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Princípios de Ciências dos Materiais EET310 – Eng. de Petróleo Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Prof. Gabriela Ribeiro Pereira gpereira@metalmat.ufrj.br LNDC – Sala 11 – 3o andar Discordâncias Aumento de Resistência 3 Discordâncias em monocristal de LiF, polido e atacado quimicamente Discordâncias • Porque estudar isso? –Movimento das discordâncias – mecanismos de deformação e ruptura 4 ruptura –Mecanismos de endurecimento !! – Projeto de ligas e novos materiais Discordâncias • O que vamos aprender? – Movimento da discordâncias em aresta e em espiral – Como a deformação plástica se relaciona com o movimento das discordâncias – Sistemas de escorregamento 5 – Sistemas de escorregamento – Alteração da estrutura de grão induzida pela deformação – Contorno de grão afeta movimento das discordâncias – Endurecimento por solução sólida – Processo de encruamento – Recristalização e recuperação – Crescimento do tamanho de grão Discordância em Aresta Vetor de Burgers Característica da Discordância em Aresta: -A linha da discordância começa e termina no interior do cristal, -Nesta configuração ( ⊥ ), os átomos do semiplano superior 6 linha da discordânci a em aresta estão comprimidos, enquanto os do semiplano inferior tracionados. Um semiplano extra é introduzido (ou retirado) do cristal, causando uma distorção localizada na rede cristalina. Discordância em Espiral Screw Dislocation Adaptado da Fig. 4,4, Callister 7ed. Vetor de Burgers b Linha da discordância b Discordância Mista Adaptado da Fig. 4,5, Callister 7ed. Movimento de discordância Tensão cisalhante 9 Discordância em aresta Plano de escorregamento Movimento de discordância D e g r a u u n i t á r i o A discordância muda progressivamente de posição, plano a plano 10 D e g r a u u n i t á r i o f o r m a - s e n a s u p e r f í c i e Movimento de discordâncias Aresta 11 Hélice Movimento de discordâncias • Escorregamento – processo em que é produzida a deformação plástica pelo movimento de uma discordância. • Plano de escorregamento – plano cristalográfico • Plano de escorregamento – plano cristalográfico ao longo do qual a linha da discordância passa. 12 Característica das discordâncias 13 Compressão Tensão Característica das discordâncias Repulsão 14 Atração Anulação da discordância Discordâncias x classes de materiais + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + • Metais: Movimento de discordâncias é fácil - ligações não direcionais - escorregamento em planos e direções densosnuvem de elétrons Núcleo dos íons 15 • Cerâmicas covalentes (Si, diamante): Movimento difícil - ligações direcionais (angulares) • Cerâmicas iônicas (NaCl): Movimento difícil - necessário evitar vizinhos ++ e - - + + + + + + + + + + + - - - - - - - - - - Planos de escorregamento Monocristal Direção da força 16 Monocristal de zinco após ser submetido à tração Normal ao plano de escorre- gamento Direção de escorregam ento Plano de escorrega mento Sistemas de escorregamento - Planos de escorregamento - Direção de escorregamento SISTEMAS DE ESCORREGAMENTO 17 Planos e direções densos Sistemas de escorregamento Alguns sistemas de escorregamento 18 Observar que: - em cada grão há uma direção de deslizamento preferencial - há mais de uma direção de deslizamento em cada grão Sistemas de escorregamento 19 Grãos de cobre deformados Discordância x estrutura cristalina close-packed plane (bottom) close-packed plane (top) close-packed directions plano compacto inferior plano compacto superior direções compactas vista sobre dois planos de empacotamento compacto • Estrutura: planos e direções com empacotamento compacto são preferidos 20 • Comparação entre diferentes estruturas: CFC: muitos planos e direções compactos HC: somente um plano, 3 direções CCC: nenhum Mg (HC) Al (CFC) direção da tensão • Resultados de testes de tração close-packed plane (bottom) close-packed plane (top)plano compacto superior Tensão e Movimento de Discordâncias • Cristais escoam devido à tensão cisalhante resultante, τR • Tração pode produzir tensão cisalhante tensão cisalhante resultante: Tensão trativa σ= F/A τR = FS/AS Relação entre σand τ 21 resultante: As τR τR Fs τR= σcos λcos φ φns A As λ F Fs F A F plano normal, ns τR = FS/AS τR=Fs/As Fcos λ A/cos φ Tensão cisalhante crítica • Condição para a discordância se mover: • Orientação do cristal pode facilitar ou dificultar o movimento das discordâncias τR > τCRSS tipicamente 10-4 GPa a 10-2 GPa σσσ 22 τR = 0 φ=90° σ τR = σ/2 λ=45°φ=45° σ τR = 0 λ=90° σ τR= σcos λcos φ Tensão de Cisalhamento Resolvida Crítica (τTCRC) τ Desta forma, o monocristal se deformação plasticamente quando τR (max) = τ TCRC, sendo a magnitude da tensão normal exigida para dar início ao escoamento igual a: MAX TCRC E )cos(cos λφ τ σ = A tensão mínima necessária para introduzir o fenômeno do escoamento ocorre quando um monocristal está orientado tal que φ = λ = 450, resultando em: TCRCE τσ 2= • Planos e direções de escorregamento (λ, φ) variam de um cristal para outro. • τRvaria de um cristal para o σ Movimento de discordâncias em materiais policristalinos 24 • τRvaria de um cristal para o outro. • Cristal com maior τR escorrega primeiro • Outros cristais (com orientação menos favorável) escorregam depois 300 µm • Contorno de grão é barreira para o escorregamento. • Eficiência da barreira depende do grau de desalinhamento. Reduzindo o Tamanho de Grão: endurecendo os materiais plano de escorregamento grão A 25 do grau de desalinhamento. • Tamanho de grão pequeno = mais fronteiras para ultrapassar. • Hall-Petch Equation: grão A 2/1−+= dkeoe σσ • 70% Cu - 30% Zn latão Tamanho de grão: um exemplo 2/1−+= dkeoe σσ Tamanho de grão, d(mm) 2611 • Dados: 0.75mm d-1/2(mm-1/2) L i m i t e d e e s c o a m e n t o ( M P a ) • Anisotropia pode ser conseqüência da laminação -antes da laminação-depois da laminação Efeito da Anisotropia 27 235 µm -isotrópicoisotrópicoisotrópicoisotrópico pois os grão são aprox. esféricos e orientados randomicamente -anisotrópico anisotrópico anisotrópico anisotrópico pois a laminação afeta a orientação e a forma dos grãos direção de laminação 3. Cilindro deformado 1. Cilindro de tântalo usinado a partir de uma chapa laminada d i r e ç ã o d e l a m i n a ç ã o 2. Cilindro disparado contra um alvo rígido Anisotropia na deformação 28 vista vista vista vista laterallaterallaterallateral d i r e ç ã o d e l a m i n a ç ã o direção da espessura da placa vista transversal • Átomos de impurezas distorcem a rede cristalina e geram tensões • Tensões internas podem ser uma barreira para as discordâncias. Endurecendo os Materiais: soluções sólidas 29 • Impureza pequena • Impureza grande C D A B • Impurezas pequenas tendem a se concentrar Impurezas pequenas tendem a se concentrar Impurezas pequenas tendem a se concentrar Impurezas pequenas tendem a se concentrar nas discordânciasnas discordânciasnas discordânciasnas discordâncias • Reduzem a mobilidade das discordâncias Reduzem a mobilidade das discordâncias Reduzem a mobilidade das discordâncias Reduzem a mobilidade das discordâncias –––– aumentam a resistênciaaumentam a resistênciaaumentam a resistênciaaumentam a resistência Endurecendo os Materiais: soluções sólidas 30 Adaptado da Fig. 7.17, Callister 7ed. • Impurezas grandes tendem a se concentrar nas Impurezas grandes tendem a se concentrar nas Impurezas grandes tendem a se concentrar nas Impurezas grandes tendem a se concentrar nas discordâncias, no lado oposto das pequenas.discordâncias, no lado oposto das pequenas.discordâncias, no lado oposto das pequenas.discordâncias, no lado oposto das pequenas. • Reduzem a mobilidade das discordâncias Reduzem a mobilidade das discordâncias Reduzem a mobilidade das discordâncias Reduzem a mobilidade das discordâncias –––– aumentam a resistênciaaumentam a resistênciaaumentam a resistênciaaumentam a resistência Endurecendo os Materiais: soluções sólidas 31 Adaptado da Fig. 7.18, Callister 7ed. • Aumento da resistência à tração e do limite de escoamento com a percentagem em peso de Ni. Exemplo: Endurecimento do Cobre por solução sólida T e n s i l e s t r e n g t h ( M P a ) 400 L i m i t e r e s i s t . t r a ç ã o ( M P a ) s t r e n g t h ( M P a ) 180 L i m i t e d e e s c o a m e n t o ( M P a ) 32 • Relação empírica: • A formação da liga aumenta σy e LRT. σy ~ C1/2 T e n s i l e s t r e n g t h ( M P a ) wt. %Ni, (Concentration C) 200 300 400 0 10 20 30 40 50 %peso de Ni L i m i t e r e s i s t . t r a ç ã o ( M P a ) Y i e l d s t r e n g t h ( M P a ) wt. %Ni, (Concentration C) 60 120 0 10 20 30 40 50 %peso de NiL i m i t e d e e s c o a m e n t o ( M P a ) Endurecimento (encruamento) ( )nVV K εσ = 33 Expoente de endurecimento n = 0,15 alguns aços n = 0,5 alguns cobres • Deformação à temperatura ambiente. • A conformação comum muda a seção transversal A A force die -Forjamento -Laminação roll Ao Ad roll Endurecendo: deformação a frio 34 Ao Adblank force-Trefilação tensile force Ao Addie die roll -Extrusão ram billet container container força die holder die Ao Adextrusion %DF = Ao −Ad Ao x100 • As discordâncias enroscam umas com as outras durante a deformação a frio Discordâncias na deformação a frio 35 • Liga de Ti após trabalho a frio • O movimento das discordâncias se torna mais difícil 0.9 µm t e n s ã o A d a p t a d o d a F i g . 7 . 1 8 , C a l l i s t e r 6 e d . Efeito do Encruamento • Limite de escoamento (σe) cresce • Resistência à tração (RT) cresce • Ductilidade (%Al or %RA) decresce. 3621 t e n s ã o A d a p t a d o d a F i g . 7 . 1 8 , Efeito do Encruamento 37 • Resultados para ferro policristalino • σy e RT decrescem com Adaptado da Fig. 6.14, Callister 6ed. σ-ε: Efeito da Temperatura 200 400 600 800 S t r e s s ( M P a ) -200°C -100°C 25°C T e n s ã o ( M P a ) 38 • σy e RT decrescem com aumento da temperatura • %Al aumenta com o aumento da temperaturas • Motivos? Vacâncias ajudam as discordâncias a ultrapassarem obstáculos e temperatura facilita difusão das vacâncias 1. disc. capturada pelo obstáculo 2. vacâncias substituem os átomos no meio plano 3. Discordância desvia do obstáculo obstáculo 00 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 S t r e s s ( M P a ) Strain deformação • Algumas propriedades e estruturas, como alteração da forma do grão, endurecimento, aumento da densidade de discordâncias, podem ser revertidas por tratamento térmico Efeito do aquecimento após a deformação a frio ser revertidas por tratamento térmico apropriado. • Recozimento – Recuperação e Recristalização, que podem ser seguidos por crescimento do grão. 39 Efeito do aquecimento após a deformação a frio • 1 hora de tratamento à T diminui o LRT e aumenta a %Al • Efeitos da deformação a frio são revertidos r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o ( M P a ) d u c t i l i d a d e ( % A l ) Temperatura (°C) 600 60 resist. à tração 300 700500100 RECOZIMENTO 40 • 3 estágios a serem discutidos: -recuperação -recristalização -crescimento de grão r e s i s t ê n c i a à t r a ç ã o ( M P a ) d u c t i l i d a d e ( % A l ) 300 400 500 600 60 50 40 30 20 ductilidade resist. à tração Recuperação • Energia armazenada na deformação é utilizada para movimentar discordâncias (sem tensão externa aplicada) – força motriz • Maior velocidade de difusão • Ocorre redução no número de discordâncias, 41 • Ocorre redução no número de discordâncias, alinhamento de discordâncias • Condutividade térmica e elétrica aumentam • Limite de alongamento cai, ductilidade aumenta • Mecanismo 1 Recuperação átomos se difundem para a região de tensão meio plano extra as discordâncias se anulam e formam um plano atômico completo anulação reduz a densidade de 42 • Mecanismo 2 de tensão meio plano extra completo a densidade de discordâncias 1. discord.bloqueada não move p/direita obstáculo ao mov. da disc. 2. átomos “cinza” saem pela difusão rápida de vacância 4. discordância opostas se encontram e se anulam 3. discordância já pode se mover τR • Mecanismo 3: alinhamento de discordâncias formando contornos de baixo ângulo Recuperação 43 Discordâncias em monocristal de LiF, polido e atacado quimicamente • Novos cristais são formados: • menor densidade de discordâncias e menor tamanho de grão • os cristais deformados a frio são “consumidos” e desaparecem. 0,6 mm 0,6 mm Recristalização: o início 44 Latão deform. 33% a frio Novos cristais surgem após 3 seg. a 580oC Adapted from Fig. 7.19 (a),(b), Callister 6e. (Fig. 7.19 (a),(b) are courtesy of J.E. Burke, General Electric Company.) Recristalização: continuação • Todos os cristais encruados desaparecem 0,6 mm0,6 mm 45 Após 4 segundos Após 8 segundos Adaptado da Fig. 7.19 (c),(d), Callister 6ed. Recristalização Liga de latão (60% Cu - 40% Zn) A temperatura de A temperatura de recristalização é definida como a temperatura na qual a recristalização atinge o seu término em exatamente 1 hora. Recristalização Em metais puros, a temp. de recristalização ocorre ~0,3 Tf. Já em ligas comerciais ela pode ser tão elevada quanto ~0,7 Tf. • Estrutura interna da asa de um avião Adaptado da figura de abertura do Cap. 11, Callister 5ed. Endurecimento por precipitação 48 • O alumínio é endurecido por precipitados formados por elementos de liga. Adaptado da Fig. 11.26, Callister 7ed. 1,5µm • Tempo: grãos maiores crescem consumindo os menores • Força motriz: menor área de contorno = menor energia Crescimento dos Grãos 0,6 mm 0,6 mm Adaptado da Fig. 7.19 (d),(e), 49 • Relação empírica dn − don = Kt tempo de tratamento coeficiente dependente do material e da temp. diâmetro do grão no tempo t expoente típico. ~ 2 Após 8 s, 580oC Após 15 min, 580oC Fig. 7.19 (d),(e), Callister 6e. (Fig. 7.19 (d),(e) Crescimento de Grão tkdd nn =− 0 Crescimento de Grão Discordâncias Aumento de Resistência 52 Discordâncias em monocristal de LiF, polido e atacado quimicamente