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22/10/2012 1 Economia Professor M.Sc. Fábio Nunes do Nascimento Email: professor_fabionunes@hotmail.com Conceito • Economia deriva do grego oikonomía, sendo que óikos = casa e nómios = lei. No sentido original seria administração da casa. • Economia é a ciência social que estuda como o individuo e a sociedade decide empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços com finalidade de satisfazer as necessidades humanas. Objetivo do estudo da economia • O objetivo primário das Ciências Econômicas é analisar a questão da escassez dos recursos. • A escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da restrição de recursos. • O crescimento populacional renova as necessidades básicas; o desejo de elevação de padrão de vida; a evolução tecnológica, tudo isso contribui com o surgimento de novas necessidades. • Caso os recursos fossem abundantes e infinitos, não haveria necessidade de estudar questões como inflação, crescimento econômico, desemprego, concentração de renda. • Existem vários conceitos importantes ligados ao estudo das Ciências econômicas: – Escolha – Escassez – Necessidade – Recursos produtivos – Distribuição • ESCOLHA: Ato ou efeito de escolher; seleção, preferência, opção. • Escassez: Qualidade do que é escasso; falta, carência. • Escassez surge do pressuposto de que as necessidades humanas são infinitas, ao passo que os bens ou os meios de satisfazê-las são sempre finitos. 22/10/2012 2 • Necessidade: Exigência individual ou social que deve ser satisfeita por meio do consumo de bens e serviços. • Recursos produtivos: elementos necessário ao desenvolvimento das atividades produtivas (natureza, mão de obra, capital ) • Distribuição: Ação de distribuir; repartição Problemas econômicos fundamentais • Toda as sociedades, independente do tipo de organização econômica ou política, são obrigadas a fazer escolhas entre alternativas. Recurso produtivos Necessidade (limitados) (ilimitados) Problemas econômicos fundamentais • O que e quanto produzir? Devido a escassez, a sociedade deve escolher as combinações de produtos que devem ser realizadas. E suas respectivas quantidades. • Como produzir? Quais os recursos deverão ser utilizados. • Para quem produzir? Quem será beneficiado pela produção. Sistema econômico • A forma que a sociedade resolve os problemas econômicos (o que e quanto, como, e para quem produzir) depende da forma de organização econômica. • Sistema econômico é a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. Sistema econômico • Existem duas formas básicas de organização econômica: • Economia de mercado (Capitalismo) • Economia planificada (Socialismo) • Sistema capitalista: • É um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e as decisões sobre oferta, demanda, preços não são definidos pelo governo, os resultados são distribuídos para os proprietários dos fatores de produção. – regido pelas forças de mercado, – predomina a livre iniciativa, – propriedade privada dos fatores de produção 22/10/2012 3 • Sistema socialista • É um sistema econômico-político que demandam a abolição das desigualdades econômicas entre as classes sociais, fundamentado na propriedade pública e na administração coletiva ou estatal dos meios de produção. – Meios de produção regido por um órgão de planejamento – Predomínio da propriedade pública (capital, terra, prédios, ...) Alguns países socialistas no mundo • China • Cuba • Líbia • Coréia do norte • Laos • Vietnã Funcionamento de uma economia de mercado • Fluxo Real da Economia Unidades familiares Empresas Mercado de bens e serviços Mercado de fatores de produção Funcionamento de uma economia de mercado • Fluxo Monetário da Economia Unidades familiares Empresas Pagamento dos bens e serviços Pagamento de fatores de produção Funcionamento de uma economia de mercado • Fluxo Circular de Renda Unidades familiares Empresas Pagamento dos bens e serviços Pagamento de fatores de produção Mercado dos bens e serviços Mercado de fatores de produção Empresas • A empresa é a unidade de produção básica. Onde se aplica os fatores de produção (trabalho, capital, tecnologia) com o objetivo de produzir e vender bens e serviços. • A receita das empresas ocorrem da produção e comercialização dos bens e serviços que são embasados nas necessidades humanas, independente do setor de atuação. 22/10/2012 4 Famílias ou Unidades Familiares • No sistema econômico as famílias tem função de consumir bens e serviços; e oferecer seus recursos, trabalho e capital as empresas. • As famílias buscam maximizar a satisfação obtida no consumo, limitadas pelo orçamento de que dispõem. Classificação de bens • Os bens são classificados em três categorias: • Bens de capital • Bens de consumo • Bens intermediários • Bens de capital • São bens utilizados na produção de outros bens, podem ser utilizados em vários processos produtivos. Não compõe o produto final. • Exemplos • Maquinas; equipamentos; instalações • Bens de consumo • São bens destinados diretamente ao atendimento das necessidades, bens prontos para serem utilizados pelos consumidores. • Em função da durabilidade esses bens podem ser classificados em bens de consumo duráveis e bens de consumo não duráveis. • Bens de consumo duráveis • São bens pronto para uso do consumidor, que podem ser utilizados por várias vezes. Ex: carro, casa, geladeira, fogões (eletrodomésticos em geral). • Bens de consumo não duráveis • São bens pronto para uso e seu consumo é imediato. Ex: alimentos, produtos de limpeza. • Bens intermediários • São bens utilizados e transformado durante o processo produtivo e são consumidos totalmente durante o processo produtivo • Ex: matéria primas, insumos, componentes 22/10/2012 5 • Fatores de produção • São recursos utilizados na utilizados na produção de bens e serviços. • Ex: • Capital • Terra • Mão de obra • Tecnologia • Capacidade gerencial • Cada fator de produção recebe um tipo de remuneração Fator Remuneração Capital .............................. Juros Terra ................................. Aluguel Mão de obra ..................... Salários Tecnologia ......................... Royalty Capacidade gerencial ......... Lucro Atividade econômica • Na Economia existe atividades humanas vinculadas a produção e consumo de bens e serviços voltados para atender as necessidades humanas. • Atividade econômica pode ser conceituada como atividade que proporciona riqueza por meio da criação ou da transformação de produtos e serviços. • O lucro é o excedente gerado pela atividade econômica. • O lucro poderá existir ou não, mas somente existirá se a diferença entre os recebimento e os pagamentos for positiva • Resultado > 0, lucro • Resultado < 0, perdas • Desta forma, o lucro seria uma variável natural, mas não essencial em uma atividade econômica. Setores da economia • A economia é dividida em setores de acordo com o tipo da atividade • Setor primário • Setor secundário • Setor terciário 22/10/2012 6 • Setor primário – está relacionado as atividades agropecuárias (agricultura, pecuária, pesca, caça, extração). • Setor secundário – está relacionado a transformação (industrias em geral). • Setor terciário – está relacionado ao comércio e serviços. • Desde a antiguidade os homens precisavam organizar-se em sociedade, para se defender dos inimigos, buscar abrigo e produzir comida para sobreviver. • A divisão do trabalho permitiu o desenvolvimento da espécie humana em comunidades cada vez maiores e mais bem estruturadas. Contexto histórico • Os homens produziam as ferramentas e utensílios rudimentares para a agricultura, caça, pesca e para trabalhos com madeira. • Com o passar do tempo algumas pessoas desenvolveram habilidades na produção de cada um dos tipos de bens. • Os habilidosos não só aprenderam uma profissão específica, mas também passaram a reunir aprendizes e ajudantes. 33 • As pessoas que produziam armas ou ferramentas e utensílios específicos não tinham tempo para se dedicar à caça, à pesca ou à agricultura, eles então trocavam os produtos que fabricavam por alimentos e peles para vestuário. • Com o aumento das necessidades humanas, as trocas se intensificaram e com isso a economia começa tornar-se mais complexa. 34 • Com a divisão do trabalho e as especializações, ficou claro a formação dos diferentes agentes econômicos: governo, consumidores, produtores, comerciantes, banqueiros. • O sistema bancário tornou-se importante com o surgimento da moeda, que passou a circular como meio de troca. 35 • Já na Idade Média, várias foram as doutrinas teológico filosóficas e tentativas de moralização das atividades econômicas. • Com Mercantilismo, onde houve uma expansão dos mercados consumidores e, conseqüentemente, do comércio. 36 22/10/2012 7 • Mercantilismo é um sistema baseado no mercado, entendido como um conjunto de práticas, adotadas pelo Estado, com o objetivo de obter e preservar riqueza. • A concepção predominante era que o que determinava a riqueza de uma nação era a quantidade de OURO E PRATA que possuía. • Forte intervenção do Estado na economia. Mercantilismo • Primeira escola econômica – séc XVI. • Os governantes consideravam que a riqueza que existia no mundo era fixa, não poderia ser aumentada, portanto, para um país enriquecer outro deveria empobrecer. Essa concepção provocou aumento das disputas entre as nações. • As nações européias adotaram uma política intervencionista, (Estado intervindo nas regras da econômicas). O Estado passou proibir a saída de ouro e prata, como forma de manter a riqueza no país. 38 • A política econômica mercantilista estava voltada para três OBJETIVOS PRINCIPAIS: • O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA; • O CRESCIMENTO DO COMÉRCIO; • E A EXPANSÃO DO PODERIO NAVAL. • Para incentivar o desenvolvimento da Indústria, o governo concedia a grupos particulares o monopólio de determinados ramos da produção ou criava as manufaturas do Estado, com objetivo de obter a auto suficiência econômica. 39 Principais características mercantilismo • Riqueza de uma nação em função da quantidade de OURO E PRATA. • Quantidade de riqueza fixa, para a riqueza uma nação ser aumentada, outra deveria empobrecer • Crescimento do comércio e industria estimulado pelo Estado para se tornar auto suficiente economicamente. 40 Fisiocracia • Escola econômica fundada na doutrina do francês François Quesnay (1694-1774), a qual constitui, no século XVIII, uma reação ao mercantilismo. • Os fisiocratas consideravam o sistema econômico como um organismo regido por uma ordem natural. 41 Fisiocracia • Baseavam-se na economia agrária, com isso, considerava a terra a única fonte da riqueza pública. • Combatia qualquer interferência nas relações econômicas, as quais devem ser governadas livremente pelas leis naturais. • Conceitos da Medicina na Economia: circulação, fluxo, órgãos e funções. 42 22/10/2012 8 • François Quesnay (Tableau Economique) foi um economista francês que se destacou como principal figura da escola dos fisiocratas. • Dividiu a economia em setores mostrando a relação entre eles. • Para ele somente a terra é capaz de multiplicar a riqueza – crises, falta de alimentos, necessidade de expansão. 43 Principais caracterísitcas • Ordem natural – conceito introduzido pelos fisiocratas, em que a economia funcionava por uma ordem natural inerente e pré-existente. • “Laissez faire, laissez passer” (deixe fazer, deixe passar) – determinava que os governos não deveriam interferir nas atividades humanas, sendo que estas estariam em conformidade com as leis naturais. 44 Principais caracterísitcas • Ênfase na agricultura – era consenso entre os fisiocratas que a indústria, comércio e manufatura estavam subordinadas à agricultura. • Reforma tributária – doutrina econômica acreditava que países deveriam unificar a série de impostos existentes, transformando-o num único imposto, a ser cobrado da atividade agrícola. 45 • As idéias marginalistas surgiram por volta de 1870. • Os marginalistas ou neoclássicos combatiam a teoria clássica baseada no valor-trabalho e na idéia de que a renda da terra não era socialmente justa. • Os consumidores busca maximizar a utilidade do produto adquirido. 46 Teoria Neoclássica • Surgiu: • Para combater a teoria clássica; • Para analisar a concentração de renda; e • Contra a intensa migração rural-urbana decorrentes da industrialização. • A essência do pensamento marginalista pode ser sintetizada em 10 pontos: 1) raciocínio na margem: a decisão de produzir ou consumir vai depender do custo ou benefício proporcionado pela última unidade; 2) abordagem microeconômica: o indivíduo e a firma estão no centro da análise, cada bem levado ao mercado é único ou homogêneo, possuindo um preço que equilibra sua oferta com a demanda; 3) método abstrato-dedutivo: abstração teórica, argumentação lógica e conclusão; 48 22/10/2012 9 4) concorrência pura nos mercados, sendo o monopólio uma exceção: muitos vendedores e compradores concorrem no mercado por bens e serviços; as firmas são pequenas e individualmente não conseguem influenciar o preço de equilíbrio de mercado; 5) ênfase na demanda como elemento crucial para determinar os preços, ao contrário dos clássicos que enfocavam a oferta, ou custo de produção 49 6) teoria da utilidade: a utilidade que as pessoas têm no consumo dos bens, determinada por seus gostos, influencia as quantidades demandadas de cada bem e, então, seus preços. Há uma ênfase em aspectos psicológicos, com a consideração da abordagem hedonista de prazer (satisfação) e sofrimento (custos); 7) teoria do equilíbrio: as variáveis econômicas interagem e o sistema manifesta uma tendência ao equilíbrio pelo jogo das livres forças de mercado; 50 8) direitos de propriedade: cada proprietário recebe pela posse de um fator de produção, o que reabilitou a renda da terra, considerada por Ricardo como um pagamento desnecessário e improdutivo; 9) racionalidade: as firmas e consumidores maximizam lucro ou satisfação e não agem por impulso, capricho ou por objetivos humanitários. Embora este último ponto possa ser louvável, ele não faz parte das suposições econômicas marginalistas; 10) laissez-faire, ou liberdade de mercado: toda e qualquer interferência nos automatismos do mercado gera custos e reduz o bem-estar social. 51 • Segundo os economistas neoclássicos, A UTILIDADE DE UM PRODUTO DETERMINA O VALOR DOS BENS, a quantidade demandadas e, então, o preço de equilíbrio do mercado de cada bem. 52 Microeconomia • A microeconomia é a parte da economia que estuda a formação de preços no mercado, o funcionamento da oferta e demanda, ou seja, a interação entre as empresas e os consumidores. • Na visão da microeconomia prevalece a visão do mercado e não de uma única empresa (visão contábil-financeira). • Mesmo se tratando de custos de produção a visão econômica é diferente da visão contábil, além dos custos incorridos no processo, são computados os custos de oportunidade ou implícitos. 22/10/2012 10 Pressupostos básicos da análise microeconômica • Para realizar uma análise microeconômica parte-se da hipótese que TUDO MAIS PERMANECE CONSTANTE (latim coeteris paribus). • Desta forma, concentra-se a análise apenas àquele mercado. Analisando a oferta e demanda, supõe o contexto sofre pouca ou nenhuma interferência das demais variáveis. • Ex. a demanda por um bem é afetada pelo preço e pela renda, para analisar o efeito do preço sobre a demanda, considera que a renda permanece constante. • Mesmo pode dizer com relação a analise da procura em relação a renda. • Na microeconomia, os preços relativos (%) adquirem maior destaque e importância, que os preços absolutos ($) das mercadorias. • Ex. se o preço café cai 5% e o preço do chá também cai 5%, nada ocorrerá a demanda dos dois produtos, mas se o preço café cair 5% e o preço do chá permanecer constante, espera- se um aumento na demanda por café. Aplicações da Análise Microeconômica • A microeconomia busca responder as questões aparentemente comuns: • Por que, quando o preço de um bem se eleva, a quantidade demandada desse bem tende a cair, se mantiver o restante constante (coeteris paribus)? • A teoria microeconômica não um manual contendo respostas sobre a economia, e sim uma ferramenta que auxilia a tomada de decisão sobre; • Política de preços • Previsão de demanda e faturamento • Previsão de custos de produção • Decisão de quantidade ótima de produção • Preferências dos consumidores • Melhor localização para empresa (próxima aos fornecedores ou aos consumidores) 22/10/2012 11 • Em relação a política econômica auxilia na: • Avaliação de projetos de investimento • Efeito de impostos sobre os mercados • Política de subsídio • Controle de preço • Política salarial • Política de tarifas públicas • Leis antitruste Divisão do estudo microeconômico • O estudo microeconômico se divide em: • Análise da demanda • Análise da oferta • Teoria do equilíbrio geral • Análise das estruturas de mercado Demanda • A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. • A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São eles: • O preço do próprio bem ou serviço: Esta é a variável mais importante para que o consumidor decida o quanto vai comprar do bem; • O preço dos bens substitutos: Bens substitutos são bens que satisfazem as mesmas necessidades, não necessariamente com as mesmas características físicas. O preço desse bem pode direcionar o consumidor para o produto principal ou para o substituto. Variáveis que influenciam a demanda • O preço dos bens complementares: são bens que são consumidos para complementar o consumo de outro bem. O preço de um bem influencia a quantidade demanda de um bem complementar. • A renda do consumidor: mesmo que o consumidor ache atrativo o preço do bem, mas se a renda (y) não for suficiente para comprá-lo, a negociação não ira realizar. • Hábitos ou preferência do indivíduo: mesmo que o preço de um bem esteja adequado, e o consumidor apresenta renda compatível, se não tiver o hábito de consumir não será influenciado pelo preço. Lei geral da demanda • Independente dos bens substitutos, da renda do consumidor e dos hábitos, a variável preço apresenta uma relação inversamente proporcional com a quantidade. Q = F(P) • Esta relação ocorre porque os consumidores buscam maximizar a satisfação. 22/10/2012 12 P q Exercícios: com base nos dados desenhe o gráfico Preço do bem X Quantidade demandada 1,00 11.000 3,00 9.000 6,00 6.000 8,00 4.000 10,00 3.000 12,00 2.500 15,00 2.000 20,00 1.000