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SUS SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Atenção Integral a Saúde da Família AISF I Atenção Primária - início do debate: Conferência Internacional de Alma Ata- realizada em1978,pela OMS e UNICEF. Evento internacional que representou um marco de influência nos debates sobre os rumos das políticas de saúde no mundo, reafirmando a saúde como direito humano fundamental. Em que pese ter sido realizada num contexto acirrado da crise monetária internacional, ela continuou influenciando mudanças no cenário mundial durante toda a década de1980. SUS no Brasil: Contexto histórico- político Sua criação resultou de um processo social que exigiu luta política, e seus princípios coincidem com as bandeiras levantadas pelo movimento de redemocratização do país. Não é por acaso que sua implantação reflete fortemente o processo de descentralização política e a abertura de espaços de participação democrática após 1988. As bases jurídicas do Sistema Único de Saúde A Constituição Federal promulgada em 5 de outubro de 1988, no seu Título VIII – da Ordem Social, Capítulo II – da Seguridade Social, Seção II – da Saúde, cria o Sistema Único de Saúde (SUS). A saúde na Constituição Federal de 1988 “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Movimento Sanitário & SUS O texto final aprovado na Constituição de 1988 incorporou as grandes demandas do movimento sanitário, tais como: Concepções sobre a saúde e o “lugar” da política de saúde “Direito de todos e dever do Estado” Conceito ampliado de saúde. Garantida mediante políticas econômicas e sociais abrangentes. Inserida em uma lógica de Seguridade Social, em conjunto com as políticas de Previdência e Assistência Social. A instituição do SUS produziu resultados imediatos. O mais importante foi o fim da separação que havia no sistema público de saúde entre os incluídos e os não- incluídos economicamente com a implantação do princípio da universalidade, que pôs fim à figura dos Indigentes sanitários (não- previdenciários), promovendo a Integração do INAMPS ao sistema público de saúde. Como regulamentação do texto constitucional para a saúde elaborou-se no período de 1989 a 1990 a chamada “Lei Orgânica da Saúde” – Lei n. 8.080, de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde. Os vetos impostos pelo presidente Fernando Collor inseridos nesta Lei atingiram pontos fundamentais como a instituição dos Conselhos e das Conferências de Saúde. Uma intensa reação da sociedade civil organizada gerou a Lei n. 8.142, de dezembro de 1990, que no seu artigo 1º. regula a participação da comunidade no SUS, instituindo os Conselhos de Saúde e as Conferências de Saúde. O Sistema Único de Saúde é, por definição constitucional, um sistema público de saúde, nacional e de caráter universal, com base na concepção de saúde como direito de cidadania e que tem as diretrizes organizativas de: descentralização, com direção única em cada esfera de governo; integralidade do atendimento; e participação da comunidade. Princípios e diretrizes do SUS Universalidade "A saúde é um direito de todos", como afirma a Constituição Federal. Naturalmente, entende-se que o Estado tem a obrigação de prover atenção à saúde, ou seja, é impossível tornar todos sadios por força de lei. Eqüidade Todos devem ter igualdade de oportunidade em usar o sistema de saúde; como, no entanto, o Brasil contém disparidades sociais e regionais, as necessidades de saúde extremamente variadas. Princípios e diretrizes do SUS O controle social, foi melhor regulado pela Lei nº 8.142. Os usuários participam da gestão do SUS através das Conferências de Saúde, que ocorrem a cada quatro anos em todos os níveis, e através dos Conselhos de Saúde, que são órgãos colegiados também em todos os níveis. Princípios e diretrizes do SUS Descentralização político-administrativa O SUS existe em três níveis, também chamados de esferas: nacional, estadual e municipal, cada uma com comando único e atribuições próprias. Os municípios têm assumido papel cada vez mais importante na prestação e no gerenciamento dos serviços de saúde; as transferências passaram a ser "fundo-a- fundo", ou seja, baseadas em sua população e no tipo de serviço oferecido, e não no número de atendimentos. Princípios e diretrizes do SUS Hierarquização Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade; o nível primário deve ser oferecido diretamente à população, enquanto os outros devem ser utilizados apenas quando necessário. Quanto mais bem estruturado for o fluxo de referência e contra-referência entre os serviços de saúde, melhor a sua eficiência e eficácia. Princípios e diretrizes do SUS Regionalização O Município, como célula mínima de estrutura político- administrativa brasileira, é teoricamente capaz de organizar um sistema de saúde mais adequado às necessidades de seus habitantes, por encontrar-se mais próximo do espaço concreto onde vivem as pessoas e mais sensível às pressões e reivindicações da população. Princípios e diretrizes do SUS A participação comunitária em saúde pode ser entendida de diversas formas. Trata-se de um canal importante de relação entre o Estado, os trabalhadores e a sociedade. É orientada para a modificação favorável dos determinantes sociais de saúde tendo em vista a conquista de maior autonomia da comunidade em relação a tais determinantes ou aos próprios serviços de saúde e ao desenvolvimento da sociedade. Características do SUS Admite a participação do setor privado em caráter complementar, mediante o estabelecimento de contratos e convênios. O financiamento é proveniente de recursos tributários do orçamento da União, dos estados e municípios e a prestação de serviços não está condicionada a qualquer forma de contribuição financeira prévia. Os três níveis de governo são responsáveis pela gestão do sistema de ações e serviços de saúde. Implicações do SUS para a atuação do Estado na saúde Além da assistência médica, compete ao Poder Público: a execução de ações de vigilância sanitária, epidemiológica, saúde do trabalhador; a ordenação de recursos humanos para o setor; a fiscalização e a produção de insumos estratégicos. A responsabilidade pela saúde não é apenas setorial e implica a integração das políticas de saúde com as demais políticas públicas. Alguns desafios... País de dimensões continentais e populoso. Modelo de desenvolvimento capitalista brasileiro. Marcantes desigualdades no país. Alterações demográficas e mudanças epidemiológicas recentes. Características do federalismo brasileiro. Características do sistema de proteção social brasileiro. Persistência do modelo médico-assistencial privatista. Tradição participativa da sociedade. Valores culturais da sociedade.