Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICAA9 OCB Prof. Dr.Odney Carlos Brondino 1Provérbio chinês: “Escuto e Esqueço, Vejo e Lembro, Faço e Aprendo.” OCB 2011 TRATAMENTOS TÉRMICOS FINALIDADE: Alterar as microestruturas e como consequência as propriedades mecânicas das ligas metálicas. 2 OCB 2011 Os processos termoquímicos mais utilizados são: 1. CEMENTAÇÃO; 2. NITRETAÇÃO; 3. CIANETAÇÃO; 4. CARBONITRETAÇÃO; TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS OK – APRESENTADO AULA ANTERIOR 3 4. CARBONITRETAÇÃO; 5. BORETAÇÃO. Os fatores que influenciam no controle destes tratamentos são: �O potencial do meio (sólido, líquido ou gasoso), em que a peça está imersa, de fornecer o elemento químico (carbono, nitrogênio ou boro). �A capacidade da peça de absorver este elemento químico. Isto está relacionada com a solubilidade e difusão do elemento químico no aço OCB 2011 �Nitretação é um processo TERMOQUÍMICO que tem como objetivo o endurecimento superficial de aços por absorção de nitrogênio. �Consiste em submeter a peça a uma atmosfera de amônia (em geral NH3), entre 500 e 570ºC, para formar uma camada dura de NITRETOS. �Por utilizar temperaturas menores que as da cementação, a nitretação produz menor distorção e tem menor tendência a causar trincas no material. NITRETAÇÃO 4 �Após a nitretação não é necessário a têmpera para produzir o endurecimento na camada nitretada. �As principais razões para se utilizar a nitretação são: 1. Obter altíssima dureza superficial (em torno de 70 Rockwell, HRC ) e alta resistência ao desgaste; 2. Melhorar a resistência à fadiga e à corrosão; 3. Obter superfície resistente a elevadas temperaturas próximas à de nitretação (500 e 570ºC). OCB 2011 NITRETAÇÃO � CARACTERÍSTICAS →A temperatura de tratamento é inferior à da cementação e a dureza final é maior → As peças permanecem nas dimensões e acabamento finais, a distorção é pequena → O tempo de permanência em geral é elevado. → A espessura da camada nitretada é muito pequena (dificuldades em reafiar a ferramenta). 5 �É realizado em fornos com atmosfera controlada, rica em Nitrogênio - Nitretação GASOSA (em geral NH3) ou; � em banhos de sais à base de cianetos – Nitretação LÍQUIDA. ferramenta). → O custo é muito mais elevado → Utiliza substâncias tóxicas OCB 2011 NITRETAÇÃO GASOSA Aços empregados: Basicamente são empregados aços que contém elementos formadores de nitretos estáveis a temperatura de nitretação como: alumínio, cromo e vanádio, classificados em: 1. Aços de baixa liga, contendo alumínio; 2. Aços médio carbono, ao cromo; 6 2. Aços médio carbono, ao cromo; 3. Aços e ferramentas com 5% de cromo, do tipo H11, H12 e H13; 4. Aços inoxidáveis ferríticos e martensíticos (série 400); 5. Aços inoxidáveis austeníticos (série 300). Obs.: Aços carbono em geral não podem ser utilizados na NITRETAÇÃO A GÁS, →→→→ formam uma camada nitretada extremamente quebradiça. OCB NITRETAÇÃO GASOSA Na figura abaixo observa-se que a profundidade da camada nitretada é relativamente pequena se comparada às cementadas.(máximas de 0,7 e ~6mm, respectivamente). 7 OCB 2011 �O aquecimento é feito na mesma faixa de temperatura da nitretação a gás (500 a 570ºC), utilizando um banho à base de cianeto. Em vista disso adiciona também um pouco de carbono à peça. �Os aços empregados são: aço carbono, aços de baixa liga, aços ferramentas, aços inoxidáveis e aços resistentes ao calor. �A grande vantagem sobre a nitretação a gás é que, além de utilizar aço carbono, os tempos são bem menores. NITRETAÇÃO LÍQUIDA 8 tempos são bem menores. �A desvantagem é que a camada nitretada também é menor (máxima de 15µm contra 700µm de nitretação a gás). Material tempo (min) Temperatura (oC) Camada Nitretada (µµµµm) Aço Carbono e baixa liga 60 - 120 565 5 - 15 Aço Ferramenta (estrutural) 30 - 180 535 - 565 2,5 - 8 Aço Ferramenta (para corte) 05 - 30 535 2,5 (Máx.) Aço Inoxidável e resistente ao calor 120 - 240 565 5 - 15 Obs.: ~70 Rockwell, HRC ) OCB 2011 � Nitretação parcial →As partes das peças que não se deseja tratar são cobertas por estanho ou liga estanho-chumbo (80-20%wt), ou ainda, podem ser cobertas com cobre (com espessuras entre 0,01 e 0,02mm) → O controle é semelhante ao da camada cementada (corpos de prova) NITRETAÇÃO Tratamentos térmicos associados 9 Tratamentos térmicos associados → Antes: têmpera e revenido → Após : não é necessário Tempo, [h] Espessura, [mm ] 10 0,1 25 0,2 40 0,3 50 0,4 65 0,5 96 0,8 TEMPO DE NITRETAÇÃO PARA UM AÇO AO CROMO Obs.: dureza superficial (~70 Rockwell, HRC ) OCB 2011�Consiste em aquecer o aço em temperaturas acima de A1, em um banho de sal fundido, de modo que a superfície do aço absorva carbono e nitrogênio. Após a têmpera em óleo ou água o aço desenvolve uma camada dura, resistente ao desgaste. �Os banhos de sal contém cianeto de sódio (30 a 97%), carbonato de sódio (2 a 40%) e cloreto de sódio (0 a 30%). Estes dois últimos são mais inertes, adicionados para controlar o ponto de fusão da mistura e sua fluidez. CIANETAÇÃO 10 controlar o ponto de fusão da mistura e sua fluidez. �As temperaturas utilizadas variam entre 760 a 870ºC e os equipamentos são os mesmos empregados na cementação líquida. �O processo é aplicado usualmente aos aços carbono e baixa liga. �Uma vantagem da cianetação é a menor distorção nas peças produzidas. Com relação à cementação líquida, a cianetação introduz menos carbono e mais nitrogênio que esta. OCB 2011 Profundidade da camada para aços carbono e baixa liga: A profundidade de penetração do carbono e do nitrogênio e, por conseqüência da dureza desejada e estas variam com a temperatura e com o tempo. CIANETAÇÃO Temperatura de Cianetação (oC) PROFUNDIDADE DA CAMADA (µµµµm) 11 Cianetação (oC) tempo (15min) tempo (30min) tempo (45min) 700 6 12 25 760 34 63 95 815 45 100 120 880 81 120 150 OCB 2011 �Também conhecido como cianetação seca, cianetação a gás ou nitrocarbonetação, é um processo de introduzir carbono e nitrogênio no aço a partir de uma mistura gasosa apropriada. O carbono provém de um gás rico em carbono e o nitrogênio a partir da amônia. �É um processo misto de cementação a gás e a nitretação a gás, sendo realizado em temperaturas intermediárias entre estes dois processos (700 a 900ºC). CARBONITRETAÇÃO 12 �O objetivo da carbonitretação é formar no aço uma camada resistente ao desgaste de 0,07 a 0,70 mm. �Por empregar temperaturas menores que a cementação gasosa, produz uma menor distorção que este processo. �Os aços utilizados são os das series: 10xx, 41xx, 51xx e, 86xx com teores de carbono na faixa de 0,25%, embora em alguns casos aços com até 0,50% C sejam utilizados. OCB 2011 CARBONITRETAÇÃO �Por conter nitrogênio, a resistência ao amolecimento pela temperatura é maior em peças carbonitretadas que nas cementadas a gás. �Também a resistência à fadiga e ao impacto são maiores em peças carbonitretadas do que nas cementadas a gás. �Em contrapartida a profundidade da camada endurecida é menor que na cementação. �A vantagem da carbonitretação em relação à cianetação a gás é que esta é mais 13 �A vantagem da carbonitretação em relação à cianetação a gás é que esta é mais limpa. Assim, em peças com formas intrincadas ou com pequenos furos a operação de retirada do sal da cianetação é difícil, e aí a carbonitretação é mais indicada. �Os equipamentos utilizados são praticamente os mesmos da cementação a gás, com pequenas modificações. �Os tempos de carbonitretação para os aços carbono e baixa liga variam de 30 minutos até um máximo de 6 horas. OCB 2011 �Consiste no enriquecimento superficial em boro no aço pela difusão química, com formação de boretos de ferro. �A boretação pode ser gasosa, líquida ou sólida. �A boretação gasosa, além de utilizar equipamentos de alto custo, emprega um gás 100 vezes mais venenoso que o cianogênio. �A boretação líquida utiliza banhos de sais, não tóxicos, mas apresenta dificuldades de introdução do boro no aço por formar camadas bifásicas contendo boretos, que BORETAÇÃO 14 introdução do boro no aço por formar camadas bifásicas contendo boretos, que dificultam a penetração do boro. �Em vista disso, a boretação sólida tem sido a mais empregada. Os meios de boretação sólida podem contar como fontes de boro as seguintes substâncias: boro puro, ferroboro, e carboneto de boro. Como o boro puro é caro (~500 dólares/kg) e o ferro-boro apresenta dificuldades técnicas em se manter a qualidade em grandes produções, utiliza-se o carboneto de boro (~80 dólares/kg). OCB 2011 BORETAÇÃO �A espessura da camada boretada varia de 10 a 300 µm, embora processos especiais permitam obter camadas de até 1 mm de profundidade. �O ideal é a formação das camadas monofásicas de Fe2B, pois camadas de FeB são mais susceptíveis à formação de trincas. �A temperatura de boretação varia de 800 a 1050ºC e os tempos, em geral, variam de 1 a 8 horas. 15 �Peças com camadas boretadas de até 150 µm podem ser temperadas em óleo ou ar, sem apresentar trincas superficiais. �O revenimento deve ser feito em um meio inerte, preferencialmente sob gás protetor ou banho de sal neutro. �A microdureza das camadas boretadas é extremamente alta. (~1700 a 2000 kgf/mm2) �A camada boretada também apresenta uma grande resistência à corrosão por ácidos inorgânicos, como o clorídrico, o sulfúrico e o fosfórico. OCB �Os aços empregados na boretação são: aço carbono, aço de baixa liga e aços inoxidáveis. �Os aços ligados com alumínio e os com mais de 1% de silício não são indicados para este processo. BORETAÇÃO 16 OCB 2011 CEMENTAÇÃO NITRETAÇÃO CIANETAÇÃO CARBONITRETAÇÃO BORETAÇÃO Adição de C Adição de N Adição de C e N Adição de C e N Adição de B TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS 17 Sólida Líquida Gasosa Plasma Líquida Gasosa Plasma Líquida Gasosa Sólida T proces. (850-950 °C) seguido de tempera Dureza:~65HRC Camada: Até ~6 mm T proces. (500-600°C) Dureza:~1000- 1100HV Camada: Até 1 mm T proces. (650-850°C) Seguido de tempera Camada: 0,1a 0,3 mm T proces. (700-900 °C) Seguido de tempera Camada: até 7 mm T proces. (~900 °C) Dureza: 700-2000HV Camada: 4 h produz 100 µm OCB TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS RESUMO - TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS MAIS COMUNS E SUAS APLICAÇÕES Elementos Incorporados Denominação Fase(s) em que o(s) elemento(s) é (são) difundido (s) Aplicações Carbono - C Cementação austenita Resistência ao desgaste por atrito; Resistência à Fadiga. 18 Resistência à Fadiga. Nitrogênio - N Nitetração Ferrita ou Martensita Resistência ao desgaste por atrito; Resistência à Fadiga; Resistência a Corrosão. Boro - B Boretação austenita Resistência ao desgaste por atrito; Resistência à Fadiga. Carbono - C e Nitrogênio - N Carbonitretação ou nitrocarbonetação (MEIO GASOSO) austenita ou ferrita Resistência ao desgaste por atrito; Resistência à Fadiga. Carbono - C e Nitrogênio - N Cianetação Banho de Sais Cianetos austenita Resistência ao desgaste por atrito; Resistência à Fadiga. OCB 2011 TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS 19 MICRODURÔMETRO : Microdureza Vickers OCB 2011 O ensaio de microdureza Vickers utiliza um indentador de diamante piramidal com ângulo entre as faces opostas de 136º (Fig. a), cuja impressão resulta em uma imagem projetada de um quadrado (Fig. b). TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS 20 Figura – (a) Representações esquemáticas do indentador e da indentação Vickers e (b) indentações Vickers realizadas na fase ferrita de um aço inoxidável com cargas de 500, 300, 100, 50 e 10 gf (da esquerda para a direita). OCB 2011 TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS 21 Micrografia: Liga Cu-Be mostrando indentações Vickers (50 gf) na matriz “mole” (regiões escuras) e na fase intergranular “dura” (regiões claras). OCB 2011 � Consiste na precipitação de outra fase, na forma de partículas extremamente pequenas e uniformemente distribuídas. � Esta nova fase enrijece a liga. TRATAMENTO TÉRMICO DE SOLUBILIZAÇÃO SEGUIDO DE PRECIPITAÇÃO OU ENVELHECIMENTO 22 � Após o envelhecimento o material terá adquirido máxima dureza e resistência. �O chamado envelhecimento pode ocorrer de forma NATURAL (Quando a precipitação ocorre a temperatura ambiente) ou �ARTIFICIAL: Quando a precipitação ocorre acima da temperatura ambiente por reaquecimento. OCB 2011 TRATAMENTO TÉRMICO DE SOLUBILIZAÇÃO SEGUIDO DE PRECIPITAÇÃO OU ENVELHECIMENTO 23 OCB 2011 �O objetivo da solubilização é por em solução sólida a maior quantidade possível de átomos de soluto, deseja-se dissolver ao máximo possível, todos os elementos presentes na liga de alumínio no próprio alumínio, sendo que este deve permanecer no estado sólido, onde a fusão ou o super aquecimento, mesmo que sejam parciais ou TRATAMENTO TÉRMICO DE SOLUBILIZAÇÃO SEGUIDO DE PRECIPITAÇÃO OU ENVELHECIMENTO 24 estado sólido, onde a fusão ou o super aquecimento, mesmo que sejam parciais ou localizados, devem ser evitados. � Essa dissolução dos elementos presentes na liga, leva um determinado tempo, em temperatura, para ser concluída e esse tempo deve ser o suficiente para que também haja a total dissolução de todas as fases do metal (estrutura uniforme e monofásica da solução sólida; � O processo de solubilização é vital para um perfeito envelhecimento posterior e é um fator preponderante para o atigimento das características mecânicas desejadas. OCB 2011 �O Tratamento em aquecer a fase α (alumínio) até que toda a fase θ (AlCu) fique completamente dissolvida, seguido de um resfriamento rápido (Têmpera) para reter o soluto em solução e prevenir da formação da fase θ TRATAMENTO TÉRMICO DE SOLUBILIZAÇÃO SEGUIDO DE PRECIPITAÇÃO OU ENVELHECIMENTO 25 OCB 2011 Solubilização SOLUBILIAÇÃO E MECANISMO DE ENDURECIMENTO SISTEMA AL-CU 26 OCB 2011 MECANISMO DE ENDURECIMENTO 27 OCB 2011 MICROESTRUTURAS OBTIDAS NA SOLUBILIZAÇÃO (Al-4,5Cu) 28 � Solubilização a 5000C e 5900C 92,5 µµµµm 92,5 µµµµm OCB O envelhecimento tem como objetivo a precipitação controlada da fase endurecedora na matriz previamente solubilizada. A temperatura e o tempo de envelhecimento determinam a mobilidade dos átomos de Cu, que tendem a formar a fase θ. ENVELHECIMENTO (Al-4,5Cu) 29 OCB �Nas ligas de alumínio tratáveis, o envelhecimento é realizado em temperaturas de até 280ºC (dentro do campo α + θ) por um intervalo de tempo precisamente determinado. A combinação temperatura e tempo de envelhecimento determinam as características da dispersão da fase θ. Para uma determinada temperatura existe um tempo “ótimo” em que a dispersão de precipitados é, na maior parte, coerente provocando o endurecimento máximo da liga. 30 OCB 31 OCB �O superenvelhecimento é caracterizado pela redução da resistência mecânica com o tempo de envelhecimento. Quando o tempo de envelhecimento é superior ao ponto de resistência máxima, os precipitados coerentes de fase θ aumentam de tamanho e tornam-se incoerentes, diminuindo a resistência mecânica. SUPERENVELHECIMENTO 32 OCB CORPOS DE PROVA PARA ENSAIO DE CHARPY 33 OCB EQUIPAMENTO UTILIZADO PARA A REALIZAÇÃO DO ENSAIO DE CHARPY 34 OCB ENERGIA CONSUMIDA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA E PARA VÁRIOS TEORES DE CARBONO - ENSAIO CHARPY 35 C representa o percentual de carbono no aço OCB 2011 Máquina de ensaio de 36 ensaio de tração.