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Laís Reis – SM 2 SAÚDE DA MULHER 2 INFECÇÕES NA GRAVIDEZ Toxoplasmose Rubéola Citomegalovírus Sífilis Hepatites Virais HIV TOXOPLASMOSE CONGÊNITA - Prevalência 54-75% na população brasileira - Incidência na gestação: 0,2-1 - Congênita: 1 a 7 casos a cada 1000 nascidos vivos - É causada pelo Toxoplasma gondii - Elevado risco de acometimento fetal - Restrição do crescimento intrauterino, morte fetal e prematuridade - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: microftalmia, lesões oculares, microcefalia, hidrocefalia, calcificações cerebrais, pneumonite, hepatoesplenomegalia, erupção cutânea e retardo mental - SINAIS E SINTOMAS: geralmente é assintomático, mas pode-se observar febre baixa, sintomas gripais e aumento dos linfonodos. - CICLO INFECCIOSO: oocistos contaminam água, solo e alimentos -> mulher susceptível -> infecção aguda -> transmissão vertical - DIAGNÓSTICO: é de extrema importância, já que pode prevenir infecção aguda e detecção precoce para prevenir a transmissão fetal. É feito por meio de triagem de detecção de anticorpos IgG e IgM na primeira consulta de pré-natal IgM IgG Diagnóstico - + IMUNE + - INFECÇÃO AGUDA - - SUCEPTÍVEL + + TESTE DE AVIDEZ Infecção aguda: iniciar tratamento Teste de Avidez: - Alto: não tratar - Baixo: iniciar tratamento Teste de avidez de IgG é feito caso a gestação tenha menos de 16 semanas, pois esse teste determina a época da infecção pelo toxoplasma - Quanto maior o valor do IgG quer dizer que teve-se infecção há maior número de semana Ex: avidez de 30% quer dizer que infecção foi há 3 meses, 70% infecção foi há 7 meses. OBS: Deve-se considerar como diagnóstico de infecção antiga aqueles com mais de 4 meses. Casos Especiais: - IgM+ e IgG não reagente (1T): infecção muito recente ou IgM falso positivo. Repetir sorologia em 3 semanas. Se IgG positivar, infecção confirmada e início do tratamento. Enquanto o exame não confirma iniciar espiramicina 3g/dia. - IgM não reagente e IgG+ (2T): imunidade remota, gestante com doença antiga ou toxo crônica - IgM não reagente e IgG+ (3T início suscetível): possível falso negativo na amostra anterior. Provável imunidade remota. - TRATAMENTO: Antes da 30ª semana: - Espiramicina 1g (3.000.000 UI) de 8/8h, via oral até o final da gravidez ou - Espiramicina 500 mg (1.500.00 UI) 2 comprimidos de 8/8h até o final da gravidez Após 30ª semana: nesse caso para ter diagnóstico faz- se PCR do líquido amniótico a partir da 18ª semana desde que tenha 4 semanas após infecção materna. Visto que quanto maior a idade gestacional maior é transmissão vertical o tratamento é o Tratamento tríplice materno: - Pirimetamina 25 mg de 12/12h por via oral - Sulfadiazina 1.500 mg de 12/12h por via oral - Ácido folínico 15 mg/dia O uso do ácido folínico é imprescindível para prevenção de aplasia medular causada pela pirimetamina. Além do uso, pede-se hemograma a cada 15 dias para acompanhamento das células sanguíneas Em casos de infecção aguda com acometimento fetal: realizar ultrassonografia mensalmente Em casos de infecção aguda, mas PCR negativo: - Manter espiramicina 3g até o parto - US mensal até final da gestação - Ao nascimento realizar exame de fundo de olho e TCC - Encaminhar RN para acompanhamento especializado Laís Reis – SM 2 RUBÉOLA - Abortamento espontâneo - Natimortalidade - Acometimento isolado de órgãos - Síndrome da rubéola congênita ampliada: miocardite, hepatite, púrpura, alterações ósseas, restrição de crescimento intrauterino e óbito - 2015: América livre da rubéola - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: entre os pródromos observa-se febrícula, cefaleia e ardor conjuntival - Exantema maculopapular (duração de 5 dias) - Febrícula e adenomegalia cervical - Artralgia Obs: O vírus já está sendo eliminando na orofaringe 1 semana antes da fase exantemática SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA: Glaucoma Catarata congênita Cardiopatia congênita Surdez central ou coclear Cegueira Microcefalia Retardo mental Acometimentos estruturais permanentes: TRÍADE DE GREGG: Cardiopatia, Catarata e Surdez - Cardíacos: ducto arterioso patente (duto entre AP e AO não se fecha), estenose da artéria pulmonar e hipoplasia - Oculares: catarata, íris hipoplásica e microftalmia (globo ocular pequeno) - Neurológico: deficiência mental, retardo do desenvolvimento psicomotor e defeitos na fala - Microcefalia - Surdez neurosensorial Anormalidades transitórias: - Baixo peso ao nascer - Hepatoesplenomegalia - Púrpura trombocitopênica (auto anticorpos que atacam plaquetas) *Resolução espontânea em dias ou semanas Anormalidade de início tardio: - Surdez - Doença mental - Defeitos nos olhos - Diabetes - Dificuldades de aprendizagem - Problemas comportamentais ACOMETIMENTO FETAL CONFORME IDADE GESTACIONAL: - < 11 semanas: Síndrome da Rubéola Congênita - 11 a 18 semanas: surdes e distúrbios do desenvolvimento neuropsicomotor - > 18 semanas: não há relato de dano fetal RASTREAMENTO NO PRÉ-NATAL: Situação 1: IgG IgM Diagnóstico - - Susceptível + + Infecção aguda - + Infecção recente ou falso IgM + - Imune - Susceptível: orientar profilaxia; se observar rash cutâneo ou ter contato com pessoas doentes repetir sorologia. Não tem tratamento. Vacinação no puerpério - Infecção recente: repetir em 2-3 semanas Se IgG+ e IgM+: doença aguda iniciando Se IgG- e IgM+: falso IgM - Infecção aguda: Se <16 semanas: considerar teste de avidez Se >16 semanas: considerar infecção aguda Situação 2: Laís Reis – SM 2 Situação 3: Não tem tratamento!!! Apenas acompanhamento: RECOMENDAÇÕES: - Vacinação de crianças e mulheres não grávidas em idade fértil - Após vacinação em idade fértil evitar engravidar por 28 dias - Puérperas suscetíveis devem receber a vacina durante o puerpério VACINA Crianças: 1ª dose: 12 a 15 meses 2ª dose: 4 a 6 anos Adultos: até 19 anos devem ter duas doses; avaliar a positividades do IgG>10 UI/ml Contraindicação: gestantes (inadvertida deve ser notificada) e imunossuprimidos CITOMEGALOVIRUS - ACOG (2000) não recomenda rastreamento de rotina, exceto em gestantes HIV positivas - FEBRASGO e MS não recomendam como rotina Pq? - Falta de prognóstico de sequela na infecção primária - Falta de vacina - Risco fetal na reinfecção não bem definido - 90-95% das gestantes terão IgG+, o que não afasta o risco de infecção fetal - Não existe nenhuma profilaxia e/ou tratamento que reduza o acometimento fetal EPIDEMIOLOGIA - Raramente sintomático - Disseminação por secreções respiratórias, sangue, urina, secreção do colo uterino, esperma e leite materno SOROLOGIAS IgG IgM Diagnóstico + - Infecção passada - + Infecção primária - - Susceptível + + Reinfecção HERPES VÍRUS TRANSMISSÃO VERTICAL - Principalmente no momento do parto - Incidência: 1:200.000 partos - 70% em gestantes assintomáticas sem diagnóstico prévio - Risco de transmissão vertical: 40-50% aguda e 5% em casos de recorrência HERPES NEONATAL - Pescoço, cabeça, mãos, olhos, boca e inferior dos lábios VIAS DE PARTO - Se lesões ativas na região genital: CESARIANA - Se parto vaginal: evitar procedimentos invasivos TRATAMENTO: - Aciclovir 400 mg 3x/dia por 7 a 10 dias - Considerar esse tratamento como profilaxia periparto por 10 dias, a partir da 36ª semana com 300 mg 3x/dia se primo-infecção ocorreu na gestação ou se recidivas foram frequentes no período gestacional ZIKAVÍRUS - Arbovírus: vírus transmitido ao homem por vetores artrópodes SINAIS E SINTOMAS - 20% sintomáticos - Infecção autolimitada: 4 a 7 dias - Exantema maculopapular/prurido - Febre - Artralgia/mialgia - Conjuntivite não purulenta- Cefaleia - Síndrome de Guillain-Barré e outras manifestações neurológicas Diagnóstico diferencial de dengue e chicungunya: febre baixa, dores leves e vermelhidão nos olhos pode estar presente Síndrome Congênita: microcefalia, espasticidade, convulsões, irritabilidade, disfunção tronco encefálico, problemas de deglutição, contratura dos membros, anormalidades auditivas e oculares