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Análise Estatística – Prof. André Breve Probabilidade - Introdução - A palavra probabilidade deriva do latim probare (provar ou testar). - Informalmente, provável é uma das muitas palavras utilizadas para eventos incertos ou conhecidos, sendo também substituída por algumas palavras como “sorte”, “risco”, “azar”, “incerteza”, “duvidoso”, dependendo do contexto - A teoria das probabilidades é um ramo da matemática que cria, elabora e pesquisa modelos para estudar experimentos ou fenômenos aleatórios (Dante, 2010). - A teoria das probabilidades tenta quantificar a noção de provável. - Embora o cálculo das probabilidades pertença ao campo da Matemática, o seu uso na Estatística se justifica pelo fato de a maioria dos fenômenos estatísticos são de natureza aleatória ou probabilística. - O conhecimento dos aspectos fundamentais do cálculo de probabilidades é uma necessidade essencial para o estudo da Estatística Indutiva ou Inferencial. - Experimento aleatório - Há certos fenômenos (ou experimentos) que, embora sejam repetidos muitas vezes sob condições idênticas, não apresentam os mesmos resultados. - Exemplos: - No lançamento de uma moeda perfeita, o resultado é imprevisível; não se pode determiná-lo antes de ser realizado. Não sabemos se sairá cara ou coroa em cada lançamento; - Lançamento de um dado “não viciado”; - Resultado de um jogo de roleta; - Número de pessoas que ganharão na loteria; - Qual time sairá vencedor da partida. - Pelo fato de não sabermos o resultado exato de um fenômeno aleatório é que buscamos os resultados prováveis, as chances, as probabilidades de determinado resultado ocorrer. - Definição: Experimentos ou Fenômenos Aleatórios são aqueles que, mesmo repetidos várias vezes sob condições semelhantes, apresentam resultados imprevisíveis. - Espaço Amostral - Em um experimento (ou fenômeno) aleatório, o conjunto formado por todos os resultados possíveis é chamado espaço amostral ou conjunto universo e é representado por S. - O espaço amostral depende do experimento. - A cada evento correspondem, em geral, vários resultados possíveis, como os exemplos seguintes: - Ao lançarmos uma moeda, há dois resultados possíveis: ocorrer cara ou ocorrer coroa, ou seja, o espaço amostral é S = {cara, coroa} - Ao efetuarmos dois lançamentos sucessivos de uma moeda, podemos obter cara e cara, coroa e coroa, cara e coroa ou coroa e cara, logo S = {(Ca, Ca), (Co, Co), (Ca, Co), (Co, Ca)} - Ao lançarmos um dado: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6} - Cada um dos elementos de S que corresponde a um resultado recebe o nome de ponto amostral. Assim: 2 ϵ S => 2 é um ponto amostral de S. - Eventos - Chamamos de evento qualquer subconjunto do espaço amostral S de um experimento aleatório. - Assim, qualquer que seja o evento E: - Se E ϲ S (E está contido em S), então E é um evento de S; - Se E = S, E é chamado evento certo pois coincide com o espaço amostral; - Se E ϲ S e E é um conjunto unitário, E é chamado evento elementar. - Se E = ᴓ, E é chamado evento impossível, pois é vazio. Exemplos: - No lançamento de um dado, onde S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}, temos: Evento A. Obter um número par na face superior: A = {2, 4, 6} Evento B. Obter um nº menor ou igual a 6 na face superior: B={1, 2, 3, 4, 5, 6} Evento C: Obter o número 1 na face superior: C = {1} Evento D: Obter um número maior que 6 na face superior: D = ᴓ. - No lançamento de uma moeda, vamos determinar o espaço amostral e o evento “sair cara”. S = {Cara, Coroa}; Evento A = {Cara} - Probabilidade - Dado um experimento aleatório, sendo S o seu espaço amostral, vamos admitir que todos os elementos de S tenham a mesma chance de acontecer, ou seja, que S é um conjunto equiprovável. - Chamamos de probabilidade de um evento A (A ϲ S) o número real P(A), tal que: P(A) = n(A) n(S) Onde: n(A) é número de elementos de A n(S) é o número de elementos de S ou P(A) = número de resultados favoráveis número total de resultados possíveis Exemplos: 1) Qual é a probabilidade de se obter cara no lançamento de uma moeda? S = {Ca, Co} => n(S) = 2 A = {Ca} => n(A) = 1 Logo: P(A) = n(A)/n(S) => P(A) = 1/2 => P(A) = 0,5 R: Ao lançarmos uma moeda equilibrada, a chance de sair cara na face superior é de 50% 2) - Conclusão: - A probabilidade do evento certo é igual a 1: P(S) = 1 - A probabilidade do evento impossível é zero: P(ᴓ) = 0 - A probabilidade de um evento E qualquer (E ϲ S) é tal que: 0 ≤ P(E) ≤ 1 - Eventos Complementares - Sabendo-se que um evento pode ocorrer ou não, sendo p a probabilidade que ele ocorra (sucesso) e q a probabilidade de que ele não ocorra (insucesso): p + q = 1 => p = 1 - q - Logo, se a probabilidade de se realizar um evento é p = 1/5, a probabilidade de que ele não ocorra é: q = 1 - 1/5 => q = 4/5 Ex: Qual é a probabilidade de não tirar o número 4 no lançamento de um dado? Probabilidade de tirar o 4: p = 1/6 Probabilidade de não tirar o 4: q = 1 - 1/6 => q = 5/6 - Eventos Independentes - Dizemos que dois eventos são independentes quando a realização ou não realização de um dos eventos não afeta a probabilidade da realização do outro e vice-versa. Ex: Ao lançarmos dois dados, o resultado obtido em um dos lançamentos não interfere no resultado do outro, ou seja, são independentes. - Se dois eventos são independentes, a probabilidade de que eles se realizem simultaneamente é igual ao produto das probabilidades de realização dos dois eventos. - Seja p1a probabilidade de realização do primeiro evento e p2 a probabilidade de realização do segundo evento, a Probabilidade de realização dos eventos simultaneamente é: p = p1 x p2 - Ex: No lançamento de dois dados, qual é a probabilidade de obtermos, simultaneamente, 1 no primeiro lançamento e 5 no segundo? p1 = 1/6 p2 = 1/6 p = 1/6 x 1/6 => p = 1/36 - Eventos mutuamente exclusivos - Dois ou mais eventos são mutuamente exclusivos quando a realização de um exclui a realização do(s) outro(s). Ex: No lançamento de uma moeda, o evento “tirar cara” e o evento “tirar coroa” são mutuamente exclusivos, já que, ao se realizar um deles, o outro não se realiza. - Se dois eventos são mutuamente exclusivos, a probabilidade de que um OU outro se realize é igual à soma das probabilidades de que cada um deles se realize. p = p1 + p2 Ex: Qual é a probabilidade de se tirar 3 ou 5 no lançamento de um dado? p = 1/6 + 1/6 => p = 2/6 => p = 1/3