Texto Quem acompanha as redes sociais no Brasil de hoje provavelmente já se deparou com a gíria “lacrar”. Dizer que fulano “lacrou” é expressar admiração por uma ação ou fala que é percebida como o ponto final, a última palavra sobre determinado assunto ou situação. Depois que alguém “lacrou”, supostamente nada resta a ser dito. Além de iluminar um aspecto da experiência, a ideia de “lacre” também ajuda a reforçar certas compreensões e comportamentos. Ao acioná-la, reforçamos a ideia de que debates, em princípio, admitem um fechamento irrevogável. Mas nada justifica essa crença. Debate algum pode ser encerrado por força de um argumento supostamente último. Antonio Engelke. Pureza e poder: os paradoxos da política identitária. In: Piauí, ed. 132, set./2017 (com adaptações). A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item. Em seu uso atual, lacrar é um verbo que expressa a concordância da audiência com determinada ação ou fala que é tomada como inovadora e que sinaliza o fim de uma discussão.