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Maria Tânia Florentino de S. Nascimento
Glícia M. Azevedo de M. Tinoco 
01
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Texto e gênero discursivo
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Huguenin
Leonardo dos Santos Feitoza
Revisão Tipográfi ca
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias 
Nouraide Queiroz
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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Objetivos
1
Redação A01
Desde a pré-história, o homem sentiu a necessidade de se comunicar, e essa 
comunicação realiza-se através de textos. Para você, o que é um texto? Como esse 
texto se apresenta?
Na disciplina Redação, estudaremos noções básicas da produção textual, enfatizando 
a redação técnica e ofi cial, com o propósito de oferecer subsídios para a leitura e a 
produção efi ciente de textos em diferentes gêneros discursivos. 
Nesta primeira aula, estudaremos a noção de texto numa perspectiva mais ampla, 
tratando tanto da produção de textos verbais quanto de textos não-verbais e do conceito 
de gênero discursivo. Utilizaremos, para isso, textos presentes no nosso cotidiano.
  Compreender noções gerais e propriedades dos textos.
  Reconhecer diversos gêneros discursivos, especialmente 
alguns de maior circulação em nossa sociedade.
  Produzir, com adequação, textos em diferentes gêneros 
discursivos.
2
Redação A01
Para começo 
de conversa...
Fonte: Tira de 30 jun. 2007 disponível em: <www.tiras-hagar.blogspot.com>. 
Acesso em: 16 maio 2009.
Na tirinha acima, percebemos que, se for feita uma leitura isolada do primeiro quadrinho, 
o leitor achará que Helga está preocupada com o bem-estar do seu marido. Porém, 
ao confrontarmos com o segundo, constatamos que, na realidade, Helga desistiu de 
tentar desembaraçar a barba de Hagar porque sempre quebra os pentes. O humor da 
tirinha está justamente nessa quebra de expectativa, pois a imagem que o leitor criou 
de Helga – uma esposa cuidadosa e dedicada por tratar até da barba do cônjuge – dá 
lugar a outra bem diferente: a esposa que se importa mais com os bens materiais do 
que com o companheiro.
Não-verbais
3
Redação A01
Essa tirinha é um bom exemplo para explicitarmos dois dados imprescindíveis na leitura 
de qualquer texto. Vejamos.
O primeiro se refere ao sentido global de um texto. É importante perceber que, em 
um texto, o signifi cado de cada parte não é independente. As partes devem estar 
correlacionadas e, portanto, devem convergir para uma interpretação integral do 
conteúdo. Comprovamos isso na tirinha de “Hagar, o horrível”, quando reinterpretamos 
o primeiro quadrinho em função do que aparece no segundo.
O segundo evidencia que o sentido de um texto não se dá pela simples somatória de 
suas partes, mas pela combinação geradora de sentidos. Se não fosse dessa forma, o 
leitor entenderia, no primeiro quadro, que Helga é uma esposa atenciosa e, no segundo, 
não inferiria sobre o que a esposa de Hagar estaria respondendo.
Resumindo, o sentido das partes de um texto não é autônomo. Ele depende da relação 
com as demais partes. Além disso, o sentido do todo não é a mera soma do sentido 
das partes do texto, mas das várias relações que se estabelecem entre elas. 
Além disso, é válido ressaltar que, no processo de atribuição de sentido, também temos 
de considerar a intenção comunicativa do texto. Com isso, queremos afi rmar que os 
textos orais e/ou escritos e, também, os textos não-verbais expressam uma mensagem 
que está além de seus elementos explícitos. 
Isso signifi ca que os textos podem “sugerir”, “indicar”, “insinuar”, “mandar” sem que, 
para tanto, seja necessário usar esses verbos. Cabe ao leitor interpretar o “querer dizer” 
do texto. Vejamos um exemplo de texto oral, um diálogo entre dois amigos.
Pedro: - Aceita um cafezinho, João? 
João: - Quando tomo café não durmo bem. Obrigado.
Observe que João não foi taxativo na recusa. Ao afi rmar que não dorme bem quando 
toma café, ele teve a intenção de negar a proposta de Pedro, explicando a ele a razão 
para essa negativa. Na sequência, mesmo sem aceitar o café, ao agradecer, João se 
mostra um rapaz educado. Se for um bom entendedor, Pedro não insistirá no convite 
nem fi cará ofendido pela recusa.
Entendidas essas relações presentes na atribuição de sentidos a um texto, vamos 
praticar um pouco?
  Em latim, “verbum” 
quer dizer “palavra”. 
Logo, textos verbais 
são aqueles que se 
utilizam de palavras, 
que podem ser 
escritas (textos 
escritos) ou faladas 
(textos orais). 
Portanto, quando 
se diz que um texto 
é verbal, ele pode 
se apresentar por 
escrito ou oralmente. 
Já um texto não 
verbal é concretizado 
por meio de cores, 
imagens, ilustrações, 
gestos ou outro 
código qualquer que 
não use palavras.
Praticando... 1Praticando...
4
Redação A01
1. Leia a tira abaixo e explicite, em um só período, qual a intenção comunicativa do texto.
Fonte: Tira de 26 jan. 2009. Disponível em: <http://www.meninomaluquinho.com.br/PaginaTirinha/
PaginaAnterior.asp?da=26012009>. Acesso em: 25 maio 2009.
2. Agora, leia a mesma tirinha novamente, mas dessa vez sem a omissão do 
último quadro. 
Fonte: Tira de 26 jan. 2009. Disponível em: <http://www.meninomaluquinho.com.br/PaginaTirinha/
PaginaAnterior.asp?da=26012009>. Acesso em: 25 maio 2009.
A intenção comunicativa do texto que você acabou de ler é a mesma do texto 1? Se for 
diferente, escreva-a a seguir, também em um só período.
5
Redação A01
Noções de texto 
Comecemos por defi nir as propriedades de um texto, baseando-nos em Fiorin e Savioli (1999). Segundo esses autores, a primeira propriedade de um texto é que ele deve ter coerência, ou seja, um texto não é uma mera aglomeração de 
frases dispostas umas sobre as outras. O texto com o qual iniciamos esta aula, a tira 
do Hagar “O horrível”, demonstra claramente isso. Se não levássemos em consideração 
as relações de uma parte com as outras, correríamos o risco de atribuir ao texto lido 
um signifi cado até oposto ao que realmente ele apresenta.
A segunda propriedade de um texto é que ele é delimitado por dois brancos. São dois 
espaços de não-sentido: um antes de começar o texto e outro depois, quer dizer, há 
um começo e um fi m. Trata-se do espaço em branco no papel antes do início de um 
poema, por exemplo, e o espaço em branco depois do seu término. Esses espaços 
correspondem ao momento anterior à abertura das cortinas de um espetáculo e o 
momento depois que elas se fecham.
A terceira propriedade é que o texto é produzido por um indivíduo num determinado 
tempo e num dado espaço. Esse sujeito, por pertencer a um grupo social situado num 
tempo-espaço, impregna seus textos com as ideologias, expectativas e receios do seu 
tempo e do grupo no qual está inserido, como notamos no poema-canção abaixo.
Nesta aula, já usamos várias vezes a palavra texto. Essa palavra é utilizada 
nas mais diferentes esferas de atividade, tais como a escola, o trabalho, 
a casa etc. Todavia, apesar de ser bastanteusual, seu conceito não é tão 
simples, mesmo para aquelas pessoas que a empregam habitualmente. 
Quando interagimos com outras pessoas através da linguagem, independente 
do objetivo ou da modalidade (oral ou escrita), comunicamo-nos através 
de textos. 
Os textos dão corpo aos gêneros, os quais, por sua vez, representam 
esquemas mais amplos relacionados a temas, a estilo, e a estruturas mais 
ou menos preestabelecidas. 
Mas, afi nal, o que é texto e o que é gênero discursivo?
6
Redação A01
Inútil
Composição: Roger Rocha Moreira
Intérprete: Ultraje a Rigor
A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dente
Tem gringo pensando que nós é indigente
Refrão:
Inútil
A gente somos inútil
A gente faz carro e não sabe guiar
A gente faz trilho e não tem trem pra botar
A gente faz fi lho e não consegue criar
A gente pede grana e não consegue pagar
Refrão:
Inútil
A gente somos inútil
A gente faz música e não consegue gravar
A gente escreve livro e não consegue publicar
A gente escreve peça e não consegue encenar
A gente joga bola e não consegue ganhar
Praticando... 2Praticando...
7
Redação A01
1. A letra da música “Inútil” pode nos oferecer a impressão de que o grupo “Ultraje a 
Rigor” não conhece algumas regras de concordância verbal e nominal. Você poderia 
identifi car os problemas que justifi cariam essa impressão? Cite-os no espaço abaixo.
2. Todavia, perceber a intenção comunicativa da letra dessa música signifi ca entender 
que o grupo está querendo fazer uma crítica social. A quem? Por quê?
3. O texto não verbal a seguir dialoga com a letra da música do grupo Ultraje a Rigor? 
 Justifi que sua resposta.
Praticando... 3Praticando...
  Epopeia é uma 
narrativa literária de 
grande extensão e 
caráter heroico que 
atinge interesses 
sociais e nacionais, 
onde se movimentam 
deuses e heróis. 
Fonte: www.netsaber.
com.br
Epopeia
8
Redação A01
A atividade que acabamos de fazer nos ajuda a concluir que texto é um composto, verbal 
ou não-verbal, organizado de sentido, delimitado por dois brancos e produzido por um 
sujeito num dado tempo e espaço. É importante ressaltar que não há um tamanho 
preestabelecido para os textos. Pode ser um simples “oi” ou uma epopeia com mais 
de mil páginas. Desde que seja produzido com um determinado fi m e faça sentido para 
alguém, será considerado texto. O texto é a unidade básica da comunicação.
Para um texto existir, faz-se necessária uma cena enunciativa composta de 
alguns elementos:
Enunciador: produtor do texto, que tem uma intenção comunicativa 
determinada (convencer, informar, emocionar, confundir...).
Coenunciador(es): ouvinte(s), leitor(es), público-alvo da intenção 
comunicativa do enunciador.
Situação de enunciação: tempo e lugar concretos em que ocorre a produção 
do texto.
1. Agora é a sua vez de ajudar a produzir um texto. Tendo como base tudo o que você 
já aprendeu até aqui, observe a intenção comunicativa da tirinha abaixo a partir da 
leitura do não-verbal e, depois, preencha os quadros com falas adequadas para a 
situação. Lembre-se de dar um título ao texto.
9
Redação A01
Fonte: Turma da Mônica, página semanal 18. Disponível em: <http://www.monica.com.br/comics/tabloide/tab018.htm>. 
Acesso em: 14 maio 2009.
Quadro 2:
  Sátira menipeia: 
texto de caráter sério 
cômico que mistura 
temas fi losófi cos com 
assuntos de retórica 
e dialética. Exemplo: 
ROTTERDAM, 
Erasmo. Elogio da 
loucura. São Paulo: 
Martim Claret, 2000.
Sátira 
menipeia
10
Redação A01
Quadro 7: 
Quadro 8: 
Gêneros discursivos 
Conforme já vimos, quando nos comunicamos, produzimos textos que têm uma 
padronização mais ou menos recorrente, ou seja, eles tendem a se repetir nos seguintes 
aspectos: conteúdo (tema), linguagem (estilo) e estrutura. 
A existência de certa regularidade nos faz reconhecer que um bilhete é diferente de uma 
certidão de nascimento que, por sua vez, difere de um poema, que tem uma organização 
diferente de uma entrevista, que não se confunde com um ofício nem com um relatório. 
E por aí se multiplicam os exemplos. 
Com isso, queremos dizer que os leitores tendem a reconhecer determinadas cristalizações 
históricas e socioculturais de práticas de linguagem que são necessárias às atividades 
humanas. Em outras palavras, quanto mais experiências de leitura desenvolvemos mais 
possibilidades de reconhecer determinados gêneros discursivos temos.
Os gêneros discursivos aparecem e desaparecem conforme a necessidade de 
comunicação das sociedades. Por isso, de acordo com a evolução da sociedade, pode 
nascer um novo gênero (os scraps do Orkut), assim como pode desaparecer algum 
que esteja sendo pouco utilizado ou que deixou de ser utilizado (carta de alforria e a 
sátira menipeia, por exemplo).
É possível ainda que um gênero sofra uma mudança, ou várias, até se transformar 
em um novo gênero discursivo. Alguns linguistas (cientistas da linguagem) alemães 
descobriram que há mais de quatro mil gêneros do discurso. Outros afi rmam ser essa 
lista infi ndável, dada a constante possibilidade de surgimento de gêneros em função 
das atividades cotidianas. 
É claro que não somos obrigados a conhecer todos; todavia, devemos ser capazes de 
reconhecer aqueles que são mais comuns no nosso cotidiano: tirinha, piada, charge, 
artigo, carta, e-mail, bilhete, ofício, memorando, ata, parecer, relatório, contrato, 
currículo... Ufa! E outros mais que forem sendo necessários no decorrer de nossas vidas. 
O conhecimento sobre os gêneros é de grande importância para uma leitura efi ciente 
de textos, pois os textos dão corpo aos gêneros. A via a esse conhecimento é bem 
11
Redação A01
prática. É a constante leitura de gêneros variados (artigos, editoriais, crônicas, ensaios, 
contos, entrevistas, currículos, atas...) um dos responsáveis pelo aprimoramento da 
competência comunicativa do produtor de textos, sejam eles orais ou escritos.
Assim, determinamos o gênero textual que empregaremos na comunicação de acordo 
com a fi nalidade, o público-alvo, o momento histórico etc. Vejamos alguns exemplos. 
As histórias em quadrinhos (HQ) têm a intenção de divertir, mas algumas vão além do 
riso e provocam refl exões sobre determinadas atitudes e atividades sociais. O público-
alvo é, na maioria das vezes, quem irá determinar a produção desses textos, pois 
uma HQ para crianças provavelmente não conterá profundas inferências fi losófi cas, 
bem como não exigirá um grande conhecimento de mundo. No entanto, as produções 
para adultos podem e devem exigir mais, fazendo com que esse público tenha de 
compreender algumas relações de sentido, recuperar informações da atualidade ou até 
mesmo estabelecer diálogos com outros textos. 
Para fi nalizar esta aula, é necessário que tratemos de três conhecimentos que são 
exigidos de um produtor de textos. Eles são importantíssimos para que se produza uma 
sequência com todas as características que um texto exige. Salientamos, porém, que 
o aprofundamento acerca desses três conhecimentos será feito na aula 3, que tratará 
de coerência textual. Por ora, nossa intenção é apenas a de uma sinalização prévia.
  Conhecimento linguístico
É o conhecimento que se tem a respeito do funcionamento interno da língua: 
ortografi a, sintaxe, prosódia, pontuação etc. O enunciador precisa saber 
encadear orações, estabelecer a concordância devida entre as palavras, usar 
corretamente a ortografi a e a pontuação, selecionar palavras adequadas ao 
tema desenvolvido. Se o enunciador não tiver uma competência linguística 
bem desenvolvida, poderá ter difi culdades de produzir textos que requeiram, 
por exemplo, construções sintáticas mais complexas. Conhecimento enciclopédico ou de mundo
É o conjunto de informações que possuímos a respeito de um ou de 
múltiplos temas. Esse saber enciclopédico varia, evidentemente, em função 
da sociedade em que o indivíduo está inserido e da experiência de cada um. 
Ele é necessário na produção de um texto para que o enunciador demonstre 
se está sufi cientemente informado sobre o tema a ser desenvolvido, se tem 
conhecimentos gerais sobre o mundo. Sem dúvida, ter um bom repertório 
de informações faz a diferença na hora de produzir um bom texto. 
Praticando... 4Praticando...
12
Redação A01
  Conhecimento interacional 
Consiste basicamente em fazer-se entender pelo(s) ouvinte(s)/leitor(es) por 
meio de uma adequada escolha do gênero discursivo, do tipo de registro 
de linguagem a ser utilizado (hiperformal, formal, informal) e da quantidade 
e complexidade das informações (grau de informatividade). Tudo isso 
analisado em função da situação na qual se deseja comunicar. 
Por exemplo: um advogado, na condição de enunciador, não utilizará o mesmo registro 
de linguagem para dar uma palestra sobre o Código de Defesa do Consumidor para 
outros advogados em um congresso e para um grupo de estudantes do ensino médio 
em uma atividade escolar. O enunciador fará sempre adequações ao público-alvo para 
garantir a compreensão. 
Depende também do conhecimento interacional do enunciador a determinação do gênero 
discursivo adequado à situação: se palestra, carta, bilhete, telegrama, relatório, cartaz. 
Cada situação de comunicação exige um gênero diferente, e cabe ao enunciador conhecê-
lo sufi cientemente para que possa imprimir suas características ao texto produzido.
A partir da compreensão do que é texto, gênero discursivo e conhecimentos para a 
produção de textos, vamos praticar um pouco?
O Secretário de Esportes da cidade de “Passa e Vai Embora” solicitou à assessoria de 
comunicação da Prefeitura Municipal a redação de um panfl eto (gênero) no qual deve 
ser anunciada uma apresentação de balé clássico. Leia o texto que foi produzido pela 
assessoria e responda às questões.
13
Redação A01
a) Em sua opinião, o texto lido responde bem à situação de comunicação proposta pelo 
Secretário de Esportes? Por quê? 
 
b) Houve atendimento quanto ao gênero discursivo solicitado? 
c) Que evento haverá na cidade de “Passa e Vai Embora”? 
d) O texto evidencia a data e o horário desse evento? 
e) Onde fi ca o Ginásio de Esportes Miguel Felinto?
f) Se o leitor tiver interesse de comparecer ao evento, onde ele deve adquirir o ingresso? 
g) E se o leitor quiser apenas mais informações, a quem deve procurar?
 
h) A seleção vocabular do texto está boa? Caso não esteja, cite um 
exemplo de inadequação.
 
i) A parte gramatical (especifi camente a ortografi a e a pontuação) está adequada? 
 Caso não esteja, cite exemplos de usos que devem ser corrigidos no 
texto lido.
AVISO
Haverá hoje. No Ginásio de Esportes Miguel Felinto de Araújo a primeira partida 
de balé clássico do grupo Corpus. A Prefeitura Municipal de Passa e Vai Embora 
terá a onra de acolhêlo neste momento de laser. 
Para adquirir o ingresso e mais informações entrem em contato conosco.
14
Redação A01
j) Feitas todas essas críticas ao texto original, chegou sua vez de colaborar no processo. 
Redija outra versão desse texto, a fi m de adequá-lo à situação comunicativa proposta 
pelo Secretário de Esportes. Use, para tanto, o espaço a seguir.
15
Redação A01
Leituras complementares
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica 
Editora, 2008. 
Nesse livro, esclarecem-se conceitos relacionados à compreensão dos gêneros. Cerca 
de 400 verbetes incluem desde os gêneros mais cotidianos até os mais sofi sticados 
(e dos mais tradicionais aos mais recentes) tanto orais quanto escritos. Vale lembrar 
que esse livro não dará conta de todos os gêneros e de cada um em sua totalidade, 
mas é uma boa indicação para complementar nossas leituras.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed. 
São Paulo: Editora Ática, 1999. 
O livro de Fiorin e Savioli é praticamente um clássico entre os didáticos que se voltam 
para a leitura e a produção de textos. Esse livro apresenta uma exposição teórica muito 
clara, textos comentados, exercícios de leitura e propostas de redação instigantes. 
Na aula 1, vimos que o texto pode ser verbal, não-verbal ou ainda verbal e não-
verbal, mas sempre responde a um fi m específi co (gerado em uma situação 
de comunicação) e é produzido por um enunciador que está mergulhado em 
peculiaridades de um dado lugar e tempo. Vimos também que todo texto 
é um composto de sentido construído a partir de macromodelos (gêneros) 
os quais apresentam certa recorrência quanto aos seguintes elementos: 
conteúdo (tema), linguagem (estilo) e estrutura. 
16
Redação A01
1. Analise os textos a seguir considerando os seguintes aspectos:
a) gênero: carta, crônica, ofício, resenha, relatório, resumo, conto de fadas;
b) intenção comunicativa: informar, convencer, divertir;
c) estilo: prosa ou verso; predominantemente conotativo ou denotativo, 
culto ou informal;
d) estrutura: título, assinatura de autor; um parágrafo ou mais de um; 
linguagem não-verbal presente;
e) perfi l do leitor: idoso, adolescente, universitário, público em geral; perfi l 
do autor: jornalista, escritor, estudante.
Texto 1
Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima.
Fonte do texto 1: <www.infoescola.com>. 
Acesso em: 14 maio 2009.
a) gênero: 
b) intenção comunicativa: 
c) estilo: 
17
Redação A01
d) estrutura:
e) perfi l do leitor e do autor: 
Texto 2
Bella
Ana Elisa Faria
“Minha avó sempre dizia: se quiser que Deus dê risada, conte seus planos a 
Ele.” A frase é de José - personagem interpretado pelo galã, ator e cantor Eduardo 
Verástegui - na primeira cena de Bella, quando começa a narrar sua história com 
ceticismo sobre a vida e seu desenrolar. José é chef de um restaurante tipicamente 
mexicano em Nova York. Antes, entretanto, foi craque de um grande time de futebol, 
mas teve a carreira interrompida no ápice do sucesso. Já Nina (Tammy Blanchard) 
tem a vida toda chacoalhada ao saber, quase simultaneamente, que está grávida, 
sozinha e acaba de ser demitida do emprego de garçonete. Pronto, um prato 
cheio para o drama de duas pessoas que compartilham, durante um passeio pela 
cidade e seus arredores, anseios, frustrações, culpas e alguns clichês. Assim 
como um destino em comum, que vem para confi rmar a impermanência de viver. 
Com diálogos ora em inglês, ora em espanhol, Bella é o primeiro longa-metragem 
dirigido pelo mexicano Alejandro G. Monteverde, que estreou de cara vencendo o 
prêmio de melhor fi lme do júri popular do Festival de Toronto de 2006. Com traços 
leves de humor, a trama é narrada em fragmentos, onde lembranças do passado 
se confundem com fatos do presente, numa sucessão de belezas delicadas e 
densa dramaticidade. 
Nome original: Bella.
País: México/EUA.
Ano de lançamento: 2006
Diretor: Alejandro Gómez Monteverde.
Elenco: Eduardo Verástegui e Tammy Blanchard.
Duração: 91 min.
Distribuidora: Califórnia.
Gênero: drama.
Classifi cação: a defi nir.
Fonte: <www.setonline.com.br>. Acesso em: 3 set. 2008.
18
Redação A01
a) gênero: 
b) intenção comunicativa: 
c) estilo: 
d) estrutura:
e) perfi l do leitor e do autor: 
Texto 3
Os certinhos e os seres do abismo
Luis Fernando Veríssimo
Era assim no meu tempo de frequentador de aulas (“estudante” seria um exagero), 
mas não deve ter mudado muito. A não ser quando a professora ou o professor 
designasse o lugar de cada um segundo alguma ordem, como a alfabética – e, 
nesse caso, eu era condenadopelo sobrenome a sentar no fundo da sala, junto 
com os Us, os Zs e os outros Vs –, os alunos se distribuíam pelas carteiras 
de acordo com uma geografi a social espontânea, nem sempre bem defi nida, 
mas reincidente. 
Na frente, sentava a Turma do Apagador, assim chamada porque era a eles que a 
professora recorria para ajudar a limpar o quadro-negro e os próprios apagadores. 
Nunca entendi bem por que se sujar com pó de giz era considerado um privilégio, 
mas a Turma do Apagador era uma elite, vista pelo resto da aula como favoritos 
do poder e invejada e destratada com a mesma intensidade. Quando passavam 
para os graus superiores, os apagadores podiam perder sua função e deixar de 
ser os queridinhos da tia, mas mantinham seus lugares e sua pose, esperando o 
dia da reabilitação, como todas as aristocracias tornadas irrelevantes. 
19
Redação A01
Não se deve confundir a Turma do Apagador com os Certinhos e os Bundas de 
Aço. Os certinhos ocupavam as primeiras fi leiras para não se misturarem com a 
Massa que sentava atrás, os bundas de aço para estarem mais perto do quadro-
negro e não perderem nada. Todos os apagadores eram certinhos, mas nem todos 
os certinhos eram apagadores, e os bundas de aço não eram necessariamente 
certinhos. Muitos bundas de aço, por exemplo, eram excêntricos, introvertidos, 
ansiosos – enfi m, esquisitos. Já os certinhos autênticos se defi niam pelo que não 
eram. Não eram nem puxa-sacos como os apagadores, nem estranhos como os 
bundas de aço, nem medíocres como a Massa, nem bagunceiros como os Seres 
do Abismo, que sentavam no fundo, e sua principal característica eram os livros 
encapados com perfeição. 
Atrás dos apagadores, dos certinhos e dos bundas de aço fi cava a Massa, dividida 
em núcleos, como o Núcleo do Nem Aí, formado por três ou quatro meninas que 
ignoravam as aulas, davam mais atenção aos próprios cabelos e, já que tinham esse 
interesse em comum, sentavam juntas; o Clube de Debates, algumas celebridades 
(a garota mais bonita da aula, o cara que desenhava quadrinho de sacanagem) e 
seus respectivos círculos de admiradores, e nós do Centrão Desconsolado, que só 
tínhamos em comum a vontade de estar em outro lugar. 
E no fundo sentavam os Seres do Abismo, cuja única comunicação com a frente 
da sala eram os ocasionais mísseis que disparavam lá de trás e incluíam desde 
o gordo que arrotava em vários tons até uma proto-dark, provavelmente a primeira 
da história, com tatuagem na coxa.
a) gênero: 
b) intenção comunicativa: 
c) estilo: 
d) estrutura:
Fonte: <http//oscertinhoseosseresdoabismo.blogspot.com/2008>. 
Acesso em: 14 maio 2009.
Eu Sei (Na Mira)
Composição: Marisa Monte
Um dia eu vou estar à toa
E você vai estar na mira
Eu sei que você sabe
Que eu sei que você sabe
Que é difícil de dizer
O meu coração
É um músculo involuntário
E ele pulsa por você
Um dia eu vou estar contigo
E você vai estar na minha
Enquanto eu vou andando o mundo gira
E nos espera numa boa
Eu sei, eu sei,
Eu sei
20
Redação A01
e) perfi l do leitor e do autor: 
Texto 4
a) gênero: 
b) intenção comunicativa: 
c) estilo: 
d) estrutura:
21
Redação A01
e) perfi l do leitor e do autor: 
Texto 5
Gene da fi delidade é igual em homem e rato
Um estudo realizado por pesquisadores suecos e americanos e publicado nesta 
terça-feira pela revista americana PNAS sugere que as variações de um certo 
gene, presente tanto em homens como em ratos, faz com que ambos sejam fi éis 
a suas parceiras -- ou, em alguns casos, promíscuos. Os cientistas analisaram 
o sequenciamento genético de 2.186 adultos e compararam com estudos 
anteriores realizados com roedores arganases. O gene codifi ca a vasopressina, 
um mensageiro químico do cérebro, que é produzido, por exemplo, durante uma 
relação sexual. A sensação de prazer provocada pela vasopressina fi ca associada 
ao convívio com o parceiro, aumentando assim as chances de o casal dar certo.
Essa relação entre a variação do gene e o comportamento só pôde ser observada 
em indivíduos do sexo masculino (tanto homens como ratos). Os resultados 
mostraram que os homens portadores de uma dessas variações tiveram notas 
mais baixas em um questionário que avaliou a ligação afetiva entre os casais.
(Veja, 2 set. 2008).
a) gênero: 
b) intenção comunicativa: 
c) estilo: 
d) estrutura:
e) perfi l do leitor e do autor: 
Anotações
22
Redação A01
Referências
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica 
Editora, 2008. 
FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed. 
São Paulo: Editora Ática, 1999.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. 2. ed. São Paulo: 
Contexto, 2006.
Anotações
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Redação A01
Anotações
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Redação A01
02
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Coesão textual
REDAÇÃO
Glícia M. Azevedo M. Tinoco
Márcia Rossana Oliveira Pinto
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
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Leonardo dos Santos Feitoza
Revisão Tipográfi ca
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Margareth Pereira Dias 
Nouraide Queiroz
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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Objetivos
1
Redação A02
Na aula 2, nosso objeto de estudo será a coesão textual. Esse conceito está bem relacionado à aula 1, na qual vimos que um texto não pode ser entendido como um amontoado de palavras, mas como uma unidade de sentido, e à aula 
3, que será sobre coerência textual. 
Em geral, para que um texto faça sentido, é necessária a existência de palavras e 
expressões que estabeleçam encadeamentos e retomadas entre os elementos textuais. 
A elas damos o nome de elementos coesivos. 
Mas o que signifi ca exatamente coesão? É comum ouvirmos dos técnicos de futebol, 
por exemplo, que eles querem organizar um time “coeso”. Esse desejo de que a “união” 
fortaleça o time também é válido na produção de textos em diferentes gêneros. Nesta 
aula, veremos que a coesão textual é um importante recurso para o fortalecimento de 
nossos textos. 
  Conhecer o recurso da coesão textual.
  Identifi car os elementos coesivos de textos em diferentes 
gêneros.
  Compreender a contribuição da coesão para a construção 
da unidade textual.
  Aplicar conhecimentos da área de coesão textual de modo a 
estabelecer relações de sentido na produção de textos em 
diferentes gêneros.
2
Redação A02
Para começo
de conversa...
A leitura e a produção de textos em diferentes gêneros representam atividades muito 
importantes para qualquer cidadão dentro e fora do ambiente escolar. Todavia, é na 
escola que mais ouvimos comentários como:
Essa redação não tem pé nem cabeça!
O texto desse menino não faz sentido: é um samba do crioulo doido.
Joãozinho, seu texto está todo truncado. Não junta tomé com bebé.
Tais julgamentos são motivados pelo fato de os professores perceberemque, por algum 
motivo, escapa a alguns textos um encadeamento que permita entendê-los como uma 
unidade de sentido. 
Para não corrermos o risco de ouvir que nossos textos estão truncados, precisamos 
aprender a ler com criticidade o que escrevemos e analisar se, em nossos textos 
escritos, estamos estabelecendo os nexos necessários para a atribuição de sentido 
que desejamos que o leitor alcance.
Vejamos um fragmento de redação, em que o estudante tinha por meta descrever a 
reforma de uma casa visitada por ele.
Exemplo 1
As janelas da casa foram pintadas de azul, mas os pedreiros estão 
almoçando. A água da piscina parece limpa; entretanto, foi tratada com 
cloro de boa qualidade.
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Redação A02
Percebemos que não há oposição que justifi que o uso do elemento coesivo “mas” entre 
as seguintes informações: a cor das janelas e o fato de os pedreiros estarem almoçando. 
Também não se confi rma essa oposição no uso do “entretanto”, que, no exemplo 1, 
liga a informação de que a piscina parece estar limpa ao fato de ter sido tratada com 
cloro de boa qualidade.
Nos dois casos, houve inadequação no uso de elementos coesivos. Como fi caria 
adequada essa relação? Vejamos.
Exemplo 2
As janelas da casa foram pintadas de azul. Terminada essa etapa da pintura, 
os pedreiros foram almoçar. Continuando minha vistoria, percebi que a água 
da piscina parecia limpa. Não poderia ser diferente. Ela havia sido tratada 
com cloro de boa qualidade.
Como você pode observar, quando nós escrevemos ou falamos, precisamos 
usar determinados termos que estabeleçam as conexões adequadas para o 
estabelecimento dos sentidos que queremos imprimir a nossos textos orais 
e/ou escritos. Esses termos são justamente os elos coesivos.
Coesão textual
A coesão textual é um recurso que diz respeito aos processos de sequencialização entre os elementos da superfície textual, ou seja, representa os elos que se estabelecem entre as palavras, os períodos, os parágrafos de um texto. Tais 
elos se concretizam por meio dos mecanismos de substituição, repetição, associação 
de sentido entre as palavras, sequenciação e campo lexical. 
Segundo Koch (1989), a cada ocorrência de um recurso coesivo, um laço vai associando 
um elemento do texto a outro até que o “tecido” textual tome uma forma de sentido. 
Isso nos autoriza a afi rmar que a coesão é uma espécie de conexão que se estabelece 
entre os elementos linguísticos de um texto. 
A fi nalidade da coesão é, portanto, entrelaçar as várias partes do texto. Assim, afi rmar 
que um texto está coeso signifi ca admitir que suas partes estão ligadas entre si. 
Retomando um dito popular, texto coeso é algo como “tomé e bebé” harmoniosamente 
relacionados no tecido textual.
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Redação A02
Embora o uso de elementos coesivos não seja condição sufi ciente para que enunciados 
se constituam em uma unidade de sentido, a coesão pode oferecer maior legibilidade 
ao texto, uma vez que evidencia as relações entre seus diversos componentes.
Com isso, queremos dizer que o uso inadequado de determinados “elos” pode causar 
problemas. Para constatar isso, basta reler o exemplo 1. O autor usou elementos 
coesivos, mas não observou a inconsistência desse uso. 
Logo, se o que buscamos para nossos textos é dar-lhes qualidade, é recomendável que 
façamos uso adequado dos elementos coesivos. Por essa razão, estudaremos, agora, 
alguns mecanismos que confi guram esse processo.
Coesão por substituição
A coesão por substituição consiste na troca de um termo por um pronome e/ou advérbio 
ou por outra palavra que seja semântica ou textualmente equivalente, evitando a 
repetição da palavra-chave para não deixar o texto redundante. 
Exemplo 3
Durante o período da amamentação, a mãe ensina os segredos da 
sobrevivência ao fi lhote e é arremedada por ele. A baleiona salta, o fi lhote 
a imita. Ela bate a cauda, ele também o faz.
(VEJA, n. 30, jul. 1997).
Observe que a expressão “período de amamentação” combina muito bem com as 
palavras “mãe” e “fi lhote”. Todavia, só conseguimos entender a que espécie pertence 
essa família quando lemos a palavra “baleiona”. É essa palavra que nos autoriza a 
atribuir um sentido específi co para as palavras “mãe” e “fi lhote”.
Essas palavras-chave aparecem ao longo do texto sem que haja repetição viciosa, porque 
são substituídas pelos pronomes “ele”, “ela”, “a”. 
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Redação A02
1. Vamos testar a sua compreensão? Preencha as lacunas abaixo. Para tanto, retome 
a leitura do exemplo 3.
Os pronomes “ela” e “a” retomam o substantivo ____________________, que, por sua 
vez, substitui o termo inicial ____________________.
Já o pronome “ele”, retoma o substantivo ____________________. Na sequência, 
o pronome “o” (na construção “ele também o faz”) retoma as ações de 
____________________, que a ____________________ pratica. 
Fonte: <http://acd.ufrj.br/~pead/tema09/coesaogramatical.html>. Acesso em: 5 maio 2009.
Exemplo 4
ELES TAMBÉM NÃO VÃO
A onda de ausências na Copa América chegou à Globo. Depois de Kaká, 
Zé Roberto e Ronaldinho Gaúcho, que pediram dispensa da seleção, é a 
vez do trio titular das transmissões da emissora: Galvão Bueno, Falcão e 
Arnaldo César Coelho. A Globo preferiu não mandá-los para Venezuela. Os 
três farão a transmissão da Copa a partir do Rio de Janeiro, vendo tudo pela 
TV – como telespectador.
(VEJA, jun. 2007).
“Eles também não vão”. Percebeu que título misterioso? Quem são “eles”? Eles “não 
vão” para onde? Quem “também” não vai? Em geral, usa-se primeiro o substantivo e, 
depois, esse termo é substituído por um pronome equivalente. Não é isso, porém, o que 
ocorre no exemplo 4. Só a leitura do texto nos permite identifi car o sentido de “eles” 
(Galvão Bueno, Falcão e Arnaldo César Coelho), o local para onde não vão (Venezuela), as 
pessoas que “também” não vão para a Copa América, na Venezuela (Kaká, Zé Roberto 
e Ronaldinho Gaúcho). 
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Redação A02
Afora o caso do título, outros elos coesivos também aparecem no exemplo 4. Os 
substantivos “Kaká”, “Zé Roberto” e “Ronaldinho Gaúcho” são retomados pelo pronome 
relativo “que”. “Galvão Bueno”, “Falcão” e “Arnaldo César Coelho”, além de preencherem 
a lacuna do “eles” no título, ainda são retomados pelo pronome “los”, na forma verbal 
“mandá-los” e na construção “os três”.
Exemplo 5 
Saia de bolinhas, colete preto e cabelos presos, Madonna estava mais 
para a santa Evita que para a demoníaca material girl quando desembarcou 
em Buenos Aires, no sábado 20. A tática usada pela pop star era para 
aplacar um pouco os ânimos argentinos, mas não deu muito certo: escalada 
pelo diretor Alan Parker para viver no cinema o papel de Eva Perón (1919-
1952), a estrela americana vem enfrentando a ira dos peronistas. Ela foi 
recebida com pichações e bombardeada pela imprensa. Tentando contornar 
a situação, Madonna foi logo dizendo que estava em missão de paz.
(ANTUNES, 2005, p. 97).
O texto do exemplo 5 se refere a uma cantora famosa. Observe que o nome dela aparece 
logo na primeira linha; todavia, esse nome só é repetido na última linha. De fato, uma 
importante função da coesão é justamente evitar repetições que deixariam a leitura 
cansativa. Assim sendo, várias palavras e expressões substituem o nome da cantora. 
Você poderia relacioná-las?
1. Releia o exemplo 5 e preencha o quadro a seguir com as expressões que substituem 
a palavra-chave do texto.
Palavra-chave:
material girl
É interessante ressaltar que o recurso da substituição ao nome da cantora oferece ao 
leitor mais elementos acerca da pessoa em questão. Isso torna o texto mais informativo.
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Redação A02
A essa altura da aula, você já deve ter percebido que a coesão textual se concretiza de 
diferentes formas. Vejamos algumas:
a) substituição de uma palavra de sentido mais geralpor outra mais 
específi ca (“mãe” – “baleiona”);
b) substituição de palavras por um pronome (“Kaká”, “Zé Roberto” e 
“Ronaldinho Gaúcho” – “que”; “Galvão Bueno”, “Falcão” e “Arnaldo César 
Coelho” – “eles”, “los”);
c) substituição de uma palavra por uma expressão descritiva (“Madonna” 
– “pop star”).
Essas são as formas mais comuns de estabelecer a coesão por substituição. Há outras, 
porém. Você já percebeu que até omitindo a palavra anteriormente explicitada é possível 
fazer a retomada dela? Vejamos como isso é possível.
Retomada por elipse
Trata-se de um mecanismo coesivo que consiste no apagamento de um termo da 
frase que pode ser facilmente retomado pelo contexto. A elipse textual é indicada pelo 
símbolo φ.
Exemplo 6
DAS TRAVES PARA AS GALERIAS
O treinador de futebol e ex-goleiro Emerson Leão vem arrematando obras 
de arte em leilões internacionais há algum tempo. Mas fi ca na retranca 
quando lhe perguntam o que anda comprando. Duas semanas atrás, sem 
alarde, o técnico abriu a carteira no leilão da Sotherby’s, em Nova York: levou 
o quadro Carne à la Taunay, pintado por Adriana Varejão. Pagou pela obra 
108 mil dólares (o preço mínimo era 70 mil dólares). A artista carioca tem 
obra nos acervos da Tate Modern e do Guggenheim – e agora também na 
coleção do ex-técnico do Corinthians.
(VEJA, jun. 2007).
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Redação A02
Observe que o nome de Emerson Leão aparece na primeira linha e, em seguida, é 
omitido algumas vezes: “Mas φ fi ca na retranca [...]”; “[...] φ levou o quadro [...]”; “φ 
Pagou [...]”. A essa omissão é dado o nome de elipse. 
Para ser efi ciente, esse recurso precisa ser recuperável pelo leitor por meio da articulação 
dos elementos do texto. Releia o exemplo 6 e constate que a elipse é, então, uma falta 
que não faz falta.
Coesão por repetição
Leia o período a seguir, escrito por Millôr Fernandes.
Nunca tantas pessoas, em tantos veículos, trafegaram em tantas vias e 
tantas direções com tanta velocidade, indo a tantos lugares, pra voltar logo 
tão arrependidas.
Repetir palavras nem sempre é problemático. A repetição pode ser um recurso 
signifi cativo. No caso do período escrito por Millôr Fernandes, percebe-se a intenção de 
repetir o pronome indefi nido “tantas” (e suas variações: “tantos”, “tanta”), associá-lo ao 
advérbio “tão” e, assim, produzir dois efeitos: um sonoro (aliteração) e outro semântico 
(a ênfase na intensidade). Esse recurso é especialmente usado em alguns gêneros, 
tais como anúncios publicitários, provérbios, poemas. 
Coesão pela associação
de sentido entre as palavras
Veja a chamada de capa da revista Veja, em 30 de maio de 2007.
NAVALHA NA CARNE
O fi o das operações
anticorrupção já cortou Zuleido
e Rondeau e agora chega perto do
pescoço de Renan Calheiros,
presidente do Senado.
Praticando... 3Praticando...
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Redação A02
Observa-se que as palavras “fi o”, “cortou” e “pescoço” mantêm a unidade do texto, 
uma vez que há uma aproximação de sentido entre essas palavras. Pode-se dizer que 
elas estão enlaçadas ao sentido principal do texto.
Claro que, nesse texto, elas adquirem um sentido fi gurado, pois o título “Navalha 
na carne” é o nome fi gurativo de uma das operações realizadas pela Polícia Federal 
no Brasil. 
Percebe-se, então, que a escolha de palavras que farão parte de um texto não é 
aleatória. Ela é guiada pelo assunto (tema), e as palavras são unidas em torno de um 
eixo condutor. 
1. Utilizando os recursos de coesão por substituição, modifi que os elementos repetidos, 
quando necessário:
a) O Brasil vive uma guerra diária sem trégua. No Brasil, que se orgulha da índole 
pacífi ca e hospitaleira do povo do Brasil, a sociedade organizada ou não para esse 
fi m promove a matança impiedosa e fria de crianças e adolescentes. Pelo menos 
sete milhões de crianças e adolescentes, segundo estudos do Fundo das Nações 
Unidas para a Infância (Unicef), vivem nas ruas das cidades do Brasil.
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Redação A02
b) A poesia, às vezes, impõe-se por sua própria força. Mesmo quem nunca leu Carlos 
Drummond de Andrade sabe que Carlos Drummond de Andrade é um grande poeta. 
Carlos Drummond de Andrade marcou não só a literatura brasileira, mas também a 
vida cotidiana de muitas pessoas com suas crônicas publicadas no Jornal do Brasil. 
A poesia de Carlos Drummond de Andrade também se preocupou com nossa vida 
cotidiana. Nesses momentos, a poesia de Carlos Drummond de Andrade nos faz 
refl etir sobre sentimentos advindos de certos fatos que, ditos de outra forma, não 
nos teriam tocado tanto.
(Veja, jul. 2002).
Coesão sequencial
A coesão sequencial é responsável pela sequenciação entre as partes do texto, 
utilizando palavras que se interrelacionem. Ela se subdivide em coesão por conexão e 
por sequenciação. Vejamos cada uma. 
Coesão por conexão
A conexão se dá por meio de conjunções, preposições e locuções conjuntivas e 
preposicionais, bem como por meio de alguns advérbios e locuções adverbiais. Em 
outras palavras, podemos afi rmar que esses conectores são palavras ou expressões 
responsáveis pela criação de relações de sentido entre as partes do texto.
Timor Leste
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Redação A02
Exemplo 7 
O Presidente Lula sancionou o acordo de unifi cação ortográfi ca, por isso o 
Brasil se prepara para a entrada em vigor do projeto. Embora previsto um 
período de adaptação (até 2012), o governo já avisou que só comprará livros 
didáticos e de referência que atendam à nova ortografi a. 
O acordo simplifi cou algumas regras, mas estabeleceu complicações antes 
inexistentes. Um exemplo é o de algumas grafi as que, anteriormente, não 
geravam dúvidas, mas foram tragadas pela rede de mudanças a serem 
implantadas nos nove países que falam Língua Portuguesa: Angola, Brasil, 
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, Timor Leste e 
São Tomé e Príncipe. 
O acordo simplifi cou algumas regras, mas estabeleceu complicações antes 
inexistentes. Um exemplo é o de algumas grafi as que, anteriormente, não 
geravam dúvidas, mas foram tragadas pela rede de mudanças a serem 
implantadas nos oito países que falam Língua Portuguesa: Angola, Brasil, 
Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Portugal, 
Timor Leste.
A maior dúvida, porém, está no uso do hífen. Muitas regras e poucas 
explicações em um ano que promete ser marcado por muitas mudanças 
no Brasil e no mundo.
(REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA, 2008, p. 14).
Embora também se 
fale português em 
Macau, essa localidade 
não foi inserida na 
enumeração devido a 
não se tratar de um 
país, mas de uma 
Região Administrativa 
Especial da República 
Popular da China.
Você percebeu a existência de conectivos entre as informações do texto que acabamos 
de ler? São exemplos deles: “por isso”, “embora”, “que”, “mas”, “porém”, “e”. 
Além de ligar as partes do texto, esses conectivos estabelecem certa relação de sentido 
(causa, concessão, fi nalidade, conclusão, contradição, condição) entre elas.
No texto lido, temos o conector “por isso” estabelecendo uma relação de explicação; o 
termo “embora” introduzindo uma ideia de concessão; a conjunção “e” adicionando o 
termo “(livros) de referência” ao anteriormente explicitado “livros didáticos”; o conec-
tor “mas” estabelecendo uma relação de oposição... Há outros elementos coesivos 
e, portanto, outras relações no texto do exemplo 7. Juntos, eles ajudam a garantir a 
esse texto a unidade de sentido desejada.
Vejamos, agora, uma lista dos principais conectores e das principais relações semân-
ticas estabelecidas por eles.
Praticando... 4Praticando...
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Redação A02
Adição: e, nem, não só... mas também, tanto como, além de, além disso...
Adversidade: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, contudo...
Alternância: ou, ou...ou, quer...quer...
Causa: porque, como, desde que, contanto que, a menosque, sem que, a 
não ser que...
Condição: se, caso, desde que, contanto que, a menos que, sem que, a 
não ser que...
Concessão: embora, mesmo que, ainda que, posto que, apesar (de) que, 
por mais que, conquanto...
Conclusão: portanto, logo, por conseguinte...
Comparação: como, tanto...como, tanto...quanto, mais...(do)que, tão...
quanto...
Consecução: tão que, tanto...que...
Conformidade: conforme, segundo, como...
Explicação: porque, porquanto, pois, que...
Finalidade: para, a fi m de, para que, a fi m de que...
Proporção: à proporção que, à medida que, quanto mais...tanto mais...
Tempo: quando, enquanto, mal, assim que, logo que.... 
1. Relacione as informações das colunas da direita e da esquerda de forma a construir 
um período. A seguir, explicite a relação semântica estabelecida. Observe o exemplo.
(A) Não confi o em Mariazinha. Não sei... ( ) ...porém não se deixou abater.
(B) O combustível está no fi m... ( ) ...embora tenha tentado muito.
(C) Tire a roupa do varal... (A) ...nem quero saber da vida dela.
(D) Pedro não venceu... ( ) ...se pudesse ter outra vida.
(E) Não consegui guardar segredo... ( ) ...que a chuva está chegando.
(F) Ela seria feliz... ( ) ...portanto, temos de abastecer.
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Redação A02
A – Não confi o em Mariazinha. Não sei nem quero saber da vida dela. (adição)
B – ________________________________________________________________________
C –________________________________________________________________________
D – ________________________________________________________________________
E – ________________________________________________________________________
F – ________________________________________________________________________
Coesão por sequenciação
Esse mecanismo revela-se pelo uso de partículas que estabelecem uma sequência 
entre as partes do texto. Vamos ver se isso é compreensível por meio da leitura do 
exemplo a seguir.
Exemplo 8
A dita “Era da Televisão” é, relativamente, nova. Embora os princípios 
técnicos de base sobre os quais repousa a transmissão televisual já 
estivessem em experimentação entre 1908 e 1914, nos Estados Unidos, no 
decorrer de pesquisas sobre a amplifi cação eletrônica, somente na década 
de vinte chegou-se ao tubo catódico, principal peça do aparelho de tevê. 
Após várias experiências por sociedades eletrônicas, tiveram início, em 
1939, as transmissões regulares entre Nova Iorque e Chicago, mas quase 
não havia aparelhos particulares. A guerra impôs um hiato às experiências. 
A ascensão vertiginosa do novo veículo deu-se após 1945. 
No Brasil, a despeito de algumas experiências pioneiras de laboratório 
(Roquete Pinto chegou a interessar-se pela transmissão da imagem), a tevê 
só foi mesmo implantada em setembro de 1950, com a inauguração do 
Canal 3 (TV Tupi), por Assis Chateaubriand. 
Exemplo adaptado de: <http://acd.ufrj.br/~pead/tema09/coesaogramatical.html>.
Praticando... 5Praticando...
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Redação A02
Os sequenciadores podem marcar a progressão temporal, conforme ocorre no texto do 
exemplo 6: “1908 e 1914”, “década de vinte”, “1939”, “após 1945”, “setembro de 
1950”. Porém, também são chamados de sequenciadores os elementos que marcam 
a ordenação espacial (atrás, à esquerda, à direita, em frente) e os que especifi cam a 
ordem dos assuntos (em primeiro lugar, em seguida, na sequência, por fi m).
Coesão por campo lexical
A coesão por campo lexical é um recurso que se compreende pela análise de um 
conjunto de palavras e expressões que convergem para a construção de um só cenário 
(e, portanto, uma unidade de sentido) em um texto. Expliquemos melhor esse recurso 
por meio da análise do exemplo 7.
Exemplo 9
Houve um acidente grave na estrada. Apesar de ambulâncias, médicos e 
enfermeiros se fazerem presentes, foi alto o número de mortos. Segundo 
informações não ofi ciais, vários hospitais da região receberam os feridos.
Observe que as palavras “acidente”, “ambulâncias”, “médicos”, “enfermeiros”, 
“mortos”, “feridos”, interrelacionadas, oferecem ao leitor pistas para que ele construa 
o cenário de um “acidente grave”. Logo, podemos afi rmar que essas palavras fazem 
parte de um mesmo campo lexical.
Saber articular um texto por meio de mecanismos de coesão não é sufi ciente para 
assegurar a coerência ou para garantir que o texto seja bem sucedido. Entretanto, 
o domínio desses mecanismos já expressa que o autor tem algum conhecimento do 
processo de coerência: objeto de estudo de nossa próxima aula.
1. Utilize-se de conectores para articular as frases de cada bloco abaixo em um 
só período.
a) O fogo é, paradoxalmente, um importante regenerador de matas naturais. (idéia 
principal)
O fogo destrói a matéria orgânica necessária à formação do humo do solo. (adversidade 
em relação à oração principal)
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Redação A02
O fogo elimina o excesso de material combustível acumulado no chão. (causa em 
relação ao 1o item).
b) As plantas não eram exatamente iguais às atuais. (ideia principal)
As condições ambientais da Terra eram outras. (tempo em relação à oração principal)
Parentes distantes das plantas de hoje embelezavam a paisagem. (adversidade em 
relação ao 1o item).
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Redação A02
Leituras complementares
O aprimoramento de seus conhecimentos depende das leituras que você faz. Nesse 
sentido, em relação à coesão textual, sugerimos que você leia as lições 30 e 31 do livro 
de Platão e Fiorin (1991). Essa obra oferece exposição didática, exemplos comentados 
e exercícios interessantes.
Outra sugestão é a de acessar a seguinte página eletrônica: <http://www.graudez.com.
br/redacao/coesao.html>. Esse site apresenta informações claras e objetivas sobre a 
coesão textual. Mostra que a coesão é uma ligação entre as várias partes do texto, ou 
seja, o entrelaçamento signifi cativo entre declarações e sentenças.
Nesta aula, estudamos um importante recurso de textualidade: a coesão 
textual. Vimos que a coesão pode contribuir para que um texto seja entendido 
como uma unidade de sentido, uma vez que são os elementos coesivos 
responsáveis pela articulação das partes do texto. Estudamos também os 
mecanismos de coesão por substituição, por repetição, por associação de 
sentido entre as palavras, por sequenciação e por campo lexical. 
1. Colocando em prática o que você aprendeu, tente estabelecer o sentido 
do texto abaixo. Para tanto, você terá de ordená-lo, ou seja, acrescente 
entre parênteses o número do parágrafo a que corresponde cada um 
dos quatro grupos abaixo. Essa ordenação garantirá ao texto as relações 
coesivas adequadas e, portanto, a unidade de sentido que se almeja.
( ) A possibilidade de retomar crescimento acelerado, com juros muito 
mais baixos e com fi rme elevação da taxa de investimento, pode abrir novas 
perspectivas para tal crescimento. 
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Redação A02
( ) Não há no mundo sistema socioeconômico tão desigual, com nível 
de renda per capita semelhante ao nosso: o crescimento pífi o produziu 
mobilidade social descendente, queda do emprego formal e explosão da 
informalidade. 
( ) Mas se um crescimento rápido viabiliza a expansão da renda e do 
emprego formal, como é sabido pela nossa experiência nos anos 70, ele 
não garante a distribuição mais abrangente de benefícios.
( ) Isso, combinado com a sustentação de juros reais elevadíssimos no 
circuito da dívida pública, agravou ainda mais a concentração de renda 
(tornando efêmeros os ganhos distributivos da estabilidade monetária).
(Luciano Coutinho - Crescer, mas com eqüidade).
A ordem obtida foi:
a) (1) (3) (4) (2)
b) (1) (4) (3) (2)
c) (2) (1) (4) (3)
d) (2) (1) (3) (4)
e) (3) (1) (4) (2) 
Referências
ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005. 
COUTINHO, Luciano. Crescer, mas com eqüidade. Folha de S. Paulo, 19 fev. 2006.
KOCH, Ingedore. A coesãotextual. São Paulo: Contexto, 1989.
PLATÃO, Francisco; FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: leitura e redação. São 
Paulo: Ática, 1991.
______. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996.
REVISTA LÍNGUA PORTUGUESA, Ano III, n. 38, p.14, dez. 2008.
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Anotações
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Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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Objetivos
1
Redação A03
O conceito de coerência textual e seus principais fatores serão nosso objeto de estudo na aula 3. Esses elementos são importantes para o desenvolvimento das capacidades de leitura e de escrita de textos de diferentes gêneros. 
Veremos que a coerência textual estabelece a continuidade entre as partes de um 
texto. É exatamente isso que nos faz entender um texto como uma unidade de sentido.
  Conhecer os fatores de coerência textual e identifi cá-los em 
textos de diversos gêneros.
  Compreender a contribuição dos fatores de coerência 
textual para o desenvolvimento das capacidades leitoras e 
produtoras de texto.
  Aplicar conhecimentos da área de coerência textual de modo 
a estabelecer uma unidade de sentido entre as partes de um 
texto e produzir textos em diferentes gêneros.
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Redação A03
Para começo
de conversa...
Ler e escrever textos em diferentes gêneros e de forma profi ciente é uma prática social exigida nas múltiplas atividades que desenvolvemos ao longo de nossas vidas. Em casa, na igreja, no comércio, no local de trabalho, na escola, em situações 
formais (em que se leem e se produzem documentos) e em situações informais (em 
que se trocam textos entre amigos e parentes), presencial ou virtualmente, lemos e 
escrevemos. Contínua e cotidianamente. 
Por estarmos mergulhados em um “mundo da escrita”, temos de desenvolver práticas 
cada vez mais refi nadas e, em todas elas, nossos interlocutores esperam de nós a 
devida coerência.
Vejamos o caso de uma placa à frente de determinado estabelecimento comercial.
Fonte: <www.fotocomedia.com.br>. Acesso em: 23 mar. 2009.
Faz sentido afi rmar que o estabelecimento está aberto todos os dias se há um dia na 
semana (precisamente, às terças-feiras) em que ele permanece fechado? Não. Isso 
confi gura uma incoerência textual.
Para não cairmos nesse problema, estudaremos sobre coerência textual. Os conceitos 
de coesão (aula 2) e coerência textuais podem nos ajudar a desenvolver as capacidades 
leitoras e produtoras de textos das quais precisamos para agir como cidadãos 
autônomos, isto é, cidadãos capazes de responder às demandas sociais de leitura e 
de escrita. 
3
Redação A03
Coerência textual
A coerência e a coesão contribuem para conferir textualidade aos enunciados. A primeira se manifesta, em grande parte, no nível macrotextual. Coerência é, pois, o resultado da possibilidade de se estabelecer alguma forma de unidade 
ou relação de sentido(s) entre os elementos do texto, como um todo. Assim, podemos 
afi rmar que a coerência é global. Já a coesão, conforme visto na aula 2, é local. 
Manifestando-se no nível microtextual, ela se refere ao modo como os vocábulos se 
ligam dentro de uma sequência. 
É importante lembrar que a coesão pode auxiliar no estabelecimento da coerência, 
embora nem sempre a coesão se manifeste explicitamente através de marcas 
linguísticas. 
Isso nos faz concluir que pode haver textos coerentes mesmo que não tenham coesão 
explícita. Por outro lado, podem existir textos coesos que apresentem problemas de 
coerência. Vejamos, a seguir, um exemplo de cada caso mencionado. 
Exemplo 1
Fonte: <www.placasridiculas.com.br>. Acesso em: 23 mar. 2009.
Ao nos depararmos com essa imagem, as primeiras indagações que nos vêm à mente 
são: isso é um texto? Isso faz algum sentido? 
A tentativa de estabelecer um sentido para o que lemos representa o nosso esforço 
em perceber se há coerência naquilo que se nos apresenta como um texto. Isso se 
justifi ca por ser a coerência um princípio de interpretabilidade.
Exemplo 2
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Redação A03
De fato, o exemplo 1 nos oferece um texto. Trata-se, especifi camente, de uma lista de 
preços de cigarros. Suas características físicas (papel, letra, recorte) nos levam a crer 
que essa lista se encontra em uma pequena mercearia de bairro (uma bodega).
Organizada em duas colunas, essa lista apresenta os nomes das marcas de cigarro à 
esquerda e os preços ao consumidor à direita. Embora haja alguns problemas na grafi a 
das marcas (por exemplo: Free = “fri”; Hollywood = “oliud”) e não existam elementos 
coesivos explícitos, a organização desse texto permite ao leitor a atribuição de um 
sentido possível a ele. Logo, ele tem coerência.
A textualidade, ou seja, as qualidades que me fazem compreender uma confi guração 
verbal e/ou não-verbal como um texto, não depende, de modo geral, da correção 
sintático-ortográfi ca da língua, mas das possibilidades de sentido que o leitor pode 
efetivamente construir a partir de tal confi guração. 
Assim, não importam quantos problemas ortográfi cos o texto do exemplo 1 apresenta. 
Ele produzirá os efeitos desejados: compra e venda de cigarros, desde que haja um 
vendedor, um comprador e o produto desejado. 
Aliás, em uma leitura crítica, poderíamos até afi rmar que o fato de essa lista de preços 
ter extrapolado o ambiente da bodega e estar disponível em um site cujo título é “placas 
ridículas” faz com que esse texto seja instrumento de circulação de um preconceito 
arraigado socialmente: cometer erros ortográfi cos signifi ca ser “analfabeto”. E isso é 
motivo de ridicularização. Seria justa essa assertiva?
Observe que, do ponto de vista do dono da bodega, a função social dessa lista de 
preços é a de vender cigarros e ele consegue atingir seu objetivo mesmo que tenha 
cometido alguns deslizes ortográfi cos. Sem dúvida, o produtor desse texto articulou 
conhecimentos para escrever essa lista. Ele não é “analfabeto”. Aliás, corrigir os 
problemas de natureza ortográfi ca é, nesse caso, algo bem simples de se fazer. Basta 
observar com mais cuidado os rótulos dos produtos anunciados. 
Autobiografi a
Meu nome é João Reinaldo de Lira. Nasci no ano de 1974, tenho 35 anos 
e um metro e setenta e cinco de altura. Tenho, porém, os olhos castanhos 
e calço 42. Já que sou católico, logo posso ser protestante. Sou gordo, 
tenho 108 quilos, a qual é um peso alto. Sou tímido, gosto de estudar. 
Quanto mais estudo mais gosto. A minha infância, no entanto, foi super 
legal, brinquei muito com os meus amigos. Assim, espero logo alcançar 
todos os meus sonhos.
Fonte: Texto produzido por um estudante de Educação de Jovens e Adultos do RN.
1Praticando...
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Redação A03
O texto do exemplo 2 correspondeao título? Trata-se de uma autobiografi a?
Sim. Esse texto apresenta elementos de uma “apresentação de si”, ou seja, de uma 
autobiografi a: nome, idade, altura, cor dos olhos, tamanho do pé, orientação religiosa, 
peso, atividades preferidas... Todavia, o texto apresenta algumas incoerências localizadas 
por causa do uso indevido de determinados elementos coesivos (porém, já que... logo, 
a qual, no entanto, assim).
Observe que, no exemplo 2, não há problemas ortográfi cos. É exatamente na conexão 
das informações que João Reinaldo “escorrega”, por isso partes do texto dele parecem 
não fazer sentido. 
1. Dada a experiência trazida na aula 2, que tratou de coesão, você seria 
capaz de garantir a coerência desse texto autobiográfi co? Vejamos.
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Redação A03
A essa altura, você deve estar se perguntando: que elementos contribuem 
para que um texto possa ser entendido como coerente?
Em primeiro lugar, é importante frisar que o sentido de um 
texto não está “dentro” dele, mas no diálogo que se constrói 
entre o leitor e o texto. Isso implica dizer que a leitura não é 
apenas uma atividade de decodifi cação, para a qual bastaria 
que o leitor tivesse conhecimento da língua em que o texto 
está escrito.
Em segundo lugar, temos de convir que o papel do leitor não 
é passivo. Ao contrário, a leitura pressupõe a ação do leitor na articulação de diferentes 
conhecimentos (prévios, textuais, contextuais, entre outros) para buscar o(s) sentido(s) 
presente(s) em um texto. 
Esse entendimento permite a estudiosos da linguagem, tais como Koch e Elias (2006, 
p. 186), afi rmarem que “[...] a coesão não é condição necessária nem sufi ciente da 
coerência: as marcas da coesão encontram-se no texto [...] enquanto a coerência não 
se encontra no texto, mas constrói-se a partir dele [...]”. 
A coerência é, portanto, construída pelo leitor com base nos conhecimentos que ele 
tem e nas pistas que o texto lhe oferece.
Em assim sendo, novas perguntas surgem. Que conhecimentos são esses? Como 
articulá-los? Como podemos perceber as pistas de um texto?
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Redação A03
Fatores de coerência
Intuitivamente, acionamos diferentes conhecimentos para estabelecer a coerência 
dos textos falados e escritos com que temos contato todos os dias. Nesta aula, 
apresentaremos alguns desses conhecimentos para que você se certifi que de como a 
busca da coerência é uma luta diária de cada um de nós, para a qual usamos diferentes 
recursos. 
Conhecimento linguístico
Ao longo de nossas vidas, desenvolvemos uma gramática “internalizada” que nos permite 
identifi car as construções linguísticas possíveis em nossa língua materna. O mesmo 
acontece com uma língua estrangeira que estudamos com afi nco durante anos.
Esse conhecimento, inconsciente para a maioria das pessoas, é fundamental na ativação 
do sentido de um texto, pois é no processamento da leitura que vamos reconhecendo 
as palavras, agrupando-as e, ao relacioná-las com o todo, atribuímos ao texto uma 
unidade de sentido. Com esse procedimento, nós construímos a coerência que no texto 
esperamos encontrar.
Vejamos como isso ocorre no exemplo a seguir.
Exemplo 3
O computador não é a resposta para tudo
Ouvindo-se the majority of people talk about computers nowadays, tem-se 
a impressão de que as pessoas que não fazem uso de computador não 
conseguem fazer mais nada. A adoração que se tem por esse instrumento 
é tamanha that a lot of people are buying computers até para enfeitar a 
casa. Afi nal, it is the type of thing que está na moda e que parece to offer 
the answer to all the problems of modern life. Basta ter um computador e a 
mágica está feita. 
É claro que computers are extremely useful. In fact, eu teria much more 
diffi culty to write this text if I did not have todos os recursos que essas teclas 
e essa tela me proporcionam. No entanto, people seem to forget that the 
computer only works if there is um ser humano que o controle, fazendo-o agir 
de acordo com a vontade humana. O computador não vai resolver nada se 
o ser humano não ativá-lo para que realize algum procedimento.
Logo, o computador sozinho não passa de mais uma coisa para atravancar 
o espaço. In fact, it is an instrument in our hands.
 (MOITA-LOPES, 1999, p. 8).
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Redação A03
Alguns leitores possivelmente não conseguirão compreender a totalidade do texto devido 
a não terem conhecimento linguístico sufi ciente em inglês. Vejamos, porém, se esse 
quadro se altera se dermos a esses leitores as respectivas traduções para que eles 
façam os encaixes necessários no texto do exemplo 3.
  the majority of people talk about computers nowadays: a maioria das 
pessoas conversarem sobre computadores hoje em dia...
  that a lot of people are buying computers: que muitas pessoas estão 
comprando computadores… 
  it is the type of thing: é o tipo da coisa… 
  to offer the answer to all the problems of modern life: oferecer a resposta 
para todos os problemas da vida moderna…
  computers are extremely useful: computadores são extremamente 
necessários...
  In fact: de fato...
  much more difficulty to write this text if I did not have: muito mais 
difi culdade para escrever este texto se eu não tivesse…
  people seem to forget that the computer only works if there is: as pessoas 
parecem se esquecer de que o computador só trabalha se existir...
  it is an instrument in our hands: ele é um instrumento em nossas mãos.
Com o conhecimento linguístico necessário, fi ca fácil atribuir sentido a esse texto, não 
é verdade? 
2Praticando...
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Redação A03
1. Para provar que entendeu, sintetize em um só período a posição do autor 
sobre computadores e o argumento central que sustenta essa posição.
Há outros textos, porém, que exigem bem mais do que o conhecimento da língua em que 
eles estão escritos. Exigem conhecimento de mundo, um segundo fator de coerência 
que veremos nesta aula.
Exemplo 4
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Redação A03
Conhecimento de mundo
É também ao longo de nossas experiências na vida que acumulamos conhecimentos 
específi cos que nos ajudam a desfazer ambiguidades e a compreender determinados 
textos que a outras pessoas podem parecer obscuros. 
De fato, há textos que, mesmo que estejam escritos em nossa língua materna, só 
conseguiremos compreender se tivermos conhecimento de mundo na área que ele 
focaliza.
A OAB desagravou o advogado Paulo Bernardes que, ao reclamar do 
impedimento a ele imposto de assistir ao interrogatório do réu, em causa 
patrocinada por um seu colega, recebeu do magistrado ordem de prisão.
O texto do exemplo 4 está escrito em nossa língua materna, mas isso não nos garante 
sua compreensão. Nesse caso, é imprescindível que tenhamos algum conhecimento 
de mundo na área da linguagem jurídica.
  O que é “OAB”? Ordem dos Advogados do Brasil.
  O que é “desagravar”? Na linguagem jurídica, signifi ca desfazer um ato 
injusto.
  O que é “réu”? É a pessoa contra a qual se propõe uma ação judicial.
  O que é “magistrado”? É juiz.
Com essas informações, é possível compreender o que aconteceu com o advogado 
Paulo Bernardes e o que a OAB fez para reparar a injustiça cometida? Vejamos. 
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Redação A03
Há também situações em que apelamos para nosso conhecimento de mundo cotidiano, 
ou seja, um conhecimento não tão específi co quanto o exemplo da linguagem jurídica. 
Vejamos um exemplo bem interessante. 
3Praticando...
1. No espaço a seguir, construa uma paráfrase (uma espécie de “tradução”) 
do texto lido, explicitando os fatos ocorridos.
Exemplo 5
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Redação A03
Ao nos aproximarmos da porteira de um sítio, vemos um pedaço de madeira 
no qual está escrita a palavra CACHORRO com letras maiúsculas e em cor 
vermelha.
Apesar de conter uma única palavra, esse pedaço de madeira tem a função 
social de alertar os que passam naquela área. Sem dúvida, a cor vermelhase presta bem para essa função e quanto aos elementos linguísticos, 
no caso, temos apenas uma palavra, mas que equivale a uma estrutura 
sintática completa. Observemos.
CACHORRO =
A V I S O
Existe neste sítio um cachorro feroz que 
poderá atacar as pessoas que entrarem 
aqui sem autorização dos donos desta 
propriedade.
É o nosso conhecimento de mundo que nos faz construir uma estrutura 
sintática complexa, formada por três orações, a partir de uma placa 
constituída de uma única palavra.
Seria diferente o sentido da placa se a palavra fosse substituída?
CAVALOS
Kleiman (1989, p. 47-48).
4Praticando...
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Redação A03
1. Que sentido você atribui a essa nova placa apresentada no exemplo 5? 
Ela é coerente? Justifi que sua resposta.
Conhecimento partilhado
Nossas experiências pessoais são responsáveis pelo tipo de conhecimento que 
acumulamos. Isso faz de cada um de nós um ser singular. Você e eu não compartilhamos 
todas as nossas experiências. Nem entre nós dois nem entre todos os que nos rodeiam. 
Todavia, também temos muito em comum com muitas pessoas, mesmo as que não 
conhecemos pessoalmente. 
De fato, quanto mais informações partilhamos, mais possibilidades de reconhecer a 
coerência do enunciado do outro. Mesmo que esse enunciado seja cheio de informações 
implícitas. Vamos ver um exemplo de Koch e Travaglia (1998, p. 16)?
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Redação A03
Depois do tango, chegou a vez do fado. Na Arábia
Exemplo 6
Você consegue atribuir algum sentido ao texto do exemplo 6? Melhoraria se nós 
partilhássemos algumas informações? Vejamos.
  Esse texto é uma manchete de jornal escrito.
  Essa manchete está na seção de esportes do jornal.
  Quando essa manchete foi publicada, estava se realizando o campeonato 
mundial de futebol de juniores.
  Esse campeonato mundial foi na Arábia.
  Nessa etapa do campeonato, o Brasil já enfrentara a Argentina e se 
preparava para jogar contra Portugal.
  O tango é a música típica da Argentina.
  O fado é a música típica de Portugal.
Essas informações, que não poderiam mesmo fazer parte de uma manchete (dada a 
brevidade característica desse gênero), são pressupostas pelo enunciador (no caso, o 
jornalista que produziu a manchete) como partilhadas pelo leitor do caderno de esportes.
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Redação A03
Inferências
Quando lemos ou ouvimos um texto, estabelecemos algumas relações de sentido 
entre o que foi escrito ou falado e os conhecimentos que acionamos no processo de 
compreensão. Essas relações de sentido são chamadas de inferências, que podem ser 
autorizadas (possíveis) e não-autorizadas (equivocadas).
Isso ocorre porque todo texto é uma espécie de iceberg (KOCH; TRAVAGLIA, 
1998). A materialidade que se nos apresenta é apenas a ponta do iceberg. 
Para alcançarmos uma compreensão mais aprofundada do texto, precisamos fazer 
inferências. Vejamos um exemplo.
5Praticando...
1. Conforme vimos no exemplo anterior, é o conhecimento partilhado que 
faz o leitor preencher as lacunas deixadas pela manchete lida a ponto de 
construir um texto completo dela decorrente. Mostre-nos como poderia 
ser escrito esse texto no espaço a seguir.
Exemplo 7
Exemplo 8
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Redação A03
O professor de Segurança do Trabalho comprou um X-Terra 2009.
Inferências:
1. O professor de Segurança do Trabalho tem um carro possante e novo.
2. O professor de Segurança do Trabalho tem dinheiro para comprar um 
automóvel caro.
3. O professor de Segurança do Trabalho é rico.
4. O professor de Segurança do Trabalho é uma boa companhia para mim.
Das quatro inferências acima, podemos observar que nem todas são autorizadas. 
Apenas as inferências 1 e 2 parecem adequadas. A não ser que haja outras informações, 
além do que foi expresso no exemplo 7, não podemos aceitar a 3 e a 4 como possíveis.
As inferências podem ser formadas a partir de pressupostos e de subentendidos. No 
primeiro caso, o leitor/ouvinte se ancora em elementos linguísticos (em palavras usadas 
no texto) para fazer as correlações de sentido. No segundo, é o contexto mais geral 
que faz surgir a inferência. Vejamos se os exemplos esclarecem mais essa diferença.
Pressupostos
a) José Sena agiu honestamente, apesar de ser político.
b) A fi lha da cantora Madona é moreninha, mas é linda! 
6Praticando...
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Redação A03
Observe o elemento coesivo “apesar de” na alternativa “a”. Ele traz ao período uma idéia 
de oposição entre “agir honestamente” e “ser político”. Qual é, portanto, a pressuposição 
que subjaz dessa afi rmativa? 
Todo político age com desonestidade. José Sena é político. Em determinada 
ocasião, José Sena agiu honestamente. Isso não signifi ca, porém, que ele 
sempre age com honestidade.
1. Compreendeu como se percebe a idéia pressuposta? Vejamos, então, a 
alternativa “b”. O que você compreende como pressuposição entre os 
blocos “ser moreninha” e “ser linda”? Responda no espaço a seguir.
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Redação A03
Exemplo 9
Subentendidos
a) – Você tem fogo? 
Contexto: uma pessoa com um cigarro na mão faz essa pergunta a outra 
que já está fumando, a qual imediatamente acende o isqueiro e aponta-o 
para o cigarro da pessoa que fez a pergunta.
b) O caderno do Fernandinho é fl orido e sua caneta é cor-de-rosa.
Contexto: um homem faz essa afi rmação na frente de outro homem sobre 
um colega em comum, Fernando. 
c) – As encomendas chegaram?
 – Os correios estão em greve.
 – Melhor adiar a inauguração da loja. 
Contexto: duas sócias conversando em uma loja ainda não aberta ao 
público.
Na alternativa “a”, compreendemos a coerência entre a pergunta da primeira pessoa e 
a ação da segunda, porque nos reportamos à situação de comunicação. Nesse sentido, 
não caberia para a pergunta “Você tem fogo?” a resposta “sim” ou “não”. O que a pessoa 
que perguntou esperava como resposta era a ação do interlocutor de ligar o isqueiro para 
acender o cigarro. E isso foi feito.
Observe, então, que nem sempre precisamos explicitar todas as informações para sermos 
entendidos. Além das palavras que usamos ao falar e ao escrever, o nosso interlocutor 
constrói o sentido de nossos textos também por meio dos subentendidos, os elementos 
que não estão explícitos, mas são recuperáveis.
Obviamente, uma série de mal-entendidos ocorre devido ao não-dito, ao subentendido, 
mas isso é outro problema. Estamos preocupados aqui em construir as pontes do 
“entendimento”. Vamos adiante...
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Redação A03
7Praticando...
1. O que está subentendido na afi rmação da alternativa “b”?
Na alternativa “c”, não podemos dizer que haja uma relação explícita entre as três falas, 
mas compreendemos a coerência do diálogo que elas formam. Em outras palavras, 
construímos, por meio da situação de comunicação, as pontes necessárias para atribuir 
sentido a esse texto. 
8Praticando...
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Redação A03
1. Se houvesse a necessidade de explicitar todas as informações, esse 
diálogo seria bem mais extenso. Como ele fi caria? Tente reproduzi-lo no 
espaço a seguir.
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Redação A03
Exemplo 10
Fatores de contextualização
Na produção escrita, em geral, há uma necessidade maior de explicitação das 
informações, tendo em vista que os interlocutores não estão um diante do outro 
para pedir esclarecimentos. Assim, determinados elementos contextualizadores são 
imprescindíveis na escrita, embora possam ser dispensáveis na fala. Vejamos.
Amigo Pedro,
Hoje, o dia aqui está chuvoso. Nem vai dar para ir àquela praia que fi ca na 
cidade ao lado, perto da casa do seu amigo.
Amanhã, porém, mesmo chovendo, visitarei a casa de campo da prima do 
nosso vizinho de condomínio. Ele me deu o endereço dela. Fica a uns 300 
quilômetros daqui. Pretendo fazer uma surpresa. Você acha que ela vai se 
aborrecer?
Um abraço.
João.
Obs.
Você está se lembrando de seu compromisso comigo, né? Prometeu que, 
naminha volta, iria me pegar no aeroporto. Vá mesmo, porque já não tenho 
dinheiro para táxi. Nem ônibus.
Como podemos constatar, João não usou elementos contextualizadores essenciais 
nessa carta: local e data. De fato, a ausência da data torna difícil supor o referente 
exato do “hoje” e do “amanhã”. João teria escrito essa carta no mesmo dia em que a 
colocou nos correios? Essa hipótese é possível, mas é APENAS uma hipótese. 
Da mesma forma, faz falta saber o local onde ele está. “Aqui” só faz sentido se eu estiver 
na frente do meu interlocutor ou falando com ele pelo telefone ou ainda pela Internet. 
Nesses casos, o “aqui” é compreensível por causa do conhecimento partilhado entre 
os interlocutores.
Todavia, no caso da carta de João, além de não sabermos onde é “aqui”, não sabemos 
onde fi ca a praia que ele não pôde visitar por causa da chuva. Isso porque os termos 
“aquela praia”, “cidade ao lado” e “perto da casa do seu amigo” não são esclarecedores. 
Tampouco esclarecedoras são “a prima do nosso vizinho de condomínio” (que prima? 
De que vizinho?) e “300 quilômetros daqui” (daqui onde?). 
9Praticando...
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Redação A03
O pior de tudo é que João corre um grande risco de ter de voltar para casa a pé, porque 
não explicitou o dia e a hora em que estará de volta à sua cidade. Se for uma cidade 
grande com mais de um aeroporto, isso também é um sério problema. 
Imagine, por exemplo, que a distância entre o aeroporto de Guarulhos e o aeroporto 
de Congonhas (ambos em São Paulo) representa mais de uma hora em um trajeto de 
carro e se não houver congestionamento. Pobre João! Voltar a pé para casa depois de 
umas férias, sabe-se lá onde, vai ser cansativo.
1. Como poderíamos ajudar João a ser mais explícito e, assim, oferecer 
mais pistas para a compreensão de seu amigo? Vamos reescrever essa 
carta, no espaço indicado, de forma a tornar coerente o texto de João 
para Pedro.
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Redação A03
Leituras complementares
PLATÃO, Francisco; FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: leitura e redação. São 
Paulo: Ática, 1991.
Além de uma exposição didática muito envolvente, esse livro oferece exemplos 
comentados de textos verbais e não-verbais dos mais diferentes gêneros e exercícios 
bem interessantes. Para aprimorar seus conhecimentos sobre coerência textual, 
sugerimos que você leia as lições 27 e 29. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Português ensino a distância – PEAD. 
Disponível em: <http://acd.ufrj.br/~pead/>. Acesso em: 22 jan. 2009.
Trata-se de uma iniciativa de um grupo de pesquisadores e professores de Língua 
Portuguesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nesse site, você vai encontrar 
uma maior fundamentação teórica sobre a coerência e os tipos de coerência, vários 
exemplos e alguns exercícios. 
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Redação A03
Na aula 3, evidenciamos, inicialmente, que a leitura não é uma atividade 
passiva. Ao contrário, ela requer a ativação de diferentes conhecimentos. 
Nesse processo, a coerência é um importante princípio de interpretabilidade 
dos textos verbais e não-verbais com que interagimos em nosso cotidiano. 
Sendo assim, devido ao valor da coerência textual e dos fatores de 
coerência para o engajamento do leitor, demos relevância, nesta aula, à 
leitura e à análise de diferentes textos, a partir dos quais propusemos 
atividades diversifi cadas. Nossa intenção foi a de estabelecer com você, 
caro estudante, um diálogo produtivo, cuja meta é a ampliação de suas 
capacidades de leitor e de produtor de textos.
1. Para termos mais evidências de sua aprendizagem acerca dos construtos 
trabalhados nesta aula, façamos um último exercício, adaptado de um 
exemplo em Marcuschi (2008, 124). Leia atentamente o texto a seguir.
Certa vez, uma família inglesa foi passar as férias na cidade de Munique, 
na Alemanha. No decorrer de um passeio, as pessoas da família viram uma 
casa de campo que lhes pareceu boa para passar as próximas férias de 
verão. Foram, então, falar com o proprietário da casa, que era um senhor de 
idade, alemão e evangélico, mais precisamente o pastor de uma das igrejas 
da região. Combinados o período e o valor do aluguel, a família inglesa fi cou 
de voltar no verão seguinte.
De volta à Inglaterra, a família conversou muito animadamente acerca da 
casa, dos cômodos do imóvel e de como seriam boas as próximas férias. 
De repente, a mãe lembrou-se de não ter visto o W.C. da casa. Onde seria 
o W.C. daquela casa? Nenhum dos componentes da família sabia.
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Redação A03
De acordo com o sentido prático dos ingleses, a senhora escreveu 
imediatamente para o proprietário da casa que pretendia alugar para 
perguntar-lhe esse detalhe da planta do imóvel. 
Leia a carta encaminhada ao senhor alemão, que aqui aparece traduzida 
na nossa língua materna.
Londres, 25 de julho de 2000.
Gentil Pastor Hanz,
Sou membro da família inglesa que o visitou há poucos dias 
com a fi nalidade de alugar sua propriedade no próximo verão. 
Como esquecemos um detalhe muito importante, escrevo ao 
senhor e agradeceria se nos informasse onde se encontra o 
W.C. Nenhum de nós se lembrou, na oportunidade da visita, de 
verifi car o local.
Agradeço desde já sua atenção.
Atenciosamente,
Linda McCartney
O Pastor Hanz, não compreendendo o signifi cado da abreviatura W.C., que 
signifi ca water closet (e, em português, banheiro), mas julgando tratar-se 
da capela da religião inglesa White Chapel, da qual a família McCartney 
possivelmente participaria em Londres, respondeu nos seguintes termos.
Munique, 31 de julho de 2000.
Gentil Senhora McCartney,
Tenho o prazer de comunicar-lhe que o local de seu interesse 
fi ca a 12 km da casa. É muito cômodo, sobretudo se a senhora 
e sua família têm o hábito de ir lá frequentemente. Nesse caso, 
é preferível levar comida para passar lá o dia inteiro. 
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Redação A03
Alguns vão a pé, outros de bicicleta. Há lugar para quatrocentas 
pessoas sentadas e cem em pé. Recomenda-se chegar cedo 
para arrumar logo um lugar para sentar. As crianças sentam-se 
ao lado dos adultos e todos cantam em coro. 
Na entrada, é distribuída uma folha de papel para cada um; no 
entanto, quem chegar depois da distribuição pode usar o papel 
do vizinho. Na saída, os papéis são restituídos para serem 
usados durante um mês.
Todas as doações lá recolhidas são para as crianças pobres 
da região. Fotógrafos especiais tiram fotos para os jornais da 
cidade, a fi m de que todos possam ver seus semelhantes no 
desempenho de um dever tão humano.
Espero ter oferecido todo o detalhamento de que a senhora e 
sua família precisam.
Aguardando-os no próximo verão, atenciosamente, subscrevo-
me.
Pastor Hanz
Após a leitura das duas cartas, podemos afi rmar que houve coerência entre 
a pergunta da senhora Linda e a resposta do Pastor Hanz? De fato, parece 
ter havido um engano da parte do pastor em relação ao signifi cado de uma 
palavra. Qual? 
Faz sentido a atribuição de sentido que o pastor fez à abreviatura mencionada 
na carta da senhora Linda? Retorne ao trecho anterior à carta do pastor 
para verifi car essa informação. Em que ele se ancorou para atribuir sentido 
a W.C.? 
Supondo a necessidade de escrever outra carta para o pastor, redija, no 
espaço abaixo, uma versão dessa carta em português. Procure explicitar 
melhor a informação que a família deseja obter. Lembre-se de que seu 
texto deve ter coerência inclusive na linguagem respeitosa com que se 
deve escrever, principalmente se o seu interlocutor é um senhor de idade, 
religioso e com o qual a família inglesa não tem familiaridade alguma.
27
Redação A03
28
Redação A03
Referências
KLEIMAN, Angela B. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 
1989.
KOCK, Ingedore Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 8. ed. São 
Paulo: Contexto, 1998.
KOCK, Ingedore Villaça;ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. 
São Paulo: Contexto, 2006.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 
São Paulo: Parábola Editorial, 2008. 
MOITA-LOPES, L. P. Read, read, read. São Paulo: Ática, 1999.
PLATÃO, Francisco; FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: leitura e redação. São 
Paulo: Ática, 1991.
Glícia M. Azevedo de M. Tinoco 
04
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Qualidades fundamentais 
do texto escrito
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
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Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
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Revisão de Linguagem
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Adaptação para o Módulo Matemático
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EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Redação A04
O texto escrito requer algumas qualidades específi cas. Isso se justifi ca por várias razões. Vejamos duas. A primeira razão se refere ao fato de a escrita atravessar o tempo e o espaço, documentando fatos, registrando acontecimentos. A segunda 
é que a língua escrita tem uma organização específi ca, a qual se adéqua ao gênero em 
que o texto é produzido, à situação de comunicação a que se vincula, à formalidade 
dessa situação, à interação que ele instaura. Diante dessa complexidade de fatores, 
na aula 4, nosso objeto de estudo será as qualidades fundamentais do texto escrito. 
Você deve estar se perguntando: que qualidades são essas? Elas devem ser observadas 
na produção de textos escritos em diferentes gêneros, por exemplo: bilhetes, cartas, 
resumos, fi chamentos, memorandos, ofícios? Ao fi m desta aula, você terá subsídios para 
responder a essas indagações. 
  Compreender as qualidades fundamentais do texto escrito.
  Aplicar o conhecimento sobre as especifi cidades da língua 
escrita para ler e escrever com proficiência textos de 
diferentes gêneros.
2
Redação A04
Para começo
de conversa...
Dadas as especifi cidades da modalidade escrita da linguagem, considera-se fundamental 
que o texto escrito apresente coesão, coerência, clareza, concisão, correção linguística 
e elegância. A ausência de um desses elementos pode ocasionar um problema de 
compreensão sério. Vejamos um exemplo.
Será que Benedito Cujo, personagem do cartunista brasileiro Fernando Gonsales, 
organizou bem os elementos de seu texto escrito? Ele deixa claro o que espera que a 
mãe faça e o porquê dessa ação? 
Observe que, se, por um lado, há uma distância entre o que Benedito Cujo gostaria de 
ter escrito e o que ele, efetivamente, escreveu, por outro, a expressão da mãe dá pistas 
de que ela não está compreendendo o bilhete do fi lho. Onde está o problema? 
O bilhete de Benedito Cujo não apresenta qualidades essenciais para a interação de 
pessoas que não estão frente a frente. Nesta aula, estudaremos essas qualidades com 
maior detalhamento.
3
Redação A04
Qualidades fundamentais 
do texto escrito
De acordo com o que você vem aprendendo ao longo de nossas aulas, ler e escrever são 
atividades essenciais para que possamos exercer nossa cidadania de forma autônoma 
e plena em uma sociedade na qual vale o que está escrito. De fato, lemos e escrevemos 
para agir sobre o mundo. 
Há, porém, diferentes formas de escrever. Se pretendemos dar notícias a um amigo 
que mora distante, podemos escrever um email para ele, mas se ele não tem acesso 
à Internet, escrevemos uma carta. Em ambos os casos, estamos praticando uma 
correspondência pessoal, particular. 
Todavia, se precisamos estabelecer contato por escrito com órgãos do serviço público 
civil ou militar, no âmbito municipal, estadual ou federal, temos de saber escrever 
correspondências ofi ciais. 
No caso da comunicação escrita entre empresas privadas (escolas, bancos, indústrias, 
lojas comerciais) ou entre essas empresas e seus clientes, pessoas físicas ou jurídicas, 
temos a correspondência empresarial. 
Para responder a determinadas situações de comunicação de nossa vida estudantil ou 
profi ssional, escrevemos gêneros tidos como de correspondência técnica, tais como: 
o currículo, o relatório, entre outros. 
A importância dessas diferentes correspondências em nossas vidas motiva-nos a 
estudar, neste curso, gêneros discursivos da redação técnica e ofi cial, unidade de que 
nos ocuparemos a partir da aula 5 até a aula 15. 
Nesse sentido, a contribuição da aula 4 é a de evidenciar que, em todos os tipos 
de correspondência (pessoal, ofi cial, empresarial e técnica), precisamos observar 
um conjunto de qualidades fundamentais para a escrita: coesão, coerência, clareza, 
concisão, correção linguística e elegância.
Clareza
Um texto escrito deve apresentar clareza: informações em ordem direta e explicitude. 
Isso porque o seu interlocutor não está à sua frente para solicitar esclarecimentos; 
logo, o texto escrito tem de oferecer as pistas necessárias para que o leitor construa 
os sentidos que você gostaria de salientar. 
Exemplo 1
Exemplo 2
4
Redação A04
Seja claro. Explicite os elementos centrais de seu texto. Uma boa estratégia para deixar 
seus textos mais explícitos é escolher cuidadosamente as palavras a serem usadas. 
Vejamos como. 
Versão 1
De repente, os homens chegaram. Colocaram umas pulseiras de aço no 
cabra e jogaram ele no carro.
Versão 2
Os policiais chegaram de forma inesperada, algemaram o suspeito e o 
levaram para a viatura.
Observe como a seleção de palavras mais específi cas à situação de comunicação traz 
à versão 2 a explicitude necessária, a qual não se apresenta na versão 1. 
Outra forma de expressar clareza em seus textos escritos é optar pela ordem direta, ou 
seja, sujeito – verbo – complementação verbal – adjuntos adverbiais ou ainda oração 
principal e oração subordinada. 
Há casos em que a ordem indireta (por exemplo: primeiro, o adjunto adverbial; depois, o 
sujeito) é necessária. No entanto, precisamos ter cuidado para não fazer das inversões 
um problema para a leitura de nossos textos. Para ilustrar um caso desse tipo, observe 
a diferença entre a versão 1 e a versão 2 do exemplo a seguir.
Versão 1
Ao afi rmar que todo o desejo de que os amigos viessem à sua festa de 
aniversário desaparecera, uma vez que seu pai se opusera à realização e 
não liberara o dinheiro necessário para os preparativos do tipo de festa que 
Aline gostaria de fazer.
Versão 2
Aline chorou ao afi rmar que todo o desejo de que os amigos viessem à 
sua festa de aniversário desaparecera. Isso porque seu pai se opusera à 
realização e não liberara o dinheiro necessário para os preparativos do tipo 
de festa que ela gostaria de fazer.
Exemplo 3
5
Redação A04
Conforme você deve ter percebido, a versão 1 está incompleta. Ela não apresenta a 
oração principal. Nossa impressão de leitor é a de que o produtor desse texto ocupou-se 
com as orações subordinadas e esqueceu-se de desenvolver a idéia central.
A versão 2 traz a oração principal: “Aline chorou”. As orações sequenciais apenas 
complementam a principal, e a versão 2 deixa isso bem claro.Concisão
Uma segunda qualidade do texto escrito é a concisão. Consideramos que um texto seja 
conciso quando ele é enxuto: em poucas palavras, apresenta as informações essenciais. 
O contrário de concisão é prolixidade: repetições desnecessárias, redundâncias, 
delongas.
Analisemos um exemplo adaptado de Martins e Zilberknop (1994, p. 73). Trata-se de 
um texto conciso ou prolixo?
Versão 1
É uma triste realidade – tradicional e costumeira – que a diversão popular (e 
ela abrange várias modalidades circunscritas a épocas ou regiões diversas) 
geralmente é oferecida ao povo (podemos remontar à Roma Antiga), visando 
não ao objetivo precípuo da diversão – dar lazer a quem dele necessite –, mas 
sim visando a uma alienação dos seres pensantes em relação à situação 
política vigente, a fi m de que eles não pensem na fome, na miséria e na 
injustiça, suas companheiras de infortúnio e dor.
Versão 2
A diversão oferecida ao povo visa, em geral, à alienação política. 
Percebeu a diferença? A versão 2 traz apenas a idéia central. Trata-se de um texto 
conciso. 
A versão 1, ao contrário, é prolixa, ou seja, apresenta muitas informações desnecessárias, 
que podem atrapalhar a leitura. Realmente, na versão 1, a idéia central pode até fi car 
obscurecida devido ao que popularmente se denomina “enchimento de linguiça”.
1Praticando...
6
Redação A04
Encher linguiça (de porco, frango, camarão) pode ser uma atividade muito rentável. 
Todavia, em um texto escrito, essa prática é vista, inevitavelmente, como um defeito. 
Logo, precisa ser evitada a todo custo.
Leia com atenção o texto abaixo. Trata-se de um aviso, afi xado a uma porta 
de banheiro coletivo de um camping brasileiro. 
Analise se esse texto apresenta a clareza necessária para que o usuário 
do banheiro, ao fi m da leitura, possa saber o que deve e o que não deve 
fazer no camping.
Fonte: <www.fotocomedia.com>. Acesso em: 19 mar. 2009.
7
Redação A04
Não lhe parece um texto muito cheio de informações? Um aviso não pode 
conter tantos dados. Ao contrário, deve apresentar apenas informações 
essenciais. 
Logo, é de clareza e de concisão que o texto em foco precisa. Explicitar 
claramente o que os usuários do camping podem e o que não podem 
fazer: essa deveria ser a função social do aviso. Todavia, a falta dessas 
qualidades acaba por prejudicar a leitura e a consequência disso pode ser 
o não-cumprimento das ações recomendadas pelo Sr. Noel aos usuários 
do camping. Eles podem achar que essas recomendações são apenas uma 
brincadeira. Darão risada do texto e nada mais. 
Se fosse dada a você a atribuição de reescrever esse aviso com clareza e 
concisão, como ele fi caria? Reescreva-o no espaço abaixo.
Exemplo 4
8
Redação A04
Correção linguística
A correção linguística também é uma qualidade esperada em textos escritos, em 
especial nas correspondências ofi ciais, em que a pessoa que escreve ocupa uma 
posição institucional. Ora, se problemas de ortografi a, concordância, regência e 
pontuação podem causar difi culdades de leitura e “arranhar” a imagem do produtor de 
um bilhete ou de um aviso (lembre-se do caso do Sr. Noel), imagine como será prejudicial 
para a instituição que essa pessoa representa se ela escrever um ofício que contenha 
incorreções no uso formal da língua.
Vejamos, no exemplo a seguir, um bilhete (gênero escrito mais informal) produzido por 
um trabalhador de uma empresa metalúrgica do ABC Paulista, cujo quadro funcional é 
composto por cerca de dois mil funcionários.
Versão 1
Dona Arzira,
Apezar do crima de auta tenção, os operário não ezitaram em aprezentar 
suas reinvindicação para o chefe. Eles alegaro que, com excessão de uns 
pouco previlegiado, nós tudo vinha recebeno o pagamento com vários dia 
de atrazo. Por tudo isso que foi falado, nós quer uma reunião com o dono 
da empreza o quando antes. Pruque a senhora não tava mais aqui quando 
agente saiu da sala do chefe, tamo deixano esse bilhete pra senhora falá 
com o dono e marcar a reunião dagente com o dono da empreza.
Fui.
João da Silva.
Exemplo 5
9
Redação A04
É evidente que conseguimos ler o bilhete deixado pelo senhor João da Silva à senhora 
Alzira. Para tanto, fazemos um esforço para driblar as incorreções linguísticas e 
conseguirmos construir a coerência desse texto. No entanto, não há dúvidas de que esse 
bilhete ganharia muito mais respeitabilidade (e o seu produtor também) se estivesse 
escrito de acordo com a norma culta. Vamos ver a diferença?
Versão 2
Dona Alzira,
Apesar do clima de alta tensão, os operários não hesitaram em apresentar 
suas reivindicações para o chefe. Eles alegaram que, com exceção de uns 
poucos privilegiados, nós tudo vínhamos recebendo o pagamento com 
vários dias de atraso. Por tudo isso que foi falado, nós queremos uma 
reunião com o dono da empresa o quanto antes. Porque a senhora não 
estava mais aqui quando a gente saiu da sala do chefe, estamos deixando 
esse bilhete para a senhora falar com o dono e marcar a reunião da gente 
com o dono da empresa.
Fui.
João da Silva.
A correção dos problemas gramaticais oferece ao bilhete de João da Silva uma versão 
“higienizada”. Porém, ainda há problemas a resolver: quem é o chefe mencionado no 
bilhete? O que a Sra. Alzira precisa fazer? Quem é João da Silva? Em uma empresa com 
dois mil funcionários, é fácil identifi car um funcionário cujo nome seja tão comum? Como 
avisar a ele a data e o horário da reunião? Essas informações precisam ser explicitadas. 
Vejamos uma próxima versão do bilhete. 
Exemplo 6
10
Redação A04
Não há dúvidas de que a versão 3 do bilhete escrito pelo senhor João da Silva é 
compatível com a situação de comunicação vivenciada: uma correspondência entre dois 
funcionários de uma mesma empresa de grande porte (dois mil funcionários), na qual 
são solicitadas providências para a marcação de uma reunião com o dono da empresa.
Não se trata de uma correspondência entre amigos. O senhor João da Silva ocupa a 
posição social de porta-voz dos funcionários e requer providências a serem tomadas por 
“senhora” Alzira (muito mais formal e elegante do que “dona”), que é possivelmente a 
secretária, mas que envolvem também o chefe de pessoal e o dono da empresa.
Nesse sentido, alterações de diferentes naturezas foram imprescindíveis ao texto. 
Marcamos de verde as alterações gramaticais (ortografi a e concordância, basicamente), 
de vermelho as substituições de palavras (uma melhor seleção foi feita devido à 
formalidade exigida pela situação de comunicação) e de azul as informações que 
deveriam estar explícitas no texto. 
Agora, compare as três versões do bilhete. Você percebeu que a terceira é bem mais 
concisa? Isso ocorreu porque foram cortadas as informações desnecessárias (“Pruque 
a senhora não tava mais aqui quando agente saiu da sala do chefe, tamo deixano esse 
bilhete”). 
Versão 3
Senhora Alzira,
Apesar do clima de forte tensão, os operários não hesitaram em 
apresentar suas reivindicações para o Sr. Pedro de Sousa, Chefe de 
Pessoal desta empresa. Eles alegaram que, com exceção de uns poucos 
privilegiados, a maioria dos funcionários vinha recebendo o pagamento 
com vários dias de atraso. Para tratar desse assunto, nós gostaríamos de 
marcar uma reunião com o dono da empresa o quanto antes. Por gentileza, 
tome as devidas providências e nos avise.
Desde já, agradecemos sua atenção.
João da Silva.
Ferramenteiro
9988-6776
Exemplo 7
11
Redação A04
A versão 3 também é mais elegante. Ela demonstra polidez (“gostaríamos de marcar”, 
“por gentileza”, “Desde já, agradecemos sua atenção”).
Como garantir a elegância de um texto?
Elegância
Um texto coeso, coerente, claro, conciso, correto linguisticamente e com uma boa 
seleção de palavras é, em geral, elegante. De fato, a elegância de um texto escrito não 
está em seu rebuscamento,mas em sua simplicidade e adequação. 
Nesse sentido, não é adequado o uso de fi guras de linguagem (metáforas, hipérboles, 
catacreses) em gêneros escritos mais formais, que têm circulação pública e nos quais 
assumimos uma posição profi ssional/institucional. A elegância se opõe aos excessos. 
Ela requer comedimento, moderação. O texto elegante é lido com fl uidez porque conteúdo 
e forma se apresentam adequadamente.
Para ilustrar melhor essa noção, analisemos um caso de nota ofi cial de pesar, publicada 
em jornal de circulação local (no âmbito de uma cidade). 
Fonte: <www.fotocomedia.com>. Acesso em: 19 mar. 2009.
2Praticando...
12
Redação A04
Como podemos ver, a escolha lexical feita (prazer) não combina com a situação a que 
esse texto se vincula: a tristeza ocasionada pela perda de um colega de trabalho. 
Isso vai gerar problemas para o funcionário que assumiu a incumbência de escrever o 
texto e mandá-lo para publicação, visto que se trata de uma comunicação institucional, 
ou seja, é a empresa TERRAFOTO S/A que se expõe ao ridículo. 
Possivelmente por isso, o site <www.fotocomedia.com> mantenha essa nota em seu 
acervo. Esse texto gera o riso. Não explicita o pesar.
Para refl etirmos sobre as qualidades mencionadas nesta aula, analisaremos 
dois textos escritos. Vejamos se eles requerem algum tipo de reescritura.
a) “Os conquistadores espanhóis estavam cegos pela cobiça. Os 
conquistadores espanhóis enxergaram apenas o brilho do ouro. Os 
conquistadores espanhóis menosprezaram as cidades, os templos e as 
obras de arte que encontraram na América.”
Esse fragmento de texto, citado por Faraco e Tezza (2003), pode ser reescrito 
em um único período. Para garantir-lhe coerência, coesão, clareza, concisão, 
correção linguística e elegância, procure seguir estas recomendações: 
primeiro, identifi que a informação essencial; inicie o período por ela; depois, 
acrescente as informações complementares, eliminando as repetições. 
Use o espaço abaixo para a sua sugestão de reescritura.
SENHOR LADRÃO
Solicito que após furtar-me de novo ofereça 
o produto à mim mesmo! Comprar de novo 
no mercado legal custa muito caro e eu 
sei que o senhor vende baratinho. Prometo 
sigilo absoluto pois não desejo ser preso 
por receptação de produto furtado. Certo 
de sua compreensão, aguardo. Tratar aqui.
Obs.: favor não roubar à faixa.
13
Redação A04
A faixa que acabamos de ler foi fi xada à frente do Bar do Coelho, que fi ca 
no bairro de Cidade Alta, no Centro de Natal/RN. Ela é diferente da maioria 
das faixas que conhecemos, porque sua função social se aproxima à de 
um bilhete.
Nela, percebemos uma informação essencial: o comerciante quer comprar 
o produto que foi furtado de seu próprio estabelecimento. Para tanto, ele 
tenta convencer o ladrão a partir dos seguintes argumentos:
a) no mercado legal, o produto custa caro;
b) o ladrão precisa transformar logo a mercadoria em dinheiro, por isso 
vende mais barato;
c) vender para o próprio dono é mais rápido para o ladrão e mais barato 
para o proprietário do estabelecimento; 
d) o sigilo do negócio será absoluto, porque é crime receptar produto furtado 
e o dono não quer ser preso.
b) 
Fonte: Tribuna do Norte (25 maio 2007). 
14
Redação A04
Observe o respeito com o qual o produtor do texto se dirige ao ladrão: 
“senhor ladrão”, “solicito”, “o senhor”, “sua compreensão”, “favor”. Isso 
se justifi ca pelo fato de o comerciante desejar fazer negócio com o ladrão. 
Para negociar com alguém, é necessário que haja polidez.
Percebemos, no entanto, a necessidade de tornar essa faixa mais 
concisa. Além disso, ela apresenta problemas de correção lingüística, 
especifi camente de pontuação e de crase. 
Cientes da necessidade de oferecer maior adequação ao texto escrito, 
aproveite o espaço abaixo para sugerir uma nova versão à faixa.
Leituras complementares
FIORIN, José Luiz; PLATÃO, Francisco. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: 
Ática, 1997.
______. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2000. 
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. São Paulo: Scipione, 1998. 
No mercado editorial brasileiro, há muitos livros interessantes sobre a língua escrita. 
Dentre eles, sugerimos alguns que poderão aprimorar seus conhecimentos sobre as 
qualidades fundamentais do texto escrito. 
15
Redação A04
Na aula 4, vimos que o texto escrito requer determinadas qualidades devido 
a especifi cidades que lhes são próprias. Uma delas está relacionada à 
circulação: a escrita pode atingir espaços e tempos diferentes de sua 
origem e, neles, encontrar leitores com diferentes conhecimentos. Logo, 
vimos que é esperado de um texto escrito que ele apresente informações 
explícitas (mas não redundantes), organização lógica (coerente) e coesa, 
correção linguística e elegância. Tais qualidades são especialmente 
importantes em textos de circulação externa (não familiar), porque neles o 
autor assume uma posição pública frente a seus interlocutores. Para ilustrar 
esse conjunto de qualidades da escrita, analisamos textos de diferentes 
gêneros, tais como: bilhete, aviso, nota de pesar, faixa. 
1. Para evidenciar sua aprendizagem acerca dos conceitos que você 
aprendeu na aula 4, propomos um último exercício. Esta aula lhe ofereceu 
subsídios para responder às perguntas que aparecem na página inicial? 
Vejamos.
a) Quais são as qualidades fundamentais do texto escrito?
16
Redação A04
b) Essas qualidades devem ser observadas na produção de cartas, 
resumos, fi chamentos, memorandos, ofícios? Por quê?
Referências
BEZERRA, Augusto César. Olho da matéria: comerciantes clamam por segurança em 
Natal. Tribuna do Norte, 25 maio 2007.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristovão. Ofi cina de Texto. 4. ed. Petrópolis, RJ: 
Vozes, 2003.
FOTO COMÉDIA. Disponível em: <http://fotocomedia.com/>. Acesso em: 19 mar. 
2009.
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. 16. ed. 
Porto Alegre: Sagra; DC Luzzatto, 1994.
05
Márcia Rossana Oliveira Pinto
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Resumo e fi chamento
REDAÇÃO
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Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Redação A05
Nas aulas anteriores, estudamos a noção de texto e de gênero discursivo, os recursos de textualidade (coesão e coerência), além das qualidades fundamentais do texto escrito. Nesta aula, estudaremos os gêneros discursivos resumo e 
fi chamento. Apresentaremos o conceito, a estrutura e as principais características. 
Como nas demais aulas, dispomos de algumas atividades para que você coloque em 
prática o seu conhecimento para produção dos gêneros estudados.
  Conhecer os gêneros discursivos resumo e fi chamento.
  Compreender o conceito, a estrutura e as principais 
características desses gênerosdiscursivos.
  Elaborar resumos e fi chamentos de forma profi ciente.
2
Redação A05
Para começo
de conversa...
Desde que começamos nossa vida escolar sempre é solicitada por nossos professores a leitura de vários textos para produzir um resumo e/ou fi chamento. Aí, aparecem aquelas dúvidas, afi nal o que é resumo? O que é um fi chamento? 
Como se faz? Para que serve? Por onde começo? São tantas as dúvidas. Vejamos 
o texto abaixo:
O estudo Linguagem Cinematográfi ca, por Marcel Martin, é um texto que 
mostra de forma abrangente o cinema. Martin fala sobre o processo criativo 
para criar um fi lme e todos os termos que aplicam ao campo que ele acredita 
é uma arte. No primeiro capítulo, ele cita André Malraux que disse, “De 
qualquer forma, o cinema é uma indústria.” Porém, no fi m do livro, Martin 
conclui que, “De qualquer forma, ele é uma arte.” Ele defende o argumento 
que cinema é uma arte através de suas defi nições do processo do cinema. 
Ele escreve sobre todos os elementos que fazem um fi lme e como as partes 
trabalham juntas para criar uma obra de arte. Martin acha que o mundo de 
um fi lme “sempre é o signo de algo mais, num certo grau”. O cinema tenta 
mostrar a realidade, mas nunca poder ser realidade. Então, o cinema é uma 
arte que pode usar elementos como metáforas e símbolos para exprimir 
realidade e coisas além da realidade [...].
Fonte: <http://caderno-allison.espacioblog.com/post/2008/04/11/
um-exemplo-do-meu-trabalho-um-resumo-do-linguagem>. Acesso em: 29 abr. 2009.
3
Redação A05
Será que esse texto é um resumo? Que elementos podem caracterizá-lo como resumo? 
Será que pode ser transformado em fi chamento? 
Aqui responderemos a essas dúvidas tão corriqueiras para que você possa compreender 
um gênero e outro e saiba distingui-los, pois essas são atividades sempre presentes 
na vida estudantil e ajudam a uma leitura efi ciente.
Resumo
Resumo é a apresentação sucinta dos pontos mais relevantes de um texto. Deve ser fi el 
às ideias do autor e obedecer à estrutura do texto original: introdução, desenvolvimento 
e conclusão.
O ato de resumir textos objetiva instrumentalizá-lo, a fi m de que você possa, ao ler, 
apreender aquilo que realmente é essencial. Trata-se de uma atividade que requer a 
presença permanente da imaginação e da inteligência.
O resumo tem como fi nalidade “a difusão das informações contidas em livros, artigos, 
teses etc., permitindo a quem ler resolver a conveniência ou não de consultar o texto 
completo” (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 68 apud GONÇALVES, 2005, p. 22).
É através do resumo que você realiza uma atividade prática necessária à aquisição 
de conhecimentos na sua vida escolar. Aprendendo a resumir, terá mais facilidade ao 
estudar os diferentes textos, uma vez que saberá encontrar as ideias mais relevantes 
e, consequentemente, compreenderá de forma sistemática o que lê.
Principais características do resumo
Para a elaboração de um bom resumo é necessário contemplar algumas características:
  apresentar o assunto da obra de maneira sucinta;
  não apresentar comentários pessoais (exceto no caso do resumo crítico);
  respeitar a ordem das ideias e dos fatos apresentados no texto original;
  empregar uma linguagem clara e objetiva, com frases breves e diretas;
  evitar transcrever frases do texto original;
  dispensar consulta ao texto original para compreensão do assunto;
  mencionar o autor e suas ações;
  apresentar referência bibliográfi ca da obra resumida.
Exemplo 1
4
Redação A05
Para Gonçalves (2005), a produção de um resumo não é simplesmente selecionar as 
ideias principais de forma aleatória, mas requer uma refl exão no momento de extrair as 
ideias contidas em um texto. Trata-se de uma síntese das ideias e não apenas de palavras 
do texto, exigindo fi delidade em relação ao autor sintetizado, sem transcrever do original.
Tipos de resumo
Existem vários tipos de resumo com características que são próprias a sua fi nalidade. 
Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os resumos são classifi cados 
em três tipos: indicativo, informativo e crítico.
Resumo indicativo
Indica apenas os pontos principais do texto, não apresentando dados qualitativos e 
quantitativos. Esse resumo não dispensa a consulta ao texto original.
Veja um exemplo retirado do livro Resumo, de Anna Raquel Machado (2004, p. 16):
No artigo “A cultura da paz”, Leonardo Boff defende a necessidade de 
construirmos a cultura da paz a partir de nós mesmos. O autor considera 
que isso é possível, uma vez que o homem é dotado de características 
genéticas especiais que lhe permitiriam vencer a violência.
Resumo informativo
É o resumo mais completo. Caracteriza-se por informar ao leitor fi nalidades, metodologia, 
resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa dispensar a 
consulta ao texto original. Não apresenta comentários, nem críticas, nem juízo de valor. 
O uso desse tipo de resumo faz com que o leitor tenha uma visão global do documento.
Veja um exemplo: 
Exemplo 2
5
Redação A05
Leonardo Boff inicia o artigo “A cultura da paz” apontando o fato de que 
vivemos em uma cultura que se caracteriza fundamentalmente pela 
violência. Diante disso, o autor levanta a questão que possibilita de 
essa violência poder ser superada ou não. Inicialmente, ele apresenta 
argumentos que sustentam a tese de que seria impossível, pois as próprias 
características psicológicas humanas e um conjunto de forças naturais e 
sociais reforçariam essa cultura da violência, tornando difícil sua superação. 
Mas, mesmo reconhecendo o poder dessas forças, Boff considera que, 
nesse momento, é indispensável estabelecermos uma cultura da paz contra 
a da violência, pois esta estaria nos levando à extinção da vida humana no 
planeta. Segundo o autor, seria possível construir essa cultura, pelo fato 
de que os seres humanos são providos de componentes genéticos que 
nos permitem ser sociais, cooperativos, criadores e dotados de recursos 
para limitar a violência e de que a essência do ser humano seria o cuidado, 
defi nido pelo autor como sendo uma relação amorosa com a realidade, 
que poderia levar à superação da violência. A partir dessas constatações, 
o teólogo conclui, incitando-nos a despertar as potencialidades humanas 
para a paz, construindo a cultura da paz a partir de nós mesmos, tomando 
a paz como projeto pessoal e coletivo.
(MACHADO, 2004 p. 16).
Resumo crítico
O resumo crítico é uma redação técnica que avalia de forma sintética a importância 
de uma obra científi ca ou literária. Deve possibilitar a compreensão do texto, como no 
resumo informativo, no entanto, permite opiniões e comentários do autor do resumo. 
O resumo crítico é chamado também de Resenha. Ocorre que, por costume, os 
professores tendem a chamar de resenha o resumo crítico elaborado pelos estudantes 
como exercício didático. 
Exemplo 3
6
Redação A05
MEMÓRIA – ricas lembranças de um precioso modo de vida
O Diário de uma garota (Record. Maria Julieta Drummond de Andrade) é um 
texto que comove de tão bonito. Nele o leitor encontra o registro amoroso e 
miúdo dos pequenos nadas que preencheram os dias de uma adolescente 
em férias, no verão antigo de 41 para 42.
Acabados os exames Maria Julieta começa seu diário anotado em um caderno 
de capa dura que ela ganha já usado até a página 49. É a partir daí que 
o espaço é todo da menina que se propõe a registrar nele os principais 
acontecimentos destas férias para mais tarde recordar coisas já esquecidas.
O resultado fi nal dá conta plena do recado e ultrapassa em muito a proclamada 
modéstia do texto que ao ser concebido tinha como destinatária única a mãe 
da autora a quem o caderno deveria ser entregue quando acabado.
E quais foram os afazeres de Maria Julieta naquele longínquo verão? Foram 
muitos. Pontilhados de muita comilançae de muita leitura: cinema, doce de 
Ieite, novena, o Tico-Tico, doce de banana, teatrinho, visita, picolés, missa, 
rosca, cinema de novo, sapatos novos de camurça branca, o Cruzeiro, bem-
casados, romances franceses, comunhão, recorte de gravuras, Fon-Fon, 
espiar casamentos, bolinho de legumes, festas de aniversário, Missa do 
Galo, carta para a família, dor de barriga, desenho de aquarela, mingau, 
indigestão... Tudo parecia pouco para encher os dias de uma garota carioca 
em férias mineiras das quais regressa sozinha de avião.
Tantas e tão preciosas evocações resgatam do esquecimento um modo de 
vida que é hoje apenas um dolorido retrato na parede. Retrato, entretanto 
que, graças à arte de Julieta, escapa da moldura, ganha movimentos, 
cheiros, risos e vida.
O livro, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exemplo, o tom autêntico 
de sua linguagem que se, como prometeu sua autora, evita as pompas, guarda 
não obstante o sotaque antigo do tempo em que os adolescentes que faziam 
diários dominavam os pronomes cujo/a/os/as conheciam a impessoalidade 
do verbo haver no sentido de existir e empregavam, sem pestanejar, o mais-
que-perfeito do indicativo quando de direito...
Outra e não menor riqueza do livro é o acerto de seu projeto gráfi co aos 
cuidados de Raquel Braga. Aproveitando para ilustração recortes que 
Maria Julieta pregava em seu diário e reproduzindo na capa do livro a capa 
marmorizada do caderno com sua lombada e cantoneiras imitando couro, 
o resultado é um trabalho em que forma e conteúdo se casam tão bem 
casados que este Diário de uma garota acaba constituindo uma grande 
festa para seus leitores.
(LAJOLO, 1986 apud PLATÃO; FIORIN, 2007, p. 427 -28).
Praticando... 1Praticando...
7
Redação A05
Estrutura do resumo
a) O resumo deve ser conciso.
b) Não ser enumerado em tópicos.
c) Uso da 3ª pessoa do singular, preferencialmente.
d) Uso de verbos na voz ativa.
e) Escrito em parágrafo único.
f) Resumo em duas línguas: inglês, francês ou espanhol.
g) Apresenta palavras-chave, ao fi nal.
Observação: o resumo em duas línguas, acompanhado de palavras chaves, é 
próprio de trabalhos científi cos, tais como artigos, monografi as, dissertações 
e teses. 
Técnicas para elaborar um resumo
Para diminuir as difi culdades de compreensão de leitura, mostraremos algumas 
sugestões para facilitar a produção do resumo:
  leia o texto na íntegra;
  encontre a ideia principal de cada parágrafo;
  identifi que os detalhes importantes, como argumentos e provas da ideia central;
  sublinhe o que você achar essencial;
  releia o que foi sublinhado.
1. Leia o texto abaixo e produza um resumo informativo.
8
Redação A05
Texto 1
Aquecimento nas alturas
A cordilheira do Himalaia, que se estende por 2.500 quilômetros em cinco países 
asiáticos, produz cartões-postais deslumbrantes com seus paredões de gelo e suas 
montanhas cobertas de neve, entre elas o Monte Everest, o mais alto do mundo. Para 
1,3 bilhão de pessoas – um em cada seis habitantes do planeta – que vivem nas 
regiões próximas ao Himalaia, a cordilheira também representa garantia de água farta 
para abastecer cidades e irrigar plantações. Nas estações quentes, parte do gelo de 
seus 15.000 glaciares se derrete e corre para uma malha de pequenos afl uentes de 
grandes rios, como o Ganges, na Índia, e o Yang-tsé, na China. No inverno, as nevascas 
repõem o gelo que se foi. Esse caprichoso ciclo das águas vem se alterando. Um 
relatório divulgado há um mês pelo Icimod, um centro de pesquisas dos países da 
região, em parceria com a ONU, mostra que os glaciares do Himalaia vêm encolhendo 
em velocidade acelerada – entre 10 e 60 metros por ano. Na China, 5,5% deles já 
desapareceram ao longo das últimas quatro décadas. O relatório se baseou em dados 
obtidos recentemente por satélite e em pesquisas feitas nos últimos quarenta anos. 
Calcula-se que grande parte dos glaciares do Himalaia poderá desaparecer até 2035. 
Como no caso dos glaciares do Alasca, dos Andes e de outras regiões do planeta, 
acredita-se que o culpado pelo fenômeno seja o aquecimento global. “A neve que cai 
durante o inverno não tem sido sufi ciente para repor o gelo que desapareceu no último 
século e, principalmente, nas décadas mais recentes”, disse a VEJA o geólogo Richard 
Alley, da Universidade do Estado da Pensilvânia, nos EUA, especialista em glaciares. 
Caso as geleiras do Himalaia continuem a encolher no ritmo atual, dois tipos de 
catástrofe poderão ocorrer. Primeiro, o grande volume de água que chegará aos 
grandes rios asiáticos causará inundações em série, muitas delas súbitas como um 
pequeno tsunami. Quando um glaciar se derrete, nem sempre a água corre diretamente 
para o rio mais próximo. Dependendo do relevo à sua volta, a água fi ca represada em 
gigantescos lagos. Se as margens desses lagos se rompem, em consequência de 
uma avalanche, por exemplo, as águas se espalham com violência e carregam tudo 
pelo caminho. Foi o que ocorreu em 1985, no Nepal, quando o colapso de um lago 
inundou o Vale Langmoche, matou vinte pessoas, destruiu uma usina hidrelétrica 
recém-construída, catorze pontes, trinta casas e vastas áreas de terra cultivada. 
Segundo o relatório do Icimod e da ONU, existem no mínimo 9.000 lagos glaciais 
espalhados pelos cinco países pelos quais se estende o Himalaia – China, Índia, 
Nepal, Butão e Paquistão. Num prazo mais longo, o desaparecimento dos glaciares do 
Himalaia e, consequentemente, das águas que descem das montanhas vai diminuir 
drasticamente o volume dos rios asiáticos, provocando secas. Cerca de 70% das águas 
do Rio Ganges vêm de afl uentes alimentados pelos glaciares do Nepal. Uma queda 
drástica do nível do Ganges afetaria 37% do território cultivado da Índia e deixaria 
500 milhões de habitantes expostos à falta d’água. 
9
Redação A05
O estudo sobre os glaciares do Himalaia confi rma a teoria dos cientistas de que o 
aquecimento global tem atingido as regiões mais elevadas do planeta com a mesma 
intensidade com que se abate sobre os pólos. Um exemplo disso é a diminuição da neve 
no topo do célebre Monte Kilimanjaro, na Tanzânia. Na semana passada, uma pesquisa 
divulgada pela agência meteorológica do governo do Tibete mostrou que a temperatura 
nas áreas mais altas da província vem subindo 0,3 grau a cada dez anos. Essa elevação 
é maior do que a verifi cada nas temperaturas médias da Terra, de 0,7 grau nos últimos 
100 anos, e semelhante à dos polos – entre 0,2 e 0,5 por década. “Seja no Himalaia, 
nos Andes ou na África, a temperatura sobe mais nos pontos mais altos do planeta”, 
diz o glaciologista Lonnie Thompson, da Universidade do Estado de Ohio. Sabe-se que, 
no caso dos polos, o aumento acelerado da temperatura se deve ao aquecimento 
das águas dos oceanos. No caso das altas montanhas do Tibete e do Himalaia, 
ocorreria fenômeno semelhante. O crescente calor emanado pelos oceanos alcançaria 
a troposfera, justamente onde se encontram os picos gelados. Pesquisas mostram 
também que as temperaturas sobem mais nos trechos mais altos das montanhas do 
que em sua base. É justamente esse fenômeno que torna o derretimento da cordilheira 
do Himalaia uma ameaça às populações que hoje se benefi ciam de suas águas. 
(Veja, 1 ago. 2007).
10
Redação A05
2. Agora, escolha um texto de sua preferência, que pode ser um artigo de qualquer 
revista ou um texto da sua área de estudo. Leia quantas vezes forem necessárias 
e produza um resumo crítico.
11
Redação A05
Fichamento
Agora, vamos conhecer mais um gênero que auxilia na compreensão da leitura: o fi chamento.
Fichamento signifi ca você fi char, identifi car e registrar as principais informações de um 
texto lido. Consiste em registrar em fi chas as informações relevantes de uma leitura 
realizada. Uma das características marcantes de uma anotação adequada é que ela 
permitauma redação futura, de acordo com Medeiros (2000).
É um procedimento indispensável para o aproveitamento da leitura, selecionando os 
principais dados e ajudando na organização dos textos pesquisados. O fi chamento não 
é um resumo, mas uma forma de identifi car as partes importantes de um texto. 
Principais características de um fi chamento
Segundo Medeiros (2000), o objetivo do fi chamento é:
  identifi car facilmente as obras lidas;
  lembrar seu conteúdo principal;
  fazer citações ou elaborar críticas;
  realizar pesquisa bibliográfi ca.
Estrutura do fi chamento
Segundo Medeiros (2000), todo fi chamento, seja realizado em fi chas de cartolina com 
tamanho padronizado, seja realizado em meio eletrônico ou em qualquer outro meio, 
deve apresentar obrigatoriamente quatro elementos:
a) Cabeçalho: deve vir na parte superior direita, indicando o assunto a que se refere 
a fi cha.
b) Referência: é a referência da obra ou do texto a que se refere a fi cha, feita de acordo 
com a norma da ABNT.
c) Corpo da fi cha: é o conteúdo propriamente dito.
d) Local onde a obra se encontra: informa onde encontrar o material lido, se em 
biblioteca particular ou outro local.
Exemplo 4
12
Redação A05
Título Geral Título Específi co Nº da fi cha
Referência Bibliográfi ca de acordo com a ABNT
Corpo do texto
( biblioteca X)
FUNDAMENTOS DE 
METODOLOGIA
01
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. São Paulo: Atlas, 1993.
Insere-se no rol dos livros próprios à iniciação científi ca, auxiliando na elaboração 
de monografi as, trabalhos de conclusão de curso, relatórios etc. Apresenta uma 
linguagem simples e acessível. A obra apresenta nove capítulos que obedecem a 
uma sequência racional e lógica na construção do trabalho científi co.
(biblioteca particular)
Fonte: Medeiros (2000. p. 112).
Técnicas para elaborar um fi chamento
São necessários alguns procedimentos para a elaboração do fi chamento:
  ler o texto na íntegra;
  incluir somente um tema em cada fi cha;
  ter a certeza de que as fi chas estão completas e são compreendidas com facilidade;
  manter as fi chas sempre em ordem.
Praticando... 2Praticando...
13
Redação A05
  Vamos produzir um fi chamento? Volte à aula 4, “Qualidades fundamentais de um 
texto escrito”, e faça o fi chamento desta aula. 
14
Redação A05
Leituras complementares
FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996.
Nesse livro, o autor enfoca o resumo como prática necessária à redação de trabalhos. 
Destaca o conceito, a importância desse gênero, além de apresentar as várias 
possibilidades de elaboração e uso.
Sites: 
<http://www.pucrs.br/manualred/resumos.php>
<http://www.silviamota.com.br/direito/artigos/fi chamento.htm>
Nesses sites, você encontra de forma bastante didática o conceito e a estrutura dos 
gêneros resumo e fi chamento. 
Nesta aula, estudamos o que é resumo e fi chamento. Vimos que o resumo é 
um gênero que tem por fi nalidade apresentar de modo sucinto as principais 
ideias de um texto. Já o fi chamento é um gênero que utilizamos para 
identifi car e registrar as principais informações de um texto. Estudamos 
o conceito, a estrutura e as principais características de cada um. Vimos 
que ambos são documentos com estrutura e características específi cas e 
previamente defi nidas.
1. Defi na o conceito, o objetivo e os tipos de resumo.
15
Redação A05
2. Assinale as alternativas que contenham elementos que você julgue 
essenciais para a produção de um resumo informativo:
( ) correção gramatical e léxico adequado à situação solicitada;
( ) seleção das informações consideradas importantes pelo leitor e autor 
do resumo;
( ) comentários pessoais misturadas às ideais do texto original;
( ) cópia de trechos do texto original;
( ) indicação de dados sobre o texto resumido, no mínimo autor e data;
( ) texto compreensível por si mesmo.
16
Redação A05
Agora, justifi que suas escolhas.
3. Identifi que e resolva os problemas do resumo que se encontram no 
texto abaixo.
O resumo é, pois uma condensação do texto original, procurando captar 
suas ideias fundamentais, na progressão e no encadeamento em que 
aparecem no texto.
Quem resume deve exprimir, em estilo objetivo, os elementos principais 
do texto, sem emissão de comentários ou apreciação crítica ao que está 
sendo condensado.
Como se faz?
Muitas pessoas julgam que resumir é reproduzir frases ou partes de frases 
do texto original, construindo uma espécie de colcha de retalhos, com o 
conhecido recorte e cole dos computadores. “Essa colagem de fragmentos 
do texto original não é um resumo”, lembra Fiorin. Resumir é apresentar, 
com as próprias palavras, os pontos relevantes de um texto. A reprodução 
de frases do texto, em geral, atesta que ele não foi compreendido.
Para diminuir essa difi culdade, deve-se usar um procedimento apropriado 
que vai depender da fi nalidade do resumo.
Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos 
de idéias que tenham alguma unidade de signifi cação.
Ao resumir um texto pequeno, pode-se adotar como primeiro critério de 
segmentação a divisão em parágrafos.
Fonte: Platão e Fiorin (2007, p. 420).
17
Redação A05
4. Assinale as alternativas com (V) para verdadeiro e (F) para falso quanto 
à produção do fi chamento.
( ) O fi chamento é uma técnica que auxilia na leitura de vários textos.
( ) Fazer uso de citações é proibido no fi chamento.
( ) O fi chamento é uma forma de você identifi car as partes mais importantes 
de um texto.
( ) Não é permitida a transcrição de partes do texto no fi chamento.
( ) A estrutura do fi chamento é a seguinte: cabeçalho, referência e corpo 
da fi cha.
( ) O fi chamento é um resumo.
( ) O fi chamento pode ser feito em tópicos.
18
Redação A05
5. Justifi que as alternativas falsas da questão anterior.
6. Baseado no que você aprendeu nesta aula, aponte a(s) diferença(s) entre 
um resumo e um fi chamento.
19
Redação A05
Referências
DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais e ensino. 4. 
ed. Rio de janeiro: Lucerna, 2005. 
GONÇALVES, H. de A. Manual de resumos e comunicações científi cas. São Paulo: 
Avercamp, 2005.
MACHADO, A. R. (Coord.) Resumo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. (Leitura e 
produção de textos técnicos e científi cos,1).
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental: de acordo com as atuais 
normas da ABNT. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MEDEIROS, J. B. Redação científi ca: a prática de fi chamentos, resumos, resenhas. São 
Paulo: Atlas, 2000.
PLATÃO; FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação. 17. ed. São Paulo: Ática, 2007.
Anotações
20
Redação A05
Anotações
Márcia Rossana Oliveira Pinto
06
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Declaração, atestado e recibo
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
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Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Redação A06
Nesta aula, começaremos a estudar os gêneros textuais próprios da redação técnica, que devem ser elaborados dentro de um padrão técnico e de uma escrita de qualidade. Nesta aula 6, veremos três gêneros: a declaração, o atestado 
e o recibo. Estudaremos seus elementos constituintes e teremos também algumas 
atividades para você praticar os gêneros discursivos estudados.
  Conhecer os gêneros textuais declaração, atestado e recibo.
  Identificar os elementos constituintes da declaração, 
atestado e recibo.
  Aplicar conhecimentos na área de redação ofi cial tanto 
para construir o(s) sentido(s) possível(eis) de declarações, 
atestados e recibos quanto para produzi-los de forma 
profi ciente.
2
Redação A06
Para começo
de conversa...
Se pararmos para pensar, em algum momento da nossa vida já enfrentamos algumas 
circunstâncias nas quais houve a necessidade de algum tipo de documento para 
comprovar o que dizemos ou fazemos. 
Para ilustrar melhor o que acabamos de dizer, pensemos, por exemplo, em um consumidor 
que efetuou o pagamento de um determinado serviço, que ainda não foi terminado, e 
ele precisa comprovar o pagamento. Nessas circunstâncias, ele terá que preparar um 
documento que comprove o tal pagamento. Nesse caso, você sabe qual seria esse 
documento? Uma declaração? Um recibo? Ou um atestado?
Outra situação que podemos imaginar, também como ilustração, é a de um estudante 
que, para conseguir um estágio, precisa comprovar que está devidamente matriculado 
numa instituição de ensino. Para isso, esse estudante deverá solicitar um documento 
que comprove a sua matricula nessa instituição para que consiga ser efetuado no 
estágio. Em tal situação, que documento seria esse? Uma declaração, um atestado ou 
um recibo? 
Neste momento, você deve está se perguntando: o que é uma declaração? o que é 
um atestado e o que é um recibo? Em que situações esses gêneros são utilizados (ou 
seja, qual a função de cada um deles)? Do que se constituem e como se organizam? 
Procuraremos, então, responder a essas indagações no decorrer desta aula.
3
Redação A06
Declaração
A declaração é um documento que visa a registrar formalmente uma informação sobre 
uma determinada pessoa ou fato, obrigando àquele que a expede sempre expressar a 
verdade a respeito. 
É um gênero muito utilizado no nosso dia-a-dia. Quando precisamos comprovar ou 
declarar algo sobre alguém ou determinado assunto, solicitamos logo uma declaração. 
Tanto pode ser expressa por escrito, quanto de viva voz, ou seja, oralmente. Quando por 
escrito, é reconhecida como documento e válida inclusive junto à Justiça. 
Conforme as circunstâncias e seu objetivo, toma diversas outras denominações: 
declaração de ausência, declaração de vontade, declaração de crédito, declaração de 
pobreza, declaração de direito, declaração de guerra, declaração de falência, declaração 
de interdição, declaração de nascimento, declaração de óbito, declaração de renda, 
declaração de princípios etc
A declaração não pode ser expedida por um órgão público. A declaração assemelha-se 
a outro gênero: o atestado. Mais adiante veremos as semelhanças e diferenças entre 
esses dois gêneros.
Estrutura da declaração
Numa declaração, devem constar os seguintes componentes, da maneira em que 
aparecem dispostos abaixo:
a) Usar o verbo Declarar no presente do indicativo, na 1ª pessoa, para iniciar o texto. 
Exemplos:
Declaro que o Sr. João Armando Ferraz
Declaramos que o Sra. Irene Brasil da Fonseca
b) Apresentar a fi nalidade da declaração no corpo do texto. 
Exemplos:
Declaro para os devidos fi ns que o Sr ... 
Declaro para fi ns escolares que ...
c) Local e data por extenso.
Exemplo:
Porto Alegre, 22 de outubro de 1998.
Exemplo 1
DECLARAÇÃO
DECLARAMOS que o Sr. João Armando Ferraz pertence ao quadro 
de funcionários de nossa empresa desde 2 de maio de 1990, percebendo 
mensalmente dois salários mínimos.
Porto Alegre, 22 de outubro de 1998.
Mário Barcellos
Diretor-Presidente da Cia X
4
Redação A06
d) Assinatura de quem está emitindo a declaração.
Exemplo:
Sr. Mário Barcellos
Veja um exemplo de declaração retirada do livro Português Instrumental, p. 197:
5
Redação A06
Atestado
O atestado é um documento fi rmado por uma pessoa a favor de outra, que tem a 
fi nalidade de atestar a verdade a respeito de um determinado fato, geralmente do ponto 
de vista profi ssional. Esse é o tipo de atestado profi ssional. 
Temos também outro tipo de atestado, conhecido como atestado médico, no qual é 
discriminado pelo médico se a pessoa pode ou não exercer determinada função ou se 
esteve ou não doente e qual foi a doença. Os atestados mais comuns são: de sanidade 
mental, de óbito, de boa conduta, de bons antecedentes, etc. Aqui, vamos tratar apenas 
do atestado comercial.
Estrutura do Atestado
a) Usar o verbo ATESTAR no presente do indicativo, na 1ª pessoa, para iniciar o texto. 
Exemplos: 
Atesto que o Sr. Paulo Oliveira
Atestamos que o Sr. Mário Chivas
b) Apresentar a fi nalidade do Atestado no corpo do texto. 
Exemplos:
Atestamos que Paulo Oliveira foi aluno da nossa escola...
c) Local e data por extenso.
Exemplo:
Porto Alegre, 22 de outubro de 1998.
d) Assinatura de quem está emitindo o Atestado. 
Exemplo:
Sr. Valdenisio de Barros
Veja um exemplo de atestado retirado do livro Português instrumental p. 154.
Exemplo 2
ATESTADO
Para os fins de direito, atestamos que Paulo Oliveira foi aluno deste 
estabelecimento de ensino, nos anos de 1997 e 1998, não tendo praticado nenhum ato 
desabonatório à sua conduta.
Porto alegre, 6 de agosto de 2000.
Fulano de Tal
Diretor
6
Redação A06
Diferenças entre declaração e atestado
A principal diferença entre declaração e atestado é que o primeiro não pode ser expedido 
por órgão público, pois a declaração é própria das instituições particulares, e o segundo 
só pode ser expedido por órgão público.
A segunda diferença está no fato de que a declaração tem valor transitório, de pouca 
duração e o atestado tem um prazo maior de duração.
A terceira diferença está na parte estrutural. Na declaração, não aparece o timbre da 
empresa que está declarando, já no atestado é obrigatório o uso do timbre da repartição 
que está expedindo o documento. 
7
Redação A06
Semelhanças entre declaração e atestado
A semelhança desses dois gêneros, declaração e atestado, está na estrutura e 
disposição do texto. Ambos os gêneros apresentam:
a) Título em letra maiúscula e centralizado. 
Exemplos:
DECLARAÇÃO
ATESTADO
b) Texto: o do atestado deve apresentar sempre o verbo Atestar, a exposição dos fatos 
que se está afi rmando, dados do emissor, e o texto da declaração deve apresentar 
o verbo Declarar e a exposição dos fatos. 
Exemplos:
Atesto que Valdenise de Barros
Declaro para os devidos fi ns que
c) Local e data.
Exemplo:
Natal, 13 de janeiro de 2007.
d) Assinatura, nome e cargo de quem atesta e/ou declara.
Exemplo:
Joaquim Honório
Diretor
1Praticando...
8
Redação A06
1. Assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas 
falsas.
( ) A declaração tem o objetivo de atestar um determinado fato 
verdadeiro ou não.
( ) A fi nalidade do atestado é atestar uma determinada informação a 
respeito de uma pessoa.
( ) Existem diversos tipos de atestados: médicos, de sanidade mental, 
profi ssional, etc. 
( ) A declaração é expedida por órgãos públicos e o atestado por órgãos 
privados.
( ) O atestado tem pouca durabilidade.
( ) Quanto à estrutura, tanto a declaração quanto o atestado apresentam 
timbre, título, texto, locale data e assinatura.
( ) A declaração é um documento que visa a registrar formalmente uma 
informação sobre uma determinada pessoa ou fato.
2. Justifi que as alternativas que você identifi cou como falsas na questão 
anterior.
9
Redação A06
3. Analise a situação fi ctícia abaixo:
Determinado estagiário da Secretária de Educação do Estado do RS 
encontrou, em sua mesa de trabalho, a seguinte mensagem, deixada 
por seu chefe.
Redigir um documento comprovando que o Sr. Ceinetino Juvêncio da 
Silva estagiou nesta instituição nos anos de 2000 e 2001.
a) Para executar corretamente a tarefa solicitada, que documento deve 
ser redigido pelo estagiário? 
b) A partir das informações contidas na mensagem, produza esse 
documento no espaço destinado a esse fi m.
10
Redação A06
11
Redação A06
4. A declaração a seguir, produzida a partir de dados fi ctícios, apresenta 
alguns problemas na estrutura, concisão e de correção linguística. 
Reescreva-o, garantindo-lhe as qualidades necessárias.
DECLARAÇÃO
declaro que o JOSÉ DA SILVA pertence ao quadro de funcionários de nossa empresa 
desde o dia 05 de junho até hoje. Ele trabalha no setor de vendas e com renda 
mensal de cinco salários mínimos.
Sem mais para o momento e até logo.
12
Redação A06
Recibo
Recibo é a declaração escrita que comprova o recebimento de um determinado valor 
referente a algum tipo de atividade comprovada ou a qualquer tipo de transação 
comercial. 
Este gênero é um dos mais utilizados no nosso dia-a-dia. É muito importante dar e 
receber recibo de qualquer comercialização que você faça, pois ele ajuda no controle 
das compras e dos gastos. Serve de comprovação para qualquer tipo de transação 
comercial (compra e venda) de serviços ou produtos.
Um recibo pode ser feito a mão, em bloco próprio ou no computador. Os modelos de 
recibo variam, mas terão o mesmo objetivo, desde que contenham as suas principais 
partes.
Estrutura do recibo
a) O nome de quem paga ou recebe.
Exemplo: 
Recebi do(a) Sr(a) Maria Auxiliadora das Dores
b) Endereço. 
Exemplo: 
Rua ..............., nº........, bairro ....................., cidade....................
Exemplo 3
13
Redação A06
c) A quantia, valor em dinheiro.
Exemplo:
O valor de R$ 100,00 (cem reais)
d) O produto ou serviço prestado.
Exemplo: 
... pela compra dos estofados 
e) A data.
Exemplo: 
... realizada no dia 02/05/2008.
f) A assinatura de quem está emitindo o recibo. 
Exemplo:
Sr(a) Fabione de Almeida
RECIBO
R$ 200,00
 Recebi da senhora Maria Auxiliadora das Dores a importância supra 
de R$ 200,00 (duzentos reais), em dinheiro, referente ao recebimento da parcela 
correspondente à primeira etapa dos serviços de pintura prestados, conforme 
instrumento fi rmado em 27 de agosto do corrente ano. 
 Com o recebimento desta parcela restarão ainda quatro parcelas, 
correspondentes a 80% (oitenta por cento) da empreitada, que serão quitadas 
mediante a entrega dos serviços correspondentes às respectivas etapas.
 Por ser a expressão da verdade, dou quitação pela importância recebida 
e pela etapa de serviços prestados, fi rmando o presente recibo nesta data.
Belo Horizonte, 15 de setembro de 2007. 
Fabione de Almeida
É importante a presença de todos os elementos estruturais do recibo para que a 
informação seja organizada de forma clara.
2Praticando...
14
Redação A06
1. Identifi que as partes da estrutura do recibo e, se estiver faltando alguma 
parte, reescreva-o, completando com as partes que faltam.
Recibo
Recebi a quantia referida acima, referente ao serviço prestado a 
Sra. Maria Turbelina, pintura do portão da casa no referido mês.
Atenciosamente,
Joaquim José
Pintor
Na aula 6, estudamos os gêneros declaração, atestado e recibo por meio 
da análise de alguns exemplos. Vimos a parte estrutural de cada gênero, 
bem como as diferenças e as semelhanças entre os gêneros declaração e 
atestado. Por fi m, fi zemos atividades relacionadas aos gêneros focalizados.
15
Redação A06
Leituras complementares
MEDEIROS, J. B. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 19. ed. São Paulo: 
Atlas, 2008.
Este livro traz vários exemplos e exercícios práticos sobre os vários gêneros técnicos. 
Apresenta o conceito e os objetivos de cada um dos gêneros.
PREFEITURA MUNICIPAL DE VITÓRIA. Manual de redação ofi cial. 3. ed. Vitória, 2008. 
Disponível em: <www.vitoria.es.gov.br/secretarias/administracao/Manual_de_Redacao_
PMV_18-06-08.pdf>. Acesso em: 4 maio 2009.
Este site apresenta o manual de redação ofi cial do estado do Espírito Santo. De forma 
sucinta e clara, o manual mostra diversos exemplos de gêneros técnicos, inclusive de 
outros gêneros que serão estudados nas próximas aulas.
16
Redação A06
1. Com base no que foi estudado na aula, faça o que se pede:
a) Identifi que as principais diferenças entre declaração e atestado.
b) Em sua opinião, existe alguma semelhança entre os gêneros recibo, 
declaração e atestado? Justifi que.
17
Redação A06
2. Elabore um atestado de frequência do Curso Técnico em Operações 
Comercias do qual você participa.
18
Redação A06
3. Elabore um recibo referente ao pagamento da sua inscrição no Curso de 
Informática na Escola Técnica de Informática.
19
Redação A06
4. Com base nos dados fi ctícios, elabore uma Declaração, comprovando que 
você participou de um curso de Técnicas de Redação Ofi cial no período 
de 1º a 06/03/2000, na Escola Técnica de Leitura.
Anotações
20
Redação A06
Referências
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental: de acordo com as atuais 
normas da ABNT. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
SIGNER, R. Curso prático de redação e gramática. São Paulo: Sivadi Editorial, 2001.
07
Márcia Rossana Oliveira Pinto
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Comunicado e Ordem de serviço
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Huguenin
Leonardo dos Santos Feitoza
Revisão Tipográfi ca
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias 
Nouraide Queiroz
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Redação A07
Na aula anterior, começamos a estudar os gêneros discursivos que são característicos da redação ofi cial. Nesta aula, daremos continuidade ao assunto, estudando dois novos gêneros: o comunicado e a ordem de serviço. Veremos 
seus elementos constituintes e teremos também algumas atividades para você praticar 
os gêneros discursivos estudados.
  Conhecer os gêneros discursivos comunicado e ordem 
de serviço.
  Identifi car os elementos constituintes desses gêneros 
discursivos.
  Aplicar conhecimentos na área de redação ofi cial tanto 
para construir o(s) sentido(s) possível(eis) de comunicados 
e ordens de serviço quanto para produzi-los de forma 
profi ciente.
2
Redação A07
Para começo
de conversa...
No mundo em que vivemos, a necessidade de nos comunicarmos, regularmos ouvalidarmos legalmente determinadas relações entre os indivíduos ou instituições exige 
o uso de documentos que se adeque às situações específi cas do nosso dia a dia. 
Para compreender melhor, pensemos, por exemplo, num síndico de um condomínio que, 
por causa de uma viagem a negócio, ausentar-se-á por uma semana e precisa comunicar 
o fato a todos os moradores daquele prédio. Nessas circunstâncias, o síndico não 
poderá sair batendo de porta em porta para avisar, ele terá que preparar um documento 
para informar sobre sua ausência. Nesse caso, você sabe qual seria esse documento? 
Como deve ser escrito?
Outra situação, também como ilustração: uma determinada pessoa, que exerce um cargo 
de secretário na esfera pública, precisa passar algumas ordens aos seus subordinados. 
Para isso, o que ele deve fazer? Apenas telefonar? Ou redigir um documento específi co 
para essa fi nalidade? E qual seria esse documento? Um comunicado ou uma ordem 
de serviço?
Agora, você deve querer saber: o que é um comunicado e o que é uma ordem de 
serviço? Qual a função de cada um deles? Do que se constituem e como se organizam? 
Procuraremos, então, responder a essas indagações no decorrer da aula. 
3
Redação A07
Comunicado
O comunicado é um tipo de aviso ou recado ofi cial, que é utilizado com o objetivo de 
passar uma determinada informação. Uma empresa, um colégio, órgãos da administração 
pública, entre outros costumam promover eventos, reuniões, etc., com divulgação nos 
meios de comunicação. Essa divulgação é feita através do comunicado.
O comunicado apresenta duas formas de circulação que podem ser interna ou externa, 
de acordo com o objetivo. 
A comunicação interna circula dentro da própria instituição e apresenta um formato 
semelhante ao formato do memorando (gênero que será estudado posteriormente, na 
aula 12). 
Já a comunicação externa é divulgada para outras instituições e apresenta um formato 
semelhante ao formato do edital (este gênero não será abordado neste curso, mas há 
bibliografi a disponível para consultar, caso tenha interesse).
Tipos de comunicado
Existem diversos tipos de comunicado: de reunião, de evento, de modifi cação de um 
local ou uma data, etc. Irá depender do objetivo do comunicado. Se for comunicar sobre 
uma reunião, então teremos o comunicado de reunião, se for para informar sobre um 
determinado evento, então será um comunicado de evento e, assim, sucessivamente. 
Um comunicado apresenta uma estrutura básica para qualquer que seja o tipo. Vejamos 
o que essa estrutura deve conter:
Estrutura básica do comunicado 
• Nome dos organizadores:
Exemplo: Prefeitura Municipal de Natal; Escola de Pesca do Rio Grande do Norte. 
• Objetivo:
Exemplo: A inauguração do Centro de Integração foi transferida para outra data.
• Local e data:
Exemplo: Natal, 15 de maio de 2007.
• Assinatura:
Exemplo: Fulano de Tal/ Cargo 
4
Redação A07
Exemplo 1
No Exemplo 1, temos o modelo de um comunicado externo. Esse comunicado tem o 
objetivo de informar a mudança de datas de um determinado evento de inauguração. 
5
Redação A07
Exemplo 2
Fonte: Martins e Zilberknop (2008).
1Praticando...
6
Redação A07
No Exemplo 2, temos um modelo de comunicado interno. Perceba que, no início, logo 
após o nome da instituição, temos o nome comunicado interno, o número do comunicado 
e o ano. Logo após, temos a ordem de quem está mandando o comunicado e para quem 
é destinada esta informação. Após, temos no corpo do texto as informações essenciais 
atingindo o objetivo do comunicado, que é informar.
1. Analise o Comunicado abaixo e veja se está de acordo com o que foi 
estudado. Se não estiver, reescreva-o, acrescentando as informações 
necessárias.
7
Redação A07
2. Marque as alternativas corretas:
( ) O comunicado apresenta duas formas de circulação: interna ou externa.
( ) A comunicação interna circula tanto dentro da própria instituição como 
para outra instituição.
( ) A assinatura não é parte obrigatória na estrutura do comunicado.
( ) Existem diversos tipos de comunicado: reunião, evento, divulgação, etc., 
depende do objetivo de cada um.
( ) É opcional o uso de local e data no comunicado.
3. Releia as afi rmações da atividade anterior e, nos itens que você não 
marcou como corretas, circule a(s) palavra(s) que o/a levaram a esse 
julgamento e justifi que.
8
Redação A07
Ordem de serviço
De acordo com Martins e Zilberknop (2008), a ordem de serviço é o ato através do 
qual são expedidas determinações a serem executadas por órgãos subordinados ou 
por servidores dos mesmos.
A ordem de serviço é uma comunicação ofi cial de circulação interna ou interdepartamental.
A ordem de serviço interdepartamental circula entre os departamentos de uma empresa 
ou instituição e apresenta numeração própria.
Já a ordem de serviço interna circula dentro do próprio departamento de uma empresa 
ou instituição e também apresenta numeração própria.
Estrutura básica de uma ordem de serviço
Toda ordem de serviço, seja ela interna ou interdepartamental, apresenta algumas 
características comuns entre si. Vejamos as principais partes para a estruturação 
desse gênero:
• Timbre da instituição:
Exemplos:
SECRETARIA DA JUSTIÇA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
SUPERVISÃO DE APOIO ADMINISTRATIVO
• Número da ordem de serviço:
Exemplo: ORDEM DE SERVIÇO Nº 001/99
• Nome ou cargo de quem está expedindo a ordem de serviço:
Exemplos:
O SECRETÁRIO DE ESTADO DA JUSTIÇA
O SUPERVISOR ADMINISTRATIVO
• Texto contendo as informações (conteúdo) da ordem de serviço:
Exemplo: 
O SECRETÁRIO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso de suas atribuições, Considerando: 
9
Redação A07
a) que a Ordem de serviço nº 007/98 desativou ...
• Local e data:
Exemplo: Porto Alegre, 28 de março de 1999.
• Assinatura:
Exemplo: 
FULANO DE TAL
Secretário de Estado da Justiça
Exemplo 3
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2Praticando...
10
Redação A07
Neste exemplo, encontramos todos os elementos da estrutura de uma ordem de serviço. 
Você percebe também toda a disposição textual, como os elementos aparecem e a 
linguagem utilizada.
1. Explique, com suas próprias palavras, o que é ordem de serviço.
2. Leia cada uma das afi rmações abaixo sobre ordem de serviço. Em 
seguida, preencha os parênteses com C para as assertivas corretas e 
E para as erradas.
( ) A ordem de serviço se classifi ca em interna e externa.
( ) Na estrutura básica da ordem de serviços não é necessário o timbre 
da instituição e assinatura.
( ) O objetivo da ordem de serviço é expedir ordens a serem executadas 
por diversos órgãos.
( ) A linguagem utilizada deve ser objetiva e informal, para que o destinatário 
compreenda com facilidade.
( ) A ordem de serviço apresenta uma numeração própria.
11
Redação A07
3. Releia as afi rmações do item 2. Observe o que existe de errado nas 
opções marcadas com E; na sequência, reescreva essas afi rmações de 
forma que elas se tornem corretas.
Leituras complementares
MEDEIROS, J. B. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 19. ed. São Paulo: 
Atlas, 2008.
É um livro que trata exclusivamente de técnica redacional e das normas gerais para a 
elaboração da correspondência ofi cial, comercial, bancária e particular, incluindo sua 
caracterização, bem como modelos e comentários sobre cada gênero. Traz, por fi m, um 
anexo contendo o Manual de Redação da Presidência da República, que dispõe sobre 
a padronização das comunicações ofi ciais.
Indicamos também, como sugestão de consulta, os seguintes sites:
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA – 
INEP. Disponível em: <www.inep.gov.br>. Acesso em: 12 maio 2009.
MUNDO EDUCAÇÃO. Redação. Disponívelem: <www.mundoeducacao.com.br/redacao>. 
Acesso em: 12 maio 2009.
Esses sites apresentam informações gerais sobre os documentos que você acabou de 
ver e oferece algumas dicas para sua elaboração.
12
Redação A07
Estudamos, nesta aula, os gêneros discursivos Comunicado e Ordem de 
Serviço. Vimos que o comunicado tem por objetivo passar uma determinada 
informação que pode ser interna ou externa, mas sempre com a mesma 
estrutura. Já a ordem de serviço é um tipo de comunicação interna, que 
tem por objetivo sempre emitir uma ordem para execução de um serviço. 
Vimos ainda que ambos são gêneros discursivos com estrutura e estilo 
específi cos e previamente defi nidos.
Agora, com base nas orientações que você estudou sobre comunicado 
e ordem de serviço, procure atender ao desafi o desta última atividade 
proposta abaixo, como uma oportunidade de demonstrar que realmente 
assimilou o conteúdo visto.
1. Suponha que você fi cou responsável de informar ao público da Escola 
de Dança de Pelotas, a mudança do número de telefone e a data para 
novas matrículas. Sendo assim, elabore uma comunicação, informando 
ao público sobre o novo telefone e a data de matrícula. 
13
Redação A07
2. Imagine que você é o/a novo(a) Secretário(a) de Educação da sua cidade. 
Elabore uma ordem de serviço referente aos serviços a serem realizados 
nas escolas de onde você mora.
14
Redação A07
Referências
GONÇALVES, H. de A. Manual de resumos e comunicações científi cas. São Paulo: 
Avercamp, 2005.
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental: de acordo com as atuais 
normas da ABNT. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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Redação A07
Anotações
16
Redação A07
Anotações
Márcia Rossana Oliveira Pinto
08
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
E-mail e carta comercial
REDAÇÃO
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Heinkel Huguenin
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Revisão de Linguagem
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Revisão das Normas da ABNT
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Adaptação para o Módulo Matemático
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Governo Federal
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Você ve
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Objetivos
1
Redação A08
Dando continuidade as aulas sobre os gêneros discursivos próprios da redação ofi cial, estudaremos, nesta aula, outros dois novos gêneros: o e-mail e a carta comercial, também muito utilizados no nosso dia-a-dia. Estudaremos seus 
conceitos, suas principais características e a estrutura de cada um desses gêneros. 
Teremos também algumas atividades para você praticar os gêneros textuais estudados.
  Conhecer os gêneros textuais e-mail e carta comercial.
  Identifi car os elementos constituintes do e-mail e carta 
comercial.
  Aplicar conhecimentos na área de redação ofi cial tanto para 
construir o(s) sentido(s) possível(eis) de e-mails e cartas 
comerciais, quanto para produzi-los de forma profi ciente.
2
Redação A08
Para começo 
de conversa...
Toda pessoa que deseja se comunicar com outra, seja no próprio ciclo de amizade ou com pessoas de outras cidades, estados, países, enfi m, de qualquer lugar do planeta, necessitará de uma forma para que a comunicação seja efetuada com 
efi ciência. Nesse caso, você poderá usar de vários tipos de comunicação, entre eles 
o E-mail e a Carta comercial. Mas, o que vem a ser esses gêneros? Para que serve o 
E-mail? Quando utilizar o e-mail e quando utilizar a carta? Do que e como se constitui? 
O que é ou não recomendável em um E-mail e numa Carta comercial? Tentaremos 
responder a essas perguntas a partir dos tópicos seguintes, os quais lhe darão uma 
idéia geral sobre esse tema.
Metonímia
  Consiste na 
substituição de um 
nome por outro, 
porque entre eles 
existe alguma relação 
de proximidade.
3
Redação A08
E-mail
Com o avanço tecnológico surgiu a internet. O uso dessa ferramenta possibilita fazer 
pesquisas, ler notícias, conhecer e “bater papo” com pessoas do mundo inteiro, enfi m, 
facilitou muito a nossa vida. Tudo é muito mais rápido e, devido a esses avanços, 
também vão surgindo novas formas de textos, gêneros novos. 
O termo e-mail (electronic mail) é utilizado, em inglês, para o sistema de transmissão e, 
por metonímia, para o texto produzido para esse fi m. O mesmo termo é ainda utilizado 
para o endereço eletrônico de cada usuário. Em português, nos referimos ao canal como 
correio eletrônico e ao texto como mensagem eletrônica.
O e-mail ou mensagem eletrônica é, geralmente, produzido pela mesma pessoa que 
a transmite e o receptor é, quase sempre, o destinatário da mensagem. O envio e a 
entrega de mensagens são mediados por um ou mais provedores de internet e seu 
tráfego é determinado pela rede mundial de computadores, mas qualquer que seja a 
rota seguida, a entrega é, geralmente, feita em segundos. 
Esse gênero apresenta características de outros gêneros textuais, como o memorando, 
a carta, o bilhete, a conversa face a face e a conversa telefônica.
Tipos de e-mail
Os e-mails variam de acordo com o destinatário. Se você dirigir o e-mail para uma pessoa 
com quem tem intimidade, em uma situação de informalidade, o e-mail pode ser breve, 
apresentar fi guras (emoticons), as palavras podem ser abreviadas.
Já no e-mail comercial, destinado a uma pessoa envolvida em situação profi ssional, 
solicitando algo, por exemplo, a linguagem deve ser formal, sem utilização de fi guras 
nem abreviações.
Estrutura do e-mail
O e-mail apresenta uma estrutura comum a qualquer tipo. Assim, todo e-mail deve 
conter:
  Destinatário: a quem você destina a mensagem;
Exemplo: Para: Paula Morais 
Exemplo 1
4
Redação A08
  Assunto: o que será abordado no corpo do texto;
Exemplo: Assunto: Atividade de redação
  Vocativo: para quem você está destinando a mensagem;
Exemplos:
Para um e-mail pessoal: Oi, Amiga; Paula;
Para um e-mail comercial: Sra. Paula; Sr. Fulano de Tal... 
  Corpo do texto: conteúdo do texto;
  Despedida: uma saudação de despedida
Exemplos: 
Para um e-mail pessoal: tchau, beijos
Para um e-mail formal, comercial: Atenciosamente, Grata
  Assinatura.
Exemplo: Fulano de tal
Fonte: Cereja e Magalhães (2005).
Exemplo 2
5
Redação A08
Neste exemplo, temos um e-mail de ordem pessoal. A linguagem utilizada é bem 
característica da linguagem informal. Nesse tipo de e-mail é permitida essa linguagem 
por se tratar de um grau de intimidade estabelecida entre o emissor e o destinatário 
da mensagem. Diferente do que veremos no exemplo a seguir:
Já nesse outro e-mail, observe que o grau de intimidade é praticamente nulo. Ele apresenta 
uma linguagem mais formal, que se adéqua ao objetivo da mensagem.
Verifi camos, porém, que tanto o e-mail informal como o formal apresentam os mesmos 
elementos estruturais. A diferença está no conteúdo da mensagem e na linguagem 
utilizada.
1Praticando...
6
Redação A08
1. Leia cada uma das afirmações abaixo. Em seguida, preencha os 
parênteses com SIM para as assertivas corretas e NÃO para as erradas.
a) O E-mail também pode ser chamado de Correio eletrônico, eo envio 
e a entrega são mediadas pela internet. (_______)
b) O Correio eletrônico é o nome que damos à mensagem, e mensagem 
eletrônica é o canal de transmissão. (_______)
c) A estrutura básica do e-mail é: destinatário, assunto, vocativo, corpo 
do texto, despedida e assinatura. (_______)
d) Esse gênero não apresenta características com outros gêneros 
discursivos. (_______)
e) O E-mail pode ser formal ou informal, mas a linguagem utilizada é a 
mesma nas duas situações. (_______)
2. Releia as afi rmações da atividade anterior e justifi que os itens que você 
marcou com NÃO.
7
Redação A08
3. Elabore um e-mail para uma empresa de telemarketing, solicitando uma 
vaga de emprego nesta empresa. Empregue a linguagem formal.
8
Redação A08
Carta comercial
De acordo com Martins e Zilberknop (2008), a carta comercial é a correspondência 
tradicionalmente utilizada pela indústria e comércio.
A carta comercial tem diversas fi nalidades: solicitação, cobrança, comunicado, etc. e pode 
ser classifi cada em dois tipos: a carta comercial tradicional e a carta comercial moderna. 
As duas apresentam uma estrutura comum. O que vai diferenciá-las é a distribuição na 
forma do texto.
A linguagem desses tipos de carta deve ser clara, simples, objetiva, formal e correta. 
A forma de tratamento mais comum é Senhor(a). 
Tipos de carta comercial
Na carta comercial tradicional o texto é dividido em vários parágrafos, inicia-se sempre 
na margem esquerda, dando o recuo do parágrafo. 
Já na carta comercial moderna o texto é feito a partir da margem esquerda, mas sem 
apresentar o recuo. É a mais usada hoje em dia.
Estrutura da carta comercial
Uma carta comercial, seja tradicional ou moderna, deve apresentar a seguinte estrutura: 
  Timbre da empresa
Exemplo: Academia malhação
  Local e data
Exemplo: Porto Alegre, 6 de agosto de 1998.
  Destinatário
Exemplo: Sr. Fernando Barros &Cia. Ltda.
  Vocativo
Exemplo: Prezados senhores,
  Corpo do texto
Exemplo: Em resposta ao que foi solicitado....
Exemplo 3
9
Redação A08
  Fecho da carta
Exemplo: Sem mais que se apresente para o momento, ....
  Despedida
Exemplo: Atenciosamente,
  Assinatura 
Exemplo: Fulano de tal....
Modelo de Carta Comercial Tradicional
TIMBRE DA EMPRESA
Rua X – Porto Alegre – Cx. 1000
Porto Alegre, 6 de agosto de 1998.
A
Fernando Barros & Cia. Ltda.
Av. Rio Branco, 1 – cj. 700
Rio de Janeiro – RJ 
Prezados Senhores:
Em resposta à solicitação feita pelo escritório de V.Sas, 
representado, em nossa cidade, pelo Sr. Marcelo Silveira, informamos que 
seguiram, via aérea, dez (10) caixas dos medicamentos pedidos.
Outrossim, comunicamos que a duplicata nº 086013, 
no Banco do Comércio S.A, emitida por V. Sas., em 3 de outubro do corrente 
ano, já foi encaminhada, em 29 de outubro p.p. ao Departamento de Cobrança 
para as providências cabíveis.
Sem mais que se apresente no momento, subscrevemo-nos
Atentamente 
FULANO DE TAL
DIRETOR
Fonte: Martins e Zilberknop (2008, p.165).
10
Redação A08
Exemplo 4
Modelo de Carta Comercial Moderna
TIMBRE DA EMPRESA
Rua X- Porto Alegre – Cx. Postal, 1000
6 de agosto de 1998.
Fernando Barros & Cia. Ltda.
Prezados Senhores
Seguiram, pela VARIG, dez caixas dos medicamentos solicitados por Marcelo 
Silveira.
Sua duplicata já foi encaminhada ao Departamento de Cobrança.
Atentamente
Tiago Almeida
DIRETOR
2Praticando...
11
Redação A08
1. A Carta comercial a seguir, produzida a partir de dados fictícios, 
apresenta alguns problemas de estrutura, concisão e correção linguística. 
Reescreva-a, garantindo-lhe as qualidades necessárias.
S&S EMPRESAS
 São Paulo, 10/03/08
Caro amigo Sr. Juvêncio
Como está o senhor? É com muita satisfação, que escrevo 
está singela carta, para informa-lhes que assumimos nesta 
data de hoje o controle acionário dos Laboratórios SALONPAS.
Assim sendo, cabem-nos todos os direitos e obrigações da 
citada empresa. Brevemente, nos próximos dias manteremos 
contato pessoal com todos os clientes e fornecedores.
Esperamos continuar a receber dos Senhores a mesma 
confi ança depositada em nossos antecessores.
Até logo, lembranças a todos.
Ciprino Focus
Diretor da S&S empresas
12
Redação A08
2. Você é funcionário da empresa X&X e fi cou responsável por produzir uma 
carta comercial para uma outra empresa. A partir das informações dadas 
abaixo, produza uma carta comercial no espaço destinado a esse fi m.
Empresa: X&X TELEFONES
Data: 2 de fevereiro de 2007
Destinatário: Gil Focus, Diretor do Armazém de livros
Assunto: informar mudança de endereço da empresa X&X TELEFONES
13
Redação A08
Leitura complementar
MEDEIROS, J. B. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 19. ed. São Paulo: 
Atlas, 2008.
Este livro traz vários exemplos e exercícios práticos sobre os vários gêneros técnicos. 
Apresenta o conceito e os objetivos de cada um dos gêneros.
14
Redação A08
Estudamos nesta aula dois gêneros textuais: o e-mail e a carta comercial. 
Vimos que o e-mail tem por objetivo facilitar a comunicação entre as pessoas. 
Vimos que a carta comercial é uma correspondência do nosso cotidiano, 
utilizada por indústrias e comércios para a sua comunicação. As cartas 
comerciais são divididas em tradicionais e modernas, diferenciando-se apenas 
na parte estrutural. Vimos ainda que ambos são documentos com estrutura 
e estilo específi cos e previamente defi nidos.
Agora, com base nas orientações que você recebeu sobre comunicado e 
ordem de serviço, procure atender ao desafi o desta última atividade proposta 
abaixo, como uma oportunidade de demonstrar que realmente assimilou o 
conteúdo visto.
1. Faça um comentário sobre o gênero e-mail, para que serve e quais são 
as suas principais características.
15
Redação A08
2. O que é uma carta comercial e qual a sua fi nalidade? 
3. Aponte as diferenças entre carta comercial tradicional e a carta comercial 
moderna.
4. Aponte as principais semelhanças e diferenças entre o E-mail e a Carta 
Comercial.
16
Redação A08
Referências
CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Texto e interação: uma proposta de produção 
textual a partir de gêneros e projetos. 2. ed. São Paulo: Atual, 2005.
GONÇALVES, H. DE A. Manual de resumos e comunicações científi cas. São Paulo: 
Avercamp, 2005.
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S.; Português instrumental: de acordo com as atuais 
normas da ABNT. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
SIGNER, R., Curso prático de redação e gramática. São Paulo: Sivadi Editorial, 2001.
09
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Ficha de registro de reunião e ata
REDAÇÃO
Maria Tânia Florentino de S. Nascimento
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Huguenin
Leonardo dos Santos Feitoza
Revisão Tipográfi ca
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias 
Nouraide Queiroz
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Redação A09Nessa aula, estudaremos mais dois gêneros discursivos que poderão auxiliá-lo em 
algumas tarefas da vida escolar, profi ssional e particular: a fi cha de registro de reunião 
e a ata. Esses gêneros foram incluídos em uma única aula porque apresentam objetivos 
muito próximos e com poucas diferenças em suas estruturas.
Estudaremos os conceitos desses gêneros, suas principais características e a estrutura 
de cada um. Teremos também algumas atividades para você praticar os gêneros 
textuais estudados. 
  Conhecer os gêneros discursivos fi cha de registro de reunião 
e ata.
  Entender a função social desses gêneros na sociedade em 
que vivemos.
  Compreender a estrutura composicional e o tipo de linguagem 
que esses gêneros requerem.
  Aplicar o conhecimento sobre as especifi cidades da fi cha de 
reunião e da ata para ler e escrever, com profi ciência, textos 
nesses gêneros discursivos.
2
Redação A09
Para começo 
de conversa...
Fonte: <www.brokenjeff.blogspot.com/2008>. Acesso em: 3 maio 2009.
Na tira acima, o Calvin chama o amigo Haroldo para uma reunião, mas, na hora marcada, 
ele ainda está se preparando. O humor desse texto é gerado pela quebra de expectativa, 
pois se o Calvin havia marcado tal encontro é porque sabia exatamente o que iria tratar. 
Entretanto as engrenagens, linguagem não-verbal que aparecem nos balões do segundo 
e do último quadro, nos dão a entender que as ideias, os pensamentos, do Calvin ainda 
estão em fase de concatenação, de arrumação.
3
Redação A09
Essa tira serve para ilustrar o quanto é relevante programar-se para uma reunião, 
elaborando uma pauta e/ou um discurso. Da mesma forma, devemos nos precaver, 
pois algumas situações de ordem escolar, profi ssional ou particular podem exigir de 
nós um documento como uma fi cha de registro de reunião ou uma ata e, sendo assim, 
precisamos saber utilizá-los e produzi-los. É bom lembrar que tão importante quanto 
redigir uma pauta e/ou discurso para uma reunião é produzir um documento (fi cha de 
registro de reunião e/ou ata) que contemple os encaminhamentos do encontro.
Nesse sentido, há situações cotidianas que demandam a elaboração de uma fi cha 
de registro de reunião ou de uma ata, como por exemplo, para registrar o que ocorreu 
em uma assembléia de condomínio, de um conselho comunitário, de um grupo de 
instituição religiosa, de trabalho, de congresso etc. Embora esses gêneros não sejam tão 
corriqueiros, dependendo da área em que atuamos, serão importantes para sabermos 
nos orientar com a fi nalidade de ter ciência sobre o que foi discutido e o que fi cou 
acordado entre os participantes de um evento.
Ficha de registro 
de reunião 
A fi cha de registro de reunião é um gênero bem simples. Trata-se do registro, em forma de fi cha, do que ocorreu e foi decidido em uma assembléia. O texto é escrito dessa forma por motivo de economia de tempo, de trabalho e também 
para facilitar seu armazenamento e leitura. Ainda que não possua valor jurídico, é 
prático, fácil de preencher e de manusear.
Esse é um dos gêneros sobre o qual não há muita literatura. Encontramos somente 
um livro que fala, sucintamente, no entanto, de forma clara, sobre esse texto. O livro é 
Português instrumental de Martins e Zilberknop que citamos no fi m da aula.
Exemplo 1
PARTICIPANTES
FICHA DE REGISTRO DE REUNIÃOFICHA DE REGISTRO DE REUNIÃO
Subgerentes e assessores
10a Del. Faixa Fronteira
TIPO DE REUNIÃO
ASSUNTOS TRATADOS CONCLUSÕES
Treinar Subgerentes e Assessores 
para execução do Subprojeto 35.5
- Educação Geral Nível 3
OBJETIVOS
Manhã: 8h30min às 11h30min
Tarde: 13h30min às 18h
DURAÇÃO
18/02/09
- 5a feira
DATA
Gerente G.T 35.5 Profa.
Fulana de Tal
COORDENADOR
- Abertura - Sr. ........... 
.....................................
Diret do Dep.: Importân-
cia do Ensino Supletivo.
- Elemento do N.A.A.,
Prof...............................
Esclarecimento sobre 
passagens, estadas e 
remuneração.
- Gerente do G.T. 35.5: 
Linhas gerais do desen-
volvimento do curso; 
apresentação do plano 
do encontro.
- Esclarecimento sobre: 
ficha do aluno, boletins 
de frequência................
- Alternativas de carga- 
horária de acordo com a 
realidade local.
- Esclarecimento sobre 
material didático: seu 
custo para o aluno, 
locais de venda..............
- Elemento do Dep. ficou 
encarregado de levar ao 
Diretor pedido de melhor 
remuneração para o 
professor.
- Observação:
 A discussão dos 
problemas levantados foi 
feita através de pergun-
tas por escrito, recolhi-
das e posteriormente 
debatidas com os repre-
sentantes das DELEGA-
CIAS.
- Distribuição de subsí-
dios relacionados com o 
nível 3 (5a e 6a séries).
- Relatora....................
....................................
- Gerente......................
...................................
- Assessores................
.....................................
- Demais participantes 
.....................................
D.E.E
4
Redação A09
Fonte: MARTINS e ZILBERKNOP, 2008, p. 211.
5
Redação A09
Estrutura da fi cha de registro de reunião 
Como podemos perceber no exemplo 1, a fi cha de registro de reunião apresenta a 
seguinte estrutura: 
  título;
  iniciais do departamento da instituição;
  tipo de reunião;
  data;
  duração;
  objetivos;
  coordenador;
  assuntos tratados;
  conclusões;
  participantes.
Essa estrutura facilita a escrita do redator e a pesquisa por algum item do evento.
Ata
A ata é um documento de valor jurídico que expressa o resumo escrito fi el do que se 
disse ou se fez em uma reunião conclamada para um determinado fi m, ou seja, em 
um momento mais ou menos solene, como em assembléia, júri, corporação, encontro, 
convenção etc.
A ata é, em geral, lavrada a próprio punho pelo secretário e em livro próprio, com as 
páginas rubricadas pela autoridade máxima da entidade que redigirá os termos de 
abertura e de encerramento. Todavia, essa autoridade pode delegar à outra pessoa 
a tarefa de autenticar todas as páginas do livro e de redigir os termos de abertura 
e encerramento.
O texto da ata deve ser lavrado de forma que não se possa acrescentar-lhe nem retirar-
lhe nada. Por isso ela não apresenta parágrafos e seu texto ocupa todo o espaço da 
linha. Ainda, não deve haver espaços em branco ou rasuras, nem abreviações e os 
números devem ser escritos por extenso. É importante ressaltar também que todas as 
6
Redação A09
páginas do livro devem ser enumeradas. Assim, evitamos enganos e fraudes, já que 
esse documento tem valor jurídico.
Você deve estar pensando que é muito difícil produzir uma ata, uma vez que não deve 
conter rasuras. Mas alguém pensou nisso e abriu um espaço para retifi cações. Se 
durante o ato da escritura for constado erro e/ou omissão, o secretário deverá escrever 
a palavra “digo”, redigindo em seguida a omissão e/ou a retifi cação. Se o engano for 
constatado somente ao fi nal da ata, deve-se grafar a expressão: “Em tempo: Onde se 
lê..., leia-se...”.
Outra especifi cidade é que, quem redige e lavra a ata, é o secretário (efetivo do órgão/
instituição ou ainda uma pessoa designada para o momento). A ata é assinada por 
todos os presentes, ou somente pelo presidente e pelo secretário, se houver registro 
específi co de frequência. As assinaturas devem vir uma em cada linha do livro e ao 
lado de cada uma delas o cargo exercido por aquela pessoa. Vale lembrar que o tempo 
verbal, de preferência, para a redação da ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Atualmente, com a chegada do computador, é permitida a transcrição da ata em folhas 
digitadas, desde que essas laudas sejam adequadamente arquivadas em livros de 
atas com os devidos termos de abertura e fechamento, rubricando-se as páginas. 
Nesse caso, as correções dos textos são dispensadas,no entanto se identifi carmos 
algum erro ou imprecisão em alguma ata, faremos a retifi cação apresentando uma 
nova escritura para o trecho. Depois disso, este é submetido novamente à aprovação 
da assembléia para só então ser reconhecido e assim consagrado. Se isso acontecer, 
o novo documento será consagrado no dia em que foi aprovado, sendo necessário 
mencionarmos a ata e o trecho original.
Veja a seguir os exemplos para os termos de abertura e de encerramento do livro 
de atas.
Exemplo 3
7
Redação A09
Termo de encerramento
Exemplo 2
Termo de abertura
Agora vejamos alguns exemplos de atas.
Exemplo 4
8
Redação A09
Fonte: Medeiros (2008, p. 278).
Exemplo 5
9
Redação A09
Fonte: Martins e Zilberknop (2008, p. 150).
10
Redação A09
Estrutura básica da ata 
Conforme podemos notar nos exemplos 4 e 5, e segundo Medeiros (2008, p. 278), a 
ata segue uma estrutura, apresentando alguns elementos constitutivos:
a) localizadores temporais: dia, mês, ano e hora da reunião (sempre por extenso);
b) espaço da reunião: local (sede da instituição, rua, nº, cidade);
c) nome e sobrenome das pessoas presentes, com respectivas qualifi cações;
d) declarações do presidente e secretário;
e) assuntos tratados (ordem do dia);
f) fecho;
g) assinaturas de presidente, secretário e participantes da reunião.
Semelhanças e diferenças 
O primeiro gênero (fi cha de registro de reunião) está mais voltado para o campo das 
redações técnicas (das instituições privadas) e o segundo (ata) se encontra dentro 
das redações ofi ciais (das instituições públicas, embora também sejam adotadas 
na iniciativa privada). Segundo Medeiros (2008), redação ofi cial é o meio pelo qual 
se procura estabelecer relações de serviço na administração pública. Para que tais 
relações obtenham efetividade, traçam-se normas de linguagem e padronização no uso 
de fórmulas e estética para as comunicações escritas. 
Vimos também que a fi cha de registro de reunião é escrita dentro de quadros, enquanto 
que a ata é redigida em forma de apenas um parágrafo explicativo. Por fi m, estudamos 
que a estrutura constitutiva dos dois gêneros é quase a mesma, sendo que a fi cha de 
registro de reunião é dividida em: tipo de reunião, data, duração, objetivos, coordenador, 
assuntos tratados, conclusões e participantes; já a ata é constituída por: localizadores 
temporais, espaço da reunião, nomes das pessoas presentes, declarações do presidente 
e secretário, assuntos tratados, fecho e assinaturas.
1Praticando...
11
Redação A09
1. Leia as assertivas abaixo e marque (F) para fi cha de registro de reunião 
e (A) para ata.
( ) Esse registro dos atos e decisões tem valor jurídico.
( ) É um gênero discursivo prático, fácil de preencher e de manusear.
( ) O texto é lavrado a próprio punho pelo secretário e em livro próprio, com 
as todas as páginas rubricadas e numeradas.
( ) O livro para registrar esses documentos tem uma nota de abertura e 
uma outra de encerramento.
( ) Por motivo de economia, espaço de tempo e praticidade, esse texto é 
redigido em forma de fi chas.
( ) Com a modernização das tecnologias, é permitida a transcrição 
desses gênero discursivo em folhas digitadas, desde que adequadamente 
arquivadas em livros com os devidos termos de abertura e fechamento, 
rubricando-se as páginas.
2. O que a fi cha de registro de reunião e a ata têm em comum? Justifi que.
12
Redação A09
3. Verifi que o que não está adequado na fi cha de registro abaixo e justifi que 
em seguida:
FICHA DE REGISTRO DE REUNIÃOFICHA DE REGISTRO DE REUNIÃO
Chefe e subordinados do
setor de Recursos Humanos
TIPO DE REUNIÃO
ASSUNTOS TRATADOS PARTICIPANTESCONCLUSÕES
Rever os critérios de recrutamento
de pessoas para a admissão.
OBJETIVOS
Manhã: 9h às 12h
DURAÇÃO
18/03/09
- 4a feira
DATA
Chefe do setor de Recursos
Humanos Sr. Paulo de Souza
COORDENADOR
- Abertura - Sr. Paulo 
de Souza
Chefe do Departamen-
to: leitura de uma 
pesquisa interna sobre 
contratação de pessoal.
- Psicóloga Lidiane 
Gomes de Melo: escla-
recimento sobre a meto-
dologia do recrutamento 
e
apresentação de novos 
parâmetros para a 
seleção .
- Aumento dos salários 
dos funcionários da 
administração.
D.E.E
13
Redação A09
Leituras complementares
  <www.tc.df.gov.br/portal/index>
  <www.elirferrari.pro.br>
  <www.agendanaza2007.blogspot.com> 
Nos endereços eletrônicos citados, anteriormente, existem ótimas informações sobre 
muitos gêneros de redação ofi cial. O primeiro é o endereço do Tribunal de Contas do 
Distrito Federal. O segundo é do professor Elir Ferrari de Freitas, mestre em Linguística, 
professor de língua portuguesa da UERJ e já lecionou redação ofi cial no curso superior 
de Secretariado Escolar da Associação de Ensino Superior São Judas Tadeu, SJT, Brasil. 
O terceiro endereço também é de um professor de português. Em todos eles, você 
encontrará ótimas dicas para produzir bons textos de redação ofi cial.
Schlittler, José Maria Martins. Manual prático de redação profi ssional. Campinas: 
Editora Servanda, 2008. 
Esse é um dos poucos livros, como o Português instrumental (MARTINS; ZILBERKNOP, 
2008), que traz a fi cha de registro de reunião, pois como é um gênero mais simples, 
é pouco comentado nos manuais da área. Esse texto ainda trata de considerações 
importantes sobre a língua, bem como dos diversos gêneros da redação ofi cial e técnica.
14
Redação A09
Nesta aula, vimos que tanto a fi cha de registro de reunião como a ata 
servem para registrar o que se passou e foi acordado em uma plenária. 
Ainda que a fi cha de registro não tenha validade para fi ns jurídicos, é mais 
prática e mais fácil de manusear do que a ata, a qual exige mais formalidade. 
Porém, os dois gêneros têm suas funcionalidades, basta que você analise 
o objetivo de cada texto a fi m de escolher qual deverá ser produzido. Vimos 
ainda, as diferenças e semelhanças estruturais de um e de outro. 
1. Complete a fi cha de reunião com as orientações que seguem.
O Setor Financeiro da empresa de transportes urbanos Viagem Tranquila 
realizou uma reunião a fi m de analisar quais os gastos que poderiam ser 
cortados das despesas da empresa, visto que a receita está menor. 
O encontro foi realizado no dia 15 de abril de 2009 às 14h, estendendo-se 
até às 17h. A coordenação da reunião foi do próprio Chefe do Departamento.
Quanto às informações restantes, você pode completar, adequadamente, de acordo com 
esses itens iniciais.
15
Redação A09
FICHA DE REGISTRO DE REUNIÃOFICHA DE REGISTRO DE REUNIÃO
TIPO DE REUNIÃO
ASSUNTOS TRATADOS PARTICIPANTESCONCLUSÕES
OBJETIVOS
DURAÇÃODATA
COORDENADOR
D.E.E
16
Redação A09
2. Preencha as partes constituintes da ata abaixo, uma vez que você pode utilizar seu 
conhecimento de mundo para completar, adequadamente, cada espaço.
ATA DA 15ª SESSÃO ORDINÁRIA DE 2009
Aos ............................................ dias do mês de ................................. do ano de ............
.........................................................., às .......................................... horas e ..................
................................................ minutos, em segunda convocação no quinto andar do prédio
 .................................................................................................., situado na Avenida ..........
.........................................................................................., nº ............................................
....., no bairro ........................................, nesta cidade, sob a Presidência do Sr. ....................
..........................................................................., tendo como Secretário o Sr. .....................
..........................................................................................................................................
....................................., presentes os Srs. ........................................................................
......................................................., ..................................................................................
............., ...................................... .................................................., ..................................
..................................................
............................................ e ......................................................................................., 
realizou-se a 15ª sessão ordinária do ano do Conselho Comunitário do bairro de .........................
........................... Lida pelo Sr. Secretário, a Ata da sessão anterior foi aprovada sem restrições. 
O expediente constou da leitura de cartas, ofícios e pareceres recebidos, respectivamente, de 
..................................................................., .......................................................................
..... e ........................................................ Na ordem do dia, foram, unanimente, aprovadas as 
sugestões de enviar um documento à Prefeitura Municipal de .................................................
................... a fi m de solicitar o recapeamento do asfalto da Avenida das Nações, a construção 
de uma parada de ônibus em frente ao Colégio Municipal .........................................................
.............................. e ......................................................................................................
A seguir, o Sr. Presidente declarou encerrada a sessão e convocou os presentes para a próxima 
reunião, no dia ......................................, às ................ horas. Eu, ............................................
............ Secretário, lavrei a presente Ata, que assino com o Sr. Presidente e demais participantes.
Assinaturas:
17
Redação A09
Referências
LUFT, Celso Pedro et al. Novo manual de português: redação, gramática, literatura, 
ortografi a ofi cial, textos e testes. 13. ed. São Paulo: Globo, 1990.
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. 27. ed. 
São Paulo: Atlas, 2008.
MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 19. ed. São 
Paulo: Atlas, 2008. Disponível em: <www.cmvciriaco.com.br/informacoes/imprensa>. 
Acesso em: 15 out. 2009.
TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL. Disponível em: <www.tc.df.gov.br/portal/
index>. Acesso em: 15 out. 2009.
Anotações
18
Redação A09
Anotações
19
Redação A09
Anotações
20
Redação A09
Glícia M. Azevedo de M. Tinoco
10
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Contrato
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
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Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
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Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
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Carolina Costa
Heinkel Huguenin
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Revisão Tipográfi ca
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias 
Nouraide Queiroz
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Redação A10
A aula 10 tem por objeto de estudo o gênero discursivo contrato. Esse gênero é especialmente importante nas relações comerciais e de trabalho. Daí a relevância de entendermos adequadamente o que representa um contrato, 
quais são suas especifi cidades em termos de estrutura composicional e de linguagem, 
qual é a função social desse gênero, que cuidados devemos ter ao ler, ao produzir e, 
principalmente, ao assinar um contrato. Ao fi m desta aula, você terá subsídios para 
compreender melhor os itens elencados. 
  Conhecer o conceito do gênero discursivo contrato.
  Entender a função social desse gênero na sociedade em 
que vivemos.
  Compreender a estrutura composicional e o tipo de linguagem 
que esse gênero requer.
  Aplicar o conhecimento sobre as especifi cidades do contrato 
para ler e escrever, com profi ciência, textos nesse gênero 
discursivo.
2
Redação A10
Para começo 
de conversa...
Em sociedades marcadas pela oralidade, tais como o Brasil, transações comerciais (compra e venda de imóveis, animais, veículos) e prestação de serviços foram, por muito tempo, realizadas tomando por base a “palavra de honra” fi rmada entre o 
vendedor e o comprador ou o prestador de serviços e a pessoa que o pagava. Todavia, 
a ampliação das funções sociais da escrita vem operando alterações signifi cativas 
nesses tipos de transação em todo o mundo. 
Ainda é possível combinar apenas oralmente os serviços de um pedreiro, por exemplo, 
e o valor que será pago a ele. Contudo, na atualidade, para garantir o cumprimento dos 
deveres de cada pessoa envolvida nessa situação, há uma tendência a se fi rmar um 
contrato.
Justifi ca essa necessidade o fato de a função documental da escrita ser muito valorizada 
pela sociedade grafocêntrica em que vivemos. Isso signifi ca afi rmar que, diferentemente 
do que ocorria há alguns anos, um acordo apenas oral, feito entre duas ou mais pessoas, 
parece não ser sufi ciente de alguns anos para cá.
É necessário fi rmar – por escrito – um contrato. Esse documento requer cuidados 
especiais na leitura, na produção e, principalmente, na assinatura, tendo em vista que 
ele obriga os contratantes a cumprirem exigências específi cas. Nesse sentido, um 
contrato pode tanto representar um acordo quanto um transtorno. Fique atento!
Grafocêntrica
  Sociedade 
grafocêntrica é a 
que centra suas 
atividades em 
torno da escrita. A 
implicação disso 
é que os acordos 
orais não têm o 
mesmo valor que 
aqueles fi rmados 
por textos escritos 
em diferentes 
gêneros (atas, 
avisos, portarias, 
memorandos, 
relatórios, contratos, 
entre outros).
3
Redação A10
Diante disso, a aula 10 pretende contribuir para que você obtenha subsídios sufi cientes 
para ler com a devida criticidade os contratos que precisar assinar, ao longo de sua vida 
pessoal e profi ssional, e a produzir contratos condizentes com o acordo que desejam 
fi rmar as partes interessadas em determinada transação comercial e/ou de trabalho. 
Para tanto, vamos por partes. O que vem a ser um contrato? 
Contrato
O contrato é um acordo escrito e fi rmado entre duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas 
para estabelecer uma transação de compra, venda ou aluguel, ou de prestação de serviço, 
ou ainda de modifi cação ou anulação de outro tipo de relação de direito. 
Há vários modelos de contratos. Essa variação está condicionada ao nível de 
complexidade da situação em que ele é requerido. Vejamos um exemplo de contrato 
de prestação de serviço.
 1.___
2.___
Pessoa física ou 
jurídica
  Pessoa física é todo 
e qualquer indivíduo 
(homem ou mulher), 
desde o nascimento 
até a morte. Para 
efeito de exercer 
atividade econômica, 
a pessoa física 
pode atuar como 
autônomo ou como 
sócio de empresa ou 
sociedade simples, 
conforme o caso. Já 
a pessoajurídica, é 
a entidade abstrata 
com existência e 
responsabilidade 
jurídicas, por 
exemplo: uma 
associação, 
empresa, companhia, 
legalmente 
autorizadas.
Exemplo 1
João Carlos da Silva
Testemunha 1: 
Testemunha 2:
Por este instrumento particular, Paulo Sousa, brasileiro, casado, comerciante, 
residente e domiciliado na Av. dos Poetas no 125, bairro de Santarém, nesta Capital, e 
João Carlos da Silva, brasileiro, solteiro, pintor, residente e domiciliado na Rua Capela 
no 2163, bairro de Igapó, também nesta Capital, contratam a pintura da residência do 
primeiro (contratante), conforme orçamento e condições apresentadas pelo segundo 
(contratado).
O preço total combinado (incluídos o material, que será comprado e administrado 
pelo contratado, e um eventual ajudante, se for do interesse do pintor) é de R$ 3.000,00 
(três mil reais), pagos em três parcelas, ao fi m de cada semana de execução do serviço.
A data de início da referida pintura é 16 de março e o prazo máximo previsto 
para a entrega é o dia 04 de abril do corrente ano. 
Natal/RN, 12 de março de 2009.
 Paulo Sousa 
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Redação A10
Estrutura básica do contrato
Analise a estrutura do contrato lido a partir das informações nele explicitadas.
a) Dados do contratante e do contratado (linhas 1 a 6).
b) Objeto do contrato (linha 4).
c) Elementos incluídos no orçamento (linhas 7 e 8). 
d) Valor do orçamento previamente estabelecido pelo contratado (linha 8).
e) Forma de pagamento (linhas 9).
f) Data de início da prestação de serviço (linha 10).
(MARTINS; ZILBERKNOP, 1994, p.151).
1Praticando...
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Redação A10
g) Prazo máximo para fi nalização do serviço (linha 11).
h) Data da assinatura do contrato (linha 13).
i) Assinatura do contratante e do contratado (linhas 15 e 16).
j) Assinatura de duas testemunhas (linhas 19 e 21).
No exemplo 1, temos um contrato simples que pode até não ser reconhecido em 
cartório. Porém, mesmo o contrato mais simples pode ter valor jurídico, ou seja, uma vez 
assinado pelo contratante, pelo contratado e pelas testemunhas, ele serve como prova 
legal para possíveis causas impetradas na justiça por qualquer das partes interessadas.
É interessante registrar o cuidado com a linguagem que esse tipo de documento requer. 
Além de ortografi a, concordância e regência adequadas, é importante ter cuidado com 
a pontuação e, principalmente, com o uso das vírgulas, uma vez que uma vírgula mal 
posicionada pode alterar o sentido de uma afi rmação por completo.
1. Releia o contrato e avalie as afi rmações abaixo sobre ele. Em seguida, 
preencha os parênteses com a letra “V” para as verdadeiras e a “F” 
para as falsas.
( ) O contrato fi rmado entre o Sr. Paulo Sousa e o Sr. João Carlos da 
Silva tem por objeto a pintura da residência do comerciante.
( ) O contratado tem por obrigação pintar a casa do contratante e, para 
tanto, responsabiliza-se por comprar e administrar todo o material 
de trabalho necessário.
( ) No decorrer da pintura, havendo necessidade de se fazerem 
pequenos consertos na casa, o valor acordado em contrato já prevê 
o pagamento para isso.
( ) O contratante se compromete a pagar o valor orçado em três parcelas 
mensais de igual valor.
( ) No caso de o contratado sentir a necessidade de ter um ajudante, o 
pagamento desse profi ssional extra fi cará por conta do contratante.
( ) Segundo o contrato, no caso de o pintor não cumprir o prazo máximo 
estipulado, fi ca o contratante desobrigado de efetuar-lhe a última 
parcela do pagamento. 
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Redação A10
2. Há quatro afi rmações falsas na questão 1. Observe o que existe de 
errado em cada uma; na sequência, reescreva essas afi rmações de 
forma que elas se tornem verdadeiras.
O caso que acabamos de analisar é bem simples. No entanto, há situações mais 
complexas que exigem um contrato mais detalhado, registrado em cartório e, muitas 
vezes, revisado por um advogado. Toda essa cautela serve para evitar dissídios judiciais.
Porém, seja qual for a situação, um contrato de trabalho é sempre um documento 
acordado e assinado entre empregador e empregado, estabelecendo o vínculo trabalhista 
que se estabelecerá, ou que já existe, entre as duas partes. 
Nesse sentido, é imprescindível que ambas as partes estejam cientes de todos os 
termos do contrato para que, depois, não haja surpresas em um caso de divergência 
no vínculo trabalhista.
E no caso de compra e venda de um imóvel? É mesmo necessário produzir um contrato? 
Sem dúvida. O contrato de compra e venda (de imóveis, veículos, animais) é um 
documento que garante direitos e deveres de cada parte. Vejamos um exemplo.
Exemplo 2
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Redação A10
CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE BEM IMÓVEL À VISTA ENTRE PESSOAS 
FÍSICAS
IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES CONTRATANTES
VENDEDOR: (Nome), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), Carteira de 
Identidade no (xxx), CPF no (xxx), residente e domiciliado na Rua (xxx) no (xxx), bairro 
(xxx), CEP (xxx), Cidade (xxx), no Estado (xxx).
COMPRADOR: (Nome), (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profi ssão), Carteira de 
Identidade no (xxx), CPF no (xxx), residente e domiciliado na Rua (xxx) no (xxx), bairro 
(xxx), CEP (xxx), Cidade (xxx), no Estado (xxx).
As partes acima identifi cadas têm, entre si, justo e acertado o presente Contrato 
de Compra e Venda de Bem Imóvel à Vista entre Pessoas Físicas, que se regerá 
pelas cláusulas seguintes e pelas condições descritas no presente documento.
DO OBJETO DO CONTRATO
Cláusula 1a O presente contrato tem como OBJETO a venda do imóvel (explicitar: 
terreno, casa, apartamento) pelo VENDEDOR ao COMPRADOR, situado na Rua (xxx) 
no (xxx), bairro (xxx), CEP (xxx), Cidade (xxx), no Estado (xxx), possuindo as seguintes 
descrições (explicitar as dimensões do imóvel e alguma outra característica 
importante), de propriedade do VENDEDOR, adquirido por ele por meio de (indicar 
o meio pelo qual o Vendedor adquiriu o imóvel), livre de qualquer ilicitude ou ônus.
DAS OBRIGAÇÕES
Cláusula 2a Será de responsabilidade do VENDEDOR o pagamento dos impostos, 
taxas e despesas que incidam sobre o imóvel até a entrega das chaves, momento 
em que essa obrigação passará a ser do COMPRADOR.
Cláusula 3a O COMPRADOR se responsabilizará pelas despesas com a transferência 
de posse do imóvel, a ser realizada quando da quitação do valor acertado neste 
instrumento.
Cláusula 4a As chaves do imóvel deverão ser entregues pelo VENDEDOR ao 
COMPRADOR após o pagamento do valor acertado neste contrato.
Cláusula 5a Quando da entrega das chaves, o VENDEDOR deverá disponibilizar o 
imóvel ao COMPRADOR, livre de pessoas e/ou objetos e/ou animais.
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Redação A10
Fonte: <http://www.conlex.com.br>. Acesso em: 20 abr. 2009.
DA MULTA
Cláusula 6a Caso alguma das partes não cumpra o disposto nas cláusulas 
estabelecidas neste instrumento, responsabilizar-se-á pelo pagamento de multa 
equivalente a (xxx)% do valor da venda do imóvel.
DO PAGAMENTO
Cláusula 7a Por força deste instrumento, o COMPRADOR pagará ao VENDEDOR a 
quantia de R$ (valor expresso por extenso), à vista, no dia (xxx).
CONDIÇÕES GERAIS
Cláusula 8a O presente contrato passa a valer a partir da assinatura do COMPRADOR 
e do VENDEDOR, obrigando-se a este documento os herdeiros ou sucessores de 
ambas as partes.
Cláusula 9a Segue anexa a este instrumento a certidão negativa de débito tributário 
sobre o imóvel, certidão negativa dos cartórios de distribuição e dos cartórios de 
protesto.
DO FORO
Cláusula 10a Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas deste CONTRATO, as 
partes elegem o foro da comarca de (xxx).
Por estarem assim justos e contratados, fi rmam o presente instrumento, em duasvias de igual teor, juntamente com duas testemunhas.
 (Local, data e ano).
(Nome e assinatura do Vendedor) (Nome e assinatura do Comprador)
(Nome, RG e assinatura da Testemunha 1) (Nome, RG e assinatura da Testemunha 2)
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Redação A10
Estrutura mais complexa do contrato
Conforme você certamente percebeu, o contrato do exemplo 2 é bem mais complexo. 
Vamos analisá-lo do ponto de vista estrutural.
a) Titulo. Observe a explicitude do título. Nele, constam informações importantes: o tipo de 
contrato, o objeto em questão, a forma de pagamento e a caracterização das pessoas 
envolvidas (no caso, pessoas físicas).
b) Identifi cação das partes. O preenchimento das informações mais importantes dos 
contratantes é fundamental para que eles fi quem bem caracterizados e possam, 
inclusive, ser rapidamente acionados pela justiça no caso de algum problema 
decorrente dessa transação de compra e venda.
c) Descrição do objeto. Explicitar as dimensões do imóvel e mais alguma característica 
que o pormenorize é importante para que não haja dúvidas posteriores.
d) Obrigações. Por meio de cláusulas, as obrigações do comprador e do vendedor são 
evidenciadas. Se elas não forem cumpridas (integral ou parcialmente), podem motivar 
dissídios judiciais. Logo, o comprador e o vendedor precisam estar especialmente 
atentos quanto a essa parte do contrato.
e) Multa. A imposição da multa contratual é mais uma forma de obrigar as partes 
a cumprirem fielmente o acordo firmado. Observe que ela se dirige aos dois 
contratantes. Logo, no caso de o vendedor descumprir alguma de suas obrigações, 
ele pagará um percentual predeterminado no contrato sobre o valor do imóvel ao 
comprador. Da mesma forma, se a falha for do comprador, além de pagar ao vendedor 
o valor do imóvel, a esse montante será acrescido o percentual da multa.
f) Pagamento. A explicitação do valor e do dia do pagamento obriga o comprador a 
cumprir seu acordo com exatidão numérica. Caso contrário, a multa contratual ou a 
quebra do contrato serão realizadas e, então, a transação comercial não se efetivará.
g) Condições gerais. Nesse espaço, são acrescentadas informações menos específi cas, 
mas não menos importantes para a transação, tais como a afi rmação de que os 
herdeiros do comprador e do vendedor também se submetem ao contrato a partir 
do dia da assinatura. Em assim sendo, os fi lhos do vendedor não podem requer 
judicialmente um imóvel vendido pelo pai ou pela mãe para outra pessoa.
h) Foro. Trata-se da instância jurídica que poderá resolver dúvidas relativas ao contrato 
depois que ele estiver assinado. Em geral, explicita-se a cidade eleita para tanto. 
Observe:
“Cláusula 10a Para dirimir quaisquer controvérsias oriundas deste CONTRATO, as 
partes elegem o foro da comarca de Natal/RN.”
i) Local, data e ano.
j) Assinatura do vendedor, do comprador e de duas testemunhas.
2Praticando...
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Redação A10
Quanto à linguagem, também há diferenças entre o exemplo 2 e o exemplo 1. No segundo, 
percebemos uma escolha mais apurada de palavras e expressões. Isso se justifi ca pela 
formalidade de que se reveste esse contrato de compra e venda. Talvez nele haja algumas 
afi rmações que você nem tenha compreendido bem, não é verdade? 
Façamos a atividade a seguir com o intuito de “traduzir” algumas dessas afi rmações. 
Para tanto, é recomendável que você use um dicionário e/ou busque informações com 
advogados, contadores, corretores de imóveis ou outros profi ssionais que tenham mais 
familiaridade com a leitura e a produção de contratos. 
1. Selecionamos algumas partes do contrato lido. Tente reescrevê-las 
de forma que uma pessoa leiga no assunto consiga compreender o 
que determinadas palavras e/ou expressões significam dentro de 
um documento tão importante quanto um contrato. Observe que, na 
reescritura, alguns ajustes de concordância e de pontuação podem ser 
necessários. 
a) O acordo se regerá pelas cláusulas seguintes.
b) O imóvel é de propriedade do VENDEDOR, adquirido por ele por meio 
de fi nanciamento bancário, livre de qualquer ilicitude ou ônus.
c) Será de responsabilidade do VENDEDOR o pagamento dos impostos, 
taxas e despesas que incidam sobre o imóvel até a entrega das 
chaves.
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Redação A10
Leituras complementares
MODELO de contrato particular de promessa de compra e venda de imóvel. Disponível 
em: <www.consumidorbrasil.com.br/consumidorbrasil/textos/modelos/imoveis/
compraevenda.htm>. Acesso em: 20 abr. 2009.
MODELOS de contratos diversos. Disponível em: <www.conlex.com.br/down_contratos.htm>. 
Acesso em: 20 abr. 2009.
Na internet, há muitos sites que fornecem modelos de contrato dos mais diferentes 
tipos: contrato de compra e venda, de prestação de serviços, de aluguel, de sociedade. 
Dentre eles, sugerimos dois que poderão aprimorar seus conhecimentos sobre a leitura 
e a produção desse gênero discursivo, quais sejam.
Todavia, queremos salientar que, quando você tiver de lidar com contratos de 
qualquer tipo no exercício dos papéis sociais que você terá de desenvolver pessoal 
e profi ssionalmente, leia-os criteriosamente e, se possível, antes de assinar, consulte 
um advogado. 
d) O presente contrato passa a valer a partir da assinatura do 
COMPRADOR e do VENDEDOR, obrigando-se a este documento os 
herdeiros ou sucessores de ambas as partes.
e) Segue anexa a este instrumento a certidão negativa de débito 
tributário sobre o imóvel, certidão negativa dos cartórios de 
distribuição e dos cartórios de protesto.
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Redação A10
1. Analise a seguinte situação.
Na aula 10, estudamos o gênero discursivo contrato. De início, vimos que 
acordos que eram feitos apenas oralmente requerem, hoje, maior formalidade 
com vistas à garantia do cumprimento de direitos e deveres, por isso é tão 
importante ler e produzir contratos com profi ciência. Na sequência, vimos um 
exemplo de contrato de prestação de serviços e outro de compra e venda de 
imóvel. Analisamos esses contratos a partir de dois enfoques: a estrutura 
e o tipo de linguagem que eles demandam. Esses elementos motivaram a 
produção de atividades no decorrer da aula. 
A professora Mariana de Oliveira, da disciplina de Língua Portuguesa, 
ministra suas aulas em uma escola pública de ensino médio. Ela tem tido 
problemas com a maioria de seus alunos do 1o ano que não leem os livros 
por ela indicados. 
Essa ausência de leitura prévia tem gerado debates monótonos. Apenas a 
professora e dois ou três alunos participam ativamente dessas atividades. 
Os demais ouvem os comentários sem entender bem as particularidades 
de cada livro.
Diante disso, a professora teve a idéia de fi rmar um contrato de leitura 
com cada aluno. Esse documento seria assinado pelas partes e também 
por duas testemunhas: pai ou mãe ou responsável legal e a coordenadora 
da escola.
2. Na sequência, você tem um esboço inicial do contrato idealizado pela 
Profa. Mariana. Analise-o do ponto de vista estrutural. Observe também a 
linguagem que nele se evidencia. Esse modelo de contrato é apropriado? 
Tente preenchê-lo e, para tanto, crie as informações que forem necessárias 
e que não estiverem na situação descrita. Se você sentir necessidade de 
acrescentar alguma cláusula, fi que à vontade.
13
Redação A10
CONTRATO DE LEITURA 
Mariana de Oliveira, professora de Língua Portuguesa da turma do 1o ano da 
Escola , turno , no ano letivo de , 
como primeiro outorgante, e , aluno(a) da turma acima 
mencionada, como segundo outorgante, celebram o presente contrato, que será 
regido pelos seguintes termos.
CLÁUSULA 1a O primeiro outorgante compromete-se a: 
a) fornecer ao segundo outorgante uma lista de obras a serem lidas no decorrer 
de um semestre, da qualele terá de escolher, ao menos, três títulos; 
b) orientar as leituras, quando solicitado; 
c) programar a apresentação dos livros lidos e outras atividades decorrentes 
do cumprimento deste contrato; 
d) atribuir um percentual da avaliação total ao cumprimento deste contrato.
CLÁUSULA 2a O segundo outorgante compromete-se a: 
a) ler ao menos três livros durante um semestre; 
b) preencher uma fi cha de leitura dos livros lidos, que deve ser incluída no 
portfólio da turma, o qual fi ca à disposição de todos na sala de aula; 
c) apresentar oralmente o livro à turma, por iniciativa própria ou quando 
solicitado; 
d) promover e/ou participar de debates suscitados pelas leituras feitas pelo 
próprio outorgante ou pelos colegas da turma. 
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Redação A10
CLÁUSULA 3a O descumprimento por parte do primeiro outorgante determina que: 
a) o segundo outorgante fi que desvinculado do cumprimento do contrato; 
b) o percentual da avaliação atribuída ao cumprimento do contrato seja 
redistribuído por todos os elementos de avaliação. 
CLÁUSULA 4a O descumprimento por parte do segundo outorgante determina que: 
a) ao percentual da avaliação atribuída ao cumprimento do contrato seja 
atribuída a classifi cação zero. 
O presente contrato é aceito por ambos os outorgantes nos precisos termos aqui 
explicitados e por eles vai ser assinado. Além disso, assinam as testemunhas: 
uma interna ao ambiente escolar e outra do ambiente familiar. Tendo sido feito em 
duas vias iguais, cada outorgante fi cará na posse de um exemplar deste contrato.
, de de 2009.
 1o outorgante 2o outorgante
Testemunha 1: 
Testemunha 2: 
Referências
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. 16. ed. 
Porto Alegre: Sagra/ DC Luzzatto, 1994.
MODELO de contrato particular de promessa de compra e venda de imóvel. 
Disponível em: <www.consumidorbrasil.com.br/consumidorbrasil/textos/modelos/
imoveis/compraevenda.htm>. Acesso em: 20 abr. 2009.
MODELOS de contratos diversos. Disponível em: <www.conlex.com.br/down_contratos.
htm>. Acesso em: 20 abr. 2009.
Anotações
15
Redação A10
Anotações
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Redação A10
11
Márcia Rossana Oliveira Pinto
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Exposição de motivos e parecer
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
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Design Gráfi co
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Diagramação
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Ivana Lima
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Arte e ilustração
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José Correia Torres Neto
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Revisão de Linguagem
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Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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i...
Objetivos
1
Redação A11
Nesta aula, veremos mais dois novos gêneros discursivos: exposição de motivos e 
parecer. Estudaremos seus elementos constituintes e sua função sociocomunicativa. 
Teremos também algumas atividades para você praticar os gêneros discursivos estudados.
  Conhecer os gêneros discursivos exposição de motivos e parecer.
  Identifi car os elementos constituintes desses gêneros discursivos.
  Aplicar conhecimentos na área de redação ofi cial tanto para construir 
o(s) sentido(s) possível(eis) de exposição de motivos e parecer quanto 
para produzi-los de forma profi ciente.
2
Redação A11
Para começo 
de conversa...
Sempre ouvimos alguém dizer “exponha os seus motivos” ou “qual o seu parecer sobre 
este assunto?”. Será que esses questionamentos têm alguma relação com os gêneros 
que estudaremos nesta aula?
Afi nal, para que serve um parecer? Será que existe algum documento ofi cial no 
qual podemos expor nossos motivos? E como se faz? Esses são apenas alguns 
questionamentos que nós fazemos quando nos deparamos com a necessidade de 
produzir ou ler algum desses documentos. Procuraremos, então, responder a essas 
indagações e outras que possam ocorrer ao longo da aula.
3
Redação A11
Exposição de motivos
Exposição de motivos é um tipo de correspondência originariamente ofi cial, dirigido ao 
Presidente da República ou ao Vice-Presidente, mas atualmente já é muito utilizado na 
área comercial.
Tem como fi nalidade informar sobre um determinado assunto, propor alguma medida 
ou submeter à consideração de algum projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro 
de Estado. Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a 
exposição de motivos deve ser assinada por todos os ministros envolvidos, sendo, por 
essa razão, chamada de interministerial.
Quando circular na área comercial, a exposição de motivos é destinada ao diretor ou 
chefe de maior autoridade para sua apreciação.
Para que esse documento seja bem redigido é necessário ter noções de argumentação, 
como também apresentar as seguintes características que lhes são próprias:
  o assunto deve ser resumido e argumentado;
  a legislação citada deve ser transcrita;
  a conclusão deve ser clara e objetiva.
Estrutura da exposição de motivos
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação do padrão ofício. De acordo 
com sua fi nalidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela 
que tem caráter exclusivamente informativo e outra para a que propõe alguma medida 
ou submete projeto de ato normativo. Vejamos a seguir um exemplo de exposição de 
motivos que simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presidente da 
República, que apresenta, portanto, a estrutura do padrão ofício.
Exemplo 1
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Redação A11
Exposição de motivos de caráter informativo
5
Redação A11
Já a exposição de motivos que submeta à consideração a sugestão de alguma medida 
a ser adotada ou a que apresente um projeto de ato normativo, segue-se também a 
estrutura do padrão ofício, além de outros comentários julgados pertinentes por seu 
autor, quais sejam:
a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção da medida ou 
do ato normativo proposto;
b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou aquele ato 
normativo o ideal para se solucionar o problema, e eventuais alternativas 
existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão: novamente, qual medida deve ser tomada, ou qual ato 
normativo deve ser editado para solucionar o problema.
Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição de motivos, devidamente 
preenchido, de acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, 
de 28 de março de 2002.
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Redação A11
Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério ou órgão 
equivalente) no _______, de _____ de ____________ de 20__.
1. Síntese do problema ou da situação que reclama providências
2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na medida proposta
3. Alternativas existentes às medidas propostas
Mencionar:
• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
• se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
• outras possibilidades de resolução do problema.
4. Custos
Mencionar:
• se a despesa decorrente da medida está prevista na lei orçamentária anual; se não, 
quais as alternativas para custeá-la;• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário, especial ou suplementar;
• valor a ser despendido em moeda corrente.
5. Razões que justifi cam a urgência (a ser preenchido somente se o ato proposto 
for medida provisória ou projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência)
Mencionar:
• se o problema confi gura calamidade pública;
• por que é indispensável a vigência imediata;
• se se trata de problema cuja causa ou agravamento não tenham sido previstos;
• se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação já prevista.
6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou medida proposta possa 
vir a tê-lo)
7. Alterações propostas
Texto atual Texto proposto
8. Síntese do parecer do órgão jurídico
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7
Redação A11
A falta ou insufi ciência das informações prestadas pode acarretar, a critério da Subchefi a 
para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que 
se complete o exame ou se reformule a proposta.
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições de motivos que proponham 
a adoção de alguma medida ou a edição de ato normativo tem como fi nalidade:
a) permitir a adequada refl exão sobre o problema que se busca resolver;
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que 
pode ter a adoção da medida ou a edição do ato, em consonância com as questões 
que devem ser analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito do 
Poder Executivo.
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas na elaboração de atos 
normativos no âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu anexo 
complementam-se e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação 
profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou 
a edição de um ato normativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a solução que 
se propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição 
de motivos fi ca, assim, reservado à demonstração da necessidade da providência 
proposta: por que deve ser adotada e como resolverá o problema.
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção, 
ascensão, transferência, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, 
recondução, remoção, exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, aposentadoria), 
não é necessário o encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
Ressalte-se que:
  a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico não dispensa 
o encaminhamento do parecer completo;
  o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos pode ser 
alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos comentários a 
serem ali incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que a atenção aos requisitos 
básicos da redação ofi cial, as qualidades da escrita estudadas na aula 4 (clareza, 
concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do padrão culto de 
linguagem) devem ser redobradas. A exposição de motivos é a principal modalidade de 
comunicação dirigida ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em 
Exemplo 2
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Redação A11
certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário ou, 
ainda, ser publicada no Diário Ofi cial da União, no todo ou em parte.
Lembrar que a autoridade competente despachará a exposição de motivos com uma das 
seguintes fórmulas: APROVADO – APROVO – ARQUIVE-SE – CONCORDO – EXPEÇA-SE O 
ATO – SIM.
A seguir, veremos outro exemplo de exposição de motivos: um trecho de uma exposição 
de motivos fi rmada pelo Diretor Geral do ex-DASP, de julho de 1964:
Exposição de motivos de caráter informativo
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1Praticando...
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Redação A11
1. Assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas 
falsas.
( ) A exposição de motivos originariamente era destinada ao Presidente 
da República e ao Vice-Presidente.
( ) Esse gênero segue o padrão ofi cial.
( ) Uma das características da exposição de motivo é apresentar o assunto 
de maneira extensa e pouco argumentada.
( ) O objetivo da exposição de motivos é propor alguma medida ou 
submeter à consideração de algum projeto de ato normativo.
( ) Esse documento não pode ser utilizado pela área empresarial.
( ) A linguagem utilizada deve ser sempre clara, concisa, impessoal, 
informal, padronização e uso não padrão culto de linguagem
2. Justifi que as alternativas que você identifi cou como falsas na questão 
anterior.
10
Redação A11
3. Podemos dizer que este documento é uma exposição de motivos? A sua 
estrutura está completa ou falta alguma parte? A linguagem utilizada está 
de acordo? Reescreva o documento, caso esteja faltando algo.
11
Redação A11
Parecer
Parecer é a análise de um caso que faz parte de um processo para o qual aponta uma 
solução favorável ou contrária, através de dispositivos legais e informações. O objetivo 
do parecer é apenas fornecer os fatos e não interpretá-los.
Na Administração Pública, o parecer, geralmente, é parte integrante de um processo, 
para o qual aponta soluções favoráveis ou desfavoráveis, precedidas da necessária 
justifi cativa, com base em dispositivos legais, jurisprudência e informações. É um ato 
de procedimento administrativo que indica e fundamenta solução que deve ser aplicada 
ao caso.
Dependendo do assunto tratado, o parecer é classifi cado em dois tipos:
a) Técnico ou científi co: relaciona-se com matéria específi ca.
b) Administrativo: refere-se a casos burocráticos.
Estrutura do parecer
Essa estrutura é comum aos dois tipos de parecer, o que distinguirá cada tipo é o 
assunto tratado em cada documento.
  Timbre em letras maiúsculas: nome da empresa ou instituição
Exemplo: INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
  Número do parecer e ano
Exemplo: PARECER Nº 72/98
  Assunto: ementa
Exemplo: AI nº 00000 de 15/03/98. Cláudio Rodrigues
  Contexto: exposição e apreciação da matéria
Exemplo: O autuado contestou sua qualifi cação...
  Conclusão: parecer do relator e da comissão (quando houver)
Exemplo: O Sr Fulano de tal se pronuncia pelo...
Exemplo 3
12
Redação A11
  Data e assinatura(s)
Exemplo:
Brasília, 5 de junho de 1998
Sr(a) Fulano de tal...
2Praticando...
13
Redação A11
É importante a presença de todos os elementos estruturais do parecer, para que a 
informação seja organizada de forma clara.
1. Assinale as afi rmativas corretas referentes ao parecer.
( ) O parecer pode ser classifi cado em três tipos: técnico, científi co 
e administrativo.
( ) O parecer interpreta as informações e os fatos.
( ) Na sua parte estrutural não é necessário colocar a data e o vocativo.
( ) a fi nalidade do parecer é fornecer informações para um determinado 
processo.
( ) a linguagem do parecer deve ser informal e objetiva.
2. Agora, reescreva as afi rmativas que você não assinalou como corretas, 
transformando-as em certas.
3. Baseado no que foi estudado, analise o parecer a seguir e reescreva-o 
se for necessário.
14
Redação A11
15
Redação A11
Leituras complementares
MEDEIROS, J. B., Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 19. ed. São 
Paulo: Atlas, 2008.
Este livro trás vários exemplos e exercícios práticos sobre os vários gêneros técnicos. 
Apresenta o conceito e os objetivos de cada um dos gêneros.
ESPÍRITOSANTO (Estado). Prefeitura Municipal de Vitória. Manual de redação ofi cial. 
3. ed. Vitória, 2008. Disponível em: <www.vitoria.es.gov.br/secretarias/administracao/
Manual_de_Redacao_PMV_18-06-08.pdf>. Acesso em: 29 dez. 2009.
Este site apresenta o manual de redação ofi cial do estado do Espírito Santo. De forma 
sucinta e clara, o manual mostra diversos exemplos de gêneros técnicos, inclusive de 
outros gêneros que serão estudados nas próximas aulas.
Estudamos nesta aula os gêneros discursivos exposição de motivos e 
parecer por meio da análise de alguns exemplos. Vimos que a exposição 
de motivos é um documento ofi cial dirigido ao Presidente da República ou 
ao vice, informando sobre um determinado assunto, propor alguma medida 
ou submeter a consideração de algum projeto de ato normativo. Vimos 
também que o Parecer é a opinião dada por alguém acerca de determinado 
assunto. Estudamos ainda as estruturas e a fi nalidade de cada gênero. 
Por fi m, fi zemos atividades relacionadas aos gêneros focalizados.
1. Baseado no que foi estudado durante a aula, leia o texto que segue e 
faça o que se pede:
16
Redação A11
Podemos dizer que esse documento é um parecer? A sua estrutura está 
completa ou falta alguma parte? Reescreva o documento, caso esteja 
faltando algo.
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Redação A11
2. O texto a seguir é uma exposição de motivos? Está com todas as suas 
partes estruturais? Analise o gênero e justifi que.
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS Nº 37, DE 18.8.2000
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, 
Submeto à elevada consideração de Vossa Excelência a anexa proposta de 
Código de Conduta da Alta Administração Federal, elaborado tendo em conta 
os trabalhos e a importante contribuição da Comissão de Ética Pública - CEP, 
criada pelo Decreto de 26 de maio de 1999, que, por seus ilustres membros, 
os Drs. João Geraldo Piquet Carneiro, que a preside, Célio Borja, Celina 
Vargas do Amaral Peixoto, Lourdes Sola, Miguel Reale Júnior e Roberto 
Teixeira da Costa, prestou os mais relevantes e inestimáveis serviços no 
desenvolvimento do tema.
Este Código, antes de tudo, valerá como compromisso moral das autoridades 
integrantes da Alta Administração Federal com o Chefe de Governo, 
proporcionando elevado padrão de comportamento ético capaz de assegurar, 
em todos os casos, a lisura e a transparência dos atos praticados na 
condução da coisa pública.
18
Redação A11
A conduta dessas autoridades, ocupantes dos mais elevados postos da 
estrutura do Estado, servirá como exemplo a ser seguido pelos demais 
servidores públicos, que, não obstante sujeitos às diversas normas fi xadoras 
de condutas exigíveis, tais como o Estatuto do Servidor Público Civil, a Lei de 
Improbidade e o próprio Código Penal Brasileiro, além de outras de menor 
hierarquia, ainda assim, sempre se sentirão estimulados por demonstrações 
e exemplos de seus superiores.
Além disso, é de notar que a insatisfação social com a conduta ética 
do governo – Executivo, Legislativo e Judiciário – não é um fenômeno 
exclusivamente brasileiro e circunstancial. De modo geral, todos os 
países democráticos desenvolvidos, conforme demonstrado em recente 
estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – 
OCDE, enfrentam o crescente ceticismo da opinião pública a respeito do 
comportamento dos administradores públicos e da classe política. Essa 
tendência parece estar ligada principalmente a mudanças estruturais do 
papel do Estado como regulador da atividade econômica e como poder 
concedente da exploração, por particulares, de serviços públicos antes sob 
regime de monopólio estatal.
Nesse novo cenário, é natural que a expectativa da sociedade a respeito da 
conduta do administrador público se tenha tornado mais exigente. E está 
claro que mais importante do que investigar as causas da insatisfação social 
é reconhecer que ela existe e se trata de uma questão política intimamente 
associada ao processo de mudança cultural, econômica e administrativa 
que o País e o mundo atravessam.
A resposta ao anseio por uma administração pública orientada por valores 
éticos não se esgota na aprovação de leis mais rigorosas, até porque 
leis e decretos em vigor já dispõem abundantemente sobre a conduta do 
servidor público, porém, em termos genéricos ou então a partir de uma 
ótica apenas penal. 
Por essa razão, o aperfeiçoamento da conduta ética do servidor público 
não é uma questão a ser enfrentada mediante proposição de mais um 
texto legislativo, que crie novas hipóteses de delito administrativo. 
Ao contrário, esse aperfeiçoamento decorrerá da explicitação de regras 
claras de comportamento e do desenvolvimento de uma estratégia específi ca 
para sua implementação. 
Essa tarefa de envergadura deve ter início pelo nível mais alto da 
Administração – ministros de estado, secretários-executivos, diretores de 
empresas estatais e de órgãos reguladores – que detém poder decisório. 
19
Redação A11
Uma vez assegurado o cumprimento do Código de Conduta pelo primeiro 
escalão do governo, o trabalho de difusão das novas regras nas demais 
esferas da administração por certo fi cará facilitado.
Outro objetivo é que o Código de Conduta constitua fator de segurança do 
administrador público, norteando o seu comportamento enquanto no cargo 
e protegendo-o de acusações infundadas. Na ausência de regras claras e 
práticas de conduta, corre-se o risco de inibir o cidadão honesto de aceitar 
cargo público de relevo.
Além disso, buscou-se criar mecanismo ágil de formulação dessas 
regras e de sua difusão e fi scalização, além de uma instância à qual os 
administradores possam recorrer em caso de dúvida e de apuração de 
transgressões – no caso, a Comissão de Ética Pública.
A linguagem do Código é simples e acessível, evitando-se termos jurídicos 
excessivamente técnicos. O objetivo é assegurar a clareza das regras de 
conduta do administrador, de modo que a sociedade possa sobre elas 
exercer o controle inerente ao regime democrático.
Além de comportar-se de acordo com as normas estipuladas, o Código 
exige que o administrador observe o decoro inerente ao cargo. Ou seja, 
não basta ser ético; é necessário também parecer ético, em sinal de 
respeito à sociedade. 
A medida proposta visa a melhoria qualitativa dos padrões de conduta 
da Alta Administração, de modo que esta Exposição de Motivos, uma 
vez aprovada, juntamente com o anexo Código de Conduta da Alta 
Administração Federal, poderá informar a atuação das altas autoridades 
federais, permitindo-me sugerir a publicação de ambos os textos, para 
imediato conhecimento e aplicação.
Estas, Excelentíssimo Senhor Presidente da República, as razões que 
fundamentam a proposta que ora submeto à elevada consideração de 
Vossa Excelência.
Respeitosamente,
PEDRO PARENTE
Chefe da Casa Civil da Presidência da República
Fonte: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Codigos/codi_conduta/Cod_conduta.htm>. Acesso em: 29 dez. 2009.
Anotações
20
Redação A11
Referências
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental: de acordo com as atuais 
normas da ABNT. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MENDES, G. F.; FORSTER JUNIOR, N. Manual de redação da Presidência da República. 
2. ed. rev. e atual. Brasília: Presidência da República, 2002.
SIGNER, R. Curso prático de redação e gramática. São Paulo: Sivadi Editorial, 2001.
12
Glicia M. Azevedo de M Tinoco
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Aviso, memorando e ofício
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
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Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
CarolinaCosta
Heinkel Huguenin
Leonardo dos Santos Feitoza
Revisão Tipográfi ca
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Margareth Pereira Dias 
Nouraide Queiroz
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Revisão de Linguagem
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Revisão das Normas da ABNT
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Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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Objetivos
1
Redação A12
Os gêneros discursivos aviso, memorando e ofício serão, na aula 12, nosso objeto de estudo. Ao refl etirmos sobre esses três gêneros da redação ofi cial, alguns questionamentos podem surgir: para que serve cada um desses gêneros? Que 
elementos comuns há entre eles? Que elementos os distinguem? Ao fi m desta aula, 
você terá condições de responder a essas perguntas. 
  Compreender as especifi cidades do aviso, do memorando 
e do ofício.
  Identifi car os elementos comuns e as distinções entre 
esses três gêneros.
  Aplicar conhecimentos na área de redação ofi cial tanto 
para construir o(s) sentido(s) possível(eis) de avisos, 
memorandos e ofícios quanto para produzi-los de forma 
profi ciente.
2
Redação A12
Para começo
de conversa...
Após termos estudado, na Unidade 1, alguns conceitos fundamentais para entendermos como se dá o engendramento dos textos escritos, estamos nos dedicando, na Unidade 2, às especifi cidades dos gêneros de redação técnica e 
ofi cial. Assim, já estudamos resumo, fi chamento, declaração, atestado, ata, contrato... 
E, nesta aula, trabalharemos três gêneros que apresentam aproximações do ponto de 
vista estrutural: aviso, memorando e ofício. 
É fundamental escrever bem esses três gêneros, porque muitas atividades desenvolvidas 
no ambiente de trabalho são viabilizadas por eles. Então, se você compreender bem 
como eles se estruturam, a que se destinam e que tipo de circulação operam, não 
terá difi culdades para produzi-los. Algo bem diferente do que parece ocorrer com o 
profi ssional abaixo.
Fonte: <http://comunicacaochapabranca.com.br/wp-content/uploads/2008/10/cultura_do_ofi cio_4.jpg>.
Acesso em: 23 mar. 2009.
Antes, porém, de mostrarmos as semelhanças formais entre aviso, memorando e ofício, 
focalizaremos as especifi cidades de cada um desses gêneros e, depois, os elementos 
que os distinguem. Vejamos.
3
Redação A12
Aviso
Segundo Martins e Zilberknop (1994), o aviso é um tipo de correspondência cujas características são amplas e variáveis. Ele pode se confi gurar como uma comunicação direta ou indireta; unidirecional (enviada para uma determinada 
autoridade) ou multidirecional (enviada para diferentes autoridades ao mesmo tempo); 
redigida em papel próprio, afi xada em local público ou publicada através da imprensa. 
Por terem como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos de 
Administração Pública entre si, o aviso e o ofício são gêneros muito próximos. Todavia, a 
diferença mais marcante entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministro 
de Estado, Secretário-Geral da República, Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, 
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República e Secretário da Presidência da 
República para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para 
e pelas demais autoridades, podendo também ser expedido a particulares.
Vejamos um exemplo de aviso, de acordo com o Manual de Redação da Presidência da 
República (BRASIL, 2002, p. 17).
Exemplo 1
4
Redação A12
Memorando
O memorando é um gênero escrito que se destina à comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, as quais podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de 
comunicação eminentemente interna.
Esse gênero pode ter caráter meramente administrativo ou ser empregado para a 
exposição de projetos, idéias, diretrizes a serem adotadas por determinado setor do 
serviço público.
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer 
órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. 
Os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta 
de espaço, em folha de continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie 
de processo simplifi cado, assegurando maior transparência à tomada de decisões e 
permitindo que se historie o andamento da matéria tratada no memorando.
Vejamos um exemplo retirado do Manual de Redação da Presidência da República 
(BRASIL, 2002, p. 19).
Exemplo 2
5
Redação A12
Ofício
O ofício é expedido por autoridades do serviço público. Esse gênero tem por fi nalidade o tratamento de assuntos ofi ciais pelos órgãos da Administração Pública entre si e também entre os órgãos públicos e particulares, que podem 
ser pessoas físicas ou jurídicas. 
Observemos um exemplo também retirado do Manual de Redação da Presidência da 
República (BRASIL, 2002, p. 15).
Exemplo 3
6
Redação A12
Diferenças
A principal diferença entre aviso, ofício e memorando é de circulação. Enquanto o 
ofício é expedido para e pelas autoridades do serviço público (e também entre elas 
e particulares), o memorando tem abrangência apenas interna e o aviso é emitido 
exclusivamente por autoridades para outras de mesmo nível hierárquico.
A segunda diferença é que, no memorando, o destinatário é mencionado pelo cargo 
que ocupa, não havendo, portanto, uso de pronome de tratamento nem identifi cação 
da pessoa a quem se destina tal documento (releia o exemplo 2). 
No caso do ofício, porém, acrescenta-se o vocativo com o correspondente pronome de 
tratamento, que vai variar em função do cargo ocupado pelo destinatário. Por exemplo: 
Exemplo 4
Excelentíssimo Senhor Presidente da República
Magnífi co Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Para que você compreenda melhor essas diferenças entre memorando e ofício, retome 
os exemplos 2 e 3.
Semelhanças
No tocante à forma, os avisos, memorandos e ofícios seguem uma diagramação 
(disposição na página) única, à qual se convencionou denominar de padrão ofício. 
I – Partes do documento no Padrão Ofício
O aviso, o memorando e o ofício devem conter as seguintes partes:
a) tipo e número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o expede.
7
Redação A12
Exemplos:
Aviso 123/2008-MEC
Mem. 89/2008-DAP/UFRN 
Ofício 102/2008-UFRN
b) local e data (por extenso) em que o documento foi assinado. O alinhamento deve 
ser à direita.
c) assunto: resumo do teor do documento
Exemplos:
Assunto: Renovação do Convênio no 025/08 com o Ministério da Saúde.
Assunto: Redistribuição de servidor para a Universidade Federal da Bahia.
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação. No caso 
do ofício, inclui-se comumente também o endereço.
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento de documentos, o 
expediente deve conter a seguinte estrutura:
  Introdução (ou parágrafo de abertura). 
Na introdução, é apresentado o assunto que motiva a produção do memorando ou 
do ofício. Evite o uso das formas: “Venho por meio deste” ou “Tenho a honra de” ou 
“Tenho o prazer de” ou ainda “Cumpre-me informar que”. Empregue a forma direta: 
“Solicitamos” ou “Informamos”...
  Desenvolvimento
Espaço em que o assunto é detalhado. Se o texto contiver mais de uma idéia sobre o 
assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza 
à exposição.
  Conclusão
Espaço em que é reafi rmada ou simplesmente reapresentada a posição do produtor do 
documentosobre o assunto.
No caso de o memorando ou o ofício se destinar apenas ao encaminhamento de outros 
documentos, a estrutura deve ser a seguinte:
  Introdução
Inicia-se fazendo referência ao expediente que solicitou o envio do documento ora em 
anexo. Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve-se iniciar com a 
informação do motivo da comunicação, que é encaminhar o documento “x”, indicando 
a seguir os dados completos desse documento (tipo, data, origem ou signatário e o 
assunto de que trata) e a razão pela qual ele está sendo encaminhado. 
8
Redação A12
Exemplo 5
“Em resposta ao Ofício no 12, de 02 de fevereiro de 2008, encaminhamos, 
em anexo, a cópia do Ofício no 192, de 30 de dezembro de 2007, do 
Departamento de Administração de Pessoal desta Universidade, que trata 
da requisição do servidor Pedro de Souza ao Tribunal de Contas da União.”
Observe que o uso da expressão “desta Universidade” signifi ca que o documento está 
partindo da Universidade (a UFRN, por exemplo) para um outro órgão.
Vejamos outro exemplo de introdução.
Exemplo 6
“Encaminhamos, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do 
Memorando no 36, de 10 de fevereiro de 2008, do Diretor de Recursos 
Humanos desta Universidade a respeito do projeto de capacitação dos 
servidores de nível médio desta instituição.”
  Desenvolvimento
Se o autor do ofício ou do memorando desejar fazer algum comentário a respeito do 
documento que está encaminhando, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. 
Caso contrário, não haverá parágrafos de desenvolvimento nesses gêneros ao serem 
usados como meros instrumentos de encaminhamento de documentos.
f) Fecho: nas comunicações ofi ciais possui duas fi nalidades. A primeira é a de arrematar 
o texto; a segunda, de despedir-se do destinatário. 
No caso de um documento encaminhado para autoridades superiores (por exemplo, do 
Reitor da UFMG para o Ministro da Educação ou ainda do Ministro da Educação para o 
Presidente da República), o adequado é usar o seguinte fecho:
Respeitosamente,
Mas se o documento é emitido para autoridades de uma mesma hierarquia ou de 
hierarquia inferior, usa-se:
Atenciosamente,
g) Assinatura do autor da comunicação
h) Identifi cação do signatário
9
Redação A12
II – Forma de diagramação
Os documentos do Padrão Ofício (aviso, memorando e ofício) obedecem, em geral, à 
seguinte forma de apresentação:
a) uso de fonte Times New Roman de tamanho 12 no texto em geral; mesma fonte de 
tamanho 11 nas citações e 10 nas notas de rodapé (quando houver);
b) número da página, a partir da segunda lauda do documento;
c) espaçamento simples entre as linhas e de 6 pontos após cada parágrafo;
d) impressão dos documentos na cor preta e em papel branco (geralmente timbrado). 
A impressão colorida deve ser usada apenas para gráfi cos e ilustrações;
e) papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm para imprimir todos os tipos de 
documentos do Padrão Ofício.
Observações
  Se um aviso, um memorando ou um ofício forem dirigidos a várias pessoas 
ao mesmo tempo, dizemos tratar-se de uma correspondência multidirecional. 
Isso implica a inclusão de um adjetivo ao nome desses documentos, que 
passam a ser chamados de aviso-circular, memorando-circular, ofício-
circular. 
  Em gêneros de redação ofi cial, não deve haver abuso no uso de negrito, 
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas 
ou qualquer outra formatação que afete a elegância e a sobriedade do 
documento.
  É regra salvar, no computador, todos os documentos elaborados em uma 
pasta de arquivos de texto preservada para consulta posterior ou para 
aproveitamento de trechos para documentos análogos.
  Para facilitar a localização em meio aos documentos gravados no computador, 
os nomes desses arquivos devem ser formados da seguinte maneira: tipo 
do documento + número do documento/ano + palavras-chaves do conteúdo. 
Ex.: “Ofício 238/08 - relatório produtividade acadêmica ano 2008”.
Praticando...Praticando...
10
Redação A12
1. Leia cada uma das afi rmações abaixo. Em seguida, preencha os parênteses com C 
para as assertivas corretas e E para as erradas.
( ) Para um órgão público tratar de assuntos ofi ciais com outro órgão público, o 
documento mais adequado é o ofício.
( ) Memorando é uma correspondência ofi cial externa entre autoridades de mesmo 
nível hierárquico.
( ) O aviso, o memorando e o ofício apresentam semelhanças quanto à forma por 
obedecerem à diagramação do padrão ofício.
( ) É opcional a inserção de local e data nos ofícios e memorandos.
( ) A existência de timbre no topo dos ofícios dispensa a assinatura da autoridade 
que o emite.
( ) Os ofícios e os memorandos são documentos ofi ciais nos quais devem ser 
observadas as seguintes qualidades: clareza, coerência, coesão, correção linguística 
e prolixidade.
2. Releia as afi rmações da atividade anterior e, nos itens que você considerou haver 
erro, circule a(s) palavra(s) que levam a esse julgamento.
3. Analise a situação hipotética abaixo, adaptada de uma questão de concurso, 
elaborada pelo Cespe/UnB para o cargo de assistente administrativo do Conselho 
Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) do Distrito Federal.
Determinado assistente administrativo do CREA-DF encontrou, em sua mesa 
de trabalho, o seguinte bilhete, deixado por seu superior hierárquico.
Redigir documento para o setor de pessoal solicitando a contratação de dois 
estagiários para o setor de informática.
Urgente!
a) Para executar corretamente a tarefa solicitada, que documento deve ser redigido pelo 
assistente administrativo? _______________________________
Responda aqui
11
Redação A12
b) A partir das informações contidas no bilhete e da complementação oferecida a seguir, 
produza esse documento no espaço destinado a esse fi m.
  Número do documento: 44
  Data: 20 de fevereiro de 2009
  Ementa: contratação de estagiários
  Remetente: Pedro de Alcântara, chefe de gabinete do CREA-DF
12
Redação A12
4. O ofício a seguir, produzido a partir de dados fi ctícios, apresenta alguns problemas 
de concisão e de correção linguística. Reescreva-o, garantindo-lhe as qualidades 
necessárias.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SERTÃO
GABINETE DO REITOR
Ofício no 142/08 – R
 Sertão, 25 de agosto de 2008.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado Federal João José de Medeiros
Câmara dos Deputados Federais
Brasília/DF
Assunto: Projeto Campanha de Alfabetização
Senhor Deputado,
Comunicamos que foram realizadas, no projeto Campanha de Alfabetização 
para Jovens e Adultos do Estado do Sertão, as complementações solicitadas 
pelo Ofício no 87/08, encaminhado por Vossa Excelência. 
O anexo projeto contém as seguintes especifi cações: região a que 
se destina; população benefi ciada; detalhamento dos custos; tempo de 
duração; metodologia empregada; impacto social.
Além disso, anexamos o abaixo-assinado, anteriormente entregue em seu 
gabinete. Esse abaixo-assinado entregue em seu gabinete foi o documento 
que fez a equipe de profi ssionais de seu gabinete tomarem conhecimento 
do projeto e agir com prontidão no sentido de Vossa Excelência lutar 
pela aprovação de recursos públicos para esse projeto de Campanha de 
Alfabetização para Jovens e Adultos.
Contando com seu apoio, subscrevemo-nos. 
Atenciosamente,
RAIMUNDO DE GÓIS
Reitor da UFSER
Responda aqui
13
Redação A12
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Redação A12
Leituras complementares
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefi a para Assuntos Jurídicos. Manual 
de Redação da Presidência da República. 2. ed. Rev. Atual. Brasília, 2002. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm>. Acesso em: 10 mar. 2009.
Para aprimorar seus conhecimentos sobre redação ofi cial, sugerimos que você tenhasempre em mãos o Manual da Presidência da República. Trata-se de uma obra bem 
interessante e prática.
Pelo site indicado, você pode conseguir, gratuitamente, uma versão eletrônica desse 
manual. Todavia, se você preferir receber o livro, sem qualquer custo, em sua casa, uma 
alternativa é entrar em contato com um Senador da República do seu Estado e solicitar 
a ele um exemplar. Outro livro interessante que pode ser pedido gratuitamente também 
é o Manual de Padronização de Textos, publicado pelo Senado Federal.
Seria uma ótima oportunidade de escrever uma carta ou um email para uma autoridade. 
Você colocaria em prática seus conhecimentos de língua escrita e ainda ganharia 
dois livros.
O endereço eletrônico dos senadores do seu Estado e o endereço convencional do 
Senado Nacional estão disponíveis no seguinte site: <http://www.senado.gov.br>.
Na aula 12, dedicamo-nos, inicialmente, às peculiaridades dos gêneros: 
aviso, memorando e ofício por meio da análise de alguns exemplos. Depois, 
explicitamos as diferenças e as semelhanças entre esses três gêneros 
da redação ofi cial. Na sequência, construímos um quadro de elementos 
constituintes do modelo de diagramação chamado “padrão ofício”, que 
caracteriza os gêneros que foram objeto de estudo desta aula. Por fi m, 
fi zemos atividades relacionadas aos gêneros focalizados.
15
Redação A12
Para termos mais evidências de sua aprendizagem acerca dos construtos 
trabalhados nesta aula, façamos uma auto-avaliação. 
1. Esta aula lhe ofereceu subsídios para responder às perguntas que 
aparecem na página inicial? Vejamos.
a) Qual é a maior diferença entre avisos e o ofício? ________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
b) O que distingue ofícios e memorandos? _______________________________
___________________________________________________________
___________________________________________________________
c) Quais elementos assemelham avisos, ofícios e memorandos? _________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
Referências
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. 
2. ed. rev. e atual. Brasília, 2002.
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. 16. ed. 
Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1994.
Anotações
16
Redação A12
José Romerito Silva 
13
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Procuração e Requerimento
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Coordenadora da Produção dos Materias
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Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
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Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Huguenin
Leonardo dos Santos Feitoza
Revisão Tipográfi ca
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias 
Nouraide Queiroz
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
Você ve
rá
por aqu
i...
Objetivos
1
Redação A13
O que é procuração e o que é requerimento, quais são as suas respectivas funções 
sociocomunicativas, do que se compõem e como elaborá-los de acordo com os padrões 
atuais quanto à formatação e à linguagem que devem ser adotadas.
  Conhecer os conceitos de procuração e de requerimento.
  Compreender a funcionalidade da procuração e do 
requerimento.
  Conhecer a estrutura de cada um desses documentos, 
bem como suas peculiaridades de formatação e 
linguagem.
  Elaborar procuração e requerimento, aplicando as noções 
adquiridas nesta aula sobre esses documentos.
2
Redação A13
Para começo
de conversa...
Vivemos num tipo de sociedade cujo funcionamento, em diversas situações do cotidiano, 
depende da circulação de documentos que regulam e validam legalmente determinadas 
relações entre os indivíduos e as instituições sociais.
Para ilustrar melhor o que acabamos de dizer, pensemos, por exemplo, em um morador 
de um condomínio que, por causa de uma viagem a negócio, precisará faltar a uma 
assembléia condominial, em que se decidirão coisas importantíssimas sobre as fi nanças 
e relações entre os condôminos. Nessas circunstâncias, o morador de que falamos 
poderá ser representado por alguém nessa assembléia, com poder de decisão. Ele só 
terá que preparar um documento, transferindo tal direito a esse substituto. Nesse caso, 
você sabe qual seria esse documento? Uma procuração ou um requerimento?
Outra situação que podemos imaginar, ainda, também como ilustração, é a de um 
funcionário que, após atingir um certo grau mais elevado nos estudos, tem direito a 
uma promoção profi ssional. Para isso, essa pessoa deverá encaminhar um documento 
à autoridade maior da instituição em que trabalha, reivindicando esse direito. Em tal 
situação, que documento seria esse? Uma procuração ou um requerimento? 
Neste momento, você deve querer saber: o que é uma procuração e o que é um 
requerimento? Em que situações são utilizados (ou seja, qual a função de cada um 
deles)? Do que se constituem e como se organizam? Procuraremos, então, responder 
a essas indagações nos tópicos a seguir.
Primeiramente, vamos tratar sobre a procuração e, depois, abordaremos o requerimento, 
fornecendo-lhe os devidos esclarecimentos acerca de ambos. Com isso, esperamos 
que, ao fi nal deste estudo, você tenha condições de elaborar adequadamente esses 
documentos, utilizando as noções aqui aprendidas. Vejamos.
3
Redação A13
Procuração
A procuração é um documento através do qual uma pessoa física ou uma entidade jurídica (uma empresa, um instituto, uma ONG etc.) se faz representar legalmente através de outra (cf. GOLD, 2005, p. 130). Isso se dá pelo fato de, 
numa dada situação, a pessoa ou a entidade interessada encontrar-se, por algum 
motivo, impossibilitada de agir diretamente. Nesse sentido, a pessoa ou a entidade 
que se faz representar através da procuração é chamada de mandante, constituinte 
ou outorgante; o representante, por sua vez, é denominado mandatário, procurador 
ou outorgado. Desses, os termos mais comumente utilizados são outorgante, para 
a pessoa/entidade representada, e outorgado, ou procurador, para o representante.
Por esse instrumento, o representante recebe autorização para, em nome e lugar 
do representado, praticar atos e/ou fazer determinadas transações, na maioria dos 
casos, de caráter específi co e limitado. Esses atos e/ou transações podem ser, por 
exemplo, realizar matrícula em uma instituição; fazer inscrição em algum concurso; 
assinar documento(s); iniciar ou encerrar um contrato, fazer um negócio de compra ou 
venda; efetuar pagamentos; receber valores; movimentar conta bancária; substituir o 
representado em alguma assembléia, tendo poder de voto; possuir guarda provisória 
de algum bem e poder administrá-lo, entre outras coisas.
Entretanto, há direitos e ações vedados ao outorgado. Nesse caso, ele não pode 
participar de um concurso em lugar do outorgante ou, então, apropriar-se de um bem 
deste que está sob sua responsabilidade, por exemplo. Quanto a isso, é preciso, 
portanto, que o emissor da procuração esclareça no documento as atribuições e ações 
específi cas deseu representante. Sem essas informações, o outorgante deixa em aberto 
os poderes do procurador, abrindo a este certas possibilidades de atuação, o que pode 
resultar em algum risco para si.
Tipos de procuração
Existem dois tipos de procuração, os quais se relacionam às condições de produção e 
ao grau de ofi cialidade. Assim, a procuração pode ser:
a) pública: lavrada e registrada em cartório, possuindo, assim, maior ofi cialidade;
b) particular: emitida por uma pessoa, sem que precise ser lavrada ou registrada em 
cartório, dispensando, desse modo, o reconhecimento deste. Porém, ainda assim, 
deve ser elaborada dentro dos padrões ofi ciais.
Vamos checar agora o que você viu até aqui? Muito bem, então procure responder a 
esta pequena proposta de atividade que segue.
Praticando...Praticando... 1
4
Redação A13
1. Diga, em suas próprias palavras, o que é procuração.
2. Escreva C (para correto) ou E (para errado) quanto ao que se afi rma abaixo sobre 
procuração.
( ) O mandatário é o responsável pela emissão da procuração.
( ) O procurador deve receber poderes defi nidos para agir em nome da pessoa 
representada.
( ) Caso não haja limite de autorização, o procurador adquire poderes e direitos 
ilimitados.
( ) A procuração particular, mesmo não sendo registrada em cartório, possui validade 
social.
3. Aponte a incorreção existente nas afi rmações falsas e as refaça, de modo que se 
tornem aceitáveis.
PROCURAÇÃO
Outorgante: Cláudio Rodrigues dos Santos, 
brasileiro, casado, contador, 
CPF 125.374.532-79, residente 
e domiciliado em Natal/RN, na 
Rua das Orquídeas, 55, Lagoa 
Nova.
Outorgado: Régis Duarte da Costa, brasileiro, 
casado , a rqu i t e t o , CPF 
278.433.681-59, residente e 
domiciliado em Recife/PE, na 
Rua Dr. Otônio Azevedo, 31, 
Candeias.
O outorgante acima qualifi cado nomeia e constitui 
seu bastante procurador, na cidade de Recife/PE, 
o Sr. Régis Duarte da Costa, acima qualifi cado, 
(...)
5
Redação A13
Exemplo 1
Continuando nossa conversa, vejamos a seguir do que se compõe a procuração, como 
se organiza e quais os modelos em que pode se apresentar.
Estrutura básica da procuração
Numa procuração, devem constar os seguintes componentes, na ordem em que 
aparecem dispostos abaixo:
  título (todo em maiúsculas e em negrito): PROCURAÇÃO;
  identifi cação do outorgante, com as seguintes informações: nome, nacionalidade, 
estado civil, profi ssão, RG / CPF / ou nº de matrícula (conforme o caso), endereço;
  identificação do outorgado: com as mesmas especificações exigidas para o 
outorgante.
Neste ponto, vamos abrir um parêntese no que estamos expondo, para mostrar, através 
destes exemplos, as formas (ou modelos) de apresentação introdutória da procuração.
PROCURAÇÃO
Por este instrumento particular de 
procuração, eu, Cláudio Rodrigues 
dos Santos, brasileiro, casado, 
contador, CPF 125.374.532-79, 
residente e domiciliado em Natal/
RN, na Rua das Orquídeas, 55, 
Lagoa Nova, nomeio e constituo 
meu bastante procurador, na cidade 
de Recife/PE, o Sr. Régis Duarte da 
Costa, brasileiro, casado, arquiteto, 
CPF 278.433.681-59, residente e 
domiciliado em Recife/PE, na Rua 
Dr. Otônio Azevedo, 31, Candeias, (...)
6
Redação A13
Exemplo 2
Viu como é? Pois bem, dando continuidade ao estudo sobre a estrutura composicional 
da procuração, temos, ainda, os seguintes elementos:
  objeto da procuração e delimitação de poderes e ações do procurador: nesta parte, 
que constitui o ponto central do documento, o outorgante informa a que a procuração 
se destina e estabelece quais as atribuições específi cas que cabem ao outorgado;
  local, data e, abaixo destes, a assinatura do outorgante.
Há procurações em que se utilizam testemunhas. Nesse caso, as assinaturas destas 
vêm após a assinatura do outorgante, todas com fi rma reconhecida em cartório.
(...) com o fim especial de 
efetuar inscrição no concurso 
público para auditor fiscal 
do estado de Pernambuco, 
podendo o outorgado fazer 
pagamento de taxas, receber 
documentação referente ao 
concurso e realizar demais 
atos necessários ao pleno 
cumprimento deste mandato.
Natal, 13 de março de 2009
______________________
(assinatura do outorgante)
7
Redação A13
Veja como fi cam esses componentes da procuração no exemplo que segue.
Agora confi ra, mais uma vez, o que você aprendeu até aqui com essas informações 
sobre procuração, através desta breve atividade proposta a seguir.
Exemplo 3
Praticando...Praticando... 2
8
Redação A13
a) Eu, Ângelo Ribeiro de Morais, brasileiro, jornalista, CPF...
b) O outorgante nomeia seu procurador João Rebouças Andrade, brasileiro, casado, 
comerciante, RG...
c) ... residente na Rua Pte. Café Filho, 365, Fortaleza/CE...
d) ... com o fi m de me representar na assembléia ordinária anual do condomínio Parque 
do Sol, para eleição do novo síndico, recebendo autorização para votar e ser votado,...
Veja agora o documento de uma procuração por inteiro, atentando para os detalhes que 
foram explicitados até o momento:
1. Observe atentamente trechos de uma procuração listados abaixo, identifi que os 
problemas neles existentes e os conserte em seguida.
9
Redação A13
Exemplo 4
Modelo completo
PROCURAÇÃO
Outorgante: Cláudio Rodrigues dos Santos, brasileiro, casado, 
contador, CPF 125.374.532-79, residente e 
domiciliado em Natal/RN, na Rua das Orquídeas, 
55, Lagoa Nova.
Outorgado: Régis Duarte da Costa, brasileiro, casado, 
arquiteto, CPF 278.433.681-59, residente e 
domiciliado em Recife/PE, na Rua Dr. Otônio 
Azevedo, 31, Candeias.
O outorgante acima qualificado nomeia e constitui seu 
bastante procurador, na cidade de Recife/PE, o Sr. Régis 
Duarte da Costa, acima qualifi cado, com o fi m especial de 
efetuar inscrição no concurso público para auditor fi scal do 
estado Pernambuco, podendo o outorgado fazer pagamento 
de taxas, receber documentação referente ao concurso e 
realizar demais atos necessários ao pleno cumprimento deste 
mandato.
Natal, 13 de março de 2009
_________________________________
(Assinatura do outorgante)
Agora, vamos ver o segundo documento proposto neste estudo – o requerimento.
Requerimento
Endereçado ao 
cargo/função 
exercido(a) pela 
autoridade
  Existe uma distinção 
importante entre 
Requerimento e 
Petição: é que, 
nesta, não há amparo 
legal para o que é 
solicitado, podendo 
o interessado ser 
atendido ou não.
Praticando...Praticando... 3
 O endereçamento que 
se fez à autoridade 
ou órgão público, no 
início do documento, 
é chamado de 
Invocação.
10
Redação A13
Requerimento
O requerimento é um instrumento por meio do qual o requerente – que pode ser pessoa física ou jurídica – solicita a uma autoridade ou órgão do serviço público algo a que tem direito, concedido por lei, decreto, portaria etc. Quanto a isso, 
deve ser esclarecido que o documento é endereçado ao cargo/função exercido(a) 
pela autoridade, e não à pessoa em si que ocupa o posto (cf. ZANOTTO, 2002, p. 147). 
Todavia, não há problema em mencionar o nome da autoridade a quem se dirige a 
solicitação, junto à especifi cação do cargo/função. Veja como se apresenta a abertura 
de um requerimento:
Exemplo 6
Excelentíssima Senhora Secretária Estadual de Turismo
Maria Goretti de Medeiros
(...)
Exemplo 5
Excelentíssima Senhora Secretária Estadual de Turismo
(...)
Cremos que você está pronto para executar a tarefa a seguir.
1. Observe e compare a abertura da procuração e do requerimento. Escreva abaixo a(s) 
diferença(s) que você encontrou entre um e outro documento.
11
Redação A13
2. Assinale a abertura de requerimento em que existe erro e, depois, diga por quê.
a) 
Senhor Secretário Municipal de Obras Públicas
b)REQUERIMENTO
À Excelentíssima Senhora Maria de Lourdes Pereira
c) 
À Direção da COMPERVE/UFRN
Justifi cativa
Vamos avançar mais um pouco nos conhecimentos acerca do requerimento.
12
Redação A13
Estrutura básica do requerimento
Além da abertura, em que se faz a invocação à autoridade à qual é submetido o 
documento (conforme já foi esclarecido), temos os seguintes elementos:
  identifi cação do requerente: são os dados pessoais, contendo nome, nacionalidade, 
estado civil, profi ssão, RG / CPF / ou nº de matrícula (conforme o caso), endereço;
  objeto do requerimento: especifi cação do que se deseja solicitar, acompanhada da 
menção ao amparo legal. Quer dizer, o solicitante esclarece o que está requerendo e 
cita a lei, o decreto ou a portaria que confere apoio jurídico ao seu pedido. Vejamos 
como fi ca o texto com essas informações:
Exemplo 7
(...)
Josélia Menezes Ramos, brasileira, divorciada, servidora TE-D, matrícula 
51.268- 0, residente e domiciliada em Natal/RN, na Rua Alm. Barroso, 
74, Alecrim, vem requerer de V. Exª o gozo de Licença Prêmio, referente ao 
período 1999-2009, conforme defi nida na Portaria 003/89 e no regime do 
servidor estadual.
Uma observação sobre essa parte do texto é que, caso haja um ou mais documentos que 
devam ser anexados ao requerimento (tais como declaração, atestado, contracheque ou 
outro qualquer), isso precisa ser informado com as devidas especifi cações. Desta forma:
Exemplo 8
Em anexo: declaração da unidade de serviço, contracheque e xérox da 
identidade.
Para fi nalizar o requerimento, devem constar, ainda, os seguintes componentes, na 
sequência em que aí são citados:
  fecho: encerramento da requisição, onde se empregam as seguintes expressões 
(uma abaixo da outra):
13
Redação A13
Exemplo 9
Termos em que
Pede deferimento
ou ou
ou
N. T.
P. D.
N. T.
A. D.
Nesses termos
Pede deferimento
Nesses termos
Aguarda 
deferimento
Também podem ser utilizadas iniciais de abreviação. Assim:
Exemplo 10
  local e data e, mais abaixo, a assinatura do requerente.
Por fi m, confi ra agora como fi ca o requerimento completo, observando cuidadosamente 
todas as suas peculiaridades.
Praticando...Praticando... 4
14
Redação A13
Exemplo 11
Excelentíssima Senhora Secretária Estadual de Turismo
Josélia Menezes Ramos, brasileira, divorciada, servidora 
TE-D, matrícula 51.268-0, residente e domiciliada em 
Natal/RN, na Rua Alm. Barroso, 74, Alecrim, vem 
requerer de V. Exª o gozo de Licença Prêmio, referente 
ao período 1999-2009, conforme defi nida na Portaria 
003/89 e no regime do servidor estadual.
Em anexo: declaração da unidade de serviço, 
contracheque e xérox da identidade
Termos em que
Pede deferimento
Natal, 16 de março de 2009
_____________________________________
(Assinatura do requerente)
1. Escreva SIM ou NÃO nas afi rmações dadas a seguir, conforme se encontrem ou não 
de acordo com o conteúdo visto.
a) No requerimento, o solicitante não possui garantias quanto ao objeto de sua 
requisição. ______
b) No início do requerimento, o requerente deve fazer a invocação, sem necessidade 
de colocar título no documento. _______
Vamos praticar mais um pouquinho, tomando como ponto de referência as informações 
sobre requerimento.
15
Redação A13
c) Citar o nome da autoridade a quem é dirigido o requerimento é tão importante quanto 
mencionar o cargo/função. _______
d) No conteúdo principal do texto, devem constar, além da identifi cação do requerente, 
o objetivo do requerimento. _____________
e) O fecho do requerimento pode ser feito de qualquer maneira, à vontade do solicitante. 
________________
Leituras complementares
BELTRÃO, O.; BELTRÃO, M. Correspondência: linguagem e comunicação. 21. ed. rev. e 
atual. São Paulo: Atlas, 2002.
É um livro que trata exclusivamente de técnica redacional e das normas gerais para a 
elaboração da correspondência ofi cial, comercial, bancária e particular, incluindo sua 
caracterização, bem como modelos e comentários sobre cada gênero. Traz, ainda, por 
fi m, um anexo contendo o Manual de Redação da Presidência da República, que dispõe 
sobre a padronização das comunicações ofi ciais. Vale a pena conferir!
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental: de acordo com as atuais 
normas da ABNT. 28. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Esse livro possui um conteúdo bastante variado: na primeira parte, aborda noções 
gerais sobre comunicação, redação e estilo; na segunda, trata de correspondência e 
redação técnica, expondo os diversos gêneros da correspondência ofi cial, empresarial e 
profi ssionalizante, com esclarecimentos e exemplifi cação acerca de cada um deles; na 
última parte, fornece orientações sobre diversos tópicos gramaticais da língua padrão. 
É um texto útil àqueles que desejam conhecer melhor esses temas.
Indicamos também, como sugestão de consulta, os seguintes sites:
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. 
Disponível em: <www.inep.gov.br>. Acesso em: 8 maio 2009.
IG. Concursos. Disponível em: <www.concursos.ig.com.br>. Acesso em: 8 maio 2009.
MUNDO EDUCAÇÃO. Redação. Disponível em: <www.mundoeducacao.com.br/redacao>. 
Acesso em: 8 maio 2009.
ACÓRDÃOS. Disponível em: <www.irineupedrotti.com.br/acordaos>. Acesso em: 8 maio 
2009.
Esses sites apresentam informações gerais sobre os documentos que você acabou de 
ver e oferece algumas dicas para sua elaboração.
16
Redação A13
Nesta aula, estudamos o que é uma procuração e um requerimento. 
Vimos que a procuração é um documento em que se transfere poder de 
representação e ação a outra pessoa e pode ser pública ou particular, já o 
requerimento é um documento em que se solicita a uma autoridade pública 
o benefício a um direito amparado por lei. Vimos ainda que ambos são 
documentos com estrutura e estilo específi cos e previamente defi nidos.
Agora, com base nas orientações que você recebeu sobre procuração e 
requerimento, procure atender ao desafi o desta última atividade proposta 
abaixo, como uma oportunidade de demonstrar que realmente assimilou o 
conteúdo visto.
1. Suponha que você fará uma viagem e, nesse período de afastamento, 
necessitará efetuar sua matrícula no curso que está frequentando, onde 
você reside. Sendo assim, elabore uma procuração, autorizando um 
colega para realizar esse ato em seu lugar. Portanto, mãos à obra!
17
Redação A13
2. Imagine que você é um funcionário público do município de Natal e deseja 
encaminhar uma solicitação de licença médica à autoridade do órgão em 
que você está lotado, para tratamento de um problema de saúde, por 
um dado período. Portanto, elabore um requerimento com esse teor, de 
modo a atender a tal fi nalidade.
Referências
GOLD, M. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. 3. 
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
ZANOTTO, N. Correspondência e redação técnica. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2002. 
(Col. Hotelaria).
Anotações
18
Redação A13
Anotações
19
Redação A13
Anotações
20
Redação A13
José Romerito Silva 
14
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Curriculum Vitae
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
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por aqu
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Objetivos
1
Redação A14
O que é Curriculum Vitae, qual a sua função e importância, do que se compõe e como organizá-lo de acordo com as novas exigências do mercado de trabalho. Você verá, ainda, algumas “dicas” sobre o curriculum, não apenas quanto a 
alguns cuidados necessários em relação a certos elementos que o integram, mas 
também quanto ao que precisa ser evitado, a fi m poder cumprir satisfatoriamente o 
objetivo a que se destina.
  Conhecer o conceito de Curriculum Vitae.
  Compreender a funcionalidade e importância do Curriculum 
no mundo do trabalho e na vida estudantil.
  Conhecer o conteúdo e a organização de um Curriculum, 
bem como alguns cuidados que devem ser tomados em sua 
elaboração.
  Aplicar adequadamente os conhecimentos adquiridos na 
produção do próprio Curriculum.
2
Redação A14
Para começo
de conversa...
Toda pessoa que deseja exercer uma determinada função no mercado de trabalho formal, seja na esfera pública ou privada, dependendo da situação, entre outras exigências, necessitará apresentar seu Curriculum Vitae à empresa ou entidade 
na qual deseja trabalhar.
Ocorre que, em alguns casos, o candidato não tem a mínima noção do que seja um 
curriculum; em outros, o indivíduo sabe do que se trata, mas não tem conhecimento 
de como esse documento é elaborado e, em diversas situações, muitos candidatos 
ainda organizam seu curriculum tal como se fazia antigamente, “entupindo-o” de 
informações. Entre estas, encontram-se, por exemplo, número de documentos 
pessoais; dados sobre toda a sua vida escolar, incluindo minicursos, ofi cinas, 
treinamentos e demais eventos de caráter formativo; referência a todas as funções 
exercidas nas diferentes experiências profi ssionais; etc. Esse, além de outros, tem 
sido o motivo pelo qual o curriculum de muita gente acaba esquecido em alguma 
gaveta da empresa onde foi apresentado ou, simplesmente, indo direto para a lata 
de lixo.
A essa altura, você, provavelmente, já deve estar querendo saber: afinal, o que vem 
a ser curriculum vitae? Para que serve? Do que se constitui e como se organiza? 
O que é ou não recomendável em um curriculum? Pois bem, tentaremos responder 
a essas perguntas a partir dos tópicos seguintes, os quais lhe darão tanto uma 
ideia geral sobre esse tema, como ajudarão você a elaborar seu próprio curriculum 
de maneira adequada, a fim de melhor preparar-se para a concorrência no mundo 
do trabalho.
Antes, porém, cabe esclarecer que, no momento, vamos nos concentrar, mais 
especifi camente, ao tipo de curriculum destinado ao campo profi ssional. Continue lendo.
Escolar/
acadêmica
3
Redação A14
Curriculum vitae
O termo Curriculum Vitae (ou Currículo, como é mais utilizado atualmente, na forma aportuguesada) é derivado do latim e signifi ca, literalmente, “carreira da vida”. É um documento de valor legal, em que são fornecidas informações quanto 
à qualifi cação e experiência profi ssionais, bem como quanto à formação escolar/
acadêmica do candidato a um emprego, um curso etc. (FLÔRES, 2002, p. 75).
O currículo funciona como um instrumento de autoapresentação do indivíduo para a 
empresa ou entidade na qual tenciona ingressar. Nesse sentido, o currículo é importante, 
porque traça um perfi l do candidato no que se refere ao seu preparo, competências e 
habilidades e atuação profi ssional anterior (caso já tenha alguma experiência), dando, 
assim, uma ideia a respeito de sua adequação ao posto que pretende ocupar.
Estrutura básica do currículo
O currículo se organiza contendo os seguintes componentes:
a) Dados pessoais
Neste primeiro tópico, o candidato deve apresentar, de modo resumido, as informações 
necessárias para sua identifi cação pessoal e forma de contato. Tais informações 
são, além do nome completo, idade, estado civil, endereço residencial (para possível 
correspondência, conforme o caso), número(s) do(s) telefone(s) e/ou e-mail (se tiver). 
Atente para o exemplo a seguir:
 O curriculum 
acadêmico, por se 
restringir a uma 
exposição sucinta 
da vida acadêmica 
do candidato e de 
sua experiência 
como pesquisador 
e/ou docente, 
possui conteúdo 
um pouco diferente 
do curriculum 
profi ssional fora 
desse âmbito.
Exemplo 1
JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA
35 anos, casado.
Rua dos Jardins, 17, Capim Macio, Natal/RN. Fone: 3206.XXXX.
E-mail: oliveira@uol.br.
4
Redação A14
b) Objetivo
Neste item, o candidato esclarece, de maneira sucinta, qual o cargo ou função que 
almeja exercer na empresa. Veja o exemplo que segue:
Exemplo 2
Gerente de Produção no setor de informática.
c) Qualifi cação
Nesta parte, o candidato expõe suas aptidões e qualidades. Informa, também, a 
empresa onde trabalhou e o período de atuação, chamando a atenção para alguma(s) 
experiência(s) bem-sucedida(s) em sua carreira profi ssional. Caso não tenha prática 
anterior, o candidato precisa esclarecer isso, revelando apenas “Primeiro emprego”. 
Observe o seguinte exemplo:
Exemplo 3
Gerente de venda e distribuição de equipamentos eletro-eletrônicos na 
empresa X (2003-2008).
Contribuição para a expansão das vendas em 30%; melhorias no transporte 
e entrega dos produtos.
d) Formação acadêmica
Aqui, o candidato informa seu grau de instrução escolar ou titulação acadêmica – o(a) 
último(a) adquirido(a) – citando a entidade em que estudou e o ano de conclusão do 
curso. Informa, ainda, outro(s) curso(s) complementar(es) que seja(m) importante(s), a 
fi m de demonstrar melhor preparo na atividade que deseja desempenhar. Entre esses 
cursos, devem constar o de outro(s) idioma(s), informática atualizada e/ou algum 
relacionado à função almejada. Repare no exemplo abaixo:
Praticando... 1Praticando...
5
Redação A14
Exemplo 4
Especialização em Desenvolvimento de Softwares – Universidade... (2008). 
Bacharelado em Ciências da Computação – Universidade... (2005).
Curso de Gerenciamento de Produção – SEBRAE (2006).
Inglês (fl uência em leitura).
Agora, vamos ver o que você conseguiu assimilar até aqui quanto ao que foi visto sobre 
currículo. Para isso, resolva a atividade proposta logo a seguir.
1. Coloque V (para a afi rmação verdadeira) ou F (para a afi rmação falsa).
a) O currículo é um documento de apresentação pessoal. ( )
b) Todos os dados sobre a identifi cação do indivíduo devem constar no currículo. ( )
c) O candidato precisa esclarecer sua vida escolar por completo. ( )
d) No currículo, deve haver coerência entre a função almejada pelo candidato e sua 
qualifi cação. ( )
2. Destaque as declarações falsas do quesito anterior e esclareça como deveria ser a 
informação correta.
6
Redação A14
3. Responda às seguintes questões:
a) Por que o currículo profi ssional é diferente do acadêmico?
b) No que difere o currículo exigido atualmente daquele mais tradicional?
Recomendações gerais sobre o currículo
Neste ponto, fazemos algumas recomendações complementares, que se relacionam 
à elaboração de um currículo mais adequado às expectativas do atual mercado de 
trabalho. Trata-se, portanto, de certos cuidados que devem ser tomados pelo candidato 
na preparação de seu currículo.
Nesse sentido, apresentamos aqui tanto sugestões como também determinados 
lembretes, a fi m de que se evite incorrer em algum erro. Tais sugestões e lembretes 
referem-se aos seguintes aspectos do currículo:
Quanto ao tamanho
Há algumtempo, costumava-se apresentar currículos bastante extensos e detalhados. 
Quanto mais informações e páginas tivessem, parecia dar mais status e credibilidade 
ao candidato.
7
Redação A14
Agora isso mudou. Os examinadores de currículo e responsáveis pela seleção de 
candidatos não dispõem de tanto tempo para fi car lendo textos prolixos, que não vão 
direto ao ponto de interesse. Portanto, quanto mais “enxuto” for o currículo, melhor. 
Isso signifi ca que tal documento deve ter uma ou duas páginas, no máximo, informando 
apenas o absolutamente necessário.
Quanto à qualidade das informações
Tem a ver com o que é informado no currículo. Há candidatos que, ingenuamente, 
fornecem alguma informação falsa. Isto é, declaram coisas acerca de sua formação 
instrucional ou de sua experiência profi ssional que não correspondem aos fatos. Com 
isso, acreditam que conseguirão impressionar a empresa e levar alguma vantagem 
na seleção.
No entanto, não se deve esquecer que, ao ser selecionado ou no ato de sua admissão 
na empresa, o aspirante ao cargo terá de comprovar, mediante documentação legal, 
as informações prestadas no currículo. Assim, caso haja incoerência entre aquilo que 
informou antes e o que, de fato, se comprova com os documentos, corre o risco de 
sofrer danos irreparáveis à sua imagem pessoal e profi ssional. O caso a seguir, extraído 
de Todeschini e Emilião (2008, p. 148), ilustra bem essa tentativa arriscada e mal-
sucedida. Confi ra:
Exemplo 5
“MBA na área de logística e gestão da cadeia de suprimentos [...]” 
[informação no currículo do candidato].
“A realidade: trata-se de um curso de extensão” [constatação da falsidade 
da informação].
Nesse caso, aconselha-se a informar tão somente o que pode ser legalmente 
confi rmado. Isso evitará constrangimento e decepção.
Quanto à linguagem e ao estilo
Por estar vinculado a um contexto formal de comunicação e se relacionar à boa impressão 
que o candidato deve dar à entidade que deseja tê-lo em seu quadro de funcionários, 
recomenda-se que essa espécie de texto seja escrita em linguagem padrão. Nesse 
sentido, o candidato deve ter o cuidado de não utilizar termos ou expressões que 
desmereçam o documento e passem a idéia de inaptidão para o cargo.
8
Redação A14
Quanto a isso, também se deve dar atenção à correção gramatical e ortográfi ca do 
texto. Assim, ao preparar o documento, o produtor precisa observar, entre outras coisas, 
as concordâncias, a pontuação e a escrita correta das palavras.
Outra recomendação sobre a linguagem refere-se ao cuidado em evitar o uso de palavras 
que exprimem elogio a si mesmo, tais como os adjetivos apreciativos (por exemplo: 
esforçado, excelente, dinâmico, esperto, decidido, entre outros) ou formas adverbiais do 
tipo enormemente, com certeza etc.; também de expressões que denotam informação 
abstrata, difícil de ser objetivamente atestada de imediato. Entre elas, encontram-se, 
por exemplo, intuição para os negócios ou gosto pela leitura.
Ainda outro ponto sobre isso tem a ver com a igual atenção em não utilizar clichês (ou 
chavões) e expressões desgastadas. Um exemplo disso pode-se ver em casos como 
agregar valor, alavancar a produção, a nível de etc.
Santomauro (2009, p. 32) comenta que, em questão de estilo, algumas formas de 
expressão são mais adequadas e valorizadas do que outras. Em seguida, aponta este 
exemplo:
Exemplo 6
“[...] ‘experiência no ambiente on-line’, em vez de ‘experiência no trabalho 
com internet’.”
Outra questão quanto aos aspectos estilísticos refere-se à preferência que o escrevente 
deve dar às frases curtas. Desse modo, é preciso eliminar qualquer termo ou expressão 
que deixa o texto “pesado” e não contribui para o rápido acesso às informações 
necessárias. Portanto, em lugar de dizer, por exemplo, Responsável pelo setor de recursos 
humanos..., vá direto ao ponto: Coordenador de Recursos Humanos...
Assim, conforme se vê, o candidato deve procurar expressar-se da melhor forma possível, 
de modo a deixar seu texto dentro das condições satisfatórias.
Quanto à manifestação de objetividade/subjetividade
Apesar de o currículo constituir-se um documento de informações pessoais, é 
recomendável que seja elaborado da forma mais objetiva possível. Signifi ca que devem 
ser evitadas manifestações de subjetividade, entre elas, pronomes e verbos na 1ª 
pessoa. Em vez disso, é preferível o recurso à impessoalidade, em que o informante se 
utiliza de formas relativas à 3ª pessoa do singular. Isso pode ser conferido no seguinte 
exemplo, também fornecido pela revista Santomauro (2009, p. 31):
9
Redação A14
Exemplo 7
“Em vez de ‘desenvolvi tal projeto’, soa melhor algo como ‘responsável pelo 
desenvolvimento de tal projeto’.”
Quanto à formatação do texto
O currículo deve ser redigido, observando-se os seguintes aspectos:
1. uso de papel ofício padrão;
2. emprego de letra do tipo times new roman, tamanho 12;
3. destaque nos tópicos principais (em negrito);
4. utilização de foto colorida escaneada, no início, à margem direita da 
página (componente opcional).
Ainda quanto a isso, é bom evitar o uso de letras coloridas ou de qualquer outro recurso 
que desvie a atenção do foco principal, que são as informações de interesse acerca 
do candidato. Lembre-se: o currículo é um documento legal e, portanto, não pode ser 
formulado e/ou redigido com base no gosto pessoal de seu produtor.
Finalizando as observações gerais sobre o currículo, vale assinalar que você poderá 
encontrar algum modelo um pouquinho diferente desse que apresentamos aqui. Por 
exemplo: em algumas orientações, o tópico sobre a formação acadêmica antecede a 
parte sobre a qualifi cação e experiência profi ssional. Mas isso não chega a ser um 
problema nem compromete a estrutura geral do documento.
Assim, fi ca a seu critério seguir um modelo ou outro. O importante é não se afastar desse 
padrão mais geral, lembrando-se sempre de que o currículo não garante o emprego, 
mas, dependendo do modo como se apresenta, tem uma participação importante na 
escolha do candidato.
Para ter uma idéia melhor sobre o currículo como um todo, veja agora este exemplo 
com o texto completo.
10
Redação A14
Exemplo 8
Como você viu, preparar um currículo não é tão complicado quanto se pensa. Basta 
seguir as normas e recomendações dadas.
Agora, vamos praticar um pouquinho? Vai, a seguir, mais uma proposta de atividade 
sobre o que você aprendeu até aqui.
[foto do candidato]
JOÃO BATISTA DE OLIVEIRA
35 anos, casado.
Rua dos Jardins, 17, Capim Macio, Natal/RN. Fone: 3206.XXXX.
E-mail: oliveira@uol.br.
Objetivo
Gerente de Produção no setor de informática.
Qualifi cação
Gerente de venda e distribuição de equipamentos eletro-eletrônicos na 
empresa X (2003-2008).
Contribuição para a expansão das vendas em 30%; melhorias no transporte 
e entrega dos produtos.
Formação
Especialização em Desenvolvimento de Softwares – Universidade... (2008).
Bacharelado em Ciências da Computação – Universidade... (2005).
Curso de Gerenciamento de Produção – SEBRAE (2006).
Inglês (fl uência em leitura).
Praticando... 2Praticando...
11
Redação A14
1. São dadas abaixo algumas informações que são comuns em currículos, porém não 
muito recomendadas. Portanto, sua tarefa é reelaborá-las, demonstrando uma forma 
mais adequada de apresentação. Pode também propor a eliminação de alguma(s) 
delas, por não ser(em) relevante(s) em um currículo.
a) Sou fl uente em inglês e espanhol.
b) Apesar de não possuir experiência, estou pronto a aprender e enfrentar novos 
desafi os.
c) Possuo habilidade para trabalhar em equipe.
d) Enquanto gerente de marketing, observou-se incrível elevação no nível das vendas 
da empresa.
2. Marque a alternativa correta quanto ao que se afi rma sobre o currículo.
a) O currículo deve ser bastante detalhista,a fi m de que se obtenham informações 
precisas sobre o candidato. ( )
b) Declarações sobre potencialidades e tendências do candidato são bem-vindas no 
currículo. ( )
c) O candidato tem liberdade para decidir elaborar seu currículo conforme o gosto 
pessoal. ( )
d) Na preparação do currículo, o produtor deve fazer escolhas não apenas entre 
informações disponíveis sobre si mesmo, mas também entre formas de expressão. ( )
12
Redação A14
Leituras complementares
BELTRÃO, O.; BELTRÃO, M. Correspondência: linguagem e comunicação. 21. ed. rev. e 
atual. São Paulo: Atlas, 2002.
É um livro que trata exclusivamente de técnica redacional e das normas gerais para a 
elaboração da correspondência ofi cial, comercial, bancária e particular, incluindo sua 
caracterização, bem como modelos e comentários sobre cada gênero. Traz, ainda, por 
fi m, um anexo contendo o Manual de Redação da Presidência da República, que dispõe 
sobre a padronização das comunicações ofi ciais. Vale a pena conferir!
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental. 20. ed. Porto Alegre, RS: 
Sagra Luzzatto, 1999.
Esse livro possui um conteúdo bastante variado: na primeira parte, aborda noções 
gerais sobre comunicação, redação e estilo; na segunda, trata de correspondência e 
redação técnica, expondo os diversos gêneros da correspondência ofi cial, empresarial e 
profi ssionalizante, com esclarecimentos e exemplifi cação acerca de cada um deles; na 
última parte, fornece orientações sobre diversos tópicos gramaticais da língua padrão. 
É um texto útil àqueles que desejam conhecer melhor esses temas.
MEU CURRÍCULO. Disponível em: <www.meucurriculum.com>. Acesso em: 8 maio 2009.
Vale também como sugestão de consulta o site Meu Currículo, que apresenta informações 
gerais sobre currículo e oferece algumas dicas para sua elaboração.
Nesta aula, vimos que o Curriculum Vitae (ou Currículo) é um documento de 
apresentação pessoal do candidato a um emprego, um curso etc. Vimos 
que é composto por dados pessoais do candidato; objetivo; qualifi cação 
e formação escolar/acadêmica. Estudamos ainda que, na preparação do 
currículo, deve-se ir direto às informações estritamente necessárias, evitar 
declarações inverídicas, estar atento à correção da linguagem e ao estilo 
mais adequado.
13
Redação A14
Agora, de posse dos esclarecimentos e orientações que você recebeu sobre 
currículo, procure atender ao desafi o desta última atividade proposta abaixo, 
como uma oportunidade de demonstrar que realmente assimilou o conteúdo 
visto. Mãos à obra!
1. Observe atentamente o currículo apresentado a seguir e depois esclareça 
por que este é considerado “ERRADO”, apontando defeitos que nele 
você identifi cou.
14
Redação A14
2. Suponha que uma empresa está para realizar uma seleção de candidatos 
a uma vaga relacionada à sua função/área de atuação, e você está 
interessado em concorrer. Sendo assim, elabore seu próprio currículo, 
de modo a se apresentar como candidato apto a ocupar essa vaga. 
Anotações
15
Redação A14
Referências
FLÔRES, L. L. Redação ofi cial. 3. ed. Florianópolis, SC: EdUFSC. 2002.
SANTOMAURO, A. C. Apresentação à altura. Língua Portuguesa,v. 3, n. 40, p. 30-33, 
fev. 2009.
TODESCHINI, M.; EMILIÃO, M. Mentiras no currículo. Veja, p. 148, 18 jul. 2008.
Anotações
16
Redação A14
15
Glícia M. Azevedo de M. Tinoco
C U R S O T É C N I C O E M O P E R A Ç Õ E S C O M E R C I A I S
Relatório
REDAÇÃO
Coordenadora da Produção dos Materias
Vera Lucia do Amaral
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Design Gráfi co
Ivana Lima
Diagramação
Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Arte e ilustração
Adauto Harley
Carolina Costa
Heinkel Huguenin
Leonardo dos Santos Feitoza
Revisão Tipográfi ca
Adriana Rodrigues Gomes
Margareth Pereira Dias 
Nouraide Queiroz
Design Instrucional
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo Silva
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Revisão de Linguagem
Maria Aparecida da S. Fernandes Trindade
Revisão das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
Adaptação para o Módulo Matemático
Joacy Guilherme de Almeida Ferreira Filho
EQUIPE SEDIS | UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
Projeto Gráfi co
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Governo Federal
Ministério da Educação
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Objetivos
1
Redação A15
O gênero discursivo relatório é o objeto de estudo da aula 15. É indiscutível a importância desse gênero tanto no âmbito escolar – para “relatar” as aulas de campo, por exemplo – quanto no âmbito do trabalho, ambiente em que os 
relatórios têm a função de registrar ações, expor procedimentos, descrever e sistematizar 
resultados de atividades realizadas. Tudo isso com vistas a socializar com os colegas 
de trabalho experiências que podem otimizar o tempo do grupo no enfrentamento de 
problemas diários. 
Por esse motivo, percebemos que a refl exão sobre esse gênero da redação ofi cial é de 
extremo valor. Logo, algumas indagações iniciais podem nos preocupar: como elaborar 
um bom relatório? Que características devem ser observadas nesse gênero? Como se 
compõe a estrutura de um relatório? Esperamos que, ao fi m desta aula, você tenha 
condições de responder a essas indagações.
  Compreender a importância do relatório na administração de 
atividades da escola e/ou do local de trabalho, principalmente. 
  Conhecer elementos importantes para a elaboração de um 
relatório de qualidade.
  Compreender as características fundamentais e a estrutura 
composicional de um relatório, do simples ao mais complexo.
  Aplicar conhecimentos na área de redação ofi cial para ler e 
produzir relatórios de forma profi ciente.
Trabalho
2
Redação A15
Para começo
de conversa...
Se avaliarmos a agitação de nosso dia a dia, temos de convir que não há como acompanhar pessoalmente cada ação, cada procedimento e sistematizar todos os resultados das atividades que são desenvolvidas na escola e/ou no local de 
trabalho presencialmente. 
Nesse sentido, para socializar problemas e alternativas de enfrentamento, nada melhor 
do que a produção de relatórios. Esse gênero pode nos ajudar a compreender o processo 
realizado por uma pessoa (ou por um grupo) mediante situações que precisaram (ou 
ainda precisam) ser redimensionadas.
 De forma proposital, 
restringiremos nossa 
refl exão a estes 
dois ambientes: 
escola e local de 
trabalho. No entanto, 
temos consciência 
de que cada um de 
nós exerce papéis 
sociais diferentes 
em outras esferas de 
atividade, tais como: 
igreja, associações, 
clubes, instituições 
comerciais, 
bairro, ONG... 
Também nesses 
ambientes, pode 
haver demandas 
para a produção de 
relatórios.
Fonte: <http://caminhando.pbwiki.com/f/relatorio.gif> Acesso em: 03 abr. 2009
Mas você não pode começar a digitar seu relatório sem se preocupar com alguns 
critérios essenciais. A sua produção tem de se pautar em parâmetros que fazem de 
um relatório um documento esclarecedor e, portanto, adequado para os fi ns a que se 
propõe. Vejamos, então, o que é necessário saber para que possamos produzir relatórios 
substanciais.
3
Redação A15
Relatório
Relatório é um documento que expõe uma atividade (aula de campo, visita de inspeção, viagem a serviço, seminário, curso) de forma detalhada, mas não exaustiva. Em um relatório, salientam-se os aspectos principais da atividade em 
foco, seus resultados e a avaliação que o autor faz da atividade. Logo, nessa produção, 
alguns elementos devem ser observados com atenção. Vejamos quais.
Extensão adequada
Um relatório precisa apresentar asinformações mais importantes da atividade sobre 
a qual discorre. O excesso de detalhes pode tornar o relatório longo e sua leitura 
cansativa. Evite o detalhamento desnecessário. Todavia, um relatório curto demais pode 
omitir informações essenciais. Isso é um problema!
Para resolver esse problema, convém observar se o relatório que você pretende entregar 
ao professor (no caso de uma atividade escolar) ou ao chefe (atividade do local de 
trabalho) apresenta respostas para as seguintes perguntas:
  O quê?
  Por quê?
  Quem?
  Onde?
  Quando?
  Como?
  Quanto?
  E daí?
Essas perguntas, que são apenas norteadoras, podem ajudá-lo a produzir um relatório 
que atenda às exigências da situação de comunicação a que você está submetido. Mas 
pode acontecer de você não precisar de todas as perguntas supracitadas ou ainda ter 
de adaptá-las. Esse é o seu trabalho! Selecione as perguntas necessárias, descarte 
algumas delas, adapte as demais. O fato é que essas perguntas devem compor o seu 
projeto inicial de escrita, ou seja, o rascunho do seu relatório. 
Com isso, queremos explicitar que um relatório não é o conjunto de perguntas e 
respostas. Aliás, esse conjunto é denominado de questionário, um velho conhecido de 
Seleção lexical
4
Redação A15
todas as pessoas que já passaram pelos bancos escolares. Defi nitivamente, não se trata 
de um relato, que deve ser sucinto, mas deve apresentar as informações necessárias 
e, se for o caso, anexar gráfi cos, fotografi as, entre outros dados afi ns. 
Como podemos perceber, a produção de um relatório requer uma estrutura composicional 
bem defi nida. Antes, porém, de nos atermos a esse ponto, vejamos mais alguns 
elementos importantes que devem ser observados no relatório.
Linguagem
A exemplo de outros gêneros que vimos neste curso, a linguagem usada em um relatório 
deve ser correta linguisticamente, clara, coerente (rever aula 4). 
Estilo
A melhor opção para um relatório de estilo elegante é a simplicidade. Uma boa seleção 
lexical é sufi ciente para que seu leitor se sinta bem informado ao ler seu relatório. 
Obviamente que, em uma situação de relatório produzido por um técnico em informática, 
por exemplo, para outro técnico da mesma área, algumas palavras mais específi cas 
terão de ser usadas. Nesse caso, não haverá problemas de compreensão, uma vez 
que esse linguajar faz parte do exercício profi ssional dos interlocutores, ou seja, do 
conhecimento partilhado entre eles.
No entanto, se esse mesmo técnico tiver de enviar seu relatório a um leigo (um cliente, 
por exemplo) terá de “traduzir” em uma linguagem correta e compreensível as palavras 
ou expressões que possam causar dúvidas. 
Objetividade
Um bom relatório evita fl oreios de linguagem. Ele prima pela clareza. É objetivo; logo, 
apresenta um texto sucinto, enxuto, sem delongas. 
Exatidão
Para garantir a exatidão das informações de um relatório, é interessante que ele 
apresente números, estatísticas, cifras. Esses elementos precisam ser comprovados 
pela citação da fonte de consulta. 
De fato, é o cruzamento dos dados apresentados e da validade das fontes que poderá 
oferecer credibilidade ao relatório e, consequentemente, ao seu produtor, responsável 
por todo o conteúdo. 
  Seleção lexical 
signifi ca “escolha de 
palavra”. Um bom 
exemplo de seleção 
lexical está no item 
“clareza”, da aula 4. 
Releia-o.
5
Redação A15
Formato e impressão
Em geral, o relatório é formatado em papel A4 ou carta, apresenta sentido vertical 
(retrato), margens de 2,5 a 3 cm de todos os lados e a impressão é feita de um só lado 
do papel (uma lauda). 
Estrutura básica de um relatório simples
Após responder às perguntas norteadoras que vimos no item 1, está vencida a primeira 
etapa: você já tem um projeto de relatório. Agora, vamos nos dedicar à segunda etapa. 
Quais são as partes essenciais desse gênero? Vejamos.
Capa
Apresenta o nome da instituição (escola ou empresa), o título do relatório, nome do 
autor (ou do setor) e data.
Observação
Intitular um texto representa fazer um exercício de síntese. Não é fácil. Você 
tem de escolher um título curto, objetivo e, ao mesmo tempo, orientador. 
Isso porque o título ajuda o leitor a construir expectativas sobre o que ele 
vai encontrar no texto.
Exemplo 1
6
Redação A15
Parte interna
Em um relatório simples (com extensão de poucas páginas), a parte interna deve 
apresentar, em linhas gerais:
  uma introdução ao problema que motiva a produção do relatório; 
  o cronograma do trabalho desenvolvido;
  o registro em tópicos das principais atividades desenvolvidas; 
  a descrição dos resultados obtidos (parciais e totais); 
  a enumeração dos aspectos positivos e negativos do processo vivenciado; 
  tabelas, dados estatísticos, fotografi as e outros elementos que sejam necessários 
como elementos comprobatórios (os anexos).
Local e data
É importante informar ao leitor a referência espaço-temporal do relatório, ou seja, o 
local e a data em que o documento foi produzido. É desejável que um relatório seja 
apresentado tão logo a atividade tenha sido fi nalizada. Relatórios atrasados não são 
confi áveis, porque podem não ser fi éis à atividade que relatam. 
Assinatura do autor
Acompanhada de função ou cargo, se for o caso.
RELATÓRIO DA SUBSTITUIÇÃO DO AGENTE TITULAR EM AGÊNCIA
DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE, NO RIO GRANDE DO NORTE
Em cumprimento à deliberação superior, viajei a São Gonçalo do Amarante/RN, no dia 20 
de fevereiro de 2008, para substituir o titular da Agência Central do Banco do Brasil, Mário 
Leivas, por motivo de férias vencidas. Na ocasião, foram tomados os devidos assentamentos.
No período compreendido entre 21 de fevereiro e 21 de março do corrente ano, foram 
realizadas apenas tarefas rotineiras.
Tendo em vista o retorno do referido titular a 22 de março, este substituto interino 
retornou, no dia seguinte, às suas funções na Agência Rio Branco, na cidade de Natal.
Natal/RN, 23 de março de 2008.
MARCOS DE ALMEIDA
Chefe de Produção
Exemplo 2
(Adaptado de MARTINS; ZILBERKNOP, 1994)
Praticando... 1Praticando...
7
Redação A15
Observe que, nesse relatório, o autor não faz uma descrição dos “assentamentos” 
tomados e das “tarefas rotineiras” executadas no período em que ele substituiu o titular 
da Agência Central de São Gonçalo do Amarante. Isso pode ser considerado um problema?
Não. Esse relatório certamente se destina ao chefe do Sr. Marcos Almeida. Em outras 
palavras, seu leitor é um profi ssional que conhece bem a que assentamentos e tarefas 
de rotina o autor do texto faz referência. Entre eles, há um conhecimento partilhado sobre 
as atividades de uma agência bancária. Logo, para esse destinatário, essa explicitação 
seria desnecessária, compreende?
A relevância da informação é um elemento que deve ser considerado na produção de um 
relatório. O detalhamento excessivo pode prejudicar a qualidade desse gênero discursivo. 
De fato, um relatório fi nal consolidado e pertinente pode apresentar poucas páginas.
Retomando o exemplo 2, responda às seguintes questões.
1. É aconselhável, em um relatório, explicitar apenas as informações centrais. Por 
exemplo:
a) Para onde Marcos Almeida viajou? ___________________________________
b) Quando? _______________________________________________________
c) Para quê? ______________________________________________________
d) Qual foi o período dessa atividade? __________________________________
e) Em que dia Marcos Almeida retornou às suas atividades em sua agência de origem? 
________________________________________________________
f) O que motivou esse retorno? _______________________________________
g) A data da produção do relatório é compatível com o esperado? ____ Por quê? _____
_________________________________________________________2. O título do relatório lido não condiz com a extensão esperada. Intitular é um exercício 
de síntese. Assim, proponha um título mais adequado a ele.
__________________________________________________________________
Assentamentos
 Nesse contexto, 
os assentamentos 
podem ser 
entendidos como 
os registros, 
nos documentos 
bancários, de 
controle das 
operações até 
então realizadas 
e as que estavam 
para ser realizadas, 
a partir daquele 
momento sob a 
responsabilidade de 
outro titular, no caso, 
o Sr. Marcos de 
Almeida. 
8
Redação A15
Estrutura de um relatório mais complexo
O exemplo 2 nos oferece um relatório bem sucinto, composto de uma única página. No 
caso da produção de relatórios mais complexos e mais extensos, há a necessidade de 
inclusão de outros componentes além dos que já vimos. São eles: sumário, introdução, 
contexto, conclusões, referências e anexos.
Sumário
O sumário é feito a partir de três colunas: a da esquerda enumera as divisões e 
subdivisões do relatório; a do centro explicita esses itens e subitens; a da direita indica 
o número da página em que cada parte do relatório se encontra. 
Exemplo 3
INTRODUÇÃO 05
1 –
1.1.1 –
1.1.2 –
2. 
2.1.1 –
2.1.2 –
2.1.3 –
A COSERN na região Seridó 
O caso de Currais Novos 
Demonstrativo de resultados 
 Reforma administrativa 
Área fi nanceira 
Superintendência Financeira 
Contrapartida da Prefeitura 
09
14
18
22
27
30
35
CONCLUSÃO 40
Observação
É importante não confundir sumário e índice. Embora muitas pessoas 
pensem que esses elementos sejam iguais, o sumário se constitui como um 
“localizador” das páginas de cada seção ou subseção, conforme acabamos 
de ver. O índice, por sua vez, é uma lista detalhada e por ordem alfabética 
dos assuntos e/ou dos nomes próprios, seguidos das respectivas páginas 
em que são mencionados no texto.
9
Redação A15
O exemplo 3 nos traz o sumário de um relatório de mais de 40 páginas. Tomando-o 
como referência, vejamos, no exemplo a seguir, como seria um índice para esse caso 
em específi co.
Exemplo 4
ÍNDICE DE ASSUNTOS
C
COSERN, 5, 9, 15, 18, 23, 30, 40
Currais Novos, 10, 14, 22, 35, 40
F
Finanças 11, 15, 19, 28, 40
P
Prefeitura 16, 24, 35
O índice oferece ao leitor a oportunidade de saber rapidamente em que páginas a palavra 
COSERN, por exemplo, foi citada. No caso desse relatório, COSERN é uma palavra muito 
importante, daí porque ser recorrente nas páginas 5, 9, 15, 18, 23, 30 e 40.
Introdução
Em um relatório mais extenso, há a necessidade de uma breve introdução que justifi que 
o trabalho realizado e explicite as diretrizes gerais que comporão o texto. Em geral, a 
introdução não recebe numeração no sumário (ver exemplo 3).
Contexto
Parte central do relatório, é no contexto que se desenvolve o relato. Sua composição 
se volta para a explicitação das respostas às perguntas: o quê, por quê, quem, onde, 
quando, como, quanto e daí. Dados quantitativos, tabelas, gráfi cos, observações gerais 
e análises aparecem nessa parte do relatório.
Praticando... 2Praticando...
10
Redação A15
Conclusões
Mediante os dados apresentados e a análise feita na parte do contexto, as conclusões 
devem retomar os pontos centrais do relatório para apontar direções futuras, sugerir 
medidas de ação, recomendar providências. Assim como na introdução, as conclusões 
também não recebem numeração no sumário (ver exemplo 3).
Referências
Nas referências, devem-se listar, por ordem alfabética, as fontes de consulta citadas no 
corpo do relatório. Essas fontes podem ser bibliográfi cas (livros), mas também podem 
ser eletrônicas (revistas virtuais, sites, fóruns de discussão).
Anexos
Os anexos são os materiais que complementam as informações do relatório, mas não 
apareceram no corpo do texto: fotografi as, mapas, organogramas.
1. Julgue as afi rmações abaixo, colocando entre os parênteses “V” para as verdadeiras e 
“F” para as falsas. Depois, marque a alternativa que expressa o julgamento adequado 
do conjunto de afi rmações.
( ) Relatório é um gênero discursivo que deve primar pela linguagem rebuscada para 
garantir o estilo formal.
( ) A objetividade é uma característica que não pode faltar a um relatório.
( ) Um relatório objetivo é aquele que consegue transmitir um máximo de informações 
com um mínimo de palavras.
( ) Em geral, relatório não apresenta título.
a) F – V – F – V
b) F – F – V – F
c) V – V – V – F 
d) F – F – F – F 
e) F – V – V – F 
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Leituras complementares
Para aprimorar seus conhecimentos sobre o gênero de que nos ocupamos nesta aula, 
sugerimos que você busque outros modelos de relatório no condomínio em que mora 
ou na sua escola ou ainda em uma associação perto da sua casa. Muitas atividades 
do cotidiano exigem a produção de relatórios; logo, não vai ser difícil encontrar um.
Na Internet, você pode encontrar centenas de modelos de relatório. Vale precaver-se, 
porém. Nem tudo que está publicado na Internet é de bom gosto. Recomendamos que, 
em uma situação escolar, você solicite a seu professor a explicitação das partes do 
relatório que ele gostaria de que você desenvolvesse.
Em uma situação de trabalho, o mesmo pode ocorrer. Procure relatórios entregues 
anteriormente. Leia-os criticamente e tente melhorar o que lhe parecer frágil e manter 
os pontos fortes do documento.
Assim como os outros gêneros que estudamos neste curso, também o relatório tem 
certa fl exibilidade em sua estrutura composicional. Você deve adequar as informações 
aos interesses de seu interlocutor. A relevância das informações apresentadas precisa 
encontrar lugar no interesse do leitor em analisá-las. Fique atento a isso.
Na aula 15, focalizamos o gênero discursivo relatório. Iniciamos de forma 
mais conceitual para delimitar nosso objeto de estudo; na sequência, 
demos relevo aos elementos que devem ser observados na produção desse 
gênero; por fi m, evidenciamos a parte estrutural de um relatório simples e 
de relatórios mais complexos e com um maior número de páginas.
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Para ratificarmos a aprendizagem desenvolvida nesta aula, façamos 
um último exercício. Trata-se de um relatório de gestão de condomínio 
residencial. Você terá alguns dados para compor o contexto e deve pensar 
em outros de modo a cruzar informações e preencher da forma mais 
relevante possível o relatório que, abaixo, aparece incompleto.
Relatório de Gestão de Condomínio Residencial
Em cumprimento ao que dispõe o artigo 6o do Estatuto do Condomínio 
Residencial Praiamar, vimos apresentar aos senhores condôminos o 
relatório de nossa gestão, referente ao período de 01 de janeiro a 31 de 
dezembro de 2008, para ser apreciado e avaliado pela assembléia. Para 
tanto, passamos a expor, de modo sucinto, os principais acontecimentos 
no período supracitado.
Submetemos também a suas considerações as nossas propostas de 
trabalho para os próximos doze meses, bem como o orçamento das 
benfeitorias a serem executadas.
1. Do orçamento para o período
2. Das obras de benfeitoria e manutenção
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3. Dos serviços contratados
4. Do pagamento das taxas de condomínio 
5. Do planejamento para o próximo exercício
Finalmente, solicitamos aos senhores que aqueles que estiverem de acordo 
com este documento se manifestem formalmente por escrito e aqueles que 
desejarem maiores esclarecimentos nos encaminhem suas arguições, da 
mesma forma, dentro de, no máximo, dez dias, a contar desta data, quando 
deveremosnos reunir em Assembléia Geral.
Natal, ___ de ________________________________ de 2008.
Paulo de Oliveira
Síndico do Condomínio Praiamar
Anotações
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Referência
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. 16. ed. 
Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1994.
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