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Importância da Remuneração Estratégica Nos últimos anos temos assistido mudanças significativas nas organizações, tentando acompanhar. A competição instalada no mundo de negócios. As organizações buscam novos caminhos alteram o perfil de seus executivos, buscam implantar gestões que tenham flexibilidade e agilidade para atender a uma economia globalizada. A gestão de processos, conjugada com a gestão do conhecimento e a gestão da qualidade associam-se a descentralização da administração de recursos humanos. Para compor este cenário, torna-se necessário uma remuneração compatível e que possa acompanhar este novo cenário, e um modelo vem tendo sua participação ampliada no âmbito das grandes e médias empresas é a remuneração estratégica. Vamos buscar detalhes dos diversos modelos e sub modelos de remuneração estratégica, para permitir que todos os alunos possam complementar sua visão de gestão de salários. Estes modelos tem por objetivo atrair, manter e quando necessário fidelizar os talentos necessários a continuidade do negócio. Temos consciência de que agradar a todos é impossível, temos porém a certeza da necessidade que todas as organizações tem de encontrar um modelo de recompensar os esforços de sua equipe de profissionais, de forma objetiva e realista e em equilíbrio com as diversas forças a que estão submetidas as organizações, evitando o quando possível formas estatísticas complexas que muitas vezes mistificam a área de salários, dificultando um melhor entendimento da maioria dos colaboradores. Existe, portanto, uma evolução desta área, adequando-se a realidade do atual cenário, alinhando-se aos planos estratégicos da organização, sem perder de vista o mercado em geral. Temos que nos conscientizar que a cada ano que passa, teremos dificuldades de alguns componentes hoje disponíveis em nossa natureza, obrigando um avanço no campo da pesquisa e tecnologia, que estarão sempre em busca dos melhores profissionais, competentes e criativos, motivados, antenados e dispostos a empenhar-se em seu desenvolvimento continuo e buscando empresas que reconheçam este esforço e o remunerem de forma justa. Conceitos Gerais de Remuneração Estratégica. Para que a Remuneração Estratégica seja implantada em uma empresa, é preciso que se cumpram as seguintes etapas: 1ª. Onde estamos? O diagnóstico da empresa O objetivo desta primeira etapa é aprofundarmos nosso conhecimento no contexto da empresa para a qual se pretende construir o sistema de remuneração estratégica. Um diagnóstico técnico em todos os aspectos da organização é fundamental para se entender os meandros da complexidade desta organização. Devemos aliar um modelo simples de diagnostico com a capacidade de trazer à tona as intrincadas redes de relações que compõem as empresas. Deve ainda também ser flexível o suficiente para tornar-se utilizável em diferentes empresas, possibilitando explorar as características culturais de cada uma. A proposta é que este diagnóstico ou retrato da empresa seja composto de três imagens essenciais: 1. Relacionada à Estratégia e ao contexto competitivo da empresa. O objetivo é identificar as características principais da empresa nos três níveis de formulação estratégica - da corporação, do negócio e da função; 2. Relacionada ao Estilo Gerencial. O objetivo é compreender alguns elementos da cultura organizacional, como: os processos decisórios, a relação líder-liderado e a resistência ou apoio de mudanças; 3. Relacionada à Estrutura. O objetivo é identificar, utilizando uma tipologia, qual o modelo ou modelos existentes na organização; Complementarmente, o diagnóstico deve também envolver o sistema de remuneração existente. Neste caso, o objetivo é compreender como avaliar o funcionamento do sistema em uso. As seguintes questões devem ser analisadas: 1. Qual a configuração do sistema de remuneração adotado? 2. Quais os pontos fortes e fracos do sistema em uso? 3. Qual o grau de organicidade entre o sistema em uso e a estratégia, o estilo gerencial, e a estrutura da empresa? 4. Qual o grau de organicidade entre o sistema em uso e os demais sistemas de apoio? 5. Como o sistema em uso poderia facilitar ou gerar barreiras à realização da estratégia da empresa? 6. Como o sistema em uso poderia facilitar ou dificultar processos de mudança organizacional? 2ª. Direcionamento: Aonde queremos chegar? O diagnóstico não visa apenas construir um quadro estático da organização. O objetivo deve ser mais amplo, o de construir um retrato com profundidade, que resgate tanto a história da empresa, relacionando o seu passado à razão de ser no presente, como também seja capaz de projetar a visão de futuro da organização. Portanto, durante a fase de diagnóstico, deve-se identificar o direcionamento da empresa. Algumas questões que devem ser consideradas: 1. Para onde levarão as diretrizes estratégicas? 2. Quais os condicionadores e fatores críticos de sucesso para a realização da visão de futuro? 3. Quais serão as características do estilo gerencial que permanecerão e quais deverão mudar? 4. Como a empresa vê a evolução de sua estrutura organizacional? 3ª. Definição do modelo conceitual de remuneração Nesta etapa, o diagnóstico empresarial é utilizado para definir o sistema de remuneração. O processo usual de construção de um sistema de remuneração normalmente parte de um retrato parcial da organização. Considerando as condições gerais e as necessidades da empresa, um gerente de recursos humanos, ou equivalente, propõe a adoção de um sistema, tendo em vista determinado leque de opções de seu conhecimento: 1 Realiza-se um diagnóstico da empresa, conforme descrito nas etapas 2 e 3. Tem-se, a partir daí, um retrato consideravelmente enriquecido. Este retrato é então traduzido na forma de características essenciais da organização; 2 A partir destas características explicitam-se os pressupostos do sistema de Remuneração Estratégica, ou seja, quais os elementos essenciais que o sistema deve conter; 3 A partir destes pressupostos, e conhecendo-se em profundidade todas as alternativas de remuneração possíveis, definem-se as características do sistema; 4 Com estas características define-se o modelo a ser adotado. A vantagem principal desta forma de construção é garantir com que o sistema projetado seja o mais adequado não somente para a organização de hoje, mas também para a organização de amanhã. A variedade de formas de emprego dos componentes de remuneração é enorme. Portanto, existe grande flexibilidade para a construção do mix de remuneração. Além disso, não existem modelos universais. Cada empresa terá de construir o seu próprio. Consideremos, agora, alguns princípios que relacionam o tipo de remuneração com o impacto na organização: 1. Para favorecer uma cultura empreendedora, adote formas de remuneração por desempenho em todos os níveis da organização; 2. Para gerar impactos que sejam perceptíveis aos funcionários, a remuneração variável deve responder a uma parcela significativa da remuneração total; 3. A remuneração por habilidade tem impacto sobre a profundidade, qualidade e geração de inovações. A capacitação dos funcionários e a média de salário individual tendem a aumentar; 4. O mix de remuneração deve ser ajustado conforme as características de cada unidade de negócio; 5. O mix de remuneração deve refletir o estilo gerencial e o que a organização é, e quer tornar-se; 6. Determine o composto de benefícios a partir do perfil de pessoas que se deseja atrair e reter. Diferentes tipos de benefícios atraem pessoas diferentes. 4ª.Construção de um sistema de remuneração A atividade básica é a realização do teste de consistência entre o modelo ideal de remuneração, definido na etapa anterior, e as características da organização. Isto se dá por intermédio da verificação de possíveis incoerências e da adaptação do sistema. As questões a serem estudadas nesta etapa são similares àquelas utilizadas no diagnóstico do sistema em uso – 1ª. etapa: 1. Existe coerência interna no sistema? 2. Qual o grau de organicidade entre o sistema e o que virá a ser adotado, bem como a estratégia, o estilo gerencial e a estrutura da empresa? 3. Qual o grau de organicidade entre o sistema a ser adotado e os demais sistemas de apoio? 4. Como o sistema a ser adotado poderia facilitar ou gerar barreiras à realização da estratégia da empresa? 5. Como o sistema a ser adotado poderia facilitar ou dificultar processos de mudança organizacional? 5ª. Implantação do sistema de Remuneração Estratégica A primeira consideração a ser feita neste passo é que, a implantação do sistema de Remuneração Estratégica é, ao mesmo tempo, parte de um processo de mudança organizacional e, por si só, um processo de mudança por completo. Portanto, para concluir com sucesso a implantação, sugerimos serem utilizados os conceitos e metodologias próprias dos processos estruturados de intervenção organizacional. As etapas principais na implantação são as seguintes: 1. Planejamento: explicitação dos objetivos de cada sub etapa e cronograma de ações; 2. Preparação dos líderes: treinamento de todos os líderes da organização para a implantação e operacionalização do sistema; 3. Treinamento de facilitadores: formação de especialistas dentro das diversas áreas da empresa; 4. Comunicação e sensibilização: divulgação dos objetivos e formas de funcionamento do sistema para toda a organização; 5. Construção de um sistema de medição para a implantação: o sistema de medição deverá funcionar como uma bússola, orientando ações corretivas e mudanças de rota; 6ª. Garantia da evolução contínua do sistema A evolução de qualquer sistema organizacional envolve um período de melhoria contínua, quando são realizadas mudanças incrementais, com momentos de ruptura, e quando ocorrem saltos qualitativos. Na prática, nem sempre é possível, ou mesmo necessário, identificar um ou outro momento. O importante é ressaltar que o sistema de Remuneração Estratégica deverá ser objeto de constante trabalho de evolução. Como o sistema está diretamente relacionado à estratégia da empresa, seus pressupostos deverão estar sempre sendo colocados à prova. Grandes mudanças de direcionamento estratégico são comumente causas de alteração ou adaptação de todos os sistemas organizacionais. Isto inclui o sistema de remuneração. Além de alterações estratégicas na empresa, outras fontes também poderão interferir e levar a mudanças no sistema: 1. Alteração de valores culturais ou estilo gerencial; 2. Mudanças na estrutura organizacional; 3. Reformulação de outros sistemas de apoio; 4. Aparecimento de novas alternativas de remuneração. É também importante realizar sistematicamente benchmarking com empresas de referência. Devem ser tomados alguns cuidados para se evitar o excesso de alterações em curto espaço de tempo. Os sistemas de remuneração, assim como os outros sistemas organizacionais, possuem certa inércia. Interferências muito frequentes podem levar ao desequilíbrio e à geração de efeitos indesejáveis. Entendendo o funcionamento de um plano de cargos e salários em uma organização Muitas empresas ainda aplicam exclusivamente sistemas tradicionais de remuneração, baseados nas descrições de atividades e responsabilidades de cada função, chamada de remuneração funcional. Ao utilizar os principais elementos deste modelo como descrições de cargos, organogramas e plano de cargos e salários permite a muitas dessas empresas atender a uma estruturação básica na gestão de seus recursos humanos, podendo ser vista como uma fase de evolução natural. Quais seriam os motivos que levam a maioria das empresas a fazerem uso deste modelo, tentaremos justificar: O primeiro fator é porque a remuneração funcional é implantada como conseqüência natural do plano de cargos e salários. Em empresas que atingem um crescimento rápido ou passam por profundas transformações, o plano de cargos e salários ajuda a dar equilíbrio interno à organização, proporcionando os alicerces que apóiam a estruturação dos trabalhos da área de Recursos Humanos e por conseqüência de toda a empresa. Como segundo fator, poderíamos considerar que a remuneração funcional permite a equidade externa. Por meio de pesquisas salariais, a empresa pode comparar seus salários com os praticados no mercado e, assim, estabelecer critérios adequados para atrair e reter os talentos. Terceiro, porque a remuneração funcional permite o equilíbrio interno. Ao estabelecermos os salários, tendo como ponto de partida uma mesma metodologia para toda a empresa criamos um clima de confiabilidade que traz como conseqüência natural uma condição de justiça entre os colaboradores. Os componentes da Remuneração Funcional são: Os sete passos para a implantação de um programa de Remuneração Funcional são: Fundamentos e Tendências da Remuneração Funcional: Críticas ao sistema de remuneração funcional • promove um estilo burocrático de gestão; • reduz a amplitude e ação dos indivíduos e grupos; • inibe a criatividade; • inibe o espírito empreendedor; • não considera o foco nos clientes internos e externos; • reforça a orientação do trabalho para o superior hierárquico; • não tem orientação estratégica, nem de resultados; • não encoraja o desenvolvimento de habilidades e conhecimentos; • torna as promoções excessivamente importantes; • incentiva o carreirismo. Analisando estas criticas, temos logo a ideia de implantar melhorias, mas antes temos que perceber as origens deste modelo tradicional. Veremos que estão diretamente relacionados ao modelo organizacional que deu origem a esta remuneração que atendia as características burocráticas, organizada segundo os seguintes princípios: • divisão rígida de funções e tarefas; • linhas de autoridade e responsabilidades bem definidas; • foco no controle. Aos pouco vamos percebendo nas organizações a chegada dos modelos de organização moderna com mais flexibilidade, geridas por processos enfatizando o trabalho em equipe, não tendo sentido manter um sistema que não apoia estas tendências naturais da evolução empresarial. Metodologia de Modernização da Remuneração Funcional: Mesmo tendo um volume grande de criticas, a remuneração tradicional ainda tem seu lugar dentro de um mix de remuneração. Muitas desvantagens e dificuldades apontadas anteriormente podem ser contornadas. Uma abordagem moderna da remuneração tradicional deve procurar: • Alinhamento do esforço individual com as políticas, estratégias e diretrizes organizacionais; • Orientação para a gestão por processo e para resultados; • Dar apoio ao trabalho em equipe e as práticas participativas; • Permitir o desenvolvimento contínuo do indivíduo. A descrição de cargos pode remeter a uma reflexão sobre a identidade e a missão da função. Os aspectos-chave da descrição de cargo modificada são: • o foco nos processos; • as informações sobre clientes internos e externos; • a identificação dos serviços ou produtos fornecidos; • explicação das expectativas dos clientes. Com estas alterações, vamos conduzindo a remuneração para servir como apoio as políticas estratégicas da organização. A redução do número de cargos nas organizações vem sendo uma tendência natural da evolução tecnológica, criando categorias mais abrangentes e genéricas. As descrições de cargo passam a servir instrumento de apoio as novas estratégias, deixando as definições de especificidades para o dia-a-dia. Com essa alteração, o sistema ganha simplicidade e agilidade flexibilidade. A ampliação das faixas salariais é outra prática cada dia mais utilizada, principalmente por empresas que praticaram a redução do número de níveis hierárquicos. Em sistemas tradicionais, é comum utilizar amplitudes em torno de 40%. Nos modelos com faixas mais largas, as amplitudes variam de 80 a 150%. Com essa prática, o sistema ganha flexibilidade na administração de salários e carreiras, permitindo ações de introdução de novas políticas organizacionais. Podemos tirar duas conclusões sobre essa forma de remuneração: Pode e deve ser continuada e usada por muito tempo. Várias empresas continuarão empregando esse sistema para atingir um patamar de estruturação mais adequado. Para as empresas que passaram por grandes processos de mudança e para as que possuem o conhecimento como principal insumo de suas operações, deverão gradativamente abandonar o modelo, mantendo apenas a utilização de alguns de seus componentes. Remuneração por Habilidades - um contrato de desenvolvimento continuo Nunca tivemos tantas transformações em nosso ambiente como nos últimos dez anos, as transformações vem ocorrendo em maior volume e velocidade, em todas as áreas, econômicas sociais, políticas, organizacionais, tudo muda e por conseqüência as organizações empresariais também mudam. Em sendo assim temos que pensar em modelos de remuneração, que possam atender a este novo cenário. O grande destaque deste modelo de remuneração é a mudança de foco do cargo para o ocupante, permitindo a organização maior flexibilidade em sua estrutura.. ou seja um reconhecimento independente da posição, gerando um ambiente que permite um desenvolvimento continuado de toda a equipe. Estas habilidades estão ligadas a procedimentos que não variam muito, como habilidades específicas para linhas de produção de uma indústria ou para atendimento aos clientes. Estas habilidades possibilitam a sua Identificação, Observação, Mensuração, Treinamento, Capacitação, Certificação e como conseqüência a Remuneração.. A Remuneração por Habilidades traz vantagens à organização, pois os colaboradores são habilitados em diversas atividades, tornando mais flexível a organização, na ausência de um colaborador, outro poderá exercer as duas funções com qualidade, isso faz com que os problemas do dia a dia, podem ser solucionados pelos próprios colaboradores, implicando em maior comprometimento com o trabalho e com a organização, contribuindo para um ambiente participativo e com mais comprometimento. Tendências naturais deste tipo de remuneração. Estruturas organizacionais com menor número de níveis hierárquicos e, consequentemente, maior amplitude de responsabilidades para indivíduos e grupos; Valorização do trabalho em equipe; Aumento da exigência de multifuncionalidade e visão sistêmica; Foco no aperfeiçoamento contínuo; Pressões para redução de custos. Os objetivos de um sistema de remuneração por habilidades são: Remunerar os profissionais segundo as habilidades desenvolvidas e aplicadas ao trabalho; Alinhar as capacidades dos colaboradores com o direcionamento estratégico e as necessidades da organização; Favorecer o aprendizado organizacional contínuo; Adequar o sistema de remuneração a um novo contexto organizacional; Superar o paradigma de gestão tradicional, que foca a hierarquia rígida, as funções bem definidas e as descrições de cargo por uma gestão mais flexível e dinâmica, focada no indivíduo. De forma sintética, uma habilidade pode ser definida como a capacidade de realizar uma tarefa ou um conjunto de tarefas, em conformidade com determinados padrões exigidos pela organização. Uma habilidade pode ser caracterizada pelos seguintes elementos: Conhecimentos: constituem um conjunto de conceitos, técnicas, teorias e metodologias relacionadas ao trabalho. É o saber adquirido, podendo ser transmitido e aprendido; Aptidões pessoais: relacionam-se às características do indivíduo, tais como capacidade de concentração e coordenação motora; Aplicação prática: relaciona-se à mobilização dos conhecimentos teóricos e das aptidões pessoais, aplicados no trabalho. Gostaríamos de apresentar alguns elementos práticos, para que possamos facilitar o entendimento: Em primeiro lugar temos que definir as habilidades e para isto temos que identificar a quantidade de habilidades, o tipo e nível de profundidade necessária, vejamos alguns exemplos: Tendo por base uma fábrica: Operar um torno; Realizar auditorias de segurança; Realizar manutenção preventiva de máquinas. Três formas de definição de Habilidades: o Primeira, com base na análise das habilidades de um grupo de especialistas ou profissionais em diferentes momentos da carreira de um determinado cargo, função ou processo de trabalho; o Segunda, a partir da análise de um grupo de profissionais com alto desempenho em um determinado cargo, função ou processo de trabalho; o Terceiro, com base na análise dos processos atuais e dos processos a serem criados ou desenvolvidos futuramente, que proverão apoio aos objetivos estratégicos da organização. Parâmetros gerais para o sistema de remuneração Nos sistemas de remunerações tradicionais, os salários são vinculados aos cargos. Esses são avaliados de acordo com um conjunto de fatores como escolaridade, experiência responsabilidade, autoridade e outros. Por sua vez, o sistema de remuneração por habilidades exige uma abordagem mais dinâmica, gerando: • Maior flexibilidade, pois os profissionais trabalham em equipes desempenhando várias funções de acordo com as necessidades gerenciais. • Maior flexibilidade para a estrutura organizacional e salarial devido à existência de cargos com maior amplitude. Na remuneração por habilidades, o cargo passa a ser secundário na análise. A célula básica de remuneração passa a ser a habilidade ou bloco de habilidades. Um bloco de habilidades consiste em um conjunto de habilidades agrupadas por afinidade por estarem relacionadas a um mesmo processo de trabalho ou por representarem uma evolução lógica e sequencial na carreira. A remuneração pode ser valorizada por uma habilidade específica, quando o nível de complexidade dessa habilidade for alto, ou por bloco de habilidades que reúnem um conjunto de habilidades mais simples. A utilização de blocos de habilidades tem a vantagem de simplificar a administração do sistema. Carreira por habilidades Carreira é a trajetória profissional percorrida por uma pessoa ao longo da sua vida. Pode ser realizada em uma empresa, em várias empresas ou mesmo alterando empresas e projetos pessoais. Em sistemas tradicionais, o conceito de carreira está relacionado a uma evolução vertical na hierarquia, e o esforço de desenvolvimento pessoal nem sempre tem contrapartida em termos de evolução de carreira ou de salário. No sistema de remuneração por habilidades, a progressão tende a ser horizontal, isto é, o colaborador evolui profissionalmente por meio de aquisição, do desenvolvimento e da aplicação de habilidades formalmente preestabelecidas e avaliadas pela organização. Empregados que adquirem habilidades relacionadas a diferentes funções, tornam-se mais valiosos para a empresa e têm mais possibilidades de evolução. Avaliação e certificação de habilidades Os sistemas tradicionais pressupõem que o profissional possua determinado conjunto de habilidades. Promoções e evolução salarial não estão vinculadas à demonstração dessas habilidades. Na remuneração por habilidades os aumentos de salário são diretamente vinculados a um processo de avaliação, no qual o empregado tem de demonstrar a aplicação da habilidade na prática com autonomia. Lógica da remuneração Nos sistemas tradicionais, os cargos ou funções são avaliados, e pontuados, de acordo com as atividades envolvidas, o nível de responsabilidade, a amplitude de comando e a formação exigida. Nesse tipo de remuneração o foco é transferido do cargo para o indivíduo. O salário do indivíduo é determinado a partir de um conjunto de habilidades ou blocos de habilidades, que podem ser adquiridos de acordo com as necessidades da organização e os interesses dos profissionais. Vantagens desse sistema de remuneração: a) O foco na função é substituído pelo foco na pessoa. Essa mudança traz ganhos em termos de desenvolvimento individual e da organização. b) Mudança de enfoque da função do RH. A gestão de um sistema por habilidades leva a função de RH a ser mais estratégica, já que integra os programas de captação às necessidades da organização. Ganham-se foco e sinergia. Evita-se o desperdício de recursos em programas sem impacto no desempenho individual e organizacional. c) Uma vez implantado, representa um acréscimo de flexibilidade e de adaptabilidade da empresa. Equipes multifuncionais bem treinadas adaptam-se muito mais facilmente a alterações de processos, produtos e modelos de gestão do que grupos organizacionais na forma tradicional. Existem dois grupos de vantagens: crescimento horizontal e crescimento vertical. Tanto no nível gerencial quanto em relação ao pessoal administrativo, a definição das habilidades é mais difícil, pela variedade e grau de abstração das atividades; complexo, tanto pelas características abstratas das habilidades a ser certificadas, quanto por dificuldades políticas inerentes ao processo. Remuneração por Competências - uma alavanca para o capital intelectual Definições gerais da Remuneração por Competência Esse sistema de remuneração passou a ser interessante em função de diversos fatores, tais como: o crescimento do setor de serviços na economia, aumento da demanda de profissionais qualificados; necessidade de conhecimento intensivo nas empresas em geral; implantação de sistemas mais flexíveis; redução de estruturas hierárquicas rígidas; e popularidade do conceito de competência. Diante desse contexto, muitas empresas iniciaram estudos em torno de competências, procurando identificar os conhecimentos, comportamentos e atitudes que os profissionais deveriam possuir para enfrentar a nova realidade e desempenhar melhor as suas funções, agregando maior valor. Competência envolve conhecimento (tudo aquilo que pode ser formalmente aprendido), habilidades (embora possa ser aprendido, necessita de aptidão pessoal) e atitudes (postura/comportamento que o profissional necessita para o exercício do cargo). O sistema de remuneração por competência é mais aplicável aos níveis gerenciais, e sua implementação exige mudanças no modelo de gestão e no estilo gerencial, ao mesmo tempo em que funciona como um catalisador dessas mudanças. O sistema de remuneração por competência surge como uma forma de as empresas administrarem o capital humano na era da gestão do conhecimento, este processo permite a gestão de todo processo produtivo e o desempenho dos colaboradores com base nas competências essenciais. Competências tais como conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores, que podem ser inerentes à organização como um todo difícil de ser imitadas pela concorrência, conferindo vantagem competitiva para a organização Além disso, essas competências podem estar relacionadas aos recursos humanos da organização, indicando a capacidade do trabalhador de assumir responsabilidade diante de situações produtivas e inovadoras, associada ao exercício sistemático de uma reflexividade no trabalho (ZARIFIAN, 1996). Durand (1998) sugere que o conceito de competência individual, envolve uma tríade, formada por conhecimentos, habilidades e atitudes, englobando não só questões técnicas, mas, também, aspectos sociais e afetivos relacionados ao trabalho. Segundo esse autor, essas três variáveis podem ser explicadas como: - conhecimento, que corresponde a uma série de informações assimiladas e estruturadas pelo indivíduo, e que lhe permitem “entender o mundo”. Inclui a capacidade de receber informações e integrá-las dentro de um esquema pré-existente, o pensamento e a visão estratégicos, o saber o que e o porquê; habilidade, que se refere ao “saber fazer”, envolvendo técnica e aptidão e uma proficiência prática – física e mental – sendo adquirida, regra geral, por meio de processos de treinamento e experiência; atitude, que diz respeito a aspectos afetivos e sociais relacionados ao trabalho. Além disso, essa concepção inclui a identidade do indivíduo com os valores da organização e, por consequência, seu comprometimento e motivação para atender aos padrões de comportamento esperados para atingir resultados com alto desempenho no trabalho. Definição das competências Competências essenciais da empresa: Existem para centralizar os esforços nos pontos que permitem melhorar rapidamente os padrões de desempenho e as condições de excelência. Exemplo: competência logística. Competências gerenciais: Existem pra dar mais objetividade aos planos de treinamento e desenvolvimento gerencial. Exemplo: competência como agente de mudança. Competência do cargo: Visa servir de referência para diferenciar o salário básico, seleção, treinamento e movimentação de pessoal. Exemplo: saber identificar a não-conformidade no produto. Para que competência seja considerada essencial, ela deve passar por 3 testes: Valor percebido pelos clientes; Diferenciação entre concorrentes; Capacidade de expansão. A remuneração por competência busca o alinhamento de complexidade e competência, permitindo aos gestores um novo elemento de análise do desempenho de seus colaboradores. Os gestores que administram adequadamente suas equipes, estimulando o desenvolvimento continuado, conseguem administrar seus recursos financeiros de forma a conseguir potencializar os recursos disponibilizados. Classificação das Competências Pessoais Competências Genéricas: São as competências que a empresa julga serem necessárias para todos os seus profissionais. Elas estabelecem as condições básicas, refletindo a própria missão e visão da empresa, e conduzem ao atendimento dos objetivos estratégicos; Competências Específicas: Refletem a especificidade da função ou do processo em que o profissional atua, direcionando-o à aplicação das habilidades e dos conhecimentos necessários para atingir resultados. Tem alto grau de especificidade, devendo, portanto, ser pensada e avaliada para cada contexto competitivo e cada área ou processo da companhia. Características da Remuneração por Competência INDIVÍDUO ORGANIZAÇÃO CONHECIMENTOS HABILIDADES ATITUDES Fonte Fleury & Fleury, 2000:P.21 Saber agir Agregar valor Social Saber pensar Saber aprender Ser criativo Saber mobilizar Saber transferir Saber engajar-se Ter visão estratégica Apresenta algumas características semelhantes à remuneração por habilidades, porém existem diferenças especiais. Poderíamos destacar o fato de que a remuneração por competências tem ligação direta com a estratégia da organização. Base do Sistema de Remuneração por Competências Difere muito do sistema tradicional de cargos & salários. Nos sistemas tradicionais, a base de sustentação é o cargo que o profissional ocupa dentro da estrutura organizacional. No sistema de remuneração por competência, a base são as competências segundo as quais os profissionais são avaliados e certificados. Logística do Sistema de Remuneração por Competência O sistema é fortemente influenciado pelo tipo de estrutura predominante na organização. Se a estrutura tiver alto grau de flexibilidade, com características de matriz e times de trabalho, o sistema remuneração tenderá a definir valores específicos para cada competência ou conjunto de competências. Se o sistema organizacional estiver em transformação e adotar cargos amplos, os sistemas de remuneração estarão estruturados em faixas amplas de salários (broadbands). As faixas amplas são definidas com base nas informações de mercado para cargos que podem ser agrupados por importância e níveis de complexidade. Avaliação das Competências A avaliação mais recomendada é o modelo 360 graus, pois ele envolve inúmeros avaliadores, como clientes, fornecedores, superior imediato e pares, e subordinados Vejamos a tabela abaixo, considerando uma das faixas, com seus steps, para classificação das avaliações de competências. O Plano de Remuneração por Competências, possibilita que o profissional evolua na carreira através da movimentação horizontal, com base no aumento do grau de capacitação das competências, ou seja, de acordo com o resultado da avaliação das competências, recebendo um aumento salarial conforme a faixa salarial. Em cada step da faixa salarial há uma pontuação que está relacionada com a avaliação das competências, sendo também realizada uma consulta na avaliação de desempenho. Vantagens da Remuneração por competências Conduz o melhor entendimento da organização; Viabiliza a disseminação dos conhecimentos relacionados ao negócio e das estratégias da empresa, visando construir uma organização de alto desempenho; Garante que a disseminação dos conhecimentos junto aos empregados promova a sua evolução profissional e, em contrapartida, traga benefícios organizacionais como flexibilidade, agilidade, inovação e velocidade; É um instrumento de comunicação das mensagens-chave relativas a conhecimentos, habilidades e atitudes esperadas para cada colaborador.