode se readaptar às funções ou exercer
outro cargo. Pode estar faltando treinamento para o Funcionário Público desempenhar
regularmente suas funções, ou, talvez ele seja eficiente em outro serviço correlato. Ambas
as hipóteses devem ser verificadas.
É praticamente um direito previsto a esse Funcionário Público.
Art. 257
Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que:
Essa é a mais grave de todas elencadas neste Estatuto. Então, conseqüentemente a falta há
que ser gravíssima para a aplicação dela. Vejamos os casos de sua aplicação:
I - for convencido de incontinência pública e escandalosa e de
vício de jogos proibidos;
Por incontinência se entende uma pessoa com temperamento incontrolável, ou que está
constantemente embriagada, fazendo escândalos na rua. Já o jogador viciado em jogos
proibidos (jogos de bicho, brigas de galo, jogos de cassino, etc.) também recebe a
penalidade de demissão.
Observe que a loteria esportiva é um jogo permitido, não se enquadrando nesta proibição.
As pessoas que estão elencadas neste inciso atentam contra a dignidade e moral do serviço
público. Por isso não servem para desempenhar funções públicas.
II - praticar crime contra a boa ordem da administração pública, a
fé pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à
segurança e à defesa nacional;
O Funcionário Público que pratica crime contra a boa ordem da administração pública e
contra a Fazenda Estadual não pode continuar a prestar serviço público.
Com relação a fé pública, que é justamente o diferencial entre o Funcionário Público e os
particulares, se houve desrespeito à ela, seja feito mau uso dela, tal Funcionário Público não
mais interessa à Administração Pública, e a nenhuma outra pessoa jurídica de direito
público.
Também o Funcionário Público que comete as infrações previstas nas leis relativas à
segurança e à defesa nacional não pode continuar desempenhando função pública.
III - revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do
cargo, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para o
Estado ou particulares;
É o crime de violação de sigilo profissional (artigo 325 do Código Penal), que também está
elencado no rol de crimes contra a administração em geral. Porém a conduta do Funcionário
Público tem que ser intencional (dolosa) e tem que decorrer, dessa conduta, um prejuízo
para o Estado ou para os particulares.
Em suma, para que haja a aplicação da pena de demissão a bem do serviço público, é
necessário que haja a ocorrência de quatro requisitos concomitantemente
(simultaneamente): 1) revelar segredos; 2) que tenha conhecimento em razão do cargo; 3)
dolosamente (com vontade) e 4) com prejuízo, seja para o Estado ou para o particular.
IV - praticar insubordinação grave;
O Funcionário Público não pode desobedecer ou se revoltar com as ordens recebidas,
deixando de cumprir suas obrigações. Não podemos esquecer que nos casos de ordem
manifestamente ilegal não se aplica essa pena.
Esse inciso principalmente prevê a penalidade para o Funcionário Público que não cumprir,
de forma grave, o dever mencionado no inciso II, do artigo 241 deste mesmo diploma legal.
V- praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou
particulares, salvo se em legítima defesa;
Este inciso diz que o Funcionário Público que briga em serviço recebe a punição de
demissão a bem do serviço público.
A legítima defesa exclui o crime e a infração administrativa. Embora não seja permitido fazer
justiça com as próprias mãos, a todos é garantido o direito da legítima defesa.
O conceito de legítima defesa está disciplinada em direito penal da seguinte forma: usar
moderadamente dos meios necessários para repelir agressão injusta, atual ou na iminência
de ocorrer, a direito seu (legítima defesa própria) ou de outra pessoa (legítima defesa de
terceiro).
VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
Lesar o patrimônio ou os cofres públicos é também conduta criminosa, podendo configurar
o crime de peculato ou de emprego irregular de verbas ou rendas públicas. Se o Funcionário
Público causou prejuízo aos cofres públicos, além de ter que indenizar a administração,
incorrerá em demissão a bem do serviço público.
VII - receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou
vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de
outrem, ainda que fora e suas funções, mas em razão delas;
Essa conduta pode, em tese, configurar o crime de corrupção passiva (Código Penal, art.
317). Não pode o Funcionário Público, mesmo que de boa-fé, receber presentes ou qualquer
vantagem em razão de suas funções, mesmo que fora de seu cargo, pois assim o
Funcionário Público pode, mesmo que inconsciente, desempenhar de maneira adversa suas
funções, favorecendo quem esteja lhe dando tais "brindes".
Ainda que o Funcionário Público esteja de férias, ou de licença, não pode receber presentes
ou vantagens de qualquer espécie, se tais agrados vieram em razão da função
desempenhada pelo Funcionário Público.
Além de que, seria um ato contra a moralidade da administração pública, pois quem souber
da prática desse ato, vai imaginar que só assim o Funcionário Público desempenharia suas
funções, fazendo, também, péssimo juízo da administração pública.
VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a
pessoas que tratem de interesses ou o tenham na repartição, ou
estejam sujeitos à sua fiscalização;
Pelos mesmos motivos do inciso anterior o Funcionário Público também não pode pedir
empréstimos às pessoas que tratem de interesses ou o tenham dentro da repartição, ou
estejam sujeitos à sua fiscalização. O Funcionário Público assim agindo, também atenta
contra a moralidade da administração pública.
IX - exercer advocacia administrativa;
Também essa conduta é criminosa (Código Penal, artigo 321). No Código Penal está prevista
a pena para a infração penal.
Advocacia administrativa é defender os interesses dos particulares em detrimento (em
prejuízo, contra) os interesses da Administração Pública, da qual o Funcionário Público faz
parte. Seria totalmente incabível tal situação.
Aqui, este artigo define a pena administrativa de demissão a bem do serviço público para
quem praticar este ato. O Funcionário Público não pode aproveitar seu cargo para beneficiar
um particular em detrimento da Administração Pública, pois poderia estar prejudicando
outro particular e sempre estaria prejudicando a administração pública, denegrindo sua
imagem.
X - apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário
família, sem prejuízo da responsabilidade civil e de procedimento
criminal, que no caso couber;
Mais uma vez o Funcionário Público estaria cometendo, em tese, um crime. O Funcionário
Público não pode, por exemplo, apresentar declaração falsa na qual conste que ele tem
cinco filhos, só para receber salário família maior. Porém, é necessário para que se
enquadre neste inciso, que ele tenha a intenção (dolo) do ato lesivo.
Art 258
O ato de demitir o funcionário mencionará sempre a disposição legal em que se
fundamenta.
Quando a administração pública punir um Funcionário Público com demissão ou demissão
a bem do serviço público, deve sempre mencionar o motivo e o artigo no qual se enquadra a
conduta do Funcionário Público. Isso visa proteger o Funcionário Público contra abusos e
possibilitar a defesa do mesmo em processo administrativo,
pois ele terá direito de
defender-se (chamado direito à ampla defesa).
Se no processo administrativo não vier explicitamente mencionado a disposição legal, ou
citar disposição diversa ou inaplicável, o processo é nulo de pleno direito e não produzirá
efeito algum.
Ex. Funcionário Público que faltou 35 dias consecutivos, e foi demitido com fundamento
no art. 256, inc. V. Ora, referido inciso não se refere ao abandono de emprego, que era a
causa da demissão do Funcionário Público. Sua demissão foi ilegal, e poderá ser revisto
através de um pedido de reconsideração e eventualmente recurso.
Art. 259
Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade se ficar comprovado
que o inativo:
A pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade é pena também grave e somente
atinge o Funcionário Público que não está exercendo suas atividades (mas nem mesmo
assim deixará de ser punido).
Em tese, a pena de cassação para os inativos se equiparia à pena de demissão aos ativos.
Seguem as possibilidades:
I - praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é
cominada nesta lei a pena de demissão ou de demissão a bem do
serviço público;
Então, se o Funcionário Público praticou falta sujeita a pena de demissão simples ou
demissão a bem do serviço público enquanto em atividade, mesmo que esteja aposentado
ou em disponibilidade, receberá penalidade, só que, como não pode ser demitido visto que
não está em exercício, terá sua disponibilidade ou aposentadoria cassada.
Pode ocorrer que, tendo o Funcionário Público praticada alguma falta grave ou gravíssima
quando em atividade, tais fatos somente chegaram ao conhecimento da Administração
Pública após a concessão da aposentaria ou disponibilidade. Como nenhuma falta grave ou
gravíssima poderá ficar sem a devida punição, cassa-se o direito a aposentadoria ou
disponibilidade. A cassação, em qualquer caso, é irreversível.
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
Se já está o Funcionário Público aposentado ou em disponibilidade, ele não pode exercer
outro cargo ou função pública, exceto dois cargos de professor, um cargo de professor com
outro cargo técnico ou científico ou dois cargos privativos de médico.
Com a exceção destes cargos, o Funcionário Público que aceitar outra função pública terá
cassada a aposentadoria ou disponibilidade.
Para o Funcionário Público aceitar legalmente o segundo cargo ou função pública, deverá
requerer a sua exoneração do cargo anterior ou pelo menos a suspensão dos vencimentos e
vantagens daquele cargo ou função.
II - aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia
autorização do presidente da República; e
Quando estudamos as proibições ao Funcionário Público, vimos entre elas a de aceitar
representação de Estado estrangeiro sem prévia autorização do Presidente da República.
Portanto, o Funcionário Público que aceitar essa representação, mesmo estando em
disponibilidade ou aposentado, terá a cassação destes direitos.
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas;
A prática de usura também é proibição para o Funcionário Público, como já estudamos.
Portanto, o Funcionário Público que praticar a usura (lucro em empréstimo acima do limite
máximo permitido em lei) em qualquer de suas formas, mesmo que descoberto após estar o
mesmo aposentado ou em disponibilidade, terá cassado esses direitos.
Art. 260
Para aplicação das penalidades previstas no artigo 251, são competentes:
I - o Governador;
II - os Secretários de Estado, até a de suspensão;
III - os diretores gerais, até a suspensão limitada a 30 (trinta) dias;
IV - os chefes de diretorias ou divisões, até a suspensão, limitada a 15 (quinze) dias;
V - os chefes de serviço ou de seção, até a de suspensão limitada a 8 (oito) dias.
Este artigo simplesmente define quem tem competência para aplicar (quem pode aplicar) as
penalidades aos funcionários públicos. Todos deverão observar os danos ocasionados ao
serviço público e a gravidade e natureza das infrações. Podemos também observar que
quanto mais grave for a pena, maior terá que ser a autoridade para poder aplicá-la. Assim, o
chefe de sessão não pode aplicar a pena de demissão, só o governador.
Em resumo, todos podem aplicar a pena de repreensão. Podemos afirmar também que
todos podem aplicar a pena de suspensão, porém, conforme a posição hierárquica, há a
limitação do prazo da suspensão (tanto o Governador como os Secretários de Estado
podem aplicar a pena de suspensão até o limite máximo - 90 dias). As penas de multa,
demissão, demissão a bem do serviço público e cassação da aposentaria ou disponibilidade
somente poderão ser aplicadas exclusivamente pelo Governador.
Art. 261
Prescreverá a punibilidade:
I - da punibilidade sujeita à pena de repreensão, multa ou suspensão, em 2 (dois) anos;
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação
da aposentadoria e disponibilidade, em 5 (cinco) anos;
III - da falta também prevista em lei, como infração penal, no mesmo prazo correspondente à
prescrição da punibilidade desta.
A palavra prescrição deriva do latim "praescriptio", de "praescribere" (prescrever, escrever
antes) e significa a extinção de um direito de agir pelo decurso do tempo (o direito não
socorre a quem dorme). Então o direito se extingue por falta de ação de seu titular, ou seja,
a administração pública tem um prazo para punir o Funcionário Público. Se não o fizer
dentro deste prazo, mesmo tendo cometido infração, não poderá o Funcionário Público ser
punido.
Neste artigo estão definidos os prazos que a administração pública tem para punir seus
funcionários quando os mesmos cometerem infrações.
Tendo decorrido o prazo prescricional sem que a Administração Pública instaurasse a
sindicância ou o processo administrativo, ela perde o direito de punir o Funcionário Público.
Note-se que, conforme está estampado no parágrafo único a seguir, o prazo é para que se
inicie a sindicância ou o processo administrativo, e não para que ele termine dentro deste
prazo.
Observar que quando a infração for também crime (concussão, corrupção ativa ou passiva,
peculato, etc.), o prazo da prescrição para a punibilidade administrativa é o mesmo que o
prazo prescricional definido para o referido crime. Assim, no caso da infração administrativa
também haver configurado crime, o prazo prescricional não será de dois ou cinco anos, mas
o idêntico prazo previsto para a prescrição do crime. Assim, o prazo para a Administração
Pública punir uma falta que também caracterizou um crime, será o mesmo prazo
prescricional previsto para o Ministério Público ajuizar a ação penal em face daquele crime.
Os prazos prescricionais para os crimes variam conforme a pena mínima a eles cominada.
Não há um único prazo. É o Código Penal que define tais prazos.
Parágrafo único - O prazo da prescrição inicia-se no dia em que a autoridade tomar
conhecimento da existência da falta e interrompe-se pela abertura da sindicância, ou
quando for o caso, pela instauração do processo administrativo.
Neste parágrafo é definido o dia de início de contagem do prazo da prescrição. É o dia em
que a autoridade tomar conhecimento da existência do ato praticado, não da data em que o
fato foi praticado.
Portanto, somente começa-se a contar o prazo da prescrição da aplicação da penalidade
(art. 261) quando a autoridade administrativa tomar conhecimento do ato praticado.
Interrupção de um prazo, em direito, é diferente de suspensão do prazo. Interromper a
prescrição significa que o prazo da prescrição, se novamente voltar a fluir, se iniciará
novamente, por completo; já na suspensão, se o prazo prescricional voltar a fluir, ele
somente voltará a contar o tempo que anteriormente faltava, e não por completo.
Portanto, se houver a abertura de sindicância ou processo administrativo, o prazo
prescricional é interrompido e se inicia a contagem novamente do prazo para a prescrição.
Se daí em diante decorrer novo prazo previsto para prescrição, então a mesma se opera.
Art. 262
O funcionário que, sem justa causa, deixar de atender a qualquer exigência para cujo
cumprimento seja marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou
remuneração até que satisfaça essa exigência.
Neste caso, há a necessidade, em primeiro lugar, de a exigência haver marcado prazo certo
para o cumprimento; e, em segundo lugar, não haver justificativa (justa causa) para tal
omissão do Funcionário Público.
Se houver prazo certo para o cumprimento de determinado ato, e não houver qualquer
justificativa para a omissão, o Funcionário Público sofrerá a suspensão de seus
vencimentos até que pratique aquele ato anteriormente determinado. Somente após a
pratica daquele ato é que os rendimentos voltarão a ser percebidos pelo Funcionário
Público.
Parágrafo único - Aplica-se aos aposentados ou em disponibilidade o disposto neste artigo.
A determinação deste artigo aplica-se tanto ao Funcionário Público que está no
desempenho de suas funções, aposentado ou em
disponibilidade. Se ele não atender a exigência que tem prazo certo para cumprimento, terá
suspenso o seu vencimento ou remuneração até que ele satisfaça a exigência, a menos que
o Funcionário Público tenha justificativa para o não cumprimento. Essa foi a forma
encontrada pela administração pública para obrigar o Funcionário Público a atender certas
exigências perante a administração.
Vale frisar que os inativos (aposentados e disponíveis) podem sofrer alguma exigência
administrativa, para a qual seja determinado prazo certo, conforme declinado no "caput" do
artigo em estudo.
Por exemplo: convocação de todos os inativos para comparecerem no Depto de
Recursos Humanos, no prazo de 30 dias, para se recadastrarem. A recusa injustificada
poderá causar a suspensão dos vencimentos.
Art. 263
Deverão constar do assentamento individual do funcionário todas as penas que lhe forem
impostas.
Todas as penalidades aplicadas ao Funcionário Público, da mais leve à mais grave, deverão
estar registradas no assentamento do Funcionário Público (prontuário). Nesse
assentamento, além de constar todas as penas aplicadas, também estarão registrados todos
os dados importantes relativos ao Funcionário Público, desde sua nomeação, posse,
casamento, nascimento de filhos, promoções, etc.
Vale lembrar que o artigo acima dispõe que todas as penalidades impostas constarão do
assentamento individual do Funcionário Público, desde a sua data de admissão até sua
efetiva saída dos quadros do funcionalismo público. Nada será apagado de seu
assentamento, independentemente do tempo decorrido da infração ou da penalidade
imposta.
O Funcionário Público tem direito de saber tudo o que ali está registrado, e proceder as
retificações que entender necessárias. Se ele for impedido desse direito, existe o remédio
constitucional chamado "habeas data", que garante referido direito.
CAPÍTULO II Da Prisão Administrativa e da
Suspensão Preventiva
Artigo 264
Cabe, dentro das respectivas competências, aos Secretários de Estado, aos Diretores
Gerais e aos Chefes de repartição, ordenar a prisão administrativa dos responsáveis pelos
dinheiros e valores pertencentes à Fazenda Estadual ou que se acharem sob a guarda desta
nos casos de alcance, remissão ou omissão em efetuar as entradas nos devidos prazos.
§ 1.°- Ordenada a prisão, será ela requisitada à autoridade policial e comunicada,
imediatamente, à autoridade judiciária competente, para os devidos efeitos.
§ 2.°- Os Secretários de Estado, os Diretores Gerais e os Chefes de repartição,
providenciarão no sentido de ser iniciado com urgência e imediatamente concluído, o
processo de tomada de contas.
§ 3.°- A prisão administrativa não poderá exceder a 90 (noventa) dias.
Artigo 265
Poderá ser ordenada, pelo chefe de repartição, a suspensão preventiva do funcionário, até
30 (trinta) dias, desde que o seu afastamento seja necessário para averiguações de faltas
cometidas, cabendo aos Secretários de Estado, prorrogá-la até 90 (noventa) dias, findos os
quais cessarão os efeitos da suspensão, ainda que o processo administrativo não esteja
concluído.
Artigo 266
Durante o período da prisão ou da suspensão preventiva, o funcionário perderá 1/3 (um
terço) do vencimento ou remuneração.
Artigo 267
O funcionário terá direito:
I - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem de tempo de serviço relativo ao
período da prisão ou da suspensão preventiva, quando do processo não resultar punição,
ou esta se limitar penas de repreensão ou multa;e
II - à diferença de vencimento ou remuneração e à contagem do tempo de serviço,
correspondente ao período de afastamento excedente do prazo da suspensão efetivamente
aplicada.
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em
07/06/2003
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências correlatas
os artigos 260 e 261:
"Artigo 260 - Para aplicação das penalidades previstas no artigo 251, são competentes:
I - o Governador;
II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do Estado e os Superintendentes de
Autarquia; (NR)
III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; (NR)
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada a 60 (sessenta) dias; e (NR)
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de suspensão limitada a 30 (trinta) dias.
(NR)
Parágrafo único - Havendo mais de um infrator e diversidade de sanções, a competência
será da autoridade responsável pela imposição da penalidade mais grave. (NR)"
Artigo 261 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: (NR)
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou multa, em 2 (dois) anos;
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação
da aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco) anos; (NR)
III - da falta prevista em lei como infração penal, no prazo de prescrição em abstrato da pena
criminal, se for superior a 5 (cinco) anos. (NR)
§ 1º - A prescrição começa a correr: (NR)
1 - do dia em que a falta for cometida; (NR)
2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanência, nas faltas continuadas ou
permanentes. (NR)
§ 2º - Interrompem a prescrição a portaria que instaura sindicância e a que instaura
processo administrativo. (NR)
§ 3º - O lapso prescricional corresponde: (NR)
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena efetivamente aplicada; (NR)
2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabível. (NR)
§ 4º - A prescrição não corre: (NR)
1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para aguardar decisão judicial, na forma
do § 3º do artigo 250; (NR)
2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser restabelecido. (NR)
§ 5º - Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro
do fato nos assentamentos individuais do servidor. (NR)
§ 6º - A decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá desde logo determinar,
quando for o caso, as providências necessárias à apuração da responsabilidade pela sua
ocorrência. (NR)"
IV - os artigos 264 a 267, passando o CAPÍTULO II a denominar-se "Das Providências
Preliminares" (NR):
"Artigo 264 - A autoridade que, por qualquer meio, tiver conhecimento de
irregularidade praticada por servidor é obrigada a adotar providências visando à sua
imediata apuração, sem prejuízo das medidas urgentes que o caso
exigir. (NR)
Artigo 265 - A autoridade realizará apuração preliminar, de natureza simplesmente
investigativa, quando a infração não estiver suficientemente caracterizada ou definida
autoria. (NR)
§ 1º - A apuração preliminar deverá ser concluída no prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
§ 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autoridade deverá imediatamente encaminhar ao
Chefe de Gabinete relatório das diligências realizadas e definir o tempo necessário para o
término dos trabalhos. (NR)
§ 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade deverá opinar fundamentadamente
pelo arquivamento ou pela instauração de sindicância ou de processo administrativo. (NR)
A autoridade instauradora do processo disciplinar, poderá ordenar o afastamento do
servidor acusado, pelo prazo de até 30 (trinta) dias, prorrogável por mais 60 (sessenta) dias,
sem que isso acarrete prejuízo da remuneralção, como medida de precaução, afim de que o
mesmo não venha a influir na apuração dos fatos.
Artigo 266 - Determinada a instauração de sindicância ou processo administrativo, ou
no seu curso, havendo conveniência para a instrução ou para o serviço, poderá o Chefe de
Gabinete, por despacho fundamentado, ordenar as seguintes providências: (NR)
I - afastamento preventivo do servidor, quando o recomendar a moralidade administrativa ou
a apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 (cento e oitenta)
dias, prorrogáveis uma única vez por igual período; (NR)
II - designação do servidor acusado para o exercício de atividades exclusivamente
burocráticas até decisão final do procedimento; (NR)
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e algemas; (NR)
IV - proibição do porte de armas; (NR)
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para tomar ciência
dos atos do procedimento. (NR)
§ 1º - A autoridade que determinar a instauração ou presidir sindicância ou processo
administrativo poderá representar ao Chefe de Gabinete para propor a aplicação das
medidas previstas neste artigo, bem como sua cessação ou alteração. (NR)
§ 2º - O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer momento, por despacho fundamentado, fazer
cessar ou alterar as medidas previstas neste artigo. (NR)
Somente em casos extremos, tais medidas poderão ser autorizadas. Não cabe na fase de
apuração preliminar.
Artigo 267 - O período de afastamento preventivo computa-se como de efetivo
exercício, não sendo descontado da pena de suspensão eventualmente aplicada. (NR)"
CAPÍTULO IV - Dos Atos e Termos
Processuais
Artigo 283
O processo administrativo deverá ser iniciado dentro do prazo improrrogável de (8) dias,
contados de sua instauração e concluído no de 60 (sessenta) dias, a contar da citação do
indiciado.
§ 1.°- Poderá a autoridade que determinou a instauração do processo, prorrogar-lhe o prazo
até mais 60 (sessenta) dias, por despacho, em representação circunstanciada que lhe fizer o
Presidente da Comissão.
§ 2.°- Somente o Governador, em casos especiais e mediante representação da autoridade
que determinou a instauração do processo, poderá autorizar nova e última prorrogação do
prazo, por tempo não excedente ao do parágrafo anterior.
Artigo 284
Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará o Presidente dia e hora para a
audiência inicial, citado o indiciado e notificado o denunciante, se houver, e as
testemunhas.
§ 1.°- A citação do indiciado será feita pessoalmente. com prazo mínimo de 24 (vinte e
quatro) horas, e será acompanhada de extrato da portaria que lhe permita conhecer o
motivo do processo.
§ 2.°- Achando-se o indiciado ausente do lugar, será citado por via postal, em carta
registrada, juntando-se ao processo o comprovante do registro; não sendo encontrado o
indiciado, ou ignorando-se o seu paradeiro, a citação se fará com o prazo de 15 (quinze)
dias, por edital inserto por três vezes seguidas no órgão oficial.
§ 3.°- O prazo a que se refere o parágrafo anterior, "in fine", será contado da primeira
publicação, certificando o secretário, no processo, as datas em que as publicações foram
feitas.
§ 4.°- Quando for desconhecido o paradeiro de alguma testemunha, o Presidente solicitará à
Polícia informações necessárias à notificação.
Artigo 285
Aos chefes diretos dos servidores notificados a comparecer perante a Comissão
Processante, será dado imediato conhecimento dos termos da notificação.
Parágrafo único -Tratando-se de militar, o seu comparecimento será requisitado ao
respectivo Comando, com as indicações necessárias.
Artigo 286
Feita a citação sem que compareça o indiciado, prosseguir-se-á o processo à sua revelia.
Artigo 287
No dia aprazado será ouvido o denunciante, se comparecer, e, na mesma audiência, o
indiciado que, dentro do prazo de cinco dias, depositará ou apresentará rol de testemunhas
até o máximo de dez, as quais serão notificadas. Respeitado o limite acima, poderá o
indiciado, durante a produção da prova, substituir as testemunhas ou indicar outras no
lugar das que não compareceram.
Parágrafo único - O indiciado não assistirá à inquirição do denunciante. Antes, porém, de
prestar as próprias declarações, ser-lhe-ão lidas, pelo secretário, as que houver aquele
prestado.
Artigo 288
No mesmo dia. se possível, e nos dias subseqüentes, tomar-se-á o depoimento das
testemunhas apresentadas pelo denunciante ou arroladas pela Comissão, e, a seguir, o das
testemunhas indicadas pelo indiciado.
Parágrafo único - É permitido ao indiciado reperguntar às testemunhas, por intermédio do
Presidente, que poderá indeferir as reperguntas que não tiverem conexão com a falta,
consignando-se no termo as reperguntas indeferidas.
Artigo 289
A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor, salvo o caso de proibição legal,
nos termos do art. 207 do Código de Processo Penal ou em se tratando das pessoas
mencionadas no art. 206 do referido Código.
§ 1.°- Ao servidor público que se recusar a depor, sem fundamento, será pela autoridade
competente aplicada a sanção a que se refere o art. 262, mediante comunicação da
Comissão Processante.
§ 2.°- No caso em que a pessoa estranha ao serviço público se recuse a depor perante a
Comissão, o Presidente solicitará à autoridade policial a providência cabível a fim de ser
ouvida na Polícia a testemunha. Nesse caso, o Presidente encaminhará à autoridade policial,
deduzida por itens, a matéria de fato sobre a qual deverá ser ouvida a testemunha.
Artigo 290
O servidor público que tiver de depor como testemunha fora da sede de sua função, terá
direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor.
Artigo 291
Como ato preliminar, ou no decorrer do processo, poderá o Presidente representar a quem
de direito, nos termos do art. 265, pedindo a suspensão preventiva do indiciado.
Artigo 292
Durante o processo, poderá o Presidente ordenar toda e qualquer diligência que se afigure
conveniente.
Parágrafo único - Caso seja necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o
Presidente os requisitará à autoridade competente, observado, também, quanto aos
técnicos e peritos, o impedimento a que se refere o art. 280.
Artigo 293
É permitido à Comissão tomar conhecimento de argüições novas que surgirem contra o
indiciado, caso em que este terá direito de produzir contra elas as provas que tiver.
Artigo 294
Vetado.
Parágrafo único - O Presidente da Comissão poderá denegar o requerimento
manifestamente protelatório ou de nenhum interesse para o esclarecimento do fato,
fundamentando a sua decisão.
Artigo 295
Para os efeitos do artigo anterior, será notificado o indiciado, pessoalmente ou por carta
entregue no endereço que houver indicado,
no lugar do processo.
Artigo 296
O advogado terá intervenção limitada à que é permitida nesta lei ao próprio indiciado,
podendo representá-lo em qualquer ato processual, salvo naqueles em que a Comissão
Processante julgar conveniente a presença do indiciado.
Parágrafo único - Vetado.
Artigo 297
Encerrados os atos concernentes à prova, será, ,dentro de 48 (quarenta e oito) horas, dada
vista dos autos ao indiciado,para apresentar defesa no prazo de dez dias.
Parágrafo único - Durante este prazo, terá o indiciado vista dos autos em presença do
secretário ou de um dos membros da Comissão, no lugar do processo.
Artigo 298
No caso de revelia do indiciado ou esgotado o prazo do artigo anterior, sem que haja sido
apresentada defesa, o Presidente designará um funcionário para produzi-la, assinando-lhe
novo prazo.
§ 1.°- A designação referida neste artigo recairá, sempre que possível, em diplomado em
direito.
§ 2.°- O funcionário designado não se poderá escusar da incumbência, sem motivo justo,
sob pena de repreensão, a ser aplicada pela autoridade competente.
Artigo 299
Findo o prazo de defesa, a Comissão apresentará o seu relatório dentro de 10 (dez) dias.
§ 1.°- Neste relatório, a Comissão apreciará, em relação a cada indiciado, separadamente, as
irregularidades de que forem acusados, as provas colhidas, as razões de defesa, propondo,
então, a absolvição ou a punição e indicando, neste caso, a pena que couber.
§ 2.°- Deverá, também, a Comissão, em seu relatório, sugerir quaisquer outras providências
que lhe parecerem de interesse do serviço público.
Artigo 300
Recebendo o relatório da Comissão, acompanhado do processo, a autoridade que houver
determinado a sua instauração deverá proferir o julgamento dentro do prazo de 30 (trinta)
dias, prorrogável por igual período.
§ 1.°- As diligências que se fizerem necessárias, deverão ser determinadas e realizadas
dentro do prazo máximo mencionado neste artigo.
§ 2.°- Se o processo não for julgado no prazo indicado neste artigo, o indiciado, caso esteja
suspenso, reassumirá automaticamente o seu cargo ou função, e aguardará em exercício o
julgamento, salvo o caso de prisão administrativa que ainda perdure.
Artigo 301
Quando escaparem à sua alçada as penalidades e providências que lhe parecerem cabíveis,
a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo deverá propô-las,
justificadamente, dentro do prazo marcado para julgamento, à autoridade competente.
§ 1.°- Na hipótese deste artigo, o prazo para julgamento final será o do art. 300.
§ 2.°- A autoridade julgadora determinará a expedição dos atos decorrentes do julgamento e
as providências necessárias à sua execução.
§ 3.°- As decisões serão sempre publicadas no órgão oficial, dentro do prazo de oito dias.
Artigo 302
Terão forma processual resumida, quanto possível, todos os termos lavrados pelo
secretário, quais sejam: autuação juntada, conclusão, intimação, data de recebimento, bem
como certidões e compromissos.
Artigo 303
Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da apresentação,
rubricando o Presidente as folhas acrescidas.
Artigo 304
Quando ao funcionário se imputar crime, praticado na esfera administrativa, a autoridade
que determinou a instauração do processo administrativo providenciará para que se
instaure, simultaneamente, o inquérito policial.
Parágrafo único - Quando se tratar de crime praticado fora da esfera administrativa, a
autoridade policial dará ciência dele à autoridade administrativa.
Artigo 305
As autoridades referidas no artigo anterior se auxiliarão, para que o processo administrativo
e o inquérito policial se concluam dentro dos prazos respectivos.
Artigo 306
Quando o ato atribuído ao funcionário for considerado criminoso, serão remetidas à
autoridade competente, cópias autenticadas das peças essenciais do processo.
Artigo 307
É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divulgação, notas sobre os atos
processuais, salvo no interesse da Administração, a juízo da autoridade que houver
determinado o processo.
Artigo 308
Todos os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele deverão figurar por
cópia autenticada.
Artigo 309
Constará sempre dos autos da sindicância ou do processo a folha de serviço do indiciado,
requisitada para tal fim à repartição competente.
Artigo 310
Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual que não houver influído na
apuração da verdade substancial, ou, diretamente, na decisão do processo ou da
sindicância.
CAPÍTULO V - Do Processo por Abandono do
Cargo ou Função
Artigo 311
No caso de abandono do cargo ou função, instaurado o processo e feita a citação, na forma
dos arts. 272 e 284, comparecendo o indiciado e tomadas as suas declarações, terá ele o
prazo de 5 (cinco) dias para oferecer defesa ou requerer a produção da prova que tiver, que
só podem versar sobre força maior ou coação ilegal.
§ 1.°- Observar-se-á, então, no que couber, o disposto nos arts. 288, 297, 299 e seguintes.
§ 2.°- No caso de revelia, será designado pelo Presidente um funcionário para servir de
defensor, observando-se o disposto na parte final deste artigo, e no que couber, o disposto,
nos arts. 288 e seguintes.
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em
07/06/2003
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto dos
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências correlatas
Artigo 283 - Comparecendo ou não o acusado ao interrogatório, inicia-se o prazo de 3
(três) dias para requerer a produção de provas, ou apresentá-las. (NR)
§ 1º - O presidente e cada acusado poderão arrolar até 5 (cinco) testemunhas. (NR)
§ 2º - A prova de antecedentes do acusado será feita exclusivamente por documentos, até
as alegações finais. (NR)
§ 3º - Até a data do interrogatório, será designada a audiência de instrução. (NR)
Artigo 284 - Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas
arroladas pelo presidente e pelo acusado. (NR)
Parágrafo único - Tratando-se de servidor público, seu comparecimento poderá ser
solicitado ao respectivo superior imediato com as indicações necessárias. (NR)
Artigo 285 - A testemunha não poderá eximir-se de depor, salvo se for ascendente,
descendente, cônjuge, ainda que legalmente separado, companheiro, irmão, sogro e
cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado, exceto quando não for possível, por outro
modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. (NR)
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o denunciante, ficam elas proibidas de
depor, observada a exceção deste artigo. (NR)
§ 2º - Ao servidor que se recusar a depor, sem justa causa, será pela autoridade competente
adotada a providência a que se refere o artigo 262, mediante comunicação do presidente.
(NR)
§ 3º - O servidor que tiver de depor como testemunha fora da sede de seu exercício, terá
direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor, podendo ainda expedir-se
precatória para esse efeito à autoridade do domicílio do depoente. (NR)
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou
profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem
dar o seu testemunho. (NR)
Artigo 286 - A testemunha que morar em comarca diversa poderá ser inquirida pela
autoridade do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com
prazo razoável, intimada a defesa. (NR)
§ 1º - Deverá constar da precatória a síntese da imputação e os esclarecimentos
pretendidos, bem como a advertência sobre a
necessidade da presença de advogado. (NR)
§ 2º - A expedição da precatória não suspenderá a instrução do procedimento. (NR)
§ 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá prosseguir até final decisão; a todo
tempo, a precatória, uma vez devolvida, será juntada aos autos. (NR)
Artigo 287 - As testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à audiência
designada independente de notificação. (NR)
§ 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e que não
comparecer espontaneamente. (NR)
§ 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá substituí-la, se quiser, levando na
mesma data designada para a audiência outra testemunha, independente de notificação.
(NR)
Artigo 288 - Em qualquer fase do processo, poderá o presidente, de ofício ou a
requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda convenientes. (NR)
§ 1º - As informações necessárias à instrução do processo serão solicitadas diretamente,
sem observância de vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual cópia será juntada aos
autos. (NR)
§ 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o presidente os
requisitará, observados os impedimentos do artigo 275. (NR)
Artigo 289 - Durante a instrução, os autos do procedimento administrativo
permanecerão na repartição competente. (NR)
§ 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado, mediante simples solicitação, sempre que
não prejudicar o curso do procedimento. (NR)
§ 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo para manifestação do acusado ou para
apresentação de recursos, mediante publicação no Diário Oficial do Estado. (NR)
§ 3º - Não corre o prazo senão depois da publicação a que se refere o parágrafo anterior e
desde que os autos estejam efetivamente disponíveis para vista. (NR)
§ 4º - Ao advogado é assegurado o direito de retirar os autos da repartição, mediante recibo,
durante o prazo para manifestação de seu representado, salvo na hipótese de prazo comum,
de processo sob regime de segredo de justiça ou quando existirem nos autos documentos
originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a
permanência dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado.
(NR)
Artigo 290 - Somente poderão ser indeferidos pelo presidente, mediante decisão
fundamentada, os requerimentos de nenhum interesse para o esclarecimento do fato, bem
como as provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. (NR)
Artigo 291 - Quando, no curso do procedimento, surgirem fatos novos imputáveis ao
acusado, poderá ser promovida a instauração de novo procedimento para sua apuração, ou,
caso conveniente, aditada a portaria, reabrindo-se oportunidade de defesa. (NR)
Artigo 292 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos à defesa, que poderá
apresentar alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias. (NR)
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as alegações finais, o presidente designará
advogado dativo, assinando-lhe novo prazo. (NR)
Artigo 293 - O relatório deverá ser apresentado no prazo de 10 (dez) dias, contados da
apresentação das alegações finais. (NR)
§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada acusado, separadamente, as
irregularidades imputadas, as provas colhidas e as razões de defesa, propondo a absolvição
ou punição e indicando, nesse caso, a pena que entender cabível. (NR)
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão de quaisquer outras providências de
interesse do serviço público. (NR)
Artigo 294 - Relatado, o processo será encaminhado à autoridade que determinou sua
instauração. (NR)
Artigo 295 - Recebendo o processo relatado, a autoridade que houver determinado sua
instauração deverá, no prazo de 20 (vinte) dias, proferir o julgamento ou determinar a
realização de diligência, sempre que necessária ao esclarecimento de fatos. (NR)
Artigo 296 - Determinada a diligência, a autoridade encarregada do processo
administrativo terá prazo de 15 (quinze) dias para seu cumprimento, abrindo vista à defesa
para manifestar-se em 5 (cinco) dias. (NR)
Artigo 297 - Quando escaparem à sua alçada as penalidades e providências que lhe
parecerem cabíveis, a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo
deverá propô-las, justificadamente, dentro do prazo para julgamento, à autoridade
competente. (NR)
Artigo 298 - A autoridade que proferir decisão determinará os atos dela decorrentes e
as providências necessárias a sua execução. (NR)
Artigo 299 - As decisões serão sempre publicadas no Diário Oficial do Estado, dentro
do prazo de 8 (oito) dias, bem como averbadas no registro funcional do servidor. (NR)
Artigo 300 - Terão forma processual resumida, quando possível, todos os termos
lavrados pelo secretário, quais sejam: autuação, juntada, conclusão, intimação, data de
recebimento, bem como certidões e compromissos. (NR)
§ 1º - Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da apresentação,
rubricando o presidente as folhas acrescidas. (NR)
§ 2º - Todos os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele deverão figurar
por cópia. (NR)
Artigo 301 - Constará sempre dos autos da sindicância ou do processo a folha de
serviço do indiciado. (NR)
Artigo 302 - Quando ao funcionário se imputar crime, praticado na esfera
administrativa, a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo
providenciará para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial. (NR)
Parágrafo único - Quando se tratar de crime praticado fora da esfera administrativa, a
autoridade policial dará ciência dele à autoridade administrativa. (NR)
Artigo 303 - As autoridades responsáveis pela condução do processo administrativo e
do inquérito policial se auxiliarão para que os mesmos se concluam dentro dos prazos
respectivos. (NR)
Artigo 304 - Quando o ato atribuído ao funcionário for considerado criminoso, serão
remetidas à autoridade competente cópias autenticadas das peças essenciais do processo.
(NR)
Artigo 305 - Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual que não houver
influído na apuração da verdade substancial ou diretamente na decisão do processo ou
sindicância. (NR)
Artigo 306 - É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divulgação notas sobre
os atos processuais, salvo no interesse da Administração, a juízo do Secretário de Estado
ou do Procurador Geral do Estado. (NR)
Artigo 307 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, contados do cumprimento
da sanção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não mais poderá aquela ser
considerada em prejuízo do infrator, inclusive para efeito de reincidência. (NR)
Parágrafo único - A demissão e a demissão a bem do serviço público acarretam a
incompatibilidade para nova investidura em cargo, função ou emprego público, pelo prazo
de 5 (cinco) e 10 (dez) anos, respectivamente. (NR)
CAPÍTULO IV
Do Processo por Abandono do Cargo ou Função e
por Inassiduidade (NR)
Artigo 308 - Verificada a ocorrência de faltas ao serviço que caracterizem abandono de
cargo ou função, bem como inassiduidade, o superior imediato comunicará o fato à
autoridade competente para determinar a instauração de processo disciplinar, instruindo a
representação com cópia da ficha funcional do servidor e atestados de freqüência. (NR)
Artigo 309 - Não será instaurado processo para apurar abandono de cargo ou função,
bem como inassiduidade, se o servidor tiver pedido exoneração. (NR)
Artigo 310 - Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para apurar abandono
de cargo ou função, bem como inassiduidade, se o indiciado pedir exoneração até a data
designada para o interrogatório, ou por ocasião deste. (NR)
Artigo 311 - A defesa só poderá versar sobre força maior, coação ilegal ou motivo
legalmente justificável. (NR)
DO ESTATUTO DO FUNCIONALISMO
PÚBLICO
Lei n° 8.429 / 92 5 de 2 de junho de 1.992.
Capítulo l - Disposições Gerais
Art. 1o - Os atos de improbidade praticados por qualquer agente
público, servidor ou não contra a administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão
punidos na forma desta Lei.
Parágrafo único- Estão também sujeitos às penalidades desta Lei os atos de
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Art. 2o - Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo
anterior.
Art. 3o - As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
Art. 4o - Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são
obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
assuntos que lhe são afetos.
Art. 5o - Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
integral ressarcimento do dano.
Art. 6o - No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao
seu patrimônio.
Art. 7o - Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio
público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
administrativa responsável pelo inquérito representar ao
Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do
indiciado.
Parágrafo único - A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo
recairá sobre os bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou
sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 8o - O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio
publico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações
desta Lei até o limite do valor da herança.
Capítulo II - Dos Atos de Improbidade Administrativa
Art. 9o - Constitui ato de improbidade administrativa importando
enriquecimento ilícito, auferir qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão de exercício de cargo, mandado,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art.
1 desta lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a titulo de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão
decorrente das atribuições do agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar aquisição,
permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços
pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos
ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades mencionadas no art. l° desta Lei, bem como o
trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por
essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para tolerar a exploração ou a pratica de jogos de azar, de lenocínio, de
narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita,
ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art l° desta Lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato cargo,
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público, durante a atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação
de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art l° desta Lei;
XII - usar, em proveito próprio bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. l° desta Lei.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
Prejuízo ao Erário.
Art. 10 - Constitui ato de Improbidade administrativa que causa
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art l° desta Lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas
ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art. l° desta Lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. l° desta Lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,
ainda que de fins educativos ou assistenciais, bens, rendas, verbas ou
valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. l°
desta Lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares
aplicáveis à espécie:
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante
do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art 1° desta Lei, ou
ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e
regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório
ou dispensá-lo indevidamente;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou
regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no
que diz respeito à conservação do patrimônio público;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes
ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça
ilicitamente.
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.1o desta Lei,
bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que atentam
contra os Princípios da Administração Pública
Art. 11 - Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,
legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso
daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições
e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da
respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de
afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
Capítulo III - Das Penas
Art. 12 - Independentemente das sanções penais, civis e
administrativas, previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações:
I - Na hipótese do art.9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos, de oito a dez anos,
pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
dez anos;
II - na hipótese do art.10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de
cinco a oito anos, pagamento de multa civil de ate duas vezes o valor do
dano e proibição de contratar com Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver perda
da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos;
Parágrafo único - Na fixação das penas previstas nesta Lei o Juiz levará em
conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial
obtido pelo agente.
Capítulo IV - Da Declaração de Bens
Art. 13 - A posse e o exercício de agente público ficam
condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores
que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada
no Serviço de Pessoal competente;
§1o - A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro,
títulos, ações e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais,
localizados no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e
valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras
pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos
apenas os objetos e utensílios de uso domestico;
§2o - A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o
agente público deixar o exercício do mandato, cargo emprego ou função;
§3o - Será punido com a pena de demissão a bem do serviço público, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar
falsa;
§4o - O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual
de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da
legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com
as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no §
2° deste artigo.
Capítulo V - Do Procedimento Administrativo e do
Processo Judicial.
Art. 14 - Qualquer pessoa poderá representar à autoridade
administrativa competente para que seja instaurada investigação
destinada a apurar a prática do ato de improbidade:
§1o - A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada,
conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua
autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento;
§2o - A autoridade administrativa rejeitará a representação em despacho
fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1°
deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público,
nos termos do art.22 desta Lei;
§3o - Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a
imediata apuração dos fatos que em se tratando de servidores federais, será
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei no 8.112' de 11 de
dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com o
respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15 - A comissão processante dará conhecimento ao
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática
de ato de improbidade.
Parágrafo único - O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas
poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o
procedimento administrativo.
Art. 16 - Havendo fundados indícios de responsabilidade, a
comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do
órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público
§1o - O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos
arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§2o - Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo
indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Art. 17 - A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta
pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada,
dentro de trinta dias de efetivação da medida cautelar.
§1o - É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o
caput.
§2o - A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias
à complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§3° - No caso da ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, a
pessoa jurídica interessada integrará a lide na qualidade de litisconsorte,
devendo suprir as
omissões e falhas da inicial e apresentar ou indicar os
meios de prova de que disponha.
§4o - O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.
Art. 18 - A sentença que julgar procedente ação civil de reparação
do dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente
determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o
caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
Capítulo VI - Das Disposições Finais
Art. 19 - Constitui crime a representação por ato de improbidade
contra agente público ou terceiro beneficiário quando o autor da
denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e
multa.
Parágrafo único - Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a
indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que
houver provocado.
Art. 20 - A perda da função pública e a suspensão dos direitos
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória.
Parágrafo único - A autoridade judicial ou administrativa competente poderá
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.
Art. 21 - A aplicação das sanções previstas nesta Lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Art. 22 - Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o
Ministério Público, de ofício, a requerimento de autoridade
administrativa ou mediante representação formulada de acordo
com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de
inquérito policial ou procedimento administrativo.
Capítulo VIl - Da Prescrição
Art. 23 - As ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas
nesta Lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em Lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos
de exercício de cargo efetivo ou emprego.
Atenção.
Abaixo, parte das Normas da Corregedoria Geral da Justiça, que foram cobradas para
estudo no Concurso para Escrevente Técnico Judiciário.
Achamos prudente mantê-las, pois cremos que essas mesmas Normas deverão fazer parte
do próximo Edital do Concurso para Oficial de Justiça.
A saber:
TOMO - I -
CAPÍTULO II
DOS OFÍCIOS DE JUSTIÇA EM GERAL
SEÇÃO I
DAS ATRIBUIÇÕES
1. Aos ofícios de justiça serão atribuídos, de acordo com suas respectivas
varas, os serviços do Cível, da Família e das Sucessões, da Fazenda Pública, de Acidentes
do Trabalho, do Crime, do Júri, das Execuções Criminais, da Infância e da Juventude e da
Corregedoria Permanente.
2. Aos ofícios de justiça competem os serviços do foro judicial, incluídos os do
contador e partidor, atribuindo-se-lhes a numeração ordinal e a denominação da respectiva
vara, onde houver mais de uma.
2.1. Em cada comarca de terceira entrância há um ofício de distribuição
judicial ao qual incumbem os serviços de distribuição cível e criminal,
além do arquivo geral.
2.2. Nas comarcas e foros distritais de segunda entrância, com mais de uma
vara, há uma seção de distribuição judicial.
2.3. Nas demais comarcas em que há uma única vara e um único ofício de
justiça, a este competem as atribuições dos serviços de distribuição.
3. As execuções fiscais estaduais e municipais e respectivas entidades
autárquicas ou paraestatais, na Comarca da Capital, são processadas pelo Ofício de
Execuções Fiscais.
3.1. Nas demais comarcas tais execuções e ainda as de interesse da União,
bem como de suas entidades autárquicas ou paraestatais, são
processadas pelo Ofício de Justiça ou Serviço Anexo Fiscal autorizado
pelo Conselho Superior da Magistratura.
3.2. A inutilização ou incineração de processos de execuções fiscais só
poderá ocorrer em relação àqueles arquivados há mais de 1 (um) ano,
em virtude de anistia, pagamento ou qualquer outro fato extintivo.
3.3. Essa autorização será precedida de informação prestada pelo Diretor do
Ofício do Anexo Fiscal ou Cartório Judicial ao MM. Juiz Corregedor
Permanente, relacionados todos os feitos, que se encontrem nas
condições do subitem 3.2, precedente.
3.4. Será formado expediente próprio, que tramitará pelo Cartório ou Anexo,
colhendo-se a manifestação da Fazenda e subseqüente publicação de
edital, com prazo mínimo de 30 (trinta) dias, para conhecimento de
terceiros, decidindo o Juiz Corregedor Permanente acerca de eventual
reclamação, cabendo recurso no prazo de 15 (quinze) dias à
Corregedoria Geral da Justiça.
3.5. Esgotado o prazo do edital, sem nenhuma reclamação, será designado
local, dia e hora para o ato de inutilização ou incineração, lavrando-se o
termo respectivo, minudenciando-se os números dos processos.
3.6. As fichas de andamento deverão ser mantidas em cartório, anotando-se
a causa da extinção e o número do processo do expediente de
incineração ou inutilização, servindo de base para futura expedição de
certidões. O mesmo procedimento deverá ser observado pelo Cartório
do Distribuidor.
4. Os escrivães-diretores deverão distribuir os serviços entre os servidores do
ofício de justiça, segundo a categoria funcional de cada um.
SEÇÃO II
DOS LIVROS E CLASSIFICADORES OBRIGATÓRIOS
Subseção I
Dos Livros dos Ofícios de Justiça em Geral
5. Os ofícios de justiça em geral deverão possuir os seguintes livros.
a) Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça;
b) Ponto dos Servidores;
c) Visitas e Correições;
d) Registro Geral de Feitos, com índice;
e) Protocolo de Autos e Papéis em Geral;
f) Cargas de Autos;
g) Cargas de Mandados;
h) Registro de Sentenças;
i) Registro de Autos Destruídos.
5.1. Além dos livros acima enumerados, os Ofícios de Justiça deverão
possuir livro ponto dos oficiais de justiça que prestem serviço junto às
respectivas Varas, livro de Registro de Feitos Administrativos
(sindicâncias, procedimentos administrativos, representações, etc.) e,
no que couber, aqueles demais pertinentes à Corregedoria Permanente,
previstos no item 18 do Capítulo I.
5.2. Os livros em geral, inclusive de folhas soltas, serão abertos, numerados,
autenticados e encerrados pelo escrivão-diretor, sempre na mesma
oportunidade, podendo ser utilizado, para este fim, processo mecânico
de autenticação previamente aprovado pelo Juiz Corregedor
Permanente, vedada a substituição de folhas. Uma vez completado o
seu uso, serão imediatamente encaminhados para encadernação
(quando de folhas soltas).
5.3. Haverá nos ofícios de justiça controle, pela utilização de livros de folhas
soltas ou outro meio idôneo, da remessa e recebimento de feitos aos
Tribunais Superiores.
6. O livro Ponto deverá ser assinado diariamente por todos os servidores,
excetuando-se aqueles que registram o ponto em relógio mecânico, consignando-se
horários de entrada e saída.
6.1. O encerramento do livro Ponto deverá ser diário, mediante assinatura do
escrivão-diretor ou de seu substituto legal.
7. Não será permitido aos servidores, na assinatura do livro Ponto:
a) o uso de simples rubricas;
b) o emprego de tinta que não seja azul ou preta, indelével.
8. Por ocasião das ausências ou afastamentos, de qualquer ordem, dos
servidores, deverá o escrivão-diretor, ou seu substituto legal, efetuar
as anotações
pertinentes, consignando o motivo do afastamento ou a natureza da falta.
9. No livro de Visitas e Correições serão transcritos integralmente os termos de
correições realizadas pelo Juiz Corregedor Permanente ou pelo Corregedor Geral da
Justiça.
9.1. Este livro, cumprindo os requisitos dos demais livros obrigatórios,
deverá ser organizado em folhas soltas em número de 50 (cinqüenta).
10. Em todos os ofícios de justiça será elaborado um FICHÁRIO POR NOME DE
AUTOR, o qual servirá como memória permanente do Cartório.
10.1. O fichário será composto por fichas abertas em nome dos autores,
organizadas em ordem alfabética, com as seguintes exceções.
a) nos ofícios de justiça criminais, do JECRIM, do júri e das execuções
criminais, somente serão abertas fichas em nome dos réus;
b) suprimido;
c) nos ofícios de justiça de execuções fiscais somente serão abertas
fichas em nome dos executados;
d) nos casos de litisconsórcio, poderá o Juiz Corregedor Permanente,
em razão do grande número de litigantes, limitar a quantidade de fichas
a serem abertas, quando será aberta necessariamente uma para o
primeiro autor;
e) fica dispensado o fichário em nome de autor para as Cartas
Precatórias, entretanto, será aberta ficha em nome do embargante na
hipótese de haver Embargos de Terceiro interpostos no juízo
deprecado;
f) nos ofícios de justiça da infância e juventude as fichas serão abertas
em nome das crianças e/ou adolescentes envolvidos; nos processos
em que não se faça menção às crianças e/ou adolescentes, as fichas
serão abertas em nome do autor, ou, se este for o Ministério Público,
em nome do réu.
10.2. As fichas que compõem o fichário em nome do autor deverão conter as
principais informações a respeito do processo, de forma a possibilitar
a extração de certidões.
10.2.1. Nos processos cíveis, de família e sucessões, da fazenda pública,
da infância e juventude, de acidentes do trabalho e anexo fiscal,
deverá ser anotado nas fichas: o n° do processo, o nome, RG e
CPF do autor, a natureza do feito, a data da distribuição, o n°,
livro e fls. do registro geral de feitos, o n°, livro e fls. do registro
da sentença, a suma do dispositivo da sentença, anotações
sobre recursos, a data do trânsito em julgado, o arquivamento e
outras observações que se entender relevantes.
10.2.2. Nos processos criminais, do Júri e do JECRIM, deve ser
anotado nas fichas: o n° do processo, o nome e qualificação do
réu, o n°, livro e fls. do registro geral de feitos, a data do fato, a
data do recebimento da denúncia, o artigo de lei em que o réu foi
incurso, a data da suspensão do processo (art. 366-CP e
JECRIM), a data da prisão, o n°, livro e fls. do registro de
sentença, a suma do dispositivo da sentença, anotações sobre
recursos, a data da decisão confirmatória da pronúncia, a data
do trânsito em julgado, a data da expedição da guia de
recolhimento, de tratamento ou de internação, o arquivamento e
outras observações que se entender relevantes.
10.2.3. Nos processos de execução criminal, deve ser anotado nas
fichas: o nome e qualificação do executado, as guias de
recolhimento registradas, a discriminação das penas impostas
em ordem seqüencial, os incidentes de execução da pena,
anotações sobre recursos, a suma dos julgamentos, as
progressões de regime, os benefícios concedidos, as remições
de pena e outras observações que se entender relevantes.
10.2.4. Preferencialmente será escriturada, até o momento do
arquivamento dos autos, a ficha do primeiro autor, lançando-se
em todas as demais, eventualmente abertas em razão de
litisconsórcio, além do nº do processo, do nome da parte, seu
RG e CPF, indicação da ficha em que consta a completa
escrituração.
10.2.5. As fichas que compõem o fichário por nome do autor poderão ser
emitidas e escrituradas, até o momento do arquivamento dos
autos, por sistema informatizado, sempre com materialização em
papel.
10-A. Em todos os ofícios de justiça será elaborado um FICHÁRIO INDIVIDUAL,
destinado ao controle e registro da movimentação dos feitos, devendo ser aberta uma ficha
para cada processo. O fichário será organizado pelo número do processo, em ordem
crescente (1/99, 2/99, 3/99, etc.) e com subdivisão por ano.
10-A-1. As anotações feitas nas fichas devem ser fidedignas, claras e
atualizadas, de forma a refletir o atual estado do processo.
10-A-2. Quando do arquivamento dos autos do processo, a ficha
individual deverá ser grampeada na contracapa, devendo ser
reaproveitada no caso de desarquivamento e novo andamento
dos autos. Quando da devolução de Cartas Precatórias
cumpridas ou da redistribuição de feitos a outras varas, as
fichas individuais respectivas devem ser inutilizadas.
10-A-3. O fichário individual poderá ser substituído por sistema
informatizado de controle e registro da movimentação
processual, extraindo-se uma cópia destas informações para
que acompanhem o processo quando for arquivado.
10-A-4. Nas seções de falências e concordatas, onde houver, o fichário
individual será composto por fichas abertas em nome das
requeridas, organizadas em ordem alfabética.
11. No livro Registro Geral de Feitos serão registrados todos os feitos
distribuídos ao ofício de justiça, exceto as execuções fiscais e os inquéritos judiciais
falimentares que serão registrados em livros especiais.
12. É facultada a organização do Registro Geral de Feitos em folhas soltas,
datilografadas, sempre porém protegidas por capa dura e encadernadas ao término do livro
formado (modelo próprio).
13. No Livro de Registro de Feitos, será efetuado balanço anual, de acordo com
o seguinte modelo:
1º) Feitos distribuídos no ano;
2º) Feitos vindos de outros anos;
3º) Feitos liquidados no ano;
4º) Feitos que passam para o ano seguinte;
5º) Feitos desarquivados no ano, que voltem a ter efetivo andamento.
14. As precatórias recebidas serão lançadas no livro Registro Geral de Feitos,
com indicação completa do juízo deprecante e não apenas da comarca de origem, dos
nomes das partes, da natureza da ação e da diligência deprecada; é, porém, dispensável a
consignação textual do juízo deprecado.
15. Na coluna "observações" do livro Registro Geral de Feitos, deverão ser
anotados o número da caixa de arquivamento dos respectivos processos, bem como as
circunstâncias de devolução de precatórias ou de entrega ou remessa de autos que não
importem em devolução.
15.1. Nas Comarcas em que a distribuição encontra-se informatizada,
ocorrendo determinação judicial para redistribuição, entrega e
devolução de autos ou retificação, o escrivão-diretor providenciará, de
imediato, o cumprimento da ordem, independentemente do
recebimento de folhas soltas para composição do livro de Registro de
Feitos ou do fornecimento de etiqueta de autuação. O lançamento
devido no respectivo livro será efetuado oportunamente.
15.2. Suprimido.
16. Deverão ser evitadas anotações a lápis no livro Registro Geral de Feitos,
mesmo que a título provisório (remessa de autos aos Tribunais); só as saídas de autos, com
destino definitivo, deverão ser lançadas no livro, ao passo que as remessas em tal caráter
serão simplesmente anotadas nas fichas usuais de movimentação processual.
17. Não deve ser admitido, quando se trate de entrega de autos às partes, ou de
remessa através de via postal, que os correspondentes recibos sejam assinados ou os
comprovantes colados no livro Registro Geral de Feitos, ainda que na coluna
"observações"; esses atos serão adequados ao livro Protocolo de Autos e Papéis em Geral.
18. Haverá livro Protocolo, com tantos desdobramentos quantos recomendem a
natureza e o movimento do ofício de justiça, destinando-se
ao registro de casos de entrega
ou remessa, que não impliquem devolução.
19. Os livros de Cargas de Autos deverão ser desdobrados, segundo a sua
destinação, a saber, para o juiz, para o representante do Ministério Público, para advogados,
para contador, etc.
20. Haverá também livro Carga de Mandados, que poderá ser desdobrado em
número equivalente ao dos oficiais de justiça em exercício, destinando-se um para cada
qual.
20.1. Não serão feitas cargas aos oficiais de justiça nos 15 (quinze) dias
antecedentes às suas férias marcadas na escala; nesse prazo
cumprirão eles os mandados anteriormente recebidos, só podendo
entrar em férias sem nenhum mandado em mãos, vedada a baixa para
redistribuição.
21. Deverá ser mantido rigoroso controle sobre os livros de carga em geral, os
quais serão submetidos a "visto" mensal do Juiz Corregedor Permanente, até o décimo dia
útil de cada mês, o qual se incumbirá de coibir eventuais abusos ou excessos em geral.
22. Todas as cargas devem receber as correspondentes baixas, assim que
restituídos os autos ou mandados, na presença do interessado sempre que possível, ou por
este exigido; da restituição deve ser lançada certidão nos autos, com menção do dia, em
consonância com a baixa registrada.
23. Serão também registradas, no livro Carga de Mandados, as petições que, por
despacho judicial, sirvam como tal.
24. O livro Registro de Sentenças poderá ser formado mediante traslados,
cópias a carbono desde que assinadas pelo juiz ou através de cópias reprográficas; quando
a sentença for proferida em audiência e o seu registro se fizer mediante traslado, bastará
que contenha a parte dispositiva, anotando-se, porém, no corpo do registro ou à sua
margem, o número do livro Protocolo de Audiências e o da respectiva folha em que exarada.
24.1. O registro a que alude este item deverá ser procedido em até 48 horas
após a baixa dos autos em cartório pelo juiz.
25. As sentenças registradas deverão ser numeradas em série anual renovável
(1/80, 2/80, 3/80, ... , 1/82, 2/82 etc.).
26. Todas as sentenças, cíveis em geral, criminais, mesmo as extintivas de
punibilidade, e trabalhistas, deverão ser registradas.
27. Suprimido.
28. Suprimido.
29. Suprimido.
30. Suprimido.
31. Suprimido.
Subseção II
Dos Classificadores Obrigatórios
32. Os ofícios de justiça possuirão os seguintes classificadores:
a) para atos normativos e decisões do Conselho Superior da Magistratura;
b) para atos normativos e decisões da Corregedoria Geral da Justiça;
c) para atos normativos e decisões da Corregedoria Permanente;
d) para cópias de ofícios expedidos;
e) para ofícios recebidos;
f) para GRD - guias de recolhimento de diligências do oficial de justiça;
g) para guarda da "Folha do Diário Oficial" correspondente à publicação das
intimações do respectivo ofício de justiça.
32.1. Os classificadores referidos nas alíneas "a", "b" e "c" reunirão apenas
os atos e decisões de interesse do ofício de justiça, com índice por
assunto.
32.2. O classificador a que alude a alínea "d" destina-se ao arquivamento, em
ordem cronológica, das cópias de ofícios, que não se refiram a feito do
próprio ofício de justiça.
32.3. Os classificadores indicados nas alíneas "d", "e" e "f" deverão ser
mantidos em cartório pelo prazo de dois anos, e aquele indicado na
alínea "g" por seis meses. Decorrido o prazo estabelecido poderão ser
inutilizados nos termos do item 42.1 e 42.2 deste Capítulo.
32.4. Suprimido.
SEÇÃO III
DA ORDEM GERAL DOS SERVIÇOS
33. Os ofícios de justiça deverão possuir e escriturar todos os livros
regulamentares, observadas as normas específicas de cada um.
34. Os papéis utilizados para escrituração de atos, termos, certidões ou
traslados, excluídas as autuações e capas, terão fundo inteiramente branco.
34.1. Nos ofícios expedidos deverão constar a comarca, a Vara e o endereço
completo do Fórum remetente, inclusive com nº do código de
endereçamento postal e telefone.
35. A escrituração, nos livros e papéis, deve ser sempre feita em vernáculo, com
tinta preta ou azul, indelével.
35.1. É vedado o uso de:
a) tinta de cor diferente da prevista no item anterior;
b) borracha, detergente ou raspagem por qualquer meio, mecânico ou
químico.
36. Na escrituração dos livros e autos, deverão ser evitados erros, omissões,
emendas, rasuras, borrões ou entrelinhas, efetuando-se, quando necessário, as devidas
ressalvas, antes da subscrição do ato, de forma legível e autenticada.
37. As anotações de "sem efeito" deverão sempre estar datadas e autenticadas
com a assinatura de quem as haja lançado nos autos.
38. Deverá ser evitado o uso de espaço número um nos atos datilografados.
39. Nos autos e nos livros, deverão ser evitados e inutilizados os espaços em
branco.
40. Ao expedir certidão, o escrivão-diretor dará a sua fé pública do que constar
ou não dos livros, autos ou papéis a seu cargo, consignando a designação, o número e a
página do livro ou processo onde se encontra o assentamento.
40.1. As certidões em breve relatório ou de inteiro teor serão expedidas no
prazo de 5 (cinco) dias, contados da data do recebimento em cartório
do respectivo pedido.
41. Os recibos de correspondência deverão ser arquivados em pastas próprias
dos ofícios de justiça, após os devidos lançamentos.
42. Os livros e papéis em andamento ou findos deverão ser bem conservados e,
quando for o caso, encadernados, classificados ou catalogados.
42.1. Após revisados e decorridos 2 (dois) anos do último registro efetuado,
os livros de carga e demais papéis, desde que reputados sem utilidade
para conservação em arquivo, poderão ser, por qualquer modo,
inutilizados mediante prévia autorização do Juiz Corregedor
Permanente.
42.2. O pedido será feito pelo escrivão-diretor, que consignará os elementos
indispensáveis à identificação do livro ou papéis, arquivando-o, a
seguir, em classificador próprio, com certidão da data da inutilização.
43. As certidões, alvarás, termos, precatórias, editais e outros atos de sua
atribuição serão subscritos pelos escrivães-diretores, logo depois de lavrados.
44. Deverão ser colhidas as assinaturas do juiz, dos procuradores, das partes,
das testemunhas e dos escreventes, em livros, autos e papéis, imediatamente após a prática
do ato.
45. Na capa ou autuação do processo, serão sempre consignados o número
correspondente ao livro Registro de Feitos, o número do processo, seguido de barra e
menção do ano, bem como a data e a folha em que se acha o registro.
45.1. Nas execuções fiscais será anotado na capa, em moeda nacional
corrente, o valor de alçada recursal (artigo 34, caput e § 1º, da Lei nº
6.830/80), apurado segundo critério divulgado pela Corregedoria
Geral da Justiça, por comunicado, em não havendo outro critério de
atualização definido pelo juiz do processo.
45.2. Quando da reiteração de embargos de declaração reconhecidamente
protelatórios (art.538, parágrafo único, do CPC), a multa imposta, cujo
recolhimento é condição de procedibilidade de qualquer outro
recurso, deverá ser anotada pela Serventia na capa dos autos,
indicando a folha onde foi aplicada essa penalidade.
45.3. Havendo recurso tramitando no Tribunal competente, e encontrando-se
os autos principais em Primeira Instância, no caso de imposição de
multas previstas no artigo 798, § 3º e no artigo 855 do Regimento
Interno do Tribunal de Justiça, comunicadas estas pelo respectivo
Tribunal, deverá a Serventia anotar a sua imposição na capa dos
autos, indicando a folha onde foi aplicada a correspondente
penalidade.
46. Os escrivães-diretores
farão a revisão das folhas dos autos que devam subir
a despacho ou ser remetidos à Superior Instância, verificando a numeração e suprindo as
omissões, de tudo dando certidão nos próprios autos.
46.1. Antes da subida dos recursos à Instância Superior, deverá o escrivão-
diretor certificar nos autos eventuais suspensões de expediente
havidas no período que vai da data da intimação às partes da sentença
ou do despacho que provocou o inconformismo, até a data em que foi
protocolada a petição que contém o recurso, com as especificações e
motivações respectivas.
47. Os autos de processos não poderão exceder de 200 (duzentas) folhas em
cada volume, excetuados os casos especiais, decididos pelo juiz.
47.1. Em nenhuma hipótese será seccionada peça processual com seus
documentos anexos, mesmo a pretexto de ter o volume atingido 200
(duzentas) folhas, podendo, neste caso, ser encerrado com mais ou
menos folhas.
47.2. Poderá, entretanto, formar-se um só volume para encerrar uma única
peça processual que contenha mais de 200 (duzentas) folhas.
47.3. O encerramento e a abertura de novos volumes serão efetuados
mediante a lavratura das respectivas certidões, em folhas regularmente
numeradas, prosseguindo sem solução de continuidade no volume
subseqüente.
48. Os escrivães-diretores enviarão os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério
Público no dia em que assinar o termo de conclusão ou de vista, não sendo permitida, sob
qualquer pretexto, a permanência de autos em cartório com tais termos.
48.1. Nenhum processo será entregue com termo de vista, a promotor de
justiça ou advogado, sem prévia assinatura no livro de carga e
descarga.
48.2. Será feita carga, igualmente, dos autos conclusos ao juiz e que não
receberem despacho ou não forem sentenciados até o final do
expediente do dia.
48.3. Se o juiz se recusar a assinar, ficará isto consignado no assentamento
da carga.
49. Os termos de movimentação dos processos, regularmente datados, deverão
ser preenchidos com os nomes, por extenso, dos juízes, representantes do Ministério
Público, advogados, ou daqueles a quem se refiram.
50. Não será permitido o lançamento, nos autos, de cotas marginais ou
interlineares, ou o uso de sublinhar palavras ou expressões, à tinta ou a lápis, devendo o
escrivão-diretor ou escrevente, ao constatar irregularidade tal, comunicá-la incontinenti ao
Juiz Corregedor Permanente.
84. Não se deverá juntar nenhum documento ou petição aos autos, sem que seja
lavrado o respectivo termo de juntada.
84.1. Recebidas petições via fac-símile diretamente no Ofício Judicial ou na
Vara, ao ser feita a juntada deverá ser certificada a data da recepção do
material, para oportuno controle do prazo do artigo 2º e parágrafo único
da Lei nº 9.800, de 26.05.1999.
85. É vedado lançar termos no verso de sentenças, petições, documentos, guias
etc., devendo ser usada, quando necessária, outra folha, com inutilização dos espaços em
branco.
86. Todos os atos e termos devem ser certificados nos autos.
87. Deverá ser sempre certificado, nos autos, o registro da sentença, com
indicação do número de ordem que recebeu, do livro e da folha em que procedido o registro.
87.1. A certidão de que trata este item deverá ser lançada na última folha da
sentença registranda, em campo deixado especificamente para
aposição da mesma.
88. Após feitas as intimações devidas, será certificado o decurso de prazo para
interposição de recurso contra quaisquer decisões.
88.1. Da certidão da publicação de despachos ou decisões pelo Diário Oficial
da Justiça, nas Comarcas do Interior, deverá constar a data em que
efetivamente tal periódico circulou na respectiva Comarca.
89. Deverá ser feita conclusão dos autos no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e
executados os atos processuais no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.
90. Nenhum processo deverá permanecer paralisado em cartório, além dos
prazos legais ou fixados; tampouco deverão ficar sem andamento por mais de 30 (trinta)
dias, no aguardo de diligências (informações, respostas a ofícios ou requisições,
providências das partes etc.). Nessas últimas hipóteses, cumprirá ser feita conclusão ao
juiz, para as providências cabíveis.
90.1. Em todos os Ofícios de Justiça o controle dos prazos dos processos
deverá ser efetuado mediante o uso de escaninhos numerados de 01 a
31, correspondentes aos dias do mês, nos quais deverão ser
acondicionados os autos de acordo com a data de vencimento do
prazo que estiver fluindo. No cálculo dos prazos deverá ser incluído o
prazo do Protocolo Integrado.
90.2. Os prazos deverão ser verificados diariamente, de acordo com as datas
de vencimento.
90.3. Deverão ser acondicionados nos escaninhos de prazo os autos dos
processos que aguardam o cumprimento de diligências, tais como o
cumprimento e a devolução de cartas precatórias, respostas a ofícios
expedidos, o cumprimento de mandados e a realização de inspeções e
perícias. Os autos dos processos em que houver algum ato pendente
de execução pelos serventuários não poderão ser colocados nos
escaninhos de prazo.
90.4. Os Ofícios Judiciais poderão manter escaninhos destinados a
acondicionar autos de processos que aguardam a publicação de
despachos e sentenças no Diário Oficial (imprensa já remetida),
organizados por data de remessa, bem como escaninhos destinados a
autos de processos que aguardam a realização de audiências, desde
que inteiramente cumpridos, organizados por data.
90.5. Os autos dos processos deverão ser acondicionados nos escaninhos
na posição vertical, em ordem numeral crescente, de forma a permitir
rápida localização e perfeita identificação e visualização.
90.6. O controle de prazos poderá ser efetuado por sistema informatizado
que permita a emissão de relatórios diários dos processos com o prazo
vencido.
91. A retirada de autos judiciais e administrativos em andamento no Cartório é
reservada unicamente a advogados ou estagiários regularmente inscritos na O.A.B.,
constituídos procuradores de algumas das partes, ressalvado, nos processos findos, a
retirada por advogado mesmo sem procuração, pelo prazo de dez (10) dias.
92. Suprimido.
93. Na hipótese de os processos correrem em segredo de justiça, o seu exame,
em cartório, será restrito às partes e a seus procuradores.
93.1. As entidades que reconhecidamente prestam serviços de assistência
judiciária poderão, por intermédio de advogado com procuração nos
autos, autorizar a consulta de processos que tramitam em segredo de
justiça em cartório pelos acadêmicos de direito não inscritos na OAB.
Referida autorização deverá conter o nome do acadêmico, o número de
seu RG e o número e/ou nome das partes do processo a que se refere a
autorização, que será juntada posteriormente aos autos.
94. Não havendo fluência de prazo, os autos somente poderão ser retirados
mediante requerimento.
94.1. Na fluência de prazo, os autos não poderão sair de cartório, salvo nas
hipóteses expressamente previstas na legislação vigente, ressalvado,
porém, em seu curso ou em outras hipóteses de impossibilidade de
retirada dos autos, o direito de requisição de cópias quando houver
justificada urgência na extração respectiva, mediante autorização
judicial e observando-se o disposto na Seção IV, do Capítulo IX, destas
Normas.
94.2. Na fluência de prazo, cingindo-se a requisição a cópia de sentença, a
extração respectiva deverá ser feita do Livro de Registro de Sentenças.
95. A retirada de processos criminais de cartório somente poderá ser efetuada
por advogado ou estagiário regularmente inscritos na O.A.B., mesmo sem procuração, pelo
prazo de 10 (dez) dias, quando se tratar
de processo findo, e por 48 (quarenta e oito) horas,
quando em andamento, mas nunca na fluência do prazo.
96. A vista dos autos será em cartório, quando, havendo dois ou mais réus com
procuradores diversos, haja prazo comum para falarem ou recorrerem.
97. A vista dos autos poderá ser fora do cartório, se não ocorrer a hipótese do
item anterior, mas exclusivamente ao advogado constituído ou dativo.
98. Somente o escrivão-diretor, o oficial maior ou escrevente especialmente
designado é que poderá registrar a retirada e a devolução de autos no livro próprio, sempre
rigorosamente atualizado.
99. No livro será sempre anotado o número da carteira profissional e respectiva
seção, expedida pela O.A.B., facultado ao funcionário, na dúvida, solicitar sua exibição.
100. Em se tratando de advogado não constituído, a entrega de autos estará
sempre condicionada à prévia autorização judicial escrita.
101. Sempre que receber autos com vista ou para exame, o advogado assinará a
carga respectiva, ou dará recibo que o escrivão-diretor colará imediatamente no registro da
carga.
101.1. O cartório, ao receber os autos de advogados e peritos dará baixa
imediata no livro de carga, à vista do interessado.
101.2. O Juiz Corregedor Permanente poderá determinar a utilização do livro
de carga para a entrega de autos a outros profissionais (Juízes,
Promotores de Justiça, etc.).
106. O desentranhamento de documentos deverá ser efetuado mediante termo
ou certidão nos autos, constando o nome e documento de identificação de quem os recebeu
em devolução, além do competente recibo.
106.1. Os documentos desentranhados poderão ser substituídos por cópias
simples.
106.2. A substituição acima tratada poderá, a critério do juiz do processo, ser
dispensada, quando os documentos de que se pretenda o
desentranhamento não tenham servido de base para fundamentação
de qualquer decisão nos autos proferida ou para a manifestação da
parte contrária.
107. Deverá ser colocada uma folha em branco no lugar das peças ou
documentos desentranhados, anotando-se a folha dos autos em que lançada a certidão de
desentranhamento; quando ocorrer desentranhamento, não serão renumeradas as folhas do
processo.
108. Deverá ser sempre certificado, nas peças e documentos desentranhados, o
número do processo em que se achavam juntados.
As peças e documentos que forem tiradas dos processos deverão conter o número do
processo do qual faziam parte.
TÍTULO VIII - Do Processo Administrativo
CAPÍTULO I - Da Instauração do Processo
Artigo 268 - A aplicação do disposto neste Título se fará sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a vigência de lei anterior.
Artigo 269 - Instaura-se processo administrativo ou sindicância, a fim de
apurar ação ou omissão de funcionário público, puníveis
disciplinarmente.
Artigo 270 - Será obrigatório o processo administrativo quando a falta
disciplinar, por sua natureza, possa determinar a pena de
demissão.
Parágrafo único - O processo será precedido de sindicância, quando
não houver elementos suficientes para se concluir pela
existência da falta ou de sua autoria.
Artigo 271 - No caso dos arts. 253 e 254, poder-se-á aplicar a pena pela
verdade sabida, salvo se, pelas circunstâncias da falta, for
conveniente instaurar-se sindicância ou processo.
Parágrafo único - Entende-se por verdade sabida o conhecimento
pessoal e direto de falta por parte da autoridade
competente para aplicar a pena.
Artigo 272 - São competentes para determinar a instauração de processo
administrativo, as autoridades enumeradas no art. 260 até o
número III, inclusive, e, para determinar a instauração de
sindicância, as autoridades enumeradas no mesmo artigo até o
número IV.
CAPÍTULO II - Da Sindicância
Artigo 273 - A sindicância, como meio sumário de verificação, será
cometida a funcionário, comissão de funcionários, de condição
hierárquica nunca inferior à do indiciado, ou à Comissão
Processante Permanente a que se refere o art. 278.
Artigo 274 - Promove-se a sindicância:
I - como preliminar do processo, nos termos do parágrafo único
do art. 270;
e II - quando não for obrigatória a instalação do processo
administrativo.
Artigo 275 - A comissão, ou o funcionário incumbido da sindicância,
dando-lhe início imediato, procederá às seguintes diligências:
I - ouvirá testemunhas para esclarecimento dos fatos referidos
na portaria de designação e o acusado, se julgar necessário para
esclarecimento dos mesmos ou a bem de sua defesa,
permitindo-lhe juntada de documentos e indicação de provas;
e II - colherá as demais provas que houver, concluindo pela
procedência, ou não, da argüição feita contra o funcionário.
Artigo 276 - A sindicância deverá ser ultimada dentro de 30 (trinta) dias,
prorrogáveis por igual prazo, a critério da autoridade que a
houver mandado instaurar.
Artigo 277 - A critério da autoridade que designar, o funcionário incumbido
para proceder à sindicância poderá dedicar todo o seu tempo
àquele encargo, ficando, em conseqüência, automaticamente
dispensado do serviço da repartição, durante a realização dos
trabalhos a que se refere o art.275.
CAPÍTULO III - Das omissões Processantes
Artigo 278 - Em cada Secretaria de Estado haverá Comissões
Processantes Permanentes destinadas a realizar os processos
administrativos.
§ 1.°- Os membros das Comissões Processantes Permanentes serão
designados pelos Secretários de Estado, com aprovação
do Governador.
§ 2 °- O disposto neste artigo não impede a designação de comissões
especiais pelo Governador do Estado.
Artigo 279 - As Comissões Processantes Permanentes serão constituídas
de 3 (três) funcionários, nomeados pelo prazo de 2 (dois) anos,
facultada a recondução, cabendo a presidência a Procurador do
Estado.
§ 1.°- Haverá tantas Comissões quantas forem julgadas necessárias.
§ 2.°- Os membros da Comissão poderão ser dispensados a qualquer
tempo, com aprovação do Governador.
Artigo 280 - Não poderá ser encarregado de proceder a sindicância, nem
fazer parte da Comissão Processante, mesmo como secretário
desta, parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau inclusive do denunciante ou indiciado, bem
como o subordinado dele.
Parágrafo único - Ao funcionário designado incumbirá comunicar,
desde logo, à autoridade competente, o impedimento que
houver, de acordo com este artigo.
Artigo 281 - Os membros das Comissões Processantes Permanentes, bem
como os respectivos secretários, dedicarão todo o seu tempo
aos trabalhos pertinentes aos processos administrativos e às
sindicâncias de que foram encarregados, ficando dispensados
dos serviços da repartição durante todo o prazo da nomeação de
que trata o art. 279.
Parágrafo único - Nas comissões não permanentes, também
compostas de 3 (três) membros, somente por expressa
determinação da autoridade que as designar, poderão
seus integrantes ser afastados do exercício dos cargos,
durante a realização do processo.
Artigo 282 - Fica sujeita à aprovação dos Diretores Gerais das Secretarias
de Estado, a designação de servidor encarregado de secretariar
os trabalhos das Comissões Processantes
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em
07/06/2003
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências
correlatas
"TÍTULO VIII
Do Procedimento Disciplinar (NR)
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais (NR)
Artigo 268 - A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou
processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa. (NR)
Artigo
269 - Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua
natureza, possa determinar as penas de repreensão, suspensão ou multa.
(NR)
A instauração da sindicância será determinada sempre pelo Dirigente
Regional de Ensino.
Artigo 270 - Será obrigatório o processo administrativo quando a falta
disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas 'de demissão, de
demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade. (NR)
Antes desta lei, não se instaurava processo administrativo para os
servidores admitidos em caráter temporário, a não ser que fossem estáveis.
Esta nova redação o procedimento abrange todo servidor no âmbito desta
Secretaria.
Artigo 271 - Os procedimentos disciplinares punitivos serão realizados
pela Procuradoria Geral do Estado e presididos por Procurador do Estado
confirmado na carreira. (NR)
CAPÍTULO II
Da Sindicância
Artigo 272 - São competentes para determinar a instauração de sindicância
as autoridades enumeradas no artigo 260. (NR)
Parágrafo único - Instaurada a sindicância, o Procurador do Estado que a
presidir comunicará o fato ao órgão setorial de pessoal. (NR)
Artigo 273 - Aplicam-se à sindicância as regras previstas nesta lei
complementar para o processo administrativo, com as seguintes
modificações: (NR)
I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 (três)
testemunhas; (NR)
II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) dias; (NR)
III - com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade competente para
a decisão. (NR)
CAPÍTULO III
Do Processo Administrativo (NR)
Artigo 274 - São competentes para determinar a instauração de processo
administrativo as autoridades enumeradas no artigo 260, até o inciso IV,
inclusive. (NR)
Artigo 275 - Não poderá ser encarregado da apuração, nem atuar como
secretário, amigo íntimo ou inimigo, parente consangüíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou
qualquer integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado, bem
assim o subordinado deste. (NR)
Artigo 276 - A autoridade ou o funcionário designado deverão comunicar,
desde logo, à autoridade competente, o impedimento que houver. (NR)
Artigo 277 - O processo administrativo deverá ser instaurado por portaria,
no prazo improrrogável de 8 (oito) dias do recebimento da determinação, e
concluído no de 90 (noventa) dias da citação do acusado. (NR)
§ 1º - Da portaria deverão constar o nome e a identificação do acusado, a
infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos, a indicação
das normas infringidas e a penalidade mais elevada em tese cabível. (NR)
§ 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o processo, o Procurador do
Estado que o presidir deverá imediatamente encaminhar ao seu superior
hierárquico relatório indicando as providências faltantes e o tempo
necessário para término dos trabalhos. (NR)
§ 3º - O superior hierárquico dará ciência dos fatos a que se refere o
parágrafo anterior e das providências que houver adotado à autoridade que
determinou a instauração do processo. (NR)
Artigo 278 - Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará o
presidente dia e hora para audiência de interrogatório, determinando a
citação do acusado e a notificação do denunciante, se houver. (NR)
§ 1º - O mandado de citação deverá conter: (NR)
1 - cópia da portaria; (NR)
2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser acompanhado pelo
advogado do acusado; (NR)
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que deverá ser
acompanhada pelo advogado do acusado; (NR)
4 - esclarecimento de que o acusado será defendido por advogado dativo,
caso não constitua advogado próprio; (NR)
5 - informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e requerer
provas, no prazo de 3 (três) dias após a data designada para seu
interrogatório; (NR)
6 - advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir
exoneração até o interrogatório, quando se tratar exclusivamente de
abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade. (NR)
§ 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo 2 (dois) dias
antes do interrogatório, por intermédio do respectivo superior hierárquico,
ou diretamente, onde possa ser encontrado. (NR)
§ 3º - Não sendo encontrado em seu local de trabalho ou no endereço
constante de seu assentamento individual, furtando-se o acusado à citação
ou ignorando-se seu paradeiro, a citação far-se-á por edital, publicado uma
vez no Diário Oficial do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do
interrogatório. (NR)
Artigo 279 - Havendo denunciante, este deverá prestar declarações, no
interregno entre a data da citação e a fixada para o interrogatório do
acusado, sendo notificado para tal fim. (NR)
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo advogado do
acusado, próprio ou dativo. (NR)
§ 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denunciante; antes porém de
ser interrogado, poderá ter ciência das declarações que aquele houver
prestado. (NR)
Artigo 280 - Não comparecendo o acusado, será, por despacho, decretada
sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e termos do processo. (NR)
Artigo 281 - Ao acusado revel será nomeado advogado dativo. (NR)
Artigo 282 - O acusado poderá constituir advogado que o representará em
todos os atos e termos do processo. (NR)
§ 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos atos e termos do
processo, não sendo obrigatória qualquer notificação. (NR)
§ 2º - O advogado será intimado por publicação no Diário Oficial do Estado,
de que conste seu nome e número de inscrição na Ordem dos Advogados do
Brasil, bem como os dados necessários à identificação do procedimento.
(NR)
§ 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros ou negando-se a constituir
advogado, o presidente nomeará advogado dativo. (NR)
§ 4º - O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir advogado para
prosseguir na sua defesa. (NR)
Lei Complementar Nº 942/2003 Publicado em
07/06/2003
Altera a Lei Nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, que dispõe sobre o Estatuto
dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, e dá providências
correlatas
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte
lei complementar:
Artigo 1º
Passam a vigorar com a seguinte redação os dispositivos adiante
enumerados da Lei N° 10.261/1968:
I - os artigos 239 e 240:
"Artigo 239 - É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica,
independentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade ou
abuso de poder e para defesa de direitos. (NR)
§ 1o - Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou
conduta incompatível no serviço público. (NR)
§ 2o - Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a
protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade
do agente. (NR)
Artigo 240 - Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar,
bem como, nos termos desta lei complementar, pedir reconsideração e
recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo previsão legal
específica. (NR)";
II - o inciso II do artigo 257, passando o TÍTULO VII a denominar-se "Das
Penalidades, da Extinção da Punibilidade e das Providências Preliminares"
(NR):
"II - praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé
pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à
defesa nacional;" (NR);
III - os artigos 260 e 261:
"Artigo 260 - Para aplicação das penalidades previstas no artigo 251, são
competentes:
I - o Governador;
II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do
Estado e os
Superintendentes de Autarquia; (NR)
III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; (NR)
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada a 60 (sessenta) dias; e
(NR)
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de suspensão limitada a 30
(trinta) dias. (NR)
Parágrafo único - Havendo mais de um infrator e diversidade de sanções, a
competência será da autoridade responsável pela imposição da penalidade
mais grave. (NR)"
Artigo 261 - Extingue-se a punibilidade pela prescrição: (NR)
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou multa, em 2 (dois)
anos;
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a bem do serviço
público e de cassação da aposentadoria ou disponibilidade, em 5 (cinco)
anos; (NR)
III - da falta prevista em lei como infração penal, no prazo de prescrição em
abstrato da pena criminal, se for superior a 5 (cinco) anos. (NR)
§ 1º - A prescrição começa a correr: (NR)
1 - do dia em que a falta for cometida; (NR)
2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanência, nas faltas
continuadas ou permanentes. (NR)
§ 2º - Interrompem a prescrição a portaria que instaura sindicância e a que
instaura processo administrativo. (NR)
§ 3º - O lapso prescricional corresponde: (NR)
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da pena efetivamente
aplicada; (NR)
2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabível. (NR)
§ 4º - A prescrição não corre: (NR)
1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para aguardar decisão
judicial, na forma do § 3º do artigo 250; (NR)
2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser
restabelecido. (NR)
§ 5º - Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora
determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.
(NR)
§ 6º - A decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá desde
logo determinar, quando for o caso, as providências necessárias à apuração
da responsabilidade pela sua ocorrência. (NR)"
IV - os artigos 264 a 267, passando o CAPÍTULO II a denominar-se "Das
Providências Preliminares" (NR):
"Artigo 264 - A autoridade que, por qualquer meio, tiver conhecimento de
irregularidade praticada por servidor é obrigada a adotar providências
visando à sua imediata apuração, sem prejuízo das medidas urgentes que o
caso exigir. (NR)
Artigo 265 - A autoridade realizará apuração preliminar, de natureza
simplesmente investigativa, quando a infração não estiver suficientemente
caracterizada ou definida autoria. (NR)
§ 1º - A apuração preliminar deverá ser concluída no prazo de 30 (trinta) dias.
(NR)
§ 2º - Não concluída no prazo a apuração, a autoridade deverá imediatamente
encaminhar ao Chefe de Gabinete relatório das diligências realizadas e
definir o tempo necessário para o término dos trabalhos. (NR)
§ 3º - Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade deverá opinar
fundamentadamente pelo arquivamento ou pela instauração de sindicância
ou de processo administrativo. (NR)
Artigo 266 - Determinada a instauração de sindicância ou processo
administrativo, ou no seu curso, havendo conveniência para a instrução ou
para o serviço, poderá o Chefe de Gabinete, por despacho fundamentado,
ordenar as seguintes providências: (NR)
I - afastamento preventivo do servidor, quando o recomendar a moralidade
administrativa ou a apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou
vantagens, até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis uma única vez por
igual período; (NR)
II - designação do servidor acusado para o exercício de atividades
exclusivamente burocráticas até decisão final do procedimento; (NR)
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas e algemas; (NR)
IV - proibição do porte de armas; (NR)
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para
tomar ciência dos atos do procedimento. (NR)
§ 1º - A autoridade que determinar a instauração ou presidir sindicância ou
processo administrativo poderá representar ao Chefe de Gabinete para
propor a aplicação das medidas previstas neste artigo, bem como sua
cessação ou alteração. (NR)
§ 2º - O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer momento, por despacho
fundamentado, fazer cessar ou alterar as medidas previstas neste artigo.
(NR)
Artigo 267 - O período de afastamento preventivo computa-se como de
efetivo exercício, não sendo descontado da pena de suspensão
eventualmente aplicada. (NR)"
V - os artigos 268 a 321, agrupados nos títulos e capítulos a seguir
indicados:
"TÍTULO VIII
Do Procedimento Disciplinar (NR)
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais (NR)
Artigo 268 - A apuração das infrações será feita mediante sindicância ou
processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa. (NR)
Artigo 269 - Será instaurada sindicância quando a falta disciplinar, por sua
natureza, possa determinar as penas de repreensão, suspensão ou multa.
(NR)
Artigo 270 - Será obrigatório o processo administrativo quando a falta
disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas 'de demissão, de
demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade. (NR)
Artigo 271 - Os procedimentos disciplinares punitivos serão realizados
pela Procuradoria Geral do Estado e presididos por Procurador do Estado
confirmado na carreira. (NR)
CAPÍTULO II
Da Sindicância
Artigo 272 - São competentes para determinar a instauração de sindicância
as autoridades enumeradas no artigo 260. (NR)
Parágrafo único - Instaurada a sindicância, o Procurador do Estado que a
presidir comunicará o fato ao órgão setorial de pessoal. (NR)
Artigo 273 - Aplicam-se à sindicância as regras previstas nesta lei
complementar para o processo administrativo, com as seguintes
modificações: (NR)
I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 (três)
testemunhas; (NR)
II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) dias; (NR)
III - com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade competente para
a decisão. (NR)
CAPÍTULO III
Do Processo Administrativo (NR)
Artigo 274 - São competentes para determinar a instauração de processo
administrativo as autoridades enumeradas no artigo 260, até o inciso IV,
inclusive. (NR)
Artigo 275 - Não poderá ser encarregado da apuração, nem atuar como
secretário, amigo íntimo ou inimigo, parente consangüíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou
qualquer integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado, bem
assim o subordinado deste. (NR)
Artigo 276 - A autoridade ou o funcionário designado deverão comunicar,
desde logo, à autoridade competente, o impedimento que houver. (NR)
Artigo 277 - O processo administrativo deverá ser instaurado por portaria,
no prazo improrrogável de 8 (oito) dias do recebimento da determinação, e
concluído no de 90 (noventa) dias da citação do acusado. (NR)
§ 1º - Da portaria deverão constar o nome e a identificação do acusado, a
infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos, a indicação
das normas infringidas e a penalidade mais elevada em tese cabível. (NR)
§ 2º - Vencido o prazo, caso não concluído o processo, o Procurador do
Estado que o presidir deverá imediatamente encaminhar ao seu superior
hierárquico relatório indicando as providências faltantes e o tempo
necessário para término dos trabalhos. (NR)
§ 3º - O superior hierárquico dará ciência dos fatos a que se refere o
parágrafo anterior e das providências que houver adotado à autoridade que
determinou a instauração do processo. (NR)
Artigo 278 - Autuada a portaria e demais peças preexistentes, designará o
presidente dia e hora para audiência de interrogatório,
determinando a
citação do acusado e a notificação do denunciante, se houver. (NR)
§ 1º - O mandado de citação deverá conter: (NR)
1 - cópia da portaria; (NR)
2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser acompanhado pelo
advogado do acusado; (NR)
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que deverá ser
acompanhada pelo advogado do acusado; (NR)
4 - esclarecimento de que o acusado será defendido por advogado dativo,
caso não constitua advogado próprio; (NR)
5 - informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e requerer
provas, no prazo de 3 (três) dias após a data designada para seu
interrogatório; (NR)
6 - advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir
exoneração até o interrogatório, quando se tratar exclusivamente de
abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade. (NR)
§ 2º - A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo 2 (dois) dias
antes do interrogatório, por intermédio do respectivo superior hierárquico,
ou diretamente, onde possa ser encontrado. (NR)
§ 3º - Não sendo encontrado em seu local de trabalho ou no endereço
constante de seu assentamento individual, furtando-se o acusado à citação
ou ignorando-se seu paradeiro, a citação far-se-á por edital, publicado uma
vez no Diário Oficial do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do
interrogatório. (NR)
Artigo 279 - Havendo denunciante, este deverá prestar declarações, no
interregno entre a data da citação e a fixada para o interrogatório do
acusado, sendo notificado para tal fim. (NR)
§ 1º - A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo advogado do
acusado, próprio ou dativo. (NR)
§ 2º - O acusado não assistirá à inquirição do denunciante; antes porém de
ser interrogado, poderá ter ciência das declarações que aquele houver
prestado. (NR)
Artigo 280 - Não comparecendo o acusado, será, por despacho, decretada
sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e termos do processo. (NR)
Artigo 281 - Ao acusado revel será nomeado advogado dativo. (NR)
Artigo 282 - O acusado poderá constituir advogado que o representará em
todos os atos e termos do processo. (NR)
§ 1º - É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos atos e termos do
processo, não sendo obrigatória qualquer notificação. (NR)
§ 2º - O advogado será intimado por publicação no Diário Oficial do Estado,
de que conste seu nome e número de inscrição na Ordem dos Advogados do
Brasil, bem como os dados necessários à identificação do procedimento.
(NR)
§ 3º - Não tendo o acusado recursos financeiros ou negando-se a constituir
advogado, o presidente nomeará advogado dativo. (NR)
§ 4º - O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir advogado para
prosseguir na sua defesa. (NR)
Artigo 283 - Comparecendo ou não o acusado ao interrogatório, inicia-se o
prazo de 3 (três) dias para requerer a produção de provas, ou apresentá-las.
(NR)
§ 1º - O presidente e cada acusado poderão arrolar até 5 (cinco)
testemunhas. (NR)
§ 2º - A prova de antecedentes do acusado será feita exclusivamente por
documentos, até as alegações finais. (NR)
§ 3º - Até a data do interrogatório, será designada a audiência de instrução.
(NR)
Artigo 284 - Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela ordem, as
testemunhas arroladas pelo presidente e pelo acusado. (NR)
Parágrafo único - Tratando-se de servidor público, seu comparecimento
poderá ser solicitado ao respectivo superior imediato com as indicações
necessárias. (NR)
Artigo 285 - A testemunha não poderá eximir-se de depor, salvo se for
ascendente, descendente, cônjuge, ainda que legalmente separado,
companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado,
exceto quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a
prova do fato e de suas circunstâncias. (NR)
§ 1º - Se o parentesco das pessoas referidas for com o denunciante, ficam
elas proibidas de depor, observada a exceção deste artigo. (NR)
§ 2º - Ao servidor que se recusar a depor, sem justa causa, será pela
autoridade competente adotada a providência a que se refere o artigo 262,
mediante comunicação do presidente. (NR)
§ 3º - O servidor que tiver de depor como testemunha fora da sede de seu
exercício, terá direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor,
podendo ainda expedir-se precatória para esse efeito à autoridade do
domicílio do depoente. (NR)
§ 4º - São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se,
desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. (NR)
Artigo 286 - A testemunha que morar em comarca diversa poderá ser
inquirida pela autoridade do lugar de sua residência, expedindo-se, para
esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimada a defesa. (NR)
§ 1º - Deverá constar da precatória a síntese da imputação e os
esclarecimentos pretendidos, bem como a advertência sobre a necessidade
da presença de advogado. (NR)
§ 2º - A expedição da precatória não suspenderá a instrução do
procedimento. (NR)
§ 3º - Findo o prazo marcado, o procedimento poderá prosseguir até final
decisão; a todo tempo, a precatória, uma vez devolvida, será juntada aos
autos. (NR)
Artigo 287 - As testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à
audiência designada independente de notificação. (NR)
§ 1º - Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e
que não comparecer espontaneamente. (NR)
§ 2º - Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá substituí-la, se
quiser, levando na mesma data designada para a audiência outra
testemunha, independente de notificação. (NR)
Artigo 288 - Em qualquer fase do processo, poderá o presidente, de ofício
ou a requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda convenientes.
(NR)
§ 1º - As informações necessárias à instrução do processo serão solicitadas
diretamente, sem observância de vinculação hierárquica, mediante ofício, do
qual cópia será juntada aos autos. (NR)
§ 2º - Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o
presidente os requisitará, observados os impedimentos do artigo 275. (NR)
Artigo 289 - Durante a instrução, os autos do procedimento administrativo
permanecerão na repartição competente. (NR)
§ 1º - Será concedida vista dos autos ao acusado, mediante simples
solicitação, sempre que não prejudicar o curso do procedimento. (NR)
§ 2º - A concessão de vista será obrigatória, no prazo para manifestação do
acusado ou para apresentação de recursos, mediante publicação no Diário
Oficial do Estado. (NR)
§ 3º - Não corre o prazo senão depois da publicação a que se refere o
parágrafo anterior e desde que os autos estejam efetivamente disponíveis
para vista. (NR)
§ 4º - Ao advogado é assegurado o direito de retirar os autos da repartição,
mediante recibo, durante o prazo para manifestação de seu representado,
salvo na hipótese de prazo comum, de processo sob regime de segredo de
justiça ou quando existirem nos autos documentos originais de difícil
restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência
dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em despacho
motivado. (NR)
Artigo 290 - Somente poderão ser indeferidos pelo presidente, mediante
decisão fundamentada, os requerimentos de nenhum interesse para o
esclarecimento do fato, bem como as provas ilícitas, impertinentes,
desnecessárias ou protelatórias. (NR)
Artigo 291 - Quando, no curso do procedimento, surgirem fatos novos
imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a instauração de novo
procedimento para sua apuração, ou, caso conveniente, aditada a portaria,
reabrindo-se oportunidade de defesa. (NR)
Artigo 292 - Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos autos à defesa,
que
poderá apresentar alegações finais, no prazo de 7 (sete) dias. (NR)
Parágrafo único - Não apresentadas no prazo as alegações finais, o
presidente designará advogado dativo, assinando-lhe novo prazo. (NR)
Artigo 293 - O relatório deverá ser apresentado no prazo de 10 (dez) dias,
contados da apresentação das alegações finais. (NR)
§ 1º - O relatório deverá descrever, em relação a cada acusado,
separadamente, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as
razões de defesa, propondo a absolvição ou punição e indicando, nesse
caso, a pena que entender cabível. (NR)
§ 2º - O relatório deverá conter, também, a sugestão de quaisquer outras
providências de interesse do serviço público. (NR)
Artigo 294 - Relatado, o processo será encaminhado à autoridade que
determinou sua instauração. (NR)
Artigo 295 - Recebendo o processo relatado, a autoridade que houver
determinado sua instauração deverá, no prazo de 20 (vinte) dias, proferir o
julgamento ou determinar a realização de diligência, sempre que necessária
ao esclarecimento de fatos. (NR)
Artigo 296 - Determinada a diligência, a autoridade encarregada do
processo administrativo terá prazo de 15 (quinze) dias para seu
cumprimento, abrindo vista à defesa para manifestar-se em 5 (cinco) dias.
(NR)
Artigo 297 - Quando escaparem à sua alçada as penalidades e
providências que lhe parecerem cabíveis, a autoridade que determinou a
instauração do processo administrativo deverá propô-las, justificadamente,
dentro do prazo para julgamento, à autoridade competente. (NR)
Artigo 298 - A autoridade que proferir decisão determinará os atos dela
decorrentes e as providências necessárias a sua execução. (NR)
Artigo 299 - As decisões serão sempre publicadas no Diário Oficial do
Estado, dentro do prazo de 8 (oito) dias, bem como averbadas no registro
funcional do servidor. (NR)
Artigo 300 - Terão forma processual resumida, quando possível, todos os
termos lavrados pelo secretário, quais sejam: autuação, juntada, conclusão,
intimação, data de recebimento, bem como certidões e compromissos. (NR)
§ 1º - Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da
apresentação, rubricando o presidente as folhas acrescidas. (NR)
§ 2º - Todos os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele
deverão figurar por cópia. (NR)
Artigo 301 - Constará sempre dos autos da sindicância ou do processo a
folha de serviço do indiciado. (NR)
Artigo 302 - Quando ao funcionário se imputar crime, praticado na esfera
administrativa, a autoridade que determinou a instauração do processo
administrativo providenciará para que se instaure, simultaneamente, o
inquérito policial. (NR)
Parágrafo único - Quando se tratar de crime praticado fora da esfera
administrativa, a autoridade policial dará ciência dele à autoridade
administrativa. (NR)
Artigo 303 - As autoridades responsáveis pela condução do processo
administrativo e do inquérito policial se auxiliarão para que os mesmos se
concluam dentro dos prazos respectivos. (NR)
Artigo 304 - Quando o ato atribuído ao funcionário for considerado
criminoso, serão remetidas à autoridade competente cópias autenticadas
das peças essenciais do processo. (NR)
Artigo 305 - Não será declarada a nulidade de nenhum ato processual que
não houver influído na apuração da verdade substancial ou diretamente na
decisão do processo ou sindicância. (NR)
Artigo 306 - É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divulgação
notas sobre os atos processuais, salvo no interesse da Administração, a
juízo do Secretário de Estado ou do Procurador Geral do Estado. (NR)
Artigo 307 - Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, contados do
cumprimento da sanção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não
mais poderá aquela ser considerada em prejuízo do infrator, inclusive para
efeito de reincidência. (NR)
Parágrafo único - A demissão e a demissão a bem do serviço público
acarretam a incompatibilidade para nova investidura em cargo, função ou
emprego público, pelo prazo de 5 (cinco) e 10 (dez) anos, respectivamente.
(NR)
CAPÍTULO IV
Do Processo por Abandono do Cargo ou Função e
por Inassiduidade (NR)
Artigo 308 - Verificada a ocorrência de faltas ao serviço que caracterizem
abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade, o superior imediato
comunicará o fato à autoridade competente para determinar a instauração de
processo disciplinar, instruindo a representação com cópia da ficha
funcional do servidor e atestados de freqüência. (NR)
Artigo 309 - Não será instaurado processo para apurar abandono de cargo
ou função, bem como inassiduidade, se o servidor tiver pedido exoneração.
(NR)
Artigo 310 - Extingue-se o processo instaurado exclusivamente para
apurar abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade, se o
indiciado pedir exoneração até a data designada para o interrogatório, ou
por ocasião deste. (NR)
Artigo 311 - A defesa só poderá versar sobre força maior, coação ilegal ou
motivo legalmente justificável. (NR)
CAPÍTULO V
Dos Recursos (NR)
Artigo 312 - Caberá recurso, por uma única vez, da decisão que aplicar
penalidade. (NR)
§ 1º - O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, contados da publicação da
decisão impugnada no Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal do
servidor, quando for o caso. (NR)
§ 2º - Do recurso deverá constar, além do nome e qualificação do recorrente,
a exposição das razões de inconformismo. (NR)
§ 3º - O recurso será apresentado à autoridade que aplicou a pena, que terá o
prazo de 10 (dez) dias para, motivadamente, manter sua decisão ou reformá-
la. (NR)
§ 4º - Mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será imediatamente
encaminhada a reexame pelo superior hierárquico. (NR)
§ 5º - O recurso será apreciado pela autoridade competente ainda que
incorretamente denominado ou endereçado. (NR)
Artigo 313 - Caberá pedido de reconsideração, que não poderá ser
renovado, de decisão tomada pelo Governador do Estado em única
instância, no prazo de 30 (trinta) dias. (NR)
Artigo 314 - Os recursos de que trata esta lei complementar não têm efeito
suspensivo; os que forem providos darão lugar às retificações necessárias,
retroagindo seus efeitos à data do ato punitivo. (NR)
CAPÍTULO VI (NR)
Da Revisão (NR)
Artigo 315 - Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de punição
disciplinar de que não caiba mais recurso, se surgirem fatos ou
circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis de procedimento,
que possam justificar redução ou anulação da pena aplicada. (NR)
§ 1º - A simples alegação da injustiça da decisão não constitui fundamento
do pedido. (NR)
§ 2º - Não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento. (NR)
§ 3º - Os pedidos formulados em desacordo com este artigo serão
indeferidos. (NR)
§ 4º - O ônus da prova cabe ao requerente. (NR)
Artigo 316 - A pena imposta não poderá ser agravada pela revisão. (NR)
Artigo 317 - A instauração de processo revisional poderá ser requerida
fundamentadamente pelo interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu
curador, cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, sempre
por intermédio de advogado. (NR)
Parágrafo único - O pedido será instruído com as provas que o requerente
possuir ou com indicação daquelas que pretenda produzir. (NR)
Artigo 318 - A autoridade que aplicou a penalidade, ou que a tiver
confirmado em grau de recurso, será competente para o exame da
admissibilidade do pedido de revisão, bem como, caso deferido o
processamento, para a sua decisão final. (NR)
Artigo 319 - Deferido o processamento da revisão, será este realizado por
Procurador de Estado que não tenha funcionado no procedimento
disciplinar de que resultou a punição do requerente. (NR)
Artigo 320
- Recebido o pedido, o presidente providenciará o apensamento
dos autos originais e notificará o requerente para, no prazo de 8 (oito) dias,
oferecer rol de testemunhas, ou requerer outras provas que pretenda
produzir. (NR)
Parágrafo único - No processamento da revisão serão observadas as normas
previstas nesta lei complementar para o processo administrativo. (NR)
Artigo 321 - A decisão que julgar procedente a revisão poderá alterar a
classificação da infração, absolver o punido, modificar a pena ou anular o
processo, restabelecendo os direitos atingidos pela decisão reformada.
(NR)"
Artigo 2º
Ficam acrescentados à Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, os seguintes
dispositivos:
I - ao artigo 250, os §§ 1º, 2º e 3º:
"§ 1º - A responsabilidade administrativa é independente da civil e da
criminal.
§ 2º - Será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava e com
todos os direitos e vantagens devidas, o servidor absolvido pela Justiça,
mediante simples comprovação do trânsito em julgado de decisão que
negue a existência de sua autoria ou do fato que deu origem à sua demissão.
§ 3º - O processo administrativo só poderá ser sobrestado para aguardar
decisão judicial por despacho motivado da autoridade competente para
aplicar a pena."
II - ao artigo 257, os incisos XI, XII e XIII:
"XI - praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e terrorismo;
XII - praticar ato definido como crime contra o Sistema Financeiro, ou de
lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores;
XIII - praticar ato definido em lei como de improbidade."
Artigo 3º
Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação.
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Artigo 1º - A nova tipificação acrescentada ao artigo 257 da Lei Nº 10.261,
de 28 de outubro de 1968, só se aplica aos atos praticados após a entrada
em vigor desta lei complementar.
Artigo 2º - As disposições de natureza processual desta lei complementar
aplicam-se imediatamente, sem prejuízo da validade dos atos realizados na
vigência da legislação anterior.
Artigo 3º - Serão adaptados os procedimentos em curso na data da entrada
em vigor desta lei complementar, cabendo ao presidente tomar as
providências necessárias, ouvido o acusado.
Parágrafo único - O presidente da Comissão Processante assumirá a
condução do processo administrativo em curso, sem prejuízo de eventual
redistribuição a critério da Procuradoria Geral do Estado.
Artigo 4º - Os servidores que tiverem recebido punição da qual ainda caiba
recurso ou pedido de reconsideração, terão prazo decadencial de 30 (trinta)
dias para a respectiva interposição, na forma desta lei complementar.
Parágrafo único - A Administração publicará aviso, por 3 (três) vezes, no
Diário Oficial do Estado, quanto ao disposto no "caput", contando-se o prazo
do primeiro dia útil após a terceira publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 6 de junho de 2003
GERALDO ALCKMIN