Quase 90% das crianças e dos adolescentes brasileiros estão conectados à Internet. Desses, 95% usam o celular como principal dispositivo para acessar sites e aplicativos. Esses dados, obtidos a partir de um levantamento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, em 2019, endossam o fato de que o mundo online faz parte da realidade da maioria da população — e é praticamente impossível pensar que essa “dependência digital” vá diminuir nos próximos anos (ou nas gerações futuras). Por um lado, a Internet aproxima as pessoas e abre muitas possibilidades de aprendizado e entretenimento. Por outro, há o risco de exagero no tempo conectado, de acesso a conteúdos inapropriados ou de golpes e exposição indevida, ainda mais quando se trata de jovens. Atentos à necessidade de uma relação mais saudável de crianças e adolescentes com o mundo digital, especialistas no tema citam sete sinais de que há algo errado nessa relação com a tecnologia: ficar muito tempo vidrado nas telinhas; ter acesso a conteúdos inapropriados; trocar o dia pela noite; abandonar o convívio, a rotina e atividades sociais; diminuir o rendimento escolar; estar envolvido em episódios de bullying; desenvolver problemas no corpo e na mente. “A primeira intervenção é incentivá-los a se desconectar aos poucos. De nada adianta castigar ou tirar o celular da criança ou do adolescente de forma brusca e definitiva”, aponta a médica Evelyn Eisenstein. André Biernath. Crianças no celular. Internet: (com adaptações). Considerando as ideias e propriedades linguísticas do texto anterior, julgue o próximo item. De acordo com o texto, a origem do problema da ‘dependência digital’ não está na Internet em si, mas no seu uso por crianças, por isso o autor sugere, como solução, que apenas adultos acessem a Internet.